Abeta Summi 2018

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Abeta Summit 2018 2a edição Agosto 2018 5 Conectando pessoas, produzindo ideias 8 Circuito Turístico Parque Nacional da Serra do Cipó – Diversidade e beleza no "Jardim do Brasil"

Sejam bem-vindos!!! Há 15 anos seguidos realizamos com orgulho e paixão esse encontro anual. Feito para vocês, o encontro promove as conexões que fomentam as ideias, ajudam a construir bons relacionamentos e geram grandes oportunidades de negócios. E como sempre, a realização do evento só foi possível graças aos esforços daqueles que acreditam na força do sonho coletivo: da Secretaria de Estado do Turismo de Minas Gerais, que insistentemente propôs Minas como Destino Anfitrião, do Circuito Turístico Parque Nacional da Serra do Cipó, que atendeu generosamente e com profissionalismo nossas demandas, dos empresários locais que se uniram para viabilizar as ações, do ICMBIO que apoiou a iniciativa e, principalmente, da cidade de Conceição do Mato Dentro que com muito carinho e hospitalidade, abriu suas portas e seu coração para receber vocês, empresários, palestrantes, agentes públicos, guias, condutores, ativistas e todos os demais participantes que fazem do Turismo de Natureza um estilo de vida e a razão de ser dos seus negócios. A todos que acreditaram no nosso sonho, muito Obrigada! Sejam bem-vindos ao Abeta Summit 2018! Teriana Selbach Presidente da Abeta

Bem-vindos ao Circuito Turístico Parque Nacional da Serra do Cipó É com muita alegria e orgulho que damos aos congressistas do ABETA Summit 2018 as boas-vindas ao Circuito Turístico Parque Nacional da Serra do Cipó! Recebê-los é, além de uma honra, também a consolidação de nossa região, tão reconhecida por sua biodiversidade preservada e suas belezas naturais, como destino sustentável de Ecoturismo e Turismo de Aventura. Acreditamos muito no tema central do Summit 2018 – Conectando Pessoas, Produzindo Ideias – e desejamos a todos um excelente e produtivo Congresso, com muitas conexões e boas ideias em prol do turismo brasileiro!

Eneimar Adriano Marques Presidente do Circuito Turístico Parque Nacional da Serra do Cipó e Prefeito de Jaboticatubas

Bem-vindos a Conceição do Mato Dentro É com muita satisfação que Conceição do Mato Dentro recebe o ABETA SUMMIT 2018. O evento representará um marco para o desenvolvimento do turismo em nossa região, deixando frutos sustentáveis que vão culminar na geração de emprego e renda. A Capital Mineira do Ecoturismo e o Circuito Serra do Cipó agradecem pela confiança em nosso potencial. Sejam todos bem-vindos!

José Fernando Aparecido de Oliveira Prefeito de Conceição do Mato Dentro

10 Mensuração de impacto no Setor de Turismo – Caso Conceição do Mato Dentro 12 Programação Abeta Summit 2018 18 Vida, Negócios e Parques Naturais 20 Gestão de um atrativo de Ecoturismo – Grupo Rio da Prata (Bonito e Jardim, MS) 22 Só a Educação salva! Uma aventura em família 24 Facilitando treinamentos em tempos de Google. O que muda? 26 O viajante millenial 28 Produzindo Ideias, Espalhando Conhecimento 30 Lideranças Femininas 31 Normalização e Certificação

expediente ABETA - Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura Presidente: Teriana Selbach Vice-presidente: Adriana Schmidt Diretor de Relações Institucionais: Giancarlo Valia Diretora de Qualificação e Sustentabilidade: Ana Aveline Diretor de Comunicação: Gil Cunha Diretor de Mercado: Lenauro Mendonça Diretor Técnico: Evandro Schutz Diretor Executivo: Luiz Del Vigna Gestora Executiva: Andréia Moraes Edição Diagrarte Editora Ltda-ME www.diagrarte.com.br (19) 99932-1809 contato@diagrarte.com.br Projeto gráfico e Jornalista Responsável Elaine Cristina Pereira (Mtb 15601/MG) Revisão Marília Bustamante Abreu Marier Foto capa: Tom Alves Impressão: Gráfica Mundo Distribuição Gratuita - impressa e eletrônica Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores Direitos reservados. Para reproduzir é necessário citar a fonte. Para versão eletrônica acesse www.diagrarte.com.br/naturale-edicoes www.abeta.tur.br Impresso no Brasil com papel originado de florestas renováveis e fontes mistas.


Conectando pessoas, produzindo ideias Para nós da Abeta, realizar o SUMMIT, é antes de tudo, uma sucessão de desafios a serem superados com dedicação e trabalho. O primeiro deles é encontrar um destino anfitrião parceiro, que valorize o Turismo de Natureza e partilhe da nossa Visão e Valores. Além disso, é importante que o “dono da casa” aceite com generosidade os desafios de oferecer toda infraestrutura, logística e serviços necessários para atender, com conforto e excelência, centenas de participantes vindos dos mais diferentes lugares. O segundo desafio é identificar, contatar e convidar pessoas brilhantes, com visões e ideias inovadoras, que de forma voluntária, estejam dispostas a compartilhar seus conhecimentos e experiências de maneira a produzir insights e reflexões que nos ajudem a gerar um impacto positivo e transformador nos congressistas e na comunidade local, ou seja, despertar a sociedade para as possibilidades de desenvolvimento econômico e humano que o Turismo de Natureza oferece. Por fim, nosso grande e verdadeiro desafio é deixar um legado transformador e positivo no Destino Anfitrião, que nos ajude a construir o sonho que é a razão de ser da Abeta: “Transformar o Brasil na melhor referência mundial do Turismo de Natureza”. O caminho é longo, temos consciência, mas acreditamos que é um sonho possível de se tornar realidade quando esforços conjuntos são feitos em benefício de muitos. É a força do grupo que conta!

Nesse sentido, podemos dizer que ano após ano, o ABETA Summit tem cumprido este nobre objetivo. Observamos que o legado que deixamos, antes, durante e depois de cada edição do evento é bem positivo, perene, verdadeiro e de valor, proporcionando melhorias para a comunidade anfitriã, para os produtos turísticos, para os serviços e as competências dos atores locais. No ano passado, por exemplo, uma das nossas ações, foi a Oficina de Capacitação Gastronômica para as merendeiras do Centro Educacional Integrado de Santo Antônio do Pinhal/SP. Em parceria com o projeto Sabores da Mantiqueira do Senac de Campos do Jordão/SP, elas participaram de um curso teórico e prático de culinária, aplicado durante o evento, que possibilitou novas experiências de sabor e nutrição aos estudantes da Rede Pública Municipal de Ensino. Segundo Daniela de Cássia Santos Brito, Presidente da Associação de Desenvolvimento Integrado do Território Mantiqueira, “A realização do Abeta Summit 2017 no Território da Mantiqueira consolidou nossos propósitos e ações para valorizar e desenvolver ainda mais a região, em benefício dos turistas e, principalmente, para os habitantes. O evento trouxe importantes temas para reflexão e novas perspectivas em relação ao turismo atual, além do convívio com inúmeros profissionais engajados neste setor tão importante para a economia e para os avanços do país. O evento nos validou como um destino turístico consciente e responsável,

capaz de extrair todas as possibilidades de lazer e vivências únicas que a natureza pode oferecer de maneira segura e sustentável, cuidando e preservando os patrimônios naturais para as próximas gerações”. O prefeito anfitrião de Santo Antônio do Pinhal/SP, Clodomiro Júnior, relatou: “A realização do Abeta Summit nos mostrou visões diferenciadas sobre um receptivo adequado e dinâmico, contribuiu efetivamente para o progresso dos empresários do trade turístico, com efeitos positivos que também se refletiram na geração de emprego e renda para a população”. Em 2018, como de costume, após a parceria ser firmada e o Summit confirmado, a ABETA elaborou formas de colaborar com a região. Organizamos cursos e palestras de capacitação para os profissionais do segmento. Realizamos o curso de Competências Mínimas para Condutores com duração de quatro dias e atividades expe-

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rienciais em ambientes naturais. Atendemos 16 profissionais que se capacitaram em conformidade com as Normas Técnicas Brasileiras para Condutores de Turismo de Aventura. O curso fez parte da preparação para o evento e contou com o apoio do Circuito Turístico do Parque Nacional da Serra do Cipó e da Prefeitura de Conceição do Mato Dentro/MG. Outra ação foi a palestra “Excelência em Serviços Turísticos de Natureza”, realizada em parceria com o Programa Minas Recebe, iniciativa da Secretaria de Turismo do Estado de Minas Gerais, que reuniu dezenas de profissionais da iniciativa privada e gestores executivos dos Circuitos Turísticos Mineiros, ampliando o alcance do evento para todo Estado.

“Desde a primeira visita da ABETA à região, temos trabalhado de várias formas a capacitação dos agentes locais do turismo através de palestras sobre temas relevantes ligados ao setor, reuniões específicas sobre o Summit e reuniões com gestores públicos municipais tendo o turismo como tema central. É gratificante ver representantes de vários setores trabalhando juntos para realizar o ABETA Summit 2018. Cada um contribuindo com sua experiência para a estruturação do evento. Este trabalho conjunto certamente continuará após o Summit, e isso já é um grande legado da ABETA para nossa região!” afirmou Ana Paula Caldeira, Gestora Executiva do Circuito Turístico Parque Nacional da Serra do Cipó. Todavia, temos claro que as rea-

lizações do passado não garantem o êxito no futuro. Portanto, continuamos a cada edição do Abeta Summit procurando reunir as melhores cabeças, empresários e importantes atores do Turismo de Natureza para discutir ações e estratégias que possam fortalecer o desenvolvimento sustentável da sociedade, gerar oportunidades de negócios para nossos associados e promover o Brasil como o melhor destino global para aproveitar a vida ao ar livre. Nesse momento, é hora de olhar para frente, além do horizonte, e seguir pela estrada em busca da realização do nosso sonho. Até o nosso próximo encontro! ABETA SUMMIT ILHABELA/SP. Um destino de Vida Natural. De 14 a 18 de agosto 2019.





Foto: Tom Alves

Mensuração de impacto no

Setor de Turismo

Caso Conceição do Mato Dentro Por Mônica Coutinho de Souza

Por que investir no Turismo? Atualmente é possível observar a crescente importância da prática de Monitoramento e Avaliação (M&A) para investimentos destinados ao desenvolvimento socioeconômico. Cada vez mais, as instituições têm despertado para a importância do uso eficiente de recursos que efetivamente gerem impacto significativo e mensurável para o desenvolvimento local. Porém, embora este interesse pela prática tenha aumentado, há ainda um grande espaço para que instituições, especialmente entidades públicas, entendam o valor e importância de M&A para seus investimentos. A própria prática de M&A também passa por uma evolução no seu papel nos últimos anos, podendo ser dividida em três etapas: 1. Tem como objetivo cumprir um papel de auditoria dos recursos investidos, como uma forma de “prestar contas” dos investimentos para o público em geral. 2. Evolui para uma visão mais voltada para o impacto dos investimentos por meio de indicadores básicos no “nível de atividades”, como, por exemplo, número de pessoas treinadas, número de produtos entregues, etc. 3. Avança para uma visão no “nível de resultados” por meio de indicadores que medem, por exemplo, o aumento da renda e geração de empregos, estas informações monitoradas e avaliadas geram valor para a iniciativa em questão e apoiam a tomada de decisões do nível operacional ao estratégico. Neste contexto, o M&A de iniciativas no setor de Turismo traz um desafio adicional para sua mensuração. Além de incorporar múltiplas áreas econômicas, como hospedagem, alimentação, transporte, condutores turísticos, atrativos, etc, aumentando sua complexidade de mensuração de impacto, o setor de Turismo também apresenta um alto grau de informalidade, dificultando o uso de estatísticas oficiais do setor que incluem normalmente dados da economia formal, como por exemplo, dados do saldo de empregos pelo relatório RAIS (Relação Anual de Informações Sociais). O Observatório de Turismo de Minas Gerais, uma iniciativa da Diretoria de Pesquisa e Estatística da Secretaria do Estado de Minas Gerais, já consolida dados no nível estadual relacionados à geração de renda e emprego no setor. Em 2016, o setor gerou uma receita de R$ 17,2 bilhões no Estado com sua maior parte destinada ao ramo de hospedagens (25%) e transporte (20%, exceto transporte aéreo). O ticket médio por visitante é de R$ 106 por dia, com uma permanência média de 8,7 dias. O Observatório é um instrumento em prática que apoia decisões sobre Políticas Públicas Estaduais no setor de Turismo.

O caso de

Conceição do Mato Dentro No município de Conceição do Mato Dentro, o Programa Crescer atua com o objetivo de: 1. Construir o primeiro produto turístico do município em conjunto com atores locais e regionais. 2. Articular a governança local para a comercialização deste produto turístico. 3. Medir o impacto destes investimentos na geração de emprego e renda local. O Programa Crescer é financiado por uma parceria público-privada pelas instituições Anglo American Minério de Ferro Brasil, Fundação Anglo American e Banco Interamericano de Desenvolvimento. Para mensurar o impacto socioeconômico da comercialização do produto turístico, o Programa vem implementando o “Observatório do Turismo Local” em conjunto com diversos atores locais públicos e privados. O Observatório tem o intuito de capturar a dinâmica do setor no nível municipal utilizando a metodologia do Marco-Lógico ou Teoria da Causalidade para monitorar e avaliar cada etapa do desenvolvimento do setor de Turismo com o objetivo final de geração de emprego e renda local.

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Vida, Negócios e Parques Naturais Projeto Portais de acesso ao Parque Nacional da Serra do Cipó A importância dos Conselhos e da participação social na gestão das Unidades de Conservação: Entrelaçando saberes, conectando trilhas e fomentando o Turismo de Natureza na região da Serra do Cipó. Por Romina Belloni da Silva

Ambas as iniciativas, Portais e Travessias visam a abertura oficial e de forma organizada da visitação turística no Parque nos seus diferentes municípios. Conectar trilhas de longa duração pelo interior do Parque e comunidades na APA Morro da Pedreira é a missão deste projeto. São mais de 60 possibilidades de Travessias e Portais de acesso em quatro municípios. O desafio é aumentar a visitação no Parque e em toda região do Circuito Turístico Parque Nacional da Serra do Cipó; proporcionar aos visitantes do Brasil e do mundo a experiência da vida ao ar livre, das trilhas de longa duração, do Turismo de Base Comunitária, do Turismo de Natureza e com este Turismo garantir sua conservação e o desenvolvimento regional. Os principais objetivos deste projeto são: “estruturar os Portais, as Travessias e o empoderamento das Comunidades”; “debater sobre a conservação ambiental e atividade turística na região; preparar os destinos para melhor receber os visitantes e fomentar o Turismo de Natureza”. Quer fazer a travessia no Parque Nacional da Serra do Cipó? Acesse nossas páginas, siga as instruções e faça uma belíssima caminhada na Travessia Alto Palácio – Serra dos Alves!

Foto: Edward Elias Júnior

A gestão integrada do Parque Nacional da Serra do Cipó e APA (Área de Proteção Ambiental) Morro da Pedreira, dedica-se fortemente à gestão em parceria com os municípios e as comunidades do seu território de abrangência, são eles: Jaboticatubas, Santana do Riacho, Conceição do Mato Dentro, Morro do Pilar, Itambé do Mato Dentro, Itabira, Nova União e Taquaraçu de Minas. Em outubro de 2015, inaugurou-se o Portal de acesso ao Parque Nacional da Serra do Cipó na Comunidade de Serra dos Alves, município de Itabira/MG, concomitante à abertura oficial da primeira Travessia – Trilha de longo percurso no interior do Parque Nacional da Serra do Cipó, a Travessia Alto Palácio – Serra dos Alves, uma trilha de 42 km, junto às belezas naturais dos campos rupestres. Fruto do trabalho dos Conselhos Gestores do Parque e APA, que elencaram no seu Plano de Ação o Projeto Portais e Travessias como prioridade de ação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Serra do Cipó (ICMBio), com plano específico e representação das comunidades, dos executivos municipais, da Secretaria Estadual de Turismo, do Coletivo Condutores do Espinhaço, de receptivos turísticos da região, da Rede Pró-Mosaico, do Circuito Turístico Parque Nacional da Serra do Cipó, entre outros conselheiros e entidades interessadas no desenvolvimento responsável do Turismo de Natureza.

www.ecobooking.com.br. fb. Parque Nacional da Serra do Cipó

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Gestão de um atrativo de

Ecoturismo

Grupo Rio da Prata (Bonito e Jardim, MS) Por Luiza Coelho

Um atrativo de Ecoturismo possui área de beleza natural, com regras de visita- fação para a família e permitisse colocar ção que não causem sua degradação, com formas de monitoramento e avaliação de a “alma” no negócio, de forma a perpedesempenho operacional, aquisição de equipamentos, construção de infraestrutura tuar o empreendimento. Interessante e manutenção. Trata-se de uma empresa que alia estratégia, gestão organizacional que ao trabalhar com este propósito, e administrativa, comercial, financeira e jurídica. Trabalha também com recursos nos tornamos líder de mercado. O passeio no Rio da Prata é um humanos, relacionamento com o trade turístico, cadeia de distribuição, baixa e alta temporada (muitas vezes ganha-se dinheiro um mês, e em vários se opera no ver- circuito de trilha e flutuação, em grumelho) e fatores externos imprevisíveis como intempéries climáticas (chuvas, seca, pos de tamanho limitado, com o acomepidemias). É importante ter informações controladas, seguir as leis, medir os in- panhamento de guia de turismo e redicadores, monitorar, avaliar desempenho, tomar ações preventivas e corretivas, gras de conduta a serem seguidas dutrabalhar em mais de um idioma, tanto no atendimento ao cliente como no material rante o passeio, tais como: limite de tamanho e intervalo entre os grupos; obripublicitário. Em nossas pesquisas realizadas com os visitantes, perguntamos: “Por que você gatoriedade do passeio ser guiado; anescolheu o destino Bonito?” As respostas mais frequentes foram: “Pela oportunida- dar em fila indiana e não sair da trilha; de de ver fauna e flora”, “Conhecer o cerrado”, etc. Essas respostas demonstram uso de equipamentos de segurança; recomendação para se fazer silêncio; proique a biodiversidade é uma aliada ao bição do uso de repelente e protetor soatrativo natural e em muitos casos o mo"A biodiversidade é uma lar, de alimentar animais silvestres e cotivo que o torna atrativo turístico. letar frutos e sementes. Portanto, o Ecoturismo, se bem aliada ao atrativo natural Quando em 2008, fomos convidapraticado, seguindo técnicas de turisdos para participar do Programa Avenmo de baixo impacto, monitoramento e em muitos casos o tura Segura da ABETA (Associação ambiental, métricas de sustentabilidade motivo que o torna Brasileira das Empresas de Ecoturismo e em áreas naturais preservadas e manejo Turismo de Aventura), já tínhamos muiadequado para promover o uso sustenatrativo turístico." tas das ações propostas implantadas, tável da biodiversidade, pode ser uma contudo, ainda não formalizadas no SGS ferramenta para a preservação ao gerar rendas compatíveis com a conservação (Sistema de Gestão de Segurança), então formalizamos a implantação do SGS, o qual da natureza. Importante somar os es- encontra-se até hoje certificado pela ABNT. forços do poder público e da iniciativa Uma grande conquista ambiental foi a criação oficial da Reserva Particular privada, para que o turismo sustentável do Patrimônio Natural (RPPN Fazenda Cabeceira do Prata – Deliberação CECA/MS seja a verdadeira missão de um destino. nº 001-99) em 27/4/1999, protegendo 307,53 hectares (21,5% da área total da FazenEm junho de 1995, recebemos os da), englobando toda a mata ciliar do Rio Olho d’Água, desde a sua nascente até primeiros grupos de turistas no Rio da desembocar no Rio da Prata. RPPN é uma categoria de unidade de conservação parPrata, fato que mudou nossas vidas, ticular e de uso sustentável e restrito, criada em caráter perpétuo. marcando o início de um empreendiEm 1998, adquirimos a Estância Mimosa, localizada na Serra da Bodoquena, em mento familiar, que nos fez colocar em Bonito/MS, com o objetivo de abrir um passeio de caminhada e banho nas cachoeiras prática nossa capacidade de empreen- do Rio Mimoso. der, planejar, administrar e inovar. O No ano 2000, implantamos o passeio a cavalo. Em 2005, a observação de aves objetivo inicial era criar um modelo de e o mergulho com cilindro e flutuação, quando adquirimos a Lagoa Misteriosa (locaecoturismo organizado, com foco em lizado a 2 km da sede do Rio da Prata). Em 2007, teve início um roteiro de estudo do qualidade e segurança, que fosse viável meio para grupos escolares. economicamente e conciliasse desenÉ fato que a sobrevivência e o sucesso de uma empresa dependem do volvimento regional com conservação retorno financeiro. Este retorno resulta do esforço e comprometimento de adminisambiental. A ideia não era ter “lucro má- tradores e colaboradores. O envolvimento com o plano de treinamento e a busca ximo” com a atividade e nem ser “líder para “formar” talentos dentro da cultura organizacional da empresa (missão, valode mercado”, mas sim fazer um trabalho res e diretrizes) é imprescindível. Não podemos acomodar nunca! O mercado turístide qualidade, que proporcionasse satis- co não tem espaço para preguiça e nem acomodação. 20 agosto 2018



Só a Educação salva!

Uma aventura em família. Por Douglas Simões e Luciana Vianna

Fotos: Arquivo Pessoal

Assim que nasceram Anita (2009) e Miguel (2010), Luciana e eu passamos a enxergar o mundo também pela perspectiva de futuro deles. Em pouco tempo chegou a hora de irem para a escola, e assim como todos os pais e mães, queríamos buscar o melhor para eles. Mas o que é O MELHOR? Na sociedade se espera o tal SUCESSO e FELICIDADE. A cada escola visitada era claro que a educação é feita para passar no vestibular, para encontrar um bom emprego e para que eles possam ser OS MELHORES. De nossa parte o desejo de prepará-los para a vida, para as frustrações, para as dificuldades e para serem CIDADÃOS. Tarefa difícil, mas não impossível em nossa classe social. Paralelo a isso, enquanto nossos filhos, para ser simplista, têm todos os dias uma cama quente, seca, confortável e silenciosa para dormir, a realidade de outras milhões de crianças pelo Brasil e pelo mundo, é muito diferente. E o que esperar de adultos que tiveram a infância em condições de adversidade extrema? Foi no meio dessas reflexões que Luciana abandonou a Arquitetura e foi estudar Pedagogia. Através de seus estudos passamos a descobrir diversas iniciativas que podem transformar a vida de crianças de hoje que serão os adultos de amanhã. Mas como ajudar para que essas iniciativas cresçam e se multipliquem? Ao longo de alguns anos ajudávamos através de doações anuais uma iniciativa de Educação na Península de Maraú, o Jardim das Bromélias. Através da pedagogia Waldorf, o Jardim das Bromélias contribui há 8 anos para o desenvolvimento de 25 a 30 crianças anualmente, maioria delas sem condições de pagar por isso e que precisam de padrinhos doadores.

Jardim das Bromélias

Projeto Nascer do Som

O Jardim das Bromélias é uma iniciativa dos amigos Isney, Flávio e Marcelo que são sócios da Pousada Lagoa do Cassange. Eles acreditam que a Educação é o único caminho para gerar oportunidades a estas crianças no local onde vivem sem as empurrar para os grandes centros. Uma Educação que gere cidadãos críticos e empáticos. No ano 2000, eles receberam de um suíço, a doação de um terreno com 20 hectares próximo da pousada. Mas foi só em 2016 que o sonho começou a crescer, quando construíram através de uma campanha de financiamento coletivo o Espaço Harmonia onde acontece o projeto Nascer do Som com atividades esportivas para toda a comunidade do Saleiro. Em 2017, uma ONG alemã financiou uma construção no mesmo terreno para atender crianças a partir de 7-8 anos e que não poderiam mais ser atendidas pelo Jardim. Assim nasceu a Escola Maramar. Também em 2017 decidimos que no 1º semestre de 2018 passaríamos seis meses morando próximo da Escola Maramar onde Anita iria estudar e de Jardim onde ficaria o Miguel. No dia 31 de janeiro de 2018 pegamos a estrada rumo ao litoral baiano. Planejar, preparar e organizar a mudança, ainda que temporária, foi um desafio, mas a facilidade de adaptação da Anita e os questionamentos pontuais do Miguel tornaram tudo muito mais fácil. O sotaque, a cor da pele, a religião e a situação econômica são muitas vezes barreiras que adultos conseguem enxergar e até se incomodar. Anita e Miguel ignoraram tudo isso e se inseriram no contexto local de forma rápida, leve e tranquila. Luciana é professora voluntária na Escola Maramar e eu ajudo a organizar as contas e o planejamento anual dos três projetos: Jardim das Bromélias, Nascer do Som e Escola Maramar. Dentre os planos em andamento temos a ideia de construir negócios sociais onde todo o lucro seja revertido para a manutenção destes projetos e de outros que possam surgir. A primeira iniciativa já em teste são viagens socioeducativas para famílias conhecerem e viverem experiências junto aos estudantes da região. O primeiro grupo com 8 famílias veio em julho de 2018. Uma tirolesa está em fase de projeto e em breve iremos buscar fontes de financiamento. Há estudos para ampliar uma pequena produção de cosméticos sustentáveis e mel. E os sonhos não param por ai. Afinal como já dizia Raul Seixas: “Sonho que se sonha junto é realidade”.

22 agosto 2018



Facilitando treinamentos

em tempos de Google

O que muda? Por Daniel Spinelli

Você já parou para refletir sobre como as mudanças pelas quais estamos passando estão impactando a forma como as pessoas aprendem? Há poucos anos, as pessoas dependiam de professores, consultores, palestrantes e livros para ter acesso ao conhecimento. Com isso, a sala de aula possuia um papel diferente do que tem hoje. O papel do facilitador era de prover conhecimento, alguém que dominasse o conteúdo e o programa de aula. Mas, então, o que aconteceu? Em poucos anos ocorreu uma verdadeira revolução no acesso ao conhecimento. Hoje, qualquer pessoa com internet assiste aulas de mestres conceituados. Youtube, TED, blogs, Wikipédia, podcasts, entre tantas outras ferramentas transbordam conteúdos diversos. Em horas se pode aprender muito sobre qualquer assunto que desejar.

Armadilha A maior armadilha que percebo é a lentidão na adaptação a essa nova realidade por parte de quem se propõe a prover aprendizagem presencial, sejam organizações ou facilitadores. Quantas salas de aula ao redor do mundo estão em um universo de faz de conta só porque estão acostumadas com o fato de ter sido sempre assim? Até mesmo o mercado de eventos de negócios está sendo profundamente impactado por essas mudanças, afinal, por que eu deveria viajar e gastar meu dinheiro para participar de um evento cheio de pessoas para ver coisas que estão facilmente disponíveis na internet? Eu mesmo já deixei de ir a vários eventos depois que tive acesso aos nomes dos palestrantes e à lista de expositores. A pergunta-chave agora é: “para que eu deveria ir até o seu curso, treinamento ou evento? O que eu terei lá de diferente que eu não vou acessar via internet?”

Reflexão Tenho vários aprendizados sobre esse assunto, com base nas contínuas revisões nos formatos de experiência de aprendizagem que tenho trabalhado nos últimos anos. Essas novas formas de desenhar programas de aprendizagem e atuar em sala partem de alguns princípios importantes:

Princípio 1: Com quem o participante aprende?

Princípio 2: Como o participante aprende?

O participante não aprende mais com o facilitador. Ele pode aprender com suas próprias pesquisas e experiências, com seus colegas e com as principais referências de um assunto. Mas nem por isso o facilitador deixa de ser importante no processo, desde que saiba se reposicionar para facilitar esses novos métodos.

Certamente não é mais sentado ouvindo uma aula tradicional com slides do Power Point. Ele aprende como protagonista no processo, de forma ativa. Aprende fazendo, pesquisando, debatendo e confrontando ideias. O facilitador que insistir em dar uma aula convencional corre o risco de perder a atenção dos participantes.

Princípio 3: A arte de sair da cena!

Princípio 4: O que apenas um evento presencial oferece e como potencializar isso?

Sim, o holofote não é mais no mestre. Mestre agora é quem sabe continuar facilitando e liderando uma sala de aula sem estar no centro das atenções. Esse princípio eu considero o mais desafiador, pois lida com o ego do educador. Sem um processo de autoconhecimento e ganho de autoconfiança, acho difícil dar esse passo. Já estive com diversos facilitadores que têm uma grande dificuldade nesse ponto e quase sempre a minha recomendação é: “trabalhe seu próprio desenvolvimento antes de mais nada”.

Para cada situação e objetivo de aprendizagem essa resposta muda, mas uma coisa é certa: essa pergunta te ajudará tremendamente a sair do lugar comum e a prover experiências de aprendizagem significativas e diferenciadas. Afinal de contas, você quer que as pessoas saiam do seu curso ou treinamento com a clara percepção de que valeu a pena e de que nenhuma experiência digital teria sido capaz de proporcionar o que acabou de experienciar.

Os feedbacks que recebo ao colocar em prática os princípios acima são de que valeu a pena ter participado da aula, a aplicação após é alta e a percepção de que o tempo de sala voou. Claro que poderíamos nos aprofundar em cada um desses princípios, e se você trabalha com treinamento e desenvolvimento isso é necessário. Meu convite é para que confronte esses princípios com a forma como facilita hoje.

24 agosto 2018



O viajante millenial Por Peter Kronstrom e Luiza Pastor

chegar a algum lugar onde um mínimo de conectividade lhe permita fazer o upload das fotos de seus perrengues. Se não puder ser no primeiro dia, que seja no segundo ou no terceiro estourando... e que não passe disso. O jovem aventureiro do futuro não quer que a família acione os bombeiros para resgatá-lo, só porque a internet inexiste em seu percurso. O turismo dito de aventura e o ecoturismo são e serão, cada vez mais, oportunidades de experiências e vivências que, enquanto tira o indivíduo de sua realidade excessivamente conectada, recarrega suas baterias para o retorno a essa mesma conectividade. O caminho, aqui, é sem volta, esse cidadão que estamos criando nunca viveu sem a nuvem e ela é seu porto seguro. O que não está na nuvem, simplesmente não existe. É importante ressaltar, ainda, uma tendência detectada em relação ao perfil desse que chamamos aqui de turista millenial. Embora seja considerado um perfil geracional, na prática, cada vez mais, ele vai abranger também seus pais e até avós. O turista de aventura, no futuro que vislumbramos, é uma pessoa que vive cada vez mais tempo, com melhor qualidade de vida e saúde e que, consequentemente, quer desfrutar de experiências que muitas vezes não pôde usufruir durante sua juventude. O atendimento a esse segmento específico será decisivo para o aproveitamento ideal do potencial do negócio. Para atrair esse turista de demanda exponencial, é importante que os receptivos ofereçam o maior número possível de serviços adequados a cada perfil dessa ampla categoria. Para as famílias e os aventureiros de primeira trilha, a possibilidade de fazer roteiros que permitam o retorno no mesmo dia a algum pouso seguro e, de preferência, com banho e refeições quentes. Para os mais ousados, que acampam em barracas de última geração, suprimentos que atendam suas necessidades, como alimentos em porções menores que as habituais, os ditos funcionais (de barrinhas de cereais a sachês de gel de carboidrato), ou mesmo, refeições desidratadas que fazem pouco volume nas mochilas. Uma pesquisa sobre apetrechos que são mais utilizados em trilhas e acampamentos também permitirá oferecer ao público justamente aquilo que ele estava precisando e esqueceu, perdeu ou não pensou em carregar – de mosquetões de diversos tamanhos a prosaicos alfinetes de segurança, elásticos, sacos estanques de plástico... E se uma parada estratégica é indispensável, por que não aproveitar para valorizar a tendência das belezas e dos produtos regionais, criando mais que um mero pit stop, um destino de desejo em si mesmo? Aqui, a criatividade é a regra e cada local deve encontrar sua própria identidade que o diferenciará dos demais. É isso que vai definir se o viajante para neste ou naquele lugar: a vontade de desfrutar daquela oferta única, do diferencial que só você pode oferecer. Identificar esse plus é meio caminho andado para obter os melhores resultados. Foto: Tom Alves

Estudos realizados em todo o mundo e com os mais variados cenários, apontam para um substancial aumento da demanda por alternativas de viagens consideradas até pouco tempo roteiro para mochileiros, que fizeram sucesso na década de 70, a geração flower power. As projeções dos especialistas do Copenhagen Institute for Future Studies (CIFS) para esse importante nicho de mercado é a grande diferença dos mochileiros de então para os de hoje, bem como para os que ainda virão, referente à qualidade que exigem para suas viagens. Por mais rústica e cheia de riscos que pareça ser sua jornada, o aventureiro da geração millenial faz questão absoluta de uma série de confortos inimagináveis para seus avós hippies. Ele pode passar o dia embrenhado no mato, atrás das pegadas que marcam a Trilha Transmantiqueira, escorregando na lama e buscando nascentes para beber água fresca, mas, ao final do dia, fará questão de

26 agosto 2018



Produzindo Ideias,

Espalhando Conhecimento Somos todos feitos de terra, de água, de ar e de fogo. Os elementos que nos constituem são os mesmos presentes em todas as outras espécies da Natureza. Gosto desta perspectiva para entender, em partes, porque nos sentimos tão acolhidos em meio à Natureza. Afinal, somos parte dela. Seja em um rio, no mar, floresta ou montanha, compomos estes ambientes numa lógica de pertencimento a um macrorganismo onde tudo está conectado, ainda que não percebamos com as limitações que impomos aos nossos sentidos. Em suma, somos seres telúricos! Portanto, conhecer esta terra em sua diversidade é também conhecer um pouco mais sobre nós mesmos. O exercício profundo e prazeroso de olhar para fora para enxergarmos por dentro é de uma beleza ímpar. Todos nós que já experimentamos a epifania de uma descoberta em contato com a Natureza, que não pode ser descrita (a não ser pelos grandes poetas e artistas), mas vivenciada, desejamos compartilhar estas experiências com aqueles que amamos. Sempre que conheço um novo lugar em meio à Natureza, onde há beleza e

harmonia, me sinto integrado a este espaço que pareço conhecer profundamente. O deslocamento que uma viagem nos proporciona gera uma possibilidade de mudança de perspectiva que é fundamental para oxigenarmos nossas relações, conexões e ideias. Se dermos um passo a frente (ou para o lado) já não estaremos mais no mesmo lugar. Se permitirmos que nosso olhar também transite juntamente com nosso corpo abriremos caminho para o aprendizado desinteressado e generoso: a verdadeira experiência estética. No fundo é o que buscamos a cada viagem, a cada passeio e a cada encontro. Queremos sempre provar um pouco mais deste lugar de beleza e acolhimento que todos já experimentamos um dia. O universo de possibilidades é infinito! Refletindo sobre a diversidade temos tanto ainda a descobrir e vivenciar que é angustiante imaginar que não teremos tempo para tantas maravilhas que estão preparadas nos aguardando. Entretanto, devemos reconhecer o valor de cada um destes elementos da beleza através da sensibilidade que nos foi dada. Sem esta atribuição de valor não teremos condições plenas de cuidado! Conheçamos para atribuirmos valor adequado e cuidarmos. Esta máxima é aplicável a toda a fauna, flora, reino mineral e às pessoas. A correlação e interdependência torna este mundo possível como o conhecemos hoje. Realmente o conhecemos? Penso que ainda estamos nos primórdios do Éden, quando nem conseguimos nominar todas as coisas. Façamos nosso trabalho consciente de conhecer e propagar este conhecimento para que mais pessoas possam se juntar a esta legião de apreciadores apaixonados de tudo o que nos é constantemente ofertado de graça.

28 agosto 2018

Foto: Tom Alves

Por Lucas Sigefredo



Lideranças Femininas

Por Ana Cristina Trevelin

A Liderança feminina, assim como a masculina, precisa ser inspiradora e fazer com que as pessoas queiram fazer o que precisam fazer! É preciso motivar, envolver, promover e gerenciar! Há um iceberg de competências a serem desenvolvidas quando se fala em liderança forte, positiva e de resultados. Entretanto, quando se trata de uma mulher na posição de liderança, não podemos esquecer que ela enfrentará obstáculos e resistências silenciosas enraizadas em nossa sociedade pelo machismo que está vivo dentro de nós e nem nos damos conta do tamanho do impacto disso em nossas decisões do dia-a-dia. Isso faz com que, às vezes, sejamos tão magnificas em nossos posicionamentos empresariais, visionárias nos negócios e resultados, mas em nossa vida privada nos percebemos ainda amarradas às crenças, papéis e valores sobre o que é certo e errado, que talvez fizessem sentido para nossas bisavós nos anos 20. Talvez... Assim, gerenciar uma equipe e liderá-la para o sucesso exige que as gestoras se construam fortes emocionalmente e signifiquem de novo suas crenças para que fortalecidas o suficiente enfrentem e vençam os obstáculos. Lembro-me do meu primeiro trabalho como gestora. Foi nas Grutas de São Miguel, um atrativo turístico no Destino Bonito, Serra da

Bodoquena em que um membro da equipe disse-me que não recebia “ordens de uma mulher, ainda mais uma guria”. Bom, ali percebi que as coisas realmente exigiriam muito de mim... era início dos anos 2000. Muita coisa aconteceu de lá para cá e percebo que essa resistência verbalizada a uma mulher no comando, já diminuiu bastante em alguns estados brasileiros, mas ainda é palpável. Ainda temos um caminhar longo dentro de nós mesmas e da sociedade para que a igualdade se torne uma realidade. Há mulheres incríveis alcançando cargos de liderança em conselhos, fóruns, secretarias de governo e em empresas de diferentes segmentos no turismo nacional. Aliás, as mulheres são maioria na linha de frente das empresas de turismo. Para a ABETA, ter uma presidente mulher é extremamente representativo e evidencia a capacidade de igualdade de conhecimento técnico e comportamental que temos para a gestão. Convido você, homem ou mulher, a ajudar a criar novos paradigmas de igualdade nas empresas: (1) compartilhem experiências de mulheres que estão construindo resultados incríveis em seus negócios e equipes: precisamos aprender com elas! (2) acreditem que mulheres não são rivais, temos uma força de trabalho, que em parceria, nos permite acessar uma rede poderosa de contatos e apoio para realizar nossos projetos; (3) temos a forma de olhar e administrar um empreendimento diferente e isso é um ganho muito grande para equipes femininas e masculinas que estão sob a liderança de mulheres. Todas e todos são capazes de fazer grandes ou pequenas coisas, deveríamos focar mais nas competências e talentos do que no gênero, só assim poderemos viver em uma sociedade justa, e esta mudança se inicia dentro de cada uma e cada um de nós. Ao nos inspirarmos a construir o senso de responsabilidade e automotivação, criaremos uma sociedade justa, respeitosa e igualitária!

30 agosto 2018


Normalização

e

Certificação Por Leonardo Persi

O Turismo de Aventura com cada vez mais adeptos pelo mundo, precisa proporcionar qualidade e segurança nas diversas atividades que englobam este setor, sejam elas desenvolvidas em terra, ar ou água. A grande conquista tanto para os operadores turísticos como para os visitantes é a normalização e certificação destas atividades. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) conta com o Comitê Brasileiro de Turismo (ABNT/CB-054) que possui 14 comissões de Estudo para planejar as normas deste setor que também são encaminhadas para a Organização Mundial de Turismo e para a ISO (International Organization for Standardization), visando a padronização a nível mundial das práticas do Sistema de Gestão de Segurança (SGS). A ABETA (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura) é a responsável pela Secretaria Técnica do Subcomitê de Turismo de Aventura de Normalização da ABNT, participa destas comissões e tem trabalhado na orientação e articulação com entidades como CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), ABNT, ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Sociedade Brasileira de Espeleologia, Associação Férias Vivas e o Ministério do Turismo, o que proporcionou ao segmento de Ecoturismo e de Turismo de Aventura do Brasil a conquista de duas novas Normas Técnicas ABNT: Mergulho e Cicloturismo. Os trabalhos preveem ainda a elaboração de 4 novas normas e revisão de outras 14. Neste último ano foram realizadas 35 reuniões de Comissões de Estudos, sendo todas com a gestão da Abeta. Houve articulação com o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), para a atualização do RTAC (Regulamento Técnico de Avaliação da Conformidade de Turismo de Aventura), que visa também atualizar a certificação ABNT NBR ISO 21101, que trata do Sistema de Gestão de Segurança.

A Abeta com presença atuante apoiou: ªª A divulgação de cursos da ABNT sobre interpretação da Norma Técnica ABNT NBR ISO 21101 e Norma Técnica ABNT NBR 15334 e 19011 para auditores, realizados em Socorro/SP, em dezembro/2017 e em junho/2018. ªª A elaboração das Coletâneas das Normas ABNT de Turismo de Aventura, para facilitar aos empresários a compreensão de quais normas se aplicam a cada tipo de atividade de Turismo de Aventura. ªª O desenvolvimento da norma ISO para Centros de Informações Turísticas. ªª A divulgação de eventos do Turismo nacional e internacional de 2018, incluindo o V Seminário Internacional de Turismo em Áreas Protegidas da Amazônia, realizado em Rio Branco/AC, em maio/2018. ªª A divulgação junto aos associados sobre o Cadastur 3.0, lançado no início de 2018 pelo Ministério do Turismo. ªª Os trabalhos da ABNT para Mergulho Recreativo, junto ao grupo de trabalho ISO/TC228 – Tourism and related services – WG1 Diving services, para a reunião de novembro/2017, em Orlando (EUA), sendo que duas futuras normas de sustentabilidade estão para ser publicadas e provavelmente serão implementadas no Brasil. A Abeta participou: ªª Do Prêmio UNWTO (Organização Mundial de Turismo) de Boas Práticas de Turismo de Entidades do Terceiro Setor. ªª Da reunião da ISO/TC 228 – Tourism and related services, WG7 – Adventure Tourism, em maio/2018 em Buenos Aires (Argentina) com a conclusão para publicação da futura norma de Sustentabilidade de Turismo de Aventura ISO 20611 e a proposta para início de trabalhos da futura Norma ISO de Líderes de Turismo de Aventura, baseada na ISO/TR 21102 – Adventure Tourism – Leaders – Personnel competence. ªª De reuniões do grupo de trabalho da ATTA (Adventure Travel Trade Association), para o documento de Leaders – Adventure Tourism. Desenvolvimento de requisitos para qualificação de líderes (condutores) de Turismo de Aventura. ªª Do Boletim Bimestral ABNT (Nov/Dez 2017). ªª Dos trabalhos da futura instalação da Comissão de Estudos da ABNT Turismo de Observação da Vida Silvestre. ªª Do próximo projeto de normalização para desenvolvimento das normas técnicas em parceria com Sebrae Nacional e ABNT para o Turismo de Aventura. É de suma importância que empresários tenham conhecimento e implementem a normalização referente ao Ecoturismo e Turismo de Aventura, pois estarão elevando o nível de segurança e competitividade tanto no mercado interno como no externo. Além disto, poderão buscar a Certificação do Sistema de Gestão da Segurança do Turismo de Aventura. Para mais informações sobre a implementação do SGS e orientações do processo de Certificação, procure a Abeta! Acesse www.abeta.tur.br. 31

agosto 2018





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