Revista Projeto 2 2016-2 Leonardo Senna Dias

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Escola de ensino fundamental primeira etapa

UEG Arquitetura e Urbanismo Projeto 2 Estudante Leonardo Senna Dias Orientador Rodrigo Santana Alves


Introdução A cidade de Anápolis, estado de Goiás, possui cerca de 366 491 mil habitantes (IBGE 2015), localizada entre a capital do estado, Goiânia, e a capital federal, Brasília. É de grande importância econômica para o estado, devido ao seu polo industrial, sendo a segunda maior potência econômica de Goiás. A cidade surgiu de forma espontânea, não planejada, ocasionando em um crescimento de forma desordenada, criando a existência de bairros marginalizados, sendo em sua maioria residenciais, com infra estrutura básica, e raros edifícios públicos para o atendimento dos habitantes desses bairros. Um exemplo desses bairros é o residencial Reny Cury. O bairro é formado em sua grande parte por residências do projeto do Governo ‘’Minha casa, minha vida’’, atendendo

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uma parcela mais carente da população de Anápolis. Porém, um dos problemas para os habitantes desse bairro é a falta de prédios educacionais, como uma escola de ensino básico. As crianças da localidade tem a necessidade de locomover uma grande distância para ter acesso a uma escola de ensino básico, tendo que pegar transporte público, ou até mesmo andando grandes distâncias. O seguinte trabalho apresenta a proposta de uma escola de ensino fundamental primeira fase, com o objetivo de levar ao bairro Reny Cury um edifício para atender as crianças da proximidade com educação básica. O prédio proposto procura também não interferir no cotidiano dos moradores do local.


A educação básica no Brasil tem duração de nove anos, sendo dividido em duas fases, é obrigatória a matrícula para todas as pessoas com idade entre 6 e 14 anos. Regulamentado por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em 1996. A primeira fase, que corresponde aos primeiros cinco anos, é desenvolvido usualmente em classes com um único professor regente. No Ensino Fundamental de 1º ao 5º ano, a leitura e a escrita são ensinadas como veículos de comunicação com o corpo e com o mundo, preparando assim, sujeitos autônomos, seguros, capazes de internalizar valores de vida e de liberdade de expressão. Nesse sentido o trabalho pedagógico realizado assegura o estudo das diversas expressões e de todas as áreas do conhecimento, reconhecendo na infância o poder da imaginação, da fantasia, da brincadeira entendida como experiência cultural. “As brincadeiras, tanto as lúdicas quanto as educativas, têm um importante impacto para o desenvolvimento saudável e para a vida psíquica das crianças, uma vez que a ajudam a desenvolver habilidades cognitivas, físicas, sócio afetivas e morais, além de auxiliar a estruturar suas vidas emocionais.” BIANCO, Marcela. 2015.

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Terreno A área escolhida para realização da proposta do projeto se localiza na bairro Reny Cury, Anápolis, Goiás.

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O bairro se encontra demasiadamente afastado do centro da cidade, tendo seu principal acesso pela Avenida Pedro Ludovico.

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Terreno

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Ÿ O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - Câmpus Anápolis, também se situa no bairro escolhido para a realização do projeto.

Ÿ Avenida Pedro Ludovíco, principal acesso ao

bairro. Ÿ Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Carlos Drummond de Andrade. A creche se localiza de frente ao terreno proposto, o que gera uma conexão com o projeto, já que a creche atende crianças de 0 a 6 anos, enquanto a escola proposta é a

partir dos 5 anos.

Ÿ Terreno proposto

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Terreno

O entorno do terreno, em sua maior parte é formado por residências familiares, possui a existência de pequenos comércios na proximidade e por fim, o CMEI a sua frente.

No mapa Noli, pode-se notar a formação do entorno, com residências, a creche e algumas áreas vazias.

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Mapa topográfico. O terreno proposto tem um desnível de 5 metros, caindo da frente para o fundo.

O bairro é formado por 13 ruas, sendo quase todas locais, contendo duas coletoras que levam a Avenida de principal acesso, Pedro Ludovíco. Via local Via coletora

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CENTRO DE ENSINO FUNDAMENTAL JOSÉ CURI

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Projeto Durante a aula de campo, visitando o terreno, pode-se perceber a presença do chamado ‘’user experience’’, no caso se trata de um trieiro, o que demonstra o costume dos moradores daquela região em atravessar o terreno. Experiência do usuário (EU), do inglês user experience (UX), envolve os sentimentos de uma pessoa em relação à utilização de um determinado produto, sistema ou serviço. Também foi notado a presença de um ponto de ônibus, no qual, atualmente, muitas crianças usam para usar o coletivo até a escola mais próxima. A parada também é utilizada pelos moradores, não somente as crianças/alunos. Seguindo a proposta de não interferir de forma brutal e até mesmo melhorar o cotidiano dos habitantes do bairro, foi levado em conta essas observações do local.

Percurso criado pela população

Ponto de ônibus

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Levando em consideração o costume da utilização dos moradores para com aquele terreno, foi criado a proposta de uma praça, juntamente com a escola, para assim permitir a passagem já existente, criada pelos moradores.

O desenho contemporâneo da praça, foi obtido utilizando os pontos de convergência dos caminhos dos moradores, sendo eles o trieiro na diagonal, e a rua que se dá de frente a esquina do terreno, no qual foi seguido a linha da rua, dando uma continuidade a mesma, trazendo conforto e opção para o usuário se locomover para os pontos mais utilizados.

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Projeto AMARELINHA O jogo da Amarelinha, é uma atividade infantil muito conhecida e tradicional no Brasil. Ao mesmo que tempo que ajuda as crianças a conhecer e a escrever os números, também desperta e exercita as suas habilidades como contar, raciocinar e o equilíbrio. A sequência numérica que se exige para brincar de amarelinha incentiva a criança a desenvolver o raciocínio lógico matemático. Os saltos ou pulos que as crianças terão que dar, lhes dará mais agilidade, coordenação e força. O jogo consiste em pular sobre um desenho riscado com giz no chão. O desenho, apesar das suas variadas formas, apresenta quadrados ou retângulos numerados, começando do 1 e no topo o céu. Cada jogador, então, joga uma pedrinha, em um pé só nas casas isoladas e com os dois pés nas casas duplas, evitando a que contém a pedrinha. O objetivo do jogo é chegar ao céu. Assim como na amarelinha, a escola tem essa idéia de fazer a criança ‘’subir’’ até o ‘’céu’’, no caso da escola, seria o aprendizado da criança, levando-a subir cada vez mais, a aprender mais, a ser mais inteligente.

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PRIV ADO PÚB LICO

Seguindo a proposta conceitual da presença da praça, é traçado um eixo delimitador, separando a área que é de uso público, da área privada, destinada ao edifício da escola.

São adicionados pátios externos, para promover maior circulação de ar e iluminação. Consequentemente, ocorre o aumento da privacidade de alguns ambientes internos. É locado também a quadra de esportes, de forma que ela se conecte com todo o prédio.

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Acrescenta-se espaços de transição, afim de fazer uma circulação simples e prática, pelo motivo dos usuários do prédio serem em sua grande maioria crianças. O espaço cria também um acesso direto da praça, para dentro da escola.

A forma se assemelha a amarelinha, utilizando blocos quadrados com 9x9m e um volume retangular ao final, aonde se encontra a quadra, que relembra ao céu da amarelinha.

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Projeto A forma da amarelinha consegue ser bem livre, por ela ter diversos tipos de desenhos mas continuando com o mesmo conceito de ‘’subir’’ até o céu. Dessa forma, pode-se alocar o programa pedido dentro da forma proposta que é semelhante a da amarelinha.

PROGRAMA

CONVÍVIO

O programa proposto atende a crianças a partir dos 5 anos, contendo salas de aula para séries do 1º (primeiro) ano ao 5º (quinto) ano. Ele se divide em quatro principais partes, pedagógico, convívio, administração e serviço. Para se obter um acesso/conexão entre essas partes, é utilizado uma circulação retilínea entre eles.

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Disposição do programa no terreno, juntamente a parte pública. Con hec ime nto

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Para encaixar melhor o programa proposto e deixar seu volume de forma mais coerente, elevou-se o edifício em três pavimentos.

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progressão escolar

Projeto As salas de aula seguem a proposta da amerilinha de ‘’subir’’, sendo assim, as salas seguem um sentido de crescente, sendo as salas dos primeiros anos no térreo, e as dos quintos anos no último pavimento.

PRIMEIRO ANO SEGUNDO ANO TERCEIRO ANO QUARTO ANO QUINTO ANO

Foi optado por deixar as salas de aula nas extremidades do edifício para facilitar a circulação entre elas e ao mesmo tempo criar pequenos pátios de convívio.

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CONVÍVIO CIRCULAÇÃO PEDAGÓGICO ADMINISTRATIVO SERVIÇO

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Projeto

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Implantação Sem escala A escola municipal JosÊ Curi apresenta um grande volume, se destacando totalmente de seu entorno, no qual apresenta um gabarito baixo, enquanto a escola tem 3 pavimentos.

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