Revista Projeto 2 2020/1 – Lucas Eduardo de S. Tristão

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ensino médio Lucas Eduardo de S. Tristão


Universidade Estadual de Goiás Arquitetura e Urbanismo Projeto de Arquitetura 2 3º Período 2020.1


orientadores

Fernando Camargo Chapadeiro Rodrigo Santana Alves


o h l e m a m a d


o t o f r o e t e u q a


o t o a f m r u t


2020.1 Este volume faz parte da coleção da "revista prjt2" da disciplina de Projeto de Arquitetura 2 do 3º período do curso de Arquitetura e Urbanismo da UEG que investiga temas básicos de reexão e metodologia do projeto contemporâneo na escala do estudo preliminar e tem como meta a elaboração de projeto arquitetônico para uso educacional ou saúde com a capacidade de ordenação de espaços de complexidade moderada. Investiga a escala das relações entre arquitetura e espaço urbano: arquitetura, lugar e cidade e dá ênfase no estudo do programa de necessidades, na topograa e na preocupação com a acessibilidade. Neste semestre tratamos do tema Escola de Ensino Médio na Região Sudoeste de Anápolis. LUGAR, PROGRAMA, VOLUME, CIRCULAÇÃO e MATERIALIDADE são os elementos trabalhados durante o processo e

foram abordados como camadas durante as orientações. Isso permitiu o entendimento do processo de projetação, utilizando como apoio, desde do início, a maquete de estudo em duas escalas (a do bairro e a do entorno imediato). Para a exteriorização das ideias foram exaustivamente trabalhados os diagramas de conceito como resumo da proposta e evidencia os elementos citados. A interdisciplinaridade do Projeto 2 foi realizada com as disciplinas de Maquete, Computação Gráca 1 e Sistemas Estruturais 1 que serviram como apoio para alcançar os objetivos propostos.

Fernando Camargo Chapadeiro Rodrigo Santana Alves



tema A educação se constitui como direito fundamental e essencial ao ser humano e diversos são os documentos que colaboram com tal armação. O ensino público, aquele oferecido a todos os indivíduos pelo Estado por meio de impostos, é garantido pela Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, que arma que “é direito de todo ser humano o acesso à educação básica”, assim como a Declaração Universal dos Direitos Humanos que estabelece que “toda pessoa tem direito à educação”. Os sistemas de educação pública são diversos, variando conforme o país que o oferece, mas cobrem, usualmente, os períodos de educação básica e média e, em muitos casos, também o ensino superior. Referente ao ensino Médio, é de obrigatoriedade a oferta do mesmo pelo Estado, por meio da lei constatada nas Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, lei nº 9.394/96.

Portanto, garantindo e enaltecendo a grande importância do ensino Médio e que o mesmo é a última etapa da Educação básica, o tema projetual será uma escola de ensino médio, à qual garantirá por meio de leis e diretrizes uma boa arquitetura, capaz de formar além de estudantes, também melhores cidadãos. O processo projetual ocorrerá durante todo período, a qual todas as etapas serão necessárias para a formação de um projeto individual, com características peculiares e que atenda a população local. O mesmo será totalmente público sem nenhum m lucrativo, garantindo além de espaços planejados e bem elaborados, uma boa Educação. Lucas Eduardo de S. Tristão



lugar Como parte do desenvolvimento do projeto, será realizado a primeiro momento a análise do terreno situado em um bairro mais afastado do centro da cidade de Anápolis. O mesmo será um prédio público, portanto, atenderá de modo geral, a toda população, e de modo mais especíco, a todos os jovens. O terreno está situado entre 4 bairros (Residencial Reny Cury, Residencial Copacabana, Vivian Park e Conjunto Habitacional Vila União), os quais há uma predominância de casas construídas e compradas com o nanciamento do programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida”, promovidos pelo Governo Federal.

Próximo ao terreno há uma grande quantidade de casas e também há a presença de escolas públicas que foram construídas atualmente, como por exemplo o CMEI - Centro Municipal de Educação Infantil para crianças de 0 a 5 anos e também o IFGInstituto Federal de Goiás. Tendo a análise do terreno como ponto de partida para o projeto Arquitetônico, será analisado aqui, a primeiro momento, todas as características do macro e micro do terreno, buscando entender questões como as principais vias, acessos, insolação, ventos e relações do terreno com o entorno, buscando assim, uma maior conexão, adaptação e atendimento à toda população local.


Terreno Recorte aproximado Principais vias de acesso


Recorte Aproximado Terreno Principais vias Conj. Hab. Vila UniĂŁo Res. Copacabana Res. Reny Cury Viviam Parque

ro

ed

.P Av o

vic

do

Lu


Evolução dos bairros - 2005 Terreno

Evolução dos bairros - 2010 Terreno


Evolução dos bairros - 2015 Terreno

Evolução dos bairros - 2020 Terreno Conj. Hab. Vila União Res. Copacabana Res. Reny Cury Viviam Parque


Sistema Viário Terreno Vias - Maior fluxo Vias - Menor fluxo

Transp. Público Ponto de ônibus

a

Ru 2

-1

Rc

R

ua

C

op

a

01

a

Ru

0 Rc

4


Terreno

Rua Copa 01

Terreno

Rua Rc-12


Usos do solo Terreno Residencial Comercial Escolar


Planta Cadastral Terreno


TopograďŹ a m 71 0 1

m 10 73 m 10 74 m

Terreno

10 75 10 m 76 m

10

72

10

70

m

TopograďŹ a

A

m 77 0 1

A

8m

7

10

m

79 10

m 80 0 1

m 81 0 1

m 82 0 1 3m 108 m 84 0 1 m 85 0 1

Corte do terreno A-A Terreno


Insolação Terreno Inverno

Verão

Ventos Terreno

Chuvosa (maio/set.)

Seca (outubro/maio)



projeto Possuindo como tema projetual a ‘Escola de Ensino Médio’, é colocado para nós, discentes, um grande desao em se projetar algo que será utilizado de maneira integral por uma parte da população que anseia sonhos e deseja mudanças. É cabível então se perguntar como projetar uma escola que será mais que um simples edifício, pois a mesma será uma geradora de futuros e de melhores cidadãos, tendo um papel fundamental para toda a população. Para resolver tal questionamento é necessário observar as necessidades da população local am de que a escola consiga transmitir valores e desempenhe um bom papel na sociedade. Deste modo, ao se analisar as características mais alarmantes do entorno é observado uma grande carência de lugares que proporcionam a interação, comunicação e

entretenimento, ou seja, propiciem a alegria e a diversão. Portanto, com foco nesses locais que possibilitam a interação, a comunicação e a diversão, a ideia projetual tem-se início. Com suma necessidade, é importante ressaltar também as intenções projetuais por trás da idealização. O ambiente escola, como dito anteriormente, deve suprir as necessidades básicas para se formar bons cidadãos, para isso, é necessário que o edifício possua uma arquitetura que qualique e acolha todos os alunos. É necessário pois, se pensar em todas as necessidades impostas pelos alunos para que ocorra uma boa educação e uma boa arquitetura.

Lucas Eduardo de S. Tristão.


Maquete de Volume e Lugar. Escala 1:500

Maquete de Volume e Lugar.Escala: Escala 1:500 1:500


lugar. programa. volume.

processo Acesso Serviço

Acesso Alunos

Acesso Funcionários

Administrativo Convivência Educacional Serviço

Maquete de Programa com intervenções. Escala 1:500


Maquete de Volume e Lugar. Escala 1:500

Maquete de Programa. Escala 1:500


Maquete de Volume e Lugar. Escala 1:500

Maquete de Programa. Escala 1:500


Maquete de Volume e Materialidade. Escala 1:500

Maquete de Volume e Materialidade. Escala 1:500


lugar. programa. volume. circulação. materialidade.

processo

Maquete de Volume e Materialidade. Escala 1:500


Concreto armado Ferro

Maquete de Estrutura. Escala 1:500

Maquete de Estrutura. Escala 1:500


Administrativo Convivência Pedagógico Serviço

Acesso Alunos Acesso Serviço

Acesso Funcionários

Maquete de Programa e Circulação. Escala 1:500

Maquete de Programa e Circulação. Escala 1:500



estudo preliminar

processo


Convivência

Serviço

Quadra Refeitório Pátios

Lavanderia Cozinha Depósitos Copa Banheiros

Adm. Pedagógico Salas Biblioteca Laboratórios

S. Professores Coordenação Secretaria Recepção Arquivo Reprografia Almoxarifado

O setor de Convivência representa cerca de 71% da área construída.

O setor Pedagógico representa cerca de 17% da área construída.

O setor Administrativo representa cerca de 9% da área construída.

O setor de Serviço representa cerca de 3% da área construída.


programa

A utilização da escola se dará principalmente por 180 alunos do Ensino Médio (que permanecerão na escola em período integral), pelos professores e pelos funcionários da administração e serviço. O programa será determinado inicialmente pela denição do setor de convivência (engloba lugares de estar, cantina e quadra poliesportiva) que será distribuído ao longo de todo edifício fazendo com que o mesmo se torne o local de circulação. O setor pedagógico (que abrange as salas de aula, biblioteca e laboratórios) cará, em sua maior parte, em um único lado do edifício am de que o grande uxo e circulação dos alunos seja mais intenso apenas nesse local.

O setor administrativo (que inclui sala dos professores e de reunião, coordenação, diretoria, reprograa, arquivo, recepção e almoxarifado) cará no lado contrário ao do pedagógico, possuindo a nalidade de se separar o uxo dos professores e dos pais com o grande uxo dos alunos. Tal colocação possibilita a entrada de pessoas na escola sem que aconteça o contato direto com os alunos. O setor de serviço (que incorpora cozinha, lavanderia e depósitos) cará situado de maneira conjunta em um único local do edifício am de que a manutenção da escola seja feita de modo mais pratico e rápido. O mesmo terá uma entrada exclusiva am de facilitar a disponibilização dos serviços necessários na escola.


o t fo e t e u q a m om o c ã ç n e v r e t in


diagramas de conceito


A ideia se inicia a partir da análise do entorno, buscando e visando a identicação de elementos que tipicam a vida, rotina, necessidades e características mais alarmantes da sociedade local.

Ao se analisar os bairros adjacentes do terreno percebe-se um grande contraste entre os cheios e vazios ocasionados pela diferença entre os tamanhos das residências. Visto que todas as casas são provindas do programa ‘Minha Casa Minha Vida’ e que possuem a mesma metragem quadrada, é cabível se perguntar o porquê dentre as mesmas algumas possuírem tamanhos variados.


Esses tamanhos variados são ocasionados por meio de um anexo que os próprios moradores constroem aumentando assim a metragem da residência. Esse aumento de área identica uma característica bastante peculiar referente a vida da população local: necessitam de um espaço a mais do que é propiciado pela casa fornecida pelo governo.

Casas padrão

Casas com anexo

Portanto, analisando os cheios e vazios e os motivos dos mesmos, pode-se destacar as casas padrões (aquelas que são provindas do programa MCMV e que não possuem anexo) e as casas que também são do mesmo programa e que possuem anexo. Diante disto, é visto pois, que a população é encarecida de locais que possam servir desde uma área de lazer ou até mesmo a uma garagem, ou seja, necessitam de um local a qual irá suprir vários tipos de atividades e usos diferentes daqueles que ocorrem dentro da própria residência.


Voltando-se para o projeto da escola de Ensino Médio, o mesmo irá girar entorno desses anexos produzidos pela própria população, na qual os locais de estar e de convivência terão uma enorme importância na ideia projetual. Portanto, o volume terá início por meio da denição desses espaços, na qual todo local que tenha uma atividade direcionada terá também espaços de convivência, ou seja, os mesmos serão locais de lazer e não possuirão uma atividade direcionada.

Tendo o conhecimento que os anexos ocorrem tanto na frente quanto atrás das residências, a escola também trará essa proposta em sua formação.

atividade direcionada

lazer/convivência


Os locais de convivência estarão presentes ao longo de todo o edifício, fazendo com que estes sejam a principal característica e idealização do projeto. Os mesmos também serão responsáveis pela área de circulação do edifício.

Cada espaço terá o tamanho necessário para suportar o programa que ocorrerá no mesmo, portanto, os espaços terão tamanhos diferentes mas ambos os lados do edico serão simétricos por meio da utilização de espaços de convivência maiores ou menores.

Administrativo

Pedagógico

Serviço

Convivência


A disposição e implantação da escola será formada a partir da necessidade de não possuir um volume que se destaque em maior âmbito no edifício.

+3,0

+1,0

Portanto, a quadra poliesportiva será implantada em um local mais baixo do terreno, cando 2 metros abaixo do nível do restante da escola, fazendo com que o volume da mesma não se destaque tanto por conta do pé direito necessário neste local.


O restante da escola (lugar ao qual está presente o setor de serviço, pedagógico, administrativo e também de convivência) será implantado em um nível mediano do terreno (2 metros à cima do nível da quadra), ao qual facilitará os acessos dos alunos, pais e servidores na escola.

+3,0

Corte Esquemático

Todo o volume do edifício possuirá diferentes inclinações da cobertura, fazendo uma referência ao grande contraste dos telhados existentes no entorno. A materialidade do mesmo também estará relacionado ao entorno.









1



N

-1.0

-1.0

-0.75 -0.50 -0.25

-0.75

0.0

0.25

-0.50 0.50

RN=

0.0

CEM ITÉR IO

-0.25

0.0

0.75

1.0

L

EÁVE A. PERM +1,0

0.25

C 1.25 0.50

1.50

0.75

1.0

1.75

EIO PÚBL

ICO

+1.75

SO ACES IÇO SERV

PASS

1.25

2.0

SOBE i=20%

SERV

IÇO

+2.75

1.50 QUAD

RA POLI

RTIVA ESPO

+0,75

2.25

1.75

2.50

B

2.0 OS SO ALUN ACES +2.75 SO ACES OS ALUN

2.75

3.0

ERTU .COB PROJ PROJ

.COB

ERTU

RA

RC-1

2.75

RA

RUA

2.50

RUA COPA 01

2.25

2

ÃO

ULAÇ

CIRC

+2.75

A

RNO

EXTE PÁTIO +2.70

3.25

3.50

SO ACES S STRE PEDE

3.25

3.0

3.50

3.75

E DESC i=8%

RA

ÃO ULAÇ CIRC

PROJ

.COB

ERTU

3.75

+2.75

4.0

A

4.0

4.25 4.25

4.50 4.50

L EÁVE A. PERM +2.65

4.75

C 4.75 5.0

B

5.25

5.0

5.50 5.50 5.25

5

10

20m

5.0

4.75

4.50

4.50

4.75

2

5.0

5.25

PLANTA TÉRREO

5.25



N

-1.0 -0.75 -1.0

-0.50 -0.25

-0.75

0.0

0.25

-0.50 0.50

CEM ITÉR IO

-0.25

0.0

0.75

1.0

0.25

C 1.25 0.50

0.75

1.50

1.0

TELH

LICA A METÁ i= 15%

1.75

LICA

A METÁ i= 15%

SO ACES IÇO SERV

TELH

1.25 LICA

A METÁ i= 15%

2.0

SOBE i=20%

TELH

LICA

A METÁ i= 15%

TELH

1.50 LICA

A METÁ i= 15%

2.25

TELH

LICA

TELH

1.75

A METÁ i= 15%

ÃO ICAÇ

2.50 LICA

A METÁ i= 15%

TELH

.EDIF PROJ

B

2.0 SO ACES OS ALUN

A METÁ i= 15%

LICA

2.75

RUA COPA 01

TELH

LICA

LICA A METÁ i= 15% TELH

LICA A METÁ i= 15%

LICA

EXTE PÁTIO +2.70

RNO

A

3.50

A METÁ i= 15%

TELH

LICA

A METÁ i= 15%

PROJ

3.75

TELH

3.75

3.25

E DESC i=8%

LICA

.EDIF

ICAÇ

ÃO

3.50

3.0

SO ACES S STRE PEDE

ÃO

ICAÇ

LICA

.EDIF

A METÁ i= 15%

3.25

PROJ

TELH

A METÁ i= 15%

TELH

2

TELH

3.0

A METÁ i= 15%

LICA

A METÁ i= 15%

TELH

RC-1

2.75

TELH

2.50

A METÁ i= 15%

RUA

LICA

TELH

2.25

TELH LICA A METÁ i= 15%

4.0

LICA

A METÁ i= 15%

TELH

A

4.0

4.25

TELH

A METÁ i= 15%

LICA

TELH

A METÁ i= 15%

LICA

4.25

4.50

LICA A METÁ i= 15%

TELH

4.50

4.75

C 4.75 5.0

B

ESCOLA

5.25

5.0

5.50 5.50 5.25

5

10

20m

5.0

4.75

4.50

3

4.50

4.75

5.0

5.25

PLANTA COBERTURA

5.25



L.N.T.

4

L.N.T.

5

L.N.T.

6


N

-1.0 -0.75 -1.0

-0.50 -0.25

-0.75

0.0

0.25

-0.50 0.50

0.75

CEM

-0.25

ITÉR I

0.0

O

1.0

0.25

1.25 0.50

1.50

0.75

1.0

1.75

1.25 2.0

1.50 2.25

1.75

2.50

2.0

2.75

2.25

RC-1

RUA COPA 01

RUA

2.50

2.75

2

3.0

3.25

3.0

3.25

3.50

3.75 3.50

3.75

4.0

4.0

4.25 4.25

4.50 4.50

4.75

4.75 5.0

5.25

ESCOLA

5.0

5.50 5.50 5.25

5

10

20m

5.0

4.75

7

4.50

4.50

4.75

5.0

5.25

TOPOGRAFIA NATURAL

5.25


8

TOPOGRAFIA MODIFICADA





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