GESTÃO INTEGRADA PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO SUSTENTÁVEL
projeto abrangeu cerca de 8.949,74 km2 de extensão territorial nesses quatro municípios e uma população total de 73.968 habitantes (IBGE, 2010), tendo como objetivo levantar, avaliar e disponibilizar informações e ferramentas para uma gestão sustentável dos recursos hídricos na região do litoral médio e sul do Rio Grande do Sul. Esses municípios encontram-se localizados na Planície Costeira do Rio Grande do Sul, a qual apresenta um sistema lagunar único no mundo, por reunir uma grande quantidade de corpos d´água doce próximos à costa, como a laguna Dos Patos, a lagoa Mirim, a lagoa Mangueira e outras 64 lagoas costeiras permanentes. Também é considerada uma região de extrema a alta importância biológica, devido a sua grande extensão territorial e a alta diversidade de ecossistemas aquáticos e terrestres. Nesta região também são encontradas áreas naturais protegidas como a Estação Ecológica do Taim, que protege um importante ecossistema de banhados, servindo como rota para animais migratórios, apresentando grande variedade de fauna, principalmente de aves e mamíferos; e o Parque Nacional da lagoa do Peixe, importante território de aves migratórias que abriga um mosaico de ecossistemas aquáticos e terrestres, integrando banhados, lagoas costeiras, matas de restinga e orla marinha. Esta área é reconhecida como zona núcleo da Reserva da Biosfera pela UNESCO desde 1992 e como Sítio Ramsar pela Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional desde 2003. Além dessas características físicas/ecológicas relevantes, a região apresenta grande diversidade histórico-cultural, identificada pelos patrimônios materiais e imateriais que retratam a multiplicidade de etnias presentes na região (negros, índios, portugueses, açorianos, espanhóis e italianos), e onde a abundância do recurso hídrico é presente no modo de vida das populações como fonte de água potável e de outros usos múltiplos. No entanto, a região apresenta-se em situação de vulnerabilidade socioeconômica que é marcante ao longo do seu histórico de isolamento geográfico dos grandes centros urbanos do sul do Brasil, hoje ainda agravado pela sua dependência de atividades econômicas como a silvicultura, as plantações de arroz e cebola, a pecuária e a pesca, trazendo grande impacto ambiental à região e o sobreuso dos recursos hídricos para fins econômicos. Diante da necessidade de se buscar alternativas de desenvolvimento socioeconômico compatíveis com as características de elevada fragilidade dos ecossistemas regionais, o turismo tem sido visto pela própria comunidade como uma possibilidade de geração de benefícios locais. A partir deste contexto, procedeu-se o levantamento das potencialidades turísticas nos quatro municípios com o intuito de avaliar as condições atuais do turismo na região e as suas possibilidades e limites para o desenvolvimento turístico regional de base sustentável. O estudo das potencialidades turísticas da região procurou envolver a comunidade local desde o início do processo com a realização da atividade denominada “Escolha das Sete Maravilhas”. Essa ocorreu com o objetivo de instigar a comunidade a participar voluntariamente de um processo de votação das “7 Maravilhas” do município onde residem, como forma de integrá-los ao contexto inicial de levantamento das potencialidades locais de interesse turístico,
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