Revista Automotive Business | edição 59 | julho 2020

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TermĂ´metro:

a temperatura do setor automotivo na pandemia

Julho | 2020 | Ano 11 | # 59

Pesquisa de Automotive Business em parceria com a Roland Berger mede o calor das empresas da cadeia de valor ao longo da crise

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Editorial

Novos tempos, novas soluções

Revista Automotive Business Julho, 2020 • Ano 11 Edição 59

www.automotivebusiness.com.br

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efletindo os novos tempos de transformação que chegam com a Covid-19, a sua revista Automotive Business assume a partir de agora o formato digital. Esta edição tem duas versões: o clássico vira-páginas e uma opção on-line para quem costuma ler o nosso portal, que em breve será reformulado para se tornar uma plataforma de comunicação ainda mais moderna.

Paulo Ricardo Braga Editor

A matéria de capa, ilustrada por uma pesquisa exclusiva, nasceu de uma parceria de Automotive Business com a consultoria Roland Berger, tendo como objetivo acompanhar a evolução do impacto da pandemia da Covid-19 na indústria automobilística. Surgiu assim o Termômetro, que medirá a temperatura dos negócios no setor. Você vai conhecer os resultados desse levantamento, o balanço das expectativas do setor e os possíveis caminhos para as empresas da cadeia de valor. Você já sabe que nada será como antes amanhã, no período pós-pandemia. Esta edição debate as projeções, mudanças e expectativas do novo normal do setor automotivo, que já passa por uma grande transformação digital. A Covid-19 acelera o processo de digitalização das empresas da cadeia automotiva e impõe um novo normal na forma de trabalhar e fazer negócios das organizações. Alguns dos temas tratados são a transformação digital acelerada, a mudança na cultura interna das empresas e o teletrabalho à distância, a evolução das vendas on-line e o impacto da pandemia nos processos de pesquisa e desenvolvimento. Confira também o artigo da Mandalah sobre o mindset inovador. Avançando um pouco mais nas previsões para o comportamento dos mercados, fomos ouvir os sentimentos das principais entidades do setor automotivo. Em especial, anotamos as expectativas em relação ao desempenho e aos cenários dos segmentos de veículos leves e pesados. Está na pauta também o papel das empresas na sociedade após a crise deflagrada pela pandemia. No horizonte próximo as ações de sustentabilidade ganham protagonismo nos negócios. No cenário de pós-crise surgirá um novo propósito, embalado pelo altruísmo e por avanços na área de marketing. Esta edição revela ainda os finalistas do Prêmio REI – Reconhecimento à Excelência e Inovação. São 65 cases em 17 categorias. A votação on-line para eleger os vencedores foi aberta em 1o de junho, no portal Automotive Business. Os vencedores serão conhecidos durante o Planejamento Automotivo 2021, de 24 a 28 de agosto.

Editada por Automotive Business Distribuição direta gratuita a profissionais de fabricantes de veículos, autopeças, distribuidores, entidades setoriais, governo, consultorias, empresas de engenharia, transporte e logística e setor acadêmico. Diretores Paula Braga Prado Paulo Ricardo Braga Editor responsável Paulo Ricardo Braga (Jornalista, MTPS 8858) Editora-assistente Giovanna Riato Redação Mário Curcio, Pedro Kutney e Sueli Reis Editor de notícias do portal Pedro Kutney Design gráfico (RS Oficina de Arte) Ricardo Alves de Souza Josy Angélica Fotografia Estúdio Luis Prado Publicidade Carina Costa e Greice Ribeiro WebTV Marcos Ambroselli Redes sociais Instagram/automotive_business Linkedin/automotive-business YouTube/automotivebusiness

Boa leitura e até a próxima edição.

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LUIS PRADO

CAPA O TERMÔMETRO DOS NEGÓCIOS A evolução dos impactos da pandemia na indústria automobilística

8 NOVO NORMAL TRANSFORMAÇÃO

DIGITAL Covid-19 acelera o processo de digitalização na cadeia automotiva

12 TELETRABALHO HOME OFFICE E a empresa agora transformouse no laptop

16 DIVERSIDADE ANÁLISE Os desafios e oportunidades da digitalização

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PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM MODO DE SOBREVIVÊNCIA A (boa) alternativa de investir em P&D

18 VENDAS ON-LINE 26 ESTRATÉGIA NOVA RELAÇÃO COM O QUE OFERECER O CONSUMIDOR Efeitos da digitalização da jornada do cliente

NAS LIVES As novas etapas da comunicação

30 CAPA

OS NOVOS TEMPOS Depois da crise, a recuperação

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LUIS PRADO

Sucesso em 2019, ABX terá nova fórmula em 2020

65 PRÊMIO REI HÁ 65 FINALISTAS EM 17 CATEGORIAS Eleição definirá os vencedores

35 CAPA INDÚSTRIA

40 CAPA

37 CAPA

44 SUSTENTABILIDADE

O ponto de vista da Roland Berger

CENÁRIOS PARA VEÍCULOS LEVES O futuro sufocado pelo coronavirus

CENÁRIOS PARA PESADOS Caminhões carregam melhor o peso da crise

O BEM NA VIA DE MÃO DUPLA A responsabilidade das empresas na sociedade

48 ARTIGO MINDSET INOVADOR

A visão da Mandalah

50 EVENTOS A AGENDA DE

58 VAIVÉM PROMOÇÕES

54 LIDERANÇA APRENDENDO A

60 RECONHECIMENTO

AUTOMOTIVE BUSINESS Crise acelera a digitalização

TRABALHAR EM CASA O novo pacote das tecnologias de comunicação

A nova posição dos executivos

TOYOTA PREMIA FORNECEDORES Denso e YPF foram os melhores de 2019

63 PREMIAÇÃO

CAOA DESTACA PARCEIROS Evento foi promovido on-line

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Transformação Digital

Transformação digital ganha força extra Pandemia e distanciamento social trazem o inusitado efeito de acelerar alguns processos há muito desejados pela indústria automotiva Giovanna Riato

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ogo que o coronavírus começou a avançar pelo ocidente, circulou nas redes sociais uma imagem com a pergunta: Quem liderou a transformação digital na sua empresa? Entre três alternativas, a resposta circulada era a “Covid-19”, no lugar das opções CEO ou CTO. A brincadeira tem um bom fundo de verdade, como conta Eduardo Peixoto, chief designer officer do Cesar, centro de inovação de Recife, e parceiro de Automotive Business na construção do Índice de Transformação Digital, criado em 2019. “Com a Covid-19, pegamos túnel do tempo e saímos do

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Quem liderou a digital na transformação o? sua organizaçã CEO CTO COVID-19


outro lado”, resume. E complementa: “A pandemia acelera mudanças e traz para as empresas a consciência de que quem não se prepara para o digital pode ter problemas. Nenhuma organização vai aceitar correr este risco de novo.” Em 2019, pesquisa feita com as empresas automotivas indicava que o setor ainda estava longe da maturidade digital. O grau de transformação digital da indústria apurado naquele momento era de 57,3% - sendo 0% um contexto de negócios totalmente analógico e 100% a maturidade digital. Para chegar ao resultado, o índice se baseia em oito eixos (veja gráfico). Embora seja cedo para consolidar uma nova medição no setor automotivo, Peixoto indica que a tendência é de que a pandemia impulsione a indústria a evoluir em algumas frentes, enquanto outras seguem no mesmo patamar – talvez até com novos desafios.

Mudança acelerada

Peixoto aponta que um dos eixos que representam a maior oportunidade para o momento é o de consumidores. O isolamento social impôs uma mudanças na maneira como empresas se relacionam com os clientes, com a necessidade de desenvolver soluções conectadas. “O momento atual coloca em xeque premissas de negócio que nunca achamos que iriam desaparecer, como instalar pontos de venda físicos e ter como métrica de sucesso o número de pessoas por metro quadrado. Isso tudo acabou”, analisa. Com o declínio das experiências presencial, o especialista lembra que o e-commerce ganha força como nunca antes. A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABCom), calcula que

Eduardo Peixoto, chief designer officer do Cesar, centro de inovação de Recife

A pandemia acelera mudanças e traz para as empresas a consciência de que quem não se prepara para o digital pode ter problemas. Nenhuma organização vai aceitar correr este risco de novo cresceu em 400% o número de estabelecimentos que passaram a vender on-line desde que o isolamento social começou no Brasil. Tudo para responder ao crescimento da demanda, que saltou com o aumento das compras de clientes já habituados ao ambiente digital e com a chegada de 4 milhões de consumidores que migraram do off-line para o on-line. “A pandemia acelerou a adoção do hábito com as soluções que criam uma capa digital a negócios tradicionais, como aplicativos de entrega como iFood e Rappi”, diz. Chamado de Direct to Consumer (D2C), este movimento,

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Transformação Digital

diz Peixoto, traz duas consequências importantes ao setor automotivo. A primeira delas é que este contexto acelera o processo de tornar os pontos de venda físicos menos relevantes. “Quando você se acostuma com o D2C, fica difícil voltar atrás”, enfatiza. Ele entende que há, neste novo normal, uma série de oportunidades para garantir presença de marca online e conveniência no mundo físico, com soluções como levar o carro até o cliente para que ele faça test drive. “É preciso pensar em como impactar o consumidor sem esperar que ele vá até a loja”, enfatiza.

Home office cresce, mas ainda depende de mudança cultural Um dos eixos da transformação digital é justamente a evolução da cultura corporativa das empresas. Neste ponto, Eduardo Peixoto, do Cesar, entende que a contribuição do momento atual foi pequena. “A pandemia colocou as pessoas em home office, mas teve pouco impacto na cultura hierárquica, de baixa autonomia para que as pessoas experimentem”, diz. Para ele, o trabalho remoto só será realmente eficiente no setor automotivo quando houver uma cultura de colaboração e autorresponsabilidade, algo que não é construído de uma hora para a outra, no susto da pandemia. Com isso, o especialista considera que há muito trabalho a fazer nesta frente, que é essencial para que as outros eixos da transformação digital avancem.

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Novos produtos

O segundo grande impacto do avanço do D2C está na mobilidade, que muda com o fortalecimento da demanda pelo transporte de mercadorias e pedidos feitos on-line, diz Peixoto. “Talvez isso representa uma nova frente para o setor automotivo, mais focada em veículos menores, mais baratos e com custo baixo de utilização”, afirma. Segundo ele, as empresas podem pensar em soluções muito utilitárias de transporte que garantam segurança à população cada vez maior que trabalha com entregas ou como motoristas de aplicativos. “Devemos ter ondas da pandemia, como temos visto em outros países, com períodos de flexibilização e outros de volta ao isolamento social. Assim, mesmo depois de tudo isso, a tendência é de que as pessoas passem mais tempo em casa e usem estes serviços”, projeta. Peixoto entende que, no médio e longo prazo, quando o coronavírus deixar de ser o principal assunto da sociedade, a tendência é de que as pessoas se mantenham mais exigentes em relação aos governos e empresas. “Teremos um aumento da pressão por mudanças porque alguns riscos vão deixar de ser aceitáveis”, diz. Ele cita que deve continuar em alta a demanda por mais higiene para evitar novas ondas de contaminação ou o surgimento de outras doenças. Também tende a crescer a exigência de um compromisso das organizações por soluções mais sustentáveis, que não contribuam para o aquecimento global, por exemplo. “Neste escopo, há um universo de oportunidades que surgem no setor automotivo. Além do carro elétrico, temos a questão dos materiais, da reciclagem de veículos, de pensar na economia circular”, resume.


Os eixos da transformação digital Cultura e pessoas: Perspectiva do ser humano em relação às mudanças na era digital, passando pelo papel de líder nas transformações e por novas configurações dos negócios Tecnologias: Uso de recursos digitais, como IoT (Internet das Coisas), big data e inteligência artificial para obter vantagem competitiva. Dados: Captação e uso inteligente de dados para a estratégia e tomada de decisões. Garantir a privacidade aos clientes e, ao mesmo tempo, extrair valor da informação gerada por meios digitais Modelos de negócio: Detecção de novos mercados e caminhos para crescer. Empenho no desenvolvimento de novos modelos de negócios e fontes de receita.

Consumidores: Mudanças na relação entre as organizações e os seus clientes. Passa pela possibilidade de customização, oferta de soluções conectadas e sob demanda. Concorrência: Novo cenário para a competição, já que mesmo empresas bem estabelecidas podem ser fortemente impactadas por novos competidores ágeis.

Processos: Otimização, propensão ao uso de software para gerenciar operações internas e maximização do uso de ativos a partir do relacionamentos com clientes e fornecedores.

Inovação: Novos métodos e processos, incluindo a cocriação e a contínua experimentação como estratégias que se sobrepõem à cultura de desenvolver produtos de forma isolada.

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Teletrabalho

Quarentena forçou mudanças na forma de trabalho e na entrega

E a empresa agora é o laptop Home office tornou-se a forma de tocar a vida, com alguns desafios e mais responsabilidade

Mário Curcio

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laptop talvez já fosse sua principal ferramenta de trabalho, mas de repente se tornou o único ponto de contato entre você e a empresa. E o chiado da panela de pressão substituiu o barulho vindo do chão de fábrica. Durante a reunião online com a equipe se ouve uma criança pedindo colo. Nesse tudo-junto-e-misturado, o home office se tornou a única forma de tocar a vida para muita gente. Trouxe mais autonomia e também responsabilidade para cada membro da equipe.


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Maurício Mazza, da Mercedes: objetivos mais tangíveis e de curto prazo; Alessandro Ferreira, da Marcopolo: maior nível de confiança entre profissionais; Daniela Diniz, da GPTW: relação de confiança obrigatória nas equipes

MARCELO SPATAFORA

DIVULGAÇÃO / MARCOPOLO

DIVULGAÇÃO / MERCEDES-BENZ

“A transformação digital que estava em fase de transição em muitas empresas teve de acontecer. Se não havia relação de confiança nas equipes foi preciso desenvolvê-la porque todos agora trabalhamos com base na entrega e resultado, sem gestão de comando e controle”, afirma a diretora da consultoria Great Place to Work (GPTW), Daniela Diniz. Na fabricante de carrocerias Marcopolo, a transição para o teletrabalho seguiu essa fórmula objetiva: “Os gestores e colaboradores precisaram aprender a distribuir tarefas, acompanhar e fazer entregas a distância. Isso aumentou o nível de confiança e também a maturidade entre os profissionais”, diz o gerente executivo de recursos humanos (RH), Alessandro Ferreira. Na Mercedes-Benz, a lição aprendida foi dar passos mais curtos: “Tem sido importante dividir as atividades com cada colaborador em blocos menores, com objetivos tangíveis de curto prazo, para a semana, por exemplo”, afirma o diretor de tecnologia da informação (TI), Maurício Mazza. Segundo ele, o resultado é um sentimento de realização que ajuda a atenuar a ansiedade inerente ao período atual. “Estamos nos orientando com base em três palavras-chave: empatia, confiança e comunicação. Na medida em que nos colocamos no lugar do outro temos mais condições de entender que coisas triviais viraram desafios dentro de casa”, diz. Para a CNH Industrial, que produz de motores a caminhões, de tratores a máquinas de construção, a motivação durante a quarentena vem de um programa interno que inclui lives com a presidência, rodadas de diálogo com todos os empregados e também um programa de saúde emocional.

“Os funcionários têm feito entregas cada vez melhores e se sentem mais produtivos”, garante a vice-presidente de RH para a América do Sul, Telma Cracco. “Nessa pandemia de Covid-19 fomos colocados diante de um problema complexo e a solução não está na cúpula de uma organização ou em uma pessoa, mas em todos os níveis. Com isso afloram mais colaboração, cooperação, criatividade e inovação”, garante a executiva.

Migração repentina

Para a gerente de relações humanas & facilities da Continental Pneus, Harumi Nomura, um desafio foi encontrar a melhor estratégia para manter o time envolvido e cuidar mais da comunicação, utilizando imagens sempre que possível. “Foi uma disrupção abrupta. Em poucos dias nossa operação presencial migrou 100% para o mundo virtual. Mas graças à tecnologia, esforço colaborativo e flexibilidade da equipe, conseguimos levar para o ambiente virtual o mesmo ritmo de trabalho e nível de energia das reuniões presenciais”, diz Harumi. “Conseguimos manter a operação da companhia de forma remota com todos os projetos rodando como se estivéssemos frente a frente uns com os outros. Alguns gestores que antes não apoiavam o home office hoje entendem que ele é viável. Também ficou claro que é possível economizar com a estrutura de um escritório tradicional, com aluguel, limpeza e segurança”, conclui a executiva da Continental.


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Diversidade

Os desafios e oportunidades da digitalização para uma cultura inclusiva Guilherme Mac Nicol Bara é sócio da MAC Consultoria em Diversidade e conselheiro da Rede AB Diversidade

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o contrário do que temos escutado nos últimos tempos em função da pandemia que vivenciamos, não há um distanciamento social. Pelo contrário, estamos mais conectados do que nunca, inclusive nos aproximando de pessoas que há muito não tínhamos contato. Os aplicativos que viabilizam reuniões virtuais, antes mais restritos ao ambiente corporativo, se popularizaram e hoje fazem parte da rotina de adultos e crianças, aproximam parentes que moram em extremos opostos do país ou mesmo em regiões distantes do planeta. O distanciamento que vivemos está longe de ser social. Trata-se de um distanciamento físico. E esta distância de corpos que fomos forçados a adotar traz desafios extras para a construção de um ambiente de trabalho que inclua todas as pessoas. Porque, no fim das contas, o convívio é a forma mais eficaz de humanizar as relações e consequentemente diminuir a discriminação. A parte boa desta história é que,

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se soubermos lidar com estes desafios, o saldo pode ser bastante positivo no processo de promover equidade em relação aos diferentes aspectos da diversidade. O avanço da digitalização pode ajudar a empresa em um de seus maiores desafios para o engajamento de colaboradores, sobretudo para aqueles que trabalham em localidades distantes do escritório principal. A popularização das reuniões online permite que, a um baixo custo, a alta liderança da empresa se conecte com as equipes, tanto com profissionais que atuam nas áreas administrativas quanto com aqueles que estão na linha de produção. A informação tende a chegar de forma mais rápida e eficiente em cada canto da organização. Ainda nesta direção, percebemos que as atividades corporativas voltadas à promoção da diversidade e da inclusão


também são impulsionadas à medida que o avanço da digitalização permite a prática do trabalho remoto. Se bem organizado, o home office pode facilitar a vida de muita gente, sobretudo a das mulheres que, por razões culturais, em geral ainda ficam com a maior parte da carga nas tarefas familiares, como cuidar dos filhos e da casa. Toda esta transformação se acelerou com o momento em que vivemos. É importante, entretanto, manter a atenção em alguns pontos para que de fato esta mudança promova mais inclusão, sob o risco de fortalecermos um canal de comunicação de mão única. Neste sentido, as comunicações serão de fato eficazes se utilizarem as diferentes formas de interação entre as pessoas, dando a oportunidade, até então rara, para que a alta liderança

das empresas receba diretamente dos seus colaboradores um feedback sem eventuais ruídos fruto da interpretação dos intermediários no processo de diagnóstico. Um outro ponto fundamental para que as mudanças em curso joguem a favor da inclusão é estarmos atentos à acessibilidade dessas ferramentas para as pessoas com deficiência. Caso este ponto seja negligenciado, corremos o risco de impor uma barreira intransponível para parte significativa de nossa população interna participar das interações. Entre os diversos resultados negativos, um contexto assim geraria prejuízo enorme nas possibilidades de desenvolvimento profissional deste grupo. O momento é de fato desafiador para todos nós. Mas do ponto de vista da inclusão, as transformações que estão sendo aceleradas podem tornar o ambiente de trabalho pós-pandemia um lugar onde as vozes poderão ser mais ouvidas, respeitadas e consideradas.

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Vendas on line

A nova relação das empresas com o consumidor Como deve ser o novo normal a partir da digitalização da jornada do cliente Sueli Reis

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momento que vivemos se assemelha à passagem de um tsunami, mas em proporções globais. A chegada da pandemia foi inesperada para muitos e devastadora para todos. E é com base nesse cenário que o setor automotivo está mais uma vez se reinventando, seja na maneira de vender ou atender seus consumidores. Mas, com uma pluralidade mais intensa de necessidades e drivers de compra, a padronização se torna igualmente mais difícil. Nesse sentido vem a aceleração digital. A transformação digital do setor, que tinha começado antes da crise, passará por uma crescente colossal nos próximos meses, diante das incertezas quanto à reabertura parcial ou completa das cidades e seus respectivos mercados. As opções para compras on-line vêm crescendo em um ritmo exponencial. Seu início se deu com algumas

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Ainda pairam muitas dúvidas sobre qual será o novo normal para as vendas de veículos, mas a única certeza é que será muito digital Daniel Nino, vice-presidente comercial da Auto Avaliar


concessionárias, por meio de contatos via telefone e aplicativos como WhatsApp e também pelas redes sociais. Na sequência, as marcas passaram a oferecer agendamento de test-drive em casa, caso da Caoa, que lançou o serviço logo no início da pandemia, em março, assegurando a higienização do veículo antes e depois de cada utilização. Com as concessionárias fechadas e as vendas minguando, grandes marcas passaram a investir em programas de vendas on-line, com sites dedicados ou multimercados e até showroom virtual, como fez a Mercedes-Benz, tornando possível a venda de modelos como o sedã 180 e o utilitário esportivo GLA por meio de sua página no Instagram, só para citar um exemplo. O objetivo é sempre o mesmo: em tempos de pandemia, proporcionar aos clientes a opção de iniciar o processo de compra sem sair de casa.

O que o consumidor quer?

Para que as iniciativas digitais sejam realizadas da forma correta e com a menor margem de erro, montadoras,

instituições financeiras e sites de venda de veículos devem conhecer melhor o seu consumidor, traçando um paralelo entre seus anseios e comportamentos pré-Covid-19 com o atual momento que vivem na pandemia. Isso permitirá recalcular a rota, assegurando que suas estratégias não serão pautadas pelo calor da crise. Segundo a Ipsos, um dos maiores institutos de pesquisa e inteligência de mercado do mundo, durante o processo de busca e compra de um veículo o vendedor é responsável por até 30% do impacto na avaliação da satisfação geral, o que é evidenciado em atributos com forte balizador comportamental, tais como interesse e dedicação em atender as necessidades do início ao fim. A negociação também desempenha papel importante nesse processo. Em sua recente análise sobre a digitalização nas vendas de veículos, o diretor da Ipsos para Automotive & Mobility Development no Brasil, Marcelo Pereira, avalia a importância de questões comportamentais também na negociação, que envolvem o vendedor e a equipe de vendas, tais como flexibilidade ao negociar e foco em compreender os desejos individuais com relação ao preço.

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Vendas on line

É importante ressaltar que não basta digitalizar a jornada do cliente no site da marca ou da concessionária, é fundamental conhecer esse consumidor e, a partir desse ponto, desenhar uma jornada que faça sentido ao associar o digital com as interações humanas Marcelo Pereira, diretor da Ipsos para Automotive & Mobility Development no Brasil

Na pesquisa Navigator da Ipsos, realizada entre 14 e 24 de abril de 2020, apenas um em cada cinco clientes se diz confortável com a compra on-line de um veículo. Para Pereira, o consumidor brasileiro não é muito diferente: ao comprar um bem de alto valor, como o automóvel, ele necessita se sentir seguro, quer ser ouvido e atendido de forma única. E o digital, por si só, é frio, pode gerar distanciamento e baixa fidelização à marca. “É fato que se faz necessário adicionar ‘calor’ na interação digital para a venda de veículos e ao se apoiar em pilares conhecidos do comportamento do consumidor para construção de suas estratégias, as empresas poderão aplicar, de maneira mais eficiente, os recursos necessários para um retorno seguro em fidelização, volume de vendas e valor, é claro” – observa Pereira.

Depois da venda

Dois pontos fundamentais para considerar depois de um match: a

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taxa de conquista das marcas antes da pandemia e como poderão ser no pós-Covid. Historicamente, a taxa de clientes que trocam de marca ao comprar um novo carro é superior a 50%. Ao mesmo tempo que demonstra uma baixa fidelidade do consumidor brasileiro, o fato também representa uma oportunidade. O outro ponto é o pós-venda: a qualidade do serviço não deixará de ser o top of mind para o consumidor ao avaliar a marca. Vale indicar ainda que além da digitalização no processo de venda de veículos é preciso lembrar também do potencial de simplificação que a digitalização no setor automotivo pode trazer ao pósvendas: recepções, agendamentos, mobiliário, serviços de leva-e-traz, oficinas volantes, pagamentos de serviços. Tudo deverá ser revisto.


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Pesquisa e Desenvolvimento

Inovação em modo de sobrevivência Com os orçamentos mais enxutos, investir em Pesquisa & Desenvolvimento pode parecer algo distante das prioridades de curto prazo, mas é o único caminho possível para que as empresas superem a crise Giovanna Riato, com a colaboração de Pedro Kutney

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investimento em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) é um dos pilares das empresas automotivas, uma indústria movida a inovações e avanços tecnológicos. A atual crise, no entanto, pode colocar em dúvida esta tradição – ao menos por algum tempo. Uma série de fabricantes de veículos já confirmou o congelamento de qualquer anúncio para o desenvolvimento de novos produtos enquanto a pandemia de Covid-19 não tiver um horizonte mais claro, decisão que reflete em toda a cadeia de valor. Afinal, como reservar capital para investir na construção de soluções e produtos para o longo prazo diante de uma situação de emergência, que exige imediatismo? A resposta não é exatamente simples, mas Valter Pieracciani, sócio-fundador da Pieracciani Consultoria, entende ser essencial que as empresas busquem o equilíbrio entre a gestão dos desafios atuais e o trabalho na construção de soluções para o futuro. “Questão de sobrevivência”, diz. Ele lembra que a pandemia traz mudanças socioculturais poderosas. “Teremos novos hábitos e desejos. Quem não investir para oferecer novos produtos ou soluções adaptadas ao contexto vai perder poder de venda” avalia. Segundo ele, a hora é ideal para as empresas da cadeia automotiva arregaçarem as mangas e reverem a proposta de valor aos produtos que oferecem ao mercado.

P&D está na essência do setor automotivo

A visão de Pieracciani é endossada pelo presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes. Segundo ele, a queda substancial das receitas das empresas e a situação de emergência pode ser um obstáculo aos investimentos em inovação, mas o tema não pode sair

Valter Pieracciani, sóciofundador da Pieracciani Consultoria

da agenda das empresas do setor. “P&D continua como o motor da indústria automotiva em qualquer país do mundo. Não é por coincidência que parte do desenho do Rota 2030 (regramento desenhado para o setor automotivo) é em torno do estímulo ao financiamento de P&D. Nossa indústria não consegue avançar sem esse tipo de indução, precisamos da participação da academia, da cadeia de fornecedores e de startups”, diz, garantindo que a indústria voltará ao ritmo de investimentos depois que recuperar a capacidade financeira. Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças, diz que o Rota 2030 é uma ferramenta muito importante para acelerar as atividades de P&D e garantir resultados no médio e longo prazo. Segundo o executivo, mesmo no contexto de pandemia, o investimento em inovação “segue sendo um assunto fundamental, sem o qual teremos dificuldade em avançar.” Ele prossegue: “Temos centros tecnológicos importantes no País

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Pesquisa e Desenvolvimento

Quarentena atrasa os projetos Um dos legados da pandemia deve ser o atraso em projetos de Pesquisa & Desenvolvimento que já estavam no cronograma das empresas. Pieracciani diz que a necessária quarentena causa atraso em testes e validações que dependem da presença física. “Os laboratórios pararam por um tempo. Devemos sair da crise com postergação de dois a três meses em projetos que já estavam previstos”, calcula. Segundo ele, o impacto só não foi pior porque as áreas de P&D costumam ser mais digitalizadas nas empresas automotivas. “Há muito tempo estes times estão habituados a trabalhar a distância, em rede, com profissionais que estão em outros países ou até em outras empresas, como fornecedores e outros parceiros”, diz.

e programas excepcionais, como o Rota 2030 e a Embrapii, por exemplo. Ou seja, temos condições de lançar muito nessa agenda. Persistência e melhoria continua nos programas parece ser o nome do jogo.”

Na crise, mais clareza e menos intuição

Se a falta de foco é capaz de levar empresas a cometerem erros graves em situações normais, na crise esta realidade fica ainda mais evidente. Priorizar é essencial, avisa Pieracciani. Ele recomenda que as empresas adotem o Founder´s Mentality, método desenvolvido por Chris Zook para que companhias atravessem períodos difíceis sem deixar a inovação de lado. “O caminho é apurar o portfólio e focar o investimento e a força de

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trabalho naqueles projetos com real potencial”, conta. Para entender em quais iniciativas se concentrar, o consultor diz que as ideias e propostas precisam passar por três peneiras. A primeira delas é escolher, entre os projetos que estão no horizonte, aqueles que a empresa é capaz de fazer naturalmente. “É o exercício de entender onde está o seu know how, identificar aquelas iniciativas para as quais não é necessário contratar especialistas ou investir em equipamentos, por exemplo”, diz. Os projetos que permanecerem de pé depois desta primeira etapa devem ser submetidos a outra pergunta,


afirma Pieracciani: “Dos potenciais produtos e soluções que eu posso desenvolver, quais os meus concorrentes terão mais dificuldade de imitar?” O especialista conta que o último filtro é mapear se a iniciativa ou produto será percebido como valor pelos clientes, levando em conta o contexto de crise. “Em um momento como este é preciso fazer escolhas e usar estes filtros, com condições claras, é um ótimo caminho para isso”, diz. E prossegue: “O critério não pode ser a preferência do chefe ou do time de desenvolvimento. Este é um dos casos em que a intuição não funciona.”

O legado para a indústria da mobilidade

O especialista avalia que, além das profundas dificuldades financeiras, a atual crise deixará como legado uma mudança nos comportamentos de mobilidade que afetará produtos e serviços. Por isso, o especialista entende que o melhor caminho para as empresas

da cadeia produtiva está em investir na reconversão produtiva: um processo de flexibilização dos parques fabris para que eles produzam diferentes itens e, até mesmo, forneçam para diversos setores. “Na crise vimos empresa de filtros passar a fazer máscaras de proteção”, exemplifica. Com o dólar elevado e a demanda por nacionalização em alta, o consultor aponta que ampliar as possibilidades das fábricas pode ser o caminho para recuperar a saúde financeira no novo normal.

Inovação com financiamento garantido A falta de recursos financeiros é um dos obstáculos mais óbvios ao investimento das empresas em P&D durante a crise. Pieracciani diz que há caminhos para superar esta barreira com a ajuda de linhas de fomento à inovação e de desonerações de impostos. “É possível custear 75% dos projetos com recursos oferecidos pelo governo. Fora isso, ainda há linhas de financiamento que permitem pagar o porcentual restante com carência de até cinco anos”, conta. Segundo ele, surgiram com a pandemia ainda

mais ferramentas de estímulo à inovação. O consultor aponta que os recursos foram ampliados principalmente quando se trata de pequenas e médias empresas e projetos relacionados à inovação radical em algumas áreas estratégicas, como a da saúde. “Isso parece distante do setor automotivo, mas há muitas iniciativas que se encaixam, em que há o encontro entre mobilidade e saúde”, conta o especialista. Ele cita como exemplo de soluções tecnológicas voltadas à saúde do motorista no caso da indústria de caminhões ou iniciativas em telemedicina.

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Estratégia

O que a sua empresa tem a oferecer em uma live? Priscila Fabi é sócia-diretora da SD&Press Consultoria em Comunicação Corporativa

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esde o surgimento do homem a comunicação enfrenta fases e períodos de transformação. Algumas mais significativas, como a invenção da prensa no século XV e a popularização da internet no século XX, e outras menos, de movimentos mais alongados, discretos e subjetivos. Agora, na abertura desta segunda década do século XXI, vivemos mais uma destas fases disruptivas. Temos pela frente algo completamente novo, até então inimaginável e imprevisível. A Covid-19 nos tornou monotemáticos: não há como falar sobre qualquer assunto, seja economia, entretenimento, tecnologia, sociedade e etc. sem citar os impactos causados pela pandemia. Obviamente esta situação tomou diretamente os departamentos de comunicação corporativa e um dos seus principais braços, a assessoria de imprensa. Não só fomos obrigados a nos reinventar como também a fazê-lo em tempo recorde. Uma das consequências imediatas foi um aumento estrondoso da relevância e da credibilidade da imprensa tradicional, jogada para cima por um tsunami de fake news. As áreas de assessoria de imprensa e de relações públicas, que estabelecem a conexão direta das empresas com os jornalistas, se tornaram ainda mais fundamentais nas estratégias de sobrevivência das companhias.

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As redações de jornais, revistas e sites, cada vez mais enxutas, estão trabalhando em demanda extremamente alta – mais ainda do que antes – para levar notícias fundamentais ao público. Por isso o papel das assessorias de imprensa agora é provê-las com informações que contextualizem o momento, transmitidas de forma extremamente clara, concisa e objetiva. Mesmo com as duas pontas trabalhando em home office, jornalista e assessor, o relacionamento entre eles ficou muito mais intenso. As pautas positivas ganharam notoriedade e as ferramentas de comunicação com a imprensa, como o press release, retomaram seu papel de destaque.

Como lançar um carro a distância

E há, no meio disso tudo, espaço para falar de carros? De autopeças? De lançamentos, estratégias, expectativas da indústria automotiva? Sim, há, especialmente quando não deixadas de lado a contextualização e a objetividade.


Sem o evento presencial, a informação em si, a mensagem a qual se quer transmitir, ganhou uma importância quase exclusiva Até agora esta objetividade e contextualização se diluíam durante eventos presenciais, distraídas por lugares produzidos, almoços ou jantares, conversas pessoais, interação social, afagos, brindes etc. O planejamento se concentrava muito no que se convencionou chamar de experiência. A forma presencial também facilitava, e muito, a demonstração daquele produto no qual foram aplicadas milhares de horas de trabalho e recursos em seu desenvolvimento. O toque e o teste tornavam tudo mais simplista. Diante do necessário isolamento social estes eventos presenciais foram rapidamente substituídos pelas chamadas lives, a forma mais próxima possível de apresentar um produto ou conceito à imprensa em tempo real e com interação.

De nada adianta, porém, fazer um evento ao vivo na internet para falar do que é importante para a sua empresa apenas porque este é o formato do momento ou como mero substituto de algo presencial. Ele precisa ser estrategicamente pensado. Precisa conter a novidade, a informação e a relevância. Não pode ser uma perda de tempo para o jornalista. Por isso não basta apenas mudar o formato de um evento presencial para uma live acreditando que com isso tudo está resolvido. A live precisa ser pensada, entendida, estruturada e produzida como tal. Sem isso não haverá a interação pretendida. Um excelente material de apoio, por exemplo, se fará ainda mais necessário: fotos, vídeos, textos, fichas técnicas, entrevistas etc. precisam ser muito bem produzidos e oferecidos para complementar as informações transmitidas durante a live. Sem o evento presencial, a informação em si, a mensagem a qual se quer transmitir, ganhou uma importância quase exclusiva. Não haverá mais espaço para distrações que justifiquem uma informação fraca ou pouco relevante para o jornalista. Esse, sim, acredito que será o caminho para o novo normal.

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Capa | Termômetro do Setor Automotivo

Termômetro: a temperatura do setor automotivo na pandemia Pesquisa mensal de Automotive Business em parceria com a Roland Berger mede o calor das empresas da cadeia de valor ao longo da crise Giovanna Riato

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iante da incerteza causada pelo avanço da pandemia de Covid-19 no Brasil, Automotive Business se uniu à Roland Berger e criou o Termômetro do Setor Automotivo, pesquisa mensal que mede a temperatura do setor. O estudo mostra os efeitos da crise e as principais perspectivas das empresas da cadeia de valor. Neste infográfico, acompanhe a evolução das expectativas em cada um dos meses em que a pesquisa foi realizada: março, abril e maio. Ao longo de três meses, o estudo teve mais de mil respostas de profissionais que atuam no setor automotivo, principalmente lideranças.

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Tempo de parada na produção desde 15 de março 32%

26% 20%

30 a 45 dias

Não houve paralisação

Mais de 60 dias

12%

11%

3a4 semanas

1a2 semanas

Período em que o regime de trabalho e produção ainda estão afetados 46% 39%

9% Indefinido

Mais de 1 mês

4%

3 semanas a 1 mês

N/A

2% 2 semanas

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Capa | Termômetro do Setor Automotivo

Principais dificuldades para a retomada das operações 21%

16%

14%

12%

11%

8%

7%

Queda de Retomada de Quebra de Aumento de SSO Dificuldades produtividade/ capacidade fornecimento estoques (p/ex. logísticas aumento produtiva distanciamento, de custos original sanitização)

Outros

4%

4%

2%

2%

Não Não tiveram Quebras/ Perdas/ retomaram problemas na paradas/ deterioração operação retomada falhas de estoques excessivas

Adoção de medidas drásticas para atravessar a crise 34% 18%

Programa de Demissões corte de custos

16%

10%

Interrupção Não adotamos de projetos medidas de inovação drásticas de resposta

8% Outro

8%

5%

Ruptura de Descontinuidade contratos com de operações/ fornecedores linhas de negócio

2% Venda de ativos

Quando o mercado de veículos leves voltará ao pico histórico de 3,6 milhões de unidades, registrado em 2012 35% 32% 31%

45% 45%

50% 17%

3%

2%

1%

Curto prazo (2020-2021)

INICIO DE MARÇO

22% 18%

Médio prazo (2022-2023)

INICIO DE ABRIL

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INICIO DE MAIO

Longo prazo (2024-2025)

Muito longo prazo (a partir de 2026)


Depois da crise, a recuperação Automotive Business ouviu consultorias e traz o panorama de quais são os caminhos possíveis para que as empresas superem o baque da pandemia Giovanna Riato

A

pandemia de Covid-19 teve efeito devastador sobre a cadeia de valor, como indicam os Resultados do Termômetro do Setor Automotivo, levantamento realizado por Automotive Business em parceria com a Roland Berger. Para indicar quais são os caminhos para que empresas pavimentem a saída da crise, a reportagem ouviu quatro grandes consultorias

que trazem a visão para o segmento de veículos leves, de pesados e fornecedores. Conheça a seguir as considerações de Carlos Briganti, managing director da Power Systems Research América do Sul, Letícia Costa, sócia da Prada Assessoria, Paulo Cardamone, chief strategy officer da Bright Consulting, e Thiago Costa, analista do mercado de caminhões para a América do Sul da IHS Markit.

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Capa | Termômetro do Setor Automotivo

Ações que podem ajudar a atravessar a crise

Letícia Costa, Prada Assessoria A maior preocupação deve ser a liquidez. É prudente que as empresas tenham um colchão de liquidez para enfrentar futuro ainda bastante incerto, como também um 2020 ruim para quase todos. Um certo grau de otimismo com relação ao futuro é importante, porém é preciso reconhecer que o curto prazo não será positivo e que a demora em fazer ajustes será prejudicial.

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Carlos Briganti, Power Systems Research No curto prazo o maior desafio é a gestão de custos e de caixa. No médio prazo, na esperada retomada, o principal ponto é desenvolver estratégias para ampliar o faturamento e a rentabilidade. Neste aspecto, há vários caminhos, como fusões e aquisições, além do aumento do valor agregado, melhorando o portfólio de produtos e clientes. Outra necessidade é buscar eficiência operacional na produção e nos processos administrativos, além de cooperação na cadeia de valor.

Paulo Cardamone, Bright Consulting É essencial obter recursos para reequilibrar o caixa e buscar novos fornecimentos dentro das core competences de cada empresa. O melhor remédio é a resiliência, a coragem e o empenho em desenvolver uma visão de mercado mais razoável.

Thiago Costa, IHS Markit O governo discute a oferta de crédito às montadoras de forma geral. Entretanto, o segmento de pesados deverá sentir menos do que o de veículos leves. No campo de investimentos, muitos projetos já foram postergados ou cancelados, o que mostra apreensão do setor, mesmo com uma lei de emissões a ser cumprida em alguns anos. Com relação às vendas, a necessidade de buscar novos mercados nunca foi tão grande quanto agora. De forma geral, as exportações tinham a Argentina como destino principal. Com a crise, é preciso buscar outros parceiros internacionais, ainda que o contexto seja desfavorável.


No pós-crise, onde estarão as maiores oportunidades para a indústria?

Letícia Costa, Prada Assessoria O setor de caminhões e ônibus irá sofrer um pouco menos que o de veículos de passageiros. Da mesma forma, o segmento de máquinas e implementos agrícolas deverá se recuperar mais rápido. O mercado de veículos de passageiro deverá sentir bastante, mas as oportunidades no segmento de usados podem ser interessantes, assim como no aftermarket.

Carlos Briganti, Power Systems Research Há oportunidade de diversificação do portfólio com mercados de equipamentos de construção e agrícola. São segmentos que permitem margens maiores. Outro caminho promissor é equilibrar o fornecimento às fabricantes de veículos e sistemistas e ao mercado de reposição. Veremos também movimento pela nacionalização de componentes tanto por causa do dólar valorizado, quanto por questões logísticas.

Paulo Cardamone, Bright Consulting As empresas precisam fazer muito mais com menos, se apoiando em modelos de gestão inteligente, mais assertivos e capazes de reduzir desperdícios e aumentar a produtividade. Todo mundo fala em indústria 4.0 pensando na manufatura, mas quando se trata de gestão, o modelo ainda é, no limite, 2.0.

Thiago Costa, IHS Markit Ainda é cedo para falar sobre a superação do momento mais agudo da crise. Ainda assim, alguns segmentos continuam demandando caminhões por estarem em outro contexto. No início da pandemia o agronegócio, com o dólar em patamar recorde, manteve sua performance e deverá fechar com saldo positivo. Entre os caminhões médios, os usados na distribuição de alimentos e bebidas sentiram menos a crise.

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Capa | Termômetro do Setor Automotivo

O novo normal para o setor automotivo

Letícia Costa, Prada Assessoria A disrupção ainda chegará na indústria, embora mais lentamente, seja porque as empresas terão de reduzir investimentos por um tempo, seja pela mudança nos hábitos do consumidor. O consumidor deve dar preferência ao transporte individual. São mudanças provavelmente temporárias até que surja uma vacina ou tratamento para a Covid-19. As demais tendências, como eletrificação e automatização, permanecem.

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Carlos Briganti, Power Systems Research O avanço do trabalho remoto vai provocar grande disrupção no formato tradicional das empresas. Já a mudança no uso dos veículos e hábitos de mobilidade precisa ser melhor compreendida. Ao mesmo tempo em que temos uma redução da demanda por causa do home office, em alguns casos vemos a migração do transporte público para o individual.

Paulo Cardamone, Bright Consulting Muitas coisas vão mudar - principalmente aquelas ligadas à maior digitalização e automação. No modelo organizacional, a percepção de que é possível fazer mais com custo menor via home office e comunicação digital deve trazer grandes benefícios. Novos formatos de vendas vão transformar os modelos tradicionais. Em um futuro próximo poderemos ter 30% menos concessionárias do padrão atual, com novos formatos de showroom, pontos de serviços e lojas multimarcas. As cadeias de fornecimento sofreram com risco de desabastecimento por causa da logística e de variação cambial e, por isso, serão reavaliadas.

Thiago Costa, IHS Markit O pós-pandemia vai acelerar ainda mais as mudanças na logística do país. No agro a integração entre os modais tende a aumentar. Na distribuição de mercadorias em geral, o uso de galpões logísticos próximos aos grandes centros favorecerá alguns segmentos de caminhões e poderá quase extinguir outros. As transportadoras vão privilegiar as rotas entre centros de distribuição e deixar a última milha para os pequenos operadores. A chegada de novas tecnologias e da nova legislação de emissões, que demanda investimentos, tende a ser postergada.


Capa | Indústria

Mudando de marcha: a retomada do setor automotivo brasileiro no novo normal Marcus Ayres, head da prática automotiva, Roland Berger Brasil

H

istoricamente, cataclismos globais têm sido impulsionadores de transformações profundas na sociedade, economia, cultura e ciência. Assim, ainda que seja irresponsável dizer que há algo de positivo na atual pandemia do Covid-19, fica a pergunta: podemos combater os efeitos dessa crise para que, ao seu término, tenhamos uma indústria automotiva mais robusta? O setor já começa a apresentar elementos de retomada da atividade, ainda que timidamente – fabricantes e montadoras retomaram parcialmente a produção, e o emplacamento de novos veículos começa a apresentar crescimento. Além disso, a safra recorde esperada para este ano deve impulsionar as vendas de máquinas e implementos agrícolas, bem como de caminhões. Diante disso, fica o senso de urgência para pensar no que vem adiante para a indústria, uma mudança de marcha e aceleração dentro do contexto do batizado de novo normal. Mas quais seriam as prioridades para essa retomada no Brasil? Sugiro a seguir algumas reflexões para os principais agentes da cadeia de valor.

Fabricantes de veículos

Para além dos programas de corte de custos, três fatores-chave precisam ser cuidadosamente trabalhados para viabilizar a retomada: • A saúde da rede de fornecedores de componentes e serviços precisa ser coordenada com os demais agentes para viabilizar a tendência de regionalização das cadeias produtivas, a “glocalização”. • As novas demandas dos consumidores, que terão seu estilo de vida fortemente modificado, passando a buscar por mais segurança por causa da Covid-19 (filtros, tecidos), mas também com foco maior no custo. Rever a estratégia de volume versus margem será essencial para viabilizar essa mudança. • O crescente papel do software nos veículos, desenvolvendo novos modelos de negócios baseados em ecossistemas e preparandose para uma potencial competição dos gigantes de tecnologia.

Fornecedores de autopeças e sistemas

Com as fabricantes de veículos (OEMs) buscando mais do que nunca a estabilidade na cadeia de produção, será essencial buscar otimização para a qualidade e confiabilidade de

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Capa | Indústria

entrega. Para tal, é preciso entender as fragilidades da sua cadeia de produção (Tier 2, 3) e investir na coordenação para garantir a capacidade produtiva necessária, seja através de parcerias ou mesmo verticalizando-se.

Concessionárias

Serão fortemente pressionadas pela desintermediação crescente entre montadoras e o consumidor final. Desenvolver canais confiáveis que sejam um híbrido de experiência física e digital, mudando de um modelo mais reativo, em que o cliente vai até a loja, para o acionamento da experiência do consumidor, será um diferencial importante.

Serviços

Empresas de logística e serviços devem incorporar a nova realidade à sua oferta de produtos e descobrir como agregar

maior valor, incluindo, por exemplo, kits de higienização. Buscar novos mercados além do setor automóveis também é um caminho interessante. Com os efeitos mais agudos da pandemia potencialmente começando a passar, as empresas devem usar a Covid-19 como catalisador e abordar várias questões importantes – e isso inclui uma decisão consciente sobre como incorporar maior adaptabilidade à transição. Temos uma oportunidade única de reiniciar a cultura corporativa, redefinir o modelo de negócio, reconfigurar a estratégia operacional e redimensionar as organizações. Esses quatro elementos – reiniciar, redefinir, reconfigurar e redimensionar – podem ser um farol que ajuda a indústria a navegar pelos mares turbulentos e ainda enevoados da pandemia.

O novo normal da indústria automotiva Reiniciar a cultura

 Redefinir o modelo de

Redimensionar a organização

 oReconfigurar modelo

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negócios

operacional


Capa | Cenários para Veículos Leves

O futuro sufocado pelo coronavírus

Pedro Kutney

E

ntre os sintomas da Covid-19, doença disseminada pela pandemia de coronavírus que chegou com força ao Brasil em março, estão a insuficiência respiratória que já matou milhares de pessoas e o sufocamento da economia, agravado aqui pela crise política que não deixa o País respirar, em combinação que causa sério embaçamento da visão sobre o futuro. A indústria automotiva nacional adoeceu severamente com os efeitos do vírus, pois fazia parte do grupo de risco com uma comorbidade patogênica: o setor vinha em lenta e ainda frágil recuperação da recessão econômica que derrubou volumes e faturamento entre 2014 e 2017, estava portanto com a imunidade baixa para enfrentar outro ataque à sua saúde. Passados três meses de profunda depressão nas vendas, exportação e produção, a indústria entrou em modo de sobrevivência, cortou custos, suspendeu contratos de trabalho, reduziu jornadas e

JOÃO LUIZ OLIVEIRA

Crise econômica causada pela pandemia e instabilidade política reverte expectativas e embaça as projeções do setor automotivo

salários, congelou e adiou investimentos. Nesse quadro, o único prognóstico confirmado é o de profunda recessão, ainda que não seja possível quantificar seu tamanho exato nem o tempo de saída, se será um movimento em “V”, “U”, “W” ou ficará em “L”. Isso porque ainda não se sabe ao certo quando a pandemia e seus efeitos colaterais chegam ao fim, nem como será o recomeço, a reconstrução, ou como serão (se forem) os estímulos do governo brasileiro à retomada da economia.

Projeções ladeira abaixo

Diante da expectativa de queda destrutiva do PIB acima de 7% este ano, cotação do dólar entre R$ 5 e R$ 6, em combinação com aumento explosivo do desemprego (que já Luiz Carlos era alto na casa dos 12% Moraes, e deve dobrar), redução de renda e queda presidente da abissal da confiança dos consumidores, Anfavea a associação dos fabricantes de veículos, a Anfavea, tomou fôlego para fazer sua primeira projeção pós-pandemia. No início de junho, divulgou que espera por contração de 40% nas vendas este ano, o que significa 1,67 milhão de unidades em comparação com os 2,8 milhões de 2019. A entidade ainda não revisou a previsão de exportação e produção, mas no ritmo atual não se espera muito mais do que 1,7

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milhão de veículos produzidos em 2020. A pandemia e seus efeitos econômicos já jogaram os resultados da indústria automotiva aos piores níveis registrados em seis décadas no Brasil. Após o forte tombo das vendas na segunda quinzena de março e em abril, uma ligeira recuperação aconteceu em maio e ganhou força em junho, mas em nível muito abaixo de 2019, fazendo o primeiro semestre caminhar para fechar com 750 mil veículos vendidos, o que representa expressiva queda de 42% sobre os mesmos seis meses do ano passado. “As montadoras passaram praticamente dois meses fechadas (abril e maio), as vendas e o faturamento despencaram mais de 80%. No ambiente macroeconômico há projeções de PIB negativo de 6% a 8%, e o dólar chegou a bater os R$ 6. Some a tudo isso o ataque da pandemia na saúde da sociedade e temos a tempestade perfeita: queda de produção, queda de vendas no mercado interno e na exportação, aumento de custos, retração de confiança do consumidor/investidor e indicadores econômicos ruins”, enumera Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea. A crise pandêmica também afeta severamente toda a longa cadeia do setor que emprega perto de 1 milhão de pessoas. Fornecedores de componentes e concessionários não divulgaram projeções até o fim de junho. “Ainda falta visibilidade, mas entendemos que a projeção divulgada pela Anfavea é o melhor instrumento que temos neste momento, pela proximidade maior que as montadoras têm do mercado final e pela relevância da produção de veículos novos na produção de autopeças”, afirma Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças, entidade que reúne cerca de 500 fornecedores dos fabricantes de veículos no País. “Estamos vendo recuperação gradual nos mercados em que as

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KATIA ARANTES

Capa | Cenários para Veículos Leves

concessionárias foram autorizadas a reabrir. No entanto, a queda entre março e abril foi muito expressiva, superando os 77%. Faremos novas projeções após o fechamento do primeiro semestre, mas esperamos retração em todos os segmentos”, diz Alarico Alarico Assumpção Jr., Assumpção Jr., presidente da Fenabrave, presidente da associação dos distribuidores Fenabrave oficiais de veículos novos. Logo no início da crise, com faturamento do setor paralisado, a Fenabrave chegou a prever o encolhimento de 30% do setor que mantinha 7,3 mil concessionárias em funcionamento que empregavam 315 mil pessoas. O tombo acabou sendo mitigado pela aceleração das vendas on-line e a flexibilização de contratos de trabalho trazidas pela Medida Provisória Dan Ioschpe, 936 editada pelo governo em abril presidente do e renovada em junho, permitindo o Sindipeças afastamento temporário de funcionários e reduções de jornada e salários, em parte pagos por fundos do seguro desemprego. Mas parece certo que ao passar por uma crise sem precedentes todo o setor passará por algum grau de encolhimento, com demissões e fechamento de fábricas e concessionárias. Entre os importadores de veículos associados à Abeifa, o dólar nas alturas potencializou a crise, mas como o


“Novo normal” é opaco

Após uma crise tão forte que ainda não tem data para acabar, poucos se arriscam a fazer projeções para 2021 ou além. É consenso entre os principais consultores do mercado e entidades representativas que levará de dois a três anos para voltar aos níveis de vendas e produção de 2019, quando foram produzidos quase 3 milhões de veículos no País. Também não está certo o que restará em pé do setor. Com números obtidos pouco antes do fim do primeiro semestre, a consultoria IHS Markit tem visão mais otimista que a da Anfavea, calcula que o mercado brasileiro irá absorver 1,86 milhão de veículos leves de passageiros e utilitários em 2020, o que representará queda de 30% sobre 2019. Para a produção a estimativa é de recuo parecido, 33%, para 1,88 milhão de unidades fabricadas. Para 2021 a IHS Markit projeta recuperação importante do mercado brasileiro, que avançaria 23% sobre 2020, para 2,3 milhões de veículos leves vendidos – ainda bastante abaixo, portanto, das 2,66 milhões de unidades de 2019. E a produção cresceria na casa de 30%, para 2,44 milhões, também

CHRISTIAN CASTANHO

setor inclui veículos de alta gama e compradores de alto poder aquisitivo, a expectativa é de contração um pouco menor, em torno de 30%, com a venda de 24 mil unidades. “As associadas têm taxa de retração menor em relação ao mercado interno, porque há demanda reprimida”, avalia João Oliveira, presidente da Abeifa. “Neste momento de pandemia, os consumidores com maior poder aquisitivo também estão preocupados com a situação do País. No entanto, tão logo os primeiros sinais de retomada da economia surjam, esses consumidores tendem a voltar mais rapidamente às compras”, acrescenta.

bastante aquém dos 2,8 milhões fabricados no ano passado. Moraes, da Anfavea, reconhece que o tamanho de mercado pós-pandemia e ociosidade das fábricas girando acima dos 50% torna difícil manter o mesmo nível de emprego nas João Oliveira, presidente da fábricas. “O setor automotivo, com Abeifa capacidade de produzir 5 milhões de veículos por ano, vinha se recuperando da crise de 2015/16 e este ano havíamos projetado a venda de 3 milhões de veículos. Após a Covid-19, indicamos que o volume pode ser de somente 1,67 milhão. Essa é uma situação muito delicada que não pode ser mantida por muito tempo”, admite o presidente da Anfavea. Dan Ioschpe, do Sindipeças, também prevê um cenário difícil, mas não tão destruído: “É certo que o setor automotivo não sairá ileso dessa pandemia sem precedentes, mas, em relação a outros setores, sairá de forma razoável desta crise, porque já demonstrou em passado recente sua resiliência e capacidade de recuperação”, confia. “Não nos parece que haverá fechamento de fábricas em massa. Teremos ajustes pontuais, que ficam agravados com a pandemia. Mas longe de sugerir redução significativa do setor”, completa. Apesar de o “novo normal” ser ainda opaco, sua dinâmica depende em muito da quantidade de estímulos que o governo será capaz de dar à retomada da economia. “Em outros países, os governos adotaram medidas de suporte ao emprego, linhas de crédito para pequenos negócios e grandes empresas, estão oferecendo estímulos ao consumo para aquisição de novos veículos”, lembra o presidente da Anfavea.

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LUIS PRADO

Capa | Cenários para Veículos Pesados

Caminhões carregam melhor o peso da crise Safras recordes do agronegócio sustentam as vendas dos veículos de carga e clareiam expectativas para 2021 Pedro Kutney

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Existe demanda de alguns setores como agronegócio, químico e gás, celulose, alimentos e bebidas e farmacêutico. Mas outras áreas como logística, distribuição de mercadorias e construção civil, onde esperávamos forte recuperação, foram duramente afetadas pela crise e vão jogar os negócios para baixo Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil

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Covid-19 não poupa ninguém nem setor econômico, incluindo a indústria automotiva que teve seus alicerces abalados pela pandemia de coronavírus que chegou com força ao Brasil em março. Contudo, o segmento de caminhões mostra maior capacidade de carregar o peso da crise. É certo que vendas, exportação e produção de veículos comerciais de carga também vão sofrer um tombo considerável este ano, mas os danos serão menores, mitigados principalmente pelo agronegócio e suas safras recordes, com poder de recuperar mais rápido os negócios do segmento, que pode voltar a repetir os números crescentes de 2019 já em 2021. Enquanto o mercado nacional de veículos tendia a fechar o primeiro semestre com retração em torno de 40% na comparação com a primeiro metade de 2019, as vendas acumuladas de caminhões no período apresentavam queda sensivelmente menor, de 20% a 25%, para perto de 36 mil unidades vendidas, a maior parte de modelos

pesados (cerca de 50%) e semipesados (25%), os mais utilizados em operações de transporte do agronegócio. Com isso, todos os fabricantes de caminhões no País reativaram suas linhas de produção em maio, ainda que com cadência reduzida, cerca de um mês antes das fábricas de automóveis. Apesar da maior resiliência demonstrada pelo segmento até aqui, a associação dos fabricantes, a Anfavea, em sua primeira projeção pós-pandemia, no início de junho divulgou que espera a venda de apenas 65 mil caminhões em 2020 no Brasil, o que representa retração de 36% sobre 2019, quando os emplacamentos somaram 101 mil unidades e apontavam para crescimento de 18% este ano, para 143 mil. Se a Anfavea estiver certa, o segmento de veículos pesados de carga no Brasil irá regressar aos mesmos níveis da recessão econômica que abalou o País de 2014 a 2017. A Power Systems Research, consultoria especializada na indústria de veículos pesados, consolidou avaliação mais otimista em junho, revisando para cima suas projeções, com expectativa de venda de 75 mil caminhões no País em 2020, uma queda de 25% sobre o ano anterior. E para 2021 a PSR indica uma rápida recuperação, manteve a previsão em torno de 100 mil caminhões, praticamente o mesmo número de 2019. “O mercado de caminhões não parou, por isso voltamos a produzir em maio. Existe demanda de alguns setores como agronegócio, químico e gás, celulose, alimentos e bebidas e farmacêutico. Mas outras áreas como logística, distribuição de mercadorias e construção civil, onde esperávamos forte recuperação, foram duramente afetadas pela crise e vão jogar os negócios para baixo”, avalia Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-

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Capa | Cenários para Veículos Pesados

Alcides Cavalcanti, diretor de vendas da Volvo do Brasil

Benz do Brasil até o fim de junho, quando foi substituído por Karl Deppen e regressou à Alemanha para ser o CEO da Mercedes-AMG, divisão de carros esportivos do Grupo Daimler. As sucessivas safras recordes brasileiras e os negócios que se sustentam delas são as grandes responsáveis por imunizar parcialmente o setor de caminhões da crise. “O agronegócio é a locomotiva do Brasil e do transporte pesado. Não é só para levar grãos, é uma cadeia complexa que requer muitos caminhões”, afirma Alcides Cavalcanti, diretor de vendas da Volvo do Brasil.

Ônibus descem a ladeira da crise

O segmento de ônibus não conta com nenhuma imunização e é o mais afetado pela crise, pois depende da reativação da economia para voltar

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a funcionar plenamente. O nível de vendas de chassis despencou da casa de 2 mil unidades/mês para apenas 320 em abril e 666 em maio. Com isso, a Anfavea, que esperava por crescimento de quase 10% este ano (23 mil chassis), no início de junho revisou a projeção para queda de 52%, esperando que seus associados vão vender não mais do que 10 mil em 2020. O mercado de ônibus rodoviários praticamente parou com as diversas restrições a viagens causadas pela pandemia, o que cancelou qualquer plano de compra de veículos novos. Também houve interrupções de renovações de frotas urbanas com a paralisação parcial do transporte público das cidades.

FERNANDO DIAS

O agronegócio é a locomotiva do Brasil e do transporte pesado. Não é só para levar grãos, é uma cadeia complexa que requer muitos caminhões


No trânsito, dê sentido à vida.

Aonde quer que você vá, nosso agradecimento vai junto. A Mercedes-Benz está com você que segue nas estradas neste momento tão difícil. Nossa rede de concessionários está pronta para atendê-lo e resolver os imprevistos que podem aparecer no seu caminho. Enquanto isso, nossas fábricas estão produzindo respiradores e equipamentos de proteção hospitalar. Juntos vamos vencer esse desafio.

#UnindoForças.

AutomotiveBUSINESS AutomotiveBUSINESS • 43• 43


Sustentabilidade

O outro lado da crise:

o bem na via de mão dupla Ao se mobilizar para ajudar as pessoas diante da pandemia, empresas automotivas geram novas oportunidades de reconhecimento e fidelidade Sueli Reis

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uando não damos conta de alguma tarefa, geralmente isso nos causa frustração. Mas desta vez, não dar conta de registrar todas as boas ações realizadas por empresas da cadeia automotiva durante esta pandemia nos encheu de orgulho. Inúmeras companhias do setor nos brindaram diariamente informando as suas realizações em prol de todos os necessitados que emergiram a partir da nova crise do coronavírus. Essa mobilização gerou uma corrente do bem que perdura até hoje e deve permanecer ainda por algum tempo. Só para dar uma ideia, até agora foram doadas mais de 2,2 milhões de máscaras em todo o País – muitas delas confeccionadas a pedido de empresas do setor. Além disso, os mais de 3 mil respiradores quebrados e armazenados em algum lugar esquecido dos hospitais brasileiros ganharam a oportunidade de voltar à ativa em um momento tão necessário como este – diversas montadoras se uniram em uma rede

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voluntária com o Senai para consertálos. Até o fechamento desta edição, mais de 200 unidades já tinham sido devolvidas ao sistema nacional de saúde. Eles foram reparados nas fábricas das próprias montadoras, que adaptaram parte de seu espaço para a manutenção dos equipamentos, doando mão de obra, tempo e dinheiro. Entre as empresas automotivas, a rede voluntária conta com ArcelorMittal, Grupo BMW, Fiat Chrysler (FCA), Ford, General Motors, Honda, Hyundai, Jaguar Land Rover, Mercedes-Benz, Moto Honda, Renault, Scania, Toyota, Troller, Usiminas, Vale, Volkswagen e Volvo, além do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e Poli-USP. Além de consertar, as montadoras de veículos também se uniram com outras companhias em um grupo voluntário para produzir 4 mil novos respiradores – mesmo que esse não


LEO LARA

Ações feitas por empresas da indústria automotiva durante a pandemia: Respiradores

- conserto de até 4 mil respiradores mecânicos - produção de 4,3 mil novos respiradores mecânicos

Doações

- mais de 2,5 milhões de máscaras - cestas básicas de alimentos e produtos de higiene - ambulâncias para hospitais e secretarias de saúde - kits para testes de coronavírus - kits de limpeza - baterias para respiradores - milhares de refeições prontas para hospitais, asilos, crianças com idade de creche e caminhoneiros - óculos de proteção, agasalhos e cobertores - 8 mil pneus para ambulâncias e outros veículos de assistência pública - aço para construção de anexo hospitalar como centro de tratamento - álcool 70% para produção de álcool gel - produção de camas de metal para hospitais

Investimentos

- na construção de hospitais de campanha - na ampliação de UTIs - para a criação de um fundo para atendimento a pessoas em situação de rua

Empréstimos

- geradores de energia para hospitais - veículos diversos para hospitais para o transporte de doentes e equipes médicas - veículos para pequenos negócios

Serviços

- sanitização de vias públicas - serviço gratuito de higienização para veículos de profissionais da saúde - criação de serviço exclusivo de atendimento a idosos durante a quarentena - reparação de veículos de secretarias de saúde com mão de obra gratuita

Parcerias

- com universidades para o desenvolvimento de novos modelos de respiradores de custo menor

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Sustentabilidade

seja sua especialidade. A força tarefa se uniu à KTK, empresa fabricante e fornecedora de equipamentos hospitalares, cuja produção era de pouco mais de dois equipamentos por dia. Com a parceria, a fabricação será feita nos sete dias da semana e aumenta a capacidade em 30 vezes, para cerca de 70 respiradores por dia. A iniciativa conta com Mercedes-Benz, Toyota, Bosch, General Motors, Caoa Chery, ABB, Flex, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander. Outra ação semelhante organizada pela Embraer reuniu empresas como a Randon para produzir 300 respiradores na Região Sul do País. Os agentes de saúde também têm recebido outro equipamento vindo das fábricas de veículos: protetor facial do tipo escudo – a maior parte feita em impressoras 3D. Entre as empresas que estão produzindo estão Aethra, CNH Industrial, Continental, Mercedes-Benz, PSA Peugeot Citroën, Volkswagen Caminhões e Ônibus e ZM.

Gentileza gera gentileza

Empresas que de alguma forma ajudam com qualquer tipo de contribuição em um momento como este podem não se dar conta do benefício que elas mesmas poderão colher no futuro. Para Tom Moore, sócio-diretor da Mandalah, consultoria brasileira especializada em inovação com propósito para grandes corporações, o fato de a indústria automotiva se sobressair com este tipo de atitude faz com que as companhias mostrem, de forma genuína e verdadeira, uma reconexão com seus próprios valores e missão, reforçando a construção de sua marca. “Fortalecer a marca é muito poderoso. Com todas essas ações as empresas estão redefinindo seu papel e a relação do negócio com a sociedade. E isso têm um efeito positivo não só do ponto de vista social, mas pode trazer uma série de benefícios junto aos clientes ou mesmo com os próprios funcionários

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ao reter talentos, além de outros ganhos que vão trazer resultados. Pode ser daqui a alguns meses ou daqui a um ano, não sabemos, mas é fato que se trata de uma mudança – e marcas mais fortes trabalham com essa autenticidade criando relações mais fortes e maior fidelidade”, analisa Moore.

Essa foi mais uma maneira que encontramos de colaborar neste momento em que a demanda global por equipamentos de saúde aumentou consideravelmente Roberto Braun, diretor de assuntos regulatórios e governamentais da Toyota do Brasil

O especialista indica que este tipo de atitude mostra a mudança do mindset que as companhias estão adotando: “Elas estão dizendo ‘não estamos só vendendo, também estamos a serviço da sociedade’. Com isso, estão indo além do consumo, migrando para uma relação mais sutil e humana”. Do mesmo modo, Moore reforça que para capturar os benefícios que tais ações podem alavancar no futuro é necessário ter uma visão integrada, com as pessoas envolvidas mostrando os resultados. “Se ficar só no âmbito periférico, provavelmente o impacto positivo interno será menor. É necessário criar uma maneira de engajar a fim de garantir que isso está ligado com o dia a dia.” O papel dos líderes também é fundamental neste momento, uma vez que sua fala demonstra o que é a prioridade para a organização.


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A Covid-19 e a transformação digital

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Tom Moore é sócio da Mandalah, consultoria especializada em inovação consciente

laramente, a Covid-19 acelerou as atividades de transformação digital em organizações de vários setores –incluindo o automotivo. Mesmo antes da crise, relatórios como “The Evolved Enterprise”, da Prophet, ilustravam como a área de experiência do colaborador se tornara um foco de transformação cada vez mais importante. Isso foi radicalmente acelerado durante a pandemia, com a Covid-19 inaugurando uma nova era de práticas de trabalho remoto digital. Muitas organizações voltadas para o futuro já adotaram um futuro digital e decidiram tornar permanente a saída do escritório forçada pelo coronavírus. A crise nos permitiu experimentar em primeira mão um dos principais problemas da transformação digital: implementar novas tecnologias é importante, mas não é a história toda. O verdadeiro desafio para alcançar mudanças duradouras e eficazes nas organizações é a parte humana e cultural. Pense em sua própria experiência nas últimas semanas. Em termos de tecnologia, você tem várias opções para comunicações remotas por vídeo, incluindo Zoom, Teams e Google Meet. Mas a chave do sucesso não está na sua seleção de tecnologia. O maior desafio é garantir que suas equipes estejam engajadas,

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motivadas, focadas, proativas, responsáveis, disponíveis, ágeis, saudáveis fisicamente e psicologicamente. Para transformar a experiência do colaborador é preciso estabelecer e reforçar as condições, processos e protocolos corretos para que a organização floresça em seu novo contexto.

Vendas vão do off-line para o digital

A experiência do cliente é outra área significativa de transformação devido à Covid-19. Também é uma frente vital para investimentos neste momento: uma pesquisa da Forrester descobriu que as empresas que investiram na experiência do cliente durante a crise financeira em 2008 tiveram um desempenho três vezes melhor do que aquelas que não o fizeram. Podemos considerar a China o primeiro grande mercado global a passar para o outro lado da pandemia e oferecer uma pista do que está por vir no Brasil. Atualmente, uma das principais áreas de inovação automobilística na China são as vendas digitais. Em abril, quase 4 milhões


O verdadeiro desafio para alcançar mudanças duradouras e eficazes nas organizações é a parte humana e cultural

de clientes em potencial da Tesla assistiram a uma hora de transmissão ao vivo dos veículos da empresa. Os espectadores puderam agendar test drives pelo site e os representantes de vendas retornaram dentro de 48 horas após o webinar. As necessidades, hábitos e preferências dos clientes estão mudando diante de nossos olhos. Novas oportunidades de e-commerce não serão mais opções “boas de ter”, mas sim cada vez mais a norma, à medida que a natureza do relacionamento com os clientes evolua na Economia Low Touch. Stowe Boyd é um antropólogo do futuro, que analisa como nosso mundo do trabalho está mudando. Ele descreve várias fases pelas quais as empresas passam em sua jornada de transformação digital. No início, as organizações usam tecnologias digitais para realizar inovações incrementais, focadas principalmente em ganhos de eficiência e produtividade. A iniciativa de transformação geralmente está localizada no departamento de TI e prevalece uma mentalidade da era industrial. Essencialmente, o objetivo é: “fazer o que já fazemos, melhor”.

À medida que as organizações continuam sua jornada, elas começam a desenvolver um entendimento mais profundo da transformação. A mentalidade muda à medida que a organização começa a explorar maneiras completamente novas de trabalhar e liberar valor. A transformação vai além da TI para se tornar uma iniciativa em toda a organização e envolve o desenvolvimento de novos modelos e empreendimentos de negócios. É aqui que a transformação digital se encontra agora na indústria automobilística brasileira. As organizações estão indo além dos estágios iniciais da experimentação e começando a explorar as transformações de nível mais profundo que são necessárias para se tornar verdadeiramente organizações ágeis e inovadoras, orientadas pelo propósito em uma economia digital. A crise serve como um poderoso choque externo. A indústria automotiva brasileira está sendo forçada a mudar. No entanto, em meio à complexidade e incerteza sobre o futuro, uma coisa parece clara: quando o setor melhorar, serão as organizações que estiverem abraçando ativamente a transformação digital que irão liderar a recuperação.

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Eventos

Na crise, AB acelera digitalização Diante da pandemia, Automotive Business revê portfólio, atualiza marca e transforma eventos presenciais em jornadas on-line para o 2o semestre de 2020

S

e fosse possível enxergar um aspecto minimamente positivo em uma pandemia, no caso da Covid-19 seria a aceleração da transformação digital. Diante da crise, muitas empresas colocaram projetos para rodar em tempo recorde para se adaptar ao novo cenário. Em Automotive Business a situação não é diferente. É o que conta Paula Braga, diretora executiva da empresa. Ela diz que, entre os resultados deste processo está a mudança dos eventos presenciais para jornadas on-line já programadas para o segundo semestre de 2020:

de marca para Automotive Business, fruto de profundo projeto de branding – transição que será concluída até o fim de 2020. “Em 25 anos de história, esta é a primeira vez que adotamos uma nova linguagem visual”, conta Paula. Na entrevista a seguir ela fala mais sobre as novidades.

• 24 a 28 de agosto: #ABPlanOn – Planejamento Automotivo • 1a quinzena de novembro: #ABX20on – Automotive Business Experience

O primeiro destes encontros digitais, o #ABPlanOn, vai reunir informações de alto valor para apoiar os profissionais do setor automotivo e da mobilidade no planejamento de estratégias de negócios em tempos caóticos. A jornada também inaugura a implementação de uma nova identidade

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Paula Braga, diretora executiva de Automotive Business FOTOS: LUIS PRADO

• 2a quinzena de novembro: #ABDiversidadeOn


O AB Experience mudou o conceito de eventos no setor automotivo

A pandemia coloca várias fórmulas antigas em xeque. Quais foram as principais mudanças para a AB? Começamos 2020 com uma agenda de eventos presenciais e uma série de edições da nossa revista programada. Quando falamos de negócios, fica claro que a pandemia destruiu muita coisa, mas conseguimos manter o foco na parte construtiva. Tiramos da gaveta e colocamos para rodar uma série de projetos importantes que já estavam programados, mas tinham prazo mais longo. Aceleramos o nosso processo de reinvenção do portfólio, de reposicionamento da marca e ajuste interno de atividades. Quais são os principais desafios de transformar eventos presenciais em jornadas on-line? Desde o começo sabíamos que não faria sentido simplesmente tentar imitar a experiência off-line. Pesquisamos

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Eventos Eventos

muito e fizemos rodadas de construção coletiva com grandes profissionais para chegar a um formato que explore da maneira certa as possibilidades do on-line. Não podemos simplesmente substituir um evento presencial por um encontro on-line e nem o oposto. Cada um tem a sua característica. No ao vivo as pessoas têm foco em conteúdo, claro, mas também em networking e experiência. Chegamos a um modelo digital em que guiaremos os participantes em uma imersão em conteúdo, mas sem deixar de lado a emoção e o relacionamento que um evento precisa oferecer. Há aspectos vantajosos nos evento on-line? O presencial é insubstituível, mas em alguns pontos, temos vantagens sim. Uma delas é a possibilidade de ampliar o alcance e ter mais gente engajada. Como os custos são menores no digital, conseguimos oferecer

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O Prêmio REI foi entregue em uma sala de cinema

a inscrição a um preço muito mais baixo, além de manter uma camada do acesso gratuito às jornadas on-line. Com isso, cumprimos com a nossa missão de nos manter próximos e apoiar o ecossistema automotivo com informação de qualidade neste momento tão delicado. As pessoas precisam ainda mais de conteúdo de credibilidade e nós ficamos felizes em conseguir oferecer de forma acessível. Este modelo de negócio também abre uma série de novas possibilidades para as marcas patrocinadoras, que podem inovar nas ações e alcançar mais gente. Após a pandemia Automotive Business voltará a realizar eventos presenciais? Sim. Sempre realizaremos eventos presenciais porque acreditamos na potência das trocas e encontros


que acontecem nestes ambientes. A digitalização veio para ficar e será complementar à experiência off-line. Não uma substituição. O #ABPlanOn inaugura uma fase de reposicionamento da AB, com nova identidade de marca. Por que investir em uma mudança tão ampla neste momento? Esta mudança começou de dentro para fora, na essência da empresa, há pelo menos três anos. Carregávamos o histórico de sucesso como um veículo de comunicação tradicional, mas diante da crise tanto no mercado editorial quanto no setor automotivo entendemos que o nosso papel também estava em promover algumas discussões relevantes, em provocar o mercado a se transformar com a gente.

AB também inovou nos eventos promovidos em auditórios em São Paulo

Foi assim que nasceram projetos como a Rede AB Diversidade, uma série de estudos, como o de transformação digital, e até mesmo o ABX – Automotive Business Experience, nosso principal evento. Enfim agora a nova linguagem visual vai consolidar essa mudança ao nos posicionar como uma marca ágil e acessível, que carrega o compromisso com a qualidade, com a verdade e com o empoderamento dos profissionais do setor automotivo para que eles assumam o protagonismo das transformações do setor.

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Liderança

O ano em que os executivos aprenderam a trabalhar de casa O home office trouxe à tona uma nova modalidade de trabalho e um pacote de tecnologias de comunicação Sueli Reis

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efinitivamente 2020 é o ano em que os executivos aprenderam a trabalhar de casa. A pandemia do coronavírus impôs uma nova realidade que ninguém estava esperando e na qual poucos estavam preparados. O home office trouxe à tona não só uma nova modalidade de trabalho, que em alguns casos poderá se tornar permanente, mas também um pacote de tecnologias de comunicação, elementos que se tornaram fundamentais para que os líderes da indústria automotiva conseguissem gerenciar de casa os mais de 125 mil empregados que ocupam diversas funções nas montadoras de veículos no Brasil. Assim como milhares de pessoas, os executivos tiveram que se

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adaptar à nova rotina do trabalho remoto. Com isso, a influência dos presidentes aumenta e vai muito além do gerenciamento – é cada vez mais claro que as reais mudanças começam no alto escalão. A edição 2018 da Digital Pulse, pesquisa anual da Russel Reynolds Associates, que estuda como o mundo digital está transformando as necessidades e as lideranças nas organizações, indicou que na indústria automotiva global 35% dos CEOs são os responsáveis por inserir a visão digital em suas empresas: CTOs e CDOs aparecem com 10% cada.


LUIS PRADO

Antonio Filosa, presidente da Fiat Chrysler Automobiles na América Latina, a FCA Latam

Assim como todos, nós também descobrimos o quanto é eficaz e eficiente o método de trabalhar remoto usando aplicativos. Todo dia, no comitê diretivo, falamos com os mercados de Brasil, Argentina e os demais da região; monitoramos a situação corrente, definimos padrões, processos e planejamentos e tudo isso é bastante fluído e tecnologicamente possível.

LEO LARA

Roberto Cortes, CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus

A necessidade está fazendo com que eu me habitue a essa nova realidade. Tenho que admitir que eu não era muito adepto a toda essa tecnologia, sempre tinha alguém me ajudando a fazer essas coisas e agora fui obrigado a me inteirar não só no home office, mas com todas essas tecnologias de comunicação. Alguns meses atrás seria impossível imaginar que eu estaria organizando praticamente sozinho uma entrevista como essa.

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Liderança

que várias companhias criaram. Também por meio de live, o presidente da Volkswagen na América Latina, Pablo Di Si, disse que na pandemia a comunicação é o elemento mais importante para a fluidez do trabalho. Como os demais, ele também estabeleceu um sistema de governança com reuniões on-line e com a participação de toda a equipe de gestão.

OMAR PAIXÃO

Como Roberto Cortes, CEO da VWCO, muitos líderes também gerenciaram suas empresas de forma remota utilizando diversas ferramentas de comunicação. Por meio delas, foi possível organizar e planejar, por exemplo, como as fábricas voltariam a funcionar, simulando minuciosamente os trajetos e inserindo neles todas as medidas de prevenção definidas pelos comitês de crise e de governança

Pablo Di Si, presidente da Volkswagen na América Latina

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Tratamos de tudo sobre a pandemia, mas também os negócios e outros assuntos para manter todos os funcionários alinhados. Criamos um comitê de crise e um comitê operacional que funciona com fóruns e reuniões virtuais. O difícil é a parte técnica, às vezes uma internet que não funciona, mas também é difícil não ter o contato humano. Obviamente, é um momento único e muito complicado não só no Brasil, mas no mundo inteiro. É um momento histórico, com todos os países e a indústria que pararam ao mesmo tempo. Mas temos que planejar tudo sempre pensando primeiro na saúde dos funcionários.


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Vaivém

AIRTON COUSSEAU

ANSELMO BORGHETI

BRUNO HOHMANN

JENS OLIVER BURGER

PHILIPP SCHIEMER

É nomeado pela Nissan como seu novo vicechairman para a América Latina. Com base em São Paulo, executivo vai liderar a estratégia da marca em 38 países da região, incluindo as operações de vendas e marketing.

Deixa o Grupo Caoa para ser o novo diretor comercial da Kia no Brasil, assumindo as áreas de vendas, marketing e planejamento de rede.

É o novo vicepresidente comercial da Renault no Brasil. Ele se reportará ao presidente da companhia no País, Ricardo Gondo, e também ao vice-presidente de vendas e marketing para a região Américas, Jorge Portugal.

Assume o cargo de diretor geral do centro regional Daimler América Latina, no qual será o responsável pelas exportações de caminhões e ônibus da Mercedes-Benz na região, bem como de outras marcas do grupo, como Freightliner e Mitsubishi.

Atual presidente da MercedesBenz do Brasil, é nomeado para ser o novo CEO da MercedesAMG, divisão de automóveis de alto desempenho. Ele assume em 1o de agosto. Em fevereiro deste ano, a Daimler havia anunciado que o executivo deixaria o País e voltaria à Alemanha para ser o novo chefe global de marketing da divisão de ônibus. Karl Deppen assumirá seu lugar no Brasil.

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No trânsito, dê sentido à vida. /ToyotaDoBrasil

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A Toyota oferece cinco anos de garantia para toda a linha sem limite de quilometragem para uso particular e, para uso comercial, cinco anos de garantia ou 100.000 km, prevalecendo o que ocorrer primeiro. Consulte o livrete de garantia ou o site www.toyota.com.br para mais informações. A garantia de cinco anos da Toyota conta com a maior abrangência de itens cobertos do país, conforme pesquisa comparativa realizada em 03/06/2020 no site dos concorrentes que também oferecem cinco anos de garantia no mercado brasileiro.


Reconhecimento

MALAGRINE

Para fazer o novo Corolla no Brasil a Toyota precisou desenvolver novos componentes e fornecedores

Toyota premia melhores fornecedores de Brasil e Argentina pela 18avez Premiação reservada a 33 empresas escolheu Denso e YPF como os melhores de 2019 Pedro Kutney

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Denso foi indicada o melhor fornecedor da Toyota no Brasil e a YPF o melhor na Argentina em 2019. As duas empresas atingiram os melhores índices na 18ª edição da premiação da Toyota na região, que este ano no total reconheceu 33 empresas no Brasil e na Argentina que atingiram metas e superaram expectativas da fabricante pelo desempenho em três categorias: qualidade e logística, ações de redução de custos e reconhecimento especial.

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O reconhecimento especial foi concedido a oito fabricantes de autopeças que foram mais eficientes no desenvolvimento de componentes para projetos da Toyota no Brasil e na Argentina, ao reduzir custos e adicionar valor de engenharia. Exemplo disso é a nova geração do


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Reconhecimento

Corolla, sedã que começou a ser produzido na fábrica de Indaiatuba (SP) em setembro de 2019 com 70% de conteúdo nacional (60% no caso da versão híbrida) e envolveu 116 fornecedores, 15 deles novos. O evento de premiação é realizado junto com a conferência anual de fornecedores da Toyota América Latina e Caribe (TLAC), que foi criada em 2019 e teve sua segunda edição este ano no fim de maio para reunir as empresas parceiras que atendem as fábricas do grupo na região (Brasil, Argentina e Venezuela). Desta vez tudo aconteceu on-line, para seguir as recomendações de distanciamento social impostas pela pandemia de coronavírus. A cerimônia on-line contou com a participação de representantes de 150 fornecedores da Argentina e do Brasil, bem como dos principais executivos das três filiais da empresa na região, incluindo Masahiro Inoue, CEO da Toyota América Latina e Caribe; Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil e Venezuela; Daniel Herrero, presidente da Toyota Argentina; e Celso Simomura, representante regional da companhia responsável por compras e pesquisa e desenvolvimento. “Nesses tempos em que somos forçados a estar distantes uns dos outros, é interessante ver a nossa capacidade de reinvenção, tendo realizado o primeiro encontro on-line de fornecedores do mercado. O retorno que tivemos dos participantes, com elogios para a organização e dinamismo da reunião, nos motiva ainda mais a seguir propondo alternativas que contribuam para que todos trabalhem juntos, com foco na sustentabilidade de longo prazo do nosso negócio”, destacou Celso Simomura.

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Os fornecedores reconhecidos no 18o Prêmio Toyota • OS MELHORES FORNECEDORES DE 2019 A Toyota escolheu entre as 33 empresas premiadas as duas que apresentaram os melhores índices em todas as categorias da premiação, uma na Argentina e outra no Brasil: • BRASIL: Denso • ARGENTINA: YPF • QUALIDADE E LOGÍSTICA Este ano a Toyota uniu os desempenhos em qualidade e logística em uma só categoria de premiação. Na avaliação de qualidade, as empresas tinham de cumprir a meta de entregar peças sem nenhum defeito (0 PPM, ou nenhuma discrepância a cada milhão de componentes analisados). O fornecedor também não podia apresentar reclamações graves sobre seus desempenhos durante 2019. Além disso, tinham de ter atingido um ano antes o nível “certificado” em logística, além de cumprir o prazo estipulado na entrega de todos os itens encomendados, sem apresentar qualquer divergência de dias e horários. Dezesseis fornecedores, onze no Brasil e cinco na Argentina, cumpriram esses critérios e foram premiados por qualidade e logística este ano: • BRASIL: Dana, Kautex, Honda Lock, Litens, Mangels, Maxion Wheels, Panasonic, SMR, Sumidenso do Brasil, Sumitomo Rubber do Brasil e TPR • ARGENTINA: CGR, Inergy, Plimer, Stilo, WG e Pirelli • REDUÇÃO DE CUSTOS Os fornecedores avaliados com nível de excelência na categoria excederam as expectativas da Toyota a partir de ideias já implementadas para redução de custos. Foram premiadas duas empresas no Brasil e quatro na Argentina por ações de redução de custos: • BRASIL: Harman e Yazaki • ARGENTINA: Bridgestone, Fric-Rot, Toyota Boshoku e Vuteq • RECONHECIMENTO ESPECIAL No total oito fornecedores, cinco no Brasil e três na Argentina, foram reconhecidos por sua eficiência na participação de desenvolvimento de produtos da Toyota em ambos os países, ao reduzir custos e adicionar valor aos projetos. • BRASIL: Adient, Cestari, KYB, Pioneer e PPG • ARGENTINA: Dana, Guidi e Toyota Boshoku


FREDY UEHARA

Prêmio Caoa

Linha de produção da Caoa em Anápolis, GO

Aptiv, Michelin e Neo Rodas foram destaques no prêmio do Grupo Caoa Foram reconhecidas 15 empresas que em 2019 forneceram componentes, materiais e serviços para as operações em Anápolis, Jacareí, pós-vendas e concessionárias

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om orçamento de compras de R$ 2,9 bilhões em 2019, mais que o dobro do R$ 1,3 bilhão de 2018, o Grupo Caoa divulgou em 25 de junho os vencedores da quarta edição do Prêmio Melhores Fornecedores, que este ano reconheceu 15 empresas que atingiram excelência em performance e qualidade no fornecimento de componentes, insumos, produtos e

serviços em 2019 para as plantas de Anápolis (GO) e Jacareí (SP), bem como para as operações de pósvenda e redes de concessionárias. Em 2019 os melhores desempenhos foram apurados pela Aptiv (fornecimento de chicotes para a fábrica da Caoa Chery em Jacareí), Michelin (pneus para os modelos Caoa Chery feitos em Anápolis) e a Neo Rodas (rodas para os Hyundai ix35 montados pela Caoa em Anápolis). “Estamos muito felizes em manter essa premiação, pelo quarto

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Prêmio Caoa

ano consecutivo, e neste momento reforçar aos nossos parceiros a importância e admiração com que são vistos pela Caoa”, destacou Ivan Witt, diretor de serviços compartilhados do grupo que em sua diretoria coordena as áreas de compras, RH e TI. Devido às restrições à realização de eventos provocadas pela pandemia de coronavírus, este ano a empresa não realizou a cerimônia de premiação presencial. “O Prêmio Melhores Fornecedores é um momento muito esperado para a Caoa e todos os nossos fornecedores. Por isso, mesmo ainda em um período de isolamento social, sentimos que era imprescindível a divulgação desse reconhecimento aos nossos parceiros, mesmo que não em um evento tradicional”, explicou Witt. Os ganhadores alcançaram as melhores médias em 2019 das notas atribuídas em avaliações de qualidade, comprometimento, tecnologia, desempenho e preço competitivo. Os 15 fornecedores premiados foram divididos na grandes áreas de atuação do Grupo Caoa: fornecimento de componentes e insumos para produção dos veículos Hyundai e Caoa Chery produzidos em Anápolis, materiais produtivos e indiretos para fábrica de Jacareí onde são feitos outros modelos Caoa Chery, compras de materiais e serviços para as operações de pós-venda e, por fim, a aquisição de itens e serviços para o funcionamento das redes de concessionárias.

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Prêmio Melhores Fornecedores do Grupo Caoa em 2019 FORNECEDORES PRODUTIVOS CAOA MONTADORA (HYUNDAI) ANÁPOLIS • Melhor Fornecedor do Ano Neo Rodas – Fornecedor das rodas do Hyundai ix35 • Qualidade AR70 – Fornecedor de radio single din ao Hyundai HR • Inovação em Custos Humax – Fornecedor do sistema multimídia do Hyundai ix35 FORNECEDORES PRODUTIVOS CAOA CHERY ANÁPOLIS • Melhor Fornecedor do Ano Michelin – Pneus para Caoa Chery Tiggo 5x e Tiggo 7 • Qualidade Sulfix – Filmes de porta do Caoa Chery Tiggo 5x e Tiggo 7 • Inovação em Custos Axalta – Tintas e primers automotivos Caoa Chery Tiggo 5x e Tiggo 7 FORNECEDORES CAOA CHERY JACAREÍ • Melhor Fornecedor do Ano Aptiv – Chicotes elétricos • Qualidade Bosch – Sistema flex • Inovação em custos Marelli – Sistema flex • Compras indiretas – Materiais 3M – Materiais auxiliares do processo de produção (abrasivos, adesivos, EPI’s, entre outros) • Compras Indiretas – Serviços Gabardo – Transporte de veículos zero-quilômetro para a rede de concessionários Caoa Chery FORNECEDORES INDIRETOS - CAOA ANÁPOLIS E REDES DE CONCESSIONÁRIAS • Excelência em fornecimento de materiais Via Supri – Fornecimento no Brasil de material de uso e consumo (escritório, copa e limpeza) • Excelência em fornecimento de serviços Raissa Transportes – Fretados para transporte dos colaboradores da montadora de Anápolis PÓS-VENDA • Excelência em padrões operacionais de pós-venda Autoware – Prestação de serviços de sistemas e responsável pela construção do portal de atendimento Caoa, Caoa Chery e Subaru Primuscart – Fornecedor de embalagens em papelão para o pós-venda


Prêmio REI

Prêmio REI 2020 tem 65 finalistas A décima edição da premiação reconhece a excelência e inovação de empresas e profissionais em 17 categorias

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á são conhecidos os 65 finalistas da décima edição do Prêmio REI (sigla para Reconhecimento à Excelência e Inovação), que todos os anos premia empresas e profissionais do setor automotivo brasileiro. Este ano os concorrentes estão divididos em 17 categorias, entre fabricantes de veículos leves e pesados e fornecedores de componentes e sistemas, que tiveram suas iniciativas reconhecidas pela equipe editorial de Automotive Business, responsável por escolher em votação interna os indicados que vão disputar a escolha do público.

A votação on-line para eleger os vencedores do Prêmio REI 2020 foi aberta no dia 1o de junho e o público poderá votar pelo site www.automotivebusiness.com.br até 31 de julho. Depois, entre os dias 24 e 27 de agosto, acontece uma rodada especial da eleição, na qual cada voto terá peso dobrado. Para 28 de agosto está previsto o anúncio dos 17 vencedores (um por categoria) durante a realização do Workshop Planejamento Automotivo 2021, o AB Plan. Confira a seguir as categorias e finalistas do Prêmio REI 2020.

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Prêmio REI

MONTADORAS | EMPRESAS

| Automóveis e Comerciais Leves

CAOA CHERY

CAOA CHERY, A MONTADORA QUE MAIS CRESCEU NO BRASIL EM 2019

A Caoa Chery encerrou 2019 como a montadora que mais cresceu no Brasil. Com 20.195 unidades comercializadas, a marca registrou aumento de 133% nas vendas em relação a 2018, quando foram emplacados 8.640 veículos. No período a montadora também dobrou seu market share, fechando 2019 com índice de 0,76%, contra 0,35% do ano anterior. Com produtos que se destacaram pela qualidade, tecnologia e design, a Caoa Chery teve como veículo mais vendido o SUV Tiggo 5X, com 7.973 unidades emplacadas. O portfólio, composto também pelo Tiggo 2, Arrizo 5 e Tiggo7, trouxe ao mercado nacional carros que atendem ao modo de dirigir do brasileiro com preços competitivos e excelente proposta de valor. O fortalecimento da rede de concessionárias foi outro diferencial. A marca encerrou o ano com 115 lojas em todo o País e um serviço de pós-venda referência no cenário nacional. Foi durante o ano passado que a montadora conquistou índices ‘best in class’ em tempo de entrega e operação de peças, por exemplo.

VOLKSWAGEN

VOLKSWAGEN APLICA ESTRATÉGIA BEM-SUCEDIDA E CRESCE ACIMA DA MÉDIA Com a aplicação de bem-sucedida estratégia de renovação de portfólio e investimentos que contemplam aportes de R$ 7 bilhões no período 2016-2020 e envolvem 20 lançamentos, a Volkswagen cresce acima da média no Brasil e ganha participação de mercado a cada ano. Os novos produtos trouxeram modernização às fábricas e garantiram maior protagonismo à engenharia brasileira, com desenvolvimento no País de sistemas e veículos que serão replicados em vários mercados globais, incluindo a Europa, como é o caso do novo SUV-cupê Nivus. Em 2019, com o embalo trazido pelo aguardado lançamento de seu primeiro SUV nacional, o T-Cross, a VW vendeu 414,5 mil veículos no País, crescimento de 12,6% (quase o dobro do desempenho médio do mercado) e ganho de quase 0,7 ponto de market share, fechando o ano com 15,6%, na segunda colocação do ranking nacional das marcas mais vendidas. As três fábricas brasileiras de veículos da VW (São Bernardo do Campo, Taubaté e São José dos Pinhais) aumentaram a produção em 12% em 2019, para 487 mil carros, enquanto a média da indústria foi de 2,3%. A VW também confirmou a posição de maior exportadora de veículos do País, com 107 mil unidades enviadas a outros países.

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FCA - FIAT CHRYSLER AUTOMOBILES

FCA: A EMPRESA DO SETOR QUE MAIS INVESTE NO BRASIL

Os resultados positivos alcançados pela FCA em 2018 e 2019 sustentam o plano de investimentos de R$ 16 bilhões até 2024, que a torna a empresa do setor automotivo que mais investe no Brasil. Estes investimentos resultarão em novos veículos, marcando a entrada da Fiat no segmento de SUVs no próximo ano, o lançamento de um Jeep premium de três fileiras de assentos, novos motores, nova transmissão e soluções inovadoras em conectividade. O primeiro veículo da nova safra é a Nova Fiat Strada, que nasce com muitas inovações e boas soluções de design e engenharia. Para produzir a Nova Strada e demais modelos, a planta da Fiat de Betim vem passando por amplo processo de modernização. Em 2019, foram inauguradas novas áreas, como design center, safety center, hub e o virtual center, que garantem à FCA na América Latina domínio sobre todo os processos necessários para projetar, desenvolver, testar e produzir veículos de classe internacional.

TOYOTA

NO CAMINHO DO CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL NO PAÍS

Amparada pelo compromisso com o desenvolvimento do País por meio de uma série de investimentos, na busca por eficiência, qualidade em produtos e serviços, a Toyota fechou 2019 com um novo recorde de vendas no Brasil, sendo o quinto ano consecutivo de alta nos negócios. A marca encerrou o ano passado com 215.718 unidades emplacadas no País, alta de 7,8% em comparação com 2018. Um dos modelos mais vendidos do portfólio Toyota foi o Yaris, compacto premium que chegou ao Brasil em 2018 e vem conquistando o mercado. Em seguida, o Corolla, veículo mais vendido do mundo e cuja 12ª geração estreou no País em setembro, teve quase 57 mil unidades comercializadas. A Hilux, líder de seu segmento, emplacou mais de 40 mil unidades. Com o cenário desafiador da América Latina em 2019, a Toyota fechou o ano com 407 mil unidades comercializadas, 7% a menos do que em 2018. Apesar disso, este foi o terceiro melhor ano da empresa na região desde 2012, quando iniciou seu processo de regionalização.


MONTADORAS | EMPRESAS

| Veículos Pesados

MERCEDES-BENZ DO BRASIL MERCEDES-BENZ E A REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA NO BRASIL

Em 2019, a Mercedes-Benz revolucionou o segmento com o primeiro caminhão sem retrovisores da América Latina e a Nova Sprinter. A empresa viveu avanço na Indústria 4.0. A nova linha de cabinas tem auxílio de óculos de realidade aumentada, robô colaborativo e exoesqueleto. Foi promovida mais ergonomia, qualidade de vida e segurança para os colaboradores, além de 15% em eficiência e 20% em logística. Em parceria com a Grunner, a empresa lançou o primeiro caminhão com direção autônoma da marca. Com a Bosch, anunciou o Centro de Testes Veiculares, que permite ensaios com automóveis, comerciais leves, motos e máquinas agrícolas. Com a IBM, o Actros levou conhecimento pelo País com o HackaTruck, laboratório móvel de capacitação de universitários. E, com a BeGreen, inaugurou a primeira Fazenda Urbana dentro de indústria no mundo, com produção de verduras 100% livre de agrotóxicos. Nesse ano de realizações, os resultados comprovam os esforços. A Mercedes-Benz foi mais uma vez líder de vendas de veículos comerciais.

SCANIA

NOVA GERAÇÃO DE CAMINHÕES ATRAI O MAIOR PROGRAMA DE INVESTIMENTOS DA HISTÓRIA DA SCANIA PARA O BRASIL

A Scania preparou o maior programa de investimentos em seus 60 anos de Brasil para produzir na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) a nova geração de caminhões que chegou ao País em 2019. Desde 2016, a planta vem recebendo R$ 2,6 bilhões para produzir os novos modelos e seus motores, prontos para o Euro 6. Juntos, veículos e seus propulsores agregam 12 mil novos componentes. Além dos novos produtos, a fábrica sexagenária ganhou uma linha de produção de cabines com 77 robôs. Toda a inovação gerou a ampliação da cadeia de suprimentos com 14 novos fornecedores, que receberam investimentos em ferramentais. A nova geração de caminhões da Scania também está preparada para operar com biodiesel, HVO, etanol e a gás biometano ou GNV.

VOLKSWAGEN CAMINHÕES E ÔNIBUS

VW CAMINHÕES E ÔNIBUS É PIONEIRA NA MOBILIDADE ELÉTRICA

No último ano, a Volkswagen Caminhões e Ônibus mostrou mais uma vez ser a empresa mais inovadora do segmento no Brasil, ao anunciar o modelo de negócios para a fabricação de caminhões elétricos no País. O e-Consórcio agrega diversas empresas que, nos mesmos moldes do Consórcio Modular para a fabricação de veículos a diesel, se unirão à VWCO para colocar o País na era do transporte de cargas com zero emissão. No centro desse projeto está o eDelivery, que em 2019 provou ser uma solução plenamente preparada para o transporte urbano de mercadorias. Ao completar, em agosto, seu primeiro ano de testes em condições reais de operação na cervejaria Ambev, o veículo deixou de emitir 11 toneladas de CO2 e de consumir cerca de 3,3 mil litros de diesel – o que revela o grande potencial de impacto ambiental da tecnologia fabricada em Resende (RJ). Tudo isso só foi possível porque a VWCO manteve inalterado seu ciclo de investimento de R$ 1,5 bilhão no País, mesmo em período de instabilidade econômica.

VOLVO

MAIS INVESTIMENTOS DA VOLVO PARA O BRASIL E AMÉRICA LATINA

O Grupo Volvo anunciou um aporte adicional de R$ 1 bilhão aos seus investimentos que já estão em curso na América Latina para o período entre 2020 e 2023 e que agora somam R$ 1,25 bilhão. Desde 2017, a montadora vem investindo mais de R$ 2 bilhões na região para elevar ainda mais os padrões de seus novos produtos. Além disso, o aporte inclui a adoção de novas tecnologias para a modernização da fábrica de Curitiba (no Paraná), com processos da indústria 4.0.

AutomotiveBUSINESS • 67


Prêmio REI

MONTADORAS | EMPRESAS

| Máquinas Agrícolas e de Construção AGCO

AGCO TRAZ A MARCA FENDT PARA O BRASIL

O Grupo AGCO traz ao Brasil mais uma marca referência para o mercado de máquinas agrícolas: a Fendt, que possui no seu portfólio uma gama completa de tratores de alto desempenho, chegou para se juntar às marcas já consagradas Massey Ferguson e Valtra no mercado brasileiro. O lançamento nasce com o investimento de R$ 150 milhões para seu desenvolvimento local, com a implantação de linhas de produção nas fábricas de Ibirubá e Santa Rosa (ambas no Rio Grande do Sul) e também no escritório central da marca na cidade de Sorriso (Mato Grosso). A Fendt chega para complementar as soluções do Grupo AGCO no setor do agronegócio no Brasil também por meio de sua própria rede de concessionárias.

CASE CONSTRUCTION EQUIPMENT

PROJETO TETRA, DA CASE, INOVA EM PÁ CARREGADEIRA A GÁS METANO

A Case Construction Equipment, marca da CNH Industrial, apresentou em abril de 2019 o projeto inédito de pá carregadeira movida a gás metano. Intitulado Projeto Tetra, o conceito revela uma visão dos avanços tecnológicos conectados ao futuro da construção. Desenvolvido em conjunto pelas equipes de design e engenharia da Case Internacional, o protótipo difere de tudo que já foi visto na indústria de construção, refletindo a importância da utilização de combustíveis alternativos e demonstrando sua viabilidade de criação e uso de combustíveis gerados de produtos residuais e por meio de fontes renováveis. O motor da pá carregadeira conceito pode ser abastecido com metano e tem como diferencial fornecer o mesmo desempenho que o seu equivalente a diesel, com 80% menos emissões. A equipe de design reinventou o estilo da máquina para criar um visual compatível com um equipamento futurista. Destaque também aos recursos de segurança, que incluem biometria e um sistema de detecção de obstáculo.

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CNH INDUSTRIAL BRASIL

TRATOR CONCEITO NEW HOLLAND TL5.80 ACESSÍVEL

A New Holland Agriculture, marca da CNH Industrial, apresentou ao público durante o Show Rural Coopavel, em fevereiro de 2020, o seu conceito de trator acessível adaptado para pessoas com mobilidade reduzida. O modelo TL5.80 acessível é o primeiro trator agrícola do mundo que proporciona condições de trabalho iguais a todos no campo, oferecendo conforto, segurança e performance. A promoção da inclusão e acesso de todos os públicos é uma preocupação da New Holland, cujo posicionamento vai além da fabricação de máquinas. A marca entende que o agricultor tem necessidades específicas e, por isso, busca sempre oferecer a solução ideal. O trator desenvolvido em parceria com a Elevittá (empresa com know-how em acessibilidade) é equipado com uma plataforma de elevação e um joystick, com o qual o operador comanda os movimentos necessários para fazer seu próprio embarque/ desembarque, tendo acesso à plataforma de comando, adaptada para facilitar as operações e ser totalmente segura e ergonômica.

JCB

TECNOLOGIA JCB TRAZ GANHO DE PRODUTIVIDADE AO COMPACTADOR 116D

A JCB atua em Sorocaba, onde iniciou em 2019 um ciclo de investimento de R$ 100 milhões até 2021 para ampliação de atividades produtivas e lançamento de máquinas rodoviárias. Em 2019, a JCB trouxe ao Brasil três novos rolos compactadores, entre eles o 116D. Seu motor Dieselmax produz 114 HP e tem alto torque em baixas rotações, o que garante economia de combustível. A máquina recebe o sistema Livelink de telemetria, que monitora a operação por localização geográfica em tempo real, permitindo a gestão de manutenção e operação. Versátil, o 116D trabalha tanto na terra como no asfalto. Conta com tambor liso, com cravos (do tipo pé-de-carneiro) ou com kit pé-de-carneiro para instalação no cilindro liso. Uma tecnologia aplicada ao cilindro é capaz de produzir vibrações, aumentando o poder de compactação a cada passe. Em complemento, a máquina conta ainda com o Compatronic, que mede a compactação em tempo real, trazendo ganho de produtividade por evitar passes desnecessários. O 116D pode ser utilizado em grandes obras.


MONTADORAS | EMPRESAS

| Duas Rodas/Motos BMW

BMW MOTORRAD: MODERNIZAÇÃO DA FÁBRICA PARA TRAZER NOVOS MODELOS

Por reconhecer a importância do mercado brasileiro de motocicletas, a BMW investiu R$ 14,7 milhões em sua fábrica de motos em Manaus (AM) durante o ano de 2019. Desse montante, R$ 10 milhões foram empregados em novas tecnologias, infraestrutura e adaptações na linha de montagem. A fábrica se tornou mais flexível, algo necessário em uma planta que nacionaliza dez diferentes modelos com motores a partir de 310 cc. Estes R$ 10 milhões também permitiram a nacionalização da R 1250 GS. Esse modelo sempre teve participação importante nas vendas locais e era preciso investir para que continuasse a ter produção nacional. Outros R$ 4,7 milhões foram utilizados na nacionalização da nova esportiva S 1000 RR. A fábrica BMW de Manaus foi inaugurada em 2016, tem mais de 60 fornecedores locais e recebeu mais de R$ 75 milhões em três anos. Mas vale recordar que a nacionalização das motos BMW começou em 2009 (dentro da brasileira Dafra). Nestes 11 anos a BMW já produziu mais de 60 mil unidades no País.

YAMAHA

YAMAHA REDUZ CUSTOS E TEMPO DE ENTREGA COM YAMALOG

Em 2017, a fabricante de motos Yamaha decidiu criar no Brasil a própria empresa de logística, a Yamalog. Num primeiro momento ela supria as necessidades da própria montadora para o transporte mensal de mais de 14 mil motocicletas e também produtos náuticos, tudo fabricado em Manaus (AM). Em fevereiro de 2019, com dois anos de vida, a divisão logística já tinha frota superior a 160 veículos e apresentava resultados consistentes. O tempo de entrega das motos nas concessionárias baixou em até três dias e diminuiu o número de avarias. Também houve redução em até 10% dos gastos com o transporte dos produtos fabricados em Manaus. No fim de 2019 a Yamalog inaugurou em Curitiba o quinto centro de distribuição para atender os Estados do Paraná e Santa Catarina. Atualmente, além de produtos Yamaha, a empresa também transporta produtos de telecomunicação, eletrônicos, partes & peças, alimentos e cosméticos. Emprega mais de 300 colaboradores.

MOTO HONDA

MOTO HONDA DA AMAZÔNIA: NOVO PRÉDIO EM MANAUS PARA PRODUÇÃO DE MOTORES

Em fevereiro de 2019 a Moto Honda da Amazônia iniciou um ciclo de investimento de R$ 500 milhões. O aporte será aplicado até 2021 em equipamentos, obras, reposicionamento de linhas, novos modelos e em um novo prédio capaz de agrupar todos os processos de produção de motores, incluindo fundição, usinagem, pintura e montagem. Isso reduz o deslocamento de peças pelo complexo (2 km em alguns casos), aumentando a produtividade. A área de fundição de motores passou de 11 mil m² para 14 mil m². A Honda emprega atualmente em Manaus 6 mil colaboradores e produz cerca de 3,7 mil motocicletas por dia. Já fabricou mais de 25 milhões de unidades desde a inauguração, em 1976. É a fábrica de motos mais verticalizada de todas as que a Honda tem pelo mundo. Transforma diariamente mais de 80 toneladas de alumínio em carcaças de motor e rodas de liga leve, além de produzir as próprias rodas de aço estampado e escapamentos. Fabrica até mesmo os tubos utilizados nos quadros das motos.

AutomotiveBUSINESS • 69


Prêmio REI

MONTADORAS | PRODUTOS

| Automóveis

GENERAL MOTORS

CHEVROLET ONIX AGORA É GLOBAL E SUSTENTA LIDERANÇA NO BRASIL

O Chevrolet Onix chegou à sua segunda geração em 2019 com muitas melhorias de projeto. O líder absoluto de mercado no Brasil tem agora projeto global, que trouxe R$ 1,4 bilhão em investimento à fábrica da General Motors em Gravataí (RS). A linha de produção foi digitalizada, recebeu robôs e equipamentos conectados. Foram contratados 500 funcionários para a planta, que conta com 7 mil trabalhadores. O Onix ficou maior e mais seguro, alcançou as cinco estrelas (nota máxima) nos testes do Latin NCAP com seis airbags e controle eletrônico de estabilidade de série em todas as versões. A GM aumentou espaço, conforto e passou a equipar o modelo na versão mais completa com itens de segmentos superiores, como assistente de estacionamento automático e alerta de ponto cego. A GM também investiu R$ 1,9 bilhão na fábrica de Joinville (SC) para produzir a moderna família de motores três-cilindros 1.0, com versão aspirada de 82 cv e turbinada de 116 cv, que garantiram ao novo Onix o título de hatch mais econômico do Brasil, com marcas próximas a 10 km/l na cidade com etanol. Com a reformulação da linha, o Onix sedã, antes chamado Prisma, agora é Onix Plus. O carro usa o mesmo powertrain e também cresceu, passou para 4,48 m.

NISSAN DO BRASIL

O PIONEIRO NISSAN LEAF CHEGA AO BRASIL

Lançado em julho de 2019 no Brasil, o Nissan Leaf incorpora os três pilares da Nissan Intelligent Mobility: Intelligent Drive, Intelligent Power e Intelligent Integration. Além do Brasil, o modelo é vendido em outros países da América do Sul, como Colômbia, Chile, Argentina, entre outros. Seguindo o conceito desses pilares, o Novo Nissan Leaf fortalece a liderança da marca em veículos elétricos e promove a expansão do segmento globalmente – o modelo é comercializado em 50 países e tem mais de 470 mil unidades vendidas. O veículo está equipado com tecnologias avançadas de segurança como o Alerta Inteligente de Mudança de Faixa, Sistema Inteligente de Prevenção de Mudança de Faixa, Assistente Inteligente de Frenagem de Emergência, Controle Inteligente de Velocidade, Sistema de Advertência de Ponto Cego, Visão 360° Inteligente com Detector de Movimento, Alerta Inteligente de Atenção do Motorista, Sistema de Monitoramento de Pressão dos Pneus e Alerta de Tráfego Cruzado Traseiro.

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TOYOTA DO BRASIL

HÍBRIDO FLEX - INOVAÇÃO E DISRUPÇÃO

A engenharia da Toyota do Brasil se tornou pioneira ao lançar o primeiro carro híbrido flex do mundo. A inovação foi mundialmente apresentada em 2019 com o lançamento do Novo Corolla. O modelo foi completamente renovado e equipa sistema híbrido que combina três motores, dois elétricos e um a combustão com tecnologia flex que garantem, além de menor emissão de gases, aceleração suave e excelente conforto ao rodar em qualquer tipo de condução. Cerca de 20% do total de 23 mil unidades comercializadas dessa nova geração em 2019 foi da versão híbrida. Resultado que consolidou na liderança da fabricante no segmento híbrido no Brasil, com cerca de 65% de participação. Montado sobre a nova plataforma TNGA, a nova geração do Corolla possui centro de gravidade 10 mm mais baixo e tem seu chassi 60% mais rígido. O sistema de segurança ativa Toyota Safety Sense, que eleva o patamar de segurança oferecido aos ocupantes, coloca o modelo na lista dos veículos mais seguros da América Latina.

VOLKSWAGEN

T-CROSS, O PRIMEIRO SUV COMPACTO DA VOLKSWAGEN NO BRASIL

O T-Cross é o primeiro utilitário esportivo produzido pela Volkswagen no Brasil e marcou a entrada da marca no segmento de SUVs compactos, o que mais cresce no mercado brasileiro. O carro é equipado com modernos motores turbo da família EA211, também produzidos no País, nas versões 1.0 de 128 cv e 1.4 de 150 cv. O T-Cross começou a ser vendido em maio de 2019. Características como acabamento, dirigibilidade e conectividade agradaram ao consumidor brasileiro, que formou filas de espera para comprar o modelo. Em janeiro de 2020 ele figurava entre os SUVs mais vendidos do País e foi o líder do segmento em fevereiro. O T-Cross é montado sobre a plataforma modular MQB do Grupo VW na fábrica de São José dos Pinhais (PR), que recebeu R$ 2 bilhões de investimento para produzi-lo. Um novo setor de armação de carroceria foi implantado na unidade, com mais de 200 robôs. O SUV trouxe de volta à unidade o segundo turno de trabalho e 500 funcionários. As exportações vão além da América Latina e incluem países da Ásia, África e parte da Europa.


MONTADORAS | PRODUTOS

| Comerciais Leves

CNH INDUSTRIAL

NOVO IVECO DAILY

A nova linha Iveco Daily 2020 estreia no mercado brasileiro para revolucionar o segmento e manter seu posicionamento de ‘referência’ em sua categoria, proporcionando uma nova experiência para o usuário no transporte de cargas e de passageiros. Os modelos nas versões chassi-cabine, furgão e minibus aliam robustez, versatilidade e o melhor custo operacional do mercado. O objetivo da marca com o Novo Daily, que vai de 3,5 a 7 toneladas, é oferecer ao cliente um veículo com alta tecnologia, segurança comparável com os automóveis mais modernos e um nível de qualidade de destaque. É o único produto do segmento com o conceito de chassi-cabine, que traz robustez de caminhão, tecnologia e segurança. Seguindo o design dos produtos fabricados pela Iveco no mundo, a nova Daily se destaca pela modernidade das linhas da cabine, com atributos aerodinâmicos, e foi pensada para a economia do cliente, já que tem o parachoque tripartido, que permite a troca parcial da peça em caso de pequenas colisões.

FORD

FORD RANGER 2020 MELHORA EM CONFORTO E SEGURANÇA

A picape Ranger, fabricada pela Ford na Argentina, passou por mudanças significativas para o ano-modelo 2020, apresentado em junho de 2019. Mais que um facelift, recebeu 600 novas peças, com desenvolvimento de 40 fornecedores locais e 60 globais. O desenvolvimento da linha 2020 consumiu 15 mil horas de testes, com 1,7 milhão de quilômetros rodados, numa faixa de temperatura de -29 a +50 graus Célsius e também em altitudes desde zero até 4 mil metros. A nova Ranger tem duas opções de motorização diesel: 2.2 de 160 cv e 3.2 de 200 cv. A transmissão pode ser manual ou automática e a tração, 4x2 ou 4x4. As novas suspensões melhoraram o conforto, mesmo com a caçamba vazia. A atualização trouxe novos equipamentos de segurança típicos de carros de luxo, como câmera de alta resolução e radar que controlam a frenagem automática de emergência, com reconhecimento de pedestres e ciclistas. O pacote também inclui controle adaptativo de velocidade de cruzeiro (ACC) e auxílio de permanência na faixa de rodagem.

MERCEDES-BENZ A NOVA SPRINTER

A Mercedes-Benz lançou a Nova Sprinter em 2019 sob o conceito “Nova Sprinter. 100% pra você”. O modelo está ainda mais tecnológico, interativo, inovador e moderno, além de representar o primeiro passo para uma série de novidades que estão por vir em 2020. Com a Nova Sprinter, a marca traz ao segmento de veículos comerciais inovações tecnológicas de segurança ativa, como os exclusivos Assistente Ativo de Frenagem (ABA), Assistente de Fadiga e Assistente de Subida em Rampa, além do sistema multimídia MBUX. Assim, a marca está alinhada com várias tecnologias utilizadas hoje na Europa e todas como itens de série. A Mercedes-Benz oferece planos de manutenção customizados e competitivos e um diversificado portfólio de peças e serviços para que os clientes foquem em seus negócios, enquanto a marca cuida do veículo visando assegurar a disponibilidade, produtividade e rentabilidade desejada pelos empreendedores.

VOLKSWAGEN CAMINHÕES E ÔNIBUS

DELIVERY EXPRESS, OU SIMPLESMENTE DLX. É UM CARRO OU CAMINHÃO?

Presença constante na paisagem urbana, o caminhão Delivery Express é sucesso entre os veículos comerciais leves, feito sob medida para o empreendedor. Acumula diferenciais que sustentam sua posição destacada no segmento: requer apenas habilitação na categoria B para condução; não tem restrição de circulação; tem a robustez de um caminhão, com o conforto de um automóvel e, melhor, preço de picape. O veículo vem equipado com diversos itens para garantir máxima comodidade: computador de bordo, coluna de direção ajustável, piloto automático, entre outros. Ágil nas retomadas e confortável no anda e para das cidades, o Delivery Express é o caminhão que entrega padrão de automóvel para a operação no dia a dia, podendo trafegar em áreas onde a circulação é restrita a veículos maiores. O rodado simples na traseira traz o benefício da cobrança de pedágio no valor de carro. É concebido sob medida para fazer os negócios crescerem.

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Prêmio REI

MONTADORAS | PRODUTOS

| Veículos Pesados

MERCEDES-BENZ

O NOVO ACTROS

A Mercedes-Benz inovou mais uma vez, em 2019, com o lançamento do Novo Actros. Apresentado na Fenatran, o caminhão revoluciona com um novo conceito de transporte seguro e responsável. A marca, que está a mais um passo do futuro, desenvolveu o primeiro caminhão rodoviário com um sistema tão inteligente e tecnológico, capaz de ir de São Paulo a Cuiabá – ou qualquer outro Estado -- sem a necessidade de utilizar os pedais de freio e acelerador. E tem mais -- entre suas principais inovações, destaca-se o MirrorCam, sistema que substitui os retrovisores convencionais por câmeras digitais, sendo o primeiro caminhão sem retrovisores externos do Brasil; e o ABA 5 de série, único sistema que freia automaticamente ao identificar pedestres, veículos e obstáculos à sua frente. Além disso, o modelo traz diferenciais em conectividade, como dois painéis digitais (um deles touch screen), espelhamento de celular via Apple CarPlay ou Android Auto, recarga sem fio e muitos outros recursos.

SCANIA

CAMINHÃO A GNV, GNL E BIOMETANO JÁ É REALIDADE NO BRASIL

As primeiras unidades do inovador e pioneiro caminhão movido a gás natural veicular (GNV), gás natural liquefeito (GNL) e/ou biometano foram vendidas em outubro de 2019. Com isso, mudouse o patamar de tecnologias mais sustentáveis ao diesel no Brasil. A promessa da Scania de liderar a mudança para um transporte mais sustentável teve o seu mais concreto passo: provar a viabilidade para embarcadores e frotistas. A onda sustentável não tem volta. Esta alternativa é perfeita para a realidade local, pois se enquadra nos três pilares sustentáveis: econômico, social e ambiental. Em uma das demonstrações, em comparação a um modelo diesel, houve diminuição de 15% no custo do km rodado proveniente da redução do combustível. A cadeia logística/produtiva tanto do biometano e GNL (em desenvolvimento) quanto do GNV (já estabelecida) são vantagens para o cliente. Para a Abiogás, 70% do diesel usado para o transporte seria substituído pelo biometano, seja via agronegócio, resíduos de aterros ou de tratamento de esgoto. A vantagem é usar o mesmo motor (não é transformado) para os todos os combustíveis e de Ciclo Otto (menor ruído), mudando apenas os tanques (GNV e biometano iguais) e GNL com tecnologia criogênica. A escolha da Scania pelo produto se mostra acertada em parcerias com Ambev, Pepsico, Gerdau, L´Oréal, Nespresso, Usina São Martinho e Citrosuco.

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MERCEDES-BENZ/GRUNNER CAMINHÃO GRUNNER COM DIREÇÃO AUTÔNOMA

Já imaginou o quão cansativo deve ser trabalhar com colheita e passar horas dentro de um caminhão andando apenas 5 km por hora? A MercedesBenz, pensando no motorista, inovou em parceria com a Grunner e desenvolveu uma solução: o extrapesado Axor 3131, primeiro caminhão da marca com direção autônoma. Nesta operação, que intercala ou não a participação do motorista, o Axor atua lado a lado com as colhedoras de cana, também de condução autônoma, que fazem a colheita e o corte, já lançando a cana picada diretamente na carroceria do caminhão. Terminado o carregamento, o motorista assume o controle para a etapa de entrega da carga nos caminhões de maior capacidade, que completam o ciclo do transporte levando a cana até às usinas de açúcar e etanol. Ufa, caminhoneiro... agora ficou fácil né? Ao todo, já são mais de 40 unidades em operação que fazem da Mercedes-Benz a empresa com a maior frota de caminhões com direção autônoma em circulação no Brasil e no mundo!

VW CAMINHÕES E ÔNIBUS DELIVERY 11.180 4X4 PARA TODO TERRENO

A VWCO sai na frente mais uma vez com a família Delivery e está pronta para toda e qualquer aplicação com o Delivery 11.180 4x4, que nasce com missão de atender “o homem do campo”, aliando a robustez para o trabalho pesado do dia-a-dia ao consagrado conforto do Delivery. Força para rodar em qualquer terreno e capacidade de vencer subidas extremas são diferenciais do único veículo da categoria com essa configuração para o transporte de mercadorias ou prestação de serviços específicos. O modelo tem em seu DNA o agronegócio, pois, além de toda a versatilidade oferecida, um ponto de destaque é a capacidade de carga. Pronto para qualquer tipo de terreno, seja na cidade ou no campo, supera estradas sem pavimentação. Clientes de diferentes segmentos participaram ativamente do desenvolvimento deste Delivery, tornando-o ideal para qualquer aplicação — em ambientes como fazendas e especialmente no segmento eletricitário ou como carro de apoio para mineração, construção civil e agronegócio.


FORNECEDORES

| Autopeças BOSCH

BOSCH EM SOROCABA É A PRIMEIRA FÁBRICA FORA DA EUROPA A PRODUZIR SISTEMA DE DIREÇÃO ELÉTRICO PARA ÔNIBUS E CAMINHÕES

A Bosch Sistemas de Direção, em Sorocaba, SP, é a primeira planta do Grupo Bosch fora da Europa a produzir sistemas de direção elétricos para ônibus e caminhões. A produção, que teve início em janeiro deste ano, será direcionada para atender a demanda do mercado dos EUA com vendas estimadas em R$ 200 milhões por ano até 2024. A tecnologia Servotwin é uma das bases para funcionalidades de autonomous drive e, a partir de agora, fortalecerá o know-how no Brasil no pilar de exportação e de desenvolvimento de novos negócios. O novo objetivo também é possibilitar o uso desse sistema no mercado local, para tanto a unidade brasileira está em contato com os clientes para identificar oportunidades de aplicação na América Latina.

MAXION WHEELS

MAXION WHEELS: LÍDER EM SOLUÇÕES INOVADORAS E INTELIGENTES PARA RODAS

Maior fabricante de rodas do mundo, a Maxion Wheels é também líder em soluções inovadoras e inteligentes para rodas, desenvolvendo descobertas que impulsionarão os avanços em desempenho, sustentabilidade e estilo para as gerações futuras de veículos. O processo de inovação da empresa incentiva os colaboradores a desafiar o status quo e inclui trabalhar dentro de um poderoso ecossistema de inovação, em parceria com startups, institutos de pesquisa, universidades e outras multinacionais, com potencial para impactar o futuro da mobilidade. Em parceria com a ZF, a Maxion Wheels está desenvolvendo o primeiro sistema de sensor de roda totalmente integrado Smart Wheel, que ajudará a evitar falhas potencialmente perigosas e dispendiosas nos pneus e rodas. Com a tecnologia Michelin, a Maxion Wheels está desenvolvendo o primeiro conceito de roda flexível Acorus, que absorve impactos de buracos, evitando danos nos pneus e rodas e proporcionando maior conforto e segurança aos ocupantes e veículos.

SUSPENSYS

INOVAÇÃO EM EIXO AUXILIAR DE TRAÇÃO

A Suspensys, uma empresa do grupo Randon e sediada na cidade de Caxias do Sul, apresentou ao público o primeiro eixo auxiliar de tração com motor elétrico para implementos, na Fenatran 2019. Chamado de e-Sys, o eixo conta com tecnologia que reduz o consumo de combustível dos caminhões, utilizando a energia gerada em descidas e em frenagens (semelhante a geração de energia em carros de corridas), em momentos de necessidade de tração como subidas e ultrapassagens. Independente do caminhão que estará puxando o implemento, a economia de combustível diminui os custos de operação de fretes e vai em linha com a sustentabilidade ambiental com a redução da poluição.

ZF AMÉRICA DO SUL BRASIL TEM PLANTA MAIS EFICIENTE DO MUNDO ZF

A planta da ZF em Sorocaba, SP, matriz da empresa na América do Sul, foi considerada a melhor e mais eficiente entre as 230 fábricas da empresa que atua em 40 países. O reconhecimento foi concedido em concurso global e apresentado pelo Board Mundial do Grupo ZF. Como “planta com o melhor desempenho” foram avaliados quesitos como segurança, qualidade, melhoria contínua, além de inovação, lean manufacturing e flexibilidade, compromissos que garantem a excelência e qualidade dos produtos ZF para o mercado regional. A unidade brasileira passou por um processo de modernização em 2018/2019, especialmente para abrigar a nova linha de produção das inovadoras transmissões TraXon. Possui linhas de produção flexíveis, pioneiras em todo o grupo. A fábrica de Sorocaba também é o Centro de Competência Global para produção de eixos agrícolas. Com isso, a coordenação sobre o desenvolvimento de eixos para todos os mercados do mundo atendidos pela ZF é de responsabilidade da unidade brasileira.

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Prêmio REI

FORNECEDORES

| Automação e Indústria 4.0 COMAU

PLATAFORMA IOT APLICADA À LINHA DE PRODUÇÃO DE MOTORES

A Comau, empresa especializada em produtos e soluções para sistemas avançados de automação, criou um conector digital implementado em uma linha de produção de motores de uma montadora automotiva. Desenvolvido em duas semanas, o PoC (Proof of Concept) coleta e concentra dados de toda a operação numa plataforma IoT e monitora, em tempo real, parâmetros decisivos nos processos de manutenção em uma das operações mais críticas da linha. Na prática, esses dados são enviados para um concentrador, que os endereça a um banco de dados com gerenciamento a partir de um script, e um framework de IoT com uma interface gráfica amigável ao usuário. Para o responsável de manutenção, é uma solução de supervisão que auxilia no controle de tempo, distribuição e disponibilidade. Para a Comau, é uma resposta aos desafios da indústria 4.0, gerando redução de downtime e perdas. Para o cliente, representa mais um passo para a digitalização de um processo industrial, através da implementação de tecnologia IoT.

MWM MOTORES E GERADORES

MWM REVOLUCIONA O ABASTECIMENTO DA LINHA DE MONTAGEM COM ROBÔ AUTÔNOMO

Com uma nova visão dos processos, buscando o aumento de produtividade e eficiência nas operações, a MWM está investindo em tecnologia de ponta para potencializar seus resultados com a utilização de sistemas inteligentes. Visando evoluir na logística Lean, para a I4.0, a MWM automatizou o abastecimento de kits comissionados para a produção. Este processo passou a ser realizado por meio de robôs autônomos (AMRs). Estes são comparados a carros com GPS, sempre irão utilizar a melhor rota, dentro do layout disponível na fábrica, sendo capazes de desviar de obstáculos e interagir com pessoas. E com apenas um click, alteramos sua rota. Goals: precisão e agilidade na operação, com 99% de atendimento às linhas de produção; eliminação de atividades repetitivas; transporte seguro de materiais; foco da MWM voltado para estratégia organizacional da logística.

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POLLUX

LINHA DE MONTAGEM 4.0 DE MECANISMOS DE DIREÇÃO COM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

A linha automática de alta velocidade é utilizada para montagem de mecanismos de direção automotiva com modelos variados. A linha é composta por 15 estações de trabalho, sendo todas as operações monitoradas por um sistema de gerenciamento produtivo que troca dados com a linha em tempo real. Os parâmetros produtivos são constantemente informados às estações de trabalho e essas executam e monitoram as operações automáticas e manuais realizadas, retornando ao sistema as informações relativas aos trabalhos executados, não permitindo a montagem de forma diferente ao especificado na biblioteca de processos. Foram empregadas tecnologias da indústria 4.0, como comunicação real-time com sistema de gerenciamento produtivo, com uso de robô colaborativo integrado com sistema de visão dotado de inteligência artificial para inspeção automática de qualidade, movimentação robotizada de peças. A linha está preparada para realizar a chamada de abastecimento logístico automático de insumos.

TAGGEN SOLUÇÕES IOT

CONTROLE DE INVENTÁRIO EM TEMPO REAL ATRAVÉS DE TECNOLOGIA IOT

Trata-se de aplicação de tecnologia IoT (Beacons BLE e computação em nuvem) para controle eficiente de estoque, garantindo a consistência entre saldo físico e sistêmico. A solução disponibiliza, através de dispositivos mobile em tempo real, a posição das peças no inventário, fornecendo aos operadores e gestores informações precisas sobre quantidade, localização e identificação de peças e se foi integrada ao SAP-ERP. O projeto foi desenvolvido e implementado na empresa Faurecia, localizada no complexo Jeep Nordeste. Resultados atingidos: 99,8% de acuracidade de estoque, melhoria de eficiência nas operações logísticas, maior agilidade nas tomadas de decisão gerenciais, redução de falhas de abastecimento das linhas de produção da empresa e do cliente. Tecnologia, hardware e software são totalmente nacionais, desenvolvidos pela Taggen Soluções IoT.


Nossa tradição e alto desempenho merecem seu voto.

Reduza a velocidade, preserve a vida.

MWM no Prêmio REI 2020.

A MWM está concorrendo ao Prêmio REI em três categorias. Quem nos traz até aqui é você. Contamos com seu voto! AUTOMAÇÃO E INDÚSTRIA 4.0

mwm.com.br

DISTRIBUIÇÃO E PÓS-VENDA

MOTORES E TRANSMISSÕES

AutomotiveBUSINESS AutomotiveBUSINESS • 75• 75


Prêmio REI

FORNECEDORES

| Insumos

DOW PRODUTOS QUÍMICOS

TECNOLOGIAS BASEADAS EM SILICONE PARA APRIMORAR A ILUMINAÇÃO LED

Os silicones ópticos moldáveis da Dow oferecem um alto nível de liberdade de design em aplicações desafiadoras, como iluminação automotiva e de consumo. As vantagens do uso de silicone em aplicações de iluminação em comparação com outros materiais ópticos são: alta estabilidade fototérmica resulta em baixo a nenhum amarelamento e alta densidade de lúmen. A resistência aos raios UV permite confiabilidade ao longo do tempo para aplicações externas. A resistência térmica e à umidade aumenta a confiabilidade e a proteção de componentes eletrônicos sensíveis. Benefícios dos silicones ópticos moldáveis: mais leve que o vidro, reprodutibilidade precisa de formas e detalhes, como superfícies ópticas, bordas afiadas e pequenos raios. Permite projetos mecânicos desafiadores com rebaixos e sem ângulos de inclinação, e ainda com grandes diferenças na espessura da parede. Melhor resistência ao calor que o plástico.

GERDAU AÇOS ESPECIAIS SOLUÇÃO EM CLEANSTEEL PARA CUBO DE RODA DE 3a GERAÇÃO

Na indústria automotiva há uma busca crescente por segurança veicular e eficiência energética, refletida em redução de emissões e consumo de combustível. Estes fatores têm se tornado decisivos no momento da aquisição de um veículo. O cubo de roda de 3a geração contribui para este cenário com uma redução de ~15% no peso e aumento de estabilidade do sistema roda de ~30%, além do aumento da vida útil do componente. Para isso, foi necessário o desenvolvimento nacional do aço, que devido aos requisitos do componente de resistência à fadiga e design, deve conter baixíssimos níveis de inclusões, um importante desafio metalúrgico para o aço em questão. Neste cenário, a Gerdau se consolida como pioneira, no mercado nacional, com o lançamento do Gerdau Max Cleanity, com altíssimo nível de limpeza inclusionária e alto desempenho mecânico, obtidos através de rigorosos processos de produção. Desta forma, a Gerdau está preparada para atender às mais exigentes necessidades do mercado.

76 • AutomotiveBUSINESS

USIMINAS

ADEQUAÇÃO DO AÇO HSLA420 LAMINADO A QUENTE DECAPADO À APLICAÇÃO DO CLIENTE

Visando a diminuição de recusas em uma peça de uma autopeça nacional, a Usiminas desenvolveu e testou junto ao cliente um aço HSLA da classe de 420 Mpa de limite de escoamento laminado a quente e decapado mais adequado a esta aplicação. A peça, de alto consumo, é parte de uma suspensão automotiva e exige como características particulares um acabamento refinado no corte dos blanks para garantir um bom flangeamento e estiramento elevado. O lote experimental foi produzido com parâmetros de processo e composição química específicos, acompanhamento nas etapas de produção e realização de amostragens e ensaios adicionais. Foi obtida uma microestrutura homogênea composta praticamente por ferrita e bainita, houve bons resultados no ensaio Erichsen e excelente resultado no ensaio de expansão de furo. Os produtos foram enviados ao cliente e aprovados nas etapas de corte dos blanks e produção das peças. O aço tornou-se de consumo regular, reduzindo significativamente as recusas nesta aplicação.


FORNECEDORES

| Motores e Transmissões

CNH INDUSTRIAL

FPT APRESENTA O MOTOR F1C A GÁS E ETANOL

Desenvolvido pelo Technical Center de Betim (MG), o motor FPT F1C Gás Etanol, apresentado como conceito durante a Fenatran 2019, segue a trajetória do consagrado F1C, motor a gás natural mais vendido para o transporte comercial leve no mundo, agora abastecido com gás natural comprimido (CNG) e etanol, matriz energética brasileira e um dos combustíveis mais utilizados no país. Equipado com a exclusiva tecnologia de combustão estequiométrica da FPT Industrial, que garante o menor consumo de combustível da classe e níveis de ruído inferiores aos motores movidos a diesel, o F1C Gás Etanol, de 3,0 litros, 136 cv de potência e 350 Nm de torque, atinge os menores níveis de emissões, sendo a solução adequada para grandes centros urbanos, já compatível com o Proconve L7. Seu catalisador de três vias, que dispensa Arla 32 e EGR (Recirculação de Gases de Escape), entrega economia nos custos com combustível de até 30%. Um novo conceito em powertrain, desenvolvido para a realidade brasileira.

CUMMINS

CUMMINS L9N A GÁS – O MOTOR A COMBUSTÃO MAIS LIMPO DO MUNDO

Ao mesmo tempo em que investe em novas tecnologias para redução de emissões dos motores a diesel, a Cummins Brasil acredita no potencial dos motores a gás como alternativa de redução do impacto ambiental nos centros urbanos. A Cummins Brasil lançou o motor L9N Near Zero desenvolvido e projetado para operar no Brasil. O motor a combustão mais limpo do mundo, de 320 cv e torque de 1.356 Nm, proporciona uma redução de 80% na emissão de partículas, 90% de óxidos de nitrogênio (NOx) e 70% de emissão dos gases de efeito estufa. O motor emite 90% menos emissões de NOx do que o exigido no atual padrão norte-americano da Agência de Proteção Ambiental (EPA), ou seja, 0,02 g/bhp-h, que fica 90% abaixo do limite da legislação americana (EPA).

EATON

TRANSMISSÕES AUTOMATIZADAS DA EATON GARANTEM ECONOMIA PARA FROTISTAS E MOTORISTAS AUTÔNOMOS Desenvolvidas localmente, no Centro de Pesquisa & Desenvolvimento da Eaton América do Sul, na unidade de Valinhos, SP, as transmissões automatizadas EAO 6106 e EAO 6206, pioneiras para veículos leves, e a UltraShift PLUS MHD, voltada a veículos médios e semi-pesados, e que equipa o caminhão campeão de vendas da categoria, foram projetadas com foco nas características do mercado automotivo brasileiro: condições diversas de estradas, alta densidade de trocas de marchas, sobrecarga e grande concentração populacional em áreas urbanas. Se comparadas às caixas manuais e automáticas, o custo operacional dessas transmissões automatizadas é significativamente inferior, destacando-se o consumo de combustível até 10% menor e vida da embreagem do veículo até duas vezes maior, que combinados à simplicidade de manutenção garantem um payback bastante atrativo. Com produção local, essas soluções são muito competitivas e têm atendido frotistas e motoristas autônomos no Brasil e demais países da América Latina.

MWM MOTORES E GERADORES

MWM AMPLIA PORTFÓLIO DE GERADORES E EXPANDE LINHA PRODUTIVA

A MWM, que atua no segmento de geração de energia há mais de 60 anos, amplia portfólio e expande a fábrica de Grupos Geradores. A linha completa agora vai de 10 a 1000 kVA em 50 Hz e 12,5 a 1250 kVA em 60 Hz, com os lançamentos: Grupos Geradores de 12,5 a 53 kVA, equipados com motorização Yanmar, e os Grupos Geradores com motorização exclusiva MWM de 4 e 6 cilindros a gás natural e biogás, com potencias entre 80 e 215 kVA. Com a ampliação da unidade fabril e com a implementação das atividades Lean de melhoria contínua e redistribuição de postos de trabalho e estoque, houve significativo aumento de produtividade na linha de montagem. A fábrica passou a operar em dois turnos de trabalho para atender a demanda prevista para 2020. O negócio de Grupos Geradores MWM atende as necessidades do mercado nacional e já exporta para países da América do Sul. A expectativa é que as exportações aumentem ainda mais neste ano.

AutomotiveBUSINESS • 77


Prêmio REI

FORNECEDORES

| Tecnologia e Sistemas

LOGIGO CONNECTED MOBILITY

PLATAFORMA DE CONECTIVIDADE COM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E SISTEMA DE VENDAS PELA TELA DO CARRO

Trata-se de uma plataforma robusta que integra as centrais multimídia conectadas LogiGo a uma nuvem de serviços que permite à montadora explorar uma série de recursos monetizáveis, utilizando dados do veículo para estreitar o relacionamento com o cliente e a capacidade de direcionar efetivamente suas ações promocionais por localização ou análise de eventos. A plataforma analisa os dados de interação do usuário/veículo e fornece uma loja de aplicativos para oferecer insights exclusivos do consumidor e oportunidades de monetização. Como as aplicações e veículos conectados rapidamente estão se tornando mais integrados na vida das pessoas, a LogiGo oferece uma nova forma de conveniência indo muito além dos sistemas atuais de entretenimento, transformando o uso exclusivamente mecânico do veículo para um ambiente conectado às demais opções de seu ecossistema digital.

SIEMENS

SIEMENS: A EVOLUÇÃO DA MOBILIDADE ELÉTRICA NO BRASIL

A Siemens se destaca com sua participação em novos projetos que visam posicionar o Brasil no radar global da mobilidade elétrica. A empresa é uma das parceiras na nova rede de recarga ultrarrápida que será instalada ao longo de diversas rodovias no Estado de São Paulo, fornecendo suas soluções de carregamento. Este projeto, que será um marco na evolução da mobilidade elétrica no País, contará com toda expertise e inovação dos produtos de recarga para veículos elétricos. A Siemens também é parceira da Volkswagen Caminhões e Ônibus em seu novo projeto e-Consórcio para a produção do primeiro caminhão elétrico do Brasil, o e-Delivery, que poderá contar com a Siemens não só com o know-how para o desenvolvimento do processo de produção, mas também na infraestrutura de recarga na fábrica da montadora em Resende (RJ).

78 • AutomotiveBUSINESS

WINGS

A CONECTIVIDADE TRANSFORMOU A LOCAÇÃO DE VEÍCULOS

No Brasil, a Wings, por meio do dispositivo VAI (Vehicle Artificial Intelligence), se uniu ao grupo Águia Branca, responsável pelas concessionárias Toyota Kurumá e Osaka, em um projeto de locação de carros a longo prazo. A assinatura anual de veículos possui mensalidades de R$ 940 a R$ 4.950 e contempla os modelos Etios, Yaris, Corolla, Prius e o Lexus UX F Sport. A conectividade e inteligência artificial do VAI são grandes diferenciais e permitem ofertar planos customizados. A partir do acesso a informações como quilometragem e hábitos de condução, permite-se que o usuário pague somente pelo uso real do carro. A concessionária tem ainda acesso a dados que possibilitam uma prestação de serviço remota e assertiva. É possível interceder em tempo real em casos de falha, colisão e reposição emergencial de peças, gerando uma melhor experiência para o cliente e tornando o serviço inovador em relação às locadoras tradicionais.


AutomotiveBUSINESS AutomotiveBUSINESS • 79• 79


Prêmio REI

DISTRIBUIÇÃO

| Soluções para Distribuição e Pós-venda EATON

ECOBOX SE CONSOLIDA COMO REFERÊNCIA EM PRODUTOS REMANUFATURADOS

Referência no setor automotivo brasileiro, a linha ECOBox provou ao mercado que produtos remanufaturados têm alta qualidade, ótima performance e confiabilidade e tornou a Eaton líder no segmento. A vantagem da transmissão ECOBox comparada à transmissão recondicionada ou reparada por oficinas não autorizadas, é que todas as peças de desgaste são trocadas. Além disso, seu valor chega a ser 40% mais baixo do que as transmissões novas, possibilitando mais economia com a mesma qualidade e garantia. Aproximadamente 9 mil transmissões já foram remanufaturadas pela Eaton. A linha pode ser encontrada nos 37 postos autorizados no Brasil, em concessionárias parceiras e em toda a ampla rede de distribuição da empresa.

FORD

FORD INOVA E É PIONEIRA NO USO DE REALIDADE AUMENTADA NA ÁREA DE PÓS-VENDA

Tendo o consumidor como centro de suas ações, a Ford desenvolveu um projeto inovador para a área de pós-vendas e se tornou a primeira montadora na América Latina a usar a assistência técnica remota com realidade aumentada. Com essa nova tecnologia, mecânicos das concessionárias da marca recebem suporte dos engenheiros à distância, em tempo real, no diagnóstico de casos complexos. A tecnologia permite que o engenheiro observe, na tela do computador, exatamente o que o mecânico está vendo na oficina, usando óculos especiais com troca de áudio, vídeo e dados. Após o sucesso do projeto-piloto, o serviço será expandido para todo o Brasil, além de ter início em outros países da América do Sul. O foco é atender da melhor forma às necessidades do consumidor, garantindo diagnóstico preciso, menor tempo de reparo (redução comprovada de 50%) e queda no número de viagens realizadas pelos técnicos (65% a menos do que sem a tecnologia).

80 • AutomotiveBUSINESS

MWM MOTORES E GERADORES

MWM INOVA E ENTREGA 99,9% DOS PEDIDOS EM ATÉ 24 HORAS

A MWM atingiu performance de 99,9% dos pedidos processados em até 24 horas. Tratase de um conjunto de metodologias Lean, associadas a inovações tecnológicas e de processo, que permitiram alavancar ainda mais a sua produtividade em seu Centro de Distribuição em SP e alcançar patamares superiores no atendimento de sua rede de distribuição. O programa foi dividido em 3 fases: 1) Redesenho outbound baseado em Value Stream Mapping; 2) Alta tecnologia na coleta de produtos no armazém; 3) Informações em cloud em tempo real. O novo sistema permitiu também a otimização dos recursos do CDP e ao mesmo tempo uma maior agilidade na entrega de seus produtos: 730 peças separadas por hora por picker. Este case reforça a tradição da MWM em lançar produtos e processos inovadores, em busca de uma vantagem competitiva e eficiente perante os seus clientes.

ZF

ZF AFTERMARKET GANHA PROXIMIDADE COM CAMINHONEIROS COM O TRUCKPAD

A ZF Aftermarket completou no final de 2019 um ano de parceria com o TruckPad, maior plataforma de conexão entre caminhoneiros e cargas da América Latina, com 1,2 milhão de downloads. A parceria impactou fortemente 400 mil caminhoneiros cadastrados de todo o País, graças à abertura desse canal direto. Com acesso a uma base completa de informações, a ZF Aftermarket enxergou mais de perto as necessidades desses usuários e a partir dessa leitura fiel lançou uma loja virtual exclusiva com condições especiais, além de ter promovido ações em datas comemorativas. Neste início de 2020 cresceu sua presença com o “ZF na Linha”, uma funcionalidade que permite ao usuário entrar em contato direto com uma central de atendimento da ZF, que entrega soluções e respostas sobre oficinas mais próximas, busca de peças para compra ou até mesmo dicas de manutenção e aplicação. A resposta é feita por chat bot e interação humana para ter agilidade e relevância.


LIDERANÇA

| Fornecedores AETHRA

PIETRO SPORTELLI PREPARA SUCESSÃO APÓS 45 ANOS DE HISTÓRIA NA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA

A visão apurada do mercado automotivo, o anseio por inovação e qualidade e a experiência acumulada ao longo de 45 anos à frente dos negócios levaram Pietro Sportelli ao topo do setor de autopeças. Pietro agora prepara-se para deixar seu legado ao filho Rafael Sportelli e dedicar-se, integralmente, ao conselho administrativo da Aethra. Ao longo de sua história, a Aethra investiu em tecnologia e inovação; criou novas soluções que possibilitaram à empresa a dianteira no atendimento de um mercado automotivo mais sustentável, inteligente e seguro. Sportelli foi a mão forte responsável por manter em operação uma companhia de 4.000 funcionários, formada com 100% de capital nacional. A força de Pietro e uma engenharia sólida, as 11 unidades fabris e dois centros de P&D – presentes em quatro Estados brasileiros e em Córdoba (Argentina) – além dos três escritórios comerciais, inclusive nos Estados Unidos, selaram a Aethra como referência no setor automotivo, garantindo assim um legado sólido e forte ao sucessor.

LOGIGO CONNECTED MOBILITY

ANTONIO AZEVEDO COMANDA A EVOLUÇÃO DA LOGIGO

Há cinco anos a LogiGo Connected Mobility atua com sucesso no mercado OEM, sob o firme comando de Antonio Azevedo, seu CEO e fundador. Com uma abordagem comercial agressiva sustentando um crescimento de dois dígitos a cada ano, ele promoveu o desenvolvimento de produtos e plataformas conectadas, com iniciativas de monetização que geram receitas recorrentes para as montadoras. Suas soluções são focadas em mobilidade inteligente e projetos que sustentam novos modelos de negócio, desde ferramentas de relacionamento para frotas de veículos compartilhados, plataforma de análise de dados para relacionamento com o cliente, a iniciativas de ponta como a assistente de inteligência artificial LIA e conectividade em todos os seus produtos. Seja liderando uma cultura de inovação com ferramentas avançadas de concepção e prototipagem ou integrando os times multiculturais, a LogiGo tem despontado como o mais inovador provedor de soluções brasileiras da indústria.

EATON

ANTONIO GALVÃO COLOCA A EATON EM NOVO PATAMAR

Com mais de 30 anos de experiência, Antonio Galvão, presidente para Veículos, Hidráulica e Segmento Corporativo, na Eaton América do Sul, mostrou, desde estagiário, ideias inovadoras que levaram a Eaton a um patamar superior. Seu pioneirismo no desenvolvimento e nacionalização de negócios sempre focado em soluções tecnológicas que agregam valor aos clientes conferiu à empresa o 1o lugar na América do Sul em transmissões para veículos comerciais. Novas famílias de caixas manuais e automatizadas, embreagens, peças de reposição e válvulas para motores de combustão interna foram desenvolvidas e nacionalizadas tornando a subsidiária brasileira um ponto focal de fornecimento de soluções para toda a região, que passou a ser atendida de forma mais customizada. A operação local da Eaton se tornou líder em diversos segmentos e referência mundial para o Grupo devido ao elevado grau de qualificação da engenharia e de inovação tecnológica com aplicações de Indústria 4.0 e parcerias com startups.

CUMMINS

PASQUOTTO CONDUZ A CUMMINS EM POSIÇÃO DE LIDERANÇA

Engenheiro mecânico aeronáutico formado pelo ITA, com especialização em finanças pela FGV, pósgraduação em administração de negócios pelo INPG e MBA em Marketing Empreendedor pela ESPM-ITA, Luis Afonso Pasquotto está na Cummins desde 1992. Atualmente é vice-presidente da Cummins Inc., presidente da Cummins Brasil e diretor geral da Unidade de Motores. O executivo conduziu a organização por duros períodos de crise no segmento, incluindo o gerenciamento do impacto da repentina saída da Ford do negócio de caminhões. Pasquotto garante segurança e confiança para a companhia, mantendo investimentos e inovações para contribuir com a indústria, meio ambiente, além de melhorar a vida das pessoas movendo e energizando um mundo mais próspero. Mesmo diante de instabilidades políticas e econômicas, Luis Pasquotto colocou a Cummins em posição de liderança no mercado de geração de energia e a estabeleceu como um dos principais players do segmento de veículos pesados, elevando de 4% para 21% o market share no segmento de ônibus. Sob sua liderança, a Cummins consolida as tecnologias para o atendimento das normas Euro VI, com os sistemas U e Single Module. A companhia se manteve na vanguarda ao exibir o motor a combustão mais limpo de mundo a gás e atualmente entrega sua gama de motores Diesel com níveis baixíssimos de emissões.

AutomotiveBUSINESS • 81


Prêmio REI

LIDERANÇA

| Montadoras FCA

ANTONIO FILOSA LIDERA FCA LATAM COM MAIOR PLANO DE INVESTIMENTO DA REGIÃO

Antonio Filosa assumiu a presidência da Fiat Chrysler Automóveis (FCA) para a América Latina em 26 de março de 2018 e redesenhou a estratégia para a região. Com dois meses no cargo, participou do encontro global da companhia com analistas e investidores, no qual a direção mundial do grupo, que ele integra, apresentou planos estratégicos globais, que incluem investimentos de R$ 16 bilhões no Brasil, o maior em curso entre todas as empresas do setor no País. O executivo comanda estratégia que inclui uma fábrica de motores turbo em Betim (MG), o desenvolvimento de dois SUVs para a Fiat, de um novo Jeep para 7 passageiros, novas tecnologias de conectividade para os veículos, avanço acelerado da Indústria 4.0 nas fábricas. Filosa renovou a relação da FCA com os concessionários e atraiu novos fornecedores para o entorno das plantas em Betim e Goiana (PE). Em 2019, primeiro ano cheio à frente da FCA, alcançou resultados expressivos na América Latina, com 577 mil veículos vendidos, lucro de € 501 milhões e margem de 5,9%, no melhor desempenho regional da FCA depois da América do Norte (Nafta).

MERCEDES-BENZ

PHILIPP SCHIEMER: O LÍDER DA TRANSFORMAÇÃO NA MERCEDES-BENZ E NO BRASIL

Pegue carona com o alemão de alma brasileira. Em 2019, Schiemer dirigiu a estrela com influência no mercado. Deu continuidade à modernização da fábrica rumo à Indústria 4.0 em São Bernardo. Anunciou a criação do Centro de Testes Veiculares. Ouviu as estradas e entregou o pedido: o Novo Actros. Tudo isso na Fenatran, que entrou na história da empresa com o estande mais visitado. Engajado na promoção da diversidade, Schiemer realizou práticas voltadas à valorização das pessoas nas fábricas e estradas, com destaque a ações para mulheres: novo modelo de licença maternidade em resposta a pedidos de colaboradoras e “A Voz Delas”, conversa com mulheres motoristas e esposas de caminhoneiros para conhecer o dia a dia e desafios de quem faz da boleia extensão de sua casa. Posicionado com transparência sobre temas que afetam a economia e setor de transportes, Schiemer prova que há oportunidade de colocar a indústria brasileira em pauta com objetivo de ganhar espaço na competitividade global.

82 • AutomotiveBUSINESS

TOYOTA DO BRASIL

TOYOTA: LIDERANÇA COM VALOR E INOVAÇÃO

Rafael Chang é presidente da Toyota do Brasil desde 2017. Nascido em Lima, no Peru, é graduado em engenharia industrial pela Universidade Pontifícia Católica do Peru. Iniciou sua trajetória profissional na Toyota do Peru, no Departamento de Vendas, em 1993. Tem como desafio atual posicionar a Toyota do Brasil como provedora de soluções em mobilidade, comunicando iniciativas além da fabricação de veículos, estendendo aos consumidores novas experiências com a marca. Sob sua liderança, a Toyota anunciou dois novos ciclos de investimentos no País, introduziu o modelo Yaris, em 2018, e a nova geração do Corolla brasileiro, com tecnologia híbrida flex. Seu foco de gestão é centrado nas pessoas, desafiando as equipes a pensar e executar de forma inovadora, sem perder a base na melhoria contínua, pilar do Toyota Way. Além da presidência local, Chang é membro do board of directors regional, liderando as ações de comunicação, sustentabilidade, recursos humanos e administração.

VOLKSWAGEN CAMINHÕES E ÔNIBUS

ROBERTO CORTES – 40 ANOS NO TRANSPORTE BRASILEIRO

Em 2019, Roberto Cortes completou 40 anos na indústria automotiva, sendo não apenas testemunha, mas responsável por importantes transformações no mercado de veículos comerciais do País. Sob a gestão de Cortes, a VWCO percorreu um grande ciclo de crescimento e consolidouse na liderança de vendas de caminhões acima de três toneladas ao oferecer ao transportador nacional soluções sob medida. Em 2019, dois importantes capítulos dessa história foram escritos: o anúncio do modelo de negócios para a produção de caminhões elétricos em Resende (o e-Consórcio), o que coloca a VWCO na vanguarda da fabricação de veículos comerciais zero emissão no Brasil; e a oferta de ações da empresa – como parte do Grupo Traton – na Bolsa de Frankfurt, algo inédito para uma marca nacional. CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus desde 1998, Cortes é também membro do Executive Board do Grupo Traton e membro do Management Board da MAN SE – o que prova que sua liderança é reconhecida além das fronteiras do Brasil.


SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

BASF

PROJETO PRODUTOR DE ÁGUA DE GUARATINGUETÁ

Essa parceria público-privada de sucesso, entre a BASF e a Prefeitura de Guaratinguetá, SP, visa estimular a conservação do solo e da bacia hidrográfica do Ribeirão Guaratinguetá, que abastece a cidade de Guaratinguetá, bem como a ampliar, conservar e restaurar as florestas existentes no município. O projeto conscientiza, orienta e estimula os produtores rurais da região a atuarem de forma a preservar a mata protegida, reflorestar o que for preciso e a utilizar práticas que evitem a poluição dos mananciais, como a instalação de fossas sépticas para tratamento de esgotos. Além disso, visa à conservação do solo. Foram investidos no programa, de 2012 a 2019, mais de R$ 1 milhão (entre investimentos da BASF e da Prefeitura de Guaratinguetá). A iniciativa beneficia 120 mil pessoas, com maior quantidade e disponibilidade de água para o consumo. Estima-se ainda que foi realizada a manutenção de 142 hectares de florestas, 85 hectares de conservação de solo e que 78 hectares tenham sido reflorestados.

LEAR CORPORATION

O AVANÇO DA SUSTENTABILIDADE NA LEAR

A sustentabilidade é fundamental para nossos negócios e nos relacionamentos com parceiros. Uma das prioridades é o apoio às comunidades com foco na primeira infância: o programa Lear Sustentável – realizado em parceria com a United Way. Somente em 2018, 2.158 crianças foram impactadas com o programa Crescer Lendo, de fomento à leitura. Outras 1.920 crianças e 1.430 familiares foram envolvidos naquele ano na iniciativa educacional Crescer Aprendendo. Internamente, trabalhamos com uma rede de voluntariado ativo que se une e faz a diferença no apoio às comunidades. Esta jornada nos trouxe crescimento e reconhecimentos em 2019, como o Prêmio Ser Humano, da ABRH. Além do social, realizamos ações ambientais, como o “Juntos pelo Rio” e o “Limpando o Mundo”, na planta de Navegantes (SC). Somente estas iniciativas resultaram na separação de 3,3 toneladas de resíduos em 2019, por aproximadamente 500 voluntários. Estes movimentos fortalecem nosso vínculo social.

| Fornecedores ROBERT BOSCH

KINDERHAUS CAMPINAS (CRECHE)

“Não quero ser líder, pois quero ser mãe”, “Não consigo conciliar carreira com criação dos filhos”. Para romper com esses pensamentos, dar novo significado às mulheres que decidem viver a maternidade, construímos dentro da empresa a nossa kinderhaus. O desenvolvimento integral na primeira infância é crucial, as experiências ocorridas nessa fase influenciarão a vida do indivíduo, no seu bem-estar social, emocional e cognitivo. Colocar esforços para mudar o futuro de crianças e futuras gerações é a perenidade dos negócios se fortalecendo através do desenvolvimento das novas gerações. Criamos o espaço a partir do zero atendendo demandas pedagógicas, segurança, sustentabilidade e infraestrutura. Utilizamos tecnologias de última geração, energia solar e fotovoltaica, alinhadas com a sustentabilidade dos negócios e do planeta. Atenderemos, em parceria com o SESI, 100 crianças, dos quatro meses aos quatro anos de idade, ensino bilíngue, das 5h15 às 18h30, para atender todas a colaboradora(es). Isso é viver tecnologia para a vida.

ZF

ZF AMPLIA CULTURA DE SUSTENTABILIDADE

A ZF na América do Sul ampliou a cultura interna de sustentabilidade, com repercussão para plantas em nível global. Por meio do Grupo de Meio Ambiente, formado por colaboradores, estudos iniciados em 2018 trouxeram resultados reais. A planta de Engenheiro Coelho zerou a destinação de resíduos da fundição para aterro. Desde 2019, estes resíduos foram reaproveitados e reintegrados à cadeia produtiva por empresas parceiras da ZF, transformando-se em matériaprima para novos materiais e produtos. Em 2020, o projeto alcançou a marca histórica de aterro zero, deixando de destinar 100% dos resíduos fabris da unidade em aterro. O antigo local de descarte conta com uma área de conservação ambiental permanente, com mais de 15 mil árvores. Os diversos projetos ambientais na ZF atuam em várias frentes, envolvendo colaboradores. Além da conscientização, eles incluem ações para eliminar desperdícios, reutilizar materiais, economizar água e energia, entre outras iniciativas.

AutomotiveBUSINESS • 83


Prêmio REI

SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

CNH INDUSTRIAL

DESENVOLVIMENTO HUMANO – VOLUNTÁRIOS

A CNH Industrial no Brasil possui cinco grupos de voluntários, em Minas Gerais, São Paulo e Paraná, que realizam ações na comunidade visando contribuir para o desenvolvimento das regiões onde a empresa está presente. Em 2019, foram realizadas 62 ações que impactaram cerca de 16 mil pessoas. Na América do Sul, um dos grandes desafios é empoderar os adolescentes em situação de vulnerabilidade para que possam sonhar com um futuro melhor. Por isso, criamos um projeto para levar histórias de vida inspiradoras e conhecimento prático do mundo do trabalho para os jovens de projetos sociais, instituições de ensino e ONGs que apoiamos. Em cada planta, voluntários criaram uma programação formativa e ministraram palestras sobre temas como liderança e comunicação assertiva, treinamentos de melhoria contínua, visitas às fábricas e aos escritórios. Além das habilidades e conhecimentos desenvolvidos durante esse percurso, os jovens também puderam identificar áreas de interesse para investirem na carreira.

FORD

ROBÓTICA PARA TODOS: COMO PREPARAR O PROFISSIONAL DO FUTURO

A Ford implementou em Camaçari (BA) um projeto que une a aplicação de conceitos de robótica à solução de problemas da vida real. Em parceria com o Ford Fund, seu braço filantrópico, e o SESI, criou um curso gratuito de robótica para jovens de 14 a 16 anos, de escolas públicas. Com carga horária de 160 horas, as aulas são ministradas no contraturno da escola, fornecendo ajuda de custo para transporte e alimentação, além de material didático e uniforme. Ao longo de dois meses, habilidades e competências voltadas ao trabalho em equipe, pensamento crítico e exploração de ideias são integradas a conceitos de matemática, física, eletrônica, mecânica e arquitetura. Ao final, os jovens participam de um desafio de robótica, com exposição de protótipos e projetos, seguidos de uma visita à planta da Ford para conversar com executivos. Em duas edições, o programa já impactou 75 alunos, que tiveram aumento do rendimento escolar, aprenderam novos métodos de estudo e estão mais aptos ao mercado de trabalho.

84 • AutomotiveBUSINESS

| Montadoras MERCEDES-BENZ

PROJETO ESTRELAS DO AMANHÃ

O Estrelas do Amanhã é um projeto idealizado por grupo de trainees da Mercedes-Benz e oferece cursos profissionalizantes nas áreas de planejamento e controle de produção, assistente administrativo e assistente de recursos humanos aos aprendizes de São Bernardo do Campo em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Atualmente, a companhia tem cerca de 300 aprendizes do CIEE e do CAMP, que estão cursando o ensino médio ou o fundamental, atuando nas áreas administrativas da empresa. Todos eles podem se inscrever e concorrer ao processo seletivo do Estrelas do Amanhã. Além dos cursos, a Mercedes-Benz oferece uma linha de ônibus exclusiva (fretamento) para os estudantes, almoço nos restaurantes da fábrica e a participação em eventos culturais e sobre carreira. Já são mais de 180 jovens formados e, a partir de 2019, 12 jovens da ONG AZO, instituição apoiada pela empresa, também participam do projeto.

BMW

PRIMEIRA REDE INTELIGENTE DE RECARGA PARA VEÍCULOS ELÉTRICOS DA AMÉRICA LATINA

O BMW Group Brasil, pioneiro na transformação da mobilidade premium, e confirmando sua liderança na instalação da infraestrutura para carregamento desses veículos no território nacional, desenvolveu uma série de ações para tornar a eletromobilidade cada vez mais uma realidade no Brasil. Entre as ações implementadas pela companhia no último ano, a fabricante atingiu 180 pontos de recarga para veículos híbridos e elétricos no Brasil, incluindo os equipamentos que compõem o corredor de recarga rápida que conecta as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Em parceria com a startup nacional InCharge, a BMW lançou uma plataforma com serviços premium aos usuários desta rede, que permite saber, em tempo real, se uma estação de recarga está em uso ou disponível, evitando filas e viagens frustradas. O projeto piloto foi concluído em 30 pontos da cidade de São Paulo e será expandido para todo o Brasil.


AutomotiveBUSINESS • 85


Vote no Prêmio Rei Contamos com seu voto nas categorias: • Montadoras Veículos Pesados: Volkswagen Caminhões e Ônibus • Veículo Comercial Leve: Delivery Express • Liderança: Roberto Cortes • Veículo Pesado: Delivery 11.180 4x4

Imagens meramente ilustrativas.

86 • AutomotiveBUSINESS

Seja gentil. Seja o trânsito seguro.

AutomotiveBUSINESS • 86


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