Revista Automotive Business - edição 22

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DIVULGAÇÃO

FUNDIDOS

calcula que a ociosidade da indústria de fundição atingiu 34% em 2012. Boa parte do baixo aproveitamento da capacidade produtiva é reflexo da perda de espaço no mercado internacional. Do total de US$ 11,4 bilhões faturados pela indústria do setor no ano passado, foi exportado apenas US$ 1,4 bilhão.

NILSON BASTIAN

PREÇOS internacionais preocupam presidente da Abifa

PARA A TUPY, Inovar-Auto terá impacto positivo na indústria nos próximos anos

INOVAR-AUTO TRAZ MELHORA NA PERSPECTIVA DO SETOR ANTES DE ATENDER AO PROGRAMA, EMPRESAS BUSCAM IDENTIFICAR PROBLEMAS QUE IMPACTAM A COMPETITIVIDADE CAMILA FRANCO

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ais do que desenhar a estratégia para o Inovar-Auto, é preciso, de imediato, estimular as fundições a conhecer profundamente os problemas que impactam a competitividade. Só assim o Brasil poderá se transformar em base mundial de produção de componentes fundidos. A opinião é de Remo de Simone, presidente da Abifa, a Associação Brasileira de Fundição. O que preocupa o setor hoje, segundo o executivo, é a necessidade de investimento nos setores automotivo e agrícola, que estão aquecidos, mas com perspectivas de baixa rentabilidade. No mercado externo, assustam os preços de 20% a 25% mais baixos dos concorrentes da

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Ásia e do Leste Europeu. Com isso em vista, o setor aponta que o Inovar-Auto chega atrasado. “O programa beneficia diretamente o setor automotivo e indiretamente a cadeia produtiva da qual fazemos parte. Com o aumento de capacitação de cada montadora, os reflexos serão benéficos. Contudo, ainda sofremos com a importação desenfreada, altos custos da matéria-prima e energia elétrica, alta incidência tributária de impostos não recuperáveis e de juros relativos aos financiamentos e capital de giro. Todos impactam negativamente nos preços dos fundidos”, analisa o presidente. Enquanto os resultados do novo regime automotivo não vêm, a Abifa

DESAFIOS Para a Tupy, que produz em plantas no Brasil e no México 848 mil toneladas de fundidos ao ano, o maior desafio está na oscilação do custo de mão de obra e de matérias-primas. “Estas variações influenciam os preços, diminuindo a competitividade”, afirma Gilberto Luiz Moretti Garcia, diretor-gerente de vendas automotivas da companhia para o mercado externo. A maior fundição da América Latina vê o Inovar-Auto como esperança, mas que só deve trazer benefícios no futuro. “Políticas que visam o desenvolvimento da engenharia local são sempre bem-vindas. As montadoras já estão trabalhando nos seus processos de manufatura, o que deve nos beneficiar nos próximos anos”, conta Garcia. A Teksid compartilha o otimismo. Raniero Cucchiari, diretor comercial da empresa, prevê que, com a melhoria na eficiência energética dos automóveis, as montadoras consumirão mais blocos de motores com paredes finas, que pesam até 20% a menos do que os convencionais. Outra aposta da fundição são os cabeçotes de alumínio para os automóveis. “A fábrica de Betim (MG) produziu 350 mil deles em 2011 e deverá fazer 550 mil neste ano. Em 2015, já com os reflexos da nacionalização de peças, esperamos chegar aos 1,6 milhão de cabeçotes produzidos”, declara Cucchiari, que já adianta novo investimento da Teksid para o Brasil, mas ainda sem valor definido.


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