Naturale 32 ed

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Foto: Jussara Rocha

Naturale 32a edição Maio/Junho - 2015

ISSN 2237-986X 2 Atitude no trânsito o poder de preservar vidas!

Caros leitores e leitoras Estamos em Maio, além do céu azul e de temperaturas em baixa, a paisagem toma novos tons e as montanhas passam a ser o local preferido para viagens... O turismo rural, de aventura, as aconchegantes pousadas com suas lareiras, o café quentinho acompanhado de quitandas, começam a aquecer as manhãs frias e ensolaradas desta época. O turista tem procurado em suas viagens não apenas conhecer lugares bonitos, mas também viver a experiência da vida local, conhecer os costumes, saborear os pratos típicos, viver sua história... Aproveitar este interesse e alavancar roteiros que proporcionem estas vivências são um dos principais objetivos das Associações Turísticas, que integram o empresariado, o produtor rural, os artesãos e o governo local em regiões para o desenvolvimento da economia e das potencialidades turísticas. O que para os habitantes destas regiões pode ser algo simples como comer uma fruta no pé ou colher as folhas para a salada, para os habitantes de grandes centros é o que há de diferente e prazeroso... Maio também é o mês da campanha de Segurança no Trânsito e Atenção pela Vida, o Maio Amarelo. Este movimento que teve início no Brasil já conta com a participação de vários países e visa uma maior conscientização da importância de exercermos nossa individualidade seja como pedestre, ciclista, motociclista ou motorista, de forma respeitosa, prudente, sem colocar a nós e aos outros em situação de risco. Importante saber que temos o poder de modificar esta triste realidade do trânsito brasileiro que, diariamente, ceifa milhares de vidas e mutila outras tantas. Pense nisso, sua atitude diária é poderosa, você tem o poder de modificar situações e ser exemplo para os demais, mas lembre-se, esta mudança começa em você! Boa leitura! Elaine Pereira

3 Por um caminho mais seguro para a produtividade e resultados 4 Câmara aprova prisão para quem matar cães e gatos 5 Território Mantiqueira avança com promoção de destinos 6 Turismo, um setor que se constrói no coletivo 8 Câncer bucal 10 Tecnologia de Sistemas Ultravioleta (UV) no combate às bactérias resistentes em ambientes hospitalares 12 Arteterapia, a escrita como instrumento do processo de equilíbrio emocional e qualidade de vida 14 Qualidade em serviços I 15 Erros e frustrações são parte da jornada rumo ao sucesso 16 Energia elétrica solar

expediente Naturale é uma publicação da DIAGRARTE Editora Ltda-ME CNPJ 12.010.935/0001-38 Itajubá/MG Editora: Elaine Cristina Pereira (Mtb 15601/MG) Colaboradores Articulistas: Conrado Navarro, Daniela Sachs, Dra. Gracia Costa Lopes, José Aurelio Ramalho, Jussara Rocha, Margarida Maria Silveira, Paulo José Braz Rosas, Paulo Roberto Labegalini, Robson Ribeiro Rodrigues, Rodrigo Ramos, Rosalina Marangon Lima Medeiros. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto Gráfico: Elaine Cristina Pereira Capa: Foto do acervo do Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas (flickr) Vendas: Diagrarte Editora Ltda-ME

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Impressão: Vox Gráfica

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Atitude no trânsito, o poder de preservar vidas! Por Elaine Pereira

A cada dia o assunto trânsito fica mais em evidência. De modo geral as pessoas ligam a palavra trânsito apenas a congestionamentos e veículos automotores, considerados os vilões da história. Mas este termo tem uma abrangência muito maior e se refere também aos pedestres, ciclistas, transportes coletivos, às condições das vias e calçadas... Trata-se de um tema transversal que atinge a todos, tanto poder público como sociedade civil. A onipotência em achar que se pode transitar sem que nada aconteça evidencia o excesso de imprudência das pessoas independente do papel que exerçam no momento, ou seja, conduzindo um carro falando ao celular ou dirigindo de forma a colocar a segurança dos demais veículos em risco; como pedestre atravessando a rua sem olhar; como ciclista circulando na contra mão ou no meio da via; como motociclista fazendo manobras arriscadas para ultrapassagem, mal este que também acomete os condutores de veículos de grande porte; falta de obediência às leis de trânsito e às sinalizações das vias, entre outros tantos exemplos que presenciamos diariamente. Falta de manutenção de veículos, vias com sinalização falha ou inexistente e pistas inadequadas também contribuem com o crescente número de acidentes e diferentemente de que muitos pensam, eles não acontecem apenas com os outros, todos nós ao sairmos de casa

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temos, infelizmente, a possibilidade de fazer parte deste contingente. Ai vem a pergunta: os custos relacionados a perda de vidas, bem como de tratamentos e ações educativas para o trânsito que mobilizam bilhões além do impacto emocional que geram em milhares de famílias, algumas das quais demoram muito para se reestruturar emocional e economicamente com a perda do familiar poderiam ser evitados? Sim, poderiam! Se cada um assumir a responsabilidade de ter mais atenção e gentileza no trânsito, de seguir regras básicas de convivência e lembrar de transitar de forma colaborativa e não de forma onipotente, a realidade será outra. Interessante que os hábitos modernos que nos trazem os benefícios da tecnologia podem transformá-la em verdadeira armadilha, dirigir falando ao celular ou passando mensagens, por exemplo, nos torna elementos perigosos no trânsito colocando em risco não apenas a nossa segurança mas também as de outros seres que estejam no mesmo local que nós. Dirigir embriagado ou sob efeito de drogas e medicamentos também. O que nos tornou tão insensíveis e ao mesmo tempo com a ilusão de sermos tão inatingíveis que nos colocamos nas vias de forma autônoma achando que só nós estamos ali? Esta é uma boa reflexão para fazermos. Como sugestão proponho que

por apenas 5 minutos nos protinfiquemos a fixarmos nossa atenção no exato momento presente, que nos desliguemos das preocupações, horários, etc., e que estejamos apenas dirigindo ou caminhando ou pedalando, prestando atenção em tudo que está ao nosso redor no momento presente. Experimente e vai perceber quanta coisa acontece e como você poderá estar exercendo esta atividade de forma integra e quantas descobertas fará. Apenas por 5 minutos libere sua mente de todas as preocupações e viva o momento presente. Tenho certeza que se surpreenderá com o resultado e como consequência terá um percurso seguro e ao chegar em seu destino todas as suas outras atividades fluirão melhor. O que mudou? A sua atitude! Se nos propuzermos a iniciar este exercício por 5 minutos diariamente e formos ampliando este tempo, certamente teremos um trânsito que poderá fluir sem riscos. Uma utopia? Creio que não, mas sim uma questão de sobrevivência, pois apesar de todas as leis e campanhas educativas ainda temos um dos maiores indices de mortes e mutilações pelo trânsito e apenas cada um de nós, fazendo a sua parte, tem o poder de reverter este quadro e contagiar mais pessoas a fazer o mesmo. Desta forma sim, podemos utilizar o sentimento da onipotência para preservar vidas! Afinal, a atenção à vida acontece a cada segundo! Um ótimo percurso para você!

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Por um caminho mais seguro para a produtividade e resultados Por José Aurelio Ramalho

Muitas empresas investem na prevenção e redução de acidentes no traba- dos resultados da empresa. Importante lho, com altos investimentos em treinamentos, EPIs (Equipamentos de Proteção ressaltar também as perdas nos invesIndividual), EPCs (Equipamentos de Proteção Coletivo) e nas próprias SIPATs timentos realizados com treinamento (Semanas Internas de Prevenção de Acidentes de Trabalho) pois, além da preo- e capacitação do colaborador que se cupação jurídica que o acidente causa, há também a perda da produtividade envolveu no acidente de trânsito. O acidente de trânsito traz tampela ausência parcial ou permanente do profissional acidentado. Estas ações de prevenção limitam-se muitas vezes às áreas internas da empresa e dentro do bém efeitos colaterais à produtividade, gerados muito além de seus colaboperíodo laboral. O aumento dos deslocamentos diários realizados pela maioria da popu- radores. Quando um familiar deste lação, dnos últimos anos, para diversas funções: trabalho, lazer, estudo, entre colaborador é vítima de um acidente outras; o aumento do número de veículos nas vias, associado à má formação do de trânsito, a empresa sofre com o condutor brasileiro faz o Brasil caminhar para o terceiro lugar no mundo em nú- afastamento desse empregado, numa mero de acidentes de trânsito. proporção direta ao grau de parentesQuando nos referimos aos acico da pessoa acidentada. dentes de trânsito, a situação se torna Outro ponto em que o acidente muito mais impactante dentro das de trânsito afeta a atividade empreempresas, pois pode ocorrer fora do sarial é com relação aos planos de horário de trabalho e também fora de saúde, cujos gastos acumulados num um ambiente controlado (dentro da determinado exercício irão impactar área da empresa, por exemplo); ou senos custos futuros a serem desemja, o risco é ampliado dezenas ou até bolsados pelos colaboradores e pela centenas de vezes. empresa. Todos os trabalhadores, indepenDesta forma, o treinamento dos dente do cargo que ocupam, precisam colaboradores para uma cultura de se deslocar para chegar ao trabalho segurança no trânsito, a qual será espor meio do transporte coletivo, carros tendida e disseminada aos seus faparticulares ou ainda de motocicleta, miliares, é uma excelente ação de responsabilidade social, uma vez que a emprebicicleta ou a pé. Ou seja, o trânsito sa estará investindo na prevenção dos riscos que geram os acidentes. É esta a nossa proposta. Com uma metodologia que estimula o conheciestá presente em todas as atividades mento, a habilidade e a atitude, o Observatório Nacional de Segurança Viária do cidadão. Qualquer acidente de trânsito que realiza ações junto aos colaboradores com conteúdos diversificados, ferramentas envolva um colaborador vai signifi- atuais que chamem a atenção do público alvo sobre segurança viária e veicular, car afastamento do trabalho, reposi- visando a reflexão e consequentemente a mudança de comportamento no trânção dessa mão-de-obra, atrasos em sito, sendo esta benéfica para a boa produtividade e bons resultados. cronogramas e decisões, além da con- José Aurelio Ramalho, diretor-presidente do ONSV (Observatório Nacional de Segurança sequente perda de produtividade e até Viária).

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Foto: www.google.com

Câmara aprova prisão para quem matar

cães e gatos

Por Elaine Pereira

Uma boa notícia, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, em 29 de abril de 2015, o Projeto de Lei 2833/11, do deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP), que criminaliza condutas contra a vida, a saúde ou a integridade de cães e gatos. A matéria, aprovada na forma de uma emenda substitutiva do deputado Lincoln Portela (PR-MG), será votada ainda pelo Senado. De acordo com o texto, matar cão ou gato terá pena de detenção de 1 a 3 anos. A exceção será para a eutanásia, se o animal estiver em processo de morte agônica e irreversível, contanto que seja realizada de forma controlada e assistida. Se o crime for cometido para controle populacional ou com a finalidade de controle zoonótico, a pena será de detenção de 1 a 3 anos. Neste último caso, ela será aplicada quando não houver comprovação de enfermidade infecto-contagiosa que não responda a tratamento. Essas penas serão aumentadas em 1/3 se o crime for cometido com emprego de veneno, fogo, asfixia, espancamento, arrastadura, tortura ou outro meio cruel. Assistência e abandono

Para o agente público que tenha a função de preservar a vida de animais

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e não prestar assistência de socorro a cães e gatos em situações de grave e iminente perigo, ou não pedir o socorro da autoridade pública, a pena será de detenção de 1 a 3 anos. O abandono de cão ou gato provocará a detenção por 3 meses a 1 ano. O abandono é definido pelo projeto como deixar o animal de sua propriedade, posse ou guarda, desamparado e entregue à própria sorte em locais públicos ou propriedades privadas. Rinha de cães

No caso da rinha de cães, a pena será de reclusão de 3 a 5 anos; e a exposição de cão ou gato a perigo de vida ou a situação contra sua saúde ou integridade física provocará detenção de 3 meses a 1 ano. Aumento de pena

Todas as penas previstas no projeto serão aumentadas quando, para a execução do crime, se reunirem mais de duas pessoas. Interesse da sociedade

O autor da proposta disse que o projeto vai ao encontro das expectativas dos eleitores. “Estamos decidindo dentro do que a sociedade nos pede”, disse Tripoli. “Cada vez mais cresce a preocupação da sociedade brasileira para

corrigir essas práticas de covardia que ainda acontecem”, acrescentou o deputado Daniel Coelho (PSDB-PE). Segundo ele, estatísticas demonstram que quem maltrata animais tende a maltratar idosos, crianças e mulheres. Já o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) considerou uma “loucura” a Câmara votar a proposta, porque, em sua avaliação, ela pode causar superlotação de presídios. “Seria preciso usar o Maracanã para colocar as pessoas que agem contra cães e gatos.” Bem, esta última observação demonstra o quanto esta lei é necessária, pois a impunidade com a crueldade para com os animais é absurda. Faço votos que leis como esta possam surgir para beneficiar também outros animais, pois hoje não apenas cães e gatos fazem parte dos chamados "animais domésticos", há outras espécies que continuam sendo abandonadas, torturadas e mortas apesar de estarem protegidas pela Lei Federal 9.605/98: "crimes cometidos contra os animais geram pena de 3 meses a 1 ano". "Muitas vezes estas penas são pagas com prestação de serviços à comunidade ou cestas básicas. Com a nova lei que prevê penas maiores os infratores poderão ser presos", segundo Tripoli. Fonte: Agência Câmara Notícias.

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Território Mantiqueira avança com promoção de destinos

Fotos: Jussara Rocha, Elaine Pereira e Sérgio Biagioni.

Por Rodrigo Ramos e Elaine Pereira

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O Território Mantiqueira hoje composto por 3 cidades paulistas (Campos do Jordão, Monteiro Lobato e São Francisco Xavier – distrito de São José dos Campos) e 7 mineiras (Brazópolis, Carmo de Minas, Cristina, Gonçalves, Pedralva, Piranguinho e Piranguçu) é gerenciado pela ADITM (Associação de Desenvolvimento Integrado do Território da Mantiqueira). Ao completar 10 anos de existência com trabalho desenvolvido com o Programa Brasil Próximo em parceria com a região da Toscana (Itália), a COSPE (Cooperazione per Svilupo Paesi Emergenti) e a Presidência da República Brasileira, tem entre suas atribuições o Observatório do Turismo e a Agência de Promoção do Território Mantiqueira. No dia 30 de abril, a nova sede da ADITM localizada na cidade de Campos do Jordão (SP) foi inaugurada. O evento conduzido pela presidente da ADITM e prefeita de Monteiro Lobato (SP) Daniela de Cássia Santos Brito, contou com a presença dos prefeitos Frederico Guidoni Scaranello e esposa (Campos do Jordão-SP), Antonio Carlos Silva (Piranguinho-MG), João Mauro Bernardes (Brazópolis-MG), secretários de turismo dos demais municípios associados, integrantes da Missão Comercial da Agência de Promoção e representantes de setores ligados ao turismo e da editora da revista Naturale. A Associação busca se posicionar no cenário regional como uma das

principais representantes do setor turístico, com papel de integrar e fortalecer as características que fazem do Território Mantiqueira um destino sem fronteiras! A inauguração da sede foi um dos pontos altos dos trabalhos da Missão Comercial que aconteceu entre os dias 29 de abril a 03 de maio com representantes do turismo da região da Toscana (Itália), de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, que foram acompanhados por Rodrigo Ramos, Agente de Promoção do Território Mantiqueira. Integraram a comitiva: Leila Pruneti, representante da Agência de Promoção da Região Toscana; Giulia Spennato representante da Agência Avventure nel Mondo de Roma; Luigi Lazzarini, representante da Agência Walden Viaggi de Florença; Roberto Mazzà, representante da Federparchi (Federação do Parques Italianos) de Roma; Jussara Rocha, representante da empresa Raízes Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais; Luiz Del Vigna, representante da empresa Nomad Consultoria e Turismo de São Paulo; Rafael Lopez, representante da Agência Terra Brasilis do Rio de Janeiro. Os participantes visitaram Campos do Jordão (SP), as cidades mineiras de Pedralva, Cristina, Piranguinho, Brazópolis, e concluíram a missão nas cidades paulistas de São Francisco Xavier e Monteiro Lobato. Com a finalidade de promover o

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Território Mantiqueira e suas potencialidades para o desenvolvimento de novos produtos turísticos, vários foram os momentos de troca de experiências entre os participantes e os representantes do turismo da região, que apresentaram seus atrativos e demonstraram que o Território Mantiqueira possui características especiais e únicas. Para Leila Pruneti, "o Território Mantiqueira reúne em seus municípios atrativos tão diversificados, que vão da tradicional e histórica cultura do cultivo do café aos maciços rochosos de rara beleza cênica que propiciam o desenvolvimento do ecoturismo. Com rica culinária que vai da típica comida regional ao mais sofisticado restaurante de cozinha internacional, tudo faz desta região uma joia a ser lapidada, onde o turismo com certeza contribuirá e muito para o desenvolvimento e posicionamento como destino desejado pelos visitantes, tanto brasileiros quanto internacionais". Para Rodrigo Ramos, "esta missão comercial, que contou com o apoio da COSPE Itália, entidade parceira da ADITM na realização do Programa de Cooperação Brasil Próximo, foi mais uma ação exitosa no caminho da promoção do turismo do Território. A presença de profissionais italianos e brasileiros dos principais mercados emissores (SP/MG/RJ) por certo alavancará a divulgação deste destino, e, em paralelo, contribuirá para a integração dos municípios que hoje estão associados à ADITM. Foi possível ver isso durante a visita, cada munícipio apresentou o que mais o caracteriza e o que de melhor tem a oferecer em termos de cultura, natureza, gastronomia, artesanato, história e arte. Foi com certeza a primeira ação de promoção real do Território Mantiqueira e agora temos muito trabalho pela frente, com bons ventos soprando a nosso favor". A ADITM além de trabalhar para o desenvolvimento desta região que hoje conta com 10 municípios está aberta a ampliá-la, agregando novas cidades da Mantiqueira, o que tornará o Território Mantiqueira ainda mais forte e atrativo.

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Turism o um setor que se constrói no coletivo Por Jussara Rocha

Viajar renova a alma e abre as portas para um mundo de conhecimentos e novos olhares sobre culturas diversas, histórias genuínas, ambientes e paisagem que fazem com que o visitante seja cada dia mais um protagonista do destino e não apenas um observador. Viagens também nos aproximam de pessoas e lugares e demonstram a cada dia seu poder transformador em destinos e comunidades pelo país afora! Num mundo amplamente conectado em redes de pessoas, organizações e atividades, a informação flui em tempo real eliminando fronteiras e comunicando um universo até muito pouco tempo desconhecido. As motivações são diversas e as formas de realizar uma viagem também. O que importa é a qualidade da experiência que se busca atingir, seja ela muito próxima do seu local de origem, seja em lugares remotos do planeta. Para um mundo em movimento e cheio de desafios e desconstruções, viajar representa cada vez mais uma possibilidade de encontros, de trocas, de renovação da bagagem interior e de inspiração. Por isto, viagens estão definitivamente na cesta de consumo de milhões de pessoas pelo mundo. E não tem sido diferente no Brasil! A atividade turística em si constitui uma rede aceleradora da economia local/regional que ganha velocidade à medida que os atores compreendem a importância de sua real presença e participação no processo de desenvolvimento. Enquanto setor econômico que movimenta uma cadeia significativa, a velocidade e a qualidade de conexão dos elos de uma rede no turismo é diretamente proporcional à conquista de resultados efetivos e multiplicadores para seus integrantes. Ai se concentra a importância de um processo coletivo de desenvolvimento do turismo e foco principal do Programa de Regionalização do Turismo como estratégia central para o avanço do setor, uma vez que propõe uma forma integrada de gerir a atividade. O cenário mundial e as tendências de crescimento do setor demonstram que o turismo é apontado como atividade econômica dinâmica e capaz de gerar empregos, distribuir renda e promover os centros receptores, valorizando sua cultura e suas riquezas naturais. Regionalização é a proposta prática de gestão compartilhada entre os atores e a conexão equilibrada com o mercado – um dos sistemas relevantes do turismo, e os ativos sociais, culturais e ambientais dos destinos e regiões. Destaca-se a importância de envolvimento e integração da iniciativa privada, do setor público, terceiro setor e comunidades anfitriãs no processo de desenvolvimento do turismo, das localidades com potencial ainda a ser desenvolvido, mesmo que estas, muitas vezes possuam carência de infraestrutura, pois o turismo pode representar uma parcela de benefícios para as populações. Minas Gerais, pioneira nesta estratégia de gestão regionalizada e coletiva no país, possui atualmente 46 regiões turísticas, aproximadamente 12 na região sul do estado. Um movimento e exercício cotidiano de enxergar o desenvolvimento por meio da integração e não mais como exclusividade de apenas um destino. Aproveitar potenciais significativos, onde cada destino revela sua identidade e se complementa ao outro com a valorização da experiência do visitante distribuindo economia numa região é a grande tônica do processo regionalizado. A possibilidade de animação permanente e planejada nestas regiões gerando interface entre setores públicos, privados e sociais cria uma Rede de

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Jussara Maria Rocha, Especialista em turismo, sócia consultora da empresa Raízes Desenvolvimento Sustentável.

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Brazópolis-MG

Gente de Fibra

Piranguinho-MG

Campos do Jordão-SP

Fotos: Jusara Rocha

Interlocução capaz de potencializar e instruir os interessados em uma nova forma de pensar, dimensionar e realizar o desenvolvimento regional integrado por meio do turismo. Ao mesmo tempo em que chama para o debate e a participação ativa os elementos da cadeia produtiva do turismo que recebe e distribui os impactos diretos da atividade. Na rede, não estamos sozinhos e a informação é socializada como objeto de construção permanente e visão de preservação e valorização dos destinos, sua gente e seus elementos de singularidade. Esta é a essência do Programa de Regionalização: ativar o cenário coletivo e instruir os atores para a prática permanente de avançar com sustentabilidade e inovação gerando trabalho, renda, equidade econômica, valorização cultural, preservação ambiental e protagonismo regional. O Programa trouxe mudanças profundas relativas ao ordenamento da atividade em todo o país nos seus 10 anos de atuação, a partir de debates, discussões, proposições e estudos técnicos que geraram uma política de interlocução entre governos, sociedade e trade turístico, e mais do que isso, apresentou-se como um eixo norteador de uma política nacional de turismo alinhando os estados, regiões e municípios com a esfera federal. Também se apresenta como um grande exercício de transversalidade. Nele não há processo de exclusão, ao contrário, a inclusão de atores e agentes diversos, pessoas interessadas, empresas e organizações públicas e privadas atuam em frequente articulação para o desenvolvimento coletivo e estruturação de destinos. O Programa deu voz aos elementos chave do turismo, estimulando a convergência de ideias e a estratégia de atuação descentralizada e desconcentrada, num país com território continental e pluralidade cultural tão acentuada. Dois exemplos práticos de integração para o desenvolvimento do turismo na região são a criação da Associação do Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas, em 2003, com a participação de 11 municípios (Brazópolis, Conceição das Pedras, Cristina, Delfim Moreira, Itajubá, Marmelópolis, Pedralva, Piranguçu, Piranguinho, Santa Rita do Sapucaí e Wenceslau Braz) e a implantação do Programa Brasil Próximo de Cooperação Brasil-Itália que integra municípios da Serra da Mantiqueira em Minas Gerais e São Paulo formando o chamado Território Mantiqueira, gerido pela Associação de Desenvolvimento Integrado do Território da Mantiqueira com a participação de Piranguinho, Piranguçu, Brasópolis, Gonçalves, Carmo de Minas, Cristina, Pedralva, Campos do Jordão, São Francisco Xavier e Monteiro Lobato. Se queremos o turismo viável como setor ativo da economia, causando impactos positivos e transformadores para a sociedade, devemos planejar e atuar, considerando o mecanismo da integração dos municípios e seus agentes sociais. Porque turismo só se viabiliza no coletivo e isso passa pelo desprendimento, pela organização, pelo trabalho cooperado e pela compreensão de que não avançaremos sozinhos!

Cristina-MG

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Câncer bucal Pela Dra. Gracia Costa Lopes

O câncer de boca representa um sério problema de saúde no Brasil. Os cânceres que se originam em tecidos superficiais da boca são denominados carcinomas e correspondem a 96% dos tumores malignos da cavidade bucal. Os que têm origem nos tecidos mais profundos são denominados sarcomas. Raramente, os cânceres observados na região bucal são consequência da disseminação de um câncer de outras partes do organismo, quando ocorrem, geralmente são dos pulmões, das mamas e da próstata. Alguns cânceres podem ser evitados pela mudança de hábitos, como deixar de fumar, beber moderadamente, usar filtro solar e ter uma dieta equilibrada. Outros fogem ao nosso controle como histórico familiar e a idade (o risco de desenvolver câncer aumenta com a idade). O risco de câncer bucal é maior para os indivíduos tabagistas e alcoolistas. A combinação do álcool e do tabaco apresenta uma maior probabilidade de causar câncer que qualquer uma das duas substâncias usadas isoladamente. Cerca de dois terços dos cânceres orais ocorrem em homens, mas a incidência crescente do tabagismo entre mulheres ao longo das últimas décadas vem eliminando gradualmente essa diferença entre os sexos. Devemos sempre fazer o exame de detecção do câncer bucal, que pode ser feito pelo médico ou pelo dentista, pois a detecção precoce é fundamental. Os fatores que, reconhecidamente, aumentam o risco do câncer de boca são:

aos indivíduos que nunca fumaram. Além disso, sabe-se que mesmo o consumo de pequena quantidade de cigarro aumenta o risco. O risco associado ao tabagismo é influenciado por fatores como: número e tipo de cigarro consumido, tempo de tabagismo, idade, sexo e etnia. Vale lembrar que o chamado "tabagismo passivo", ou exposição à fumaça do tabaco, e o hábito de mascar fumo, também elevam o risco desse tipo de câncer. O hábito de mascar tabaco eleva em 50 vezes a possibilidade de se desenvolver o câncer bucal. Os fumantes que param de fumar têm o seu risco reduzido grandemente já no primeiro ano de abstinência ao fumo. E esse risco se reduz progressivamente até praticamente se igualar aos que nunca fumaram em 10 anos, se a pessoa permanecer sem fumar.

ªªTabagismo: é um dos principais fatores. Os tabagistas, que apresentam este vício há mais de 10 anos, tem um risco 25 vezes maior de desenvolver câncer de boca, quando comparados

ªªDieta: alguns autores relatam que uma dieta pobre em vitaminas e sais minerais, como aquelas pobres em frutas e vegetais frescos, estaria relacionada a um risco aumentado de

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ªªAlcoolismo: é um fator de risco independente para o desenvolvimento do câncer de boca e, quando associado ao tabagismo, o aumento do risco resulta de multiplicação do risco individual. O risco é maior quanto maior o consumo de bebida alcoólica, principalmente as destiladas. O mecanismo não é bem compreendido, e sabe-se que o etanol por si só não é carcinogênico (capaz de causar câncer), porém, acredita-se que o etanol atua como importante coadjuvante na gênese de vários cânceres. ªªExposição solar: em períodos de sol mais intenso entre 10 e 15 horas é causa de tumores principalmente em lábio inferior. É necessário o uso de protetores solares para os lábios e chapéu de abas largas.

câncer de boca da mesma maneira que o excesso de consumo de carne vermelha. No entanto, essa relação ainda não foi completamente comprovada. ªªMaus hábitos de higiene oral: é um importante fator de risco. ªªFatores hereditários: acredita-se que alguns indivíduos apresentam uma maior sensibilidade a alterações cromossômicas ocasionadas pelos elementos carcinogênicos, de forma que essas pessoas apresentariam um risco maior de desenvolvimento de câncer. ªªImunossupressão: a depressão do funcionamento do sistema imunológico pode estar associada ao desenvolvimento de vários tipos de câncer, incluindo o câncer de boca. ªªInfecção: parece que a infecção causada por alguns tipos de vírus, como o papilomavírus humano (HPV) e o vírus Epstein-Barr (EBV), está associada ao desenvolvimento do câncer de boca, apesar de até o momento não haver comprovação científica. Além da visita regular ao cirurgião dentista o paciente também deve realizar o auto exame e verificar: ªªMudança na cor da pele e mucosas ªªPartes endurecidas ªªCaroços e abscessos ªªFeridas que não cicatrizam dentro de 14 dias ªªInchaços ªªÁreas dormentes ªªDentes amolecidos ªªDificuldade em engolir, falar ou mastigar Além do exame clínico, o profissional para diagnosticar pode recorrer a exames complementares, os mais utilizados são a citologia esfoliativa e a biópsia.

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Tecnologia de Sistemas Ultravioleta (UV) no combate às bactérias resistentes em

ambientes hospitalares Por Dra. Daniela Sachs, Dra. Rosalina Marangon Lima Medeiros e Robson Ribeiro Rodrigues

As infecções hospitalares podem ser adquiridas durante a internação dos pacientes e podem ser causadas por fungos, vírus e bactérias, entre outros micro-organismos e neste contexto, as bactérias são os agentes causadores mais frequentes. As bactérias fazem parte da nossa flora normal e estão presentes em nosso corpo e em todos os ambientes do planeta (Figuras 1A e 1B). Nos hospitais não é diferente, as bactérias estão presentes no ambiente, nos equipamentos e nas pessoas que circulam no ambiente hospitalar. As bactérias sofrem mutações e, quando este processo ocorre no ambiente hospitalar,

Figura 1A. Staphylococcus aureus é uma bactéria esférica, do grupo dos cocos Gram + positivos e resistente, encontrada comumente em ambiente hospitalar. Autor: Kristen Schnurman. Fonte: <http://www.ehow.com/ about_5606007_staphylococcus-aureus-biochemical-characteristics.html>

Figura 1B. Micrografia electrônica de um conjunto de bactérias Escherichia coli (bactéria resistente), ampliada 10.000 vezes. E.coli, um modelo de organismo procariótico Gram (–) negativo. Fonte: Wikipedia. Foto: Eric Erbe, EUA.

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adquirem genes resistentes a partir da interação com outras bactérias presentes no mesmo espaço. Quando um antibiótico é administrado para tratar uma infecção bacteriana, essas bactérias mutantes sofrem uma pressão seletiva. Com isso, as bactérias que são sensíveis aos princípios ativos dos antibióticos empregados serão combatidas e as resistentes permanecerão. As bactérias resistentes, que não foram afetadas pelos antibióticos, vão se multiplicar e se sobrepor à população de bactérias menos resistentes (sensíveis ao medicamento), gerando uma grande dificuldade para o controle da infecção. Cada vez mais ocorrem infecções hospitalares que podem levar a óbito os pacientes. De acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention — CDC) dos Estados Unidos, as infecções hospitalares já alcançam o 4º lugar no ranking mundial de morte. A maioria das infecções ocorre em decorrência do ambiente fechado, equipamentos contaminados, e pela dificuldade dos funcionários manterem a qualidade da higiene, como também, a esterilização, desinfecção e sanitização. Estima-se que no Brasil 5% a 15% dos pacientes internados possuem algum tipo de infecção hospitalar. Além disso, verifica-se um aumento considerado no custo, devido aos gastos relacionados com os procedimentos diagnósticos, terapêuticos, as infecções no sítio cirúrgico e o tempo de internação do paciente. A prática de controle das infecções hospitalares tem sofrido uma evolução constante. Entre os principais mecanismos de prevenção incluem o isolamento de doenças transmissíveis e medidas específicas para cada sítio de infecção. Normalmente, o ambiente ocupado por pacientes colonizados ou infectados pode se tornar contaminado por bactérias

resistentes e constituir um reservatório secundário, favorecendo a contaminação de outros pacientes. A literatura científica confirma que as principais bactérias resistentes nos ambientes hospitalares são: Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA); Enterococcus resistente à vancomicina (VRE); Acinetobacter baumannii; Pseudomonas aeruginosa; Clostridium difficile; Enterobacter spp., E.coli, Serratia spp., Klebsiella spp., Proteus spp., Citrobacter spp. Podemos destacar alguns fungos como agentes importantes na contribuição da infecção hospitalar: Candida albicans, C. parapsilosis, C. tropicalis e C. glabrata. A identificação de microrganismos de importância epidemiológica no ambiente hospitalar constitui uma grande medida de prevenção da sua disseminação. É importante também, dedicar uma maior atenção à descontaminação de superfícies e equipamentos em Unidade de Tratamento Intensivo. Diversos agentes são utilizados para desinfecção do ambiente hospitalar, podendo ser químicos e/ou físicos. Dentre os principais agentes químicos podemos destacar: a) formaldeído que é empregado para inativar vírus e toxinas; b) glutaraldeído é capaz de esterilizar o equipamento, embora para efetuar a esterilização frequentemente requeira muitas horas de exposição; c) óxido de etileno é um esterilizador químico gasoso, que é especialmente útil ao seu poder de penetração extraordinária permitindo penetrar todos os tipos de cantos e recantos. Os sais de amônio quaternário, compostos fenólicos e álcoois 70% são utilizados principalmente para desinfecção de equipamentos e superfícies. Dessa maneira, é importante lembrar que uma das consequências mais terríveis da evolução Darwiniana é o surgimento de resistência a antimicrobianos, que está se tornando uma séria ameaça para a sociedade moderna. Ten-

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do em mente que a resistência aos antimicrobianos é um dos maiores desafios do século 21 para a medicina moderna, pesquisas que visam o desenvolvimento de novos equipamentos ou novas substâncias com potencial efeito contra bactérias patogênicas, são necessárias. Após a Segunda Guerra Mundial, o sistema Ultravioleta (UV) ganhou popularidade e em 1950, o UV foi amplamente usado em hospitais para controle da tuberculose e sua eliminação. No ano de 2009, foi introduzido o sistema UV na área de desinfecção, em ambientes hospitalares. Na busca de tecnologias limpas onde podemos reduzir ou até excluir o uso de produtos químicos utilizados para a desinfecção, existe o uso da Tecnologia UV-C, esta tecnologia aumenta consideravelmente as boas práticas de higienização hospitalar, com equipamentos para total desinfecção e superfície de contato, reduzindo consideravelmente o risco de infecções, deixando um ambiente mais saudável tanto para os pacientes como para a equipe médica, funcionários e visitantes. Pesquisas comprovam a eficácia da tecnologia UV-C no controle de infecções hospitalares mostrando que o espectro específico de irradiação ultravioleta mata bactérias resistentes aos medicamentos que residem dentro de um ambiente hospitalar, como puxadores de portas, mesas de cabeceira e demais superfícies. Desta forma, esta tecnologia é uma arma poderosa para diminuir o tempo de internação e salvar vidas. A irradiação ultravioleta germicida é um método de esterilização que utiliza a luz ultravioleta de ondas curtas, que possui efeito germicida letal para as bactérias. O UV-C aplica o efeito

fotolítico, onde a radiação possui a capacidade de destruir os microrganismos, impedindo desta maneira a sua proliferação. Em muitos sistemas a exposição dos microrganismos é alcançada pela circulação repetida no ar ou na água (Figura 2). O UV-C passa através das paredes celulares de bactérias, vírus e esporos de bactérias, sendo absorvido pelo DNA, RNA e proteínas resultando na eliminação de vírus, fungos e bactérias que poderiam ameaçar a saúde. Os mecanismos primários de dano causado pela luz UV-C são a fusão das cadeias de DNA e a formação dos "dímeros de timina”. Uma vez que o DNA é fundido, o organismo já não pode replicar-se e consequentemente, não é mais infeccioso, ou seja, é desativado (Figura 3).

Figura 3. Esquema da ação da luz ultravioleta de ondas curtas (UV-C), mostrando a emissão da radiação eletromagnética e o dano fotoquímico causado no DNA de microrganismos como bactérias, vírus e fungos. Fonte: <http://www.medinovacao.com.br>

No Brasil foi desenvolvido um dispositivo móvel, com tecnologia UV-C, por uma empresa da região do Sul de Minas Gerais. Atualmente está sendo realizado estudo que ratifica o uso da UV-C em ambientes hospitalares em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Itajubá e órgãos de fomento a pesquisa como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O uso da luz UV-C na era de crescente resistência aos potentes antibióticos com certeza pode se tornar um importante aliado, coadjuvante ao arsenal dos hospitais e clínicas.

Figura 2. Espectro eletromagnético mostrando a faixa de luz UV-C germicida (253,7 nm), comprimento de onda ideal para exterminar os micro-organismos causadores de infecção hospitalar. Fonte: <http://www.medinovacao.com.br>

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Dra. Daniela Sachs, Professora da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), Doutora em Farmacologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP. Dra. Rosalina Marangon Lima Medeiros, Engenheira Química, Doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Robson Ribeiro Rodrigues, Engenheiro de Computação pela UNIFEI.

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Arteterapia A escrita como instrumento do processo de equilíbrio emocional e qualidade de vida Por Margarida Maria Silveira

voltar a escrever. A escrita tornou-se caminho facilitador na relação terapeuta e paciente. O objetivo deste estudo é reconhecer a escrita como instrumento terapêutico e expressivo em arteterapia. Uma ferramenta capaz de possibilitar o equilíbrio emocional ao paciente, como maneira expressiva no enfrentamento das sombras pessoais (as potencialidades não desenvolvidas e não expressas da personalidade, o confronto consigo mesma) e promover sua qualidade de vida. S. utiliza da “escrita livre”. E como ela diz “em meu quarto, em meu sossego”. S. escreve com frequência regular, quase diária, e traz para a sessão terapêutica semanal o seu material escrito. Cria-se um motivo para vir às sessões semanais e “conversar”, conforme ela expressa. É relevante destacar que S. antes de “descobrir” a escrita, apresentavase debilitada, conversava pouco e com ansiedade em demasia. Não conseguia de expressão, é organizar sua fala, chorava e tinha uma acompanhante terapêutica, não consensibilidade, seguia fazer, sozinha, suas atividades diárias. criatividade, é vida." Acolher esta paciente e aguardar Carl G. Jung suas manifestações foi decisivo. Deixála livre e acompanhar este inconsciente que ora se apropria da escrita efetivou-se a abertura ao processo terapêutico. S. lança mão da escrita como porta-voz para enfrentar as constatações de sua vida e novas reconstruções neste momento do envelhecimento. Através de recortes selecionados no caderno de registro da escrita de S., a terapeuta legitima esta materialidade (todo e qualquer material apresentado na sessão terapêutica), sendo portanto, algo vivo, significativo, tal qual S. se apresenta e representa. Podemos citar: “Não sei o que fiz da minha vida, deixei-a em cacos... perdi minha casa, meu cachorrinho Kako, e, imaginar meu fim em uma

Inicialmente entender o que é arteterapia se faz necessário. Philippini (2004) pontua que a arteterapia com abordagem analítica de Carl Gustav Jung oferece apoios materiais apropriados (cores, formas, tintas, músicas, escrita, desenho, argila, fios, fogo, folhas, papéis, tecido, madeira, carvão, histórias, dentre outros), com o propósito de conceber criações variadas de modo lúdico e prazeroso, sem exigências estéticas. De maneira resumida pode-se dizer que é a terapia através da arte. São ações criativas expressivas, que ora se materializam como um documentário pessoal e apontam direções para a compreensão e solução de estados afetivos conflitivos. Por meio da criação, o indivíduo é capaz de compreender, de relacionar, configurar e significar. A motivação para desenvolver es"Arte é a expressão te estudo, ocorreu no início do atendimento clínico, em consultório psicomais pura que há lógico numa instituição de idosos na qual a moradora S. (como a identificapara a demonstração mos), de 68 anos, graduada em Letras e aposentada de uma instituição estado inconsciente de dual, fragilizada após uma internação psiquiátrica, revelou que em alguns pecada um. ríodos de sua vida escrevia sobre o seu dia a dia. Esta revelação desencadeou É a liberdade novos rumos no processo terapêutico, momento do qual lhe propusemos

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casa de repouso... E para emendar estes cacos e reconstruir não é fácil... e a solidão me devora”. Lidar com estas “mudanças” difíceis (olhar para sua sombra) em sua vida são temas recorrentes em sua escrita. Mas ao mesmo tempo é geradora de frutos expressos em falas, ações e emoções suscitadas. Aos poucos sua escrita revela indicadores de novos arranjos em sua vida: “Hoje é terça-feira. Amanheceu um dia bonito... fui à feira dar uma voltinha... Hoje é sábado. Eles inspiram leveza, fim de semana, descansar e curtir.” “Lembranças boas também tenho. E muitas. [...] Lembranças, lembranças. É tão bom viver de lembranças. E de saudades também. De tudo o que aconteceu? Amigos, amores, tempo bom.” “Hoje fui visitar minha mãe. Está bem velhinha, mas ainda com vivacidade. Ficamos um pouco no quintal gostoso da clínica em que está”. É notável em sua escrita inicial, aspectos mais doentios, sombrios que S. encontra dificuldades em lidar, mas que evolui para uma escrita mais viva, saudável e até poética. S. com sua criação escrita encaminha-se para as verbalizações, reflexões e novas configurações de sua vida. Inaugura-se um equilíbrio emocional que possibilita a S. integrar outras atividades em seu dia a dia. Como ajudar com o almoço de idosos mais dependentes da casa, fazer aula de informática, ir à feira uma vez por semana (comprar frutas para seu consumo e roupas), visitar a mãe, encontrar com as amigas, ler e frequentar uma instituição religiosa. A escrita de mulheres, independente de ser diários, autobiografia ou outro gênero caracteriza-se como forma de narrar a experiência humana, como meio de extravasamento do eu. Em seus estudos a respeito da literatura de mulheres, Sander (1989) revela que são manifestações numa apropriação da linguagem escrita, pelas quais escoam fluxos de sentimentos pessoais represados que descobrem através da literatura um meio de expressão. “É inegável o efeito terapêutico destes desabafos literários que, de certa forma, contribuíram para assegurar o equilíbrio físico e mental de mulheres atiradas à força implosiva do que não se exprime, às enfermidades físicas, à loucura e ao suicídio”.

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A escrita de S. são desabafos que aportam em seu socorro e promovem a harmonia com seus aspectos sombrios, como verdadeiras forças curativas. Jung aponta a criatividade como função estruturante do pensamento, a qual pode ser utilizada como componente de cura. E considerar que escrever, reeditar e também editar o “caderno da vida” (grifo meu), seja uma maneira de criar, do qual emerge transformações em seu aqui e agora, que amenizam suas dores e aponta caminhos rumo a retomada de sua autonomia. Um caderno com uma materialidade sagrada, inviolável, digno de reverência que trouxe a luz ao processo terapêutico. A escrita de S. confirmou-se como um instrumento terapêutico e expressivo em arteterapia o qual possibilitou o equilíbrio emocional e qualidade de vida. E S.? Continua escrevendo... A arteterapia adentra ao universo pessoal, aos seus segredos internos e abre caminhos a um processo transformador de autoconhecimento e a consciência de si, do outro e da vida. A expressão artística acompanha a própria história da humanidade desde seus primórdios de modo atemporal e vivo. É um meio que o homem utiliza para simbolizar sua experiência. Margarida Maria Silveira, Psicóloga e Arteterapeuta.

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Qualidade em serviços I Por Prof. Paulo Roberto Labegalini “Quando falamos sobre as necessidades dos seres humanos, estamos falando sobre a essência de suas vidas.” (A. H. Maslow)

Certa tarde, entrei numa loja para comprar uma máquina de lavar roupas e, após escolher a mercadoria, a vendedora me sugeriu que voltasse na manhã seguinte para efetuar o pagamento e pegar a nota fiscal – estavam encerrando o expediente. Voltei bem cedo, ao abrirem as portas, e, para o meu espanto, soube que o preço tinha aumentado. Argumentei com o gerente que eu só não havia pago no dia anterior a pedido da vendedora, mas não tive sucesso. Perderam um comprador para sempre. Negligenciaram o fato de que clientes fiéis são aqueles que se sentem satisfeitos com as experiências de bons serviços oferecidos. Certos comerciantes trocam produtos, mesmo não adquiridos em suas lojas, para evitar que o consumidor volte ao lugar da compra. Estão construindo uma cadeia de clientes.

nos oferece internet, celular, tablets etc., e o consumidor está cada vez mais exigente ao avaliar os resultados da qualidade dos serviços que lhe são entregues. Sabendo disso, os bancos estão reduzindo as filas nos caixas através do sistema on-line (de informação e serviços) e caixas eletrônicos; os supermercados recorrem a caixas expressos (para compras menores) e atendimento diferenciado para cartão de crédito; os cabeleireiros trabalham com hora marcada, oferecendo sala de espera agradável; os restaurantes se preparam para servir lanches nos carros, quando há picos de demanda, evitando anunciar: “lotado” etc. Por mais estranhas que sejam as opções, os resultados positivos, quando ocorrem, adicionam valor para os clientes.

As ideias

Nos serviços que parecem mais difíceis de serem organizados do que uma lata de minhocas, certamente existem falhas conceituais e/ou estruturais a serem minimizadas. O conceito do serviço e a visão estratégica são fundamentais. A pesquisa de mercado para reduzir os riscos e acertar no posicionamento também. Enfim, desde a cultura da organização até a garantia do serviço prestado, são vários os elementos integrativos que devem ser estudados. Por falta de pesquisa, erros de avaliação são frequentes nos projetos. Por exemplo, o consumidor prefere gastar menos e ter que raspar fora a casca da torrada queimada ou pagar mais caro por uma torradeira de melhor qualidade? A única resposta sensata que poderíamos dar sem outras informações é “depende” – do preço, do consumidor, da assistência técnica, etc. Companhias aéreas são empresas de serviços que passam mais tempo pesquisando comportamentos e prefe-

No mundo dos negócios, enquanto uns vêem riscos em tudo, outros vêem oportunidades. Não é à toa que, certo dia, alguém pensou... – Heureca! Garantir a satisfação do cliente num corte de cabelo é mais fácil do que recuperar a imagem negativa no próximo corte, mesmo gratuito! – Heureca! Automóveis entregues lavados após uma revisão na concessionária “provam” que os carros limpos rodam melhor do que os sujos! – Heureca! Se os clientes providenciarem o transporte dos móveis que comprarem nesta loja ganharão um desconto no preço! São ideias como essas que tornam os prestadores de serviços mais competitivos e alavancam os seus lucros. Eles sabem que queremos alguma coisa de melhor qualidade e com rapidez. Não se pode reverter isso. As opções

Hoje, a tecnologia de informação

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Os elementos do serviço

rências de clientes do que outras, e o retorno vem a cavalo, digo, a jato. Apenas para citar um resultado, pesquisadores provaram a uma companhia que o tempo gasto (cronometrado) em guichês, na compra de passagens aéreas, era bem menor do que o tempo avaliado pelos clientes (entrevistados). Conclusão: antes da pesquisa, na visão do cliente, prestavam um serviço ruim e não sabiam. A estratégia de serviço também merece muita atenção, antes de ser definida. Num restaurante, por exemplo, consegue-se melhorar a qualidade do atendimento, informando ao cliente que irá esperar 30 minutos pelo prato e entregá-lo após 20. Outras estratégias, porém, não são éticas, tais como instalar uma loja mais perto dos clientes de uma concorrente, comprar a linha de ônibus que os transporta e tirar os veículos de circulação; ou um médico que, para aumentar a percepção do valor do serviço, esclarece pouco o paciente sobre o tratamento, induzindo-o a não se desapontar com as falhas e até se surpreender com os bons resultados alcançados. A estratégia de serviço deve ser focada, positivamente, de modo a incentivar a fidelidade de clientes – que é a pedra fundamental do sucesso. Influencia também a fidelidade de funcionários e fornecedores, gerando lucros que induzem à fidelidade dos acionistas. É importante saber que fidelidade de clientes e lucratividade andam juntas e dependem da organização das tarefas para melhorar a qualidade dos serviços. A qualidade e o custo

O ponto de partida para o aprimoramento da qualidade é a avaliação dos seus custos e benefícios. A meta deve ser a total satisfação do cliente e do funcionário, contribuindo também para ganhos de produtividade.

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Custa menos servir clientes habituais, pois são cerca de cinco vezes menos dispendiosos (mais lucrativos) do que clientes novos. Antes de uma viagem, um passageiro dirigiu-se ao balcão do aeroporto e pediu que despachassem as suas malas para locais diferentes. Sendo informado pelo funcionário de que isso não seria possível, argumentou: “Como não podem, se na semana passada aconteceu exatamente isso com a minha bagagem?!” Logo, fidelidade recíproca e confiança vêm com o tempo. São resultados de alta qualidade e produtividade nos serviços prestados, associados à baixa rotatividade de funcionários. Gerar confiabilidade reduz o custo do fornecimento, na medida em que se aumenta o valor percebido pelo cliente. Enfim, a excelência em serviços se paga. O desafio

O grande desafio é superar as expectativas geradas e, desde já, me comprometo a não decepcionar os meus leitores (clientes), nos artigos que darão sequência ao assunto. Prof. Paulo Roberto Labegalini, Coordenador dos cursos de Engenharia Civil e Técnico de Edificações do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.

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Erros e frustrações são parte da

jornada rumo ao sucesso Por Conrado Navarro

É natural que na vida tomemos muitas decisões erradas ou que mesmo escolhas certas (para um dado momento e contexto) resultem em consequências indesejadas ou resultados inesperados. O sucesso “da noite para o dia” é fruto de muitos anos de trabalho e tentativas. Para o erro, portanto, existem duas reações possíveis (cada qual com suas consequências): ªªIndignação infantil, em que preferimos ficar procurando culpados e apontando o dedo em vez de reagir e aprender. Para estas pessoas, o fracasso é sinal inequívoco de falta de capacidade, de incompetência. Aqui, errar é quase imperdoável; ªªResiliência, que se resume em olhar a situação com humildade, procurando entender o que deu errado para aprender com o fracasso. Para estas pessoas, o fracasso é temporário e parte de uma história de vida que não terminou, ou seja, trata-se de uma etapa, nunca o fim. Aqui, errar faz parte. Tudo que dá errado, demora para acontecer ou simplesmente não acontece e sai diferente do planejamento inicial gera frustração. É algo diferente do fracasso porque trata-se de um sentimento vivido em situações mais corriqueiras e geralmente enquanto o fracasso ainda não é nítido ou declarado. Ansiedade, angústia e até depressão são efeitos colaterais comuns de quem se deixa abater pela frustração. Há quem deixa de insistir nos seus sonhos ao menor sinal de dificuldades e logo entra na fase mais perigosa proporcionada pela frustração: a dúvida em relação às próprias capacidades. As coisas vão dar errado. Ou, se preferir, sempre existirá alguém mais feliz, mais rico e mais talentoso que você. Não adianta, é impossível ter tudo que você deseja e sonha, e o crédito caro só torna essa busca mais perigosa – o endividamento por aqui causa estragos familiares por vezes irreversíveis. O que as frustrações têm a ver com dinheiro e felicidade? Simples: aquele que tem prioridades claras e um ambiente familiar saudável, com diálogo e controle, aprende a conquistar seus sonhos (não confunda com delírios) de forma planejada, a partir do esforço próprio de trabalho, poupança e investimento. Errar faz parte; aprender com o erro é uma escolha. Até a próxima. Conrado Navarro, Empresário, Maratonista amador, Autor do livro best-seller “Dinheiro é um Santo Remédio”, entre outros, Investidor e Sócio-fundador do Dinheirama.com, um dos mais premiados sites sobre educação financeira da Internet brasileira.

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Foto: www.google.com

Energia elétrica solar Por Paulo José Braz Rosas

Da irradiação que o Planeta Terra recebe do Sol pode-se gerar uma energia, renovável, inesgotável e gratuita, na forma de calor (Térmica) ou de eletricidade (Fotovoltaica), com potencial para suprir parte das necessidades energéticas da humanidade. A luz e o calor do Sol são essenciais para a manutenção da vida na Terra. A energia radiante do sol provoca a fotossíntese das plantas e a evaporação das águas que originam as nuvens e depois a chuva. A cada ano, o Sol envia à Terra uma quantidade de energia superior à produzida pelo planeta inteiro. No panorama atual das energias renováveis, a geração de eletricidade solar fotovoltaica assume particular relevo. Esta energia é obtida através da conversão direta da luz solar em eletricidade e é hoje uma das alternativas energéticas mais promissoras deste milênio. A produção de energia elétrica fotovoltaica é considerada tecnologia limpa e sustentável, que se baseia em uma fonte de energia abundante e amplamente disponível no nosso planeta. Fotovoltaica é a junção do termo foto que significa luz (do grego phos) com o termo voltaico em homenagem a Alessandro Volta, pioneiro no estudo da eletricidade. O efeito fotovoltaico, relatado por Edmond Becquerel em 1839, é o aparecimento de uma diferença de potencial nos extremos de uma estrutura de material semicon-

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dutor, produzida pela absorção da luz solar. A célula fotovoltaica é a unidade fundamental no processo de conversão em energia elétrica. A energia elétrica fotovoltaica é produzida em corrente contínua, podendo ser convertida em corrente alternada através de um inversor. A eficiência de conversão das células solares é medida pela proporção da radiação solar incidente sobre a superfície da célula que é convertida em energia elétrica. Hoje a eficiência máxima atingida por uma célula solar de silício é de 25%. A primeira célula solar de silício apareceu no mercado em 1954, através da Hoffman Electron, e foi considerada o início da era moderna do fotovoltaico. Em 1959, a NASA utilizou esta tecnologia nos módulos solares para fornecer energia para o satélite Vanguard. Em 1963, a Sharp Corporation desenvolveu o primeiro módulo fotovoltaico comercial, que foi instalado num farol japonês com 240 watts de potência. Em 1982, foi construído na California (EUA) o maior parque fotovoltaico do mundo, com capacidade de gerar 500 megawatts e empregando 4 milhões de painéis solares. Depois da energia hidráulica e eólica, a energia solar é hoje considerada a terceira mais importante fonte de energia elétrica em termos de capacidade instalada a nível mundial.

Mais de 100 países utilizam este tipo de energia solar fotovoltaica. A China, Japão e EUA são países onde a energia elétrica solar mais cresce, enquanto a Alemanha continua sendo a maior produtora do mundo deste tipo de energia, contribuindo com cerca de 6% de sua demanda de eletricidade. A produção de energia elétrica fotovoltaica vem crescendo exponencialmente e tende, em breve, a ser responsável por 10% do consumo energético mundial. O potencial brasileiro de energia solar é enorme, mas infelizmente temos utilizado a energia solar mais como aquecimento residencial e muito pouco na produção de energia elétrica, apesar do país estar recebendo mais de 2.200 horas por ano de insolação. Embora a evolução da tecnologia fotovoltaica tenha sido notável, o grande inconveniente continua sendo o seu investimento muito alto, quando comparado com as outras tecnologias mais usadas na produção de eletricidade. Impulsionado pelos avanços da tecnologia e o aumento da escala de produção, grande parte de toda a energia de que o mundo necessita poderia ser extraído desta importante fonte de energia solar limpa e inesgotável. O uso da energia solar é um passo importante para o desenvolvimento sustentável. Paulo José Braz Rosas, Engenheiro, Diretor da AENAI.

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