Notícias do Mar n.º 375

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de dar um modesto contributo para unir vontades. É preciso que pensemos na protecção e combate aos incêndios com a criação de zonas para armazenamento de águas, garantindo as chamadas descontinuidades florestais, como facilmente se entende. É também preciso pensar nas novas gerações garantindo o acesso à água com o consequente investimento nacional e estrangeiro”, mas como o GR tinha ainda mais incumbências para esse dia não pôde ficar mais tempo, mas não deixou de continuar curioso para saber mais sobre aquele projecto, no entanto a sua curiosidade foi satisfeita nos dias seguintes por terem vindo à ribalta algumas notícias nos órgãos de comunicação que lhe permitiram ficar mais esclarecido para poder partilhar com os leitores do jornal Notícias do Mar que está sempre aberto à sua colaboração amiga. PROJECTO TEJO – Apro34

veitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Tejo e Oeste – Um projecto de rega para cobrir uma área territorial de 300 mil hectares, que corresponde ao dobro do Alqueva, que pode abranger o Ribatejo, a Península de Setúbal e a Região do Oeste, e deve custar 4,5 MM€, a 30 anos. Este Projecto Tejo para “Dar Vida ao Tejo” de grande envergadura, foi criado na tentativa de solucionar o grave problema com que os agricultores das regiões abrangidas pelo corredor fluvial do rio Tejo se debatem hoje devido às alterações climáticas que estão a provocar situações de seca extrema e severa e também à diminuição significativa do caudal de água que ele traz de montante. Na apresentação deste projecto onde estiveram presentes alguns especialistas e figuras públicas, para além de contar com as presenças do secretário de Estado da Agricultura Luís Vieira que se com-

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prometeu a levar o projecto à análise do Governo, do consultor Augusto Mateus que foi ministro da Economia, do professor catedrático e especialista em questões agrícolas Francisco Avilez e do especialista Jorge Froes da área do planeamento, que fazem parte da comissão que estudou e elaborou este projecto a convite e desafio dos irmãos Manuel e Miguel Campilho, empresários agrícolas e administradores da Quinta da Lagoalva de Cima, está orientado para o aproveitamento da água que corre livremente para o mar, quando as alterações climáticas já prenunciam anos de seca extrema e é crucial para o desenvolvimento e sustentabilidade deste vasto território que engloba o Ribatejo e o Oeste, que poderá vir a juntar os municípios das comunidades intermunicipais da Lezíria, do MédioTejo e do Oeste numa nova região a criar e que vem na sequência das negociações para o novo quadro comunitário que se seguirá a 2020.

Este ambicioso projecto de regadio e navegabilidade do rio Tejo associado à rega de uma vasta área do território nacional, à sua drenagem, ao controlo das cheias e ainda ao controlo da cunha salina que sobe pelo rio Tejo acima nos períodos mais secos, e aponta para a navegabilidade do rio com as vantagens daí decorrentes, nomeadamente ao nível do turismo, do lazer, da pesca, da aquacultura e do transporte fluvial entre outros, surge também a tempo da sua inscrição como grande investimento nacional no próximo quadro comunitário, assim o governo e os partidos parlamentares o entendam. É digno de registo o facto de, ao que parece, o actual governo ter um ouvido aberto para escutar os autores e interessados em avançar com este projecto, atitude que leva o GR a considerar positiva e também a recordar-se de que isto nunca se verificou no passado quando, por exemplo, foi apresentado o projecto de navegabilidade e navegação comercial com multiusos do Tejo, apresentado por Mendes Godinho, que ficou numa gaveta secreta ou foi liminarmente arquivado verticalmente no cesto dos papeis. O Projecto Tejo prevê uma rede de aproveitamento hidráulico da água existente à superfície na bacia do Tejo, com funções múltiplas (turísticas, agrícolas, ambientais) e que permite compatibilizar o antigo sonho da navegabilidade do rio Tejo entre Lisboa e Abrantes, para transporte fluvial ligeiro com açudes e eclusas, drenagem do leito do rio, controlo de cheias e da salinidade da água do Tejo, rega agrícola, retoma da actividade da pesca e da aquacultura, levando ainda água à região do Oeste, as-


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