Revista Automotive Business - Edição 56

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•O que as empresas esperam para 2019 • I ndústria acelera transformação digital •A bx 2019 ajuda a fomentar negócios

Julho de 2019 Ano 10 • Número 56

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EM QUE PONTO ESTAMOS DA

transformação digital?

Índice inédito construído por Automotive Business em parceria com o Cesar, centro privado de inovação, mostra que o setor automotivo está longe da maturidade digital e revela onde se encontram as grandes oportunidades locais

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Editorial

Transformação digital A

revista Automotive Business volta de cara nova, com algumas mudanças na diagramação, mas com o mesmo objetivo de tratar de temas específicos atuais com maior profundidade. Desta vez a matéria de capa é dedicada a uma das revoluções que ocorrem no setor e vai mudar as relações na indústria automobilística: a transformação digital.

Paulo Ricardo Braga Editor

Com base no índice feito pelo Cesar – Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, em parceria com Automotive Business, a cobertura vai apresentar quais são os maiores gargalos, desafios e oportunidades para que o setor garanta seu espaço no momento de ruptura. O especial também destaca as empresas automotivas que têm melhores resultados em cada um dos oito pilares da transformação digital: cultura e pessoas, consumidores, concorrência, inovação, processos, modelos de negócio e dados. Depois de analisar cada um desses pilares, o especial estende-se pelas boas práticas na transformação digital. Em outro artigo discutimos por que felicidade não compra carro. Durante muitos anos, milhares de pessoas adquiriram automóveis para ser felizes, mas essa fase está acabando, como explicam o Google e o filósofo francês Gilles Lipovetsky, estudioso da sociedade de hiperconsumo e autor do livro A Felicidade Paradoxal. Juliana Yamana, líder da área de carros do Google Brasil, diz que o consumo está perdendo importância perante as novas gerações e o que vale é a simplicidade. Para ela, não importa mais o status de possuir um carro e sim como chegar do ponto A ao ponto B. Em outro artigo, sobre inovação, a Pieracciani explica que as startups foram criadas para o futuro e vivem nele. Mais ainda: as corporações existem para planejar e acertar; as startups, para experimentar e consertar erros! Ainda nesta edição analisamos como desmitificar a digital supply chain, em artigo da Porsche Consulting, e como ocorre a capacitação de talentos para a transformação digital. Confira também os rumos da digitalização na nova cadeia automotiva e o que ocorreu durante o evento ABX19, promovido por Automotive Business.

AB Revista Automotive Business Julho, 2019 • Ano 10 • 56

www.automotivebusiness.com.br Editada por Automotive Business. Tiragem de 10.000 exemplares, com distribuição direta a executivos de fabricantes de veículos, autopeças, distribuidores, entidades setoriais, governo, consultorias, empresas de engenharia, transporte e logística e setor acadêmico. Diretores Maria Theresa de Borthole Braga Paula Braga Prado Paulo Ricardo Braga Editor Responsável Paulo Ricardo Braga (Jornalista, MTPS 8858) Editora-Assistente Giovanna Riato Redação Mário Curcio, Pedro Kutney e Sueli Reis Colaboradores desta edição Edileuza Soares, Renate Fuchs, Sergio Quintanilha e Valter Pieracciani Editor de Notícias do Portal Pedro Kutney Design gráfico (RS Oficina de Arte) Ricardo Alves de Souza Josy Angélica Fotografia Estúdio Luis Prado Publicidade Carina Costa, Greice Ribeiro Atendimento ao leitor Patrícia Pedroso WebTV Marcos Ambroselli Comunicação e eventos Carolina Piovacari e Monalisa Naves Impressão Margraf Distribuição Correios Administração, redação e publicidade Av. Iraí, 393, conjs. 51 a 53, Moema, 04082-001, São Paulo, SP, tel. 11 5095-8888 redacao@automotivebusiness.com.br

Boa leitura.

Filiada ao

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Envie suas ideias para paulo@portalab.com.br

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Índice

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CAPA | EM QUE PONTO ESTAMOS NA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL?

Índice exclusivo preparado por Automotive Business em parceria com o Cesar, centro privado de inovação, mostra que o setor automotivo está longe da maturidade digital. O estudo indica onde estão as grandes oportunidades locais e revela as empresas que se destacam em boas práticas para acompanhar a nova era

40 STARTUPS

INOVAÇÃO TRACIONADA As startups foram criadas para o futuro e vivem nele

42 SUPPLY CHAIN 4.0 REVOLUÇÃO DE PONTA A PONTA A análise da Porsche Consulting

44 RH

CAPACITAÇÃO DE TALENTOS PARA A ERA DIGITAL GM e VW investem na atualização de profissionais

50 MERCADO

FELICIDADE NÃO COMPRA CARRO Não dá para ostentar, o que vale é a simplicidade

48 DIGITALIZAÇÃO

CADEIA AUTOMOTIVA INTEGRADA FOCA CLIENTE A interligação de todos os elos

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58 PRÊMIO REI

GRUPO VW VENCE EM SETE CATEGORIAS Companhia se destaca em automóveis e veículos comerciais

54 EVENTO

ABX19 INSPIRA SETORES AUTOMOTIVO E DE MOBILIDADE Maior encontro do gênero reuniu mais de 2 mil profissionais

64 PREMIAÇÕES 64 – BOSCH 66 – HONDA 68 – MWM 70 – DAF 72 – CNH 78 – FCA

84 PLANEJAMENTO

#ABPLAN TRAZ ESTRATÉGIAS CONSISTENTES PARA ATUAR EM UM MUNDO VOLÁTIL Evento de Automotive Business ocorrerá em 19 de agosto

86 LIDERANÇA

DANÇA COM ROBÔS O ponto de vista de Tom Moore, da Mandalah

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Transformação Digital

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Transformação Digital

Não é mais sobre o produto. Vai ser capaz de gerar valor quem tiver a proximidade com o cliente Eduardo Peixoto, CDO do Cesar

Perfil dos respondentes Área: Negócios/comercial

28,7%

Área administrativa

19%

Comunicação e Marketing

11,5%

Cargo: Diretoria, heads e sócios

31,62%

Gerência e coordenação

33,33%

FONTE: CENTRO DE INOVAÇÃO DO RECIFE | AUTOMOTIVE BUSINESS

executar estratégias que garantam relevância aos negócios automotivos nesse novo contexto. “Falta ação”, resume Eduardo Peixoto, Chief Design Officer do Cesar. O índice apurou que o grau de transformação digital do setor é de 57,3%, sendo 0% o contexto de negócios totalmente analógico e 100% a maturidade digital. Assim, essa indústria está apenas um pouco além da metade da jornada de mudança. “É um patamar baixo, ainda mais se considerarmos a ampla participação de empresas grandes na pesquisa”, observa. Peixoto revela que resultados abaixo de 60% indicam estágios iniciais da transformação digital. “Quando o número fica entre 60% e 80%, é um nível intermediário. Se o resultado

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Transformação Digital

Proximidade das empresas automotivas da maturidade digital: Muito longe

15,2%

Longe

50,5%

Não sabem Perto Muito perto

3,2% 26,4% 4,7%

O que as empresas esperam alcançar com a transformação digital: Otimização Transformação Não têm estratégia digital

88,1% 74% 37,8%

FONTE: CENTRO DE INOVAÇÃO DO RECIFE | AUTOMOTIVE BUSINESS

passa de 80% estamos falando de uma empresa ou setor muito próximos da maturidade”, esclarece. Para avaliar de forma abrangente os resultados da indústria automotiva na transformação digital, o índice é construído com base no desempenho do setor em oito pilares: consumidores, concorrência, inovação, processos, modelos de negócio, dados e tecnologias (leia nas próximas páginas).

É preciso virar o barco

virar o barco, mudar a rota e reverter a situação”, diz. Se as coisas seguirem por essa trajetória, o custo vai ser alto, avisa o especialista. Caso não acompanhem a mudança, as empresas automotivas poderão perder o poder de agregar valor aos seus produtos e serviços e encarar um processo de comoditização. “Em alguns anos pouco vai importar ao consumidor em qual carro ele se desloca. Com o compartilhamento e as novas soluções de uso, será difícil até mesmo sustentar os volumes atuais

O CDO do Cesar considera os resultados do segmento preocupantes. “O cenário é alarmante. Estamos nos aproximando de um contexto em que vai ficar difícil

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Grau de prioridade da transformação digital no planejamento das empresas: Máximo

12,4%

É previsto no planejamento

24,9%

Ainda não está no planejamento

45,8%

Não é prioridade

13,7%

Acreditam que não serão impactados

Grau de maturidade digital do setor automotivo:

0%

Analógico

de vendas. Se a operação estiver atrelada a isso, teremos um cenário complicado”, diz. Então, diante do contexto em transformação, qual seria o melhor caminho? Entre as respostas está abrir o horizonte e investir no principal: o relacionamento com o consumidor. “Não é mais sobre o produto. Vai conseguir gerar valor quem tiver a proximidade com o cliente.” Peixoto entende que, ao permanecerem estáticas diante da

3%

57,3%

100%

Digital

transformação digital, as empresas e a indústria automotiva aceitam, ainda que de forma passiva, que não entrarão na competição pelo protagonismo com o consumidor na era digital. “Não fazer nada é aceitar ficar em segundo lugar”, diz. Segundo o especialista, ainda há tempo para reverter esse cenário e o primeiro passo para isso é entender os desafios. Conheça nas próximas páginas os pontos fortes e as maiores barreiras para que a indústria automotiva alcance a maturidade digital e, assim, mantenha a relevância e garanta a prosperidade diante das mudança de cenário.

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Transformação Digital

O desempenho da indústria automotiva em cada desafio da nova era O Índice de Transformação Digital do Setor Automotivo é construído pelo Cesar, centro privado de inovação, em parceria com Automotive Business com base em oito eixos essenciais. A seguir, entenda como está o desempenho do setor em cada uma destas frentes e quais são as maiores oportunidades Estágio da Transformação Digital no Setor Automotivo: Modelo de negócio

Consumidores Dados e ambiente regulatório Concorrência

Cultura e pessoas

Processos

Inovação

Tecnologia

61,6% 61% 58,7% 58,1% 56,3% 55,7% 54,4% 53%

Os porcentuais foram obtidos a patir de pesquisa com 174 profisisonais que atuam no segmento

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Transformação Digital

Modelo de negócio

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desafio em que a indústria automotiva demonstrou maior maturidade foi no desenvolvimento de modelos de negócio. Ainda assim, com índice de 61,6% neste eixo, o setor está distante da maturidade. “O aspecto positivo é que há muita estrutura e planejamento para os próximos passos”, diz Eduardo Peixoto, chief design officer do Cesar, centro privado de inovação estabelecido no Recife (PE). O especialista aponta, no entanto, que a maioria das ações é voltada a criar estratégias para liderar o mercado no modelo tradicional de competição, sem abordagem digital consistente ou planejamento para

Compartilhamento de veículos é uma tendência para a mobilidade do futuro, mas o setor automotivo ainda investe pouco

61,6%

chegar a novos mercados ou gerar valor para a organização nas frentes em que ainda não atua. Ele cita o exemplo dos serviços de compartilhamento de veículos, tidos como uma tendência forte para a mobilidade no futuro, mas onde o setor automotivo ainda investe pouco. “A impressão é que as organizações têm feito alguns experimentos globais nestes novos mercados, mas localmente optam por apostar apenas no que sabem fazer, que é produzir e vender veículos”, diz o especialista.

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Transformação Digital

Consumidores

61%

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forma como a indústria automotiva se posiciona diante do consumidor e constrói o relacionamento com ele tem muito a melhorar, conforme mostra o Índice de Transformação Digital. O estudo indica que há um lado maduro neste eixo, que é a construção das marcas automotivas como um grande ativo, além da visão de que, para ter sucesso, os clientes devem ser advogados dos produtos e serviços. Por outro lado, o desafio está em atender às demandas de customização do mundo digital e em investir no relacionamento on-line com os clientes. “Em geral, as empresas ainda dão menos atenção do que deveriam às métricas digitais, sem uma resposta rápida aos movimentos e variações neste campo. Há muito investimento na captura dos clientes e pouco na manutenção”, conta Peixoto, do Cesar. O especialista cita ainda a demora para o amadurecimento da cultura da venda de carros de forma totalmente on-line. Ele enfatiza que é essencial que a indústria automotiva trabalhe para entregar experiência mais individualizada aos clientes. “O carro, por enquanto, tem menos possibilidades de personalização por ser um produto industrial de escala – algo que vai mudar logo. Mas quando pensamos na experiência com a marca e com o uso do veículo, esta sim precisa ser oferecida sob medida a cada consumidor”, afirma.

Segundo Peixoto, do Cesar, o setor automotivo precisa oferecer experiência tão personalizada quanto a criada por empresas como Netflix

Segundo ele, o caminho está em usar com inteligência os dados dos carros conectados e de interação de cada cliente com a marca para entregar uma experiência completamente individualizada. “A personalização é mandatória na era digital. O padrão não está mais nos concorrentes da indústria automotiva, mas em marcas como Amazon, Spotify e Netflix. É este nível de interação que o setor precisa buscar”, avalia, citando o catálogo de sugestões que cada uma destas empresas oferece aos clientes.

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Transformação Digital

Dados e ambiente regulatório 58,7%

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a era digital, as pessoas deixam rastros por onde passam: informações de localização, preferência e interesses sinalizados em curtidas nas redes sociais, fotos compartilhadas, entre muitos outros. Os dados podem gerar tanto valor aos negócios que foram classificados pelo Fórum Econômico Mundial como “o novo petróleo”. A indústria automotiva, no entanto, não está aproveitando essa abundância de informação em suas operações no Brasil, conforme aponta o Índice de Transformação Digital. “Percebemos que as empresas reconhecem a importância do tema, mas não têm estratégia bem definida para entender o consumidor a partir dos dados, usar essa ferramenta para vencer a competição”, diz Peixoto,

Nem sempre é preciso gerar dados sobre o cliente. Estruturar e usar as informações disponíveis on-line pode representar uma grande vantagem competitiva

do Cesar. Segundo ele, ainda que as fabricantes de veículos não tenham grandes frotas de carros conectados em circulação, com capacidade para captar dados, há abundância de informação sobre cada consumidor na internet. “Estruturar o que já está disponível já é um grande passo”, diz. Quando se trata do ambiente regulatório, o especialista lembra que o Brasil deu um passo importante com a Lei de Proteção de Dados, que entra em vigor em agosto de 2020. Ainda assim, as organizações têm um caminho importante a percorrer para se adequarem às novas regras, lembra.

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Concorrência O

que uma indústria que carrega mais de 100 anos de história precisa fazer para acelerar a transformação digital? Uma das respostas a esse dilema está em encarar a concorrência com outro olhar, conforme defende Peixoto, do Cesar. “No momento em que estamos, os concorrentes podem ser, ao mesmo tempo, grandes parceiros. É essencial entender em que momento disputar espaço com outra empresa e quando juntar forças para explorar potenciais complementariedades”, avalia. Outro ponto relevante é que o foco não está mais limitado aos competidores do segmento. Agora a disputa pelo consumidor também acontece com outras soluções de mobilidade e, ainda, com segmentos aparentemente distantes mas que disputam a atenção e o dinheiro dos clientes ao oferecer uma boa experiência. Conforme apurou o Índice de Transformação Digital do Setor Automotivo, os profissionais da indústria têm consciência de que os horizontes são mais amplos, mas as empresas permanecem com pouca abertura para trabalhar de forma colaborativa com outros agentes. “É muito difícil se reinventar

A chegada do carro elétrico é uma oportunidade para a indústria automotiva desenvolver o ecossistema, não apenas o produto

58,1% apenas de dentro para fora. É preciso trabalhar em rede, ter influência externa também”, avalia Peixoto. Ele cita o exemplo do carro elétrico: “Uma coisa é lançar um novo modelo. Outra, bem mais eficiente, é se apropriar do ecossistema e, além de oferecer um novo carro, integrá-lo à infraestrutura de recarga e a uma série de soluções digitais relacionadas ao uso do veículo.”

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Transformação Digital

Cultura e pessoas U

resultados neste sentido. A questão é que, quando falamos em inovação, muitas vezes é preciso investir para só depois conseguir provocar mudanças”, resume o chief design officer do Cesar. A pesquisa detectou que as organizações ainda consideram que a responsabilidade por pensar em novas soluções está concentrada na liderança, sem o estímulo para que os funcionários em outros níveis hierárquicos contribuam com ideias ou pensem em novas soluções. “Em geral, as empresas esperam respostas inovadoras, mas só cobram e recompensam os resultados de curto prazo”, diz.

m dos maiores desafios das organizações na era digital está em gerar resultados no curto prazo sem perder de vista o planejamento e a inovação no longo prazo, conta Peixoto. Na indústria automotiva, a forte tradição hierárquica prejudica essas duas estratégias de caminharem juntas, conforme apurado pelo índice. Quando se trata de cultura e pessoas, o grau de maturidade do setor ainda tem bom espaço para melhorar. “As organizações têm foco em otimização e oferecem incentivos para os profissionais que alcançam

Processos A

era digital traz tecnologias que tornam viável a automação de processos para elevar a eficiência – e este é um aspecto que a indústria automotiva tem aproveitado bem, segundo o Índice de Transformação Digital. Apesar de o setor ainda não estar maduro, com pontuação de apenas 55,7%, a pesquisa apurou que as empresas do segmento miram na direção correta. “As organizações buscam automatização e digitalização dos processos para, na ponta, melhorar a experiência de uso dos consumidores”, avalia Peixoto, do Cesar.

56,3%

55,7%

Automatizar processos é um dos pontos fortes do setor automotivo

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Transformação Digital

Inovação A

indústria automotiva está intimamente ligada à inovação, com experiência ampla e tradição em desenvolver iniciativas nessa área. Ainda assim, há poucas ações radicais, capazes de criar novos negócios que canibalizem o empreendimento central. “Falta ousadia para ir além do incremental e inovar em frentes que

54,4% podem ganhar relevância no futuro”, observa Peixoto. Ele cita o conhecido exemplo da Apple, que optou por lançar o iPhone em 2007 apesar de saber que, na prática, a novidade mataria o iPod, já que o novo dispositivo incorporava as funções de tocador de música. Ainda assim, o movimento se mostrou um grande acerto.

Tecnologia

53%

Q

uando se trata de tecnologia, a postura das empresas automotivas está bastante relacionada com os desafios de inovação. A conclusão é que há investimento na evolução tecnológica do produto e dos processos produtivos. Por outro lado, falta planejamento estratégico ou projeções de como as tecnologias vão transformar o negócio, de quais novos caminhos elas podem trazer às organizações.

Evolução tecnológica está na essência do setor automotivo, mas ainda pouco ligada às novas possibilidades de negócio

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Transformação Digital

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As boas práticas de empresas automotivas Conheça as iniciativas com grande potencial de impacto no setor

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inda que a indústria automotiva esteja distante da maturidade digital no Brasil, há organizações empenhadas em fazer movimentos importantes nessa área para colher frutos no futuro. Para apurar quais são essas empresas e suas boas práticas, convidamos os respondentes da pesquisa realizada para construir o Índice de Transformação Digital do Setor Automotivo a destacar as ações mais relevantes que desenvolvem pela transformação digital. Após o levantamento, uma seleção feita por Automotive Business e pelo Cesar, centro privado de inovação, destacou quais são as companhias que realizaram os movimentos mais consistentes nessa área. As iniciativas acontecem em várias frentes e passam por tecnologia, mudanças culturais e apostas na colaboração e na cocriação para trazer novas respostas. Nas próximas páginas você conhece essas boas práticas das empresas em busca da digitalização dos negócios.

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STUDIO GOBBI

Transformação Digital

Basf Revolução na cultura e nos processos

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m fase madura da implementação de soluções de indústria 4.0 no Brasil, a Basf desenvolve localmente estratégia abrangente para a transformação digital, conforme conta Letícia Mendonça, diretora da unidade de catalisadores da companhia para a América do Sul. Com isso, a executiva calcula que a Basf tenha alcançado mais proximidade dos clientes e capacidade de entregar novas respostas.

Resultados Letícia diz que a abordagem é digitalizar tanto os processos quanto a abordagem da companhia e a cultura interna. Entre as iniciativas em curso está a fábrica da companhia em Indaiatuba (SP), que recebeu investimento para se adaptar aos conceitos de indústria 4.0. Com software que capta informações em tempo real e identifica se há quantidade ideal de estoque, a empresa reduziu desperdícios e aumentou em 30% a produtividade da unidade. Por meio da análise de dados, internet das coisas e realidade aumentada nos processos, a companhia identifica oportunidades de melhoria, diferenciação e crescimento. Outra frente importante de trabalho, destaca, é o Onono, Centro de Experiências Científicas e Digitais que a organização inaugurou em São Paulo.

O Onono, Centro de Experiências Científicas e Digitais, é um dos investimentos da Basf para acelerar a transformação digital

“Um ambiente inovador e colaborativo para a cocriação de soluções de maneira ágil a fim de atender as demandas do mercado”, conta Letícia. A Basf também integra o comitê da Associação Brasileira de Startups (ABStartups) e tem se aproximado do ecossistema de empreendedorismo do Brasil, Chile e Argentina.

Desafios Quando se trata dos obstáculos à digitalização, Letícia destaca a dificuldade de conduzir a integração digital da montadora com a cadeia de fornecimento. “Existe um abismo entre a situação das fabricantes e a das empresas de elos mais distantes da cadeia de fornecimento, como os Tiers 2 e 3”, diz. Assim, o uso de big data tende a ficar restrito ao universo interno das montadoras, sem integrar soluções como a rastreabilidade peça a peça, modelos de digitalização para planejamento de entregas, entre outras possibilidades. Ela enumera também o desafio de “atrair e reter pessoas com talento para a digitalização em um segmento tradicional e pouco diverso em sua população”.

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Bosch

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a divisão de aftermarket da Bosch na América Latina, a revolução aconteceu na maneira de entender quais soluções o mercado precisa. A empresa apostou em metodologias de design baseadas no ser humano, como design thinking e user experience, para mapear problemas do segmento de reposição automotiva e criar respostas. Lucas Frugis, chefe da área digital de automotive aftermarket para a região, conta que a iniciativa já começa a render bons frutos.

Resultados No passado a Bosch tentou mepear as dificuldades do mercado de reposição e desenhar novas soluções, mas falhou nessa entrega, admite Frugis. Ele conta que, ao fazer um balanço do que deu errado, a organização percebeu que o desenvolvimento tinha priorizado muito os desafios internos da empresa e investigado pouco as reais demandas do mercado. Desta vez, portanto, a opção foi por inverter essa lógica e, em primeiro lugar, mepear os problemas do cliente a partir de métodos de design centrados no ser humano. O esforço deu certo e, a partir desse mapeamento, a Bosch estruturou

eXtra é a primeira solução da Bosch para o aftermarket criada a partir das metodologias de design centradas no ser humano

DIVULGAÇÃO / BOSCH

Digitalização no aftermarket

seis projetos voltados a atender as reais necessidades do segmento – a maior parte deles ainda está em desenvolvimento, mas uma solução já entrou em operação. É o eXtra, programa de pontos para que oficinas mecânicas ganhem prêmios ao comprar produtos Bosch. “Estamos desenhando o MVP (Minimum Viable Product) e vamos começar os testes de mais uma solução nos próximos meses”, conta, adiantando que tem mais novidade por vir.

Desafios Frugis aponta o baixo nível de digitalização da cadeia no aftermarket como um obstáculo relevante à digitalização. Segundo ele, a situação dificulta a aderência de novas soluções. O executivo enumera ainda a falta de uma base de dados única e abrangente sobre a oferta de autopeças, suas aplicações e códigos. “Isso gera uma grande ineficiência”, aponta. Outro obstáculo é interno: a digitalização demanda colaboradores com novas habilidades, métricas diferentes na gestão e, principalmente, “muita disposição das empresas para trabalhar em cenários de alta incerteza”.

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Transformação Digital

FCA Arriscar para gerar valor ao cliente

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Desafios

FCA entendeu que, para acompanhar o acelerado ritmo da digitalização, não basta fazer planos. É preciso estar sempre em ação – e manter o foco em criar valor para o cliente. Quem fala a respeito é André Souza, CIO da companhia para a América Latina. “O processo de transformação digital em uma empresa com a nossa complexidade é de longo prazo e precisa considerar uma mudança cultural feita de forma gradual.” Segundo ele, a concorrência da organização não se resume mais ao setor automotivo, passando também a incluir empresas de tecnologia.

Souza, da FCA: atuação simultânea em diversas frentes acelera a transformação digital

O executivo diz que o processo de transformação digital da FCA está estruturado em cinco frentes, que ele chama de Digital Manufacturing; Customer Engagement and Commercial; New Digital Business; Digital Backoffice (digitalização de processos internos); e Connected Services and Vehicles. Segundo ele, há um trabalho constante para engajar os colaboradores da companhia na condução desse processo. “Uma das ações impulsiona a empresa a ser cada vez mais guiada pelo uso de dados”, conta. Souza aponta que a revolução só será bem-sucedida se estiver centralizada em melhorar a experiência do cliente.

DIVULGAÇÃO / FCA

Resultados

A FCA entende que o aumento da complexidade é o grande desafio da transformação digital – movimento gerado pela mudança do modelo de negócio automotivo. “O carro está virando uma plataforma tecnológica conectada, cada vez mais autônoma e elétrica, associada a um cliente mais digital, informado e exigente, que busca experiências fluidas (dentro e fora do carro) e novos modelos de negócio associados à mobilidade”, diz. Segundo o executivo, administrar esse cenário com múltiplas prioridades é a tarefa mais difícil das empresas do setor automotivo.

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Transformação Digital

Ford De olho na jornada do consumidor

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acilitar a vida das pessoas com segurança e assertividade. É assim que a Ford resume a sua busca com a transformação digital. Enquanto encerra as atividades da fábrica em São Bernardo do Campo, reduzindo ativos físicos, a companhia aponta estar trabalhando para ampliar seu patrimônio digital ao melhorar processos e criar soluções para aprimorar a jornada do consumidor.

Resultados

DIVULGAÇÃO / FORD

A Ford informa que suas ações para a transformação digital se encaixam na estratégia global, mas com autonomia

Entre as iniciativas digitais da Ford está o diagnóstico a distância feito com o auxílio de realidade aumentada

e iniciativas locais. Um dos exemplos, aponta a fabricante, é o FordPass, plataforma desenhada para oferecer comodidades aos clientes, como o agendamento de serviços na rede de concessionárias. A empresa destaca também soluções como o uso de realidade aumentada para fazer o diagnóstico dos problemas do carro e prestar assistência técnica remota ao veículo, além do uso de robôs para automatizar processos internos. Outro projeto, afirma a companhia, inclui usar ferramentas virtuais para fazer a validação on-line de novos produtos em processos de desenvolvimento. A tecnologia permite simular o ruído, vibração, durabilidade, consumo de combustível e muitos outros aspectos do uso do carro, reduzindo o tempo e o custo do processo.

Desafios A organização avalia que o principal obstáculo à consolidação da transformação digital na indústria nacional está na extensão e complexidade da cadeia produtiva, que inclui empresas com diferentes perfis e com potenciais particulares de se adaptar às novas demandas.

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Mercedes-Benz

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epois de anos seguindo a cartilha tradicional da indústria, de busca constante por eficiência na fábrica, a Mercedes-Benz dá passos consistentes no Brasil para avançar na transformação digital em outras frentes, trabalhando em uma revolução de cultura e de abordagem do mercado, como conta o chief information officer (CIO) da companhia, Maurício Mazza. “Precisamos atuar como um ecossistema, ao lado de uma série de parceiros, para entregar o melhor ao cliente”, diz.

Resultados Mazza conta que a Mercedes-Benz começa a colher agora os frutos do alto investimento que fez nos últimos anos para modernizar as fábricas e em ações internas. “Com operações eficientes, engajamento das pessoas e controle financeiro minucioso, construímos a fundação para aplicar agora uma série de conceitos, como machine learning, analytics e big data”, diz. Outra frente importante para a transformação digital da empresa, conta, é o que está além dos portões

MALAGRINE

Um ecossistema para a digitalização

Fábrica da MercedesBenz já incorpora novas tecnologias como machine learning e analytics

das fábricas. Neste caso a MercedesBenz comemora a frota de 10 mil caminhões conectados, equipados com o sistema FleetBoard, que já circulam no Brasil. Mazza cita também a TruckPad, startup em que a montadora detém o controle minoritário. A plataforma conecta transportadores autônomos com a demanda por transporte de carga.

Desafios Para Mazza, o sucesso da transformação digital no País enfrenta desafios comuns a toda a sociedade brasileira, como questões de infraestrutura e tributação complexa e elevada. O executivo avalia, no entanto, que o País tem potencial único de inovação, com facilidade para desenvolver soluções criativas e rápida adesão a novas tecnologias. “Não precisamos seguir os passos de países maduros para a transformação digital. Podemos construir o próprio caminho aproveitando essas características para dar saltos na geração de valor para a sociedade”, diz.

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Transformação Digital

Scania Aposta na conectividade

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a Scania, entre as ações de transformação digital está o investimento na conectividade e na gestão cuidadosa dos dados para melhorar a entrega aos clientes. A companhia aponta que a estratégia é contribuir para elevar o nível de gestão de quem usa caminhões da marca, identificando oportunidades e reduzindo custos.

Resultados

DIVULGAÇÃO / SCANIA

Fábio Souza, diretor de serviços da fabricante no Brasil, conta que

Com a plataforma Serviços Conectados, Scania oferece informação para elevar a eficiência do negócio do cliente

em 2017 a companhia lançou os Serviços Conectados. Por meio da solução, os veículos transmitem informações para um módulo na fábrica, que gera relatórios ou permite o acompanhamento em tempo real do desempenho do veículo, dependendo do plano de assinatura. O executivo conta que a ferramenta oferece informações detalhadas da operação e, a partir delas, o cliente pode tomar providências para economizar combustível, diminuir emissões de poluentes e aumentar a rentabilidade e disponibilidade da frota. Souza avalia que a iniciativa é um sucesso para a marca. “Em junho deste ano comemoramos a marca de 20 mil caminhões e ônibus conectados vendidos. Nossa projeção é chegar a 28 mil unidades até o fim de 2019.”

Desafios Para o executivo, o maior desafio da transformação digital está em sustentar o fluxo constante de investimento das empresas. “Ao verem os resultados, com aumento de rentabilidade, os clientes ficam cada vez mais exigentes”, diz. Nesse contexto, ele entende que é preciso estar sempre um passo à frente para seguir surpreendendo o mercado.

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Startups

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Valter Pieracciani, sócio-diretor da Pieracciani

As startups foram criadas para o futuro e vivem nele

magine um pequeno módulo veicular rebocador, capaz de puxar seu veículo velozmente rumo a seu destino, bastando para isso engatarse nele. Uma espécie de robô veicular extremamente ágil, dotado de potência descomunal e com uma eficiência energética jamais vista. Sim, claro, dá um pouco de medo engatar-se nele. As fragilidades, sabemos, estão concentradas no sistema de engate, mas a aceleração é certeira e os resultados são tudo o que poderíamos querer. A metáfora ilustra um pouco do que tem acontecido com corporações que se conectam com startups para tracionar sua inovação. Quando conseguem fazêlo com sucesso, alcançam a inovação radical e, por conseguinte, margens desproporcionalmente maiores e duradouras em razão da dificuldade de imitar. Tudo isso com baixo investimento e alta velocidade. A comparação faz sentido tendo em vista que as startups foram criadas para o futuro e vivem nele. Consideram as macrotendências e evoluem a partir de ideias para criar valor de maneira diferente da entrega atual das

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empresas. Em outras palavras, para substituí-las para sempre. Já a maioria das corporações nutre-se do passado e, antagonicamente às startups, joga na defensiva. É por isso que descrevo as startups como o módulo rebocador que leva as organizações grandes e pesadas ao lugar onde querem e precisam estar. Ainda na figura metafórica, a potência e a eficiência energética das startups simbolizam sua capacidade de desenvolver tecnologia e solucionar problemas complexos usando a inovação como motor. Não há, de fato, como comparar os investimentos necessários para criar soluções funcionais com o trabalho das startups; estes são muito menores em relação aos de grandes empresas de tecnologia. Alguns podem até dizer: “Não! Com as grandes empresas estamos mais seguros.” Bobagem! São inúmeras as experiências insatisfatórias e os problemas de entregas com essas companhias que tão fantásticas se apresentam. Nós mesmos,


empresa de serviços pequena, tivemos uma dessas novelas de terror com uma das gigantes. Os problemas no sistema de engate dizem respeito à dificuldade de criar um engajamento duradouro e profícuo entre uma corporação e uma startup. Parece fácil, algo que se resume a lançar desafios e arrebanhar startups. Não é. As lógicas e as culturas são diferentes, quase opostas. As corporações existem para planejar e acertar; as startups, para experimentar e consertar erros. Os horizontes de prazo são totalmente diferentes, longuíssimos de um lado e curtos de outro. Fazer com que elefantes (corporações) e formigas (startups) compartilhem a mesma cama exigirá muita capacidade de adaptação dos dois lados. Cuidados especiais. Basta um espirro do elefante para jogar a startup para fora. No entanto, vale muito a pena. Organizações inovadoras têm se empenhado nesse caminho e os mercados aplaudem essa união, o que se materializa em valorização de suas ações em bolsa. Uma nova disciplina da gestão está sendo estruturada para dar conta desse fenômeno: chamase CSE, sigla para Corporate Startups Engagement (engajamento corporativo de startups, em tradução livre). A CSE já é reconhecida como estratégia vencedora em muitas corporações americanas e europeias. Vocês topariam um namoro desses? Pois bem, há um novo termo para tratar disso: o verbo “tinderar”, que faz referência ao famoso site de

Durante o #ABX, encontros entre empresas e startups resultaram em 80 negociações

relacionamentos Tinder. E muitos casamentos estão já acontecendo. A Automotive Business, em conjunto com a 100 Open Startups, sempre na vanguarda em pensar benefícios para os players do setor, nos proporcionou essa vivência em seu último grande evento realizado, o Automotive Business Experience, #ABX19, que ocorreu no fim de maio em São Paulo. Lá, uma plataforma, um espaço e toda uma organização estavam disponíveis para que encontros e conversas de negócios ocorressem entre corporações e startups. Resultados? De um lado, 109 empresas se engajaram na plataforma; do outro, 64 startups. Foram realizadas 524 reuniões presenciais e (está sentado?) 80 negociações já estão em andamento. Haja bem-casados... Que tal experimentar?

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Supply Chain 4.0

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Revolução de ponta a ponta

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Renate Fuchs, associate partner da Porsche Consulting Brasil Alexsander Pinheiro, senior expert da Porsche Consulting

O conceito de indústria 4.0 não poderá ficar restrito ao chão de fábrica

O

s desafios da indústria vêm aumentando a cada dia com a chegada de uma nova revolução industrial, que consiste em uma revolução tecnológica conhecida como indústria 4.0. Essa transformação traz consigo uma busca incessante por aumento de desempenho e flexibilidade, que se traduz em pressão por custo, constantes mudanças de produtos e volatilidade de demanda. O conceito de indústria 4.0 está levando ao chão de fábrica diversas inovações digitais, como a internet das coisas, inteligência artificial, conexão homem-máquina, gestão e análise avanç outras. Juntas, essas tecnologias

estão aumentando a produtividade da manufatura, reduzindo custos e tornando o processo fabril mais flexível, preciso e previsível. Apesar de a manufatura consistir em uma etapa fundamental na transformação de bens, a aplicação do conceito 4.0 somente nesse processo não será suficiente para a obtenção de um resultado ótimo global em médio e longo prazos. Há necessidade de expandir o conceito para a visão de um todo – conhecido como “End2End Supply Chain 4.0” – aplicação do conceito de indústria 4.0 de ponta a ponta na cadeia de suprimentos. A supply chain 4.0 é autônoma e automatizada, integrada e transparente, flexível e robusta, ágil e eficiente. A adoção de tecnologias digitais na área de supply chain tem o potencial de provocar um salto de produtividade em praticamente todas as etapas: do recebimento de uma peça à entrega de uma mercadoria, passando pelo controle dos estoques e monitoramento de todas as etapas em tempo real. Além

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A visão de ponta a ponta do Supply Chain 4.0 Plataforma conectada na nuvem

Rede de fornecedores

Transporte inbound

Recebimento de mercadorias

Transparência em toda a supply chain

Controle dinâmico de inbound $ hubs totalmente integrados

Registro e descarga automática de mercadorias

Transportadores sem papel e conectados

Armazenagem

Picking

Armazenagem autônoma, drones para inventário e manutenção

Tecnologia “Goods-to-man” / robôs para picking

Transporte / Entrega na linha

Entrega otimizada e autônoma

Embalagens

Distribuição

Registro e planejamento automáticos

Carregamento automático e rastreamento em tempo real

Entrega / Last-mile

Transporte multimodal e crowd delivery

Expansão de área impulsionada pela demanda por soluções pop-up

Planejamento totalmente automatizado e com autoaprendizagem

Contratos inteligentes Rastreamento de status em Planejamento e treinamento de utilizando tecnologia segura tempo real e aceleração processos em realidade virtual de blockchain otimizada em sobrecargas e aumentada Novas funções, como Análise de Big Data em “facilitador de processos” tempo real para otimização Fornecimento de energia do planejamento descentralizado e autônomo

FONTE: PORSCHE CONSULTING

disso, permite maior previsibilidade de demanda, gestão mais eficiente de capacidade e inventários mais enxutos, reduzindo desperdícios e capital imobilizado. A armazenagem de uma grande quantidade de dados na nuvem (cloud), algoritmos de inteligência artificial e dispositivos conectados permitem, por exemplo, a criação de uma plataforma de controle integrada envolvendo todos os elos da cadeia – fornecedores, fabricantes, transportadores, distribuidores e cliente final. Os benefícios? Transparência,

A adoção de tecnologias digitais na área de supply chain pode provocar um salto de produtividade

flexibilidade e redução de custos. Um sistema com essas tecnologias permite o controle da cadeia e até correções em tempo real de anomalias em qualquer processo. Como se pode ver, as possibilidades e os ganhos são imensos. Mas não se pode colocar a tecnologia em primeiro lugar. Ter processos enxutos é fundamental. O resultado da digitalização de um processo ineficiente é um processo digital ineficiente. Pensar de forma 4.0 é integrar a tecnologia ao negócio, mas sem esquecer dos processos.

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RH | Capacitação de talentos

GM e Volkswagen investem na atualização de profissionais para se reinventarem com competitividade Edileuza Soares

FABIO GONZALEZ

Montadoras capacitam talentos para a era digital Christian Cetera, diretor geral de recursos humanos da General Motors Mercosul

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rofissionais bem preparados e com domínio das novas tecnologias são peças fundamentais para o avanço da transformação digital no setor automotivo. As montadoras sabem o quanto a mão de obra qualificada é importante para se reinventar com competitividade e estão investindo na capacitação de seus talentos. “No contexto atual, os profissionais requerem algumas habilidades como diferencial para obter sucesso, como a facilidade com a gestão de sistemas, idiomas e conectividade, além do relacionamento interpessoal e foco em resultados”, constata Christian Cetera, diretor geral de recursos humanos da GM. Ele observa que a era digital está modificando as formas de trabalho e faz parte do escopo dos profissionais reduzir a complexidade das tarefas do dia a dia.

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Cetera ressalta que é preciso repensar as formas de obter resultados e assegurar que o cliente seja positivamente impactado pelas decisões tomadas internamente. “Na GM, áreas como marketing digital e OnStar, entre outras, estão crescendo e buscando profissionais que possam contribuir para a transformação do nosso negócio”, explica. Para enfrentar o novo cenário, a GM reformulou em 2019 os treinamentos de liderança e está utilizando mais recursos digitais para envolver profissionais nos treinamentos. A montadora está se aproximando também das universidades para identificar talentos de alto potencial, que possam contribuir com a sua transformação. A atualização da força de trabalho para a era digital é um desafio também na Volkswagen do Brasil, onde o projeto de indústria 4.0 vem causando uma revolução com a criação de fábricas mais inteligentes, conectadas e flexíveis. “A transformação digital está atingindo todas as áreas, desde o desenvolvimento do produto, processos produtivos e até a forma de vender veículos, treinar e se comunicar com as pessoas”, conta Marcellus Puig, vice-presidente de recursos humanos da Volkswagen do Brasil e América do Sul. O executivo explica que todos os profissionais envolvidos passam por capacitação para lidar com as novas tecnologias. “Boa parte desses treinamentos é feita pelos próprios empregados, que multiplicam conhecimento e também contam com

PEDRO DANTHAS

RH | Capacitação de talentos

Marcellus Puig, vicepresidente de recursos humanos da Volkswagen do Brasil e América do Sul

o suporte de instituições externas”, acrescenta. Há também atividades para atualizar seus talentos, como a Semana da Cultura Ágil VW e Hackathon, maratona de trabalho com empregados de alto potencial para a criação de projetos inovadores que solucionem problemas da empresa. Há ainda o Innovation Hub, um acelerador para estimular a inovação por meio de sessões de design thinking e desenvolvimento de design sprints.

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Digitalização

Cadeia automotiva integrada com mais foco no cliente DIVULGAÇÃO / ROLAND BERGER

Interligação de todos os elos passa por digitalização e exige colaboração entre todos para produção de carros com mais competitividade Edileuza Soares

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fabricação de carros cada vez mais conectados e com melhor experiência do consumidor aumenta a complexidade da cadeia produtiva do setor. Novos players estão entrando no ecossistema, desafiando a indústria a integrar todos os participantes para produção de veículos com mais colaboração e visibilidade dos negócios. O caminho para a integração da cadeia automotiva é a digitalização, informa Rodrigo Custódio, diretor da consultoria Roland Berger. Os projetos de indústria 4.0, por exemplo, vão permitir fabricação em massa com customização. O consultor observa que os carros estão se tornando plataformas de serviço, suportados por software, sensores de internet das coisas (IoT), robôs com inteligência artificial e outras tecnologias digitais.

Rodrigo Custódio, diretor da Roland Berger

“O interior dos veículos vai mudar e as montadoras vão trazer novos parceiros para a cadeia automotiva”, afirma Custódio. Em sua opinião, é essencial a integração, ter informação para tomada de decisão e mais colaboração entre os envolvidos na

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DIVULGAÇÃO / SAP BRASIL

Jaime Muller, vicepresidente de vendas de indústrias core e estratégicas da SAP Brasil

produção dos carros. Ele diz que o ecossistema ficará mais complexo, porém afirma que haverá mais oportunidade de negócios.

Foco no cliente

DIVULGAÇÃO / SINTEL

A digitalização e automação dos processos de negócio são fundamentais para enfrentar a competição no novo cenário, considera Rafael Navarro, diretor comercial e de marketing da Sintel. “Existe uma mudança de foco das montadoras. Antes as fabricantes se preocupavam com montagem eficiente e agora

as atenções estão voltadas para o cliente”. Como as novas regras, o executivo acredita que a indústria tende a transferir cada vez mais responsabilidades para os Tiers 1 e 2 para ficar mais próxima do consumidor. Jaime Muller, vice-presidente de vendas de indústrias core e estratégicas da SAP Brasil, ressalta que quatro megatendências (carros mais conectados, com direção autônoma, compartilhados e eletrificados) vão alterar completamente os modelos de negócios. Os que vão aproveitar mais as oportunidades são os que tiverem dados de valor. “O carro do futuro será baseado no comportamento do consumidor”, enfatiza. Para atender essa demanda, os integrantes da cadeia automotiva terão de se apoiar em tecnologias como impressoras 3D, IoT, machine learning e blockchain, que permite que informações sejam compartilhadas instantaneamente e com segurança entre autopeças, revendedores, mecânicos, provedores de seguros e outros participantes do ecossistema. “Toda a cadeia deve ser interligada por uma plataforma única”, diz Miller, mencionando o projeto K-Commerce, desenvolvido pela SAP para a Renault do Brasil. É uma solução de vendas on-line personalizadas do carro Kwid para o público jovem, que integra 15 sistemas da montadora. A ferramenta oferece previsão de entrega, levando em conta a localização do cliente e o tempo de transporte para a concessionária.

Rafael Navarro, diretor comercial e de marketing da Sintel

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Mercado | O novo consumidor

Felicidade não compra carro Durante muitos anos, milhares de pessoas adquiriram carros para ser felizes, mas essa fase está acabando. Veja o que o Google e o filósofo do hiperconsumo têm a dizer sobre o novo comportamento do consumidor Sergio Quintanilha

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o início dos anos 1990, a venda de carros de passeio deu um salto no Brasil, passando de 600 mil em 1992 para 910 mil em 1993 e 1,1 milhão em 1994. De lá para cá intensificouse a competitividade na indústria automobilística. Segundo o filósofo francês Gilles Lipovetsky, estudioso da sociedade de hiperconsumo e autor do livro A Felicidade Paradoxal, comprar e possuir tinham uma relação com a felicidade. Nos últimos anos, o Brasil entrou numa nova fase. A ostentação deixou de ser o principal motivo que induz ao consumo, dando início à era do bem-estar, na qual o acesso ao conforto e a satisfação dos prazeres passou a ser a principal motivação para a felicidade. O marketing das empresas focou suas atenções nas frequentes necessidades e satisfação do cliente.

Até aí, tudo bem. O problema é que essa fase, segundo Lipovetsky, também tem prazo de validade – e pode estar acabando. Isso explica o aumento gritante das vendas diretas, a busca cada vez maior por carros para locação, o boom dos aplicativos de mobilidade, a invasão das bicicletas e das patinetes nas grandes cidades. O mundo está mudando mais rápido do que nunca e os potenciais consumidores dessa nova era nem sequer chegaram à idade adulta. Em sua pesquisa global Smart Future (que procura entender fenômenos na mobilidade), o Google identificou que o Brasil tem duas grandes mudanças no horizonte. A primeira tem a ver com o comportamento de consumo e a relação com o automóvel dos millennials (nascidos nos anos 1980 e 1990) e da geração Z (nascidos na virada do século XX para o século XXI). A segunda referese às novas formas de mobilidade, que vão muito além de Uber e patinetes, mas abrange até drones de pessoas e helicópteros autônomos. Juliana Yamana, líder da área de carros do Google Brasil, concorda que o consumo está perdendo importância

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perante as novas gerações: “Agora, o que vale é a simplicidade, não dá para ostentar tanto. Não importa mais o status de possuir um carro e sim como se vai chegar do ponto A ao ponto B.” Por isso, segundo a executiva do Google Brasil, “as montadoras precisam colocar o consumidor no centro de suas ações, aprender com as empresas de mobilidade”. Ela afirma que “possuir dados é poder hoje em dia”. Quanto mais dados a empresa tiver, mais ela pode entender a jornada de compra do consumidor.

Mais de 4 carros na cabeça Na pesquisa 2018, divulgada recentemente, o Google identificou que o desejo de compra é associado a um momento importante na vida do consumidor. Assim, 47% buscaram um novo carro quando tiveram uma melhora na situação financeira. Em seguida aparecem estes motivos: família em crescimento (23%), mudança de casa (20%) e mudança de emprego (17%). Outro ponto interessante da pesquisa Smart Future do Google é que o consumidor brasileiro começa sua jornada de compra com 4,4 carros na cabeça. Um ano atrás esse número era de 3,3 (índice atual da Argentina). Para comparar, o consumidor mexicano começa

FONTE: GOOGLE

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Mercado | O novo consumidor

DIVULGAÇÃO / GOOGLE

FONTE: GOOGLE

Agora, o que vale é a simplicidade, não dá para ostentar tanto Juliana Yamana, líder da área de carros do Google Brasil

sua jornada com 3,8 carros e o americano com 3,2. Com 4,4 carros em mente, o consumidor brasileiro está menos fiel às marcas. Segundo Juliana, 69% desses consumidores decidem a compra numa “jornada curta”, de dois meses, e 25% partem para a compra em apenas duas semanas. “O consumidor está muito empoderado, pois tem a maioria das informações na mão com o celular”, comenta a executiva do Google Brasil. “Ninguém mais toma decisão sem informação.” Por isso, segundo a pesquisa do Google, os consumidores brasileiros descartam dois dos 4,4 carros antes mesmo de ir às concessionárias. A pesquisa in loco é feita em apenas 2,6 concessionárias e mesmo dentro delas 82% vão continuar pesquisando. Para não perder os consumidores durante essa rápida jornada, “é preciso que as montadoras tenham informações digitais disponíveis o tempo todo”, diz Juliana Yamana. Para dar uma ideia de como a informação digital é importante, o Google revela que, dos 500 compradores de carros pesquisados, 97% fazem buscas (na mídia especializada ou nos sites dos fabricantes, que cresceram de 43% para 77%). Outra busca campeã é a dos vídeos on-line, com 91% (sendo que 45% agendaram um test drive).

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ABX19 inspira a transformação dos setores automotivo e de mobilidade

FOTOS: LUIS PRADO

Evento | ABX19

Maior evento dedicado a conteúdo, experiência e inovação reuniu mais de 2 mil pessoas no São Paulo Expo Sueli Reis

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iante das mudanças impostas pelo avanço da era digital, as lideranças que atuam no setor automotivo e de mobilidade precisam assumir o protagonismo para entregar as transformações que a sociedade demanda. Com essa premissa ocorreu a primeira edição do Automotive Business Experience, o ABX19, no fim de maio. O maior encontro de negócios do setor automotivo reuniu mais de 2 mil profissionais em uma imersão para pensar sobre os próximos caminhos para o segmento no Brasil. “A indústria automotiva enfrenta sua mais profunda transformação e o ABX19 traz as ferramentas necessárias para que as lideranças, atual e futura, assumam o papel central dessa mudança e encarem seus desafios muito mais bem-preparados”, declarou a diretora de Automotive Business, Paula Braga, na abertura do evento.

Saiba mais do que ocorreu no ABX19

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Acima, a arena de conteúdo trazia palestras simultâneas. Ao lado, Paula Braga, diretora de Automotive Business, que comandou as atividades do evento

UMA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA COM IMPACTO POSITIVO Com um time de peso composto por 151 palestrantes, foram abordados ao longo de todo o dia os temas mais relevantes ao setor. Os debates convergiram para a necessidade de tornar o setor automotivo mais capaz de entregar as soluções que o novo consumidor quer, sendo ao mesmo tempo lucrativas e benéficas para a sociedade. No quesito experiência, os participantes puderam experimentar novas ideias para um evento B2B: a própria arena de conteúdo, com todos os palcos no mesmo espaço, deixava

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Evento | ABX19

livre a circulação para o encontro entre as pessoas. Outra ferramenta relevante foi o Speed Meeting, que organizou a rodada de negócios no Business Lounge do ABX19 por meio de um aplicativo criado pela One Hundred Open Startups. Nele, as pessoas podiam marcar breves reuniões: a ferramenta foi usada para o agendamento de 524 encontros que ocorreram no próprio evento e elas deram início a 80 negócios.

Acima, o Business Lounge para rodadas de negócio. Abaixo, a árvore de ideação

Parte desses encontros ocorreu com as startups que participaram do ABX19: por meio de curadoria exclusiva, 64 jovens negócios puderam apresentar suas soluções à indústria automotiva durante o evento.

GERAÇÃO DE CONHECIMENTO O ABX19 também elevou o conhecimento sobre o setor

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automotivo ao apresentar cinco estudos inéditos: Índice de Transformação Digital do Setor Automotivo, Intenção de Compras de Caminhões, o Futuro do Salão do Automóvel, o Horizonte para a Indústria de Autopeças e, enfim, o Diagnóstico do Grau de Maturidade das Empresas para Aproveitar os Benefícios do Rota 2030. As pesquisas exclusivas foram feitas por Automotive Business em parceria com o Cesar - polo de inovação de Recife (PE), a Reed Exhibitions Alcântara Machado e a Pieracciani Consultoria.

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Visão geral do Business Lounge, espaço para negócios

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Excelência e Inovação

FOTOS: LUIS PRADO

Grupo Volkswagen leva o Prêmio REI em sete categorias

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om sete vitórias em 14 categorias, o Grupo Volkswagen foi o grande destaque da nona edição do Prêmio REI (Reconhecimento à Excelência e Inovação), organizado desde 2011 por Automotive Business. A fabricante de automóveis levou cinco troféus, enquanto a associada Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) ganhou mais dois REIs. “Para nós foi uma super-honra receber os troféus e tudo isso é fruto de muito trabalho e desta nova Volkswagen, que iniciou a maior

Companhia se destacou tanto em automóveis como em veículos comerciais; Toyota conquistou outras três estatuetas

ofensiva histórica em lançamentos de produtos, em sua transformação digital e também no contato com o público”, afirma o diretor de assuntos governamentais da VW, Antonio Megale. A Toyota também se destacou com três estatuetas, uma delas para o Yaris na categoria Veículo de Passageiros: “Ele foi o modelo que abriu as portas da Toyota para o segmento de compactos premium. Chegamos com um estilo e design modernos, vasta lista de equipamentos de série e conforto indiscutível. Este prêmio, após um ano de seu lançamento, chancela a qualidade, confiabilidade e durabilidade do Yaris”, afirma a regional officer de comunicação e sustentabilidade da Toyota na América Latina e Caribe, Viviane Mansi. Os vencedores receberam seus troféus em 28 de junho, em evento realizado no Cinemark do Shopping Cidade Jardim, em São Paulo. Os quatro finalistas de cada categoria foram escolhidos pelo

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júri formado pela equipe de Automotive Business e jornalistas especializados em veículos leves e pesados. Depois, leitores da revista AB, do Portal AB e participantes do evento #ABX19, realizado em maio, escolheram os vencedores por votação direta. Carlos Alberto de Oliveira Andrade, fundador e chairman do Grupo Caoa, foi o eleito na categoria Liderança de Montadora pelo trabalho realizado com a marca Caoa Chery: “Todos os investimentos feitos no Brasil são vultosos e dirigidos para criar riqueza e empregos no País. Queremos continuar investindo”, afirma Oliveira Andrade. Como Liderança de Fornecedor venceu Besaliel Botelho, presidente da Robert Bosch

arlos Alberto de C Oliveira Andrade, fundador do Grupo Caoa, recebe seu REI de Paulo Braga, diretor de Automotive Business Thomas Püschel (segurando a estatueta) e equipe MWM recebem Prêmio REI na categoria Fornecedor Besaliel Botelho, presidente da Bosch para a América Latina, foi premiado na categoria Liderança de Fornecedor Antonio Megale, diretor de assuntos governamentais da VW (ao centro): “Tudo isso é fruto de muito trabalho e desta nova Volkswagen” Rafael Borges (esq.), da Toyota, recebe de Pedro Kutney, editor de Automotive Business, o prêmio Automóvel de Passageiros para o modelo Yaris

América Latina, que liderou uma equipe multidisciplinar que contribuiu para a construção do programa Rota 2030: “A Bosch é uma empresa que sempre fez valer suas tecnologias e o Rota 2030 foi muito importante para dar um rumo à indústria automobilística em eficiência energética e segurança. Nosso trabalho foi intenso no sentido de dar embasamento tecnológico ao programa”, diz Botelho. A MWM Motores foi a empresa reconhecida na categoria Fornecedores. “A conquista do Prêmio REI para nós resultou de um trabalho com a área logística e reflete o desenvolvimento de uma estratégia de atendimento diferenciado aos nossos clientes”, afirma o diretor de vendas e marketing da fabricante de motores a diesel, Thomas Püschel.

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Excelência e Inovação

A seguir você conhece os vencedores das 14 categorias, bem como os finalistas em cada uma delas MONTADORA • Volkswagen Outros finalistas da categoria • Toyota • VW • Mercedes-Benz

VEÍCULOS PESADOS • VW Delivery 9.170 Outros finalistas da categoria • Mercedes-Benz Axor 3131 Canavieiro Autônomo • Scania Nova Geração de Caminhões • Volvo VM Canavieiro Autônomo

FORNECEDORES • MWM Motores Outros finalistas da categoria • Aethra • Sabó • Usiminas

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA • Volksbus E-Flex Outros finalistas da categoria • Bosch • Toyota • ZF do Brasil

LIDERANÇA DE MONTADORA • Carlos Alberto de Oliveira Andrade Outros finalistas da categoria • Mercedes-Benz (Philipp Schiemer) • Volkswagen (Pablo Di Si) • VW Caminhões e Ônibus (Roberto Cortes) LIDERANÇA DE FORNECEDOR • Besaliel Botelho Outros finalistas da categoria • Aethra (Pietro Sportelli) • Iochpe Maxion (Marcos de Oliveira) • Randon (David Randon)

INOVAÇÃO DE STARTUPS • Eaton Outros finalistas da categoria • Mercedes-Benz e TruckPad • Toyota • Nissan INOVAÇÃO EM DISTRIBUIÇÃO • Volkswagen Outros finalistas da categoria • FCA • Mercedes-Benz • Meritor e MWM INOVAÇÃO EM MOBILIDADE

VEÍCULOS DE PASSAGEIROS • Toyota Yaris Outros finalistas da categoria • Caoa Chery Tiggo 5x • Caoa Chery Tiggo 7 • Citroën C4 Cactus

• Toyota

VEÍCULOS PREMIUM • Volkswagen Tiguan Allspace Outros finalistas da categoria • Mercedes-Benz Classe A • Mercedes-Benz Classe C 200 EQ Boost • Volvo XC40

• Volkswagen

VEÍCULOS COMERCIAIS LEVES • Volkswagen Amarok V6 Outros finalistas da categoria • Citroën Jumpy Minibus • Nissan Frontier argentina • Peugeot Expert Minibus

Outros finalistas da categoria • BMW • SBCTrans • Nissan INOVAÇÃO EM GESTÃO Outros finalistas da categoria • Basf • Caoa • Mercedes-Benz SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL • Toyota Outros finalistas da categoria • Bosch • Cummins • ZF

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Premiação

Bosch reconhece fornecedores por excelência de qualidade Cerimônia de premiação de 20 parceiros ocorreu em Campinas, SP

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Autocam – Precision Components Group Emicol Selzer Tekfor Bins Oerlikon Balzers Sulbras Moldes e Plásticos Bras – Mol S-3 Industrial Tormep Comotec Schwarz TTB Associated Spring PPE Fios Esmaltados Celanese Poli PMI Schaeffler Qualirafo Industrial Tita

DIVULGAÇÃO / BOSCH

Bosch reconheceu em maio seus melhores fornecedores no quesito excelência de qualidade. A cerimônia ocorreu em Campinas (SP). Ao todo, 20 parceiros de diferentes setores de atuação se destacaram no último ano pelo alto nível de qualidade (zero defeito) nos produtos entregues à sistemista alemã. Além de reconhecer os fornecedores com melhor desempenho, a ação teve o objetivo de aproximar a Bosch dos parceiros estratégicos e estreitar a relação comercial em novos negócios.

Melhores empresas em excelência de qualidade 2018

Giulianno Ampudia, diretor de compras, qualidade e desenvolvimento de fornecedores da Bosch América Latina, anuncia os vencedores

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Premiação

Honda premia 25 fornecedores em encontro anual Cerimônia ocorreu em Itirapina, SP, para que os parceiros conhecessem a nova fábrica de automóveis

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MARCO FLAVIO

Honda realizou em maio seu 21o Encontro de Fornecedores, premiando os 25 com melhor desempenho durante o ano de 2018 em cinco categorias na divisão de automóveis. A cerimônia ocorreu na fábrica de Itirapina (SP), inaugurada em março de 2019, para que os parceiros pudessem conhecer a planta.

Premiados EXCELÊNCIA EM QUALIDADE E ENTREGA LATASA METAIS LTDA. MITSUI PRIME ADVANCED COMPOSITES DO BRASIL VUTEQ DO BRASIL LTDA. YACHIYO DO BRASIL IND. E COMÉRCIO DE PEÇAS BASF YOROZU AUTOMOTIVA DO BRASIL ITAESBRA INDÚSTRIA MECÂNICA LITENS AUTOMOTIVE DO BRASIL MUBEA DO BRASIL MICHELIN NS SÃO PAULO COMPONENTES AUTOMOTIVOS PANASONIC DO BRASIL TRW AUTOMOTIVE MAXION WHEELS NTN DO BRASIL PRODUÇÃO DE SEMI-EIXOS USIMINAS TS TECH DO BRASIL G-KT DO BRASIL JTEKT AUTOMOTIVA BRASIL XCELÊNCIA EM COMPETITIVIDADE E LOCALIZAÇÃO E AUTOMETAL S.A. MAGNETI MARELLI COFAP XCELÊNCIA NO PROGRAMA DE REDUÇÃO DE CO2 E AUTO FORJAS WEIDPLAS BRASIL IND. E COMÉRCIO DE PLÁSTICOS XCELÊNCIA EM QUALIDADE NO PROGRAMA E HONDA WAY SUMIDENSO DO BRASIL INDÚSTRIAS ELÉTRICAS LTDA.

Divisão de automóveis premiou fornecedores em cinco categorias. Itirapina fica a 220 km da capital paulista

XCELÊNCIA NO ATENDIMENTO DA DIVISÃO DE PEÇAS E DENSO DO BRASIL LTDA.

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MWM destaca os melhores fornecedores Dez empresas foram premiadas pelo desempenho ao longo de 2018

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MWM realizou a 7a edição do prêmio de fornecedores Supplier Award, no qual destacou o desempenho de dez empresas mais bem avaliadas de acordo com os critérios do processo de Global Supplier Ratin System. Por ele são inspecionados itens como qualidade, entrega, flexibilidade, capacidade tecnológica, desempenho no desenvolvimento de novos produtos, postura comercial e contribuição na redução de custos. A partir da análise desses critérios são definidos os fornecedores elegíveis à premiação. Entre os avaliados estão as empresas que fornecem produtos e insumos diretamente para a produção de motores e geradores MWM e também os prestadores de serviços logísticos. “Nos sentimos honrados em reconhecer os fornecedores que se destacaram, por meio de sólidas métricas de performance. O processo é meritocrático e transparente, visando à excelência operacional. Toda a cadeia se mobiliza para atingir os objetivos, impactando positivamente desde o cliente final até o próprio fornecedor”, declarou o diretor de compras da MWM, Marcelo Maciel Rabelo, durante

JULIANO RONSONI

Premiação

Entre os avaliados estão fornecedores de produtos e prestadores de serviços logísticos

a cerimônia de entrega dos prêmios realizada no fim de maio. Para o presidente e CEO da MWM, José Eduardo Luzzi, a premiação Supplier Award visa a incentivar e fortalecer a cadeia produtiva da empresa. “Identificamos e homenageamos os parceiros de negócios que tiveram a melhor performance, pois desejamos incentivá-los a, juntos, buscarmos continuamente a excelência em nossos produtos e serviços. Este prêmio é o reconhecimento a todos que estão perfeitamente alinhados com políticas, práticas, qualidade e desempenho da companhia.”

Vencedores da edição 2019 do Supplier Award Aptiv Manufatura

Metalac SPS Ind

BorgWarner

Metalúrgica Riosulense

Elring Klinger

SEG Automotive

ID Armazéns

SOS Box Embalagens

Irbas Indústria

Tup Tecnologia

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Premiação

DAF reconhece os melhores fornecedores no Brasil

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DAF entregou o prêmio de melhores fornecedores no Brasil no fim de maio, reconhecendo as empresas com o certificado 10 ppm, padrão global e rigoroso da Paccar, companhia que também detém as marcas Kenworth e Peterbilt, que também premiaram seus principais fornecedores em todo o mundo. A premiação global contemplou 337 fornecedores de 26 países e em quatro continentes. No Brasil, 21 empresas receberam o certificado, que valoriza o esforço pela entrega de peças sem defeitos e nas quantidades e prazos estabelecidos ao longo de 2018. Os fornecedores certificados também foram escolhidos, além do critério de entrega, pelo suporte ao cliente e o impacto nos negócios. “É uma satisfação para nós entregar os certificados às empresas que conquistaram o elevado nível de qualidade de zero defeito. Em um mercado em crescimento, como vemos no Brasil, esse comprometimento dos parceiros é fundamental, pois nos permite entregar aos clientes produtos e serviços com excelência, do processo produtivo ao atendimento pós-venda. Parabenizamos a todos os fornecedores premiados e esperamos seguir com esta parceria de sucesso nas próximas edições”, afirmou o diretor de qualidade da DAF Caminhões no Brasil, Erick Silva.

DIVULGAÇÃO / DAF

Fabricante premia 21 empresas por excelência em qualidade no desempenho de 2018 Meritor foi uma das premiadas pela DAF

Empresas premiadas Ask

Metal Técnica Bovenau

Castertech Fundição

odine Sistemas M Térmicos

Dana Fomeco Goodyear Iochpe Maxion Johnson Controls PS Knorr-Bremse LC Centro de Montagem aster Sistemas M Automotivos Meritor

eumayer Tekfor N Automotive Michelin Sulplast Fibra de Vidro Thyssenkrupp exilom Emblemas V Técnicos Voss Automotive Witzenmann ZF

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MPEREZ

Premiação

Carlo Martorano, diretor de compras: gasto será 10% maior em 2019

CNH Industrial destaca principais parceiros Companhia prevê comprar R$ 5 bilhões na América do Sul em 2019 SUELI REIS | De Belo Horizonte (MG)

A

CNH Industrial planeja elevar em 10% o volume de compras de 2019 na América do Sul com relação ao ano passado, prevendo gastar R$ 5 bilhões, ante os R$ 4,5 bilhões do exercício anterior. Segundo o diretor da área para a região, Carlo Martorano, isso reflete a melhoria do mercado brasileiro, apesar da queda registrada na Argentina e demais países vizinhos. As informações foram confirmadas pelo executivo em 10 de abril, pouco antes da realização do Suppliers Excellence Awards 2019,

prêmio de fornecedores do grupo que está em sua segunda edição. Neste ano, o Grupo CNH Industrial reconheceu as melhores práticas e premiou 25 empresas por seu desempenho ao longo de 2018. Desta vez, 350 das 1,4 mil companhias fornecedoras do grupo se encaixaram nos critérios de participação. Elas foram avaliadas por diversas áreas da

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MPEREZ

Premiação

25 empresas foram premiadas pelo desempenho em 2018

empresa, sendo pontuadas de acordo com sua atuação dentro das exigências da montadora.

FLORES E PEDRAS Embora comemore os esforços de todos os envolvidos, o executivo reconhece que nem tudo são flores. Ainda há empresas do parque de fornecedores com muitas dificuldades, provenientes da crise. Algumas seguem endividadas com planos de financiamento tomados na época para um elevado nível de investimentos em diversas frentes, prevendo uma alta do mercado que não aconteceu. Para ele, este ainda é o maior gargalo enfrentado pela indústria atualmente. Também há impasses com o aumento dos preços de matéria-prima. Apesar

da economia estável em termos de inflação, a indústria vem reclamando recorrentemente da alta do aço, o que ocorre há três anos.

OS VENCEDORES A cerimônia de entrega do prêmio contou com a presença de 70 empresas finalistas e um público de aproximadamente 150 pessoas. A grande vencedora da noite foi a SKF do Brasil, escolhida pela CNH Indutrial como a melhor fornecedora do ano. A SKF também recebeu o prêmio na categoria Tecnologia e Inovação para o segmento agrícola.

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Premiação

Os premiados ELHOR FORNECEDOR DO ANO M SKF DO BRASIL ATEGORIA ENTREGAS C MERITOR DO BRASIL TIMIZAÇÃO DO CUSTO DO PRODUTO O CCS TECNOLOGIA ARTS & SERVICES P QUANTUM ELETRÔNICA QUALIDADE METALÚRGICA FRUM WCM (WORLD CLASS MANUFACTURING) PEDERTRACTOR L OGÍSTICA DE TRANSPORTE DALANEMA IMPLEMENTADORES FACCHINI CAPEX ATLAS COPCO ATERIAIS INDIRETOS E SERVIÇOS M GUIA MARKETING ECNOLOGIA E INOVAÇÃO T Segmento Agrícola SKF DO BRASIL Segmento Construção ALFAGOMMA DO BRASIL Segmento Powertrain PETRONAS GLOBAL Segmento Veículos Comerciais RASSINI-NHK

ARCERIA COMERCIAL P Commodity Metálico HÜBNER Commodity Elétrico PK CABLES DO BRASIL Commodity Químico TITAN PNEUS Commodity Mecânico WABCO SUSTENTABILIDADE Meio ambiente TENNECO AUTOMOTIVE, projeto Redução do Consumo de Água em Processos de Manufatura FENIX SOLUÇÕES AMBIENTAIS, projeto Aterro Zero, uma nova ótica na gestão de resíduos Responsabilidade Social BRIDGESTONE, Projeto Ressignificar BRASIF, com o projeto Educação: Programa de Desenvolvimento para a Sociedade ENÇÃO HONROSA M Parceiro Social CBB CESTAS BÁSICAS Fornecedor em destaque STEEL WAREHOUSE, Projeto Resale ELHOR FORNECEDOR ARGENTINO M AUTONEUM

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Premiação

FCA homenageia os melhores fornecedores com foco no Rota 2030 Foram reconhecidas 14 empresas que se destacaram em 2018 em 16 categorias Pedro Kutney, AB | de Belo Horizonte (MG)

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Cerimônia de premiação ocorreu em junho em Belo Horizonte (MG)

principais parceiros da empresa: atingir os objetivos e garantir os incentivos do programa Rota 2030, que prevê benefícios fiscais a fabricantes de veículos e autopeças em troca de investimento em pesquisa e desenvolvimento, aumento de

LEO LARA

FCA (Fiat Chrysler Automobiles) premiou os seus melhores fornecedores na região da América Latina. O Annual Supplier Conference & Awards 2019 foi realizado em Belo Horizonte (MG) no mês de junho, com uma mensagem assertiva aos

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Premiação

FOCO EM QUALIDADE, PESSOAS E INOVAÇÃO DESTACAM A LEAR CORPORATION NO SETOR AUTOMOTIVO

ROBERTO TAMER

OS ATRIBUTOS QUE DIFERENCIAM A EMPRESA NO MERCADO DE ASSENTOS E SISTEMAS ELÉTRICOS AUTOMOTIVOS

MARCELO MORAES, Vice-Presidente da Lear Corporation na América do Sul

O

foco na qualidade, a inovação em produtos e os programas ligados à gestão de pessoas fizeram a Lear Corporation ser reconhecida em três categorias no Annual Supplier Conference & Awards 2019, prêmio concedido pela FCA (Fiat Chrysler Automobiles). Na América do Sul, a Lear produz chicotes elétricos (E-Systems) e assentos (Seating) para veículos. Segundo o Vice-Presidente da empresa na América do Sul, Marcelo Moraes, a união das equipes internas na busca pela qualidade dos processos e produtos, sustentada por valores sólidos e práticas de destaque no setor automotivo, reflete nessas conquistas. “A Lear tem a qualidade, um dos principais atributos avaliados pela FCA, como ponto de partida para qualquer projeto. Reconhecimentos como esse confirmam que, mesmo em um mercado volátil, aprendemos a nos adaptar rapidamente para atender às expectativas dos clientes, sem jamais deixar de lado nossos pilares fundamentais: a qualidade e o desenvolvimento de pessoas”, exalta Moraes. Os números comprovam que a excelência vai além do discurso: nos últimos dois anos, 100% dos indicadores de gestão de desempenho e qualidade perante a FCA são positivos. Moraes destaca que a cultura da Diversidade e Inclusão da Lear foi decisiva para a conquista. “Nossa empresa é composta por

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LEA


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DIVULGAÇÃO / LEAR CORPORATION

PUBLIEDITORIAL

CAMANDUCAIA, MG – A unidade, que conta com 12.000 m², é focada na produção de chicotes elétricos automotivos

pessoas com opiniões, ideias e habilidades diversas. São elas que nos fazem alcançar tudo isso”, diz. No recente prêmio, a Lear foi reconhecida nas categorias Interiores, pela modernização de seus bancos automotivos; Otimização de Valor, devido à redução de custos que oferece ao mercado; e Foco Regional, com a planta inaugurada em julho de 2017 para produção de chicotes elétricos em Córdoba, na Argentina. “Agradecemos a FCA por confiar e reconhecer o nosso trabalho. O prêmio legitima a força da Lear na América do Sul e nos motiva a atingir cada vez mais altos níveis de excelência”, afirma o VicePresidente de Vendas da Lear América do Sul, Tiago Pagotto. Ancorada em processos inovadores, a Lear acompanha a dinamicidade do mercado

automobilístico. Com uma equipe com cerca de 7 mil colaboradores na América do Sul, só no último ano, a empresa gerou mais de mil novos postos de trabalho. “Instalamos novas plantas de E-Systems na Argentina e em Minas Gerais e expandimos nossa unidade em Santa Catarina. O foco em qualidade, pessoas e inovação está alavancando novas frentes: no segundo semestre, será lançada toda uma plataforma para atender o mercado brasileiro e de exportação, trazendo perspectivas muito positivas tanto para Seating quanto para E-Systems e gerando empregos para plantas de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina”, ressalta Marcelo Moraes. Presente no Brasil desde 1995, a Lear tem sua sede administrativa em São Paulo e conta com 11 plantas no Brasil e Argentina, atendendo a montadoras de ambos os países. n

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Premiação

níveis de eficiência energética, adoção de sistemas avançados de segurança veicular e nacionalização de componentes estratégicos. A premiação deste ano reconheceu 14 empresas em 16 categorias (oito delas de fornecimento de material direto à produção). Foram os fornecedores que mais se destacaram pelo compromisso na entrega de valor com inovação, qualidade, garantia, competitividade, alinhamento aos princípios da FCA de colaboração proativa, melhoria contínua, integridade, empatia e advocacia, pensamento de longo prazo, transparência mútua, senso de urgência e responsabilidade social. O tema do encontro foi “Nosso Plano, Nosso Futuro”, em que um dos principais assuntos discutidos foi o programa Rota 2030. O presidente da FCA Latam, Antonio Filosa, destacou que a base de fornecedores da empresa na região é um dos pilares estratégicos de expansão da FCA. “Contamos com fornecedores best-in-class que contribuem para o movimento de renovação e ampliação de nossa gama de produtos e que são parceiros no desenvolvimento tecnológico”, afirmou Antonio Filosa. Ele destacou como mensagem aos fornecedores que a empresa investirá R$ 16 bilhões até 2024 nas plantas Fiat, de Betim (MG), e Jeep, de Goiana (PE), e no desenvolvimento de novos modelos, buscando ganhos de eficiência, qualidade e competitividade, com 25 lançamentos previstos até 2024, entre veículos completamente novos e versões.

Vencedores do FCA Annual Supplier Conference And Awards 2019 CARROCERIA BROSE DO BRASIL I NSUMOS/MATÉRIAS-PRIMAS ARCELORMITTAL INTERIORES LEAR DO BRASIL CHASSIS MAXION WHEELS ISTEMAS DE MOTOR S UMICORE OMPONENTES ELETROELETRÔNICOS C SUMIDENSO DO BRASIL POWERTRAIN AISIN AW TC (JAPAN) APEX (EQUIPAMENTOS, MÁQUINAS) C GME – GENERAL MECHANICAL EQUIPMENTS SERVIÇOS SAPORE (CORPORATE RESTAURANT) TIMIZAÇÃO DE VALOR O LEAR DO BRASIL OCO REGIONAL – ARGENTINA F LEAR CHICOTES OPAR (PEÇAS A CONCESSIONÁRIOS) M MANN + HUMMEL ESTÃO DE SUPRIMENTOS G VENTANA SERRA ENSO DE URGÊNCIA S BENTELER SUSTENTABILIDADE BASF INOVAÇÃO TCS - TECHSTEEL INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS

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Evento

Construir estratégias consistentes é o caminho para atuar no mundo Vuca Esta é a busca do #ABPlan, evento que ocorre em São Paulo no dia 19 de agosto LUIS PRADO

Além das palestras do auditório haverá três salas com programação paralela

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os anos 1990, estudantes da Academia Militar dos Estados Unidos criaram o acrônimo Vuca para descrever o contexto daquele momento pós-Guerra Fria, unindo as iniciais das palavras em inglês para volátil, incerto, complexo e ambíguo. Quem diria que, duas décadas depois, a sigla voltaria a ser usada, mas desta vez para tratar no mundo dos negócios. Situações impossíveis de prever e tantas vezes externas às organizações têm o potencial de fazer com que um produto ou iniciativa fracasse completamente – contexto capaz de tirar o sono de qualquer liderança.

O desafio do planejamento em empresas automotivas É justamente para ajudar empresas a entender o contexto instável e, assim, desenhar estratégias consistentes que surge o ABPlan – Planejamento Automotivo, evento que Automotive Business promove em São Paulo no dia 19 de agosto. Além do programa de palestras no auditório, o evento vai contar com três salas com programação paralela, os AB Talks, e com um amplo cronograma de AB Labs. Serão 12 sessões exclusivas de cocriação fechadas a pequenos grupos, em que grandes especialistas vão apresentar conteúdo e promover discussões valiosas. A ideia é garantir que todos saiam do evento com ferramentas efetivas para desenhar o planejamento do ano seguinte – contornando o contexto Vuca.

Entenda o Vuca

Entre os vários teóricos do Vuca nos negócios está Nate Bennet, professor da Universidade Estadual da Georgia, nos Estados Unidos. Em artigo à Harvard Business Review ele detalhou cada uma das ameaças condensadas no acrônimo Vuca – e as atitudes necessárias para manter os negócios protegidos do contexto volátil: COMPLEXIDADE Quando a situação tem muitas variáveis, grande parte das possibilidades e resultados fica difícil de prever. Para o professor, o caminho é investir em recursos e em especialistas capazes de preparar a companhia para as diferentes necessidades. VOLATILIDADE Trata-se do contexto de constante mudança em que o desafio não está em entender as coisas, mas em fazer previsões sobre quanto tempo elas vão durar. Por exemplo, um desastre natural pode fazer mudar a realidade de uma cadeia produtiva global. A saída, descreve Bannet, é calcular os riscos e investir para proteger os negócios caso a situação mude. AMBIGUIDADE Essa frente indica a falta de clareza que as pessoas e organizações enfrentam ao pisar em novos territórios, como para iniciar negócios em segmentos ou regiões onde a organização não atuava até então. Para o especialista, a arma neste caso é testar as soluções incansavelmente antes de dar passos definitivos. INCERTEZA Um negócio pode mudar completamente a partir de fatores externos e difíceis de prever – como o lançamento de um produto revolucionário pela concorrência, como o icônico caso da chegada da Uber no mercado de táxi. Abastecerse de informação de qualidade pode reduzir drasticamente o contexto de incerteza para as organizações, diz Bannet.

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Liderança

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Dança com robôs

Tom Moore : “Todos que querem permanecer empregáveis precisam se sentir à vontade com a mudança e dançar com os robôs”

á um certo temor atual sobre a perda de empregos nos próximos anos com as crescentes taxas de automação e digitalização. Para Tom Moore, sócio da Mandalah, consultoria brasileira focada em inovação e propósito para empresas, ao lado deste fenômeno da perda de emprego haverá outro igualmente poderoso de transformação, com maneiras novas e aprimoradas. Em sua avaliação, muitas das funções atuais continuarão existindo, mas a natureza de como exercê-las será alterada. “O trabalho envolverá cada vez mais pessoas em interações mais profundas e mais próximas com as tecnologias.” Para isso, é papel do líder estar atento para os novos componentes da liderança na era digital, mas também manter alguns elementos tradicionais ainda relevantes. O consultor aponta que é preciso ser capaz de estabelecer uma ideia clara de para onde a empresa está indo e como pode chegar lá, o que envolve uma clara visão de futuro e a capacidade de comunicar e mobilizar as pessoas a serviço dessa visão, liderando sua entrega. “Todos que querem permanecer empregáveis precisam se sentir à vontade com a mudança e dançar com os robôs”, ilustra Tom. Ele alerta que pode soar assustador, mas isso significa que as pessoas precisam estar comprometidas com a aprendizagem ao longo da vida, abertas ao desenvolvimento de novas habilidades em sua carreira e adotar novas maneiras de trabalhar.

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OD ANTHAS PE

DR

CHRISTIAN CASTANHO

DA

LAURO UEZONO

M

IR A

ND

A

EXECUTIVOS

JORGE PORTUGAL

PAULO NOMAN

CIRO POSSOBOM

CAMILA MATEUS

É o novo diretor comercial da Renault para a região Américas, no lugar de Ricardo Gondo, nomeado presidente da marca no Brasil no início deste ano. Portugal se reportará ao presidente da região Américas, Luiz Fernando Pedrucci, e ao vice-presidente executivo mundial de vendas e regiões, Olivier Murguet.

Assume a presidência da Anef, Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras no Brasil, e sucede a Luiz Montenegro, que encerra mais uma gestão. Noman é o atual presidente da Chevrolet Serviços Financeiros.

É indicado novo CFO da Volkswagen para as Américas do Sul, Central e Caribe (Região SAM). O executivo passa a ocupar o cargo de vice-presidente de finanças no lugar de Oliver Schmidt, designado para novo cargo na China. Ele também responderá pelas estratégias de tecnologia da informação (TI) no Brasil, Argentina e demais países da região SAM.

É a nova diretora de marketing da Volvo Cars. Na empresa há quatro anos, tem mais de 15 anos na área de comunicação e marketing, atuando em grandes empresas dos setores de tecnologia e alimentos, antes de ingressar na equipe da Volvo, onde passou por diferentes funções.

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Pílulas

SEGURANÇA

FCA cria centro de crash test em Betim

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FCA (Fiat Chrysler Automobiles) inaugurou seu primeiro centro de crash tests na América Latina – e terceiro no mundo. O empreendimento fica no Polo Automotivo Fiat, em Betim (MG), e recebeu aporte de R$ 40 milhões. A companhia vai usar a estrutura para fazer diversos tipos de teste de colisão para validar os padrões de segurança de todos os projetos de veículos que serão fabricados no Brasil ou mesmo em outras unidades do grupo no exterior. O Safety Center confere à FCA Latam autossuficiência para desenvolver 100% de projetos de novos veículos na região. (Pedro Kutney) RESULTADOS

Mercado europeu encolhe no 1o semestre

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s vendas de veículos na União Europeia anotaram queda no primeiro semestre de 2019: o mercado recuou 3,1%, para 8,18 milhões de unidades - contra 8,44 milhões licenciados no mesmo período do ano passado. Os dados são da Acea, associação das montadoras que atuam na região, e consideram apenas o segmento de automóveis e comerciais leves. Com exceção da Alemanha, cujo volume teve leve aumento de 0,5% na comparação anual, os principais mercados da região registraram queda nos volumes, como Espanha (-5,7%), França (-1,8%), Itália (-3,5%) e Reino Unido (3,4%).

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COOPERAÇÃO

Ford e VW estendem parceria para carros elétricos

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CEO da Ford, Jim Hackett, e o da Volkswagen, Herbert Diess, anunciaram que estão ampliando a aliança global das empresas em campos estratégicos, como carros elétricos e direção autônoma. Em ambas as áreas, as duas fabricantes esperam contribuir de forma a criar sinergias para maior eficiência do capital, reduzindo custos. Entre as medidas, a Ford pretende produzir seus veículos 100% elétricos a partir da plataforma modular elétrica MEB, fornecida e desenvolvida pela VW: o primeiro modelo totalmente

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Diess (esq.) e Hackett ampliam a parceria entre as montadoras. Futuros Ford elétricos usarão plataforma VW

elétrico da montadora norte-americana sobre a base MEB é previsto para 2023 na Europa. Até 2028, a empresa estima a produção de 600 mil veículos com a plataforma da VW, incluindo componentes. Com isso, a Ford se torna a primeira montadora além da Volkswagen a utilizar a MEB, que já havia sido colocada à disposição do mercado pela companhia alemã.

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Pílulas

INOVAÇÃO

ZF eleva apostas tecnológicas

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ZF aumenta de forma consistente o cacife de suas apostas tecnológicas para crescer no atual ambiente disruptivo da indústria automotiva. A empresa não esconde sua ambição de ser o fornecedor preferencial dos veículos em um futuro não muito distante, que já começou a ser projetado. Para isso, parecem não bastar os pesados investimentos próprios em pesquisa e desenvolvimento, que já superam € 2 bilhões por ano (foram € 2,5 bilhões em 2018). A companhia alemã vem centrando esforços em aquisições e parcerias para viabilizar suas ambições. Em 2015 a ZF fez sua maior compra, gastou cerca de US$ 12 bilhões para adquirir a TRW e agregar algo como € 9 bilhões ao seu faturamento com o fornecimento de sistemas de direção, freios, sensores, airbags e segurança ativa para modelos de automóveis e comerciais leves. Este ano anunciou a compra da Wabco por US$ 7 bilhões, adicionando novos controles

de chassi e freios de caminhões e ônibus ao seu portfólio, o que segundo especialistas deverá elevar as receitas globais para além dos € 40 bilhões/ano (em 2018 as vendas somaram € 36,9 bilhões). Mas não é só: nos últimos anos a ZF intensificou investimentos em participações de diversos níveis em empresas que dominam tecnologias de autonomia veicular, como a fabricante holandesa de transportadores autônomos 2Getthere, e fechou parcerias importantes para desenvolvimento de câmeras com a Mobileye e processadores de inteligência artificial de alto desempenho (o tal “cérebro dos carros”) com Nvidia e Baidu (o equivalente chinês do Google). “A indústria automotiva passa por imensos desafios e nós enfrentamos isso com investimentos; a compra da Wabco é mais um exemplo dessa estratégia”, afirma Wolf-Henning Scheider, CEO global da ZF. (Pedro Kutney)

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