mercado brasil 84

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SOBRECAPA PUBLICITÁRIA

Por um Estado cada vez mais empreendedor Programas de incentivo fiscal atraem grandes empresas Em Itajaí, destaque para a gigante Incotextil. Parque fabril terá 35 mil metros quadrados e deve gerar 800 empregos diretos Secretário de Assuntos Estratégicos, Paulo César da Costa, revela desafios e metas da pasta



junho 2011 ano VIII nº 84

Empreendedorismo

Havan completa 25 anos e mostra que ainda tem muito fôlego para crescer

A natureza pede SOCORRO

O consumo desenfreado levou, por anos, à utilização equivocada dos recursos naturais. Agora, a indústria precisa rever seus processos para salvar ao planeta e a si mesma.

R$12,00

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NEGÓCIOS - GESTÃO - ASSOCIATIVISMO - DESTAQUE EMPRESARIAL - EMPREENDEDORISMO- LOGÍSTICA - MERCADO ECONÔMICO




expediente

editorial

Consumir, consumir, consumir...

Acesse www.revistamercadobrasil.com.br

e veja a edição na íntegra

A

reportagem de capa desta edição da Mercado Brasil aborda um tema polêmico. Com o crescimento mundial da classe média, em particular em países emergentes como os famosos BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China – um novo, e gravíssimo, problema se impôs na agenda global: como frear o consumo, mas manter as condições para a melhora da qualidade de vida de bilhões de pessoas?

5 fale conosco redação Mande cartas para a editora, sugestões de temas, opiniões ou dúvidas: jornalismo@revistamercadobrasil.com.br

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administração Para falar com nossa administração: adm@revistamercadobrasil.com.br Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião desta revista.

parceiros CACB – Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil

Aanos pergunta é a chave para entendermos o nosso futuro. E, desta vez, essa decisão de proporções planetárias passa pelo Brasil. A repórter Kamila Schneider detalha uma pesquisa feita por uma empresa de gerenciamento de riscos DNV, que indica uma data limite para a Terra. Em 2020, a economia mundial consumirá recursos equivalentes à de dois planetas. O cenário é de filme: nesse futuro, a escassez dos minerais mais raros vai abalar a economia mundial, áreas de grandes extensões – como Índia e Oriente Médio – passarão por fortes secas e o nível do oceano continuará a subir. Além disso, o padrão de vida e o crescimento da população mundial podem fazer a emissão de CO2 subir 20% em relação aos níveis atuais. Faltam nove anos para esse cenário tornar-se um marco na história da humanidade. As empresas precisam mudar o foco de seus modelos de negócio e os consumidores, repensarem suas prioridades. Para o mundo da gestão, é hora de novos negócios – mais inteligentes e sustentáveis. O que não é possível é continuar perdendo tempo. Também nesta edição trazemos a bem-sucedida história da rede de lojas Havan. O especial conta um pouco da história da rede e dos planos para o futuro. A edição conta ainda com uma entrevista com o diretorpresidente do porto de São Francisco do Sul, entre outros assuntos.

FFM – Fundação Fritz Müller FUNDABRINQ – Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente FACISC - Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina

Impresso em papel certificado Suzano. Uma garantia de que este é um produto de base florestal que resultou de um processo de produção economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto.

Boa leitura, Cristiano Escobar Maia



índice

20 capa

Questão de sobrevivência

Perspectivas sobre a degradação dos bens naturais são cada vez mais aterradoras. O consumo e a produção desenfreados são os grandes vilões. Políticas ecológicas são fundamentais e mostram o potencial da indústria na criação de alternativas sustentáveis.

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micro e pequenas

tecnologia

Mídias online trazem uma nova forma de se relacionar com o mercado e com o consumidor

Espaço Micro e Pequenas: Prêmio Prefeito Empreendedor com inscrições abertas

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Paulo Campos assina artigo Aprendendo a aprender: a persistência supera o talento

Uma das maiores lojas de departamento do Brasil mostra que empreendedorismo é a chave para alcançar o sucesso

boas sugestões de vinhos para degustar no inverno

artigo

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especial Havan 25 anos

vinhos


índice

32 gestão

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Saber reconhecer as oportunidades e inovar na hora certa é fundamental para sobreviver às mudanças do mercado

ExpoGestão 2011 apresenta perspectivas econômicas e sociais desse vasto país chamado Brasil

54 gestão pública

Secretário de assuntos estratégicos de SC, Paulo César da Costa, fala sobre os planos para o Estado

84 85 lex

abrh

Próxima edição do Congresso Catarinense de RH 2012 será em Blumenau

evento

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entrevista

Porto de São Francisco do Sul amplia sua estrutura para impulsionar ainda mais o desenvolvimento econômico

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lazer e consumo

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go to market

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agenda 07

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MBonline

www.portalmercado NOVO PORTAL MERCADO BRASIL NO AR! O endereço www.portalmercadobrasil.com.br é mais um resultado de muito estudo e dedicação da equipe da Mercado Brasil. Tanto esforço foi para criar, para vocês leitores, uma página na internet com as notícias que estão acostumados a lerem aqui e muitas novidades. Agora, além de receber a revista impressa uma vez por mês, acompanhe as principais notícias do mercado 24 horas por dia.

O painel com as novidades traz as mais recentes notícias publicadas no portal. Nesse espaço, também há matérias exclusivas produzidas pela equipe da Mercado Brasil para o site.

As Revistas Mercado Brasil, Mercado Joinville e Mercado Blumenau, além de estarem nas bancas, agora também estão disponíveis na versão on-line. É só clicar e folhear virtualmente.

O espaço “Artigos e Opiniões” é uma das novidades no novo portal da MB. Aqui os leitores vão encontrar textos sobre diversos assuntos, escritos por empresários, professores, escritores...

Os internautas também poderão ler e interagir com as notícias publicadas. Em cada matéria das seções Negócios, Economia, Marketing, Tecnologia, Sustentabilidade e Gestão há o link de compartilhamento nas redes sociais.

FACEBOOK Além de ser uma ampla rede de relacionamentos, o Facebook também traz conteúdo inteligente para os usuários. Novidades sobre economia, gestão, sustentabilidade, negócios e tecnologia estão na página da Mercado Brasil. Curtir o perfil é garantia de conhecimento e informações de primeira mão sobre o novo portal.

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TWITTER Os seguidores do Twitter da Mercado Brasil, além de receberem informações sobre as revistas, vão ser os primeiros a saber quais foram as mais recentes postagens no portal e notícias do mercado. E o melhor: você ainda pode repassar todas as informações aos seus seguidores através do Retweet. Siga @mercado_brasil.

ASSINATURA Para aqueles que não dispensam uma boa revista impressa, ainda podem solicitar a assinatura da Mercado Brasil pelo novo portal. Na página inicial, é só clicar na seção “Assine” e preencher o formulário. O pagamento pode ser feito no cartão de crédito. E pronto! É só esperar a sua edição chegar pelos Correios.


MBonline

brasil.com.br PORTAL EM NÚMEROS Desde que o novo portal da Mercado Brasil entrou no ar, em abril deste ano, ele já registrou mais de 10.500 acessos – uma média de quase 215 acessos por dia. Em 2010, antes da mudança, o site fechou o ano com 118.800 visitas e uma média diária de 325,48 acessos.

CONHECIMENTO ESPECIALIZADO De olho nas tecnologias cada vez mais avançadas de Cloud Computing (ou “computação na nuvem”), o arquiteto de soluções Delmar Assis elaborou o artigo “Cinco passos para estabelecer o controle do Cloud Computing”, que aponta a forma mais eficaz de utilizar o sistema dentro das organizações. Já a psicóloga e especialista em Gestalt Terapia, Márcia Luz, debate outro tema de grande relevância dentro das empresas: o feedback. No artigo “Feedback, preciso dele agora!”, a profissional fala sobre a importância dos gestores estarem atentos a essa poderosa ferramenta de relacionamento.

“Gestão de pessoas é essencial para a prosperidade e sustentabilidade das organizações. Por isso, o especial sobre Gestão de Pessoas, produzido pela revista Mercado Brasil, é tão oportuno. coordenador Parabéns pela publicação.” EduardodeLinhares, Marketing da Selgron Estive no ConcaRH quinta e sexta-feira e tive o prazer de ver a Revista Mercado Brasil, distribuída a todos os participantes. Muito legal.

Acabei de receber a edição de maio aqui na minha mesa, na Intelbras, está lindíssima! Parabéns a toda equipe!. Cristina Teresa Santos, jornalista.

Salézia Borrineli, do Departamento de Recursos Humanos - Comunicação Institucional da Marisol.

Você tem alguma opinião, sugestão, elogio ou crítica sobre a revista ou o portal da Mercado Brasil? Mande para a gente! Envie e-mail com o nome completo e profissão para redacao@revistamercadobrasil.com.br

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mercado

Pericó celebra a quinta safra Em 2011, a Vinícola Pericó chega a sua quinta safra. A expectativa é de que, neste ano, sejam colhidos entre os vinhedos das Terras de Altitude e da Neve Catarinense, 133 mil quilos de uva. Durante todo o ciclo vegetativo da videira, que iniciou em setembro de 2010, a Pericó inovou, trazendo para o Brasil o primeiro pulverizador a túnel, que permitiu reduzir em 95% a contaminação com a calda de fungicidas no ambiente. O equipamento foi importado da Itália e é o primeiro a ser vendido no continente Sul-Americano. A Pericó existe desde 2002 e possui os primeiros espumantes das terras de altitude, além de ser a única fabricante de Icewine (vinho do gelo) no Brasil.

Feirão do Imposto O empresário e coordenador do Núcleo de Jovens Empreendedores da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul, SC, Tiago Coelho, assumiu junto à Confederação Nacional da Indústria - CNI, em Brasília, a coordenação nacional do Feirão do Imposto pela Confederação Nacional dos Jovens Empresários - Conaje. O movimento tem como principal objetivo mostrar para a sociedade o peso da carga tributária brasileira. Diversos eventos serão realizados em todo o País, para chamar atenção para a questão do alto custo dos impostos pagos pelos contribuintes. Entre as ações previstas, está a venda de produtos isentos de tributação.

GAD’ assina com Lubrax O GAD’, empresa focada em consultoria de branding e design, assina o trabalho de reposicionamento da marca Lubrax – líder nacional no mercado de lubrificantes há mais de 30 anos. O trabalho é resultado de uma série de pesquisas junto aos pontos de venda, postos de gasolina e de troca de óleo e, também, entre os próprios consumidores da Lubrax. A nova proposta incorporou conceitos mais próximos do consumidor final, com uma linguagem menos técnica e mais amigável. Entre as principais mudanças está o novo shape dos frascos, que ganhou formato ergonômico e moderno, proporcionando um melhor manuseio dos produtos.



mercado

Swarovski elements agregam valor aos produtos Para agregar estilo, e também valor, aos produtos dos segmentos de moda e design, muitas empresas estão utilizando uma estratégia: adicionar aos seus produtos uma pitada de Swarovski Elements, os famosos cristais austríacos. Das sofisticadas pedras de cravar - usadas pelos mais importantes designers de bijoux no mundo aos rebites e cristais termocolantes, é possível criar peças ousadas capazes de se destacar no mercado. Grandes nomes da moda como Prada, Chanel, Dior, Alexandre Herchcovitch, Animale, Melissa, Havaianas e inclusive as empresas catarinenses Marisol e Dopping, já aderiram ao precioso adereço. O Boticário também tem seu case de sucesso neste sentido. A marca inovou aplicando pontos do cristal em embalagens da linha de maquiagens Make B.

Negócios com biogás Uma comitiva do Estado de Mecklenburg-Vorpommern, na Alemanha, visitou Santa Catarina para discutir a viabilidade da geração de gás metano e energia elétrica a partir de resíduos da suinocultura. A intenção é realizar um projeto-piloto, orçado em 150 mil euros, na cidade de Pomerode, para produzir biogás com dejetos suínos e assim, demonstrar o potencial deste tipo de tecnologia. Segundo dados da SCG Gás, Santa Catarina possui potencial para produzir diariamente 3 milhões de metros cúbicos de biogás a partir de dejetos da suinocultura.

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Internautas crescem 13,9% O total de brasileiros que são usuários ativos de internet no trabalho e em domicílios chegou a 43,2 milhões neste ano, segundo o site Investimentos e Notícias. Os últimos números divulgados são referentes ao mês de março, quando a evolução registrada foi de 4,4% na comparação com o período anterior. Em relação aos 37,9 milhões de usuários ativos de março de 2010, o aumento foi de 13,9%. A maior parte do crescimento do número de internautas nos últimos meses pode ser atribuída ao aumento da presença de computador com internet nas residências.


Grameyer investe R$ 5 mi A Grameyer, especializada em soluções para controle de energia, acaba de anunciar que espera crescer cerca de 30%, em 2011. Outro objetivo da gigante está em ampliar a linha de produtos de medidores digitais, com investimento estimado em R$ 5 milhões. O projeto de expansão e o portfólio da Grameyer para os próximos anos preveem ações que promovam a consciência ambiental. A marca investe no desenvolvimento de novas formas de energia limpa e renovável, e na otimização dos recursos naturais.

Barra Velha recebe instalação de empresa italiana O grupo italiano Pregel, indústria especializada em produtos para o mercado alimentício, instalará uma unidade em Barra Velha, litoral norte de Santa Catarina. A filial do grupo atuará no mercado de sorvetes e de panificação. A unidade será erguida em um terreno às margens da BR-101, no bairro São Cristóvão. A área já passa por serviços de terraplenagem e a empresa quer iniciar a construção ainda neste ano.

Sol Paragliders lança moda e acessórios Há vinte anos no mercado e com distribuidores em 68 países, a Sol Paragliders passa a oferecer aos atletas, amantes e simpatizantes do voo livre a sua própria linha de moda e acessórios na linha fly wear. Estão entre os lançamentos camisetas, bermudas, jeans, jaquetas, calçados, acessórios, meias, cintos, bonés, relógios, cuecas e carteiras. A Sol Store fica anexa ao parque fabril da empresa, em Jaraguá do Sul, SC.


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Brasil deve gerar 1,7 milhão de vagas em 2011 Estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea estima que a economia brasileira gerará 1,7 milhão de empregos em 2011. Já o número total de profissionais contratados deve chegar a 21 milhões, levando em conta as 19,3 milhões de vagas que devem ser preenchidas em razão da rotatividade no mercado de trabalho. Segundo o Ipea, porém, o número de contratações não será suficiente para empregar todos os profissionais qualificados, já que o País chegará ao fim do ano com 22 milhões de trabalhadores com qualificação profissional.

Fujiro lança camiseta com estampa 3D A Fujiro Ecotêxtil, especializada na confecção de camisas, ecobags e outros artigos com tecidos feitos de fios de garrafa PET, aposta na inovação e tecnologia para lançar a primeira camiseta do Brasil com estampa 3D em silk screen - processo no qual a tinta é vazada pela pressão de um rodo ou puxador por uma tela preparada. O trabalho de pesquisa e testes realizado durante dois anos pela empresa catarinense permitiu transferir o efeito tridimensional também para as estampas colocadas sobre tecidos. A técnica é uma novidade no mercado têxtil nacional. Mesmo depois de a peça ser lavada muitas vezes, a estampa não perde o efeito de profundidade e tridimensionalidade. Assim como nos cinemas, o 3D das camisetas é percebido com a utilização de óculos especiais que seguem acompanhados dos produtos.

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Petrobras e Udesc firmam parceria O gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção Sul da Petrobras, Nilson Rodrigues Cunha, confirmou que a empresa será parceira da Universidade do Estado de Santa Catarina - Udesc - no Centro de Educação Superior da Foz do Rio Itajaí - Cesfi, em Balneário Camboriú. A nova unidade da Udesc irá abrigar, a partir do segundo semestre deste ano, o primeiro curso de Engenharia do Petróleo de Santa Catarina. Através da parceira, pesquisadores da empresa e da universidade atuarão em conjunto, promovendo a troca de informações e o fomento da atividade no Estado.


Introspecção para todos Uma nova forma de pensar e agir que pode impulsionar o mundo dos negócios. Você já ouviu falar no Business Discovery? Trata-se de uma abordagem de baixo para cima, que coloca o usuário no controle da empresa. Ao contrário do BI tradicional, onde apenas algumas pessoas estão envolvidas na criação de conhecimento, o método Business Discovery permite a todos criar uma visão. Com o QlikView, as empresas podem ter uma visão para as bordas de sua organização, permitindo a cada usuário final fazer o seu trabalho mais inteligente e mais rápido do que nunca. Em essência, o QlikView transforma todos em um analista de negócios altamente atualizado. Outras informações através do endereço: www. qlikview.com/us/landing/business-discovery.

Maná inaugura restaurante na Lancaster

Já está em funcionamento o Restaurante Corporativo da Maná, instalado na Lancaster, empresa blumenauense referência no segmento de tinturaria e estamparia. O ambiente passou uma reforma, sendo reestruturado pela Maná de acordo com as melhores alternativas de mobiliário e layout de ambiente. Como resultado, o restaurante ficou com um ambiente mais amplo e moderno, equipado com climatização para dar mais conforto aos visitantes. O espaço também conta com o sistema Maná Grill, um ponto de preparação de grelhados feitos na hora.

Senior promove seminários virtuais A Senior, empresa especializada no desenvolvimento de softwares para gestão de negócios, aposta em uma ferramenta inovadora e eficaz. Trata-se do seminário web que discute assuntos atuais exigidos pelo mercado, de forma cômoda para os clientes e prospects. As apresentações gratuitas ocorrem por meio do método de ensino a distância. Elas permitem a participação do público, com recursos de áudio simultâneo entre os participantes e opções de interação escrita, via chat individual ou coletivo. Entre os temas abordados estão Gestão de Pessoas, Gestão Empresarial e Gestão da Segurança. Para saber mais: www.senior.com.br


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AtĂŠ

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2020,

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a

economia

mundial

consumirĂĄ


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recursos equivalentes a de dois planetas Terra kamila schneider

Questão de

sobrevivência E

m seus bilhões de anos de existência, o planeta vive uma “gestão” perfeita de seus recursos naturais. Seu ecossistema pode ser comparado a uma empresa muito bem-sucedida: tudo dentro dele tem uma função específica e nada acontece sem pensar no futuro. Mesmo estando dentro desse sistema, o mercado humano tem um modelo bem diferente de gerir as coisas. Visando, em primeiro lugar, à produção cada vez maior e mais rápida de bens de consumo, seu foco manteve-se por muito tempo no lucro, ao invés da autopreservação. Como resultado, essa forma quase predatória de viver começou a interferir também no ecossistema do planeta, revelando a linha tênue que o liga à sobrevivência do próprio ser humano. A exploração do meio ambiente chegou a tal ponto que as previsões alarmantes já não surpreendem, apesar de continuarem assustadoras. O relatório Technology Outlook 2020 (Perspectiva Tecnológica para 2020, em português), desenvolvido pela multinacional de gerenciamento de riscos DNV, traz uma perspectiva preocupante para as próximas gerações: até 2020, a economia mundial consumirá recursos equivalentes a de dois planetas Terra.

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Nesse futuro nada distante, a escassez dos minerais mais raros vai abalar a economia mundial, áreas de grandes extensões – como Índia e Oriente Médio – passarão por fortes secas e o nível do oceano continuará a subir, aponta a pesquisa. Além disso, o padrão de vida e o crescimento da população mundial podem fazer a emissão de CO2 subir 20% em relação aos níveis atuais. Para o diretor do mestrado em planejamento e gestão ambiental da Universidade Católica de Brasília – UCB, Genebaldo Freire Dias, essa situação deixou de ser uma projeção para se tornar uma realidade imediata. Ele afirma que hoje “já estamos consumindo muito mais do que o planeta consegue suprir” e que “a pressão de retirada de recursos naturais é brutalmente superior às taxas naturais de reposição”.

Ainda assim, as perspectivas negativas devem estimular o desenvolvimento de tecnologias renováveis e do setor reciclável, impulsionando o uso de fontes renováveis de energia - como as eólicas, que devem produzir cerca de 8% da energia do mundo até lá. Segundo Dias, que também é autor de vários livros sobre educação ambiental e ecologia, preocupar-se mais com a pesquisa é uma atitude fundamental para que a indústria possa orientar suas decisões e proatividades em cenários incertos. “Não há preocupação com o esgotamento de coisa alguma, simplesmente porque não se acredita nisso. Ambientalistas são vistos como impedidores do progresso, alarmistas, radicais. Na verdade, são pessoas que dedicaram suas vidas na tentativa de alertar as pessoas para as maluquices que estamos fazendo com nós mesmos”, defende.

Consumo: o principal inimigo A partir do século 18, o homem começou a produzir e a consumir de forma muito rápida e sem controle. Desde então, vivemos numa lógica capitalista em que a indústria se utiliza dos recursos naturais, promove sua transformação e consumo, para depois descartá-los, explica o doutor em ecologia e recursos naturais da Ecolibra Consultoria Ambiental, Marcus Polette. Como tudo na natureza funciona de forma cíclica - a exemplo do ciclo da água -, nem mesmo os recursos naturais renováveis conseguem acompanhar o ritmo descontrolado de extração atual. Juntando-se isso ao fato de que a população mundial vai atingir as sete bilhões de pessoas, indica Polette, e continuar aumentando cerca de um bilhão a cada 13 ou 14 anos, o nível de consumo pode se tornar impraticável. Segundo o coordenador da Rede Internacional de Gestão de Conflitos Ambientais, Harrysson Luiz da Silva, que também é professor do departamento de geociências da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, a velocidade do consumo é a peça chave para compreender a escassez dos recursos naturais. “Você produz numa escala mais rápida, num es-

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paço de tempo mais curto. Considerando que recursos naturais levaram, por exemplo, 2 bilhões de anos para serem produzidos, estamos praticamente destruindo bilhões de anos nos últimos 500 anos”, afirma. Silva conta que, hoje, 80% dos grãos produzidos no mundo são utilizados para alimentar o gado para a produção de carne, o que já é uma contradição. Alguns países subdesenvolvidos como os africanos enfrentam problemas de fome devido à exploração massiva do solo com o uso de agrotóxicos durante seus períodos de colonização. Atualmente, o que sobra é um solo exaurido e uma população que não é capaz de produzir alimento suficiente para se manter. Para o especialista em planejamento e gestão ambiental, Genebaldo Freire Dias, esse modelo de sociedade foi um dos fatores que mais contribuíram para o consumo alienado, despreocupado e irresponsável. “As pessoas passaram a trabalhar cada vez mais, para comprar coisas, pagar impostos e carnês intermináveis, investindo em objetos que logo se tornariam obsoletas e se transformariam em lixo”, critica Dias. “O grande desafio é ampliar a percepção humana. Ainda há tempo”.


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O grande desafio é ampliar a percepção humana. Ainda há tempo Genebaldo Freire Dias, especialista em planejamento e gestão ambiental

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Crescer e preservar Nas décadas de 60 e 70, as pessoas começaram a rever o modelo econômico que gere a sociedade. A partir daí, percebeu-se que uma das grandes mudanças está justamente em substituir o descarte pelo reaproveitamento, a exemplo da própria natureza. “Quando você tenta estabelecer essa nova forma de pensar, olha para a natureza, vê que ela funciona de forma cíclica, a gente começa a repensar esse modelo e rever alguns valores”, indica o doutor em ecologia e recursos naturais, Marcus Polette. Segundo ele, nessa linha de pensamento os bens naturais são utilizados de maneira parcimoniosa, priorizando o uso em longo prazo e não imediatista. “Hoje, tem que se pensar mais na questão ambiental. Reconhecer que na realidade estamos dentro de um sistema em que os recursos naturais são finitos, que a Terra tem uma capacidade única para suportar as pressões, que vêm dos vários setores econômicos. Mas ao mesmo tempo tem que saber buscar um desenvolvimento adequado dentro do setor industrial e tentar compatibilizar esse crescimento com a preservação”. Para o especialista Harrysson Luiz da Silva, a questão do “verde” não se limita somente à diminuição de custos operacionais ou redução de matérias-primas. O que tem que se introduzir dentro das empresas é o conceito de ecodesign, que Silva descreve como uma nova concepção de projeto de produto, processo e serviço. Esse modelo possibilita que a empresa tenha uma dimensão maior das implicações de suas atividades e passe a integrar na sua estrutura todos os elementos necessários para um processo de mudança. Para Silva, mesmo empresas com selos reconhecidos de qualidade ou meio ambiente estão fadadas ao fracasso se não trabalharem essas ações de forma integrada com a sociedade.

Buscar um desenvolvimento adequado dentro do setor industrial e tentar compatibilizar esse crescimento com a preservação Marcus Polette, doutor em ecologia e recursos naturais

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NATUREZA EM PROL DA ECONOMIA Conheça exemplos de empresas que mudaram seus modelos de produção e encontraram na sustentabilidade uma ferramenta de crescimento e competitividade. Sustentabilidade lucrativa A siderúrgica ArcelorMittal - multinacional com capacidade para produzir mais de 100 milhões de toneladas de aço -, encontrou uma maneira rentável de preservar o meio ambiente. A empresa atua com um sistema de gestão de resíduos industriais, com a intenção de possibilitar a geração mínima de resíduos e a reutilização máxima, com o mínimo de descarte. O grupo tem a meta global de gerar no máximo 50kg de resíduos não recuperáveis para cada tonelada de aço produzido, mas no Brasil já conseguiu chegar a 12kg. A inovação mesmo veio no desenvolvimento dos chamados coprodutos, que resultam do beneficiamento dos resíduos de fabricação do aço. Na usina de Tubarão, SC, por exemplo, o reaproveitamento de resíduos chega a 95% e somou 2,2 milhões de toneladas de coprodutos em 2010, com receita de quase R$ 69 milhões. Cerca de 54% dos coprodutos são comercializados, enquanto 8% são reaproveitadas em ações socioambientais e 34% reutilizados internamente. O Programa Novos Caminhos, criado em 2006, utiliza os resíduos do aço na base da recuperação de estradas rurais em municípios do Espírito Santo. O programa já utilizou mais de 724 toneladas de resíduos em 294,7 km de ruas.

ArcelorMittal: reaproveitamento de resíduos chega a 95%

FOTOS: DIVULGAÇÃO RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE 2009 ARCELORMITALL

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Tecnologia a favor da natureza O projeto Big Green, criado pela desenvolvedora de tecnologias de informação para a indústria, IBM, prova que o cuidado com o meio ambiente também instiga o surgimento de novas tecnologias. Por meio da iniciativa, a empresa desenvolve novos produtos e serviços para reduzir o consumo de energia interno e de seus clientes. A IBM iniciou o projeto com o investimento pesado de U$ 1 bilhão. Como resultado, em 2007, realizou uma mudança ousada em seus data centers de todo o mundo, criando um novo ambiente que possibilitou um consumo de cerca de 80% menos energia. O projeto utiliza um único mainframe (plataforma de servidor) para controlar centenas ou milhares de servidores individuais. Dessa forma, a empresa substitui 3.900 servidores por 30 mainframes - processo chamado de virtualização -, economizando energia suficiente para abastecer uma pequena cidade. O sistema também diminui os custos com software e reduz a emissão de carbono. Nos últimos dez anos, a IBM conservou aproximadamente 8,6 bilhões de KWh e deixou de emitir 5,67 milhões de toneladas de CO2 graças às políticas de sustentabilidade aplicadas na empresa.

IBM: economia de 80% no consumo de energia

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Lixo eletrônico no devido lugar Eletroeletrônicos e eletrodomésticos são produtos que, normalmente, não recebem um destino correto ao fim de sua vida útil. Foi pensando nisso que a Philips, desenvolvedora de produtos de consumo e estilo de vida, lançou o projeto Ciclo Sustentável Philips, que recolhe os produtos descartados da marca e encaminha a um destino ecologicamente correto. O projeto acontece em 25 municípios de vários estados brasileiros. Para recolher o material, a Philips montou diversos postos credenciados, que fazem a coleta e encaminham os aparelhos para a empresa parceira do projeto Oxil, responsável por dar um destino adequado aos componentes que não podem ser reaproveitados. Em um ano, o programa já recolheu 130 toneladas de aparelhos e 30 toneladas de pilhas e baterias. Com a iniciativa, a Philips pretende minimizar os impactos ambientais causados pelo lixo eletrônico. De acordo com o CEO da Philips do Brasil, Marco Bicudo, o projeto serve como uma forma de incentivo para que os consumidores façam escolhas responsáveis sobre os produtos que compram e tenham ciência do impacto que eles representam durante todo o seu ciclo de vida.

Philips: minimizar os impactos ambientais causados pelo lixo eletrônico

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GESTÃO DE RISCOS PARA EVITAR SURPRESAS Todas as indústrias utilizam, dentro do seu processo produtivo, algum tipo de recurso natural, direta ou indiretamente. Por isso, perspectivas como as que apontam a escassez de água e de fontes de energia, a instabilidade climática e a falta de recursos minerais preocupam o setor em todos os cantos do globo. Mediante tantos problemas, o plano de gerenciamento de riscos tem se tornado uma solução eficaz para manter a empresa estável e buscar soluções alternativas de produção, ao mesmo tempo que instiga uma nova postura diante do meio ambiente. De acordo com a gerente de sustentabilidade da DNV, Jasmin Eymery, um plano de gestão de riscos nada mais é do que o resultado de um processo de identificação dos principais riscos que possam prejudicar a continuidade das operações do negócio. Com ele, é possível identificar os riscos, avaliar os impactos, priorizar os riscos de maior potencial e definir as medidas de controle que a empresa irá adotar. “Se você identifica e avalia que nesse cenário pode ter risco de apagões ou o preço da energia pode subir, é necessário buscar medidas, como reduzir ou aumentar a eficiência do processo produtivo para consumir menos energia. É o que chamamos de ecoeficiência”, explica Jasmin. Mais do que remediar os problemas, o plano tenta prevê-los para garantir mais segurança em situações instáveis. No caso dos problemas ambientais, é clara a relação entre a preservação e a proteção, indica Jasmin. Se a empresa utiliza uma matéria-prima que corre risco de escassez, por exemplo, a solução pode estar na criação de um material similar que traga mais benefícios e diminua os riscos ambientais.



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gestão

Com mais competição deve-se estar atento às nuances do segmento e preparado para implementar mudanças rapidamente kamila schneider

O mercado MUDOU, e agora O

mercado muda o tempo todo. Novas tecnologias, oscilações financeiras, aumento na concorrência, surgimento de novas tendências – tudo faz parte de um universo complexo do qual dependem milhares de empresas ao redor do mundo. E a cada dia, mais e mais empreendimentos entram na disputa por um espaço nesse sistema. Só no ano passado, foram criadas 1.370.464 empresas no Brasil, 101% a mais do que em 2009 (680.881), segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC. No mesmo período, apenas 215.024 registros de empresas foram cancelados, saldo positivo de mais de um milhão de empresas.

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gestão Além disso, o Brasil é o país com maior número de empresas juniores no mundo, cerca de 1,2 mil - dados da Confederação Brasileira de Empresas Júnior - e o segundo país com o maior número de empresas franqueadas do mundo, com 2.226, atrás apenas da China - segundo pesquisa da empresa Rizzo Franchise. Mas o que isso tudo representa? Que o mercado está ficando mais competitivo, sim, mas também que novas ideias e possibilidades surgem a todo momento. Não é mais permitido ficar parado, é preciso estar o tempo todo mudando, se readequando. “As mudanças são constantes e as empresas precisam incorporar em sua agenda diária a melhoria contínua, e o start é sempre o cliente/ consumidor”, afirma a diretora de projetos da Datazíguel, Paloma Zimmer. Trata-se de um “olhar panorâmico”, que foca tanto a informação estratégica interna/externa e uma visão integrada da empresa, quanto a satisfação do cliente. Infelizmente, aponta a especialista, na economia não existe um “termômetro” que indique qual a “temperatura” para realizar uma readequação ao mercado. Por isso, “a empresa precisa ter bem definido como quer ser vista e lembrada pelos consumidores, para poder desenvolver ações de melhoria contínua”. De acordo com a diretora da AG3 Consulting, Geisa Rodrigues, fazer estudos de mercado para conhecer os concorrentes, potenciais clientes, o nível de satisfação dos clientes e exigências do consumidor é fundamental para entender o momento de mudar. “Somente fazendo esse monitoramento é que ela consegue perceber onde estão as ameaças e as potenciais oportunidades e se desenvolver a partir disso”.

As empresas precisam incorporar em sua agenda diária a melhoria contínua

Paloma Zimmer, diretora de projetos da Datazíguel

Geisa afirma que empresas muito focadas em oferecer seus serviços, sem observar o espaço com que se relacionam, dificilmente sobrevivem no mercado atual. “Foi-se a época em que apenas podia oferecer o serviço sem conhecer a demanda”, destaca a especialista, reiterando a importância de estar atento às tendências. Em que a organização deve se concentrar para ter êxito no seu negócio? Para a especialista em inteligência competitiva e gestão do conhecimento, Lilian Alvares, essa é a pergunta chave que toda a empresa deve responder para saber se possui ou não potencial competitivo. “Significa, portanto, concentrar esforços para alcançar suas competências essenciais, isso é, o seu diferencial competitivo ou vantagem competitiva sustentável”, descreve Lilian. Para isso, salienta a especialista, é fundamental um planejamento a longo prazo para manutenção do processo de aprendizagem, a fim de criar um fluxo contínuo que resulte na habilidade de absorção e desenvolvimento de novos conhecimentos e a troca de conhecimentos internos. Partindo dessa premissa, não ter potencial competitivo significa, então, ser incapaz de criar um ambiente propício à obtenção da inovação contínua. Segundo Lilian, sem essa capacidade, seus processos, produtos e serviços estão comprometidos nas necessidades de produção, a curto prazo; de manutenção, a médio prazo; e nas necessidades de adaptação, a longo prazo.

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gestão

Informação é a chave Com as informações certas sobre o mercado, a empresa terá condições de decidir se pode ou não mudar seu posicionamento de mercado e para onde deve ir, fatores que irão torná-la ou não mais competitiva. Para isso, é fundamental construir um planejamento detalhado, que irá permitir uma linha sistemática de raciocínio. “Do contrário as empresas vão entrar no que chamamos de ponto cego, o ponto onde elas acham que estão competitivas, ou dentro do mercado de uma maneira satisfatória, mas na verdade não estão enxergando algumas ameaças”, aponta Geisa Rodrigues. A ameaça pode ser de curto ou longo prazo e normalmente causa uma surpresa indesejada. “Precisa estar aberto para ouvir o que os estudos e informações estão dizendo de uma maneira neutra, sem nenhum preconceito”, aconselha a especialista, caso contrário, a empresa pode caminhar para a direção errada. Para Geisa, a melhor forma de acompanhar essas mudanças é estando a par de tudo o que acontece não somente no setor da empresa, mas no mercado como um todo. Realizar estudos de campo com clientes, organizar discussões em grupo dentro da empresa, acompanhar redes sociais para entender o que os consumidores querem e como a empresa é vista por eles, estar atento a notícias e até efetuar estudos técnicos de mercado são algumas soluções eficazes para obtenção desses dados.

Estar aberto para ouvir o que os estudos e informações estão dizendo de uma maneira neutra Geisa Rodrigues, diretora da AG3 Consulting

TENDÊNCIA: como se adaptar? As já conhecidas tendências de

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ativa no mercado: algumas competem

mercado exercem uma função difícil

por preço, outras por qualidade ou

no mundo dos negócios: a de prever

design - e as tendências têm que estar

mudanças futuras. Mas sua

de acordo com a estratégia adotada.

capacidade de indicar

É isso que evita uma padronização

o caminho certo

das empresas diante de uma

muitas vezes se

tendência muito forte de

torna uma armadilha

mercado, explica Paloma.

se a empresa não

Para Lilian Alvares, especialista em

está atenta a sua

inteligência competitiva, essa possibi-

demanda. De acordo

lidade mostra mais uma vez o papel da

com a especialista

inovação. “Se todos os concorrentes

Paloma Zimmer, seguir uma

começarem os mesmos processos e se

tendência pode ser bom, desde que

tornarem muito parecidos, então aonde

a empresa tenha assumido esse

está a vantagem sobre a concorrência

posicionamento como estratégia de

que se espera conseguir? Está na

negócio. Cada empresa busca por um

criatividade e, por conseguinte, na

diferencial competitivo para se manter

capacidade de inovação”.



evento

Evento terá presença de especialistas mundiais, como Albert Fishlow, da Universidade Columbia, entrevistado pela Mercado Brasil kamila schneider

ExpoGestão começa dia 8 em Joinville N

este ano, a ExpoGestão traz debates e palestras sobre os mais variados temas, todos eles com uma característica em comum: o Brasil. Seja em análises de mercado, modelos de gestão ou novas oportunidades profissionais, o País está sempre inserido nas discussões do cenário econômico mundial. Não é à toa: nos últimos anos o Brasil apresentou um crescimento surpreendente e em 2010 sua economia registrou a maior alta dos últimos 24 anos (7,5%) - e pesquisas do Serasa já indicam que ele deve avançar ainda mais. Para estar inserido da forma adequada nesse mercado em crescimento, nada melhor do que compreender as mudanças que o País enfrentou nos últimos anos e as situações que influenciam sua economia. Por isso, a ExpoGestão 2011 recebe um especialista de peso quando o assunto é Brasil: o economista Albert Fishlow. Professor emérito da Universidade Columbia, de Nova York e doutorado pela Universidade de Harvard, Fishlow é considerado um dos maiores peritos mundiais em questões brasileiras e estudou durante anos as relações econômicas, sociais e políticas do País. Nesta breve entrevista, o economista dá uma pitada do que ele pretende apresentar na ExpoGestão e fala sobre o seu livro “O Novo Brasil”, mudanças, Poder Judiciário e economia brasileira.

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evento Palestra O NOVO BRASIL 10 de junho, 14h20 Albert Fishlow, economista, doutorado pela Universidade de Harvard e professor emérito da Universidade Columbia

Merdado Brasil Quais foram as principais mudanças que o País enfrentou no período estudado em seu livro, “O Novo Brasil”? Albert Fishlow O Novo Brasil trata de quatro temas: a economia, a política, a área social e as relações externas. Primeiro, havia a nova constituição com todos os novos direitos da população brasileira dentro da área social: educação, saúde e previdência, além das alterações políticas no congresso judiciário, e econômicas, como as regras na divisão das receitas da União. Todas as tentativas de terminar a inflação altíssima não deram certas até o Plano Real de 1994, que no mesmo tempo elevou FHC a presidência no começo do ano seguinte. Além de estabilidade, havia reformas importantes dentro de toda a área social. Os números de emendas constitucionais foram grandes e transformaram o Brasil. O processo foi menos intensivo do que o governo queria, porque havia crises econômicas quase contínuas no mundo depois de 1997, e no País depois de 1999. A eleição do Lula em 2002 teve três consequências: comprovou a continuidade econômica no Brasil, apesar da alteração partidária; permitiu, com o crescimento econômico, a expansão dentro da área social com a Bolsa Família, e recursos maiores para SUS; e marcou um interesse brasileiro maior nas relações internacionais, e ali, havia uma orientação crescente sul-sul.

Tudo indica que agora o Brasil tenha uma oportunidade, se o processo das reformas necessárias for perseguido, de melhorar o futuro 40

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evento MB O senhor fala muito sobre o sistema Judiciário brasileiro em seu livro. De que forma esse sistema reflete o país que o Brasil se tornou e o país que ele almeja ser nas próximas décadas? De que forma a justiça brasileira se relaciona com o desenvolvimento econômico do País? AF O Judiciário se tornou um elemento muito positivo no desenvolvimento brasileiro. Hoje em dia, fica uma das áreas em que a base institucional vai fortalecendo. A utilização da súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal vai crescer no futuro, criando leis mais uniformes e reduzindo o número dos casos – ainda muito grandes. O CNJ funciona, e trata de organizar melhor o sistema, sem eliminar a independência. O Ministério Público é um elemento central, e a expansão dele ao longo do tempo dentro das áreas novas, já alterou a importância do judiciário na vida diária. Justiça é indispensável para o desenvolvimento sustentável e equitativo. MB O que lhe surpreendeu mais nas relações sociais, políticas e econômicas do Brasil, durante os anos de sua pesquisa? AF É difícil falar de surpresas, já que estava visitando o País e escrevendo artigos durante todo este período. Talvez o elemento mais positivo seja o avanço acontecendo na distribuição da renda durante a ultima década e o surgimento na importância da Classe C dentro dos últimos cinco anos. Ainda há muito o que fazer, especialmente na área da educação, para assegurar este processo. Mas tudo indica que agora o Brasil tenha uma oportunidade, se o processo das reformas necessárias for perseguido, de melhorar o futuro. MB Qual é o principal mérito do Brasil quando falamos em economia e setor industrial? AF O Brasil se diferencia de outros países no processo de desenvolvimento econômico. O Brasil tem um setor primário produtivo e crescente, com a agricultura, o minério e até o petróleo; tem um setor industrial, que apesar das reclamações contínuas, continua crescendo e utilizando inovações tecnológicas; tem um setor de serviços melhorando. Este balanço dos interesses diversos não é sempre fácil, mas evita uma concentração perigosa. Tem que combinar isso com um compromisso de globalização contínua e um investimento e poupança doméstica muito maior para permitir o avanço na produtividade.

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Workshops Além de trazer grandes palestrantes e uma feira completa com novidades do setor de gestão, a ExpoGestão 2011 promete agradar profissionais de todas as áreas com os mais de 40 workshops temáticos. Oferecidos gratuitamente e paralelo às outras atividades – também no período de sete a dez de junho -, a expectativa é que os workshops atraiam um público de 1.600 pessoas e despertem o interesse não somente dos profissionais do congresso, mas também da população local. De acordo com o presidente da comissão organizadora da ExpoGestão, Amandio João da Silva Junior, os temas abordados nos workshops estão todos relacionados à gestão empresarial e adotam, em sua maioria, o formato de palestras, permitindo maior interação com o público e a transmissão de conteúdos mais específicos. “Algumas palestras do workshop são muito práticas, outras apresentam ensinamentos teóricos, em ambas as situações o maior benefício para os profissionais que participam é o conhecimento. Nos workshops, onde se apresentam casos reais, experiências vivenciadas por empresas, executivos e especialistas, a fixação da mensagem pode ser muito maior se o participante estiver vivenciando em sua empresa o mesmo caso”, explica. Possibilitar que o público tenha acesso a essas atividades de forma gratuita é um dos muitos benefícios de todo o apoio e patrocínio dado ao evento, destaca Silva Junior. Segundo ele, essas ações fazem parte do compromisso assumido pela ExpoGestão com a socialização do conhecimento, o compartilhamento de experiências e o aprendizado contínuo. Confira a programação completa de workshops no site www.expogestao.com.br.



micro e pequenas

Sebrae inaugura Centro de Sustentabilidade FOTO: RAI REIS

O

novo Centro Sebrae de Sustentabilidade – CSS, localizado no município de Chapada dos Guimarães, MT, irá funcionar como um centro nacional de referência para o Sistema Sebrae em sustentabilidade para as micro e pequenas empresas. Inicialmente, o CSS estará focado na produção e aplicação de conteúdos de gestão do conhecimento nos eixos de Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, eficiência energética e implantação do Código Florestal. Uma equipe de especialistas será formada para atender empreendedores de todo o País e ferramentas virtuais serão construídas para facilitar o intercâmbio das soluções sustentáveis.

Prêmio de serviços ao cliente O Sebrae do Rio Grande do Sul foi vencedor da 12a edição do Prêmio Consumidor Moderno de Excelência em Serviços ao Cliente, realizado pela revista Consumidor Moderno em parceria com o Instituto GFK. A premiação reconhece empresas que possuem a melhor estratégia focada nos clientes e que buscam a excelência como diferencial competitivo na prestação dos serviços. Um dos pontos mais bem avaliados do Sebrae foi o tempo de resposta ao cliente: 98,5% das chamadas do Call Center são atendidas em apenas 20 segundos (cinco toques) e 99% das solicitações são resolvidas na primeira chamada, sem transferência. O setor recebe em média 200 ligações por dia. Além do Sebrae, outras 57 empresas foram vencedoras em categorias diferentes. FOTO: MORAES NETO

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micro e pequenas

Prêmio Prefeito Empreendedor abre inscrições Já estão abertas as inscrições para a 7a edição do prêmio Prefeito Empreendedor, realizado pelo Sebrae. O prêmio pretende identificar, valorizar e divulgar as boas práticas no apoio à micro e pequena empresa e reconhecer a capacidade dos gestores que desenvolvem e implantam ações para o desenvolvimento das MPE em seus municípios. A inscrição é gratuita e pode ser feita pelo site www.prefeitoempreendedor.sebrae.com.br. A expectativa é que 1,3 mil prefeitos se inscrevam neste ano. Em dez anos, o projeto já premiou 342 prefeitos nas etapas estaduais e 44 na nacional, sendo que 2.998 gestores já se inscreveram na premiação no período.

MPE 2011 com inscrições abertas até 15 de agosto O Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas – MPE Brasil 2011 está com inscrições abertas até o dia 15 de agosto. Os interessados podem se inscrever pelo site www.premiompe. sebrae.com.br ou nos pontos de atendimento do Sebrae em todo o País. O prêmio busca reconhecer empresários e instituições que investem em conceitos e práticas de gestão. Os inscritos participam de seminários de excelência e recebem um relatório personalizado com pontos fortes e indicação de oportunidades de melhoria na gestão, podendo potencializar seu negócio, aumentar sua competitividade e melhorar seus produtos e serviços. FOTO: BANCO DE IMAGEM

FOTOS: DIVULGAÇÃO SEBRAE

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FOTO: ANDRÉ TELLES

micro e pequenas

Desafio Sebrae tem 145 mil inscritos

C

erca de 145 mil universitários se inscreveram para a 12a edição do Desafio Sebrae, o que corresponde a 2,9% da população universitária brasileira, que é de 5 milhões. Os Estados do Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul reúnem o maior número de competidores. Os cursos com maior número de inscritos são os de Administração (41.929), Ciências Contábeis (14.099) e Direito (8.924), e a maioria dos participantes desta edição é do sexo masculino (81.902), com idade entre 18 e 22 anos. Nesta edição do Desafio Sebrae, as equipes irão administrar uma fábrica de bicicletas, seguindo a linha de veículos sustentáveis.

Encontro Internacional de Comércio Justo gera R$ 1,2 mi em negócios A Rodada de Negócios do III Encontro Internacional de Comércio Justo resultou em uma expectativa de faturamento de cerca de R$ 1,2 milhão. O evento promoveu encontros entre 80 grupos produtivos de 14 Estados com 18 pequenos, médios e grandes compradores do País, além de representantes de países, como: França, Espanha e Inglaterra. Nos dois dias da Rodada de Negócios, foram realizados 163 agendamentos com os produtores que melhor atendiam às necessidades dos compradores. A aproximação informal que precedeu as negociações agradou as empresas participantes, por facilitar a compreensão das particularidades de cada produto. apoio www.sebrae.com.br

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tecnologia

Hoje, a internet ĂŠ acessada por Pergunta essencial ĂŠ como seu

Conectada

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tecnologia

quase um terço da população mundial. negócio pode se beneficiar da rede kamila schneider

com o mundo S

e nos primórdios da internet era a desconfiança um dos principais empecilhos para a sua propagação, é difícil imaginar como estaríamos hoje, se esse sentimento não tivesse existido. O crescimento extraordinário do ambiente digital nos últimos anos superou as expectativas mais otimistas: de 250 milhões de usuários em 2000, a internet saltou para incríveis 2 bilhões no início deste ano, sendo acessada por quase um terço da população mundial (segundo dados da ONU). Tanta gente em um só “lugar” impressiona, mas também assusta. A quantidade de informações geradas nesse ambiente e a velocidade com que elas são propagadas é enorme – e praticamente impossível de controlar. Esse tipo de dilema que gera dúvidas na hora de inserir uma organização no ambiente digital: Que riscos a empresa irá correr? Qual a maneira correta de utilizar essa ferramenta? Quais os benefícios e os malefícios da web? O fato é que a internet está aí, desempenhando um papel cada vez mais importante na vida das pessoas. Ela não veio somente para ficar, mas também para crescer e se multiplicar. Saber lidar com ela, é o primeiro passo para aproveitar as maravilhas de seu universo digital.

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tecnologia

Uma ferramenta poderosa Apesar de a maior concentração de conexões estar nos Estados Unidos e na Europa, o Brasil já é responsável por 41 milhões de pessoas conectadas à internet. Com isso, nos últimos anos o conceito de mídia digital ganhou espaço dentro das organizações, trazendo novas possibilidade de utilização desse meio. Segundo o analista de marketing da agência Brain, Geraldo Franca, podemos definir mídias sociais como portais para a publicação de conteúdo. Ele explica que esse conceito costuma ser confundido com as já conhecidas redes sociais, já que elas também passaram a incorporar ferramentas para publicação de conteúdo. De certa forma, elas acabaram por se tornar uma espécie de mídia digital, explica o especialista. Até pouco tempo, as mídias digitais costumavam ser definidas em on-line (conectadas) e off-line (desconectadas), mas esse é um conceito que aos poucos

está deixando de existir, afirma o especialista em marketing 2.0 da Mídia Online, Vinicius Zimmer. “Deixa de existir o que é ‘on’ e o que é ‘off’ para integrá-los, passando a ser ‘one-line’, uma só linha”, descreve. Essa nova forma de encarar as mídias digitais reflete a ligação direta dessas ferramentas com as mídias convencionais. Conforme Zimmer, trata-se de uma integração de conteúdos, que vão do on-line - blogs, redes sociais - para o off-line – celular, rádio. “É muito mais uma integração entre os meios”, indica. “Quando ela funciona, a experiência é muito maior para o usuário.” Tudo se resume à produção de conteúdo. Não uma produção impensada, mas sim de qualidade e relacionada a um contexto. Qual é a melhor forma de levar esse conteúdo ao público da empresa? Qual é o melhor contexto – rádio, televisão, tablets, mobiles? Esse é o mix fundamental para qualquer empresa.

Universo digital No vasto universo da internet, nem tudo o que é desenvolvido tem uma utilidade clara para as empresas. Muitas vezes, o tempo e dinheiro investidos na inserção da empresa nas mídias digitais acabam por gerar mais frustrações do que resultados. Este tipo de problema, normalmente, é causado pela ideia de que atuar no ambiente digital não exige planejamento. Assim, a ação já tem início de forma equivocada. De acordo com o líder de planejamento e mídia da agência A2C, Tiago Fachini, a comunicação digital precisa ser pensada de forma específica para cada negócio. Os objetivos da empresa é que irão definir as ações desenvolvidas na web. “Primeiro, tem que fazer uma análise do que ela [a empresa] quer comunicar e porque ela está ampliando a comunicação para o ambiente digital. Depois, observar qual canal tem público para receber essa informação, para não correr o risco de falar para um público fora de foco. Por fim, fazer a definição

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final de qual canal é mais adequado e disponibiliza a melhor plataforma”, descreve. A empresa também tem que estar ciente do trabalho que será desenvolvido posteriormente a esse processo. Não adianta elaborar um plano completo e depois não explorar as ferramentas que a plataforma disponibiliza, aponta Fachini. Uma página no Facebook que não permite a interação por meio de comentários, por exemplo, torna-se um espaço inviável e pouco atrativo. Segundo Fachini, o retorno proporcionado por essas mídias tem relação direta com o objetivo estratégico estabelecido pela empresa. “A chave para medir o sucesso das ações é ter indicadores previamente pensados que facilitem a compreensão desse ambiente”. Quantas respostas a empresa conseguiu sobre determinada ação ou produto, quantos feedbacks recebeu e quantos serão aplicados, por exemplo.



tecnologia

O “diagnóstico” do internauta Desenvolvendo as ações corretas, não há dúvidas de que a internet irá trazer uma série de benefícios para a empresa. Ela pode não somente conquistar novos clientes, como formar uma relação de confiança com o público, que irá dar crédito ao esforço da organização em tentar atender suas exigências. Com a informação “rodando” pela internet, ser bemfalado pelos clientes representa ter uma marca fortalecida perante o público geral. Porém, ao mesmo tempo em que ser bem-falado aumenta o potencial da marca, comentários ruins podem causar muita dor de cabeça. Zimmer conta que “opiniões negativas se propagam de forma mais rápida pela internet, por isso muitas empresas tem receio de utilizá-la”. Mas diante da integração entre as mídias, é equivocado pensar que só o que está nas mídias digitais roda na web: um outdoor mal elaborado, por exemplo, com certeza vai render comentários on-line.

MÍDIAS para todos os OBJETIVOS

O jeito é não se desesperar. É normal receber comentários negativos, explica Fachini, principalmente se a empresa faz uma interação com o público errado. “As empresas costumam ser muito intrusivas”, afirma o especialista, referindo-se às ações de marketing que sobrecarregam os consumidores de publicidade e acabam se tornando vilãs. O segredo é não focar o “volume”, mas sim o consumidor certo. É melhor um público pequeno, mas de qualidade, do que um grande público que não se relaciona com a marca. Sem dúvida, a forma mais eficiente de evitar comentários descontentes é garantindo a qualidade, seja dos serviços, do atendimento ou até da entrega do produto. É a mesma premissa das lojas físicas, explica Franca: se o cliente se sentir valorizado e satisfeito, ele irá voltar. O benefício da internet é que ele também irá divulgar seu “diagnóstico” positivo para outras milhares de pessoas.

INFORMAR

ENSINAR

RELACIONAR

QG SOCIAL BLOG WEBSITE

REPERCUTIR

OUVIR

TESTAR

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tecnologia

AS QUERIDINHAS DAS EMPRESAS Hoje em dia, ferramentas como Facebook e Twitter figuram entre as preferidas das empresas, por permitirem a propagação rápida de conteúdo e uma relação direta com os consumidores. Mas nem só de redes sociais vive a internet. O YouTube, por exemplo, pode ser útil para a divulgação de produtos, serviços e comunicados, por ser um ambiente muito acessado e exigir um investimento baixo, indica Franca. Os conhecidos mecanismos de busca também figuram entre as mídias mais eficientes. Conforme Zimmer, existem dados que mostram que cerca de 70% das pessoas que veem um anúncio na televisão recorrem aos mecanismos de busca para pesquisar sobre a informação ou produto.

O segredo está em trabalhar de forma integrada três ferramentas: o SEO - Search Engine Optimization, que coloca o conteúdo em posição privilegiada nas buscas; os Links Patrocinados, em que a empresa paga para ficar em destaque nos buscadores; e o website ou blog personalizado, com conteúdo exclusivo. Zimmer conta que o futuro das mídias tem relação com a chamada “cultura das duas telas”. Trata-se do uso simultâneo da televisão e do computador (internet), em que os dois se completam, ao invés de se anularem. Essa interação instiga a troca de conteúdo entre as duas mídias. Com essa prática, fica cada vez mais difícil separar as mídias convencionais das digitais.


gestĂŁo pĂşblica

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gestão pública

Secretário de Assuntos Estratégicos de SC, Paulo César da Costa, fala sobre os desafios da pasta

Empreendedorismo é meta de governo N

atural de Lages, 52 anos, Paulo César da Costa está à frente da Secretaria de Assuntos Estratégicos do Estado de Santa Catarina. Formado em Administração de Empresas, empresário do setor florestal e consultor de vendas e de desenvolvimento de novos produtos para o Mercado Externo de várias empresas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Atuou no meio público em Lages, como prefeito em 1992, vereador - por três mandatos, esteve a frente da Associação Comercial e Industrial de Lages e teve dois mandatos de vice-presidente de Comércio Exterior da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina - Facisc. Em entrevista para a Mercado Brasil, na nova editoria de Gestão Pública da revista, o secretário destaca que Santa Catarina, atualmente, é um polo exportador de carne suína e de aves e comenta que apesar de o Estado ter uma logística territorial favorável, falta investimentos do Governo Federal para o setor. Por outro lado, programas de incentivo fiscal – outra preocupação da pasta de Assuntos Estratégicos - fazem de Santa Catarina um território atrativo para grandes empreendimentos. Um exemplo é a Incotextil, uma gigante da área têxtil, que está movimentando a economia de Itajaí e região. Questões ligadas à educação, saúde, segurança pública e incentivos para pequenas empresas com o Juro Zero são abordadas na entrevista. Nela, Paulo César da Costa responde sob ótica estratégica do governo.

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gestão pública

O programa Juro Zero pode ser um grande capital sem custo no momento mais Mercado Brasil De que maneira a Educação pode ser vista como diferencial para o Estado e de que forma esse assunto vem sendo trabalhado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos? Paulo César da Costa Consideramos estratégico para o Estado, no setor educacional, a expansão do ensino profissionalizante. Focado nas vocações regionais e na construção de lastro para a criação de novas matrizes sócioeconômicas, que contribuirão para o desenvolvimento das regiões especialmente do interior de Santa Catarina. Com participação efetiva da comunidade empresarial, procurando formar mão-de-obra especializada, de acordo com uma demanda estrategicamente identificada. Há uma visão clara, que este trabalho deve ser feito pelo Estado aproveitando as estruturas educacionais já existentes, que na grande maioria tem competência e capilaridade. Também é estratégico nesta área, a transformação do conhecimento gerado na academia em benefícios diretos à sociedade, através do avanço do trabalho de extensão universitária e do apoio as incubadoras empresariais. Utilizando para isso, a criação e o fortalecimento dos parques tecnológicos, na priorização do investimento em pesquisa e desenvolvimento e na apropriação desse conhecimento, como oportunidade de negócios e de fomento da renda. MB

A saúde em Santa Catarina é um assunto que há tempos levanta grandes debates. Há algum projeto que foque as melhorias nesse setor? PCC Melhorar processos, inovar procedimentos, replicar práticas já bem-sucedidas são ações importantes para buscar eficiência na gestão da saúde. Consideramos estratégico avançarmos nestes aperfeiçoamentos e liderada pela Secretaria de Saúde, e em parceria com o Movimento Brasil Competitivo e o Movimento Catarinense de Excelência propusemos um programa matricial de melhorias, baseado em inúmeras experiências e metodologias já testadas com expressivos resultados alcançados.

MB Quais as maiores deficiências que o Estado tem hoje, em termos de políticas públicas? De que forma a Secretaria de Assuntos Estratégicos encara esses problemas? PCC Uma das grandes deficiências que se encontra na administração pública, e Santa Catarina historicamente não tem fugido a regra, é o processo de descontinuidade das suas políticas públicas. A elaboração do Planejamento Estratégico do Estado, amplamente discutido e tecnicamente robusto deve ser ferramenta indispensável ao gestor público e transformado em Política de Estado, com metas de médio e longo prazos para servir de norte aos governos que se sucedem. MB Nos últimos anos, que dificuldades o Estado conseguiu atravessar e que hoje pode ser visto como uma ação bem-sucedida? PCC O Estado de Santa Catarina tem se destacado como polo exportador do complexo carne suína e de aves, e uma das razões importantes para ter chegado a este patamar deve-se ao seu padrão de excelência sanitária, conseguida graças a programas bem-sucedidos na área de sanidade animal - fruto de parcerias do Estado e da inciativa privada. Este programa é exemplo de cooperação pública privada, que conseguiu com práticas 56

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gestão pública

diferencial por proporcionar decisivo do novo investidor eficientes vencer o desafio de afastar de nosso território os desastres do setor como as gripes suínas, pestes aviárias, etc.

MB

O Governo de Santa Catarina aderiu a implementação do Programa Juro Zero com o objetivo de incentivar a modernização das micro e pequenas empresas. Como o projeto será trabalho no Estado? PCC O Programa Juro Zero é considerado estratégico para o Governo na medida que irá apoiar as micro e pequenas empresas responsáveis por grande parte da geração de empregos no Estado. A formatação do Projeto está a cargo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável e será operado pelo Badesc, em parceria com as Organizações Sociais que operam o micro crédito produtivo e orientado.

Com o apoio da Secretaria de Assuntos Estratégicos, a Incotextil foi beneficiado pelo programa Pró-emprego. Ela está construindo um parque fabril com 35 mil m 2 em Itajaí, para ser uma das maiores fábricas têxteis da região e ter a mais moderna tinturaria de SC. Serão fomentados 800 empregos - hoje, com 40% do projeto pronto, são 200 funcionários

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gestão pública

Santa Catarina tem se transformado, nos últimos anos, em um importante Polo Logístico, seja por sua localização estratégica, (...) eficiência de nossos portos e operações logísticas MB Como está a expectativa de participação dos MB micro e pequenos empresários no programa? PCC Santa Catarina tem grande parte de suas empresas de micro e pequeno porte. Programas como este, juntamente com o apoio ao treinamento de mão de obra, à pesquisa e ao desenvolvimento, as políticas de incentivos fiscais fomentam o investimento por parte da iniciativa privada e impulsionam o desenvolvimento. O Programa Juro zero será mais uma boa ferramenta nesta direção.

MB

Em sua opinião, o programa pode ser visto como uma forma de incentivo ao Empreendedorismo? Por quê? PCC O empreendedor precisa de apoio no início de seu empreendimento e o programa Juro Zero, pode ser um grande diferencial por proporcionar capital sem custo no momento mais decisivo do novo investidor. Quando corre grandes riscos, enfrenta os maiores desafios de mercado, mão-de-obra, tecnologia, produção e etc. Os programas de redução de impostos estaduais também são largamente estudados por nossa equipe técnica, sempre a fim de que Estado e o empreendedor tenham benefícios, sem ferir a economia. Fato esse, que nos leva a buscar novos investidores para nosso Estado. Esta bandeira será levada adiante e sempre estaremos a postos para contribuir com estas salutares vindas. A busca por novos investimentos no Estado potencializa novos pequenos negócios, que surgem no atendimento do crescimento da economia, proporcionado pela vinda de novas empresas. O Juro Zero também se constitui como uma ferramenta de estímulo aos empreendedores catarinenses, para poder operar no fornecimento de serviços, insumos e produtos às novas empresas e ao movimento econômico gerado pelo incremento na atividade indireta dos novos negócios.

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Santa Catarina tem um polo industrial desenvolvido, principalmente porque é cercada por um sistema de logística igualmente desenvolvido. Ainda assim, a resolução de alguns gargalos figura entre as principais solicitações da classe. Há alguma ação estratégica que está sendo pensada para esse setor? PCC Santa Catarina tem se transformado, nos últimos anos, em um importante Polo Logístico, seja por sua localização estratégica, seja pela qualidade e eficiência de nossos portos e operações logísticas. Nesse cenário, os gargalos de nossa infraestrutura vêm à tona com grande vigor e o Estado tem procurado, através da Secretaria de Infraestrutura e o Deinfra, responder com a intensidade possível estes reclames. Temos limitações orçamentárias para buscar projetos mais arrojados e as parcerias público-privadas ou regimes de concessões são os caminhos possíveis. O apoio do Governo Federal é decisivo para agilizarmos as obras de sua responsabilidade, tanto rodoviárias, ferroviárias, como as aeroviárias.

MB

A segurança pública é outra questão que constantemente entra em debate no Estado. O que pode ser feito para melhorar esse cenário? PCC Na mesma linha da área de saúde, sugerimos um programa de melhoria da gestão da segurança, liderada pela Secretaria de Segurança Pública e usando as mesmas metodologias. Temos bons exemplos de avanços alcançados em outros Estados, com este programa que queremos implementar aqui. Complementando, ações estratégicas nesta área é a importância cada vez maior da introdução da inteligência nos processos de combate ao crime organizado.



entrevista

Diretor-presidente do porto de São Francisco do Sul fala sobre as perspectivas do terminal

kamila schneider

Porta para o mundo U

ma das principais portas de entrada e saída do comércio internacional no Estado, o Porto de São Francisco do Sul tem se mostrado fundamental para o desenvolvimento econômico da região. No último ano, o porto foi responsável pela movimentação de 9.618.055 toneladas de mercadorias, 27% a mais do que o registrado no ano anterior - 7.554.114 toneladas. Para acompanhar o crescimento de demanda registrado no porto e aumentar ainda mais sua capacidade, uma série de investimentos milionários promete dar cara nova à estrutura física do local. Entre elas, uma promete dar ainda mais destaque ao porto: o alargamento do poço, que será um dos mais profundos da rota sul-sudeste e irá receber os maiores navios que aportarem na região. Em entrevista à Mercado Brasil, o diretor-presidente do porto, Paulo César Cortes Corsi, fala sobre a importância desses investimentos - que, segundo ele, não devem se restringir aos portos, mas a todo o sistema de logística -, o papel do porto no desenvolvimento econômico do Estado e sua relação com o turismo regional.

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entrevista

Esse conjunto de obras coloca o porto, já neste ano, com a maior condição de oferta e estrutura que ele já teve Mercado Brasil Qual é o papel que um porto como o de São Francisco do Sul ocupa na economia e no desenvolvimento industrial de Santa Catarina? Paulo César Cortes Corsi O Porto de São Francisco tem uma importância vital no desenvolvimento do Estado porque ele é uma das portas de saída e entrada do comércio internacional. São Francisco está localizado na região norte do Estado, uma região importante, com potência econômica e muitas indústrias. Ele tem uma ligação com a ferrovia, o que também o coloca numa posição importante no cenário nacional, como escoamento da produção agrícola do País. Ano passado, o porto bateu um recorde histórico na movimentação, que chegou a 10 milhões de toneladas por ano.

MB Quais os planos e expectativas para o Porto de São Francisco do Sul nos próximos anos? Há algum novo projeto envolvendo a estrutura ou as operações do porto? PCCC O porto está passando por uma verdadeira reforma na sua estrutura, toda ela foi reformada e reforçada. O poço está sendo alargado para uma profundidade de 14 metros, fazendo dele um dos mais profundos da região sul-sudeste. Foi alargado o canal de acesso dos navios, concluído ano passado um berço adicional e está sendo concluída a retificação de um outro berço do porto, chamado 201. Esse conjunto de obras coloca o porto, já neste ano, com a maior condição de oferta e estrutura que ele já teve e também habilita o porto a receber os maiores navios que chegam à região. Nesses últimos quatro anos já foram investidos cerca de 250 milhões de reais. O porto vem se preparando para, a partir deste ano, com esses investimentos, ter um aumento significativo na sua oferta, o que pode resultar também num desenvolvimento econômico bastante importante para a região.

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entrevista

O Brasil não vai crescer as taxas previstas se não continuar esse investimento em infraestrutura de portos, aeroportos, estradas e ferrovias. MB O Brasil tem sido foco do mercado internacional e cada vez mais atrai os olhares de empresas de fora. Você acredita que uma boa infraestrutura portuária influencia na formação de um mercado atrativo internacionalmente? PCCC Não só influencia como é indispensável. O Brasil não vai crescer as taxas previstas se não continuar esse investimento em infraestrutura de portos, aeroportos, estradas e ferrovias. Mais de 95% do comércio internacional do Brasil passa pela estrutura portuária, então não haverá crescimento se não for investido nisso. Hoje, o Brasil representa apenas 2% do comércio internacional, apesar desse expressivo crescimento. É importante continuar e acelerar esses investimentos na infraestrutura, que precisam ser constantes e num volume muito maior. MB Em sua opinião, como está estruturada a questão da logística hoje no Estado? Os investimentos são suficientes para suprir a demanda das empresas? PCCC Existem problemas, sobretudo, na parte rodoviária. É imprescindível, no caso de São Francisco, a duplicação da BR-280. Com os últimos investimentos e os que estão programados, em pouco tempo será possível dobrar a capacidade operacional do porto, mas a estrutura de acesso continua a mesma. Por isso é imprescindível a duplicação da BR-280 para que não haja esse gargalo. Não adianta investir no porto se o gargalo vai somente mudar de lugar. MB

O setor de turismo também é muito beneficiado com os portos. Qual é a relação que o Porto de São Francisco do Sul mantém hoje com esse setor? Ele influencia positivamente o desenvolvimento do turismo local? PCCC Na verdade, o porto apoia integralmente o esforço que a Prefeitura e a cidade vêm fazendo para atrair os navios de turismo. Existe um projeto de construção de um terminal específico para isso. A presença de um porto sempre é bem-vista, existe uma atração natural para o turismo quando se tem uma área portuária, então é preciso integrar essas atividades perfeitamente, como acontece na maior parte dos portos do mundo. É imprescindível que o porto siga integrado com o desenvolvimento da cidade.

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artigo

Paulo Campos

mestre em Psicologia Educação (PUC-SP), pós-graduado em Marketing e Comunicação (ESPM), é diretor de desenvolvimento da IDH, professor da Sustentare Escola de Negócios e escreve no blog da revista Você SA

Aprendendo a aprender: a persistência supera o talento O núcleo de todo processo de aprendizado é a transformação de ações ineficazes em ações eficazes. Dessa definição deriva um ponto de partida no processo de aprendizado: a pessoa precisa identificar uma área de incompetência, de incapacidade que a impede de chegar ao resultado desejado. Aprender é incorporar novas habilidades que possibilitem alcançar objetivos. A relação entre o não-saber e o aprendizado tem mão dupla. Para aprender, é preciso identificar uma situação insatisfatória. Ou seja: é imprescindível reconhecer que o desconforto é também uma oportunidade de aprendizado. Todos temos certo grau de “cegueira” em diversas atividades e conceitos, e quando tomamos consciência “que não se sabe” ocorre uma transformação de cego para ignorante. São quatro os passos que podem ajudá-lo a aprender a aprender: 1. Assumir a responsabilidade de aumentar a sua competência. O ignorante assume o papel de principiante e se vê como responsável pelo seu desenvolvimento. O aprendizado não é algo que “os outros lhe dão”, ou seja, você deve ser o protagonista desse processo. Lembre-se: você é que tem que tomar a iniciativa de querer aprender! 2. Reconhecer-se como principiante e permitir-se cometer erros. O autêntico principiante se permite errar sem se recriminar, pois sabe que a única maneira de aprender é tentar fazer coisas que ampliem sua área de competência. Lembre-se: só fique atento em sempre errar diferente! 3. Busque ajuda de um mestre, de um coach e/ou do seu líder e dê-lhe permissão e autoridade para ajudá-lo. Um bom desenvolvedor de pessoas respeita a integridade do principiante e está disposto a ajudá-lo a desenvolver suas competências. Lembre-se: é necessário que o coach ajuste-se a forma de aprender do principiante, e não o contrário! 4. Dedique tempo e recursos para a prática. O aprendizado não é uma atividade teórica. Em alguns casos serão necessárias várias horas para garantir uma evolução da competência. Lembre-se: a persistência supera o talento! E aqui vai uma: os verdadeiros mestres, ao contrário dos experts, mantêm sempre o espírito de principiante, abertos e atentos a novas possibilidades criativas e inovadoras. Os melhores mestres e principiantes compartilham sempre da humildade!

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especial

Gigante do varejo catarinense chega ao 25o aniversário e comemora expansão debora volpi

HAVAN:

pioneirismo e comprometimento para empreender C

lientes, parceiros e fornecedores de uma das maiores redes de lojas de departamentos do Brasil devem imaginar que por trás de um empreendimento de sucesso existe uma longa trajetória, pautada por pioneirismo, comprometimento e inovação. Pois este é o caso da gigante catarinense, Havan.

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especial

A empresa foi fundada, em 1986, como uma pequena loja de atacado de tecidos, de 45 metros quadrados, em um bairro de Brusque, SC. Em 1989, com apenas três anos de atividade, construiu sede própria, na Rodovia Antônio Heil, no Centro de Brusque. Estrutura que mais tarde chegaria aos 30 mil metros quadrados atuais de área de vendas. Desde então, o empreendimento não parou de crescer. O modesto balcão de tecidos deu lugar a uma rede reconhecida pelo mix de produtos, conquistando números impressionantes. Hoje, a Havan ostenta mais de 200 mil metros quadrados de área construída. São cerca de mil itens comercializados, que resultam em um recolhimento de R$ 500 milhões ao ano em tributos. Além disso, a marca é responsável pela geração de cinco mil empregos nas 26 lojas espalhadas por cidades dos estados de Santa Catarina e Paraná. Todas as filiais Havan recebem juntas, a cada ano, 20 milhões de clientes. Conheça parte desta história, que é um exemplo de empreendedorismo, e saiba também quais os planos desta gigante, que mesmo chegando tão longe, ainda tem a expansão como principal objetivo para o futuro.

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especial

LINHA DO TEMPO 1986 1993/1994 A Havan abre suas portas em uma sala de 45 metros quadrados, com apenas um balcão e um funcionário, na Avenida Primeiro de Maio, em Brusque, SC.

A Havan começa a se destacar no mercado e também nas estratégias de marketing. Uma das iniciativas que mais chama a atenção dos clientes é a construção de um novo prédio de 7 mil metros quadrados, que imita a fachada da Casa Branca americana. A sede é inaugurada em 25 de Julho de 1994, ainda em Brusque.

1989

1995

No dia 21 de outubro, é aberta a primeira filial da Havan, em Curitiba, PR, no Bairro Boqueirão. Com 2,5 mil metros quadrados, a empresa conquista os clientes em toda a região. Após uma remodelação, a loja passa a ter as mesmas características da Casa Branca.

Uma nova sede da empresa é inaugurada na Rodovia Antônio Heil, no Centro da cidade.

1996

A aquisição de uma nova área de 14 mil metros quadrados junto à sede matriz amplia para 21 mil metros quadrados a Casa Branca Brasileira. Com isso, além dos tecidos a Havan amplia o mix de produtos importados e passa a oferecer eletrônicos, brinquedos, ferramentas, utensílios domésticos e outros. Em 1996, a Havan também implanta a primeira Estátua da Liberdade, na filial de Brusque, símbolo que representa a liberdade de escolha dos clientes e se torna um marco da Havan.

1997

A Havan inaugura em maio, mais uma loja na capital paranaense, desta vez, no Bairro Barigüi.

2000

A terceira filial da Havan também é inaugurada em Curitiba, na BR-116, Bairro Parolin, seguindo o mesmo padrão da matriz, quanto a tamanho, arquitetura e mix de produtos.

2002

A Havan inaugura a primeira filial catarinense, na BR-282 (Via Expressa), no Bairro Capoeiras, em Florianópolis. A loja com 7 mil metros quadrados, é climatizada e também apresenta a réplica da Estátua da Liberdade como elemento de destaque.

2003

É lançado o site www.havan. com.br, colocando a empresa mais próxima da comunidade, clientes e fornecedores.

2005

2004

No mês de outubro, a Havan inaugura duas novas filiais em Santa Catarina. Em Joinville, a sede de 15 mil metros quadrados fica no Bairro Bucarein. Em Criciúma são 7 mil metros quadrados de área anexa ao Criciúma Shopping.

Com a inauguração de mais uma filial da loja no Shopping Center Neumarkt, em Blumenau, SC, a Havan passa a adotar um novo padrão de loja, combinando arquitetura, decoração e apresentação do mix de forma moderna.

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2006

Em outubro de 2006, duas novas filiais são inauguradas: em Balneário Camboriú, SC e na capital paranaense, Curitiba.


2011

No ano em que celebra o 25o aniversário, a Havan tem um ousado projeto de expansão. Em 2011, já foram inauguradas três lojas físicas e também a loja virtual da rede. A previsão é de que até o final de 2012 a marca chegue a 50 unidades no Paraná, em Santa Catarina e também em novos mercados, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, interior de São Paulo e Rio Grande do Sul.

2010

Quatro novas lojas são inauguradas em 2010. No oeste paranaense, a Havan chega a Foz do Iguaçu como âncora do Cataratas JL Shopping. Em abril, é aberta uma nova unidade em São José dos Pinhais, marcando a regionalização da rede na Grande Curitiba. Em dezembro de 2010, é inaugurada a Parada Havan, um marco na história da rede, com 40 mil metros quadrados e fachada para a BR-101, na cidade de Barra Velha, SC. Em frente à loja, é erguido o maior monumento do Brasil: a Estátua da Liberdade, com 57 metros de altura. Em dezembro ainda, a Havan inaugura sua filial em Palhoça, SC, com 4 mil metros quadrados, também de frente para a BR-101.

2009

Uma loja de 3 mil metros quadrados é inaugurada no Farol Shopping, em Tubarão, SC.

2007

Em 29 de setembro, a Havan inaugura uma filial em Jaraguá do Sul, SC, no Shopping Breithaupt. No mesmo ano, passa a atuar na região oeste do Estado, quando em 6 de outubro, inaugura a primeira filial em Chapecó, com 5 mil metros quadrados.

2008

A Havan intensifica sua expansão, abrindo quatro novas lojas, em Santa Catarina e no Paraná. No mês de abril, ocorre a inauguração da Havan como âncora do Shopping Total, no Bairro Portão, em Curitiba. Em Blumenau, a Havan revitaliza o antigo Castelinho da Moellmann, um dos mais importantes cartões- postais de Santa Catarina, para implantar uma nova filial, inaugurada em maio. Em junho, a Havan chega à região serrana do Estado, abrindo a filial de Lages, que passa a ser referência para o varejo regional. Em outubro, nova conquista no Paraná, com a abertura da primeira filial na região oeste, na cidade de Cascavel.


especial

Empreendimento erguido em Barra Velha, às margens da BR 101, reúne compras, lazer e turismo

Parada Havan

Uma loja que é cartão-postal! Q

uem transita pela BR - 101, na altura do município de Barra Velha, Litoral Norte de Santa Catarina, não deixa de notar um empreendimento arrojado erguido às margens da rodovia. Trata-se do Complexo Parada Havan, um espaço que alia compras, turismo e serviços. Inaugurado no final do ano passado, o projeto recebeu um total de investimentos de R$ 30 milhões, e é responsável pela geração de 600 vagas de empregos diretos. Mas, além de ser erguido com o intuito de centralizar o posto de distribuição da rede e de ser mais uma opção de compra e lazer para as famílias, o Complexo Parada Havan já se transformou em um dos principais cartões-postais do balneário. É que além da imponente fachada, com quase um quilômetro de extensão, a construção se destaca por contar com uma réplica da Estátua da Liberdade, com 55 metros de altura, elevador panorâmico e mirante com vista para o mar. O monumento é o maior do País, mais alto inclusive que o Cristo Redentor, do Rio de Janeiro, que conta com 36,9 metros de altura. Ainda, devem ser implantados no local, um posto de gasolina, área de Fast Food, onde já está confirmada a presença da americana Subway, e um restaurante externo com arquitetura no modelo “casa invertida”. “A Parada Havan é o maior empregador de Barra Velha, e também o maior arrecadador de impostos. Quando estiver totalmente pronta serão 100 mil metros quadrados construídos. Iremos gerar mil empregos e contribuir com o aumento de até 30% na arrecadação tributária do município”, destaca o diretor-presidente do Grupo Havan, Luciano Hang.

Filial de Barra Velha é considerada um cartão-postal da cidade

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especial

Rede conta com 26 lojas, mas meta é duplicar este número até o ano de 2012

Futuro:

A gigante quer crescer ainda mais A

Havan já é consolidada como uma gigante no segmento em que atua no Sul do País. Mas a palavra expansão segue firme entre as principais metas da empresa. Até maio deste ano, a rede contava com 26 lojas, entre as filiais nos estados de Santa Catarina e Paraná. Somente neste ano, três unidades foram inauguradas: em Florianópolis (Floripa Shopping e Avenida Rio Branco) e Londrina. Outras filiais estão em implantação e a meta da rede é chegar a 50 lojas até o fim do ano de 2012. Todas elas adotam o conceito “Havan Padrão 2020” de arquitetura, decoração e visual merchandising, inspirado em referências mundiais de varejo. De acordo com Hang, para a expansão em médio prazo, novos mercados estão sendo analisados no interior de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal. Para se instalar em uma determinada localidade, a rede analisa aspectos de mercado, como: localização, população de entorno, potencial de consumo e a curva de desenvolvimento econômico e social. A receptividade nos municípios, especialmente quanto a parcerias com o poder público para facilitar os trâmites de implantação, também é fator que contribui para a definição de novos projetos. Em Santa Catarina, a previsão é de que a Havan tenha 35 lojas nos próximos anos. No Paraná, a rede projeta 30 unidades até 2015.

Rede já conta com 26 filiais em municípios de Santa Catarina e Paraná

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especial FILIAIS EM IMPLANTAÇÃO

MERCADOS EM ESTUDO

- Blumenau Norte Shopping (terceira loja na cidade)

- Toledo (Norte do Paraná)

- Itapema (litoral catarinense)

- Londrina (segunda loja, no Londrina Norte Shopping, do Grupo Catuaí)

- Interior de São Paulo

- São José (Grande Florianópolis) - Shopping Pátio Chapecó (segunda loja na cidade) - Joinville (segunda loja, na Avenida Santos Dumont, Zona Norte) - Blumenau Shopping Park Europeu (quarta loja na cidade)

- Ponta Grossa - Itajaí (tem projetos para duas filiais)

- Cuiabá - Campo Grande - Rio Grande do Sul

- Maringá (segunda loja, como âncora do Shopping Avenida) - Pinhais (na Grande Curitiba) - Campo Largo (Grande Curitiba) - Araucária (Grande Curitiba) - Bairro Santa Felicidade (quinta loja Havan na capital paranaense) - Bairro Xaxim (ao lado do Shopping & Sports Xaxim, será a sexta loja na capital paranaense)

Mix de produtos é um dos diferenciais da Havan


especial

Responsabilidade social Durante toda a sua trajetória, a Havan procurou ser uma empresa amiga da comunidade. E este conceito é preservado em diversos projetos apoiados pela marca nos dias de hoje. Nas cidades onde está presente, a rede desenvolve programas relacionados ao fomento da cultura, do esporte e lazer. Conheça algumas destas ações:

SOCIAL ESPORTE

Patrocínio a equipes e atletas em várias modalidades, a exemplo do Brusque Futebol Clube, que com o incentivo da Havan contratou os craques Viola (2010) e Chulapa (2011).

NATAL LUZ

Entre os eventos realizados pela Havan, destaque ainda para o Natal Luz, programação com shows gratuitos com chegada do Papai Noel e acendimento de milhares de lâmpadas nas fachadas das lojas. Nos últimos anos, o Natal Luz Havan apresentou shows nacionais com os cantores Cesar Menotti & Fabiano, Fernando & Sorocaba, Daniel, Fabio Junior, Sandy & Junior, Família Lima, Orquestra Sinfônica de Santa Catarina, Banda Dazaranha e Felipe Dylon.

Uma das ações sociais de maior sucesso é o Troco Solidário, iniciativa da Havan com participação de seus clientes. No ano passado, as doações de centavos dos clientes resultaram na distribuição de R$ 110 mil reais para entidades beneficentes cadastradas junto às filiais. Outra ação de destaque é a distribuição de mercadorias para entidades assistenciais dos municípios. Em 2009, foram entregues quase duas toneladas de roupas, calçados, retalhos de tecidos, edredons e outros produtos para associações de Lages, Brusque, Tijucas e Guabiruba. Em 2010, foram doadas 600 caixas de produtos para 39 entidades de Brusque.

CULTURA

Promove e patrocina eventos musicais em várias cidades, inclusive ações de caráter social, como shows beneficentes de cantores internacionais.

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especial

Diretor-presidente do grupo, Luciano Hang, fala de negócios, empreendedorismo e gestão de pessoas

O segredo é ter determinação A

visão de empreendedor sempre esteve presente na vida de Luciano Hang, fundador e diretor-presidente do grupo Havan. Filho de operários, aos 17 anos, ele já atuava no setor de vendas de uma fábrica de tecidos, em Brusque, SC. Em 1986, com apenas 24 anos, deixou o emprego para abrir seu próprio negócio. A sociedade com um amigo deu início a uma pequena loja de tecidos. Nos anos 90, Hang vislumbrou um novo potencial de mercado com a abertura das fronteiras para produtos estrangeiros. Passou a importar tecidos e artigos de baixo valor agregado, para atender ao varejo em todo o Brasil. Em 1999, já com duas filiais em Curitiba, PR e uma mega loja em Brusque, SC, atento aos rumos da economia com a desvalorização cambial, definiu uma nova vocação para a Havan, que ingres-

sava no segmento de lojas de departamentos. E foi com este tino para o empreendedorismo, que Hang conquistou o merecido reconhecimento no meio empresarial. Hoje, acumula premiações, como o Top Turismo ADVB/SC em 2008 e 2010, e também o Prêmio Conceito Varejista obtido nos anos de 2008, 2009 e 2010, concedidos pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Blumenau. A Havan também recebe anualmente homenagens como o Top of Mind e o Prêmio Impar. Em 2011, para coroar sua trajetória de sucesso, Hang foi eleito Personalidade de Vendas ADBV/SC 2011. Em entrevista à Mercado Brasil, o empresário relembra as dificuldades comuns a todo início de negócio, comenta a atuação da rede no cenário atual e revela alguns planos para o futuro da marca. Acompanhe:

Mercado Brasil

A Havan começou com uma loja com 45 metros quadrados, e hoje já contabiliza 26 filiais, no Paraná e em Santa Catarina. A que este sucesso pode ser atribuído? Luciano Hang Devemos nosso sucesso aos nossos colaboradores. Ao trabalho e empenho de toda a equipe diariamente. Obstáculos temos novos todos os dias. Mas em nenhum momento devemos desanimar ou se dar por vencido. O segredo é ter determinação, paciência e objetivos. É isto que nos faz andar para frente.

MB A empresa gera cerca de cinco mil empregos. Quais são as políticas de Gestão de Pessoas adotadas pela organização? E qual o perfil de profissional requisitado pela empresa? LH A Havan oferece treinamento aos colaboradores e incentivos, como o Programa de Participação de Resultados. Procuramos manter uma equipe coesa e

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especial com objetivos claros. A primeira coisa que perguntamos aos candidatos a uma vaga de emprego na Havan é se são simpáticos. Essa característica é fundamental e o resto nós ensinamos. Determinação e capacidade de trabalhar acima da média são outras características observadas, pois na Havan trabalhamos muito.

MB Qual é a avaliação dos primeiros meses de implantação da Parada Havan, em Barra Velha? LH A Parada Havan é um sucesso total, em cinco meses de funcionamento. Quando projetamos o empreendimento já imaginávamos que seria algo diferente no mercado. A receptividade dos clientes tem nos surpreendido e deve aumentar com as inaugurações futuras (réplica da Estátua da Liberdade, posto de gasolina e restaurantes). Estamos só começando. O objetivo sempre foi fazer da Parada Havan um ponto turístico. Hoje, milhares de pessoas passam

por lá para fazer suas compras e refeições durante suas viagens.

MB As réplicas da Estátua da Liberdade erguidas em frente às lojas Havan já são marca registrada da empresa e acabam atraindo ainda mais a atenção dos consumidores. Como surgiu esta ideia? E o que a estátua representa da “filosofia” da empresa? LH A Havan adotou a Estátua da Liberdade como um de seus símbolos a partir de 1996, com a implantação do monumento em Brusque, SC. Foi uma estratégia de marketing, associada a outro símbolo americano adotado pela empresa em sua fachada – a Casa Branca. A intenção foi criar um marco na lembrança dos visitantes, vinculado à proposta da loja de departamentos, que é a liberdade de comprar, a liberdade de preço e de escolha. MB Que dica o senhor daria a uma pessoa que está abrindo um negócio hoje? LH Ter objetivos definidos e determinação. Desta forma o negócio tem tudo para dar certo. As características fundamentais são muito trabalho e pensar 24 horas no seu negócio


vinhos

Igor Maia

sommelier da Decanter

Inverno e o aumento no consumo de tintos O

inverno é uma estação maravilhosa, para os apreciadores da boa mesa, A ESTAÇÃO! Afinal, quem consegue resistir aos ricos cozidos de inverno, as sopas e cremes aveludados que nutrem, aquecem o corpo e nos deixam extremamente felizes? Melhor ainda se pudermos dignificar ditos pratos com uma taça de tinto, encorpado, cheio de aromas e sabores. Listo abaixo algumas sugestões de excelentes compras com ótima relação qualidade/ preço. Dois vinhos sul-americanos e dois do velho continente. Viña Alicia Paso de Piedra Malbec – Um projeto fantástico da família Arizu (Luigi Bosca) que começou há 15 anos atrás na valorizadíssima região de Luján de Cujo. Este Malbec mostra típicos aromas da variedade, especiarias e algumas notas de evolução. Volumoso, macio e com equilibrado frescor. Aqui temos um Malbec que se difere pela elegância e pela menor percepação da madeira. Experimentem colocá-lo ao lado de uma polenta cremosa com gorgonzola! De Martino Legado Syrah – A De Martino se firma cada vez mais como o grande nome do Chile no momento, seja por sua busca incansável por adaptação de castas, seja pelo louvável trabalho de preservação do meio ambiente, pelas notas altas da crítica especializada e em última instância, pela inovadora busca de baixar o teor alcoólico e valorizar o frescor em seus vinhos. Fato que torna os vinhos ainda mais gastronômicos! Este Syrah é único no Chile, único mesmo, pois nenhum outro produtor trabalha no

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vale de Choapa. O vinho é quase negro na cor, com aromas exuberantes e especiados. Uma concentração impactante na boca, mas que não cansa pelo distinto frescor natural. Pensem pra ele um cozido lento de cordeiro, batatas e especiarias, numa casa de campo com a lareira a crepitar. Domaine Sorin Cuvée Tradition – Pequeno produtor nas ensolaradas terras do Midi, Luc Sorin é na verdade nascido na Borgonha e busca na suas origens a elegância pra seu tinto generoso, baseado na Syrah e cortado com mais três castas típicas do sul da França. Para quem aprecia tintos redondos e encorpados, está aqui um achado. Seus aromas são pouco usuais, sugerem as ervas da Provença e azeitonas pretas. Ficará sublime para esta típica preparação gaulesa, Daube provençale, músculo estufado com legumes aromáticos, ervas provençais, vinho tinto, azeitonas pretas e um toque de casca de laranja. E já que estamos no inverno e podemos estrapolar, servido com um inocente purê de batatas! Altas Quintas Crescendo – Tinto alentejano produzido quase todo a partir de Tempranillo, com mais três uvas. Generoso e maduro no nariz, com leves tons amadeirados e de ervas. A boca é macia, muito amistosa e clama por um arroz de pato ao forno! Bom apetite e excelentes brindes nesse inverno! Serviço

Decanter Vinhos Finos Avenida Brasil, 630 | Ponta Aguda | Blumenau/SC Fone: 47 3326-0111 Fax: 47 3326-9088 e-mail:decanter@decanter.com.br - site:www.decanter.com.br



artigo

Rolf Brietzig

Especialista em Direito Tributário Sócio da Brietzig Advocacia E-mail: rolf@bbadvogados.com.br www.bbadvogados.com.br OAB/SC no 6.805

Novidades Tributárias Relevantes! 1) Anulação de confissão de dívida fiscal - possibilidade Por muitos anos houve uma fortíssima tendência dos tribunais brasileiros, de somente aceitarem a anulação de débitos fiscais confessados, caso houvesse tributo inconstitucional incluído no valor confessado pelo contribuinte. Via de regra esse posicionamento nos parece bastante coerente, à primeira vista, uma vez que se o próprio contribuinte se declara devedor do tributo, não haveria porque revolver essa questão. Na prática, porém, as empresas começaram a verificar que alguns débitos confessados realmente eram indevidos, seja por erro na apuração da base de cálculo, alíquota ou outros fatores que influem na correta identificação do valor devido ao fisco. Assim, modificando uma tendência de longa data é com satisfação que vemos a nova orientação do Superior Tribunal de Justiça, que passou a aceitar a discussão de débitos já confessados, mesmo quando não houver tributo inconstitucional envolvido. Significa dizer: se houver erro na apuração do tributo confessado e parcelado, ele pode sim ser revisto judicialmente e excluído do valor parcelado. Razoável supor nessa linha de raciocínio, que mesmo débitos parcelados em programas especiais (Refis da crise, por exemplo – Lei 11.941/09), poderiam ser questionados judicialmente se dentre os valores parcelados houver erro de apuração do tributo. 2) As empresas limitadas, e a solidariedade automática dos débitos previdenciários – Inconstitucionalidade Decisão do STF considerou inconstitucional a solidariedade automática do sócio de empresa limitada, quando houver a cobrança de débitos previdenciários. Assim, embora a Lei no 8.620/93, em seu artigo 13 caput, determine essa solidariedade, trata-se de norma invalidada pelo Supremo Tribunal Federal. Desta forma, a responsabilidade por tais débitos deve continuar na esfera de obrigação da pessoa jurídica. 3) A questão das garantias dadas nos parcelamentos especiais - liberação A partir do surgimento destes programas (REFIS, PAES, PAEX, etc.), para algumas situações, como débitos a partir de um determinado valor, foram exigidas garantias dos contribuintes que quiseram aderir a estas modalidades de parcelamento de tributos federais. Se é verdade que nos parcelamentos existentes antes da Lei 11.941/09 a lei que os criava sempre exigiu a garantia, esta condicionante não foi prevista na Lei do Refis da crise, em relação ao qual estamos em fase de consolidação dos débitos. Assim, nos parece correto entender que as garantias dadas anteriormente podem ser objeto de liberação, já que o art. 11 da Lei 11.941/09 não vincula a concessão de parcelamento à apresentação de garantias, exceto quando já houver penhora em execução fiscal ajuizada. Embora tenha sido editada norma administrativa que exija garantia, ela não encontra a proteção da lei que quer regulamentar, uma vez que cria restrição não criada pela lei de origem, e diante disso contém ilegalidade nesse ponto. Por esta razão, é possível mediante análise do caso concreto, pleitear judicialmente a liberação de garantias dadas nesse contexto.

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abrh

Próxima edição do Congresso Catarinense de Recursos Humanos acontece em Blumenau Cidade sediará Congresso em comemoração aos 45 anos da Regional Blumenau da ABRH-SC

P

ara comemorar os 45 anos da Regional Blumenau da Associação Brasileira de Recursos Humanos - ABRH-SC, a cidade vai sediar o Congresso Catarinense de Recursos Humanos - CONCARH, em 2012. O anúncio foi feito no encerramento do CONCARH 2011, em Florianópolis, no dia 13 de maio. De acordo com a presidente da ABRH-SC, Luzia Fröhlich, será um presente do Sistema ABRH no Estado à sua mais antiga regional. O CONCARH 2012 será realizado em maio, em local e período a serem definidos. A temática será

definida em setembro, durante o Fórum de Lideranças em RH, que reunirá os principais gestores e profissionais da área no Estado. O Congresso será organizado em parceria entre a ABRH-SC e a ABRH Regional Blumenau. A presidente da entidade blumenauense, Tetê Barbeta, ressaltou que os trabalhos de organização já começaram e que a expectativa é otimista. “Queremos fazer um congresso de muito sucesso, ampliando o número de participantes e disseminando conhecimentos”.

Sucesso O CONCARH 2011 foi dirigido pela ABRH-SC e a ABRH Regional Florianópolis. Participaram cerca de 500 profissionais e lideranças de RH, 30 palestrantes e mais de 50 associados da ABRH-SC. A Exposição Catarinense de Produtos e Serviços de Recursos Humanos - EXPOCARH, que aconteceu simultaneamente ao Congresso, teve 20 estandes, com a participação de 35 empresas e crescimento de 25% entre expositores e patrocinadores. Entre a Feira e o Congresso, o evento teve público circulante superior a 1.000 pessoas. A presidente da ABRH-SC, Luzia Fröhlich, avalia que a edição 2011 teve ganho de qualidade, tanto em temática, como no nível das palestras e na participação do público e dos expositores. “As avaliações que tivemos entre todos os públicos envolvidos foi muito positiva. Tivemos um diferencial que foi a presença de uma palestrante internacional”, disse,

referindo-se à venezuelana Geralin Blanco. Para o gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Teclógica, Leandro Carlos Pereira, congressista do CONCARH 2011, o evento melhorou bastante, principalmente em relação ao conteúdo das palestras, com ações de como tornar o RH estratégico. Para Pereira, que participa do evento desde 2007, realizar o Congresso em Blumenau será bom para levar os gestores e líderes das empresas ao evento. Na opinião de Janete Bachmann, diretora executiva da Fundação Fritz Müller, empresa participante da EXPOCARH pela terceira vez, a feira teve aumento significativo de público em 2011. “Este ano tivemos o maior número de pessoas que passaram pelo nosso stand e muitas delas não conheciam a FFM/FDC. Com isso, atingimos o objetivo de divulgação das marcas”.

ABRH-SC A ABRH-SC congrega, atualmente, cerca de 600 associados, sendo que mais de 100 deles atuam voluntariamente nos trabalhos da entidade, planejando e realizando cursos, palestras, premiações e demais eventos. A expectativa para este ano é alcançar o número de mil sócios. Um deles pode ser você! Ser sócio da ABRH/SC é aproveitar as muitas vantagens do associativismo.

Associação Brasileira de Recursos Humanos / Seccional Santa Catarina Rua Antônio Dib Mussi, 473 - Centro - Florianópolis / SC - CEP: 88015-110 (48) 3288-0052 - www.abrhsc.com.br - secretaria@abrhsc.com.br

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consumo e lazer

Potente e compacto

Twitter até na cozinha! Chegou ao mercado a nova geladeira da Samsung, que promete atiçar os amantes das redes sociais. Isso porque a RF 4298 Smart Fridge vem com uma tela de 8 polegadas sensível ao toque com conectividade WiFi e oferece acesso rápido a serviços como a rede social Twitter, o compartilhador de fotos Picasa e a ferramenta Google Calendar. Além disso, o acesso à internet permite ao usuário procurar por notícias e receitas, ouvir à rádio e até checar a previsões do tempo online. A geladeira já é comercializada nos Estados Unidos, pela bagatela de US$ 3,5 mil dólares, aproximadamente R$ 5,5 mil.

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A fabricante de sistemas de som Teac lançou no mercado o novo dock para iPhone e iPod TEAC SR-100i, que além de funcional é cheio de estilo. O aparelho lê e transmite conteúdo de áudio de praticamente todos os modelos de gadgets da Apple com conexão de dock universal, recarregando-os durante o uso. Os alto-falantes de 50W RMS trazem o suporte Tweeter, para os agudos, e Woofer, para os graves, tornando o som limpo e causando impacto sonoro. O SR-100i também possui leitor de CDs com arquivos em áudio comum, MP3 e WMA, além de um conector RCA auxiliar na traseira, para conectá-lo a aparelhos com saída de áudio estéreo. O aparelho é vendido nos EUA por US$ 299.99, cerca de R$ 480.


consumo e lazer

O mais rápido do mundo Já que o futuro caminha para tecnologias cada vez mais rápidas e eficientes, a Asus traz ao mercado um Blu-ray 3D capaz de atingir 12 vezes a velocidade de gravação, o mais rápido do mundo. O gravador BW-12D1S-U possui uma interface USB 3.0, que dobra a capacidade das entradas 2.0, além de melhorar a qualidade de leitura e gravação por meio da tecnologia Optical Tuning Strategy (OTS). Com design inspirado na lapidação de um diamante, o aparelho é comercializado na cor preta e pesa apenas 1,160 gramas.

Novos detalhes A Mercedez-Benz lançou a linha 2012 do sedã esportivo Classe E63 AMG, que traz uma série de novos detalhes. Com motor 6.2 de 564 cavalos, o sedã tem a velocidade controlada eletronicamente e pode acelerar até 100 km/h em apenas 4,3 segundos, chegando a alcançar os 250 km/h. O modelo tem também controle de estabilidade com três estágios de atuação, câmbio sequencial de quatro marchas, sistema start/stop, suspensão ativa com ajuste esportivo e volante com base achatada.

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let’s go to market

Você sabe onde está Wally? Renato A. Machado

é diretor executivo da Market Growing, consultoria especializada no desenvolvimento e na otimização de estratégias para entrada ao mercado. www.marketgrowing.com.br renato.machado@marketgrowing.com.br

E

m palestra realizada para um fabricante no Paraná, apresentei aos participantes aquelas tradicionais imagens onde temos “Wally” entre centenas de outros personagens e objetos. Para quem não conhece este passatempo, o desafio é encontrar “Wally” no meio da multidão o mais rápido possível. Aí que mora o perigo. Mesmo sabendo quem é o “Wally”, qual seu traje, a cor da sua roupa ou seus traços, essa tarefa é um desafio. E seria ainda mais difícil encontrá-lo sem saber quem ele é. Vamos trazer este cenário para o dia-a-dia das estratégias de entrada ao mercado: quem é o meu cliente? Qual é meu foco? Em qual mercado alvo devo atuar? Houve um tempo em que o maior vendedor era o FAX: a venda era simplesmente tirar o pedido, então não fazia muita diferença estarmos focados ou não. Mas tudo isto ficou no passado. Estamos em um período onde há elevado nível de concorrência e similaridade de produtos, que estão sendo ofertados a clientes com maior nível de maturidade. Mesmo assim, ainda é muito comum ouvir de executivos: “sabemos que nosso produto é completo e atende a todos os segmentos”. A era do generalista também ficou no passado e ser especialista em tudo é uma utopia. Como podemos dizer que atendemos a todos os mercados ou temos abrangência para atender todos os mercados se nem sabemos quem eles são? Como podemos saber onde está “Wally” se não sabemos quem ele é? Precisamos de agilidade. Para tanto, temos que ter clareza de quem é nosso alvo: para quem vendemos e onde vendemos. Precisamos ter foco em mercados com potencial, cuja oferta crie ou possa criar vantagem competitiva. A vantagem competi-

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tiva do seu cliente é a sua vantagem competitiva. Para tal, precisamos ter total clareza do negócio, percebendo quais os valores e benefícios que seus produtos ou serviços podem gerar. Quando isso ocorre, criamos a diferenciação da proposta de valor, através de mais acertos na geração de leads, de marketing promocional muito mais direcionado, com mensagens de valor e não funcionalidades, de um perfil de canal ou profissional de vendas com as competências mais apropriadas para que esta venda ocorra. Além de reduzirmos drasticamente o ciclo da venda, teremos a elevação no nível de fechamento. Assim o “Wally” poderá ser mais familiar e encontrado rapidamente. Olhe para fora da caixa. Olhe para o seu cliente. Se sobrar um tempinho, olhe para o concorrente.



agenda JUNHO

JULHO

14 a 17

2a4

Local Parque Vila Germânica, Blumenau, SC Informações www.texfair.com.br

Local Parque da Marejada, Itajai, SC Informações www.acfeiras.com.br

14 a 17

20 a 23

Feira Internacional do Vestuário Texfair Fashion 2011

2a Feira Internacional Logística 2011 Local Parque Comendador Antônio Carbonari Parque da Uva, Jundiaí, SP Informações www.feiradelogistica.com

21a Feira Internacional e Congresso de Comunicação Visual, Impressão Digital, Sinalização e Setor Gráfico – SIGN 2011 Local Center Norte, São Paulo, SP Informações www.feirasign.com.br

26 a 29

15 a 18

11a Feira e Congresso Internacional do Varejo – Brasilshop Sudeste 2011

4a Feira da Metalmecânica, Energia e Automação – MEC Show 2011

Local Expo Center Norte, São Paulo, SP Informações www.alshop.com.br

Local Pavilhão de Carapina, Serra, ES Informações www.mecshow.com.br

Cursos e Oficinas

Cursos e Oficinas

Legislação trabalhista, previdenciária e de saúde e segurança do trabalhador o que é preciso saber para iniciar 2011 atualizado

Curso estratégia em logística e distribuição

Período 14 Local Hotel Mercure Curitiba Parque Barigui, Curitiba, PR Informações (47) 3461-3344 ou www.ibecc.com.br

Seminário gestão tributária eficaz Período 17 e 18 Local Hotel Inter City, Joinville, SC Informações (47) 3461-3344 ou www.ibecc.com.br

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11a Feira de Cosméticos, Beleza e Fitness – Cosmobel 2011

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Período 11 a 15 Local Centro Empresarial de Jaraguá do Sul – Cejas, Jaraguá do Sul, SC Informações www.acijs.com.br

Curso desenvolvimento de equipes Período 25 a 29 Local Câmara de Dirigentes Lojistas de Florianópolis – CDL, Florianópolis, SC Informações www.sebrae-sc.com.br

ABF Franchising Expo 2011 De 8 a 11 de junho acontece a ABF Franchising Expo 2011, maior feira de franquias da América Latina, no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento chega a sua vigésima edição com a participação de mais de 400 marcas de todos os seguimentos. A feira tem como objetivo divulgar o sistema de franchising e sua importância para a economia do País, trazendo informações sobre o mercado e mostrando os potenciais econômicos desse modelo de negócio. Informações: www.portaldofranchising.com.br

Naturaltech 2011 São Paulo cedia, entre os dias 21 e 24 de junho, a 7a Feira Internacional de Alimentação Saudável, Produtos Naturais e Saúde – Naturaltech 2011. Voltada para pequenas, médias e grandes empresas, a feira traz as principais novidades do segmento de produtos naturais nas áreas de alimentação, saúde e beleza. Além de conhecer o processo de confecção de cada produto, os visitantes poderão participar de um ciclo de palestras com especialistas do setor. Informações: www.naturaltech.com.br






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