Revista Projeto 2 2020/1 - Victoria Martins Pacheco

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ensino mĂŠdio

Victoria Martins Pacheco


Universidade Estadual de Goiás Arquitetura e Urbanismo Projeto de Arquitetura 2 3º Período 2020.1


orientadores

Fernando Camargo Chapadeiro Rodrigo Santana Alves


o h l e m a m a d


o t o f r o e t e u q a


o t o a f m r u t


2020.1 Este volume faz parte da coleção da "revista prjt2" da disciplina de Projeto de Arquitetura 2 do 3º período do curso de Arquitetura e Urbanismo da UEG que investiga temas básicos de reexão e metodologia do projeto contemporâneo na escala do estudo preliminar e tem como meta a elaboração de projeto arquitetônico para uso educacional ou saúde com a capacidade de ordenação de espaços de complexidade moderada. Investiga a escala das relações entre arquitetura e espaço urbano: arquitetura, lugar e cidade e dá ênfase no estudo do programa de necessidades, na topograa e na preocupação com a acessibilidade. Neste semestre tratamos do tema Escola de Ensino Médio na Região Sudoeste de Anápolis. LUGAR, PROGRAMA, VOLUME, CIRCULAÇÃO e MATERIALIDADE são os elementos trabalhados durante o processo e

foram abordados como camadas durante as orientações. Isso permitiu o entendimento do processo de projetação, utilizando como apoio, desde do início, a maquete de estudo em duas escalas (a do bairro e a do entorno imediato). Para a exteriorização das ideias foram exaustivamente trabalhados os diagramas de conceito como resumo da proposta e evidencia os elementos citados. A interdisciplinaridade do Projeto 2 foi realizada com as disciplinas de Maquete, Computação Gráca 1 e Sistemas Estruturais 1 que serviram como apoio para alcançar os objetivos propostos.

Fernando Camargo Chapadeiro Rodrigo Santana Alves



tema O tema que será abordado é a educação, tendo como intuito projetar uma escola. Dessa maneira, é importante citar a importância que as instituições escolares têm em sociedade. As mesmas são responsáveis pela formação étnica e cultural do cidadão, aprendizagens em diversos campos da ciência, convívio em sociedade, além de ser um direito básico. É com essa missão que tem-se o intuito de desenvolver um projeto de Escola Pública de Ensino Médio. Este edifício pretende atender seu espaço à 180 alunos, aos prossionais, respeitar a comunidade em seu entorno e o ambiente que será inserido. O projeto busca uma sistematização que atenda a um ambiente confortável para o ensino coletivo e individual, para o convívio e lazer, com administração, higienização, segurança impecáveis.

Assim, a escola será organizada em setores, sendo: pedagógico, administração, convívio e serviço. Estes seguirão conexões diretas e indiretas, para melhor organização espacial. Além disso, a escola busca ser um ambiente incluso a todos os jovens que buscam fazer o ensino médio, ou seja, sem restrição étnica, religiosa, gênero ou orientação sexual, e assim, ressaltando mais uma vez a democracia e igualdade que deveria reetir nas escolas públicas do Brasil, como também, a qualidade do espaço que deve-se disponibilizar. Contudo, este projeto arquitetônico não será só mais uma escola de ensino médio pública, mas sim um modelo de ensino e espaço de qualidade para reetir nas competências que o Estado deve promover, de acordo com a Lei nº 13.415/2017 para a construção da mesma.



lugar O terreno em estudo será utilizado para a construção de uma Escola Pública de Ensino Médio para atender às necessidades estudantis dos jovens da região e redondezas. Sendo um lote quadrangular com ângulos não regulares, projetando uma área de aproximadamente 10.000m². Sua topograa é marcada por uma planície com uma inclinação suave de apenas 6m na direção Noroeste-Sudeste. Localiza-se no Residencial Reny Cury, na região sudoeste da cidade de Anápolis, em Goiás. Está na margem de divisa de dois bairros que rodeiam a região, sendo o Conjunto Habitacional Vila União à Oeste do Residencial Reny Cury. Ainda em relação ao mesmo residencial, à Noroeste esta o Residencial Copacabana, e em Sul está o bairro Viviam Parque. O terreno tem duas frentes para ruas coletoras em seu Leste e Oeste, já que na direção Sul de seu terreno se encontra uma Escola, fazendo com que a quadra seja voltada exclusivamente às instituições de ensino), e ao seu Norte há um muro. A via coletora à Oeste é chamada de Rua Copa 1, e à Leste se chama Rua RC 12. Além disso, na região circundante do terreno, à Norte se encontra a Avenida Lídia Souza, à Leste a Avenida Pedro Ludovico ( uma das artérias principais da cidade )e em Sul a Rua Copa 24. Todas com grande uxo, mas as que rodeiam o terreno em estudo é de baixo uxo. As rotas de ônibus próximas ao terreno fazem com que a quadra tenha dois pontos de ônibus, sendo um à Oeste (na Rua Copa 01),e outro ao Sul ( na Rua RC 4). Quanto ao uso do solo do entorno do terreno,

em seu Norte a área extensa não é construída ou ocupável; ao Sul, além da Escola na mesma quadra, tem- outra. Já à Leste e Oeste da quadra são áreas residenciais ( predominantemente de habitações unifamiliares populares de baixa renda, e algumas de média renda). À Nordeste do terreno, têm-se o Instituto Federal de Goiás. O terreno se encontra em um Estado que possui clima predominantemente tropical semiúmido, em que a temperatura média anual pode variar em 18 a 23 graus Celsius. Apesar da vegetação do Estado ser o Cerrado, não é aparente pois o terreno está inserido na zona urbana. Contudo, o clima inuencia fortemente a exposição solar e ventilação da região. Quanto a exposição diária solar, é entre 6:2518:00 da cidade de Anápolis. Já quanto sua orientação solar no terreno em estudo, é à Leste que ocorre o nascer do sol, à Norte que ocorre sua maior frequência solar, à Oeste ocorre seu pôr do sol,e na direção Sul que ocorre a menor exposição solar. Já em relação à ventilação do terreno, à Norte é o grande uxo de ventilação durante a estação chuvosa (Maio à Setembro), e à Leste é o grande uxo de ventilação durante a estação seca(Outubro à Maio). Cheios e vazios são um contraste dos elementos urbanos, ou seja, quadras com lotes construídos ou não, ruas e avenidas, praças, campos, rios. Neste caso, o que proporciona os cheios são as quadras quadrangulares e irregulares, sem simetria. Já os vazios são as avenidas orgânicas, as ruas lineares, além disso, a grande área não construída ao Norte do terreno.


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ACESSO/PERร METRO URBANO E SETOR

Anรกpolis-GO


a p a rno m to n e CIRCULAÇÃO

TERRENO VIAS ARTÉRIAIS DE GRANDE FLUXO VIAS COLETORAS DE PEQUENO E MODERADO FLUXO ESTRADA NÃO PAVIMENTADA (PEQUENO FLUXO)


TOPOGRAFIA DA REGIÃO DO TERRENO EM ESTUDO TERRENO INDICAÇÃO DO CORTE DO TERRENO

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CORTE DO TERRENO

PLANTA CADASTRAL


VENTILAÇÃO GRANDE VENTILAÇÃO DURANTE ESTAÇÃO CHUVOSA ( MAIO - SETEMBRO) GRANDE VENTILAÇÃO DURANTE ESTAÇÃO SECA ( OUTUBRO - MAIO) TERRENO

INSOLAÇÃO

e il s á n a


IMAGEM DE PEDRO VINÍCIUS

IMAGEM DE PEDRO VINÍCIUS


IMAGEM DE PEDRO VINÍCIUS

IMAGEM DE PEDRO VINÍCIUS



projeto A Escola é o espaço voltado para a aprendizagem, socialização, e integração. É o local onde o indivíduo se descobre cidadão, ser funcional, prossional e como parte de uma vasta comunidade. Esse processo ocorre durante longos anos, desde a infância até a adolescência. Todo este parâmetro faz com que este ambiente necessite de planejamento e infra estrutura para que a Escola seja o lugar adequado alcançando tais ideais e promovendo sua função perante a sociedade.

O espaço é uma Escola de novo Ensino Médio, que valoriza pertencer ao local de construção partindo de um princípio geométrico e particular: os pontos do terreno. Este será o grande determinante, que busca criar um volume com dois blocos e um grande espaço livre central com funções voltadas ao lazer e pensadas no paisagismo, visto que é uma Escola de período integral o contato com o exterior é de suma importância.


maquete do volume sem o teto e entorno escala 1:500


lugar. programa. volume.

setor pedagรณgico setor serviรงo

setor administrativo

maquete de volume e entorno escala 1:500


setor pedagógico setor serviço

setor convivência

setor administrativo

maquete de programa escala 1:500

acesso secundário (serviço)

acesso principal ( pedagógico e administrativo)

maquete de circulação e acessos escala 1:500


lugar. programa. volume. circulação. materialidade.

processo

o s s e e t c e o r u p aq m

maquete de volume e paisagismo escala 1:750


maquete de volume: vista lateral escala 1:750

maquete de volume escala 1:750


รกrea verde - grama passeios - continuidade da calรงada controle de acesso

pรกtio coberto

pรกtio descoberto

paisagismo escala 1:750

acesso serviรงo e adm.

acesso

lunos pais e a

acessos escala 1:750


circulação vertical:rampa e escada

circulação horizontal

programa e circulção 1º pavimento

circulação vertical:rampa e escada

u q a

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programa e circulção 2º pavimento

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circulação horizontal


convivência pedagógico

administrativo serviço

programa 1º pavimento e circulação escala 1:750

convivência pedagógico

administrativo serviço

programa 2º pavimento e circulação escala 1:750


estrutura: pilares escala 1:750

estrutura: lajes escala 1:750


estrutura: vigas escala 1:750

estrutura escala 1:750


metal

concreto madeira

materialidade escala 1:750

abertura zenital

brises pivotantes aberturas escala 1:750


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SERVIÇO: COZINHA CANTINA DEPÓSITO DE LIMPEZA DEPÓSITO DE ALMENTOS BANHEIRO MASC./ FEM./ PcD ALMOXARIFADO A=111m² (3,16% da área total)

PEDAGÓGICO: 6 SALAS DE AULA SALA DE INFORMÁTICA SALA DE CIÊNCIAS AUDITÓRIO SALA DE ESTUDOS BIBLIOTECA BANHEIRO FEM/ MAS/ PcD SALA DE PROFESSORES/COPA/REUNIÃO A=1.068m² (30,4% da área total)

ADMINISTRATIVO: SALA COORDENAÇÃO SALA DIREÇÃO LAVABO SECRETARIA RECEPÇÃO REPROGRAFIA

CONVIVÊNCIA: QUADRA POLIESPORTIVA PÁTIO COBERTO PÁTIO DESCOBERTO A=2.157m² ( 61,57% da área total)

A=167m² ( 4,76% da área total)


programa O programa deve ser planejado baseando-se nas funcionalidades escolares, número de pessoas e período que a Escola irá demandar. Desse modo, a escola conta com 180 alunos, além de seus docentes, e funcionários gerais. O período é integral, ou seja, vespertino e matutino. Logo, foi desenvolvido quatro setores: Pedagógico, Administrativo. Serviço, e Convivência, em apenas um pavimento. A setorização foi pré denida na maior busca por espaços de integração e convivência, pois como a escola é integral, áreas de lazer eram de suma importância. Isso foi feito por todo o pavimento, para que houvesse uma maior integração os dois blocos, e não fosse algo tão dividido. Isso resultou que 61,57% da área construída fosse para a Convivência. Além disso, é interessante ressaltar a busca pelos espaços voltados ao pedagógico sempre rodeados pela convivência e espalhados pela área escolar, porque a total separação dos setores na Escola não valorizaria a integração e faria com que todos cassem muito isolados e por uma questão de vigilância e controle. Ocupando cerca de 30,4% da área construída. O Serviço, sendo apenas 3,16%, está mais presente do lado norte do terreno,

próximo da área de convivência mais permanente, como quadras e pátios, mas sempre com fácil acesso para o administrativo e pedagógico para uma melhor circulação. Já o setor Administrativo, sendo 4,76% da área construída, está próximo da entrada principal da escola, para facilitar a comunicação e acesso entre os visitantes, professores e alunos. Além da questão de vigilância, pode-se citar a questão de insolação, em que toda a fachada sul terá os principais ambientes de longa permanência. A ventilação vinda do norte é a mais propicia, então seria interessante colocar a quadra poliesportiva e áreas de convivência de grande frequência a norte, que será mais ventilado. Mesmo sendo a fachada norte, a permanência desse local não será tão extenso como ocorre nas salas de aula ou administração. Contudo, as questões de insolação, ventilação, vigilância, a valorização da integração, a comunicação dos prossionais com os visitantes foi o que resultou no programa ao lado.



diagramas de conceito


A forma da escola se origina a partir do conceito radialidade. A mesma não se expressará em um ponto central ou ponto único, mas dentre os pontos do terreno.

Duas diagonais(D1 e D2) são traçadas no terreno, e em D1 é marcado os respectivos pontos: -o ponto de encontro das diagonais, dividindo D1. -metade da metade da diagonal D1. -metade da metade da metade da diagonal D1. D1 D2

Assim, linhas se originarão de alguns pontos em direção a dois pontos.

Tal processo determinará a cobertura da escola, que se tornará o elemento marcante da forma. Tal processo se repetirá novamente dos lados do terreno, -metade dos lados -metade da metade dos lados -metade da metade da metade dos lados


Porém, ao invés das linhas se prolongarem dos pontos laterais até para pontos do próprio terreno, serão linhas que se prolongarão dos 4 pontos do terreno para os pontos dos lados do terreno,

O que justica linhas prolongarem-se até alguns pontos do lado do terreno e em outros não até os pontos radiais é: -delimitar uma área que atenda ao programa extenso escolar, ou seja, as linhas no ponto radial não devem formar uma angulação nem tão aguda para gerar uma forma muito comprida, e nem tão obtusa para não formar algo tão espaçado e além de área necessária do programa. -reforçar a presença da diagonal, ou seja, a mesma enquanto ´´unicadora´´ das linhas da cobertura, agora dividirá o lote e reforçará na formação de dois blocos.

Assim, forma-se os dois blocos, e para reforçar o radial na cobertura, há diferença de altura e inclinação de suas águas. Contudo, as linhas naturais do terreno e a diagonal ( elemento unicador na cobertura e divisor nos blocos )nele traçado, em que nelas serão marcadas os pontos basean -do-se sempre na metade somado a presença do radial originará a forma da escola.






administrativo serviço

maquete diagramática de programa esc. 1:750

convivência pedagógico


maquete diagramรกtica estrutural esc. 1:750


topografia modificada esc. 1:250



o t fo e t e u q a m esso c a




maquete topograďŹ a natural esc. 1:250












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