Revista 5ª edição

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Revista

da

Suinocultura PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE SUÍNOS • ANO 2 • Nº 05 • ABR/MAI • 2012

Registro genealógico de suínos: o certificado de garantia do produtor 15,29% 8 10Sadia ,80%

DB Danbred

,32%

PenarLan

16 ,26% Outros 3,62%

Genetiporc

6,31%

Togips

39,40%

Agroceres PIC

ABCS lança campanha de incentivo com objetivo de aumentar o fluxo de animais registrados junto ao MAPA. Levantamento da entidade revela que concentração setorial também atinge mercado de genética suína.



Editorial

A

suinocultura brasileira sempre viveu crises. Mais ou menos graves, mais ou menos frequentes, crise e suinocultura caminham juntas nesse nosso brasilzão. Ao longo das crises, milhares de suinocultores ficaram pelo caminho, tiveram que buscar outras formas de sustento. E, como a roda da história não pára, a sina continua. Além de não parar, a roda da história anda girando mais rapidamente, as crises têm ocorrido mais amiúde e sua gravidade parece ter aumentado – pelo menos é assim que sentimos. O número de suinocultores diminui cada vez mais e os sobreviventes se apavoram. O que fazer pra ficar vivo? Os problemas que temos de enfrentar são cada vez mais complexos. A tecnologia de produção exige cada vez mais do suinocultor, mas produzir bem já não basta. É preciso participar da organização da produção, da comercialização doméstica e do mercado externo. Além de fôlego, essas novas atividades do suinocultor exigem estudo, preparação, conhecimento e união. O tempo passa rápido. Produzimos hoje pensando nas próximas gerações. Mas deveríamos nos apoiar na força do associativismo, na competência já comprovada pela operação das granjas e na capacidade de organização que teremos que demonstrar daqui para frente. O preço do milho está aí, não vai baixar. Podem dizer os especialistas que as perspectivas são mais positivas para os próximos meses, mas sabem que tem sido gradual e continuo o aumento do valor desse grão nos últimos anos. O que nos resta agora, suinocultores, é saber onde está instalada essa crise. No setor da indústria, dentro dos frigoríficos, não é. Na ponta, no varejo, nos supermercados, também não. Mas quem está vivendo a crise agora? Nós. Com o mercado comprando mais, brasileiro aumentando a média salarial, colocando mais carne no prato, como pode o suinocultor estar em crise? Pergunto a vocês. Alguém está ficando com a fatia desse bolo que não é pequena! Se estamos em crise o consumidor deveria se beneficiar, mas isso não está acontecendo. Os russos nos fecharam as portas e nossos gran Hermanos, os argentinos também. Abrimos o mercado para a China e EUA, mas a guerra não está ganha, e continua feroz. A lida apenas está começando. A proteína animal que produzimos já conquistou o paladar brasileiro. Cabe a nós, liderar o processo que vai resultar em conquista efetiva de mais espaço nos pontos de venda. Fazendo valer a qualidade do nosso produto lá na ponta. Precisamos parar de nos reunir apenas nos momentos de crise se quisermos um futuro diferente desse para a suinocultura. Temos por missão principal trabalhar estruturas políticas que livrem o setor definitivamente do espasmo de crises desnecessárias e para isso contamos com apoio e parceria de cada suinocultor, de cada entidade, de cada cooperativa. Só assim podemos sair dessa história Marcelo Lopes que não pára, e encerramos de vez essa Presidente da Associação Brasileira sina tão continua em nosso setor. dos Criadores de Suínos

Expediente ABCS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE SUÍNOS

CONSELHEIRO FINANCEIRO

JORNALISTA RESPONSÁVEL

José Arnaldo C. Penna (MG)

Tayara Beraldi

Sede Brasília / Setor de Indústrias Gráficas Quadra 01 | Lote 495 |Ed. Barão do Rio Branco Sala 118 | CEP: 70610-410 www.abcs.com.br escritoriobrasilia@abcs.com.br

CONSELHEIRO TÉCNICO

PROJETO GRÁFICO

Marcelo Plácido Correa (BA)

Cannes Publicidade / Duo Design

CONSELHEIRO DE RELAÇÕES DE MERCADO

DIAGRAMAÇÃO

Valdecir Folador (RS)

Duo Design

CONSELHEIRO PRESIDENTE

CONSELHEIRO ADMINISTRATIVO

Marcelo Lopes (DF)

Irineu Wessler (PR)

A ABCS consciente das questões ambientais e sociais, utiliza papéis com certificação (Forest Stewardship Council) na impressão deste material. A certificação FSC garante que a matéria-prima é proveniente de florestas manejadas de forma ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável, e outras fontes controladas. Impresso na Gráfica Coronário - Certificada na Cadeia de Custódia - FSC.



Índice 6 Giro ABCS ABCS busca entendimento com MAPA e Ministério da Fazenda para acelerar liberação de milho / 6

14 Mercado & Cotações

O que não engorda, mata! / 14

Encontro de suinocultores em Toledo/ PR fortalece necessidade de uma lei da integração / 6

17 Entrevista

ABCS pede apoio de senadora para solucionar a crise dos integrados / 7

Ana Amélia Lemos: Cargo de Senadora, sangue de jornalista / 17

De Vento em Popa: ABCS participa do 4º SeminárioNacional DB-DanBred / 7 ABCS pede apoio de senadora para solucionar a crise dos integrados / 8

20 Por dentro do setor

Mais de 350 produtores participam no Circuito do Conhecimento em Minas Gerais e Goiás / 8

Formação de equipe e líderes na suinocultura / 20

Blog da Suinocultura Brasileira traz noticias atuais sobre o setor / 9

24 Resultados PNDS

11 Capa ABCS inicia Campanha de incentivo ao Registro Genealógico / 11

Ceará / Produção sustentável: esse será o foco do PNDS no Ceará em 2012 / 32 Distrito Federal / PNDS intensifica ações na indústria no DF e oferece ao produtor treinamentos gratuitos / 33 Goiás / PNDS em Goiás: focar no produtor e aprimorar as ações na indústria / 34 Espirito Santo / Estado investe na qualificação do produtor de suínos / 36

40 Associativismo e Negócios

Inovações Organizacionais e Produtivas Dinamizam o Setor de Suínos / 40

42 Entre amigos Pfizer: o futuro da suinocultura e a tomada de decisões / 42

São Paulo / Maior centro consumidor do país inicia ações do PNDS / 26

PIC: 50 anos de uma história de inovação / 44

Rio Grande do Sul / Estratégia dos gaúchos é aprimorar a produção e qualificar pequenas e médias indústrias de suínos / 28

Genétiporc reúne representantes da suinocultura no Canadá / 45

Bahia / PNDS intensifica ações de produção no estado da Bahia / 29 Minas Gerais / Conjunto de ações do PNDS em Minas Gerais contribui para o avanço da suinocultura estadual / 30

Diretor da Poli-Nutri é homenageado como Personalidade do Agronegócio Brasileiro na Avesui 2012 / 45

46 Sabor Sublime Costela Piano / 46


Giro ABCS

ABCS busca entendimento

com MAPA e Ministério da Fazenda para acelerar liberação de milho Alterações na Portaria nº 144 e 143 são as principais reivindicações da entidade

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iante do agravamento da crise que assola os produtores de suínos do país, a associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) está buscando novos entendimentos junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e Ministério da Fazenda para acelerar a liberação de milho nos estados da região sul do país. Segundo informações repassadas pelo MAPA, em reunião junto a ABCS realizada na tarde de ontem (19), as reivindicações da entidade que defendem o aumento para 27 toneladas por mês de milho balcão para cada produtor, com ou sem a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), a R$ 21,00 a

saca para o Rio Grande do Sul (RS) e Santa Catarina (SC), através da Portaria nº 144 e a inclusão do estado de São Paulo nos leilões de milho previstos na Portaria nº 143, estão em processo de avaliação pelo Ministério da Fazenda, órgão responsável pela execução da política econômica nacional. “Estamos trabalhando estra- Presidente da ABCS se reúne com diretor Conab para pedir tegicamente para buscar novos aumento de oferta de grãos. entendimentos com o Ministério da Fazenda”, explica o presidente da subsídios o quanto antes, já que uma ABCS, Marcelo Lopes e reforça que nomedida emergencial efetiva deve ser vas resoluções precisam ser apresentaimplantada enquanto há momentos das com urgência. “O setor precisa de de crise como esse”, desabafa. u

Encontro de suinocultores em Toledo/PR fortalece necessidade de uma lei da integração

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epois de promover um amplo debate no Rio Grande do Sul e Santa Catarina sobre as principais dificuldades enfrentadas pelos produtores que trabalham com esse sistema e também apresentar os principais pontos do Projeto de Lei 8.023/2010, do

deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), e o PLS 330/2011, da senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), que estabelecem condições, obrigações e responsabilidades nas relações contratuais entre produtores integrados e agroindústrias integradoras, chegou a vez dos suinocultores paranaenses. No dia 14 de abril, a entidade junto da Associação Regional dos Suinocultores (Assuinoeste) e parceiros, realizou o 3º Fórum de Suinocultores Integrados na cidade de Toledo/PR, onde estiveram presentes mais de 300 produtores de suínos da região, também preocu-

pados com a necessidade de se criar uma lei que regulamente a relação de integração. “A suinocultura brasileira precisa de atenção do governo, e a ABCS está em busca da solução para estes anseios”, reforçou o presidente da ABCS, Marcelo Lopes. Para o presidente da Assuinoeste, Darci José Backes, o suinocultor integrado também está em condições difíceis, tanto quanto o independente. “Hoje não ganha para pagar os custos”, afirma. Na opinião dele, a crise serve para reforçar a necessidade dos produtores, através de entidades representativas de classe e representantes políticos reivindicarem a criação de uma lei para regular os sistemas de integração. u


ABCS pede apoio de senadora

para solucionar a crise dos integrados mentos atrasados da empresa, poderia ser evitada caso os projetos de lei que regulamentam as relações contratuais entre produtores e agroindústrias já tivessem sido aprovados pelo Congresso Nacional. Durante a reunião, a senadora se mostrou preocupada com o problema que envolve os produtores integrados re-

latado pelos presidentes das associações e afirmou que irá conversar com relator da proposta, senador Acir Gurgacz (PDTRO), para tentar acelerar a tramitação da matéria. “Penso que aqui no Senado podemos trabalhar com mais celeridade este projeto. Meu interesse é proteger o mais fraco. Considero o Projeto um marco regulatório”, afirmou a Senadora. u

Em reunião, Senadora Ana Amélia afirma buscar agilidade na aprovação do Projeto de Lei.

De Vento em Popa: ABCS participa do

4º Seminário Nacional DB-DanBred

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ma suinocultura unida e reforçada de informações e perspectivas, esse foi o sentimento dos cerca de 300 convidados selecionados que participaram do 4º Seminário Nacional DB-DanBred, realizado a bordo no navio Vison of the Seas. Na programação, especialistas em política, economia, mercado e produção anteciparam aos participantes expectativas e perspectivas para este ano e para a próxima década na produção mundial e mercado para carne suína.

A jornalista e comentarista da Globo News, Cristiana Lôbo, abriu a programação traçando um completo cenário da economia brasileira permeada pelas jogadas políticas e jogos de poder. Para a equipe da ABCS presente no encontro, a proposta do Seminário foi bastante inovadora e trouxe informações relevantes ao público do setor. Para encerrar a programação a palestra “Navegando com sucesso” com aventureira Familia Schurmann surpreendeu os participantes com os relatos das aventuras de 10 anos vivendo no mar, a bordo de um veleiro. u

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presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, e o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), Valdecir Luis Folador, estiveram reunidos em março com a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) discutindo a crise que afeta os produtores integrados de suínos. As entidades pediram o apoio da senadora para que o projeto, de sua autoria, seja colocado em discussão o quanto antes no Senado Federal. A proposta está pronta para começar a ser discutida na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado. Na análise da ABCS, a crise que afeta os produtores integrados de suínos da Doux Frangosul, que estão precisando recorrer à Justiça para receber os paga-


Giro ABCS Giro ABCS

ABCS busca apoio do ministro da

Agricultura para solucionar a crise na suinocultura Abastecimento (MAPA), Mendes Ribeiro Filho, na última semana de março, pedindo soluções para a crise que afeta a suinocultura brasileira. A reunião contou com a presença de representantes das associações estaduais de suinocultores dos estados do Rio Grande do Sul, Mato Grosso e São Paulo. Diante das reivindicações, o Representantes das associações estaduais de suinocultura buscam ministro Mendes Ribeiro Filho junto ao MAPA soluções para a crise no setor. afirmou que tomará providênpresidente da Associação Brasileira cias imediatas contra a crise que assola dos Criadores de Suínos (ABCS), os produtores de suínos do país. Marcelo Lopes, esteve reunido com No encontro, o presidente da o ministro da Agricultura, Pecuária e ABCS apresentou as demandas con-

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sideradas mais urgentes para a sobrevivência da atividade nos próximos meses. “O preço pago pelo suíno vivo nas granjas está sendo muito inferior ao seu custo de produção. Isso corresponde a R$3,5 bilhões de prejuízo ao ano para o setor” . Durante a audiência, o ministro Mendes Ribeiro afirmou estar ao lado do produtor de suínos, e afirmou que vai buscar junto aos órgãos responsáveis saídas para amenizar a crise. “Vocês têm um ministro que acredita na suinocultura como um grande fortalecedor do agronegócio brasileiro”, afirmou Mendes. “Faremos de 2012 o ano da suinocultura”, disse o ministro. u

Mais de 350 produtores participam

no Circuito do Conhecimento em Minas Gerais e Goiás

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inas Gerais e Goiás foram os primeiros estados a dar início ao “Circuito do Conhecimento” realizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), com objetivo apresentar novas técnicas de gestão, oportunidades de investimento e capacitação na granja, além de uma versão atualizada do mercado suinícola no país e estratégias para o fortalecimento do suinocultor brasileiro. Durante os eventos, foram apresentadas também as possibilidades de qualificação profissional oferecido via PNDS. Os produtores também puderam conhecer mais a respeito dos números do agronegócio brasileiro através da palestra “O papel do Agronegócio na Transformação do Brasil” ministrada pelo Dr. Marcos Fava

Neves, engenheiro agrônomo pela ESALQ/USP e Doutor em Administração, tomaram também conhecimento sobre as ações realizadas pela ABCS em prol da melhoria da suinocultura brasileira, além de conhecerem as diretrizes da campanha de incentivo ao Registro Genealógico.

Segundo o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, o registro de animais é muito maior do que a certificação da qualidade do rebanho, por isso o produtor precisa se conscientizar da necessidade da exigência do mesmo junto às empresas de genética. “Ele é a sobrevivência do associativismo nessa atividade”, afirma. u


Blog da Suinocultura Brasileira traz noticias atuais sobre o setor

suinocultura brasileira teve no mercado interno sua principal base de sustentação, ultrapassando inclusive a meta estabelecida pelo Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), prevista para 2012 junto ao Sebrae nacional”, destacou o presidente. Com atualização diária, o blog espera ser um contato direto com o produtor, abordando a realidade da atividade, reforçando suas qualidades e alertando aos setores públicos e privados as dificuldades enfrentadas pelo suinocultor no seu dia a dia. u Para conferir o blog da Suinocultura Brasileira, acesse: http://blogs. ruralbr.com.br/suinoculturabrasileira

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ançado em Brasília no mês de março, o novo veículo de comunicação do setor suinícola será voltado para os produtores e demais interessados na área de suinocultura. O blog tem como objetivo trazer um panorama especial sobre as articulações das demandas que cercam a criação de suínos. Realizado em parceira com o RuralBR – um dos mais conceituados sites do agronegócio

brasileiro – e a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), este canal de comunicação abordará questões como a produção integrada e o aumento do consumo de carne suína pelo próprio mercado interno, além do acréscimo das exportações, que colocam a suinocultura no topo das discussões. Escrito pelo presidente da ABCS, Marcelo Lopes, o blog apresentou em seu primeiro post um panorama geral da suinocultura brasileira em 2011 e abordou as perspectivas para a atividade neste ano. “Iniciamos 2012 com a magnífica notícia de que o consumo de carne suína no Brasil atingiu os 15,1 Kg per capita ano. O número mostra que, em mais um ano consecutivo, a



Capa

ABCS inicia Campanha

de incentivo ao Registro Genealógico Objetivo da ação é aumentar o fluxo de animais registrados junto ao MAPA e garantir a qualidade sanitária do rebanho suíno “Somente com esse certificado é possível comprovar que os suínos de reprodução (machos e fêmeas) foram produzidos em granjas certificadas pelo MAPA”, explica o superintenden-

O registro genealógico é a garantia de que animal é fruto de um processo de melhoramento genético.

te do registro genealógico da ABCS, Valmir Costa da Rosa. O objetivo da campanha é garantir ao produtor de suínos do Brasil que as empresas de

melhoramento genético de suínos cumpriram todos os requisitos técnicos exigidos pela Instrução Normativa 19, que regulamenta a produção de suínos geneticamente melhorados e exige que as granjas núcleo e multiplicadoras detenham o registro de Granja de Reprodutores Suídeos Certificada (GRSC). “Sabemos da responsabilidade das empresas de melhoramento genético de suínos que trabalham no Brasil, mas somente o certificado do registro genealógico pode comprovar ao produtor de suínos a qualidade genética e sanitária do

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A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos iniciou neste ano uma campanha inédita de incentivo ao registro genealógico de suínos. Há mais de 50 anos respondendo pelos registros de suínos de reprodução, a entidade é a única delegada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), legalmente autorizada para emitir o Certificado de Registro Genealógico de Suínos no Brasil. Instituído como uma exigência legal do Ministério da Agricultura que, por meio da Portaria nº 1303 de 1956, autorizou a ABCS realizar o Registro Genealógico de suínos em todo o Brasil, o documento é a garantia de que o animal é fruto de um processo de melhoramento genético.


Capa animal comprado”, sintetiza o médico veterinário e diretor executivo da ABCS, Fabiano Coser. A ABCS vem agora trabalhando junto à Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura para vincular a emissão da Guia de Trânsito Animal – GTA dos animais de reprodução ao certificado de registro genealógico, como explica Ênio Marques, Secretário de Defesa

Seis empresas de material genético detém cerca de 84% de todas as vendas dos animais reprodutores

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Agropecuária do Ministério da Agricultura, “não é coerente termos uma excelente norma de controle da produção dos suínos de genética através das regras do GRSC, se não controlarmos também o trânsito dos animais de reprodução através do registro genealógico. Não podemos permitir a comercialização de animais para reprodução que não são provenientes de granjas que detenham o certificado de GRSC” finaliza o secretário. Atualmente, seis empresas de material genético detêm 84% de todas as vendas dos animais de reprodução do rebanho suíno brasileiro, de acordo com os dados disponibilizados pelo sistema de registro da ABCS. Em 2011, a empresa Agroceres PIC emitiu 39,4% dos registros, em 2º lugar no ranking está a Genética Suína DB-Danbred, com 15,29%; abaixo a Sadia, com 10,8% e, em 4º lugar está a PenArLan, com 8,32% dos registros emitidos. As empresas Topigs e Génétiporc encerram o ranking com 6,31% e 3,62%, respectivamente. Ou seja, apenas três empresas concentram mais de 65% do mercado de suínos de reprodução. Os dados reforçam

Participação no mercado de genética suína

15 ,29% DB Danbred

39 ,40% Agroceres PIC

3Genetiporc ,62% 6Togips ,31% 8PenarLan ,32% 10 ,80% Sadia 16 ,26% Outros Fonte: Serviço Oficial de Registro Genealógico de Suínos do Brasil/ABCS/MAPA


que o setor de genética de suínos também vive um cenário de concentração que se repete ao longo de outros elos da cadeia produtiva. A campanha de incentivo ao registro genealógico já foi realizada nos meses de março e abril na cidade da Ponte Nova e Pará de Minas, em Minas Gerais, em Goiânia e na cidade Toledo, no Paraná. Nos meses de Junho será a vez de Patos de Minas e do estado do Rio Grande do Sul, já em agosto a ação acontece no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. “Nosso produtor precisa saber que o registro garante a qualidade dos seus animais, mas também mantém viva toda a atividade associativista que trabalha a seu favor”, encerra o presidente da ABCS, Marcelo Lopes. u

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Mercado & Cotações

O que não engorda, mata! As altas cotações dos insumos, quando somados aos baixos preços praticados mercado de suínos , deixam aos produtores duas situações: assumir os prejuízos com a atividade ou abandoná-la.

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suinocultura brasileira passa por um momento delicado, em que a alta dos insumos, associada à falta de assertividade do poder público com o produtor, fazem dessa situação uma catástrofe na cadeia produtiva da carne suína. Os suinocultores de todo o Brasil vêm sofrendo com os altos preços do milho e da soja – que são os principais insumos da ração animal –, ao ponto de muitos abandonarem a atividade por estarem pagando para produzir. O Estado de São Paulo, por exemplo, segundo dados da Conab e da Embrapa Suínos e Aves, possui o custo de produção estimado em R$ 2,75 por quilo de suíno vivo para uma granja de ciclo completo, sendo que o milho representa por volta de 60% deste custo. Conforme os indicadores do CEPEA/ESALQ, os produtores de suínos comercializaram seus animais num valor médio de R$ 2,06 por quilo vivo, variando entre R$ 1,90 e R$ 2,33 na praça (valor retirado para São Paulo no dia 11 de abril de 2012: http://www.cepea.esalq.usp.br/ suino/). Ou seja, para cada quilo vivo de suíno vendido pelos produtores de São Paulo, existiu um prejuízo de R$ 0,695. Fazendo um cálculo simples, para uma granja que comercializa 500 animais por mês, com animais de 100 quilos, o prejuízo ao produtor é de R$ 34.761,75 no período. O mesmo cenário se repete nos outros estados, onde os produtores vivem situação semelhante: o custo de produção elevado – sendo que o milho e a soja chegam a 80% desses custos – e baixos preços pagos pelo suíno vivo. O problema é que quando comparado ao mês de abril de 2010 e o

mesmo período deste ano, vemos que o preço da saca de milho subiu por volta de R$ 10,00 para os diferentes estados do país, ou seja, sofreu um aumento de 55% do valor em apenas dois anos, enquanto que no mercado de suínos houve gradativa desvalorização dos valores pagos ao produtor. Uma das melhores formas de analisar o “fôlego” do suinocultor na atividade é arelação de troca “suíno x milho”, que se resume a quantos quilos de milho o produtor consegue comprar com a venda de 1 quilo de suíno vivo. O ideal para se manter na atividade, segundo especialistas, é de comprar no mínimo 8 quilos de milho para cada quilo de suíno vendido. No momento, os produtores conseguem comprar apenas 4,4 quilos de milho, quase a metade do que seria considerado ideal. Vale lembrar, para este mesmo período em 2010, o produtores tinham uma relação de compra de 9,5 quilos de milho para cada quilo do animal vendido, numa média nacional.

Uma “luz no fim do túnel” O que pode dar “fôlego” é a produção do milho safrinha, previsto para colheita em junho deste ano, estimado em 30,6 milhões de toneladas. A previsão é 34% superior as 22,83 milhões de toneladas de milho colhidas na safrinha de 2011, segundo analistas de Safras & Mercados. Portanto, se a safrinha for boa em todas as regiões, o Brasil não terá problemas de abastecimento e os preços de comercialização do cereal devem cair. No entanto, o que vai interferir fortemente nos preços é a intenção de plantio norte americana. Vale ressaltar,

houve uma quebra de 33 milhões de toneladas na última safra colhida nos EUA. Essa foi a segunda queda americana seguida e, quando somado ao baixo estoque mundial e à tirar crescente demanda chinesa, formam os principais fatores responsáveis pelas altas cotações do cereal atualmente. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em seu primeiro relatório oficial com as estimativas para a safra 2012/13, os agricultores americanos estão plantando a maior safra de milho desde o fim da Segunda Guerra, que começou a ser cultivada nas primeiras semanas de abril. Para analistas da corretora Newedge USA, os números divulgados pelo USDA devem dar sustentação aos preços do milho até a colheita da próxima safra, no terceiro trimestre. Portanto, ao analisar apenas este fator, a tendência é de baixa dos preços para 2013. Apesar disso, o produtor não pode arcar com prejuízos hoje, contando com a probabilidade de baixa nos preços do milho amanhã. O produtor precisa de políticas púbicas emergenciais e de longo prazo que têm sido solicitadas pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). A entidade tem trabalhado continuamente no acompanhamento e desenvolvimento das medidas, projetos de lei, portarias, entre outros. No entanto, muito pouco se vê de respostas do poder público.

O Governo esqueceu-se do suinocultor Num cenário como o do agronegócio brasileiro, com problemas comuns


suína, a exemplo de outras cadeias. Em tramitação Projeto de Lei Nº 7.416/2010 do Senador Valdir Raupp; � Mais transparência nas relações de mercado, prevenindo a especulação: � Seja através da inclusão da cadeia de suínos no PL 5198/2005 do Deputado Ronaldo Caiado, que estabelece que frigoríficos informem seus números de abate; � Ou pela inclusão da suinocultura na Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), criada pela CNA junto com o Ministério da Agricultura (MAPA) que monitora a movimentação de animais através das GTAs e do sistema de rastreabilidade (SISBOV);

A aprovação dos projetos citados é de suma importância para a suinocultura brasileira e, para tanto, a ABCS tem trabalhado no apoio de parlamentares comprometidos com os assuntos do agronegócio brasileiro para que votem estes projetos. Estas medidas não solucionariam todos os problemas do suinocultor, certamente fortaleceria muito o setor produtivo. No entanto, o que vai ditar o sucesso ou fracasso delas será a união dos suinocultores e a capacidade de desenvolver parcerias com lideranças importantes para que haja velocidade e seriedade na sua implementação.u

ff Victor Ayres � Políticas de mais suprimentos e estoque de milho, bem como de regulação de preços.

Engenheiro Agrônomo Assessor técnico da ABCS victor@abcs.com.br

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como logística ineficiente, alta carga tributária, custo cada vez maior da energia elétrica e valor crescente da mãode-obra, cria-se uma forte necessidade do suinocultor brasileiro por políticas públicas mais participativas e eficientes. No entanto, vemos o cenário completamente oposto: o aumento ascendente da carga tributária, a falta de investimento na infraestrutura, medidas emergenciais fracas e atrasadas, e a demora do legislativo em aprovar leis que impactam no agronegócio.. Ao setor cabe pressionar fortemente o poder público, exigindo medidas efetivas e, para isso, o produtor precisa de união. Existem várias medidas que o Poder Público pode adotar para solucionar esta crise. Abaixo as principais reinvindicações da ABCS: � Criar uma política de garantia de preço mínimo (PGPM) para a carne


FEV-2012

Consulte sempre um MĂŠdico VeterinĂĄrio


Entrevista

Cargo de Senadora,

sangue de jornalista Essa mistura tem resultado em grandes soluções para setor de integração na suinocultura brasileira. Conheça Ana Amélia Lemos, a mulher à favor do suinocultor no Senado pela TV Gaúcha, RBS TV, e, nos últimos 20 anos trabalhou em Brasília, onde se tornou diretora do Grupo RBS até engradar na carreira política. Autora do Projeto de Lei 330/2011 que dispõe sobre a parceria de produção integrada agropecuária, estabelecendo condições, obrigações e responsabilidades nas relações contratuais entre produtores integrados e agroindústrias integradoras, Ana Amélia conta na entrevista os esforços voltados à agricultura e pecuária nacional, além de detalhes sobre o encaminhamento do PL junto à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Confira a matéria da mulher mais ativa politicamente quando o assunto é suinocultura:

O que mudou na sua avaliação do Congresso Nacional depois da senhora se tornar Senadora e como avalia hoje o trabalho dos parlamentares? Eu tinha, antes de chegar aqui, os mesmos preconceitos e a mesma opinião, nem sempre verdadeira a respeito do Congresso: pouco trabalho, muito gasto e pouca eficácia. Ao chegar aqui vi que trabalhamos muito, há um desgaste grande, porque não é só o trabalho de Comissões, votações, de Plenário. Você tem uma demanda muito grande para atender as pessoas que vem do Rio Grande do Sul. Muitos chegam sem conhecer Brasília, às vezes prefeitos, vereadores, ou dirigentes de instituições e você precisa dar suporte e apoio. É

uma diversidade de temas porque não sou uma Senadora de um determinado setor, atendo todas as demandas, da agricultura, pecuária, indústria, ensino superior, saúde, segurança pública, área social, entre outras. A gente acaba trabalhando 12, 14, até 16 horas, ininterruptamente. É realmente bem diferente daquilo que eu imaginava. Eu até às vezes digo que um jornalista deveria ficar 10 dias aqui acompanhando um senador para ver como é o trabalho parlamentar. Quais as principais bandeiras de trabalho que a senhora defende no Senado? Como disse anteriormente, não atuo apenas em setor. Participo de

seis comissões técnicas e sou vicepresidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul). Atuei intensamente no debate relacionado ao Código Florestal no Senado para garantir segurança jurídica aos milhões de produtores brasileiros, aliando produção com sustentabilidade, tenho feito alertas permanentes e cobranças em relação a fatores como a pesada carga tributária e a deficiência logística que são entraves ao setor produtivo. Tenho projetos em vários setores. Entre eles o PL 40/11, que autoriza o acesso dos bancos cooperativos aos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para fins de concessão de crédi-

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atural de Lagoa Vermelha, município gaúcho, localizado no norte do estado com pouco mais de 27 mil habitantes, a Senadora Ana Amélia Lemos (PP/RS), tem dedicado seu mandato ao progresso do setor pecuário brasileiro, com especial atenção à suinocultura brasileira. A frente das Comissões de Assuntos Econômicos, Desenvolvimento Regional e Turismo e Agricultura e Reforma Agrária, anunciou em 15 de março de 2010, seu afastamento do Grupo RBS para ingressar na vida política. Durante os últimos 40 anos, passou por diversos veículos de comunicação do Estado. Foi produtora da Rádio Guaíba, repórter de economia do Jornal do Comércio e apresentadora na Rádio Difusora. Foi contratada


Entrevista to rural e já foi aprovado pelo Senado. Também assinei todas as CPIs para investigar denúncias de irregularidades e tenho uma política de economicidade nos gastos no meu gabinete. A senhora tem uma história junto ao agronegócio brasileiro, como senadora quais as principais contribuições que o parlamento pode dar para este setor? Quando fiz a campanha dizia que não seria uma fazedora de leis, porque acho que o Brasil já tem leis demais e que são pouco cumpridas. Quando cheguei aqui me dei conta que havia um vazio em muitos setores, por exemplo, no âmbito do agronegócio não existe um marco regulatório na relação dos chamados integrados. Sobre esse assunto, como a senhora avalia o atual modelo de integração entre produtores e agroindústrias? Esta é uma cadeia da economia muito importante, porque todo o processo de exportação da cadeia do frango, do suíno, do leite, é basicamente da relação do sistema integrado. E não há, portanto, nenhuma segurança jurídica nesse processo. O que aconteceu no

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Rio Grande do Sul com a Doux, deixando produtores da região, sem pai nem mãe ou pendurados no pincel, como se diz, é por falta exatamente de um comprometimento legal das responsabilidades do integrador com o integrado. Ficaram no prejuízo os menores, os pequenos. Tive a idéia de formatar um marco regulatório para os integrados. E não saiu da minha cabeça, foi uma discussão ampla, com todos os setores envolvidos, sejam das integradoras e dos integrados e aí surgiu essa

O que aconteceu no Rio Grande do Sul com a Doux, é por falta exatamente de um comprometimento legal das responsabilidades do integrador com o integrado. discussão e conseguimos organizar um projeto. Penso de cobertura para a área de suinocultura, área de avicultura, laticínios e também fumo, que é um setor muito importante na área da integração. Essa matéria tem como relator o senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que

é o presidente da Comissão da Agricultura e Reforma Agrária. A falta de um canal de diálogo entre produtores e indústria tem levado há um desgaste no sistema de integração. Um dos pontos do PLS 330 é a criação das Comissões para Acompanhamento e Desenvolvimento da Integração e Solução de Controvérsias (CADISC), como isso pode melhorar o sistema de integração? A falta de uma coordenação e de um entendimento em torno das cadeias produtivas tem gerado muitos problemas quando acontecem, por exemplo, como agora, uma seca. Só no caso de laticínios, o Rio Grande do Sul perdeu 30% de sua produção. No caso de grãos, impacta sobre cooperativas, fornecedores de insumos, setor de máquinas, sistema financeiro. Nós perdemos a metade da safra, na média, no Rio Grande do Sul, em soja. No milho tem uma perda grande também porque são todas culturas de verão. As cadeias produtivas não operando com harmonia, com solidariedade, o que tende a acontecer é de a corda arrebentar no lado mais fraco. Da mesma maneira como o CADISC, no caso dos integrados, o nosso propósito é que ele funcione como um poder moderador de equilíbrio entre todos os integrantes desse processo. Isso vai dar uma melhor segurança para as partes envolvidas nisso, e, claro, mais segurança jurídica e, também, no próprio desempenho do setor. Vai ter mais estímulo para trabalhar por conta dessa situação de maior tranqüilidade. Desde 1998 temos PL’s que procuram dar um ordenamento jurídico para o sistema de integração, mas nenhum


As entidades mostram muito interesse pela aprovação imediata dessa proposta. O prazo para que isso ocorra pode então depender dessa pressão? Sim. A pressão de categorias importantes como essa é fundamental. Eu não vejo uma mobilização grande em relação a isso. Penso que seria muito mais eficaz e que poderíamos votar até o final do primeiro semestre se tivesse uma intensa mobilização da indústria e das entidades que representam os produtores. Falta mobilização e pressão sobre as comissões, especialmente sobre o relator. Qual a mensagem que a senhora deixa para os suinocultores brasileiros? A suinocultura brasileira é um setor fundamental. Por falta de uma política de longo prazo, uma política de Estado, enfrenta crises cíclicas porque como exporta para países como a Rússia, um país que não tem uma regularidade nas compras e nos contratos. Acho que o governo tem que estar mais sensibilizado para ampliar os mercados consumidores de carne suína brasileira que é de muito boa

Falta mobilização e pressão sobre as comissões, especialmente sobre o relator, por parte do produtor. 19

comercialização, tentando ver se governo compra para a merenda escolar, mostrando que a carne é boa, tudo isso é importante. Agora, a gente não percebe um esforço do governo para resolver de uma vez tudo isso. O que só acontecerá com decisão política para que seja criada uma política de longo prazo para um setor tão importante como este, formado na maioria por pequenos e médios produtores que operam nos integrados. u

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deles foi adiante. Quais os encaminhamentos políticos que farão o PLS 330 caminhar para a aprovação no Congresso Nacional? A Câmara tem 513 deputados, já o Senado tem 81 parlamentares. O fato de ser uma casa menor, uma Casa da República, aqui cada Estado tem igual representação, são três senadores por Estado, dá uma facilidade maior porque o andamento de um projeto depende dessa relação que você estabelece. Seja na comissão onde ele começa, seja na elaboração do contato co o relator, seja no apressamento da votação pelas diversas comissões, em que o senador que está encarregado disso trabalha. Além isso, também é permitido que as entidades interessadas, quando querem que esse projeto ande, como agora em relação ao PRS 72/2010, todos os estados exportadores vieram aqui para defender junto aos líderes e imediatamente está sendo aprovado. Da mesma forma, com esse projeto dos integrados, as categorias deveriam, com seus respectivos senadores trabalharem para pedir que apressem, inclusive ao relator, senador Acir Gurgacz (PDT-RO).

qualidade. Temos que nos preocupar com a questão sanitária que poderá abrir espaço para exportar para países que estão com as por tas fechadas. Espero que o ministro Mendes Ribeiro Filho consiga colocar todos os Estados brasileiros livre de aftosa com vacinação. Hoje só Santa Catarina é livre de aftosa sem vacinação, uma exigência cada vez mais frequente em países compradores de carne suína. Ve j a q u e t o d a s s ã o medidas necessárias para formar, digamos, uma política geral de apoio. Não apenas isso, mas o apoio creditício, ou quando há um problema de seca ou perda, fundo de catástrofe, seguro rural para os produtores, garantias de produção. Pois cada vez que há uma crise, os produtores correm na hora da


Por dentro do setor

Formação de equipe

e líderes na suinocultura

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as últimas décadas, a suinocultura brasileira evoluiu em termos de eficiência e melhoria na produtividade, com busca de animais de menor teor de gordura e maior carne magra na carcaça. A suinocultura é uma atividade pecuária bem consolidada no Brasil, com um mercado interno em franco crescimento, conforme comprovado pela atividade do PNDS conduzido pela ABCS. A mão de obra brasileira, relativamente barata em relação à Europa e Estados Unidos, sempre foi vista como uma das vantagens competitivas do país. Mas, nos últimos anos, com o crescimento da economia nacional, redução do desemprego e a crescente migração da população para as regiões urbanas, a disponibilidade de mão de obra capacitada para trabalhar em granjas tem se reduzido consideravelmente. Esta situação determina uma automação cada vez maior e a ampliação do tamanho das unidades de

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produção, buscando ganhos de escala para otimizar a escassa mão de obra e o alto custo dos equipamentos. Aliado a estes fatores temos um mercado consumidor mais exigente, impondo aos produtos exigências como segurança alimentar, restrição a uso de antibióticos, proteção ambiental e conceitos de bem estar animal na criação dos animais, sendo fundamental, o comprimento de regras que assegurem a execução destes critérios dentro da produção de suínos. Desta forma, na suinocultura atual e dos próximos anos seguramente não haverá espaço para uma gestão amadora. Somente granjas com uma gestão zootécnica, econômica e de pessoas eficaz permanecerão no mercado.

Formação de equipes e qualificação de talentos A definição de equipe está baseada no foco de todas as pessoas em torno de um mesmo objetivo, com cla-

reza da divisão de responsabilidades, das fronteiras e limites de suas ações e atribuições. O objetivo de definir funções é uma excelente forma de garantir que a rotina seja cumprida. Facilitando, a identificação de pessoas que não atendam a sua função dentro da empresa e as que mais se destacam dentro de suas atividades. Toda a equipe precisa da condução de um líder que tenha habilidade de manter um clima positivo, comunicar com eficiência em todos os níveis da hierarquia da empresa (acima e abaixo de seu cargo), aproveitem os pontos for tes de cada pessoa ajustando-a a melhor função para seu perfil e conseguem conciliar um ambiente agradável com a seriedade no trabalho. A habilidade da comunicação e o conhecimento teórico e prático da atividade que gerencia são fundamentais. Os colaboradores realizam as tarefas e


Contratação e formação de equipes Na hora da contratação, os funcionários devem ser selecionados de acordo com seu perfil psicológico A definição do perfil dos cargos é fundamental para o sucesso da contratação e a montagem de uma equipe eficaz, por se tratar de uma atividade muito peculiar, com alta tecnologia e ritmo industrial, mas executada no meio rural. Portanto o colaborador precisa: � Gostar de lidar com animais e não ter aversão à material biológico e ao cheiro; � Saber trabalhar em equipe; � Ter escolaridade mínima para o cargo que almeja; � Ter comprometimento com resultados; � Ter experiência prévia, dependendo do cargo; � Se dispor a morar na granja (quando for o caso). Além disso, é preciso contratar pessoas automotivadas, ou seja, aquelas pessoas que já trazem consigo ânimo e entusiasmo, cuja função da empresa seja a árdua tarefa de manter essa motivação. Após o desafio da contratação acertiva, a formação técnica dos colaboradores é fundamental. Mesmo pessoas que já tenham experiência com suinocultura, obrigatoriamente devem passar por treinamentos que esclareçam a metodologia de trabalho e os manejos utilizados na nova empresa, sob pena de introduzir e/ou perpetuar “vícios” adquiridos ao longo da vida profissional. A melhoria do desempenho pessoal está intimamente ligada ao conhecimento das pessoas sobre as atividades que estão realizando. Quanto mais esclarecidas, maior a

capacidade das pessoas em realizar as tarefas da melhor forma, de identificar inconformidades com o recomendado e de sugerir medidas adequadas para melhorar o desempenho. Uma das pré-condições para o aprendizado é a motivação. Se o colaborador não estiver motivado para aprender, não há possibilidade de crescimento do ser humano. Como a produção de suínos é altamente especializada e seu manejo é rico em detalhes que fazem toda a diferença no resultado, é muito importante que as pessoas sejam treinadas e retreinadas em intervalos regulares de tempo para que as atividades consolidadas não se percam e as novidades sejam incorporadas ao manejo. É uma tendência natural que as pessoas deixem de realizar pequenas atividades ao longo do tempo, independentemente do seu nível de escolaridade. O uso de avaliações periódicas de cada trabalhador é excelente, quando seu objetivo for bem claro entre todos. O colaborador deverá conhecer como está indo, mês a mês, para poder ele próprio acompanhar seu desempenho e mesmo superar-se. Somente assim, poderá fazer do treinamento em serviço um caminho para resultados, que é a meta. Os pontos fortes trazem benefícios para a granja e as limitações das pessoas impedem o aumento da produtividade e crescimento. O quanto antes se descubra os pontos fortes e as limitações de uma equipe, melhor. Mais importante do que as limitações em si, é a capacidade de reconhecêO treinamento não é apenas uma despesa, mas investimento necessário cujo retorno pode ser altamente compensador para a organização.

las e trabalhá-las adequadamente. Na maioria das vezes as limitações são conseqüências de falta de treinamento, falta de atenção e ou falta de uma adaptação do colaborador novato ao trabalho/empresa.

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Dicas para estimular um bom relacionamento inter pessoal na granja: Desenvolver um espírito de cooperação e trabalho em equipe; Fazer pesquisas periódicas de clima organizacional; Permitir que as crises e limitações pessoais possam ser tratadas no ambiente profissional; Manter um canal de comunicação aberto com a equipe, como forma de minimizar tensões dúvidas acerca dos relacionamentos; Desenvolver uma gestão mais aberta e participativa; Utilizar-se de franqueza e sinceridade, facilitando o feedback.

Ferramentas de motivação Quase sempre a motivação é diretamente associada a “pagar bem” e certamente nem sempre isto é uma verdade absoluta. É fato que, assegurar aos colaboradores salário suficiente para se manterem e as suas famílias, ao menos nas questões básicas, certamente é importante. É a sensação de que essas condições estão razoavelmente garantidas. A pirâmide abaixo é um exemplo de atribuição de importância ao que realmente importa para a equipe: Algumas formas relativamente simples de como motivar: � Salário justo (mercado); � Política de benefícios; � Perspectiva de crescimento; � Treinamento constante interno e externo (participação em congressos); � Comunicação clara;

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aceitam melhor as mudanças quando se convencem e acreditam que aquela é a melhor forma de realizá-las.


Por dentro do setor

Auto Realização

Realização do Seu próprio Potencial, Auto-desenvolvimento, criatividade, auto-expressão

Auto Estima

Auto confiança, Independência, reputação

Sociais Segurança Necessidades Básicas

Sentimento de Aceitação, amizade, sentimento de pertencer ao grupo

Proteção sua e da sua família, estabilidade no lar e no emprego

Sobrevivência, alimentação, roupa e teto

� Sistema de premiação; � Condições de trabalho; � Condições de moradia e lazer quando morar na granja; É importante termos ciência que a suinocultura precisa se transformar rapidamente para acompanhar a tendência nacional de urbanização da população e consequente cada vez mais redução da mão de obra disponível e qualificada para o setor agropecuário. Problema este enfrentado décadas atrás nos países desenvolvidos. u

ff Bruno Zinato Carraro Médico veterinário Integrall Soluções em produção animal bruno@integrall.org

Pirâmide de Maslow

telefone (31) 3819 3919 suinfest@suinfest.com.br www.suinfest.com.br

Carne Suína: a Visão do Consumidor

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Dia 04 de julho (quarta-feira)

Dia 05 de julho (quinta-feira)

13h Abertura para visita aos estandes.

13h Abertura para visita aos estandes.

14h

Abertura Seminário: “Carne Suína: a visão do consumidor”.

14h Suíno, frango e boi: competição e tendências -Lygia Pimentel

14:30

Refeições fora do lar: uma oportunidade para carne suína – Enzo Donna.

15h Coffe Break.

14:30 15:30

Coffe Break.

15:30

16h

Como vender carne suína para a classe C – Renato Meireles.

16h Como formar uma tropa de elite – Paulo Storani.

17h Debate.

Debate.

23h Encerramento feira.

23h Encerramento feira. Local: Centro de eventos Babilônia Ponte Nova - MG

Projeto


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resultados pnds 1

CEARÁ Sensibilizações 31.655 Capacitações 557 Ações 26 Municípios 9

2

BAHIA Sensibilizações 50.515 Capacitações 1.002 Ações 45 Municípios 22

3

DISTRITO FEDERAL Sensibilizações 12.549 Capacitações 625 Ações 26 Municípios 3

4

GOIÁS Sensibilizações 87.068 Capacitações 2.059 Ações 39 Municípios 9

8


pnds em ação

5

MINAS GERAIS Sensibilizações 38.075 Capacitações 975 Ações 36 Municípios 14

1

6

ESPÍRITO SANTO Sensibilizações 3.789 Capacitações 989 Ações 23 Municípios 8

2

3 7 4

SANTA CATARINA Sensibilizações 3.205 Capacitações 783 Ações 21 Municípios 13

5 6 9

8

RIO GRANDE DO SUL Sensibilizações 48.608 Capacitações 2.030 Ações 23 Municípios 11

7

9

São Paulo Início das ações em 2012.


São Paulo

Maior centro consumidor do país inicia ações do PNDS

O estado de São Paulo é considerado estratégico na meta do aumento de consumo da carne suína direito, num estande de 140m² que recebeu produtores, parceiros do setor, fornecedores e profissionais de açougues durante o “Curso de Capacitação em Tecnologias de Cortes Suínos”, realizado ao vivo durante a AveSui América Latina 2012, no stand Primeira ação no estado reúne produtores de suínos e representantes do Sebrae-SP na Avesui. do Sebrae-SP que apresentou o PNDS tualmente, São Paulo representa no estado. A ação inédita faz parte do o maior polo econômico do país e plano de ações do Projeto na cidade realiza apenas na capital cerca de 860 de São Paulo para intensificar o consumil transações de cartão de crédito mo de carne suína, que acontece em por dia, conta com 240 mil lojas, e 34 mil indústrias, além de outras cifras impressionantes quando o assunto é Considerado polo do consumo. Considerado polo do agroagronegócio brasileiro e negócio brasileiro e sede de muitas sede de muitas empresas empresas do setor suinícola, o estado do setor suinícola, o estado detém ainda 120 mil matrizes em seu detém ainda 120 mil território e representa o quinto maior matrizes estado produtor do país. “Seu potencial consumidor como um todo, aliado a renda média de sua população configura São Paulo como parceria com a Associação Paulista dos um dos principais incentivos e proCriadores de Suínos (APCS), o Sebraepulsores para a continuidade e consisSP. tência das ações do PNDS em âmbito Para Pedro Fernandes, diretor do nacional”, comentou o presidente da Sindicato Varejista de Carnes Frescas ABCS, Marcelo Lopes, ao receber a inde São Paulo – parceiro da ação –, o formação sobre a adesão. treinamento proporcionou aos proA primeira ação do Projeto Nafissionais de diferentes casas de carcional de Desenvolvimento da Suines presentes uma oportunidade de nocultura (PNDS) começou com o pé inovar. “Alguns profissionais com mais

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40 anos de profissão não conheciam todos os cortes apresentados aqui. ”, comenta. “Essa foi uma grande oportunidade de sensibilizar os visitantes sobre os diferentes cortes de carne suína e ainda apresentar a qualidade dos nossos produtos”, comentou o diretor do Cowpig, Renato Sebastiani.

Ações futuras No evento também foram realizadas reuniões com os produtores e escritórios regionais do Sebrae-SP para início de discussões das ações. Com foco nas cidades de São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto e São José dos Campos, expectativa é que o projeto amplie rapidamente o consumo de carne suína entre os paulistas. “São Paulo é o maior mercado consumidor do País e nossa expectativa é de que o consumo per capita cresça num prazo curto”, afirma a consultora do SebraeSP, Paula Ornellas. A ABCS coordenará ao lado do Sebrae-SP e APCS, via PNDS, ações nos diversos segmentos cadeia produtiva e pretende comtemplar os 3 elos que compõem o Projeto: produção, industrialização e comercialização. “Nossa previsão é atuar no varejo, possibilitar consultorias às indústrias e investir na capacitação dos suinocultores e colaboradores de granjas e ainda levar o que há de mais moderno em tecnologia de cortes suínos aos supermercados e açougues dessas cidades”, reforça a coordenadora nacional do PNDS, Lívia Machado. u


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Rio Grande do Sul

Estratégia dos gaúchos é aprimorar a produção e qualificar pequenas e médias indústrias de suínos

ACSURS junto a equipe do PNDS e do Sebrae/RS organizam o plano de trabalho do estado

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econhecido como o segundo maior estado exportador de suínos do Brasil, o Rio Grande do Sul contempla inúmeras plantas de abates suínos voltadas às especificações e exigências internacionais. Neste ano, o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) pretende trazer para as pequenas e médias agroindústrias e frigoríficos suínos, que têm sua produção voltada para o mercado interno, tecnologias avançadas e técnicas de aprimoramento e boas práticas de produção e qualidade, agregando assim maior valor ao produto final e também a qualidade exigida cada vez mais pelos consumidores brasileiros. Em mais um plano de ações para o estado em parceira com a Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS) e o Sebrae/RS, o projeto buscará neste ano a identificação e o mapeamento de micro e pequenas agroindústrias. O objetivo é treinar os colaboradores dessas empresas, por meio de cursos e consultorias, como por exemplo, a capacitação em cortes suínos, consultorias de Boas Práticas de Fabricação (BPF), além de implantar melhorais na prática de fabricação de

embutidos. “A partir desta primeira ação as indústrias da Região do Planalto, do Norte e do Vale do Taquari poderão se adequar aos padrões do processo industrial visando maximizar os resultados de cada operação e de cada produto obtido”, explica a gestora de agronegócios do Sebrae/RS, Miriam Menezes. Com a parceria do Senar/RS, o elo da produção trará a qualificação modular“Treinamento em Produção e Manejo de suínos”, com foco na capacitação e formação de colaboradores e funcionários de granjas e cooperativas por meio da metodologia do Programa de Qualificação Profissional em Suinocultura. “O treinamento em produção e manejo é a peça chave para a capacitação do suinocultor, pois mostra a eles as várias formas de cuidar corretamente de suas granjas”, comenta o Presidente Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), Valdecir Folador. Até o final do mês de maio, o PNDS realizará mais 3 módulos junto aos produtores gaúchos: manejo da creche, de reprodução e de maternidade. Com a ajuda de parceiros como o SEBRAE e SENAR/RS já foi possível for-

mar diversas turmas no Rio Grande do Sul, que serão divididas em cursos para a qualificação de gerentes de granjas e a capacitação nos módulos de manejo do PNDS. “A forma com que foi desenvolvido os trabalhos de sensibilização pela Acsurs foi de grande valia para o projeto da suinocultura, no sentido da sensibilização para os cursos Modulares do Senar”, explica Lívia Machado, coordenadora nacional do PNDS. Ao todo foram 10 Cooperativas e Agroindústrias visitadas, com capacitações programadas aos produtores e colaboradores de granjas de grupos significativos como a BRFoods, Alibem e Cotrel. “Isso comprova a eficiência do PNDS ao coordenar essa iniciativa junto ao Senar Nacional e no estado com o apoio

O treinamento em produção e manejo é a peça chave para a capacitação do suinocultor efetivo do Senar/RS que oferece gratuitamente os cursos para a suinocultura brasileira”, encerra a coordenadora. Já na área de comercialização, o PNDS no estado buscará formar parcerias de peso com a Secretaria de Educação e também com as Coordenadorias Municipais. O intuito é ampliar a capilaridade das ações desse elo, como a capacitação de merendeiras, testes de aceitabilidade da carne suína em escolas do estado, além da orientação a nutricionistas e profissionais da saúde. u


Bahia

PNDS intensifica ações

de produção no estado da Bahia Consultorias do SUINTEC e mini cursos sobre gestão e meio ambiente ajudam na qualificação dos produtores

Preparar esses colaboradores, levar até ele informações atualizadas e coerentes com a sua atividade, cria uma padronização no processo Neste ano, a entidade terá suas ações focadas no oeste do estado, região que segundo a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri) é uma das que mais crescem economicamente em função da exploração agropecuária. Por seu crescimento continuo na criação de suínos e pela parceria de importantes empresas e produtores, a região é considerada pela ABS uma das mais importantes para o desenvolvimento da atividade no estado.

Em sua segunda etapa nesse ano, o programa de Inovação e Tecnologia em Suinocultura (SUINTEC), será uma das grandes ações do estado. Com mais de 15 regiões participantes e mais de 20 granjas atendidas em 2011, o projeto estruturado para levar inovação e tecnologia às granjas produtoras de suínos, tem o objetivo de melhorar a eficiência do processo produtivo. Em parceria com o Sebrae/BA, a ação identifica as fragilidades do ciclo, desenvolve análise qualitativa sobre os principais pontos e retorna para identificar a evolução. Para Lucia Leite, Gestora do Projeto Suinocultura na Bahia no Sebrae/Ba o SUINTEC é um reforço primordial as granjas da região.“A importância do projeto está no desenvolvimento, capacitações e consultorias de cunho técnico e gerencial destinadas às granjas produtoras de suínos do estado da Bahia. O propósito é torná-las mais qualificadas e produtivas”. Por conta dos resultados satisfatórios da 1ª fase, este ano o Sebrae em parceria com a ABCS e a ABS estará

implementando a 2ª fase do programa, onde constarão ações de melhoria das granjas que foram apontadas no diagnóstico realizado na 1ª fase encerrada ao final de 2011. Os produtores de suínos contarão também com o Programa de Capacitação Total da Suinocultura, já desenvolvido no ano passado, mas que em 2012 tem seus temas voltados para o meio ambiente e a sustentabilidade. O plano traz ainda o treinamento nos módulos do Programa Capacitação Profissional em Suinocultura desenvolvido em parceria com o SENAR Nacional. Segundo José Márcio Fernandes Caruso, coordenador de programas do Senar/BA, “preparar esses colaboradores, levar até ele informações atualizadas e coerentes com a sua atividade, cria uma padronização no processo referente à carne suína”, diz. O presidente da Associação Baiana de Suinocultura (ABS), Marcelo Plácido, acredita que a junção de todas as ações do PNDS fortificará o desenvolvimento da suinocultura no estado. u 29

Com foco na produção, a Associação Baiana de Suinocultura lança ações do PNDS em 2012.

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m busca de uma estrutura cada vez mais sólida para a suinocultura regional, a Associação Baiana dos Suinocultores (ABS), lança por meio do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) em parceria com o Sebrae/BA, seu plano de trabalho para 2012. Com foco na produção de suínos, o projeto visa capacitar o elo base da cadeia, abrangendo métodos e processos desempenhados ao longo do ciclo produtivo, oferecendo aos produtores a oportunidade de introduzir nas suas propriedades novos conceitos de gestão e gerenciamento com foco na qualidade de produção.


Minas Gerais

Conjunto de ações do PNDS

em Minas Gerais contribui para o avanço da suinocultura Estadual Em 2012, atividades são voltadas para o varejo e capacitação de produtores

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ompletando a terceira região de Minas Gerais a participar do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), as cidades do Centro-Oeste mineiro (Pará de Minas, Itaúna, Divinópolis, Nova Serrana, Bom Despacho e Formiga) serão fortes parceiros que irão auxiliar no desenvolvimento das ações no estado. Com coordenação da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG), a Cooperativa dos Granjeiros do Oeste de Minas (CONGRAN), Cooperativa dos Produtores Rurais do Oeste de Minas Gerais (COOPEROESTE), Cooperativa dos Suinocultores Paraminenses (COSUIPAM), junto da Rede ABC Supermercados, Frigorífico Adell e Arapé Agroindústria, estão previstos diversos cursos através do Senar estadual para capacitação dos suinocultores em manejo da granja e novas técnicas de produção. E como uma nova proposta é sempre bem-vinda, a região implantará a “Cultura da Cooperação” que tem o objetivo de mostrar aos produtores a importância de união e do crescimento conjuntos, proporcionando assim uma alavancagem da suinocultura na região. Segundo Lisiany Marinho, Analista do Sebrae/MG, “O projeto vem para ajudar a fortalecer as cooperativas como um todo, além de contar com algumas técnicas para estimular a interação e principalmente, como o próprio nome diz, a cooperação entre elas”. Ainda para o produtor de suínos, os parceiros oferecerão o curso de “Qualificação Profissional em Suino-

Definição das ações do PNDS no estado de Minas Gerais contam a com a parceria da Cosuipam

Cooperoeste acredita nas capacitações do PNDS e investe no projeto em 2012

Cogran visa a capacitação de seus produtores em manejo de granjas e novas técnicas de produção.


cultura” que é realizado em parceria com o Senar/MG, para as granjas da região. Segundo o presidente do Conselho de Administração da Cooperoeste, Inácio Jeunon Diniz, o PNDS é um forte aliado para essa qualificação. “A cooperativa decidiu investir no PNDS por ser um programa bem estruturado e elaborado que visa melhorar as condições de trabalho do produtor”, diz. Com o foco também na indústria e na comercialização da carne suína, de abril a dezembro o PNDS promoverá a consultoria industrial no frigorifico Adell proporcionando a melhoria na gestão do custo para maior produtividade e eficiência industrial. Já na cidade de Ponte Nova/MG, conhecida por ser grande polo de produção suína, responsável por mais de 30% da carne produzida no estado, o PNDS pretende realizar treinamentos com representantes comercias do frigorífico Saudali, implantar campanhas de marketing em supermercados da região e investir na capacitação dos produtores por meio de cursos mo-

Reunião define as ações do PNDS para o polo de Patos de Minas, em parceria com a Astap e Suinco.

pode fazer a diferença”, conclui. O plano de trabalho da região, conta ainda com apoio para a realização a 7ª Suinfest – Feira Mineira de Suinocultura, que neste ano leva atualização, novidades tecnológicas e oportunidades de troca de experiências do setor ao suinocultor de Minas Gerais. Com o tema “Carne suína a visão do consumidor”, o PNDS levará palestras do sócio-diretor do instituto de Pesquisas Data Popular, Renato Meirelles, e do especialista em mercados emergentes, Enzo Donna, diretor da ECD Food Service.

nesse na área de comercialização junto aos supermercados do Triângulo Mineiro. Além disso será montado na Fenamilho o Mundo da Suinocultura, um espaço onde a comunidade vai conhecer as verdades e desmistificar os preconceitos em relação a carne suína. Haverá ainda uma palestra realizada pelo Sebrae/MG sobre a Importância da Carne Suína com o Dr. Bactéria, conhecido pelo quadro no Fantástico, além de curso de cortes para açougueiros da cidade. Serão realizados também os cursos de Qualificação Modular junto ao Senar/MG para os produtores da região.

Missão Internacional

dulares que tem como foco o gerenciamento da granja. Para o presidente da ASSUVAP, Fernando Soares, o PNDS está sendo reconhecido pelos produtores da cidade e isso tem reforçado sua importância para a suinocultura regional. “Acredito que todo esse esforço

O polo suinícola de Patos de Minas em que as ações do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura são desenvolvidas em parceria com a Associação dos Suinocultores do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Astap) e Suinco desde 2010, irá focar

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Reunião define as ações do PNDS para o polo de Ponte Nova, em parceria com a Assuvap e Saudali.

Com o objetivo de projetar os próximos anos de trabalho do PNDS no estado de Minas junto aos parceiros, o Sebrae MG promoverá a participação de lideranças da suinocultura da Assuvap, Saudali , Astap, Suinco e Abcs em uma missão técnica internacional na França e Espanha, que acontece em maio. O objetivo da missão técnica é conhecer o sistema de comercialização de carne suína nestes países e sua eficiência na oferta de cortes suínos ao mercado. “Creio que essa ação poderá ser o diferencial neste ano, pois proporcionará conhecimento único aos participantes”, comentou o técnico o Sebrae/MG da Microrregião de Ponte Nova, Cláudio Gontijo. u


Ceará

Produção sustentável:

esse será o foco do PNDS no Ceará em 2012 Projeto leva programas como o SUINTEC e consultorias ambientais para o estado

C

programa é uma forma eficiente de auxiliar o produtor na manutenção de sua propriedade e conscientiza-lo para sustentabilidade da produção. “O processo de capacitação da temática do meio ambiente na atividade rural tem um significado maior já que para muitos é considerada uma grande vilã. Creio que desta forma o processo de capacitação poderá instrumentalizar o homem do campo para que ele possa desempenhar sua atividade de forma economicamente viável, ecologicamente correta e socialmente justa”, diz. Com o apoio direto da FAEC será possível diagnosticar a situação ambiental de cada granja. Com foco também na indústria o PNDS realizará no Frigorifico Entidades do Ceará organiza seu plano de trabalho com foco na produção sustentável Guaiuba consultoria de “Boas Práticas de Fabricação em Agroindústria”, capacitou mais de 10 granjas no ano com objetivo de solucionar questões passado visa uma consultoria individurelacionadas ao processo produtivo, alizada, com levantamento completo na manipulação de alimentos e higiede rotinas de manejo adotadas nas nização da indústria. O foco é ampliar granjas, seguido de avaliação dos proa qualidade de produção e, consecedimentos em uso além de identificaquentemente, favorecer consumidor ção das metas de desempenho. que terá no mercado produtos que Neste ano, como resultado da atendem cada vez mais suas necessiprimeira etapa do diagnóstico, será dades e exigências. A ação trará ainda agregada a essas granjas a consulconsultorias de marcas e embalagens toria ambiental no processo por ao frigorifico, solução importante meio da parceria com a Federação da que se torna elemento decisivo para Agricultura e Pecuária do Estado do o cliente na hora da compra de qualCeará (FAEC). Para Germano Blhum, quer produto. assessor de diretoria do Sebrae/CE, o om o intuito de contribuir para a capacitação profissional e auxiliar o produtor no gerenciamento de sua granja, o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), em parceria com a Associação de Suinocultores do Ceará (ASCE), Sebrae/C e FAEC, terá neste ano sua atuação no estado voltada para a área de produção de suínos e meio ambiente. Dentre as ações está a segunda fase do Programa de Inovação e Tecnologia Produtiva na Suinocultura (SUINTEC). Ação que já

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O foco é ampliar a qualidade de produção e, consequentemente, favorecer consumidor Segundo Paulo Helder, presidente da Associação dos Suinocultores do Ceará (ASCE), a parceria com essas empresas fortifica as ações de desenvolvimento da suinocultura no estado. “Preparar estas empresas para que trabalhem de forma organizada e ofereçam um produto de qualidade ao consumidor fortifica o elo da indústria e contribui para que a carne suína seja vista de outra forma, aumentando assim o consumo pela população”. Promover e valorizar a carne suína é o elo que concretiza todas as ações do PNDS, por isso, a ASCE também investirá na sensibilização e capacitação de nutricionistas e profissionais da saúde, para que conheçam a nova realidade de produção da carne suína e seus aspectos técnicos nutricionais, auxiliando na orientação da população quanto a saudabilidade dessa proteína. Para Paula Braga, Gestora do PNDS na ASCE, as ações em feiras e eventos é o que motiva produtores e consumidores a um novo olhar sobre a carne suína. “A participação em feiras como a Pecnordeste onde as pessoas podem conhecer novos cortes degustar a carne e saber sobre a saudabilidade do produto fortifica não só a comercialização, mas todos os elos da cadeia”, diz. u


Distrito Federal

PNDS intensifica ações na indústria no DF e oferece ao produtor treinamentos gratuitos

Na capital do Brasil o atendimento aos produtores e frigoríficos são foco das atividades em 2012

Nossa expectativa é que os resultados do PNDS desse ano ultrapassem o números alcançados em 2011 Sebrae/DF, as regiões administrativas de Taguatinga, Ceilândia, Sobradinho e Gama receberão consultorias especializadas em cortes suínos, por meio de treinamentos voltados a profissionais de açougue de supermercados e casa de carnes. A indústria é o foco do plano de trabalho deste ano e, com isso, seis

ações estão previstas para que este elo da cadeia seja fortificado. Dentre elas está, o workshop para colaboradores dos frigoríficos, com foco em soluções nas áreas de cortes e embalagens, consultoria de cortes para açougues e minimercados atendidos pelos frigoríficos associados, que envolverá cam-

Segundo pesquisas, o percentual das despesas com alimentação fora de casa no total das despesas das famílias cresceu de 24,1% para 31,1%, em 2011, ou seja, já representa quase um terço dos gastos com alimentos, o que reforça a importância de ações voltadas para a refeição fora do lar. “Nossa ex-

Reunião com a DFSUIN debate sobre as ações para a região em 2012

panha promocional do produto suíno diretamente no ponto de venda, consultoria para implantação de software de gestão, consultoria em Boas Práticas de Fabricação e consultoria ambiental. “A DFSUIN reúne produtores e frigoríficos como seus associados, o que permite uma discussão rica para elaboração do plano de trabalho e nos atenta a focar no desenvolvimento com equidade de ações dos elos”, reforça a coordenadora nacional do PNDS, Lívia Machado. A realização do 4º Festival Sabor Suíno, conhecido por levar à carne suína aos cardápios de renomados restaurantes de Brasília, é uma das principais ações voltadas para a comercialização.

pectativa é que os resultados do PNDS desse ano ultrapassem o números alcançados em 2011, principalmente com o Sabor Suíno, que tem conquistado mais consumidores a cada edição”, reforça a analista do Sebrae/DF, Patrícia Ferreira Batista. O presidente da DFSUIN, Alexandre Cenci, acredita que a junção de todas as ações fará a diferença, “Não existe uma fórmula mágica, é preciso trabalhar a cadeia de forma integrada, pois só a soma deste trabalho a médio e longo prazo proporcionará um produto de qualidade ao consumidor, viabilizando alcançar a meta de consumo”, explica. u

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A

s ações do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) no Distrito Federal irão abranger durante todo o ano atividades voltadas para o suinocultor, seja com visitas técnicas de orientação sobre as principais novidades referentes a suinocultura e a atual situação de seu negócio, ou com treinamentos gratuitos voltados para a evolução técnica do Também com foco na indústria e no Festival Sabor Suíno serão trabalhadas diversas ações ao longo do ano.“Daremos continuidade no trabalho junto às granjas associadas, levando também novos serviços de apoio às indústrias locais e diversas ações para o varejo a favor da imagem da suinocultura”, explica a gerente executiva da Associação dos Criadores de Suínos do Distrito Federal (DFSUIN), Daniela Albuquerque. Em parceria com a DFSUIN e o


Góias

PNDS em Goiás: focar no produtor e aprimorar as ações na indústria Após atingir recordes de capacitações em 2011, entidade estadual foca na capacitação ao produtor do estado

C

om objetivo de incrementar o consumo de carne suína na cesta do consumidor, o estado de Goiás lança o seu plano de ações 2012 do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS). A proposta de ações do estado tem como prioridade o suinocultor goiano. Por meio de cursos e treinamentos, a Associação Goiana de Suinocultores (AGS), junto ao Sebrae/ GO e o Senar/GO, pretende ampliar o número de produtores envolvidos nas capacitações do projeto. Para isso, a entidade levará aos suinocultores e gerentes de granjas programas que incentivam as melhorias no processo

de gestão da granja e nas atividades praticadas na propriedade rural. No curso de Qualificação Profissional em Suinocultura, uma capacitação modular criada pelo PNDS em parceria com o SENAR Nacional que pretende reciclar o conhecimento dos produtores e trazer novas técnicas de manejo na produção de suínos, já foram formadas turmas nas granjas Santa Luzia, São Tomé, Master, Nossa Senhora Aparecida e Rio Verde, para o módulo de qualificação de gerentes de granja. “Já no mês de maio, daremos continuidade à capacitação nessas cinco granjas cadastradas, onde iniciaremos

os cursos modulares voltados aos colaboradores, que contarão com os temas: manutenção de granjas, de reprodução, de maternidade, de creches, de terminação e por fim o módulo fábrica de ração”, explica a gerente executiva da AGS, Crenilda Neves. A expectativa dos organizadores é formar mais de 10 turmas de capacitação somente na região de Rio Verde. Outra oportunidade de ampliar o conhecimento dos suinocultores da região é o Programa de Qualidade Total Rural, em parceria com Sebrae e Na área de indústria, a entidade promoverá consultorias para implantar as

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PNDS em reunião com Agigo, AGS, Sebrae/GO, FAEG e Senar/GO consolida as ações no estado com objetivo de capacitar mais produtores.


Produtores e parceiros conhecem o plano de trabalho de Goiás em 2012

Assim como em 2011, a AGS continuará com as atividades junto ao Projeto Agrinho, considerado um dos maiores programas de responsabilidade social do Sistema Faeg/ Senar. Desenvolvido em parceria com prefeituras, secretarias estadual e municipal de educação, agricultura e meio ambiente e instituições privadas, o Programa Agrinho qualifica os professores para que levem temas relevantes para dentro das salas de aula. A intenção é

Para uma suinocultura de qualidade é preciso preparar o suinocultor e os colaboradores nas granjas, a AGS acredita e está investindo nisso fortemente em 2012 garantir que as crianças, ainda na fase inicial de sua formação escolar, tenham contato com assuntos que as façam desenvolver a consciência ambiental e moral. Segundo gestora de Projeto do Sebrae/GO, Larissa de Souza, o da parceria levar também para as crianças um novo olhar sobre a carne suína. “Serão palestras com nutricionistas e cursos para as merendeiras em relação ao preparo da carne suína para a merenda escolar”, diz.

Por meio de ações na área de comercialização, a AGS pretende também oferecer ao consumidor informações mais práticas sobre a qualidade e saudabilidade da carne suína, disponibilizando em inúmeros supermercados a carne suína in natura de qualidade e capacitando profissional em cortes suínos, para que o consumidor tenha ainda mais motivos para colocar a carne suína em seu cardápio diário. A novidade nesta área é o Festival Gastronômico que será realizado em Goiânia. Para ampliar a sensibilização, a entidade estará presente em renomadas feiras de agropecuárias do estado e também em encontros promovidos pela Associação Goiana de Supermercados (AGOS) como a 67ª Exposição Agropecuária do Estado de Goiás, que contará não só com a mini-granja de suínos, mas também com gibis infantis no intuito de conscientizar crianças e jovens sobre a saudabilidade da carne suína e da transformação do porcobanha, para o suíno de hoje. “A AGS é um parceira muito comprometida e, com apoio da FAEG, FUNDEPEC, SEBRAE E SENAR/GO e demais parceiros, traz ao PNDS um diferencial que possibilita ampliar de forma significativa o leque de ações. Isso nos permite apostar que é possível atingir a meta ousada para 2015”, reforça Lívia Machado, coordenadora nacional do PNDS. u

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Boas Práticas de Fabricação (BPF) em agroindústrias do estado, buscando melhorias na qualidade de produção e conferindo maior competividades e adequação às exigências do mercado consumidor. A entidade também pretende também implementar Boas Práticas de Produção em algumas granjas do estado via Sebrae/GO. Na área de indústria, a entidade promoverá consultorias para implantar as Boas Práticas de Fabricação (BPF) em agroindústrias do estado, buscando melhorias na qualidade de produção e conferindo maior competividades e adequação às exigências do mercado consumidor. Pretende se também implementar Boas Práticas de Produção em algumas granjas do estado via Sebrae/GO. Para Júlio Cesar Carneiro, presidente da AGS, a entidade neste ano reforçou as ações voltadas para o produtor. “Para uma suinocultura de qualidade é preciso preparar o suinocultor e os colaboradores nas granjas, a AGS acredita e está investindo nisso fortemente em 2012”, comenta. Ainda para o presidente, o diferencial das ações realizadas a AGS está no incentivo direto ao consumo da carne suína, “junto a merendeiras e as donas de casas, estamos atingindo resultados cada vez mais expressivos. Creio que essa mobilização faz toda a diferença”, encerra.


Espirito Santo

Equipe da ASES se reúne para elaboração das ações do PNDS no estado.

EspÍrito Santo investe

na qualificação do produtor de suínos Neste ano, entidade fortifica atividades no elo mais importante da cadeia

O

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estado que em 2012 apresentou os maiores resultados de aumento de consumo da carne suína em supermercados, tem neste ano seus olhos voltados para o produtor de suínos e a gestão da granja. Nas ações do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), a Associação dos Suinocultores do Espírito Santo (ASES), em parceria com o Sebrae/ ES, a produção será o ponto forte em 2012. Seguindo objetivo de informar e qualificar os profissionais, as atividades no estado contam com o treinamento realizado em parceria com o Senar/ES, conhecido como “Qualificação Profissional em Suinocultura”, que tem como meta buscar a formação e reciclagem dos colaboradores e funcionários de granjas. Até o final do ciclo serão realizados seis módulos de aprendizagem. A primeira etapa já contou com 17 participantes e abordou o tema “Manutenção de Granja Suína”. Dentre as ações também está a possibilidade de implantação do Pro-

grama de Inovação e Tecnologia em Suinocultura (SUINTEC), realizado com sucesso nos estados da Bahia e Ceará e que agora proporcionará aos produtores capixabas uma consultoria individualizada nas granjas, observando as rotinas e avaliando os procedimentos, para assim identificar as metas de desempenho e posteriormente avaliar os resultados de cada propriedade. “O foco das nossas ações em 2012 está concentrado na qualificação do produtor, porque entendemos que o suinocultor é o primeiro responsável em produzir qualidade e precisamos torná-lo apto para isto” explica o Nélio Hand, secretário executivo da ASES. A missão técnica para os produtores do estado é também mais uma novidade que a ASES apresenta ao produtor de suínos. A ação levará os profissionais junto com os dirigentes da ASES para a região de Ponte Nova/ MG, conhecida pela grande concentração de animais e também pelo alto grau de produtividade e de tecnolo-

gia instalados. O analista técnico da Unidade de Agronegócio do Sebrae/ ES, Thiago Costa, reforçou que a atuação do PNDS no estado esse ano é “da porteira para dentro”. “Precisamos capacitar nosso produtor, dar a ele oportunidade de produzir um animal cada vez mais tecnificado, por isso, nesse ano ofereceremos consultorias também por meio do Sebraetec”, afirma. Conhecido com um suporte tecnológico oferecido pelo Sebrae, o programa conta com serviços prestados por empresas especializadas em tecnologia e inovação, para buscar soluções de otimização dos resultados da gestão, além de aperfeiçoar processos ou produtos de pequenos negócios, tornando-o mais competitivo e melhor preparado para o mercado. Projeto prevê também para o Espírito Santo a implantação de Boas Práticas de Fabricação em frigoríficos e agroindústrias da região. A consultoria tem como objetivo solucionar questões relacionadas às necessidades de


melhorias no processo produtivo, treinamento dos funcionários na manipulação de alimentos e higienização na indústria, assim como, adequar os seus produtos as exigências do mercado/ legislação e melhorar a qualidade de seus produto e serviços. Já na área de comercialização, a entidade reforçará as atividades para consolidar o comercio da carne suína e investir ainda na diversidade de ações, trazendo conceitos diferenciados para introdução do produto na merenda escolar e também nas refeições coletivas de grandes empresas e órgãos públicos. Também planejam dar continuidade a campanha de marketing “Um novo olhar sobre a carne suína”, considerada importante ferramenta de popularização dos cortes suínos e ampliar sua presença para novos estabelecimento. Segundo os coordenadores, as ações estão distribuídas para acontecer em todo o estado, com ênfase nas regiões sul do Espírito Santo. Além da campanha, o plano de ações da entidade inclui ainda participações em feiras e eventos regionais, como a Semana do Comércio Empreendedor, a Expovinhos e também na ACATS (Feira da Associação Capixaba de Supermercados). Neste ano, a ASES junto ao Sebrae/ES planejam

estar presentes também no Giro Gastronômico que acontece na Feira do Mármore – o estado é o principal produtor e o maior exportador de rochas ornamentais do país –, e também na Gastronomiefest, evento que valoriza a culinária típica alemã. O PNDS participará ainda do 1º Festival do Leitão no Rolete de Cachoeiro do Itapemirim, como o objetivo de informar a população da região sobre

o produtor precisa ainda sentir os reflexos do projeto com maior intensidade em seu negócio, por isso, neste ano investimos em ações voltadas a esse elo da cadeia

os novos formatos e possibilidades de consumo que a carne suína oferece. Para melhor expor estes formatos será ministrada uma aula show gastronômica demonstrando os cortes especiais, como picanha, filé mignon e carne moída. O encontro, contará com palestras técnicas sobre temas relevantes para a produção de suínos. Entusiasmado com os resultados alcançados em 2011, o presidente

da ASES, José Puppin, acredita no sucesso do projeto também neste ano e pretende dar seguimento às ações iniciadas e intensificar as atividades do projeto no Espírito Santo. “A expectativa da ASES é que possamos efetivar ações que tragam sempre resultados representativos para o setor. Creio que o produtor precisa ainda sentir os reflexos do projeto com maior intensidade em seu negócio, por isso, neste ano investimos em ações voltadas a esse elo da cadeia” diz José Puppin Presidente do Conselho Deliberativo da ASES. A coordenadora nacional do PNDS, Lívia Machado, explica que as ações do estado neste ano estão mais concentradas no atendimento ao produtor e também a indústria, sem deixar de lado o varejo. “A ASES tem essa capacidade impressionante de trabalho sistêmico e de resultado ao lado do SEBRAE/ES. São grandes as expectativas para as ações de 2012 no Espírito Santo”, reforça a coordenadora. Para concluir o processo de desmistificação da carne suína, a ASES junto aos parceiros também realizará palestras para nutricionistas de faculdades e universidades da Grande Vitória, com intuito de preparar e informar esses profissionais sobre a importância da carne suína para a saúde humana. u

Produtores do estado de Espirito Santo realizam atividades do Senar, “Qualificação profissional em suinocultura”.

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Associativismos e Negócios

Inovações Organizacionais e

Produtivas Dinamizam o Setor de Suínos

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análise de uma década na cadeia de suínos mostra importantes transformações que dinamizaram o setor, abrindo caminho para uma vigorosa expansão. Vale ressaltar que a carne suína é a mais produzida e consumida no mundo, com 40% do total. Com 3,4 milhões de toneladas, o Brasil tem quase 4% da produção mundial, sendo o quarto maior produtor e quarto maior exportador, com US$ 1,4 bilhão exportados. É mais um caso de sucesso do agro brasileiro, pois em 2000 o Brasil exportava apenas US$ 100 milhões. São mais de 50 mil suinocultores, e estima-se um volume de empregos diretos e indiretos próximo a 1 milhão de pessoas. Surpreendem as inovações em governança e gestão. Hoje existem empresas especializadas em cada etapa do processo de produção, desde o desmame (do nascimento até 24 dias), a creche (24 a 63 dias) e a terminação (dos 63 aos 170 dias, quando o animal é abatido).

Na governança vale ressaltar, entre outras, o trabalho de duas associações. A ABCS (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos) vem fazendo grande trabalho de representação setorial, defesa dos interesses, difusão de informações técnicas, de mercado e de marketing, visando desenvolver o mercado interno, via o PNDS (Plano Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura).

O setor produtivo precisa ter acesso a grãos com menores custos e melhorar o uso de mão de obra. Fruto de 360 ações em mais de 100 municípios, o consumo per capta pulou para 15 kg/hab/ano, um crescimento considerável. Fora isto, contribuiu para capacitar 13 mil profissionais e 2 mil produtores. A meta é atingir 18 kg em 2015. Faz parte da agenda da ABCS modernizar o sistema de regis-

tro de suínos, cuidar de uma política de abastecimento de milho, incluir a carne suína na política de garantia de preços mínimos do Governo Federal e investir na modernização e expansão produtiva. A indústria exportadora, através da ABIPECS, vem fazendo brilhante trabalho de desenvolvimento de mercados e remoção de barreiras e quotas. Cerca de 60% do mercado mundial, principalmente o mais rentável (Japão, EUA, Coréia, México) é injustificavelmente fechado para exportações do Brasil, que acaba ficando muito dependente do mercado russo, que sempre encontra alguma coisa para complicar. Vale ressaltar que o setor de suínos é penalizado pela questão da religião, pois muçulmanos não comem suínos, sendo grandes consumidores de frango. Interessantes casos de formação de associações e cooperativas de produtores, tal como a Coosuiponte (Cooperativa dos Suinocultores de Ponte Nova - MG), vem contribuindo de ma-


neira inovadora em ações coletivas dos produtores, dinamizando as relações e promovendo competitividade. O setor mostra um caso exitoso de integração vertical, o frigorífico Saudali, em Ponte Nova (M.G.). Um investimento de R$ 80 milhões feito por 42 suinocultores, que entregam o volume de suínos proporcional à sua participação acionária, agregando valor com 290 produtos processados, gerando arrecadação de R$ 4,5 milhões de impostos/ano e salários para 850 pessoas, ocupando o mercado de Minas Gerais. Pesa contra o setor produtivo o aumento dos preços dos grãos, além dos tradicionais custos que se elevam no Brasil, advindos das questões trabalhistas, ambientais, de logística, energia, tributárias e de custo de capital (juros). Reflexo desta condição insustentável, em comparação com os EUA, o custo de produção no Brasil pulou de US$ 0,90/kg para US$ 1,44/kg em dez anos. O custo nos EUA subiu de US$ 1,29 para US$ 1,40. Conseguiu-se a proeza de ficar mais caro que nos EUA. Também competem com o Brasil, no acesso a

mercados, a União Européia e o Canadá. Da mesma forma, o custo industrial do frigorífico Saudali pulou de 44 centavos/kg em 2008 para 60 centavos/kg em 2011. É a nota triste do custo Brasil, que em nada evolui, aliás, só piora. O setor produtivo precisa ter acesso a grãos com menores custos e melhorar o uso de mão de obra. Enquanto que nos EUA um homem cuida em média de 150 matrizes, no Brasil a média é inferior, podendo chegar a apenas 40 matrizes. Existe ainda espaço na agenda privada para redução de custos. Hoje a situação de custos, em algumas regiões, não permite a mínima margem para a sustentabilidade econômica do produtor. Foram reportados custos ao redor de R$ 2,60/kg, e preços recebidos abaixo de R$ 2,40/kg. Esta situação de aumento de custos inclusive tem levado a tensões no modelo de integração do sul do Brasil, um dos mais admirados do mundo e um dos principais fatores que possibilitou hoje ao Brasil ter empresas que são lideres mundiais em proteína animal.

Hoje a situação de custos, em algumas regiões, não permite a mínima margem para a sustentabilidade econômica do produtor Removendo-se estas amarras, a suinocultura tem condições de alavancar suas exportações da mesma forma que fizeram as cadeias de bovinos e aves. Exportações são concentradas em poucas empresas, que podem melhorar a coordenação e o processo de exportação visando valorização dos produtos e sustentabilidade econômica. O setor produtor integrado vem clamando por um “Consesuínos”, tal como o Consecana. Pode ser outra interessante inovação para complementar toda a bonita e inovadora história recente dos suínos em termos de produção e governança aqui relatada. Texto feito a partir de imersão em regiões produtoras de MG e debate com empresários. u

ff MARCOS FAVA NEVES Professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP Campus Ribeirão Preto Coordenador científico do Markestrat.

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Entre Amigos

O futuro da suinocultura e a tomada de decisões

Jorge Espanha, Diretor da Pfizer Saúde Animal Brasil, reforçou em seu discurso de abertura que a empresa é sinônimo de inovação

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e 10 a 12 de abril, a Pfizer Saúde Animal, empresa líder do mercado, reuniu mais de 190 convidados, entre lideranças da suinocultura brasileira, representantes e parceiros comerciais, para a sétima edição do Shaping the Future, em Natal/RN. O evento, realizado desde 2006, vem trazendo inovação para a cadeia da suinocultura. Neste ano, a proposta foi inovadora, com o tema “Os resultados do amanhã são os reflexos das decisões de hoje”, coerente às necessidades que os agentes do setor vivem à frente de empresas, associações, instituições e também do negócio rural. Jorge Espanha, Diretor da Pfizer Saúde Animal Brasil, reforçou em seu discurso de abertura que a empresa é sinônimo de inovação e vive a busca constante de soluções para as principais necessidades no campo veterinário. “Temos investido fortemente em pesquisa com o propósito de trazer novidades ao setor. E estamos aqui reunidos para ampliar nossa consciência sobre a tomada de decisões e sua relação com o futuro”.

Com palavras firmes e assertivas, César Souza, um dos maiores especialistas brasileiros em liderança, autor de livros de sucesso, como “Você é do Tamanho dos Seus Sonhos”, “Você é o Líder da Sua Vida” e responsável pela palestra de abertura do evento, alertou os presentes quanto ao mito sobre o papel de líder.

O primeiro mito é justamente o de que liderança é sinônimo de carisma. “Apesar de carisma não ser algo muito bem explicado”, comenta ele e explica “É simpatia? É falar bem? É ser bemhumorado e extrovertido?”. Já o segundo mito é o de que o líder já nasce líder, pronto, com as características de um líder. Souza também quebrou paradigmas sobre a visão da concorrência. “O maior concorrente está sempre dentro de casa, na falta de um rumo claro, com decisões equivocadas”, explicou. Ainda para ele “a essência de um líder é a capacidade de influenciar pessoas”, e completa: “o líder deve ter a capacidade de não apenas dizer aonde ir, mas também por aonde seguir ”. Como exemplo, o empresário abordou o posicionamento do fundador da empresa de cosméticos Natura, Luiz Seabra. “Ouvi dele que o negócio da Natura era virar ‘uma página na

Presidente da ABCS, Marcelo Lopes, junto do presidente da Pfizer, Jorge Espanha no Shaping the Future, em Natal/RN


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história da perfumaria mundial’. Ele não falou de volume, nem de ser líder de mercado, falou do que lhe move o coração e é com isso que ele mobiliza as pessoas”, comentou. Nesta mesma linha de raciocínio, o ex-diretor corporativo de RH da Natura, Rogério Cher, mostrou ferramentas para atuar em parceria com a geração Y. “É estar conectado a uma causa. Profissionais cada vez mais querem empresas que deem algum sentido para suas vidas”. “Os temas abordados trouxe ram aos produtores, empresários e colaboradores presentes uma visão diferenciada sobre a realidade das corporações. Vi em muitos momentos, explicações para o que vivemos no nosso dia a dia e orientações preciosas em como prosseguir em casos tão específicos”, comentou o presidente da ABCS, Marcelo Lopes e reforçou “creio que encontros como esse podem fazer diferença lá na frente, nos resultados futuros da nossa atividade, ou do que queremos para ela”. Além de noções de comportamento, o evento também nos proporcionou um importante panorama nacional e internacional do agronegócio, com a palestra do analista da MBAgro Alexandre Mendonça de Barros, que apresentou diferentes mudanças na agricultura brasileira e o futuro da produção de grãos nos próximos anos e sua influencia direta na produção de carnes no Brasil. A edição também contou com palestrantes internacionais da Pfizer Saúde Animal/EUA. Para encerrar, o diretor do Data Popular, Renato Meirelles, reforçou o caminho seguido pela ABCS de investir no consumo do mercado interno. “A Nova Classe Média Brasileira aumentou seu poder aquisitivo e quer mais carne no prato, querem oportunidade mais certeira para a carne suína?”. u


Entre Amigos

PIC: 50 anos

de uma história de inovação

A

Pig Improvement Company (PIC) comemora 50 anos em 2012. Fundada em 1962, a PIC nasceu das discussões promovidas por um grupo de suinocultores junto a pesquisadores no Reino Unido. Chamado de “Wallingford Pig Study Group”, o objetivo era obter um suíno híbrido antevendo o futuro do mercado de carnes, cuja tendência já apontava para um consumo preferencial de cortes mais “magros”. No Brasil, chega em 1977 por meio de uma joint venture com a

Agroceres, dando origem a Agroce res PIC. A parceria está completando 35 anos e foi responsável pela introdução de suínos híbridos de genética superior na suinocultura brasileira, até então formada basicamente por animais puros. A iniciativa produziu uma verdadeira revolução na produção suinícola do País, que já caminhava na substituição do suíno tipo banha para o tipo carne. A criação da

Agroceres PIC possibilitou ainda a introdução de toda uma série de novos conceitos de produção e manejo, fundamentais para o avanço da atividade no Brasil. Hoje, a PIC é líder mundial em genética suína, com suas linhagens respondendo pelo abate anual de 110 milhões de suínos. Detém ainda o maior banco de dados da indústria genética, o PICTraq, e investe US$ 20 milhões/ ano em pesquisas, sendo uma das subsidiárias da Genus plc. u

A saúde do leitão é o seu maior prêmio. Mas não custa nada ganhar também bolsa, cooler e caixa térmica. Saiba como na 4ª capa desta edição.

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Genétiporc reúne representantes da suinocultura no Canadá

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evento foi realizado entre os dias 26/02/12 e 02/03/12 nas cidades de Quebec e Toronto – Canadá e reuniu profissionais de cooperativas, agroindústrias, técnicos e consultores, que juntos representaram cerca de um milhão de matrizes.

O projeto batizado de “Vamos Quebrar o Gelo” contou com uma programação de cinco dias formada por visitas técnicas, workshop tecnológico e passeios. A empresa aproveitou o momento para lançar a sua nova matriz comercial, Fertilis 25, produto que já é sucesso em países como Canadá e EUA. Apoiaram o projeto as empresas MigPlus, Vetanco, Boehringer Ingelheim, Gestal (Canadá) e Ro-Main (Canadá). O Suino.Com também foi parceiro

da Genetiporc e divulgou toda a cobertura do evento. u

Grupo em visita ao Hotel de Gelo (Quebec)

Diretor da Poli-Nutri é

homenageado na Avesui 2012

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a presença de várias autoridades, a exemplo da secretária de Agricultura do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, a cerimônia teve início com homenagens a destacados representantes do setor, entre os quais o veterinário e também diretor da Poli-Nutri, Julio Flavio Neves, agraciado como Personalidade do Agronegócio Brasileiro, por sua longa história de devotamento a essa importante área de nossa economia. “O melhor desses 40 anos é perceber que evoluiu o agrone-

bom desempenho da empresa, que recentemente aumentou em 40% sua capacidade produtiva, tendo hoje quatro unidades fabris em pontos estratégicos do território nacional — Osasco (SP), Maringá (PR), Eusébio (CE) e Treze Tílias (SC) —, além do Centro de Distribuição em Lajedo (PE), mais de 80 representantes comerciais e cerca de 700 funcionários. u

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NUTRIÇÃO ANIMAL

gócio e evoluíram o País e a sua gente também e muito especialmente por causa do agronegócio”, declarou após receber a honraria. Médico-veterinário formado pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Julio Flavio Neves é mestre em Ciência Animal pela universidade norte-americana da Flórida, membro fundador do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA), membro do Conselho de Administração do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) e vicepresidente para a América do Sul da Feedlatina. À frente da Poli-Nutri Alimentos S. A., uma das líderes em nutrição animal no Brasil, Julio comemora o


Sabor Sublime

Costela Piano Algumas receitas de carne suína no churrasco aparecem com grande destaque em diversas culturas. Porém, a associação da carne suína com o molho Barbacue talvez seja o exemplo mais exuberante, já que é por si só responsável por estruturar milhares de restaurantes, especialmente no sul dos Estados Unidos. Com vocês, a carne suína no churrasco, uma grande e nova notícia apoiada em fundamentadas antigas verdades.

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Dicas para o churrasco:

Acompanhamento:

É a “sobra” da “toilette” feita para preparação da Coroa de Costela. Indispensável “selar” a carne no fogo alto antes, para depois levá-la ao assar lentamente.

Fritas de Batata Baroa Ingredientes (04 pessoas) 600g de Batata Baroa Óleo de Milho Manteiga

Modo de Fazer Cozinhar a batata baroa em ponto “al dente”. Descascar e cortar em cubos. Fritar no óleo de milho até ficar douradinha. Na finalização, escorrer o óleo e incorporar uma colher de sopa de manteiga.


REVISTA DA SUINOCULTURA • ABR/MAI 2012 47


A saúde dos seus leitões você não troca. Mas seus pontos sim.

REVISTA DA SUINOCULTURA • ABR/MAI 2012

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