Pedrogano

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PE droga NO

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Jorge Parada



Autor Jorge Parada

Ilustração da capa Jorge Parada

ISBN: 978-84-941792-6-6

2ª Edição – Ano 2013 1ª Edição – Ano 1994 © Jorge Parada © de esta ediçao Inlibris Editorial — Ano 2013 Todos os direitos reservados

Inlibris Editorial Pintor Sorolla 22 46002 – Valencia – Spain inlibris.es


Pedrógano Jorge Parada

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você e u q o s ivr Este l suas mão m tem em ealmente u r não é , mas é um o. livro do destin te presen



SUMARIO

Prólogo 7 Agradecimiento 9 Introdução 10 Conhecendo a Vida

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O Vilão

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Engano com Dor

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Quando a Obscuridade não Deixa ver

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Só existe a Noite quando se vê

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Outra Oportunidade

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Trabalho 64 Carta ao Educador

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Proposta de trabalho

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Sugestões Pedagógicas

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Propostas de trabalho comunitárias

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Sugest천es Finais Curriculum Vitae

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PRÓLOGO —Preciso desalojar esse mal que me faz sofrer. Quero a felicidade eterna! —Eu posso atender teu pedido. Será muito fácil!

A Flor do PeDROGAno

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AGRADECIMIENTO A todos as pessoas, que lutam dia a dia, Pelo bem-estar de nossos filhos.

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INTRODUÇÃO

“Onde foram parar aquelas flores? Você pode encontrar esta, as outras estão mortas“ Pedro buscava a felicidade (quase a imortalidade) e a encontrou pela mão da morte. Seu jardim se converteu em um matagal de flores negras, de aspecto feio e malcheirosas. Por quê? Um dia qualquer, quando a dor bateu à sua porta, descobriu na experiência vivida o amor, a força necessária para continuar seu processo de crescimento. O cenário era um bosque com delicadas

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flores de perfume agradável que tornava seus dias mais prazerosos. Sentiu-se protegido, coberto como uma criança seu olhar se iluminou e empenhou-se em ser ele mesmo. Mas, quando a desgraça derrubou esses frágeis muros, pôs-se a buscar desesperadamente uma flor que o salvasse (quase como a felicidade de outrora). E a encontrou. Vinha da mão de um intruso a quem só interessava a especulação, o qual impediu que esse poder interior (firmeza ante o inimigo), sincera eternamente construído, pudesse fazerlhe frente. E caiu. E voltou a cair. E caiu. E voltou a cair. Em um círculo sem saída descobriu a realidade dessa

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suposta felicidade que jamais iria encontrar. Porque era humano. Porque era mortal. E se perdeu. E se escondeu, agrediu e se agrediu. E não se escutou. E não escutava ninguém. Salvo a sombra que trocava seu medo por um mundo sem problemas. Encontrou, sem sabê-lo, o sem-sentido de sua dor, o sem-sentido do mundo. E o aceitou. E jogou de acordo com suas regras. E perdeu. Dormiu. E dormiu. E dormiu. A resposta desse sonho que sempre se vincula com a sombra do amor o arrebatou e lhe devolveu uma vida diferente. A daquele que elege livremente. Não conhecia as conseqüências e as suportou sabendo, inconscientemente, que fazia parte das mesmas regras do jogo. E como termina a história de Pedro?

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Descobriu a finitude, os limites, outras possibilidades que desconhecia possuir e libertou-se (quase paradoxalmente) da dor temporal já que, de alguma forma, alcançou a felicidade. Em última instância, na vida, não se ganha nem se perde. Vive-se. Como leitores, guardamos amorosamente em nosso coração a alma de um escritor que projeta universalmente, através de sua obra literária, a evolução interior do ser humano na paz e na harmonia globalizadas na verdade, acima dos interesses mesquinhos e pessoais. Lic. Liliana Inés Pettinati

“Para ser grande, seja íntegro. Nada seu exagere ou exclua” Fernando Pessoa

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Capítulo l

CONHECENDO A VIDA Em um povoado, contíguo um frondoso bosque de verdes árvores que abrigam em sua ramada pássaros de variadas cores e onde pequenas cachoeiras espalham um som musical. Foi o lugar que os pais de Pedro escolheram para viver com ele e outros seis filhos. Pedro era o terceiro dos meninos, o mais inquieto e rebelde. Estava sempre brigando com alguém e fazia disso uma rotina diária. Nos jogos de bola acabava sempre golpeando rudemente algum de seus adversários. Devido ao seu temperamento revoltado, tinha poucos amigos, e seus irmãos raramente participavam de suas brincadeiras. O pai, homem muito trabalhador e

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sofrido, era empregado na estação ferroviária, onde passava muitas horas desempenhando um serviço árduo para garantir o sustento da família. Quando não estava no trabalho, ocupava o tempo que lhe restava nos reparos necessários em sua modesta casa. Tantos afazeres deixavamno esgotado fisicamente e lhe reduziam o tempo de convívio com sua linda família. A mãe, sempre escondida atrás do fogão ou entregue a outros afazeres domésticos, via seus dias passarem sem que os filhos se apercebessem do quanto trabalhava. Essa família não tinha nada de particular, tal vez até fosse parecida com a nossa. Mas a história que lhes contarei mostrará a diferença. Pedro, como a maioria dos meninos na fase da adolescência, sentia-se um pouco afastado de sua família. Crescer tão rápido,

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abrir mão dos privilégios da infância e assumir novas responsabilidades causavam-lhe vários conflitos. O esforço que era abrigado a fazer para

colaborar

nos

afazeres

domésticos,

acrescido das reprovações paternas, era o suficiente para deixá-lo zangado. Sentia-se humilhado com as recriminações do pai, que, muitas vezes, lhe pareciam contraditórias, porque era tratado como um menino quando tinha responsabilidades de adulto. Essa situação o levava a pensar que seus pais não o amavam porque não encontrava dentro de sua cabeça sonhadora uma explicação que justificasse as atitudes deles e então, apoiado nessas reflexões errôneas, reprimia seu afeto pelos seus familiares e freqüentemente saía de casa. Muitas vezes fugia também da escola para dirigir-se ás ruas agitadas da periferia ou para

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esconder-se no bosque. Nas ruas abarrotadas do centro urbano, perdia-se na multidão, andando sem rumo até onde lhe levassem suas pernas inquietas. Observava o rosto das pessoas que passavam para descobrir algum indício de alegria, mas todas elas, aos seus olhos, pareciam tristes e deprimidas. No bosque, procurava um lugar escondido e passava a tarde inteira esquecido de si mesmo, ás vezes sentado à beira do rio, atirando pedras em algum objeto que passava boiando na correnteza, como se com esse gesto jogasse para fora de seu íntimo algo que o estivesse oprimindo. Em diversas ocasiões, a solidão era sua companheira, tal vez porque fosse a única a compreender seus conflitos. Numa tarde de Primavera, Pedro vagava pelo bosque quando, de repente, se deteve

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sentindo as fragrâncias que emanavam das flores nascidas entre as plantas agrestes. Com especial assombro, descobriu uma flor que exalava um perfume inebriante e o envolvia numa maravilhosa sensação de proteção. Sob o amparo desse aroma que o seduzia, meditou longamente sobre suas atitudes com os pais e irmãos e, reconhecendo que estava agindo errado, decidiu modificar seu comportamento. Assim, tomaria possível a convivência com sua família, tanto quanto a música perfumada de sua respiração se integrava a sua alma, levando até ela ares revigorantes da Primavera. Como num sonho, passou essa tarde abraçando os arbustos floridos enquanto, de joelhos sobre a relva, ele lembrava um peregrino venerando uma imagem religiosa que lhe dava muita paz. Alegre, voltou para sua casa e contou a seus

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pais que descobriu uma flor muito perfumada e que sentiu um imenso conforto quando aspirou seu perfume. Descreveu a forma e as cores da bela flor. A mãe, que escutava com atenção, lhe disse: — Pedro, que alegria sinto em saber que você descobriu minha flor predileta! É um jasmim silvestre que cresce somente em nosso bosque. Sempre que me sinto confusa, deprimida, aspiro seu doce perfume que me deixa muito feliz. Lembro-me, particularmente, de que um dia antes do seu nascimento enchi a casa toda de ramalhetes de jasmim. O pai participou do diálogo, afirmando: — Quando sinto sua fragrância, me vejo de novo acariciando o ventre redondo e palpitante de sua mãe. Porque você já era inquieto naquele tempo. 20


Esses comentários fizeram o menino recordar todos os cuidados recebidos de seus pais e todo o amor que eles lhe dedicaram durante sua vida. As recordações e sensações que vivemos muitas vezes ficam perdidas no emaranhado de problemas que nos envolvem, por isso não as valorizamos devidamente. Pedro, ao se lembrar, diante da perfumada flor, de todas aquelas sensações adormecidas, recuperou a integridade que lhe fortalecia o espírito. Com o tempo aprendeu a ser tolerante, mais companheiro de seus irmãos, e tornou-se um rapaz exemplar. Os meses passaram serenamente, até uma noite de Inverno. O pai, que voltava do trabalho, ao descer do ônibus em um cruzamento de esquinas,

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foi atingido por um veículo dirigido por um homem embriagado e imprudente. Em conseqüência desse acidente, teve que deixar o seu emprego e depois de um longo ano de angústias e sofrimentos, morreu deixando a família sem sua proteção, amor e cuidados.

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Capítulo II

O VILÃO A mãe precisou trabalhar fora para garantir a sobrevivência da família, e seus filhos também tiveram que colaborar para ganhar o sustento. Pedro sofreu, tanto quanto sua família, a dura mudança de sua vida, porém, por ser o mais sentimental de todos, não encontrava o consolo necessário para esse infortúnio. Depois de muitos dias de amargura, em uma tarde calma de sol, voltou ao bosque para um reencontro com a flor silvestre que uma vez, com seu aroma, lhe trouxera tanta paz. Deitado sobre a relva macia e verde, aspirou seu doce aroma, mas, desta vez, não sentiu a calma e a alegria que antes havia

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experimentado, nem o alívio que buscava para o seu pesar. O jovem, como uma abelha, percorreu todo o bosque olhando cada flor que ali se encontrava, mas nenhuma acalmava sua angustia. Não compreendia que as lágrimas, o tempo e as lembranças dos bons momentos poderiam arrancar-lhe do peito aquela dor. Insistindo em sua solidão, outra tarde luminosa, recostado sobre a relva, tentou respirar o perfume de uma flor nova aos seus olhos, porém a sombra de uma negra figura o assustou. — Que faz aí, garoto? Pedro, um pouco amedrontado, ficou calado alguns instantes, depois respondeu: — Nada, senhor, só aspiro o perfume das flores. Elas me dão algum consolo.

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— Ah! ah! ... riu o Vilão, seguro de suas más intenções. — A única flor que dá tranqüilidade e alegria é a do PeDROGAno. Pedro, meio desconcertado, disse: — Não conheço essa flor. — É a mais bela de todas, Seu perfume leva ao paraíso e ao aspirá-lo você se sente um rei! Pedro, cheio de alegria, exclamou: — Se posso ser um rei, posso ajudar minha mãe! — É claro! Respondeu o Vilão. — Que devo fazer para que o senhor me mostre o lugar onde cresce essa flor? — Nada! Para que servem os amigos? Acompanhe-me. Caminharam por um trecho entre arbustos até que chegaram a uma grande e velha árvore. 25


— Espere aqui ... O homem foi atrás da árvore e tirou do bolso um pequeno pacote que continha uma substância. Espalhou-a em suas mãos e disse ao jovem: — Venha! Aproxime-se! Mas cubra seus olhos. Eu decidirei o momento em que poderá vê-la. Pedro caminhou vacilante com os olhos cobertos pelas suas mãos até que esbarrou contra o corpo do repelente homem. — Não abra seus olhos por enquanto. Apenas respire com força estas pétalas delicadas. Vilão, segurando a substancia, armou suas mãos como se fossem uma mão aberta sob as narinas de Pedro, aspirou com força. O pó entrou no seu nariz, na boca e nos seus pulmões. Depois de vários estremecimentos e gestos de desagrado, abriu seus olhos. 26


— Não é muito agradável seu perfume! Mas... por que não posso vê-la? — Por ora não. Você tem que merecer essa possibilidade. Em seguida, Pedro passou a sentir uma dor forte no abdome, sua vista ficou nublada e tudo escureceu um pouco. Passados alguns instantes, sentiu uma imensa alegria e forca e até lhe pareceu que já não tinha a aflição causada pelos infortúnios e pesares que o estavam abatendo. — Viu como não menti? — Que estranho estou me sentindo! Eu lhe agradeço, senhor, por me dar essa ajuda. SÓ que ... Quando poderei ver essa flor? — Ainda não está preparado. Primeiro terá que me devolver o favor. Você deve saber que favor, com favor se paga. Mas não se preocupe, outro dia conversaremos sobre isso. Gaste suas energias ajudando sua família e amanhã volte 27


para receber mais, o efeito não dura muito. Ah! outra coisa, não comente nada com a sua família, eles não saberão entender. Você tem que guardar bem nosso segredo, ou não poderei mais ajudá-lo. — Claro, senhor, não contarei a ninguém. — Muito bem, volte amanhã a esta hora que estarei esperando você. Pedro correu para sua casa levando dentro de si aquela felicidade nova, mas não pôde compartilhá-la com ninguém porque era um sentimento irreal, não era fruto de um ato bom realizado em favor de alguém. Cada um dos integrantes da sua família continuou com suas tarefas e quando a mãe chegou do trabalho, Pedro já estava em seu quarto dormindo, sonhando, talvez, que a manhã chegaria rapidamente e que, com a vinda do sol, a luz lhe mostraria a flor responsável por tanto bem-estar. 28


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Capítulo III

ENGANO COM DOR Na tarde seguinte, Pedro voltou ao lugar do encontro onde Vilão já estava à sua espera. — Boa tarde, Pedro! — Olá! senhor. — Que achou da ação mágica da minha flor? -Sinto-me

reconfortado.

Minhas

preocupações acabaram e estou muito feliz. Apenas tenho a impressão de estar enxergando um pouco menos. — Isso acontece no princípio, mas você verá que logo passa. — Hoje me mostrará a flor? — Veremos, primeiro você terá que devolver o favor que estou lhe fazendo. 30


— Sim, com prazer! — disse Pedro, meio confuso. — A primeira tarefa será juntar um ramalhete das mais lindas flores do bosque. — Claro! Pedro percorreu o bosque com alegria por achar fácil a tarefa e juntou um formoso ramalhete de flores. Ele se perguntava: “Eu terei colhido flores do PeDROGAno?” Entretanto desconhecia qual seria o destino deste colorido ramalhete. Quando voltou ao local do encontro, Vilão o esperava vestido com roupas muito elegantes e caras. — Que belo ramalhete! Parabéns! — Bem, agora iremos ao cemitério e colocaremos as flores na tumba de seu pai. Pedro não podia acreditar! Como era bondoso aquele homem a quem já considerava 31


um amigo! Visitaram a tumba de seu pai que descansava na paz eterna, e os olhos de Pedro se encheram de lágrimas. Recordou suas mãos quando o cariciavam e lhe apalpavam os ombros ao felicitá-lo. Recordou também, que sempre o pai voltava do trabalho carregado de provisões para o lar e nunca se esquecia dos doces, que repartia com todos quando chegava. Vilão também derramava umas falsas lágrimas sobre o pequeno lenço. — Eu também perdi o meu pai, e essas cenas me comovem profundamente. O jovem se sentiu muito unido a este homem porque ambos compartilhavam os mesmos sentimentos. Passado algum tempo, dirigiram-se ao bosque onde se encontrava a velha árvore. Pedro estava impaciente para conhecer a 32


flor. Imaginava que devia ser muito bela para lhe dar aquela sensação de felicidade. — Tenho certeza de que ela tem a cor violeta! — afirmou o jovem. — Veremos, porém não será hoje que a verá ... assim que cobrir os olhos, você sentirá um pouco mais de seu belo perfume. Pedro

continuava

intrigado,

mas

conhecendo a bondade de seu novo amigo, sabia que a qualquer momento ele o deixaria descobrir os olhos para ver as delicadas pétalas. Logo que aspirou profundamente o perfume da suposta flor que Vilão habilmente imitava com as mãos, Pedro teve a mesma sensação indesejável. Com tonturas, recordou o dia em que fumou o cigarro de seu avô. Sentiu uma dor no abdome. Tudo à sua volta começou a rodar enquanto sua vista ia-se tornando cada vez mais 33


embaçada. — Parece que tudo está ficando escuro — refletiu. Porém a enorme euforia causada pela suposta flor fez com que ele se desinteressasse pelo que estava acontecendo. — Bem, vá para sua casa, ajude sua mãe com os afazeres do lar e retome aqui amanhã. Pedro voltou para casa muito eufórico e notou no rosto de seus familiares as marcas do sofrimento. Não eram tão felizes quanto ele. Procurou integrar-se às atividades da casa. Por ordem de sua mãe subiu no teto para consertar o lugar onde teria uma goteira. Uma enorme tormenta se aproximava. Quando se achava no alto do telhado, as nuvens que se acercavam chamaram-lhe a atenção e ele ficou ali, distraído, com os olhos perdidos no firmamento. 34


Depois de um largo espaço de tempo, as gotas de chuva começaram a golpear-lhe fortemente o rosto e ele despertou do devaneio. Só então se deu conta de que já devia ter feito o reparo, porém era tarde. Estava todo molhado e precisava descer depressa. — Pedro, por que demorou tanto tempo? — perguntou-lhe a mãe. Pedro não sabia o que responder. Em instantes a água começou a inundar a casa, e a mãe, entre gritos e reprovações, deixou seus afazeres e correu para pôr uma panela no lugar da goteira, mas sua cama já estava molhada. — Pedro, que conserto você fez? Agora terei que dormir com seus irmãos e amanhã lavar e secar toda essa roupa molhada. — Pedro se fechou no seu quarto um pouco triste, pois o efeito de sua maravilhosa flor começava se desfazer. 35


Capítulo IV

QUANDO A OBSCURIDADE NÃO DEIXA VER De novo uma tarde de sol, com sua infinita calidez, acompanha os passos de Pedro, com tudo essa luz não iluminava o caminho do bosque. -Olá, Pedro, meu amigo! Conte-me, como tem passado? – perguntou Vilão com falsa jovialidade -Um pouco triste. Não consigo estabelecer um bom relacionamento com minha família, tudo sai errado e não sei o que fazer. — Não se preocupe! Agora, com o perfume

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de minha flor, você sentirá um grande conforto. Pedro não tinha com quem conversar sobre o que lhe estava acontecendo. A alucinação causada pela flor, mais a falta de diálogo no lar e a necessidade de amigos verdadeiros que pudessem ajudá-lo a vencer essas dificuldades deixavam-lhe apenas um caminho: o do Vilão, oportunista que ganhou sua confiança. Os dias foram passando com o Vilão sempre por perto e Pedro tendo sua vida cada vez mais escura. Numa tarde, o rapaz chegou ao lugar de encontro muito impaciente e com uma necessidade muito grande de se sentir bem. Precisava aspirar o aroma da flor misteriosa! -Pedro, você chegou tarde! O que está acontecendo? Não posso esperá-lo eternamente! Vilão já estava mostrando sua outra cara.

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— Desculpe-me, é que estou ficando cada vez mais lento. Vilão tomou distância e com voz agressiva e autoritária começou a gesticular em direção ao desprotegido jovem, numa atitude inesperada e dramática. — Pedro, estou muito aborrecido com você. Nunca

me

pergunta

se

preciso

de

alguma coisa, como me sinto ou qualquer particularidade que se refira a mim, E eu sou sempre tão generoso com você! Pedro, com a consciência pesada, sentiuse egoísta e uma enorme angústia oprimiu-lhe o estômago. Vilão sentou-se na relva e, fingindo tristeza, disse: — Quero que você saiba que estou

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atravessando uma situação econômica difícil, tenho muitíssimos gastos, por isso preciso que me consiga algum dinheiro. Pedro perguntou surpreso: — E onde conseguirei dinheiro se não trabalho, e minha mãe ganha apenas o necessário para sustento dela e de meus irmãos? — Não me importa! — respondeu o Vilão irritado. — Hoje não deixarei você respirar de minha flor, muito menos vê-la. Primeiro terá que conseguir dinheiro. Pedro afastou-se cabisbaixo e voltou para sua casa sentindo-se muito infeliz. A situação parecia-lhe difícil. Uma vez em casa começou a ficar exaltado e um vazio imenso tornou conta de todo o seu corpo. Seu irmão tentou conversar com ele, mas

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a conversa transformou-se em discussão, e os dois acabaram numa briga de socos. A mãe, preocupada com aquela situação, interveio para esclarecer o incidente, porém Pedro não entendeu a interferência materna e acabou saindo de casa. Sentiu

uma

necessidade

enorme

de

estar novamente tranqüilo e feliz, mas nada o contentava. Apenas uma idéia agitava a sua cabeça: respirar a flor desconhecida. Desesperado para conseguir dinheiro, pensou em vender alguns de seus objetos de valor, entre os quais uma medalha da virgem de Guadalupe que seu padrinho lhe dera de presente. Mas o verdadeiro problema seria como negociar porque era menor de idade. Dirigiu-se, então, ao mercado popular para averiguar entre as pessoas quem poderia ser comprador desses

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objetos. Depois de percorrer um trecho e falar com alguns comerciantes, percebeu o quanto seria difícil vendê-los. Ninguém queria comprar os objetos por julgá-los sem valor ou roubados. Uns comerciantes comentaram, depois que Pedro saiu: — Pobre jovem, em que problemas estará envolvido? — Você viu como estava nervoso? — Sim. Está claro que anda metido em alguma coisa errada. Mas um moleque de aparência estranha que observava Pedro atentamente, aproximouse dele perguntando: — Tu tem uma da boa aí, sangue bom? — Uns objetos e essa medalha. — De quem tu descolou?

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— Não pense mal de mim, esses objetos são meus. Só decidi me desfazer deles. O moleque, acostumado a essas situações e a tirar proveito delas, observou os objetos dizendo: -Quanto tu quê no bagulho? — Não é bagulho. São coisas que não uso. — Só interessa a medalha, que é ouro. — É de ouro maciço! — Tu num manja nada. E aí, quanto tu quê no bagulho? — Umas cinqüenta moedas. — Ah! ah! Não vale! Te dou dez. — Não, é muito pouco — responde Pedro tentando se mostrar esperto. — Se me pagar quinze, vendo outros objetos. O moleque, que fazia um ótimo negócio, viu que poderia ganhar mais algum dinheiro.

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— Tá, aceito. Toma lá seus quinze — e com más intenções, fingindo bondade, disse a Pedro: — Se aparecer mais alguma coisa, me dá um toque. Acompanhou Pedro até sua casa e se despediu. Pedro entrou no lar humilde, trocou de roupas rapidamente e correu para bosque ao encontro do Vilão, que o recebeu dizendo: — Como está, Pedro, meu amigo? Conseguiu o dinheiro que lhe pedi? — Sim, quinze moedas. Um grave silêncio e Vilão perguntou: — Nada mais? É muito pouco, não dá para resolver meus problemas. Pedro respondeu, atormentado: — Não pude juntar mais, porém prometolhe que vou conseguir. — Está bem, desculpe ... mas você não

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sabe quantos problemas urgentes que tenho que resolver. Vilão recuperou a cara de bom amigo. — Venha, menino, deixarei que respire da minha flor maravilhosa. — Hoje poderei vê-la? — Não, talvez outro dia, se conseguir mais dinheiro. Pedro aspirou novamente, de olhos fechados, a flor de mentira e, da desagradável sensação, passou ao maravilhoso vôo ao paraíso. — Tenho outras coisas a fazer — argumentou o Vilão saindo apressado.

Pedro, que via cada vez menos, voltou para casa cambaleando, desfrutando a fascinante sensação de prazer que a flor lhe proporcionava. Quando entrou em casa, deparou com

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sua mãe desesperada, em prantos, porque toda a família sofria as conseqüências de um acontecimento terrível. — Mãe, que está acontecendo? — Ah! meu filho, ainda bem que você não estava em casa. Roubaram, levaram minhas economias que eu guardava para alguma necessidade urgente. — Como foi isso? — Arrebentaram a janela, disseram que buscavam umas medalhas de ouro ou alguma outra jóia, mas você sabe que eu só tinha as alianças de casamento que eu tanto amava, a recordação mais querida de seu pai. Agora nunca mais vou recuperá-las. O pranto de sua mãe produzia uma enorme aflição em seus irmãos. Desconsolada colocava um lenço umedecido sobre sua testa

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dolorida enquanto os filhos menores choravam e tremiam, assustados com o acontecido. Pedro imaginava quem havia invadido sua casa, mas a felicidade momentânea que sentia minimizou o ocorrido, então foi para seu quarto e atirou-se na cama para desfrutar a única sensação que fazia feliz. Quando amanheceu, tomou consciência do triste acontecimento do dia anterior, mas nem reagiu, prostrado pela ausência dos efeitos da suposta flor mágica. A mãe, muito aflita, não compreendia a atitude do filho, que se mostrava indiferente como se não tivesse carinho por sua família. Pedro vivia novo momento de angústia, cada minuto demorava para passar, o tempo se arrastava pesado e sua vista cada vez mais anuviada.

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Durante todo o dia esteve pensando nos seus problemas, porém o que mais o atormentava era como conseguir dinheiro. Depois de várias horas, seu corpo começou a doer e diante de seu s olhos passavam, nubladas, as imagens de sua infelicidade. Num ato de desespero, correu à feira onde os comerciantes ganham o seu sustento. Andou por ali, fingindo-se distraído e, de repente, aproveitando-se do descuido de um deles e sem pensar nas conseqüências, rouboulhe o dinheiro e fugiu sem ser alcançado pelos comerciantes que não o esqueceriam jamais. O dinheiro roubado lhe garantiu várias semanas de felicidade à custa da flor. Vilão, satisfeito com o dinheiro que Pedro vinha conseguindo, já pensava na possibilidade de arrumar outro amigo para formar uma

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equipe. E como sempre os maus atos acabam mal, essa não foi uma exceção.

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Capítulo V

SÓ EXISTE A NOITE QUANDO SE VÊ Novamente, uma tarde de um belo sol de Verão, que era cinza aos olhos de Pedro, seria espectadora do horror dessa situação que chegava ao fim. Pedro aspirou a flor outra vez. — Como se sente? — perguntou Vilão. E Pedro, delirando deitado sobre a relva, respondeu com voz muito baixa: — Eu me sinto muito feliz, mas não sei o que está acontecendo com meus olhos. Vilão se aproximou, passou a mão diante dos olhos de Pedro e comprovou que ele não via

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mais nada. — Pedro, vejo que você realmente é um bom jovem. Agora lhe mostrarei a flor. – improvisou alguns movimentos. — E então, que acha? Pedro se esforçou para ver, esfregou os olhos, mas não conseguiu enxergar nada, muito menos a flor. Vilão se afastou de Pedro e, sem se importar com sua terrível situação, disse-lhe: — Ah! ah! Se você não pode ver nem mesmo uma flor, não serve para nada. Vou procurar outros jovens. Pedro

continuava

deitado,

alucinado

enquanto os efeitos amargos do PeDROGAno iam passando. Logo uma sensação de frio invadiu-lhe o carpo e percorreu todos os ossos e, quando

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quis levantar-se, suas pernas não agüentaram. Começou a arrastar-se pela relva, apalpando cada centímetro de espaços porque já estava cego. — Senhor, ajude-me! — implorava Mas o malvado Vilão já tinha partido. Então Pedro se deu conta de que estava só e perdido na escuridão do frondoso bosque.

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Capítulo VI

OUTRA OPORTUNIDADE O sol se foi, mas Pedro não ficou sozinho porque a noite veio fazer-lhe companhia. Enquanto se arrastava, suas roupas se enganchavam nos arbustos e ramos. Era como se as unhas de horrendos zumbis saídos de suas tumbas quisessem rasgar seu corpo. Cada ruído lhe parecia um estrondo. O cantar dos grilos se assemelhavam a horríveis gritos de espanto que se misturavam aos seus gritos. E quando um esquilo ou outro pequeno animal lhe roçava, sentia como se ratazanas ferozes lhe mastigassem o rosto, junto com insetos que lhe entravam, aos milhares, pelas narinas. Cada sensação era para ele um veículo

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mortal, conduzindo-o para o fim. Sua travessia era um inferno e não conseguia reconhecer o caminho de casa. Seu coração batia tão rápido que lhe golpeava a garganta, deixando-o sem ar. Mas um sutil e delicado perfume exalou de uma flor bem próxima e lhe lembrou sua mãe. Era o jasmim do bosque! Pedro acariciou a flor com as mãos e chorou. Depois de um demorado pranto, soube onde se achava e qual seria o caminho a seguir. — Quero ir para minha casa — soluçava, com seu corpo empapado de suor e de lágrimas. Por horas percorreu o difícil caminho até sua casa e quando sentiu que tinha chegado a porta, gritou, e sua família correu para socorrêlo. — Filho de minha vida, que lhe aconteceu?

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Ele apenas chorava, abraçado a sua mãe. — Mãe, perdoe-me! Venho respirando uma substância estranha que um desconhecido me deu, pensando que fosse um perfume que resolveria minha vida, mas, ao contrário, só me causou mal, por minha culpa invadiram e roubaram nossa casa. Eu, também, até roubei! Pedro continuou expressando sua dor. — Ai! mãe, estou tão dolorido! Meu corpo está ferido e não posso ver. Ela, que havia passado a noite acordada esperando por seu filho que não chegava, sentiu alívio porque imaginara o pior. Os irmãos o abraçaram e com beijos e expansões de carinho levaram-no até o quarto para esperar o médico. A mãe segurava um lencinho branco que enrolava nervosamente entre os dedos,

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enquanto dizia ao filho: — Meu querido, não se preocupe. Logo estará bem. Depois de examinar Pedro, o médico disse á família que, com paciência e sacrifício, o rapaz melhoraria. Então, instruiu a mãe sobre o tratamento: — Os próximos meses serão difíceis, principalmente porque a recuperação não é rápida. O corpo perdeu muitas de suas capacidades físicas, o dano causado pela droga no sistema nervoso é grande e é possível que deixe seqüelas. Depois de Pedro receber cânulas e sondas com soro e medicamentos específicos que lhe causavam náuseas desagradáveis, começou a lenta recuperação. Uma tarde, enquanto esperavam pela hora

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de visita, o irmãozinho de Pedro perguntou: — Mãe, quanto tempo ainda falta? — Não seja impaciente, faltam apenas cinco minutos. Nisso, um jovem da idade de Pedro se aproximou. — Olá! é aqui que Pedro está internado? — Sim. Quem é você? — Sou Toninho, um companheiro de classe, e queria vê-lo, confortá-lo, pelo sofrimento que está passando. Entraram no hospital. Pedro, que esperava aflito, cumprimentou a família. A mãe falou-lhe da visita surpresa. — Olá! Toninho, você veio me ver? — Sim, queria saber como você estava. Trouxe um livro para que você leia e o ajude com suas reflexões.

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Pedro se lembrou de que não podia ver e chorou. Toninho se desculpou, pois não sabia que o amigo estava cego. Depois de um breve intervalo, conseguiram acalmá-lo e todos continuaram conversando por longo tempo. Logo a família se retirou, despedindo-se com calorosos beijos e abraços. Toninho, um rapaz comedido, sensato e muito humano em seus sentimentos, continuou em companhia de Pedro. — Sabe, Toninho, nunca pensei que você poderia vir me ver. Sempre falei mal de você. Pensava que por ser calado, conciliador, você era um fraco e medroso. Mas me equivoquei, como em quase todas as coisas. — Não se sinta mal, por isso Pedro. Pense no futuro. Os verdadeiros amigos são aqueles

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que estão presentes nos momentos difíceis. E eu sempre o admirei, você é tão ágil, tão habilidoso com as mãos e desenha muito bem. — Como você sabe? — Jandira me mostrou uns desenhos que você jogou no cesto de lixo há algum tempo quando estavam no acampamento. Ela os recolheu e guardou com seus pertences. Novamente Pedro descobria outra que o queria bem. Quantas mais seriam? Às vezes nossas próprias dúvidas nos impedem de ver a realidade que sempre tem um aspecto positivo. Com o tempo Pedro foi-se recuperando parcialmente e passou do hospital para o centro de reabilitação. Alguns rapazes que padeciam da mesma enfermidade vieram ao seu encontro.

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-Olá, Pedro, viemos dar-lhe as boasvindas. Depois de si conhecerem e identificar cada um pelos seus nomes, os jovens se reuniram numa sala e contaram suas experiências para que pudessem, juntos, analisá-las e refletir sobre elas. Quando chegou a vez de Pedro, ele sentiu muita vergonha, mas não escondeu a verdade sobre sua flor e tudo o que aconteceu com ele. O psicólogo que coordenava o debate recordou-lhes, exortando-os à reflexão, que, sempre, as armadilhas para introduzirem os jovens nas drogas são suas próprias necessidades. De acordo com esse raciocínio, completou: — Jovens, não se julguem ingênuos pelo que lhes aconteceu. Lembrem-se de que para satisfazer seus anseios, conseguir o que desejam

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e resolver os problemas, que sempre são muitos e difíceis, é preciso tempo e esforço. A passagem da infância a idade adulta é tão rápida e tão fugaz que pensam que assim também é o caminho que devem percorrer para atingir suas metas. — As drogas nos dão enfermidades e nos tiram o amor, a felicidade, a energia. Transtornam as nossas vidas e a vida das pessoas que amamos. Quando nos encontramos diante de um grave problema, de uma grande aflição, devemos procurar uma pessoa da família, um amigo, um orientador religioso, um professor. Jamais um estranho com quem não temos nenhum vínculo! — Mas e se não nos damos bem com nossos pais e com as outra pessoas? — Perguntou um dos jovens. — Não nos entendermos com nossos pais

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não significa que não possamos contar a eles os nossos problemas. É preciso fazer das tripas coração e falar sempre com coragem e com franqueza. — Vocês são fortes e boas pessoas. Deve haver alguém em quem confiar e contar o que lhes acontece. — E se nossa aflição é pela morte de um ser querido? — perguntou Pedro, timidamente. — Se amamos muito alguém que partiu, é porque essa pessoa possuía valores, qualidades que admiramos e, se tivemos a sorte de ter uma pessoa assim ao nosso lado, é porque fomos privilegiados. Então temos que apoiar nossa resignação nos exemplos bonitos que ela nos deixou. Sejamos os primeiros a amar. Se todos ficamos esperando que os outros nos amem

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primeiro, para depois retribuirmos, quem amará a quem? Se damos nosso afeto sem restrição, em troca recebemos a mágica ação do amor. Pedro, enquanto estava internado para sua recuperação, conheceu muitos outros jovens com problemas iguais ao seu e, dividindo com eles as diversidade dos acontecimentos passados, aprendeu muito sobre seus próprios limites. Foi um menino de sorte porque sua família e seus amigos o acompanharam com todo seu amor e carinho e ele teve uma enorme forca de vontade para seguir adiante. O tempo passou e graças a sua família, aos médicos e a instituição que o acompanhou, Pedro conseguiu se libertar do terrível mal que transtornou sua vida. E ainda que tenha

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recuperado parcialmente sua vista e enxergue um pouco menos, pode-se dizer que Pedro ganhou!

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TRABALHO Este trabalho pedag贸gico foi realizado pelo gabinete interdisciplinar, dirigido pela PhD. Liliana In茅s Pettinati, que coordena o autor do livro.

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CARTA AO EDUCADOR É de interesse fundamental o tema sobre os males que afligem as crianças e os adolescentes. Começou-se a trabalhar, com alunos de várias escolas, o tópico “A droga e seus efeitos”. Este material é usado para reforçar a tarefa de conscientização. Não se deve esquecer de que a-dictium em latim significa “no direito”, por essa razão se vê ao adolescente drogado alguém que não pode expressar o que sente ou pensa, por bloqueios emocionais, familiares ou sociais. Para realizar um trabalho organizado e metódico, estabeleceram-se alguns itens que devem ser considerado:

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• A droga como um mal na sociedade. Para erradicá-la, devem-se utilizar as ferramentas apropriadas de conformidade com aqueles de quem se está tratando. •

Deve-se

pensar

no

drogado

ou

naquele que pode chegar a consumir tóxicos como alguém integrado na sociedade sem possibilidades de crescer, criar ou viver na realidade por causa de uma enfermidade. Tratase de inculcar em seus semelhantes o conceito de “Não marginalizados“ a fim de não produzir um dano maior e, talvez irreparável • Na vida escolar aparece refletida a sociedade em todos os seus matizes, indicadores específicos e códigos de conduta. • Não se pode esquecer de que no mundo há um movimento (Un trabalho) em prol da paz e em defesa da integridade e dos direitos da

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criança, o qual se converte em um compromisso de responsabilidade para os adultos e as instituições. Além disso, os alunos dependentes de drogas devem ser encaminhados a fundações e estabelecimentos que se dediquem a ajudá-los. É imprescindível o trabalho com organismos de segurança competentes que nos ajudem a conter a dependência. • É uma atividade que compete a todos e desafia cada pessoa a construir um mundo mais sadio e mais justo, para o bem comum. • O melhor caminho para começar a conscientizar os adolescentes e os pais surge de propostas diversas. O livro e sua leitura, os comentários sobre o que foi lido, abrem a mente e permitem um espaço de reflexão importante. • Parte de uma história que alegoricamente induz o leitor a adentrar num mundo de “claro escuro” a fim de classificar em conjunto 67


adolescentes, educadores e pais. • A opinião dos alunos sobre o livro permite que os professores possam responder de forma simples e pråtica a uma demanda grave da sociedade atual.

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PROPOSTA DE TRABALHO Questões alegóricas de cada capítulo de “PeDORGAno” ▫▫ Explicar o conceito de alegoria e por que se emprega nesse caso. ▫▫ Orientar os alunos para que elaborem uma síntese do que leram. ▫▫ Explicar a diferença entre resumo e síntese. 1) O que significa o bosque? 2) Que representa a flor? ▫▫ Qual é seu referente na realidade? Explique o termo “referente”.

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▫▫ 3) Por que Pedro não pede ajuda? ▫▫ 4) Quando se tentou mudar a situação de Pedro? E quem o fez? ▫▫ 5) Qual a moral da obra?

Questões para incorporar referentes intelectuais preventivos ▫▫ 1) Que entendemos por droga em relação a medicamentos? A. Qual é o papel do médico na sociedade? B. Por

que

se

estabelece

que

os

medicamentos só podem ser prescritos por um médico? ▫▫ 2) Existe uma flor ou alguma coisa mágica que nos resolva os problemas?

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A. Por que você pensa que Pedro escolheu esta realidade? B. Você conhece alguém como Pedro? ▫▫ 3) Existem pessoas como o Vilão deste livro? (Justifique a resposta) A. O que você deveria fazer se conhecesse alguém como Pedro? B. O que você deveria fazer se seu amigo lhe dissesse que conhece alguém assim? ▫▫ 4) O que é dependência? A. E fácil tornar-se dependente? Por que? B. E difícil sair de uma dependência? ▫▫ 5) O, uso de drogas afeta a saúde? A. Quais são as doenças resultantes do uso de drogas que você conhece? B. Você conhece alguém que sofre desse mal?

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▫▫ 6) O que você deveria fazer se isso estivesse lhe acontecendo? A. Que

deveria

fazer

se

estivesse

acontecendo a um amigo? B. Com quem você falaria sobre seu amigo? C. As

drogas

dão-lhe

momentos

de

felicidade, alegria, euforia e fortaleza. Em troca de que? Escreva uma redação expressando a resposta. ▫▫ 7) Você gostou do livro? Por quê?

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SUGESTÕES PEDAGÓGICAS Metodologia do Trabalho - Técnicas a Implementar O assunto do livro se relaciona com disciplinas que abordam os temas da ética, da

moral

e

do

cidadão,

delineando

as

transversalidade que abrangem a instituição em sua totalidade. Para atingir es se objetivo, parte-se da “teoria da construção” integrando dessa maneira todos os setores escolares. É sabido que os programas extensos se “cumprem” por exigências Ministeriais. Não obstante, o professor pode eleger eticamente o 73


seguinte: Institucionalizar um tempo especĂ­fico com regularidade, para trabalhar o livro durante o ano todo.

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PROPOSTAS DE TRABALHO COMUNITÁRIAS Estabelecer o caráter participativo na família, instituições, etc. Para trabalhar acerca desse tema de maneira concreta e sistemática. Esse ato abrangente garante didaticamente que o projeto seja eficaz. Propostas de trabalho para os alunos: ▫▫ Dramatização para traçar e resolver conflitos humanos. ▫▫ Teatro com marionetes. Os alunos maiores podem confeccioná-los para os menores.

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▫▫ Conversações imaginárias com o personagem protagonista e/ou os demais personagens do livro. ▫▫ Elaboração de cartazes para prevenir as drogas e favorecer a saúde. ▫▫ Tarefas

interdisciplinares:

literatura, etc.

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teatro,

música,


SUGESTÕES FINAIS O livro é uma ferramenta útil para erradicar a droga, uma vez que permite conscientizar o aluno, mediante processos emocionais, acerca de um mal que o assedia constantemente. Educar as emoções através de sentimentos sadios tanto do ponto de vista pessoal como social. Recordar que se entra na droga por prazer, mas que este é efêmero e depois traz dor, e marginalidade. Insistir neste aspecto. Formular perguntas alegóricas sobre cada capítulo para que os alunos respondam. Dessa maneira privilegia-se o tema da droga para universalizá-lo. Esta situação proporciona ao

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aluno não apenas esclarecimento mental como também psíquico. Dessa forma, pensamento e sentimento vão ocupando o lugar das neuroses que provocam os males dos tempos atuais.

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CURRICULUM VITAE Liliana Inés Pettinati. PHD, Ar (1951) é pedagoga de Língua-Ética na faculdade Del Salvador (Ar) Trabalha com adolescentes envolvidos com

drogas

em

equipe

interdisciplinar.

Também com alunos de instituições do governo dependentes de menoridade e a família. Colaborou como diretora de conflitos humanos em projetos Ministeriais.

Jorge Parada, Ar.Es (1959) Médico Fisioterapeuta,

formado

em

psicologia

e

pedagogia. Escritor e Artista Plástico. Autor de livros de Literatura, aplicada aos Processos

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Emocionais para a formação da personalidade utilizados na educação. Seu livro “ O anjinho que tinha uma asa só” deu-lhe o reconhecimento internacional. www.jorgeparada.org E-mail: autor@jorgeparada.com

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Incorporar na educação infanto-juvenil o tema da droga dependência é a função desde livro, PEdrogaNO que tem como característica fundamental; usar a sensibilidade e a emoção como instrumento reflexivo, marcando um ponto de atenção sobre as experiência que transcorre. Ela nos conta a estória de um menino muito imaginativo e sensível que ampara seus problemas respirando o mágico perfume da flor do PEdrogaNO. Seu autor Jorge Parada criador do “Anjinho que tinha uma asa só” sustenta que a capacidade formadora que possue as experiências emotivas, são as ferramentas mais eficientes que possue na educação. Porque incorpora no leitor uma virtuosa forma de conscientizar temas profundos.

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