Revista Automotive Business - edição 22

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ao evitar o excesso de produção e de vendas diretas, a prática das montadoras de negociar com grandes descontos a frotistas, como locadoras, que depois repassam esses veículos como seminovos. “Nos próximos anos a volatilidade traz importantes desafios e temos de nos preparar em um cenário com

margens cada vez mais estreitas”, analisa. O presidente da Fenabrave também voltou a pedir a adoção de um programa de reciclagem veicular no Brasil, com a criação das desmontadoras de veículos. Segundo ele, essa solicitação já foi feita ao ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel.

USADOS GANHAM ESPAÇO – Em apresentações no congresso, Alexandre Abelleira, da Volkswagen, destacou que os veículos usados têm peso cada vez maior nos negócios no Brasil. Foram vendidos 9,2 milhões de unidades em 2007. Em 2012, esse número saltou para 11,7 milhões. “Em 2016 deveremos ter na frota 16 milhões de veículos com até cinco anos de uso, o que aumenta o potencial desse mercado”, avaliou. Dados do consultor Valdner Papa mostram que as concessionárias podem explorar mais o segmento. Segundo ele, os negócios com usados representam de 5% a 10% das receitas dos concessionários no Brasil. Esse índice fica entre 15% e 25% em marcados como Estados Unidos, Japão e Europa.

MOTOS: SEGMENTO PRESSIONADO As concessionárias de motocicletas devem cortar custos de estrutura para aumentar o faturamento em 30% e ajustar o lucro para no mínimo 4%. Quem determina isso é o consultor Francisco Trivellato. Ele apontou que 77% do mercado de duas rodas, voltado para modelos de baixa cilindrada, está sob forte pressão no País, com restrição de crédito causada pela inadimplência, inflação que corrói a já baixa renda dos clientes e economia que coloca os empregos em risco. A projeção é que as vendas caiam em torno de 10% este ano. “Antes de qualquer coisa, é preciso reconhecer que o mercado mudou. O concessionário que ainda espera por margem bruta de 20% e vendas em crescimento de 10% ao ano precisa sair do negócio.” SAFRA PUXA DEMANDA POR CAMINHÕES – A diretora da MB Associados, Tereza Maria Dias, acredita que a agricultura puxará o desempenho da indústria nos próximos anos, principalmente no setor de veículos comerciais. Em 2014, as vendas de caminhões pesados e semipesados devem crescer com base em uma nova safra recorde de grãos. O aquecimento da construção civil em virtude do déficit habitacional do País também terá efeito positivo. "Nossa expectativa é de crescimento do PIB na faixa dos 2,5% ao ano nos próximos dez anos. Com esse cenário, apostaria em incremento de 60% e 70% nos números absolutos de vendas de caminhões e implementos até 2023."


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