Edição 86

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ANO XV • JUNHO / JULHO 2011

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COMO COMBATER A

VIOLÊNCIA ESCOLAR GESTÃO

Os desafios das instituições confessionais IES

Faculdades apresentam menor crescimento nos últimos anos



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EXPEDIENTE

Educação em Revista é o órgão oficial de divulgação do Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul - SINEPE/RS, com circulação bimestral

EDITORIAL Desde os primórdios, a violência sempre esteve presente nas relações humanas. O que mudou ao longo do tempo foi a intensidade e a frequência do problema. Hoje, parece que estamos em meio a uma sociedade violenta, marcada pelo individualismo, intolerância e enfraquecimento da autoridade que deveria coibir o problema. Mas por que estamos mais violentos? E a escola, continua um espaço seguro, tranquilo e propício ao exercício da cidadania? Ou ela tem refletido esse problema social? Na reportagem de capa procuramos aprofundar a discussão sobre o assunto, com o objetivo de compreender melhor o que está por trás da violência e buscar soluções para combatê-la no ambiente escolar. Os caminhos para resolver o problema ainda são incertos, mas a única certeza é que está depositada na escola a esperança de termos, no futuro, cidadãos menos individualistas, com princípios éticos e morais e com consciência do seu papel na sociedade. Para aprofundar ainda mais esse tema, na seção ‘Entrevista’ conversamos com o Doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas Valério Brittos sobre a influência da mídia no aumento da violência. Será que ela está comprometida em promover uma discussão sobre o problema ou seu interesse é somente na audiência? O especialista comenta sobre essas questões e fala de um projeto realizado nas escolas para formar cidadãos mais críticos quanto ao conteúdo apresentado pelos veículos de comunicação. E por falar em cidadania, esta edição mostra o bonito trabalho realizado pelo ensino privado para comemorar o Dia da Solidariedade. Mais de 90 instituições participaram da iniciativa, promovendo ações sociais por todo o Estado. Em um encarte especial de 20 páginas, divulgamos algumas dessas mobilizações. Na seção ‘Gestão’, especialistas discutem a importância da profissionalização da gestão nas instituições confessionais, em “IES” mostramos um panorama sobre o crescimento das faculdades no Rio Grande do Sul e o desafio para os próximos anos. Para enriquecer ainda mais os conteúdos desta edição, o Doutor em Educação José Paulo da Rosa fala sobre os bons exemplos do sistema de ensino da Coreia do Sul na seção ‘Internacional’. Ótima leitura a todos.

Presidente: Osvino Toillier 1º Vice-Presidente: Hilário Bassotto 2º Vice-Presidente: Flávio Romeu D’Almeida Reis 1º Secretário: Vanderlei Langoni de Souza 2º Secretário: Maria Helena Lobato 1º Tesoureiro: João Olide Costenaro 2º Tesoureiro: Wilson Ademar Griesang Suplentes: Mônica Timm de Carvalho, Oswaldo Dalpiaz, Adélia Dannus, Delmar Backes, Olavo José Dalvit, Bruno Eizerik, Adelmo Germano Etges Conselho Editorial: Prof. Osvino Toillier, Prof. Hilário Bassotto, Prof Flávio D’Almeida Reis, Prof Luiz Antonio de Assis Brasil, Prof. Ruy Carlos Ostermann, Prof. Adayr Tesche, Prof. Pedro Luiz da Silveira Osório, Moises Mendes, Profª. Naime Pigatto Sperb. Parecerista do artigo científico: Profª. Helena Cortes Coordenador da Assessoria de Comunicação e Marketing: Prof. Osvino Toillier Assessora de Comunicação e Marketing: Graciela Dias de Oliveira Assessora de Imprensa: Carine Fernandes Assistente de Comunicação: Maria Alice Machado Auxiliar de Comunicação: Cláudia Diniz de Farias Edição: Carine Fernandes, MTB 15449 Reportagens: Dóris Fialcoff, MTB 8324 Foto da capa: Ilustração Vit Nuñez / Foto: iStockphoto Projeto Gráfico / Diagramação: Agência Bistrô; Revisão: www.postexto.com.br e Milton Gehrke; Impressão: Gráfica Comunicação Impressa. Conselho Fiscal: Titulares: Ruben Werner Goldmeyer, Luiz Fernando Felicetti, Valderesa Moro Suplentes: 1º Suplente: Isaura Paviani 2º Suplente: Maria Angelina Enzweiler 3º Suplente: Anelori Lange

MISSÃO

Carine Fernandes

Representar e congregar as instituições do ensino privado na promoção de sua qualificação permanente, diferenciação e sustentabilidade.

Editora da Educação em Revista

VISÃO Fale conosco

Anúncios e assinaturas E-mail: comercial@sinepe-rs.org.br Fone: (51) 3022-3282/9998.5807

Confira os projetos vencedores dos Prêmios do SINEPE/RS em 2010

INTERNACIONAL

Coreia do Sul dá exemplos de como ter um país com educação de qualidade

ISSN 1806 – 7123

O desafio da educação para combater a violência

Redação Cartas, comentários, sugestões, matérias; educacaoemrevista@sinepe-rs.org.br

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PREMIADAS

Informações Fones: (51) 3213-9090 www.sinepe-rs.org.br

Educação em Revista não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressam apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da revista. Por motivos de espaço e clareza, as cartas e artigos poderão ser resumidos

Ser referência como instituição no cenário educacional brasileiro, reconhecida pela eficiência na representação sindical e proposição de novos significados ao setor.

VALORES

Compromisso com o Associado - Ética e Transparência - Competência - Cultura da Inovação - Responsabilidade Socioambiental.

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ENTREVISTA

Doutor em Comunicação Valério Brittos analisa a relação entre a mídia e a violência

GESTÃO

Especialistas falam sobre a importância da gestão nas instituições confessionais

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CAPA

As causas da violência e o papel da educação para enfrentar o problema

CIDADANIA

Ensino privado mobiliza-se para comemorar o Dia da Solidariedade

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IES

O desafio das faculdades para manter o crescimento

CINEMA

A literatura contra a atrofia do humano


Leonardo Rosa/Imprensa Feevale

PREMIADAS

Projeto oferece formação ampla e integrada dos estudantes

Mudanças resultaram em maior interação do jornal com os leitores

Espaço Experiência se consolida como ambiente de aprendizado da Famecos Em 2009, a Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS de Porto Alegre pretendia integrar, de forma única no país, seus laboratórios experimentais. Assim surgiu o Espaço Experiência, uma agência de comunicação onde os estudantes de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e Tecnologia Audiovisual têm a oportunidade de aprender e de se tornar profissionais completos. A iniciativa tem como objetivo oferecer um espaço onde a comunicação não é pensada de um modo isolado, refletindo a segmentação dos cursos, mas sim de forma integrada, em que alunos e professores exercem suas habilidades em busca de um objetivo comum, a formação universal do comunicador. A iniciativa conquistou o troféu ouro do 1º Prêmio SINEPE/RS de Inovação em Educação na categoria Gestão Pedagógica - Ensino Superior. Como as disciplinas normais da faculdade ocupam os turnos da manhã e da noite, o Espaço Experiência se desenvolve basicamente durante o turno da tarde. Neste local trabalham 15 professores e 92 alunos, selecionados semestralmente, de acordo com seus interesses e vontade. Os estudantes podem atuar em dez núcleos diferentes: Assessoria e Comunicação Digital, Atendimento e Relacionamento, Áudio, Criação, Eventos, Famecos sem Fronteiras, Fotografia Publicitária, Fotojornalismo, Planejamento, Tendências e Pesquisa. A divisão visa contemplar as diversas áreas da comunicação e priorizar a integração entre os cursos. Embora cada área tenha suas próprias tarefas, essa estrutura não representa uma segmentação, e diversos projetos são feitos em conjunto.

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A produção de importantes trabalhos desenvolvidos pelos alunos mostra o sucesso da iniciativa. Em pouco mais de dois anos o projeto conta com diversos clientes, tanto dentro quanto fora da Universidade. As principais instituições atendidas pelos núcleos são a própria PUCRS, a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga e o Centro de Educação Profissional São João Calábria. Os alunos do Espaço Experiência são responsáveis também por administrar o portal Eu Sou Famecos, criado em 2009. A página conta com uma média de 10 mil acessos mensais, e tornou-se uma maneira prática e completa de os alunos se informarem a respeito da Universidade, de oportunidades de estágio e de assuntos relacionados à comunicação. A partir de iniciativas como essas e voltado para o aprendizado, o Espaço Experiência tem representado exatamente o que seu nome sugere: um lugar onde os alunos da Famecos adquirem experiências e se preparam para o mercado de trabalho.

Jornal da Feevale renova e conquista Prêmio

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esde 2002 a Universidade Feevale de Novo Hamburgo produz o Jornal da Feevale com o objetivo de informar de forma clara e responsável assuntos relacionados ao mercado de trabalho, aos cursos e atividades realizadas pela instituição, bem como o desenvolvimento de projetos de pesquisa e extensão. Em 2010, a publicação foi reestruturada, a partir da necessidade de aprimorar os sistemas de comunicação e informação junto aos seus públicos de interesse. As mudanças realizadas resultaram na conquista do 8º Prêmio Destaque em Comunicação do SINEPE/RS, na categoria Mídia Impressa – Ensino Superior. Para avaliar a satisfação do público com relação ao Jornal, a Comissão Própria de Avaliação (CPA), em parceria com o Centro de Pesquisa e Planejamento da Feevale (CPP), realiza anualmente a Avaliação de Serviços e Infraestrutura com professores, alunos e colaboradores. São avaliadas a qualidade e atualidade das informações, a periodicidade, a satisfação geral em relação ao Jornal, a distribuição e a linguagem. Os dados obtidos na pesquisa de 2010 eram positivos, mas mesmo assim a instituição sentiu a necessidade de inovar. Investiu na mudança de layout e ampliou o conteúdo da publicação. Buscou-se um maior número de matérias com foco no mercado de trabalho e em pautas que permeiam o dia a dia da sociedade. A publicação abriu espaço a assuntos que estão em discussão nos jornais diários e que merecem abordagem e aprofundamento pelo meio acadêmico, sempre focando o interesse de seus públicos e a veracidade das informações. Houve também a ampliação de

notas de leitura rápida e maior foco em projetos acadêmicos. Buscou-se divulgar não só as ações da instituição com a comunidade como a relação do acadêmico com a sociedade e o mercado. O Jornal é distribuído internamente nos murais dos campi I e II da Feevale, bem como fica à disposição nos setores de atendimento. O periódico também é enviado para ex-alunos, prefeituras, órgãos públicos, associações, universidades e escolas de ensino médio do Estado. Também é distribuído em feiras e eventos de diversos municípios da região. Para fazer com que o Jornal chegue a um número maior de pessoas, a edição também é disponibilizada online, podendo ser acessada em www.feevale.br, link “Publicações”. Tem uma tiragem de 10 mil exemplares, com periodicidade mensal. A reestruturação gráfica e editorial da publicação obteve resultados positivos para a instituição. Os leitores passaram a interagir mais com o Jornal, comentando sobre as matérias publicadas e sugerindo pautas. O veículo também se tornou um importante meio de comunicação para divulgar as atividades da universidade. Houve aumento de participantes nos cursos que foram divulgados pelo Jornal. Para este ano, será feito um novo estudo para atualização do layout da publicação, bem como serão pensadas algumas seções que permitam maior integração entre aluno e instituição, aliando a publicação impressa às redes sociais, a partir de sugestões de pauta e manifesto de opiniões.

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INTERNACIONAL As Aeromoças da Coreia José Paulo da Rosa*

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Unijuí oferece educação e cidadania nas escolas públicas O Projeto de Extensão ‘Rádio na Escola’, da Unijuí, apresenta o rádio para centenas de estudantes da rede pública de Ijuí como uma possibilidade de desenvolver habilidades extracurriculares. A iniciativa busca ampliar a visão dos estudantes de ensino fundamental e médio em relação ao processo de produção da informação nos meios de comunicação, de forma a sentirem-se estimulados a utilizarem o contexto escolar como fonte de produção cultural e da informação. O projeto foi o vencedor do 5º Prêmio de Responsabilidade Social do SINEPE/RS na categoria Desenvolvimento Cultural. Para desenvolver o projeto, cada escola participante conta com a orientação de um professor da Unijuí, um aluno bolsista também da universidade e um professor da Coordenadoria Regional de Educação. A execução ocorre semanalmente em momentos distintos, que incluem encontro com a equipe da escola para conhecer a realidade e o trabalho que está sendo feito, planejamento das atividades e elaboração, gravação e veiculação de programas de rádio. Os integrantes do projeto também participam de visita monitorada aos estúdios de rádio do curso de comunicação social, minicursos sobre os meios de comunicação social e oficinas sobre técnicas de

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Estudantes ampliam a visão sobre o processo de produção da informação nos meios de comunicação

captação e produção em rádio. “A partir do envolvimento dos alunos e professores com a programação da rádio, pode-se desenvolver a comunicação e a expressão oral, bem como exercitar a cidadania por meio das atividades propostas pela programação”, salienta a coordenadora da iniciativa, professora do Curso de Comunicação Social, Vera Lucia Spacil Raddatz. “Vemos a possibilidade de nossos alunos, professores e comunidade interagirem e se conectarem com o mundo da informação, construindo um olhar de discernimento, criatividade e de posicionamento, que de fato aponte para a cidadania”, destaca a diretora do Colégio Estadual Modelo, Jussara Zimmerman, uma das escolas contempladas pela iniciativa. Desde 2008, quando se iniciou o projeto, sete novas rádios foram instaladas em escolas públicas. Neste ano, o Imeab é a primeira escola municipal a integrar a iniciativa. Além disso, foi iniciado um trabalho conjunto na Escola Estadual José Lange, de Augusto Pestana, cujos alunos fazem um programa semanal na rádio comunitária. “A ideia é, aos poucos, poder estender o projeto a todas as escolas da rede pública da região de abrangência da Unijuí e aproximar os campos da comunicação e da educação”, antecipa Vera.

stive na Coreia do Sul em 2009. Pesquisei as quatro melhores escolas de Seul e comparei seu sistema de gestão com o das quatro melhores escolas gaúchas, segundo o Ideb e o Enem de 2009. A viagem para a Coreia é cansativa. Saí de Porto Alegre numa quarta-feira, final da tarde, e cheguei a Seul no sábado pela manhã. Fiz escalas em São Paulo, Miami e Los Angeles. Quem viajou pela Varig deve lembrar, entre outras coisas, da educação e simpatia das aeromoças. Hoje as empresas aéreas brasileiras têm baixa qualidade, incluindo o atendimento ruim dos comissários de bordo. Situação semelhante é encontrada em companhias americanas. Por outro lado, é possível perceber a boa educação de um país em pequenos detalhes, como aconteceu ao embarcar nos aviões da Air Korea. A simpatia, a atenção para com os passageiros, a excelente apresentação, a educação, enfim, podiam ser observadas de forma muito clara nas aeromoças da companhia coreana. Diferença da água para o vinho em relação às outras companhias. Comecei, ali, a perceber os diferenciais do país que estava visitando. No início da década de 1960, a média de anos de estudo da população coreana era similar à do Brasil, cerca de três anos. Atualmente, a média de anos de estudo da população brasileira é de 7,3 anos, enquanto que a coreana já atingiu os 12 anos. Acrescente-se a isso que todas as escolas da Coreia, públicas e privadas, são de turno integral, cerca de 10 horas por dia, ao passo que no Brasil estuda-se em média 3,5 horas diárias. Também no início da década de 1960, o PIB per capita da Coreia era inferior ao do Brasil. Atualmente, o PIB per capita brasileiro gira em torno de US$ 10 mil, enquanto que o da Coreia está próximo dos US$ 22,5 mil. A Coreia é sede de grandes empresas de alta tecnologia, como LG, Hyundai, Sansung e tantas outras, que só conseguem existir por conta da oferta de pessoas qualificadas, com educação de alto nível.

Os professores têm bons salários (cerca de US$ 60 mil anuais) e são valorizados, especialmente aqueles que atuam na educação básica. Esses docentes são avaliados por seu desempenho e valorizados por suas práticas de pesquisa e participação em diferentes projetos. Existe um conselho escolar, composto por familiares e membros da comunidade sem vinculação partidária, o qual acompanha o desempenho da escola. Esse conselho tem a responsabilidade, inclusive, de indicar e avaliar os diretores. A família está presente. Os pais participam dos conselhos escolares e acompanham o desempenho dos filhos e da própria escola. Os alunos, por sua vez, respeitam os professores e valorizam a instituição educacional. É claro que há espaço para melhorar no modelo coreano. As escolas de ensino médio superior, por exemplo, ainda atuam com classes separadas entre meninos e meninas. A gestão escolar, por sua vez, compreendida como aquela de responsabilidade do diretor da escola, encontra-se em patamar similar ao das escolas brasileiras. Entretanto, mesmo considerando necessidades de avanços em algumas áreas, as virtudes do modelo educacional daquele país, mediante uma cultura da sociedade que privilegia a educação, são um exemplo para todos nós. O desenvolvimento da Coreia, tendo como base a educação de qualidade, levou cerca de 40 anos para ser alcançado. O Brasil somente conseguirá atingir um patamar semelhante após algumas décadas, mas para isso terá que priorizar a educação: implantar escolas de turno integral, valorizar a educação básica, investir na estrutura das escolas e nos professores. Já perdemos muito tempo. A Varig não voltará mais, mas tendo a Coreia como paradigma, ainda poderemos dar asas para uma educação de qualidade. * Doutor em Educação e Diretor Regional Senac-RS

JOSÉ PAULO DA ROSA (AO CENTRO) ANALISOU AS RAZÕES PELAS QUAIS A COREIA DESTACA-SE NA EDUCAÇÃO

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O problema da violência vai muito além da mídia, mas se tivermos a melhor mídia possível, assim como a melhor escola possível, estaremos contribuindo para resolver o problema

ENTREVISTA “A mídia é a grande educadora contemporânea”

Educação em Revista – Quando a tragédia na escola de Realengo ganhou espaço na imprensa, dias depois novos casos de violência surgiram, como de estudantes portando armas dentro da sala de aula. Em vez de conscientizar e prevenir o problema, parece que a mídia, em especial a televisão, tem o poder de replicar a violência? Por que isso ocorre? Brittos – Temos que ver isso na sua complexidade. Primeiro é que quando se coloca uma lupa em cima de uma coisa, aquelas pessoas que têm algum tipo de patologia podem ser estimuladas a fazer o mesmo. Em alguns casos é inevitável que isso aconteça, porque a mídia não pode deixar de noticiar essas questões. Ocorre que geralmente a cobertura jornalística é de maneira muito intensa, construindo uma narrativa quase como se fosse um momento ficcional, trabalhando as emoções, sem analisar o problema na sua profundeza. A mídia deveria ir além, não só mostrar essa violência, mas poder discuti-la e aprofundar o assunto.

Por Carine Fernandes

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cada nova situação de violência na sociedade, o caso ganha grande repercussão na mídia, estampando jornais, revistas, portais, e vira assunto de amplas coberturas na televisão. Será que, em vez de conscientizar sobre o problema, a mídia não é responsável por propagar ainda mais essa violência? Na opinião do doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas e professor da Unisinos, Valério Brittos, em vez de ser um espaço para o debate e a reflexão sobre o problema, a mídia cria quase que uma narrativa dramatúrgica sobre os casos, com o intuito de comover as pessoas e manter a audiência. E muitas vezes, difunde uma violência simbólica ao destacar, por exemplo, a guerra entre as torcidas no futebol ou supervalorizar bens de consumo a que nem todos podem ter acesso. Mas essa realidade pode mudar quando a sociedade tiver a consciência do verdadeiro papel da mídia. E isso pode começar na escola. Brittos coordena um projeto de Mídia e Educação que promove a discussão sobre o assunto em sala de aula, com o objetivo de formar cidadãos mais críticos quanto ao conteúdo apresentado pelos veículos de comunicação. Confira os principais trechos da entrevista: Educação em Revista – Qual a relação das mídias na educação de crianças e jovens? Valério Brittos – A mídia é a grande educadora contemporânea. Não quer dizer que ela transmite bons valores, a educação formal dos bancos escolares, mas ela passa modelos de comportamento, normas, regras e modos de ser. Mas temos que avaliar até que ponto essa influência vai. A mídia educa ao propor modelos, mas isso não é uma relação direta, ou seja, as pessoas não seguem sempre o que a mídia determina. Um exemplo disso ocorre na política. Vários candidatos que não receberam o apoio da mídia foram eleitos. Isso acontece porque as pessoas compreendem a mídia a partir da sua identidade, dos seus valores, do seu modo de ser, da sua cultura. Mas é claro que tem uma influência muito grande, a própria liberalização de costumes que a sociedade vive hoje é em grande parte influência da mídia.

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Educação em Revista – A mídia pode ter uma influência direta no aumento da violência na sociedade? Brittos – A influência da mídia é muito grande. Até quando ela difunde um conjunto de bens a que as pessoas não podem ter acesso, estimula o consumo, acirra inveja, vontade de ter o que não é seu. Então tem toda uma violência simbólica que perpassa a sociedade e se materializa na violência que temos no dia a dia. Por exemplo, na área do esporte, há uma campanha toda contra a violência, mas muitas vezes se entrevista o treinador que apresenta uma agressividade grande aos seus adversários, ao juiz. A própria mídia contribui fazendo quase como uma guerra entre os clubes. Portanto, essa violência é sistêmica. Junte uma mídia forte, com um modelo de comportamento, e uma sociedade cada vez mais individualista (a necessidade que as pessoas têm de buscarem a sua ascensão social por si próprias) e temos uma sociedade com baixa partilha de sentimentos comuns, resultando num caldeirão de extrema violência em que cada um é seu próprio exército. O problema da violência vai muito além da mídia, mas se tivermos a melhor mídia possível, assim como a melhor escola possível, estaremos contribuindo para resolver o problema.

Educação em Revista – Esse tipo de cobertura jornalística, que expõe de forma contínua a tragédia, contribui para aumentar o temor da população? Brittos – Sim, porque é um momento de comoção e de pânico. Mas isso tem a ver com o funcionamento das pessoas. Quando ocorre um acidente próximo à casa de uma mãe e ela vê, é claro que ela vai pensar que poderia acontecer com seu filho. Então quando uma grande mídia noticia alguma tragédia, aquilo fica na ordem do dia e, inclusive, nas preocupações que podem ocorrer na vida da gente. A mídia coloca a sua lupa sobre o fato e isso repercute em todos os sentidos. Acho que esse problema vai acontecer sempre, mas quanto mais a lupa estiver sobre o fato, mais será comentado.

Educação em Revista – Como a escola pode atuar para conscientizar crianças e jovens sobre o papel da mídia, para que haja um olhar crítico sobre o conteúdo veiculado nesses veículos? Brittos – A Unisinos tem um grupo de pesquisa chamado Comunicação, Economia Política e Sociedade (Cepos), em que se desenvolve um projeto que promove a discussão da mídia nas escolas. A iniciativa consiste em criar espaços na sala de aula para que os alunos possam discutir a mídia, e num segundo momento eles próprios serem os produtores de mídia. A ideia é que se desenvolva uma leitura crítica para que não se aceitem as informações transmitidas pelos principais veículos como sendo a única verdade, mas sim compreender que é uma verdade construída a partir de um conjunto de interesses. Educação em Revista – E quanto às novas mídias? A escola tem o papel de orientar para que os estudantes também tenham esse olhar crítico? Brittos – Sim, é preciso desenvolver a capacidade crítica ante as mídias, sejam novas ou velhas. Por exemplo, não necessariamente por estar no twitter significa que aquilo ali é algo positivo, ou que tenha valores mais plurais, voltados à diversidade. Ele pode simplesmente repetir os mesmos conteúdos da mídia hegemônica. E outra preocupação nossa é que os professores se deem conta de que não adianta barrar as redes sociais, de alguma forma eles têm que passar a utilizar essa ferramenta. Mais informações sobre o Projeto Mídia e Educação: www.grupocepos.net .

Educação em Revista – Como a mídia poderia fazer um trabalho realmente educativo, voltado para a prevenção e conscientização? Brittos – Deveria ter mais espaço analítico e de debate. A comunicação no Brasil, especialmente a televisão, deve ser regulamentada, nós precisamos de políticas públicas para a comunicação, como todos os países desenvolvidos têm. Um operador de televisão, ao receber a concessão, tem que ter obrigações com a sociedade. Hoje em dia age livremente, como negócio.

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essenciais para romper um isolamento que caracterizou a escola confessional com ótimos resultados em outros tempos, mas que hoje apenas prenuncia o desastre, mesmo para as que ainda apresentam resultados positivos”, projeta. E ele aconselha: “A constituição de redes de escolas confessionais tem sido um importante passo. A Rede Católica de Educação é um bom exemplo de sucesso pelo crescimento das matrículas e pela progressão dos resultados acadêmicos das escolas que a integram.”

GESTÃO

Práticas de gestão são compatíveis com educação Por Dóris Fialcoff

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xiste lógica na afirmação de que uma boa administração é a ferramenta responsável pelo sucesso de qualquer empreendimento? Parece evidente que sim. E já que o significado de ‘empreender’ é colocar em ação, fazer, por que o termo não pode ser associado à educação? O que se tem visto é que não se trata de poder relacionar as duas artes — empreendedorismo e educação —, mas de ser imprescindível andarem juntas. Apesar de a experiência mostrar em fatos essa necessidade, algumas instituições de ensino confessionais ainda não se sentem à vontade em utilizar os sistemas de gestão para dinamizarem sua atuação. Muitas acreditam que esse procedimento as faria perder a identidade educacional para transformá-las em negócio. Para o Ph.D. em Administração e Educação e presidente da Fundação Universa, José Manoel Pires Alves, as escolas confessionais sempre foram dotadas de alguma prática gerencial, ainda que na sua maioria fossem desalinhadas com as modalidades mais adequadas às suas necessidades e que a sua gestão carecesse de profissionalismo. “Na verdade, o fenômeno que se produz nesse momento é o de uma crescente tomada de consciência das escolas confessionais de que devem rever o seu modelo de gestão a fim de que seja adequado às demandas atuais. Deve ter a eficácia necessária para mantê-las em um mercado cada vez mais competitivo”, resume, acrescentando que, infelizmente, a demora em encarar a mudança custou o fechamento de várias instituições. Na opinião da psicóloga e consultora organizacional Neidi Margareth Schhneider, existe o que chama de modelo mental de algumas escolas, para que o trabalho pedagógico seja feito suficientemente bem para dar sustentabilidade à instituição. “A área pedagógica é o coração, mas se o sistema como um todo falhar não resolverá ter a melhor proposta pedagógica. É preciso

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haver pessoas que planejem, organizem, orientem esse sistema. E na escola é necessário saber que sem resultado financeiro não há sobrevivência, e que o resultado qualitativo, que é o serviço entregue a quem confia na instituição, será determinante para a sua sustentabilidade”, argumenta, sendo taxativa ao dizer que manter-se dentro de um paradigma é não olhar para a realidade, e ela é implacável. “Ou você muda, ou mudam você”, dispara. “Ter gestão só significa organizar-se e ter diretrizes mais claras. Uma coisa não invalida a outra. Não é uma relação de exclusão, e sim de inclusão.” Gestão para sobreviver e expandir Na avaliação de Alves, a sobrevivência das instituições de ensino no mercado educacional depende prioritariamente da implementação de práticas de gestão. “A escola privada não é uma ilha, como as confessionais se habituaram a ser em outro contexto histórico, pois os ambientes se movem com muita rapidez”, compara, defendendo que um novo modelo de gestão é pressuposto para aprimorar a capacidade de promover desenvolvimento organizacional sustentável e estratégico que permita a sobrevivência e a expansão. Neidi aborda outra questão fundamental proporcionada pelos sistemas gerenciais: quando bem empregados, eles possibilitam uma maior transparência à escola, bem como critérios para resolução de situações do cotidiano. “Práticas de gestão são balizadoras para tomadas de decisão coerentes”, garante. O que impossibilita qualquer mudança, no entendimento de Alves, é o isolamento. “Os meus 20 anos de assessoria em gestão educacional a entidades privadas e confessionais mostraram-me que contar com uma assessoria externa qualificada e inserir-se em uma rede organizada são atitudes

Identidade x gestão Os valores, a tradição e a qualidade são opções que a instituição de ensino faz, e ter gestão significa auxiliar, conciliar, e não substituir esses critérios. Assim pensa a psicóloga Neidi Schneider, chamando a atenção para o fato de que, com ou sem gestão, a escola pode falar de valores, qualidade e, incoerentemente, praticar algo diferente. “Tradição não desaparece com a modernidade, apenas se torna passado, mesmo assim importante. Viver da tradição pode ser um problema. Viver com tradição pode ser uma sabedoria. A religião tem seus credos, e a gestão não necessita questionálos”, afirma. Alves é adepto a essa mesma linha de raciocínio. Ele afirma que a profissionalização da gestão não compromete em nada a identidade de uma escola, seja ela confessional ou de outra natureza. “Esse pensamento é totalmente insustentável. Deve tratar-se de uma simples justificativa para a incompetência. Todas as instituições educacionais bem-sucedidas, incluindo as confessionais — e elas existem em quantidade suficiente para sustentar a afirmação —, conseguem ter a sua identidade bem-marcada e corretamente percebida pela comunidade em que está inserida”, comenta, completando que a gestão não é um fim em si mesma: com ela busca-se adotar boas práticas gerenciais com o intuito de garantir os recursos necessários para que uma instituição de ensino, pública ou privada, cumpra adequadamente seus objetivos. “Valores religiosos propostos com competência só agregam valor à escola confessional, bem como a confiança que a tradição manifesta. Triste é ver escolas confessionais fugirem de seus valores fundamentais para minorar os estragos da má qualidade educacional e os feitos deletérios da ausência de boas práticas gerenciais”, argumenta o presidente da Fundação Universa.

A tradição que confia na eficiência da modernidade A mais antiga instituição de ensino confessional do Estado, o Colégio Sinodal Tiradentes, de Campo Bom, com seus 183 anos, é um exemplo de que a identidade de uma escola e os seus valores não são subtraídos pela implementação de sistemas de gestão. Ao contrário, a instituição entende que essa prática permite ainda mais o desenvolvimento de potenciais. “A nossa gestão dá importância para os diferentes saberes, valorizando a participação e a colaboração de todos: pais, alunos, professores, equipe diretiva e comunidade”, resume a diretora Silvia Korndoerfer Rangel. “Antes se pensava em gestão pedagógica como a principal na gestão educacional, mas hoje sabemos que um bom gestor deve preocupar-se com o todo do processo, ou seja, as partes administrativa, financeira, jurídica e didáticopedagógica.” Entre os resultados do primeiro trimestre de trabalho, a diretora destaca o fortalecimento e a atuação da Associação de Pais e Professores (APP) e do Grêmio Estudantil, a participação efetiva dos educadores nos encontros de capacitação organizados pela Rede Sinodal de Educação, melhorias nos espaços de convivência, o prosseguimento na implantação do sistema de gerenciamento educacional e ainda mais dedicação dos professores e da equipe diretiva na avaliação e afirmação do Projeto Pedagógico que valoriza o aluno como um ser completo. Para encerrar, Silvia relata que, com a troca da direção no último mês de março, está sendo realizado um diagnóstico geral da escola. O objetivo é, juntamente com o Conselho Escolar Administrativo, elaborar o planejamento estratégico, definindo metas a curto e a longo prazos.

Profissionalização da gestão não compromete a identidade de uma escola

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Bom Conselho comemora resultados com o planejamento estratégico Diante de um mercado educacional cada vez mais competitivo, o Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, de Porto Alegre, percebeu a necessidade de buscar uma identidade para diferenciar-se em meio à concorrência. Também era preciso definir uma visão estratégica, projetando metas para a instituição a curto, médio e longo prazos. Foi então que, em abril de 2009, buscou a consultoria em gestão do SINEPE/RS, sob a orientação do consultor Sérgio Schardong Filho, para implementar o planejamento estratégico. O trabalho compreendeu as seguintes ações: definição da missão, visão e valores do Colégio; análise dos cenários; desenvolvimento da matriz Swot (analisando as forças e fraquezas internas e as ameaças e oportunidades externas); definição dos objetivos estratégicos; desenvolvimento da Matriz de Projetos Estratégicos (Mape); definição dos Planos de Ação; e mapeamento dos principais processos. Para isso, foi montada uma equipe de trabalho com a participação da direção e de mais cinco colaboradores responsáveis por diferentes setores. O grupo reuniu-se semanalmente após o horário escolar. “Foi encantadora a participação das pessoas, disponibilizando-se fora do seu horário de trabalho. Todos realmente vestiram a camisa”,

comenta a diretora, Ir. Mônica de Azevedo. Ela conta que a iniciativa foi bem-aceita pelos demais colaboradores que se envolveram direta ou indiretamente nas etapas do planejamento. Segundo a diretora, o planejamento auxiliou a escola a perceber qual a sua identidade. “Diante de uma demanda tão grande de tarefas e de tantas atribuições postas à escola, aprendemos a identificar o que compete a nós, ou seja, o que faz parte da nossa filosofia e herança, e o que não é nosso dever”, explica. Com o trabalho, a escola também definiu melhor o seu foco pedagógico, que está na acolhida, no cuidado e na competência acadêmica. A partir daí, essas características foram valorizadas nas ações e estratégias de comunicação e marketing. “Estamos sempre em busca de qualidade do ensino, mas com foco no humanismo, seguindo a filosofia franciscana. E é isso que passamos a defender”, complementa. Para garantir a qualificação da equipe foi criado um plano de formação continuada dos professores e funcionários. É incentivada a participação em eventos promovidos pelo Colégio ou por outras instituições. Outra melhoria foi a integração entre os setores pedagógico, administrativo e financeiro. “Hoje, por exemplo, para a realização de um evento, a área que o organiza já sabe de qual verba dispõe e é responsável pela administração dos recursos. As áreas estão completamente interligadas e isso viabiliza a execução dos projetos planejados”, explica. Em pouco mais de dois anos de trabalho, a instituição já comemora os resultados. Depois de uma fase em que vinha perdendo alunos, desde 2009 vem mantendo o número de matrículas. Para o futuro, a diretora espera que o trabalho tenha continuidade. “Não queremos que o planejamento seja um projeto de algumas pessoas, mas sim da escola. Que possa caminhar sozinho, independentemente de quem esteja liderando”, afirma. Ela também almeja que a instituição seja reconhecida no Estado pelo seu diferencial pedagógico.

Colaboradores envolveram-se nas etapas do planejamento

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ARTIGO

Gestão, Avaliação e Resultados: encarando o autoengano

Quando saímos de casa, dificilmente resistimos a uma olhadinha no espelho para verificarmos se a vestimenta está adequada. Quando constatamos que alguma coisa no visual não vai bem, refletimos rapidamente sobre o que pode estar provocando tal desarmonia. Se for a cor da blusa, por exemplo, corremos e trocamos por uma de cor mais adequada à combinação geral. Mais uma rápida olhadinha e constatamos que dessa vez ficou bom e somente assim, tranquilos, seguimos para mais um dia de trabalho. Não parece, mas essa cena rotineira revela a essência do ato natural de avaliar em nosso dia a dia. Esse ato que nos é intrínseco (uma criança de 2 anos já avalia com que brinquedo quer brincar) é composto de três etapas: constatar, refletir e agir. Ao olhar no espelho, constatamos que o visual não está harmônico. A partir daí, refletimos sobre o que pode estar causando a desarmonia e aí partimos para a ação e trocamos a blusa. A questão é que o ato de avaliar muitas vezes não é tão simples assim. Quando a constatação vai nos mostrar algo que, no fundo, não queremos ver, preferimos não constatar e seguir em frente acreditando no que melhor nos convier. É, muitas vezes, o caso de não subirmos numa balança (ou até fugirmos dela) para não constatarmos o nosso peso, o que nos levaria a uma reflexão difícil e uma ação mais dolorosa ainda. A questão é que não queremos parar de comer doces, frituras e massas. Mais que isso, não acreditamos que somos capazes de resistir a essas tentações, logo, pra que tentar? Você pode estar se perguntando o que estamos fazendo na seara da Filosofia da Avaliação. A resposta é simples: estamos tentando “tirar o véu” do autoengano, na esperança de que superemos a ideia de que não somos capazes de mudar. A título de exemplo, pensemos nos reais motivos que nos afastam da prática de uma gestão por resultados. Em conversa informal com vários gestores de instituições de ensino pelo Brasil, percebo que a rotina de trabalho com indicadores precisos que mostrem os resultados das ações e das decisões que tomamos em nosso cotidiano é sempre repudiada sob alegações do tipo “não sobra tempo pra isso”; “o corre-corre não permite que paremos” ou “já sabemos o resultado só de observar, a experiência nos mostra”. Não sei por que motivo, mas essas respostas me levam a um sentimento de que estamos “fugindo da balança”. Será

que os indicadores são desnecessários ou eles podem nos mostrar algo que não queremos ver? Quando falo para professores sobre o tema Avaliação da Aprendizagem, costumo fazer essa mesma indagação: será que a verdadeira avaliação (composta das três etapas) é tão pouco praticada nas salas de aula pelo medo que o ato de refletir e agir nos provoca? Será que somente constatar não é mais prático? Dessa forma, as etapas de refletir e a de agir ficam somente por conta do aluno. O ato de gerir uma instituição de ensino exige, cada vez mais, coragem para encarar autoenganos. Os métodos empíricos precisam ser repensados à luz do compromisso que temos com os resultados que precisamos apresentar. Subir na balança pode ser um ato ameaçador, mas não subir pode nos ocultar algo que está nos levando à morte. Júlio Furtado

Psicólogo, Pedagogo, Doutor em Educação e Reitor da Uniabeu do Rio de Janeiro.

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ILUSTRAÇÃO: VIT NUÑEZ

CAPA

O papel da escola no combate à violência Por Dóris Fialcoff

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difícil compreender como é possível a equação que une o local onde se aprende e a violência, já que a escola é vista como espaço de crescimento, onde se encontra boa parte dos alicerces da formação dos sujeitos e de sua cidadania. Mas, infelizmente, essa correlação é uma realidade, que cada vez mais preocupa equipes diretivas, professores, pais e alunos. O termo bullying, mesmo que nem toda agressividade se configure como tal, tem estado bastante presente na sociedade em geral, em capas de livros e revistas expostos em vitrines, nos noticiários, nas discussões acadêmicas e nas conversas das famílias. Se a violência na escola era um assunto pouco valorizado ou até mesmo velado até há pouco tempo, hoje em dia é tema prioritário nas listas de urgências a serem resolvidas nas instituições de ensino. Para abordar a questão, a psicóloga e psicanalista Luciana Fim Wickert, mestre em Psicologia Social e Institucional, diz ser necessário situar o que se entende por violência e, mais especificamente, violência escolar, porque esses conceitos mudam conforme os contextos sócio-históricos. Nesse caso, está se falando de atitudes propositais destinadas a agredir o outro, que podem ser tanto físicas como emocionais. A partir dessa delimitação, ela chama a atenção ao fato de que nem toda atitude agressiva é um ato de violência. “Existem padrões agressivos necessários à aprendizagem humana. Nenhum ser consegue adentrar no mundo dos humanos sem

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certa agressividade”, contextualiza, acrescentando que muitas vezes os relatos de agressões violentas no ambiente escolar são pedidos de ajuda não verbalizados. “Isso tem ocorrido porque as bases de relações intersubjetivas estão cada vez mais frágeis, o que leva muitos sujeitos a não conseguirem resolver seus problemas por caminhos simbólicos, obrigando-os a se utilizarem de estratégias agressivas e, por vezes, violentas para comunicar as suas dificuldades”. Essa ressalva de que nem tudo é violência também é do sociólogo e pesquisador francês radicado no Brasil Bernard Charlot. Ele é taxativo ao afirmar que não se trata de acabar com o conflito na escola, porque, afinal, não há vida humana sem conflito, pela simples razão de que não há vida humana sem frustração. “O meu desejo esbarra no desejo dos outros, portanto não posso viver no que a psicanálise chama de princípio do prazer o tempo todo, mas viver pelo princípio de realidade. Devo negociar o meu desejo com os outros e comigo mesmo, isso significa que sempre há frustração e, por conseguinte, agressividade”, ensina. “O problema não é acabar com o conflito, mas com a sua forma violenta.” E quando se fala em violência, é importante destacar: a que acontece no mundo escolar não é um fato isolado, pois há o incremento generalizado desse fenômeno no campo social. “Vivemos em tempos de narcisização social, os laços coletivos estão cada vez mais fragilizados, a individualização e o ‘cada

um por si’ têm consequências no dia a dia. Constituir-se em tempos pós-modernos não é tarefa fácil. Neste ínterim, as tentativas de resolução de problemas e dificuldades pela via da violência tornaram-se cada vez mais comuns”, pondera Luciana. Tanto é importante levar em consideração a violência no contexto social global que Charlot afirma ser paradoxal falar dela no âmbito escolar. Ele argumenta que no Brasil acontecem 50 mil homicídios por ano, uma impressionante e cruel realidade que ele acredita não receber a atenção devida, inclusive da imprensa. “Fala-se de tanta violência assim na escola, mas eu não tenho a certeza. Provavelmente, a escola brasileira permanece um lugar menos violento do que os outros da sociedade. Portanto, é interessante refletir por que se pensa assim, será que se trata de uma importação de uma problemática da Europa ou dos Estados Unidos?”, questiona, respondendo que, na verdade, pode haver outra explicação. “A sociedade brasileira permanece violenta, mas ela suporta cada vez menos a violência, e em particular na escola, que deveria ser um lugar de crianças, de inocentes protegidos. Portanto, a violência na escola é um fenômeno que perturba a nossa confiança”, reflete. Luciana salienta que atitudes agressivas e violentas sempre existiram, porém o que parece estar saltando aos olhos é a dificuldade de um posicionamento de autoridade que intermedie as ações e possibilite uma saída simbólica para os impasses. “É nesse ponto que as escolas podem se constituir como um espaço criativo para os dias de hoje. Ofertar espaços de reflexão e de problematização sobre os modos de resolver conflitos possibilitará a essa nova geração encontrar balizas para suas constituições psíquicas”, incentiva a psicanalista. Esse referencial sobre o ambiente escolar sugerido por Luciana como ideal, para Charlot pode não corresponder com a realidade. Ele acredita que para a maioria dos jovens a instituição não é mais um lugar aonde se vai para aprender, para compreender o mundo, etc., mas para passar de ano, para depois prestar vestibular, ir para a universidade, obter o diploma e um bom emprego. “Isso significa que a escola não está mais sendo percebida como uma oportunidade

Atitudes agressivas e violentas sempre existiram, o que falta é um posicionamento de autoridade que possibilite uma saída simbólica para os impasses Luciana Wickert

de democratização da sociedade, mas vista pelos jovens, em particular pelos da classe média, como uma obrigação imposta pelos pais e pelos adultos para poderem ter uma boa vida mais tarde. A ideia é pelo menos atingir o mesmo patamar da família”, analisa o sociólogo. Na sua opinião, deve-se refletir sobre essa enorme pressão dos pais sobre os filhos por meio da escola, pois, atualmente, quando um filho tira boas notas, ele tem regalias, porém se acontecer o contrário, poderá até perder o amor dos pais. Isso, para o pesquisador, significa que a classe média está reproduzindo os seus privilégios ou a sua posição social via educação. “As nossas crianças vivem uma pressão forte, permanente. É pressão na escola, na família, e tudo isso com o objetivo do vestibular. Portanto, existem crianças que passam a odiar a escola, porque é causa de sofrimento”, garante. Para ele, mesmo que o ambiente escolar possibilite o prazer de encontrar os colegas, de eventualmente oportunizar o encontro com um professor que poderá mudar positivamente a história do aluno, no cotidiano, na rotina da escola, há uma pressão, em especial a das provas. “As crianças são vítimas do que se poderia chamar de uma violência psicológica, uma violência de uma situação em que na nossa sociedade contemporânea só vale o dinheiro, e para ter acesso a ele, na maioria dos casos, tem que ter acesso ao diploma.”

Vive-se em tempos de narcisização social, os laços coletivos estão cada vez mais fragilizados

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respeito e a valorização das diferenças, seja em sala de aula ou nas redes sociais. Foi a partir do trabalho de conscientização dos alunos de 5ª série do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, por meio de vídeos, palestras e debates, que nasceu a campanha “Cyberbullying: delete esta ideia da sua vida!”. Foram preparados cartazes, fôlderes e faixas de conscientização, disseminando o projeto e pregando que a liberdade de expressão requer responsabilidade. Colégio Anchieta aposta no diálogo para melhorar a convivência escolar

E, no seu ponto de vista, seria esse o ponto crucial do problema: toda essa pressão é a disparadora da violência. “Quando acontece em uma situação tensa um evento um pouco mais duro, difícil de viver, pode acontecer também a violência. É como quando uma faísca produz um incêndio”, exemplifica, lembrando que, muitas vezes, ao se analisarem alguns casos ocorridos, encontra-se apenas um pequeno conflito, mas que toma a dimensão maior justamente porque aconteceu em uma situação muito tensa. “Portanto, para diminuir a violência, é preciso em primeiro lugar diminuir a tensão que existe na escola do lado dos alunos e também do lado dos professores. Tem que fazer da escola um lugar para se ver o trunfo do outro, para aprender coisas interessantes, de aventura intelectual, de aventura humana”, simplifica o sociólogo. Caminhos para evitar a violência escolar Os especialistas são unânimes em dizer que é fundamental criar espaços para o diálogo e para a compreensão das diferenças no ambiente escolar. Essa pode ser uma medida simples e eficaz para combater o problema e já vem sendo praticada por muitos estabelecimentos de ensino, como é o caso do Colégio Nossa Senhora da Glória, de Porto Alegre. A instituição está buscando qualificar as relações e evitar reações violentas que possam se estabelecer no dia a dia entre alunos, pais e professores. Para isso, tem investido em projetos de escuta e diálogo. Ao longo do ano letivo, são desenvolvidas atividades como a assembleia de alunos com a direção, na qual os estudantes, por intermédio de seus representantes de turma, têm a possibilidade de expressar suas opiniões e dar sugestões para o melhor andamento do trabalho e do convívio na escola. Também idealizaram o projeto “Trocando ideias com os pais”, que reúne pais e educadores, encontro sempre mediado por um profissional da área da Educação ou da Saúde. Já o Colégio Anchieta, também da capital, buscou no Direito o auxílio para os casos de violência. A instituição identificou na justiça restaurativa, a princípio utilizada em ambientes jurídicos, um referencial teórico compatível com a forma como entende a educação e a convivência escolar. Os orientadores educacionais

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e assistentes de disciplinas partiram de um projeto-piloto, junto à Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), e elaboraram um cronograma de atividades para utilizar a metodologia de círculos restaurativos. Além disso, os profissionais também fizeram estudos sobre comunicação não violenta e elaboraram uma maneira de intervir em conflitos juntando os dois conhecimentos. De forma geral, o procedimento é baseado no acolhimento, no ouvir efetivamente o que a pessoa está tentando dizer, quais são os seus sentimentos, e tentar elaborar de forma conjunta uma solução. Na prática, funciona semelhantemente a uma reunião de conciliação. É promovido o encontro dos envolvidos na situação, ou seja, o agressor, a vítima e outros que participam de forma direta e indireta daquele conflito. Nesse espaço, é possível ouvir a pessoa que se sente agredida, assim como o agressor também pode ouvi-la efetivamente, saber como ela se sente, e o agredido também pode saber por que aquela pessoa cometeu tal ato. Também o bullying, porém na rede Em tempos de exacerbada comunicação virtual, a mesma atitude violenta do bullying migra para a internet, originando o chamado cyberbullying. De acordo com Luciana Wickert, a configuração do bullying virtual passa pela ideia de impunidade, por um exibicionismo disfarçado do agressor – que muitas vezes se esconde por apelidos – e pela exposição do agredido. Considerando esse problema grave e uma boa dose de criatividade, a Rede Romano de Educação, por meio dos Colégios Romano Senhor Bom Jesus, São Mateus e Santa Marta, levantou a bandeira contra o cybebullying via projetos. Foi criada uma campanha e foram feitos debates com os alunos e a comunidade em geral sobre o fato de que a internet não é um mundo paralelo, muito menos sem lei ou à parte, mas é vida real. As instituições buscaram envolver os alunos na implantação de ações de redução do comportamento agressivo, intimidante e discriminatório, bem como estimularam um ambiente seguro e saudável, promovendo o

A violência também no Ensino Superior O ambiente educacional hostil não é apenas um problema entre crianças e pré-adolescentes, pois ele também se estabelece nos níveis do ensino superior. O que muda é como o fenômeno se apresenta se comparado com outros grupos sociais, podendo ser de maneira mais sutil e menos visível. “Uma forma de violência em geral pouco identificada nos meios educacionais é a simbólica, que se expressa por meio do preconceito, da indiferença, daquilo que é silenciado, da intimidação, da desigualdade de condições, da exclusão social, correndo o risco de banalizar-se e causar rupturas nas relações entre professores, alunos e funcionários”, descreve a pedagoga e mestre em Educação Silvana de Boer Waskow. Ela recomenda que as instituições de ensino, independentemente do grau ou público ao qual se destinam, devem ser regidas por regras que regulem e normatizem a convivência entre seus integrantes, privilegiando princípios baseados na justiça e na ética. “A promoção de espaços de socialização e de participação coletiva, o respeito às diferenças individuais, o incentivo à cultura e ao crescimento intelectual e social de todos os membros da comunidade podem dirimir os índices de violência institucional.” Quando a violência é mais do que escolar Uma escola precisa estar preparada para saber identificar o que está acontecendo nos seus corredores em relação à violência, pois, como refere a psicanalista Luciana Wickert, existem diferenças entre ações agressivas e delinquentes. “Essas últimas, apesar de também poderem se configurar como um pedido de ajuda, em geral exigem intervenções que extrapolam as possibilidades escolares. De qualquer maneira, a não atitude da instituição frente aos diferentes atos é uma omissão perigosa e comumente desencadeia o incremento do processo de violência.” Já o sociólogo Bernard Charlot vai

Uma forma de violência em geral pouco identificada nos meios educacionais é a simbólica, que se expressa por meio da indiferença, daquilo que é silenciado... Silvana Waskow

um pouco mais além, subdividindo o fenômeno em três tipos. Na concepção dele, há a violência na escola, a violência escolar e a violência da escola. “Quando tem tráfico de drogas dentro da escola, não é culpa da instituição, é problema de polícia. A violência escolar é a que se produz de acordo com a própria especificidade da escola; e a terceira é a violência da própria escola, o que a psicologia chama de violência simbólica, de humilhação”, descreve. A orientação do coordenador da graduação da Faculdade de Direito da Fundação Escola Superior do Ministério Público e do Gabinete de Gestão Integrada do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Jayme Weingartner Neto, é que, depois de identificados os casos – o que pressupõe treinamento –, a primeira abordagem deveria ser educativa, a própria escola assumindo a resolução do conflito, na linha dos círculos restaurativos, da educação para a paz, da comunicação não violenta. Ele recomenda à instituição acionar sempre os pais e, para medidas específicas de proteção, em face de situação de risco, o Conselho Tutelar. “Em casos mais graves, deve ser feito registro de ocorrência policial, para que o Ministério Público e o Judiciário atuem no restabelecimento de limites, até com medidas socioeducativas”, previne.

A configuração do bullying virtual passa pela ideia de impunidade

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CIDADANIA

Famílias que acompanham seus filhos têm maiores chances de visualizarem mudanças que indicam dificuldades

Ensino privado gaúcho comemora o Dia da Solidariedade

A E qual o papel da família? Como base de todo ser humano, a família tem papel formativo e de proteção. Porém, o que de fato significa proteger? Para Luciana, uma das questões a serem analisadas é que as famílias, cada vez mais em uma tentativa de proteção de seus membros, os defendem de forma narcísica. “Fizeram com o meu filho... Ele não fez nada...”, exemplifica a psicóloga, garantindo que tal atitude tem consequências nefastas. “É importante que a família situe qual a implicação do filho na situação de violência. Por que ele está agredindo ou está sendo agredido? Ou ainda, por que assiste a uma cena de agressão ou de bullying sem nada fazer?” Ao seu ver, a responsabilização pelos atos deve ser retomada para que crianças e adolescentes consigam se inserir em uma sociedade mais justa e igualitária. “Além disso, uma defesa cega fragiliza o sujeito em formação. Acompanhá-lo e formá-lo implica responsabilização e tempo. Com a famosa aceleração do mundo moderno e o incremento de um consumo exacerbado, muitos jovens ficam sem a esteira do diálogo com seus pais”. Segundo ela, famílias que acompanham seus filhos têm maiores chances de visualizarem mudanças que indicam dificuldades subjetivas e de envolvimento no campo escolar, como queda de rendimento na aprendizagem, isolamento, crises de agressividade, sinais de tristeza e de apatia.

As escolas não podem se isentar de trabalhar a questão da violência, porque ela faz parte das trocas humanas Luciana Wickert

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“Violência é pauta pedagógica” “As escolas não podem se isentar de trabalhar a questão da violência, porque ela faz parte das trocas humanas. Desse modo, trabalhando com sujeitos em formação, a violência é pauta pedagógica.” Esse é o parecer de Luciana, pois argumenta verificar na prática que as escolas com tempo para construção de propostas para os impasses dos encontros intersubjetivos em seus planejamentos alcançam melhores resultados na prevenção à violência. “Contemporaneamente, para além das práticas de transmissão de conteúdo, tem ficado ao encargo das organizações escolares a constituição de outros meios de socialização. Isso se deve aos novos arranjos sociais. Efetivamente observam-se mudanças consideráveis no modo de atuação das funções materna, paterna e fraterna, o que acarretou novas demandas à instituição escolar”, avalia, dizendo entender que esses novos papéis trarão uma nova valorização do campo escolar, o que exigirá grandes movimentações das organizações educacionais. Especificamente, comenta Luciana, quando o tema é violência escolar, os caminhos são prevenção pedagógica, construção de regras e de cumprimento destas, estabelecimento de feedbacks, acompanhamento e intervenção nos casos que se apresentem e assunção da responsabilidade pelos encaminhamentos necessários. Essa trajetória em busca de soluções e de formas eficientes de prevenção já começou, o que é um grande passo, mas também evidenciou o grande desafio que isso representa. Que a tomada de consciência e um olhar ainda mais atento sejam os critérios incentivadores para que a violência não encontre frestas desprovidas de cuidado no ambiente educacional.

A pauta desta reportagem foi construída com a colaboração dos seguintes educadores, em reunião realizada na Regional Metropolitana: Adriana Gandin (Rede La Salle), Carla Macedo (Colégio Santa Teresa de Jesus), Cristina Corso (Colégio Nossa Senhora da Glória), Fabiane do Amaral (Escola Nossa Senhora do Brasil), Gilvan Teixeira (Rede de Escolas São Francisco), Ilza Cecon (Rede Metodista e Colégio Americano), Luciane Valls (Colégio Farroupilha), Maria Bueno (Colégio Maria Imaculada), Mônica Chaves (Colégio Romano Santa Marta), Patrícia Saldanha e Alexander Goulart (Rede Marista), Valcir Prochnow (Pastor Dohms).

tradicional campanha proposta pelo SINEPE/RS para comemorar o Dia da Solidariedade mobilizou 90 instituições de ensino privado em todo o Estado. Neste ano, a participação das instituições de ensino superou a expectativa dos organizadores, uma vez que dobrou o número de instituições que aderiram à campanha. Escolas, faculdades e universidades envolveram-se em prol da solidariedade na semana do dia 21 de maio, realizando atividades como Tema de Casa Solidário, Dia da Solidariedade na Escola, campanhas contra bullying, ações de combate à dengue e voltadas ao meio ambiente, entre outras. A seguir, apresentaremos algumas dessas ações*:

Faculdade Anhanguera abre as portas para a comunidade Estudantes refletem sobre a solidariedade A Escola Bom Jesus - Joana d´Arc, de Rio Grande, comemorou o Dia da Solidariedade em 20 de maio com atividades da Educação Infantil ao Ensino Médio. Até o 4º ano do Ensino Fundamental, os alunos trabalharam com oficinas, refletindo a partir de letras de canções e fábulas a importância da solidariedade. Da 5ª à 7ª série, os estudantes assistiram a uma palestra sobre ‘cyberbullying’, ministrada pela psicopedagoga Waléria Busetti. Já a 8ª série e o Ensino Médio assistiram ao filme “Bullying - provocação sem limites”.

No dia 21 de maio, a Faculdade Anhanguera de Passo Fundo abriu suas portas para a comunidade local. A programação contou com shows artísticos, oficinas sobre responsabilidade social e palestra sobre o assunto. Dentro do Tema Solidário, também foi organizada uma gincana entre as turmas. Aquela que entregasse o maior número de kits de alimentos e produtos de limpeza e higiene poderia escolher uma instituição de caridade para entregar o material arrecadado.

* Estamos divulgando neste espaço somente as instituições que enviaram material até o dia 31 de maio.

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Alunos do Bom Jesus Sévigné visitam Asilo Padre Cacique

Plantio de árvores marca a data no Bom Jesus São José No dia 28 de maio os alunos da 6ª série do Ensino Fundamental, acompanhados dos pais, professores e funcionários do Colégio Bom Jesus São José, de Vacaria, voltaram as atenções para o meio ambiente. Eles plantaram 50 mudas de árvores nativas no entorno do reservatório de água da bacia de captação do município. Essa ação finalizou o Projeto “Plantando mudas de árvores nativas, colheremos sementes de solidariedade e paz”, desenvolvido desde março nas disciplinas de Ciências, Ensino Religioso e Língua Inglesa.

Bom Jesus São Miguel comemora com projetos e atividades O Colégio Bom Jesus São Miguel de Arroio do Meio promoveu diversas ações para comemorar a data. Dentro do Programa de Prevenção ao Bullying do Bom Jesus, ofereceu um momento de reflexão e discussão sobre o tema. Os estudantes também constituíram a Patrulha do Meio Ambiente. Foi escolhido um espaço abandonado nas imediações do colégio para serem feitos a limpeza e o plantio de 18 árvores de espécies nativas, realizados pelos estudantes.

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Solidariedade na vitrine

Colégio Cenecista Felipe Tiago Gomes realiza doações Comemorando o Dia da Solidariedade, os alunos do Colégio Cenecista Felipe Tiago Gomes, de Novo Hamburgo, participaram de algumas atividades especiais. A turma 181 (8ª série) doou alimentos para o Lar da Menina. Já a turma 221 (2º ano do Ensino Médio) também fez doação de alimentos ao Centro de Vivência Redentora. As crianças do 1º ano do Ensino Fundamental refletiram em casa com os pais sobre “o que é ser solidário”. Usando a criatividade, fizeram cartazes demonstrando seus sentimentos sobre o assunto.

Os alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental I do Colégio Bom Jesus Sévigné de Porto Alegre tiveram uma tarde diferente no dia 21 de maio. Eles visitaram o Asilo Padre Cacique e ofereceram um lanche especial para um grupo de 70 idosos do local. Numa ação de solidariedade e amor ao próximo, as turmas promoveram a coleta de ingredientes para a confecção de bolos e depois, em oficinas culinárias, ajudaram a preparar bolos e bolachas para o lanche.

Para marcar o Dia da Solidariedade, as turmas do Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat), de Lajeado, registraram em uma folha personalizada as boas ações realizadas pelos alunos desde o início do ano. Os cartazes foram disponibilizados nas vitrines de algumas lojas do centro da cidade, com a mensagem: “Nós praticamos ações de solidariedade! E você?”. Entre as atividades solidárias estão desde pequenos gestos que melhoram a convivência entre as pessoas até a doação de livros para a biblioteca itinerante do Hospital Bruno Born e a recepção de turmas de uma escola municipal para uma Ação Solidária de Páscoa.

Colégio Bom Jesus São Luiz vivencia a solidariedade

Gestos de solidariedade no Ceat Região Alta

O Colégio Bom Jesus São Luiz de Porto Alegre envolveu-se em um espírito de partilha, doação e reflexão. Os alunos, que já vivenciam a solidariedade por meio do Projeto Virtudes, puderam refletir ainda mais sobre ser solidário, ampliando seus conhecimentos quanto ao tema. Contribuíram com doações de diversos itens, na Parada Solidária, discutiram a temática em sala de aula e praticaram a solidariedade junto à família, no Tema de Casa Solidário.

No dia 20 de maio, a turma da 5ª série de 9 anos do Ceat Região Alta, de Roca Sales, conversou sobre o Dia da Solidariedade na aula de Educação Religiosa e Relações Humanas. Os alunos trocaram ideias sobre o que é ser solidário e se dividiram em duplas para pensar em gestos de solidariedade ou de gentileza. Foi feita uma lista com as sugestões e alguns gestos foram praticados com as turmas da Educação Infantil.

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Arrecadação de alimentos no Cenecista São Roque Os alunos da Educação Infantil do Colégio Cenecista São Roque, de Bento Gonçalves, participaram do Dia da Solidariedade arrecadando alimentos, que foram entregues ao Lar do Ancião – instituição onde vivem idosos. A iniciativa teve como objetivo conscientizar os alunos da necessidade do cuidado com o próximo e da importância de se construir um mundo mais justo e fraterno.

Colégio Conhecer promove Festa da Família Para marcar o Dia da Solidariedade, o Colégio Conhecer, de Porto Alegre, promoveu a Festa da Família. Os alunos, juntamente com seus pais, participaram de atividades em que produziram materiais para doar à Sociedade PortoAlegrense de Auxílio aos Necessitados. Fizeram quadrinhos de crochê e tricô, para depois se transformarem em mantas. Outro grupo fez biscoitos de queijo. Além disso, o Colégio disponibilizou uma caixa para recolher doações de material de higiene, meias e gorros de lã para doar à entidade.

Tarefa Solidária no Colégio Salesiano Dom Bosco O Colégio Salesiano Dom Bosco, de Porto Alegre, marcou a passagem do Dia da Solidariedade com diversas atividades, envolvendo todos os alunos e professores. Uma delas foi a Tarefa Solidária, com doação de peças de roupa e calçados, contando pontos para a Olimpíada do Colégio Dom Bosco (Olimbosco). O resultado dessa ação somou a arrecadação de mais de mil peças de roupa e de 40 pares de calçados. As doações serão destinadas às instituições que atendem menores carentes e casas de acolhida.

Alunos do Colégio Espírito Santo trabalham no combate à dengue O Colégio Espírito Santo, de Canoas, comemorou o Dia da Solidariedade envolvendo os alunos do 3º ao 5º ano do turno da tarde num estudo sobre a dengue. O assunto foi apresentado, discutido e analisado a partir de conversas, textos, histórias e pesquisas na internet. Entre as produções, os estudantes criaram um adesivo para combate à dengue. O trabalho coletivo foi tão exitoso que os alunos já estão se mobilizando para a proposta seguinte: trânsito + gentil.

Mensagens solidárias no Colégio Divino Coração

Alunos do Concórdia produzem kits de higiene bucal Os alunos do Maternal ao 2º ano do Ensino Fundamental I do Colégio Concórdia, de Porto Alegre, promoveram uma oficina de higiene e saúde bucal. Os estudantes também produziram kits feitos de garrafas pet, contendo escova e pasta dental, para serem doados à Associação Evangélica Luterana de Caridade (Aelca). A ação foi realizada no dia 21 de maio, Dia da Solidariedade.

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O Colégio Divino Coração, de Alegrete, engajado na campanha do Dia da Solidariedade, optou por trabalhar com a conscientização por meio de mensagens que enfatizassem a importância de gestos solidários. Os alunos produziram frases e dicas de solidariedade que se transformaram em chamadas de rádio, gravadas pelos próprios alunos e veiculadas na Rádio Tchê Alegrete nos dias 20 e 21 de maio.

Gaspar Silveira Martins realiza Tema de Casa Solidário

Colégio Fátima promove ações solidárias O Colégio Nossa Senhora de Fátima, de Santa Maria, realizou diversas atividades para comemorar a data. Até os anos finais do Ensino Fundamental, os alunos envolveramse na arrecadação de alimentos, materiais de higiene e de limpeza que foram entregues na Casa de Apoio à Criança com Câncer. Os anos finais promoveram atividades, como a Páscoa Solidária, em que cada aluno partilhou doces com crianças do Instituto, que apoia crianças com câncer e da Creche Vila das Flores. Já o Ensino Médio arrecadou alimentos que foram doados para a Casa de Caridade – Abrigo Oscar Pithan - Instituto.

O Tema de Casa Solidário foi vivenciado de forma muito intensa pelos alunos das turmas de Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Colégio Gaspar Silveira Martins, de Venâncio Aires. Foram promovidas visitas à Casa de Passagem de Venâncio Aires (local onde residem crianças que aguardam adoção) e à Ong Parceiros da Esperança, que atende crianças e adolescentes de bairros carentes da cidade. Nesses locais foram feitas doações de alimentos, roupas e brinquedos.

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Gincana da solidariedade mobiliza alunos do Colégio Gonzaga O Colégio Gonzaga, de Pelotas, comemorou o Dia da Solidariedade com a Olimpíada das Cores. As equipes arrecadaram cerca de 5 toneladas de alimentos não perecíveis e mais de 7 mil peças de roupas. Todos os professores e funcionários foram mobilizados para participar da contagem dos donativos, que valeram pontos para a equipe que arrecadou o maior número de doações. Serão beneficiados o Banco de Alimentos, a Casa da Criança São Francisco de Paula, a Casa do Carinho e a Comunidade Renascer.

Imaculada Conceição investe em campanhas No Colégio Imaculada Conceição, de Cachoeira do Sul, o Dia da Solidariedade foi marcado pelas campanhas contra o Bullying e de Combate à Dengue. Os alunos confeccionaram cartazes e histórias em quadrinho sobre o bullying. Também houve a produção de armadilhas contra o mosquito da dengue e de material informativo para prevenir a sua proliferação. As atividades se encerraram com uma visita às casas de alguns moradores, onde foi distribuído o material.

Madre Bárbara promove campanha de doação de novelos de lã Os alunos e professores do Colégio Madre Bárbara, de Lajeado, realizaram uma campanha de doação de novelos de lã para a Fundação para Reabilitação das Deformidades CrânioFaciais. Com a iniciativa, as mães das crianças tratadas poderão confeccionar agasalhos para as crianças do local. A campanha partiu de um trabalho realizado com o tema: “Com este presente você não está aquecendo só o meu corpo, mas o meu coração”.

Colégio João XXIII realiza projeto “Somos um grupo” O Dia da Solidariedade foi marcado com o projeto “Somos um grupo – multiatividades”, no Colégio João XXIII, de Porto Alegre. A iniciativa tem como objetivo oportunizar aos alunos o trabalho em equipe, promovendo tarefas que envolvem conteúdos trabalhados em aula. A instituição acredita que ações como essas fortalecem a solidariedade, reforçando a capacidade da vivência comunitária e do compromisso com a sociedade.

Dorothea Schäfke envolve alunos no Tema de Casa Solidário

Sempre é tempo de ser solidário no Colégio Murialdo No mês de abril as turmas das 5ªs e 6ªs séries do Colégio Murialdo de Caxias do Sul participaram do Projeto “Quem sabe faz a hora... – Sempre é tempo de ser solidário”, já em comemoração ao Dia da Solidariedade. Eles confeccionaram cestas de Páscoa em sala de aula, com material doado pelos alunos, e no dia 18 de abril entregaram as cestas solidárias no Centro Educativo Murialdo.

Coelhinho Solidário para marcar o Dia da Solidariedade

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O Colégio Murialdo - Ana Rech, de Caxias do Sul, promoveu a campanha “Coelhinho Solidário”, em abril, incentivando a participação da comunidade e com o intuito de já promover o Dia da Solidariedade, comemorado em maio. A campanha arrecadou doces e guloseimas que foram distribuídos para as crianças da Casa Abrigo Sol Nascente.

O Centro Sinodal de Ensino Médio Dorothea Schäfke de Taquara participou do Dia da Solidariedade com o Tema de Casa Solidário. Os estudantes foram convidados a fazer uma ação de solidariedade no final de semana e registrá-la dentro do coração símbolo da campanha. Entre as atividades houve doações de roupas, adoção de animal de estimação, auxílio a crianças carentes e os pais nas tarefas de casa.


Projeto Páscoa Solidária no Colégio Riachuelo

Colégio Santa Inês: por uma Cultura Solidária

O Colégio Riachuelo, de Santa Maria, vem ao longo de seis anos realizando o Projeto Páscoa Solidária, para comemorar o Dia da Solidariedade. A iniciativa, promovida com alunos do Ensino Médio, envolve a integração entre várias disciplinas, coordenadas pela área de Arte. Entre as atividades, os estudantes construíram embalagens, caixas e sacolas, que foram preenchidas com doces e doadas a uma escola do município em 25 de maio.

A turma 11 do 1º ano do Ensino Fundamental, do Colégio Santa Inês de Porto Alegre, após estudar e compreender o significado da palavra “Solidariedade” colocou o estudo em prática. Os estudantes escolheram ajudar as crianças carentes, doando caixas de leite. Outra atividade foi realizada pela turma Multi-Idade. A turma elaborou um acróstico da palavra ‘solidariedade’ e aproveitou para estudar um pouco mais o significado de cada uma dessas palavras.

Coleta de alimentos marca a data no Colégio Santa Teresinha

Ações solidárias marcam a semana no Sagrado Coração de Jesus O Colégio Sagrado Coração de Jesus de São Borja comemorou o Dia da Solidariedade com diversas ações. Entre elas, os estudantes distribuíram a “Oração da Paz” nas ruas centrais da cidade, realizaram o Tema de Casa Solidário e fizeram uma visita na Casa de Acolhida, onde foram feitas brincadeiras e entoados cantos sobre o tema “Paz/ Solidariedade”.

Data movimenta Colégio Santa Dorotéia O Colégio Santa Dorotéia de Porto Alegre envolveu os alunos em ações voltadas ao cuidado com o meio ambiente, atuando em áreas como reciclagem, desperdício de materiais, limpeza, entre outras. Também produziram um painel, por meio de papel pardo, com cenas de solidariedade que foi exposto na escola. Os estudantes ainda realizaram o Tema de Casa Solidário. Além disso, ocorreu o lançamento do projeto dos cobertores.

O Colégio Santa Teresinha de Santo Antônio da Patrulha comemorou o Dia da Solidariedade com muita generosidade. A instituição promoveu uma coleta de alimentos, que contou com a doação de todos os estudantes. Cada turma decidiu para onde destinar as doações. Outra ação foi o Tema Solidário, que mobilizou os alunos a realizarem gestos solidários no terceiro final de semana de maio.

Santa Teresa de Jesus realiza Gincana Solidária Dia da Solidariedade no CSCJ

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As sete turmas da Educação infantil do Colégio Sagrado Coração de Jesus (CSCJ), de Ijuí, envolveram-se no Dia da Solidariedade por meio do Tema de Casa Solidário. No final de semana, as crianças, com suas famílias, realizaram gestos solidários junto à comunidade local, registraram e trouxeram para a escola posteriormente. Os relatos foram transformados em painéis.

Para o Dia da Solidariedade, o Colégio Santa Teresa de Jesus, de Porto Alegre, promoveu a gincana solidária no dia 22 de maio. Entre outras atividades, os alunos se envolveram em campanha para doação de roupas e alimentos para crianças em situação de vulnerabilidade social. Foram arrecadadas mais de 20 mil peças e 4 toneladas de alimentos.

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Páscoa Solidária marca a data no São José

Sinodal da Paz abre as portas para a comunidade

O Colégio São José de São Leopoldo envolveu as turmas de 2º ao 4º ano dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental para organizar a Páscoa Solidária. A proposta foi que as crianças compartilhassem uma pequena parte dos chocolates ganhos nessa data com as crianças do Centro Medianeira. Os alunos prontamente se mobilizaram e foi possível arrecadar 412 chocolates. As doações ocorreram em maio.

O Colégio Sinodal da Paz, de Novo Hamburgo, recebeu, no dia 21 de maio, grande número de pessoas que foram participar do Dia da Solidariedade. Quem visitou a escola pôde verificar a pressão arterial, o índice de massa corpórea, a taxa de glicose sanguínea e ainda receber a dose da vacina contra a gripe H1N1. Os participantes também foram incentivados a doar roupas e alimentos ao Lar do Idoso Pereira Born, ao Centro de Valorização da Vida e à Apae.

Solidariedade entre Escolas

Scalabriniano São José investe na solidariedade

O Colégio São Carlos de Caxias do Sul e a Escola Estadual Prof.ª Maria Luiza Rosa fizeram uma bela parceria: os alunos de 1º ao 4º ano do Ensino Fundamental trocaram mensagens escritas, em forma de cartões, sobre a solidariedade. O momento da troca ocorreu no dia 21 de maio – Dia da Solidariedade. Outra atividade realizada pelo São Carlos foi a IV Olimpíada Ambiental. Uma das tarefas foi a confecção de um cobertor utilizando tecidos reaproveitados.

O Colégio Scalabriniano São José de Roca Sales intensificou a realização de atividades solidárias em maio para comemorar o Dia da Solidariedade. Entre as ações destacam-se: Campanha Doe Sangue - Doe Vida, com um excelente índice de adesão; Minha Cidade Lê, com doação de livros e revistas para a organização de uma Biblioteca Móvel para o Hospital Beneficente; e o projeto ‘São José Solidário’, com participação efetiva na Campanha do Agasalho.

Serviços gratuitos no Colégio Medianeira

Colégio São João Batista atua na conscientização A Semana de Valorização da Vida, realizada pelo Colégio São João Batista de Caxias do Sul no final de abril e início de maio, antecipou as comemorações pelo Dia da Solidariedade. Com palestras que envolviam diversas temáticas relacionadas à honestidade, os alunos da 5ª à 8ª série e do Ensino Médio puderam desenvolver ainda mais os valores sociais e humanos. A comemoração da data também marcou o início de uma atividade sobre consciência ambiental, realizada no pré I.

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O Colégio Medianeira de Bento Gonçalves marcou a data ao oferecer um dia de serviços e ações voluntárias à comunidade. Foram realizados atividades de recreação, testes de visão, serviços de manicure, verificação da pressão arterial e teste de glicose, conversa com psicóloga e doação de alimentos. “Acreditamos que são as pequenas ações individuais, tomadas coletiva e sucessivamente, a gênese da transformação social”, salienta a diretora, Irmã Isaura Paviani.

Rede Notre Dame promove Semana Solidária As escolas da Rede de Educação Notre Dame mobilizaram-se para comemorar o Dia da Solidariedade. Durante as duas semanas que se seguiram à data, estudantes do Colégio Notre Dame Aparecida, de Carazinho, do Colégio Notre Dame Passo Fundo e da Escola Menino Jesus Notre Dame interiorizaram a solidariedade com atos concretos com o projeto ‘Semana da Solidariedade’. Por meio de um fôlder, os alunos preencheram os espaços com relatos de gestos solidários. Eles foram guiados por uma lista de atitudes solidárias, e para cada ação foi atribuído um valor numérico, de acordo com a sua complexidade. Assim, a cada registro os estudantes foram acumulando pontos e puderam perceber o quão solidários estavam sendo a cada manhã, tarde e noite, durante uma semana inteira. Na “competição” pelo maior número de pontos, os estudantes, além de estimulados, puderam reconhecer a prática solidária.

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Escola Criança Feliz promove ações solidárias A Escola Criança Feliz de Rio Grande realizou ‘ações solidárias’ que promovessem a cidadania e sensibilizassem a comunidade escolar. Cada aluno realizou com sua família uma ação solidária, que foi divulgada no mural da escola. Também foi feita a campanha ‘Nossos velhinhos precisam e merecem’, para arrecadar material de higiene e geriátrico. As doações foram entregues no Asilo de Pobres.

Castro Alves realiza atividade para alunos de escolas públicas A Escola de Ensino Fundamental Castro Alves, de Pelotas, programou atividades para o Dia da Solidariedade. Os alunos de escolas públicas vizinhas foram convidados a visitar a instituição e participar de jogos e brincadeiras organizados pelas turmas da 7ª e 8ª série. Eles também receberam doações de produtos de limpeza, higiene e roupas. Da 5ª à 8ª série houve a discussão sobre o tema bullying e entrega da mensagem ‘Poema da Paz’.

Dia da Solidariedade na Escola Cristo Rei No Dia da Solidariedade, a Escola de Ensino Fundamental Cristo Rei, de Rio Grande, trouxe palestras do grupo Homem em Ação sobre valorização da vida e cuidado com os animais. Os alunos demonstraram grande interesse na atividade, interagindo com as palestrantes para esclarecer dúvidas e curiosidades.

Tema de Casa Solidário e campanha contra a dengue no Mãe Admirável A Escola Mãe Admirável, de Porto Alegre, esteve engajada com o Dia da Solidariedade. Os alunos de Educação Infantil a 5ª série participaram do ‘Tema de Casa: Gestos que geram Gentileza’, promovendo ações no final de semana. Já os estudantes da 6ª série realizaram uma campanha sobre a dengue, produzindo fôlderes para divulgar na comunidade escolar. Eles também participaram de uma atividade prática sobre como capturar o mosquito transmissor.

Escola Martinho Lutero vivencia práticas solidárias As comemorações pelo Dia da Solidariedade começaram já em abril na Escola Martinho Lutero, de Cachoeirinha. Os alunos das 3ªs séries produziram pães e cartões com mensagens de Páscoa para entregar na vizinhança. A turma também se envolveu na campanha de Combate à Dengue do município, entregando materiais de conscientização aos moradores do bairro. Já as 2ªs séries promoveram uma campanha para a valorização da união e do respeito durante os recreios.

Lar dos Idosos Don Luís Guanella recebe doações Em comemoração ao Dia da Solidariedade, a Escola Don Luís Guanella, de Porto Alegre, promoveu uma campanha em benefício do Lar dos Idosos Don Luís Guanella. Alunos, familiares e professores arrecadaram produtos de higiene pessoal para doar à instituição. A iniciativa integra o projeto ‘Tecendo o Fio da Vida com Valores’, que prevê ações de inclusão social, vivência de valores sociais, humanos e o resgate da cidadania.

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Alunos do Nossa Senhora do Brasil cuidam do ambiente escolar A Escola Nossa Senhora do Brasil, de Porto Alegre, investiu na criação de projetos e regras, garantindo uma educação integral das crianças e adolescentes da instituição. Os alunos das 5ªs séries trabalharam com a limpeza e organização da sala de aula e adotaram hábitos para melhor organizar-se em casa com os temas e estudos. A cada semana dois estudantes assumem a responsabilidade de cuidar da sala. Já no 2º trimestre, o projeto será ampliado, levando esse cuidado para o pátio da escola.

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Festa do Dia da Solidariedade no Coração de Maria

A Escola Medianeira de Santa Maria mobilizou os alunos para participar do Dia da Solidariedade. Entre as ações, o grupo de jovens da escola realizou uma campanha de arrecadação de roupas e de alimentos durante a primeira quinzena do mês de maio. A entrega dos donativos aconteceu no dia 19 de maio, tendo como público-alvo os indígenas da tribo Caingangues que estão acampados próximos à Estação Rodoviária de Santa Maria.

Dia da Solidariedade de Ibirubá teve a presença da Unicruz

Criatividade marca o Dia da Solidariedade na Escola do Horto O que não faltou na Escola Nossa Senhora do Horto, de Uruguaiana, foi criatividade para incentivar os alunos a expressar a solidariedade, em comemoração à data. Entre as atividades destacam-se: visita ao Asilo São Vicente de Paulo e à Comunidade Espírita para distribuição de doações; recepção dos alunos da Escola Estadual Iris Valls, que se situa no mesmo bairro da Escola do Horto; e confecção de brinquedos para doar a crianças carentes.

No dia 21 de maio foi realizado no Colégio Coração de Maria de Esteio a festa do Dia da Solidariedade. Foram doadas mais de 400 peças de roupas, além de calçados, roupas íntimas e alimentos. As doações foram encaminhadas para o projeto social das Filhas do Sagrado Coração de Jesus e para o Centro de Formação Teresa Verzeri, de Esteio. Além da convivência dos participantes, houve brinquedos para as crianças, torneios esportivos e integração entre as famílias.

A Universidade de Passo Fundo (UPF) escolheu a solidariedade como temática da comemoração de seus 43 anos. Para isso, foi criado um novo setor chamado UPF Solidária. Em sua primeira campanha, de cadastramento de doadores de medula óssea, foram cadastradas mais de 700 pessoas que passam a integrar o Registro Nacional de Doadores de Medula. Outra ação foi uma Gincana Beneficente que arrecadou mais de 3 toneladas de alimentos.

Arquivo/UPF

Arrecadação de agasalhos e alimentos na Escola Medianeira

Ações de solidariedade mobilizam comunidade acadêmica da UPF

A Universidade de Cruz Alta (Unicruz) participou do Dia da Solidariedade de Ibirubá, realizado no dia 21 de maio. A instituição ofereceu serviços na área da saúde e jurídica, como orientações sobre hábitos alimentares e avaliação nutricional; verificação de glicose e orientação sobre a diabete; verificação de pressão arterial; informações sobre a Lei Maria da Penha e Esclarecimentos sobre Processos Jurídicos.

Escola São Luiz Gonzaga vivencia a solidariedade O Dia da Solidariedade na Escola São Luiz Gonzaga, de Rio Grande, veio ao encontro do conceito de auxílio mútuo que os alunos vêm experimentando por meio do Projeto Luizinho – Adoção da Creche Casa da Criança Dr. Augusto Duprat. No dia 19 de maio ocorreu o Apadrinhamento simbólico, e no dia 21 os alunos participaram do Tema de Casa Solidário.

Rainha do Brasil beneficia Paróquia Santo Antônio Durante o mês de maio, a Escola Rainha do Brasil, de Porto Alegre, mobilizou a comunidade escolar para realizar doações à Paróquia Santo Antônio. Foram colocadas caixas nas salas de aula e em outros espaços da instituição para arrecadar alimentos, agasalhos e materiais de higiene. Os professores e alunos representantes de turma, bem como os participantes do projeto ‘Parceiros Voluntários’, foram motivadores da campanha.

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Escola Técnica José Gomes cria a Patrulha do Meio Ambiente Dia 21 de maio formou-se na Escola Técnica José Gomes – Unidade São Luiz Gonzaga, a Patrulha do Meio Ambiente, com a participação de alunos do Curso Técnico de Enfermagem. Os estudantes fizeram um trabalho de arborização nas ruas do município. A ideia de plantar mudas de árvores surgiu com o propósito de despertar na comunidade local o interesse pela preservação ambiental.

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Adventista Cruzeiro do Sul promove Gincana da Solidariedade Colégio Bom Conselho atua na reciclagem do lixo Em comemoração ao Dia da Solidariedade, o Colégio Salvatoriano Bom Conselho, de Passo Fundo, envolveu a comunidade para dar um destino correto ao lixo, enviando-o para a reciclagem. A escola abriu as portas para receber óleo de cozinha, caixas Tetra Pak e garrafas pet. O material recebido foi destinado a papeleiros que têm como principal fonte de renda a separação e reciclagem do lixo. A iniciativa integra o projeto “Recicle Suas Atitudes”.

Para comemorar o Dia da Solidariedade, o Instituto Adventista Cruzeiro do Sul, de Taquara, promoveu a Gincana da Solidariedade na semana que antecedeu o dia 21 de maio. As tarefas a serem cumpridas tinham como objetivo arrecadar roupas, calçados, alimentos não perecíveis e produtos de higiene. O material foi doado a quatro entidades do município: Adra, Lar Padilha, Lar de Meninas e Creche São João Batista.

Brechó da Solidariedade em Capão da Canoa O Instituto de Educação Divina Providência, de Capão da Canoa, engajou-se na campanha promovida pelo SINEPE/ RS. A instituição realizou um brechó no dia 21 de maio, envolvendo 56 alunos. Visitaram a loja cerca de cem pessoas, que compraram produtos com preços de R$ 0,20 a R$ 10. As roupas comercializadas foram doadas na Campanha do Agasalho organizada pelos alunos das 8ªs séries em março.

FAE Sévigné estimula o voluntariado A Pastoral Universitária da FAE Sévigné, de Porto Alegre, realizou, no dia 28 de maio, o I Encontro de Celebração do Dia da Solidariedade. Por meio do projeto “Solidariedade e voluntariado na formação humana e profissional”, a iniciativa promoveu uma discussão conjunta do meio acadêmico e líderes de instituições carentes de voluntários. A ação propôs uma reflexão sobre o significado do voluntariado e como esse trabalho de doação afeta a vida das pessoas.

Ideau mobiliza para a Campanha do Agasalho A Faculdade Ideau e a Escola de Educação Básica Ideau Colégio Santa Clara, de Getúlio Vargas, participaram da Campanha do Agasalho de 2 a 21 de maio. No último dia da campanha foi feita a coleta de roupas, calçados e cobertores junto à comunidade para doar às crianças e adultos carentes do município. Também no dia 21, o Colégio incentivou seus alunos a participar da Pegada Ecológica, que pretende envolver os estudantes em ações de preservação do meio ambiente.

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Dia da Solidariedade na IENH A semana de ações voltadas ao Dia da Solidariedade na IENH, de Novo Hamburgo, mobilizou a comunidade escolar em 150 horas de atividades solidárias, beneficiando 514 pessoas. Os alunos do Ensino Médio dedicaram-se para atividades em oito organizações sociais, onde realizaram recreação, teatro, música e atletismo. Já os Cursos Técnicos envolveram-se em 20 horas de atividades solidárias e os acadêmicos da Faculdade IENH visitaram quatro organizações sociais.

Instituto de Educação São José beneficia instituições carentes O Instituto de Educação São José, de Montenegro, comemorou o Dia da Solidariedade com uma ação que fez os alunos conhecerem mais algumas das instituições de assistência social. Representantes de algumas dessas entidades palestraram para as turmas do Ensino Fundamental II e Médio. Após, os estudantes mobilizaram-se para arrecadar mantimentos que foram doadas à Cáritas São Batista, ao Hospital Montenegro e ao Centro de Apoio Psicológico.

Ações solidárias fazem parte do dia a dia na Escola Projeto A Escola Projeto, de Porto Alegre, relacionou a ideia da solidariedade com o cotidiano da escola, trabalhando com os alunos as possibilidades de serem solidários no dia a dia. O início do trabalho ocorreu na semana anterior ao Dia da Solidariedade, como uma forma de marcar a data. Entre as ações destacam-se o trabalho para o destino correto do lixo orgânico, campanha contra o desperdício de lanches e divulgação sobre a importância de uma alimentação saudável.

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Nossa Senhora da Glória investe na reciclagem do lixo Para comemorar o Dia da Solidariedade, os alunos do Instituto de Educação Franciscana Nossa Senhora da Glória de Carazinho atuaram na reutilização e reciclagem de lixo. A iniciativa integrou o projeto interdisciplinar “O lixo que não é lixo”. Entre as ações, foi confeccionada uma cesta ecológica, construída na Páscoa, foram reciclados papéis e foi feita a compostagem do lixo orgânico produzido na instituição.

Vicente Pallotti envolve os alunos na semana solidária O Instituto Vicente Pallotti, de Porto Alegre, realizou com grande envolvimento da comunidade escolar o Dia da Solidariedade, em 21 de maio. Após a data, também promoveu uma semana solidária ao realizar a campanha do agasalho com o slogan ‘Agasalhe esta ideia’. Os alunos produziram cartazes divulgando a campanha na comunidade escolar.

URI-Campus de Erechim realiza Dia da Solidariedade A URI-Campus de Erechim esteve engajada no Dia da Solidariedade. O Departamento de Ciências da Saúde promoveu atividades com os professores, funcionários, alunos da Escola de Educação Básica e do Ensino Superior. Entre as ações foram oferecidas orientações sobre doenças cardiovasculares e hipertensão arterial, verificação da taxa de glicose sanguínea, orientação sobre os efeitos nocivos do tabagismo, entre outras atividades.

Dia da Solidariedade movimenta o Maria Imaculada O Colégio Maria Imaculada, de Porto Alegre, promoveu de 16 a 21 de maio a Semana da Solidariedade. Entre as ações realizadas foi firmada uma parceria com a ONG Ação Solidária Madre Cristina, que comercializa óleo de cozinha; os produtos feitos por meio dos projetos sociais das Irmãs Franciscanas foram comercializados no pátio da escola; e no dia 21 as crianças da Casa de Nazaré e do Projeto Incentivo à Vida foram recebidas com diversas atividades oferecidas pelos estudantes.

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Nossa Senhora da Glória promove Páscoa Solidária O Instituto de Educação Franciscana Nossa Senhora da Glória, de Carazinho, mobilizou a Educação Infantil e o Ensino Fundamental I com a Campanha Páscoa Solidária. A iniciativa teve como objetivo ofertar um ninho coletivo para duas entidades carentes do município. Foi sugerido aos alunos que retirassem os chocolates do seu próprio ninho, enfatizando, assim, a solidariedade. As doações foram realizadas no dia 21 de maio.

Cenecista Ângelo Antonello envolve estudantes no Dia da Solidariedade Para marcar o Dia da Solidariedade, três atividades ocorreram nas aulas de ciências e biologia do Instituto de Educação Cenecista Ângelo Antonello, de Farroupilha. Os alunos da turma 711 recolheram o material plástico de sua residência durante dois dias e entregaram no posto de coleta da instituição Apae. Já a turma 211 visitou a Casa de Repouso Recanto das Borboletas, que abriga idosos. E a turma 212 plantou árvores frutíferas no pátio da escola.

PUCRS oferece cursos e palestras gratuitos na Semana da Solidariedade A PUCRS ofereceu, entre os dias 16 e 20 de maio, dezenas de atividades gratuitas durante a 17ª Semana da Solidariedade. Também foi realizada, no dia 21, a tradicional Feira de Promoção da Saúde para os moradores do bairro Partenon, de Porto Alegre. Foram atendidas cerca de 1.500 pessoas em serviços de avaliação dermatológica, atividade física, hipertensão, saúde bucal, cardiovascular, assistência jurídica gratuita, entre outros.

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Dia da Solidariedade movimenta Colégios Maristas A Rede Marista mobilizou diversas instituições para participar do Dia da Solidariedade. No Colégio Marista Maria Imaculada de Canela, os estudantes estiveram no Parque do Saiqui, divulgando projetos sociais e cadastrando doadores de sangue. Já no Marista Sant’Ana de Uruguaiana, o dia 21 foi voltado para atividades envolvendo as crianças da Vila Progresso. Em Porto Alegre, o Marista Ipanema promoveu campanha em benefício de família que teve a residência incendiada. No Marista Assunção da Capital, as turmas também realizaram campanhas por donativos. No Marista Conceição de Passo Fundo, o projeto Estação Marista recebeu jovens de uma escola pública para atividades conjuntas. Em Rio Grande, no Marista São Francisco, o Asilo de Pobres recebeu doações arrecadadas pelos estudantes. No Marista Santa Maria, foi retomada a campanha de doação de brinquedos para restauração. Já, em Bento Gonçalves, no Marista Aparecida, houve um momento de conscientização sobre o descarte do lixo, realizando a coleta solidária, no intervalo das aulas. Os alunos também doaram livros para uma instituição filantrópica. Os estudantes do Marista Rosário de Porto Alegre também se mobilizaram com a campanha. Dentre as atividades, a Pastoral Juvenil Marista, o Grupo de Voluntariado e o Grupo de Escoteiros desenvolveram ações solidárias em obras sociais. Em Novo Hamburgo, os Maristas Pio XII e São Marcelino Champagnat entregaram 5 mil peças de roupas arrecadadas no Varal Solidário 2011. No Marista São Pedro, campanha de doações, tema de casa solidário e exposição fizeram parte da programação.

Unifra realiza atendimento gratuito em Santa Maria

Fernanda Ramos

Os alunos do Curso Técnico em Enfermagem da Unifra realizaram uma ação solidária na Praça Saldanha Marinho, região central de Santa Maria. Aproximadamente mil pessoas realizaram testes de glicemia e pressão arterial no dia 21 de maio, Dia da Solidariedade. Durante a ação a população foi orientada, e os casos que necessitavam de maior cuidado foram encaminhados para o Pronto Atendimento Municipal.

Sagrado Coração de Jesus intensifica ações no mês da solidariedade No mês de maio, o Colégio Franciscano Sagrado Coração de Jesus, de Arroio do Tigre, intensificou as ações de solidariedade e preservação para com o meio ambiente, em razão da campanha promovida pelo SINEPE/RS. Entre as atividades foi realizada a campanha do agasalho e de alimentos não perecíveis, além de caminhada contra a dengue, teatros e paródias contra o bullying, reciclagem, Tema de Casa Solidário, entre outras.

Unijuí promove 7° Pedalando, Patinando e Caminhando

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O Curso de Educação Física da Unijuí de Ijuí realizou no dia 21 de maio o 7° Pedalando, Patinando e Caminhando e o 4° Vencendo o Diabetes. A iniciativa teve como objetivo estimular a comunidade à prática de atividade física em busca de qualidade de vida, e também conscientizar a população sobre a prevenção e o tratamento do diabetes. No evento também foram arrecadados alimentos não perecíveis, que serão destinados a instituições assistenciais.

PROJETO

Programa envolve os pais no combate ao uso de drogas

Desde outubro de 2010 o Colégio Farroupilha de Porto Alegre desenvolve o Programa ‘Farroupilha: Cuidar é Básico’, com o objetivo de prevenir o uso de drogas com o apoio dos pais. A iniciativa envolve os educadores e as famílias dos 2.434 alunos matriculados na sede da instituição e também nas unidades Terra Ville e Correia Lima. Na primeira etapa da iniciativa os professores receberam preparação sobre como abordar o tema junto aos pais, realizada pelo psicanalista Sérgio de Paula Ramos. O especialista explicou sobre como a dependência química atua no corpo, o que a escola pode fazer para trabalhar, em parceria com as famílias, na prevenção ao uso de drogas e apresentou os assuntos que seriam abordados durante os encontros com as famílias, por segmento. Na segunda fase do projeto, realizada a partir de abril deste ano, foi proposta uma parceria com pais e responsáveis por alunos para a prevenção ao uso de drogas, por meio de reuniões com o intuito de torná-los mais próximos do dia a dia dos seus filhos. Os encontros são promovidos todos os meses e envolvem famílias de todos os segmentos, da Educação Infantil ao Ensino Médio. Na primeira rodada de reuniões foram debatidos temas de interesse voltados a cada faixa etária. Os participantes debateram aspectos relacionados ao aprendizado da independência. A construção da autonomia foi discutida pelas famílias de alunos das turmas do 1º ao 4º ano do Ensino Fundamental. Da 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental, as reuniões abordaram assuntos relacionados às alterações físicas e psíquicas do púbere e as posturas das famílias que ajudam e que atrapalham na puberdade e na adolescência. O cérebro adolescente e a relevância da função paterna foram temas do Ensino Médio, segmento no qual o programa contempla também a preparação dos pais para o

processo de desligamento dos filhos do Colégio. De acordo com Ramos, ao analisar a realidade nacional, percebe-se que todos os problemas frequentes na adolescência diminuem se existem um bom relacionamento dos jovens com seus pais e, por consequência, com seu colégio. “Os pais que sabem, por exemplo, onde e com quem estão os seus filhos têm 12 vezes menos chances de verem os seus filhos se envolverem com drogas”, destaca o especialista, que há mais de três décadas se dedica à prevenção do consumo de drogas e ao tratamento de dependentes químicos. A diretora do Farroupilha, Magda von Galen, destaca que a instituição busca, com a iniciativa, provocar essa reaproximação entre o time dos cuidadores com o dos educadores. “Estamos abertos a dialogar sobre o assunto com os pais, para, juntos, encontrarmos o melhor caminho da prevenção do consumo de drogas. Os nossos jovens precisam saber que são permanentemente cuidados”, afirma. Twitter como ferramenta de divulgação O Farroupilha está disponibilizando uma ferramenta digital que vai ampliar ainda mais a aproximação de pais, responsáveis, educadores e alunos e ajudar a promover o debate da prevenção ao uso de drogas entre a comunidade escolar. É o Twitter: CuidareBasico, que está aberto a postagens com comentários, sugestões, colaborações e indicações de links interessantes sobre o assunto.

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Colégio atua na formação de sujeitos capazes de construir de forma crítica o conhecimento

MEMÓRIA

Instituição faz parte da história de Palmeira das Missões

O

ano de 1961 marca o início de uma importante contribuição para o desenvolvimento cultural do município de Palmeira das Missões: a chegada das Irmãs do Instituto Jesus Maria José para fundar o Colégio Santa Maria Goretti, preenchendo uma importante lacuna na área educacional da cidade. Era o início de um intenso trabalho envolvendo a comunidade palmeirense, que soube valorizar o significado da presença da instituição de ensino para o crescimento cultural de Palmeira das Missões. Hoje, os 50 anos da instituição confundem-se com a história do município. Cresceram juntos e nessa passagem do tempo muitas histórias de vida se desenrolaram e fazem parte da memória individual e coletiva da comunidade. Ao longo dos anos, a escola foi conquistando espaço e reconhecimento na região. O prédio passou por sucessivas ampliações e melhorias para adequar-se às novas propostas pedagógicas e ao aumento no número de alunos. No ano de 1981, a instituição passou a ser chamada de Escola Pio X ao ampliar os níveis de ensino, oferecendo também Ensino Médio. Em 2004, recebeu o nome da mantenedora, mudando para Colégio Jesus Maria José, mantido até hoje. A instituição atua na formação de sujeitos competentes, conscientes e comprometidos, capazes de construir de maneira sistemática e crítica o conhecimento, por meio de uma educação cristã. Sua linha pedagógica contempla os pressupostos políticos sociais e culturais do cidadão

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Irmãs que fazem parte da história da instituição participaram de Missa em comemoração ao aniversário

inserido no contexto do Novo Milênio. Os ideais e práticas pedagógico-educativos estão direcionados para o ideal de fazer os alunos construtores de sua história pessoal e coletiva, verdadeiros agentes de transformação. Para comemorar os 50 anos, diferentes atividades ocorreram no primeiro semestre. Os alunos construíram o ‘Túnel do Tempo’, a partir de uma pesquisa sobre a história da instituição. O trabalho foi apresentado à comunidade no dia 6 de maio. Já no dia 7 de maio, a Paróquia de Santo Antônio recebeu autoridades, convidados e a família Jesus Maria José para celebrar o aniversário do Colégio. No mesmo dia o Clube Cultural e Recreativo Centenário acolheu o público para um jantar dançante.

“Participei do início desta história” Há 50 anos, quando nossas famílias comemoravam a vinda do Colégio das Irmãs para Palmeira das Missões, fui matriculada e passei a frequentar, em 1º de março de 1961, o 3º ano primário no Colégio Santa Maria Goretti, localizado junto ao Salão Paroquial da Igreja Matriz de Santo Antônio. Era uma Escola com princípios rígidos. Lá estudei até 1963, quando concluí o Curso Primário. Aprendíamos muito, desde princípios religiosos, artes, artesanato, iniciação à puericultura, artesanato, música, teatro, educação física, banda, bem como o currículo formal. Este último era muito bem trabalhado, embora o conteúdo fosse decorado, uma característica do ensino da época. O ponto, como era chamado, era tomado do aluno, e tínhamos que dizer ao professor, sem olhar no livro ou no caderno. Era o período da decoreba, e quem não soubesse não recebia os pontos correspondentes e ainda poderia levar castigo por não ter estudado. Não é preciso refrescarmos a memória para relembrarmos um pouco de nosso passado, para sabermos que não foram poucos os professores que passaram por nossa história. Cada um deles deixou alguma marca em nossas vidas. A cada um deles, o meu carinho e meu reconhecimento. Com o tempo, minha filha veio integrar as classes de alunos do Jesus Maria José, e hoje, de coração, agradeço às Irmãs, professores e funcionários o carinho, a dedicação e os ensinamentos transmitidos. Tenham certeza: Magistério é ofício majestoso!

Passaram-se os anos e, em 2005, a convite da Irmã Maria Elisa Michelin, assumi a Direção Pedagógica do Colégio juntamente com as irmãs Inês Maria Andretti, Neli Maria da Paz e Marilene Pavan. O Colégio conta com um grupo de Irmãs dedicadas à comunidade palmeirense, com uma equipe de profissionais qualificados e preocupados com a formação dos educandos; com um grupo de funcionários dedicados às suas atribuições. Agradeço por fazer parte da Família Jesus Maria José! Marilene Elias Goergen de Oliveira

Coordenadora Pedagógica Pedagoga – Especialista em Orientação Educacional Pós-Graduada em: Administração Escolar e em História da Educação


PAINEL Alunos de NH estão entre os melhores do Brasil no Desafio Nacional Acadêmico

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o dia 4 de junho, os alunos do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Cenecista Felipe Tiago Gomes, de Novo Hamburgo, Guilherme Dietrich, Juliano Mattiazzi, Jânifer Michaelsen e Ananda Silva de Paula, participaram de uma maratona de 20 horas, resolvendo 110 enigmas e competindo com 1.042 equipes no DNA 2011 - Desafio Nacional Acadêmico. Os estudantes ficaram em 3º lugar e se classificaram para o enigma final que ocorreu no dia 9. O grupo não conquistou o primeiro lugar, mas foi o mais bem colocado entre as escolas de Novo Hamburgo. O DNA é o maior desafio de conhecimento realizado pela internet e oferece aos participantes a oportunidade de ampliarem seus conhecimentos, desenvolvendo a criatividade, a noção de liderança, o trabalho em equipe, a tomada de decisão e o espírito empreendedor.

Escola de Aplicação promove Feira de Iniciação à Pesquisa Estão abertas as inscrições para a Feira de Iniciação à Pesquisa, promovida pela Escola de Educação Básica Feevale – Escola de Aplicação. O evento faz parte do Inovamundi, um programa de disseminação do conhecimento científico e tecnológico promovido pela Universidade Feevale, e ocorre de 6 a 8 de outubro. Alunos concluintes do Ensino Fundamental e alunos do Ensino Médio das escolas públicas e privadas de Novo Hamburgo podem participar da Feira, sob a orientação de seus coordenadores. O trabalho deverá ser submetido no formato de resumo e apresentado oralmente no formato de um pôster. A Feira dá a oportunidade ao estudante de preparar-se para as etapas do desenvolvimento da investigação científica em todas as disciplinas e na futura vida acadêmica, além de aperfeiçoar o currículo pessoal e profissional do aluno. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 29 de agosto pelo site www.feevale.br/fip. A programação geral do evento pode ser conferida no mesmo site, juntamente com o regulamento da FIP, cuja visitação é aberta ao público.

Estudantes vivenciam a Matemática na prática

Estudantes destacaram-se na competição Mochila da Matemática vai para a casa dos alunos das 7ªS séries

Orquestra Unisinos apresenta ‘Clássicos do Cinema’ para o Colégio Anchieta No dia 27 de maio a Igreja da Ressurreição, do Colégio Anchieta de Porto Alegre, recebeu o espetáculo ‘Clássicos do Cinema’, apresentado pela Orquestra Unisinos e com a participação especial da atriz Fernanda Carvalho Leite. Pela primeira vez, a comunidade de Porto Alegre e região pôde prestigiar um espetáculo que contou com variadas atrações artísticas, como cinema, dança e música clássica. O maestro da orquestra, Evandro Matté, explica que a proposta da programação é ir além da simples oferta de apresentação musical. “O projeto segue conceito de empreendimento cultural: garantir o acesso não apenas à música de concerto, mas a outras linguagens vinculadas às raízes musicais brasileiras e ao repertório de importantes compositores populares”. O espetáculo contou com 14 músicas, sendo que na apresentação de cada uma delas exibia as imagens do filme. A atriz Fernanda Carvalho foi um show à parte. Apresentou números e posteriormente, vestida de Pantera Cor-de-Rosa, percorreu os corredores da Igreja da Ressurreição, que estava lotada de famílias, enquanto a orquestra executava o tema do filme.

Projeto estimula a aprendizagem com o envolvimento da família As professoras Elisabet Tonezer e Jaqueline Orlandi, do Colégio Murialdo – Caxias do Sul, lançaram uma proposta diferenciada nas aulas de Matemática com o Projeto ‘Me Leva pra Casa’. A proposta consiste em incluir o jogo como uma ferramenta de aprendizagem e de envolvimento entre o aluno e sua família, estimulando a participação dos pais no processo ensinoaprendizagem. A cada semana, os alunos das 7as séries levam a “Mochila da Matemática” para casa. Na bagagem vão jogos, revistas, desafios e a ‘Carta aos Pais’ que deve ser lida e assinada por eles. Neste documento está a explicação do projeto, a importância do envolvimento da família e todas as regras que devem ser seguidas. Também dentro dela há uma avaliação para os pais responderem e outra para o aluno. Para avaliar os resultados do projeto, as professoras consideram o envolvimento dos alunos, da família, o cuidado com a mochila e com os jogos, além do preenchimento das avaliações.

Os alunos da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Nossa Senhora da Glória de Porto Alegre puderam comprovar a importância da Trigonometria para avaliar distâncias impossíveis de serem medidas por meio de instrumentos, como altura de prédios, de montanhas e a largura de rios. Depois de aprender teoricamente sobre seno, cosseno e tangente, no triângulo retângulo, é chegada a hora da prática: divididos em duplas, foi construído um teodolito (ou astrolábio) com um transferidor, um canudo, linha e um clipe. Com esse instrumento em mãos, trena, lápis e papel, os alunos foram para o pátio da Escola para calcular as alturas de alguns de seus prédios. Foram medidos ângulos, distâncias, alturas e estabelecidas comparações entre os cálculos dos colegas para verificar o que era real e o que precisava ser refeito. O resultado está aí: teoria e prática aliadas para auxiliar na melhor compreensão do conteúdo pelos alunos e, principalmente, para o desenvolvimento de suas habilidades e competências na área de matemática.

Escola Salvador Jesus Cristo inova no sistema de ensino A Escola Salvador Jesus Cristo, de Alvorada, criou o projeto Conexões, aplicado às turmas de 4º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio. A iniciativa promove a integração das disciplinas, englobando o aprendizado de forma concreta e adequando o ensino às novas exigências para uma formação integrada e ampla. Com uma sala tematizada, os professores de diferentes disciplinas compartilham os mesmos recursos, aprofundando e problematizando conforme a sua área de atuação. Um exemplo das atividades desenvolvidas é na área das exatas. Após os alunos estudarem Poesia de Cordel em Literatura, a linguagem regionalista informal em Português e a estrutura textual em Redação, eles aplicaram o que já haviam aprendido nas aulas de Matemática. O estudo resultou na criação do trabalho ‘A Matemática de Cordel’, envolvendo poesia e matemática. A atividade foi exposta no mural do saguão da escola e fez muito sucesso.

Espetáculo uniu cinema, dança e música clássica

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ESTUDANTES COMEMORAM A CRIAÇÃO DO PROJETO CONEXÕES

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Colégio Santa Inês recebeu o selo ‘Aqui se brinca’

Prática pedagógica da instituição gaúcha é reconhecida nacionalmente

O Colégio Santa Inês de Porto Alegre foi finalista do Prêmio Nacional “Aqui se Brinca”, da Fundação Sidarta e da Omo (Unilever). Oferecida por meio do programa pelo Direito de Ser Criança, a premiação destaca instituições de ensino que valorizam a importância do brincar e do aprender pela experiência, em suas práticas escolares. Concorreram 2.448 escolas de 895 cidades brasileiras. Foram selecionadas cem instituições para a etapa final, sendo 18 escolhidas para a premiação. O Colégio Santa Inês ficou entre as selecionadas, recebendo o selo “Aqui se brinca” - Escola com Boas Práticas de Brincar. A educação infantil da instituição é procurada por diversas universidades para visitação e conhecimento de sua proposta pedagógica. Um dos elementos fundamentais do projeto é o brincar, motivo de estudo aprofundado e de um programa desenvolvido pelos professores com as crianças, integrando também a família. “Entendemos que o brincar é essencial nessa fase do desenvolvimento, é pelo brincar que as crianças significam e conhecem o mundo, não há brincar sem o aprender nem o aprender sem brincar. O brincar para nós é um indicador de saúde mental”, destaca a diretora ecucacional, Maricia Ferri.

Colégio Sinodal promove palestra sobre efeitos nocivos do álcool Os efeitos nocivos do álcool no organismo dos jovens foram o tema da palestra ‘O álcool emburrece’, ministrada em junho no auditório do Colégio Sinodal, aos alunos de 7ª e 8ª série e Ensino Médio. Por mais de uma hora, a psicóloga Carla Rojas Braga prendeu a atenção dos alunos discorrendo sobre os perigos da bebida alcoólica em adolescentes e jovens menores de idade. Com dados estatísticos e fotos chocantes, a psicóloga mostrou a eles o quanto o álcool é devastador no cérebro: “São de 97% as chances de jovens de famílias com problemas de alcoolismo desenvolverem a dependência após experimentarem a bebida”, afirma. Ela explicou ainda que o uso de álcool mata neurônios no cérebro – e não se regeneram novamente. “O lóbulo frontal, onde se localiza o hipocampo, responsável pela memória, é a última parte do cérebro a se formar e a primeira a ser afetada pelo álcool, causando lesão cerebral. E o lóbulo frontal só está totalmente formado aos 24 anos”, alerta.

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Psicóloga falou sobre os perigos da bebida alcoólica em adolescentes

Tecnologia a favor da leitura no La Salle Santo Antônio O Colégio La Salle Santo Antônio, de Porto Alegre, utilizou a tecnologia para inovar no projeto literário realizado com os alunos da 7ª série. Sob a orientação do professor de Português Juares Souza Lima, a proposta teve como ponto de partida a leitura da obra Antes que o mundo acabe, do escritor Marcelo Carneiro da Cunha. Num primeiro momento foi realizado um debate em sala de aula com a finalidade de oportunizar a troca de ideias sobre os temas abordados no livro. Após, os alunos partiram para uma atividade prática, realizada em grupo, onde todos deveriam fotografar aquilo que despertasse seu interesse e que revelasse uma conexão com os assuntos discutidos em aula. A partir de então, passou-se à produção de textos, em que a imagem fotografada serviria como um elemento para mostrar como o aluno percebia de forma crítica o mundo que o cercava. O ponto mais significativo do projeto deu-se em uma videoconferência transmitida diretamente de São Paulo com o autor. Nesse momento, os estudantes, reunidos na biblioteca da escola, tiveram a oportunidade de trocar ideias com o escritor sobre a arte de escrever, sobre como ele havia se tornado um escritor famoso e, sem perder o foco da discussão, a importância da globalização para a sociedade contemporânea, já que esse é o enfoque da obra.

Projeto ‘Cidade Sustentável’ conquistou o primeiro lugar na premiação em 2010

Conteúdos complexos foram apresentados com criatividade na Feira de Ciências

Alunos do Instituto São José exploram o Universo A Feira de Ciências do Instituto de Educação São José de Montenegro foi espaço para a apresentação de trabalhos sobre o espaço sideral, produzidos pelos alunos da 5ª série do Ensino Fundamental, no dia 19 de abril. Temas difíceis e desafiadores como a propulsão de foguetes e a terminologia que descreve os movimentos de planetas, estrelas e satélites foram tratados com criatividade e muita diversão pelos estudantes, sem, contudo, faltar o comprometimento com a teoria. Com uma garrafa pet de 600 ml, 250 ml de água e uma bomba para encher pneu de bicicleta, Gustavo Noll, Nevton Laux e Gregory Schrammel, todos com 10 anos, criaram um foguete que cruzou rapidamente o local da apresentação a uma altura de 4 metros do chão. A demonstração provocou o aplauso dos colegas e dos visitantes da Feira. “Não serve para descobrir novos planetas, mas ajuda a entender como funciona o sistema de propulsão a jato”, explica Nevton.

Alunos participaram de uma videoconferência com o escritor Marcelo Carneiro da Cunha

Projeto amplia espaço para o diálogo no Nossa Senhora do Brasil Os Serviços de Orientação Religiosa e Orientação Educacional da Escola Nossa Senhora do Brasil realizam o projeto ‘Compartilhado Emoções’. A iniciativa tem como objetivo oferecer aos estudantes do Ensino Fundamental II momentos de reflexão e partilha sobre a dinâmica da vida para que reflitam sobre suas vivências e as compartilhem com seu grupo de convivência. Participam os estudantes das 6ªs às 8ªs séries em duas etapas. A primeira ocorreu de 18 de março a 15 de abril e a segunda acontecerá dos dias 2 de setembro a 8 de outubro. Os encontros ocorrem em dois períodos de aula. Nessa primeira etapa a avaliação foi positiva. Os alunos demonstraram ter a necessidade de dialogar, uma vez que na família nem sempre encontram espaço para isso.

Marista Aparecida participa do 4º Desafio de Robôs Em outubro, o Colégio Marista Aparecida de Bento Gonçalves irá participar do 4º Desafio de Robôs da Rede Marista. O evento terá como tema ‘Tecnologias para o desenvolvimento da sustentabilidade’. A instituição concorre com o projeto ‘Compromisso com o Amanhã’, desenvolvido pelos estudantes do 4º ano do Ensino Fundamental, na categoria Maquete. Já na Mostra de robótica os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental apresentarão o projeto ‘Despertando a eco-consciência’. Para a construção dos projetos serão utilizados materiais recicláveis reaproveitados e um robô denominado de Roamer. No ano passado o Colégio conquistou o primeiro lugar com o projeto sobre biodiversidade, ‘Cidade Sustentável’. Os alunos da 4ª série construíram maquetes simulando cidades sustentáveis, com a inserção do roamer, robô que por comandos programados pelos estudantes integrou o processo.

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Stúdio Aronis

Conteúdos complexos foram apresentados com criatividade na Feira de Ciências

Colégio Israelita cria projeto iPad na Sala de Aula As crianças de hoje, que já nascem sob a influência da rápida evolução da tecnologia e da comunicação digital, necessitam estar alinhadas com as plataformas existentes também no ambiente escolar. Acreditando nesse preceito, o Colégio Israelita Brasileiro de Porto Alegre criou o Projeto iPad na Sala de Aula. O objetivo da iniciativa – pioneira na capital gaúcha – é levar a tecnologia a alunos de 3 a 6 anos da Educação Infantil, ampliando, assim, as formas de aprendizagem dessa faixa etária. Conforme os educadores do colégio, os benefícios oferecidos pelo formato tablet para as crianças em fase pré-escolar devem-se à tecnologia intuitiva e à diversidade de recursos do aparelho, que favorecem, entre outros fatores, a interação, a curiosidade, o trabalho em grupo, a coordenação motora e as trocas afetivas. Atualmente, cada iPad é usado por grupos de quatro alunos. “As dinâmicas pressupõem a aprendizagem em conjunto. O confronto de hipóteses, o debate, a cooperação e a construção de soluções são os pilares do trabalho com essa nova tecnologia”, explica a coordenadora pedagógica de Educação Infantil, Ana Margarida Chiavaro Machado. O iPad foi escolhido pela facilidade no manuseio e seleção das informações na tela por meio do sistema touch screen, pela diversidade de aplicativos e softwares disponíveis para uso pedagógico e pela tela multitoque, que facilita as trocas entre os alunos.

Colégio Medianeira atua no combate ao bullying O Colégio Scalabriniano Nossa Senhora Medianeira, de Bento Gonçalves, tem como política criar medidas preventivas contra as diversas formas de bullying. Desde abril, está promovendo palestras interativas aos educadores e aos alunos buscando conscientizar, qualificar, esclarecer e pontuar as situações ocorridas na escola e no ambiente familiar. Participam alunos do Ensino Fundamental ao Médio. A programação ocorreu entre os meses de abril e maio e contou com a participação de especialistas como o advogado Adroaldo Dal Mass, que falou sobre as consequências legais das brincadeiras entre os colegas e a legislação existente sobre o assunto. O respeito aos colegas e a linguagem adequada em cada idade foi abordado pela orientadora educacional Adriana Postingher. A diretora, ir. Isaura Paviani, discutiu com os alunos do Fundamental 2 o que é bullying e as consequências a curto e longo prazos.

Palestras foram oferecidas aos alunos do Ensino Fundamental e Médio

LEGISLAÇÃO DE ENSINO Conselho Estadual de Educação revoga Resolução e manifesta-se sobre aluno com Síndrome do Pânico

IENH promove XIV EducAção em Pauta Um dos especialistas mais respeitados do país na área da Psicologia do Desenvolvimento Moral, Yves de La Taille, estará presente na Instituição Evangélica de Novo Hamburgo para a 14ª edição do EducAção em Pauta. O evento acontece no dia 3 de agosto, no Auditório da Unidade Fundação Evangélica. Na palestra serão propostas duas análises complementares da contemporaneidade: a ‘cultura do tédio’ e a ‘cultura da vaidade’. De acordo com La Taille, a ideia é apontar ações educacionais para a construção de uma ‘cultura do sentido’ e uma ‘cultura do respeito de si’. O evento é promovido pelas Associações de Pais e Professores – APPs – da IENH e será aberto à comunidade. Os ingressos estão à venda por R$ 15 nas Unidades de Ensino da instituição.

O Conselho Estadual de Educação revoga a Resolução nº 294/2008 e exara uma nova, a de nº 314, datada de 04 de maio p.p. Esta “Dispõe sobre credenciamento e autorização para funcionamento da educação infantil e de ensino fundamental de nove anos de duração no Sistema Estadual de Ensino, em decorrência da Lei Federal nº 11.274/2006”. A Resolução estabelece: a) “Escolas já credenciadas e autorizadas para a oferta de educação infantil na faixa etária de seis anos de idade são consideradas credenciadas e autorizadas para ofertar educação infantil na faixa etária de cinco anos de idade”. Portanto, tais escolas estão dispensadas de solicitar novo pedido de credenciamento e autorização de funcionamento e podem atuar sem medo de incorrerem em ilegalidade. b) “Escolas credenciadas e autorizadas para oferta de ensino fundamental de oito anos de duração, com seriação incompleta, estão credenciadas e autorizadas para o ano correspondente a ultima série autorizada”. Para ofertar os demais anos a escola precisa encaminhar ao CEED pedido de credenciamento e de autorização de funcionamento. Traduzindo: escolas que foram credenciadas e autorizadas a funcionar até a 4ª série do ensino fundamental de oito séries, podem implantar o quinto (5º) ano do ensino fundamental de nove anos, mas têm que encaminhar Ofício ao Órgão Regional da Secretaria de Educação, com vistas ao CEED. Tais escolas não podem implantar os demais anos (6º, 7º, 8º e 9º ano). Para implantação destes é preciso encaminhar pedido ao CEED. c) “Escolas que implantarem o ano correspondente à última série para a qual detém autorização devem encaminhar Ofício ao Órgão Regional da Secretaria de Educação, com vistas ao CEED.” Explicando melhor: a escola que está credenciada e autorizada a funcionar de 1ª a 8ª série está no seu amparo legal de implantar o nono (9º) ano do ensino fundamental de nove anos sem precisar solicitar autorização do CEED, mas está na obrigatoriedade de enviar Ofício ao Órgão Regional da SE, com vistas ao Conselho Estadual de Educação para atualização do Cadastro. Temos que ter bem clara a diferenciação posta nesta Resolução do significado ano e série. Quando o CEED fala em série está se referindo a Ensino Fundamental de oito séries, e quando fala em ano está se referindo a Ensino Fundamental de nove anos.

Aluno com necessidade especial – Síndrome do Pânico O CEED, por meio do Parecer nº 446/2011, exarado no dia 4 de maio p.p., responde à consulta de uma mãe de aluno matriculado no 1º ano do ensino médio. Na referida correspondência fica claro que o aluno está afastado da escola desde o mês do outubro do ano passado (2010) por problemas de síndrome do pânico. Tal aluno apresentava até o segundo trimestre “dificuldade em apenas dois componentes curriculares”. A escola comprova que o aluno não frequentou regularmente as aulas desde o início do ano e, diante do fato, propôs a realização de avaliações na sua residência, situação não aceita pela mãe do aluno. Por uma orientação da 4ª Coordenadoria Regional de Educação, a Escola decidiu por aplicar as provas a domicílio, mas novamente foi rejeitada a proposta e a mãe requer o adiamento do ano letivo. O CEED expressa no Parecer 446/2011 que “a solução para o presente caso encontra-se no Parecer CEED nº 56/2006, que prevê temporalidade flexível do ano letivo para as situações que o exijam e medidas adaptativas do currículo, com a elaboração de um Plano de Estudos específico para atender o aluno, visando sua progressiva adaptação ao Plano de Estudos dos demais alunos de sua série ou etapa ou outra organização curricular, conforme definição da instituição de ensino”. Tal Parecer é normativo, pois “Orienta a implementação das normas que regulamentam a Educação Especial no Sistema Estadual de Ensino e Complementa a regulamentação quanto à oferta da modalidade Educação Especial no Sistema Estadual de Ensino”. No item 16 do referido Parecer está expresso: “A escola deve elaborar o(s) Plano(s) de Estudo(s) adequado(s) ao desenvolvimento do aluno, que deve(m) ser o(s) guia(s) a ser(em) implementado(s) descrevendo as competências a serem desenvolvidas e o resultado que se espera alcançar. O Plano de Estudos, acompanhado de Parecer Descritivo, é instrumento indispensável para uma análise criteriosa da necessidade especial e para definir uma ação mais efetiva da equipe pedagógica da escola”. No Parecer 446/2011, o Conselho orienta: “Considerando as condições do aluno, pode-se facultar a alternativa de vir a completar a série na qual está matriculado no ano letivo seguinte, quando do seu retorno à presencialidade, cursando apenas os componentes curriculares em que não obteve êxito. Registrar no Histórico Escolar do aluno na 1ª série do ensino médio os resultados obtidos em 2010 nos componentes curriculares cursados com aprovação e, em 2011, os resultados dos estudos presenciais dos componentes curriculares não cursados no ano letivo de 2010. Fazer referência do Parecer no Histórico Escolar e emitir Ata de Resultados Finais específica para este aluno”. O que este Parecer vem nos demonstrar: a falta de estudo/ aplicação da legislação educacional, que já está deixando de ser nova, e a permanência de escolas na concepção tradicional de educação, o que é preocupante. Isto nos leva a alertar: não podemos perder o trem da mudança educacional. A escola tem que ousar e usar a tão sonhada autonomia. Célia Silveira

Especialista em supervisão educacional

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Tendência das faculdades é atuarem em nichos ou segmentos específicos

IES Faculdades: alternativas para ampliar o crescimento Por Dóris Fialcoff

Quando um setor vem apresentando um índice de evolução contínua e começa a entrar em declínio, é importante entender o que está acontecendo. E é por esse processo que estão passando as faculdades do Brasil: elas continuam crescendo, tanto em número de instituições novas quanto de alunos matriculados, porém cada vez menos. Um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep) mostra estatisticamente esse movimento. No Rio Grande do Sul, por exemplo, em 2008 houve um incremento de 22% em número de estabelecimentos inaugurados em relação a 2007; e o percentual de alunos atingiu um índice de 68%. Em 2009, o crescimento do número de instituições caiu pela metade, ficando em 11%; e o de alunos teve uma queda vertiginosa de 61%, pois atingiu somente 7% em relação a 2008. Uma das causas que podem explicar essa queda é o fato de se ter chegado ao limite da redução de preços médios de mensalidades, acredita o especialista em pesquisas e estudos de mercado em educação e pioneiro no Brasil em marketing aplicado ao setor educacional, Ryon Braga. “As parcelas vêm caindo desde 1998. Naquele ano, o valor era de R$ 840,00, e em 2009 chegou a R$ 457,00 (valor médio de todo o Brasil). Em 2010, a média das mensalidades passou para R$ 500,11, e, pela primeira vez em dez anos, o valor parou de cair e

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começou a subir”, pondera, afirmando que esse fato limita a entrada das classes C e D no Ensino Superior. “Ainda há uma enorme demanda reprimida, mas essas pessoas não conseguem pagar esses valores nem passar em uma universidade pública.” Na opinião do presidente da Associação Brasileira das Mantenedoras das Faculdades Integradas e Isoladas (Abrafi), Jorge Bernardo, a redução de abertura de novas faculdades está condicionada à forte regulação que o Ministério da Educação (MEC) exerce para a expansão do sistema de educação superior privado. “O número de alunos matriculados está proporcionalmente ligado à expansão das faculdades e à falta de financiamento aos estudantes com potencial de cursar o Ensino Superior, bem como às condições de financiamento”, defende. Mesmo com um cenário de instabilidades, os especialistas acreditam em um futuro promissor. Para Braga, há espaço para a retomada do crescimento, pois existe uma demanda reprimida de mais de 11 milhões de jovens com Ensino Médio e sem Ensino Superior no País. “Porém, isso depende apenas do aumento do financiamento estudantil, tanto público – pelo Programa de Financiamento Estudantil (FIES) – quanto privado. Se não houver financiamento, não haverá crescimento”, analisa o especialista. Bernardo também aposta no aquecimento do setor, desde que as instituições tenham um diferencial. Para

ele, isso significa investir na qualidade, independentemente da modalidade, se presencial ou a distância, e ter modelo de gestão profissional com resultado. “A tendência das faculdades nos próximos anos é atuarem em nichos ou segmentos específicos, em função do seu porte e de sua vocação, bem como pela consolidação dos grandes grupos educacionais”, acredita. Nesse ponto, Braga também concorda com o dirigente e acrescenta que é preciso melhorar na qualidade acadêmica, uma vez que o Brasil como um todo apresenta um Ensino Superior muito abaixo da média mundial. Além disso, ele aponta que a máxima de oferecer a melhor qualidade pelo preço mais competitivo continua válida, porém a competição no Ensino Superior não é só por esse quesito, inclui localização e marca. “Cursos a distância são negócio de ‘gente grande’. Só devem investir em EAD com pretensões nacionais ou estaduais aquelas instituições com mais de 20 mil alunos”, aconselha. Na concepção do mestre em Engenharia de Produção e diretor das Faculdades Monteiro Lobato, Bruno Eizerik, sempre que uma faculdade apresentar diferenciais ela poderá crescer. “Se a mantenedora tiver um foco para seus cursos e com isso atender uma parcela do mercado, poderá ocorrer crescimento”, pondera. Para conquistar destaque e diferenciação, o diretor acredita que deve haver um corpo docente qualificado e condições físicas que atendam às necessidades dos estudantes. Para ele, a diferenciação por preço é ilusória: “Sempre poderá aparecer alguém cobrando menos, e os grandes grupos são especialistas nessa prática”. Menor crescimento é no RS De acordo com Ryon Braga, o estado gaúcho foi o que registrou o menor crescimento de matrículas no Ensino Superior privado nos últimos cinco anos, o que ele atribui a dois motivos: “A mensalidade média da graduação no Rio Grande do Sul ainda é a mais alta do Brasil, e a sua taxa de escolaridade líquida do Ensino Superior é a melhor nacional, portanto já tem um razoável percentual de jovens de 18 a 24 anos estudando”. Eizerik lembra que a região Sul, em especial o Rio Grande do

Sul, apresenta uma realidade completamente diversa dos demais estados da federação. “Aqui as instituições de Ensino Superior, em sua maioria, são confessionais – pertencem a ordens religiosas – ou são comunitárias. Os grandes grupos ainda não têm penetração significativa no estado”, completa. Estímulo governamental Em relação a políticas de incentivo federal para o incremento das faculdades no País, o presidente da Abrafi aponta o Fies especial para cursos de medicina e licenciatura. Ele refere o fato de, nesses casos, o contrato não precisar ser quitado, desde que, depois de formado, o beneficiado trabalhe na rede pública. Braga também acredita na melhoria do financiamento estudantil como apoio do governo ao setor, porém, finaliza lamentando: “De resto, somente políticas de desestímulo ao investimento privado no setor”. Mesmo com o cenário pouco inspirador, esse é o momento de as faculdades buscarem formas de se destacar e de oferecer ainda mais qualidade e atrativos. Assim, ampliarão as chances de conquistar uma parcela significativa de jovens que pretendem ingressar no Ensino Superior. Essa é uma boa maneira de lidar com a situação, superar o momento de queda no crescimento e ampliar suas expectativas para um futuro mais promissor.

Uma projeção do número de matrículas do Ensino Superior brasileiro realizada pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) mostra que se o setor particular continuasse crescendo no mesmo ritmo que teve de 1997 até 2003, em 2010 o País chegaria a 8,2 milhões de alunos. No entanto, como o crescimento caiu muito a partir de 2004, no ano passado esse total não chegava a 5,4 milhões. Em 2013, pelos cálculos do órgão, esse número não superará os 6,4 milhões.

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ARTIGO

UniRitter realiza campanha Amigo Presente

A indisciplina escolar no campo do direito

Quem não gosta de ter um amigo sempre presente, compartilhando experiências do dia a dia? Pensando nesta filosofia, o UniRitter Laureate International Universities lançou a campanha Amigo Presente, que vai dar a chance para que a comunidade acadêmica torne isso realidade e ainda receba prêmios. Por meio da iniciativa, os acadêmicos, funcionários e professores podem indicar um amigo ou parente para estudar no UniRitter. As indicações podem ser feitas durante dois ciclos. O primeiro ocorre de 2/9 a 20/3 e o segundo de 21/3 a 10/9. Após a efetivação da matrícula do candidato, a pessoa que indicou soma os seguintes pontos: Graduação 100; Pós-Graduação 200 e Mestrado 300. A partir de 200 pontos os participantes já conquistam prêmios: até 200, um kitchimarrão; até 300, um vale-presente Fnac no valor de R$ 300; até 400, um netbook; e acima de 500 pontos, um iPad 16 Gb. De acordo com a coordenadora de comunicação externa da instituição, Camila Mattos, o amigo indicado também ganha, pois a taxa de inscrição no processo é gratuita. “O amigo estar presente na vida acadêmica do aluno é o objetivo principal dessa ação, pois o UniRitter quer sentir essa energia que só acontece quando amigos se encontram”, afirma.

Gilvan Andrade Teixeira* RESUMO O presente trabalho busca analisar a indisciplina escolar sob uma ótica transdisciplinar, apontando – sob um olhar crítico – suas causas, bem como suas consequências não apenas no mundo jurídico, mas nas demais relações que se estabelecem no meio escolar. Além disso, objetiva a reflexão acerca do papel do Direito na resolução de conflitos que envolvem os atores que compõem as instituições de ensino, procurando enfatizar o espírito essencialmente protetivo no que tange à criança e ao adolescente. O trabalho pretende, ainda, alertar acerca da responsabilidade civil frente à indisciplina, mostrando seus reflexos sobre a família e a escola. Finalmente, se quer lançar uma análise propositiva no que concerne ao papel da instituição de ensino e da entidade familiar na construção de uma cultura voltada à paz e ao diálogo. Palavras-Chave: Indisciplina Escolar. Direito e Indisciplina Escolar. Responsabilidade Civil e Indisciplina Escolar. Família e Indisciplina Escolar.

Ação nas ruas divulga vestibular da UPF por meio de códigos

Instituição inovou ao usar novos recursos tecnológicos

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A Universidade de Passo Fundo (UPF) é uma instituição que não abre mão de estar em sincronia com as novas tecnologias. Se no último Vestibular o bluetooth foi uma ferramenta utilizada de forma inovadora em Passo Fundo, no Vestibular de Inverno 2011 o QRCode chamou a atenção das pessoas na rua. Agentes de marketing da instituição estiveram no centro da cidade munidos de um tablet e de um tabuleiro com códigos visuais. Eles convidarão as pessoas a conhecerem um pouco mais sobre a Universidade por meio do QRCode. A ação foi realizada de 16 a 18 de junho. Para ler as mensagens, os participantes tiveram que segurar o aparelho e apontar a câmera para um código. Escondidas nos códigos estavam informações sobre o Vestibular de Inverno da UPF, a estrutura da instituição, professores, alunos, convênios internacionais, cursos oferecidos e bolsas e créditos. A ação do QRCode também foi realizada com o público participante do show do Seu Jorge, promoção do Vestibular de Inverno da UPF.

ABSTRACT This work analyzes the disruptive child from a transdisciplinary perspective, pointing out - under a critical eye - its causes and its consequences not only in the legal world, but in other relationships established at school. Furthermore, objective reflection on the role of law in resolving conflicts involving the actors in the educational institutions, emphasizing the spirit essentially protective in regard to children and adolescents. The work also intends to warn about the liability facing the discipline, showing its impact on family and school. Finally, if you want to start a review with proposals regarding the role of the educational institution and a family entity in building a culture dedicated to peace and dialogue. Key-words: School indiscipline. Law School and indiscipline. Liability and Indiscipline School. Family and School Indiscipline.

1. INTRODUÇÃO O tema aqui proposto reveste-se de indelével relevância. A “indisciplina escolar” vem ocupando espaço não apenas na mídia, mas nos fóruns de discussão, palestras, seminários, reuniões de professores e até mesmo sessões legislativas, culminando em diplomas legais como a Lei Municipal (Porto Alegre) nº 10.866/2010 e Parecer 820/2009 do Conselho Estadual de Educação do Rio Grande do Sul. Atinge a escola pública – normalmente sucateada e sem os recursos humanos, físicos e financeiros minimamente necessários – e privada, deixando sérias marcas, com consequências sobre o processo ensinoaprendizagem, a saúde dos profissionais da educação e o patrimônio (público ou privado) das escolas. Via de regra, a indisciplina escolar tem como principal vítima e agressor o educando, este muitas vezes em franco processo de formação. O objetivo aqui é lançar uma breve reflexão sobre o tema, a partir de um viés pedagógico e jurídico. Para tanto, busca-se um olhar multifacetado, transdisciplinar e interdisciplinar, onde os campos do conhecimento (Direito, Pedagogia, Filosofia, Psicologia, Sociologia, etc.) venham a imbricar-se. Pretende-se, também, abordar algumas das causas da indisciplina escolar e discutir saídas para o problema, saídas que passam pela efetiva participação da família, da escola e do próprio Poder Público. 2. A EDUCAÇÃO E O DIREITO: UMA ABORDAGEM TRANSDISCIPLINAR Os diversos campos da ciência, às vezes, são tratados de forma estanque, comprometendo um olhar mais acurado acerca da realidade. A análise do tema proposto – matéria inicialmente atinente à Educação – a partir de uma ótica também jurídica requer a superação de toda forma de “reducionismo” teórico. É sabido que a indisciplina escolar traz consigo questões de ordem pedagógica, mas também filosófica, psicológica, psiquiátrica, sociológica, antropológica, jurídica, etc. Vale dizer que o termo “indisciplina”, neste artigo, diz respeito àquelas posturas que agridem os princípios de convivência estabelecidos (se é que o estão!), com graus variáveis de gravidade. Regra geral, não ultrapassa os muros da escola e não seria (não fosse a tendência à judicialização) desencadeadora de demandas judiciais. Cristina Larroy lembra que há diferença entre a indisciplina “aceitável” e a “patológica”, a partir de critérios como frequência, gravidade, contexto e duração (LARROY: 2000). Necessário é debruçar-se sobre o problema, sem pretender acabar com o conflito, este necessário, aceitável e natural nas relações humanas. Há de se discutir, isto sim, a forma de resolução do mesmo, substituindo a intolerância pelo diálogo e a violência pela cultura da paz. No que tange à indisciplina escolar, Direito e Educação devem – interdisciplinarmente – buscar compreender suas causas e interferir positiva e propositivamente para que o problema seja mitigado e suas consequências minimizadas. A prática do amor deve prevalecer sobre a da punição. Esta, mesmo que sob a roupagem de terminologias politicamente corretas, não pode nem deve ser a tônica. A Educação pressupõe

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esperança e confiança. O Direito, da mesma forma, pois que, sob o ponto de vista teleológico, ambos buscam o mesmo fim. Desacreditar no educando, ainda que indisciplinado, e dele desistir, é desacreditar no próprio homem. 3. AS CAUSAS DA INDISCIPLINA ESCOLAR Inúmeras e complexas são as causas da indisciplina escolar. O objetivo aqui não é adotar uma postura inquisitória quanto à família, ao aluno, à escola, à legislação, etc. Buscar “culpados” é desviar o foco e enveredar por caminhos tortuosos. Por outro lado, salutar é analisar alguns contextos sócio-históricos que têm contribuído para o recrudescimento da indisciplina junto às instituições de ensino. Bueb, por exemplo, fala do “esvaziamento” no sentido da existência, sendo que cada vez mais o dinheiro exerce a “soberania” sobre a vida e relação entre as pessoas (BUEB: 2008). Condena o que chama de “psicologização” excessiva que busca abrandar o rigor da cobrança em relação às crianças e adolescentes. Há o enfraquecimento – quando não a perda – da autoridade, sendo os genitores muito mais “recreacionistas” do que propriamente pais (modelos). Critica a escola, pois não estaria valorizando as “múltiplas inteligências” ao homogeneizar sua prática pedagógica. A ideia do “niilismo” moral é seguida por outros autores como Bobbio. Segundo ele, há uma “inversão de todos os valores” (BOBBIO: 2004). Jane Middelton-Moz corrobora o pensamento, afirmando que as famílias têm se mostrado negligentes e permissivas em relação ao comportamento das crianças e jovens. Não tem havido a “internalização” dos limites: “A tarefa do cuidador é sustentar amorosa e firmemente o limite, de forma que a criança possa assimilar e trazer para dentro de si os limites internos necessários para o crescimento emocional. Quando um cuidador constantemente recua o limite ou não o segue, a criança é quem perde. Ela irá continuar a ‘bancar a aposta’ do cuidador, bem como de outros adultos em sua vida, tentando obter os limites de que ela necessita tão desesperadamente” (MIDDELTON-MOZ: 2007, p. 64). Ora, a autoridade do cuidador (pai, professor, etc.) não é algo dado, porém construído, como já dizia Comparato (COMPARATO: 1987). Por outro lado, há de se ter cuidado para não hiperdimensionar o comportamento típico da adolescência reduzindo-o à pecha de rebeldia (MARTINS: 2010, p. 72). Outra causa da indisciplina escolar diz respeito à educação “bancária”, opressora, apegada à visão “necrófila” do mundo (FREIRE: 2005). Contribuem para posturas indesejadas do discente metodologias, conteúdos e avaliação equivocadas levadas a cabo pela escola. Esta tem dificuldade de falar ao “coração” do educando. O educador tem a tarefa de regatar a autoestima do aluno, pois este muitas vezes faz parte da classe oprimida, sendo a “autodesvalia” uma de suas características. “De tanto ouvirem de si mesmos que são incapazes, que não sabem nada, que não podem saber, que são enfermos, indolentes, que não produzem em virtude de tudo isto, terminam por se convencer de sua ‘incapacidade’” (FREIRE: 2005, p. 56). A preocupação de Paulo Freire tem sido reiterada por muitos outros pensadores contemporâneos, como José Outeiral (um dos palestrantes do

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8º Seminário de Cidadania, promovido pelo Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul - SINEPE/RS -, no dia 29 de abril de 2010). Outeiral fala da “invisibilidade” de que nossas crianças e adolescentes são vítimas, situação que impede o educando de ser “olhado” e “percebido”. Daí a necessidade de um “olhar viajante” por parte do educador em relação ao aluno enquanto sujeito que aprende. 4. A INDISCIPLINA ESCOLAR SOB A ÓTICA DO DIREITO Tem sido comum a judicialização (demandas levadas ao Judiciário e outras instâncias, como Conselho Tutelar, Secretarias de Educação, etc.) das relações travadas na escola. Tal recurso, apesar de às vezes necessário (naqueles casos de atos infracionais graves, evasão, elevados níveis de repetência, maus-tratos, faltas reiteradas e sem justificativa, por exemplo, conforme Artigo 56 do Estatuto da Criança e do Adolescente -Lei Federal nº 8069/90), tem se mostrado preocupante. A transferência de questões a priori pedagógicas para a esfera do Judiciário tensiona as relações entre a escola e a família, sobrecarrega o ente público (aumentando sua lentidão e reforçando a sensação de impunidade e injustiça) e representa o fracasso da escola enquanto espaço de diálogo e construção da cidadania. Há a desumanização do homem. Prova de que o Poder Público é incapaz de dar resposta eficaz e duradoura à violência nas escolas, por exemplo, é que apesar da “inflação” legal, as relações seguem se deteriorando de maneira acelerada. Frente à ineficácia legal, muitos são os que responsabilizam o arcabouço jurídico – em especial o ECA – pelos problemas envolvendo no polo “agressor” crianças e, principalmente, adolescentes. O ECA tem, sim, caráter “protetivo” (a referida Lei surgiu logo após a chamada Constituição Cidadã, de 1988), fundado que está na Doutrina de Proteção Integral. O Direito protetivo se coaduna à inversão apontada por Bobbio, constituindo-se numa das características do chamado Estado moderno. “Passou-se da prioridade dos deveres dos súditos à prioridade dos direitos do cidadão, emergindo um modo diferente de encarar a relação política, não mais predominantemente do ângulo do soberano, e sim daquele do cidadão” (BOBBIO: 2004, p. 03). “Protetivo” sim, porém não “permissivo” (exemplo, são as “medidas socioeducativas” previstas no ECA). Cabe à escola zelar pelos direitos e garantias previstas na legislação, participando ativamente das “redes de proteção” – compostas, entre outros, pelos Conselhos de Direitos. Assegurar e garantir direitos não significa condescendência em relação a eventuais posturas indisciplinadas. A proteção recai sobre a pessoa (sujeito de direitos), não sobre seus atos. A escola tem não apenas a autonomia (direito), mas a obrigação moral de criar regras de conduta, desde que justas, necessárias e razoáveis, que não atentem contra os princípios legais. Pode e deve, por exemplo, construir um Estatuto Disciplinar fundado nos “princípios de convivência”, documento que deve estar previsto no Regimento e vir ao encontro da Proposta Político-Pedagógica. Sugere-se que o Estatuto esteja previsto ou apensado no contrato assinado entre a escola e o responsável pelo aluno. As regras devem ser claras, impessoais, conhecidas e permeadas de sentido. As combinações previstas no Estatuto

devem ser cumpridas e exigidas por todos. Infelizmente, às vezes, o próprio professor (educa-se mais pelo exemplo do que com palavras e frases de efeito...) fere as regras, não as exigindo ou as infringindo. Sendo violados os princípios de convivência, a escola deve garantir ao aluno um “espaço” para o contraditório (defesa). Salutar é que a instituição de ensino invista tempo e recursos (financeiros e humanos) na prevenção da indisciplina, caminhando em direção quiçá aos Círculos Restaurativos. Olvidar das regras estabelecidas aumenta o risco da escola ser levada a juízo, pois que na relação dela com o aluno prepondera a chamada Responsabilidade Civil Objetiva, onde não é necessária a conduta culposa (dolo ou culpa), bastando tão somente a existência do dano e o nexo de causalidade. Portanto, eventuais problemas (como violência física ou moral entre alunos) podem ensejar processo judicial em desfavor da escola. Fundamental é o zelo por parte da mesma em relação aos alunos sob seus cuidados. 5. A INDISCIPLINA ESCOLAR: APONTANDO SAÍDAS O problema da indisciplina escolar é responsabilidade de todos: aluno e sua família, escola, Poder Público, sociedade como um todo. Quanto à família, o próprio ECA (Artigo 4º) traz de forma inconteste a obrigação que ela tem junto à criança e ao adolescente. O grupo familiar deve zelar pela saúde mental, física, moral e ética de seus componentes. Necessário é que se resgate (ou, talvez, se construa...) a função da “autoridade”, na qual os pais (aqui entendidos como responsáveis legais) sejam o “norte” dos mais jovens. Quem ama, educa e disciplina. O que se deseja não são “corpos dóceis” (FOUCAULT: 1987), porém homens de bem, gerações que pautem a conduta não apenas no conhecimento das letras e das fórmulas matemáticas, mas sobretudo nos verdadeiros valores, hoje escassos. A família precisa estar aberta ao diálogo, ser partícipe da rotina diária do educando, acompanhar sua vida escolar, solidarizar-se com a instituição de ensino. Esta, por sua vez, precisa primar pela qualidade de sua estrutura física e funcional, marcar posição frente aos desafios existentes, mostrar convicção na sua Proposta Político-Pedagógica, promover o diálogo entre todos os atores da comunidade escolar.

* Formado em História pela PUCRS e Direito pela Unisinos. Pós-Graduado em Ensino Religioso pelo Cesuca. Leciona desde 1992 no Instituto de Educação São Francisco, onde é também Coordenador de Disciplina

Deve trabalhar sob a ótica da prevenção do dano, humanizar sua metodologia e dinamizar o processo avaliativo, com respeito às diferenças e múltiplas inteligências. Escola e família, juntas, devem resgatar as “fronteiras” (vive-se hoje o que José Outeiral chama de “patologia das fronteiras”), sabendo que a “horizontalização” excessiva é nociva à ideia da autoridade. Pai é pai, professor é professor, filho é filho, aluno é aluno. Ora, defender a “verticalização” e respeito à hierarquia não pressupõe autoritarismo e tampouco desrespeito ao outro. A “fluidez” e excessiva “liquidez” da pretensa Pós-Modernidade necessitam das “convicções” trazidas pela instituição de ensino. 6. CONCLUSÃO A escola é lugar de esperança. Não uma esperança “vazia”, porém a crença de que nela é possível promover o diálogo, o reencontro do sujeito com os mais nobres valores da ética, do respeito, da solidariedade, da honestidade, da alteridade. O sucesso da instituição de ensino no combate e mitigação da indisciplina passa necessariamente pelo trabalho conjunto de toda a comunidade escolar, em que a participação de pais, alunos, professores, funcionários se faz necessária. Mais do que uma forma de evitar eventuais demandas judiciais, reforça-se o sentimento do coletivo, da responsabilidade recíproca, premissa esta indispensável na construção da cidadania.

REFERÊNCIAS BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990. BUEB, Bernhard. Elogio à disciplina. Porto Alegre: Artmed, 2008. Câmara Municipal de Porto Alegre. Lei Municipal nº 10.866, de 26 de março de 2010. Disciplina Escolar, Estrutura e Operacionalização Jurídicas. Boletim Jurídico do SINEPE/RS, n. 01, 2008. COMPARATO, Fábio Konder. Educação, Estado e Poder. São Paulo: Brasiliense, 1987. COSTA, Célia Maria. O cotidiano da escola: negação ou afirmação de direitos do aluno-cidadão? Revista de Educação AEC. Brasília: AEC, a. 29, n. 114, 1999 FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Petrópolis, Vozes, 1987. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. LARROY, Cristina. A criança desobediente: estratégias de controle do comportamento. São Paulo: Scipione, 2000. Martins, Ana Rita. Viagem em busca de uma identidade. Nova Escola, n. 230, p. 72, mar. 2010. MIDDELTON-MOZ, Jane. Bullying: estratégias de sobrevivência para crianças e adultos. Porto Alegre: Artmed, 2007. MÜLLER, Jorge Lutz. Disciplina Escolar: estrutura e operacionalização jurídicas. Boletim Jurídico SINEPE/RS, a. 15, n. 01, [S.d]. O que é indisciplina? Nova Escola, n. 226, out. 2009. Conselho Estadual de Educação do Rio Grande do Sul. Parecer nº 820/2009.

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DICAS

CINEMA

Aprendendo a lidar com os medos - A Arte de Cuidar das Crianças

Acerca da delicadeza de tardes:

Julio Cesar Walz

a literatura contra a atrofia do humano Por Adriana Kurtz*

E

m “Minima Moralia” (1951), o filósofo alemão Theodor Adorno, preocupado com os efeitos da ordem capitalista na subjetividade dos sujeitos, afirmaria: “As ordenações práticas da vida, que se apresentam como se favorecessem o homem, concorrem, na economia do lucro, para atrofiar o que é humano, e quanto mais elas se estendem, tanto mais podam tudo o que é delicado. Pois a delicadeza entre seres humanos nada mais é do que a consciência da possibilidade de relações isentas de interesse”. As preocupações de Adorno encontrariam eco na tradição do cinema humanista europeu, do qual o diretor francês Jean Becker (1938) é um dos expoentes. Margueritte, a personagem nonogenária que dá nome ao filme La Tête en Friche, baseado em romance de Marie-Sabine Roger, é a pura personificação da delicadeza, capaz de reverter justamente a atrofia das relações humanas. A personagem interpretada magistralmente por Gigele Casadeus (do alto de seus 97 anos) é frágil, mas tem uma aliada poderosa: a literatura. É por meio do amor pelos livros que Margueritte vai transformar – e humanizar – Germain (Gérard Depardieu), um cinquentão de mais de 100 quilos e com uma aparente incapacidade intelectual, imposta por uma série de equívocos escolares, pelo preconceito dos colegas e por uma relação conturbada com uma mãe pouco amorosa. Um encontro casual numa praça frequentada por ambos, uma amizade inusitada: sentados num banco, Germain faz seu lanche, antes de voltar ao trabalho de feirante; Margueritte compensa a solidão e o quase abandono por parte de seus parentes com um livro de Albert Camus nas mãos. Ela lê “A Peste”; ele se ocupa com os pombos.

As aves são o mote para a senhora introduzir a narrativa literária na conversa entre os dois. “Ler? Tentei uma vez e não deu muito certo”, diz Germain, com a simplicidade de quem já se conformou ao estigma de ser um incapaz. Os encontros evoluem e Margueritte recita trechos da obra de Camus e Romain Gary, oferecendo ao novo amigo a oportunidade de compartilhar com ela a magia dos livros. A literatura ajuda Germain a refletir sobre sua própria – e sofrida – história pessoal. O quase analfabeto companheiro de Margueritte mostra-se, afinal, dotado de uma excepcional memória auditiva. A amizade entre os dois e a avançada idade de Margueritte, que vive o drama de estar perdendo a visão, vão fazer com que Germain redescubra o prazer de aprender a ler. Assim ele poderá recitar para ela os textos que tanto ama quando não puder mais enxergar. Uma única nota destoante há que se registrar neste belo filme de Jean Becker. Embora o filme tematize com méritos a questão do respeito ao idoso, bem como a possibilidade da amizade entre estranhos, o mesmo não se pode dizer em relação à realidade igualmente delicada dos imigrantes que compõem o exército de mão de obra barata na França. Alguns críticos fizeram notar que essa amizade só será possível no âmbito dos cidadãos franceses. Assim, “Minhas tardes com Margueritte” poderia mesmo ser colocado ao lado de obras que acabam por endossar um discurso – ou ao menos um imaginário – xenofóbico. Ainda que de forma não intencional, tais imigrantes, com os quais Germain eventualmente convive, acabam associados aos demais “problemas do mundo”, que infestam os noticiários assistidos pela mãe do protagonista. Voltamos de forma dramática e, numa perspectiva agora negativa, à afirmação de Adorno acerca da economia do lucro – e diríamos, da luta pelo emprego – no âmbito da realidade francesa. Não é fácil ser politicamente correto num mundo que tende à atrofia do humano, em que pese a delicadeza de Margueritte.

Ficha Técnica Minhas Tardes com Margueritte La Tête en Friche França (2010) Direção: Jean Becker Roteiro: Jean Becker, Jean-Loup Dabadie, Marie-Sabine Roger Elenco: Gérard Depardieu, Gisèle Casadesus, Maurane, Patrick Bouchitey

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LIVROS

*Doutora em Comunicação e Informação pela UFRGS e professora dos Cursos de ‘Publicidade e Propaganda’ e ‘Design’ da Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM

A obra é dedicada a todos que desejam entender melhor o universo infantil, o seu imaginário, o desenvolvimento psíquico, as relações entre pais e filhos, professores e alunos, etc. O autor busca ajudar os adultos, inicialmente os pais e os demais cuidadores, a cumprirem o papel de intermediadores entre a realidade psíquica e a vida da criança. A obra custa R$ 50 e tem 173 páginas. Mais informações: www.livrariacultura.com.br

Muito além do nosso eu Miguel Nicolelis

Na obra o autor revela suas ideias revolucionárias utilizando os conhecimentos sobre o cérebro em proveito das áreas de saúde e tecnologia. Ele explica como o cérebro cria o pensamento e a noção que o ser humano tem de si mesmo (o seu self) – e como isso pode ser incrementado com o auxílio de máquinas. Este é o primeiro livro sobre o assunto, destinado a um público leigo. A obra da Companhia das Letras tem 552 páginas e custa R$ 39,50. Mais informações: www.companhiadasletras.com.br

Infanto-juvenil O gigante egoísta

Oscar Wilde / Liana Leão (adaptação) Cortez Editora 40 páginas R$ 27

A Face Oculta - Uma história de bullying e cyberbullying Maria Tereza Maldonado Editora Saraiva 96 páginas R$ 27,50

Os olhos mágicos de João Marô Barbieri Editora Cia dos Baixinhos 24 páginas R$ 23,90

Desafios da Gestão Universitária Contemporânea

Sonia S. Colombo, Gabriel Mário Rodrigues, colaboradores A obra faz uma análise profunda dos caminhos do management universitário, oferecendo grandes contribuições para a modernização do ensino superior brasileiro. Apresenta as complexidades e especificidades que diferenciam essas instituições de outros segmentos da economia. A obra da Artmed tem 376 páginas e custa R$ 64. Mais informações: www.grupoa.com.br

O primeiro da classe

O filme mostra o preconceito que Brad Cohen (Jimmy Wolk) sofreu por toda a sua vida com a síndrome de Tourette. A doença produz reações involuntárias no corpo e na fala, como movimentos desordenados e sons estranhos, causando estranhamento nas pessoas. Muitos achavam que era uma brincadeira de mau gosto e o desprezavam e o castigavam por isso. Mas ele não se deixou abater e conseguiu vencer o preconceito ao conquistar seu maior sonho: lecionar para crianças. Com determinação e força de vontade, Brad se tornou o professor mais amado entre seus alunos. O drama é inspirado em uma história real.

DVD O Vencedor

Dicky Ecklund (Christian Bale) teve seu auge ao enfrentar o campeão mundial Sugar Ray Leonard em uma luta de boxe, colocando a pequena cidade de Lowell no mapa. Até hoje ele vive desta fama, apesar de ter desperdiçado a carreira devido às drogas. Micky Ward (Mark Wahlberg), seu irmão, tenta agora a sorte no mundo do boxe, sendo treinado por Dicky e empresariado por Alice (Melissa Leo), sua mãe. Só que a família sempre o coloca em segundo plano em relação a Dicky, o que impede que Micky consiga ascender no esporte. A situação muda quando ele passa a namorar Charlene Fleming (Amy Adams), que o incentiva a tratar a carreira de forma mais profissional.

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PUBLICAÇÕES As publicações institucionais, como jornais e revistas, são canais importantes para divulgar o trabalho das instituições e reforçar a sua imagem junto à comunidade em que atua. “Educação em Revista” recebeu algumas dessas publicações, as quais reproduz no espaço abaixo:

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