Edição 130

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P.16 / ESPECIAL Os 70 anos do SINEPE/RS e da educação

UMA PUBLICAÇÃO DO SINEPE/RS Nº 130 /// ANO XXII /// NOVEMBRO-DEZEMBRO 2018

O FUTURO DA EDUCAÇÃO COM A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

P.32 / GESTÃO Como evitar a evasão no ensino a distância



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EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


4 /// COMEÇO DE CONVERSA

O que podemos aprender com a IA CARINE FERNANDES Editora da Educação em Revista Desde o começo do século XXI, a educação vem sendo impactada pelas mudanças na sociedade, especialmente em decorrência das novas tecnologias. De tablets, lousas interativas e games, uma nova onda está entrando na educação: a Inteligência Artificial. Muito além de robôs que interagem como humanos, essa área da computação pode oferecer sistemas inteligentes de aprendizagem, que auxiliam o professor a acompanhar a evolução do aluno e oferecer um ensino personalizado. E não estamos falando de um futuro distante, já há instituições no Rio Grande do Sul utilizando

relembramos os principais fatos relacionados à educação nas últimas sete décadas. Do caderno de caligrafia aos tablets, muita coisa mudou, e o Sindicato acompanha essa evolução apoiando seus associados. E falando em evolução no ensino, dedicamos algumas páginas desta revista para homenagear quem está fazendo a diferença na educação, os vencedores dos Prêmios SINEPE/RS 2018. Confira os principais momentos dessa grande festa. Na Educação Superior, o destaque é a evasão nos cursos de educação a distância; 53% dos alunos abandonaram essa modalidade de 2010 a 2015. Especialistas ouvidos pela reportagem analisam o problema, apontam os erros mais comuns das instituições e trazem dicas sobre como reter esses estudantes. Na seção ‘Diversidade’, mostramos o crescimento no atendimento de alunos com deficiência nas escolas particulares e como elas se prepararam para esse aumento na demanda. Ótima leitura!

esse recurso. O tema ganha destaque nesta edição, na qual apresentamos cenários, exemplos práticos de como trabalhar a Inteligência Artificial e como essa nova área já está impactando não só a educação, mas o mercado de trabalho. Na seção ‘Com a Palavra’, o especialista em tecnologia Luciano Meira analisa essa nova realidade e defende que a missão da escola é criar cenários inovadores de aprendizagem. Esta edição também traz uma volta ao passado, em 1948, quando foi criado o SINEPE/RS. Para comemorar a história da entidade, que completou 70 anos dia 3 de dezembro,

/// EXPEDIENTE EDIÇÃO: Carine Fernandes. Produção: Carine Fernandes (MTB 15449) e Patrícia Gastmann (MTB 15336). Reportagens: Carine Fernandes, Vívian Gamba (MTB 9383) e Padrinho Conteúdo. Infográficos: Hermes Moura. Capa: Istock Photo. Diagramação: Prya Estúdio de Comunicação. Revisão: Rosane Vargas e Milton Gehrke. Conselho Editorial: Osvino Toillier, Hilário Bassotto, Flávio D’Almeida Reis, Mônica Timm de Carvalho, Naime Pigatto, Raquel Boechat, Ruy Carlos Ostermann, Ângela Ravazzolo, Rosângela Florczak e Gustavo Borba. Antenas: Adriana Gandin, Alfredo Fedrizzi, Caio Dibi, Crismeri Corrêa, Fernando Becker, José Moran, Laura Dalla Zen, Márcia Beck Terres, Mauro Mitio Yuki e Rodrigo Capelato. DIRETORIA: Presidente em exercício: Osvino Toillier, 2º Vice-Presidente: Oswaldo Dalpiaz, 1º Secretário: Marícia da Silva Ferri, 2º Secretário: Iron Augusto Müller, 1º Tesoureiro: Hilário Bassotto, 2º Tesoureiro: João Olide Costenaro. Suplentes: Maria Helena Rodrigues Lobato, Ruben Werner Goldmeyer, Joacir Della Giustina, Laura Coradini Frantz, Nestor Raschen, Jacinta Maria Rothe, Carlos Roberto Milioli. CONSELHO FISCAL: Titulares: Ademar Joenck, Inacir Pederiva, Cátia Teresinha Lange. Suplentes: Isaura Paviani, Maria Angelina Enzweiler, Guilherme Kühne. ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO E MARKETING: Coordenador: Prof. Osvino Toillier. Assessora de Comunicação e Marketing: Luciana Moriguchi Jeckel Lampugnani. Assessora de Imprensa: Carine Fernandes. Assistente de Comunicação: Tamara Stucky. Criação: Hermes Moura. Comercial: Bruno Pinheiro. FALE CONOSCO – Redação: Cartas, comentários, sugestões, matérias – educacaoemrevista@sinepe-rs.org.br. Comercial: Anúncios e assinaturas – comercial@sinepe-rs.org.br. Informações: Telefone (51) 3213.9090 e www.educacaoemrevista.com.br. ISSN: 1806-7123 A Educação em Revista não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressam o pensamento dos respectivos autores.


SUMÁRIO /// 5

06 CAPA Os impactos da inteligência artificial na educação

10 COM A PALAVRA Luciano Meira: cenários inovadores de aprendizagem

16 ESPECIAL 70 ANOS A educação e o SINEPE/RS em sete décadas

22

32

38

ESPECIAL PRÊMIOS

GESTÃO

DIVERSIDADE

Confira os principais momentos da entrega dos Prêmios SINEPE/RS

Como enfrentar a evasão na educação a distância

Rede privada amplia atendimento a alunos com deficiência EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


6 /// CAPA

OS IMPACTOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO POR VÍVIAN GAMBA


7

M

uitos cenários futuristas de inteligência artificial dos

autonomia do sujeito, do aluno. Quando tenho ferramentas

filmes, fictícios num passado não muito distante,

educacionais capazes de perceber esse aluno e de se adequar

agora fazem parte da nossa realidade. E vão além

às dificuldades dele, ele passa a ter mais autonomia.”

dos robôs que respondem pela alta produtividade na indústria. Chegaram ao setor de serviços. Especialistas acadêmicos e

Tutoria

de tecnologia que participam do estudo ‘One Hundred Year

Com um sistema inteligente, o aluno não precisa mais de

Study on Artificial Intelligence’, da Universidade de Stanford,

um tutor que o acompanhe de perto. Ele tem suporte para,

nos Estados Unidos, defendem que a inteligência artificial

sozinho, desenvolver suas habilidades. “O que a gente sabe

mudará a forma como lidamos com a saúde, com a segurança,

atualmente sobre as estratégias de ensino e aprendizagem é

com o transporte, com a educação. O primeiro relatório desse

que uma das mais eficazes é ter um professor particular, um

estudo – ‘Artificial Intelligence and Life in 2030’ –, lançado

professor para cada aluno. O que os ambientes de aprendizagem

em setembro de 2016, mostra a previsão dos avanços da

inteligentes podem fazer é simular esse sistema individualizado”,

inteligência artificial e o seu impacto na sociedade.

explica a PhD em ciência da computação e pesquisadora em

É difícil prever como será a vida em 2030, de fato, mas

inteligência artificial aplicada à educação Patrícia A. Jaques

muito fácil perceber as mudanças que já estão acontecendo.

Maillard. O objetivo, ela deixa claro, não é substituir o professor,

A diferença na interação das pessoas com a tecnologia é um

mas oferecer uma assistência individualizada ao estudante no

exemplo. Muitas se acostumaram a tocar e conversar com

momento em que o professor não está junto.

seus smartphones. Os aplicativos de carros particulares

Um dos exemplos é o sistema tutor desenvolvido na

que praticam o preço dinâmico é outro exemplo. A robô

Unisinos chamado ‘Patmath’, que assiste os alunos na

Sophia, criada por David Hanson e ativada em 2015, tem até

resolução de equações algébricas de primeiro grau. No

cidadania (saudita) e passou por vários aperfeiçoamentos:

laboratório ou em casa, em vez de papel e caneta, eles fazem os

ganhou pernas no lugar de rodas e consegue caminhar, é

exercícios diretamente no computador (ou tablet), orientados

capaz de reproduzir até 62 expressões faciais, contar piadas e

pelo tutor. “O aluno resolve os problemas passo a passo, e a

interagir com seus interlocutores.

correção não ocorre só no final. Enquanto o aluno está fazendo,

Algumas das técnicas de inteligência artificial estão tão incutidas nas nossas atividades do dia a dia que nem percebemos. Como quando entramos no Youtube e são

o tutor diz ‘esse passo está certo, esse passo está errado’ e orienta-o como corrigir e prosseguir”, descreve Patrícia. Ao mesmo tempo em que o sistema ajuda, ele recolhe

recomendados vídeos relacionados àqueles a que estamos

informações sobre esse aluno para dar a ele uma assistência

assistindo. Como é possível identificá-los? “É um processo

mais individualizada e específica, considerando seus acertos e

de análise de dados, de extração de informações desse

erros. Isso significa selecionar problemas mais adequados para

conjunto de dados – que podem ser daquele que está

ele resolver. O GeekieGames, ferramenta voltada a estudantes

acessando o site, de outros usuários, sobre conteúdos dos

que estudam para o Enem, tem a mesma lógica, de tentar

vídeos ou os rótulos usados para descrevê-los. A partir

identificar o perfil do aluno e oferecer exercícios adaptados

desse grande conjunto de informações, o Youtube consegue

ao seu nível de resolução. “Com isso ele vai, pouco a pouco, se

fazer recomendações de vídeos do nosso interesse. Isso

aproximando do nível de excelência (esse processo é contínuo),

está associado a personalizar o percurso”, exemplifica o

até que ele alcance o nível que se espera do aluno que vai tirar

professor da Faculdade de Educação da UFRGS e do PPG

uma boa nota”, afirma Reategui.

em Informática na Educação da UFRGS Eliseo Reategui. Na educação, as expectativas em relação à inteligência artificial são positivas. Principalmente no que diz respeito à possibilidade de um ensino personalizado, acredita o professor. “A individualização da aprendizagem é um caminho muito forte. Falamos muito, na educação, sobre a

“Cada indivíduo tem necessidades e percursos de aprendizagem diferentes. Atender a essa demanda é algo muito potente”, Eliseo Reategui EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


8 /// CAPA

Via de mão dupla Então, além do benefício para os alunos, de terem suas dificuldades percebidas e atendidas, a ferramenta ajuda o professor a compreender quais as dificuldades de cada um dos estudantes e adotar estratégias que podem ser aplicadas de forma mais individual. “Cada indivíduo é diferente, tem necessidades e tem percursos de aprendizagem diferentes. Atender a essa demanda é algo muito potente, e são os estudos de inteligência artificial que nos aproximam disso”, afirma o professor da Ufrgs. Segundo Patrícia, as tarefas do sistema tutor estão organizadas num plano de tarefas que auxilia o professor no acompanhamento do aluno. “Ele pode ver o tempo de resolução do aluno, seu progresso e também as falsas concepções que podem acontecer em determinada turma.” As falsas concepções podem estar ligadas ao processo de assimilação do conhecimento ou à forma de ensinar. Outro ponto importante destacado por Reategui é a

Desafios para a educação com a IA: • Há um grande potencial para a IA mudar a educação para todos. • É preciso desenvolver indicadores confiáveis e válidos para acompanhar o progresso do aluno. • Esses indicadores precisarão incluir características difíceis de medir, como criatividade e curiosidade. • É necessário compreender melhor as mais eficazes abordagens de ensino que permitem que essas habilidades sejam desenvolvidas. • Os diversos dispositivos de captura de dados permitirão que os sistemas de IA voltados para a educação forneçam novas evidências. • Em breve, esses recursos poderão fornecer informações sobre os sucessos, desafios e necessidades dos alunos em tempo real.

capacidade de aprendizagem de máquina, de agregar dados e trazer informações novas, o que possibilita antecipar

Fonte: Intelligence Unleashed – An argument for AI in Education, Pearson

determinadas situações. “A partir de dados de turmas anteriores, de alunos anteriores, eu consigo identificar perfis, situaçõesproblema que ocorreram no passado. Então, muitas vezes, antes de um problema acontecer (novamente), tenho como identificar uma situação (inicial) semelhante e contorná-lo.”

Potencial e emoções Uma ferramenta dedicada a mapear e compreender

Com a observação do progresso dos alunos, aula a

os passos do aluno dentro de um ambiente educacional e

aula, as ferramentas de inteligência artificial também são

adequar estratégias possibilita, ainda, fazer com que ele

ótimas aliadas da avaliação. Diferentemente da avaliação

atinja seu potencial máximo de aprendizagem. Um dos

pontual, que pode coincidir com um dia em que o estudante

caminhos para isso é oferecer conteúdos que se aproximam

está enfrentando alguma dificuldade alheia ao processo

do interesse do aluno, relacionados com a matéria que está

de aprendizagem (um mal-estar, a morte de um bichinho

sendo trabalhada. “Se o aluno está estudando matemática

de estimação, etc.), o acompanhamento contínuo do

e eu consigo identificar seu interesse por aviação, trazer

desenvolvimento é mais fiel à avaliação do seu conhecimento,

exemplos de aviação para ele vai ser melhor do que exemplos

alega Patrícia. Com isso, o professor também ganha tempo.

de futebol. Essa adequação com certeza facilita o processo de

“No lugar de fazer uma tarefa árdua e mecânica, o professor

aprendizagem”, assegura o professor.

deve fazer tarefas criativas. Pensar em algo mais voltado à

Outro caminho é acompanhar o ritmo do aluno e

resolução de problemas do dia a dia, à realidade do aluno”,

desafiá-lo no seu limite, nem aquém nem além da sua

defende a professora.

capacidade de resolução. Isso está ligado ao engajamento e às emoções, ou à computação afetiva, também área

Inteligência artificial é uma poderosa ferramenta para abrir a chamada “caixapreta da aprendizagem”

de estudo da professora Patrícia. “Quando uma tarefa é desafiadora demais e o aluno não tem conhecimento prévio ou habilidades para resolvê-la, ele fica frustrado, pode ter aversão àquele conteúdo, dependendo das crenças e


9 da forma como ele vê a aprendizagem (associando o erro

mais refinados de como a aprendizagem realmente acontece

ao fracasso, à incapacidade, a não ter habilidade para

(seja pelo contexto socioeconômico e físico do aluno, seja

aquilo). Por outro lado, se a questão é fácil demais, ele

pela tecnologia)”, destaca o documento.

fica entediado, não se sente desafiado. O bacana é sempre

Indiscutível que esse é um caminho sem volta. O

desafiar o aluno no nível de conhecimento dele, o que fazem

professor Reategui acredita que, no Brasil, o número

esses sistemas tutores”, afirma Patrícia.

de produtos dotados de técnica de inteligência artificial ainda é pequeno para que essa necessidade das

Tendências

instituições de ensino (em adquiri-los e utilizá-los)

O relatório ‘Intelligence Unleashed – An argument for

pareça imediata. “Mais importante é que professores e

AI in Education’, do grupo britânico Pearson, de consultoria

gestores fiquem atentos ao que está sendo desenvolvido

em educação, fala que a aplicação da inteligência artificial

para que, no futuro próximo, possam compreender como

na educação tem sido objeto de pesquisa acadêmica

essas ferramentas podem se integrar nos seus processos

há mais de 30 anos, com o objetivo científico de fazer

educacionais, já estabelecidos.”

computacionalmente formas precisas e explícitas de educação, psicologia e conhecimento que muitas vezes são deixados implícitos. “Além de ser o motor por trás de muita tecnologia inteligente, é uma poderosa ferramenta para abrir o que às vezes é chamado de ‘caixa-preta da aprendizagem’, nos dando entendimentos mais profundos e

CONTEÚDO ONLINE DISPONÍVEL Conheça o estudo ‘One Hundred Year Study on Artificial Intelligence’, da Universidade de Stanford. Confira o relatório ‘Intelligence Unleashed – An argument for AI in Education’, da Pearson. Acesse o Patmath.

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EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


10 /// COM A PALAVRA

“A missão da escola é criar cenários inovadores de aprendizagem” POR CARINE FERNANDES

A

inteligência artificial e as novas tecnologias já estão trazendo novas configurações para a sociedade

e essas mudanças devem se intensificar nos

próximos anos. Como a escola deve se apropriar desses recursos para estar em sintonia com essa nova realidade? Para o pedagogo, professor de Psicologia da Universidade

da missão da educação, que é a transformação do sujeito e a

Federal de Pernambuco (UFPE) e sócio-fundador da Joy

ênfase em práticas criativas para a transformação do mundo.

Street, Luciano Meira, esse novo aparato tecnológico deve servir, única e exclusivamente, para auxiliar as instituições

A inteligência artificial e as novas tecnologias que estão por

de ensino a criarem cenários inovadores de aprendizagem.

vir trazem dúvidas sobre como será o mundo do trabalho

Mas ele faz um alerta: as tecnologias não são centrais, o

daqui a algumas décadas. Qual deve ser o foco de formação

principal é pensar em uma arquitetura pedagógica de

das escolas pensando neste futuro em que as profissões

inovação. Nesta entrevista concedida à Educação em

tradicionais podem não existir mais?

Revista, o especialista dá exemplos de como a tecnologia

Historicamente, a escola está sempre algumas décadas

pode estar a serviço da aprendizagem e explica o conceito “pedagogia de bits”. Confira.

atrasada em relação às ondas de inovação. Isso pode ser visto desde a Revolução Industrial; os primeiros engenhos a vapor só começaram a ser ensinados nas universidades depois que

Educação em Revista – Como a escola pode se apropriar da

já eram utilizados no mercado. De certa forma, é esperado,

inteligência artificial para melhorar o ensino?

porque a escola precisa de tempo para organizar os currículos,

Luciano Meira – Pode se apropriar como se apropria de todas

existe todo um conjunto de dinâmicas e agentes que precisam

as outras tecnologias e abordagens no mundo das Ciências

ser formados. Mas as escolas, tanto do ensino básico quanto

da Computação: para a criação de cenários inovadores de

superior, deveriam dar mais ênfase em competências para o

aprendizagem, essa é a missão da escola. Não faz sentido usar

mundo do trabalho que raramente serão modificadas de forma

a inteligência artificial com propósitos que não sejam para isso.

radical. Um exemplo é o design mindset, ou seja, desenvolver

Ela pode ser usada para melhorar os métodos de avaliação, as

nas pessoas uma visão de construção de futuros; é uma

trilhas de aprendizagem baseadas em questões personalizadas,

abordagem próxima do design thinking; outro é o trabalho com

para reconhecer diferentes perfis de aprendizagens entre os

o raciocínio abdutivo, baseado em referências criativas, que

alunos, para promover a individualização do ensino, para gerar

independem apenas de indução e dedução. Poucas escolas

e analisar dados massivos de uso de uma plataforma... Enfim,

estão fazendo isso porque envolve projetos voltados à resolução

tem muitas possibilidades, mas todas deveriam estar a serviço

de problemas. Outras competências, como trabalho colaborativo,


11 são algo de que sempre vamos precisar, independentemente da

que pode despertar engajamento muito mais acentuado,

onda que tivermos no mercado. A capacidade argumentativa

não só dos adolescentes, mas também dos universitários e

também. A escola forma pouco para a habilidade de

adultos nas corporações. É uma linguagem quase universal

convencimento, de construir argumentos e contra-argumentos.

da ludicidade que podemos utilizar para desenvolver competências socioemocionais e cognitivas complexas para

Na sua visão, por que as escolas têm dificuldades em inovar e

a aprendizagem do conteúdo. Por outro lado, as tecnologias

mudar suas estruturas de ensino?

não são centrais, o principal é pensarmos uma arquitetura

Vou contestar de frente a ideia de que faz parte de uma

pedagógica de inovação, que envolve um conjunto de fatores.

resistência do professor. Não acho que o professor seja

A inovação não é a tecnologia “per se”, mas um conjunto

resistente à mudança, inclusive muitos projetos inovadores que

de práticas e abordagens dos sistemas educacionais. Só

já acontecem no Brasil são possíveis porque os professores

devemos incluir a tecnologia digital quando soubermos o que,

se mobilizaram. Mas as escolas são sistemas complexos

pedagogicamente, vamos fazer com ela.

porque são historicamente constituídas para a manutenção do conhecimento, precisam manter certo equilíbrio e

O senhor criou o termo “pedagogia de bits”. O que significa e

transformar-se lentamente para que o conhecimento produzido

como se aplica essa nova pedagogia?

ganhe estabilidade. Precisamos ser velozes o suficiente para

É uma referência à ideia da criação de um conjunto de práticas

acompanhar a transformação digital na sociedade, mas

pedagógicas que faz uso de tecnologias digitais, mas não

encontramos sistemas complexos de relações entre diferentes

são direcionadas por elas. Precisamos de uma arquitetura de

agentes, não só os professores, mas a gestão, as famílias, os

inovação pedagógica mais ampla do que as limitações impostas

próprios alunos que, muitas vezes não estão familiarizados com

pela tecnologia da vez. Precisamos de métodos baseados em

certas práticas e são reagentes, o governo...

metodologias e práticas ativas em sala de aula, como a blended

Precisamos de instrumentos para organizar a mudança, não

learning, ensino personalizado, desenvolvimento de projetos.

pode ser qualquer mudança em qualquer direção. Temos agora

Tudo isso pode ser realizado sem tecnologia digital, mas as

mais uma mudança no Brasil, que é a Base Nacional Comum

tecnologias digitais são muito mais poderosas do que outras

Curricular (BNCC), ela pode ajudar a organizar essa mudança e

tecnologias. A “pedagogia bits” foi criada para pensar como

dar mais velocidade às transformações na escola.

organizamos as tecnologias digitais a partir de uma perspectiva pedagógica para transformação digital na escola.

A nova BNCC traz ênfase ao trabalho das habilidades socioemocionais, mas ainda há dúvidas em como transpor as ideias do papel para dentro da sala de aula, no “como fazer”. Em que medida as novas tecnologias, como os games, podem contribuir para esse trabalho? As tecnologias digitais são muito singulares no que se refere às transformações que podemos realizar com elas. Nenhuma outra é capaz de criar mundos simulados fantásticos de alta intensidade de feedback e, em particular, com a capacidade de registrar e analisar os dados de uso. Dentro dessa categoria, os games fazem tudo isso e falam a linguagem contemporânea

“Só devemos incluir a tecnologia digital quando soubermos o que, pedagogicamente, vamos fazer com ela” EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


12 /// ENTRE ASPAS

Lições humanas para a Inteligência Artificial

S

para cada vez mais vestir a tecnologia, interagindo com a internet via comandos de voz, tato e visão. As mudanças devem transformar radicalmente a forma como se consome informação, a começar pela postura corporal. “Não estaremos mais todos olhando para baixo como agora”, comparou, lembrando que na China já é possível sorrir para pagar suas compras, pelo sistema de reconhecimento facial. Outra tendência discutida no evento foi o uso de robôs na medicina, o que promete abrir caminho para editar o nosso DNA e

e você acha que o futuro da tecnologia está nos smartphones, está na hora de atualizar os seus conceitos. O que está por vir nos próximos anos

prolongar a vida humana. O tema suscita uma série de questões éticas, a começar por quem poderá pagar por esses recursos e em que medida

promete revolucionar a vida como conhecemos, trazendo para

essa revolução tecnológica aumentará as desigualdades

o dia a dia tudo aquilo que a gente via nos enredos de ficção

planetárias. A se confirmarem todas as previsões, qual

científica: dos carros voadores cruzando nossas cidades a

seria o impacto de uma sociedade dominada por robôs?

microrrobôs capazes de regenerar órgãos e curar o câncer.

O debate está apenas começando, mas o recado é que

Uma amostra do que está sendo desenvolvido pelas

tudo dependerá do uso que nós, humanos, fizermos da

principais empresas de tecnologia do mundo foi apresentada

tecnologia. Como observou Kurzweil, a Inteligência Artificial

em março deste ano no SXSW*, um dos maiores festivais de

está aprendendo com os humanos. “Alguns humanos têm

inovação do mundo, nos Estados Unidos. Uma das atrações

preconceitos, as máquinas reproduzem isso. Mas com as

do evento, o diretor de engenharia do Google, Ray Kurzweil,

máquinas podemos corrigir”, comparou.

comparou a revolução tecnológica esperada para as próximas

Se a Inteligência Artificial promete uma revolução, ainda

décadas ao salto evolutivo no córtex cerebral que levaria à

cabe à inteligência humana delinear a sua direção. Aprender

diferenciação entre os primatas e o ser humano, há mais de

a pensar continua sendo chave, e o papel da educação ainda

dois milhões de anos. Segundo ele, num futuro breve todos

mais decisivo na construção do que virá pela frente.

seremos híbridos, contando com a inteligência biológica e

*Letícia fez a cobertura do SXSW para o site Coletiva.net

artificial em nossos corpos. Kurzweil prevê que, até 2029, a inteligência artificial passará o Teste de Turing, que testa a capacidade de uma máquina exibir comportamento inteligente equivalente ao do ser humano. E, em 2045, o mundo atingiria a Singularity, o ponto em que a Inteligência Artificial ultrapassaria a humana. “Há dois milhões de anos, a expansão do córtex foi decisiva para desenvolver nossa espécie e nossa cultura. Antes, nenhuma cultura tinha inventado a música, por exemplo. E até 2030 vamos criar um córtex na nuvem virtual e inventar novos jeitos de nos comunicarmos com os outros, que ainda nem imaginamos. Tente explicar a música para um primata, ele não irá compreender”, comparou. Em outro painel, a fundadora do Future Today Institute, Amy Webb, afirmou que 2018 marca o início do fim da era dos smartphones. Ela estimou que, em uma década, começaremos a superar a era dos computadores e celulares

LETÍCIA DUARTE Jornalista, mestre em Sociologia pela UFRGS e mestranda em Política e Global Affairs na Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia, em Nova York.


INSPIRE-SE /// 13

Colégio Anchieta estimula pensamento computacional

A

programação é considerada uma das habilidades

os assuntos estudados em sala de aula e trabalhando colaborativamente para a criação de um game. Para compreender o que é um jogo digital e quais as habilidades necessárias para construí-lo, a escola conta com a parceria do Curso de Jogos Digitais da Unisinos. Professores e estudantes universitários realizam workshops para os alunos do Anchieta e disponibilizam visitas ao Atomic Rocket, laboratório de desenvolvimento de Jogos Digitais da universidade. No espaço, os alunos testam jogos e podem familiarizar-se com os tipos de recursos existentes. Um dos desafios dos alunos do 4º Ano é criar um jogo sobre as Missões Jesuíticas, utilizando o Scratch para programar, ferramenta desenvolvida pelo MIT (Massachussets

fundamentais para o século XXI e caminho importante

Institute of Technology) e concebida especialmente para

para tornar as pessoas fluentes em novas tecnologias.

jovens entre 8 e 16 anos, usada em mais de 150 países e

O pensamento computacional, definido como pensamento

disponível em mais de 40 idiomas.

analítico, compartilha, com a Matemática, a resolução de problemas; com a Engenharia, a modelagem e o projeto; e com

Pensamento computacional no currículo do 9º Ano

a Ciência, a compreensão sobre computabilidade, inteligência,

A inserção da disciplina Introdução ao Pensamento

mente e comportamento humano. Considerando a importância desses conhecimentos, o

Computacional no currículo do 9º Ano do Ensino Fundamental amplia o desenvolvimento de competências e habilidades, como

Colégio Anchieta, de Porto Alegre, oferece aos alunos a partir

o raciocínio lógico, a criatividade, a autonomia e a resolução

do 4º Ano do Ensino Fundamental um espaço no currículo

de problemas. Segundo a professora coordenadora do projeto,

para que desempenhem funções como roteiristas, artistas,

Joelene Lima, o aprendizado sobre programação possibilita que

designers e programadores e os desafia a programarem

o aluno possa ir além das soluções existentes. “Quando o aluno

seus próprios jogos digitais. As atividades fazem parte do

passa a trabalhar com a linguagem de códigos, entendendo

componente curricular Tecnologia e Arte Digital, oferecido

a engrenagem por trás das aplicações do nosso cotidiano, ele

uma vez por semana desde 2016. Nas aulas, os estudantes

se reveste de uma criticidade muito maior, pois aprende como

aprendem a pensar de forma criativa, refletindo sobre

aquilo funciona, propondo melhorias ou inovações”, defende.

EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


14 /// PONTOS DE VISTA

Inteligência Artificial e o Como foi apresentado nas reportagens anteriores desta edição, é fato que a Inteligência Artificial já está presente no dia a dia das pessoas. Mas como essa área já impacta o mercado de trabalho e vai influenciar no futuro das profissões? Convidamos especialistas no assunto para discutir sobre essas mudanças, analisando os impactos na educação, especialmente na Educação Superior. Confira:

O

s avanços da Inteligência Artificial possibilitam a sua

tecnológico e também em consonância com mudanças

aplicação em atividades relevantes e a obtenção de

sociais em andamento. Observa-se, atualmente, em

melhorias quando comparadas com as alternativas

diversos países, a criação de políticas de apoio e suporte

existentes. Existem exemplos em áreas específicas, tais

financeiro ao desenvolvimento da área, com a criação de

como o controle de equipamentos em ambientes complexos,

novas instituições para essa finalidade em alguns casos.

o suporte ao diagnóstico médico, a análise de conjuntos

Ao mesmo tempo em que alguns setores estão sendo

volumosos de dados e a otimização de decisões. As

reformulados pelo seu impacto, a Inteligência Artificial

possibilidades da Inteligência Artificial se tornam mais

fomenta o surgimento de novas necessidades em profissões

evidentes em atividades do cotidiano de um maior número

atuais e também o surgimento de novas profissões. Os

de pessoas, tais como sistemas de recomendação de

aspectos éticos envolvendo as novas aplicações de

filmes, apoio à tradução de textos, busca de informações ou

Inteligência Artificial vêm sendo tratados por diversas áreas

indicação de rotas para deslocamento.

nas Ciências Humanas. As necessidades de profissionais na

O uso dessas técnicas vem sendo estimulado por avanços

área de tecnologia e Inteligência Artificial vêm fomentando

em áreas como a Indústria 4.0, com um maior potencial de

também movimentos ligados à educação, como o

processamento e comunicação de dados, associado com

Pensamento Computacional, por exemplo.

a capacidade de interação com o mundo real por meio de sensores e atuadores, que se somam ao atual contexto de geração e compartilhamento de informações em escala global e com volumes sem precedentes. Nessa perspectiva, a Inteligência Artificial pode ser vista como uma necessidade para apoiar e viabilizar atividades complexas ou substituir pessoas em atividades perigosas. Nesse cenário, observa-se uma tendência de deslocamento de atividades para sistemas e robôs, o que não é uma novidade, pois as linhas de montagem de fábricas vêm sendo alteradas há décadas com esse processo. Talvez seja inesperado que atividades cognitivas também possam ser suportadas de forma eficiente pela Inteligência Artificial. Portanto, não apenas tarefas de execução, mas atividades de gerência, diagnóstico, planejamento, entre outras, podem obter melhorias com a sua utilização. Trata-se de um processo coerente com o atual avanço

SANDRO RIGO Pós-doutor em Inteligência Artificial na universidade Friedrich-Alexander, na Alemanha e Decano da Escola Politécnica da Unisinos.


15

e o futuro do trabalho

I

nteligência Artificial, a robótica, a gamificação e a

burocráticas e pouco criativas e demonstra que haverá

utilização de plataformas que integram diversas

uma fusão dos mundos digitais, físicos e biológicos. O

áreas de conhecimento são só alguns dos alicerces da

relatório do ‘The Chronicle’ indica que o diploma do

Quarta Revolução Industrial, ou “Indústria 4.0”, que já

ensino superior como conhecemos hoje poderá perder

impactam a vida das pessoas e, consequentemente, o

sua relevância nos processos de seleção e contratação.

ensino superior. Atualmente, existe uma preocupação frequente dos gestores de IES em relação à relevância do diploma

Nesse cenário, os empregadores querem contratar pessoas que sejam capazes de resolver problemas, de trabalhar com desafios e com a diversidade. Algumas

e como as profissões estarão inseridas nesse futuro

habilidades serão imprescindíveis e intrínsecas aos

digital e flexível. A partir dessa questão, surge uma

nossos profissionais e deverão permear todas as

série de perguntas que norteiam o futuro do ensino de

áreas. Coleta e análise de dados, visão de negócios

forma geral.

em Inteligência Artificial, flexibilidade, programação,

Diante desse cenário de convergência tecnológica

criatividade e inovação, computação matemática,

e aumento da mobilidade, será que as IES brasileiras

gestão, colaboração, adaptabilidade, comunicação e

estão preparadas para enfrentar o desafio da Indústria

empreendedorismo são algumas delas.

4.0? Como elas irão incorporar esses avanços para

É nessa perspectiva que os jovens tendem a priorizar

mudar os processos pedagógicos, transformar as

o investimento em uma série de cursos de curta duração,

dinâmicas das salas de aula e o papel dos professores

para que constituam um portfólio dessas habilidades e

e dos alunos no ambiente educacional? De que forma a

competências requeridas por um mundo que é cada vez

velocidade crescente das mudanças influencia as grades

mais impactado pela Indústria 4.0. Esse pode ser um

curriculares e os conteúdos e impacta na inserção dos

dos caminhos para as IES enfrentarem essas mudanças.

jovens no mercado de trabalho? No relatório ‘The Future of Degree: how colleges can survive the new credential economy’ [O Futuro dos Diplomas: de que modo as escolas sobreviverão à nova economia credencial], publicado em agosto de 2017 pelo ‘The Chronicle Higher Education’, a questão que se coloca é que a economia global, os empregadores e a própria sociedade exigem conhecimentos, competências e atitudes que, no atual contexto, não estão presentes na dinâmica das IES. O distanciamento entre o modelo de formação dos estudantes do mundo acadêmico convencional e as expectativas dos empregadores poderá ser cada vez maior em função da Indústria 4.0. A Indústria 4.0 nos proporciona acesso a produtos inteligentes, fomenta a inovação colaborativa, exige a reorganização de modelos operacionais das instituições

FÁBIO REIS Diretor de Inovação Acadêmica e Redes de Cooperação do Semesp.

EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


ACERVO MEMORIAL DO COLÉGIO ANCHIETA

16 /// ESPECIAL 70 ANOS

70 anos de comemoração e de evolução do ensino POR VÍVIAN GAMBA

R

eunidos em assembleia no dia 25 de julho de 1947,

3 de dezembro de 1948, o Ministério do Trabalho, Indústria

representantes de 50 instituições de ensino do

e Comércio concedeu a tão esperada carta sindical e nascia

Rio Grande do Sul decidiram pela criação de uma

o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Secundário,

associação que tinha como objetivo trabalhar para constituir

Comercial e Normal do Rio Grande do Sul, hoje Sindicato do

um sindicato que representasse o ensino privado gaúcho.

Ensino Privado do Rio Grande do Sul (SINEPE/RS).

Em 4 de outubro do mesmo ano, foi aprovada a proposta

Em 3 de dezembro de 2018, o SINEPE/RS comemorou

de essa associação se tornar um sindicato e encaminhada

70 anos, que se misturam a sete décadas de evolução

toda a documentação necessária para tal fim à Delegacia

da educação. No Brasil, 1948 foi o ano em que teve início

Regional do Trabalho. Pouco mais de um ano depois, no dia

a elaboração de um Plano Nacional de Educação, após


17 o fim do Estado Novo (1945). Em 1961, 13 anos após a

Primeira diretoria – 1948

apresentação do primeiro projeto da lei educacional ao parlamento brasileiro, era proclamada a primeira Lei de

Ir. José Otão, Colégio Marista Rosário, presidente. Oscar Machado, Instituto Porto Alegre – IPA, vice-presidente. Pe. Edmundo Henrique Dreher, Colégio Anchieta, secretário. Paulo Krebs Appel, Colégio Cruzeiro do Sul, 2º-secretário. Ir. Eugênio Narciso, Colégio Nossa Senhora das Dores (atual La Salle Dores), tesoureiro.

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que consagrou a educação como direito de todos, assegurado pela obrigação do poder público e pela liberdade da iniciativa particular. Na sala de aula, o quadro era negro, os estojos eram de madeira ou de lata e os cadernos tipo brochura. Na lista de materiais, caderno de caligrafia, de desenho e de linguagem; lápis e goma arábica. As turmas já eram mistas, com meninas e meninos. O ano de 1948 também foi marco para o Ensino Superior do Rio Grande do Sul, com a criação da primeira universidade privada do Estado, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), que reunia a Faculdade de Ciências

Entre 1950 e 1960, o país conheceu as maiores taxas de

Políticas e Econômicas, criada em março de 1931; a Faculdade

expansão da alfabetização. Muito se deve ao fato de, a partir

de Filosofia, Ciências e Letras, de 1940; a Escola de Serviço

de 1947, terem sido instaladas classes de ensino supletivo

Social, de 1945, e a Faculdade de Direito, aberta em 1947. Com

na maior parte dos municípios. De certa forma, esse ensino

as quatro faculdades, a União Sul Brasileira de Educação e

incentivou a matrícula em cursos profissionais ou pré-

Ensino (USBEE), entidade civil dos Irmãos Maristas, requereu

profissionais de nível primário.

ao Ministério da Educação a equiparação de universidade. O

Nesse período, havia o ensino primário, com quatro

decreto da sua constituição foi assinado em 9 de novembro

anos de estudo; e o primeiro ciclo do ginásio, com outros

de 1948 e sua primeira administração, que teve à frente o

quatro anos – para o qual muitas escolas, essencialmente as

reitor Armando Pereira da Câmara e o vice-reitor Irmão José

públicas, por falta de vagas, faziam uma prova de admissão.

Otão, tomou posse em 8 de dezembro.

Esse período equivalia ao Ensino Fundamental de hoje. Depois disso, o segundo ciclo do ginásio, com mais três

DIVULGAÇÃO PUCRS

anos de estudo, o que corresponde ao nosso Ensino Médio. Cursar algum ramo do ensino técnico (comercial, industrial ou agrícola) ou o ensino normal (para carreira de professor primário) não permitia o ingresso no colegial, a única porta de entrada ao ensino superior. O sistema era marcado, então, por um alto grau de seletividade: de cada 1.000 alunos admitidos na primeira série da Escola Primária em 1960, apenas 56 conseguiram ingresso no Ensino Superior em 1971. Até 1961, o latim e o francês eram ensinados no curso ginasial a partir da primeira série. Quadro verde e mimeógrafo eram rotina. Caneta esferográfica, a novidade.

/// Pucrs: primeira universidade privada do RS, criada em 1948

Até 1961, o latim e o francês eram ensinados no curso ginasial a partir da primeira série. EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


18 /// ESPECIAL 70 ANOS

A reforma universitária, em 1968, foi a grande LDB do ensino superior, assegurando autonomia didático-científica, disciplinar, administrativa e financeira às universidades. Representou um avanço na educação superior brasileira,

O ano de 1988 foi marcado pela aprovação da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

ao instituir um modelo organizacional único para as universidades públicas e privadas. Em 1971, o Brasil se viu diante de uma nova LDB. A

habilitação profissional, nos próprios estabelecimentos

escola primária e o ginásio foram fundidos e denominados

de ensino médio ou em cooperação com instituições

de ensino de 1º grau. O antigo colégio passou a se chamar

especializadas em educação profissional.

ensino de 2º grau. O ensino obrigatório passou a ser de

Nos anos 90, grandes mudanças refletiram-se na

oito anos (dos 7 aos 14 anos). As quatro primeiras séries

educação. A globalização transformou a economia e a cultura

continuaram a ser atendidas por um único professor, do

dos países de forma acelerada e surgiu uma tendência de

qual não era exigido nível superior, apenas formação para

forte homogeneização desses dois campos. O processo

magistério em nível médio. As quatro séries finais do 1º

de abertura comercial do Brasil, que derrubou barreiras

grau e o 2º grau permaneceram divididos em disciplinas

à importação, aproximou-nos de tecnologias que antes

ministradas por diferentes docentes, dos quais se exigia, ao

levavam alguns anos para chegar ao país. Os computadores

menos formalmente, educação superior.

domésticos, por exemplo, passaram a fazer parte do cenário

O objetivo do ensino, conforme a lei, era “proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de auto-realização, qualificação

escolar. Começaram a surgir os sites de busca, sucessores das enciclopédias para grande parte dos estudantes. Em 1990, foi criado o Sistema de Avaliação da Educação

para o trabalho e preparo para o exercício consciente da

Básica (SAEB), que tinha por objetivo acompanhar o

cidadania”, ou seja, a formação integral e a qualificação para

desempenho desse segmento de ensino e aprimorar a sua

o trabalho no Ensino Médio. A intenção do governo ditatorial:

qualidade. Hoje é composto por dois processos: a Avaliação

capacitar os jovens para suprir a demanda das fábricas em

Nacional da Educação Básica (Aneb) e a Avaliação Nacional

ascensão. Disciplinas como Filosofia, Sociologia e Estudos

do Rendimento Escolar (Anresc).

Brasileiros deram lugar à Educação Moral e Cívica. Para os estudos, além dos livros didáticos, máquinas de

Em 1998, surgiu o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova realizada pelo Instituto Nacional de Estudos

escrever portáteis. Pesquisas eram feitas nas bibliotecas e

e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), vinculado

o “Google” da época eram as enciclopédias – quem não se

ao Ministério da Educação (MEC). Inicialmente, era usado

lembra das famosas Barsa e Britannica? Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, ACERVO MEMORIAL DO COLÉGIO ANCHIETA

o sistema educacional brasileiro passou por um novo processo de modificação, culminando com a aprovação da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), que alterou a organização do sistema escolar, bem como a sua denominação. O atendimento até os 6 anos de idade passou a ser denominado Educação Infantil. Os antigos 1º e 2º graus passaram a ser Ensino Fundamental e Ensino Médio, respectivamente. A LDB reduziu a dois os níveis de educação escolar: o da Educação Básica (composta por educação infantil, ensino fundamental e médio), e a Educação Superior. A educação profissional, modalidade de ensino articulada com esses níveis, foi admitida como

/// Turma somente de meninos do Colégio Anchieta, em 1963


19

ACERVO MEMORIAL DO COLÉGIO ANCHIETA

para avaliar a qualidade da educação nacional, mas sua segunda edição já foi utilizada como modalidade de acesso ao ensino superior. A nova versão, iniciada em 2009, veio em substituição ao vestibular e passou a servir de acesso ao ensino superior em universidades públicas brasileiras, por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), assim como em algumas universidades no exterior. Uma grande mudança para a preparação dos alunos da educação pública a privada. A década de 90 também foi marcada pela expansão do ensino privado, em especial do ensino superior. Entre 1995 a 1999, o número de estabelecimentos cresceu na taxa de 7,25% ao ano. De 1999 a 2005, essa taxa quase dobrou: 13,49% anuais. Segundo o mais recente Censo da Educação

/// Máquinas de datilografia eram frequentes dos anos 70 aos 90

Superior (Inep), 87,9% das instituições de ensino superior do Brasil são privadas e somaram, em 2017, 9,9 milhões de estudantes matriculados. No SINEPE/RS, a década de 90 foi marcada por

tablets, celulares, ganharam e perderam espaço à medida que seus benefícios e sua forma de utilização foram avaliados.

crescimento e implementação de novos projetos, entre eles

Novidades no campo da neurociência, o “funcionamento”

a primeira edição da Educação em Revista, criada em 1996.

da geração digital e a internet resultaram em novas formas

A publicação estreou com um debate sobre a educação no

de pensar a educação. O mundo do trabalho mudou, a

terceiro milênio, mostrando o caráter de antecipação aos

constituição da família mudou, os interesses mudaram,

rumos do ensino no Brasil, em especial no ensino privado

a velocidade e a forma de aquisição do conhecimento

gaúcho. A educação na sociedade global, a integração entre os

mudaram... As transformações são tantas, e estão acontecendo

países e as escolas, as repercussões da LDB e a tecnologia na

tão rápido, todos os dias, que é preciso muito trabalho para se

sala de aula também foram temas das primeiras publicações.

antecipar a tudo isso e estar preparado para o que está por vir.

Século XXI: chegou à escola a geração que cresceu numa época de grandes avanços tecnológicos, prosperidade

E é esse, hoje, o grande desafio do SINEPE/RS. Um dos primeiros impasses enfrentados pelo Sindicato,

econômica, facilidade material e num ambiente altamente

em 1955, foi a negativa da Carris em conceder abatimento

urbanizado. Em meio a novas formas de se comunicar

do preço das passagens para estudantes de escolas

e novas possibilidades de aprendizado, novos debates:

particulares. Articulações políticas deram força ao projeto

cidadania, ensinamentos para a vida, inclusão, educação a

do vereador Alberto André de estender esse benefício

distância, meio ambiente, solidariedade, comunicação na

a todos os estudantes, que foi aprovado e se tornou lei

escola, educação para os valores humanos. A Educação em

municipal no mesmo ano.

Revista tratou desses temas há mais de 10 anos, mas eles

Atualmente, a atuação do SINEPE/RS ocorre em

continuam atuais. Incorporaram novos vieses, assim como

várias frentes: da assessoria às instituições associadas no

professores e alunos, nesse mesmo período.

campo pedagógico, jurídico e de gestão, estímulo à busca

Inovações no ambiente escolar como lousas interativas,

incessante pela inovação e pela excelência do ensino, via cursos de aperfeiçoamento, congressos, premiações, até enfrentamentos políticos em prol da qualidade e da livre

Os anos 90 foram marcados pela criação do Enem e a expansão do ensino superior.

iniciativa privada. “Lutamos pela defesa incondicional da liberdade de ensinar e pelo direito incondicional da livre iniciativa na educação”, reforça o presidente do Sindicato, Bruno Eizerik. Desde 2016, o Sindicato tem sede própria, na

EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


20 /// ESPECIAL 70 ANOS

avenida Praia de Belas, em Porto Alegre. Da sua fundação até 1981, a entidade funcionava nas dependências do Colégio Marista Rosário. No ano de 1982 a sede passou para a avenida Borges de Medeiros, no centro da Capital. Segundo o presidente, o SINEPE /RS se caracteriza por prestar serviços aos seus associados e, mesmo em tempos conturbados, como os de reforma sindical, cujos efeitos foram muito sentidos, o Sindicato se manteve forte e atuante. “Isso é fundamental destacar nesses 70 anos: o sindicato só existe em função dos seus associados e para os seus associados.” No lugar de um balanço, Eizerik foca na expectativa de tempos melhores a partir 2019: “Que a economia cresça, que as escolas

/// Tecnologias digitais marcam a educação no século XXI

voltem a crescer e que o país possa melhorar”. Representante de uma instituição que fez parte da primeira diretoria do Sindicato, o vice-diretor do Colégio La Salle Dores, de Porto Alegre, Ir. Roberto Carlos Ramos, afirma que a “explicação para essa história é a mesma que nos une e se encontra na raiz de todo progresso humano: educação de qualidade”. “No caminhar dos seus anos, o SINEPE/RS tem proporcionado formação permanente aos educadores, colaboradores e gestores, fomentando a valorização de projetos educacionais e dando orientação segura nas áreas pedagógica, técnica e jurídica. Com esse apoio, tem fortalecido o oferecimento de uma educação de excelência, com destaque em seus resultados. Agradecemos pela sua força, liderança, prestígio e contribuição com o crescimento de nossa missão educativa.” Para o diretor acadêmico do Colégio Anchieta (instituição

gerando credibilidade social e confiança nos processos de gestão, estratégias pedagógicas e de inovação.” O diretor do Colégio Marista Rosário – a primeira “casa” do SINEPE/RS –, Ir. Onorino Moresco, exalta a participação tão importante da instituição na história do Sindicato: “O Colégio Marista Rosário sente-se orgulhoso por ter contribuído de alguma forma, desde a origem do SINEPE/ RS, tanto na sua criação quanto no exercício da liderança com os irmãos maristas José Otão e Nicolás Rubio y Rubio, lembrados na galeria de ex-presidentes na sede da instituição. Hoje, a Rede Marista e tantas outras instituições educacionais associadas continuam a marcar presença na formação de pessoas. Sentimo-nos orgulhosos pelo caminho realizado nesses 70 anos do SINEPE/RS.”

também integrante da primeira diretoria), Dário Schneider, uma das características do SINEPE/RS é “articular estratégias com as escolas associadas, respondendo aos desafios de cada tempo de forma crítica, consciente e efetiva, empreendendo ações para descontinuar, qualificar e inovar a Educação, nos aspectos da gestão, ensino e aprendizagem”. “A visão do SINEPE/RS visa tematizar as práticas e experiências significativas por uma educação de qualidade, na qual gestores, educadores, alunos e famílias são movidos por esse diferencial do Ensino Privado,

Século XXI: chegou à escola a geração que cresceu numa época de grandes avanços tecnológicos

A primeira Educação em Revista, de 1996, e a edição de lançamento do novo projeto gráfico, em comemoração aos 70 anos, em março de 2018.


21

SINEPE/RS faz acontecer no seu 70º aniversário As comemorações dos 70 anos têm sido intensas para

com a marca do SINEPE/RS. Também foi criado um bóton

o SINEPE/RS desde o início de 2018. O Sindicato promoveu

para funcionários e diretoria. O slogan virou hashtag

uma série de ações ao longo do ano para, junto das

#aprendernosconecta, utilizada nas redes sociais, nas

instituições associadas, marcar essa data tão significativa

postagens do SINEPE/RS, bem como pelos associados ao

para todos. Uma delas, a produção de um vídeo que destaca

publicar suas participações em atividades do Sindicato.

a sua história e a sua atuação em prol dos associados. O

Na sede do SINEPE/RS, várias remodelagens para

trabalho contou com a participação dos funcionários e foi

marcar o aniversário: a porta de entrada foi adesivada

divulgado nos canais digitais do sindicato e exibido em

com a arte dos 70 anos; os funcionários ganharam uma

todos os eventos realizados ao longo do ano de 2018.

camisa polo comemorativa, utilizada em todos os eventos

Para celebrar a data com os associados, foram

ao longo do ano; na espera telefônica, uma locução

feitas comemorações regionais, nas nove delegacias

especial, com um texto referente a histórias e conquistas

do Sindicato, nos meses de outubro e novembro, nas

da entidade; foi criado um banner comemorativo para ser

reuniões que ocorreram nesse período.

utilizado em todos os eventos; e a rede wi-fi teve a senha

A Educação em Revista, uma das principais publicações do Sindicato, que circula nas escolas há mais de 20 anos,

alterada para “aprendernosconecta”. Para completar as comemorações, um álcool em gel com a marca dos 70

recebeu novo projeto gráfico e editorial, para comemorar

anos integrou os kits institucionais, e os participantes

os 70 anos da entidade. As mudanças trouxeram um layout

de todos os eventos foram mimados com brigadeiros

mais limpo e moderno para a publicação, além de um maior

decorados com o selo dos 70 anos.

aprofundamento de temáticas de interesse dos leitores. Ainda no campo gráfico, foi criado um selo comemorativo aos 70 anos, com o slogan “Aprender nos conecta”, utilizado em todos os materiais institucionais do sindicato junto

CONTEÚDO ONLINE DISPONÍVEL Acesse o vídeo especial dos 70 anos do SINEPE/RS.

EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


Prêmios SINEPE/RS reconhecem 35 instituições O SINEPE/RS comemorou 70 anos no dia 4/12 com

reconhecimento de um corpo qualificado de jurados, em uma

entrega de prêmios aos vencedores do 16º Prêmio Gestão

premiação que é a maior do setor no país, deve ser reconhecido.”

de Comunicação, 13º Prêmio Responsabilidade Social e 9º

Eizerik dedicou parte de sua fala para homenagear o secretário

Prêmio Inovação em Educação. Ao todo, 35 instituições

Estadual de Educação (Seduc), Ronald Krummenauer, presente

gaúchas foram premiadas com troféus Ouro, Prata e Bronze e

no evento, pela condução de um trabalho de parceria com

homenageadas com certificado de Honra ao Mérito. Para o presidente do SINEPE/RS, Bruno Eizerik, todas essas

o ensino privado. “Nos últimos dois anos, esteve à frente da Secretaria de Educação um cidadão que pensa a educação com

instituições de ensino são vencedoras, independentemente da

os olhos no futuro, construindo pontes. Um de seus maiores

colocação que obtiveram. “O trabalho de elaborar um projeto,

legados é não falar em escola pública ou privada, mas sim em

colocá-lo em prática, verificar seus resultados e receber o

escola de qualidade”, destacou o presidente do SINEPE/RS. Outro momento importante da festa foi a homenagem às instituições que fazem história no Rio Grande do Sul, com mais de 50 anos de atuação no Estado. Os Prêmios SINEPE/RS contaram com o patrocínio de UNOi Educação, Sistema Farias Brito de Ensino, Casio Projetores Laser & LED e Sistema Etapa. O evento ocorreu no Clube do Comércio, em Porto Alegre, e contou com a participação de 300 pessoas, entre convidados, instituições de ensino e autoridades. Em 2018, os Prêmios SINEPE/RS receberam 213 projetos inscritos, de 69 instituições de todo o Estado, um aumento de 28,3% em relação a 2017. Nos últimos sete anos, as premiações

/// Eizerik destaca a importância do trabalho do SINEPE/RS

receberam 870 trabalhos de instituições de todo o Estado.


ESPECIAL PRÊMIOS SINEPE/RS /// 23

FOTOS VINÍCIUS RORATTO

VENCEDORES DO 16O PRÊMIO GESTÃO DE COMUNICAÇÃO

CATEGORIA: GESTÃO DE COMUNICAÇÃO E RELACIONAMENTO Ouro: Colégio Marista Rosário – Porto Alegre Projeto: Eu, repórter do Colégio Marista Rosário Prata: Colégio Marista Santa Maria – Santa Maria Projeto: Acolher bem para criar vínculos Bronze: Colégio Farroupilha – Porto Alegre Projeto: Todos somos educadores: a valorização dos diferentes profissionais que trabalham no Colégio Farroupilha

CATEGORIA: RETENÇÃO E CAPTAÇÃO DE ALUNOS Ouro: Escola Santa Mônica – Pelotas Projeto: Um universo de possibilidades Prata: Colégio Santa Inês –Porto Alegre Projeto: Identificar personas e investir em conteúdo: o novo momento da comunicação inesiana Bronze: Colégio Dom Bosco – Porto Alegre Projeto: Aqui eu fico

INSTITUIÇÕES JUBILARES 50 anos Instituto Maria Auxiliadora, Porto Alegre Escola de Ensino Fundamental Criança Feliz, Rio Grande 75 anos Colégio Luterano Concórdia, Canoas 100 anos Colégio Bom Jesus Joana Darc, Rio Grande 125 anos Colégio Barão do Rio Branco, Cachoeira do Sul

EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


24 /// ESPECIAL PRÊMIOS SINEPE/RS

FOTOS VINÍCIUS RORATTO

VENCEDORES DO 13O PRÊMIO RESPONSABILIDADE SOCIAL

CATEGORIA: DESENVOLVIMENTO CULTURAL Ouro: Colégio Sinodal Gustavo Adolfo – Lajeado Projeto: Festival do livro Prata: Colégio Marista Rosário – Porto Alegre Projeto: Orquestra Rosariense: o protagonismo por meio da musicalidade no Marista Rosário Bronze: Instituição Educacional São Judas Tadeu – Porto Alegre Projeto: Múltiplos Saberes: a valorização da aprendizagem através da arte

CATEGORIA: PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA Ouro: Colégio Anchieta – Porto Alegre Projeto: Projeto Filme Art. 243 Prata: Escola Santa Mônica – Pelotas Projeto: Uma viagem solidária por meio da realidade virtual Bronze: Colégio Farroupilha – Porto Alegre Projeto: O que você tem feito com o seu tempo? Estudantes e educadores exercitando a empatia

CATEGORIA: PRÁTICAS ECORRESPONSÁVEIS Ouro: Colégio La Salle São João – Porto Alegre Projeto: Supersaudáveis: Por um futuro mais feliz! Prata: Colégio Êxito – Alvorada Projeto: Game Baleia Branca Bronze: Colégio Santa Inês – Porto Alegre Projeto: Do aprendizado à mudança – We are the change


25

FOTOS VINÍCIUS RORATTO

VENCEDORES DO 9O PRÊMIO INOVAÇÃO EM EDUCAÇÃO

CATEGORIA: ÁREA-FIM Ouro: Colégio Farroupilha – Porto Alegre Projeto lar: uma casa laboratório para aprendizagem mão na massa Prata: AVAEC – Unidades Educacionais – Veranópolis Projeto: Bem-vindo à literatura: novos olhares à prática de leitura na escola Bronze: Colégio Santa Doroteia – Porto Alegre Projeto: Birdwatching: educação e ciência cidadã através da observação de aves

CATEGORIA: GESTÃO PEDAGÓGICA Ouro: Colégio Marista Pio XII – Novo Hamburgo Projeto: Formação Continuada – Formato In Company Prata: Faculdades Integradas São Judas Tadeu – Porto Alegre Projeto: NAF – Núcleo de Assessoramento Fiscal Bronze: Colégio Marista Assunção – Porto Alegre Projeto: Tecendo Educação: Seminário de Boas Práticas

INSTITUIÇÃO DESTAQUE Colégio Farroupilha, Porto Alegre

EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


VINÍCIUS RORATTO

VINÍCIUS RORATTO

26 /// ESPECIAL PRÊMIOS SINEPE/RS

/// Secretário de Educação do RS foi homenageado

MARIANA FONTOURA

MARIANA FONTOURA

/// Vice-presidente, Osvino Toillier, destacou os 70 anos do SINEPE/RS

/// Presidência do SINEPE/RS com secretários estadual e municipal de Educação

MARIANA FONTOURA

/// Diretoria do SINEPE/RS

MARIANA FONTOURA

/// Patrocinadores: UNOi Educação/Sistema Farias Brito, Casio Projetores e Sistema Etapa


MARIANA FONTOURA

MARIANA FONTOURA

27

MARIANA FONTOURA

MARIANA FONTOURA

/// Funcionários do SINEPE/RS

VINÍCIUS RORATTO

MARIANA FONTOURA

/// Livro dos Prêmios 2018 entregue no evento

/// Luciana Jeckel conduziu a cerimônia

EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


FOTOS VINÍCIUS RORATTO

28 /// ESPECIAL PRÊMIOS SINEPE/RS

MARIANA FONTOURA

/// Finalistas receberam um caixa que trazia a revelação das colocações Ouro, Prata e Bronze


EM DESTAQUE /// 29

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EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


30 /// PEDAGÓGICO

Alunos mais próximos da ciência POR PEDRO PEREIRA


31

“C

ientistas afirmam” é uma expressão que geralmente precede a notícia sobre grandes descobertas. Essa premissa faz com que as pessoas em geral – e

os alunos em particular – imaginem que a ciência é algo restrito a poucas mentes brilhantes que dispõem de

“Temos crianças incríveis. Se esse sonho não for semeado na Educação Infantil, elas podem deixar de dar sua contribuição”, Roseli Lopes

ultralaboratórios. É essa imagem que precisa ser mudada na cabeça das crianças e dos adolescentes, e a escola tem papel fundamental nesse trabalho. O desafio, na verdade, é provar

ainda é insuficiente porque está baseado em um formato de

que os estudantes podem ser cientistas – uma vez que o

conhecimento pronto, decorado, para depois ser respondido

interesse já existe. Pelo menos é o que aponta uma pesquisa

em uma prova. “É pouco contextualizado. A criança não

realizada, recentemente, pelo Instituto 3M: 52% dos brasileiros

consegue aplicar determinado conceito em um contexto

gostariam de saber mais sobre o tema. O índice é superior

diferente do exemplo dado no livro didático”, lamenta a

à média mundial, que fica em 34%. “Esse dado é muito

diretora da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

interessante e alentador para os cientistas e pesquisadores

(SBPC) Roseli Lopes. O reflexo pode ser conferido em

do país”, comemora Débora Foguel, que faz parte do comitê

avaliações como o Programa Internacional de Avaliação de

executivo da Academia Brasileira de Ciências.

Alunos (PISA, na sigla em Inglês), também realizado pela

Mas, embora o brasileiro tenha interesse sobre o tema,

OCDE. As questões são relacionadas a Matemática, língua nativa de cada país e ciências. Entre os setenta participantes,

assunto. Para especialistas, o ensino de ciências no Brasil

o Brasil geralmente fica ao redor do sexagésimo lugar.

Foto de Katemangostar - Freepik.com

há desafios para as escolas quanto à forma de abordar o

EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


32 /// PEDAGÓGICO

Débora Foguel defende que o papel da escola é mostrar que existe ciência em tudo: no celular, no computador, no alimento, com melhoramento genético, pesquisas relacionadas ao solo, no combustível dos veículos etc. “São dois momentos: primeiro atrair os jovens que já são curiosos e incentivar atividades ligadas à ciência. Depois, ajudar a compreender que a metodologia científica é o que leva ao desenvolvimento de tudo o que nos cerca: tecidos, nanopartículas, são infinitos os exemplos para que o jovem entenda toda essa conexão”, sugere. Colocando em prática As primeiras atividades ajudam a entender como se coletam e analisam dados, as estratégias para formular hipóteses e para compreender que nem tudo está escrito nos livros, uma vez que ainda há muito a ser descoberto. “O jovem pode descobrir coisas que ainda não foram estudadas na região dele, por exemplo”, ilustra a pesquisadora. As atividades seguintes devem aumentar o espírito de investigação para que o repertório na área de ciências vá sendo diversificado. “Apesar do pouco investimento em

Ciência em poucos cliques Nada melhor do que um youtuber famoso ou uma série do Netflix para se aproximar das crianças e adolescentes. Com 11 milhões de assinantes, o canal Manual do Mundo, no YouTube, mostra experiências, curiosidades científicas, dicas de sobrevivência, mostra o que tem dentro de objetos triviais ou raros, entre outros assuntos que despertam a curiosidade. O conteúdo é criado e apresentado pelo jornalista Iberê Thenório, que torna a linguagem totalmente acessível aos que não são iniciados no mundo científico. Já no Netflix a dica é a série ‘Eu e o Universo’, voltada ao público infanto-juvenil, mas que agrada a qualquer pessoa que tem curiosidade sobre tudo o que cerca as atividades do cotidiano. Despida da imagem do cientista de laboratório, a produção fala de tecnologia, corpo humano e, claro, mistérios do universo.

Ciência e Tecnologia, temos crianças incríveis que podem ser destaque no futuro. Se esse sonho não for semeado na Educação Infantil, elas podem ir para outras áreas, deixando de dar sua contribuição. Não podemos desperdiçar talentos”, alerta a diretora da SBPC. Investigar em vez de decorar “Defendemos o trabalho da ciência de forma mais investigativa e não de conteúdo decorado”, conta Roseli, que além da atuação na SBPC é professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, onde coordena a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), evento que estimula alunos da Educação Básica a realizarem estudos científicos com incentivo à criatividade, à reflexão, à cultura investigativa, de inovação e empreendedorismo. Para Roseli,

aprimora práticas de aprendizagem ligadas ao processo

a busca investigativa pelo conhecimento, além de mais

de pesquisa. Neste ano, sob o tema ‘Cultura e Tecnologias:

interessante, leva ao real aprendizado científico: formular

o que nos surpreende?’, foram mais de 230 projetos

hipóteses e pensar em estratégias para testá-las, o que

desenvolvidos pelos estudantes, desde o berçário até o

desenvolve o senso crítico e a perspicácia dos alunos.

segundo ano do Ensino Médio. Além da apresentação para

Esse é o objetivo do Colégio Evangélico Alberto Torres

os colegas e toda a comunidade escolar, os alunos a partir

(CEAT), em Lajeado e Roca Sales, que realiza, anualmente, o

do quinto ano foram avaliados por professores do próprio

projeto Aluno Pesquisador, já na sexta edição. A iniciativa

CEAT e também de outras escolas.


GESTÃO /// 33

A

s facilidades de um curso superior a distância são atrativas: flexibilidade de horário, custo menor, comodidade de

estudar em qualquer lugar. Mesmo assim, com o passar dos semestres, muitos alunos desistem. Dados do Censo da Educação Superior de 2017, promovido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao Ministério da Educação

(MEC), apontam que 49% dos alunos matriculados na modalidade EAD havia desistido ao longo dos cinco anos, de 2010 a 2015. Quando o estudo leva em conta apenas as instituições privadas, o número é ainda mais preocupante: 53% abandonaram a modalidade a distância no mesmo período. “Diversos fatores influenciam na evasão de estudantes. O principal deles é o econômico”, observa o diretor-executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Sólon Caldas. Isso porque, embora a modalidade ofereça um custo mais acessível, muitas vezes ele é impeditivo. Junto à questão financeira pesa também a falta de compreensão sobre a real demanda de um EAD e problemas estruturais do curso. Caldas explica que o aluno que busca a alternativa precisa estar ciente de que ela segue as mesmas regras estabelecidas para os cursos presenciais, incluindo as atividades práticas previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais e no projeto pedagógico de cada curso. “O estudante precisa ter garra e disciplina para concluir um curso a distância”, garante Caldas.

O esvaziamento das salas virtuais POR PEDRO PEREIRA

Disciplina e adaptação As aparentes facilidades do modelo EAD de fato seduzem os estudantes. O problema é que flexibilidade de horário não pode ser confundida com carga horária menor – e comodidade para estudar em qualquer lugar não significa estudar menos. Se a carga horária do curso presencial é de 20 horas semanais, o projeto ideal de um curso a distância deve prever pelo menos o mesmo tempo. “A orientação do MEC é de que

EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


34 /// GESTÃO

o aluno seja plenamente informado antes de se matricular. Ele precisa saber exatamente a metodologia, a dinâmica, as ferramentas, que apoio presencial haverá no polo educacional”, afirma o diretor da Associação Brasileira de

Como evitar a evasão?

Segundo os especialistas, mesmo cursos a distância dependem do nível de interatividade para que o aluno não perca o ritmo. Confira algumas dicas:

Educação a Distância (ABED), Luciano Sathler. Para o diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, o estudante deve ser quase um autodidata. “Não é todo

01

Ofereça o maior número possível de encontros – mesmo que virtuais, eles devem ocorrer em tempo real para o aluno se sentir parte de um grupo que está evoluindo junto nos estudos.

02

Empatia e mediação – preocupar-se com o contexto do aluno e compreender como isso influencia na relação com o curso faz com que a abordagem seja mais assertiva.

03

Atividades realmente interessantes – nada de conteúdo para decorar e provas tradicionais. Investir em modelos híbridos e metodologias ativas é fundamental para reter alunos e cativar o público mais jovem.

04

Gerenciamento de expectativa – o aluno precisa começar o curso sabendo exatamente o grau de comprometimento necessário e, principalmente, que a carga horária não é menor por ser a distância.

o aluno que tem perfil para curso EAD. O modelo é muito difícil de ser acompanhado. Exige uma disciplina muito forte e capacidade de autoaprendizagem.” Segundo ele, isso se acentua à medida que os cursos disponibilizam poucos canais de interação com os alunos, o que não é o modelo ideal. Capelato acredita que, com o aumento da concorrência nos próximos anos, esse cenário deve mudar. O número de polos EAD tem aumentado em todo o país depois que a legislação deixou de exigir credenciamento para cursos presenciais antes de lançar a modalidade a distância. Até a publicação do Decreto 9.057/2017 havia menos de quatro mil polos em todo o Brasil e, desde então, já são mais de 23 mil, segundo o diretor-executivo do Semesp. O reflexo disso tudo é que com o aumento da concorrência, não há mais espaço para oferecer o que se tem hoje, praticamente padronizado e sem experiências mais atrativas. As instituições já têm procurado modelos híbridos, com metodologias ativas e que, inclusive, podem ajudar a puxar para baixo a média de idade dos alunos de EAD.

Antes mesmo de atrair novos públicos, é possível

Uma das possibilidades é oferecer momentos presenciais

aumentar a participação daqueles que já preenchem o

para realização de atividades, seminários e trabalhos

perfil do aluno EAD – a maioria dos 1,8 milhão tem mais

em grupo, utilizando o EAD para transmitir o conteúdo

de 30 anos e participa do sustento do lar. Capelato estima

que tradicionalmente o aluno recebe em sala de aula,

que haja pelo menos outros 18 milhões de brasileiros nessa

passivamente – algo muito próximo do que é conhecido

faixa-etária que completaram apenas o Ensino Médio. Ou

como “sala de aula invertida”. “Vão surgir novos modelos

seja: um público dez vezes maior que também pode se

de EAD, com mais participação, mais envolvimento dos

interessar pela volta aos estudos. A saída, segundo ele,

professores. Vai custar um pouco mais caro, mas vai gerar

pode estar na oferta de alguma coisa “no meio do caminho”

atração para outros públicos e ter capacidade de reter

em relação a preço e grau de interatividade.

melhor os alunos”, projeta Capelato. Quanto mais interação, menor a evasão A evasão pode estar relacionada ao grau de interação

“Vão surgir novos modelos de EAD, com mais participação, mais envolvimento dos professores. Vai ajudar na retenção”, Rodrigo Capelato.

e de mediação do curso EAD – o que prevê aulas em tempo real com mais frequência tende a cativar melhor os alunos; ou seja: encontros em tempo real, presenciais ou on-line, aumentam a percepção de presença da faculdade no dia a dia. Podem ser encontros no polo de atendimento


35 presencial, webaulas, fóruns etc. A disponibilidade para resolução de problemas no menor tempo possível é fundamental. “O aluno expressou dúvidas, fez perguntas no ambiente virtual, foi bem respondido rapidamente, teve acompanhamento do professor: a evasão vai ser menor”,

Flexibilidade de horário não pode ser confundida com carga horária menor e comodidade para estudar em qualquer lugar não significa estudar menos

garante Luciano Sathler. Segundo ele, a partir do segundo semestre os índices serão sempre proporcionais à carga de mediação, interação e possibilidade de encontros

acesso a estímulos culturais, em comunidades pobres. Em

em tempo real. “Um curso que seja muito tutorial,

muitos casos, é a primeira pessoa da família a fazer um

autoinstrucional, em que o aluno tenha pouca interação

curso superior, e esta às vezes tem dificuldade até mesmo

terá grande evasão”, sustenta.

para compreender a necessidade de estudar, então não

Além disso, o especialista pede atenção ao termo

apoia. Existem famílias e famílias”, pondera.

mediação. “É mais do que interação. Além de se preocupar com o aspecto cognitivo da aprendizagem, você se

A evasão não fica só no EAD

preocupa também com o contexto do aluno, sua história”,

O abandono do curso superior não se restringe só

detalha. O segredo é estar atento à questão socioemocional,

à educação a distância. Em geral, independentemente

por isso ele defende que mesmo em cursos a distância

da modalidade, a desistência obedece a alguns padrões.

haja professores atentos a alunos que deixam de participar

Ciências Exatas costumam ter maior índice de evasão

dos momentos de interação em tempo real e também

do que Biológicas e Saúde, seguidas por Humanidades e

parem de entregar as atividades. “Vai ter aluno que se dirá

depois cursos de Gestão.

incapaz, que perdeu um familiar etc. Tem mil histórias. Aí o

“A evasão na educação superior é tão alta na presencial

professor tem que trabalhar para empoderá-lo, personalizar

quanto na EAD. Se compararmos Licenciatura em

a exigência, flexibilizar datas”, exemplifica.

Matemática nas duas modalidades e no mesmo período,

A importância da empatia é tamanha que Sathler se

por exemplo, a desistência no EAD deve ficar entre 3% e

arrisca a dizer que metade dos problemas que levam à

5% maior do que no presencial”, explica Luciano. Segundo

evasão não tem qualquer relação com aspectos cognitivos

estudo da ABED, em 2017 5% das instituições tiveram

ou financeiros, mas da necessidade de uma relação mais

taxas entre 0% e 5% de evasão; 5% viram entre 6% e 10%

estreita entre os alunos e a instituição. “No Brasil recebemos

dos alunos irem embora; e somente 1% dos cursos EAD

muitos alunos com déficit da vida toda, como o pouco

registraram desistência superior a 50%.

/// Aluno do Ead deve ser quase autodidata

EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


36 /// INOVAÇÃO

Faccat inova em práticas pedagógicas e de gestão

T

autônomos, críticos, interdependentes e pró-sociais, as instituições precisam repensar seus currículos e sua missão. Foi isso que fizeram as Faculdades Integradas de Taquara (FACCAT), de Taquara, em 2015, ao atualizarem seu Projeto Pedagógico Institucional (PPI). A instituição adotou como eixos centrais da proposta de ensino o desenvolvimento da aprendizagem por competências, a interdisciplinaridade, a metodologia ativa e a avaliação formativa. Para isso, projetos inovadores foram criados, como o Consórcio Sthem Brasil, a Plataforma Compartilha +, o Sistema Aprova e o FACCAT GO.

er um ensino qualificado e inovador é essencial para o processo de aprendizagem. A educação brasileira passa por um momento de reflexão

Para aprimorar o processo de ensino e aprendizagem, a instituição ingressou em 2016 no Consórcio Sthem Brasil. A rede de cooperação auxiliou no desenvolvimento

no qual as instituições de Ensino Superior, cientes

de metodologias ativas e também contribuiu para que

da sua responsabilidade com a transformação social,

a Faccat assumisse a inovação, o empreendedorismo e

buscam novas práticas e adaptações em suas atividades

a responsabilidade social como pilares de sustentação

pedagógicas. Diante do desafio de formar cidadãos

no planejamento institucional. A partir da iniciativa,


37 identificou-se a necessidade de criar um núcleo que pensasse a inovação em todos os níveis, da gestão ao ensino. Para atender a essa demanda, foi implantado o Núcleo de Inovação Acadêmica (NIA), composto por um Grupo de Estudo Permanente, que identifica as

Instituição adotou plataforma que incentiva o compartilhamento de práticas docentes e o trabalho interdisciplinar

demandas e coordena os trabalhos, e por Grupos de Trabalho nomeados, conforme as necessidades são

institucional, permitindo uma fácil compreensão por

identificadas. O GT pode ter membros da comunidade

parte dos demais professores e gestores, e podem ser

acadêmica interna ou externa, que possam contribuir, de

complementadas ao longo do semestre, com registros,

maneira inovadora, com conhecimento específico para o

imagens, depoimentos e resultados de cada atividade.

desenvolvimento de projetos promissores para a FACCAT.

A plataforma incentiva o trabalho compartilhado e

Essa estrutura dinâmica foi pensada para analisar e

interdisciplinar, uma vez que os projetos são visíveis

repensar a gestão e a formação de maneira constante

a todos os professores, que podem utilizá-los como

na instituição, com permanente atenção à excelência. “O

fonte de inspiração, podem dar sugestões aos colegas

Núcleo foi pensado a partir do desejo de inovar, pois

e solicitar “coautoria” ou participação num projeto ou

não é possível inovarmos com as mesmas ações, com as

atividade interdisciplinar.

mesmas crenças e com o mesmo grupo. Precisamos ter

Com o objetivo de expandir o Compartilha +,

diversos olhares, inclusive, e principalmente, externos,

recentemente, a plataforma foi disponibilizada, em forma

para que a I(nova)ação aconteça”, explica a vice-diretora

de projeto-piloto, para a UNDB – Universidade de Ensino

de graduação, Carine Backes Dörr.

Superior Dom Bosco, localizada em São Luiz (MA). Essa primeira parceria busca qualificar e aprimorar a plataforma

A Plataforma Compartilha Mais (Compartilha +)

constantemente para que, no futuro, outras instituições

O Compartilha + é uma plataforma de apoio às

possam se beneficiar dessa ferramenta.

práticas pedagógicas, uma ferramenta de gestão da informação que permite ao professor realizar o

Aprova: banco de questões e simulados

registro e o planejamento das atividades, sejam elas

Outra novidade apresentada recentemente aos

práticas docentes na graduação, atividades de extensão

seus professores foi o sistema ‘Aprova’. A plataforma,

acadêmica ou projetos e grupos de pesquisa. As

desenvolvida pela própria instituição, tem como principal

atividades lançadas na ferramenta seguem um modelo

funcionalidade ser um banco de questões e simulados. Por meio do sistema, o professor elabora e registra questões, contemplando as competências específicas de cada curso. O objetivo é gerar conteúdos que possam ser utilizados para a aplicação de simulados, beneficiando alunos e professores. FACCAT GO O FACCAT GO nasceu da necessidade da integração do Sistema Administrativo com a interface do Google Classroom, uma forma de melhorar o gerenciamento desses processos. Trata-se de um sistema que reúne os principais recursos do G Suíte em um único lugar, servindo como um canal de gestão da informação entre as

/// Docentes foram capacitados para implementar as mudanças

ferramentas Google e o sistema administrativo da IES.

EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


38 /// DIVERSIDADE

Ampliado o atendimento a alunos com deficiência

ficou entre 5% e 10%; e em 3,26% das instituições, a variação foi superior a 10%. A pesquisa do Sindicato contou com a participação de 98 instituições associadas. O Censo 2017 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação (MEC), mostra que, em 2017, a rede privada gaúcha atendia 3.376 estudantes com deficiência. Isso significa que 23,65% do total de estudantes com esse perfil estavam matriculados na rede regular de ensino. Os outros 10.901 alunos (76,35%) eram atendidos por escolas especiais . Na rede pública de ensino, eram 65.648 alunos matriculados. Nos últimos anos, de acordo com o censo, ocorreu uma queda na proporção de

POR VÍVIAN GAMBA

O

alunos com deficiência matriculados nessas instituições em comparação com a proporção matriculada na escola regular.

atendimento a alunos com deficiência nas escolas

O Rio Grande do Sul é o quarto estado no país em número de

privadas do Rio Grande do Sul aumentou em 2018.

atendimentos de alunos na rede regular de ensino, ficando

De acordo com dados do Sindicato do Ensino

Privado do Rio Grande do Sul (SINEPE/RS), 31,52% das

instituições tiveram alta no número de matrícula desses

atrás apenas de São Paulo (12.856 alunos), Rio de Janeiro (5.967 alunos) e Minas Gerais (4.592 alunos). Segundo o presidente do Sindicato, Bruno Eizerik, a

alunos. Em 22,83% das escolas, o crescimento foi de até 5%;

inclusão de alunos com deficiência já fazia parte da rotina

em 5,43% dos estabelecimentos, o aumento de matrículas

das escolas mesmo antes da aprovação da Lei nº 13.146, em


39 2015, mas o aumento da demanda de matrículas de alunos com deficiência no ensino regular fez com que o SINEPE/ RS ampliasse sua agenda de auxílio às instituições. “Quando surge uma legislação, temos que ficar ao lado do associado e municiá-lo de todas as informações necessárias para que

Nos últimos anos, houve queda na proporção de alunos com deficiência no Ensino Especial em comparação ao Ensino Regular

ocorram as devidas adaptações.” Além de atividades de formação, como cursos e

são as bases dessa estrutura. “Esse professor elabora o plano

seminários, o Sindicato elaborou um guia informativo e tem

de atendimento para a sala de recursos multifuncionais e, junto

um espaço permanente na Educação em Revista sobre o

com o coordenador pedagógico, o orientador educacional

assunto. “Em razão da grande busca, foi criado ainda um

e o professor da sala regular, o Plano de Desenvolvimento

grupo de trabalho específico, que se reúne mensalmente para

Individualizado (PDI) do aluno, que vai ser executado na

tratar do tema. Podemos dizer que o tema ‘educação especial’

sala de recursos”, descreve Naime. A sala de recursos deve

é uma agenda constante do SINEPE/RS”, afirma Eizerik.

contemplar tecnologias assistivas, jogos, recursos pedagógicos,

O Colégio Dom Bosco, de Porto Alegre, é um exemplo de

etc., de acordo com o perfil do aluno. “Não pode ser uma sala

adequação para atender à crescente demanda de alunos. Antes

infantilizada, por exemplo, porque alunos de diferentes faixas-

da Lei, em 2015, eram 10 estudantes. Em 2018, são 25. De

etárias também são atendidos naquele espaço”, orienta Naime.

acordo com as orientadoras educacionais Claudia Bernardes e Rosane Monticeli, uma nova estrutura foi organizada, com

Desafios

currículos e conhecimentos flexíveis, estratégias metodológicas

Um dos desafios das escolas, segundo Naime, é a formação

adaptadas, método de avaliação diferenciado, recursos

continuada dos professores. A Escola Fátima, de Sapucaia do

humanos e materiais qualificados. “Todas as adequações fazem

Sul, que vem ampliando o número de alunos atendidos depois

parte tanto do processo inclusivo como da prática diária dos

da Lei, tem buscado aprimorar seu trabalho, entre outras

educadores, uma vez que é perceptível a importância dessa

coisas, com a qualificação do seu quadro funcional. “Buscamos

evolução para que a inclusão aconteça de fato”, explica Claudia.

estratégias com um olhar nas particularidades de cada aluno, respeitando suas limitações e fortalecendo suas potencialidades

Estrutura

para que, de fato, ele possa estar e sentir-se incluído na escola”,

A escola que trabalha com alunos com deficiência precisa

relata a orientadora educacional Silvia Regina Fernandes.

estar adequada às características de quem ela atende, alerta a

Outro desafio: a família precisa compreender que cada

assessora pedagógica e de legislação educacional do SINEPE/

escola possui um projeto pedagógico e, por isso, o trabalho

RS, Naime Pigatto. Uma sala de recursos multifuncionais e um

com alunos com deficiência varia de uma instituição

professor com especialização na área da educação inclusiva

para outra. “Projetos pedagógicos diferentes têm ênfases diferentes no atendimento dos seus alunos, inclusive para aqueles com deficiência”, alega Naime. Além disso, atividades importantes para um aluno com deficiência nem sempre são acolhidas pela família, então, às vezes, não é tão simples implementá-las, lamenta a assessora do Sinepe/RS. “A família precisa conhecer a metodologia da escola e ser parceira nesse sentido. Muitas vezes os pais depositam seus sonhos numa instituição que possui abordagem tradicional, que vai realizar adequações curriculares para atender esse aluno, mas poderá ter limitações para desenvolver projetos mais flexíveis com

/// Dom Bosco investiu em estrutura física e novas metodologias

metodologias ativas, por exemplo”, pondera a especialista.

EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


40 /// COMPARTILHAR

MOSTRA DE CONHECIMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL DA AVAEC Todos os anos, a AVAEC – Unidades Educacionais, de Veranópolis, promove a Mostra de Conhecimento da Educação Infantil, esse ano intitulada ‘Historiar... A arte de imaginar’. A última edição ocorreu no dia 10 de outubro e contou com a presença do escritor e ilustrador André Neves. Nos espaços do Salão de Atos da escola, as crianças apresentaram diferentes propostas inspiradas nas obras do autor e ilustrador, mostrando que os pequenos são capazes de indagar, refletir, imaginar, criar, escutar outras opiniões, articular e reformular seu pensamento. O evento contou com a participação de pais, crianças e comunidade em geral.

DOM BOSCO COMEMORA OUTUBRO ROSA COM CAMPANHA O Outubro Rosa teve caráter solidário este ano no Colégio Dom Bosco, de Porto Alegre. A ‘Campanha Lenços do Bem’ mobilizou professores, alunos e famílias, que contribuíram com a doação de lenços para mulheres em tratamento contra o câncer de mama. Centenas de lenços, dos mais variados estilos, foram arrecadados durante o mês de outubro na escola. As peças foram doadas para ONGS que trabalham com a prevenção e o combate ao câncer e vão ajudar muitas

Projeto ‘Story Time’ integra alunos no Murialdo Caxias Com o objetivo de propor momentos de convivência entre crianças e adolescentes do Colégio Murialdo Caxias, aliados à prática da cultura inglesa, os alunos do 2º ano do Ensino Médio criaram e produziram livros para as turmas de 3º e 4º anos do Ensino Fundamental, no projeto ‘Story Time’. O uso de vocabulário apropriado, a escolha dos assuntos, as ilustrações, o material usado na confecção, tudo foi pensado nas crianças de 8 e 9 anos. O material foi utilizado na ‘Hora do Conto em Inglês’, organizada pelos adolescentes.

mulheres a enfrentar a doença com mais autoestima.


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NOITE DO PIJAMA NO COLÉGIO SIMON Há 24 anos, o Colégio Simon, de Pelotas, realiza a Noite do Pijama. A edição de 2018 ocorreu no dia 5 de outubro e teve como tema o filme da Disney ‘Os Incríveis’. Os alunos do 1º ano ao 4º ano do Ensino Fundamental assistiram a vídeos, ouviram histórias e participaram de diversas atividades. Para os pequenos da Educação Infantil, a “Noite do Pijaminha” foi realizada no dia 19 de outubro. No mesmo período, os alunos do 5º ao 6º anos do Ensino Fundamental participam do Simon Games, uma intensa série de atividades recreativas. No dia 19 de outubro, uma programação especial foi oferecida aos alunos do 7º ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio. Os estudantes passaram 12 horas em atividades no Sítio Canaã, localizado na Cascata.

/// Noite do Pijama ocorre há mais de duas décadas na escola

ALUNOS DO INSTITUTO IVOTI FARÃO FACULDADE NA ALEMANHA Os alunos do Instituto Ivoti Gabriel Hoffmeister, Yasmin Ruppenthal e Nicolas Lucae embarcam em fevereiro para a Alemanha, onde iniciam o Studienkolleg (curso de nivelamento para estudantes estrangeiros) na Philipps-Universität, em Marburg – programa que prepara para o ingresso no ensino superior. Yasmin e Gabriel são egressos de 2017. Como tinham o desejo de estudar na Alemanha, fizeram o curso de alemão no Idiomas do Ensino Superior do Instituto Ivoti ao longo de 2018. /// Milene (E) com a professora Mônica Brandt

HISTÓRIA DO CEAP SERÁ TESE DE DOUTORADO

Gabriel pretende cursar Medicina. Yasmin deve escolher entre Relações Internacionais e Direito e Nicolas Engenharia Mecânica.

A doutoranda em História da PUCRS Milene Moraes de Figueiredo esteve em Ijuí para conhecer o Colégio Evangélico Augusto Pestana – CEAP e pesquisar sua trajetória de quase 120 anos. Sua tese é sobre a nacionalização das escolas alemãs no sul do Brasil, de 1937 a 1945, na linha de pesquisa ‘Sociedade Urbanização e Imigração’. A escola , fundada por alemães, foi uma das quatro instituições escolhidas para a pesquisa. Graduada em Licenciatura em História, com Mestrado em História e agora doutoranda em História, Milene está no segundo ano do curso e iniciando sua pesquisa empírica.

/// Professora Raquel Vetromilla com Gabriel, Yasmin, diretor Everton Augustin e Nicolas

EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


42 /// COMPARTILHAR

O MUNDO DO BRINCAR PRESENTE NO MADRE BÁRBARA As crianças do nível 2B (2 a 3 anos) do Colégio Madre Bárbara, de Lajeado, participaram do projeto ‘O mundo do brincar!’, proposto a partir de brincadeiras com materiais não estruturados. As crianças vivenciaram o mundo do faz de conta com muita magia e descobertas desde as brincadeiras individuais às mais regradas e coletivas. Entre um cenário e outro, criaram cantinhos com pedras, cascas, folhas e foram mexendo, experimentando, montando e desmontando os materiais. As famílias participaram com brinquedos e brincadeiras de suas infâncias. O resultado foi a /// Professoras Deise e Mariana incentivam atividades lúdicas

exposição de todos os brinquedos para a comunidade escolar.

REDE SAGRADO DE EDUCAÇÃO TERÁ EDUCAÇÃO BILÍNGUE A partir de 2019, o Sagrado – Rede de Educação ampliará sua proposta educacional com o ‘Projeto Bilíngue’, realizado em parceria com a University of Dayton Publishing. A unidade Escola São Domingos, em Torres, será uma das pioneiras do projeto no Rio Grande do Sul. O selo University of Dayton Publishing, criado em 2009, tem como missão fornecer materiais didáticos para o aprendizado em inglês, de alta qualidade, e promover valores universais que desenvolvam responsabilidade social, cooperação e conscientização global.

/// Pesquisadores apresentaram projeto à equipe pedagógica

INTERNACIONALIZAÇÃO E NOVAS PRÁTICAS NO LA SALLE CANOAS O Colégio La Salle Canoas, de Canoas, é a primeira instituição brasileira a trabalhar com o projeto ‘Ambiente Educativo Inovado’, aplicado em escolas de Portugal. A proposta pretende inovar os ambientes educativos e os processos de aprendizagem com uma metodologia voltada para o desenvolvimento de competências para o século XXI e para a formação de cidadãos resilientes. Pesquisadores da Universidade de Lisboa estiveram na instituição em Canoas para implantar o trabalho, que começará com uma sala de aula-piloto

/// Projeto foi lançado no segundo semestre em Torres

para uma turma do 3º ano do Ensino Fundamental. O espaço conta com móveis ergonômicos, iluminação natural, entre outros quesitos, que tornam o ambiente propício para atender professores e alunos fora do modelo de ensino tradicional.


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COLÉGIO SANTA TERESA PROMOVE FEIRA CULTURAL E LITERÁRIA No dia 20 de outubro, o Colégio Santa Teresa de Jesus, de Porto Alegre, realizou a 19ª edição da Feira Cultural e Literária, envolvendo estudantes da Educação Infantil ao Ensino Médio. Os alunos do 4º ano apresentaram o espetáculo ‘Com o Rio Grande do Sul no coração’, sobre os imigrantes do Estado. As crianças da Educação Infantil contaram as famosas histórias da Disney numa apresentação chamada ‘Era uma vez a Educação Infantil no Mundo Encantado’. O evento contou também com uma Feira de Ciência, lançamento de um livro feito pelos estudantes, jogos cooperativos e exposição de trabalhos que envolveram assuntos diversos, como arte, linguagem, ciência, teatro e história.

Aluno do São José é premiado em feiras de Ciências O aluno Pedro Doleske, do 8º ano no Colégio São José, de Pelotas, foi destaque em feiras de Ciências nacionais e internacionais com o projeto ‘Esponja Antipoluição’, uma esponja que absorve o petróleo da água do mar. O trabalho, desenvolvido na aula de Química, foi apresentado na Expoceti, na qual conquistou o 4° lugar da sua categoria e uma credencial para a Mostra Científica do Cerrado; na FEMIC,

MARIA AUXILIADORA PRESERVA A CULTURA DA INFÂNCIA

quando recebeu o prêmio

O Instituto Maria Auxiliadora de Porto Alegre (IMA POA)

(ABRIC) de Destaque

teve uma programação especial para comemorar o Dia da

em Iniciação Científica;

Criança. Com a proposta de preservar a infância e valorizar

e ficou em 2º lugar geral

o brincar, a rua ao lado da escola foi fechada para que as

na categoria ‘Anos Finais

crianças e as famílias pudessem desfrutar do espaço. Foram

do Ensino Fundamental’.

montadas estações de desenhos com balões e tintas e

Pedro ganhou o 1º lugar

resgatadas brincadeiras antigas, como pula-elástico, sapata

na categoria Ciências da

e bola de sabão. As crianças puderam trazer seus brinquedos,

Natureza na Mostrarob,

da Associação Brasileira de Incentivo à Ciência

bicicletas, patins, patinetes, carrinho de bonecas e brincar

o Prêmio Teodolito, e foi

com toda segurança na rua. O projeto trouxe alegria em uma

aceito em feiras no Peru e

forma de salientar a importância do brincar, da convivência,

no Paraguai.

da empatia e da amizade.

EDUCAÇÃO EM REVISTA ///


70 Anos de história é um marco importante na jornada do SINEPE/RS. Vivemos essas sete décadas pelos nossos associados, atuando na defesa do princípio da livre iniciativa na educação e incentivando a qualificação permanente das instituições. Devemos a nossa existência às mais de 400 instituições associadas, que acreditam no nosso trabalho.

Muito obrigado!


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