Revista da Suinocultura - 1ª Edição | MAR/ABR.2011

Page 1

Revista

PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE SUÍNOS • ANO 1 • Nº 01 • MAR/ABR • 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

da

Suinocultura

NOVOS MERCADOS

ABCS APOSTA NO MERCADO INTERNO Como forma de garantir a expansão do setor, entidade investe no consumidor brasileiro. Pág. 34 Código Florestal

PNDS 2011

De olho nos chineses

Os ruralistas o apoiam e os ambientalistas protestam. Aldo Rebelo em entrevista exclusiva comenta as mudanças para o agronegócio.

Estados definem ações para o ano de 2011 e trazem novidades para os três elos da cadeia suinícola.

Mercado abre as portas para carne suína e promete uma reviravolta no comércio entre Brasil e China.

Pág. 13

Pág. 15

1 Pág. 11


setor suinícola iniciou o mês de abril com uma notícia que poderá mudar o rumo do setor nos próximos anos. O governo chinês anunciou a abertura de mercado para a carne suína brasileira e para surpresa de muitos, a liberação ocorreu apenas cinco meses depois da vinda de missão chinesa ao Brasil para inspecionar 13 indústrias. Com a decisão, o Brasil venderá o produto pela primeira vez para os chineses.

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

O

E é neste clima de expectativa que a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) lança a primeira edição da sua revista bimestral. Depois do sucesso do Argumento Suíno, que por mais de quatro anos atingiu os principais formadores de opinião da cadeia produtiva da suinocultura brasileira com informação qualificada, prospectando o cenário político e econômico da atividade, a entidade apresenta uma reformulação da comunicação com mudanças no projeto gráfico e novas seções, permitindo aos leitores a formação de uma visão estratégica sólida e embasada. A Revista da Suinocultura marca neste momento, não só uma nova etapa para a cadeia produtiva como também o amadurecimento da entidade, que vem ampliando sua visão dentro do setor e buscando novas formas de comunicar seu empenho em realizar ações que beneficiem diretamente o produtor. A iniciativa é ousada e de grande responsabilidade. Triplicamos o número de páginas e também de tiragem com o intuito de levar um maior volume de informações a uma quantidade ainda maior de pessoas. Como novidades, estreamos a coluna “Giro ABCS” que irá trazer de forma resumida os últimos acontecimentos promovidos pela entidade, os encontros entre as associações para definições que impactarão no setor, bem como reuniões e eventos em que a ABCS buscou promover a qualidade da carne suína, a importância do mercado interno e também o aprimoramento da produção brasileira.

Nesta primeira edição abordamos na coluna “Por Dentro do Setor” a Gestão da Informação na Suinocultura, com a expertise dos profissionais da Agriness, já que adequar a produção e suínos às novas regras do mercado e exigências relacionadas ao bem-estar animal são parte do desafio de produtores e agroindústria. Com cara nova também está a entrevista, agora com nome “ABCS Convida”, que tem como tema nesta edição o Código Florestal. Levando em consideração a manifestação pacífica, realizada em Brasília, para esclarecer a sociedade e sensibilizar os deputados federais para a urgência da votação da modernização do Código Florestal, que reuniu mais de 20 mil produtores rurais de todo país, convidamos o Deputado Aldo Rebelo, responsável pelas alterações do Código Florestal de 1965, para um bate-papo. O leitor poderá conferir o que pensa o Deputado sobre o atraso para a aprovação e sobre a posição dos ambientalistas em relação às mudanças previstas. E não poderia faltar os resultados que o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) vem alcançado a cada dia. Sobre isso, o leitor encontrará uma seção especial, de fácil identificação. A proposta é que as ações realizadas nos 9 estados participantes sejam como um caderno dentro de cada revista. Ainda sobre o aumento de consumo doméstico, preparamos uma matéria com “10 motivos para apostar no mercado interno”, que trarão análise sobre diferentes aspectos que confirmam o crescimento desse setor no Brasil. E, para a ABCS, é fundamental que ninguém fique de fora. Por isso, não deixe de entrar em contato caso queria receber mais exemplares ou incluir o recebimento de novos leitores. Boa leitura!

ABCS - Associação Brasileira dos Criadores de Suínos 2

EDITORIAL

A revista também tem como proposta trazer a opinião de agentes atuantes no setor em duas editorias diferentes: “Associativismo & Negócios” e “Por Dentro do Setor”, sempre com novidades e tema relevantes para o desenvolvimento da atividade. Acreditamos que se os problemas são comuns, se os desafios e as dificuldades muitas vezes são os mesmos, por que não vencê-los juntos? Se temos força sozinhos talvez sejamos imbatíveis unidos, e que, associados, somos muito mais do que a pura e simples reunião de nossas forças. Quem estreia na “Associativismo & Negócios” é o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), órgão máximo de representação das cooperativas no país, Márcio Lopes de Freitas.

3


06

De olho nos chineses

Custos de produção na suinocultura devem manter-se elevados em 2011, diz presidente do Grupo Agroceres

Código da Discórdia

Manifestação de Suínocultores em Brasília

12

Entrevista com Aldo Rebelo

Marketing Resultados PNDS em Mato Grosso 07 • Bahia 16 • Distrito Contrato de Federal 25 integração • Ceará 17 em pauta

15

08 ACSURS empossa 09 presidente

• •

• •

4

Minas Gerais 18

Rio Grande do Sul 26

Espírito Santo 20

Goiás 28

Santa Catarina 30 •

Apresentação de Resultados 22

13

Empreender é a sua marca

32 Matéria de Capa

Dez

Razões para fazer do mercado interno uma aposta para suinocultura brasileira

34

42

41

43

Interação Técnica-comercial

Poli-Nutri renova site e entra nas redes sociais

Agriness comemora 10 anos

Bayer traz grandes novidades para 2011

44 Gestão da Informação na Suinocultura

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

ÍNDICE

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

FINEP/ABCS Convênio trará novidades para a industria

11

Entre Amigos

Sabor Sublime

Lombo Introvertido com Vinagrete Pernambucano Uma deliciosa receita apresentada a nós por Fernando Barros

46

EXPEDIENTE ABCS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE SUÍNOS - Sede Brasília / SGAN 601, Módulo K, Edifício da Confederação Nacional da Agricultura, CEP 70830010, Tel/Fax: 61 2109-1620 • www.abcs.com.br • escritoriobrasilia@abcs.com.br • CONSELHEIRO PRESIDENTE: Irineu Wessler (PR) • CONSELHEIRO FINANCEIRO: Luiz Salles (MT) • CONSELHEIRO TÉCNICO: Cleo Fernando C. Barbiero (RS) • CONSELHEIRO DE RELAÇÕES DE MERCADO: Rubens Valentini (DF) • CONSELHEIRO ADMINISTRATIVO: José Arnaldo C. Penna (MG) • JORNALISTA RESPONSÁVEL: Tayara Beraldi • PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Cannes Publicidade.

5


Convênio com FINEP traz novidades para a indústria

J

unto da Financiadora de Estudos e Projetos, a ABCS consolidou convênio de pesquisa voltado para a reestruturação da forma de comercialização da carne suína no Brasil, visando permitir que os produtos cheguem aos consumidores de forma mais prática, atraente, versátil. O projeto que entra em execução ainda neste semestre vai sistematizar técnicas e conhecimentos para aprimorar produtos e processos, estabelecendo padrões para que instalações, equipamentos, pessoal e ambiente de médias e pequenas empresas operem em condições adequadas aos objetivos de qualidade. Além disso, o plano prevê a pesquisa de embalagens para as melhores condições de transporte, armazenagem e distribuição dos cortes e buscará estabelecer condições de produção, utilização e conservação das temperaturas adequadas para cada etapa do processo industrial. O convênio conta com R$ 1,2 milhão em recursos e parceria com instituições de referência em pesquisa de alimentos, carnes e suinocultura, como o Centro de Tecnologia de Carnes do Instituto de Tecnologia de Alimentos – CTC/ITAL, a Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp e o Centro Nacional de Pesquisas de Suínos e Aves – CNPSA/EMPRABA.

6

Giro ABCS

Plano Estratégico para Suinocultura

R

epresentantes da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) participaram do encontro para o desenvolvimento do Planejamento Estratégico da Câmara Setorial de Aves e Suínos. O objetivo central do evento foi definir ações e diretrizes que apontarão os rumos do plano estratégico do grupo, além da elaboração de uma agenda estratégica que irá nortear os rumos da suinocultura no Brasil e que possibilitará melhores investimentos no setor. Foram elencados temas importantes e que precisam de ações efetivas imediatas como:

Marketing da carne suína em Mato Grosso

o levantamento da produção no Brasil, o fortalecimento da defesa agropecuária, além de ações de marketing da carne suína no mercado externo e doméstico. Segundo Rubens Valentini, conselheiro de relações de mercado da ABCS, “é consenso entre os elos da cadeia a necessidade de um levantamento de dados da produção, como número de matrizes, volume de abate, além de uma descrição dos estabelecimentos por região, estado e município.”

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Giro ABCS

Jurandi Machado, diretor de Mercado Interno da Abipecs, também presente no encontro, confirmou que para a entidade, essa ação é primordial e “já deveria ter sido executada”. Uma nova reunião será realizada para discutir amplamente cada um dos temas elencados.

Bem estar animal

O

1º FIS - Fórum Integrall de Suinocultura, que aconteceu em Curitiba entre os dias 14 e 15 de abril, promoveu um amplo debate sobre as diretrizes do Bem Estar Animal na produção brasileira de suínos a partir das experiências dos principais países produtores e a ABCS não poderia estar de fora. O evento, organizado pela Integrall Consultoria, apontou os rumos que os diferentes segmentos da suinocultura brasileira devem tomar em relação ao bem estar animal a partir de relatos e experiências de campo de diferentes continentes. A ABCS esteve presente por meio do presidente Irineu Wessler, do

diretor executivo, Fabiano Coser, como debatedor na palestra “Visão norte americana do bem estar animal em suinocultura: aspectos ideológicos e mercadológicos”, ministrada pelo Dr. Wes Jamison da Palm Beach Atlantic University Estados Unidos. Já o conselheiro de relações de mercado da entidade, Rubens Valentini, ministrou a palestra “Implantação do BEA na suinocultura brasileira: relato de uma experiência recente”, abordando os custos, desafios e particularidades de um sistema de bem estar animal adotado no Brasil. Não há dúvidas que o evento promete se consolidar e trará a cada edição novidades para a suinocultura.

D

ê olho no novo perfil do consumidor a AssociaçãodosCriadoresdeSuínosde Mato Grosso (ACRISMAT) realizou de 17 a 18 de março uma oficina gastronômica para alunos e professores dos cursos de gastronomia da Universidade de Cuiabá (Unic) e do Senac, em Cuiabá, e na cidade de Rondonópolis e região. O público-alvo foram profissionais de frigoríficos e açougueiros com o curso de cortes ministrado pelo especialista

em gastronomia suína, Daniel Furtado Barbosa, consultor da área na Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS). Em parceria com as empresas Brasil Central Negócios Agropecuários e Elanco Saúde Animal, o objetivo das oficinas de gastronomia suína e dos cursos de cortes diferenciados, conforme explica o diretor executivo da ACRISMAT, Custódio Rodrigues de Castro, “é que a

carne suína passe a ser vista sob um novo conceito, uma vez que o baixo consumo desta carne no Brasil tem como causa a desinformação do consumidor, que gera preconceito”. A expectativa da entidade é que os profissionais passem a disseminar o conceito de saudabilidade da carne suína, apresentando novos cortes, e diferentes receitas ao consumidor matogrossense. 7


Giro ABCS

Uma nova atitude para um novo tempo ABCS reformula proposta do Selo Empresa Amiga da Suinocultura a partir de 2011. De cara nova para um mercado exigente. da entidade, na condição de Sócio Corporativo. Com isto, ganham também o direito de utilizar o Selo Empresa Amiga da Suinocultura, podendo aplicálo em produtos e dar visibilidade, dessa forma, ao esforço conjunto da cadeia produtiva em prol do desenvolvimento da suinocultura brasileira.

A

ABCS vem buscando ampliar parcerias e reformular sua atuação perante a cadeia produtiva de suínos. Desta forma empresas da indústria de transformação, insumos e prestação de serviços poderão participar de ações

Não há como negar que a suinocultura avançou em 2010 como há muito tempo não se via. Por quase quatro anos o consumo per capita de carne suína permaneceu estagnado ao redor de 13 kg/ano, mas agora o aumento é real. O consumo brasileiro de carne suína atingiu o patamar de 14,5 kg/hab/ ano em 2010. O aumento de 11,5% no índice de consumo per capita em relação a 2006 – ano em que a ABCS iniciou

seu programa de estímulo ao consumo de carne suína no mercado brasileiro e que posteriormente originou o PNDS –, mostra que o caminho do mercado interno é bastante animador. Diante deste cenário promissor para a suinocultura, a ABCS se prepara para um novo momento e por isso, vem buscando aprimorar suas estratégias no envolvimento com empresas do setor. Nesse sentido, a partir de 2011, o Selo Empresa Amiga da Suinocultura ganha também uma nova roupagem, e oferecerá um pacote de serviços especiais para as empresas que participam do programa com duas novas formas patrocínio.

ACSURS empossa nova diretoria

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Giro ABCS

V

aldecir Luis Folador foi reeleito e empossado para o biênio 2011/2013 como presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), juntamente com mais 14 suinocultores de várias regiões do estado. Em seu pronunciamento, o Presidente da ACSURS ressaltou que não faltará empenho e dedicação para a continuidade do trabalho em prol dos suinocultores gaúchos. Além disso, também agradeceu o apoio que tem recebido, nos últimos anos, especialmente de sua família e da diretoria da entidade. ‘‘Reafirmo aqui o meu compromisso na defesa dos interesses dos produtores e no fortalecimento da carne suína’’, expôs Folador. Durante o evento, também foi ressaltado o ingresso de novos integrantes na diretoria, evidenciando a necessidade de buscar novas ideias para a entidade continuar crescendo e defendendo, cada vez mais, os produtores.

Contratos de integração em pauta N

a sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), representantes das cadeias suinícolas e avícolas se reuniram para discutir o apoio ao Projeto de Lei nº 8023/2010. A proposta, que está na Câmara dos Deputados, visa regulamentar as relações contratuais entre produtores e agroindústrias para o fornecimento de insumos e animais em regime de contratação. Para os produtores o Projeto representa o marco regulatório para assegurar remuneração adequada ao produtor e segurança jurídica aos contratos de integração. Em síntese, o projeto define um parâmetro legal para balizar as relações contratuais no sistema de integração agroindustrial, em que o produtor estabelece parceria com uma agroindústria para o fornecimento de animais e ou insumos 8

para industrialização. Para a suinocultura, o impacto do projeto de Lei é significativo já que este modelo de produção atinge mais de 60% das granjas. O presidente da Comissão Nacional de Aves e Suínos da CNA, Renato Simplício

Lopes, pediu o apoio dos produtores e entidades presentes e que busquem apoio dos parlamentares dos seus estados para que o projeto seja aprovado o mais rápido possível.

Associação Paranaense de Suinocultores comemora 40 anos D

esde o ano de sua fundação 14 diretorias passaram pela entidade. Nestas quatro décadas a missão da APS foi promover, organizar, difundir e desenvolver a suinocultura no estado, priorizando a solução dos problemas técnicos-científicos, sociais, econômicos e políticos e ainda defender os interesses dos associados nas esferas Municipais, Estaduais e da União.

Com o objetivo de estreitar a comunicação e o trabalho entre a APS e o produtor, atualmente a Associação conta com 4 Núcleos Regionais sendo, ASSUINOESTE (Toledo), ASSUINOPAR (Arapongas), ARSS (Francisco Beltrão) e SUINOSUL (Curitiba) e mais 48 Núcleos Municipais localizadas nas principais regiões produtoras de suínos do estado do Paraná.

Associação Paranaense de Suinocultores

Com uma população de 300 mil matrizes de suínos, sendo responsável por 10% do volume de exportação nacional de carne suína e com um faturamento em 2009 de U$$ 97 milhões de dólares, o estado do Paraná é o terceiro maior produtor de suínos do Brasil.

9


Mercado e Cotações

De olho nos chineses A

bril de 2011 poderá ser considerado um marco na história da suinocultura. Após mais de cinco anos sem perspectiva de abertura de novos mercados para exportação da carne suína, a China promete alterar a balança comercial brasileira. A novidade está na abertura de mercado para importações por parte do governo Chinês, com a aprovação inicial de três frigoríficos nacionais exportadores de suínos. A liberação ocorreu apenas cinco meses depois da vinda de missão chinesa ao Brasil para inspecionar 13 indústrias. Com a decisão, o Brasil venderá o produto pela primeira vez para os chineses. A expectativa é que nos próximos meses, o governo chinês amplie a lista de frigoríficos exportadores de suínos, período em que se pretende sanar todas as dúvidas e questionamentos em relaçãoàsdemaisindústrias. O acordo representa uma oportunidade imediata como também de rápido crescimento para o futuro, ainda que a China responda por 50% da carne suína produzida no mundo, a perspectiva de aumento da renda per capita dos chineses deve ampliar o consumo de proteínas no país. O Boletim de Tendências de Mercado e Perspectivas da British Pork Exportation (BPEX), também traz boas notícias para os suinocultores brasileiros. Segundo o periódico, a demanda por carne suína

10

deve aumentar nos próximos anos. As oportunidades de exportação para países da União Europeia, Rússia e Extremo Oriente, como Hong Kong e China, devem aumentar. Só em 2010, quase 2,7 milhões de toneladas do produto foram exportadas pela União Europeia, mais de 30% para a Rússia, 16% em Hong Kong, enquanto Japão e China receberam 8% do total exportado cada. Mas, segundo informações da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS), o Brasil tem perdido exportações por conta da valorização do real.

“A carne suína do Brasil, assim como muitos outros produtos, ficou mais cara que o produto dos concorrentes.” Reflexo disso foi a queda nas exportações brasileiras em março deste ano, que caíram 11,60% em relação ao mesmo mês de 2010, passando de 50.111 toneladas para 44.299. Em valor, a queda foi de 1,70%, de US$ 119,50 milhões, em março de 2010, para US$ 117,47 milhões, em março deste ano. Já no acumulado do ano, comparado com o mesmo período do ano passado, houve um aumento da receita de 5,89%, apesar da retração no volume de 5,82%. Os principais destinos da carne suína brasileira, de janeiro a março deste ano, foram: Rússia, Hong Kong, Argentina, Angola, Cingapura e Ucrânia. Desde 2007, ano em que o mercado internacional de carne suína demonstrou um forte crescimento mundial e o Brasil contribuiu nessa expansão, aumentando o seu total exportado, que o setor suinícola não tem encontrado oportunidades e perspectivas para ampliar suas vendas

no mercado externo. Por quase cinco anos, os volumes de exportações ficaram estagnados e concentrados em quase 50% nas mãos dos consumidores russos. Por enquanto, essa sinalização é apenas uma fresta, não uma porta para que a carne suína entre na China. Por isso, o setor deve se manter consciente de que as mudanças podem realmente acontecer, mas que por enquanto, o melhor comprador de carne suína brasileira, ainda é o brasileiro. E a grande expansão da classe C, que em 2010 passou a representar a maior parcela da população do país e significou mais de R$ 1,4 bilhão disponível para o consumo dessas famílias, é uma realidade certa para o aumento do consumo de proteínas. É um dinheiro sobrando no orçamento para elas fazerem o que quiserem, e a carne suína pode ganhar espaço nessa fatia do mercado. Se o setor continuar se estruturando como nos últimos anos, buscando atender o consumidor em suas necessidades, com cortes porcionados e diversificados não dúvida que a carne suína cairá no gosto dos brasileiros.

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Mercado e Cotações

Mas a notícia da abertura do mercado chinês para carne suína brasileira é extremamente animadora e vai ao encontro das informações do Fundo Monetário Internacional (FMI) no seu último relatório de Previsão de Economia Mundial, em que os países do BRICS – grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, as principais economias emergentes – continuarão a experimentar um crescimento econômico forte em 2011, e o crescimento econômico da China continuará vigoroso a um ritmo de 9,6%. Chamada, no passado, de “gigante adormecido”, a China está acordando. Os brasileiros que fiquem dê olho.

11


ABCS Entrevista

Código da Discórdia

Suinocultores se mobilizam pela alteração do Código Florestal

Ambientalistas e ruralistas dividem opinião sobre mudança do Código Florestal

O

relator do Código Florestal, deputado Aldo Rebelo, defendeu a mudança na legislação em vigor desde 1965, que segundo ele não atende à realidade do país, pois não leva em conta as necessidades dos produtores rurais, sobretudo os pequenos, que muitas vezes são forçados a abandonar o campo porque não têm condições de pagar multas por utilizar áreas consideradas de proteção ambiental. Como ponto de partida, o deputado afirma que não seria possível continuar a produção de alimentos no Brasil se os inúmeros decretos, medidas provisórias e resoluções que emendaram o Código de 1965, já bastante antigo para a realidade atual e que colocou 90% do produtores rurais na ilegalidade, permanecessem em vigor.

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Atualidade

Em julho do ano passado, uma comissão especial da Câmara aprovou a proposta de Rebelo para alterar a legislação ambiental. Polêmico, o texto foi alvo de contestações de ambientalistas, da comunidade científica e de movimentos sociais ligados à área rural, que o consideraram muito favorável à expansão agrícola, o que, na prática, levaria a um aumento do desmatamento. O projeto apresentado por Rebelo envolve novas diretrizes em três aspectos principais: Áreas de Preservação Permanente (APPs), Reserva Legal e regularização ambiental e anistia. Entre as mudanças, propõe uma moratória de cinco anos com desmatamento zero, ou seja, até mesmo áreas de fronteira agrícola no Brasil serão impedidas de avançar por esse período.

M

ais de 20 mil produtores rurais de todo país se reuniram em frente ao Congresso Nacional em abril para mostrar que a alteração do Código Florestal é fundamental para o futuro do país. A intenção foi gerar uma manifestação pacífica, em Brasília, para esclarecer e sensibilizar os deputados federais para a urgência da votação da modernização do Código Florestal. A ABCS e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), se reuniram em diversos momentos buscando defender a necessidade de reestruturação do Código com a proposta do Deputado Aldo Rebelo. Junto de Lideranças da Frente Parlamentar da Agropecuária no Congresso Nacional, a entidade e representantes dos produtores rurais foram recebidos pelo presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Marco Maia, e solicitaram a inclusão na pauta de votação da Casa o substitutivo ao Projeto de Lei 1.876/99, do deputado 12

Aldo Rebelo. O texto atualiza o Código Florestal brasileiro, que é de 1965. Se as alterações forem aprovadas, estará garantida a consolidação das atuais áreas de produção agropecuária com preservação ambiental. Para o presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, presente na manifestação, é urgente a definição dessas mudanças. “No estado muitos suinocultores estão apreensivos, pois, com a aprovação do antigo código, cerca de 35% da suinocultura gaúcha ficará comprometida. O sentimento hoje da lideranças é que ninguém mais deseja a prorrogação do decreto, mas sim uma definição e hoje, viemos solicitar isso”. Losivanio de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), esteve entre os manifestantes e mostrou a importância do Projeto de Lei que visa alterar o Código Florestal da década de 60. “Defendemos

que cada estado tenha autonomia para fazer seu código, de acordo com seu bioma, mas com a preocupação de preservar o meio ambiente”. Santa Catarina é o único estado brasileiro a criar seu código ambiental. Por enquanto, ele legaliza a situação de muitos produtores rurais que consideram que as medidas adotadas pelo governo estadual foram um grande avanço para a agricultura, pois elas incentivam a permanência no campo. “Caso seja aprovado o Código Florestal, sem as mudanças solicitadas no Projeto de Lei, a produção rural brasileira entrará em retrocesso”, finalizou Losivanio. Segundo Irineu Wessler, presidente da ABCS, a tramitação de um projeto tão complexo como Código Florestal exige a conjugação de esforços entre as entidades de defesa dos produtores rurais, por isso, este tema tem sido tratado em conjunto entre a ABCS, CNA e outras entidades setoriais.

Junto da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a ABCS com as entidades estaduais de suinocultores e também com representantes das Federações de Agricultura e Pecuária, se reuniu para discutir o apoio à proposta do Deputado, já que para a suinocultura, o impacto da mudança no Código é significativo para a sobrevivência da atividade, uma vez que o atual inviabiliza mais de 40% da produção suinícola. O intuito das alterações é beneficiar os produtores agrícolas. Ele acredita que com essas transformações no Código Florestal será possível melhorar a capacidade de produção brasileira e isso refletirá na economia e no desenvolvimento do país. Os ruralistas o apoiam e os ambientalistas protestam. Veja a seguir a entrevista: Precisamos atualizar o atual Código Florestal para que o Brasil continue a produzir alimentos para os brasileiros e para o mundo, mas depois de mais de um ano de discussão, o senhor está disposto a abrir negociações para aprovar o Código Florestal? - As negociações sempre estiveram e continuam abertas, porque entendemos que nosso projeto, na mesma medida em que aperfeiçoa o Código Florestal em vigor, também pode ser aperfeiçoado. Onde é possível ceder para os ambientalistas? - Não se trata de ceder a quem quer que seja, mas de preparar uma lei moderna

13


REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

que atenda aos interesses do Brasil. Conservar a natureza e viabilizar a exploração dos recursos naturais, em que o solo de nosso território continental é uma vantagem comparativa.

na ilegalidade. O projeto de reforma do Código Florestal evita esse disparate, e portanto é conveniente que seja aprovado antes.

Em março mais de 20 mil produtores rurais deram uma grande mostra de união, se reunindo em frente ao Congresso Nacional.. É bem provável que a movimentação do legislativo resulte em alguma mudança na lei? - Não acredito.

Muitos acreditam que o seu texto incentiva o desmatamento e favorece os grandes produtores rurais, em detrimento da preservação ambiental? - Ao contrário. O projeto é conservacionista, tão protetor da natureza quanto da agropecuária. Até introduzimos a proposta de uma moratória de cinco anos. Nesse período, nenhum pé de pau nativo poderia ser derrubado. Mas é impressionante a oposição a esse compromisso de desmatamento zero. Até o Ministério do Meio Ambiente é contra. De modo que estamos considerando a possibilidade de reapresentar a proposta com ressalvas ou mesmo tirá-la do projeto.

Ainda existe um temor de que, com o novo Código, as reservas legais estejam mais ameaçadas... - Isentamos apenas a pequena propriedade de manter a reserva legal. Primeiro porque já não a tem, em alguns casos há muitas décadas e até séculos; segundo porque o custo é proibitivo ao pequeno proprietário e, não menos importante, a exigência legal em vigor de arrancar lavouras para replantar mata nativa é um absurdo inaceitável. O grande produtor pode ter maior perda nessa revisão do Código Florestal? - Cuidamos de elaborar o projeto de uma lei eficaz e justa. Se alguém é mais beneficiado é o pequeno produtor rural, mas até a partir desse conceito nosso foco é o interesse nacional como setor essencial à segurança alimentar de 190 milhões de pessoas e fonte de divisas com a exportação de carnes, soja, cana e tantos outros produtos em que competimos com a agropecuária decadente dos países industrializados. O senhor acredita que conseguirá votar o texto até junho? - Junho é uma data de referência porque no dia 11 desse mês entra em vigor uma lei que põe 90% dos agricultores

“Queremos que o Brasil continue a ser o país que mais conservou suas matas nativas e ao mesmo tempo prossiga na expansão da agropecuária”

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

PNDS em Ação

ABCS Entrevista

Em especial na questão ambiental, a imagem do agronegócio frente à sociedade ainda é muito negativa, mascarando os benefícios que a agropecuária traz para a economia brasileira. Qual a sua sugestão para virar esse jogo? - A imagem do chamado agronegócio só é negativa em estratos urbanos que não compreendem a importância essencial da agricultura. É gente que come, e muito, muito mais até do que os que produzem os alimentos, mas limita-se ao aspecto ambiental e demoniza a agricultura. Não têm ideia do que seja a agropecuária, da importância e protagonismo do pequeno produtor rural na mesa do brasileiro. Talvez achem melhor importar feijão-preto da Argentina, arroz da China e mandioca da Nigéria. São as mesmas pessoas que acham que a História do Brasil é toda negativa, que os bandeirantes eram piratas coloniais e não os conquistadores e consolidadores do nosso território.

RESULTADOS PNDS A seguir os passos de cada estado na meta do aumento de consumo da carne suína

14

15


Ceará

Suinocultura terá R$ 1 milhão para ampliar mercado A

umentar o percentual de comercialização da carne suína nos pontos de venda é umas das metas estabelecidas pelo Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) no estado da Bahia. Junto da Associação Baiana de Suinocultores (ABS) e do Sebrae Bahia, com o apoio da Federação da Agricultura do Estado da Bahia (FAEB) o projeto pretende aumentar em 20% o consumo de carne suína até o final de 2011 por meio da Campanha “Um Novo Olhar...” que acontecerão na região metropolitana e também em Feira de Santana, cidade sede da entidade estadual.

“A intenção é desenvolver a cadeia produtiva no estado por meio da carne produzida aqui e, consequentemente, aumentar a renda do suinocultor local”. Na Bahia, que é o nono estado a receber o PNDS, o investimento será de R$ 1 milhão, aplicado durante três anos na

geração de conhecimentos, produção, industrialização e comercialização do produto. “A intenção é desenvolver a cadeia produtiva no estado por meio da carne produzida aqui e, consequentemente, aumentar a renda do suinocultor local”, destaca o presidente da Associação Baiana de Suinocultores (ABS), Marcelo Plácido Correa. Para isso, ainda de acordo com o presidente, é fundamental um diagnóstico da produção de suínos no estado. O intuito é capacitar os produtores para gestão do negócio, oferecer visão da produção em escala, e conhecimento das exigências e normativas ambientais da atividade. Outro foco para a suinocultura baiana em 2011 é a elevação de produtividade das granjas participantes do projeto em 3% até dezembro, utilizando estratégias para melhorar o desempenho dos animais e também incorporando técnicas de manejo. Esse processo de melhoramento será iniciado em abril com o cadastro de produtores e dos índices individuais fornecidos nos questionários aplicados pela ABS.

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Bahia

Apoio é fundamental Com presença de 80% dos suinocultores, o estado lançou oficialmente o PNDS na última semana de março. Somente no evento a Associação Baiana de Suinocultura (ABS) reuniu mais de 80% dos suinocultores da região interessados em conhecer os benefícios que as ações trarão para a cadeia suinícola baiana. O encontro aconteceu em Feira de Santana, a segunda cidade mais populosa do estado e maior cidade do interior nordestino em população, com mais de 550 mil habitantes. O centro urbano foi escolhido como um dos principais redutos das atividades do PNDS pela concentração de pessoas, estar próximo a diversos produtores do estado, volume de consumo, além de ser o local de grande parte dos parceiros baianos, como o Senar, Sebrae a própria ABS que sede firmada também na cidade.

Diretoria assume comprometimento com PNDS N

o primeiro plano de atuação da Associação de Suinocultores do Ceará (ASCE) no Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) a prioridade é alavancar as vendas e preparar o produtor para atender a esse mercado. Para atingir a esses objetivos será preciso mapear a produção do Ceará identificando as produções tecnificadas e não tecnificadas; promover a capacitação do produtor cearense com ações e qualificação estruturantes nos aspectos técnicos, gerenciais e ambientais; e estruturar o varejo para o desenvolvimento de ações para promoção da carne suína e possibilitar que ela chegue a mesa dos consumidores em cortes práticos e porcionados. Por isso, em abril, a ASCE junto ao Sebrae/CE realizou o levantamento de dados sobre número de matrizes por

16

região, condições sanitárias, comerciais e ambientais das granjas. A produção tecnificada de suínos é uma atividade concentrada no centro-sul do país, área de excelente condição sanitária e segundo o presidente da entidade estadual, Paulo Helder de Alencar esse é um dos desafios estruturais da suinocultura Cearense e também nordestina. A entidade prevê ainda a reciclagem dos conhecimentos passados aos instrutores do Curso de Cortes que o Senar/CE capacitou em novembro passado e também a realização de cursos de cortes para açougueiros e profissionais da região de Fortaleza. Outra importante ação que já será iniciada em abril é o planejamento estratégico da Asce, custeado através do PNDS pelo Sebrae/CE. Aliado a essas atividades, também estão programadas campanhas “Um Novo Olhar” para

disseminação dos novos cortes, já a realização da oficinas gastronômicas em redes de supermercados está sendo estudada pela entidade com intuito de ampliar o conceito de novos cortes. Ainda na área de divulgação, a ASCE participará de feiras importantes para o setor como PecNordeste e o Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (SNDS). Já na área de industrialização, os suinocultores cearenses também terão novidades. O Projeto estima que ainda em maio seja aplicado um questionário base para levantamento de informações especificas sobre as agroindústrias do estado, açougues que comercializam carne suína, além de cozinhas industriais que têm interesse em incluir a carne suína no cardápio.

17


Ações para 2011 já estão em execução

(FAEMG) e devem começar ainda no primeiro semestre.

“Carne Suína, sabor que faz bem”

A entidade também pretende, ao lado das associações regionais parceiras, implementar a campanha de marketing “Carne Suína, sabor que faz bem”, em supermercados de cidades mineiras abrangidas pelo projeto, incluindo a capital, Belo Horizonte.

Expansão que dá certo Com o objetivo de ampliar a atuação do PNDS no estado a Asemg realizou visitas de campo nas cidades de Oliveira, Lavras, Formiga, Divinópolis e Pará de Minas para realizar uma análise da região Centro-Oeste do estado. “Este diagnóstico se faz necessário para identificarmos as realidades de cada

parceiro demandante do projeto e com isso formatarmos um plano de trabalho onde os processos organizacionais estejam plenamente compatíveis com os preceitos do PNDS” explicou Sabrina Cardoso, gerente executiva da entidade. A expectativa é que ações nessas cidades possam ser realizadas ainda este ano.

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Minas Gerais

Pra dentro da porteira

S O

s mineiros estão preparados para elevar o consumo brasileiro de carne suína também neste ano. Depois da alta dos preços pagos ao produtor e do aumento no consumo da carne suína para 14,5kg, a Associação de Suinocultores de Minas Gerais (ASEMG) demonstrou bastante expectativa para os resultados que poderá apresentar neste ano. No estado o trabalho acontece em parceria com o Sebrae estadual em dois polos de suinocultura: Patos de Minas e Ponte Nova. Em 2010, essas regiões apresentaram diversas possibilidades de atuação nas áreas de 18

produção, comercialização e indústria. As ações acontecem com o apoio físico e financeiro das entidades regionais: Associação dos Suinocultores do Vale do Piranga (Assuvap) e da Associação dos Suinocultores do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Astap), filiadas a Asemg, e ineditamente contam com o apoio dos frigoríficos Saudali e Suinco – ambos pertencentes a produtores de suínos – no financiamento e execução das ações. Em 2011, a entidade pretende elaborar ações com foco na divulgação das receitas e dos novos formatos de carne suína proposto para comercialização

em merenda escolar. No primeiro ano de ações, a Asemg foi a única entidade que realizou a inclusão da carne suína na merenda escolar, inserindo 12 toneladas nas escolas de Juiz Fora. Como apoio à parceria inédita firmada pela ABCS com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Asemg iniciará ainda este ano o “Treinamento em Produção e Manejo de Suínos”, para capacitação de produtores, gerentes de granja e chefes de setor. Os cursos serão realizados pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais

uinocultores do Triângulo Mineiro, Vale do Piranga e Alto Paranaíba estão sendo capacitados pelo Programa SEBRAE de Gestão da Qualidade Total Rural, realizado por meio do PNDS. O programa permite aos empresários do setor agropecuário entender e praticar os princípios e fundamentos da qualidade no gerenciamento dos negócios, com o objetivo melhorar a qualidade de vida e a renda das pessoas que trabalham na empresa rural, alcançando excelência em produtos e serviços, utilizando o gerenciamento ou gestão pela qualidade. O curso, que teve início em novembro de 2010, será executado em um ano com 79 horas de treinamento e 23 horas de consultoria por propriedade rural. Mais de 20 produtores da Associação dos Suinocultores do Vale do Piranga (Assuvap) e também da Associação dos Suinocultores do Triângulo Mineiro e Alto

Paranaíba (Astap) – estão na primeira etapa do treinamento, que acontece de fevereiro a maio e tem como tema principal a “A Conquista da Qualidade” que proporciona a implementação de ações e procedimentos que gerem resultados positivos por meio da satisfação do cliente e também auxilia na utilização das ferramentas da qualidade para uma gestão mais eficiente. O tema é dividido em quatro módulos: “Conhecendo a Qualidade”; “Qualidade no processo financeiro”; “Mandamentos da Qualidade e Solução de problemas em equipe”; e “Estratégia empresarial rural”, todos eles compostos de instrutória teórica e visita de acompanhamento. De acordo com o Presidente da Astap, Altair Olímpio de Oliveira, as perspectivas dos suinocultores filiados à entidade são as melhores possíveis, considerando os resultados do QT Rural

em outras regiões. Fernando Soares, presidente da Assuvap, acredita que “O programa possui um grande potencial, especialmente para evoluir o nível de organização de nossas granjas”. O mesmo pensa Leomar Eugenio, gerente da Granja Cinco Estrelas, que se diz muito empolgado com as mudanças que as informações dos módulos trarão para a gerência da propriedade. “Acredito que são grandes os benefícios para nossa gestão a partir das técnicas e processos que estamos aprendendo”, finaliza o gerente. Já para José Lucio dos Santos, da Granja Piglandia, em Viçosa, o curso é de grande importância para que o agricultor possa se profissionalizar cada vez mais. “Nessas horas temos que aproveitar a oportunidade para buscar novos conhecimentos, aplicando na propriedade as práticas apresentadas”, e destaca “Com certeza você vamos ter sucesso”. 19


Capixabas ampliam número de ações em 2011

suinocultores nas granjas no estado. Já na área de industrialização, a entidade prossegue com a consultoria do Sebrae/ ES para mapeamento da cadeia suinícola em frigoríficos e supermercados e o levantamento do consumo de carne suína pelos capixabas. Será realizado ainda um diagnóstico sistemático do perfil da agroindústria processadora de suínos no estado.

“O PNDS incrementou, e muito, a suinocultura capixaba.” Entusiasmado com os resultados alcançados em 2010, o presidente da ASES, José Puppin, acredita no sucesso do projeto também neste ano e pretende dar seguimento às ações iniciadas e intensificar as atividades do projeto no Espírito Santo. “O PNDS incrementou, e

R

ecordista em aumento de vendas na Campanha “Um Novo Olhar Sobre a Carne Suína”, a Associação dos Suinocultores do Espírito Santo (ASES) pretende repetir em 2011 os resultados alcançados para o setor no último ano por meio do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), desenvolvido pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), em parceria com o Sebrae/ES e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/ ES), inserido numa parceria nacional com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Sebrae Nacional. 20

No planejamento deste ano da ASES, a campanha de marketing “Um Novo Olhar Sobre a Carne Suína”, considerada importante ferramenta de popularização dos cortes suínos, será implantada em novos supermercados da Grande Vitória. Além da campanha de marketing para divulgar a carne suína, o plano de ações inclui ainda participações em feiras e eventos regionais, como a Acaps, Expovinhos e 1ª Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba (FAVESU), alguns ainda em fase de negociação. Estão incluídas também no planejamento inserções publicitárias em canais de

televisão, especialmente de abrangência no sul do estado. Também está prevista a continuidade dos treinamentos para capacitação e qualificação de suinocultores e gerentes de granjas. As qualificações serão intensificadas neste ano com o início do treinamento modular da metodologia Senar em produção e manejo de suínos. Para ministrar o curso, técnicos do Senar/ES participaram da formação que aconteceu em Brasília, por meio do PNDS, para capacitar instrutores que atuarão no aperfeiçoamento de

muito, a suinocultura capixaba. Tivemos um aumento na produção no estado em 2010 e esse excedente foi totalmente absorvido pelo consumidor interno, uma vez que registramos redução nas exportações”, ressaltou o presidente. Entre outras metas do plano de ações do PNDS para 2011 está a busca para inserir a carne suína em cardápios ainda pouco explorados pelos brasileiros. A entidade deseja neste ano ampliar o consumo do produto em churrascarias, cozinhas industriais e merenda escolar. Para concluir o processo de desmistificação da carne suína, a ASES junto aos parceiros realizará palestras para nutricionistas de faculdades e universidades da Grande Vitória, com intuito de preparar e informar a esses profissionais sobre a importância da carne suína para a saúde humana.

Resultado imediato A

campanha de Marketing “Um Novo Olhar Sobre a Carne Suína” avança no Espírito Santo e chega ao município de Iconha. Por cerca de três meses o empreendimento Nossa Rede Supermercados comercializou cortes especiais de suínos e nesse período registrou um incremento de 39,5% nas vendas totais de carne suína. O estabelecimento, que antes da campanha comercializava carne suína somente em peças inteiras, atualmente já trabalha com 19 cortes. Segundo o funcionário encarregado do açougue, Fernando Guimarães, a aceitação do consumidor foi ótima. “A adesão foi imediata ao produto disponível nas gôndolas e hoje a maior procura de carne suína na loja é pelos cortes na bandeja”. O proprietário do supermercado, Alessandro Soares Silva, está satisfeito com os resultados obtidos com a campanha e comemora o sucesso de vendas. “A carne suína em cortes veio para as nossas prateleiras para não mais sair. Foi uma novidade que deu certo. Hoje temos os produtos expostos e o consumidor retornando para comprar. Com esta forma de comercialização pudemos agregar valor ao produto e também levar ao cliente uma nova visão sobre a carne suína”, ressalta.

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Espírito Santo

Também já está fechada a parceria com os Supermercados Faé, de Vila Velha, na Grande Vitória. Os funcionários do estabelecimento já receberam o treinamento e as ações de marketing serão iniciadas em breve. Segundo informações da ASES, já foram iniciadas negociações para implantação da campanha em uma grande rede de supermercados com abrangência também na Grande Vitória e com atuação na região norte do Estado, onde a campanha deverá ser lançada neste ano.

21


Em busca de resultados O

s efeitos causados pelo Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) já refletem no mercado de suínos, no melhor preço pago ao produtor, no volume de cortes disponibilizados nas gôndolas de supermercados e, principalmente, pelo

aumento do consumo de carne suína registrado em 2010, que atingiu 14,5kg per capita. Por conta desse panorama que a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) promoveu um encontro entre entidades parceiras e do setor, e contou com importantes representantes

como o Diretor Técnico do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos; o Diretor de Administração e Finanças, José Cláudio dos Santos; o gerente da Unidade de Agronegócio, Ênio Queijada; o Superintendente do Senar Nacional, Daniel Carrara e também do Presidente

da Comissão Nacional de Aves e Suínos da CNA e Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (FAPE), Dr. Renato Simplício, além de parceiros do setor, associações filiadas, gestores das entidades para apresentação dos resultados alcançados no PNDS em seu primeiro ano de atuação.

Através do trabalho realizado pelas afiliadas da ABCS diversas parcerias foram firmadas com associações de supermercados estaduais, associações de bares e restaurantes, redes de hipermercados e universidades renomadas do país. Em 2010, mais de 600 mil pessoas foram sensibilizadas em feiras nacionais de grande importância por meio de informações sobre a saudabilidade da carne suína, sua importância para a saúde humana e suas diversas opções de consumo. Um exército de profissionais foi capacitado,

com mais de cinco mil pessoas preparadas em curso de cortes, oficinas gastronômicas, palestras para médicos e em universidades. Também foram apresentados resultados expressivos no setor de comercialização, com aumentos de 20% a 70% nas vendas de cortes suínos, registrados em supermercados que realizaram a campanha “Um Novo Olhar” nos estados participantes.

“Temos certeza que lá [Nordeste] atingiremos grandes resultados” 22

“Foi preciso muita ousadia e perseverança”

Todos esses dados foram repassados aos presentes pelo conselheiro de mercado da ABCS, Rubens Valentini, que reforçou o slogan “Parceria, assim o PNDS acontece” e reafirmou que os resultados atingidos neste ano são de responsabilidade de cada um dos parceiros, das entidades, gestores e atores do processo. Rubens relembrou as pesquisas feitas pela ABCS que confirmavam o gosto do consumidor

brasileiro pela carne suína e destacou a qualidade da produção de suínos no Brasil, 4º maior produtor mundial. Ao final da apresentação, o conselheiro reforçou que a elevação do consumo de carne suína atingido neste ano não é somente resultado do PNDS. “Neste ano, tivemos inúmeros pontos que favoreceram o consumo da carne suína, mas em outros anos também tivemos a mesma situação e nem mesmo assim

conseguimos mudanças significativas para o mercado.

do PNDS. O superintendente do Senar Nacional, Daniel Carrara, informou que o volume de cursos para 2011 duplicou se comparado ao ano anterior e que a parceria com a empresa Integrall Consultoria, por meio do PNDS, deixou a entidade preparada para atender as necessidades dos gerentes de granja. “Há 20 anos formamos exércitos de técnicos voltados para a educação rural e neste ano o Senar definiu metas para a suinocultura”. Sobre a parceria, o superintendente acredita que “confiança” foi a palavra chave para se

obter esses resultados.

mais de 55 milhões de pessoas e seriam imbatíveis para o aumento de consumo. Considerado um dos precursores do PNDS, importante parceiro e corresponsável pelos primeiros frutos colhidos pelo Projeto, o presidente da Federação da Agricultura do Distrito Federal, Renato Simplício também esteve presente e falou sobre a excelência dos trabalhos executados até agora. “Foi preciso muita ousadia e perseverança de todos os envolvidos para que a suinocultura atingisse esse estágio”.

Já o diretor técnico do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos, garantiu que para a entidade, financiadora direta das ações do PNDS, o projeto é considerado exitoso e de referencia para as outras cadeias produtivas. “Estamos muito animados com a participação do Nordeste este ano e temos certeza que lá atingiremos grandes resultados”. Carlos ainda ressaltou a importância de buscar integrar estados como São Paulo e Rio de Janeiro, que juntos concentram

“Neste ano o Senar definiu metas para a suinocultura” Outro ponto destacado no encontro foi a parceria selada com o Senar Nacional e que promete grandes transformações para a capacitação dos suinocultores dos estados participantes

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Apresentação de Resultados

23


Distrito Federal

Festival Sabor Suíno se prepara para atender a Copa de 2014 Entre outras ações, evento é o grande atrativo do PNDS para este ano. “Um Novo Olhar...” terá nova edição, aumentando a divulgação em novas redes de supermercados, valorizando e apresentando os novos cortes da carne para o consumidor.

C

om seu reconhecido sucesso, o Festival Sabor Suíno foi o tema central da discussão do plano de trabalho do Distrito Federal para o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) na área de comercialização. A expectativa é que em 2011 a rodada gastronômica tenha investimentos do fundo da Copa do Mundo de 2014 do Sebrae/ DF. A ideia inusitada é da Associação dos Criadores de Suínos do Distrito Federal (DFSUIN) em parceria com o próprio Sebrae/DF.

2ml

A Boehringer Ingelheim colocou no mercado a Ingelvac CircoFLEX™ e a Ingelvac MycoFLEX™, as melhores vacinas contra PVC2 e Mycoplasma hyopneumoniae. Agora oferecemos a tecnologia FLEX que permite a aplicação dessas duas vacinas numa única injeção de 2ml.

DOSE ÚNICA

Líder mundial em vacinas de suínos 24

Ainda nessa área, o plano de atividades do PNDS para o Distrito Federal pretende mobilizar o setor de panificação com uma campanha em diversas padarias para a promoção da carne suína em produtos de lanche. A expectativa é incluir as cidades do entorno da capital, atingindo as classes C e D, visto que estas têm investido cada dia mais em produtos e serviços, sendo responsáveis por girar grande parte da economia doméstica no Distrito Federal. O Presidente da DFSUIN, Marcelo Lopes, explica que a entidade está sempre em busca de novas estratégias e articulações para continuar elevando o conceito da carne suína e, por isso, neste ano o intuito é explorar nichos pouco conhecidos para a utilização da carne suína na gastronomia brasileira. Já a campanha

O plano prevê também a continuidade do Programa de Capacitação Total, que visa à instrução de colaboradores e interessados no setor, abordando, a cada edição, diferentes áreas de conhecimento da atividade. Além disso, o Distrito Federal poderá contar com ações inéditas, como o curso oferecido pelos SENAR em parceira com a empresa de Consultoria Técnica Integrall, cujo objetivo é a capacitação em conteúdo modulado e atividades práticas realizadas in loco.

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Atendendo a tantas necessidades, com certeza esta é a solução!

consultoria de marca, Dia de Campo – com o tema bem-estar animal, apresentando o trabalho e os projetos da associação, e a Feira do Empreendedor, com a participação dos frigoríficos em oficinas e apresentações. Também neste ano, a entidade investirá em ações para a desmistificação de conceitos sobre a carne suína, com palestras para nutricionais, médicos e agentes atuantes no setor de saúde. Segundo a DFSUIN, uma reunião nos próximos dias definirá a parceria com o Conselho Regional de Nutrição para a disseminação efetiva dessas palestras.

Segundo a coordenadora do PNDS, Lívia Machado, no segundo semestre será lançado o Manual de Boas Práticas, desenvolvido a partir de um convênio firmado com o Ministério da Agricultura, que elucida sobre maneiras eficientes de trabalho dentro da granja e auxiliará diretamente nessas atividades. Para a indústria as perspectivas são otimistas. No trabalho com esse setor ficaram definidos os seguintes pontos: curso de cortes, 25


26

Atuação busca aumento imediato do consumo D

urante o ano de 2010, diversas ações visando atingir diferentes nichos de mercado foram desenvolvidas no Rio Grande do Sul, por meio do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura – PNDS. Agora, com um ano inteiro pela frente, novas ações começam a ser planejadas. Entre as previstas para 2011 destaca-se a oficina de carne suína durante a Expointer, ação já realizada em 2010, que divulgou os diferentes cortes da carne para um grande público, principalmente em função do “ateliê de cortes” criado para as demonstrações culinárias e de cortes, onde os profissionais atuavam separados do público (por um vidro). O sucesso da ação foi responsável por atingir mais de 600 pessoas que se deliciaram com vários pratos tais como strogonoff, escalopes, pastéis, almôndegas, entre outros, além de conhecerem um pouco mais sobre a

evolução da produção suinícola no Brasil e no estado. Ainda neste evento, os coordenadores esperam ativar o restaurante da Acsurs oferecendo cortes de carne suína, com demonstração de cortes e receitas buscando conscientizar os consumidores para o sabor e as propriedades benéficas para a saúde humana, provenientes da carne suína, além da praticidade no seu preparo. Outra ação é a participação do PNDS na Expoagas, a maior feira de supermercadistas em todo o Cone Sul, visando uma maior aproximação com os supermercados gaúchos, gerando negócios e formando grandes parcerias. No plano de trabalho também está prevista a inclusão de carne suína em outros nichos de consumo, pouco explorados como hospitais e merenda escolares. Ainda na

área de comercialização, a expectativa é realizar oficinas gastronômicas em supermercados da capital do estado, Porto Alegre, repetindo o sucesso de outros estados que divulgaram a carne suína com receitas preparadas na hora para os consumidores.

Quando o assunto é "Bem-Estar " a DB-DanBred mais uma vez se encontra gerações à frente!

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Rio Grande do Sul

Já na área de industrialização, foi identificada como uma possível ação a ser realizada a capacitação das agroindústrias regionais com o objetivo de preparara-las para oferecer novos cortes para o consumidor. “A maneira como a carne suína é apresentada em gôndolas de supermercados, bem como os cortes que são apresentados aos consumidores, já foram diagnosticados, em pesquisas realizadas pela ABCS, como um dos entraves pelo baixo consumo da mesma no Brasil” afirma o Presidente da ACSURS, Valdecir Luis Folador.

27


Segurança dos Alimentos

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Goiás

Frigorífico implanta Boas Práticas de Fabricação

L

ocalizado em Piracanjuba, cidade com pouco mais de 24 mil habitantes, mas considerada um celeiro do estado, produzindo milhares de sacas de soja, milho, algodão e se destacando na produção de suínos, o frigorífico Delta Alimentos foi o escolhido para a primeira implantação das Boas Práticas de Fabricação em frigorífico por meio do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura que deverá inciar ainda em abril. As BPF desempenham importante papel na produção de alimentos, pois são entendidas como processos e procedimentos que controlam as condições operacionais dentro de um estabelecimento, desde a escolha da matéria-prima até a mesa do consumidor. São um conjunto de normas e de procedimentos destinados a garantir

a elaboração de produtos seguros que tenham sido preparados, embalados e armazenados em condições sanitárias. Para Nilton Pinheiro, a adoção das Boas Práticas de Fabricação, trará melhoria na qualidade dos alimentos produzidos, pois os funcionários passarão a adotar procedimentos que aumentam a segurança dos produtos fabricados, reduzindo os riscos de contaminação, por exemplo. “A partir das mudanças sugeridas e que serão implementadas na empresa, com a organização de processos e de procedimentos de higiene no manuseio dos produtos, esperamos atingir excelência na qualidade da carne suína produzida”. O engenheiro agrônomo e doutor em agronomia, Nilson Gomes Jaime, que será consultor para inserção das BPF no frigorifico, explica que quanto mais cedo os produtores se adequarem às Boas Práticas de Fabricação, melhor

para a qualidade do produto final e também para o consumidor. “As BPF visam à melhoria do complexo da cadeia produtiva, ao aumento da qualidade e à manutenção da competitividade dos produtores e a cadeia suinícola em Goiás estará à frente com essa implantação”. No frigorífico em Piracanjuba, o abate chega a 110 animais/dia que são vendidos não só em carcaças para açougues, mas também desossados para o comércio em cortes especiais. A agregação de valor à carne suína também está dentro das ações do PNDS, já que a empresa apresenta 31 tipos de cortes suínos no mercado, além quatro tipos de linguiças.

Parcerias essenciais O

s resultados conquistados pelo estado de Goiás em 2010 PNDS garantiram as parcerias e apoios considerados fundamentais para a atuação da AGS junto ao Sebrae/GO em 2011. Na segunda quinzena de março, os coordenadores do Projeto estiveram reunidos em diversos encontros com entidades e parceiros do setor para apresentação do novo plano de trabalho, bem como as metas atingidas pelo Projeto no ano passado. Durante reunião na Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação do Estado de Goiás

(Seagro) estiveram presentes parceiros de peso como o Secretário de Estado da Agricultura, Antônio Flávio Camilo de Lima.

Carne suína: socialmente correta

em 2008, inspirado em um programa de mesmo nome desenvolvido pela Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e Senar Paraná. Hoje, é um dos maiores programas de responsabilidade social do Sistema Faeg/Senar.

A

queles que pensaram que o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) não tem seus olhos voltados para a comunidade, se enganaram. A Associação Goiana dos Suinocultores provou que é preciso também estar próximo de profissionais que podem ser disseminadores desse novo conceito da carne suína, saudável, nutritiva e muito saborosa para os futuros consumidores, as crianças. A ação acontecerá por meio do Programa Agrinho 2011 que nasceu em Goiás 28

Junto aos coordenadores do Projeto, o Presidente da AGS, Julio Carneiro, também esteve em reunião na Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) com o superintendente da entidade, Claudinei Rigonato; o Superintendente do Senar/GO, Marcelo Costa Martins e o analista da Regional Metropolitana do Sebrae Goiás, Marcos Fernando Passos,

No total, o Programa Agrinho 2011 pretende capacitar aproximadamente 20 mil professores, incluindo os professores novatos, multiplicadores e capacitados pelos professores multiplicadores que voltam para apresentar o conteúdo em cada município goiano. Esperase a participação de 1.400 escolas parceiras, 150 municípios de Goiás e aproximadamente 400 mil alunos goianos parceiros somente neste ano. O tema desta edição é “Alimentação Saudável e Meio Ambiente”, abordando a importância da nutrição para a melhoria da qualidade de vida e o importante papel

colaborador direto nas ações executadas no estado. Na mesma oportunidade houve visita à Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), que por meio de seu presidente, Antenor Nogueira, declarou parceria ao Projeto e reiterou a relevância das ações para suinocultura do estado, ressaltando a importância da certificação para Boas Práticas de Fabricação (BPF) e Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) desenvolvidas junto às agroindústrias.

das cadeias produtivas no abastecimento da população. Como o tema desse ano está relacionado à questão da alimentação saudável, a carne suína, importante proteína na alimentação cotidiana, não poderia ficar de fora da lista de alimentos que compõe a pirâmide alimentar a ser estudada por esses professores que levarão as informações às escolas. A gerente executiva da AGS, Crenilda Neves, explica que a parceria com o Programa será para o fornecimento de carne suína para almoços desenvolvidos pelo Agrinho e que a intenção é “antes de mais nada, apoiar um projeto que preconiza a formação da consciência” e por isso, vem ao encontro das atividades do PNDS que busca conscientizar consumidores sobre a qualidade, versatilidade e importância da carne suína para a saúde humana. 29


Preparados para o aumento do consumo

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Santa Catarina

“O contato direto com o consumidor pode mudar efetivamente sua impressão sobre a carne suína”

O

PNDS está dando os primeiros passos deste ano no estado de Santa Catarina. Depois de grandes resultados de aumento de vendas de frigoríficos parceiros após a divulgação de novos cortes, o estado se prepara para as novas atividades. Em 2011, o Projeto prevê para o estado a implantação de Boas Práticas de Fabricação em algumas agroindústrias participantes do diagnóstico realizado em 2010, como continuidade de adequação e capacitação industrial, englobando os conceitos de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), Procedimentos Padrão de Higiene Operacional (PPHO), para adequação das indústrias às exigências de mercado,

de cortes também está programada para acontecer durante os próximos meses e, terá como foco, a preparação de profissionais para atuarem nas agroindústrias participantes do Projeto. Ainda nesta área, há possibilidade de incluir uma grande rede de hipermercados na Campanha “Um Novo Olhar...”, com a divulgação das qualidades da carne suína, ampliando seu espaço nas gondolas, com a capacitação dos profissionais dos açougues da rede. Já na área de comercialização, o Sebrae/ SC junto à Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), pretendem inovar. A ideia dos organizadores é

gastronomia e turismo de Faculdades e Universidades do estado com o objetivo de formar futuros profissionais que saibam os valores nutricionais da carne suína desvinculados do preconceito. A ação é ousada porque contempla a realização de palestras em sete cidades do estado. Para Gilson Alberto dos Santos, coordenador de projetos de agronegócio do Sebrae/ SC, “o contato direto com o consumidor pode mudar efetivamente sua impressão sobre a carne suína”. Para ele, o segredo do sucesso está na informação. “Desenvolver o PNDS no maior estado produtor de suínos do Brasil é um desafio para a ABCS e as parcerias

LÍDER MUNDIAL

em vacinas de suínos Em 2010 a Boehringer Ingelheim completou 125 anos de história, numa cronologia pautada na busca constante pela promoção de mais saúde ao mundo, por meio de novos tratamentos que proporcionam melhor qualidade de vida para humanos e animais. além do lançamento do Manual de Boas Práticas Agropecuárias em Suinocultura para produtores do estado. Ainda na área de produção o PNDS conquistou um importante aliado. Por meio da parceria com o Senar Nacional, o Senar/SC está empenhado em colaborar com as ações na área de produção. A partir do segundo semestre, estarão disponíveis cursos modulares na área de suinocultura para treinamento dos colaboradores e gerentes das granjas. O objetivo é colaborar na formação da mão de obra e disponibilizar aos produtores ferramentas para apoiar na gestão da propriedade. A formação de multiplicadores em curso 30

incluir a carne suína na SC Gourmet, mostra brasileira de queijos, vinhos e delikatessen, que acontece em Blumenau, com um jantar em diversos pratos da culinária alemã com vinhos catarinenses, sensibilizando o público a respeito da versatilidade e saudabilidade da carne. Para Ênio Parmegiani, gestor do Sebrae/SC, o mercado desconhece a versatilidade da carne suína e ações como essa disseminam em grande escala informações necessárias para o aumento de consumo. Para conscientizar consumidores e formadores de opinião e desmistificar a carne suína, o plano de trabalho do estado prevê a realização palestras para estudantes e profissionais de nutrição,

estaduais são essenciais para o alcance das metas propostas”, destaca a coordenadora nacional do PNDS, Lívia Machado, e completa “ A estabilização de preços pagos ao produtor no ano de 2010 mesmo com queda de 11% na exportação e aumento de 3% na produção demonstra que estamos no caminho certo, o desenvolvimento do mercado interno”. A mesma visão tem o diretor executivo da ABCS, Fabiano Coser, que acredita que a melhor remuneração para produtores (integrados ou independentes) está diretamente ligada ao aumento expressivo de venda da carne suína.

Em 2010, assumiu a liderança mundial em vacinas de suínos. No Brasil, a empresa destaca-se pelo fornecimento de vacinas veterinárias desenvolvidas com altíssima tecnologia. Criar e compartilhar melhores maneiras de garantir cuidados com a saúde, que melhorem a forma como pessoas e animais são tratados, transformando suas vidas para melhor. Esse é o conceito de valor através da inovação, praticado pela Boehringer Ingelheim em todas as suas ações.

Ingelvac CircoFLEXTM

Ingelvac MycoFLEXTM

www.boehringer-ingelheim.com.br 31


Cooperativismo empreender é a sua marca

“Um por todos, todos por um”. Trata-se sim de um ditado popular, mas, acima de tudo, de uma expressão que traz à tona e, simultaneamente, traduz a essência do movimento cooperativista. Estamos falando da união de esforços, que aliada a um espírito empreendedor, resulta em desenvolvimento socioeconômico. Dessa forma, pela adesão aos seus princípios e valores, milhões de brasileiros, cerca de 30 atualmente, se unem e buscam no cooperativismo uma oportunidade de geração de renda e inclusão social.”

Associativismo e Negócios Com esse objetivo, de agregar forças, o cooperativismo brasileiro, ainda jovem, com 100 anos de história, conquista novos adeptos todos os dias. Da mesma maneira, a ideia de trabalhar em conjunto para obter melhores resultados e, assim, ganhar mais escala, competitividade e espaço no mercado, tem levado a um movimento crescente de fusão das cooperativas. É o que internamente chamamos de aglutinação, tendência apresentada com mais ênfase nos últimos anos. O caminho reflete ainda a maturidade dos processos de gestão e governança das cooperativas, com profissionalismo na condução dos negócios, visando sempre à melhoria de seus produtos e serviços. Esta é uma realidade que perpassa todos os ramos de atividades econômicas nos quais atua o setor, entre estes o agropecuário, que hoje responde por cerca de 40% do PIB do segmento no Brasil e gerou, em 2010, uma receita de US $ 4.417 bilhões em exportação. Nas cooperativas que trabalham com

suinocultura não é diferente. Hoje, elas representam aproximadamente 32% da produção nacional de suínos. Em Santa Catarina, por exemplo, principal estado produtor, o segmento foi responsável nos últimos anos por 50% do total gerado, seguido pelo Paraná, com praticamente 34%. Na busca por aprimoramento, o segmento continua investindo na ampliação desses percentuais. Os resultados transcendem o mercado nacional, chegando aos internacionais. Só em 2010, por exemplo, as exportações de carne suína renderam ao cooperativismo US$ 167 milhões, com aumento de 36% em relação ao ano anterior. O saldo reflete, principalmente, a recuperação dos preços mundiais, trazendo consequências também no total das quantidades, que cresceram 5,1%, passando de 58 mil toneladas em 2009 para 61 mil. Para potencializar essa crescente participação das cooperativas, tanto interna quanto externamente, somam-se ainda adoções de técnicas eficientes de produção e tecnologias de tratamento de resíduos, com retornos, inclusive, no resgate de créditos de carbono e na geração de energia térmica e elétrica. O processo ratifica, na verdade, a busca pelo desenvolvimento sustentável, o que no cooperativismo, mais do que uma realidade, é um princípio.

Nesse contexto, fica nítida a importância de se ter cooperativas sólidas.

“É preciso ter clara a percepção de que os benefícios vão além de uma atuação eficaz” em processos de negociação de preços. As vantagens não são apenas diretas e operacionais, mas também indiretas, por isso a necessidade de se fazer um exercício de abstração do foco nos retornos imediatos e visualizar os resultados a longo prazo. Além de trabalhar logicamente pela agregação de renda do seu quadro social, as cooperativas são centros de segurança para seus associados. Elas são sim referência, mas com participação direta e determinante de seus cooperados, os donos do negócio e definidores dos caminhos a serem trilhados.

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Associativismo e Negócios

Márcio Lopes de Freitas

Presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB)

32

33


Matéria de Capa REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Razões para fazer do mercado interno uma aposta para suinocultura brasileira O Tamanho do Mercado Internacional para Carne Suína Apesar de ser a proteína mais produzida e consumida do mundo, a carne suína é aquela que apresenta a menor taxa de comércio entre nações, ou seja, o fluxo de importações e exportações é relativamente baixo se comparado a outras carnes. Enquanto a comercialização internacional de produtos bovinos e de aves alcança quase 15% do total produzido, no caso da carne suína esse valor não chega a 5% da produção global, e de acordo com dados do FAPRI (The Food and Agricultural Policy Research Institute), este número não deve mudar ao longo dos próximos 10 anos.

34

A Produção Brasileira de Carne Suína é Crescente A produção brasileira de carne suína vem crescendo em ritmo acelerado nos últimos anos, pelo menos é o que demonstram os números publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). De acordo com o IBGE, entre 2005 e 2009, o abate inspecionado de suínos no Brasil, em todos os níveis de fiscalização, cresceu mais de 30%, passando de 23,4 milhões de cabeças em 2005 para 30,8 milhões em 2009. Já em 2010, o setor produtivo aumentou o número de abates em torno de 3,5%, com produção de mais de 32 milhões de suínos abatidos.

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Matéria de Capa

Estabilização do Volume Exportado No cenário internacional mais uma vez constata-se a dificuldade de avanço para novos mercados, com previsão de exportação em torno de 580 mil toneladas ante as 608 mil toneladas exportadas no ano de 2009. O volume de exportação acumulado até o momento comprova esta redução: 448,73 mil toneladas exportadas em 2009, contra 412,16 mil toneladas em 2010. O aumento de produção ao redor de 3,5% e a queda nas exportações ao redor de 8,15% colocou no mercado doméstico um volume de carne suína 5,13% superior ao volume de 2009. Mesmo o Brasil tendo feito grandes avanços na questão sanitária, como é o caso da conquista do status de área livre de febre aftosa sem vacinação pelo estado de Santa Catarina, maior produtor nacional, observa-se uma estabilização dos volumes exportados.

35


Matéria de Capa

O Domínio do Mercado Internacional por Países Desenvolvidos

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Matéria de Capa

O mercado internacional de carne suína é dominado por países desenvolvidos, livres de febre aftosa sem vacinação, grandes produtores e grandes consumidores de carne suína, o que torna ainda mais árdua a tarefa brasileira de expandir o mercado internacional para este produto. A liberalização do comércio mundial e a emergência de novos ofertantes impactam diretamente nas condições de mercado existentes atualmente, determinando um aumento da competição e a necessidade por parte dos países que se encontram tradicionalmente no mercado de um redirecionamento para manter sua competitividade e fortalecer suas posições. Abaixo o comparativo entre a participação dos principais países exportadores de carne suína em 2000 e em 2009 confirmam esse cenário. Apesar do aumento relativo da participação brasileira, passando de 4% para 11% do volume total exportado, pode-se observar o domínio da União Européia, EUA e Canadá no comércio internacional, e o aumento expressivo da participação americana, que passa a dominar o mercado mundial de exportação de carne suína.

O Status Sanitário de Febre Aftosa do Brasil A Dificuldade de Acesso aos Principais Mercados Internacionais O Brasil ainda não conseguiu colocar sua carne suína nos países caracterizados por maiores exigências sanitárias e que, por isso mesmo, pagam valores superiores pelo produto, como é o caso do Japão, maior importador mundial de carne suína, Estados Unidos, México, Coréia do Sul e EU-27, com a característica de serem todos eles países livres de febre aftosa sem vacinação. Este fato faz com que as exportações brasileiras sejam caracterizadas por grande concentração de volume em poucos mercados e dispersão de menores quantidades em países menos exigentes em termos sanitários.

36

A discriminação dos maiores importadores e dos maiores exportadores mundiais de carne suína revela a importância do status sanitário em relação à febre aftosa. No quadro abaixo coloca-se em ordem de importância os importadores e exportadores de carne suína, e pode-se ver com clareza que tanto os maiores importadores quanto os maiores exportadores são todos países livres de febre aftosa sem vacinação. Em relação aos importadores, o primeiro país não livre é a Rússia, e o segundo é Hong Kong, justamente o primeiro e segundo maiores mercados para carne suína brasileira.

37


Apesar do sério trabalho que vem sendo realizado no combate à febre aftosa no Brasil, inclusive sendo o estado de Santa Catarina, maior produtor nacional de carne suína, livre de febre aftosa sem vacinação, ainda existem no país áreas onde o risco varia de médio a desconhecido, como no mapa abaixo.

Matéria de Capa O crescimento da economia brasileira vai impulsionar o mercado Desde a segunda metade dos anos 90 – nos últimos 14 anos o PIB brasileiro cresceu 21,7%; a previsão do mercado financeiro para este ano é de 4,5% positivos, segundo o Banco Central. Mesmo com projeções menores que o avanço esperado para 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deverá superar o italiano em 2011 e alcançar a sétima posição mundial, segundo as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI).

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Matéria de Capa

O Crescimento da Renda vai estimular o Consumo O Crescimento do Consumo em Países em Desenvolvimento Os países em desenvolvimento vão ser a grande força do crescimento da produção, do consumo e do comércio agrícola nos próximos dez anos, segundo o relatório de perspectivas agrícolas da Agência para Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A demanda desse grupo é impulsionada por aumento da renda per capita e pela urbanização, reforçada pelo crescimento populacional que é duas vezes maior do que nos países desenvolvidos. A tendência é de um aumento no consumo de produtos como carnes e alimentos processados.

38

Embora em ritmo menos intenso do que em 2007 e 2008 (antes da crise), o consumo ainda será um dos propulsores do crescimento econômico neste e nos próximos anos. Para 2010, tanto o Ministério da Fazenda quanto o Banco Central (BC) trabalharam com expansão na casa de 7% para o consumo das famílias. Em 2009, a renda média das famílias bateu recorde: atingiu R$ 1.285 mensais. O valor foi impulsionado pela expansão de uma nova classe consumidora, que trocou a base pelo centro da pirâmide social. Cerca de 30 milhões de pessoas das classes D e E ascenderam à classe C em cinco anos. Até para os que não conseguiram atravessar a linha da pobreza, a situação melhorou. A renda dessas pessoas cresceu 259% entre 2004 e 2009 — ganho mais de 10 vezes superior à inflação do período. Os fazem parte da pesquisa Observador Brasil 2010, realizada pela Cetelem, financeira do grupo francês BNP Paribas. Os gastos foram liderados, principalmente, pela melhora da mesa, que ficou recheada de produtos antes considerados supérfluos pela classe C, a exemplo do iogurte, das carnes de primeira e dos biscoitos.

39


Entre Amigos

O Consumo de Carnes no Brasil é Crescente Em 2010, os brasileiros estiveram entre os cinco maiores consumidores de carnes do planeta. Pelo menos quando levada em conta a soma das vendas de carnes de frango, porco e gado bovino. Em média, cada cidadão do país come 91,3 quilogramas desses três tipos de carne por ano. Dessa quantidade, 40,1 quilos são de carne de frango (44%), 37,3 quilos de carne bovina (41%) e 13,9 quilos (15%) de carne suína. A projeção é da circular “Criações e aves: mercados e comércio mundiais”, realizada regularmente pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, na sigla em inglês). Os dados sobre consumo de carne suína são da projeção feita no Brasil pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Custos de produção na suinocultura devem manter-se elevados em 2011, diz presidente do Grupo Agroceres

suinocultura brasileira tem tudo para continuar se consolidando em 2011, após o bom desempenho que registrou em 2010. A oferta está ajustada à demanda, o mercado interno forte mantém o consumo aquecido, os preços internacionais estão firmes e a expectativa é de que o Brasil volte a ampliar suas exportações de carne suína neste ano.

Somente entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011 a cotação do milho registrou uma valorização de 17% no mercado nacional, segundo levantamento da Jox. Isso significa que embora os preços pagos pelo suíno tenham se mantido ainda bons, as margens encolheram. “Os custos de produção, por conta da valorização das commodities agrícolas, subiram bastante e não há indícios de que venham a recuar ao longo do ano, para níveis próximos daqueles de 2010.” afirma Fernando Pereira, presidente do Grupo Agroceres.

O grande motivo de atenção, no entanto, fica por conta do custo da ração. Por exemplo, a expressiva alta nos preços do milho no segundo semestre de 2010 e neste início de ano colocou os produtores de sobreaviso.

Segundo ele, todos os indicadores do setor apontam para um cenário de tranquilidade no que se refere ao equilíbrio entre oferta e demanda de carne suína no mercado interno, mas não necessariamente no tocante aos

A

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Matéria de Capa

custos de produção. “Essa é a grande questão para o setor neste início de ano”, pondera o presidente da Agroceres.

“Essa é a grande questão para o setor neste início de ano.” Por outro lado, argumenta o executivo, a recente alta dos preços dos grãos no mercado internacional e o processo de consolidação das fusões entre as agroindústrias do setor, ainda em marcha no País, devem continuar postergando novos investimentos para o aumento da produção de suínos. “Diante desse cenário, é muito provável que esse ciclo favorável de preços para a suinocultura se mantenha por um período mais longo”, afirma.

Ferramentas tecnológicas: Exigência de progresso

U

ma das principais atividades brasileira sem dúvida é o agronegócio, que desempenha um papel muito importante para o desenvolvimento do país nos aspectos; econômico, social e ambiental. Diante desta realidade se faz necessário aprimorarmos cada vez mais a nossa competitividade de mercado na obtenção de lucro para que assim seja mantida esta hegemonia mundial. Para garantirmos esta posição de mercado é mandatório o investimento na aplicação de tecnologias. 40

Dentro do agronegócio a alimentação animal não foge desta linha de raciocínio, o qual exerce uma posição estratégica perante o todo. Neste caso específico esta visão pode passar de forma despercebida, quando a fórmula custo x benefício não são analisados de forma minuciosa e criteriosa. É fundamental considerar diversos fatores que estão envolvidos na produção, como índices zootécnicos, sanitários, segurança alimentar, gastos com medicamentos, condições de manejo e a sustentabilidade ambiental, analisando o impacto em todos os elos da cadeia alimentar, ou seja, do consumidor ao campo. Neste contexto, dispomos de recursos que contribuem de forma eficiente na obtenção de resultados, como é o caso dos aminoácidos essenciais, na forma industrial (L-lisina,

L-treonina, L-triptofano e L-Valina. O plasma seco por spray dried (AP 920) e a glutamina + ácido glutâmico (Aminogut) que atuam de forma sinérgica para o melhor alcance da saúde e desempenho, principalmente para leitões. A fitase (Microtech 5000) é outra ferramenta de uso indispensável na produção, pois melhora significativamente a eficiência alimentar e contribuiu para a redução da excreção de fósforo entre outros nutrientes para o meio ambiente. Portanto, a utilização de produtos que agregam tecnologia são ferramentas primordiais para manter e aumentar a competitividade do sistema produtivo mundial. Abrindo mão da utilização das ferramentas que contribuem para a produtividade, é seguir no caminho contrário do progresso, ou seja, nos afastamos da exigência de sobrevivência neste mercado. 41


Entre Amigos

Interação Técnica-comercial A

DB-DanBred reuniu em Belo Horizonte suas equipes comercial e técnica com o intuito de interagir e discutir ações para o ano de 2011. Com a presença de diretores, consultores e colaboradores, discutiram-se novas propostas e ideias com o objetivo de levar o que há de melhor e mais atual em desempenho e conhecimento técnico aos seus clientes e parceiros.

Em meio a muita informação e novidades, aconteceu a Copa Kart DB-DanBred, onde todos colaboradores da empresa participaram em uma tarde descontraída, de uma corrida de Kart no Kartódromo Internacional de Betim. A reunião também contou com o anúncio oficial da contratação de quatro grandes profissionais que vêm para contribuir e agregar resultados à empresa, são eles: Robert

Gournet, veterinário pela UFMG, Gerente de Produção DB-DanBred; Thomas Bierhals, veterinário e mestre pela UFRGS, Assessor Técnico de Contas Especiais; Marco Lubas, veterinário, Assistente Técnico Comercial MT e MS; Gustavo Laureano, veterinário pela UFMG, Assessor Técnico de Contas Especiais; A DB-DanBred entra no ano de 2011 trazendo muitas novidades em prol do sucesso de seus clientes.

Poli-Nutri renova site e entra nas redes sociais

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Entre Amigos

D

inamizar as informações e trazer mais rapidez à comunicação para informar melhor parceiros, cliente e o mercado como um todo. Esse é o objetivo do novo site da Poli-Nutri - www.polinutri.com.br . Desenvolvido pela agência Lab 3 TV , o portal traz informações mais completas sobre a empresa e seus produtos. O novo site possui um conteúdo renovável e mais dinâmico. Vídeos, artigos técnicos, informações detalhadas sobre a empresa e a linha de produtos, fotos e notícias além das versões em inglês e espanhol. A web será o principal canal de notícias e interação com o público da Poli-Nutri. “É mais um recurso para divulgar as ações da Poli-Nutri, postando os conteúdos na rede, para reforçar as mensagens que se referem a linha de produtos, assuntos técnicos, de marketing e informações institucionais”, diz a gerente de

marketing, Stella Grell. Entre as principais novidades está o Blog, canal de comunicação em constante renovação, sempre com as notícias mais interessantes, lançamento de novos produtos, as dicas dos especialistas e comentários sobre o mercado de nutrição animal e de agronegócio como um todo. Coroando esta nova era na comunicação, e para ter um contato cada vez mais

próximo e constante com clientes e parceiros, a empresa estará também nas redes sociais, Facebook, Twitter, Youtube e Flick. “As redes sociais vieram para ficar e a Poli-Nutri não poderia perder uma oportunidade como esta, de falar de forma direta, ágil e clara com um público cada vez maior e mais ávido por notícias”, explica Mário Bertoloni, consultor em comunicação da Lab3.

Bayer traz grandes novidades para 2011

Agriness comemora 10 anos A Agriness comemorou em abril seu 10º aniversário lançando a campanha “Agriness: 10 anos, 1 milhão de matrizes, infinitas possibilidades”, cuja missão é mostrar à comunidade ligada à suinocultura sua história, seus valores, suas inovações e, principalmente, o seu comprometimento com toda a cadeia. Dentro da campanha, que durará 10 meses, a primeira iniciativa foi o lançamento do selo comemorativo dos 10 anos da empresa. “Ele é a materialização da solidez, da inovação, do comprometimento e do profissionalismo com que a empresa construiu a sua trajetória ao longo destes anos”, salienta Cristina Bittencourt, sócia e fundadora da Agriness. Cada estrela do selo tem por missão resgatar e exemplificar as contribuições que a empresa fez em tecnologia e ao modelo de gestão para a suinocultura no Brasil. Além de resgatar uma história marcada por seu pioneirismo, a campanha dos 10 anos da Agriness tem como objetivo registrar o marco de um novo ciclo para a empresa, que promete ser ainda mais inovador. Os detalhes da campanha já podem ser acompanhados através do site da empresa. 42

de produtos e fortalecendo o conceito “indo além do produto” (going beyound the product). Unidade de Negócios Aves e Suínos Bayer preparou para 2011 um plano de trabalho voltado ao produtor de suínos. “Estaremos mais próximos dos produtores e também dos profissionais que atuam neste mercado, a fim de fornecer soluções simples e eficazes”, comenta o gerente de marketing Josiédi Pires.

Líder no segmento de coccidicida e controle de pragas, a Bayer inicia o ano disponibilizando aos clientes e parceiros uma Cartilha de Manejo de Maternidade e um Manual de Biossegurança, exclusivos. “Estes materiais técnicos complementam o nosso trabalho de treinamentos e reciclagens constantes a campo, dentro do conceito de educação continuada”, segundo Josiédi.

Para 2011 a Bayer Saúde Animal trará novidades para o segmento da suinocultura, complementando sua linha

Há mais de cinco anos parceira da ABCS na Campanha “ Um Novo Olhar Sobre a Carne Suína”, a Bayer tem

A

trabalhado com afinco mesmo dentro de suas dependências industriais, onde no mínimo duas vezes por semana é servido carne suína aos funcionários no restaurante da empresa que atende quase duas mil pessoas diariamente. Paralelamente a estas ações a Bayer vem investindo milhões de euros no desenvolvimento de novas pesquisas e tecnologias. Recentemente efetivou a aquisição do laboratório neozelandês Bomac, que possui um amplo portfólio de produtos para a suinocultura.

43


Gestão da Informação na Suinocultura Texto: Everton Gubert e Elton Gubert - Agrinnes

que a consciência do nosso produtor tem mudado para melhor. Se antes precisávamos convencer alguém para informatizar uma granja, por exemplo, hoje todos sabem que não há mais espaço para o antigo controle no caderninho, que o computador aliado a uma boa ferramenta (software) é fundamental para uma boa gestão da informação. Acompanhando de perto a evolução deste processo, pode ser

ir além do controle, atingindo certo grau de planejamento. Esses suinocultores não deixam de atuar na redução de perdas, mas já começam a vislumbrar o aumento de ganhos, por exemplo, através de um bom planejamento das coberturas, o que pode aumentar a eficiência da granja. Verificamos, assim, que poucos são aqueles que aproveitam, de fato, a enorme quantidade de matéria-prima

O que vai continuar mantendo o produtor na atividade de forma competitiva é a sua capacidade de ampliação de consciência para gerir o seu negócio. Sim, é necessário continuarmos na busca em melhorar a genética, a nutrição, os medicamentos, as práticas de manejo e o bem estar animal. Mas, também é extremamente necessário usarmos a gestão da informação como aliada fundamental nesta evolução. É papel de todos nós, de toda a cadeia, assim como já foi feito no passado, quebrar as barreiras, estimulando, capacitando e forjando uma cultura forte de gestão, que é o que realmente dá sustentabilidade aos negócios.

ão é necessário voltar muito no tempo N para lembrar que, há pouco mais de 10 anos, o assunto ”informática“ não era

muito conhecido não só na suinocultura como em outros setores da economia brasileira, especialmente no setor primário, que fornece matéria-prima para a indústria de transformação. Naquela época, e vejam que não faz muito tempo, falar em informatizar uma granja de suínos era quase que “coisa de outro mundo”. As principais barreiras eram a falta de conhecimento, pouca ou nenhuma cultura de informática, custos elevados de equipamentos e ferramentas, e resistência à mudança, especialmente àquela que se ampara no lema “sempre fiz assim e sempre deu certo”. Porém, mesmo os setores mais 44

Por dentro do setor

tradicionais não resistiram ao que se denomina a era do conhecimento e da informação. O termo globalização não é mais tido como “da moda”. Tornouse realidade e incorporou-se ao nosso dia-a-dia. A comunicação está cada vez mais fácil e disponível, seja pela internet ou pela telefonia que, impulsionadas pelas novas tecnologias, fazem com que estejamos de fato todos conectados. A suinocultura brasileira, neste contexto, oportunamente ou mesmo por necessidade, evoluiu bastante. Do final do século passado até o presente, conquistamos posição de destaque no mercado mundial, atuando como um dos maiores produtores e exportadores de carne suína. Internamente, tivemos acesso às melhores genéticas, nutrições,

vacinas/medicamentos e práticas de manejo. Estamos, também, assistindo a uma transição nos modelos de criação de suínos. O modelo tradicional, onde muitos produzem pouco, está sendo substituído por aquele onde poucos produzem muito, causando o que chamamos de aumento da escala de produção nas granjas. Por outro lado, a competição - que agora não é mais local e sim mundial - e as exigências deste mercado global - que também evoluiu - têm demandado um maior grau de consciência dos nossos produtores. A notícia boa é que isso tem ocorrido, ou seja, também temos melhorado neste quesito e podemos afirmar

feita uma análise do nível de gestão da informação dos nossos suinocultores e até da suinocultura como um todo. Nesse sentido, percebe-se que uma grande parte dos suinocultores ainda encontrase com foco no controle. Neste estágio inicial da gestão da informação, os benefícios estão relacionados à redução de perdas no processo operacional, ou seja, nas atividades de rotina do negócio. Para exemplificar, tomemos o caso de uma granja onde o foco está em evitar perdas diversas, tais como aquelas que derivam de matrizes vazias paradas, matrizes velhas com baixa produção na granja e leitões que já deveriam ter mudado de fase ou ração mas que permanecem “marcando passo”. Em menor número, há aqueles que usam os recursos da gestão da informação para

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Por dentro do setor

(informação) gerada pelo negócio, transformando-a em boas decisões. Há uma grande lacuna entre as informações de base geradas pela produção e a gestão do negócio em si. A informática como um todo, e especialmente as ferramentas (softwares), vem evoluindo e disponibilizando meios para facilitar as análises com recursos mais fáceis e intuitivos. Porém, é preciso que o gestor faça a sua parte, dedicando mais tempo para usar todos os recursos que já estão disponíveis e, desta forma, também evoluir de forma a preencher essa lacuna. 45


REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011

Sabor Sublime

Lombo introvertido com vinagrete pernambucano Por Fernando Barros A grande vantagem do lombo é também seu grande problema: trata-se do corte de carne vermelha com menor teor de gordura intramuscular: 2%, contra 4% do Filé Mignon Bovino, por exemplo. O bom é que podemos resolver o problema e ressaltar as vantagens. E qual e o problema? O fato é que Deus sentenciou a raça humana a um desafio permanente: gordura e sal são, tecnicamente, a representação do sabor. O que não tem sal e gordura não tem gosto. Se tem muito sal e muita gordura, os médicos não recomendam. Modo de preparo: Mantenha a gordura do lombo, mas elimine a pele. Estenda o lombo sobre a taboa de carne com a gordura para cima. Faça um corte no sentido longitudinal (no sentido do comprimento), mas não deixe a faca chegar até o final. A idéia é formar uma manta, como se faz com a carne de sol. Nas duas bandas resultantes, faça um corte do mesmo jeito em cada uma delas. Pronto, você terá uma manta de lombo suíno estendida. Tempero: Para um bom churrasco, use sal fino preferencialmente e apenas isto. Não impede outras versões a partir de marinadas, que podem também ficar deliciosas. Neste caso, coloque o lombo numa marinada com aceto balsâmico, sal, cebolas roxa e branca, tomilho fresco (pode ser manjericão), alho (dentes inteiros levemente amassado) e pimenta do reino moída na hora. Temperada a carne, enrole-a com a gordura para dentro. Vinagrete Pernambucano: Os pernambucanos fazer um vinagrete sensacional para o churrasco. Cortar cebolas brancas, tomates e pimentões em peças de 2 cm de tamanho mais ou menos. Coloque numa vasilha com água e vinagre. No Nordeste acrescenta-se uma boa quantidade de coentro. Fica muito bom. Para os que não gostam de coentro, a dupla salsinha e cebolinha funcionam muito bem.

Bom proveito! 46

47


48 REVISTA DA SUINOCULTURA • MAR/ABR 2011


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.