Edição 81

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ANO XIV • AGOSTO 2010

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GERAÇÃO DIGITAL UM NOVO PERFIL DE ALUNO NA SALA DE AULA ECONOMIA

Instituições devem se ajustar à nova lei da filantropia INSTITUCIONAL

SINEPE/RS oferece assessoria na área pedagógica e de legislação educacional


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EXPEDIENTE

EDITORIAL Geração digital: mais um desafio na sala de aula Os avanços tecnológicos e a maior velocidade da informação trazem consigo a demanda pelo aperfeiçoamento. Novos conceitos, novas técnicas e novos equipamentos chegam mais rapidamente às escolas. A estrutura é modernizada e os professores buscam reciclar seus conhecimentos, com foco na excelência do ensino. No entanto, essas variáveis também respondem pela mudança de uma peça-chave desse processo: o aluno. Ele já nasce cercado por internet, games, equipamentos eletrônicos e seus derivados, que contribuem para a construção de um novo perfil na sala de aula. Estamos falando da chamada geração digital. Com disposição e acesso fácil a novas tecnologias, esses alunos são o novo desafio da docência, pois já chegam às instituições de ensino com uma bagagem de informações e não respondem, via de regra, ao modelo tradicional de condução da aula, dada sua rotina multitarefa – mais “interessante” e dinâmica que aquela encontrada na classe. A Reportagem da Educação em Revista busca traçar o perfil da geração digital e, a partir dele, analisar a nova realidade da sala de aula e a relação desse aluno com o professor para tentar definir alternativas de condução do ensino-aprendizagem. A fórmula, é claro, não é dada, mas acreditamos que será construída ao longo de muitos debates como o proposto nesta edição. Na seção Premiadas, os cases vencedores do 7º Prêmio Destaque em Comunicação do SINEPE/RS Unisinos, de São Leopoldo (categoria Mídia Impressa), com o desenvolvimento da Revista Magis, e do 4º Prêmio SINEPE/RS de Responsabilidade Social (categoria Público Interno), Rede Marista de Educação e Solidariedade, com o projeto Vidamar. Ainda nesta edição, a matéria de Economia trata do ajuste das instituições de ensino à lei da Filantropia – o decreto que a regulamenta foi publicado no dia 21 de julho – e suas principais implicações, e uma matéria especial fala sobre a suspensão do credenciamento de cursos técnicos EAD em saúde pelo CEED. Na seção Memória, a história dos 50 anos do Colégio Cenecista Frederico Michaelsen. E Adriana Kurtz fala do filme Viajo porque preciso, volto porque te amo. Ótima leitura a todos. Vívian Gamba

Editora da Educação em Revista

Anúncios e assinaturas E-mail: comercial@sinepe-rs.org.br Fone: (51) 3022-3282/9998.5807

ISSN 1806 – 7123 Presidente: Prof. Osvino Toillier; 1º Vice-presidente: Prof. Hilário Bassotto; 2º Vice-presidente: Prof Flávio Romeu D’Almeida Reis; 1º Secretário: Prof Ardy Storck; 2º Secretário: Profª Maria Helena Lobato; 1º Tesoureiro: Profº Ir. João Olide Costenaro; 2º Tesoureiro: Prof Wilson Ademar Griesang. Suplentes: Profª Mônica Timm de Carvalho, Prof Oswaldo Dalpiaz, Prof Roberto Py Gomes da Silveira, Profª Ir. Adélia Dannus, Prof. Ir. Olavo José Dalvit, Prof Elio Luís Liesenfeld, Profª Ir Mônica de Azevedo; Conselho Fiscal Efetivo: Prof. Ruben Werner Goldmeyer, Prof. Bruno Eizerik, Prof Ilmo José Junges; Suplentes: Profª Ir. Isaura Paviani, Profª Valderesa Moro, Prof Luís Fernando Felicetti; Conselho Editorial: Prof. Osvino Toillier, Prof. Hilário Bassotto, Prof Flávio D’Almeida Reis, Prof Luiz Antonio de Assis Brasil, Prof. Ruy Carlos Ostermann, Prof Adayr Tesche, Prof Pedro Luiz da Silveira Osório e Moises Mendes. Coordenador da Assessoria de Comunicação e Marketing: Prof. Osvino Toillier; Edição: Vívian Gamba (MTB 9383); Assistente de Comunicação: Carine Fernandes; Projeto Gráfico / Diagramação: Bistrô; Revisão: www.postexto.com.br e Milton Gehrke; Impressão: Gráfica Comunicação Impressa.

MISSÃO

Representar e congregar as instituições do ensino privado na promoção de sua qualificação permanente e diferenciação.

VISÃO

Ser referência como instituição no cenário educacional brasileiro, reconhecida pela eficiência na representação sindical e promoção de serviços inovadores.

VALORES

Compromisso com o Associado - Ética e Transparência - Competência - Cultura da Inovação - Responsabilidade Social.

Fale conosco Redação Cartas, comentários, sugestões, matérias; educacaoemrevista@sinepe-rs.org.br

Educação em Revista é o órgão oficial de divulgação do Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul - SINEPE/RS, com circulação bimestral

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Educação em Revista não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressam apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da revista. Por motivos de espaço e clareza, as cartas e artigos poderão ser resumidos


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PREMIADAS

Confira as instituições Destaque em Comunicação e Responsabilidade Social de 2009

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CEED suspende credenciamento de cursos técnicos EAD em saúde

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MEMÓRIA

Os 50 anos do Colégio Cenecista Frederico Michaelsen, de Nova Petrópolis

REPORTAGEM

A geração digital chegou à sala de aula

ECONOMIA

Filantropia: instituições buscam saída para evitar corte de recursos na área social

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Miguel Nicolelis fala do fazer científico além dos laboratórios e da academia

ESPECIAL

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ENTREVISTA

CINEMA

Viajo porque preciso, volto porque te amo, por Adriana Kurtz

INSTITUCIONAL

SINEPE/RS oferece assessoria na área pedagógica e de legislação educacional


PREMIADAS

Mundo Marista se abre às vocações

O

projeto Vidamar, vencedor do Ouro na 4ª edição do Prêmio SINEPE/RS de Responsabilidade Social na categoria Público Interno, traz a concepção da Rede Marista de Educação e Solidariedade de oferecer estudo, aprofundamento, oração e vivência do carisma como instrumento para o discernimento vocacional dos leigos que têm interesse pelo mundo marista. A proposta está estruturada em três etapas, de forma a criar espaços de tempo entre uma e outra, para fortalecer a vida cristã e possibilitar respostas criativas às necessidades atuais. O Instituto Marista percebeu a abertura de novas formas vocacionais leigas, pessoas que manifestam interesse não apenas em conhecer a história e o carisma, mas em viver plenamente a espiritualidade apostólica marista. O grande número de interessados passou a demandar uma série de ações de formação. O Vidamar surge, então, como uma iniciativa que transcende um encontro ou uma jornada. Por meio desse projeto, o participante vivencia experiências que o levam a uma transformação no modo de ser e agir frente às realidades. São diversos momentos oportunizados aos participantes – ao longo de seis dias –, como os de silêncio, escuta, estudo, reflexão, discernimento, lazer e confraternização. Durante esse tempo de convivência, fazem-se presentes as características do ser marista: presença amiga, espírito de família, simplicidade e acolhida, humildade e modéstia.

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Os grupos do Vidamar têm de 25 a 55 pessoas, descontando os membros da equipe de organização e de execução. Os destinatários são colaboradores da Instituição que participam ou demonstram maior interesse no Carisma Marista, cujo perfil é bem definido: pessoas que sabem lidar com situações inesperadas, que têm abertura e disponibilidade para compreender a essência da missão marista e o quanto é importante assumir a condição de liderança dentro da comunidade, dando testemunho consciente e transformador. A primeira edição do Vidamar ocorreu em setembro de 2007. Desde então, foram oito edições. Cerca de 320 pessoas já participaram. O sucesso alcançado pelo projeto na primeira etapa garantiu a continuidade da ação, e em outubro de 2009 foi realizada a primeira edição do Vidamar II. O coordenador operacional do Vidamar, Edison de Oliveira, explica que as três etapas possuem três eixos fixos – antropológico, cristão e marista. Ele também destaca a avaliação que os participantes têm feito do projeto. “O índice de aceitação varia entre 75% a 97% como ótimo e de 3% a 25% como bom, o que mostra que o projeto veio para ficar. As direções das unidades têm manifestado a plena satisfação em receber os vidamaristas, que voltam das edições com outro olhar e com muita vontade de fazer do “jeito marista o seu jeito de ser”.


Maurício Montano/Divulgação Unisinos

Magis: símbolo da excelência e da diferenciação da Unisinos Incrementar a percepção do valor, da excelência e da diferenciação da Unisinos junto à sociedade foi o foco do desenvolvimento de uma nova publicação institucional, a revista Magis, que levou a universidade ao Ouro no 7º Prêmio Destaque em Comunicação do SINEPE/RS, categoria Mídia Impressa – Ensino Superior. A ideia era de uma revista com conteúdo especial, para informar e divulgar a marca Unisinos, os valores da universidade, fatos marcantes, pesquisas, trabalhos dos alunos, ofertas. O produto deveria estar alinhado à estratégia institucional, priorizando os conceitos de sustentabilidade, meio ambiente, empreendedorismo, transformação e qualidade de vida. Em outubro de 2008, foi lançada a Magis, com projeto desenvolvido pela Gerência de Comunicação Institucional, integrante da Unidade de Marketing, com a participação de um conselho editorial, formado por professores e funcionários, representando todas as áreas da universidade. Ao longo da publicação, as matérias específicas sobre a Unisinos se mesclam a editorias que tratam de temas universais e de interesse da sociedade, o que confere leveza à revista, demonstrando, também, que a universidade está “inserida” no mundo. A linguagem é cuidadosa, elegante, acessível ao

público com boa formação, mas não obrigatoriamente de formação acadêmica. Isso significa tratar assuntos complexos de modo compreensível. Da mesma forma, a identidade gráfica confere à Magis personalidade única, contemporânea, sempre alinhada à linha criativa das campanhas de comunicação institucional. A Magis foi a primeira revista no Rio Grande do Sul a ser inteiramente impressa em papel ecológico, produzido a partir de práticas sustentáveis, com respeito ao meio ambiente e aos aspectos sociais. O papel tem o certificado do Conselho de Manejo Florestal, considerado o selo verde mais reconhecido em todo o mundo. Essa preocupação se alinha ao fato de a Unisinos possuir a certificação internacional ISO 14001, que atesta o cuidado com o meio ambiente em todos os seus processos. A publicação é trimestral, com tiragem de 5 mil exemplares – 2 mil deles enviados pelo correio e o restante entregue em mãos – e possui uma versão online (www.unisinos.br/magis), oferecendo ao usuário uma experiência diferente de leitura. A comunicação com os públicos-alvo se dá por e-mail. Todos os públicos que fazem parte do mailing eletrônico recebem as informações sobre a revista, e os leitores enviam, também por e-mail, suas sugestões e críticas.

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ENTREVISTA

“O talento científico está em qualquer lugar” Por Cira Cabral

O

neurologista brasileiro Miguel Nicolelis, que no final de junho recebeu o Prêmio Pioneiro 2010, oferecido pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos – entrando, assim, para o rol dos 81 cientistas já agraciados com o prêmio –, é apontado pela revista Scientific American como um dos 20 cientistas mais importantes do planeta e forte concorrente ao Prêmio Nobel. Uma de suas marcas é o interesse na promoção do fazer científico além das paredes dos laboratórios e da academia. Nicolelis é professor e codiretor do Centro de Neuroengenharia da Duke University, nos Estados Unidos, professor do Instituto Cérebro e Mente da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, e diretor científico do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS). O neurologista esteve em Porto Alegre para fazer a palestra de abertura do Seminário Fronteiras do Pensamento 2010 e, em entrevista à Educação em Revista, falou de Ciência e Educação.

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Educação em Revista – Há poucos anos foi lançada a Semana da Ciência no Brasil, como forma de popularizar o conhecimento científico. O que o brasileiro entende por Ciência? Miguel Nicolelis – Vou ser muito franco. Acredito que o brasileiro médio não tem nenhum conceito sobre Ciência, apesar de usá-la o tempo inteiro. Ele fala ao celular, navega na Internet, assiste à televisão, cozinha. Realiza toda uma série de atividades que faz parte do método científico, da abordagem da Ciência para conhecer o mundo. Um grande chefe de cozinha, por exemplo, é um grande químico e também um grande neurofisiologista da gustação, porque aprimora sensações gustativas que vão garantir o retorno da sua clientela. Sem saber, esse grande chefe está fazendo não só química de alto nível, mas neurociência de alto nível. E é assim que a gente atrai o interesse das crianças para a Ciência, desmistificando a prática do método científico.


CLLEBER PASSSUS/FRONTEIRAS DO PENSAMENTO

Educação em Revista – E como o senhor avalia a importância de iniciativas de divulgar a Ciência? Miguel Nicolelis – Acredito e apoio todas elas, mas a Semana da Ciência é uma só. A Ciência deveria ser glorificada, socializada e democratizada para o consumo da sociedade brasileira todos os dias. Nosso povo precisa entender que o conhecimento científico e a produção de conhecimento constituem uma questão estratégica para a vida, para a sociedade brasileira e para a soberania do país. No século XXI, quem não dominar as grandes áreas de conhecimento técnico científico e for apenas um consumidor de conhecimento de ponta será dominado pelos países que detiverem o monopólio dessas ferramentas. O meu sonho é que a Ciência seja discutida no botequim como o futebol é discutido, como algo natural, que faz parte do nosso genoma. E as nossas crianças em Natal, na Associação Santos Dumont, conseguiram atingir esse estágio, a Ciência passou a fazer parte da vida delas. Educação em Revista – O que é a Associação Alberto Santos Dumont? Miguel Nicolelis – É uma organização que tem como objetivo criar ambiente multidisciplinar destinado a agregar competências nas principais áreas da Ciência moderna, desenvolvendo pesquisas de ponta em diferentes áreas do conhecimento. A Associação é responsável pelo projeto Instituto Internacional de Neurociência de Natal, onde estamos pondo em prática o conceito de que a Ciência é um agente de transformação social e pode ser usada na educação, na formação de jovens. Na cidade de Macaíba, na saída de Natal, temos o projeto Educação Para Toda Vida, onde a criança entra na escola quando ainda está na barriga da mãe. Vou explicar. As mães vêm para o nosso Campus para fazer o pré-natal, e os bebês são acompanhados desde o início da gestação. No momento em que nascerem, vão entrar nesse projeto de Educação Para Toda a Vida, que envolve ensino fundamental, ensino médio, graduação universitária e pósgraduação. Ou seja, a pessoa pode crescer e viver nesse campus por toda sua vida e demonstrar que a educação é um exercício para a vida inteira.

a gente atrai o interesse das crianças para a Ciência, desmistificando a prática do método científico

Educação em Revista – Como teve início esse projeto? Miguel Nicolelis – Minha avó Lígia, que sempre foi minha grande fonte de inspiração, disse, quando fui embora do Brasil, exilado voluntário, que “a gente vai embora do Brasil, mas o Brasil não vai embora da gente”. Foi isso o que ocorreu comigo quando eu senti que havia a possibilidade de retornar ao país e participar do processo que a minha geração foi castrada da oportunidade de tentar construir. Isso foi há oito anos, quando eu percebi que havia disposição, no Brasil, de construir aquela nação do futuro, cujo futuro jamais chegava. Sempre achei até criminoso o fato de os cientistas brasileiros que vivem fora do país não terem condições de dar alguma contribuição para a construção do Brasil. Evidentemente que a gente não pode fazer muito, mas podemos fazer algo. A ideia foi exatamente essa: demonstrar que o talento humano está em qualquer lugar, só precisa de oportunidade para se manifestar, e a ciência pode ser essa oportunidade. E foi aí que eu e o meu então aluno Ciberta Ribeiro, hoje professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, resolvemos começar esse sonho de ciência no Brasil, especialmente em Natal. Educação em Revista – Os professores que fazem parte desse projeto têm uma formação especial? Miguel Nicolelis – Eles estão sendo formados pela nossa equipe, liderada pela professora Vera Montenegro, uma especialista em formação de professores. Nós capacitamos nossa equipe docente dentro de uma filosofia humanística e de uma filosofia científica. Também estamos criando uma nova escola de professores de Ciência. Um dos grandes sonhos que tenho é desenvolver um mecanismo de formação de professores de Ciência, completamente diferente do que acontece hoje. Educação em Revista – Como se dá o processo de aprendizagem? Miguel Nicolelis – Nossa escola de educação científica está no distrito educacional brasileiro considerado o pior do Brasil, porque lá estão as quatro piores escolas ranqueadas pelo MEC. Para comprovar nossa teoria, nós extraímos mil crianças dessas escolas e, no período oposto à escola pública, colocamos esses meninos e meninas não numa escola, como eles dizem, mas num parque de diversões, cheio de laboratórios como o meu. Essas crianças aprendem ciência como eu: fazendo ciência. Elas aprendem os grandes conceitos da Ciência moderna realizando experimentos que vão fazer com que elas associem o conhecimento assim como o cérebro da gente associa. Na nossa escola, elas têm oficinas de robótica, ciência e tecnologia, química, física, biologia, história, ciência, multimídia e informática. Além do conhecimento desenvolvido nesses espaços, nossas crianças aprendem que são capazes de qualquer coisa. Porque se um homem chamado Santos-Dumont voou, todas elas são capazes de realizar os seus próprios voos, sejam eles quais forem. Elas aprendem que o impossível é factível, pois se a paixão e a devoção a uma causa é posta, até na periferia de Natal se faz neurociência de Primeiro Mundo.

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Clleber Passus

CLLEBER PASSSUS/FRONTEIRAS DO PENSAMENTO

Educação em Revista – Na UFRJ, há um trabalho de extensão para ensinar Ciência a professores e estudantes de ensino médio. E foi constatado que nem mesmo os universitários sabem o que é fazer Ciência. Qual sua opinião? Miguel Nicolelis – Se eles têm um conceito de Ciência equivocado, como os pobres alunos vão ter conceitos corretos, não é mesmo? Encontro pelo mundo afora professores universitários que se dizem cientistas e que têm uma visão equivocada de Ciência, por isso não me surpreendo com essa informação. O que a gente fala não é só Ciência do ponto de vista de ensinar a tabela periódica ou a fórmula química do DNA. Isso faz parte da Ciência, evidentemente, mas o que estamos ensinando em nossa escola de Natal é o prazer da descoberta. A criatividade, a originalidade e a ousadia são qualidades de cientistas e também de pessoas que não lidam diretamente com pesquisa. Você não precisa ser cientista para fazer Ciência. O método científico casado com uma visão humanística da sociedade é que produz a reação catalítica desse nosso projeto educacional.

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Educação em Revista – E como se faz isso? Miguel Nicolelis – É importante mostrar para as crianças como a Ciência é importante na vida delas e dos demais, para explicar de onde a gente veio, de onde veio tudo o que está a nossa volta e para onde vamos, qual é o futuro do nosso planeta, da nossa espécie. Conscientizá-los de que quando eles votam em alguma decisão, eles têm que ter o conhecimento de base desta questão: O que nós vamos fazer com a Amazônia? O que nós vamos fazer com nossas reservas de petróleo? Qual é o futuro desse país em termos de Ciência Ambiental? Que exemplo o Brasil vai dar para o resto do planeta em termos de conservação? Todas são questões essenciais que, para você decidir democraticamente, você tem que entender qual é a questão que está por trás de tudo isso e os interesses também. Gosto de dizer que nossa escola é uma escola de cidadania, onde a Ciência é aliada ao humanismo, define o método pedagógico, mas o produto final não é o cientista, é o cidadão.

Educação em Revista – A escola tem pós-graduação? Miguel Nicolelis – Temos pós-graduação em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte e nós vamos casar tudo isso. O plano – com apoio do MEC – é termos o projeto de Educação Para Toda Vida mesmo: a mãe entra no Campus, faz o pré-natal, o bebê nasce na maternidade dentro do campus e já está matriculado no berçário, depois vai para o maternal... Ele cresce numa escola de ensino regular em tempo integral. Lá ele vai ter um parque esportivo, área para lazer, museus, áreas para música, para todo o desenvolvimento natural de criatividade. Por isso chamamos de Campus do Cérebro. Concluída essa etapa, o jovem pode entrar para a graduação da Universidade Federal e fazer a pós-graduação. Ou seja, ele pode completar o ciclo inteiro de educação, da gestação à pós-graduação, dentro do Campus do Cérebro. Essa é a ideia. Educação em Revista – O senhor ressalta a importância de esse projeto ter sido levado a uma cidade como Natal. Pode explicar o porquê? Miguel Nicolelis – Natal foi um grande experimento social para demonstrar que o talento científico está em qualquer lugar do Brasil e em qualquer lugar do mundo. O fato de 70%, 80% da produção científica brasileira se concentrar na cidade de São Paulo é uma anomalia de um modelo de desenvolvimento científico que foi feito no Brasil nos anos 60 e 70. Esse modelo alijou boa parte da população brasileira, tanto da produção de conhecimento de ponta quanto da oportunidade do consumo desse conhecimento de ponta. O Estado de São Paulo se desenvolveu do ponto de vista econômico porque foi criada a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) nos anos 60, importante agente catalisador de desenvolvimento. A Fundação foi criada com investimento de longo prazo, com desenvolvimento continuado tecnológico para o Estado. A questão não é só falta de investimento econômico. Esse modelo não permitiu que se acreditasse que outras regiões tivessem o capital humano necessário para fazer ciência, o que é uma balela, uma falsidade. Por isso, Natal está sendo uma demonstração categórica de que a gente pode fazer Ciência de ponta em qualquer lugar do país desde que haja método, programação, projeto, administração, recurso. Educação em Revista – O senhor critica a burocratização brasileira em todos os níveis. Isso pode emperrar o fazer científico do nosso país? Miguel Nicolelis – Ele emperra até hoje. Vivemos no cartório medieval português, num sistema colonial de operacionalização da máquina burocrática tanto privada quanto pública. Passei 21 anos nos Estados Unidos e nunca fui num cartório. Aqui você tem que provar que é inocente antes de qualquer coisa. Essa burocratização é terrível. As mesmas leis que regem a concorrência de uma hidrelétrica no Rio Araguaia regem as concorrências da compra de um equipamento que custa 10 mil reais. Não é possível você manter uma legislação igual para coisas diferentes, isso emperra demais o nosso desenvolvimento. Entretanto, entendo que faz parte do processo de crescimento de uma sociedade. Acredito que o Brasil está pulando etapas em várias áreas, mas precisa desamarrar o processo burocrático de prática da Ciência, porque na hora em que isso acontecer, a Ciência brasileira vai dar um salto quântico, uma explosão quântica de qualidade e de disseminação do país inteiro. Para dizer que basta de entraves burocráticos ao desenvolvimento, no entanto, é preciso ter coragem, pulso e decisão política.


PROJETO Americano cria projeto de iniciação científica

C

om o propósito de responder às perguntas feitas pelos alunos do ensino médio a respeito das causas e consequências do aquecimento global, o Colégio Metodista Americano de Porto Alegre criou um projeto de iniciação científica, em 2007, sob a coordenação do professor José Ramiro L. Maciel. A instituição identificou a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre o tema e tomar uma posição frente à situação em função dos constantes resultados divulgados pelos cientistas que compõem o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Os trabalhos se iniciaram com a seleção de 12 alunos para pesquisar energias limpas e renováveis e suas transformações. Ao longo do primeiro ano, os jovens montaram kits e maquetes que demonstravam o efeito estufa e as transformações de energia, e contruíram um coletor solar. O objetivo era a construção de uma casa ecológica que funcionasse com essas fontes sustentáveis. Em 2008, os resultados das pesquisas culminaram na construção da “Casa Inteligente”, que funcionava com o uso de energias solar e eólica. Com três andares, a maquete era totalmente iluminada pelo sol durante o dia, possuía um rádio e um elevador que operavam com energia renovável, um coletor solar para aquecimento de água e um gerador eólico. Além disso, um carro movido com energia do sol, iluminação externa durante a noite, jardins e horta com verduras. No final de 2008, a casa foi apresentada na Mostra Cultural do Americano, recebeu o prêmio máximo no III Salão UFRGS Jovem e conquistou espaço em jornais – Correio do Povo e Jornal do Comércio –, sites e na TV Educativa. O projeto teve sua continuação em 2009 com novos alunos que retomaram os estudos e deram andamento às pesquisas. O grupo ampliou o projeto com a construção de um coletor

Pedidos de oficinas para montar coletores solares aumentaram

solar residencial feito de material reciclado, com capacidade para aquecer 200 litros de água. O sistema foi testado ao longo do ano e apresentado no IV Salão UFRGS Jovem, onde também foi premiado. Relatos de familiares e amigos mostram a mudança de hábitos desses alunos em suas casas e na sua comunidade no que se refere aos cuidados com o meio ambiente e a preocupação em repassar essas atitudes para outras pessoas. “Temos agora alunos mais conscientes, solidários e que levam à comunidade soluções para problemas de relevância, como o aquecimento global. Diretamente, através de mostras culturais e salões de iniciação científica, já atingimos mais de 10 mil pessoas”, afirma Maciel. “Com esta oportunidade conseguimos pôr em prática o que aprendemos em sala de aula. Analisando os resultados das nossas pesquisas sobre aquecimento global, concluímos que podemos contribuir para diminuir os impactos causados pela queima de combustíveis fósseis utilizando energias limpas”, destacam Lauren Goulart e Pedro Chicon. Atualmente, novos alunos integram o grupo de iniciação científica e projetam aquecedores solares mais eficientes para tornar a “Casa Inteligente” mais bem equipada com energias limpas e renováveis. “Estamos estudando o efeito estufa, isolamentos térmicos eficientes (de baixo custo) e a construção de um fogão solar”, contam os jovens. Após as primeiras divulgações do projeto, o número de pedidos de oficinas para montagem de coletores solar e conscientização de pessoas aumentou de forma surpreendente. Para atender pedidos de entidades carentes, escolas e ONGs, o grupo planeja oficinas para ampliação do projeto, capacitando um número maior de pessoas para enfrentar esses desafios. Desta forma, pode-se contribuir para formar cidadãos mais conscientes, que defendam a sustentabilidade do planeta.

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Talita Assis/Imprensa Feevale

IES

Engnatv incentiva estudantes de ensino médio a optar por cursos de Engenharia e Ciências

Unidade móvel leva Engenharias a estudantes do Vale do Sinos das Ciências e publicação de um livro que aprofunda os temas apresentados nos vídeos. Também estão previstos o lançamento de um site, que divulgará os vídeos e o livro do projeto, e a capacitação de professores das escolas estaduais de Novo Hamburgo. O Engnatv é realizado em parceria com a 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha e Escola de Aplicação Feevale, com financiamento desde 2007 pelo governo federal, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). As escolas interessadas em receber a unidade móvel podem fazer agendamento pelo e-mail morgana@feevale.br ou pelo telefone (51) 3586-8800, ramal 8615 ou 8681. A história do projeto, vídeos e outras informações podem ser acessados pelo endereço eletrônico www.feevale.br/engnatv.

Talita Assis/Imprensa Feevale

O

projeto de extensão Materiais e Ferramentas para o Ensino Médio – Engenharia na TV (Engnatv), desenvolvido pela Feevale, tem circulado em diversas escolas públicas e privadas do Vale do Sinos com o objetivo de incentivar os estudantes de ensino médio a optar por cursos de Engenharia e Ciências no ensino superior. Em maio, o Engnatv ganhou um reforço: um motorhome equipado com televisão, computadores e softwares. A unidade móvel permite a apresentação, nas escolas, de propostas didáticas e experiências práticas que envolvem aspectos da ciência e da tecnologia ligados à Engenharia e englobam as áreas de Física, Química, Matemática, Biologia e Informática. Diversas ações estão associadas ao projeto Engnatv, entre as quais oficinas para alunos formandos do ensino médio, produção de vídeos que discutem aspectos gerais das Engenharias e

Professora da Setrem contribui em renomada obra da psicologia A professora do curso de Psicologia da Sociedade Educacional Três de Maio (Setrem) Jeane Borges, que juntamente com as psicólogas Samara dos Santos, Jane Padilha, Angela Ruschel, Sandra Côrrea da Silva e Débora Dell’Aglio apresenta o relato de uma experiência grupal de intervenção em casos de abuso sexual infantil, contribuiu com a obra “Avanços em Psicologia Comunitária e intervenções psicossociais”, lançada pelo doutor pela University of Iowa e professor titular da UFRGS Cláudio Simon Hutz, pela Editora Casa do Psicólogo A obra é parte de um projeto iniciado em 2002 com o apoio da International Society for the Prevention of Child Abuse and Neglect (ISPCAN), cujo objetivo é produzir material atualizado para profissionais que atuam na área da saúde comunitária. Um dos 10 capítulos do livro é de autoria de Jeane Borges. “Compartilhamos um projeto-piloto de atendimento em grupo para meninas vítimas de abuso sexual e suas mães, desenvolvido no Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas, de Porto Alegre.” As psicólogas discutem a dinâmica do abuso, suas consequências no desenvolvimento infantil e a importância do suporte emocional. Jeane enfatiza que o atendimento em grupo em serviços públicos mostrou-se efetivo, pois permite um espaço de aprendizagem e de trocas, fortalecendo a rede de apoio da família.

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Motorhome é equipado com televisão, computadores e softwares

Jeane Borges relata projeto desenvolvido no Hospital Presidente Vargas, de Porto Alegre


UCS promove as engenharias por meio do EngFUT “Ainda não decidi que curso vou fazer, mas visitar os laboratórios e ver como funciona toda essa parte prática da engenharia ajuda bastante. Temos mais clareza do que é a profissão.” O comentário da estudante Manuela Restelatto Sandi, 14 anos, do Instituto de Educação Cenecista de Antônio Prado, resume um dos objetivos do Projeto Engenheiro do Futuro (EngFUT), desenvolvido pela Universidade de Caxias do Sul (UCS): estimular estudantes de ensino médio e seus professores a vivenciar situações de aprendizagem próprias das engenharias. Juntamente com colegas, Manuela participou de uma oficina de Produção Fermentativa de Álcool Etílico Hidratado, realizada no Laboratório de Microbiologia do Centro de Ciências Agrárias e Biológicas da universidade, em maio. Acompanhados do professor de Biologia da escola e egresso da UCS Guilherme Brambatti Guzzo, os estudantes do Instituto de Educação foram recebidos pelos docentes e estudantes de pósgraduação que atuam no laboratório e puderam acompanhar processos como a avaliação do crescimento e produção do etanol, a visualização das células de leveduras, o cultivo em um biorreator e a destilação final. As visitas à estrutura física da UCS são uma das ramificações do EngFUT, desenvolvido desde 2009 em parceria com a 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ª CRE) e empresas da região, com financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia (Finep). O projeto está focado em dois eixos básicos: no professor, que aperfeiçoa seus conhecimentos e aprimora seu fazer pedagógico; e no aluno, incentivado pelo convívio com o universo das engenharias a expandir seus talentos em carreiras científicas e tecnológicas. Para despertar a curiosidade dos estudantes aliando prática, teoria e motivação interdisciplinar, a UCS promoveu, ainda, a primeira edição do Rally Científico, nos dias 12 e 13 de junho. A iniciativa paralela do EngFUT mobilizou nove escolas de Caxias do Sul e reuniu cerca de cem estudantes. O coordenador do evento, professor de Engenharia Química José Arthur Martins, explica que mais do que promover a integração com alunos e professores de escolas de ensino médio públicas e particulares, o rally quer dar visibilidade e impulsionar talentos. “Queremos contribuir para que todo esse potencial dos alunos para as ciências exatas seja desenvolvido”, completa Arthur.

Projeto da Unisc beneficia pacientes oncológicos O projeto Reabilitação de Pacientes Oncológicos, desenvolvido pela parceria dos cursos Fisioterapia e de Odontologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e do Centro de Oncologia Integrado (COI) do Hospital Ana Nery, presta atendimento gratuito e imediato às pessoas com câncer fora do âmbito hospitalar, com objetivo de conferir maior qualidade de vida a esses pacientes. De acordo com a coordenadora-geral do projeto, professora Dulciane Paiva, os números mostram a aceitação dos pacientes. Só na Fisioterapia, 40 pessoas foram beneficiadas em 598 atendimentos, no ano passado. Em 2010, já participam 30 pacientes. O tratamento ocorre tanto no solo quanto na água, com o objetivo de aliviar dores musculares, retrações articulares, linfedema e dificuldades respiratórias, entre outras complicações que podem estar relacionadas ao câncer. Para a paciente Beloni Dick, de 54 anos, os problemas de dores na coluna e no nervo ciático, além de dores no braço, em decorrência

da cirurgia na mama, foram minimizados. “Estou no projeto desde o final do ano passado. Venho lá de Pinheiral para essa manhã de terça-feira, pois é o meu tempo especial. Sinto muita falta quando não posso vir”, conta. Para Ieda da Rocha, de 55 anos, que descobriu o câncer de mama em 1999 e participa do projeto desde a metade do ano passado, o principal ganho está em sair da rotina e conviver com as outras pacientes e as bolsistas do projeto. “Vir aqui aumenta a minha autoestima. Esse ambiente é muito acolhedor.” Nove acadêmicos da Fisioterapia e sete da Odontologia participam do projeto. De acordo com o professor José Luiz Piazza, o papel da Odontologia é examinar a cavidade bucal do paciente antes do início do tratamento para o câncer. “A boca é acometida por lesões em decorrência da quimioterapia, então devemos remover qualquer foco infeccioso antes do início das seções.” Em 2009, o curso de Odontologia atendeu a 360 pacientes e realizou 800 procedimentos.

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Divulgação/Instituto Marista Graças

ESPECIAL CEED suspende credenciamento de cursos técnicos EAD em saúde

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m julho, o Conselho Estadual de Educação (CEED) fez um alerta à sociedade sobre os cursos técnicos a distância (EAD) oferecidos na área da saúde. A Resolução nº 309 suspende o recebimento de novos pedidos de credenciamento de instituições de ensino e de autorização para o funcionamento dessa modalidade de curso por prazo indeterminado. As escolas já credenciadas poderão encaminhar novo pedido, mas passarão por avaliação que determinará a continuidade ou não do serviço oferecido. O Conselho justifica que a modalidade EAD carece de muitos ajustes para que seja amplamente aproveitada e supere desconfianças e resistências em relação à qualidade da sua oferta – embora pareça ser promissora e capaz de romper os paradigmas da escola convencional. “Algumas áreas são mais suscetíveis à desconfiança, como a saúde, incluindo-se aí a Enfermagem e a Radiologia”, alega o presidente do CEED, Carlos de Brum. Na visão do conselheiro Dorival Fleck, o argumento maior para a decisão tomada pelo CEED é que os profissionais desse segmento precisam desenvolver habilidades impossíveis de alcançar a distância. “Como são profissões que envolvem a intervenção no paciente, a responsabilidade por garantir o pleno desenvolvimento das competências necessárias para tanto é, em última análise, de quem credencia para a oferta do curso, isto é, do Conselho”, afirma. A presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren/RS), Maria da Graça Piva, comemora a medida por acreditar que o Estado não tem estruturas adequadas para a formação de Técnicos de Enfermagem por meio de cursos a distância. “Por se tratar da formação de profissionais que vão cuidar da saúde e da vida das pessoas, são necessárias aulas presenciais com acompanhamento de professores enfermeiros e aulas práticas supervisionadas pelos mesmos, assim como estágios supervisionados”, declara. O Coren/RS teme a substituição das aulas práticas por visitas técnicas em hospitais, o que não agrega o conhecimento necessário para o exercício profissional do Técnico em Enfermagem.

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Fleck garante que a determinação não se estenderá aos demais cursos técnicos na modalidade a distância, regulados pela resolução nº 300 do CEED. Porém, faz algumas observações com relação aos recursos necessários para que se tenha educação a distância, de fato. “A questão da educação a distância é, com certeza, uma questão de metodologia. Não é possível aplicar os mesmos métodos da educação presencial. Uma universidade pode oferecer um curso – que ela denomina de educação a distância – colocando estudantes de cidades distantes sentados diante de um monitor, assistindo em tempo real a uma aula que está sendo dada numa sala da universidade, naquele instante. Ora, isso é aula a distância, mas não educação a distância. É necessário aparelhar-se cientificamente de metodologias próprias, aplicáveis a EAD”, pondera. Outra questão levantada por Fleck refere-se à dificuldade de acesso dos alunos aos recursos da informática. “Muitas vezes o aluno depende de oferta de acesso externo. Então, é ilusório imaginar um curso com base exclusiva na Internet.” Ele ainda alerta para o fato de o aluno não saber estudar, “muito menos estudar sozinho”. Nos Estados Unidos, as universidades que oferecem EAD têm um curso básico obrigatório para ensinar a estudar a distância. “Quem não conseguir desempenho satisfatório nesse curso não tem acesso aos cursos profissionalizantes.” A especialista em supervisão escolar Célia Silveira lembra que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional defende a importância da prática aliada à teoria, o chamado “aprender fazendo”, portanto pode haver mais mudanças nas estruturas dos cursos a distância. “Entendemos que as mudanças virão, e sempre para melhorar os cursos e a educação que deles decorrem. Mas é importante ressaltar que só se muda alguma coisa quando esta é colocada em prática e avaliada por toda a sociedade. É o que está acontecendo neste momento no país. A aplicabilidade da nova LDBEN tem trazido questionamentos de diferentes instituições, mesmo as aparentes não ligadas à educação”, afirma. A Resolução CEED nº 309/2010 na íntegra pode ser conferida no site www.ceed.rs.gov.br.


INSTITUCIONAL SINEPE/RS oferece novo serviço de assessoria

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SINEPE/RS passou a oferecer, em julho, um novo serviço às instituições associadas, voltado para a área pedagógica e de legislação educacional. A assessoria direcionada a esses dois segmentos agrega valor ao trabalho já realizado nos setores jurídico, de gestão e de comunicação e marketing, e busca atender às aspirações e necessidades das instituições de ensino de inovação permanente e qualificação dos serviços oferecidos. A área é coordenada pela Pedagoga e Mestre em Educação Naime Pigatto. Especialista em Psicopedagogia e Direito da Criança e do Adolescente, ela foi docente, supervisora dos estágios curriculares e coordenou o curso de Pedagogia da Ulbra/Carazinho. Também foi professora do curso de Pedagogia da Faculdade de Pato Branco (PR) e coordenou a Universidade Aberta à Terceira Idade da mesma instituição. A ênfase do seu trabalho tem sido o planejamento e a organização curricular globalizados, bem como o estudo das políticas educacionais.

O setor irá assessorar as instituições associadas nas implicações pedagógicas decorrentes das Leis e das decisões do Ministério da Educação, e dos Conselhos Nacional e Estadual de Educação. Também irá promover eventos, como o encontro com coordenadores pedagógicos da Educação Básica e da Educação Superior para discutir a contribuição e o papel desses profissionais diante de tantas novidades na legislação educacional. “Hoje é fundamental o estudo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional pelos profissionais que atuam nas instituições de ensino. Essa legislação é ampla e requer o olhar criterioso de quem realmente planeja, vivencia e se preocupa com o futuro da educação brasileira”, explica Naime. O setor presta atendimento às instituições associadas da Educação Básica ao Ensino Superior nas terças e quartas-feiras, nos turnos da manhã e da tarde. O serviço é oferecido pelo telefone (51) 3213-9090 ou na sede do SINEPE/RS – Av. Borges de Medeiros, 308, conj. 184 – 18º andar, Centro – Porto Alegre –, com agendamento pelo e-mail pedagogico@sinepe-rs.org.br.


Alunos contam com uma área ampla para a prática de esportes

MEMÓRIA

Prédio antigo Do Colégio Cenecista Frederico Michaelsen

Frederico Michaelsen faz parte da história de Nova Petrópolis

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Colégio Cenecista Frederico Michaelsen foi fundado em 27 de agosto de 1960 para atender a uma demanda da comunidade de Nova Petrópolis, que não tinha acesso ao curso ginasial da época. Os jovens tinham que estudar em outro município, os recursos para custear o transporte eram escassos e as estradas precárias, o que dificultava a continuidade dos estudos naquela época. As lideranças locais tiveram papel fundamental para a implantação do Ginásio Frederico Michaelsen, nome escolhido para homenagear o primeiro professor público de Nova Petrópolis. O prefeito, o viceprefeito, o presidente da Câmara dos Vereadores, a Diretoria Estadual da Campanha Nacional de Educandários Gratuitos e mais 125 pessoas do município reuniram-se em assembleia para a fundação de um ginásio noturno gratuito, fato histórico em Nova Petrópolis. A trajetória do município foi marcada profundamente pelo Frederico Michaelsen, que contribuiu para o crescimento e o desenvolvimento do município e sempre foi valorizado pela comunidade. Atualmente, as necessidades da comunidade de Nova Petrópolis levaram os dirigentes da escola a, novamente, buscar soluções: o resultado foi a implantação da Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis (Facenp), que funciona no turno da noite, nas

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mesmas dependências da escola. Essa sinergia tem sido vital para a melhoria da infraestrutura da escola. São duas instituições que se apoiam por meio da geração de recursos compartilhados, gerando benefícios para ambas. A qualidade sempre foi o diferencial do Frederico Michaelsen, o que se comprova pelos resultados alcançados. No último resultado divulgado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o colégio é apontado como a melhor escola da Serra gaúcha e ocupa a sexta posição no ranking estadual. Também aparece em posição de destaque nos exames internos de avaliação da Rede CNEC. A instituição credita a qualidade de ensino do Frederico Michaelsen à competência da equipe de professores. O colégio preparou uma grande festa para comemorar o aniversário de 50 anos: um jantar baile para integrar toda a comunidade escolar e festejar as conquistas e vitórias da instituição. Também houve homenagem na Câmara Municipal e uma semana de comemorações, com jogos e competições esportivas. O Colégio Cenecista Frederico Michaelsen está de aniversário, mas a cidade de Nova Petrópolis também está de parabéns, pois conta com uma instituição de ensino comprometida com suas necessidades e com o seu desenvolvimento.


Atualmente, as dependências da instituição abrigam o colégio e a Facenp

Um amor incondicional Estudamos no Colégio Cenecista Frederico Michaelsen de 1961 a 1967. Mas tudo começou bem antes, com a preocupação de como continuar os estudos, já que não havia nenhuma instituição de ensino que oferecesse o antigo ginásio – 5ª a 8ª séries – na cidade. Essa angústia dos jovens e a vontade de continuar os estudos motivaram várias pessoas abnegadas a batalhar por uma instituição que oferecesse esse tipo de ensino. Vencida esta etapa, houve um novo movimento para instituir o curso técnico em contabilidade. Novamente, o mesmo grupo de jovens continuou seus estudos. Formamo-nos Técnicos em Contabilidade. Mas queríamos mais. Então continuamos os estudos numa área completamente diferente desta – Humanas –, no Curso de Letras - Português e Inglês na Universidade de Caxias do Sul. Vários foram os episódios marcantes dos primeiros anos na nova escola. Além do trabalho dedicado dos mestres, funcionários e direção, as formaturas foram um marco na vida de todos os concluintes, pois o que era apenas um sonho tornou-se realidade graças aos esforços de todos. Na formatura do Ginásio, houve o primeiro culto ecumênico da cidade, que marcou a comunidade. O lado humano sempre esteve muito presente nesse período de estudos no Frederico Michaelsen. Algumas amizades do colégio continuam até hoje entre os alunos e também entre os professores. Somos amigos e colegas até hoje. Reunimo-nos, a primeira turma de contabilidade, uma vez por ano, na época do Natal, para confraternizar e reforçar os laços de amizade e coleguismo, e reconhecer o que essa instituição fez por nós. Éramos felizes e agradecidos por aquilo que a escola nos proporcionava. Reconhecíamos o esforço dos administradores e professores, e contribuíamos com a nossa parte. Foram anos de muito estudo, mas, sem dúvida, de muito apoio e incentivo por parte de todos. Sempre fomos alunas muito estudiosas, pois sabíamos qual era o nosso objetivo e tínhamos um caminho para chegar até ele. A maior surpresa aconteceu em 1969, quando fomos convidadas a fazer parte do corpo docente da escola, onde estamos até hoje. O vínculo com a escola foi aprofundado e se tornou ainda mais forte. Temos um grande amor e respeito pela instituição. Queremos que o Frederico Michaelsen seja cada vez mais reconhecido e admirado como instituição, pela sua qualidade de ensino e pelo calor humano. Os nossos professores, embora alguns não tivessem uma formação específica para atuar na área de educação, eram respeitados e admirados, pois reconhecíamos o seu esforço e dedicação. Os tempos mudaram. A escola evoluiu. Temos professores habilitados, apoio de vários profissionais e recursos de última geração. Mas uma coisa não mudou: o amor, a admiração e o respeito que temos pela escola, pelos alunos e o comprometimento com um ensino de qualidade e a valorização do ser humano. Iris e Iria Drechsler Ex-alunas e Professoras

Laboratório de ciências é um dos avanços ao longo dos 50 anos

Iris e Iria Drechsler

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CAPA

A geração digital chegou à sala de aula A

s escolas mudaram ao longo do tempo, modernizaramse. Os professores estão, cada vez mais, em busca de aperfeiçoamento, reciclagem e incorporação de novas técnicas de ensino-aprendizagem. E os recursos tecnológicos são, em ambos os casos, aliados, parceiros da modernização dos ambientes nas instituições de ensino e no acesso desses professores à informação. Mas contribuem, também, para uma mudança bastante radical num terceiro eixo: os alunos, que, com o advento da internet, games e seus derivados, chegam às salas de aula com um novo perfil, desafiando técnicas e professores. É a chamada geração digital, que nasceu “conectada” à internet, num contexto de informações múltiplas, e apresenta um comportamento diferente da geração anterior. É um jovem rápido, flexível, que faz conexões complexas de forma fácil e que tem facilidade de aprender a utilizar qualquer novo equipamento ou software, explica o mestre em comunicação e professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) João Matta. “Esse jovem é muito intuitivo com relação ao uso da tecnologia. Não precisa pensar muito, experimenta – o que pode ser positivo sob determinado ponto de vista.” Por outro lado, são alunos que, não raro, acreditam mais no Google do que em seu professor. “São capazes de não acreditar em estudiosos legitimados pela ciência em detrimento de um site qualquer, com um texto meramente opinativo. É o grande risco para esse aluno”, alerta.

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A mestra em educação e professora da Universidade de Caxias do Sul (UCS) Cristina Pescador, que pesquisa as ações de aprendizagem utilizadas pelos nativos digitais, concorda com a existência dos dois polos. “É inegável que a facilidade de acesso à informação que temos hoje tanto pode ser algo positivo como negativo. Positivo, porque o jovem hoje pode ir atrás da informação que lhe interessa com mais facilidade e ele tem interesse em compartilhar o que sabe e contribuir para o aprendizado do outro.” Segundo ela, informalmente, eles se valem de ações colaborativas e cooperativas, criando fóruns com dicas para games, uso de equipamentos, instalação de software, criando comunidades online em que ensinam uns aos outros a resolver situações que eles mesmos já enfrentaram. “Um comportamento que gostaríamos de ver em nossas salas de aula.” No entanto, diante do volume de informação a que têm acesso, os estudantes dessa geração acreditam que já detêm o conhecimento, observa Matta. “O aluno da era digital não está habituado a ler, a compreender e a se aprofundar em quase nada. Ter ouvido falar, ou melhor, ter lido três linhas a respeito de um determinado assunto já dá a ele a falsa sensação de já saber algo sobre o tema e querer mais novidades. Essa geração é movida a novidades, mesmo que sejam requentadas por uma embalagem bem trabalhada ou por um discurso com uma linguagem mais descolada.” Para Matta, o aluno da geração digital


Sabrina Bauer/Colégio La Salle Santo Antônio

apresenta muita facilidade para usar a tecnologia, qualquer que seja ela, ao mesmo tempo em que não consegue aprender, pois “acha que já sabe o que apenas ouviu falar”. A especialista em neurociências Elvira Souza Lima chama a atenção para o fato de que as diferenças de comportamento entre as gerações não podem ser atribuídas somente à tecnologia. “O desenvolvimento cultural da humanidade sofre, de fato, o impacto da tecnologia. Ainda estamos aprendendo a utilizá-la e, também, entender as mudanças provocadas por ela. No entanto, é simplificação não considerar inúmeros outros fatores que formam o comportamento do jovem.” Mais do que aprender como funciona uma série de equipamentos, essa geração se adapta facilmente às mudanças, dado que os equipamentos evoluem rapidamente. “Esses equipamentos causaram, sem dúvida alguma, modificações profundas nos eixos de espaço e tempo da vida contemporânea. E, também, modificaram o uso da memória, uma vez que vários deles ‘funcionam’ como uma memória externa.” Como essa geração aprende, então, sob os aspectos da neurociência? Os processos biológicos da espécie envolvem atenção, percepção, memória e imaginação, explica Elvira, além do desenvolvimento cultural. “Os padrões de percepção e atenção formados pelo uso contínuo do computador apresentam lacunas em relação ao que se precisa para trabalhar os conhecimentos formais. Assim, atividades escolares que eduquem a atenção são hoje necessidades curriculares que não se faziam necessárias antes.” Segundo a especialista, apesar da quantidade de informação disponibilizada pela internet, o aluno deve aprender a selecionar, organizar, para que forme memórias de longa duração. “Isso depende, em grande parte, da docência. No que tange à imaginação, essa é uma geração que se socializa desde o primeiro

ano de vida com a vivência de imagens em movimento, imagens sonorizadas e cria, assim, acervos na memória. No entanto, é uma geração pouco mobilizada para criar suas próprias imagens, exercer a atividade lúdica de imaginar. Esse é um ponto importante para a educação: há a necessidade de fornecer situações em que a imaginação seja desenvolvida.” Cristina começou a pesquisar os nativos digitais a fim de identificar quais as suas ações enquanto interagiam informalmente em seus computadores. “O que me intrigava era o fato de ouvir constantemente, em minhas aulas de inglês, relatos de alunos falando sobre coisas que aprendem com seus videogames e games online.” A psicóloga escolheu um game para a etapa de observação, com o intuito de poder enxergar a tela sob uma perspectiva parecida com a do nativo, mesmo que seu olhar fosse de uma “imigrante digital”. A seguir, entrevistou os jovens, apresentando trechos videogravados dessas interações. “Pude perceber algumas coisas interessantes, como o modo que exploram o game. Um imigrante digital provavelmente começaria pelo tutorial, a fim de descobrir as regras e o funcionamento do jogo. O nativo digital aprende fazendo.” Segundo ela, autores como Prensky e Oblinger chamam isso de aprendizagem exploratória – uma alternativa interessante para levar em consideração ao planejar atividades em sala de aula. “Em vez de aulas expositivas, poderíamos propor perguntas e tarefas em que os alunos tivessem que descobrir as respostas, o funcionamento de determinados sistemas, equipamentos, etc. Tudo dependeria de uma atitude de disponibilidade e um pouco de criatividade do professor para ceder esse espaço de exploração e descoberta a seus alunos. Não é uma atitude fácil, mas também não é impossível.”

Nativo digital x imigrante digital Nativos digitais e imigrantes digitais são termos criados por Marc Prensky, há cerca de dez anos, e explicam as diferenças culturais entre os que cresceram na era digital e os que não. Os primeiros, por causa de sua experiência, têm diferentes atitudes em relação ao uso da tecnologia, e não conseguem imaginar o mundo sem a internet. Os que nasceram antes da era digital são imigrantes, fazem uso da internet e aprendem, aos poucos, o que os nativos “já nasceram fazendo”.

Além de saber usar as ferramentas da web, é preciso definir o que se pretende com elas

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Carlos Ismael Moreira/Colégio Metodista Americano

Mais do que aprender como funciona uma série de equipamentos, essa geração se adapta facilmente às mudanças

Como os nativos digitais aprendem O aluno da geração digital tem perfis múltiplos, com performance para fazer diversas coisas ao mesmo tempo – consegue falar ao msn, atualizar seu perfil no Orkut, twittar o que está fazendo, compartilhar fotos no Flickr, baixar arquivos, ouvir música, além de assistir televisão, entre outras coisas. Está acostumado com a linguagem hipermidiática, que abrange sons, imagens, textos, vídeos, tudo ao mesmo tempo e em forma de hipertexto, criando assim uma grande rede para transitar, explica a pedagoga com atuação em Informática Educativa Patrícia Grasel Silveira. “Essa geração está acostumada a um trânsito que explora diferentes caminhos e conexões ao mesmo tempo, onde a instantaneidade, interatividade, criatividade e autonomia são pontos a serem considerados positivamente, pois exigem mais do lado cognitivo para fazer as relações com sentido.” Isso não significa, no entanto, que não consigam manter o foco. “É possível manter o foco, tanto que grande parte das ferramentas oferecidas no ciberespaço foi construída colaborativamente por jovens e adolescentes, e não apenas por adultos, como se imagina”, afirma Patrícia. O desafio está para os professores, que são exigidos a falar próximo da linguagem deles. “Para isso, é imprescindível que eles estejam atentos ao cenário desses alunos. Não adianta querer que os alunos tenham foco quando a linguagem apresentada a eles está completamente distante da realidade na qual estão inseridos. A forma de aprender mudou e a forma de ensinar precisa mudar também. Não são um quadronegro e um giz que vão chamar a atenção deles.” O especialista em conflitos de gerações e autor do livro Geração Y – O nascimento de uma nova versão de líderes, Sidnei Oliveira, expõe o mesmo problema. “Não são as crianças que estão com déficit de atenção. Na verdade, há um déficit de ‘modelos de chamar a atenção’. A criança está superestimulada com toda a forma de videogames, televisão, então não tem vontade de se fixar num modelo de aprendizado. Entre assistir a uma aula tradicional e a um programa superproduzido, o que você prefere? A competição é injusta.” Para ele, o professor precisa ganhar intimidade com o mundo dos alunos, entrar no universo deles. “Quando falo na ‘fazendinha’, o professor tem que saber o que é isso. Tem que assistir ao que o aluno está assistindo. É uma ponte que deve ser reconstruída.”

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Em vez de aulas expositivas, se poderia propor perguntas e tarefas em que os alunos tivessem que descobrir as respostas

João Matta concorda que essa geração não está treinada para aprender da forma clássica – relação professor/alunos, mas alega que há conhecimentos que só se obtêm estudando, assistindo às aulas. “Para esse tipo de ensino eles não apresentam tanta disposição, pois querem fazer várias coisas ao mesmo tempo, e isso gera um choque com a escola, já que não é possível assistir à aula, ouvir música, trocar mensagem no celular e jogar ao mesmo tempo.” Pesquisas recentes mostram que o cérebro não realiza várias tarefas simultaneamente, mas em alternância, e, nesse caso, não se formam comportamentos de atenção em profundidade de uma coisa só. “Para aprender os conhecimentos formais – formar conceitos no cérebro e formar memórias de longa duração – é necessário haver foco, concentração e atenção executiva”, alega Elvira. No entanto, ela explica que se um jovem realiza outras aprendizagens culturais ele pode modificar esta situação. As atividades artísticas são um exemplo. “Aprender música formalmente – tocar um instrumento, ler música, cantar num coral – forma padrões de atenção e comportamentos necessários para as aprendizagens escolares.” “Podemos estar errando ao insistir que eles aprendam à moda antiga, insistindo que tenham foco. Uma característica dos nativos digitais é a capacidade de realizarem múltiplas tarefas simultaneamente, mas será que isso significa que não aprendem?” Cristina acredita que todo ser humano tem predisposição para aprender, e os nativos digitais, exatamente por nascerem dentro de um novo contexto, aprendem de modo diferente. “E aí vem a grande pergunta: será que o aluno dessa geração tem que aprender do jeito que estamos acostumados a ensinar? Ou será que nós, professores, temos que aprender a ensinar de modo diferente? Onde estará o meio-termo?”


A informação vai passar a ser conhecimento no momento que o aluno for desafiado a construí-la e não apenas consumi-la. “Ao contrário do que muitos pensam, a internet não é apenas um repositório de ctrl+c e ctrl+v. Ela pode ser um espaço potencializador das aprendizagens, onde os sujeitos têm a possibilidade de criar, serem colaboradores de nova linguagem, onde todos podem ser construtores, autônomos e expandir sua rede e sua criatividade”, alega Patrícia. “Por meio do uso de espaços como blogs, Facebook e Twitter, percebe-se o estabelecimento de relações, das quais emergem ações que vão além da rede, trocas, compartilhamento de informações. Essas ações provocam novas leituras, formas de comunicação e interação, que consequentemente geram novos conteúdos.” Sidnei Oliveira sustenta que é necessário buscar modelos de aula mais interativos. “Eu gosto do Piaget, do modelo de construir o aprendizado, o que exige um preparo maior para a aula. Eu sou crítico em relação aos planos de aula, e os alunos precisam quebrar esse plano. Dependendo da matéria, é possível até mudar o layout da sala.” Ele dá exemplo de uma aula estilo arena, em que os alunos ficam numa posição mais ativa, comparando-se ao modelo tradicional de sala de aula. “Mas o professor ainda não está preparado para isso. Sente-se mais confortável ao dar a aula expositiva e o aluno copiar.”

A forma de aprender mudou e a forma de ensinar precisa mudar também

Rafael Czamanski/Rede Marista

“Cabe a nós refletir se devemos adaptar a escola a esses novos alunos ou se devemos adaptar estes alunos à escola”, sugere Matta. “No meu ponto de vista, nosso trabalho é nas duas direções, e precisamos começar já, porque temos muito que fazer. Estamos longe de um resultado eficaz.” Além de uma dinâmica diferente de lidar com as informações, a geração digital apresenta um outro “porém”: já chega na sala de aula com uma bagagem de informações diferente daquela da geração que a antecedeu. “Ainda não sabemos muito bem como lidar com esses alunos. Cada professor está testando um jeito. Estamos aprendendo à moda digital. Da mesma forma que os nativos digitais aprendem fazendo (learning on the fly), alguns de nós, professores, também estamos experimentando novos jeitos de ensinar”, admite Cristina. “O professor deve lidar sem medo, vendo esse aluno como um ajudante para sua prática docente, para a qual ele pode trazer informações e conhecimentos que poderão enriquecer e qualificar a aprendizagem do grupo”, aconselha Patrícia. Cristina também sugere que os professores se aliem aos alunos, os convidem a comparar as informações das quais dispõem, a bagagem que vem da TV, da internet, com aquela que está nos livros. “Fala-se tanto no papel da escola de orientar o aluno a ser crítico. Que oportunidade melhor do que essa? Há tanta discrepância entre as informações. Por que não orientar e ajudar nosso aluno a desenvolver essa capacidade de criticar o que pode ser verdadeiro, entender o que é científico em contraste com o que é fantasia?” Matta explica que a sua prática é desmontar o raciocínio superficial e imediatista que normalmente baseia a informação sem conhecimento. “A ideia é mostrar ao aluno que ele sabe apenas parte do tema e que precisa se aprofundar mais para realmente saber do que está falando e seguir em frente em seu caminho como estudante.” Há casos de alunos que realmente trazem conhecimentos específicos, além da média. “Quando isso acontece, a ideia é envolvê-lo no processo de ensinamento dos seus colegas e pedir apoio a ele, em vez de deixá-lo de lado por ter um conhecimento acima do esperado.”

Os nativos digitais aprendem fazendo

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Nova realidade para a Pedagogia Grande parte dos cursos de Pedagogia ainda tem proposta curricular baseada no quadro-negro e giz. “É preciso incorporar as tecnologias e o uso significativo das mesmas, e não o simples uso. Compreender as vantagens e usar ou não usar tais recursos digitais”, alerta Patrícia. A proposta de trabalho para o uso das tecnologias na educação, segundo a pedagoga, deve qualificar o processo. “Não se trata de saber somente usar as ferramentas da web, mas sim o que se pretende com elas. O uso das tecnologias na educação sem uma proposta curricular de fato, com conteúdo metodológico e pedagógico denso, não qualifica o processo de aprendizagem, ao contrário: limita-se ao modismo.” A maioria dos professores é imigrante na linguagem da tecnologia digital, falada pelos alunos com mais fluência e naturalidade. No entanto, conforme Cristina, o uso das tecnologias digitais na sala de aula não requer necessariamente que o professor tenha essa fluência. “O professor de história precisa ter ido à Idade Média para ensinar sobre isso? Precisamos saber o que queremos com a tecnologia. Por que esse mesmo professor de história não poderia recorrer a um game para ensinar algum tópico? Eu tenho certeza de que poucos alunos esqueceriam de uma aula navegando pelo Age of Empires! Então, de nada adianta laboratórios sofisticados de informática, lousas digitais, se o modo de ensinar continuar sendo o mesmo. Os alunos podem ensinar a si mesmos e ensinar o professor. Muito do que sei hoje sobre tecnologia aprendi com meus alunos e me divirto ‘trocando figurinhas’ com eles sobre o uso do Google ou a formatação de um slide em PowerPoint.”

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Matta é mais comedido com essa troca de conhecimento e interação das linguagens. “É preciso que o professor adapte sua linguagem a formas mais didáticas de expor seus pensamentos, conceitos e teorias. Isto é diferente de se tentar falar assuntos mais formais por meio de gírias e jargões jovens, que podem expor o professor a um tipo situação que o leva ao desrespeito por parte dos estudantes. Por outro lado, os alunos devem desenvolver a linguagem do professor. Esta é uma das razões de se ir à escola, melhorar a forma de se expressar. Portanto, o aluno deve adaptar mais sua linguagem à do professor do que o contrário.” Segundo ele, a sociedade não está tão veloz quanto parece e o ritmo das aulas deve ser o ritmo da geração do conhecimento. “A sociedade tem se empolgado demais com alguns assuntos que depois precisam ser revistos. A internet apareceu como salvadora da vida social, como uma ferramenta capaz de democratizar o acesso ao conhecimento. Hoje já a entendemos de forma mais moderada e até negativa sob determinados pontos de vista, como o caso da falsa ideia de que o Google responde tudo. Portanto, às vezes, correr demais pode ser pior que ficar parado e esperar para ver o que está acontecendo a nossa volta.” Cristina acredita que, embora as universidades estejam formando professores com base em um currículo que não levava as tecnologias em consideração, esses questionamentos estão entrando nos cursos de pedagogia e nas licenciaturas. “Além disso, a oferta de cursos de capacitação têm sido cada vez mais frequente, visando atender à demanda dos professores em exercício. Tenho participado de eventos, seminários, congressos em educação, em que a maior procura é pela discussão sobre o uso das tecnologias na sala de aula.” E como preparar o professor para ensinar a geração digital? “Mexer na formação dos professores exige a capacitação para novas metodologias, novas práticas pedagógicas, novas didáticas. Os cursos de formação de professores devem ter seu currículo repensado, pensando nas linguagens em que essa geração digital está acostumada”, avalia Patrícia. “É preciso haver políticas públicas para a formação continuada para os professores que já são atuantes serem desafiados a mexer, ousar e usar os recursos tecnológicos em suas aulas. O professor não precisar saber tudo de tecnologia, ele precisa sim é não ter medo de propor, ousar a usar novas metodologias.” A literatura descreve esses alunos como interessados em aprender, na condição de que se sintam envolvidos com o processo, alerta Cristina “A aula expositiva não faz isso. Então precisamos quebrar esse paradigma. E isso não é fácil. A prática pedagógica centrada no professor que fala e no aluno que ouve e toma notas está muito arraigada em nós.” Segundo ela, é comum relatos de situações em que o uso da tecnologia não deu certo. Mas ao avaliar melhor a situação, percebe-se que a tecnologia foi usada para uma aula baseada no velho padrão da aula expositiva. “O aluno nativo digital não quer ficar parado tomando notas. Ele não sabe fazer isso. Ele quer participar, investigar, sentir que o que está estudando e aprendendo faz diferença.”

Aprender música formalmente forma padrões de atenção necessários para a aprendizagem


CIDADANIA São João realiza visita à Sucatia

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s alunos do Turno Integral do Colégio La Salle São João de Porto Alegre realizaram uma visita à Sucatia, residência da artista plástica Cátia Friedrich, em Canoas, toda decorada com materiais recicláveis. O trabalho foi realizado dentro do projeto de conscientização e preservação ambiental proposto pela Escola. Na Sucatia, os alunos puderam conhecer as obras de arte criadas pela artista com diversos materiais de sucata. Segundo as professoras, foi um momento de grande aprendizagem e recreação. “As crianças criaram e construíram souvenirs diversificados e comprovaram a importância do aproveitamento dado aos produtos que regularmente são jogados fora.” Para a aluna da 4ª série Andressa Bueno, o mais interessante foi observar o sofá construído com garrafas pet e o ensinamento partilhado em relação à água. As borboletas feitas do mesmo material encantaram a pequena Giulia Bandeira, do 1º ano. Gabriela dos Anjos e Bruno Tarasiuki, da 2ª série, destacaram a bandeira do Brasil e o tapete feitos de tampinhas de garrafa, a cortina de folhas e o pufe de garrafas plásticas. “Também gostei da história do futuro do planeta, mostrando que pode faltar água se a gente não economizar”, declarou Gabriela.

Amigas fazem o bem em Farroupilha O Clube de Mães Amigas da Escola do Colégio Nossa Senhora de Lourdes, de Farroupilha, está desenvolvendo o projeto “Bolsa de Sementinhas” – para aliviar dores no corpo. Todos os recursos arrecadados serão destinados à Associação de Pais e Amigos do Autista de Farroupilha (Amafa). O grupo também tem realizado trabalhos beneficentes e voluntários, como a confecção de roupas infantis e cobertores, doados a famílias carentes e ao Hospital Beneficente São Carlos. As mães participam, ainda, do Projeto Gesto de Amor, da Prefeitura de Farroupilha, auxiliando na produção de fraldas descartáveis para atendimento de pessoas necessitadas.

Decoração com sucata despertou a consciência das crianças

Trânsito responsável no Bom Conselho Conscientizar os adultos sobre a necessidade de dirigir de forma responsável é a meta do projeto Bom Conselho Urgente, que reúne 21 jovens voluntários do ensino médio do Colégio Bom Conselho de Porto Alegre. Os alunos trabalham junto às famílias para tentar reverter a situação de duelo entre vida e morte no trânsito. “A base de toda e qualquer sociedade é a família. É no diálogo, no respeito aos mais velhos, na valorização do conhecimento e do caráter que se consegue erguer uma nova consciência, que, assim, transformará a sociedade e poderá gerar uma nova realidade”, declara a aluna Andréia Simas. Com o lema “Não seja apenas uma lembrança”, os jovens criam vídeos instrutivos, realizam palestras e encontros com outros adolescentes e com pais e fazem parcerias com a Fundação Thiago Gonzaga, entre outras atividades, para mostrar que o jovem tem o poder de transformação e que esse trabalho pode começar na sua comunidade, na sua escola, em sua casa. “Perceber jovens engajados em projetos como esse é a certeza de que ainda há esperança de se viver num mundo mais fraterno, em que o cuidado com a vida não seja apenas acaso, mas sim, uma postura cidadã”, avalia o professor de Língua Portuguesa Caio Ritter.

Clube de Mães do Nossa Senhora de Lourdes: ajuda aos necessitados

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Desfile dos pequenos marcou a conscientização em relação ao lixo

Prevenção às drogas do São José vence concurso nacional

A turma P42 do Colégio La Salle Santo Antônio de Porto Alegre desenvolveu, nos meses de maio e junho, o projeto Lixo no Lixo, criado com o objetivo de mostrar a importância de preservar o meio ambiente e como dar novos destinos ao lixo que é gerado diariamente. O projeto se iniciou pelo levantamento de ideias na rodinha de alunos, quando foram feitas novas descobertas em relação ao lixo. Por meio do teatro, da música e de leituras, a turminha pôde entender por que os dejetos jogados na natureza são tão nocivos. Como nem tudo que se bota fora é lixo, as crianças aprenderam a reutilizar materiais, com a construção de objetos de sucata e a reciclagem do papel, e dar um destino ecológico aos detritos orgânicos. Estudando o processo de compostagem, os pequenos conheceram a possibilidade de transformar, por exemplo, cascas de comida em adubo. Para encerrar esse projeto, no dia 25 de junho a turma realizou um desfile de roupas confeccionadas com material reciclado e apresentou a música Mundo Limpo, composta pela aluna Isadora Barreto de Quadros Gonçalves com a ajuda da mãe, Márcia. A música foi interpretada pelo pai de Isadora, o músico Junior, com a participação das crianças e da professora.

A aluna da 6ª série do Colégio São José de Erechim Viviane Thaís Nesvera venceu o XI Concurso Nacional de Cartazes, promovido pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad). O tema desta edição foi “Juventude na prevenção do uso de drogas”. A aluna recebeu o prêmio de R$ 3 mil das mãos do presidente Lula, no dia 21 de junho, durante a XII Semana Nacional sobre Drogas, em Brasília. O Concurso tem como objetivo promover a prevenção do uso de drogas nas escolas por meio de ações educativas, baseadas na informação e no lúdico. A promoção se destina aos alunos de 2a a 6a série do ensino fundamental matriculados em escolas públicas e particulares de todo o país.

Ricardo Stuckert/PR

Santo Antônio trabalha na preservação do meio ambiente

Viviane Nesvera recebeu o prêmio do presidente Lula

Bom Conselho arrecada 26 toneladas de papel Com o objetivo de engajar a comunidade escolar num projeto solidário de ação social e de preservação ambiental por meio da reciclagem, os alunos do ensino médio do Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, de Porto Alegre, foram desafiados a participar de uma campanha de coleta de papel a ser destinado para venda a uma empresa de reciclagem. Foi organizada, então, uma gincana, por sete semanas, que resultou na arrecadação de 26 toneladas de papel. Além de preservar as florestas, os alunos contribuíram para a redução do depósito de papéis em lixões e aterros sanitários. A aplicação do fundo arrecadado com a comercialização do papel será revertida para a Clínica Esperança de Amparo à Criança, que atende 30 crianças de zero a 14 anos em situação de risco ou orfandade, inclusive portadoras do vírus da Aids.

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Fundo será destinado à Clínica Esperança de Amparo à Criança


Sagrado Coração de Jesus discute bullying Alunos de 6ª a 8ª série e do ensino médio do Colégio Sagrado Coração de Jesus de Ijuí promoveram, no dia 21 de junho, uma grande discussão sobre a prática do bullying com uma das atividades da Semana da Escola. Cada turma trouxe materiais para fonte de pesquisa e debate e, após as dinâmicas orientadas pelos professores em sala de aula, foram confeccionados painéis sobre o assunto – colocados nos corredores da escola, ao acesso de todos. “Deve haver a conscientização geral dos alunos. A escola deve dar apoio à relação respeitosa entre alunos e professores e tomar uma atitude com quem pratica o bullying. A educação é o melhor caminho para o combate”, afirmou a aluna do 1º ano do ensino médio Laisa Pithan da Silva. “Palestras sobre o assunto e atividades de integração entre os alunos podem ajudar; porém, a educação vem de casa. Os pais também precisam orientar seus filhos sobre o assunto”, declarou o presidente do Grêmio da Escola, Odmartan Ribas Maciel. O aluno da 7ª série Miguel Miron Silva falou da dificuldade da vítima em dizer que está sofrendo o bullying e aconselhou: “Os pais e a escola devem prestar atenção aos sinais de bullying, sejam físicos ou psicológicos”. Maurício Filippin Oba, do 3º ano do ensino médio, argumenta: “As crianças não têm ideia de que suas atitudes podem prejudicar tanto, por isso a importância da orientação dos pais e professor”. “Bullying é uma questão a ser encarada pelas escolas. Mesmo que ocorra com pouca frequência, não podemos ignorar que é um problema típico dos locais que agregam crianças e adolescentes. Trabalhar de forma preventiva é a melhor solução”, acredita a orientadora educacional da escola Shirley Pudell Bohn.

Painéis informativos ajudam na conscientização

Alunos do Lourdes produzem sabão

Produto ecologicamente correto foi distribuído na Feira de Ciências

No Dia do Meio Ambiente, 6 de junho, a 2ª série do ensino médio do Colégio Nossa Senhora de Lourdes de Farroupilha fabricou sabão sustentável a partir de óleo de cozinha usado, coletado pelos alunos. Desta forma, mostraram como usar o óleo de forma ecologicamente correta, tornando-o uma alternativa viável e não poluente. O sabão fabricado foi distribuído durante a Feira de Ciências. Para quem quiser seguir o exemplo, eis a receita para 60 barras de sabão: ●● 1l de suco de limão ●● 1kg de soda cáustica ●● 3l de água ●● 4l de álcool ●● 5l de óleo de cozinha ●● 1 pacotinho de bicarbonato de sódio ●● Misturar a água, o suco de limão, o bicarbonato e a soda, mexer constantemente até a diluição total da soda. Acrescentar o álcool e o óleo, mexendo sempre até obter o ponto de sabão. Despejar em caixas de leite ●● Deixar esfriar e cortar.

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Amor não tem idade na escola Menino Deus Estudantes do Núcleo de Cidadania e Voluntariado da Escola Menino Deus de Porto Alegre foram testemunhas de uma linda história de amor no dia 23 de junho, uma data especial no Asilo da Sociedade de Proteção e Apoio aos Necessitados (SPAAN). Adão, de 73 anos, e Santa, com 80, resolveram se casar na casa que os abrigava. Convidados, os alunos levaram presentes para marcar o momento. O momento foi mágico para a juventude, que viu, ao vivo, a beleza do sentimento de pertencer à vida de alguém. Parodiando uma frase da Parceiros Voluntários: quando amamos alguém, esse amor também nos abraça, lembra o coordenador do Núcleo de Cidadania e Voluntariado da escola, Carlos Barcellos. Ele afirma que a união de Adão e Santa foi, para todos, a certeza de que a escolha pelo amor que devemos ter pela humanidade é acertada. “Reunidos na Capela, fizemos um momento de oração. Depois, os jovens fizeram questão de ajudar a revelar os presentes trazidos como fonte de bondade.” O Núcleo de Cidadania e Voluntariado da Escola Menino Deus promove ações solidárias junto ao Asilo desde 2009. O núcleo é integrado por alunos de 6ª a 8ª série.

Santa e Adão mostraram aos jovens a importância do amor

Crianças identificaram e propuseram soluções para situações críticas do cotidiano

Espaço para aprimorar a escuta no Farroupilha Os alunos do jardim de infância do Colégio Farroupilha de Porto Alegre fizeram, em grupo, a reflexão sobre diversas situações do seu cotidiano na escola, nas chamadas assembleias escolares. Conforme a professora Mônica Hickmann Paz, as crianças, reunidas debaixo das figueiras do colégio, receberam, inicialmente, conceitos básicos, como a diferença entre uma rodinha e uma assembleia e o significado de “felicitações” e “críticas”. A partir disso, falaram sobre tudo o que acontece no grupo, já classificando o que é legal e o que incomoda. O objetivo maior era firmar conceitos e enfatizar que a crítica seria à situação e não às crianças envolvidas, da mesma forma que as felicitações. Entre as críticas, o grupo apontou: falar mal do desenho do amigo, conversar muito na hora do lanche e durante os trabalhos e deixar papeltoalha no chão do banheiro. Algumas das felicitações foram: conseguir brincar e definir os personagens sem discussão, elogiar o trabalho dos amigos, perceber quando um amigo está sozinho e convidá-lo para brincar, e ajudar o amigo a fazer as atividades no bloco depois de acabar sua tarefa. Depois de uma conversa, as crianças sugeriram ajustes a determinadas situações para melhorar o convívio em grupo.

Crianças de Nipepe, Moçambique, receberam brinquedos feitos pelas crianças, em Porto Alegre

Solidariedade sem fronteiras no Maria Imaculada Um simples gesto mobilizou os adolescentes do Colégio Maria Imaculada de Porto Alegre. Convidados a exercer mais uma vez a sensibilidade humana, eles construíram, na aula de Artes, bonecos que seriam enviados para a região de Nipepe, Moçambique, onde as Irmãs Franciscanas Bernardinas desenvolvem um projeto social de alta relevância. O trabalho é construído por muitas mãos de jovens educadores da paz, num local onde não existe a palavra brinquedo. Os bonecos foram entregues na Festa do Dia das Crianças de Nipepe.

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Recorte e colecione.

Projeto Ecoviv: lição de preservação do Planeta

Alunos do São Carlos vivenciam a ecologia No dia 8 de junho, os alunos do 2º ano do ensino fundamental do Colégio São Carlos de Caxias do Sul fizeram uma viagem de estudos a Nova Petrópolis a fim de conhecer o Projeto Ecoviv – Ecologia Vivenciada. Durante o passeio foram realizadas diversas atividades educativas, como palestras, jogos e visitas de observação, que proporcionaram às crianças um contato maior com a natureza e a reflexão sobre hábitos e atitudes ecologicamente corretas, visando à preservação da vida no Planeta.

Lassalinho incentivou os pequenos fiscais de trânsito

Crianças orientam os motoristas no La Salle A campanha para educação no trânsito “Cuidado Comigo”, criada no La Salle Santo Antônio de Porto Alegre, tem o objetivo de relembrar as regras de uso dos espaços externos do Colégio e fazer com que as crianças participem, incentivando a ação dos pais como exemplo de bons motoristas. Agentes da EPTC realizaram uma palestra para os estudantes de 1ª a 4ª série do ensino fundamental para orientálos sobre as normas do trânsito. Todos receberam a carteirinha de Amigo do Trânsito Seguro. A visita do Lassalinho, mascote da campanha, incentivou a participação de todas as crianças, que aproveitaram para contar suas experiências. O assunto foi trabalhado em sala de aula e os alunos da 4ª série realizaram produções textuais e desenhos com mensagens de conscientização e alerta, distribuídos para os motoristas durante um pedágio infantil. Com a campanha, as crianças passaram de passageiros e pedestres a pequenos fiscais e multiplicadores das regras e condutas adotadas tanto pelos motoristas como pelos pedestres.

SALVE O PLANETA Educação em Revista apresenta neste espaço exemplos de ações práticas na área socioambiental. Com o objetivo de facilitar o uso prático das ações relatadas, o leitor poderá recortar a seção.

CNEC/Osório cria oficina de Reciclagem de Papel A CNEC de Osório vem desenvolvendo desde maio a oficina de Reciclagem de Papel. A professora Isabel Taufer, juntamente com sete acadêmicos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, coordenado pela professora Dra. Vera Lúcia Machado, estão se reunindo todas as sextas-feiras, das 16h às 18h30 min, para produzir papel reciclado. “Este projeto visa chamar atenção para o uso racional do papel presente no cotidiano de todas as pessoas”, explica a professora Vera. As inúmeras etapas para produção do papel, desde o plantio das árvores até obtenção do produto final, geralmente são desconhecidas. Sabe-se que a produção do papel exige quantidades cada vez maiores de recurso florestal, que ocupa áreas de vegetação nativa e muitas vezes causa grande impacto ambiental. Além disso, se faz necessário um gasto intenso de água e gera poluentes para o meio ambiente. Foi a partir daí que surgiu o Projeto Recicle Ideias, desenvolvido pelo Setor de Responsabilidade Ambiental da CNEC/Osório, que além da reciclagem do papel envolve reaproveitamento de óleo de cozinha, produção de sabão e palestras voltadas para o meio ambiente e conservação dos recursos hídricos e de ecossistemas. Após testes com corantes e tipos de papel, hoje já estão sendo produzidos marca páginas, caixas, cartões, papéis de carta e embalagens para presente. E para o próximo semestre, serão oferecidas oficinas gratuitas em escolas e entidades carentes da região. “Reciclar não é somente transformar, é também um processo de conscientização. Enquanto um material é reciclado se pensa e se faz uma reflexão sobre questões do meio ambiente”, acrescenta Isabel.


Dentro da CNEC/Osório a ideia já está disseminada. Os setores administrativos estão engajados na campanha e criaram caixas de coleta seletiva de papel que são recolhidas semanalmente para a oficina. De acordo com a professora Isabel as escolas são espaços privilegiados de formação, e a Educação Ambiental é a forma de interagir diretamente com a comunidade e operar mudanças na sociedade em geral. “Os alunos da instituição têm a oportunidade de envolverse em diferentes frentes, desde participante consciente até multiplicador, ou seja, aquele que vai disseminar a idéia em escolas, comunidades e ONGs”, ressalta Isabel.

Passo a passo da reciclagem:

Materiais: • Papéis diversos • Liquidificador • Bacia de dimensões razoáveis para conter a pasta • Prensa ou pesos ou placas de madeira • Tecidos de (pode ser TNT) • Peneiras ou telas • Esponjas • Prendedor de roupas • Varal Procedimento: • Rasgar as folhas de papel em pequenos pedaços e colocá-los com água no Liquidificador. • Bater até obter uma mistura grossa • Despejar essa mistura na bacia e adicionar água até cerca de 2/3 da sua capacidade (a quantidade de água vai definir a espessura do papel). • Mergulhar a peneira ou tela na pasta contida na bacia, inclinado lentamente até ficar na horizontal. • Retirar lentamente a peneira ou tela e deixar escorrer a água. • Vire a peneira sobre o TNT ou jornais. • Pressione com a esponja até a pasta soltar. • Retire a peneira ou tela com cuidado, o papel ficará depositado sobre o TNT ou jornal. • Colocar tudo numa prensa até escorrer toda a água. • Colocar as folhas para secar. • Após a secagem, solte as folhas de papel reciclado puxando • E depois é só usar a criatividade.

Crianças caminham pelas ruas de Santa Vitória do Palmar

São Carlos valoriza a vida O Colégio São Carlos de Santa Vitória do Palmar sensibilizou a comunidade escolar a refletir e participar de ações concretas em relação à preservação da biodiversidade do Planeta. Professores e alunos do ensino fundamental e médio, cientes de que a vida é um dom precioso e merece ser valorizada, buscam contribuir para melhorar sempre mais a nossa moradia, a Terra. Com o intuito de reforçar a meta do milênio da Organização das Nações Unidas (ONU) – Qualidade de Vida e Respeito ao Meio Ambiente –, que atenta para a responsabilidade de todos pela sobrevivência dos seres que habitam o Planeta, foi desenvolvido o projeto “Reciclar é o caminho”, por meio do qual os alunos mostram que o consumo consciente depende de nossa própria iniciativa e permite um futuro sustentável para todos. Com a distribuição de panfletos, os alunos orientaram moradores de diversos bairros do município a separar o lixo, participar da coleta seletiva e entregar o lixo seco em troca de uma muda de planta. Além disso, fizeram uma caminhada pelas ruas da cidade, a fim de estimular um olhar mais atento às questões ecológicas e promover a “vida”.

Alunos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas envolvidos no projeto: Rafael Dolsato, Silvana Gering, Solange Dobner, Simone Lemos, Bianca Martins, Andressa da Silva. Estudantes experimentaram o contato com a natureza

São Pedro preserva na prática Conscientizar as crianças sobre a importância da preservação do meio ambiente por meio de vivências é o objetivo do projeto Reciclando para Viver, desenvolvido na 3ª série do ensino fundamental do Marista São Pedro de Porto Alegre. Uma das ações do trabalho realizado pelas professoras Cléia Lucrécio e Janice Viero aconteceu na Floresta Encantada Vô Rangel, na região metropolitana de Porto Alegre. Os estudantes experimentaram um dia de contato com a natureza, com atividades relacionadas ao que estavam estudando em sala de aula. Informações sobre reciclagem e sustentabilidade também fizeram parte da programação.


O Colégio Vicentino Santa Cecília, de Porto Alegre, com o apoio do Colégio Cenecista Nossa Senhora dos Anjos (Gensa), de Gravataí, está promovendo uma campanha em prol da reconstrução da Escola Luisa de Marillac, localizada em Manjangue, Moçambique, que atende mais de 400 alunos. Educadores já auxiliam na reconstrução do local, destruído pelas enchentes dos últimos anos. Denominada “De mãos dadas com Moçambique”, a campanha começou no início do ano. Até setembro, todos os Colégios da Rede Vicentina da região Sul do Brasil estarão realizando campanhas a fim de angariar fundos para desenvolver projetos de formação profissional aos estudantes africanos. O Gensa ficou a par do projeto por meio do professor Jair Alberto Nogueira, que serviu de elo entre as instituições. “O educador deve trabalhar também com a formação dos alunos, buscando a importância de valorizar a prática de uma vida solidária”, declarou o professor. De acordo com a Diretora do Complexo Gensa/Facensa, Eunice Carolina Ohlweiler de Oliveira, ações como essa fazem parte das diretrizes da Rede CNEC. “Nossa instituição tem o compromisso de atuar desenvolvendo o espírito solidário dos alunos.” Para a Coordenadora Pastoral do Colégio Santa Cecília, Irmã Márcia Aparecida Jorge, o apoio do Gensa serve para levar adiante uma causa beneficente. “É maravilhoso que todos se unam em prol de questões sociais. Muito já foi trazido da África para nós. É nosso dever prestar ajuda a eles.” Grêmio e Internacional também colaboram com a ação, ofertando produtos oficiais que servirão para arrecadação de dinheiro.

Ingrid Flores

Santa Cecília e Gensa: solidariedade aos estudantes da África

Irmãs Vicentinas em Moçambique

La Salle Santo Antônio trabalha por um ambiente escolar saudável Pensando na importância da construção de um ambiente escolar saudável, o La Salle Santo Antônio de Porto Alegre firmou uma parceria com a entidade Iniciativa por um Ambiente Escolar Justo e Solidário para a realização do Projeto “Diga não ao bullying”. Desde o ano passado, os alunos são estimulados a refletir sobre a importância da vida, da amizade e de valores verdadeiros a serem levados para a vida adulta. Filmes com debates e trabalhos orientados – principalmente pelos professores de Filosofia e Religião – sobre danos causados pelo bullying dão base ao projeto. Por meio de pesquisa, de palestra com colaboradores e pais e do estudo do fenômeno bullying, foram identificados os danos deixados na vida dos envolvidos, sejam vítimas ou autores. Com isso, ficou mais clara a importância de trabalhar na construção e na manutenção de um ambiente solidário e fraterno, para que as diferenças sejam respeitadas e incentivadas. “Essa é uma caminhada a ser vivida por toda comunidade escolar. A presença de colaboradores, pais e alunos é essencial para refletir e trocar experiências, assim como o planejamento de ações que objetivem o desenvolvimento de um sentimento de empatia e respeito entre os jovens”, ressalta a psicóloga Fabiana Oravec Rosa. Um grupo voluntário de colaboradores e pais denominado Grupo Gestor foi criado para desenvolver atividades que combatam qualquer tipo de agressão entre os estudantes e incentivem a comunicação verdadeira entre eles.

Trabalhos direcionados auxiliam no debate

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Próximo passo é levar as mudas aos parques de Carazinho

Educação: esse é o caminho

Conscientização ambiental se aprende na escola Um dos projetos mais importantes da Rede de Educação Notre Dame leva em consideração o cuidado com a vida do Planeta. O Colégio Notre Dame Aparecida, em Carazinho, agrega ao seu conteúdo programático ações que propiciam o desenvolvimento crítico e a conscientização ambiental de toda a comunidade escolar, com o objetivo de estimular a ação diante dos iminentes desastres ecológicos provocados pelo homem. Ao comemorar 80 anos, o colégio dá atenção especial, na sala de aula e fora dela, ao cuidado com a vida do Planeta, com o desenvolvimento de vários projetos. No projeto Charão, os estudantes da 3ª série plantaram sementes de araucária a fim de ajudar a restaurar o hábitat natural do Papagaio Charão, em risco de extinção na região. A escola pretende, com isso, conscientizar também as famílias da importância da preservação das espécies vegetal e animal que estão ameaçadas. No projeto Semear, as crianças do nível I da educação infantil realizaram um plantio de sementes com o objetivo de valorizar os recursos naturais e mostrar a importância do cuidado com as espécies do Planeta – para que elas se reproduzam, é preciso plantar, regar, dar carinho, observar e cuidar. Os alunos do ensino fundamental realizaram um plantio de mudas de araucárias em garrafas pet, valorizando ações de preservação e cuidados com o meio ambiente e estimulando a solidariedade e as ações de bem-estar social. O próximo passo será o replantio dessas mudas em parques públicos da cidade de Carazinho.

Para nós, da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, o trânsito, mais do que um problema de Secretarias de Segurança, Transporte ou Polícia Rodoviária, é uma questão de educação. O Programa Vida Urgente tem como missão mobilizar a sociedade para a preservação e a valorização da Vida. Desde que iniciamos esta caminhada em defesa da Vida, temos a certeza de que só por meio de uma mudança de comportamento e cultura é que vamos reduzir essa verdadeira guerra que é travada todos os dias nas nossas ruas e estradas. E, para isso, desenvolvemos programas e ações permanentes que abrangem desde crianças da educação infantil até universitários. Para promovermos a reflexão e a mudança de comportamento dos alunos, pais, educadores e da sociedade como um todo, e atingirmos nosso objetivo – salvar vidas –, utilizamos os mais diversos meios: teatro, com o Vida Urgente no Palco; música, com o Vida Urgente In Concert; blitz em bares e festas, com a Madrugada Viva; o Salva Vida Urgente durante o verão; palestras e ações em shoppings, praças e parques. O Brasil está entre os cinco países no mundo com maior número de mortes em acidentes de trânsito, junto com Índia, China, Rússia e Estados Unidos. O caminho para estancar essa carnificina, que mata mais de 1 milhão de pessoas por ano no mundo, é a educação. O que mata no trânsito não é só o desconhecimento da sinalização, das ruas e das estradas mal sinalizadas ou esburacadas, mas a imprudência, a falta de educação e a falta de amor à vida. Para nós, da Fundação Thiago Gonzaga, é a chamada “cultura do herói” que influencia os nossos jovens e quase sempre acaba em tragédia. Somos bombardeados diariamente por filmes, revistas e propagandas que estimulam que a felicidade, a virilidade e o sucesso estão na potência dos motores. Essa cultura foi sendo construída por gerações e, agora, temos que desmistificá-la, pois na vida real os “heróis” estão voltando pra casa em caixões fechados. Sabemos que ações governamentais como a melhoria da infraestrutura viária, a fiscalização eficiente e a punição exemplar são importantes para reduzirmos os acidentes e tirarmos o nosso país desta trágica estatística, mas é na educação que depositamos nossa maior esperança. Enquanto nós, pais, professores, autoridades e governo, não assumirmos a responsabilidade de mudarmos esta cultura mentirosa, vamos continuar abrindo os jornais às segundas-feiras e vendo, estampados nas manchetes, os rostos de Thiagos, Fernandas, Rodrigos, Paulas... “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”, disse Nelson Mandela. Diza Gonzaga

Presidente da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga

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Arquivo Colégio Anchieta

CULTURA Lição na maior cidade da América Latina

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ais de 120 alunos da 7ª série do Colégio Anchieta de Porto Alegre tiveram a oportunidade de vivenciar, in loco, a cultura da maior cidade da América Latina: São Paulo. Por meio do Projeto Cultural São Paulo, coordenado pela professora de Português Clarice Behar, os alunos viajaram à capital paulista e visitaram o Museu da Língua Portuguesa, a Estação da Luz, a Pinacoteca, o Museu do Ipiranga e o Pateo do Collegio – lugar considerado o marco inicial da cidade de São Paulo, onde foram construídas a primeira capela e escola jesuíta do país. Hoje, no local, encontram-se o Museu Padre Anchieta, a Galeria Tenerife, a Praça Ilhas Canárias, a Cripta Tibiriçá e a Biblioteca. Na Capela José de Anchieta, estão guardados o fêmur do Beato e o seu manto. “Esta foi uma experiência desafiadora para os estudantes, pois os provocou à busca de novos elementos para o ambiente da sala de aula”, declarou Clarice. Além de oportunizar aos alunos a construção do conhecimento fora dos muros da escola, o trabalho proporcionou momentos de sociabilização entre os adolescentes. Professores de Artes e de História também participaram do

Sarau Cultural no São Carlos A cultura afro-brasileira foi tema do Sarau Cultural do Colégio São Carlos, realizado em 30 de junho. Aproveitando o clima de Copa do Mundo, os alunos resgataram aspectos da cultura africana presentes no cotidiano, valorizando, por meio de seus dons artísticos, parte das raízes brasileiras. Pais, familiares e alunos de outras escolas participaram do evento e prestigiaram as apresentações de dança, música, vídeo e poesias, além de exposições dos trabalhos realizados pelos alunos de 4ª a 8ª série do ensino fundamental, do ensino médio e do curso Normal.

Anchietanos no Pateo do Collegio, marco inicial da cidade de SP

projeto. Na Pinacoteca, os alunos puderam apreciar as obras de arte que haviam visto apenas nos livros. “São Paulo é um resumo do mundo, com tantas etnias e identidades culturais que lá se encontram. A observação do espaço urbano e a convivência com pessoas do local são elementos importantes para a elaboração das atividades de Artes”, acredita a professora Elaine Veit. O professor Marcelo Paiva deu uma aula de História nos jardins do Museu do Ipiranga, caracterizado de Dom Pedro I. “Aproveitamos a oportunidade de estar em São Paulo para criar uma ponte entre um cenário histórico e a sala de aula. Com a teatralização, o aluno fixa a imagem e faz uma visualização da matéria que será estudada”, diz o professor. Os alunos, é claro, adoraram a novidade. “Essa viagem vai ficar na minha cabeça para sempre, pois conheci muitas pessoas e lugares diferentes e também porque foi uma coisa inédita e corajosa dos professores. Amei porque foi descontraída, divertida e educativa ao mesmo tempo”, descreveu a aluna Isabelle Fernandes Caon.

Mellinho envolve alunos na cultura africana O país sede da Copa do Mundo 2010, a África do Sul, foi destaque entre os alunos do Colégio Cenecista João Batista de Mello de Lajeado, que promoveu o conhecimento sobre a cultura, a economia, os hábitos e, principalmente, o legado histórico dos africanos para a atual geração por meio de uma gincana. A Gincana CNEC Mellinho 2010 teve como tema “O Planeta olha para a África”. As quatro equipes temáticas – Zimbábue, Laduma, Hakuna Matata e Perdidos na Selva – começaram a cumprir tarefas na Festa de São João, no dia 11 de junho, dia da abertura do Mundial. Atividades como a escolha do gatinho, da gatinha, do gato e da gata entre os representantes de cada equipe também fizeram parte da festa, além da homenagem prestada ao 3° ano do ensino médio. Também ocorreu um desfile criativo sobre o tema da gincana na principal rua da cidade, a Júlio de Castilhos.

Cultura afro-brasileira foi tema de dança, música, vídeos e poesia

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Bom Jesus tem “aluno nota 10” O estudante do 3º ano do ensino médio do Colégio Bom Jesus em Venâncio Aires Emílio Cantú, de 17 anos, venceu o concurso “Aluno 10” no mês de maio, promovido pelo Rotary Club Venâncio Aires. Um dos fatores que o ajudaram a vencer a competição foi a prática constante da leitura. “Desde criança minha família incentiva a pesquisa em livros e revistas, não tornando a internet a única fonte de informação, mas usando-a como aliada dos estudos. Como esse concurso foi baseado em questões de conhecimentos gerais, tive mais facilidade para respondê-las”, explica. Ele concorreu com outros sete alunos de escolas do município. Estudantes que têm por hábito ler materiais extracurriculares, como jornais, revistas e livros de diversos gêneros, tendem a alcançar melhor desempenho nos estudos. É importante incentivar a criança a ler diversos tipos e estilos de livros. Quanto maior for o acervo de leitura, maior o conhecimento sobre assuntos diferentes. É importante respeitar, também, o tipo de literatura indicada para a faixa etária, pois os interesses mudam com o passar do tempo. Nas escolas do grupo Bom Jesus, uma lista de livros é encaminhada aos pais, todos os anos, junto à lista de materiais, como opção de leitura ao longo do ano. A coordenadora do Centro de Estudos de Pesquisa (CEP) do colégio Bom Jesus, Isabel Marconcin, não condena a internet como veículo de leitura. Segundo ela, a não linearidade é o que mais atrai os jovens. “É possível começar a ler sobre um determinado tópico e, por meio de links, o leitor vai navegando em seu assunto de interesse”, explica. Ela acredita que a internet e os livros são instrumentos diferentes e, por isso, complementares. “É sempre importante saber saborear as páginas de um bom livro.”

Cultura guarani é tema de estudo em Rio Grande Os alunos do primeiro ano do ensino médio do Colégio Salesiano Leão XIII de Rio Grande assistiram a uma palestra sobre a cultura guarani proferida por estudantes do curso de arqueologia da Universidade Federal do Rio Grande (Furg). Freddy Bager Júnior falou dos “guaranis na Pré-História” e apresentou material cerâmico e lítico (pedras) utilizado por esses povos. Ana Claudia Fragoso falou sobre os “guaranis na atualidade”, mostrando a realidade dessa cultura. Depois de promover o estudo sobre os índios da Amazônia, a professora de história do Colégio Luciana Gerundo Hornes resgata a história gaúcha, buscando aproximar os estudantes da realidade do sul. A cada ano é estudada a cultura de um povo indígena. Neste, o trabalho em sala de aula foi complementado pela palestra. “A atividade desperta a curiosidade dos estudantes e amplia o conhecimento sobre o tema”, afirma Luciana. A palestra foi realizada por meio de um convênio entre o Colégio Salesiano Leão XIII e o Laboratório de arqueologia e antropologia (Lepan) da Furg.

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Poesia, crônica e ficção envolveram alunos do Santo Antônio

Leitura foi a base da vitória de Emílio Cantú

Concurso de redação traz à tona princípios lassalistas Na semana comemorativa ao Padroeiro do Magistério São João Batista de La Salle, foi lançado o concurso de redação “Vivências Lassalistas”, para estudantes do ensino fundamental e médio do Colégio La Salle Santo Antônio de Porto Alegre. A proposta teve por objetivo revelar, por meio da construção de textos literários, a formação de princípios e valores lassalistas construídos na trajetória escolar dos alunos. Para tanto, o concurso dividiu-se em diferentes categorias. A visão lassalista dos estudantes de 5ª e 6ª séries surgiu no encanto da linguagem poética. A crônica ficou com os estudantes de 7ª série, que colocam a atualidade da temática bullying em confronto com os valores construídos. A genialidade do conto de ficção ficou a cargo da 8ª série. A reflexão filosófica, no que se refere à pedagogia de São João Batista de La Salle, surgiu nos textos das 1ª e 2ª séries do ensino médio. Na 3ª série, uma temática-desafio: é possível melhorar a qualidade da educação brasileira tomando como referência a pedagogia desenvolvida por São João Batista de La Salle? Desafios lançados, reflexões feitas, textos construídos e surgiram os resultados. Os autores dos trabalhos vencedores do concurso ganharam troféus, medalhas e um vale-presente da livraria Cultura. No conjunto dos textos construídos ficou evidente que as ideias de São João Batista de La Salle permanecem atuais.


Cinco jovens alunos vindos da Alemanha foram recebidos pelo Instituto de Educação Ivoti (IEI) para estudar música e português por três semanas. Além de aulas de violino com professores brasileiros, as intercambistas participaram de atividades de música – aulas, coros, grupos, orquestras e apresentações – da Associação Pró Cultura e Arte Ivoti (Ascarte). O interesse dos alemães em vir para o Brasil teve início com a ida da Camerata Ivoti à Alemanha, nas turnês de 2008 e 2010. Além de curiosidade de conhecer um país com uma cultura diferente, os estudantes queriam estudar o método de educação musical desenvolvido pela Ascarte com os músicos da Camerata. Por isso, se inscreveram para participar do 13º Encontro de Jovens Instrumentistas – realizado entre 2 e 4 de julho no IEI –, no qual aprenderam música clássica com músicos brasileiros. A aluna Madeleine Scharenberg ficou surpresa com o método das aulas de instrumentos realizadas com a participação dos pais. Para ela, isso só torna as aulas mais interessantes e divertidas, além da possibilidade de ampliar as amizades. Os jovens também tiveram a oportunidade de fazer turismo no Estado. Conheceram o Itaimbezinho, Porto Alegre, Gramado e Canela e a Rota Romântica. Além disso, participaram de aulas especiais de culinária e de dança gaúcha.

Mascote e bandeiras coloriram o pátio do Madre Júlia

Notre Dame integrado à Copa do Mundo Professores e alunos do Colégio Madre Júlia de São Sepé, da rede Notre Dame, desenvolveram um grande projeto interdisciplinar durante a Copa, com o objetivo de despertar o interesse pela cultura de outros países, em especial os que participaram do evento. Foi possível identificar, no trabalho, as influências da cultura africana no comportamento do povo brasileiro e integrar disciplinas num objetivo comum, a paixão brasileira pelo futebol. Os alunos do ensino fundamental, nas disciplinas de Geografia e Artes, construíram uma mascote com material reciclável e fizeram murais com animais do país-sede da Copa e os nomes e bandeiras dos países participantes para expor nas salas de aula. A mascote da Copa e as bandeiras dos países também inspiraram uma grande pintura no pátio da escola. Os alunos da 7ª série apresentaram para os colegas e professores uma dança em homenagem à África do Sul, país anfitrião da Copa do Mundo 2010.

Divulgação IEI

Ivoti recebe estudantes alemães

Estudantes alemães com os professores Bernardo Limberg e Irving Feldens

Leitura encanta o Marista Roque Os alunos da educação infantil e do ensino fundamental do Colégio Marista Roque de Cachoeira do Sul participaram da 14ª Magia e Encantamento da Leitura, projeto realizado pela Biblioteca Roque Gonçalves. Um dos momentos especiais da atividade foi a hora do conto, com os fantoches Professor Tunico, Menino do Dinheiro e Dona Previdência, que fizeram uma adaptação do livro “O menino do dinheiro”, de Reinaldo Domingos. Em 2010, o projeto abordou a temática da Campanha da Fraternidade 2010 –Economia e Vida. A obra de Reinaldo Domingos entra no universo da criança para mostrar a importância de saber lidar com o dinheiro para conquistar os sonhos. O autor ensina, por meio de uma história divertida, a importância de saber poupar e fazer escolhas. “O menino do dinheiro” oferece também aos pais a oportunidade de repensarem sua relação com o dinheiro e os orienta sobre como falar com os pequenos a respeito de finanças. Após a hora do conto, cada turma recebeu um cofre para guardar as economias da turma e cada aluno recebeu um cofrinho para economizar junto com a família.

Hora do conto ensina como lidar com dinheiro

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Eclipse foi tema de redação na Rede Romano

Alunos destaques ganharam ingressos para a estreia do filme

Com a intenção de promover a leitura e a produção textual dos alunos da 5ª série ao ensino médio, por meio dos best-sellers da Saga Crepúsculo, de Stephenie Meyer, as Bibliotecas Erico Verissimo, da Rede Romano de Educação, promoveram um Concurso de Redação. A obra foi disponibilizada aos alunos nas bibliotecas dos Colégios Romano Senhor Bom Jesus, Romano São Mateus e Romano Santa Marta para que, pela leitura, fosse desenvolvida a temática “Bella vive mais um dilema: vida ou morte. Mas o que representará cada uma dessas escolhas?”. Os destaques – um aluno por turma – receberam ingressos para assistir ao filme homônimo da obra, no dia 30 de junho, data da estreia em Porto Alegre. O livro, em sintonia com toda a saga, foi escolhido porque transmite valores perdidos, transpondo para a ficção os dilemas presentes na vida real dos adolescentes – cheia de descobertas, decepções e escolhas. Os protagonistas são metáforas da pureza ainda existente na humanidade.

Monteiro Lobato promove a integração Língua, cultura, história, costumes e hábitos de outros países são alguns dos elementos que se ampliam na formação dos alunos do Programa de Intercâmbio do Colégio Monteiro Lobato de Porto Alegre, que promove a integração com países como Argentina, Canadá e Espanha. No dia 18 de julho, 15 alunos do 1º ano do ensino médio partiram para o Intercâmbio Cultural Canadá – um programa de quase um mês em Toronto – acompanhados pelo professor Victor Yuri Martins Ligório. O grupo hospedou-se no Columbia International College, escola que recebe estudantes de diversas nacionalidades, e participou das aulas de inglês, computação, ciências, artes e esportes. Os alunos conheceram as cidades de Montreal, Quebec e Ottawa, e visitaram as Cataratas do Niágara e os parques Wonderland e Marineland. Além disso, assistiram a um jogo de beisebol no Estádio Roger Center Skydome e participaram de atividades esportivas e cooperativas no Summer Camp – típico acampamento de verão canadense. Um grupo de alunos do 2º ano do ensino médio desembarcou no dia 9 de julho, em plena final da Copa do Mundo, em Barcelona, na Espanha, acompanhados pela professora Márcia Velho Rodrigues Galli, que já morou na cidade catalã. Na programação, aulas de língua espanhola na escola Babylon Idiomas, visitas orientadas a pontos turísticos e culturais e a oportunidade de vivenciar o cotidiano das famílias que fizeram a hospedagem dos alunos. Um passeio de trem a Paris também fez parte do roteiro desta turma. O diário da viagem pode ser conferido no blog www.viajerohablante.blogspot.com. A 8ª série do ensino fundamental está na expectativa do embarque. O grupo viajará em setembro para Buenos Aires, na Argentina, e participará de atividades programadas pela Escola Municipal da Província de Buenos Aires. Os professores Ricardo Martinez Fortes, Márcia Velho Rodrigues Galli e a diretora Maria Alice Rodrigues Lobato acompanharão os alunos.

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Semana da Vida em Farroupilha O Colégio Nossa Senhora de Lourdes de Farroupilha promoveu, de 7 a 11 de junho, a Semana da Vida e da Família Scalabriniana, com uma série de palestras direcionadas aos pais, alunos e professores. Bullying, cyberbullying, construção da identidade, consumismo, escolha da profissão, sexualidade, trânsito e legislação voltada ao uso de imagens foram alguns dos temas abordados. Segundo a coordenadora pedagógica, Salete Finimundi Gasperin, o objetivo é fazer da escola uma comunidade de seres humanos críticos, reflexivos e conscientes de seus direitos e deveres, para a construção de uma sociedade melhor.


CEED PARECER CEED Nº 342/2010 – Responde consulta sobre validade de estudos de alunos matriculados diretamente no 2º ano do Ensino Fundamental

É

uma consulta da Secretaria Municipal de Educação do município de Xangri-Lá que transcrevemos: [...] solicitar esclarecimentos quanto à emissão de históricos escolares nas escolas de ensino fundamental do município, sobre o seguinte fato: no ano de 2006, nossas escolas iniciaram a implantação do Ensino Fundamental de 09 (nove) anos. Ocorre que alguns alunos com 07 (sete) anos completos naquele ano, por um erro de interpretação da legislação do E.F. de 09 anos, foram matriculados no 2º ano do E.F. de 09 (nove) anos, sem frequentar o 1º anos do referido ensino, seguindo assim seus estudos nos anos posteriores. Considerando que o 1º ano é obrigatório, que o mesmo já constava no regimento das escolas municipais no ano de 2006, que a classificação de alunos pode ser realizada em todas as séries/etapas do Ensino Fundamental, exceto no 1º ano, pois o ingresso nesse prende-se apenas ao requisito idade cronológica, e, ainda, que há uma lacuna de estudo na vida escolar destes alunos, perguntamos se existe alguma legislação que ampare esta situação; pois sabemos que o aluno não pode ser prejudicado, principalmente porque esta foi uma decisão administrativa da direção da época. A análise procedida pelo CEED evidencia que a consulta enseja considerações – ainda que não diretamente relacionadas com a consulta – que se justificam por constituírem orientação para o Sistema Estadual de Ensino. Trata-se de duas questões: a primeira diz respeito ao dispositivo legal de que “a classificação de alunos pode ser realizada em todas as séries/etapas, exceto no 1º ano, pois o ingresso nesse prende-se apenas ao requisito idade cronológica”; a segunda trata de “lacuna”. O esclarecimento do CEED sobre a primeira questão é: “É de se observar que os alunos em questão não foram classificados para o primeiro ano, mas para o segundo”. Expressa que a vedação da classificação para o primeiro ano significa que não pode a escola “aferir maturidade” para matricular a criança no ensino fundamental ou para retê-la na pré-escola. Que a conjugação dos fatores idade e adiantamento permitem a classificação da criança no 2º ano do Ensino Fundamental. Na LDBEN está presente o fator adiantamento permitindo a classificação de alunos para séries posteriores com base no artigo 24, inciso V, alínea “c”:

“V- A verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante a verificação do aprendizado”. Entendemos que é neste artigo que escolas encontram amparo para avaliar alunos para avanço de série. Claro que temos a legislação sobre o Ensino Fundamental de 9 Anos, que adota a conjugação de idade e aprendizado, já tratado em edições anteriores. Na consulta em tela, o CEED entende que não foi este artigo o utilizado para a matrícula no segundo ano. Entendendo o salto de série: pela legislação passada, as escolas realizavam tal procedimento para aquele aluno que evidenciasse “conhecimentos” após aplicação de provas e de uma avaliação do Serviço de Orientação Educacional para verificar o grau de maturidade do mesmo e, pelo resultado apresentado, promoviam (ou não) o “salto de série”. Isto hoje não se aplica. Importa ressaltar que o “processo de avaliar aluno para detectar suas aprendizagens” está presente também nos casos de transferência de uma escola para outra, e leva, também, o nome de “avanço de série”. Está no art. 24, Inciso II, alínea “c” da LDBEN – “A classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do ensino fundamental pode ser feita, independente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola, que define o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino”. A regulamentação referida pelo CEED é de que fica a cargo das escolas tal procedimento, mediante avaliação do aluno frente ao Projeto Pedagógico da mesma. Passemos à segunda questão que trata o Parecer: a figura da “lacuna de série ou de componente curricular”- esta estava embasada na Lei nº 5692/71 e muitos transtornos causaram à vida escolar de alunos, produzidos, em sua maioria, pelo não entendimento da legislação pelos gestores educacionais. Era frequente, por exemplo, o aluno se transferir para outra instituição e não ter cursado, ainda, a disciplina de Física e na outra escola esta estar presente nos 3 anos do segundo grau. Isto era tratado como “lacuna”. Era realizado um “plano de adaptação” para o aluno com tarefas e avaliações ou ele frequentava, em outro turno, a disciplina do para sanar a lacuna. No Parecer em análise, o CEED traz à luz o que em 1991 exarou no Parecer n° 424 e hoje está presente na LDBEN: “a necessidade da própria escola solucionar questões que são eminentemente pedagógicas”. Temos compreensão de que, apesar de a Lei de Diretrizes e Bases datar de 1996, ela não está, ainda, bem compreendida por muitos gestores educacionais. Pareceres do Conselho Nacional de Educação e do CEED orientam, e muito bem, o fazer pedagógico, mas verificando consultas que chegam a esses órgãos, vemos que o paradigma educacional que privilegia o “burocrático” ainda está presente. As aprendizagens que o aluno demonstra não são o mais importante. Isto é preocupante. Insistimos em mais discussões sobre o fazer pedagógico das instituições de ensino. Célia Silveira

Professora especialista em supervisão educacional

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Rafael Czamanski/Rede Marista

ECONOMIA Filantropia: instituições de ensino beneficentes devem se ajustar à nova lei

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o dia 21 de julho foi publicado no Diário Oficial o decreto 7.237/10, que regulamenta a lei que garante a certificação e a isenção fiscal a entidades beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde e educação. As instituições gaúchas já estão a par da lei, mas a compreensão do decreto ainda não está clara. “Nem mesmo para os ministérios do governo. Isso dificulta a adaptação às mudanças”, avalia o coordenador da Assessoria Jurídica do SINEPE/RS, Jorge Lutz Müller. Para o diretor executivo da rede Sinodal de Educação, Silvio Iung, a partir de agora é que o tema deve ganhar mais destaque, já que publicação do decreto aconteceu durante o período de recesso. “Quanto à adaptação, ela ainda não acontece na totalidade, porque as entidades ainda estudam o que devem efetivamente fazer.” A principal delas se refere à concessão de bolsas – pela lei 12101/09 –, que a partir de agora só podem ser integrais, na proporção de um bolsista para nove pagantes, admitindo-se bolsas parciais de 50% somente quando necessário para alcançar o número mínimo exigido. “Não serão admitidas bolsas com outros percentuais, nem para mais nem para menos. As bolsas de 30% ou 25%, comuns em muitas escolas, não contarão mais”, explica Müller. “Serão mantidas as bolsas já praticadas, mas apenas até

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o final da respectiva etapa – e o próprio MEC, até o dia desta entrevista (9 de agosto), não esclareceu formalmente o que se deva entender por etapa.” Além disso, só poderão ser bolsistas alunos cuja renda média familiar mensal per capita seja de 1,5 salário mínimo, no caso das bolsas integrais, ou de 3 salários mínimos, no caso das bolsas de 50%. O secretário executivo da Associação Brasileira das Universidades (Abruc), José Carlos Aguilera, alerta as entidades beneficentes para que acompanhem o processo com cuidado, “a fim de evitar qualquer novidade inesperada na confecção de seus relatórios e nos procedimentos de atendimento aos requisitos das bolsas de estudo e serviços de assistência social, conforme prevê o art. 13 da Lei”. O auditor especializado em entidades do terceiro setor Ivan Pinto, da Auditoria para Entidades Beneficentes (Audisa), explica que antes da vigência dessa lei a grande maioria das instituições de ensino utilizava a regra do Fundo de Financiamento Ensino Superior (Fies) para concessão de bolsas educacionais, e agora elas têm de se adequar aos novos critérios. “Mas isso deve ser feito em conjunto com um planejamento estratégico, por meio do qual as instituições vão repensar o seu negócio.” Isso significa atender à legislação da maneira mais adequada ao perfil dos


Divulgação/UCPEL

alunos carentes atendidos pelo benefício, à realidade econômica da instituição e ao local onde ela está sediada. “Quanto ao Ensino Superior, a lei 12.101/09 remete para a lei 11.096/05, independentemente de a instituição ter aderido ao Prouni.” A tese do governo para as normativas recém-promulgadas, segundo Aguilera, é revitalizar a relação das entidades beneficentes com o Estado, aprimorando as formas e práticas de demonstração de atendimento à população nas áreas da assistência social, educação e saúde. “Pressinto que ainda estamos distantes de um modelo de parceria entre o Estado e a sociedade civil, haja vista que o realce visível do anterior modelo para o que está em implementação enfatizou a relação fiscalista e tributarista sobre as entidades, deixando à margem do debate os modelos menos invasivos na gestão e autonomia das mesmas – e certamente mais colaborativo entre estado e entidades.” Ele cita como exemplo modelos que vigem com vigor e excelentes resultados na Europa e América do Norte. “O próprio conceito de beneficência e filantropia em nosso país, especialmente o compreendido e propalado no âmbito do Estado, em detrimento do que pensam e agem as entidades, é retrógrado e obsoleto, em contraposição ao que existe em outros países, valorizado pelas populações locais.” Para Müller, os critérios adotados se inserem num processo mais amplo de “empastelamento” da chamada filantropia, que se destina a dissuadir as entidades beneficentes de manter a imunidade relativa à cota patronal das contribuições previdenciárias. “Como os setores fiscalistas do governo ainda não se sentem com força política suficiente para acabar de vez com a filantropia, buscam manietá-la cada vez mais, tornando-a cada vez mais inviável.” Ivan acredita que a nova lei vai exigir das instituições maior eficiência nos controles internos, transparência nas demonstrações contábeis e um acompanhamento permanente por parte do governo e da comunidade como um todo. “Por esses motivos essa nova legislação vai facilitar e agilizar as instituições que trabalham de uma forma correta, independentemente de as entidades estarem localizadas no Rio Grande do Sul ou em outros estados do Brasil.” Iung afirma que o governo sempre reclamou da dificuldade de controlar as bolsas oferecidas. “Percentuais preestabelecidos pretendem facilitar a fiscalização do governo. Certamente as instituições gaúchas têm condições de atender às exigências”, avalia. Ele pondera, no entanto, que com percentuais variáveis havia a chance de atender mais pessoas. “Uma bolsa que hoje será de 100% possibilitava que três ou quatro pessoas estudassem, com bolsas de 25% ou 30%. A consequência, portanto, será que menos pessoas, embora com percentual maior, estudem com bolsas nas instituições.” Aguilera afirma que o impacto das novas medidas já é mensurável, “especialmente pelas famílias que atendemos, seja na assistência social, educação ou saúde, e também por meio das análises de nossos técnicos”. As entidades mistas, segundo o secretário executivo da Abruc, terão maior incidência na perspectiva de corte de recursos para a área social, pois deverão enfatizar a educação e/ou a saúde. “Apesar disto, percebo que as Mantenedoras têm buscado saídas que não prejudiquem o acesso e permanência de novas famílias nos projetos sociais. Espero que consigamos superar logo essa dicotomia da prevalência do econômico versus o social, numa sociedade em que prevaleça o direito a assistência social, educação e saúde, sem punição ou cerceamento para as entidades que atuam complementarmente ao Estado.”

Para Jorge Lutz Müller, ainda é difícil precisar o impacto. “Pode-se estimar que não será favorável. Mas a questão maior diz respeito ao esvaziamento da matriz normativa da imunidade. Ou seja, continua a exigir-se das entidades assistenciais beneficentes – incluídas as de saúde e educação – uma contrapartida em serviços para fazer jus à imunidade da quota patronal.” Ele avalia que o raciocínio deve ser outro: elas já fazem jus a esta imunidade pelo simples fato de atuarem sem fins lucrativos, compensando carências públicas e suprindo lacunas governamentais. Se as entidades filantrópicas efetivamente quiserem garantir a imunidade, em seu sentido verdadeiro, terão de ir ao Judiciário, alega Müller. “Serão tantas as exigências da fiscalização e tais as interferências do MEC, a pretexto de regular a adequação ao Plano Nacional de Educação (PNE) e verificar o cumprimento das diretrizes pedagógicas segundo a ótica do MEC, que os estabelecimentos filantrópicos não terão alternativa.” O impacto financeiro da nova medida inviabilizará novas ações beneficentes. Segundo Iung, todo o arcabouço legal direciona as entidades a serem exclusivamente de saúde, de assistência ou de educação, se quiserem manter a condição beneficente. “Além das bolsas, as instituições sempre realizaram trabalhos sociais. Essa prática terá que ser reduzida. Atuar em mais de uma área exigirá grande esforço, pela complexidade envolvida. E, nesse caso, irá inviabilizar algumas ações, certamente, em prejuízo à sociedade, mas em que as entidades não têm responsabilidade.” Aguilera afirma que muitas das ações previstas nos planejamentos institucionais estão sendo revistas com o novo decreto. “Porém, temos que usar toda nossa capacidade técnica e de inteligência para continuar nossa missão em benefício de quem precisa e, com o apoio de nossos legisladores, buscar corrigir as distorções legislativas que restringem a plena cidadania.”

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PAINEL Ex-aluna do Sinodal joga basquete nos EUA

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ex-aluna do Colégio Sinodal de São Leopoldo, Mariana Borges Lamperti, 19 anos, é atleta do North Idaho College, time de basquete da cidade de Coeur d’Alene, em Idaho, onde mora, nos Estados Unidos. A paixão pelo esporte surgiu quando ela ainda estudava no colégio, entre 2002 e 2007. Ela lembra até hoje do dia em que o professor Leonardo Peçanha, o Leo, a convidou para treinar com o time. “Não larguei mais o basquete, virou uma paixão!”, conta. Para matar a saudade dos amigos brasileiros e da família, que mora em São Leopoldo, usa o Skype e o Messenger. Segundo Mariana, estudar no Sinodal abriu muitas portas. “Aprendi muita coisa durante o tempo que estudei lá, tanto nos estudos e no basquete quanto na vida. Aprendi que é preciso fazer por merecer para ter alguma coisa.” A decisão de seguir a carreira de atleta começou quando o professor Leo falou dos lugares onde ela poderia jogar depois da formatura. “Uma das possibilidades eram os Estados Unidos. Meus pais me apoiaram e então tomei a decisão. Fiz aulas particulares de inglês e contatei técnicos das faculdades americanas.” Quando cheguou aos EUA, foi para Marshalltown, Iowa, onde jogou e estudou por um ano. E em 2009 foi transferida para Idaho. O conselho pra quem quer seguir a carreira de atleta é jamais desistir quando as dificuldades aparecem. “É nessas horas que os fracos caem e os fortes continuam.” O maior ídolo de Mariana é Kobe Bryant. “Ele é o melhor da NBA porque joga há muitos anos e tem uma experiência incomparável.” Em março do ano passado ela assistiu a um jogo dos Lakers e Chicago Bulls, em Chicago, “uma oportunidade inesquecível”.

Paixão pelo esporte surgiu nos tempos do colégio

Rally Científico no São Carlos Nos dias 12 e 13 de junho, os alunos do ensino médio do Colégio São Carlos de Caxias do Sul participaram das 24 horas de atividades do I Rally Científico, promovido pelo projeto Engenheiros do Futuro (EngFut). O EngFut é desenvolvido desde 2009 pela UCS em parceria com a 4ª Coordenadoria Regional de Educação e empresas da região, com financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia (Finep). O projeto está focado em dois eixos básicos: o professor, que aperfeiçoa seus conhecimentos e aprimora seu fazer pedagógico; e o aluno, incentivado ao convívio com o universo das engenharias e a expandir seus talentos em carreiras científicas e tecnológicas. O Colégio São Carlos está presente no EngFut, aprimorando o conhecimento dos professores e estimulando seus alunos por meio da participação das oficinas.

Alunos de Caxias entram em contato com o universo das engenharias

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Passo Fundo é tema de documentário

Alunos aprenderam um pouco mais sobre as Missões

Teresa Verzeri sedia encontro de líderes O Colégio Teresa Verzeri, de Santo Ângelo, sediou no primeiro semestre de 2010 mais um Encontro de Líderes da Rede Verzeri, que reuniu cerca de 150 alunos líderes do Colégio Dom Hermeto, de Três de Maio; Colégio Sagrado Coração de Jesus, de Ijuí; Colégio Sagrado de Jesus , de São Borja; Colégio Medianeira, de Santiago; e do Teresa Verzeri. Palestras, momentos de espiritualização e ginástica laboral fizeram parte das atividades. Além disso, os visitantes tiveram a oportunidade de fazer uma visita guiada pelos pontos turísticos do município e conhecer, in loco, parte da história das Missões.

Educação, Movimento e Saúde em Santa Maria O Colégio Coração de Maria de Santa Maria desenvolveu um projeto que contempla a conscientização e incentivo à prática regular de atividades físicas, além do conhecimento sobre os seus mecanismos fundamentais, o que possibilita um entendimento maior sobre o assunto e estabelece relações entre a teoria e a prática desses valores. O projeto “Educação, Movimento e Saúde” estimula a prática regular e consciente das modalidades esportivas oferecidas no currículo de Educação Física, com seminários e atividades desportivas recreativas que integram os diversos segmentos estudantis. Nos meses de abril e maio foram realizadas “caminhadas de integração”, por meio das quais as turmas tiveram a oportunidade de se exercitar em contato com a natureza. A rota foi a Estrada do Perau, no município de Itaara. Para o próximo semestre, a programação contempla um rafting em Três Coroas, com as turmas do ensino médio, e trilhas ecológicas.

Os estudantes de 5ª e 6ª série da Escola Menino Jesus Notre Dame de Passo Fundo propuseram, ao produzir o documentário “Passo Fundo em Foco”, um olhar abrangente sobre a cidade – religião, meio ambiente, esporte, turismo, geografia, história, economia, cultura e lazer. Com uma câmera na mão, 145 alunos, divididos em 15 grupos, foram à procura de entrevistados para a coleta de material audiovisual seobre diferentes temas, a fim de resgatar a história oral, a memória e a cultura local. A escola oportuniza, desta forma, um maior conhecimento acerca da cidade onde vivem os estudantes. O projeto envolve as disciplinas de Língua Portuguesa, História, Geografia, Filosofia e Educação Física. O conhecimento adquirido por meio de pesquisas de campo e do contato direto com personagens do município, além de favorecer o aprendizado, amplia o espectro de linguagens acessíveis na escola. Os estudantes de 6º ano recepcionaram a budista Glória Fauth, conversaram sobre o Budismo em Passo Fundo e saciaram a sua curiosidade sobre a religião.

Alunos trocam conhecimento com a budista Glória Fauth

Caminhada da integração uniu exercício e natureza

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Menino Jesus lança a Cantata Natalina

Coral da escola participou do lançamento

São João prioriza a educação para o bem viver Como foi meu recreio? Ajudei algum colega? Minha atitude ajudou alguém a se sentir feliz? Gostaria de pedir desculpas por algo que fiz e não foi bom? A partir desses questionamentos foi posto em prática, na 2ª série do ensino fundamental do Colégio La Salle São João de Porto Alegre, o projeto “Aprendendo a bem viver”. No trabalho desenvolvido pela professora Dárcy Biehl, as crianças sentam-se diariamente em roda, após o recreio, e fazem uma reflexão coletiva sobre as causas e consequências dos atos que praticam nos momentos livres. “Quando se percebe a necessidade de desenvolver melhores relações humanas, cabe à escola propiciar situações e práticas que contribuam para o desenvolvimento da consciência participativa e responsável nas relações fraternas e promovam o bom convívio”. O projeto, apresentado no mês de maio no XIV Fórum Lassalista, teve grande repercussão entre pais e educadores que vislumbram os reflexos dessa prática educacional para além da fase escolar.

Crianças refletem, juntas, sobre o convívio do grupo

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A quarta edição da festa de Natal, que deve atingir a marca de 100 mil espectadores, foi apresentada no dia 24 de junho na Escola Menino Jesus Notre Dame de Passo Fundo. Na presença de autoridades políticas e eclesiásticas, além da comissão organizadora, patrocinadores, apoiadores, imprensa e demais convidados, foram apresentados detalhes da Cantata Natalina 2010, que será realizada nos dias 27 de novembro, 10 e 18 de dezembro, em Passo Fundo, e no dia 4 de dezembro, em Carazinho. A superiora provincial da Congregação de Nossa Senhora, Ir. Lori Steffen, falou da temática da celebração deste ano, salientando que a esperança está presente no dia a dia de todos. “O tempo de preparação ao Natal é um tempo de rica esperança. Esperança no Cristo que vem. Este ano vamos cantar a esperança, pedir a luz da sabedoria para andarmos em caminhos seguros”, declarou.

Escola Vida realiza mostra científica A Escola Vida de Alegrete realizou, no dia 27 de maio, a III Mostra Científica, na qual os pequenos cientistas da educação infantil ao 4º ano puderam mostrar seus experimentos. Entre as pesquisas realizadas, foram apresentados, no Laboratório Albert Einstein, um estudo sobre os estragos que pilhas e baterias causam no solo e um experimento para redescobrir as cores. Entre os temas da mostra estavam, também, flauta d’água, vidrofone, vibração sonora, foguetes, gravidade, vulcão, movimentos da Terra, aerodinâmica, cariótipos, maquete celular e ida a campo com bússola. O envolvimento, a alegria, a interação e a espontaneidade caracterizaram o espírito científico do evento e mostraram a potencialidade infantil dos jovens cientistas. A mostra recebeu a visita dos demais alunos da escola e dos estudantes do Colégio Raymundo Carvalho.


Estudantes representam órgãos e explicam suas funções

Nossa Senhora de Lourdes desenvolve projeto de robótica

São Pedro recria o corpo humano Uma viagem pelo interior do corpo humano – recriado com cerca de 200 quilos de sucata em um túnel de 40 metros de comprimento – é o resultado do projeto “C(R)OMO(S)SOMOS – Conhecendo o Corpo Humano”, desenvolvido com os alunos da 4ª série do ensino fundamental do Colégio Marista São Pedro de Porto Alegre. A iniciativa surgiu a partir do estudo, em sala de aula, das funções do organismo. As professoras Rosângela Moser e Sabrina Disarz contaram com o auxílio dos pais e estudantes para a construção do “supercorpo”, com a representação de todos os órgãos e a explicação de cada uma das suas funções. A exposição foi aberta para a comunidade e recebeu diversas escolas de Porto Alegre.

O Colégio Nossa Senhora de Lourdes de Farroupilha está proporcionando aos seus alunos a possibilidade de participar do projeto de Robótica Educacional, realizado semanalmente nas dependências da escola. O projeto visa ao desenvolvimento de criatividade, disciplina, persistência, concentração, coordenação, motricidade, raciocínio lógico e espacial, lógica-matemática e programação, investigação, cooperação e organização. Os alunos constroem sistemas compostos por modelos e programas no ambiente de robótica e no final de cada semestre participam de campeonatos. Para a coordenadora pedagógica Salete Finimundi Gasperin, a robótica educacional leva o aluno a questionar, pensar e procurar soluções, a sair da teoria para a prática usando ensinamentos obtidos em sala de aula. “Possibilita que o ser humano seja capaz de interagir com a realidade, desenvolva a capacidade para formular e equacionar problemas. Nesse ponto, a robótica educacional segue Piaget, para quem o objetivo da educação intelectual não é saber repetir verdades acabadas, mas aprender por si próprio.”

“Antes que o mundo acabe” é tema de análise na Rede Romano Alunos da 8ª série e do ensino médio da Rede Romano de Educação – Colégio Romano Senhor Bom Jesus, Colégio Romano São Mateus e Colégio Romano Santa Marta – leram a obra “Antes que o mundo acabe”, de Marcelo Carneiro da Cunha, e participaram do projeto interdisciplinar “Ressignificando Olhares: a tecnologia digital”, com o objetivo de refletir sobre como o uso das novas tecnologias digitais – da fotografia digital, em especial – pode potencializar um olhar crítico e inovador, capaz de formar um leitor e espectador mais analista, sensível e consciente dos valores da vida. O diálogo entre as disciplinas fomentou discussões sobre atitudes de respeito, solidariedade, preservação, ecologia, poluição, violência, bullying, discriminação, dilemas da adolescência, diferenças e semelhanças culturais e cotidiano. Os alunos cruzaram seus horizontes de expectativas com os propostos pela obra de Marcelo Carneiro da Cunha e, como o próprio texto sugeria, olharam de verdade não só para as fotos com as quais trabalharam, mas também para a realidade individual e mais próxima de cada um.

Alunos desenvolvem a criatividade e o raciocínio lógico e espacial

Dilemas da adolescência fizeram parte da discussão

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Alunos do São João produzem álcool em gel Atentos à chegada das baixas temperaturas e à probabilidade de aumento do risco de transmissão da gripe H1N1, os alunos do 3º ano do ensino médio do Colégio La Salle São João de Porto Alegre produziram, no Laboratório Multidisciplinar, álcool em gel – aliado na prevenção da nova gripe. Foram utilizados álcool etílico, carbopol, água, trietanolamina, essência, corante e papel indicador de Ph. Cada grupo produziu, em média, 1 litro de álcool em gel. O material foi distribuído nas bisnagas de uso pessoal, previamente personalizadas, com rótulo de identificação do produto, e colocado em potes maiores nos setores da Escola com grande circulação de pessoas, como a Recepção. Segundo a professora de Química Ildanice Mansan, a atividade surgiu da preocupação com a não inserção da faixa etária dos alunos do ensino fundamental e médio na campanha de vacinação nacional.

Alunos do Sinodal Progresso tiveram a primeira experiência científica

Laboratório de Química também é lugar dos pequenos Os alunos de 1ª a 4ª série do Colégio Sinodal Progresso de Montenegro, curiosos sobre a possibilidade de ter aula no laboratório de Química – ambiente de gente grande –, interagir e realizar descobertas, realizaram sua primeira experiência sob a orientação da professora Andréa. Durante o processo, as crianças tiveram a oportunidade de ver alguns princípios dos quatro elementos – água, luz, terra, ar – e conscientizar-se da poluição que é consequência de hábitos que devem ser revistos. O objetivo de conduzir os alunos ao laboratório é despertar o interesse pela pesquisa, seus fundamentos, e a busca dos porquês que surgem diante de fenômenos. Por meio de experiências, questionamentos e observações, todos, de forma participativa, chegam às conclusões esperadas.

Colégio Romano estuda a reprodução dos vegetais Os alunos do 3º ano do ensino fundamental do Colégio Romano São Mateus de Porto Alegre realizaram, no Laboratório de Ciências, a experiência da batata-doce, com o objetivo de observar cada uma das etapas da reprodução dos vegetais. Os resultados foram registrados toda a semana em um relatório. “Foi muito gratificante ver o interesse, o entusiasmo e a surpresa dos alunos ao observarem cada etapa de desenvolvimento. A cada observação, eles se surpreendiam com o crescimento dos galhos com folhas”, afirma a professora responsável pela experiência, Elaine Quirino. “Quando as batatas estiverem maiores, os alunos poderão levá-las para sua casa e plantar na terra.”

Alunos se surpreenderam em cada etapa do desenvolvimento da batata

Professora do Sinodal tem obra selecionada pelo MEC A coordenadora pedagógica do Colégio Sinodal de São Leopoldo e professora do Unilasalle, Marta Nörnberg, teve seu livro indicado como leitura para escolas pelo Ministério da Educação (MEC). A obra “A criança de 6 anos no Ensino Fundamental”, lançada em agosto de 2009, foi publicada pela Editora Mediação, de Porto Alegre, que a submeteu ao edital referente ao Plano Nacional da Biblioteca Escolar. Trata-se de uma pesquisa sobre a implantação do ensino de 9 anos durante os anos de 2006 e 2008, e aborda a adaptação da criança do ponto de vista psicopedagógico, a educação matemática, a

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Marta Nörnberg pretende continuar produzindo

organização da prática pedagógica, o planejamento e a avaliação curricular. “A criança de 6 anos no Ensino Fundamental” teve a colaboração das professoras Bárbara Lawall, Eliana Urmersbach e Lígia Gedrat. As professoras Andrea Rapoport, Dirléia Sarmento e Suzana Pacheco, do Unilasalle, assim como Marta, são organizadoras da obra. O livro foi um dos 154 selecionados pelo ministério, dentre os 1,3 mil apresentados por editoras de todo o país. Marta sente-se feliz com a seleção. “É, realmente, um grande reconhecimento. Ao mesmo tempo, sinto-me convocada a continuar produzindo”, afirma.


ARTIGO GESTÃO FEMININA NAS ESCOLAS DA SOCIEDADE EDUCAÇÃO E CARIDADE Sônia Machado de Oliveira* RESUMO O assunto desta pesquisa é a gestão feminina nas escolas da Sociedade Educação e Caridade, na perspectiva de gênero e da formação profissional. O trabalho analisa a atuação de duas diretoras nas escolas pertencentes à Sociedade Educação e Caridade. Para realizar a pesquisa, foram utilizadas como fonte entrevistas e experiências de uma ex-diretora e uma diretora ainda no exercício da função, que atuaram como diretoras de escolas, desde 1960 no estado do Rio Grande do Sul. Constatou-se que, mesmo sem estudos sistemáticos voltados para a docência ou administração, as religiosas atuavam na direção das escolas a partir da formação humana e religiosa recebida na instituição e buscavam estratégias de manutenção através de parcerias com a comunidade. No entanto, as grandes transformações da atualidade exigem formação profissional adequada para atender às demandas das novas concepções e alternativas de gestão participativa e em rede. Palavras-chave: Gestão escolar. Questões de gênero. Escolas confessionais. Formação profissional. ABSTRACT This paper presents female management at schools, social education and professional education. For making this survey it was used the experience of an ex-school principal and another who still works. Both have worked at schools since 1960. Although they have not studied pedagogy or administration, the religious women have worked as school principal because of their human and religion formation got at the institution. They extended the school through the community as well as the Latin-American church. The survey was made through interviews. We conclude that, because of the changes nowadays, it is necessary, besides human formation, a professional education. At the same time, it shows alternatives that should be done with a participatory management in network.

1. Introdução oucos são os registros referentes à administração de cargos públicos assumidos por mulheres, pois à mulher não era permitido atuar publicamente. Esse espaço era destinado ao homem. Em relação à direção das escolas, também não era diferente. Entretanto, nas escolas de congregações religiosas femininas as próprias religiosas é que exerciam a função administrativa, sendo exemplo de “competência, inteligência, e lucidez enquanto diretoras” (WERLE, 2006, p. 208). Este artigo apresenta uma pesquisa que é parte integrante da Dissertação de Mestrado em Educação, apresentada na Universidade do Vale do Sinos – UNISINOS, cujo tema é gestão feminina nas escolas da Sociedade Educação e Caridade. O estudo faz um resgate da história das escolas da referida instituição no Rio Grande do Sul, sua expansão e atuação de mulheres nessas escolas. O trabalho tem como objetivos discutir o perfil da mulher religiosa administradora a partir da década de 1960; a expansão da instituição, bem como a formação para a gestão das escolas articuladas pelo voto de obediência. Os sujeitos da pesquisa são duas mulheres que relatam suas experiências de vida e práticas de gestão de escolas. Pretendeuse, através das narrativas, investigar o tema da gestão escolar das escolas da Sociedade Educação e Caridade, visando contribuir com as pesquisas na área da história da educação, gestão e gênero. Hipóteses: –– a mulher religiosa na gestão era vista como modelo de competência e eficiência; –– as diretoras utilizavam-se de estratégias eficientes junto aos pais e à comunidade para obter recursos financeiros; –– as transformações na gestão que ocorreram nas escolas da Sociedade Educação e Caridade estão relacionadas à qualificação profissional das diretoras.

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Keywords: school management, gender questions, confessional schools, professional education.

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2. As histórias de vida contadas através da escrita e da fotografia - lembranças aos esquecimentos que nos ajudam a viver. A história de vida é um instrumento que possibilita investigar o sujeito e sua identidade e tem a função de mobilizar “a subjetividade como modo de produção do saber” (DOMINICÉ, 1988, JOSSO, 1999; ALARCÃO, 2004). A metodologia desta pesquisa está construída a partir das histórias de vida dos sujeitos entrevistados. Inclui ainda consulta a documentos da Sociedade Educação e Caridade, bem como entrevistas de experiência de gestão. 3. Administração e gestão escolar: semelhanças e diferenças As teorias da administração com base em Taylor, Fayol e Weber (XX) têm por objetivo atender às demandas do mercado capitalista e ao poder. Aqui, o administrador controla a produtividade e exige eficiências. Aos poucos, esse sistema administrativo migrou para o campo da educação carregando em seu bojo os elementos utilizados nas fábricas (CHIAVENATO,1979; SANDER, 1995). Dessa forma, a administração escolar adquire um enfoque que vai além da simples execução mecânica de tarefas. Estudos de Werle (2001) apontam um outro viés nessa discussão: o surgimento do termo gestão que entrou na área educacional a partir da década de 1980. Essas pesquisas mostram ainda que gestão e administração, muitas vezes, são confundidas, pois os termos gestão da educação e administração da educação são utilizados na literatura educacional ora como sinônimos, ora como distintos. Algumas vezes gestão é apresentada como um processo dentro da ação administrativa, em outras, seu uso denota a intenção de politizar essa prática. Apresenta-se também como sinônimo de ‘gerência’, numa conotação neo-tecnicista e, em discursos mais politizados, gestão aparece como a ‘nova’ alternativa para o processo político-administrativo na educação. (WERLE, 2001, p. 148) No entanto, não adianta somente trocar de um termo para outro, é preciso, sim, mudar os conceitos do que seja administração em geral e do que seja gestão escolar. 4. Questões de gênero Pesquisas realizadas nos últimos anos revelam calorosas discussões sobre gênero nos mais variados espaços da sociedade. Isso possibilitou compreender os significados e papéis atribuídos aos homens e às mulheres pela sociedade e pela Igreja. Scott (1990); Friedan (1971); Demartini e Antunes (2002); Eggert (2003) e Ströher (2005). Ao longo da pesquisa, busca-se compreender as relações construídas entre homem e mulher na sociedade, tais como as diferenças biológicas atribuídas ao sexo, rebaixando a mulher a uma segunda categoria. (LAGARDE, 2005; VENTURIN, 2001; BRUSCHINI, 1994; FIORENZA,,1995).

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5. As escolas das congregações e ordens religiosas no contexto da igreja latino-americana A escola, por muito tempo, foi o lugar utilizado estrategicamente pela Igreja católica como meio de difusão dos valores e princípios. Na década de 1960, a partir da conferência de Medellín (1968), a escola católica passa por profundas transformações, alicerçadas na educação libertadora. É nesse contexto que se insere a rede das escolas da Sociedade Educação e Caridade. Para que as obras pudessem ser levadas avante, era necessário recorrer à colaboração de todas as Irmãs. Através do Voto de Obediência é que havia um total desapego de si para dedicar-se inteiramente aos outros. Lagarde y de los Rios (2005). Portanto, o processo de expansão da Sociedade Educação e Caridade implicava o cumprimento dos votos principalmente o de Obediência. Nesse sentido, a formação interna recebida garantia o exercício da missão mesmo sem uma preparação administrativa específica. 6. Expansão da Sociedade Educação e Caridade na área educacional no Rio Grande do Sul A expansão da Sociedade Educação e Caridade na área educacional, no Rio Grande do Sul teve início em 1857, com a fundação do Asilo Santa Leopoldina, em Porto Alegre. Bortoluzzi (1996); Venturin (2001); Azzi (2007). Depois disso, a abertura de inúmeras escolas fez com que se pensasse em um Projeto Educativo próprio, como forma de manter a unidade na ação educacional com instituição. 7. Experiências na gestão escolar contadas através de histórias de vida As experiências de gestão foram realizadas tendo presente a vivência dos sujeitos da pesquisa como diretoras nas escolas.O trabalho foi organizado por dimensões: pessoal; acadêmica; administrativa, social e eclesial. Em cada dimensão fazemos um contraponto dos aspectos e características comuns das entrevistadas, e também dos aspectos peculiares e típicos de cada entrevistada, pois são elas que irão definir e esclarecer sua concepção e visão em relação à gestão escolar. 8. Discussão dos resultados Constatou-se, a partir da análise dos resultados das entrevistadas, que a atuação das religiosas na educação deu-se a partir da necessidade de expansão da Igreja católica, pois a intenção era de que, ao atender o pedido da Igreja, seria possível se expandir territorialmente. Era uma prática que as instituições religiosas utilizavam para buscar novos membros. Verificou-se ainda que as religiosas, na sua função de administrar e coordenar as escolas, tinham uma visão global da educação, eram vistas pela comunidade em geral como mulheres administradoras de confiança e credibilidade.


Conclusão A pesquisa mostrou que o trabalho de mulheres religiosas na direção das escolas da Sociedade Educação e Caridade era de competência e responsabilidade, pois mesmo sem uma preparação acadêmica adequada, conduziram esses estabelecimentos tendo como base os estudos recebidos nas etapas de formação para a vida religiosa e no cumprimento da missão recebida por meio dos votos religiosos. Tinham estreita relação com as famílias, comunidade e a Igreja. Assim sendo, houve momentos em que a escola se constituía numa extensão da Paróquia, pois a própria educação buscava uma formação para a vivência dos valores e princípios cristãos.

Este estudo é o início de uma longa reflexão em relação ao modo como as escolas da rede da Sociedade Educação e Caridade devem pensar estratégias atualizando a filosofia educacional e proporcionando uma educação integral. Há urgência de um debate mais aprofundado, pois o contexto atual apresenta uma crescente demanda, fazendo com que a educação seja disputada também por empresas leigas que vendem seus serviços educacionais. É preciso avaliar a forma de gestão no sentido de atentar para uma renovação sem perder as características de instituição religiosa.

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GESTÃO Dora Dimer, de Gravataí, trabalha para crescer

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Escola Dora Dimer de Gravataí deu início a um trabalho de gestão em março deste ano sob a orientação do SINEPE/RS, em função da necessidade urgente de um planejamento de ações e do desejo de divulgação das mesmas para a comunidade interna e externa. A licença-maternidade da diretora e mantenedora da instituição contribuiu para a decisão, já que o sistema de gestão, até então, era maternalista e fraterno, com acesso direto, e a equipe que assumiu a escola não conhecia os planos e as metas da Dora Dimer – todo o planejamento e as ações do ano letivo corrente estavam centralizados na diretora. O processo de implementação das práticas de gestão teve início com outra assessoria, mas a falta de conhecimento da área educacional exigiu a troca de consultoria. Feito esse ajuste, a equipe da Dora Dimer reagiu de forma muito aberta às inovações e aos desafios que esse trabalho exigiria. A escola já idealizava e realizava muitas das necessidades levantadas nas reuniões, como o uso de lousas interativas em sala de aula, a capacitação dos profissionais para a utilização de uma série de recursos tecnológicos, e o turno integral, com oficinas de língua inglesa, artes e de meio ambiente. Além disso, foi colocada uma cobertura de polipropileno nos acessos e nas áreas de circulação da escola e a loja de conveniências da escola foi revitalizada após a inclusão de uma sócia-gerente. A criação de uma equipe gestora – órgão consultivo que assessora a Direção nas decisões – que conhece os ideais da escola, acredita neles e os transmite aos colegas foi fundamental nesta nova fase. A equipe atende às solicitações que lhes são encaminhadas, propõe alternativas de soluções e melhorias, emite pareceres sobre assuntos de ordem administrativa, técnica e disciplinar (resguardando os de competência exclusiva da Diretora), opina sobre questões pedagógicas, educativas e organizacionais, e zela pelo cumprimento do Regimento e execução do Planejamento Estratégico e de Estudos. Na área pedagógica, houve a valorização da qualidade dos serviços prestados, a qualificação dos profissionais e a preocupação com o aluno e sua formação humana e integral. A escola contratou uma coordenadora pedagógica para dar início ao projeto de implantação do ensino médio para 2011, com a missão de elaborar plano de estudos, buscar profissionais, pesquisar interesses da comunidade escolar e responder pelo encaminhamento de toda a documentação para atender à legislação. O resultado mais evidente da implementação das práticas de gestão foi conseguir planejar ações para a melhoria e o crescimento da escola. O Planejamento Estratégico da Dora Dimer tornou-se o documento norteador das ações de melhorias. Todos os envolvidos sabem de suas responsabilidades. No longo prazo, a expectativa é de que os resultados se reflitam no sucesso da escola, na sua rentabilidade, na visibilidade de mercado e tornem a Dora Dimer um referencial de qualidade na educação. A gestão, hoje, é vista como uma liderança empreendedora, idealizadora, unida e valorizada, realizadora de sonhos. É uma ferramenta estratégica, voltada para os princípios da escola.

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Disposição de classes nas salas de aula também faz parte do plano de ações

Uso das lousas interativas antecedeu o plano estratégico


Integrar as diferentes gerações: o premente desafio do gestor Gerenciar de modo uniforme, na contemporaneidade, não tem dado conta do que o complexo mundo do trabalho impõe. Com a necessidade de constituir equipes para fazer frente às demandas atuais, o gestor precisa estar preparado para lidar com as diferenças de modo complementar, buscando a homogeneidade do grupo. Essa necessidade fica ainda mais evidente quando se observam as diferentes gerações que coabitam num mesmo espaço profissional. Pela primeira vez na história do mundo do trabalho, as organizações possuem pelo menos três gerações trabalhando juntas. Neste contexto, a gestão da diversidade passa a ser imperativa, muito mais por necessidades decorrentes do próprio trabalho do que por razões humanas. Para bem gerir a convivência entre as diferentes gerações é necessário compreendê-las. A faixa etária não é suficiente para considerar um grupo parte de uma geração. Esse critério serve apenas para rotular as gerações. Os gestores têm, sim, que lidar com diferentes jeitos de olhar a vida, encarar o trabalho. Enquanto os baby-boomers são focados no trabalho, permanecem por longo tempo numa empresa, respeitam a hierarquia e são refratários à mudança, a geração X é cética em relação aos critérios de sucesso de seus pais, valoriza o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, questiona a autoridade, revela maior resistência à mudança e não gosta de compartilhar o que sabe – em especial com os mais novos – os Ys –, pois pensam que esses podem tomar seus lugares. Já a geração Y não abre mão de gerenciar a sua vida, conciliando vida pessoal e profissional, e se relaciona com a autoridade de modo cortês – mas sem supervalorizá-la. É autônoma, necessita de liberdade,

trabalho desafiador e criativo, não tem medo de trocar informações e possui grande capacidade para a inovação. Na contrapartida, é imediatista em termos de salário e promoção e não gosta de trabalhar além do horário, pois tem outros interesses. Essa postura tem deixado tanto os gestores como os colegas de outras gerações perplexos. Estas gerações trabalhando juntas são as partes de um mosaico que os gestores estão sendo chamados a construir. Como integrar essas gerações? Como lidar com os conflitos decorrentes da diversidade? Como conciliar as diferentes expectativas? É o grande desafio para o qual os gestores precisam encontrar respostas. O primeiro passo é reconhecer as diferenças e identificar como se beneficiar das expectativas, valores e recursos de cada geração. Analisar o estilo de gestão – o quanto gera adesão e envolve as pessoas nas decisões, se é direto em sua comunicação – também é fundamental. Além disso, identificar qual a mensagem que a organização transmite por meio das suas políticas: transparência do sistema de avaliação, sistema justo de remuneração e recompensa, e o valor que é atribuído, de fato, às pessoas. É um valor a qualidade de vida e o bom ambiente de trabalho? A serviço do que e de quem está o poder? É um “poder sobre” o outro, que submete? Ou é um “poder para” que aceita e permite o exercício da autonomia? Certamente os gestores que se propuserem a resolver essas questões se surpreenderão ao descobrir o quanto a diversidade pode ser enriquecedora para manter a sua instituição “jovem” e sustentável. Fátima Regina Vielmo

Psicóloga e Consultora em Desenvolvimento Organizacional.

ANÚNCIO COMUNICAÇÃO IMPRESSA 21 x 14 cm


CINEMA Road movie “made in Brasil” poetiza a solidão e o amor Por Adriana Kurtz*

“V

iajo porque preciso, volto porque te amo” bem poderia ser o título para o currículo dos diretores Marcelo Gomes e Karim Aïnouz. Ambos nasceram no Nordeste, mas tiveram sua formação em cinema – prática e teórica – fora do Brasil. De volta ao lar, tiveram de driblar a histórica dificuldade econômica de se fazer arte cinematográfica num país que nunca conseguiu consolidar uma indústria forte e que segue dominado – em termos de circuito de exibição e também do gosto do público – pelo lixo cultural norte-americano, para usar um termo caro ao filósofo Theodor Adorno. No entanto, o pernambucano Marcelo Gomes e o cearense Karim Aïnouz, que trabalham em projetos conjuntos há anos, insistem, para a sorte de um público que aprecia cinema e que vem acompanhando a ressurreição da arte brasileira. Gomes já mostrou seu talento com “Cinema, Aspirinas e Urubus” (2005) e Aïnouz estreou como diretor de longametragem com “Madame Satã” (2002) e “O Céu de Suely” (2006). “Viajo porque preciso, volto porque te amo” coloca em cena um único ator, que, por sinal, não aparece para o espectador – que deve se limitar a ouvir sua voz. O filme não apenas experimenta, mas reaproveita: “Viajo” conta com imagens não utilizadas nos filmes anteriores dos diretores, incluindo o documentário Sertão Acrílico Azul Piscina. A história é simples. O geólogo José Renato, recémseparado da esposa, atravessa o sertão nordestino para realizar uma pesquisa de campo sobre um canal a ser construído a partir do desvio de um rio da região. Em sua trajetória, deparase com habitantes que têm diferentes perspectivas diante da obra: algumas esperam oportunidades, outros lidam com a iminente desapropriação de suas terras e lares. O personagem, que só acompanhamos pela voz, se identifica com o vazio, o abandono e o isolamento dos lugares por onde anda, projetando sua própria solidão e dor amorosa.

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Assim, o terreno que ele, como geólogo, explora e avalia – com as típicas marcas da pobreza e da seca do sertão – é uma metáfora para sua própria situação existencial. Radical experimentação de montagem e de roteiro, “Viajo” mescla os gêneros documental e ficcional. A narrativa é toda em primeira pessoa e ordena as imagens documentais (colhidas por vários suportes ao longo de uma década na Bahia, Sergipe, Ceará, Alagoas e Pernambuco) a partir de uma trama ficcional contada por narração em off. A montagem de Karen Harley, de grande concisão narrativa, é embalada pela bela trilha sonora de Chambaril, e a onipotente voz do protagonista, que comenta as imagens, relembra o passado e dialoga com sua ex-esposa. Muito mais do que um road movie tradicional, o filme é um original diário de viagem, entre a aridez da paisagem e a avalanche de sentimentos do personagem que busca, afinal, o que todos nós, algum dia, buscamos: (re)encontrarmos nós mesmos.

Ficha Técnica: “Viajo porque preciso, volto porque te amo” (2009) Drama, Brasil, 75 min, color, digital Direção e Roteiro: Marcelo Gomes, Karim Aïnuz Fotografia: Heloísa Passos Montagem: Karen Harley Música: Chambaril Elenco: Irandhir Santos

*Doutora em Comunicação e Informação pela UFRGS e professora dos Cursos de ‘Publicidade e Propaganda’ e ‘Design’ da Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM


DICAS

LIVROS

Infanto-juvenil O bicho vai pegar Edson Gabriel Garcia

À Flor da Pele – Inclusão de Crianças com Deficiência Visual

Cortez Editora 34 páginas R$ 24,00

Rose Reis

A obra, escrita com muita sensibilidade, aborda temas importantes sobre a inclusão social de pessoas com necessidades especiais, em particular as crianças. A autora demonstra toda a fundamentação teórica para uma ação inclusiva do professor e evidencia instrumentos necessários a essa atuação. À Flor da Pele – Inclusão de Crianças com Deficiência Visual é da Cia. dos Livros Editora, tem 104 páginas e custa R$ 24,90. Mais informações: atendimento@ciadoslivros.com.br

BrincRIar

Dilan Camargo Editora Projeto 48 páginas R$ 33,00

Psicologia do trabalho em um mundo globalizado Anastasio Ovejero Bernal

A Cicatriz

O livro mostra qual o significado do trabalho na sociedade contemporânea e quais os efeitos da globalização no mercado. Trata das consequências do desemprego e os efeitos psicológicos e psicossociais, mostra como melhorar a vida no ambiente de trabalho e aponta de que forma o estresse, o esgotamento, o mobbing ou o assédio podem interferir no trabalho. A publicação da editora Artmed tem 240 páginas e custa R$ 52. Mais informações: sac@artmed.com.br

Os novos potenciais em educação Alaor Ricardo Ruppenthal

A experiência de 17 anos como professor do Colégio de Aplicação da UFRGS permitiu ao autor elaborar novos potenciais para a sala de aula. A proposta de Ruppenthal, relatada neste livro, consiste em abrir a sala de aula para a participação total dos alunos. A essência, segundo ele, é aceitar que o aluno é um ser com sensibilidade, consciência, experiências e conhecimentos a serem compartilhados com os professores, colegas e funcionários da escola. A publicação da Editora AGE tem 88 páginas e custa R$ 26. Mais informações: www.editoraage.com.br

Syriana – A indústria do petróleo

Há 21 anos Robert Baer (George Clooney) trabalha para a CIA investigando terroristas ao redor do planeta. À medida que os atos terroristas tornam-se mais constantes, Robert percebe que a ação da CIA passa a ser deixada de lado de forma a favorecer a politicagem. Com isso, vários sinais de ataque foram ignorados devido à falta de tato dos políticos para lidar com terroristas. O drama é dirigido por Stephen Gaghan e tem 126min de duração.

Ilan Brenman Cia das Letrinhas 32 páginas R$ 29,50

http://www.nativosdigitais.org/blog http://www.programavidaorganica.com.br/portal

DVD

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Rain Man

Um jovem yuppie (Tom Cruise) fica sabendo que seu pai faleceu. Eles nunca se deram bem e não se viam há anos, mas ele vai ao enterro. De acordo com o testamento, ele herda um Buick 1949 e as roseiras premiadas do seu pai, enquanto a fortuna de 3 milhões de dólares que estava esperando é destinada a um “beneficiário”. O misterioso herdeiro é seu irmão autista (Dustin Hoffman), que ele não sabia que existia. O yuppie, então, sequestra o irmão da instituição em que ele está internado para exigir metade do dinheiro. Durante uma viagem cheia de pequenos imprevistos, os dois compreendem um ao outro e entendem o significado de serem irmãos. O drama é dirigido por Barry Levinson e tem 133 min de duração.

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PUBLICAÇÕES As publicações institucionais, como jornais e revistas, são canais importantes para divulgar o trabalho das instituições e reforçar a sua imagem junto à comunidade em que atua. “Educação em Revista” recebeu algumas dessas publicações, as quais reproduz no espaço abaixo:

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