Edição 83

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ANO XIV • NOVEMBRO / DEZEMBRO 2010

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CHEGOU A HORA DO INSTITUCIONAL

SINEPE/RS comemora 62 anos e premia destaques da educação ENTREVISTA

Paixão Côrtes, o patrono da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre

PROFESSOR VIRAR ALUNO


Quando o aluno tem um mundo de atividades on-line, o futuro é cada vez mais positivo. Toda escola quer oferecer tecnologia educacional que enriqueça o aprendizado dos seus alunos. Com o Sistema Positivo de Ensino, sua escola passa a contar com o mais completo conteúdo educacional da internet brasileira, o Portal Positivo. Seus professores e alunos têm à disposição conteúdos on-line atualizados, que aprofundam as matérias ensinadas em sala de aula. Sua escola se valoriza e seus professores e alunos se preparam para um futuro cada vez mais positivo. Ligue agora e veja sua escola crescer cada dia mais. 0800 724 4241 – (41) 3218-1000 ou acesse www.editorapositivo.com.br/sistemapositivo. MATERIAL DIDÁTICO

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EXPEDIENTE

EDITORIAL SINEPE/RS celebra o ensino privado Dezembro é um mês de comemoração para todos. E também para o SINEPE/RS, que soma à alegria das festas de final de ano a celebração do seu aniversário e do ensino privado gaúcho. Na comemoração dos 62 anos do sindicato, são as instituições de ensino, e os profissionais que respondem pela sua atuação, em particular, os verdadeiros homenageados. O reconhecimento do trabalho desenvolvido nas instituições de ensino privado se dá, em parte, pelos prêmios conferidos pelo SINEPE/RS há oito anos. Em 2010, foram inscritos 145 projetos de 80 instituições, submetidos ao parecer de 97 jurados, um recorde na história dos prêmios conferidos pelo sindicato. O 8º Prêmio Destaque em Comunicação recebeu 59 inscrições, o 5º Prêmio SINEPE/RS de Responsabilidade Social, 49, e o 1º Prêmio Inovação em Educação, 37 inscrições. Isso mostra que a vontade de crescer, se aprimorar e oferecer um ensino de excelência não tem limites. Mas há a outra parte desse reconhecimento, que vai além de cada projeto, de cada instituição. “Ajudar o ser humano a descobrir os talentos adormecidos dentro de cada um é a nobre missão de quem milita com educação, na certeza de que a mais avançada tecnologia jamais poderá concorrer com o brilho do olho do professor”, declarou o presidente do SINEPE/RS, Osvino Toillier, na noite de entrega dos prêmios. Ela fala do trabalho do educador, a gênese de tudo isso. É o educador – como professor, coordenador, gestor – que identifica necessidades, aponta talentos, gerencia estratégias para melhorar, a cada dia, a qualidade do ensino. E eles são muitos, cada um com um brilho especial, com um trabalho especial, e não poderiam ser resumidos em 145 projetos. A Reportagem da Educação em Revista fala, nesta edição, dos professores, dos seus desafios, que se multiplicam com o passar dos anos, e da necessidade constante de aprimoramento e qualificação. Na seção Projeto, destaque para a Ir Ktaná, a cidade-laboratório do Colégio Israelita de Porto Alegre, ganhador do 1º Prêmio Inovação em Educação na categoria Área Fim – Educação Básica. Ainda nesta edição, uma entrevista com o patrono da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre, Paixão Côrtes. E Adriana Kurtz fala do filme Vincere. Ótima leitura a todos.

Educação em Revista é o órgão oficial de divulgação do Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul - SINEPE/RS, com circulação bimestral ISSN 1806 – 7123 Presidente: Osvino Toillier 1º Vice-Presidente: Hilário Bassotto 2º Vice-Presidente: Flávio Romeu D’Almeida Reis 1º Secretário: Vanderlei Langoni de Souza 2º Secretário: Maria Helena Lobato 1º Tesoureiro: João Olide Costenaro 2º Tesoureiro: Wilson Ademar Griesang Suplentes: Mônica Timm de Carvalho, Oswaldo Dalpiaz, Adélia Dannus, Delmar Backes, Olavo José Dalvit, Bruno Eizerik, Adelmo Germano Etges Conselho Editorial: Prof. Osvino Toillier, Prof. Hilário Bassotto, Prof Flávio D’Almeida Reis, Prof Luiz Antonio de Assis Brasil, Prof. Ruy Carlos Ostermann, Prof. Adayr Tesche, Prof. Pedro Luiz da Silveira Osório, Moises Mendes, Profª. Naime Pigatto. Coordenador da Assessoria de Comunicação e Marketing: Prof. Osvino Toillier; Edição: Vívian Gamba (MTB 9383); Assistente de Comunicação: Carine Fernandes; Foto da capa: Gabriela Di Bella / Colégio Israelita Projeto Gráfico / Diagramação: Bistrô; Revisão: www.postexto.com.br e Milton Gehrke; Impressão: Gráfica Comunicação Impressa. Conselho Fiscal: Titulares: Ruben Werner Goldmeyer, Luiz Fernando Felicetti, Valderesa Moro Suplentes: 1º Suplente: Isaura Paviani 2º Suplente: Maria Angelina Enzweiler 3º Suplente: Anelori Lange

MISSÃO

Representar e congregar as instituições do ensino privado na promoção de sua qualificação permanente e diferenciação.

VISÃO

Ser referência como instituição no cenário educacional brasileiro, reconhecida pela eficiência na representação sindical e promoção de serviços inovadores.

Vívian Gamba

Editora da Educação em Revista

VALORES Fale conosco Redação Cartas, comentários, sugestões, matérias; educacaoemrevista@sinepe-rs.org.br Anúncios e assinaturas E-mail: comercial@sinepe-rs.org.br Fone: (51) 3022-3282/9998.5807

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Educação em Revista não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressam apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da revista. Por motivos de espaço e clareza, as cartas e artigos poderão ser resumidos

Compromisso com o Associado - Ética e Transparência - Competência - Cultura da Inovação - Responsabilidade Social.


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INSTITUCIONAL

SINEPE/RS comemora 62 anos e premia destaques da educação

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Paixão Côrtes, o patrono da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre

PROJETO

Ir Ktaná, do Colégio Israelita de Porto Alegre: projeto vencedor do 1º Prêmio Inovação

MEMÓRIA

Santa Tereza de Jesus, de Santana do Livramento: um século de história

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ECONOMIA

REPORTAGEM

Chegou a hora do professor virar aluno

Investir em educação é um bom negócio

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ENTREVISTA

CINEMA

Vincere: da estetização da política à politização da arte, por Adriana Kurtz

GESTÃO

Colégio Santa Rosa, de Carlos Barbosa, sabe aonde quer chegar


INSTITUCIONAL

Fotos: Elias Eberhardt/Sinepe/RS

SINEPE/RS comemora 62 anos e premia destaques da educação

A

s iniciativas inovadoras no ensino privado gaúcho foram destaque na comemoração dos 62 anos do SINEPE/RS, que reuniu 400 pessoas na noite de 1° de dezembro, no auditório da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs). Foram homenageadas 44 instituições, entre elas, 11 jubilares, que completam 50, 75, 100 e 125 anos em 2010. As instituições de ensino receberam as distinções do 8º Prêmio Destaque em Comunicação, do 5º Prêmio SINEPE/RS de Responsabilidade Social e do 1º Prêmio Inovação em Educação. Também fizeram parte da premiação o jornalista da Rede Globo Alexandre Garcia, agraciado com o destaque Excelência em Comunicação, por sua atuação e ligação com o ensino privado gaúcho, onde teve sua formação escolar, e o Banco de Alimentos, que recebeu o Prêmio Excelência em Responsabilidade Social pelo trabalho desenvolvido junto à comunidade gaúcha. “Ajudar o ser humano a descobrir os talentos adormecidos dentro de cada um é a nobre missão de quem milita com educação”, disse o presidente do SINEPE/RS, Osvino Toillier, ao mencionar a importância da homenagem, que tem o objetivo

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de destacar iniciativas inovadoras e bem-sucedidas na área do ensino e no campo social. “Vocês todos fazem parte desse grande sucesso”, afirmou, referindo-se ao crescimento da premiação, tradicional no Estado e a maior do segmento no Brasil. “Em cada um dos projetos inscritos, em cada um dos prêmios, consagra-se o princípio de reverência à vida, do respeito à diversidade e da sensibilidade à dor alheia, para que não nos tornemos arrogantes e prepotentes por conta do saber ou da nossa competência, mas humildes e gratos por tudo que recebemos e comprometidos com o crescimento do outro”, declarou. O presidente executivo do Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul, Paulo Renê Bernhard, afirmou que o reconhecimento do SINEPE/RS, “uma instituição com 62 anos”, estimula o Banco a dar continuidade ao trabalho realizado nos últimos dez anos, que já repassou a comunidades carentes mais de 16 milhões de quilos de alimentos. “Aceitamos o desafio de erradicar a fome no Estado.” Segundo Bernhard, a iniciativa contribuiu na melhoria do rendimento de milhares de crianças. “Estamos difundindo essa ideologia, e a homenagem é um reconhecimento.”


julgamento dos prêmios foi feito por 97 jurados

presidente do sinepe/rs fala da importância de destacar iniciativas inovadoras

O jornalista Alexandre Garcia destacou que o Brasil precisa de investimento na educação para chegar ao futuro. “A pessoa que tem educação deixa de ser conduzida para conduzir.” Para ele, a educação, no Brasil, é tratada como um “peso” para o poder público. “Se o Estado não tiver competência ou talento, permita que a iniciativa privada faça isso.” Ele lembrou que países arruinados por guerras conseguiram se reerguer por meio do conhecimento, e disse que o Brasil deveria seguir o mesmo caminho. “Fora da educação não há salvação.” Falando em nome do corpo de jurados, o consultor do SINEPE/RS Paulo Ratinecas afirmou que “em termos de conteúdo e estratégia” o que está sendo feito pela entidade é “uma revolução no ensino”. No entanto, segundo ele, isso é somente o começo de um trabalho que trará ainda mais resultados. “Temos um longo caminho, e haja palco para tantos jurados”, brincou, referindose aos 97 profissionais que participaram do julgamento dos prêmios, marca recorde no sindicato. Osvino Toillier agradeceu aos avaliadores e disse que são eles que trazem isenção à escolha dos premiados. “Obrigado aos avaliadores, da mais alta expressão acadêmica e especialização nas diferentes áreas, pela colaboração na avaliação dos projetos inscritos.”

camerata ivoti conferiu mais brilho à comemoração

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Alexandre Garcia, Prêmio Excelência em Comunicação

Mídia Impressa – Educação Básica

OURO: Colégio São José – Pelotas PRATA: Colégio Marista Ipanema – Porto Alegre BRONZE: Escola Educar-se – Santa Cruz do Sul

Mídia Impressa - Ensino Superior

OURO: Universidade Feevale – Novo Hamburgo PRATA: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) – Porto Alegre BRONZE: Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter) – Canoas

Mídia Digital - Educação Básica

OURO: Colégio Santa Catarina – Novo Hamburgo PRATA: Colégio Marista Champagnat – Porto Alegre BRONZE: Colégio Marista Rosário – Porto Alegre

Mídia Impressa - Mantenedora

OURO: Rede Marista de Educação e Solidariedade – Porto Alegre PRATA: Rede Metodista de Educação do Sul – Porto Alegre

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Mídia Digital - Ensino Superior

OURO: Centro Universitário Univates – Lajeado PRATA: Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter) – Canoas BRONZE: Universidade Feevale de Novo Hamburgo

Mídia Digital – Mantenedora

OURO: Rede Marista de Educação e Solidariedade – Porto Alegre PRATA: Rede Metodista de Educação do Sul – Porto Alegre BRONZE: Rede La Salle – Porto Alegre

Mídia Eletrônica - Educação Básica

OURO: Colégio Gonzaga – Pelotas PRATA: Colégio La Salle Dores – Porto Alegre BRONZE: Colégio Marista Rosário – Porto Alegre

Mídia Eletrônica - Ensino Superior

OURO: Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter) – Porto Alegre PRATA: Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) – Santa Cruz do Sul

Gestão de Comunicação e Relacionamento OURO: Colégio São José – Pelotas PRATA: Colégio Anchieta – Porto Alegre BRONZE: Colégio Santa Catarina – Novo Hamburgo

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banco de alimentos do RS, prêmio excelência em responsabilidade social

Participação Comunitária Preservação e Educação Ambiental

OURO: Instituto de Educação Ivoti – Ivoti PRATA: Colégio Fundação Bradesco – Gravataí BRONZE: Rede Marista de Educação e Solidariedade – Porto Alegre

OURO: Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) – Santa Cruz do Sul PRATA: Escola Menino Deus – Porto Alegre BRONZE: Instituição Educacional São Judas Tadeu – Porto Alegre

Desenvolvimento Cultural

OURO: Unijuí – Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS – Ijuí PRATA: Colégio Marista Sant’Ana – Uruguaiana BRONZE: Universidade Feevale – Novo Hamburgo

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Público Interno

OURO: Fundação Universidade de Passo Fundo (UPF) – Passo Fundo PRATA: Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Noroeste do Estado/Unijuí – Ijuí BRONZE: Colégio Marista Rosário – Porto Alegre


Área Fim - Educação Básica

OURO: Colégio Israelita Brasileiro – Porto Alegre PRATA: Instituto Marista Graças – Viamão BRONZE: Centro de Ensino Médio Setrem – Três de Maio

Área Fim - Ensino Superior

OURO: Pontifícia Universidade Católica do RS (PUCRS) – Porto Alegre PRATA: Centro Universitário do IPA – Porto Alegre BRONZE: Faculdades Monteiro Lobato – Porto Alegre

Gestão Pedagógica - Educação Básica

OURO: Colégio Coração de Maria – Esteio PRATA: Escola de Educação Básica Mãe Admirável – Porto Alegre BRONZE: Colégio Marista Assunção – Porto Alegre

Gestão Pedagógica - Ensino Superior

OURO: Faculdade de Comunicação Social da PUCRS – Porto Alegre PRATA: Faculdade de Educação da PUCRS – Porto Alegre

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50 anos

Colégio São José de Murialdo – Porto Alegre Colégio Salesiano Dom Bosco – Santa Rosa Colégio Cenecista Frederico Michaelsen – Nova Petrópolis

50 anos

Universidade Católica de Pelotas – Pelotas Escola de Ensino Fundamental Metodista Nehyta Ramos – Osório Escola de Ensino Fundamental São José – Canoas

75 anos

Escola Marista Medianeira – Erechim Centro T. Frederico Jorge Logemann – Horizontina Colégio La Salle Medianeira – Cerro Largo

100 anos

Colégio São José – Pelotas

125 anos

Colégio Metodista Americano – Porto Alegre

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JURADOS Comunicação Airton Jordani

Designer gráfico da Procergs

Airton Rocha

Diretor Presidente da Agência Martins e Andrade

Almir Freitas

Professor universitário e Diretor da Uffizi Consultoria em Comunicação

Angela Araújo Santos

Diretora da MaxiMarket Gestão do Reconhecimento

Arthur Bender

Presidente da Key Jump Inteligência, Estratégia e Branding

Caroline Capitani

Coordenadora de Marketing da Ilegra

Cybeli Moraes

Doutoranda em Comunicação e professora universitária.

Daniel Scola

Luciana Kraemer

Mestre em Ciências Sociais e professora universitária.

Luciano Marques

Diretor da Agência Duplo M Comunicação

Luciano Suminski

Diretor Comercial e de Relações Públicas da Viamão Mídia

Márcio Gomes

Coordenador de Internet do Jornal Correio do Povo

Marco Antonio Valério

Diretor da WA Diretta Comunicação e Tecnologia e Diretor de Marketing da Alfamídia

Maria José Vasconcelos Editora de Ensino do Jornal Correio do Povo

Melissa Lesnovski

Célia Silveira

Sônia Goelzer

Lise Mari Nitsche Ortiz

Claudia Schlabitz

Sonia Maria Nogueira Balzano

Lucas Goelzer

Especialista em Supervisão Pedagógica e Legislação Educacional Consultora na área de Gestão Educacional

Dorival Fleck

Conselheiro do Conselho Estadual de Educação do RS

Fernanda Busnello

Analista técnica da Unidade Estratégica de Resultados da Educação do Sesi/RS

Graça Bulhões

Doutora em Comunicação e Professora aposentada da UFRGS

Moisés Mendes

Helena Teles Caetano

Diretora adjunta do Recursos Humanos da Secretaria Municipal de Educação

Repórter da RBSTV e apresentador Nikão Duarte da Rádio Gaúcha Mestre em Comunicação, professor Ivaine Tonini universitário e Sócio da ComEfeito Doutora em Educação e Professora Erick Formaggio Comunicação Estratégica da Faculdade de Educação e do Gerente da Cadastra Programa de Pós- Graduação em Paulo Ratinecas Fernanda Aldabe Geografia da UFRGS Sócio-Diretor da MaxiMarket Diretora da Agência Bistrô Gestão do Reconhecimento Joice Welter Ramos Fernanda Carvalho Garcia Coordenadora pedagógica e Roberta Muradás Diretora Administrativa professora do Absolutto Gerente da Giornale Comunicação da Giornale Comunicação Empresarial Liége Lana Brusius Empresarial Presidente da União Nacional dos Roberto Sirotsky Fernanda Vier Dirigentes Municipais de Educação Diretor de Novos Negócios da Sócia da Doxxa Inteligência em (Undime - RS) Agência 3YZ Conteúdo

Fernando Tornaim

Diretor do Kzuka/Grupo RBS

Francini Ledur

Editora de Economia do Jornal Zero Hora

Genaro Galli

Meste em Marketing, professor e Diretor dos Programas de PósGraduação da ESPM/RS

Gerson Becker

Diretor da Lumiere Produtora

Gerson Lattuada

Diretor de Criação da Agência Martins + Andradre

Gilberto Giustina

Sérgio Caraver

Marcos Schwingel

Sylvio Pinheiro

Maria da Graça Lorensatto

Diretor da Agência Eskritório de Comunicação Diretor de criação do Terra Networks

Valpírio Gianni Monteiro Vera Gerzson

Maria Rejane Ferreira da Silva

Doutora em Educação e professora Consultora na área de Matemática da Faculdade de Biblioteconomia e e elaboradora de livros didáticos Comunicação da UFRGS

Vitor Faccioni

Diretor Geral MTV/RS

Zeca Honorato

Diretor de Planejamento da DCS e Professor da ESPM/RS

Diretor Geral da Agência Ama

Gladimir Dutra

Aida Maria Piva Rossi

Gestor Executivo da Agência Digital Aldeia

José Antonio Vieira da Cunha

Sócio-Diretor do Coletiva.Net

Karla Müller

Doutora em Comunicação e professora da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS

Gerente de Educação Cooperativa do Sicredi

Coordenadora da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria Estadual de Educação

Diretor Executivo da Gad Design

Inovação Integra o Departamento de Ensino da Fundação de Apoio ao Colégio Estadual Júlio de Castilhos

Consultora em Educação e conselheira do Conselho Estadual de Educação

Sônia Veríssimo

Professora universitária, pedagoga com especialização Elisabete Maria Garbin em Supervisão Escolar e Doutora em Educação e Professora Administração Educacional da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação da Responsabilidade Social UFRGS

Diretora da Agência Digital Aldeia Editor de Reportagem Especial do Jornal Zero Hora

Diretora pedagógica da Quinta da Estância Grande

Marisa Vorraber Costa

Doutora em Ciências Humanas e professora aposentada da UFRGS

Mariza Abreu

Integrante do Fórum Temático de Educação da Agenda 2020 e da Comissão Técnica do Movimento Todos pela Educação

Neli Moreira

Alceu Nascimento

Gerente-executivo da Fundação Maurício Sirotsky

Lucia Elbern

Presidente da ONG ViaVida

Luciana Masera

Coordenadora de projetos na área de relacionamento comunitário da Signi – Estratégias para Sustentabilidade.

Luiz Fernando Gusmão Diretor de Projeto Especial do Grupo Sinos

Luiz Otávio Silveira dos Santos

Presidente do Comitê Setorial de Desenvolvimento Social do PGQP/RS

Professor em qualidade e produtividade na Fundação Getúlio Vargas (FGV)

Anna Martha Silveira

Maria da Graça Costi

Editora do caderno Nosso Mundo Sustentável do Jornal Zero Hora

Diretora da Desenvolver Consultoria em Gestão de Pessoas

Beth Johann

Maria Elena Johannpeter

Coordenadora Acadêmica do MBA Presidente voluntária da ONG Parceiros Voluntários em Gestão Estratégica de Pessoas da Fundação Getúlio Vargas (FGV)

Cezar Augusto Carneiro

Maria Helena Gaidzinski

Assessor técnico da Ação Social dos Correios

Coordenadora da Ação Educativa do Santander Cultural de Porto Alegre

Claudia Jotz

Marion de Souza

Mestre em Administração de Recursos Humanos, professora universitária e consultora de empresas

Clódis Xavier

Gerente de Responsabilidade Social da Gerdau

Cristiane Mallmann Diretora de Negócios da HappyHouse

Cristiane Ostermann

Diretora e Sócia da Signi Estratégias para Sustentabilidade

Erika Teixeira

Mirian Mion

Diretora da Isocial - Inteligência em projetos sociais e educacionais

Myriam da Silveira Colombo

Assessora Ambiental da BioEngenharia e Auditora Ambiental

Patrícia Fagundes

Doutora em Psicologia, professora universitária e consultora de empresas

Pedro Teixeira

Diretora Executiva da Centro Uno

Coordenador executivo do Instituto Martim Pescador

Iara Wortmann

Raquel Paiani

Assessora da Subchefia Legislativa Atendimento da Connett da Casa Civil. Foi coordenadora do Propaganda Comitê da Solidariedade

Itanajara da Silveira

Assessora Técnica da Secretaria Estadual de Cultura do RS

Ivan Carlos Novello

Gerente de Comunicação e Programas Sociais do Sicredi

Karen Mendes Santos

Diretora da Signi - Estratégias para Sustentabilidade

Ana Lúcia Fernandes

Ana Mariza Filipouski

Rosa Maria Bueno Fischer Leandro Parker

Professora aposentada da UFRGS. Coordenou a elaboração do Referencial Curricular do RS

Diretor da Fazenda Quinta da Estância Grande

Ângela Maria Aguiar

Coordenadora da Divisão de Gestão da Aprendizagem do Departamento Pedagógico da Secretaria Estadual de Educação

Técnica em Gestão Educacional do Sesi/RS

Diretora da Fides Desenvolvimento Pessoal e Social

Lara Lutzenberger

Presidente do Conselho Administrativo da Fundação Gaia

Pós-Doutora e professora do Coordenador de Cursos Programa de Pós Graduação da de Qualificação inicial do Faculdade de Educação da UFRGS Projeto Pescar

Rudáia Correia

Coordenadora do Comitê da Solidariedade

Sergio Mattos

Diretor de Planejamento e Desenvolvimento do Grupo Sultepa

Susana Malinski

Assistente social da área de Responsabilidade Social do Sesi/ RS

Vanessa Gomes

Analista de Responsabilidade Social das Lojas Renner

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O SINEPE/RS agredece a todas instituições que se inscreveram nos Prêmios:

São iniciativas como estas que contribuem para promover o crescimento qualitativo e o diferencial do ensino privado gaúcho.


Nosso muito obrigado às instituições participantes:

Associação Pró-Ensino Superior - Aspeur/Feevale de Novo Hamburgo � Bom Jesus Nossa Senhora Aparecida de Venâncio Aires � Centro de Educação Básica Francisco de Assis de Ijuí � Centro de Ensino Médio – SETREM de Três de Maio � Centro de Ensino Superior Cenecista – CESF de Farroupilha � Centro Sinodal de Ensino Médio Dorothea Schäfke de Taquara � Centro Universitário La Salle de Canoas � Centro Universitário Metodista – IPA de Porto Alegre � Centro Universitário Ritter dos Reis – UniRitter de Porto Alegre � Colégio Anchieta de Porto Alegre � Colégio Coração de Maria de Esteio � Colégio Farroupilha de Porto Alegre � Colégio Franciscano Sant'Anna de Santa Maria � Colégio Fundação Bradesco de Gravataí � Colégio Gaspar Silveira Martins de Venâncio Aires � Colégio Gonzaga de Pelotas � Colégio Imaculada Conceição de Cachoeira do Sul � Colégio Israelita de Porto Alegre � Colégio La Salle de Caxias do Sul � Colégio La Salle Dores de Porto Alegre � Colégio La Salle Medianeira de Cerro Largo � Colégio La Salle Niterói de Canoas � Colégio Madre Bárbara de Lajeado � Colégio Marista Asssunção de Porto Alegre � Colégio Marista Champagnat de Porto Alegre � Colégio Marista Conceição de Passo Fundo � Colégio Marista Ipanema de Porto Alegre � Colégio Marista Rosário de Porto Alegre � Colégio Marista Sant'Ana de Uruguaiana � Colégio Marista São Luis de Santa Cruz do Sul � Colégio Mauá de Santa Cruz do Sul � Colégio Metodista Americano de Porto Alegre � Colégio Nossa Senhora Auxiliadora de Rio Pardo � Colégio Santa Catarina de Novo Hamburgo � Colégio Santa Terezinha de Campo Bom � Colégio São José de Pelotas � Colégio Scalabrini de Guaporé � Colégio Scalabriniano Nossa Senhora Medianeira de Bento Gonçalves � Colégio Tereza Verzeri de Santo Ângelo � Cooperativa Educacional de Ensino Básico - Colégio Concórdia de Porto Alegre � Escola de Aplicação Feevale de Novo Hamburgo � Escola de Educação Básica Mãe Admirável de Porto Alegre � Escola de Ensino Fundamental Caminhos do Saber de Caxias do Sul � Escola de Ensino Fundamental Menino Jesus - Notre Dame de Passo Fundo � Escola de Ensino Fundamental Santa Catarina de Santa Maria � Escola Educar-se de Santa Cruz do Sul � Escola Menino Deus de Porto Alegre � Escola Nossa Senhora do Brasil de Porto Alegre � Escola Redentorista - Instituto Menino Deus de Passo Fundo � Escola Sagrada Familia de Rolante � ESI - Colégio São Carlos de Caxias do Sul � Faculdade de Comunicação Social da PUCRS de Porto Alegre � Faculdade de Educação da PUCRS de Porto Alegre � Faculdades Monteiro Lobato de Porto Alegre � Fidene – Unijuí de Ijuí � Fundação Universidade de Passo Fundo� Instituição Educacional São Judas Tadeu de Porto Alegre � Instituição Evangélica de Novo Hamburgo � �Instituito Superior de Educação Ivoti de Ivoti � Instituto de Educação Cenecista Angelo Antonello – ICAA de Farroupilha � Instituto de Educação Ivoti de Ivoti � Instituto Marista Graças de Viamão � Instituto Vicente Pallotti de Porto Alegre � Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul de Porto Alegre � Rede de Escolas São Francisco de Porto Alegre � Rede La Salle de Porto Alegre � Rede Marista de Educação e Solidariedade de Porto Alegre � Rede Metodista de Educação do Sul de Porto Alegre � Unijuí de Ijuí � UNISC - Universidade de Santa Cruz do Sul � Unisinos de São Leopoldo � Univates de Lajeado � Universidade Católica de Pelotas � U n i v e rs i d a d e d e Pa s s o F u n d o � U n i v e rs i d a d e F e e v a l e d e N o v o H a m b u r g o


ENTREVISTA O Patrono Paixão Côrtes

J

oão Carlos D’Ávila Paixão Côrtes nasceu em 12 de julho de 1927, em Santana do Livramento, de pai agrônomo e mãe dedicada à música. Ele seguiu as duas vertentes. Formouse em Agronomia e escolheu a dança como arte. Pesquisador e folclorista, Paixão Côrtes é um ícone do tradicionalismo gaúcho que, junto com Barbosa Lessa – já falecido –, fez uma vasta pesquisa de campo para recuperar a cultura do Rio Grande do Sul. Organizou o CTG 35, grupos de música e dança, adotou a pilcha como uniforme (símbolo representativo e identidade do RS) quando poucos o faziam e serviu de modelo para o Laçador, que hoje dá boas-vindas a todos que chegam à capital gaúcha. Com infinitas glórias artísticas e culturais, hoje orgulha mais uma vez o povo do Rio Grande do Sul ao ser Patrono da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre. Para os leitores da Educação em Revista, ele conta um pouco da sua história. Educação em Revista – O senhor nasceu no campo, mas veio ainda jovem para Porto Alegre. Quando surgiu o interesse em estudar e fixar valores da tradição gaúcha? Houve influência dos seus pais e da vida nas estâncias, na infância? Paixão Côrtes – As minhas heranças são do campo, eu nasci com elas e procurei revitalizá-las no meio urbano como forma natural de vivência. Não sei quando surgiu, só sei que sou atávico. Educação em Revista – Quando e como surgiu o Movimento Tradicionalista Gaúcho? O que era feito, nessa época, para reascender a tradição? Paixão Côrtes – O tradicionalismo sempre existiu, mas o movimento atual se iniciou em 1947, no colégio Júlio de Castilhos e, posteriormente, como entidade social, o 35 Centro de Tradições Gaúchas, em 24 de abril de 1948. De lá para cá, passaram-se mais de 60 anos e hoje estão espalhados pelo mundo inteiro cerca de 4 mil entidades, que desta ou daquela maneira procuram preservar a identidade gauchesca e em torno das quais gravitam mais de 5 milhões de pessoas. O movimento deixou de ser de galpão para se tornar uma manifestação universal. Educação em Revista – Como foi a criação do CTG 35? Qual era a ideia? O senhor imaginava que tantos outros centros de tradição gaúcha surgiriam desde então? Paixão Côrtes – Bom, o movimento se iniciou de baixo para cima, espontaneamente, por meio de jovens estudantes e, progressivamente, através das gerações chegou aos dias atuais com um vigor extraordinário de identidade, de povo e de raça. Nem um futurologista norte-americano seria capaz de prever tal expansão. Seria falso acreditar que jovens no fervor dos 20 anos fossem visionários, mas eles tinham princípios definidos, que estão expressos em “Origem da semana farroupilha e primórdios do movimento tradicionalista”, livro que escrevi.

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Educação em Revista – O senhor viu crescer esse movimento. Como é, hoje, o sentimento de ter despertado essa chama no povo gaúcho? Paixão Côrtes – Sinto-me muito feliz, mas acho que existe muita coisa para ser feita, partindo de pesquisa documental para atingir uma projeção maior através das novas gerações. Educação em Revista – Os meios de comunicação tiveram influência nesse crecimento? Conte um pouco da sua experiência como apresentador de programas de rádio – Paixão Côrtes apresentou o programa Festa de Galpão, de 1953 a 1957, e Grande Rodeio Coringa, 1955 a 1957, na rádio Farroupilha; Fertança na Querência, 1958 a 1967, na Gaúcha; e os programas Querência e Domingo com Paixão Côrtes, 1968 até 1995, na Rádio Guaíba. Paixão Côrtes – Não basta se ter consciência das origens, é preciso torná-las corretas junto à memória do povo, devolvendo a ele a responsabilidade de preservar com fidelidade as tradições. Os meios de comunicação, quando bem dirigidos, são importantes veículos para atingir tais objetivos. A comunicação direta com o público começou em 1º de maio de 1955 quando se criou o programa “Grande Rodeio Coringa”. O povo viu, ouviu e aplaudiu o espontâneo folclore pela primeira vez, nessas manifestações no auditório da rádio Farroupilha. Daí por diante, sucederam-se os programas progressivamente, dos quais atuei por cerca de 40 anos, o que daria um “encordoado” de histórias.


Educação em Revista – Qual foi a sua motivação para promover grupos musicais em seus programas? Paixão Côrtes – Estudando a música do Rio Grande, via e ainda continuo vendo que muita coisa está para ser feita e muita coisa é divulgada de maneira incorreta historicamente. Daí a necessidade de gravar, cantar, analisar partituras musicais e oferecer as experiências das pesquisas aos compositores e musicistas do Rio Grande como contribuição a uma maior valorização da nossa arte nativa. Educação em Revista – As suas viagens e pesquisas para identificar novos valores da cultura gaúcha contribuíram de que forma para o desenvolvimento da cultura regional? O senhor acredita que os gaúchos estavam carentes de “raízes”? Paixão Côrtes – Estou com 83 anos e estou preparando um livro de 700 páginas. Estou muito preocupado com as coisas que ainda não pude realizar. Estou preocupado com o que estou deixando de fazer; mas eu não posso me responsabilizar, oxalá a nova geração contribua de forma mais efetiva do que os meus estudos. Educação em Revista – Como o senhor vê, hoje, a identificação dos gaúchos com a tradição? Paixão Côrtes – Eu acho que a tradição sempre existiu, descobrir as raízes e a fidelidade dessa tradição merece uma atenção científica e não tão somente de recreação, senão ela não passa de um fugaz momento de modismo. Educação em Revista – O senhor cumpriu uma missão importantíssima ao documentar a cultura regional. Qual o tamanho do seu acervo? O senhor acredita que o trabalho está concluído? Paixão Côrtes – Repito que há muita coisa a ser feita, com a seriedade que merece a identidade representativa da terra. Mas para isso, é necessário um basilar conhecimento científico dos assuntos, senão qualquer aragem muda a profundidade do tema. Há duas óticas que caracterizarm o meu trabalho na área livresca, sem a preocupação de estender na área fonográfica ou teatralizada. São, de um lado, 350 mil publicações distribuídas gratuitamente por meio do projeto Movimento Gauchesco Artístico-Cultural Rio-Grandense (Mogar) às bibliotecas públicas, escolas, instituições culturais, núcleos artísticos e entidades universitárias que estejam inclusas na filosofia do projeto. E de outra parte, são os livros, mais volumosos, que variam entre 60 e 400 páginas, enfocando variados temas, fundamentados todos eles na pesquisa folclórica, histórica e sociológica. Na maioria dessas publicações, estão os documentos dos informantes vivos.

Educação em Revista – Como o senhor recebeu a notícia de que seria o Patrono da Feira do Livro? O que isso representa? Paixão Côrtes – Bem, o convite foi uma distinção significativa, mais uma vez a obrigação de vir como habitualmente fazia, abraçar e rever amigos, encontrar novos horizontes, revitalizar conhecimentos e estabelecer novos desafios. É um marco novo do progresso. Educação em Revista – O senhor acredita que crianças e jovens buscam cultura e informação? O que os difere das crianças e jovens de outros tempos? Paixão Côrtes – A minha geração era carente de fontes informativas, documentais, livrescas. Com o progredir do movimento tradicionalista está vindo, progressivamente, oferecendo preciosos elementos para a interpretação de fatos que até então passavam despercebidos e que hoje abrem horizontes para enfoques até então desconhecidos. As crianças de hoje têm essas fontes, o que enriquece sobremaneira a cultura dos indivíduos, não só pessoal, mas também na representatividade das ações coletivas. Educação em Revista – O que eles devem fazer para enriquecer-se culturalmente e, especificamente, não deixar a cultura rio-grandense morrer? Paixão Côrtes – O saber não tem idade, nem tempo, nem pelo, nem cor. O importante é buscar adequadamente cada momento e torná-lo fundamental à sua existência, não só como indivíduo, mas sua ação na temporalidade coletiva. Transmitir com consciência, se é inconsciente não adianta transmitir, precisa saber o que está fazendo.

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PROJETO

Ir Ktaná

a cidade-laboratório do Israelita

E

m hebraico, Ir Ktaná significa “cidade pequena”. Essa é a origem do nome da cidade-laboratório do Colégio Israelita de Porto Alegre, projeto vencedor do 1º Prêmio Inovação em Educação na categoria Área Fim – Educação Básica. A pequena cidade nasceu com a incumbência de integrar tradição e inovação por meio de um programa educacional que tem por objetivo implantar uma educação voltada à sustentabilidade, ao empreendedorismo, à cidadania e à valorização da identidade cultural judaica da escola. Esses quatro eixos foram selecionados para compor os princípios fundadores da pedagogia da Ir Ktaná, com foco no desenvolvimento de competências voltadas a uma participação produtiva. A cidade é composta por 12 unidades, numa construção que atende aos princípios de green building. Utiliza uma área com aproximadamente 500 m2 – 3/4 de área urbana e 1/4 de área rural – e as ruas são sinalizadas de acordo com as leis de trânsito.

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Há Prefeitura e Câmara de Vereadores, Sinagoga, Banco, Centro Cultural, Empresa Multimídia de Rádio e Jornal, Núcleo de Ciência e Tecnologia, Incubadora, Loja, Supermercado, Casa da Família, Espaço Verde e Praça da Cidadania. Os cidadãos da cidade – todos os alunos da escola, da educação infantil ao ensino médio – podem abrir conta em banco, participar do programa de rádio, cultivar a horta e vender produtos na Ecofeira, visitar o centro cultural e promover apresentações artísticas no local, administrar empresas e comprar produtos em lojas e supermercados. Por ser uma cidade com “habitantes” das mais diversas idades, moeda própria, tributação, eleições para o executivo e legislativo, vida cultural e ambiente acadêmico, a Ir Ktaná coloca-se como um verdadeiro laboratório da vida real, onde é possível propor, errar, refazer e acertar. É um local para a identificação de talentos, experimentação, ousadia e criatividade, para aprendizagens individuais e coletivas.


Ir Ktaná em números ●● 196 certificados expedidos – alunos que participaram de oficinas e cursos extraclasse ●● 30 empresas constituídas ●● 6 chapas que se candidataram às eleições para o executivo ●● 32 oficinas oferecidas ●● 15 eventos realizados – feiras, lançamento de livros, exposições de arte, mostras científicas, teatro de rua ●● Mais de 1.000 visitantes recebidos

A fundamentação As práticas pedagógicas do Colégio Israelita Brasileiro de Porto Alegre, apesar de pautarem-se por uma visão inovadora de educação há mais de dez anos, não conseguiam ser suficientemente percebidas pelo público-alvo da escola. A imagem dominante era de uma escola fechada em si mesma, avessa a ousadias e exclusivamente focada no desenvolvimento de conteúdos conceituais. Em pesquisa de mercado realizada em 2006, constatou-se que boa parte do público-alvo do Israelita o percebia como “formador de guri de apartamento”, numa alusão tanto ao fechamento da escola (perspectiva de gueto) quanto a uma pedagogia pouco atenta à resolução de problemas da vida em sociedade. Por conta dessa distorção de percepção, o colégio não conseguia se mostrar suficientemente atrativo, o que resultou numa sucessão de perdas no número de alunos em torno de 2% ao ano. A ideia da Ir Ktaná surgiu com o propósito de ampliar a atratividade do colégio, divulgando e desenvolvendo práticas inovadoras comprometidas com a missão e a visão da instituição. Gestão do Projeto Um grupo de dez professores indicados pela direção e coordenação da escola iniciou estudos a partir de um desafio que lhes foi apresentado: estabelecer as bases de uma proposta pedagógica “em forma de cidade”. Os professores dividiramse em equipes e ficaram responsáveis por fazer a proposta educacional para cada uma das unidades da cidade-laboratório, bem como prever a integração entre todas elas. Para auxiliar os professores nesse trabalho, foi contratada uma consultora em gestão de projetos, que os acompanhou durante os últimos cinco meses de constituição do projeto. O princípio da auto-organização e o destaque para a formação permanente balizaram a dinâmica do grupo. Concluída essa etapa de definições pedagógicas, entraram em cena as equipes de arquitetura, capacitação de recursos financeiros, engenharia, comunicação e marketing, arquitetura de interior, paisagismo e arte. Uma verdadeira força-tarefa multidisciplinar, construída por mais de 200 pessoas, que mantiveram o alinhamento necessário para a realização de um grandioso sonho da comunidade escolar. Diante da complexidade do projeto, viu-se a necessidade de também garantir às equipes qualificação em termos de gestão de processos. Foi realizado, então, um curso de 20 horas para a capacitação de 25 professores e técnicos.

Os resultados A implantação da Ir Ktaná no Colégio Israelita já aponta resultados significativos. Entre eles, o envolvimento gradativo de alunos e professores nas inúmeras iniciativas da cidade-laboratório e a integração da cidade ao currículo de toda a Escola. O interesse da comunidade pela experiência educacional inovadora fez com que a cidade-laboratório fosse amplamente divulgada em programas regionais, nacionais e internacionais de TV, além de matérias em diversos jornais, revistas e portais. A escola recebeu, ainda, apoio da classe política à criação e desenvolvimento de um novo espaço de aprendizagem, com presença de mais de 90% dos vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre na inauguração da Ir Ktaná, e a entrega da chave de Porto Alegre pelo prefeito em exercício, José Fortunati, ao 1º prefeito da Ir Ktaná, um aluno de apenas 10 anos de idade. Embora pequena, a Ir Ktaná é um grande espaço de protagonismo de múltiplas e significativas aprendizagens da vida em sociedade e da produção de cidadania. O ineditismo da Ir Ktaná não está na construção de uma cidade dentro de uma escola, e sim na pedagogia da cidade-laboratório, que pressupõe uma mudança de concepção de educação. Além de promover a qualificação do ensino, a Ir Ktaná contribuiu decisivamente para a reversão da perda de alunos no colégio. A pequena cidade foi inaugurada no final de setembro de 2009, e em fevereiro de 2010 já se constatava o aumento de 80% no número de matrículas de novos alunos e a ampliação de mais de 10% no quadro discente.

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MEMÓRIA

professores e funcionários participam da missa do centenário com o bispo dom gílio

Santa Tereza de Jesus: um século de história

A

Escola Santa Teresa de Jesus de Sant’Ana do Livramento foi fundada em 1911 por solicitação da comunidade local, que desejava ter uma escola para meninas – já que três anos antes havia sido aberta uma escola Marista para meninos. Uma comissão com autoridades do município foi a Montevidéu conversar com a Superiora Provincial. Ofereceram uma casa gratuita para o funcionamento da instituição e passagens para que as Irmãs Teresianas viessem da Espanha. Mas as Madres negaram a fundação por falta de pessoal. Quando irmãs foram expulsas de Portugal, em 1910, o Governo Geral aceitou a oferta. Como o doador da casa havia sido assassinado, foi preciso dar início aos trabalhos da instituição numa casa alugada. As Irmãs Teresianas Antonieta Purull, Olinda Araujo, Maria Luiza Madrigal, Elena Rodrigo, Ana Maria Silva, Luiza Andrade e Rosa Mendes, acompanhadas da Ir. Provincial Dolores Floch e da conselheira Esperança Baixauli, foram acolhidas pelas senhoras e demais membros da comissão. O Colégio foi fundado dia 19 de abril de 1911, na rua 29 de Junho, hoje Rivadávia Correa. Logo depois, com a ajuda de amigos, em especial de D. Pedro Irigoyen, foram adquiridos terrenos na rua Brigadeiro Canabarro para dar início às obras do Colégio. Dia 8 de setembro de 1914, foram inauguradas algumas salas e, aos poucos, novas partes da construção foram erguidas.

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Em 22 de março de 1927, o colégio foi elevado à categoria de Ginásio, embora o reconhecimento Federal só ocorresse em 1941. A Escola Complementar para formação de Professores Primários foi inaugurada em 1930, o que resultou no aumento do número de alunos. Era o único curso da cidade que preparava professoras. Em 1931, foi inaugurado o Conservatório de Música, que funcionou até 2004. Em 1936, nas Bodas de Prata da instituição, Irmãs, educadores, pais, alunas e ex-alunos agradeceram pelas graças recebidas. Em 1946, a Escola Normal substituía o Curso Complementar, e deu maior impulso à missão de formar professoras, não só para o município de Sant’Ana do Livramento, mas para atender às necessidades dos municípios adjacentes. Em novembro de 1948, um incêndio de grandes proporções devastou boa parte do Santa Teresa. Bombeiros de Rivera, de Livramento e o povo em geral se lançaram com todos os meios de que dispunham para salvar o colégio. Apagado o incêndio, a solidariedade dos santaneses foi imprescindível para a sua reconstrução. Em 1953, aconteceu a abertura do Curso Colegial, que vigorou até 1962, ao ser implantada a Lei de Diretrizes e Bases n° 4024. Em 1961, foram comemoradas as Bodas de Ouro, com grandes festas religiosas, esportivas e culturais, como a Missa de Ação de Graças e a inauguração da quadra de esportes ao ar livre. Nessa ocasião, surgiu a Banda Marcial Teresiana, sob direção da Ir. Inah Canabarro Lucas.


A escola é extensão de minha casa Estudei no Colégio Santa Teresa em meados do ano 1960 a 1961, séries finais do Ensino Fundamental, quando a escola ainda oferecia o regime de internato. Depois, fora da cidade, cursei o clássico – nível médio no Colégio Estadual Liberato Salzano Vieira da Cunha, e Pedagogia na Urcamp, em Sant’Ana do Livramento. Foi quando retornei ao Colégio Santa Teresa, em 1974, para realizar um Curso de Formação para Docentes Leigos-Res. Fiz estágio dessa etapa de estudos na Escola, nas séries iniciais. Substituí, nesse período, uma professora que entrou em licença durante o segundo semestre de 1974. Já em 1975, também no segundo semestre, fui contratada, assumindo uma turma de 2ª série. Também cursei Estudos Adicionais, com especialização em Comunicação e Expressão, curso oferecido pela escola a professores, com o objetivo de aprimoramento dos mesmos, o que também proporcionava ascensão dos professores no Plano de Carreira do Magistério Público Estadual. Mais tarde, já com Ensino Superior completo, fiz Pós-graduação em Planejamento e Alfabetização, na Urcamp. Uma época que me marcou muito e da qual tenho boas lembranças foi a do internato. Embora vivesse longe de minha família, que morava na campanha, tinha um bom grupo de colegas: aproveitávamos nossas horas de estudos, as trocas de recadinhos,

as recreações, as quermesses as quais as Irmãs nos levavam nos finais de semana e até o cinema, quando passava um bom filme, adequado a nossa formação e idade. Tínhamos uma ótima relação e tenho certeza de que esta época foi muito importante na minha formação: tínhamos uma vida regrada, com horários estabelecidos e respeitados por todos. Horário de orações, estudos, alimentação recreação e descanso, além de toda a formação religiosa com os ensinamentos básicos dos valores essenciais à vida. Como profissional, sempre me senti muito bem no Colégio Santa Teresa. Sinto a escola como a extensão de minha casa. Sempre fui respeitada e muito do que sou como profissional devo a essa escola, que sempre proporciona a todos os professores cursos, reflexões, retiros, celebrações, encontros – o que favorece nossa formação pessoal, humana e profissional. A Escola mantém acesa a chamada filosofia teresiana, iluminada pelos princípios de uma Educação Libertadora, norteados pelos ideais de Santo Enrique e pelos valores e princípios de Santa Teresa. Vive-se aqui um ambiente de alegria, respeito pelo outro, valorização da pessoa e seu desenvolvimento integral. Por se tratar de um prédio muito grande, a manutenção é bastante cara. Então, a cada final de ano, a direção procura suprir as necessidades mais imediatas, com a preocupação de atender às necessidades e zelar pelo bem-estar das crianças, alunos da escola. Passamos por muitos momentos difíceis. Mas hoje, graças a Deus, vivemos um bom momento – de crescimento, atualização tecnológica, ginásio e mudanças físicas, o que nos dá orgulho e muita alegria. Marly Fernandes Souza

Professora aposentada, ex-coordenadora do ensino fundamental.

Com a Lei 5692/71, vários cursos profissionalizantes de 2º grau foram implantados. Ainda assim, a menina dos olhos da escola, o Curso de Magistério, se ampliou. A instituição obteve o reconhecimento dos Estudos Adicionais para as habilitações de professoras de 5ª e 6ª séries de 1º grau nas áreas de Comunicação e Expressão, Estudos Sociais e Ciências. Pelos serviços relevantes da Escola Normal Santa Teresa, em fevereiro de 1972 a Secretaria de Educação do Estado oficializou o compromisso de desativar a Escola Normal Estadual Alceu Wamosy, de Livramento, e transferir as alunas para a Santa Teresa de Jesus, com o compromisso de custear os estudos das alunas carentes. Toda a formação das professoras e professores de Livramento e de outros municípios vizinhos foi realizada na instituição até o início dos anos 1990. Em 2007, o curso foi desativado. Atualmente a instituição dá ênfase à formação dos educadores da Escola, por meio dos seminários de professores, de reuniões pedagógicas e de formação, e do acompanhamento pessoal aos professores. Cem anos depois de sua fundação, o Colégio Santa Teresa mantém o prestígio. Durante as comemorações do centenário, a instituição vem realizando várias atividades junto à comunidade, como gincanas, celebrações em datas comemorativas, festas para ex-alunos, apresentações musicais, teatros, e caminhada alusiva ao centenário. As comemorações serão encerradas em abril de 2011. O Colégio Santa Teresa conta com 600 alunos, 35 professores e 20 auxiliares administrativos. Ao longo dos anos, foram realizadas significativas reformas no prédio da escola. Em 2003, foi construído o Ginásio de Esportes. Pouco depois, elevadores para atender a crianças com necessidades especiais.

Construção da parte nova do Santa Teresa

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CAPA

Chegou a hora do professor virar aluno

O

s desafios dos professores no exercício da docência sempre foram muitos, mas estão se multiplicando com o passar dos anos. As mudanças na sociedade, no perfil do aluno, na escola e na legislação educacional, entre outras tantas variáveis, exigem a busca de novos referenciais para atingir a excelência na profissão. E isso vale para todos os professores, desde aqueles com anos de formação e experiência até os estreantes na profissão, que, em tese, têm na bagagem o que há de mais novo nos cursos de licenciatura e pedagogia, e muito gás para fazer o que for preciso para garantir um ensino de qualidade. Para o mestre em didática e consultor educacional Vasco Pedro Moretto, a educação tem que se voltar, no século XXI, a dois focos fundamentais: a formação para a cidadania e o desenvolvimento de competências com vistas à preparação para a vida profissional. “Por isso, para o primeiro foco, o professor do século XXI deverá ter a ética como pano de fundo de sua ação pedagógica e, para o segundo, o paradigma da ‘construção interativa do conhecimento’ como opção metodológica.” No modelo tradicional, segundo ele, o professor era visto como o transmissor de informações e o aluno como repetidor dessas informações. No novo contexto, o aluno “é construtor de representações significativas num processo interativo e o professor o mediador deste processo”. Mas a jornada é longa. Isso porque o professor do século XXI ainda é, na maioria dos casos, uma definição, uma meta a atingir. Nem mesmo os cursos de licenciatura e pedagogia do século

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XXI formam esses profissionais para o mercado. A educadora e consultora de projetos educacionais Guiomar Namo de Mello acredita que está se perdendo a experiência que havia no curso normal médio com a formação de professores. “O Brasil tem um problema sério com alfabetizadores. Os professores (das faculdades) recebem alunos de ensino médio com formação precária. Os docentes não têm experiência em educação básica. Tanto que os estágios dos cursos são muito ruins e a formação acaba sendo de péssima qualidade.” Ela acrescenta a isso o fato de que, em média, os alunos que ingressam nos cursos de pedagogia e licenciatura são os menos preparados e, quando não conseguem entrar numa universidade pública, trabalham durante o dia e estudam à noite. “Como ele vai fazer estágio?” Guiomar ressalta que atualmente são poucos os professores com curso médio. A partir de 1996, quando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) determinou que os docentes deveriam ter curso superior – o curso médio vale para educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental –, foi esse que prevaleceu. “Hoje, a maioria dos professores está se formando em instituições de ensino superior. O normal médio perdeu a importância.” O problema, para ela, é que a maioria dos alunos que entram em cursos de licenciatura não tem motivação direta para ser professor. “Eles vão para esses cursos porque gostam da área ou têm alguma perspectiva de trabalho. E acabam por fazer disciplinas pedagógicas para ter a formação. Eles não têm vocação


Professores devem buscar novos referenciais para atingir a excelência na profissão

para serem professores. Não receberam o chamado. Acabam fazendo licenciatura porque não têm outra oportunidade. Isso já é uma negativa para o magistério”, lamenta. Outro ponto da crítica de Guiomar é a falta de uma base comum, de estudo da didática, nos cursos de licenciatura. “Os professores se formam em cursos separados, e isso faz com que eles – e cada disciplina – sejam completamente à parte um do outro. Depois, na escola básica, pedem que eles façam trabalhos interdisciplinares, com os quais eles não trabalham...” Soma-se a isso o fato de que, com a formação por área, é difícil, segundo ela, estabelecer onde formar o professor de educação básica. “A maioria vem dos cursos de pedagogia. O problema é que eles não estão voltados para os conteúdos. Como vêm de uma base muito precária de ensino médio – em média, são os jovens mais pobres do ensino público –, não têm base suficiente para dar aulas.” A educadora afirma que a escola, em geral, reúne dois tipos de professores, “de dois mundos diferentes”: uns com muito conteúdo e pouca pedagogia e outros com muita pedagogia e pouco conteúdo. “Isso no ensino público. No ensino privado há outra estrutura, com cursos de formação continuada que funcionam como substituto de uma formação que esses professores eventualmente não tiveram”, pondera. A doutora em Ciências da Educação e professora da Uerj Nilda Alves tem outra visão. Acredita que os estudantes dos cursos de pedagogia e outras licenciaturas “conhecem muito” escolas. “Antes de ingressar na universidade tiveram, pelo menos, 11 anos de escolarização, durante os quais conheceram inúmeros professores em situações curriculares e com atuações pedagógicas muito diversificadas”, aponta. Por essa razão, eles têm, segundo Nilda, muitas histórias para contar sobre o que sabem das escolas. “Nesse sentido, talvez seja importante ouvi-los quanto aos modelos de escolas, de modos de atuar, de relações conteúdosformas de ‘aprenderensinar’ – processos necessariamente articulados –, maneiras de lidar com estudantes... E, ao ouvi-los, vamos compreender que já sabem que professores querem ser.” Mas esse conhecimento é suficiente? “É impossível dizer que há conhecimento suficiente, em qualquer situação. O mundo muda, aprendemos coisas novas sempre. As crianças, os jovens, os adultos, os nossos estudantes estão sempre em movimento. Os meios tecnológicos com que contamos se alteram... Com isso, como professores, estamos ‘correndo atrás’, como dizem nossos estudantes, em todos os momentos”, ressalta Nilda. Ela

afirma que quando as necessidades de trabalho não permitem adquirir, em cursos, “coisas novas”, os professores fazem de alguns momentos de ‘conversas’ com os colegas ou das horas de classe com estudantes ocasiões de trocas interessantes – de modos de uso de artefatos ou alguma nova descoberta científica lida no jornal de domingo por alguém. “Vamos, com isso, conhecendo um pouco mais... Mas nunca o suficiente, felizmente. Pois ‘saber o suficiente’ nos faz perder a curiosidade.” Moretto alerta que esta é a era das informações e do acesso cada vez mais rápido e fácil a elas. No entanto, é preciso compreender que informação e conhecimento são distintos entre si. “O sujeito só constrói conhecimento na medida em que se apropria das informações, ou seja, dá a elas um sentido em sua estrutura cognitiva e no seu contexto social. Neste ponto, a meu ver, ainda há muitos problemas. O acesso às informações se tornou fácil, mas o processo de construção de conhecimentos ainda é precário.” Os alunos, de acordo com o consultor, ainda parecem ser simples acumuladores de informações. E o meio acadêmico mudou no sentido de facilitar o acesso à informação, mas não no sentido de favorecer essa construção de conhecimento. Ele concorda com Guiomar, “com tristeza”, no sentido de que a maioria dos estudantes que procura os cursos de pedagogia e as licenciaturas não o faz por vocação tampouco por interesse profissional no magistério. “Alguns estão em busca de diplomas, outros de cursos menos exigentes. Felizmente não são todos, mas, penso eu, grande parte.” O fator determinante, segundo ele, seria o baixo status social da profissão e a baixa remuneração frente às exigências da mesma. “Ser professor é ser um eterno estudioso, com necessidade de atualização permanente, e acesso a livros e informações atualizadas. A formação permanente é fundamental. E quem não tem condições de comprar livros e revistas especializadas para manter-se atualizado?” Quanto à crítica aos cursos de pedagogia e licenciaturas que põem no mercado de trabalho professores titulados e nem sempre qualificados, ele é taxativo: “Qualificado seria o professor que desenvolveu competências para planejar, para ensinar e para avaliar a aprendizagem, orientado pelo paradigma da construção interativa do conhecimento. Nele, o professor tem o compromisso de atuar como mediador do processo da aprendizagem, criando as melhores condições para que o aluno construa seus conhecimentos, num processo de interação com o professor, com

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os conteúdos de hoje devem servir como pano de fundo para formar o aluno pensador, hipotetizador, crítico.

os colegas com os agentes sociais da produção e divulgação das informações”. Ele explica que todo esse processo tem a ética e a cientificidade como pano de fundo. Guiomar acredita que a formação ideal para a transmissão de conhecimento, em especial na escola básica, são os institutos superiores de educação. “O Brasil já tem legislação que abre essa possibilidade. Os marcos legais estão postos. O problema é que a lei é conflitiva e é difícil convencer o pessoal da pedagogia de que não é esse o curso para formar professores polivalentes.” Depois do arcabouço legal para a implementação dos institutos, com formação para todas as áreas de ensino, foram aprovadas as diretrizes curriculares, que “não pegaram”, lamenta a educadora. Além disso, é difícil, de acordo com a demanda de mercado, oferecer um curso específico para a formação de professores, quando cursos como o de pedagogia são mais abrangentes em relação a oportunidades de trabalho. A sala de aula O professor entra, enfim, na sala de aula, e, para Moretto, independentemente do curso que ele tenha feito, a aula é reflexo da sua epistemologia, ou seja, do conceito que ele tem sobre conhecimento. “Se para ele o conhecimento é uma descrição de mundo, seu planejamento será para propor estratégias em que ele descreva para seus alunos os conhecimentos socialmente construídos, e cobre deles a reprodução dos mesmos (questionários, tarefas de repetição, e dever de casa com exercícios repetitivos são estratégias adequadas a esta visão). Mas se para o professor o conhecimento é uma construção individual mediada pelo social, seu planejamento será de atividade por meio da qual ele apresente aos alunos situações complexas a serem resolvidas e solicite aos alunos a compreensão, a modelização, a formulação de hipóteses e a análise crítica das soluções encontradas. Esse é um dos aspectos da ação pedagógica”, explica. Outro aspecto, a ética nas relações, segundo ele, leva o professor a conhecer psicossocialmente seus alunos e analisar seus comportamentos em aula em função de suas personalidades, de suas histórias individuais e de suas formas próprias de aprender. “A competência do ensinar pressupõe a capacidade do professor de ‘entender os sinais’ emitidos pelo aluno – franzir de testa, inquietação, conversa, irritação e apatia –, sinalizando que a aprendizagem está tendo problemas.” Moretto alega que como todo planejamento é flexível, esses sinais “bem interpretados” levam o professor a refazer seu planejamento e adequá-lo às necessidades dos alunos expressas pelos sinais emitidos. “É neste aspecto que vemos a competência do professor para ensinar.” O perfil dos alunos, no entanto, faz com que esse “termômetro” passe por ajustes. Dentre as muitas características dos alunos

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do século XXI, Moretto destaca o bombardeio de informações que chegam a ele em tempo real e com fortes apelos para o jogo, o prazer, o consumo e a felicidade. “Estudar o currículo escolar nem sempre é tão fácil e agradável. Exige renúncia, disciplina, capacidade de discernimento de valores, espírito crítico para análise. Nisso está o dilema do professor: o que e como ensinar a este aluno? Como despertar o interesse e chamar para a responsabilidade de aprender significativamente conteúdos aparentemente descolados de sua vida diária?” A pergunta frequente que os professores ouvem, conforme Moretto, é: “Pra que estou estudando isso?” ou “Isso eu nunca vou precisar na vida”. E provavelmente não vão usar mesmo. “Mas o argumento a ser posto é o seguinte: a escola precisa preparar os alunos para um mundo desconhecido, onde não sabemos quais as profissões e as exigências profissionais em dez ou quinze anos.” Esse é o aspecto que prejudica o planejamento, declara o consultor. “Por outro lado, o professor competente compreende que os conteúdos de hoje devem servir como pano de fundo para formar o aluno pensador, hipotetizador, crítico: o aluno capaz de aprender a aprender constantemente.” Nilda acredita que o profissional completo e preparado para o ensino é aquele que está em constante formação. “Em agosto de 2011, terei 50 anos de magistério, vividos plenamente e com muito entusiasmo, porém me considero ainda em formação. Estou discutindo/praticando, atualmente, por exemplo, como trabalhar, curricularmente, disciplinas online na universidade, por um lado, e como incorporar aos currículos escolares nossas tantas diferenças – raciais, de gênero, de classe, de pensamentos religiosos – por outro. Isso exige, é claro, práticas e leituras teóricas. Minha experiência em tantas pesquisas desenvolvidas com professores, em tantos cursos dados em graduação, em extensão, em especialização, em mestrado e doutorado, com centenas e centenas de professores, em todos esses anos, me permite afirmar que a curiosidade por ‘coisas novas’ é, talvez, o atributo maior de professores.” E essa curiosidade existe. “Quando entro em uma turma, numa sexta-feira à noite ou sábado, e vejo os olhos brilhando de professores que querem ‘saber mais e melhor’, nunca deixei, nem deixarei de emocionar. Depois de uma semana, com certeza muito cansativa, ali estão eles querendo ‘conversar’, ‘aprenderensinar’ uns aos outros, com tantos ‘acontecimentos’ a comentar e a tirar partido para suas aulas da segunda-feira seguinte. A cada vez que vejo isso, saio cheia de esperança neste país.” Ela afirma que seria muito útil se governantes e dirigentes, em especial os que atuam na educação, vissem isso, uma vez ou outra. “Teriam outra visão da educação, com certeza, e mudariam seus modos de ‘dirigir’ os negócios da educação.”


O professor na sala de aula O contante aprendizado está, entre outras coisas, nos programas de formação. Guiomar acredita que as instituições de ensino estão capacitadas a agregar conhecimento aos professores e preencher possíveis lacunas na sua formação. Essa é a saída. “O que você consegue, nessa situação, é melhorar de escola para escola. Oferecer cursos mais aderentes à prática. O professor é um artesão, e de tanto praticar seu artesanato, pode virar um artista, mas ele tem que praticar seu artesanato.” O doutor e mestre em Filosofia e Ciências da Educação e professor da Universidade de Barcelona Francisco Imbernón afirma que uma nova formação “deve estabelecer mecanismos de desaprendizagem para voltar a aprender.” Segundo ele, cada vez há mais formação e pouca mudança. “Provavelmente isso aconteça porque ainda predomina a formação transmissora, com a supremacia de uma teoria descontextualizada, afastada dos problemas práticos, baseada em um conceito de professor que não existe mais... Temos que nos introduzir na teoria e na prática de formação dentro de novas perspectivas: as relações entre o professor, as emoções e as atitudes, a complexidade docente, a mudança das relações de poder nos centros, a autoformação, a comunicação, a formação com a comunidade... sem deixar de lado a formação estritamente disciplinar.” Para Imbernón, a instituição que educa deve deixar de ser um “lugar” exclusivo onde se aprende apenas aquilo que é básico – as quatro operações, os valores mais elementares, a socialização humana, uma profissão –, uma vez que, cada vez mais (e esta é uma grande diferença com os séculos anteriores), compartilha o poder de transmissão do conhecimento com o de outras instâncias socializantes: televisão, meios de comunicação de todo tipo, redes, maior cultura social, educação não formal. “A instituição

de ensino necessita dessas instâncias de socialização para educar as crianças e os jovens, e também para assumir que ela também é uma manifestação fundamental da vida em toda a sua complexidade. Deve ensinar, por exemplo, a complexidade que representa ser cidadão e cidadã em um futuro diverso e complexo, e as diversas sensibilidades nas quais se materializa: democrática, social, solidária, igualitária, intercultural e ambiental.” Consequentemente, conforme o professor, se o futuro da educação é mais complexo, a profissão docente e todas as funções que a rodeiam também o serão. “Os professores do início do século XXI nada têm a ver com aqueles do início do século XX, a diferença que há entre a formação inicial e permanente é abismal.” Imbernón alerta que os professores têm que assumir o seu papel dentro da estrutura organizacional da educação, e a comunidade, os seus diferentes atores, também devem assumir o seu. “Será necessário compartilhar processos educacionais e de formação, refletir conjuntamente sobre o que é necessário mudar nas instituições para reduzir e erradicar a exclusão social, e como essa mudança deve ser feita. A formação em conjunto com a comunidade se apresenta, nos diversos contextos educacionais e sociais, como uma das alternativas à difícil problemática da marginalização de uma parcela da humanidade.” Essa formação permanente dos professores teria, segundo ele, que facilitar a reflexão prática e teórica sobre a própria prática, mediante análise da realidade, a compreensão, a interpretação e a intervenção sobre a mesma. Finalmente, seria necessário que a formação estivesse vinculada a um projeto de trabalho da instituição; que a formação acontecesse no local de trabalho, ali onde se dão as situações problemáticas, uma “formação a partir do centro”, avalia.

instituições de ensino estão capacitadas a agregar conhecimento aos professores e preencher possíveis lacunas na sua formação.

O profissional completo e preparado para o ensino é aquele que está em constante formação

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A formação continuada Em Porto Alegre, a teoria e a prática, neste caso, estão bem próximas. Desde maio deste ano, os professores do Colégio Israelita Brasileiro inverteram os papéis e passaram a ocupar as classes utilizadas pelos seus alunos, num projeto pioneiro: a Universidade Corporativa do Colégio Israelita Brasileiro (UniCCIB), a primeira criada dentro de uma escola de ensino médio no Brasil. Os mais de 90 professores da instituição têm a oportunidade de participar de cursos de atualização e aperfeiçoamento dos conteúdos apresentados no dia a dia letivo do colégio, além de aprimorar os métodos pedagógicos aplicados com os alunos. Os conteúdos das disciplinas da UniCCIB são especificamente direcionados para atender à programação didática do colégio e previstos a partir da avaliação das necessidades da escola e dos professores. “A UniCCIB foi pensada para qualificar ainda mais a formação dos alunos do Israelita. Tudo será voltado para instrumentalizar os professores nas melhores práticas educativas que existem na atualidade”, afirma a diretora geral do colégio e também da universidade, Mônica Timm de Carvalho. Imbernón afirma que as novas experiências para uma escola diferente terão que encontrar alternativas diferentes dentro de uma linha de ensino mais participativa, que seja fiel ao destaque histórico do monopólio do saber, do mestre e da mestra, do professor e da professora, que compartilhe o seu conhecimento com outras instâncias de socialização que estão por fora do estabelecimento escolar. “Também faz falta procurar novas

Gabriela Di Bella

Colégio Israelita criou a primeira universidade corporativa dentro de uma escola de ensino médio no Brasil

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alternativas para a formação permanente dos professores, tornála mais dialógica, mais participativa, mais vinculada a projetos de inovação e, por isso mesmo, menos individualista, padrão e funcionalista; mais baseada no diálogo entre iguais e também entre todos aqueles que têm algo a dizer e para contribuir com as pessoas que aprendem.” A socialização dos conhecimentos vai além, na proposta de formação continuada do Israelita, já que o aprendizado transpõe os muros do Colégio. Por meio de uma parceria com a Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul, a instituição colocou 15 vagas à disposição dos professores da rede pública de ensino nas disciplinas de base comum e específica. “Queremos oportunizar aos professores da rede pública um espaço para formação conjunta com professores da rede privada. O Israelita, como instituição particular, ainda que em pequena escala, almeja contribuir com a melhoria da educação gaúcha por meio da promoção de espaços de estudo e pesquisa compartilhados com professores da rede estadual de educação”, afirma Mônica. Os professores cursam quatro disciplinas com 20 horas/ aula cada e têm seu tempo de estudo remunerado. As avaliações são semestrais, com o objetivo de construir um plano de implementação dos novos conhecimentos na sala de aula e de executar o trabalho de conclusão em cada disciplina. As aulas são realizadas nas dependências do Colégio. “Ao término de dois anos, os professores-alunos que apresentarem uma diferenciação em seu trabalho estarão habilitados a receber benefícios”, explica Mônica. A ideia é inovadora e serve de inspiração para outras instituições que acreditam que a formação continuada é questão de sobrevivência na educação.

professores do Israelita inverteram os papéis e passaram a ocupar as classes utilizadas pelos seus alunos


CIDADANIA

Alunos foram preparados para o voto consciente

Angelo Antonello faz eleição simulada

F

uncionários, professores e todos os alunos do ensino fundamental e ensino médio do Instituto Angelo Antonello de Farroupilha tiveram a oportunidade participar, no dia 30 de setembro, de uma eleição simulada na escola. O objetivo foi despertar nas crianças e nos jovens a reflexão sobre a eleição e a importância do voto e da democracia. O aprendizado foi completo e a experiência típica de um dia de eleição: houve fila de votação, orientações sobre uso da urna eletrônica e cola com nome e número dos candidatos. Apesar de o voto ser facultativo dos 16 aos 18 anos, e de muitos dos jovens dessa idade ainda não votarem, a simulação foi uma preparação para o voto consciente, uma mostra da necessidade de saber o valor da política e da oportunidade de escolha, e de que o voto é muito mais do que uma obrigação. Os alunos aprenderam que aquilo que os representantes e governantes fazem e as leis que criam e executam interferem diretamente na vida de todos os cidadãos. Atenção e critérios, como votar em políticos com um passado limpo e analisar propostas voltadas para a melhoria de vida da população, foram algumas das questões expostas ao longo do pleito.

Sagrado Coração de Jesus previne o uso de drogas O Serviço de Orientação Educacional do Colégio Sagrado Coração de Jesus de Ijuí trouxe para a escola o Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência (Proerd), uma ação conjunta entre um policial militar devidamente capacitado, chamado Policial Proerd, professores, especialistas, estudantes, pais e comunidade para prevenir o uso indevido de drogas e violência. No dia 9 de agosto, o Sargento Cleomar Maciel deu início ao programa com alunos da 6ª série, que receberam uma cartilha Proerd com as lições e atividades para serem realizadas ao longo de dez encontros. As turmas participantes terão, depois de cumprido o programa, uma solenidade de formatura. Também foram agendadas palestras sobre drogas para alunos da 7ª série do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio. Além da aquisição do conhecimento, o objetivo é estar atento à questão afetiva e social da criança e do jovem, e assumir, junto com a família, a responsabilidade da prevenção.

Alunos dão as mãos no Colégio Romano Os alunos da 1ª série do ensino fundamental do Colégio Romano Senhor Bom Jesus de Porto Alegre resgataram a importância de cultivar laços de amizade e o que é ser solidário no sentido pleno da palavra. A base do trabalho foi a obra “De mãos dadas: crianças de toda parte do mundo”, de Ingrid B. Bellinghausen, que faz uma releitura do papel social e dos direitos das crianças. Orientados pela professora Raquel Borges, os alunos construíram uma sequência de atividades para trabalhar temas como solidariedade, união, companheirismo e amizade. A apresentação do aprendizado para os demais colegas foi realizada por meio da música, da dramatização e de maquetes. Os alunos também arrecadaram brinquedos para doar a uma instituição de caridade. Segundo a professora Raquel, o desenvolvimento ocorreu em conjunto com as famílias e a cada dia foi possível perceber valores solidificados por meio de pequenas atitudes observadas em sala de aula, como repartir os brinquedos, materiais e lanches. Fora da escola, o amor e cuidado demonstrado em casa e com vizinhos.

Jovens do IENH fazem Dia da Criança diferente No dia 15 de outubro, o programa Arte em Movimento, do Programa Social da IENH, promoveu uma atividade diferenciada em comemoração ao Dia da Criança. Cerca de 30 jovens entre 10 e 15 anos da Associação Beneficente Evangélica da Floresta Imperial (Abefi) e do Centro de Vivência Redentora e Associação do Menor em Oncologia (AMO) participaram de uma tarde com brincadeiras e jogos, e se deliciaram com guloseimas como sorvetes e pirulitos. O programa Arte em Movimento promove espaços para a expressão de talentos na formação educacional e cultural de crianças e jovens.

Jovens tiveram a oportunidade de jogar e brincar

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Medianeira faz campanha para descarte do lixo eletrônico Preocupados com o impacto ambiental que o descarte inadequado de equipamentos eletrônicos pode causar, os alunos do Colégio Scalabriniano Nossa Senhora Medianeira de Bento Gonçalves fizeram uma campanha para arrecadação, reciclagem e descarte correto de lixo eletrônico. O trabalho foi realizado em parceria com a Associação Ativista Ecológica (AAECO), sob a orientação da professora Ariane Pegoraro. Após concluir que os componentes eletrônicos presentes em computadores, monitores, telefones celulares e outros equipamentos contêm várias substâncias tóxicas, como chumbo, alumínio, mercúrio, lítio, cádmio e berílio – que em contato com o solo contaminam o lençol freático, e se queimados poluem o ar, além de causar doenças graves em catadores que sobrevivem da coleta inadequada –, os alunos do 2º ano do ensino médio organizaram uma campanha de arrecadação de lixo eletrônico dentro e fora da escola. Foram montados, então, pontos de recolhimento no colégio, para que alunos e comunidade depositem seus equipamentos antigos, baterias, pilhas e outros materiais. Na primeira etapa da campanha foram recolhidos cerca de 350 quilos de lixo eletrônico.

Alunos já arrecadaram 350 kg de equipamentos, baterias e pilhas

Alguns dos alunos fizeram o seu primeiro plantio

Alunos plantam árvores para colher qualidade de vida em Lajeado Pau-ferro, olho de pombo e álamo foram as espécies escolhidas por 22 alunos do ensino médio do Colégio Cenecista João Batista de Mello, de Lajeado, para repovoar uma área da cidade onde a presença de árvores é escassa. A ação integra as tarefas da Olimpíada Ambiental do jornal O Informativo do Vale, e todos os alunos da escola ajudam a turma inscrita no projeto. O plantio de árvores foi realizado pela turma do 3º ano em parceria com a Secretaria da Agricultura e Abastecimento numa área de lazer da pupulação. A professora de Biologia Fernanda Cornélius, que acompanhou os alunos, afirma que eles são muito conscientes da importância das atividades em prol do meio ambiente. A aluna Majiele Richter sentiu-se realizada. “Foi uma experiência muito interessante, em que muitos colegas plantaram árvores pela primeira vez. Esperamos que nosso trabalho tenha resultados positivos.” Segundo a professora, os alunos se reúnem, às vezes mais de uma vez por semana, para “colocar em dia algumas atividades, como o plantio de mudas e a confecção das sacolinhas ecológicas”.

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Alunos de Farroupilha trabalham a defesa da vida O projeto Defendendo a Vida, desenvolvido pelo Instituto de Educação Cenecista Ângelo Antonello (ICAA) de Farroupilha, mostrou aos alunos como revitalizar as relações para conviver melhor. Nos dias 28, 29 e 30 de setembro, professores, pais e estudantes participaram de um ciclo de palestras organizado pelo Serviço de Orientação Escolar com os temas noções de cidadania, bullying e cyberbullying, e atos infracionais e suas consequências. Os advogados Siliane Ariotti, Francieli De Campos e Lino Ambrósio Troes trouxeram informações e esclarecimentos importantes sobre situações de humilhação, agressão e intimidação que envolvem estudantes, pais e professores. Os palestrantes enfatizaram os direitos e os deveres dos alunos, bem como a responsabilidade civil pelos atos cometidos, além das possíveis consequências que poderão afetar a identidade dessa geração que posta sua intimidade no mundo virtual.


Os alunos da educação infantil e do ensino fundamental do Colégio Marista Roque de Cachoeira do Sul fizeram a doação das suas economias para o Hospital de Caridade e Beneficência, para a construção do Centro Regional de Oncologia da instituição. A ação foi resultado de um projeto desenvolvido ao longo do ano letivo – 14ª Magia e Encantamento da Leitura – pela Biblioteca Roque Gonçalves. Com o tema da Campanha da Fraternidade 2010, “Economia e Vida”, o trabalho teve início com a adaptação do livro “O menino do dinheiro”, do escritor Reinaldo Domingos, para a hora do conto. A obra mostra a importância de saber lidar com o dinheiro para a conquista dos sonhos. O autor ensina, por meio de uma história divertida, a importância de saber poupar e de saber fazer escolhas. Cada turma recebeu um cofrinho para guardar as economias de todos os alunos, e também o desafio de decidir coletivamente o destino do dinheiro economizado, levando em consideração as reflexões sobre solidariedade e responsabilidade social. As crianças visitaram o hospital para entregar os cofrinhos na Semana da Criança.

Comunidade aprende a manusear o computador e acessar a internet

Nossa Senhora Estrela do Mar promove a inclusão digital A Escola Nossa Senhora Estrela do Mar de São Lourenço do Sul, da Rede Notre Dame, está desenvolvendo um trabalho voluntário de inclusão digital, destinado aos funcionários e aos avós dos alunos com interesse em conhecer ou aprofundar conhecimentos com relação ao uso do computador e ao acesso à internet. O projeto “Conhecendo e acessando as novas tecnologias” tem por objetivo incluir aqueles que não tiveram oportunidade de acesso às novas tecnologias da informação, desenvolver a partilha, a sociabilidade, a autoestima e o otimismo, e integrar a comunidade escolar. Os funcionários e os avós dos alunos da 4ª e 6ª séries do ensino fundamental tiveram quatro encontros, nos quais aprenderam a manusear o computador e o mouse, o uso do Word, como acessar a internet, o blog da escola e o site da mantenedora, e como enviar e-mails. A meta da escola é gerar avanço na capacitação e na qualidade de vida de grande parte da população, bem como prepará-la para as necessidades futuras.

Recorte e colecione.

Marista Roque: cidadania por meio da leitura

SALVE O PLANETA Educação em Revista apresenta neste espaço exemplos de ações práticas na área socioambiental. Com o objetivo de facilitar o uso prático das ações relatadas, o leitor poderá recortar a seção.

Pequenas pessoas desempenham grandes ações

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preocupação da Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH) com as práticas sustentáveis se reflete nas iniciativas de promover espaços para ações voltadas ao meio ambiente. As unidades Pindorama e Oswaldo Cruz contam com os grupos dos Monitores Ecológicos, que têm a função de conscientizar os colegas sobre a importância da preservação do planeta. Os Monitores Ecológicos fazem parte do Projeto de Educação Ambiental da IENH. Na unidade Oswaldo Cruz, a proposta teve início com o projeto Sucatinha, em 1998. Na época, o objetivo era separar o lixo da escola. Atualmente, o grupo conta com 25 alunos que representam as turmas de 1ª a 5ª série do ensino fundamental da unidade e promovem diversas ações voltadas ao meio ambiente e à conscientização dos estudantes e comunidade. Em 2010, o grupo fez a distribuição de mudas de árvores frutíferas à comunidade escolar, realizou um passeio de estudos à Estação Ecologia, em Estância Velha, e aprendeu a plantar temperos para cultivar em casa e a reutilizar alimentos em receitas culinárias. Os participantes reúnem-se uma vez por mês para discutir as atividades do grupo.

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Amanda (de camiseta branca, à esquerda) e os colegas do núcleo

Escola Menino Deus participa do programa Cidadão Legal

A ação mais recente dos Monitores Ecológicos foi a campanha de arrecadação de resíduos plásticos. Materiais como sacolas, garrafas pet e outros plásticos foram coletados e transformados em lixeiras, floreiras, mesas e bancos, feitos a partir de tábuas ecológicas pela empresa parceira, Plásticos Suzuki. Os Monitores Ecológicos da Unidade Oswaldo Cruz são coordenados pelas professoras Denise Serini Kuhsler e Rosane Plegge Gobetti. A professora aposta na formação das crianças como cidadãos capazes de conhecer e acreditar nas possibilidades de preservação e respeito ao planeta, e na possibilidade de multiplicação e adesão das pessoas a partir das ações e intervenções dessas crianças. “Acreditamos na semente plantada hoje para uma melhor qualidade de vida e um futuro talvez mais próximo do que o imaginário dos adultos possa prever.” No início do próximo ano letivo, novos integrantes do grupo serão escolhidos pelos estudantes da Unidade Oswaldo Cruz. Assim, outros alunos terão a oportunidade de participar com ideias e iniciativas em prol do meio ambiente.

O programa sobre voluntariado Cidadão Legal, da TV Bandeirantes, teve como destaque a aluna da Escola Menino Deus de Porto Alegre Amanda Horn Kassiadis, da sexta série. Ela e outros 30 colegas integram o Núcleo de Cidadania e Voluntariado da instituição. Amanda ingressou no voluntariado em março de 2010, e é a mais jovem voluntária da história dos dez anos do programa Cidadão Legal. Criado em abril de 2009, esse é o terceiro programa gravado com ações do Núcleo de Cidadania e Voluntariado da Escola Menino Deus. A matéria foi ao ar no dia 9 de outubro, no Band Cidade. A escola também participou de uma reportagem da Bandeirantes de São Paulo, gravada no dia 13 de outubro como parte integrante da grande final do Prêmio Escola Voluntária, em novembro, na capital paulista.

Vovós no mundo da informática em Caxias As vovós dos alunos da educação infantil têm mais um bom motivo para frequentar o Colégio São Carlos de Caxias do Sul. No dia 21 de outubro, teve início o projeto “Informática na mais bela idade”, que proporcionará às avós a inserção no mundo da informática. A primeira turma de alunas conta com 14 participantes, que terão a oportunidade de desenvolver conhecimentos sobre informática básica, buscas na internet, sites, utilização de e-mail, acesso aos blogs dos alunos, além da integração e da inclusão social. Colégio São Carlos promove a inclusão digital

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CULTURA

Depois de receber jovens de Rosário, brasileiros foram à Argentina

Marista Assunção faz intercâmbio com estudantes argentinos

Professores do Concórdia são destaque nos meios artístico e cultural O professor Gilberto Fonseca e o pastor Hélio Alabarse, do Colégio Concórdia de Porto Alegre, são destaque nos meios artístico e cultural. Mestre em Teatro pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Gilberto é professor de Teatro nas oficinas do Colégio e de Língua Portuguesa da 5ª e 6ª séries. Como diretor do Grupo Farsa, ele está à frente do espetáculo O Avarento, em sua quinta temporada em Porto Alegre, com participação nos festivais Porto Verão Alegre 2010, Porto Alegre Em Cena, 17º Floripa Teatro e XVII Festival de Teatro do Rio de Janeiro. Em janeiro de 2010, O Avarento recebeu oito indicações ao Prêmio Açorianos de Teatro. Por meio de uma parceria com o governo do Estado, em outubro, a peça foi apresentada para os velhinhos do Asilo Padre Cacique, em Porto alegre. O professor Hélio Alabarse, orientador educacional do Concórdia, com formação em Música, desenvolve o projeto Música Coral, com a formação do Coro Infantil, por alunos da 1ª à 4ª série do ensino fundamental; do Coro Juvenil, com alunos de 5ª à 7ª série, e do Grupo Vocal, com alunos da 8ª série ao ensino médio. Todos os grupos participam de eventos dentro e fora escola. Neste ano, o Grupo Vocal se apresentou na Câmara Municipal de Porto Alegre, durante homenagem feita ao Colégio.

Os alunos do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre, tiveram a oportunidade de vivenciar a cultura, o idioma e os costumes da Argentina ao receber, em outubro, 11 alunos entre 15 e 17 anos do colégio marista de Rosário. Os jovens argentinos conheceram o sistema de ensino da instituição e visitaram os principais pontos turísticos de Porto Alegre. Além da capital gaúcha, os intercambistas estiveram na praia de Torres e num local de lazer em Viamão. Para a aluna argentina Valentina Bearzotti, de 16 anos, a experiência auxiliou na construção de vínculos com o Brasil e com os brasileiros. “Achei incrível, muito mais legal do que eu tinha imaginado. Pretendo retornar ao Brasil e realizar um intercâmbio mais longo”, afirma. No final de outubro, foi a vez de os estudantes brasileiros irem até o colégio argentino participar do projeto.

Espetáculo O Avarento recebeu oito indicações para o prêmio Açorianos

Alunos criam trabalhos inspirados em serpentes em NH Cobras e serpentes de várias cores, tamanhos e feitios são o resultado do trabalho dos alunos da educação infantil e da 1ª série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Feevale – Escola de Aplicação, inspirado na obra da artista plástica Cláudia Sperb. Ela esteve na instituição no dia 4 de outubro e conversou com os pequenos sobre vários aspectos do seu trabalho, como técnicas, temas e materiais. Os alunos produziram trabalhos em esgrafitto, mosaico, desenho e pintura, desenvolvendo as técnicas e as temáticas trabalhadas pela artista. Cláudia Sperb nasceu em Novo Hamburgo, é formada em Artes Visuais pela Feevale e professora. Inspirada pelas histórias da avó, de que as flores vêm do arroto das cobras, pesquisou e desenvolveu diversos trabalhos com a temática das serpentes. Seu trabalho pode ser conferido nos sites http://mosaicosdobrasil. tripod.com/id133.html e http://www.artecaminhodasserpentes.com/.

A artista plástica Cláudia Sperb falou sobre sua obra

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Elenco passou por um intenso trabalho de preparação ao longo de seis meses

Gabriela Steckert: “Nunca pensei em ganhar concursos”

Letícia Wierzchowski vê sua obra no palco do Marista Roque A escritora gaúcha Letícia Wierzchowski fez parte da plateia que assistiu à peça de teatro A Casa das Sete Mulheres apresentada pelos alunos do grupo de Teatro Luz EncenAção do Colégio Marista Roque, de Cachoeira do Sul, no dia 4 de outubro. O espetáculo faz parte do Projeto Teatromania, iniciativa que leva cultura e divulga o teatro a alunos das escolas públicas do município. A peça, adaptação livre da obra homônima, teve roteiro e direção da professora Bernadete Lovato, que levou ao palco 22 alunos do ensino fundamental e médio do colégio e sete ex-alunos. Para a reconstituição dos fatos históricos dessa história de fibra, coragem e amor, foi necessária uma pesquisa rigorosa. O elenco passou por um intenso trabalho de preparação, iniciado seis meses antes da estreia, que incluiu aulas de expressão corporal, tricô, crochê, indumentárias gaúchas, oficina de nó farroupilha em lenços, além de algumas habilidades específicas de acordo com cada personagem. Também foram realizadas palestras com professores e historiadores sobre a importância da Revolução Farroupilha. A peça narra a trajetória de personagens reais e fictícios durante a Revolução Farroupilha, a partir da ótica das mulheres da família de Bento Gonçalves. Durante dez anos, tempo que durou o confronto, elas se refugiaram numa estância isolada e de difícil acesso, a Estância da Barra, esperando pela volta definitiva de seus maridos, filhos, tios, sobrinhos, primos e irmãos.

Projeto promove estudo multidisciplinar sobre a capital da Argentina

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Aluna da IENH é selecionada em concurso cultural A aluna da Unidade Fundação Evangélica (IENH) Gabriela Steckert, do 3º ano do ensino médio, foi uma das selecionadas no Concurso Cultural Sonhos para 2014, do jornal Zero Hora. O concurso escolheu 14 textos enviados por leitores entre 9 e 18 anos para guardar até a Copa do Mundo no Brasil. O objetivo era imaginar como será o mundo em 2014. Os textos mais criativos foram escolhidos pela redação de ZH e lacrados em uma cápsula, enterrada na sede da Zero Hora, no dia 12 de outubro. A cápsula será aberta às vésperas da Copa de 2014, para que os autores confirmem ou não suas projeções. Gabriela conta que escreveu sobre as mudanças que acredita que ocorrerão no mundo, como mudanças climáticas e a valorização do Brasil no exterior. Este foi o terceiro concurso cultural que a estudante ganhou em 2010. Em maio, Gabriela foi uma das vencedoras do concurso RedAção ZH e em setembro foi uma das selecionadas no Projeto 20 de Setembro – Orgulho dos Gaúchos. “Nunca pensei em ganhar concursos assim, mas todos foram muito legais”, declara.

Alunos do La Salle Canoas vão a Buenos Aires O Colégio La Salle Canoas promove, tradicionalmente, para os alunos da 8ª série do ensino fundamental, uma vivência internacional na capital da Argentina. A atividade faz parte do projeto Buenos Aires, desenvolvido há sete anos na instituição. Em Buenos Aires, os estudantes têm a possibilidade de vivenciar o cotidiano, os costumes, a cultura e as tradições do país vizinho, e praticar o espanhol, que faz parte do currículo do Colégio. Um dos objetivos do projeto é estudar a Argentina por meio de diversas disciplinas como Espanhol, Geografia, História, Língua Portuguesa e Educação Artística. O roteiro inclui visitas à Casa Rosada, ao tradicional bairro da Recoleta, entre outros pontos turísticos de Buenos Aires. Os alunos do Colégio La Salle Canoas têm, ainda, a oportunidade de integração com os estudantes do Colégio La Salle Buenos Aires.


Livro e almofada: lazer garantido na Salvador Jesus Cristo

Aula de cultura a céu aberto no Monteiro Lobato

Alunos aprendem com a leitura em Alvorada A escola Salvador Jesus Cristo de Alvorada desenvolveu um projeto com os alunos da 2ª série do ensino fundamental focado na literatura infantil, com o objetivo de despertar o hábito da leitura, proporcionar momentos de prazer e afetividade entre os alunos, enriquecer o vocabulário, aguçar a criatividade, estimular o raciocínio e a integração de ideias, e formar leitores críticos, capazes de interpretar e opinar sobre as obras lidas. A turma foi dividida em seis grandes grupos que deverão ler um livro a cada 15 dias. Os alunos têm tempo disponível para leitura no colégio, e podem ler no pátio, na biblioteca ou onde se sentirem mais confortáveis. Alguns trazem de casa uma almofadinha para apoio. Depois, é realizado um trabalho relacionado com a obra lida, como debates, criação de cartazes, fichas de leitura e teatros. Os livros circulam em cada grupo, até que todos tenham lido as seis obras selecionadas. O trabalho está fazendo sucesso entre os pequenos, que contam os dias para trazer sua almofada e escolher um cantinho para ler.

Entre os dias 19 e 22 de outubro, cerca de 350 alunos das turmas de ensino médio e EJA da Escola Monteiro Lobato participaram da 5ª edição da Gincana, que teve como tema a cultura. Eles tiveram que usar toda a sua criatividade para resolver enigmas, criar fantasias e desfilar seus conhecimentos em plena Rua da Praia, no Centro de Porto Alegre. O objetivo da Gincana, além da saudável competição entre equipes, foi trabalhar a cultura num sentido mais amplo: numa abordagem que inclui valores culturais, comportamentais e crenças da sociedade, com respeito às formas de ver a cultura alheia. “O enfoque é bem global e busca passar para os nossos alunos uma ideia de que a cultura é algo próprio de cada indivíduo ou grupo e que deve ser respeitada”, explica a diretora da escola, Cintia Eizerik. Organizadas em turmas e orientadas a explorar livremente o tema cultura, as equipes ganharam a rua com suas cores, faixas e balões, ao som de bandas formadas pelos alunos. Os temas variaram entre a República dos Pampas e a Bafana (referência à cultura africana). No final do desfile, a turma representando a Cultura Dark pedia, num protesto silencioso, não ao bullying. As atividades propostas pela organização foram muito bem aceitas pelos alunos, mas o grande objetivo alcançado foi a integração das turmas e a criação de identidade.

Alunos desfilaram no Centro de Porto Alegre

Colégios da Rede Romano mergulham na hora do conto No mês de outubro, a equipe das bibliotecas Erico Verissimo, da Rede Romano de Educação – unidades Ana Terra, Bibiana e Capitão Rodrigo –, promoveu para os alunos de educação infantil à 4ª série uma hora do conto especial, em homenagem ao Dia da Criança. A história apresentada foi Flicts, do escritor Ziraldo. A obra é a história das cores, um texto escrito em 1969, ano em que o homem pisou pela primeira vez na Lua. Flicts é uma cor que procura seu lugar no mundo. Diferente das outras sete cores, ela precisa usar sua inteligência e coragem para conquistar afetividade e cooperação. Com o desenrolar dos acontecimentos, ela se sente cada vez mais amada e respeitada, e acaba fazendo uma fantástica e inesquecível viagem à Lua, descobrindo que a cor da Lua é flicts!

Alunos “viajam” à Lua com a obra de Ziraldo

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IES

Paula Vargas desenvolveu o projeto com alunos da Escola Municipal Adolfo Schüler

Aluna da Feevale ganha prêmio Victor Civita Educador Nota 10

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aluna do curso de Pós-Graduação em Arte-Educação da Universidade Feevale Paula Vargas recebeu o prêmio Victor Civita Educador Nota 10. O resultado da premiação, oferecida pela Fundação Victor Civita e divulgado pela Revista Nova Escola, foi conhecido em agosto e a cerimônia de entrega foi realizada no dia 18 de outubro. Professora da rede municipal de Montenegro, Paula concorreu com professores que desenvolveram projetos em sala de aula em todo o Brasil. O trabalho inscrito – Eu não sei desenhar: vendo, conhecendo e recriando árvores – foi desenvolvido com uma turma da 1ª série do ensino fundamental da Escola Municipal Adolfo Schüler, nas aulas de Arte. O projeto surgiu a partir de uma dificuldade apresentada pelos alunos com relação ao próprio desenho. Segundo a professora, como a maioria alegava não saber desenhar, foi necessário explorar a imaginação e a criatividade dos alunos. O tema escolhido foi a árvore. Foram realizadas análises de obras de diversos artistas que também utilizaram o tema, como Piet Mondrian, Iberê Camargo, Frans Krajcberg, além de trabalhos com pinturas, colagens, desenhos de observação, observação de árvores com e sem lupas, e uma visita à 7ª Bienal do Mercosul. Paula Vargas usou os resultados do projeto em seu trabalho de conclusão da pós-graduação, sobre desenho infantil. Segundo ela, por meio do curso foi possível aprofundar o conhecimento sobre o desenvolvimento gráfico das crianças, entre outros aprendizados adquiridos nas demais disciplinas oferecidas. A notícia da premiação veio acompanhada de muita surpresa. “Para mim, é uma grande conquista, e para minha escola, um grande reconhecimento”, afirmou.

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Gilson Oliveira

Laboratório da PUCRS fará primeiro kit nacional de diagnóstico de HIV e hepatites B e C Kits serão produzidos a partir de 2012

A PUCRS inaugurou, em outubro, o Laboratório de Pesquisa em Imunodiagnóstico (LID), vinculado à Faculdade de Farmácia da universidade, que produzirá o primeiro kit nacional de diagnóstico de HIV e hepatites B e C para bancos de sangue. O trabalho é apoiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia, e conta com as empresas FK-Biotecnologia, no desenvolvimento, e Lifemed, para equipamentos. A coordenadora do LID, professora Virgínia Schmitt, afirmou que a produção resultará na diminuição dos gastos do governo com esta área da saúde pública. Outro destaque é a formação de recursos humanos especializados em imunodiagnóstico. Até o final de 2011, os kits estarão padronizados e validados. Após, seguirão para produção pela FK. A diretora da Faculdade de Farmácia, Ana Lígia Bender, informou que o Brasil importa 97% dos kits de diagnóstico. “Essa área do conhecimento e produção é dominada por produtos importados e as pesquisas existentes estão basicamente concentradas em órgãos públicos com pouca penetração no mercado brasileiro.” Das 15 empresas do ramo que atuam no Brasil, nove são importadoras e distribuidoras e seis são indústrias que usam insumos de baixa complexidade. Segundo a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial, o mercado brasileiro de diagnóstico in vitro é de 1,2 bilhão de dólares (2007). O crescimento médio anual de 2003 a 2008 foi de 10%.

Unisinos chega a Porto Alegre em 2011 Trabalhando na expansão de suas fronteiras, a Unisinos chega a Porto Alegre em 2011, por meio de um projeto de integração com o Colégio Anchieta. Com um investimento de 60 milhões nos próximos cinco anos, e a previsão de beneficiar 12 mil alunos até 2020, a união entre as instituições da rede jesuíta proporcionará educação desde a escola infantil até a pós-graduação. Presente em Porto Alegre desde 2006, com a Escola de Design, localizada junto ao complexo Anchieta, e a sede no Centro Integração Empresa Escola (CIEE), a Unisinos agrega ao novo campus cinco cursos tecnológicos e quatro bacharelados de graduação: Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Jogos Digitais, Segurança da Informação, Logística, Gestão de Recursos Humanos, Administração: Gestão para Inovação e Liderança, Nutrição, Enfermagem e Ciências Contábeis. Além disso, Design, Design de Moda, Relações Internacionais, Jornalismo e Administração estão em vias de aprovação. A novidade não altera a programação dos cursos já ofertados no campus São Leopoldo. “Somente Design Moda e Relações

Internacionais serão ministrados exclusivamente em Porto Alegre. Para o próximo ano, já está prevista a instalação de uma nova biblioteca, e quando o projeto estiver concluído teremos um espaço com mais de 20 mil itens de acervo. Além disso, dois laboratórios temáticos e novas salas de informática já estarão funcionando em 2011”, declarou a gerente do projeto de expansão, Carolina Santos. A construção de um edifício de sete andares no terreno do Colégio Anchieta abrigará 70 salas de aula. Cerca de 500 colaboradores, entre professores, pesquisadores e técnicos administrativos, estarão atuando no novo complexo até 2020. Nesta primeira fase do projeto, os alunos de graduação do turno noturno terão aulas no prédio principal do Colégio Anchieta, e os estudantes do turno da manhã e tarde realizarão suas atividades na Escola de Design, que será reformada durante o período de férias para atender os novos universitários. Apesar da integração entre as instituições de ensino, os espaços de cada público serão preservados, em função das faixas etárias distintas.

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ECONOMIA

Investir em educação é um bom negócio A

educação é um dos principais focos da formação de um indivíduo. Inquestionável. Nos últimos anos, no entanto, observa-se, além da preocupação individual com a própria escolarização e a dos filhos, uma atenção maior por parte do governo e das empresas para esse quesito. Em tempo. Educação, nos dias de hoje, significa crescimento, desenvolvimento, ou seja, é um ativo em alta no mercado. Segundo o economista e professor da Ufrgs Giácomo Balbinotto Neto, os investimentos em educação ocorrem em todos os níveis, desde a educação pré-escolar até a universitária, e após esse período, quando os indivíduos saem da escola, em treinamentos e cursos de pós-graduação. “Os investimentos e os retornos têm sido uma preocupação dos economistas. Isso é analisado em vários estudos no Brasil – desde o final da década de 1960, com o trabalho de Carlos Langoni –, que buscam medir os efeitos desse investimento para o país.” Ele explica que os retornos são bastante significativos, acima de 10%, 14%, dependendo do estudo. “O retorno é elevado principalmente quando um indivíduo completa um ciclo, o que nós chamamos efeito diploma. Ao completar o nível primário, a taxa de retorno é de 17%, o ensino fundamental, de 20%. Cada ano de educação

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se refere a um aumento nas faixas de salário. A cada ciclo que se completa, como universitário, pós-graduação, mestrado, doutorado, os efeitos são mais marcantes”, aponta Balbinotto. Segundo o consultor em Gestão Estratégica de Pessoas e professor da ESPM Ério Nascimento, a partir do momento em que as empresas brasileiras ficaram mais expostas à competição internacional, se viram na obrigatoriedade de elevar a qualidade dos seus produtos e serviços. “Esse diagnóstico fez com que algumas delas se dessem conta do baixo nível de formação educacional de seus funcionários para entender novos instrumentos de gestão, bem como para utilizar máquinas e ferramentas mais sofisticadas. Atualmente é normal as empresas terem simultaneamente programas internos ou de incentivo para alfabetização, conclusão do ensino médio, curso em nível de graduação e pós-graduação.” Nascimento acredita que há mais oportunidades no mercado para quem prioriza esse investimento. “Hoje, ao anunciar uma vaga em um jornal dominical em Porto Alegre, a empresa recebe entre 400 a 500 currículos de profissionais interessados. Um dos primeiros critérios para triagem dos currículos é a formação acadêmica dos candidatos. Alguns candidatos nem são chamados


Profissionais com maior escolaridade podem conquistar postos de trabalho mais qualificados

para uma primeira entrevista por não terem a formação básica: ensino fundamental concluído. Para cargos em nível intermediário ou superior na hierarquia das empresas, cursar uma pós-graduação é ‘passa-não-passa’ na continuidade do processo de seleção”, afirma. Balbinotto não tem dúvidas de que os investimentos em educação proporcionam ao indivíduo maior chance de entrar no mercado de trabalho. “Os retornos, então, do ponto de vista econômico, são significativos. Tanto no aumento de salário como na maior probabilidade da sua empregabilidade.” Ele alerta que esses retornos não são homogêneos – em algumas atividades ou profissões esse retorno é maior que em outras – mas, ainda assim, considerada a média da população brasileira, a educação é um dos investimentos com maior retorno do ponto de vista social. Os profissionais com maior escolaridade podem conquistar postos de trabalho mais qualificados, portanto com maior remuneração. “Em algumas organizações o profissional pode ter diferenciada competência técnica (saber fazer); porém, se não tem a formação mínima requerida pelo plano de carreira da empresa, não consegue promoções e ‘congela’ em um determinado cargo com a remuneração correspondente”, exemplifica Nascimento. Com a evolução no processo de desenvolvimento das empresas, esta relação vem crescendo em todos os segmentos empresariais. Balbinotto complementa, apontando que além de retornos diretos de emprego e salário, a educação se constitui um “insumo” para que o indivíduo permaneça estudando anos adicionais, e também um instrumento de sociabilização das crianças, importante no desenrolar da carreira. Além disso, a maior redução do analfabetismo e o maior ingresso de pessoas na univeridade corroboram com maior crescimento do país, de modo geral. É o que mostra o conceito de “capital humano”, desenvolvido e popularizado pelo economista Gary Becker, Nobel de Economia em 1992, e outros pesquisadores da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, na década de 1960, definido como o capital incorporado ao ser humano – principalmente nas áreas de saúde e educação – que responderia pelo aumento da sua produtividade e, consequentemente, o maior desenvolvimento de um país em relação a outro. Balbinotto afirma que mais um aspecto importante deve ser colocado, além dessa definição: os tipos de “capital humano”, o geral e o específico. O capital humano geral é o recebido por meio de um treinamento que aumenta as habilidades gerais do indivíduo, e se aplica em vários

empregos. Conhecimentos de português, matemática, inglês e de informática seriam alguns exemplos, que ficam a cargo do próprio trabalhador. São pré-requisitos gerais para se colocar no mercado de trabalho, usados em quaisquer segmentos, que não representam investimento específico das empresas – embora muitas delas tenham planos de incentivo à escolarização dos seus funcionários. Já o capital humano específico corresponde a um treinamento direcionado às atividades do trabalhador dentro de determinada empresa, responde pelo aumento da produtividade em uma firma em particular e é financiado pelas empresas. “Trabalhos sobre o impacto do capital humano produzidos na década de 1980, como o de Robert Lucas (Nobel de Economia em 1995), mostram que um dos fatores determinantes da riqueza ou da probreza dos países é o investimento em educação.” Segundo o economista, então, se um país quiser crescer e manter uma taxa de crescimento sustentável, um fator fundamental é investir em educação, alocar recursos na melhoria da educação. “Como isso pode ser feito? Com incentivos aos professores, como a meritocracia, aumento do número de escolas, redução da taxa de evasão escolar, principalmente no primeiro grau, e acesso à informação qualificada”, aponta o economista. As empresas, segundo Balbinotto, fazem isso ao investir em treinamento. “Não são todas as empresas que investem. As que mais fazem treinamento são as empresas comerciais, em vendas, marketing, logística. Esse investimento visa atingir objetivos específicos da firma.” O economista destaca casos específicos como o da Petrobras, que criou uma universidade corporativa. “Faculdades como essa oferecem cursos que não existem no mercado para atender às especificidades da firma. Buscam dar formação universitária de alto nível, dirigida, financiada pela empresa, que não teria utilidade para outro segmento. Diversas empresas têm adotado essa estratégia, buscando qualificar seus profissionais de nível superior”, explica Balbinotto. As empresas ganham, ao qualificar seus profissionais, em produtividade e em competitividade, já que a educação gera avanços tecnológicos e esses se desdobram em n outros fatores que resultam em maior qualidade, maior lucro. Mas no agregado da economia esse investimento mostra resultados? Os ganhos com o crescimento do PIB, por exemplo, compensariam os gastos com educação? “Com certeza”, declara Balbinotto. “Diversos estudos feitos desde a década de 1970 mostram que

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o investimento em educação é um dos fatores fundamentais do crescimento econômico – é a teoria do crescimento endógeno, do Lucas. Os investimentos em educação estimulam o crescimento econômico. A experiência que temos em países como Estados Unidos, Alemanha e Coreia do Sul tem mostrado que o principal investimento que um país pode fazer é nos seus jovens, em diversos níveis. Como diria Monteiro Lobato, um país se faz com homens e livros.” O economista ressalta que educação tem impacto na taxa de crescimento econômico porque é um insumo que vai gerar conhecimento, novas tecnologias e é sustentável no longo prazo. “É um investimento de vida útil de 30 anos ou mais. A educação aumenta a vida útil do capital do ser humano. Permite que ele produza mais tempo, que ele viva mais, que ele viva melhor e outras externalidades. Como ele é um cidadão mais educado, está apto a fazer melhores escolhas políticas, por exemplo”, assegura Balbinotto. Nascimento explica pela via oposta: “O crescimento do PIB gera produção, que gera empregos, que gera renda, que gera maior arrecadação de impostos e lucros na iniciativa privada e, por fim, gera mais investimentos, tanto na área pública como na área privada. Se tivermos um pouco de visão de médio e longo prazos e consciência da importância da educação para uma sociedade, devemos aproveitar este momento que estamos vivendo para alocarmos recursos importantes para formação de professores, remuneração adequada em comparação a outros profissionais que atuam em outros setores da economia, instalação de escolas para o ensino básico, mas também escolas para formação técnica, entre outras iniciativas.” O consultor acredita que o governo investe muito nos ensinos fundamental e médio, mas na formação técnica e nos níveis de graduação e pós-graduação é a iniciativa privada que está alocando mais recursos. “Incluo na iniciativa privada o cidadão que, por meio de recursos próprios, paga as suas despesas com educação, e também para os seus dependentes.” Balbinotto acrescenta que o governo, além dos investimentos em educação nas redes municipal e estadual de ensino, tem aumentado o número de bolsas e vagas nas universidades, ampliando o acesso à educação. “Nos governos FHC e Lula temos visto redução da

taxa de analfabetismo, aumento das matrículas escolares no 1º grau e maior acesso às universidades. Tudo isso é resultado de investimento governamental. Além disso, as empresas privadas têm criado novos cursos que não existiam há algum tempo, como biotecnologia, enologia e vestuário, visando novos campos e novas especializações”, explica o economista. Nascimento acredita que o significado desse investimento é importantíssimo para a sociedade, mas alerta que todos devem questionar se o nível atual de investimentos, independentemente se do governo ou da área privada, é suficiente para as carências atuais e futuras. “Creio que ainda não temos uma consciência plena em relação à importância e às reais carências. Tanto a Coreia do Sul como a China nos demonstraram que num prazo médio de dez anos é possível mudar significativamente o perfil educacional de um povo.” Balbinotto alega que no Brasil ainda falta a “tradução” dessa qualificação em termos de salário. “Falta ao país ter a noção de que seu principal ativo são as pessoas e a educação que elas trazem.” “Acredito atualmente que estamos mais preocupados com o desenvolvimento do capital humano como um fator de sustentabilidade de uma sociedade. Eu costumo afirmar que empresa não são cadeiras, máquinas, computadores, mas sim gente dando vida a esses recursos”, afirma Nascimento. “As empresas são instrumentos para desenvolvimento da sociedade e não um fim em si próprias, portanto a formação dos seus funcionários não deveria ser de responsabilidade única do governo.” O empresário que pensa desta forma, segundo o consultor, corre um risco muito grande de descontinuidade do seu negócio por perda de competitividade. As instituições de ensino, segundo ele, investem mais em atividades e programas internos, possibilitando a seus docentes e funcionários cursarem gratuitamente, ou com valores subsidiados, cursos em suas próprias entidades. “Infelizmente estamos longe do padrão norte-americano, em que um professor pode se dedicar integralmente a uma universidade sem a necessidade de um segundo emprego”, lamenta Nascimento. “Percebo que muitos professores gostariam de fazer um doutorado, por exemplo, mas têm dificuldade em manter o seu orçamento domiciliar enquanto estão em busca de qualificação.”

Educação é um insumo que gera conhecimento, novas tecnologias e é sustentável no longo prazo

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Mais um ano chega ao fim e, com ele, também chegam 365 oportunidades de aprendermos novas ideias, novas visões de mundo, novos conceitos. O SINEPE/RS deseja boas festas e um 2011 cheio de inspiração e conhecimento!


PAINEL Instituto de Educação Ivoti é campeão da Onase 2010

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Instituto de Educação Ivoti foi campeão da 46ª edição da Olimpíada Nacional da Rede Sinodal de Educação (Onase), realizada entre os dias 18 e 20 de outubro na sede da instituição, com a reunião de cerca de 200 atletas e enxadristas de 17 escolas da Rede Sinodal de Educação. A vitória foi comemorada com emoção, lágrimas e gritos de campeão dos atletas, alunos e professores da escola. Para o técnico da equipe do IEI André Schilling, foi uma conquista baseada na superação dos alunos e no forte sentimento de união de toda a equipe, “devido ao alto nível dos competidores, que tornaram a disputa pelo primeiro lugar acirrada até o final da olimpíada”. Com a diferença de sete pontos, a Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH) foi a vice-campeã, seguida pelo Colégio Mauá de Santa Cruz do Sul, que ficou com a terceira colocação. A prefeita de Ivoti, Maria de Lourdes Bauermann, presente no encerramento do evento, participou da entrega das premiações e enalteceu a importância do incentivo à prática de esporte entre os jovens nas escolas. Os resultados da olimpíada podem ser conferidos no site www.iei.org.br/onase/resultados.

Vitória foi comemorada com emoção, lágrimas e gritos de “campeão”

Santa Marta faz Festa do Caderno

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As turmas da 1ª série do ensino fundamental do Colégio Romano Santa Marta de Porto Alegre foram surpreendidas com a Festa do Caderno, que marca a transição da escrita no bloco sem linhas para o caderno com linhas. O objetivo é proporcionar o aprendizado das noções de espaço, para que eles passem, gradualmente, a organizar seus registros e interagir no mundo da escrita, conforme farão nos anos seguintes. Os cadernos foram enfeitados com mensagens enviadas pelos pais e escondidos dentro de uma caixa decorada. Segundo a professora Daiane Marques de Medeiros, o evento é realizado com o intuito de valorizar a conquista da escrita de forma. Além disso, estimular o cuidado com este companheiro especial que os acompanhará por muitos anos.

Experimentos e conhecimento no Colégio Romano Os alunos do 1º ano do ensino médio do Colégio Romano São Mateus de Porto Alegre realizaram uma experiência sobre ácidos e bases, nas aulas práticas de Química, com o objetivo de ampliar conhecimentos e reconhecer, por meio de seus próprios experimentos, a utilização da química no dia a dia. No laboratório, eles utilizaram extrato de repolho roxo como indicador de pH –ácidos e bases podem ser determinados por sua capacidade de modificar a cor de algumas substâncias, por isso são chamados indicadores. Diversas substâncias do cotidiano – vinagre, o leite, o hidróxido de sódio, o sabão em pó diluído, a água sanitária e o bicarbonato de sódio – foram testadas e, por meio da cor, foi descoberto o pH aproximado de cada uma delas. Todos tiveram a oportunidade de discutir os resultados com o grupo e construir um relatório sobre o experimento e os resultados encontrados. A aluna Gabriela Dahm achou muito interessante a experiência. “Aprendemos na prática o conteúdo de ácido e base. E o mais legal é que podemos fazer em casa, sem correr riscos.”

Alunos podem fazer testes de pH em casa, sem correr riscos Cadernos foram enfeitados com mensagens enviadas pelos pais


Programa de rádio dos alunos foi ao ar no intervalo das oficinas

Alunos do CSCJ apresentaram 52 trabalhos

Feira de pesquisa movimenta Ijuí Alunos de 6ª a 8ª série do ensino fundamental do Colégio Sagrado Coração de Jesus de Ijuí realizaram, no dia 29 de setembro, a Feira de Pesquisa da escola, com 52 trabalhos sobre os mais diversos temas. Egito Antigo, Moda dos Adolescentes, Pré-Sal, Paixão, Consciência Ecológica, Cérebro, Grandes Construções, Van Gogh e Liga dos Campeões foram alguns dos tópicos abordados pelos grupos, que surpreenderam visitantes e professores ao demonstrar conhecimento e domínio do assunto, criatividade e uso de variados recursos na apresentação. O relatório de cada assunto pesquisado está à disposição para consulta na biblioteca da escola.

Escola de Aplicação promove II Seminário dos Cursos Técnicos A Escola de Educação Básica Feevale – Escola de Aplicação realizou, nos dias 14 e 15 de outubro, o II Seminário dos Cursos Técnicos, com palestras, oficinas e minicursos voltados para alunos dos cursos técnicos das áreas de informática e publicidade da escola. O evento é promovido pelos professores dos dois segmentos com apoio do Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP). Foram oferecidas as oficinas de Animação em Flash, Desempenho em Banco de Dados e Marketing Esportivo, nos laboratórios da Escola. No intervalo das oficinas, foi ao ar, pela Rádio Escola, um programa de rádio criado pelos alunos do curso Técnico em Publicidade. Além disso, foi ministrado um minicurso de InDesign, software da Adobe Systems desenvolvido para diagramação e organização de páginas. Mauricio Barth, especialista em Gestão Estratégica de Marketing e analista da Editora Feevale, ensinou aos alunos como criar documentos em formato próprio e editável, que posteriormente pode ser exportado para PDF ou outros formatos específicos de impressão. A jornalista Caren Alice Thoen, coordenadora de Canais e Marketing da Rede Cigam e com experiência de 11 anos na área de comunicação empresarial, deu a palestra “Comunicação Integrada como alavanca de um negócio”. A cobertura do evento pode ser conferida no site www.feevale. br/interativa/seminariotecnicos.

Alunos do Assunção participam de maratona matemática Estudantes da 6ª série do ensino fundamental do Colégio Marista Assunção de Porto Alegre estão participando da Maratona de Raciocínio Lógico, promovida pelo Colégio Marista de Maceió. Os grupos participantes são desafiados a resolver uma série de problemas matemáticos e também a produzir desafios, virtualmente. O objetivo é incentivar e desenvolver o raciocínio lógico. Para a professora de matemática do Marista Assunção Lisiane Bittencourt, a atividade reforça um dos objetivos principais da disciplina. “É uma enriquecedora troca de experiências que auxilia no desenvolvimento das competências e habilidades trabalhadas na matemática no ensino fundamental.”

Objetivo é desenvolver o raciocínio lógico

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Conhecimentos de geometria espacial foram colocados em prática

Salesianos comemora aniversário com festival de dança Entre as festividades pela passagem dos 109 anos do Colégio Salesianos Leão XIII, no dia 20 de outubro, foi realizado Salê in dance, festival de dança com a participação dos alunos da instituição. O músico José Daniel dos Santos, professor de violão no Colégio, e o bailarino de hip hop David Fevil abriram o evento. Integrantes da Cia Rítmos também fizeram uma apresentação, com coreografia de Igor Louzada. O festival foi organizado pela professora de dança do Colégio Maiara Gonçalves com o objetivo de incentivar a dança entre os alunos. A bailarina Emanuele Lopes, da 4ª série, que apresentou a coreografia Valsa Corrida, foi premiada como Figurino Destaque. A Coreografia Destaque ficou para o conjunto South África, de alunas da 4ªsérie. A bailarina Emanuele Belasquem, da 3ª série, ganhou o prêmio Revelação. Maiara destacou a participação especial das estudantes do ensino médio Manuelle Vaz e Gabriela Domingues.

Escola de Aplicação: aprendizado com técnicas de graduação Três turmas do ensino médio da Escola de Educação Básica Feevale – Escola de Aplicação de Novo Hamburgo estão aprendendo geologia e geomorfologia do Rio Grande do Sul utilizando técnicas de graduação. Os alunos construíram maquetes da Serra Geral e da Planície Costeira do Estado usando a topografia e expuseram seus trabalhos nos corredores do Campus I da Universidade Feevale durante o mês de setembro. Segundo o professor de Geografia Fernando Bernardes, a topografia é essencial para a elaboração de projetos de engenharia, arquitetura e urbanismo. “Os alunos analisaram um mapa topográfico, desenharam as curvas de nível em papelão ou EVA e colaram as disposições do relevo em uma superfície plana, proporcionando a visualização geomorfológica em várias dimensões”, explicou.

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Matemática também estuda o corpo humano Os alunos do 3º ano do ensino médio do Colégio Romano Santa Marta de Porto Alegre foram desafiados a estudar o corpo humano na disciplina de matemática. A professora Josy Rocha propôs a atividade Modelagem Matemática, com o objetivo de medir aproximadamente a área da superfície corporal de um ser humano e incentivar os estudantes a enfrentar situações reais e contextos variáveis que certamente surgirão no decorrer de suas vidas. Para realizar a tarefa, eles precisaram definir uma estratégia para o cálculo da área superficial do corpo humano utilizando conhecimentos de geometria espacial trabalhados em aula. “Achei a aula muito interessante, pois serviu para colocarmos os conhecimentos adquiridos em prática. Foi um assunto bem curioso. Nunca havia parado para pensar sobre quanto de área corporal eu possuía e muito menos que existia uma fórmula para verificarmos estes cálculos”, disse a aluna Ana Claudia. Utilizando fita métrica, as semelhanças entre cada parte do corpo e as figuras geométricas, eles executaram o cálculo. Posteriormente, usaram duas fórmulas encontradas em artigos científicos da área de saúde para validar os resultados encontrados.

Alunos usaram a topografia para compreender relevo do RS


Pais presentes no São Carlos

Retroprojetor digital: ferramenta de ampliação do aprendizado

O Colégio São Carlos de Caxias do Sul realizou, nos dias 28 e 29 de setembro, mais uma edição do projeto “Pais na Escola”. Além da entrega das avaliações e do atendimento aos pais, neste trimestre a direção e a Associação de Pais e Mestres promoveram a apresentação de dois filmes – “A casa verde” e “Em teu nome”. O objetivo foi despertar a reflexão acerca dos aspectos formativos das crianças e jovens, o diálogo sobre o desempenho escolar e as ações comuns entre a escola, pais e alunos.

São José qualifica o ensino com novas tecnologias

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tento às novas tecnologias, o Colégio São José de Pelotas adquiriu um retroprojetor digital para tornar as aulas de biologia e química ainda mais participativas, interativas e interessantes. Com ele, as imagens dos microscópios – os estudantes continuam com seu microscópio individual – podem ser transmitidas na lousa interativa, já utilizada pela instituição. Para o coordenador do departamento de Tecnologia, Fernando Martins, a ferramenta auxilia o professor, uma vez que ele pode demonstrar o objeto a ser estudado para todos os alunos e esclarecer as dúvidas de cada um deles coletivamente, favorecendo um maior aproveitamento de tempo. “Todo elemento a ser analisado nas aulas terá uma explicação mais detalhada e aprofundada.” O material escaneado no retroprojetor digital pode ser disponibilizado para os alunos. O colégio já conta com lousas em todas as salas de aula e sinal de internet em toda a escola. Também foi criado um portal educacional com infinitas ferramentas pedagógicas e de acompanhamento dos pais e salas multimídias.

Feira ofereceu uma série de programações aos visitantes

Ciência, arte e tecnologia na Fundação Evangélica A V Semana das Ciências, Artes e Tecnologias da IENH (Ciartec), referência no incentivo a trabalhos de iniciação à pesquisa científica, movimentou os estudantes da Unidade Fundação Evangélica entre os dias 4 e 8 de outubro. A programação contou com palestras, concursos, mostras, feira de ciências e painel de empreendedores, entre outras atividades, como a premiação dos melhores trabalhos. Durante o evento, a IENH recebeu visitantes de escolas estaduais e municipais da região.

Sinodal Progresso desmistifica a Física

Prática resulta num aprendizado mais consistente

Os alunos do ensino médio do Colégio Sinodal Progresso de Montenegro estudam Física por meio da prática, a fim de desmistificar a “dificuldade” da disciplina, um grande desafio para a maioria dos alunos. Os estudantes do 2º ano construíram um calorímetro com o objetivo de determinar sua capacidade térmica e desenvolver misturas de líquidos e sólidos de variadas temperaturas, trabalhando com as variações de suas grandezas. Os do 3º ano realizaram experimento com resistores nas três diferentes associações: em série, paralela e mista. Na prática, verificaram como funcionam, aplicaram os conceitos estudados em aula na construção das associações e visualizaram um curto circuito. Desta forma, tiveram a oportunidade de compreender melhor os conteúdos e, com o exercício prático, desenvolver uma atitude crítica investigativa, que enriquece o aprendizado consistente.

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Estudantes da IENH descobrem o mundo marinho No dia 17 de setembro, os estudantes da IENH – Unidade Pindorama conheceram o Vida Marinha – Aquário e Museu Marinho Cristina Portela, um laboratório móvel montado dentro de um ônibus que percorre o país levando conhecimento sobre a vida dos animais marinhos. Os alunos receberam aulas práticas – com linguagem específica para cada faixa etária –, conheceram várias espécies marinhas de animais empalhados e algumas espécies vivas. A aluna da 5ª série Bárbara Luana Wollmeister ficou encantada com o contato que teve com os animais. “Gostei mais dos pinguins porque nunca tinha visto de verdade, só na televisão.” Natália Bassani Machado destacou o aprendizado adquirido. “Aprendemos muito sobre a vida aquática. Gostei do esqueleto de baleia, porque é muito grande.”

CEAP terá atividades complementares em 2011 O CEAP lançou, em outubro, na ExpoIjuí/Fenadi 2010, o projeto Tempos de Criança, com os novos serviços em educação que serão oferecidos pela instituição a partir de 2011: atividades complementares em turno inverso ao da aula e a abertura de turmas de educação infantil e 1ª série no turno da manhã. A proposta da atividade complementar em turno inverso é para crianças de 4 a 9 anos, em turmas multietárias, com oficinas diversas, espaços de convivência e de “ser criança”, leituras e momentos para realização de tarefas de casa. O serviço é o primeiro na cidade aberto para todas as crianças dessa faixa etária, inclusive as que não são alunas do CEAP. A contratação poderá ser feita de acordo com a necessidade dos pais e da criança, por no mínimo dois turnos na semana. Além disso, o CEAP oferecerá, para crianças de 4 a 6 anos, a opção de matrícula pela manhã na educação infantil (4 e 5 anos) e na 1ª série do ensino fundamental (6 anos). Durante o lançamento do projeto, as alunas da educação infantil Luiza Berger e Martina Malschitzky pintaram uma tela, que ficou exposta no estande do CEAP.

Laboratório percorre o país levando conhecimento aos alunos

As “artistas” Luiza e Martina com as coordenadoras pedagógicas Deizy Soares e Mariluza Lucchese, e com o diretor Gustavo Malschitz

Preparação para o Enem no Marista Assunção

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Mostrar aos estudantes as mudanças e auxiliá-los para o Exame Nacional do Ensino Médio foi o objetivo da palestra “Para onde vai a educação?”, ministrada pela professora Márcia Andréa Schimidt aos alunos do 2º e 3º ano do ensino médio do Colégio Marista Assunção de Porto Alegre. A educadora da PUCRS conversou com os jovens sobre como funciona o processo seletivo e sobre a diferença entre o exame e as provas de vestibulares, além de deixar dicas de estudos. Para Márcia, o Enem busca avaliar conteúdos adquiridos por meio da experiência do candidato. “Agora, decorar não adianta mais. O Enem vai além do conteúdo e visa às habilidades construídas ao longo da vida.” O representante da Comissão de Educação da Província Marista do Rio Grande do Sul, Maurício Anony, mostrou aos futuros candidatos um novo espaço de apoio à preparação para o exame, disponível no site http://escolamarista.pucrs.br.

Erramos Na edição nº 82, a legenda da foto que ilustra a matéria sobre o Colégio Mauá, na seção Painel (p. 41), está errada. A correta é: “Autoridades e direção no aniversário de 140 anos do Mauá”.


Leandro Augusto Hamester/Divulgação

Cursos técnicos prepararam atividades especiais para os visitantes

Colégio Teutônia oferece orientação profissional O Colégio Teutônia, de Teutônia, promoveu no dia 21 de outubro a 4ª edição do programa “Conheça o Colégio Teutônia”. Trata-se de um dia especial em que a instituição abre suas portas aos alunos de outras escolas da região com atividades de orientação de escolha profissional. O foco são estudantes da 8ª série do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio. A escola oferece formação técnica nas áreas de Agropecuária, Meio Ambiente, Gestão, Informática e Eletrotécnica, eixos tecnológicos em franca expansão na região. Os visitantes foram recebidos no auditório central, assistiram a uma apresentação institucional e dos cursos técnicos, e depois fizeram um circuito de visitação nas salas temáticas, atividades de integração e participaram de um sorteio de prêmios.

Lego e sucata deram origem à cidade planejada

Feira contou com a exposição de cem trabalhos das escolas de Esteio

Coração de Maria promove a ciência na 14ª Feiccom O Colégio Coração de Maria de Esteio promoveu, em setembro, a 14ª Feiccom/ 19ª Femuci, que recebeu cerca de 4 mil visitantes das escolas da região e da comunidade interessados em ciência, cultura e conhecimento. Foram expostos cem trabalhos de todas as escolas de Esteio, que tratavam desde as tradicionais experiências de química e física integradas a assuntos da atualidade até discussões sobre estilos de vida, meio ambiente, história e cultura. Além da exposição dos trabalhos, os visitantes da feira tiveram a oportunidade de assistir a dois espetáculos: o musical “A Pequena Sereia”, produzido pelos alunos do 3º ano, com figurino, efeitos de luz e som e interpretações impecáveis, e “O crítico”, esquete produzida pelos alunos do 2º ano do ensino médio. A programação cultural foi encerrada com um concerto clássico com alunos da rede municipal de ensino, que emocionaram o público.

Alunos do São José fazem projeto para Montenegro Os alunos do Instituto de Educação São José de Montenegro prepararam, durante a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, de 18 a 24 de outubro, um projeto para a cidade com o uso de tecnologia e material reciclado. A proposta partiu do Laboratório de Educação Tecnológica da escola. Eles confeccionaram maquetes da cidade, interagiram, planejaram e discutiram o desenvolvimento do projeto – com o uso de lego e sucata –, e concretizaram as suas ideias de acordo com o tema destinado a cada turma. Em cada dia da semana duas turmas apresentavam os seus projetos aos demais alunos do ensino fundamental I e às famílias, convidadas a prestigiar o evento.

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CEED RESOLUÇÃO CEED Nº 310, DE 15 DE SETEMBRO DE 2010 - Estabelece procedimentos sobre o Atendimento Educacional Especializado nos Regimentos escolares das Instituições de ensino integrantes do Sistema Estadual de Ensino. Esta Resolução expressa que “A inserção em Regimentos Escolares de dispositivos sobre o Atendimento Educacional Especializado - AEE será analisada e validada pela mantenedora das instituições de ensino e, no caso das escolas públicas, mediante manifestação prévia do Conselho Escolar e, na sua ausência, de Comissão Paritária constituída por representantes de todos os segmentos da comunidade escolar”. Isto também é válido para os Regimentos que ainda se encontram no período de carência, conforme o estabelecido na Resolução n°288/2006. Simplificando num primeiro momento: o CEED quer dizer que não será necessário encaminhar a esse órgão pedido de aprovação para inserir no Regimento Escolar a normatização do “AEE”, mesmo este estando em período de carência.

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análise da Resolução CEED nº 310/2010 nos remete a outros documentos legais, tais como a LDBEN (lei nº 9394/96), a Resolução CEED nº 288/2006, o Parecer CEED n° 251/2010, como também a Resolução CNE/ CEB nº2/2009 e a Resolução CNE/CEB n° 4/2010. Todos os documentos que tratam, de uma forma ou de outra, de Educação Especial. Lembremos que a LDBEN data de 1996 e lá já estava estabelecido, de acordo com a determinação Constitucional, o direito à educação do “portador de necessidades especiais”. Agora já temos as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado para a Educação Especial - Resolução CNE/CEB n°4/2009, assim como o Parecer CEED n° 251/2010 que “Regulamenta a implementação, no Sistema Estadual de Ensino, do disposto na Resolução CNE/CEB nº 4/2009” e pelo que está disposto na Resolução CEED n°310/2010. Deve a escola, privada ou pública, normatizar em seu Regimento, no Projeto Político Pedagógico, nos Planos, a filosofia, os objetivos, a metodologia, a expressão dos resultados da avaliação, a documentação escolar necessária, bem como se dará o atendimento do aluno “portador de necessidades especiais” no turno inverso e as condições de acessibilidade. Deve-se fazer uma leitura ampla de portadores de necessidades especiais - é a inclusão de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns da Educação Básica e que está sempre sujeito ao Atendimento Educacional Especializado(AEE). As políticas de inclusão social (leia-se principalmente a escolar) estão muito bem situadas/fundamentadas nos documentos legais, mas para nós, educadores (professores, mantenedoras, pessoal especializado), a prática dessas políticas ainda é preocupante. Não é por não querer se fazer inclusão, é pela falta de infraestrutura — professor preparado, os cursos de formação de professores ainda não estão “envolvidos” para a inclusão, na prática, só na teoria; escolas com Salas de Recursos multifuncionais, próprios

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ou da comunidade —­ainda são em pequeno número; profissionais especializados para dar suporte ao professor da classe regular — aqui vemos a dificuldade maior do Estado e dos Municípios, a contratação/efetivação de pessoal especializado — neurologistas, psicólogos, fonoaudiólogos e outros mais. Sabemos que é necessária a vontade política, mas também sabemos que se precisa de recursos financeiros. Mas não podemos deixar de cumprir a legislação que determina tal atendimento. E, neste momento, as escolas devem se unir, independentemente de sua natureza (particular ou pública), na elaboração de propostas viáveis (legais, pedagógicas e financeiras). Sugerimos “parcerias público-privadas” para o atendimento dessa população que ainda é tão discriminada, apesar de estarmos no século XXI. Para tal, os projetos políticopedagógicos, os planos de cada escola devem contemplar tal atendimento — vamos chamar de “planos articulados/planos conjuntos”. A legislação nada obsta. É apenas uma sugestão, principalmente nos municípios menores, onde há uma maior integração da comunidade escolar. Queremos deixar claro que não se pode mais adiar o AEE — Atendimento Educacional Especializado. É determinação legal. Independentemente da forma de organização escolar/natureza, para o atendimento ao preceito legal torna-se necessário o estudo, principalmente do Parecer CEED nº 251/2010, onde o Egrégio detalha, pedagogicamente, como deve a escola proceder. Deve, também, atender ao que está na resolução objeto deste texto, ou seja, que os regimentos escolares têm que contemplar o determinado na legislação e que os mesmos não necessitam ir para aprovação do CEED. Neste momento estamos terminando mais um ano letivo e as escolas/ mantenedoras que ainda não contemplam tal legislação devem aproveitar os espaços que ainda restam para planejar o próximo ano, inserindo neste planejamento as determinações legais para o Atendimento Educacional Especializado. Recomendamos mais uma vez o estudo aprofundado da legislação supramencionada, pois ela fornece orientações significativas.


ARTIGO A CONTRIBUIÇÃO DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA CULTURA DA EXCELÊNCIA Jonas Cardona Venturini¹ Luiz Otavio Silveira dos Santos² Resumo O objetivo deste trabalho é analisar a contribuição dos conteúdos programáticos dos cursos de Administração para a implementação da cultura da excelência em empresas vencedoras do prêmio Qualidade RS. O que se propõe é a construção de um projeto político-pedagógico que esteja baseado no Modelo de Excelência de Gestão – MEG (PNQ, 2009. Para tanto, foram elaborados questionários, com base nos critérios e itens do MEG, para empresários e coordenadores de cursos. Foram obtidos resultados que levaram a uma nova proposta de pontuação para o método de avaliação do modelo, alterando-se os pesos relativos dos critérios. Por fim, foi proposto um novo modelo de currículo para os cursos de graduação em Administração, que permita que o aluno desenvolva a capacidade de compreensão da cultura da excelência, estruturada nas melhores práticas de gestão no mundo que denomina as empresas como gestão Classe Mundial. Palavras-chave: Modelo de Excelência da Gestão; Curso de Administração e Cultura da Excelência

1 INTRODUÇÃO A perspectiva contemporânea da gestão pela qualidade total é orientada pela cultura da excelência nas organizações. A partir desta abordagem, as organizações fundamentam sua gestão em critérios de excelência, que possibilitam seu aprimoramento e reconhecimento como organizações de classe mundial. Esse novo ambiente complexo, cheio de desafios e incertezas, e mudanças muito rápidas (FALCONI, 1999) forjou o cenário ideal para que as principais escolas de Administração evoluíssem em seu enfoque do conceito de estratégia, já que essa passa a ser um elemento chave na criação de diferenciais competitivos para agregação de valor (ANDRADE, 2004). Segundo a FNQ (2009), estratégia é o caminho para colocar em prática a visão da organização, através de uma posição competitiva futura, por meio de escolhas feitas no presente para se diferenciar dos principais concorrentes. De acordo com Araujo (2009), as organizações necessitam de soluções rápidas e melhor entendimento das suas inter-relações. O autor ainda afirma que a gestão por processos auxilia na velocidade e integração das informações, propiciando a mudança de paradigma na gestão: esta deixa de ser periférica, passando a ser sistêmica, desencadeando uma busca constante para obtenção de resultados. Esta constante evolução no que se refere à gestão das empresas requer, por parte dos cursos de Administração, dinamismo e evolução permanente nos seus conceitos, para estarem alinhados ao que ocorre no meio empresarial. Devem, inclusive, ir além, produzindo novos conhecimentos por meio de pesquisas, promovendo o consequente surgimento de novas tecnologias organizacionais voltadas para uma visão sistêmica dos processos, capazes de levar a resultados cada vez mais promissores (ANDRADE, 2004). No contexto dos cursos de Administração, entender os processos gerenciais é fundamental para se estar alinhado com o que acontece no mundo empresarial, possibilitando a integração teoriaprática como forma de entendimento da eficácia operacional e da estruturação organizacional em busca de competitividade. Fleury (2001) exemplifica algumas iniciativas neste sentido, citando práticas relacionadas a processos de aprendizagem, tais como: planejamento estratégico, gestão pela qualidade total, desenvolvimento de projeto de novos produtos, e aplicação de técnicas de benchmarking. Dessa maneira, o objetivo central deste estudo é o de analisar a contribuição dos conteúdos programáticos dos cursos de graduação em Administração para a implementação da cultura da excelência em empresas vencedoras do prêmio Qualidade RS. 2 ASPECTOS METODOLÓGICOS O método utilizado nesta pesquisa foi o survey. Segundo Hair et al (2005), o método survey é um procedimento para coleta de dados primários a partir dos indivíduos. Os dados podem variar de acordo com gênero, idade, educação e renda, chegando até a informações gerais sobre as experiências dos indivíduos, tais como crenças, opiniões, atitudes e estilos de vida. A pesquisa estabelecida foi do tipo descritiva, desenvolvida a partir de um corte transversal. No que se refere à população da pesquisa, essa foi constituída pelos representantes das empresas ganhadoras do prêmio Qualidade RS e também pelos Coordenadores de Cursos de graduação em Administração de Instituições de Ensino Superior no Estado do Rio Grande do Sul. A base para as questões definidas para a construção do instrumento aplicado à população selecionada (um questionário) são

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os requisitos do Modelo de Excelência da Gestão (MEG), os quais são utilizados para a avaliação para premiação Qualidade RS. As técnicas utilizadas para a coleta de dados foram as seguintes: foi realizada uma pesquisa bibliográfica, na literatura nacional e internacional da área, bem como uma coleta de dados secundários, obtidos junto ao PGQP – Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade. Também foi feita um pesquisa documental em trabalhos científicos, arquivos públicos e particulares. Posteriormente, os questionários foram aplicados junto aos empresários ganhadores do prêmio Qualidade RS e por último, a coleta de dados primários, por meio de pesquisa de campo com aplicação do questionário para os coordenadores do curso de graduação em Administração das IES do Estado, num total de 104 cursos de graduação, conforme listagem do Conselho Regional de Administração (CRA). A taxa de resposta obtida foi de aproximadamente 30%. 3 ANÁLISE DOS RESULTADOS No critério Liderança, a identificação dos riscos empresariais é considerada como de maior relevância pelas empresas, para melhoria dos cursos de Administração, ficando em primeiro lugar. No entanto, pela classificação obtida na avaliação dos cursos, identificou-se que é o item menos trabalhado pelos cursos, neste critério, tendo ficado, na classificação geral, em 72º lugar. Essa ação também não é considerada prioridade pelos coordenadores, pois se encontra somente no 34º Lugar, nos itens considerados como fatores de melhoria pelas IES. Conforme a FNQ (2009), é fundamental a implantação de metodologias para identificar, classificar, analisar e tratar os riscos empresariais mais significativos que possam afetar negativamente a imagem e a capacidade da organização de conquistar os seus objetivos. A gestão de riscos empresariais está atrelada à governança corporativa, pois colabora para a proteção dos interesses das partes interessadas. Segundo a FNQ (2009), são práticas importantes para adequação dos riscos às necessidades, estratégias e modelo do negócio da empresa, o mapeamento, a classificação e a avaliação dos riscos, bem como o desenvolvimento de mecanismos para minimizar ou impedir as ocorrências adversas e/ou planos de contingência elaborando sistemas de prontidão. O tratamento das questões éticas nos relacionamentos internos e externos é considerado como prioridade pelos cursos de Administração, porém ocupa somente o 22º lugar na classificação atribuída pelas empresas como prioridade de tratamento, fato mais justificado pela importância relativa atribuída (de 4,32), do que pela média de aplicação (3,42). Conforme Alberoni (1990, p.42), a “idéia de que o núcleo de uma ética pública consiste na maximização de uma grandeza coletiva”, e essa afirmação parece sustentar as ações desenvolvidas pelos Coordenadores, principalmente pela circunstância de formação dos futuros dirigentes das organizações empresariais.

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Com relação ao critério Estratégia e Planos, a análise do ambiente interno possui a mesma classificação de importância, tanto pelas empresas como pelas IES, obtendo média de 4,70. O desenvolvimento desta prática é considerado na elaboração dos currículos, ficando em 6º lugar na classificação geral, porém a efetiva ação, pelos administradores, na aplicação da prática, ainda ficou baixa, com média geral de 3,57 e classificação, no item ‘importância’, na posição de número 24, para as empresas. Na sequência, são analisados os resultados do critério ‘clientes’, que possui dados contraditórios, quando se avalia sua satisfação e insatisfação. Enquanto os Coordenadores de curso consideram que essa prática de gestão é bem desenvolvida nos cursos, obtendo a terceira posição na classificação geral de ‘importância’ versus ‘desenvolvimento’ (e, por esse motivo, ocupa a posição 76 em prioridade de melhoria, com média de 4,68), os resultados da empresa apontam o inverso, com dados de capacidade dos Administradores desenvolverem a prática com média de 3,10. Com relação ao critério 4, que enfoca a identificação e tratamento das necessidades e expectativas da sociedade, incluindo comunidades vizinhas, apresenta-se o item que recebeu a maior prioridade de classificação por parte das IES. Esta prática obteve média de 3,52 e importância de 3,97 pelas IES. Também obteve média baixa, de 3,50, por parte das empresas, ficando próxima às médias das IES. Conforme a FNQ (2008), a identificação das necessidades e expectativas é fundamental para estreitamento do relacionamento da empresa com as comunidades do meio no qual está inserida. A prática de seleção e promoção de ações relacionadas à preservação ambiental obteve a mesma classificação para melhoria, ficando em sétimo lugar, tanto para as empresas quanto para as IES. Conforme Donato (2008), as questões ambientais fazem parte do mundo dos negócios: os gestores estão desenvolvendo novas relações, e esse processo atua a longo prazo para amenizar os impactos nos ecossistemas. Também deve ser desenvolvido o processo de comunicação à sociedade dos processos advindos dos produtos e instalações que destaquem essa, prática, que, entre as demais, obteve a melhor média na avaliação dos respondentes das empresas. A análise do critério ‘informação e conhecimento’ permite que se destaquem duas práticas de gestão consideradas relevantes para serem melhoradas pelas IES: manter e atualizar as informações comparativas (que ficou em terceiro lugar, com média estabelecida pelas IES de 4,07), e para as empresas, de 3,28, e com necessidade de treinamento médio de 3,75. Atualmente, não é possível pensar em excelência empresarial sem estruturar um modelo de comparação com as melhores empresas, consideradas referência no seu segmento de mercado. Conforme a FNQ (2008), a prática de benchmarking permite estruturar novas configurações para seus produtos, processos e instalações, bem como para melhorar suas práticas gerenciais.


Na ‘gestão de pessoas’, referente ao critério 6, a prática de gestão que versa sobre o tratamento da melhoria da qualidade de vida fora da organização ficou classificada em quinto lugar nas prioridades definidas pelas IES para melhoria do resultado, fato não compartilhado pela pesquisa com as empresas, pois, para estas, resultou na 66ª posição em relação a prioridades (porém, com média de 3,58, o que requer atenção para este item em razão da diferença entre as percepções das IES e das empresas). Duas práticas de gestão obtiveram resultados baixos na pesquisa com as empresas: a ‘estruturação de critérios para a realização das capacitações’ obteve média de 3,05, enquanto, pelas IES, a média ficou em 3,84 e classificação geral em nono lugar, como prioridade para melhoria desta prática, demonstrando alinhamento entre os dois resultados. Para as empresas, a prática de identificação das necessidades de capacitações, considerando a vontade das pessoas e estratégias, ficou com média de 3,10, enquanto que, para as IES, o resultado apresenta uma média de 4,39. O destaque deste critério ficou para a mesma média, em grau de importância, para a prática de gestão que trata da ‘sistematização da remuneração, reconhecimento e incentivo para estimular melhores resultados’, que obteve 4,71. A ‘avaliação do desempenho da força de trabalho’ também recebeu médias altas, ficando, para as empresas, em 4,63, e para as IES, em 4,87. Para a FNQ (2008), mecanismos como remuneração, reconhecimento e incentivo devem ser utilizados para estimular o alcance de metas e a busca da excelência, permanentemente. Quanto ao critério 7 – Gestão de Processos –, observou-se que a prática de gestão relacionada ao ‘controle dos processos principais de negócio e de apoio’ obteve a segunda colocação entre as prioridades de melhoria atribuídas pelas IES, fato comprovado pela sua média de desenvolvimento da prática (3,68), e importância (4,40). Os processos principais de negócio e de apoio, conforme Porter (2009), buscam a maximização dos recursos organizacionais. Esses processos devem ser identificados considerando o mercado de atuação, características das empresas, modelo de negócio e suas estratégias, requisitos dos clientes e necessidades das partes interessadas. A gestão de recursos financeiros das empresas apresenta médias de importância elevada, tanto para as empresas como para as IES, porém a efetividade das aplicações destas práticas ainda deve ser melhorada, conforme apresentam as médias das práticas de gestão ‘assegurar os recursos financeiros necessários às necessidades’, ‘definir os recursos e avaliar os investimentos necessários para apoio às estratégias’, e ‘elaborar e controlar o orçamento’, que ficaram com médias, 3,27, 3,20 e 3,25, respectivamente.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da análise dos dados da pesquisa, concluiu-se que os cursos de Administração em funcionamento no Rio Grande do Sul vêm contribuindo para o alcance do patamar de gestão das organizações que venceram o prêmio Qualidade RS nos anos de 2009 e 2010, mas o estudo mostra também onde existe a necessidade de melhorias a serem implementadas nestes cursos, para que possam formar egressos mais aptos a desenvolverem a cultura da excelência nas organizações e auxiliar a aumentar a competitividade do estado e do país. A análise foi construída a partir das respostas aos questionamentos que analisaram cada uma das práticas do Modelo de Excelência da Gestão – MEG, do Caderno Rumo à Excelência, avaliando o grau de inserção destas práticas de gestão nos conteúdos programáticos. Observou-se que a ‘liderança’, a ‘gestão de pessoas’ e os ‘clientes’ são os critérios que mais impactam a busca da cultura da excelência, conforme os resultados dos respondentes das empresas, enquanto que os Coordenadores de curso consideram mais impactantes as ‘pessoas’, a ‘informação e conhecimento’ e os ‘clientes’, respectivamente. Foi verificada ainda a contribuição dos egressos dos cursos de Administração para a implementação da cultura da excelência, a partir da percepção dos gestores das empresas vencedoras do Prêmio Qualidade RS. A discussão do alinhamento das empresas que buscam a cultura da excelência com os conteúdos programáticos dos cursos de formação profissional superior da área de Administração estará sempre em evolução e em busca permanente de novas descobertas que maximizem os resultados para todas as partes interessadas. Enquanto diversas ciências evoluem pelo fato de as descobertas de seu campo se darem a partir da análise de fatores estáticos e já conhecidos, possibilitando que os estudos sejam encadeados, em outras tantas, como no caso da Administração, os modelos são diversos, as alternativas infinitas e cada agrupamento de pessoas que está envolvido com o processo de gestão apresenta suas características, demonstrando que é praticamente impossível estabelecer modelos ‘prontos’. Esse fato requer que a academia e as empresas estejam cada vez mais alinhadas, inovando permanentemente, e com isso possam tornar-se competitivas e contribuírem para o desenvolvimento de todas as partes interessadas, de modo a catapultar o país para os níveis de competitividade internacional.

REFERÊNCIAS ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de.; AMBONI, Nério. Gestão dos cursos de Administração : metodologias e diretrizes curriculares. São Paulo: Prentince Hall, 2004. ARAUJO, Luis Cesar G. de. Organização, Sistemas e Métodos e as Tecnologias de Gestão Organizacional. v. 2. São Paulo: Editora Atlas, 2009. FALCONI, Vicente Campos. TQC – Controle da Qualidade Total no Estilo Japonês. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1999 FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE (FNQ). Rumo a Excelência – Ciclo 2009. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2009. PORTER, Michael. Competição. Campos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. ¹Doutorando em Administração pela UFRGS Contato: Jonasventurini@yahoo.com.br ²Mestre em Gestão Empresarial pela EBABE - Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas (EBAPE/FGV) Contato: Luiz.santos@fgv.br

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GESTÃO Colégio Santa Rosa sabe aonde quer chegar

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participação da equipe diretiva do Colégio Santa Rosa de Carlos Barbosa num curso de gestão integrada promovido pelo Sinepe/RS foi o ponto de partida para a implantação do Planejamento Estratégico na instituição. Sempre atenta a inovações e mudanças no cenário educacional, a equipe percebeu, naquele momento, a importância do planejamento para conferir ainda mais qualidade ao trabalho desenvolvido no colégio e, em meados de julho de 2008, deu início ao seu Planejamento Estratégico para os anos de 2009 a 2012. Para o desenvolvimento deste trabalho, o colégio contou com a assessoria da consultora do CDG do SINEPE/RS Ângela Schmidt. Inicialmente, foi necessário identificar os pontos fortes e fracos da instituição, o que foi feito por meio de uma pesquisa de satisfação com pais. Ao mesmo tempo, foram realizados encontros mensais com os professores e funcionários, e com a mantenedora do Santa Rosa, para definir a visão, a missão e os valores e princípios do colégio. Depois de desenvolvida essa primeira etapa, foi constituído um grupo gestor com representantes de todos os segmentos do colégio para dar continuidade à contrução do planejamento estratégico com a elaboração de projetos, ações e estratégias para a implantação de melhorias. Em encontros mensais, o grupo discutiu e viabilizou propostas feitas pelo grande grupo. A implementação foi tranquila, pois todos no Colégio Santa Rosa sabiam aonde queriam chegar. Entre as principais ações, a ampliação da grade curricular do ensino médio, a formação de um grupo denominado “Nota dez”, com alunos que se destacam com as melhores notas, a implantação da hora atividade para o professor conselheiro e de aulas de revisão extraclasse trimestrais. Além disso, a estrutura física da escola foi reconfigurada, o plano de divulgação do colégio foi aperfeiçoado e na área de gestão foram redefinidos cargos e funções e o organograma foi revisado. Foi realizado, ainda, o resgate da história dos 90 anos do colégio Santa Rosa, que resultou na publicação de um livro. A equipe diretiva da instituição tem certeza de que o resultado do Planejamento Estratégico se confirmará na excelência dos serviços prestados, na qualidade de ensino, na cultura empreendedora –prioridade da instituição – e na qualificação e motivação constante de todos os envolvidos. O diagnóstico estratégico, a definição das diretrizes, a concepção e a implantação de estratégias mostram que o planejamento bem executado pode tornar a gestão mais competitiva, resultando num trabalho competente e de qualidade. “Para nós, do Colégio Santa Rosa, o desafio atual é manter o andamento e a revisão sistemática do Planejamento Estratégico”, declara a equipe diretiva. A visão do Santa Rosa é “ser uma instituição de ensino atenta às inovações buscando a excelência em seus processos, através da atuação comprometida de profissionais qualificados, visando à satisfação e o reconhecimento da sociedade”. E a missão: fazer a diferença na vida dos alunos por meio da educação de qualidade, estimulando a cultura empreendedora apoiada em valores que desenvolvam cidadãos atuantes, conscientes e realizados.

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Marca: o principal ativo das instituições de ensino Atualmente, a marca de uma organização é considerada um dos seus principais ativos. Seu papel vai além de uma simples identificação visual e simbólica (logomarca). Ela carrega a reputação da organização e traduz sua promessa para a sociedade. Nas instituições de ensino, as marcas também desempenham outro papel: endossam o currículo de seus alunos, ex-alunos e professores. O chamado branding, a construção e gestão de marcas, passou a ter papel de destaque nas organizações e na academia. Diversos autores têm se debruçado sobre o tema, pesquisando quais são as características das marcas líderes e quais passos devem ser adotados para a construção de marcas sólidas. As metodologias propostas consistem basicamente na formulação do conceito da marca e seu posicionamento por meio de todos os pontos de contato que os grupos de interesse tenham com a marca. Considero primordial para um projeto de branding a definição clara do conceito da marca. Nessa fase, os gestores devem definir as principais associações desejáveis, considerando a sua promessa central e seus valores. Devem-se evitar associações amplas ou genéricas como “ensino de qualidade” ou “formar cidadãos”, que não apresentam diferenciais para sustentar uma marca diante de um ambiente altamente competitivo. O posicionamento deve ser autêntico e relevante: uma promessa que seja concretizada pela instituição e de real importância para o seu segmento-alvo. Outro aspecto fundamental para o sucesso de uma marca é o nível de comprometimento dos professores e funcionários com o posicionamento traçado, pois a entrega da promessa da mesma se

faz no dia a dia da instituição. O comportamento da equipe deve concretizar e exprimir o conceito da marca. Caso isso não ocorra, o projeto de branding torna-se um discurso vazio. Além do aculturamento da equipe, todos os demais pontos de contato que alunos, pais e comunidade possuem com a marca da instituição devem traduzir o posicionamento traçado, seja nas instalações físicas, nas ações de comunicação ou na metodologia de ensino adotada. Posicionar é redundar, é reforçar a promessa do DNA da marca em todas as dimensões. Desta forma, o processo de branding pode ser resumido em três fases: a formulação da identidade da marca, com a construção dos pilares e associações que devem sustentar o posicionamento da marca; o processo de aculturamento do público interno; e um plano de ação que visa posicionar a marca por meio de todos os pontos de contato. A construção de uma marca é uma atividade complexa, já que lida com a percepção das pessoas. Portanto, não deve ser responsabilidade exclusiva das áreas de comunicação ou das agências de publicidade, mas sim, responsabilidade de todos que fazem parte da organização. Assim, o branding não é apenas uma ação isolada, é uma postura da organização que requer uma liderança ativa e o comprometimento de toda equipe para que a promessa da marca seja concretizada. Genaro Galli

Diretor dos Programas de Pós-Graduação e MBA da ESPM, professor e consultor de empresas nas áreas de Marketing e Branding.

ANÚNCIO GRÁFICA


CINEMA Vincere: da estetização da política à politização da arte POR ADRIANA KURTZ*

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omo disse, de forma definitiva, Maria Macciocchi, “o fascismo é macho e, em consequência, antifeminino”. Vincere (2009), nova produção de um ressurgido Marco Bellocchio, é um magistral documento fílmico a comprovar essa verdade histórica. A trama resgata, num formato operístico, a esquecida trajetória de Ida Dalser, que enfrentou tragicamente, junto de seu rebento Benito Albino, os poderes de uma Itália fascista, buscando ser reconhecida como a primeira mulher daquele que iria se autoproclamar Il Duce. Certamente há muitas facetas pouco conhecidas de Benito Amilcare Andréa Mussolini, filho de um ferreiro nascido em 29 de julho de 1883, na província de Forli. O ditador italiano, misto de guerreiro macho e bufão patético, acabaria colocado em segundo plano, na história e em sua representação cinematográfica, diante do fascínio absoluto acerca de Adolf Hitler, a quem ironicamente serviu de inspiração. O jovem Benito foi um promissor líder socialista – como dizia uma ficha policial da época, “um dos mais talentosos e perigosos jovens oradores que fazem em público a defesa do socialismo” – e um combativo jornalista de publicações de esquerda, como La Lotta di Classe e Avanti!. Na visão de Bellocchio, foi também um homem que soube seduzir as mulheres, antes de exercer o mesmo poder sobre as massas (lembrando que para Hitler, a massa devia ser tratada como a mulher, pois sentia prazer em ser dominada e, no limite, violentada por um macho).

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Antes da eclosão da I Guerra Mundial, Mussolini e Ida se entregam à paixão, e ela chegará a vender seu patrimônio para bancar o novo projeto editorial do amado, um jornal agora fascista, Il Popolo d’Italia. Ida engravida. Mussolini parte para a guerra e desaparece. Ao reencontrá-lo, ele está oficialmente casado com outra mulher e não reconhece os direitos dela ou do filho primogênito. Então tem início uma batalha cujo resultado – a derrota para o lado mais fraco – é evidente. E mais: com requintes de crueldade. Para abafar a constrangedora situação, Ida será esmagada pelos poderes de Estado e da Igreja e trancafiada por mais de uma década num sanatório, além de perder a guarda do filho. Se Vincere conta uma boa história, Bellocchio se encarrega de fazê-lo com detalhes técnicos e narrativos. A partir de recursos metalinguísticos, sobretudo com o uso de cenas de arquivo de época, a obra discute a própria construção visual de uma figura política (bem lembrou Adorno que os ditadores do século XX eram atores que representavam o papel de líderes). Transcendendo, portanto, o caso de Mussolini, Vincere aponta claramente para personagens políticos italianos atuais. Os esforços no sentido da estetização da política, dizia Walter Benjamin nos anos 30, convergem para a guerra. Pois Ida teve a sua guerra particular contra o fascismo. Silenciada e finalmente morta, seria mais uma das mulheres italianas a provar a teoria de Maria Macciocchi sobre o caráter antifeminino do fascismo “macho”. Bellocchio, enfim, nos faz refletir sobre o século do cinema, suas vedetes e seus ditadores, bem como acerca de sua herança fundamental – e maldita – para a contemporaneidade. Vincere talvez reproduza a esperança utópica de Walter Benjamin: o comunismo responderia com a politização da arte.

Ficha Técnica: Vencer (Vincere) Itália / França - 2009 Drama, 128 minutos, cor e P&B Direção: Marco Bellocchio Roteiro: Daniela Ceselli, Marco Bellocchio Elenco: Giovanna Mezzogiorno (Ida Dalser); Filippo Timi (Mussolini / Benito Albino); Corrado Invernizzi; Fausto Russo Alesi; Michela Cescon; Paolo Pierobon e Fabrizio Costella

*Doutora em Comunicação e Informação pela UFRGS e professora dos Cursos de ‘Publicidade e Propaganda’ e ‘Design’ da Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM


DICAS

LIVROS

Infanto-juvenil

Todos contra D@nte Luís Dill

Baseado em fatos reais, o romance conta a história de um garoto que é ridicularizado pelos colegas da escola, que criam comunidades para levar em frente uma brincadeira de mau gosto. Infelizmente, a situação é levada às últimas consequências. A narrativa se desenrola por meio de bate-papos, blogs e links. É um retrato duro de uma juventude impiedosa. Com uma linguagem ágil e uma arquitetura ficcional inovadora, Luís Dill constrói cuidadosa reflexão sobre nossa sociedade atual. E nesse cenário, quase sempre maquiado por toda sorte de artificialismo, a violência espreita. A publicação da Cia das Letras tem 98 páginas e custa R$ 28,50. Mais informações: www. companhiadasletras.com.br

O Mistério da Mesa Arranhada Edição da autora 38 páginas R$ 40 Mais informações: www.sylviaroesch.com

O Gerente Comunicador

Quem soltou o pum?

José Eustaquio Oliveira de Souza

Blandina Franco Companhia das Letrinhas 32 páginas R$ 25 Mais informações: www.companhiadasletras.com.br

O mais recente volume da Coleção Grandes Nomes tem, segundo o autor, o objetivo de contribuir para tornar mais eficaz a missão de executivos e gerentes de preparar as organizações para vencer os desafios impostos pelas mudanças radicais da sociedade (e do mercado) contemporânea. Como? Por meio da utilização correta da comunicação social como instrumento estratégico de gestão nas ações de curto, médio e longo prazos. Com 202 páginas, a obra é da Aberje Editorial e custa R$ 30. Mais informações: regina@aberje.com.br

Profissão Professor José Predebon (Org)

A lua dentro do coco

O livro é um retrato do ensino brasileiro sob o ponto de vista de professores. Vinte e oito mestres, a maioria veteranos, relatam casos relevantes e transmitem sua experiência. A obra pretende compor um panorama real, com depoimentos de opiniões e casos vividos, num conjunto que se caracteriza pela diversidade, mas da qual emerge interessante harmonia. A obra também oferece um esboço da tese de que o ensino brasileiro ainda é um desafio a vencer, e que os seus profissionais merecem mais apoio. Da Editora Cia dos Livros, a obra tem 150 páginas e custa R$ 33,90. Mais informações: www. editoraciadoslivros.com.br

Quem Quer Ser um Milionário?

O jovem Jamal K. Malik (Dev Patel) trabalha servindo chá numa empresa de telemarketing. Sua infância foi difícil. Foi necessário fugir da miséria e da violência para chegar ao emprego atual. Um dia, ele se inscreve no popular programa de TV “Quem Quer Ser um Milionário?”. Inicialmente desacreditado, ele encontra em fatos de sua vida as respostas das perguntas feitas pelo programa. O drama de Danny Boyle tem duração de 120 minutos.

Sérgio Capparelli Projeto Editora 48 páginas R$ 42 Mais informações: www.editoraprojeto.com.br

DVD Criação

Charles Darwin (Paul Bettany) tem em torno de 40 anos e leva uma vida pacata num vilarejo inglês. É devotado à família, mas bastante distante deles, principalmente pelo vazio existente entre ele e a esposa Emma (Jennifer Connelly). Darwin apenas se sente bem no seu escritório, onde discute com sua filha Annie (Martha West), de apenas 10 anos. Mas Emma está morta há muitos anos. Darwin conversa, ou acredita conversar, com seu fantasma. É o jeito que ele encontra para amenizar a dor que sente e o conflito ao perceber que a existência de Deus não se encaixa no mundo real. O drama de Jon Amiel tem 108 minutos de duração.

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PUBLICAÇÕES As publicações institucionais, como jornais e revistas, são canais importantes para divulgar o trabalho das instituições e reforçar a sua imagem junto à comunidade em que atua. “Educação em Revista” recebeu algumas dessas publicações, as quais reproduz no espaço abaixo:

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