Revista Automotive Business | edição 45

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• FIAT APOSTA ALTO NO ARGO PARA RETOMAR LIDERANÇA

• INDÚSTRIA 4.0 É A CHAVE PARA SER COMPETITIVO

• DIGITALIZAÇÃO DO TRABALHO REDUZIRÁ NÍVEL DE EMPREGO

Automotive

JUNHO DE 2017 ANO 9 • NÚMERO 45

HYUNDAI É A MONTADORA DO ANO WILLIAM LEE, presidente da Hyundai Motor Brasil

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EMPRESA VENCEU ELEIÇÃO ENTRE LEITORES E PARTICIPANTES DE EVENTOS DE AUTOMOTIVE BUSINESS. WILLIAM LEE, PRESIDENTE, RECEBEU O TROFÉU DO PRÊMIO REI – RECONHECIMENTO À EXCELÊNCIA E INOVAÇÃO, QUE TEVE OUTRAS 14 CATEGORIAS. CONHEÇA NESTA EDIÇÃO TAMBÉM A TRAJETÓRIA DA HYUNDAI MOTOR NO BRASIL 20/06/2017 09:02:22


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ÍNDICE

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CAPA | PRÊMIO REI 2017

PRÊMIO REI APONTA HYUNDAI COMO MONTADORA DO ANO

LUIS PRADO

A HYUNDAI MOTOR BRASIL VENCEU ELEIÇÃO ENTRE OS LEITORES E PARTICIPANTES DOS EVENTOS DE AUTOMOTIVE BUSINESS. WILLIAM LEE, PRESIDENTE, RECEBEU O TROFÉU

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CHRISTIANO DIEHL NETO

8F ERNANDO CALMON ALTA RODA Alternativas de mobilidade 44 I NDÚSTRIA HYUNDAI FAZ CINCO ANOS EM PIRACICABA (SP) A trajetória ascendente da montadora coreana

ARREIRA 12 C LUIZ PEDRUCCI COMANDA A RENAULT NO BRASIL Executivo assumiu posição de Fabrice Cambolive

ONDA 52 H ESTRATÉGIA PARA SER MAIS GLOBAL Empresa usará melhor suas fábricas

O PORTAL 16 N 17 N EGÓCIOS ECONOMIA NO CANAVIAL Solução é o caminhão autônomo

54 F ÓRUM DE RH

LUIS PRADO

DIVULGAÇÃO / VOLVO

A DIGITALIZAÇÃO DO TRABALHO Tecnologia reduzirá nível de emprego

60 WORKSHOP INDÚSTRIA 4.0 É CHAVE PARA COMPETIR A revolução automotiva em debate

20 A UTOPEÇAS FCA AJUSTA PRÊMIO A FORNECEDORES Empresa tem novo programa de relacionamento

MARCOS CAMARGO

DIVULGAÇÃO / DÜRR

68 I NSUMOS A EVOLUÇÃO DOS MATERIAIS 70 Aço e alumínio 74 Tintas

26 L ANÇAMENTO APOSTA ALTA NO FIAT ARGO Quatro hatches para disputar a liderança

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EDITORIAL

REVISTA

www.automotivebusiness.com.br

Paulo Ricardo Braga Editor paulobraga@automotivebusiness.com.br

A HYUNDAI EM EVIDÊNCIA

U

m dos destaques desta edição é a cerimônia realizada no bufê Dell’Orso, em São Paulo, dia 13 de junho, quando Automotive Business entregou os troféus aos vencedores do Prêmio REI – Reconhecimento à Excelência e Inovação, que apontou os melhores profissionais e empreendimentos da indústria automobilística entre 1o de fevereiro de 2016 e 1o de fevereiro de 2017. Mais de duas centenas de cases foram analisadas pelo júri de 29 profissionais relacionados à indústria automobilística. Quatro cases em cada uma das 15 categorias do prêmio foram selecionados para a eleição final, com o voto dos leitores e participantes de eventos de Automotive Business. A montadora do ano é a Hyundai Motor e a empresa de autopeças é a Continental. O profissional de montadora é Steve St. Angelo, CEO da Toyota para a América Latina e Caribe, e o profissional de autopeças é Marcos Oliveira, presidente e CEO da Iochpe-Maxion. A Mercedes-Benz, que tradicionalmente conquista troféus no Prêmio REI, foi eleita nas categorias comercial leve (Sprinter), comercial pesado (Actros 2651) e inovação e tecnologia (segurança para ônibus). Ao completar cinco anos como fabricante local, a Hyundai Motor aparece de forma relevante nesta edição da revista também em artigo do jornalista Pedro Kutney, editor de Automotive Business, que foi a Piracicaba (SP) conhecer de perto a operação da montadora e ficou bem impressionado com as modernas técnicas de manufatura e eficiência das linhas de montagem. Sob o comando do presidente William Lee, a Hyundai Motor vem evoluindo de forma consistente desde sua implantação no País, com produtos que agradam em cheio ao consumidor. Pedro Kutney foi a Tochigi, no Japão, acompanhar uma reunião sobre estratégias globais da Honda e também cobriu o lançamento do Fiat Argo, hatch no qual a FCA aposta alto para recuperar a liderança nas vendas. O carro substitui o Palio e o Punto e incorpora um nível expressivo de avanços tecnológicos e configurações competitivas. Houve um forte trabalho com os fornecedores, garantindo alto índice de nacionalização de 93% no projeto. Nesta edição você vai conhecer também os vencedores do Annual Supplier Conference & Awards, da FCA, que perdeu o tradicional nome de Prêmio Qualitas e procura reforçar os traços globais da montadora também na região. O reconhecimento ocorreu dia 26 de maio em Belo Horizonte (MG). Merecem atenção a cobertura do Workshop Indústria 4.0 e do Fórum de RH, ambos promovidos por Automotive Business, e o artigo sobre as tecnologias autônomas para os caminhões Volvo. Boa leitura e até a próxima edição.

Editada por Automotive Business, empresa associada à All Right! Comunicação Ltda. Tiragem de 10.000 exemplares, com distribuição direta a executivos de fabricantes de veículos, autopeças, distribuidores, entidades setoriais, governo, consultorias, empresas de engenharia, transporte e logística e setor acadêmico. Diretores Maria Theresa de Borthole Braga Paula Braga Prado Paulo Ricardo Braga Editor Responsável Paulo Ricardo Braga (Jornalista, MTPS 8858) Editora-Assistente Giovanna Riato Redação Mário Curcio, Pedro Kutney e Sueli Reis Editor de Notícias do Portal Pedro Kutney Design gráfico Ricardo Alves de Souza Josy Angélica RS Oficina de Arte Fotografia Estúdio Luis Prado Publicidade Carina Costa, Greice Ribeiro, Monalisa Naves Atendimento ao leitor Patrícia Pedroso WebTV Marcos Ambroselli Comunicação e eventos Carolina Piovacari Impressão Margraf Distribuição Correios

Administração, redação e publicidade Av. Iraí, 393, conjs. 51 a 53, Moema, 04082-001, São Paulo, SP, tel. 11 5095-8888 paulo@portalab.com.br

Filiada ao

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ALTA RODA

LUIS PRADO

ALTERNATIVAS DE

FERNANDO CALMON é jornalista especializado na indústria automobilística fernando@calmon.jor.br

LEIA A COLUNA ALTA RODA TAMBÉM NO PORTAL AUTOMOTIVE BUSINESS

PATROCINADORAS

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MOBILIDADE

tendência dos motoristas brasileiros de utilizar novas tecnologias que facilitem sua vida no trânsito pesado do dia a dia fica amplamente demonstrada pela rápida aceitação dos sistemas de navegação por GPS. Era um acessório relativamente caro no começo, mas a introdução nos telefones inteligentes impulsionou sua utilização. Hoje, os chamados navegadores portáteis caíram em desuso. Centrais multimídia nos veículos passaram a incluir o GPS, porém esbarraram no preço elevado e na necessidade de atualizar mapas. Mais uma vez os celulares deram sua contribuição, pois mapas digitais recebiam atualizações frequentes e sem custo. Google Maps, Navtec (hoje, Here) e TeleAtlas (agora, TomTom) abriram novas fronteiras para traçar rotas. Permitiram ao motorista chegar a qualquer lugar onde nunca passaram antes e dispensavam obter informações com terceiros ou em mapas de papel. Isso, no entanto, era insuficiente. Uma startup (empresa iniciante) israelense, batizada de Waze, deu o terceiro e decisivo passo para revolucionar o modo mais rápido e prático de chegar de um ponto a outro. Tudo graças às redes de dados móveis das operadoras telefônicas e à colaboração dos usuários do serviço. Estes passaram a relatar problemas no trânsito, acidentes, alagamentos e agregando informações de forma automática sobre o percurso ao simples ato de abrir o aplicativo no celular. A empresa logo foi adquirida pelo Google, mas as duas redes continuam independentes. Pelo que se sabe, compartilham apenas dados de acidentes. Os concorrentes TomTom e Here reagiram por meio de convênios com redes controlado-

ras de tráfego e outras informações. Porém, só em São Paulo, o Waze tem 3,5 milhões de usuários, o que a torna a cidade mais conectada ao aplicativo no mundo. Se o motorista informa o final da placa, recebe caminho alternativo (quando possível) para evitar a zona de rodízio. O engajamento dos motoristas chega a apontar mais de 2 mil buracos por dia, bom roteiro para a prefeitura que desejar amenizar esse martírio. De outro lado, há queixas sobre roteiros passando por locais perigosos. André Loureiro, diretor da empresa no Brasil, informou à Coluna uma providência: “Em agosto de 2016, iniciamos um programa piloto no Rio de Janeiro, onde usuários podem apontar zonas de risco de criminalidade. Nossa equipe checa as informações e alimenta os algoritmos de atualização. Aos poucos teremos roteiros alternativos e esse serviço se estenderá a outras cidades”. Outra facilidade em falta é a integração do Waze ao Android Auto. Centrais multimídia têm telas maiores e de melhor resolução. Feita a conexão, acaba o problema de fixar o smartphone no para-brisa ou no painel e aumenta a segurança na exibição da rota, além de facilitar acionar um comando. Loureiro não pôde informar quando isso será possível. Ele confirmou, porém, que até o fim do ano o programa Waze Carpool estará disponível na capital paulista. O aplicativo poderá ser usado por quem está a pé à procura de carona solidária. O custo, calculado automaticamente, cobrirá apenas despesas de combustível. Promete tornar-se alternativa de mobilidade, diferente de serviços do tipo Uber e outros.

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FERNANDO CALMON

RODA VIVA SINDIPEÇAS confirma que frota brasileira de veículos leves e comerciais estagnou em 42,8 milhões de veículos, em 2016, apenas 0,7% acima de 2015. Há ainda 14 milhões de motocicletas. Este ano, muito provavelmente, frota total começará a encolher, como ocorreu nos EUA, após a crise financeira de 2008/2009. Outro aspecto ruim: envelhecimento da idade média dos veículos.

motor aspirado feito aqui) e 15,8 kgfm de torque. Nível de vibração é consideravelmente baixo para número ímpar de cilindros. Primeira aplicação mundial será no novo EcoSport, em agosto próximo.

FORD revelou características do novo motor tricilindro flex de 1,5 litro, a ser fabricado em Taubaté (SP). Ao utilizar etanol atinge 137 cv (maior potência específica de um

CARROS da Mini continuam a ser anabolizados pela BMW. Novo crossover Countryman tem 45% a mais de comprimento (hoje, 4,3 m) em relação ao primeiro modelo inglês

de 1959. Três versões chegam ao mercado: Cooper, Cooper S e ALL4 (tração integral). Motores turbo de 1,5 L (3 cilindros), 136 cv e de 2,0 L (4 cilindros), 192 cv. De R$ 144.950 a 189.950. CITROËN C3 e C3 Aircross finalmente estreiam o câmbio automático de seis marchas, da japonesa Aisin, como a Coluna antecipou. Seu funcionamento é suave e tem três modos, além de seleção sequencial. Motor de 1,5 L saiu de linha. Como a potência do motor de 1,6 L caiu 4 cv, as respostas ao acelerador ficaram algo mais lentas. Preços entre R$ 58.540 e R$ 76.400.

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DIVULGAÇÃO

CARREIRA

LUIZ PEDRUCCI VAI À FRENTE DA RENAULT NO BRASIL APÓS TRAJETÓRIA DE SUCESSO NA COLÔMBIA, EXECUTIVO ASSUME A MAIOR OPERAÇÃO DA EMPRESA NA AMÉRICA DO SUL

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esde 1o de julho, a Renault tem novo presidente no Brasil: LUIZ PEDRUCCI, que desde janeiro de 2016 estava à frente da subsidiária na Colômbia, assumiu o novo cargo no lugar de Fabrice Cambolive. Ele passa a responder, assim como seu antecessor, a Olivier Murguet, presidente da montadora para a região Américas. Natural de São Paulo, Pedrucci ingressou na Renault em 1997, ocupando diferentes funções na área comercial, incluindo a direção da divisão dedicada ao cliente, qualidade e serviço na área de pós-venda. Em 2012 passou a diretor de supply chain da região Américas. Sua trajetória é considerada de sucesso pela montadora, principalmente

com os resultados obtidos com a filial colombiana, levando a subsidiária a obter recordes de vendas e participação de mercado, fazendo da Renault Colômbia (Sofasa) uma das 40 maiores empresas do país. Formado em engenharia mecânica automobilística pela FEI, o executivo possui MBA pela Fundação Getúlio Vargas. Por sua vez, Fabrice Cambolive, que esteve à frente da Renault do Brasil desde 2015, passa a vice-presidente sênior e presidente do conselho da marca para a região que reúne os mercados de África, Oriente Médio e Índia (AMI). Ele se reportará ao vice-presidente executivo de performance do grupo Renault, Stefan Mueller.n

EXECUTIVOS HERLANDER ZOLA (foto 1) passa a ocupar o cargo de diretor da marca Fiat do Grupo FCA na América Latina, no lugar de Carlos Eugênio Dutra, que continua como responsável por portfólio, pesquisa e inteligência competitiva do grupo. O suíço-brasileiro WERNER SCHAAL, (foto 2) que atuou por mais de 20 anos na Mercedes-Benz, é o novo diretor de vendas da Porsche no Brasil, sucedendo a Heinz Moreira, transferido para a Alemanha. A Citroën promove FRIDA LICKEL (foto 3) como sua nova diretora comercial no Brasil. Executiva atua na empresa desde sua chegada no País, em 1990. ADALBERTO MOMI (foto 4) assume a diretoria geral da Meritor para a América do Sul no lugar de Silvio Barros, que se aposenta após 19 anos na companhia.

LUIS PRADO

A Ford tem novo presidente global: JIM HACKETT (foto 5) assume no lugar de Mark Fields, que renunciou ao cargo em maio. Hackett foi contratado há um ano para liderar a área de inovação da organização, conhecida como Smart Mobility e responsável por conduzir projetos como o carro autônomo, sistemas de inteligência artificial e tecnologia de impressão 3D.

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ARTIGO

| BECOMEX

DRAWBACK: Q

uando uma marca mundial desenvolve uma linha de produtos, logo a direção desse grupo começa a definir qual fábrica no mundo é a mais competitiva para assumir a nova produção. As candidatas iniciam suas campanhas apresentando seus custos de produção local. Mas como é possível que o Brasil se mantenha competitivo e atraia novos investimentos com custos reduzidos diante da crise? Uma das soluções é a utilização mais eficaz dos benefícios tributários concedidos pelo governo, que podem reduzir os custos de produção e tornar a operação local ainda mais competitiva, com mais atratividade para novos investimentos. O Drawback Intermediário é um bom exemplo. Trata-se de um regime aduaneiro especial, considerado um incentivo fiscal à exportação de produtos fabricados aqui no Brasil que pode suspender ou eliminar tributos incidentes na aquisição de insumos utilizados na produção de bens a serem exportados. Porém, mesmo com inúmeras vantagens para o exportador, o recurso ainda é subutilizado pelo setor no Brasil.

O Drawback permite redução média de 14% no custo de insumos importados. Um estudo da Becomex aponta que ainda há mais de R$ 300 milhões a serem recuperados pelo setor por esse regime. A complexidade em rastrear as informações dos processos de compra, produção e vendas entre fornecedores e montadoras ainda torna o Drawback pouco utilizado pelo setor. Para uma gestão potencializada do Drawback, a proposta mais eficiente deve ser realizada em conjunto entre montadoras e fornecedores. Esse trabalho consolidado em cadeia elimina problemas de rastreabilidade das informações entre as empresas e gera uma redução de custos da portaria para fora. Além disso, é preciso estimular a participação de toda a cadeia a partir da divisão de ganhos dos retornos de impostos. Essa aproximação dos elos da cadeia é o caminho para viabilizar não só esta, mas outras oportunidades em diversos benefícios que podem ser mais bem utilizados. Porém, isso só ocorrerá com o engajamento de todas as pontas. n

PEDRO DANTHAS

ELO ENTRE FORNECEDOR E MONTADORA PARA ELEVAR A COMPETITIVIDADE

Por JERSONY SOUZA, diretor da Becomex, empresa especializada no gerenciamento integrado na área tributária e operações internacionais

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NEO RODAS E FCA. UM RELACIONAMENTO DE SUCESSO. SEJA BEM VINDO FIAT ARGO.

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PORTAL

| AUTOMOTIVE BUSINESS

AS NOVIDADES QUE VOCÊ ENCONTRA EM WWW.AUTOMOTIVEBUSINESS.COM.BR CITROËN AIRCROSS E C3 RECEBEM NOVO CÂMBIO AUTOMÁTICO A Citroën conseguiu se livrar no Brasil de um grande calcanhar-de-aquiles, a antiga transmissão automática com trocas demoradas e apenas quatro marchas. Em seu lugar, os nacionais Aircross 1.6 e C3 1.6 passam a utilizar uma caixa Aisin de seis velocidades. A transmissão é feita no Japão.

FORD, NISSAN E AUDI JÁ SUPERARAM METAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Ford, Nissan e Audi foram as primeiras fabricantes de veículos a encarar a medição antecipada de eficiência energética para obter desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados, o IPI, conforme prevê o Inovar-Auto, e desde o início do ano já abatem um ponto porcentual do tributo de todos os modelos que vendem no País. As empresas aferiram consumo de combustível e emissões antes de outubro de 2016.

SEM BIG DATA, MONTADORA TEM 50% DE POSSIBILIDADE DE SUMIR No Brasil há quatro anos, o indiano Yeswant Abhimanyu percebe certa resistência das companhias automotivas para estruturar programas de inovação. Ele é gerente da área de mobilidade da Frost & Sullivan para a América Latina e avisa que a atualização é um caminho essencial. “Não dá para adiar ou não fazer. A cadeia produtiva do setor precisa se digitalizar se quiser sobreviver”, determina.

WEB TV youtube.com.br/automotivebusiness EVENTO

LANÇAMENTO

Confira, em vídeo, os vencedores do Prêmio REI 2017

Conheça o Fiat Argo, novo hatchback da FCA

EXCLUSIVO PONTO DE VISTA | SEGURANÇA Segurança é coisa séria no Portal AB. Nesta página você confere artigos e reportagens sobre o tema.

AB NEWS NA SEMANA

Acompanhe toda sexta-feira o vídeo com os principais acontecimentos automotivos

REDES SOCIAIS AB INTELIGÊNCIA Acompanhe a evolução das estatísticas das principais organizações do setor.

MOBILE WEBSITE Formato leve e adequado para quem acompanha as notícias pelo smartphone ou tablet. m.automotivebusiness.com.br

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NEGÓCIOS

DIVULGAÇÃO / VOLVO

TECNOLOGIA

ECONOMIA NO CANAVIAL VOLVO DESENVOLVEU SOLUÇÃO EM PARCERIA COM A CLIENTE USAÇÚCAR, QUE GARANTE TER MELHORADO A PRODUTIVIDADE COM CAMINHÃO AUTÔNOMO

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Volvo tem no Brasil parte importante de sua estrutura global para desenvolver caminhões autônomos. A primeira ofensiva local nessa área começou há pouco mais de um ano, quando a companhia firmou parceria com o Grupo Usaçúcar para testar a tecnologia na colheita da cana-de-açúcar. Com sede em Maringá (PR), o cliente tem dez usinas no Brasil com toda a produção voltada às exportações. Com mais de 60 anos de história, há 30 anos a empresa familiar mantém frota exclusiva de caminhões da marca sueca. Os veículos são usados no transporte de 18 milhões de toneladas de cana produzidas anualmente. Um deles se destaca, é o modelo autoguiado que roda na usina Santa Terezinha. “A Usaçúcar nos desafiou a resolver um problema de produtividade deles e este é o resultado”, conta Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo para a América Latina. Ele conta que até agora os testes mostram benefícios inquestionáveis com aumento da produtividade que se traduz em economia da ordem de R$ 25 milhões por ano para a empresa. A questão era bastante tradicional entre as companhias que atuam no setor sucroalcooleiro. Cada plantio de cana-de-açúcar garante cinco safras, uma por ano. O problema é que, com o processo mecanizado, a colheitadeira e o caminhão onde as plantas colhidas

são jogadas precisam andar lado a lado na lavoura sem passar em cima dos brotos, evitando o chamado pisoteio. Impedir a compactação, no entanto, é humanamente impossível porque há apenas 30 centímetros de distância entre as fileiras de cana. Na época da colheita, o trabalho ocorre 24 horas por dia, sete dias por semana. “São três turnos. A missão pode ser um pouco mais simples para quem trabalha durante o dia, mas quando está escuro o motorista não consegue enxergar nada”, conta Paulo Meneguetti, diretor da Usaçúcar. Pelas contas dele o prejuízo é superior a 20% por colheita. “A cada plantio, dos cinco anos acabamos perdendo um”, calcula. Para resolver o problema, a Volvo equipou um VM preparado para operações fora de estrada com sensores de movimento e de localização de alta precisão – basicamente o kit que será vendido no pacote de assistência à direção Tracking Assistance, a ser lançado na Fenatran, em outubro. A diferença é que, neste caso, a condução é efetivamente automatizada, equivalente ao nível dois, em que o motorista não precisa usar os pés ou as mãos, apenas permanecer atento ao trajeto. O veículo roda com precisão de 2,5 centímetros, o que evita o temido pisoteio dos brotos de cana e, assim, as perdas significativas a cada plantio. (Giovanna Riato, de Maringá-PR)

PRIMEIRO AUTÔNOMO SERÁ CAMINHÃO VOLVO

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em carro de luxo, nem Google Car. Se ninguém furar a fila, o primeiro veículo autônomo a ganhar presença comercial no Brasil será um caminhão da Volvo. Após concluir com sucesso a etapa mais desafiadora de um projeto piloto ao lado da Usaçúcar, a companhia prepara terreno para converter a tecnologia em negócio. “Devemos lançar aqui em breve, em dois ou três anos”, antecipa Bernardo Fedalto, diretor de vendas de caminhões no Brasil. Na prática, no entanto, o ritmo parece mais acelerado, como conta Lirmann. “Estamos conversando com uma série de clientes que poderiam se beneficiar do uso desses modelos em suas operações e demonstram interesse. Ainda é algo preliminar, não há nada fechado.”

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NEGÓCIOS

PONTO DE VISTA “Especialmente para os mais jovens, o veículo próprio é uma dor de cabeça. Ainda assim, isso não é uma ameaça ao negócio das montadoras no curto ou no médio prazo. Até porque existe uma frota de veículos que será demandada por essas plataformas de transporte” CARLOS AYUB, sócio da Deloitte especializado em indústria automotiva, ao comentar o estudo Global Automotive Study

SALÃO DE BUENOS AIRES

NOVIDADES DA ARGENTINA TAMBÉM MIRAM O BRASIL nquanto o mercado argentino recupera seu volume de vendas, o Salão de Buenos Aires traz novidades para atender a demanda local e também a brasileira. Entre os destaques está o novo Ford EcoSport, que será vendido primeiro no Brasil, a partir de agosto, mas que também chega ainda este ano na Argentina. A Renault apresentou o Kwid em solo argentino e aproveitou para anunciar que o modelo chegará ao Brasil com preços que vão de R$ 29.990 a R$ 39.990 para as versões iniciais. Uma configuração aventureira está prevista para o mercado brasileiro, a Outsider. A General Motors escolheu o salão para mostrar também o novo SUV médio Equinox, produzido no México, que será importado para substituir o Captiva no Brasil. O modelo global começa a ser vendido no mercado brasileiro a partir do quarto trimestre deste ano e o País será o primeiro a recebê-lo entre os demais mercados da América Latina. Outra novidade da GM é a mostra da picape TrailBoss, que foi conceito no Salão de São Paulo e desta vez a montadora apresenta a versão definitiva, que deve chegar em breve ao Brasil. Também foi destaque na Argentina o Jeep Compass produzido pela FCA em Pernambuco, bem como o Nissan Kicks e os Toyota Hilux Limited e Innova. No caso da Hilux, é baseada na versão 4x4 SRV cabine dupla e será incorporada à linha atual até o fim deste ano na Argentina. Para o Brasil, o modelo deve chegar como Iron, mas ainda sem data definida. Já a minivan

Innova, para até oito lugares, também tem seu lançamento previsto para o fim de 2017. A Volkswagen, que é líder do mercado argentino há 13 anos, exibiu novidades como o Up! TSI 1.0, já oferecido no Brasil, além da Amarok V6 automática de seis velocidades, com motor 3.0 turbodiesel de seis cilindros e 224 cv de potência. O novo Golf R, com 310 cv e tração integral, começará a ser oferecido na Argentina a partir de novembro e será o primeiro modelo R vendido no país. Vale citar também modelos inéditos no Salão de Buenos Aires: a Mercedes-Benz trouxe o conceito de sua picape Classe X, que pela primeira vez está sendo mostrada na América do Sul. A produção entre 2018 e 2019 já foi confirmada pela montadora a partir de uma parceria com a Aliança Renault-Nissan, que tem fábrica em solo argentino. (Sueli Reis) DIVULGAÇÃO

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AB INOVAÇÃO A REVOLUÇÃO DIGITAL E AS INICIATIVAS COM POTENCIAL PARA TRANSFORMAR A INDÚSTRIA AUTOMOTIVA

FORD LAB VAI INVESTIR EM STARTUPS BRASILEIRAS

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colaboração é um ingrediente básico para a inovação.” Com essa mensagem, Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul, anunciou a chegada do Ford Lab, programa da montadora que vai identificar e acelerar startups com soluções voltadas à mobilidade no Brasil. Assim, a empresa pretende colaborar com o ecossistema nacional de inovação e, em troca, ganhar impulso para enxergar novas oportunidades e parcerias localmente. O foco está em encontrar iniciativas com potencial para gerar impacto social positivo e que possam ganhar escala, chegando ao maior número de pessoas possível. Com a iniciativa, a Ford passa a ser uma das primeiras fabricantes de veículos a desenhar um programa exclusivo de aceleração de startups no Brasil. A companhia não revela o investimento, apenas confirma que o aporte será feito pelo Ford Fund, seu braço social. “Queremos encontrar soluções capazes de melhorar a vida das pessoas de baixa renda”, diz Jim Vella, presidente da instituição. O programa foi desenvolvido em parceria com a Artemisia, organização sem fins lucrativos focada justamente em dar suporte a iniciativas de impacto social. O programa de aceleração terá seis semanas de duração. Além de mentorias, as startups selecionadas receberão ajuda financeira de R$ 15 mil a R$ 20 mil.

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MCKINSEY MOSTRA PANORAMA PARA A MOBILIDADE URBANA

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BAIXE O ESTUDO COMPLETO

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McKinsey and Company elaborou um estudo para responder qual será o futuro da mobilidade. Diante da perspectiva de mudança dramática no ambiente urbano, com expansão da população que vive em grandes cidades, o relatório mostra como tendências sociais, econômicas e tecnológicas vão se misturar para transformar a mobilidade urbana.

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DIVULGAÇÃO / FCA / LEO LARA

AUTOPEÇAS

CERIMÔNIA reuniu os fornecedores da FCA Latam em Belo Horizonte (MG)

FCA AJUSTA RELAÇÃO E PRÊMIO A FORNECEDORES EM NOVO FORMATO, RECONHECIMENTO ENVOLVE 16 CATEGORIAS, ALGUMAS INÉDITAS PEDRO KUTNEY

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os poucos, a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) vai deixando para trás o passado regional da Fiat no Brasil e América Latina para dar traços globais à subsidiária de uma empresa maior e diferente, criada em 2014 com a fusão oficial da Chrysler com a Fiat. Mostra mais recente dessa estratégia é a edição deste ano da conferência e premiação dos fornecedores na região, que perdeu o tradicional nome de Prêmio Qualitas e mudou para o anglicista e globalizado “Annual Supplier Conference & Awards” da FCA Latam, realizado dia 26 de maio, em Belo Horizonte (MG). No bojo das mudanças, a FCA Latam apresentou o novo programa de relacionamento do grupo com os fornecedores, chamado 4T, que segundo a empresa tem como pilares as também anglicistas palavras-chave Trust (confiança), Teamwork (trabalho em equipe), Transpa-

rency (transparência) e Transformation (transformação). “Os fornecedores são os pilares do novo modelo de integração da FCA”, declarou em comunicado Antonio Filosa, diretor de compras da FCA Latam. “O mercado está cada vez mais desafiador, demandando de nós mais velocidade e capacidade. Entendemos que é importante repensar, reorganizar e reestruturar nossos modelos de funcionamento e processos”, completou. Também presente, o diretor global de compras da FCA, o americano Scott Thiele, enfatizou que é prioridade do grupo o movimento para impulsionar a competitividade dos fornecedores. “Temos trabalhado como um time global para atualizar nossa visão estratégica, que agora chamamos de ‘driving to excellence’ (algo como rumo à excelência)”, disse. Segundo ele, as prioridades máximas da FCA em 2017 são comprometimento, colaboração,

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AUTOPEÇAS

OS FORNECEDORES SÃO OS PILARES DO NOVO MODELO DE INTEGRAÇÃO

DIVULGAÇÃO / FCA

DA FCA

DIVULGAÇÃO / FCA

comunicação e competitividade. Richard Schwarzwald, há um ano vindo da Volkswagen do Brasil contratado como diretor de qualidade da FCA Latam, deu números para dimensionar o tamanho do relacionamento da FCA com seus fornecedores: “Foram mais de 2,5 milhões de e-mails, mais de 330 mil ligações

ANTONIO FILOSA, diretor de compras da FCA Latam

telefônicas entre a FCA e seus fornecedores no último ano”, citou. O executivo também destacou a mudança de visão necessária para atender o consumidor atual: “Vivemos na era da experiência. Por isso trocamos nosso foco no cliente para o foco do cliente. Essa mudança tem um significado muito forte para o produto final.”

PRÊMIO Em novo formato, a premiação da FCA aos fornecedores segue basicamente os mesmos critérios de sempre para reconhecer os parceiros da cadeia de suprimentos. Os vencedores das 16 categorias (agora também descritas em inglês) foram escolhidos com base na avaliação de indicadores de performance no último ano nas áreas de qualidade, entrega, custo, garantia e parceria. A esse exame objetivo foi adicionada a subjetiva “percepção da liderança do grupo FCA”. “Nós honramos os parceiros que sempre nos abastecem não apenas com suas melhores ideias e tecnologias, mas que também constantemente excedem nossas expectativas”, resumiu o diretor global de compras Scott Thiele. Além das categorias mais comuns nas premiações aos parceiros da cadeia de suprimentos, a FCA incluiu algumas novidades, como o prêmio “Mopar”, da marca de acessórios do grupo vendidos nas concessionárias;

FCA LATAM apresentou o programa de relacionamento 4T

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“Capex” (de capital expenditure, para fornecedores que fizeram investimentos em bens de capital); e o algo peculiar “Foundational Principles”, algo como “princípios fundamentais”, sem identificação de quais são eles. Na categoria “Inovação”, o próprio premiado é inovador: a PUC Minas, mostrando uma rara parceria no Brasil entre universidade e empresa. Também foram incluídas no prêmio duas menções honrosas pouco usuais, uma que reconheceu o abstrato “espírito latino” de três empresas e outra que homenageou três executivos de fornecedores que, de acordo com a FCA, contribuíram para a “construção de relacionamento significativo”. n

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AUTOPEÇAS

VIVEMOS NA ERA DA EXPERIÊNCIA. POR ISSO TROCAMOS NOSSO FOCO NO CLIENTE PARA O FOCO DO CLIENTE

RICHARD SCHWARZWALD, diretor de qualidade da FCA Latam

VENCEDORES DO ANNUAL SUPPLIER CONFERENCE AND AWARDS 2017 BODY/CARROCERIA AGC Vidros do Brasil RAW MATERIAL/MATERIAIS BÁSICOS Usiminas CHASSIS Maxion Wheels ENGINE SYSTEMS/SISTEMAS DE MOTOR Umicore Brasil

INNOVATION/INOVAÇÃO Universidade PUC Minas VALUE OPTIMIZATION/ OTIMIZAÇÃO DE VALOR Delphi Automotive Systems SUSTAINABILITY/SUSTENTABILIDADE Basf (divisão de tintas)

INTERIOR Denso Sistemas Térmicos

SUPPLIER INTEGRATION/INTEGRAÇÃO DE FORNECEDOR Revestcoat

ELECTRICAL/ELÉTRICOS Sumidenso

FOUNDATIONAL PRINCIPLES/ PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Denso Sistemas Térmicos

POWERTRAIN NGK MOPAR (ACESSÓRIOS ORIGINAIS) Cequent CAPEX (INVESTIMENTO EM BENS DE CAPITAL) GME SERVICES/SERVIÇOS N&C SUPPLY CHAIN MANAGEMENT/ GESTÃO DE CADEIA DE SUPRIMENTOS Tora Transportes Industriais

MENÇÕES HONROSAS LATAM SPIRIT/ESPÍRITO LATINO-AMERICANO Proma Tiberina Gestamp BUILDERS OF MEANINGFUL RELATIONSHIP/ CONSTRUTORES DE RELACIONAMENTO SIGNIFICATIVO Giuseppe Zippo (Denso) Thorsten Albrecht (Brose) Jessika Aline Manuel (PMC)

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LANÇAMENTO

APOSTA ALTA NO

FIAT ARGO COM QUATRO HATCHES, FCA ESPERA RETOMAR LIDERANÇA DE MERCADO PEDRO KUTNEY

O INVESTIMENTO NO ARGO É RELEVANTE PORQUE ENGLOBA NÃO SÓ O VEÍCULO EM SI, MAS TODA A SUA BASE PRODUTIVA, COM A COMPLETA MODERNIZAÇÃO DA FÁBRICA BRASILEIRA STEFAN KETTER, presidente da FCA Latam

TRAZENDO a nova identidade da Fiat, as linhas do Argo foram inspiradas no Tipo europeu

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A

direção da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) aposta bem alto no retorno do igualmente alto investimento de R$ 1,5 bilhão feito para desenvolver e lançar o Fiat Argo, que está sendo comercializado no Brasil por preços que vão de R$ 46,8 mil a R$ 70,6 mil, substituindo o Punto (que saiu de linha) e as versões mais caras do Palio. “Agora temos quatro hatches bem posicionados e provavelmente vamos retomar a liderança de mercado”, afirma sem rodeios Carlos Eugênio Dutra, agora diretor de portfólio e pesquisa da FCA América Latina. Pelos cálculos de Dutra, o segmento de hatches compactos – o maior do mercado brasileiro, onde se concentram mais da metade das vendas – tem atualmente tamanho de 80 mil unidades/mês e a Fiat espera aboca-

nhar cerca de um quarto disso, contando com 6 mil emplacamentos do Argo por mês, além de outras 15 mil unidades do Mobi, Uno e Palio. Este foi renovado pela última vez em 2012 e já está bastante defasado. Com a chegada do Argo passa a ser vendido só com motorização 1.0; basicamente será mais destinado a frotistas. “Nosso objetivo é ficar com pelo menos 20% dessa fatia de mercado”, diz o executivo. Dutra mostrou que atualmente o segmento nacional de hatches é dividido em duas fatias desiguais, uma com modelos abaixo de R$ 45 mil que respondem por 40% das vendas, os outros 60% são carros acima dos R$ 46 mil, com forte domínio de Chevrolet Onix, Hyundai HB20, Volkswagen Fox e Toyota Etios. “Na parte de baixo já estamos bem representados por Mobi, Uno e Palio, lideramos com 26% de participação. Na parte de cima agora temos o Argo com configurações muito competitivas”, destaca Dutra. QUALIDADES O desenvolvimento do Argo contou com cuidados refinados, antes pouco usuais na companhia. Internamente, ele é tido como o carro de maior qualidade já feito nos 40 anos de história da Fiat em Betim (MG),

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FOTOS: DIVULGAÇÃO / FCA

LANÇAMENTO

O ARGO teve novos padrões de desenvolvimento e manufatura, em linha com as melhores práticas globais

com a ambição de ser o melhor hatch compacto do País. “O investimento no Argo é relevante porque engloba não só o veículo em si, mas toda a sua base produtiva, com a completa modernização da fábrica brasileira”, enfatiza Stefan Ketter, presidente da FCA Latam. Com o modelo foram introduzidos novos padrões de desenvolvimento e manufatura, em linha com as melhores práticas mundiais. Houve também forte trabalho com fornecedores, que garantiu o alto índice de 93% de nacionalização do Argo desde seu nascimento – porcentual raro no cenário atual da indústria. Com sete versões que englobam três motorizações (1.0, 1.3 e 1.8) e três transmissões (manual, automatizada e automática de seis marchas), o Argo foi estrategicamente pensado para bater os hatches compactos mais “queridinhos” dos brasileiros

atualmente, Hyundai HB20 e Chevrolet Onix. Dutra conta que, em clínicas realizadas meses antes do lançamento com potenciais clientes, após apresentadas todas as qualidades do carro ao lado de três concorrentes (Onix, HB20 e Ford Ka), 100% deles disseram que comprariam o Argo em primeiro lugar. Nem sempre os clientes fazem na vida real o que disseram que fariam nas clínicas, mas é certo que a Fiat tratou de preparar um bom acervo de vantagens na guerra que vai travar com os rivais. Trazendo a nova identidade visual da Fiat, as linhas do Argo foram claramente inspiradas no Tipo europeu, um hatch médio, maior, mas com dianteira e traseira muito parecidas com as do primo brasileiro. O resultado ficou bom, o Argo tem aparência externa moderna e agradável – ainda que a novidade não tenha atraído muitos olhares curiosos nas ruas por onde passou em test-drive; no trânsito foi percebido como um carro como qualquer outro. Dentro de suas proporções compactas, o Argo é tão ou mais comprido, largo e espaçoso que seus concorrentes e o modelo que substitui, o Punto. O porta-malas de 300 litros e o volume interno da cabine de 2.806 litros estão entre os maiores da categoria. Houve cuidado superior com o isolamento acústico da cabine, que ficou bastante silenciosa. Para isso também ajudou o bom trabalho da engenharia que ajustou com precisão a geometria da carroceria. Sem grandes luxos, o interior do Argo é decentemente bem-acabado para um carro de sua categoria – com uso de materiais um ponto

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LANÇAMENTO

USAMOS AS

acima da usual indigência aplicada à arquitetura dos veículos brasileiros. No centro do painel sobressai a tela sensível ao toque de sete polegadas que agrega as funções da central multimídia (opcional na versão 1.0 e de série a partir da 1.3), que espelha funções do smartphone como navegação e músicas, via Android Auto ou Apple Car Play. O sistema de som com quatro alto-falantes midwoofer e dois tweeters é considerado o melhor da categoria. O conforto interno é completado com ar-condicionado de série para todas as versões, bem como acionamento elétrico de travas e vidros dianteiros.

A condução das versões 1.3 Firefly automatizada (109 cv) e 1.8 e.TorQ automática (139 cv) do Argo se mostrou bastante agradável com a suavidade da direção elétrica (de série em todas as versões) e suspensão bem ajustada, que transmite pouco ao interior as imperfeições do piso. Em termos de desempenho e prazer de dirigir, a motorização 1.8 com câmbio automático de seis velocidades casou muito bem com o Argo, deixa o carro bem esperto. A opção com motor Firefly 1.0 três-cilindros (77 cv) ainda não estava disponível para avaliação, mas tendo em vista o desempenho do 1.3, não se espera nada emocionante.

MELHORES ANÁLISES VIRTUAIS DISPONÍVEIS NO MUNDO PARA DESENVOLVER ESTE CARRO CLAUDIO DEMARIA, diretor de desenvolvimento de produto da FCA Latam

CUIDADO CONSTRUTIVO E 45% DE AÇOS DE ALTA RESISTÊNCIA A FCA se empenhou na tecnologia construtiva: “Usamos as melhores análises virtuais disponíveis no mundo para desenvolver este carro”, conta Claudio Demaria, diretor de desenvolvimento de produto da empresa para a América Latina. Na composição da carroceria, 45% dos aços utilizados são de alta resistência, sendo 10% estampados a quente. Demaria afirma que o Argo foi bem em todos os testes de impacto virtuais e reais realizados dentro da FCA, com baixo comprometimen-

to da estrutura da carroceria e bom funcionamento dos elementos de segurança passiva, como airbags frontais, sidebags (airbags laterais para motorista e passageiro disponíveis só como opcional nas versões mais caras 1.8 Precision e HGT), cintos de segurança de três pontos para todos os ocupantes, sistema Isofix de fixação de cadeirinhas para crianças, além de absorvedores de impacto estrategicamente instalados no

FOTOS: DIVULGAÇÃO / FCA

O ARGO foi bem nos testes feitos pela FCA, com baixo comprometimento da estrutura e bom funcionamento dos elementos de segurança

painel, portas, laterais superiores e apoia-pé do motorista. A segurança é complementada com diversos sistemas ativos, como os obrigatórios freios com ABS, mas a boa novidade é a incorporação de série do controle eletrônico de estabilidade e tração (ESP, fornecido no Brasil pela Bosch) a partir da versão Drive 1.3 GSR, com câmbio automatizado. No consumo – que segundo pesquisas consultadas pela FCA hoje representa a característica mais importante para 38% dos compradores de hatches compactos –, todas as versões do Argo ganharam nota A na etiquetagem veicular do Inmetro. Na cidade ajuda bastante o sistema start-stop de série desde a versão 1.0 mais barata, que desliga o motor nas paradas em semáforos e religa nas partidas. A Fiat usou a solução indistintamente, certamente para empurrar sua média de consumo para baixo e assim ganhar o benefício de desconto extra no IPI, como previsto nas metas de eficiência energética do Inovar-Auto.

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LANÇAMENTO

VALORES E EQUIPAMENTOS

C

om exceção da versão 1.0, todos os preços do Argo subiram em relação ao modelo que ele substitui, o Punto. O pacote de equipamentos é bastante completo desde a versão mais barata. A Fiat calibrou a tabela do hatch para competir essencialmente com Chevrolet Onix e Hyundai HB20, mas tem versões 1.8 que vão bastante além em valores. Mesmo o topo de linha HGT 1.8 AT6, em torno de R$ 71 mil, pode ter

o preço catapultado facilmente para além dos R$ 76 mil com inclusão de opcionais como pintura metálica, câmera de ré com sensor de estacionamento, ar-condicionado digital, retrovisores externos com rebatimento elétrico, sensores de chuva e crepuscular, revestimento de bancos de couro sintético, sidebags para passageiro e motorista e rodas de liga leve de 17 polegadas com pneus 205/50.

PREÇOS BÁSICOS DO ARGO E PRINCIPAIS LISTAS DE EQUIPAMENTOS FIAT ARGO 1.0 DRIVE MANUAL: R$ 46.800

Principais equipamentos incluídos no preço: direção elétrica progressiva; ar-condicionado; quadro de instrumentos com tela central TFT de 3,5 polegadas com relógio digital, calendário e indicador de temperatura externa, além de informações de distância percorrida, consumo médio, consumo instantâneo, autonomia, velocidade média e tempo de percurso; banco do motorista com ajuste de altura; sistema start-stop; acionamento elétrico de travas e vidros dianteiros; pré-instalação para som (dois alto-falantes dianteiros, dois alto-falantes traseiros, dois tweeters e antena). Com inclusão da central multimídia com tela sensível ao toque de sete polegadas com Apple CarPlay e Android Auto, o preço do Drive 1.0 sobe para R$ 48.790.

FIAT ARGO 1.8 PRECISION AUTOMÁTICO AT6: R$ 67.800

Acrescenta aletas para trocas atrás do volante, controle de velocidade de cruzeiro, apoio de braço para o motorista, volante revestido de couro.

FIAT ARGO 1.8 HGT MANUAL: R$ 64.600

Adiciona tela colorida de 7 polegadas no quadro de instrumentos com informações do computador de bordo, friso vermelho na grade dianteira, spoilers no para-choque, moldura preta na parte inferior da lateral e nas caixas de roda, ponteira de escapamento cromada, rodas de liga leve de 16 polegadas e calibração de suspensão mais esportiva, faixa vermelha no painel.

FIAT ARGO 1.3 DRIVE MANUAL: R$ 53.900

FIAT ARGO 1.8 HGT AUTOMÁTICO AT6: R$ 70.600

Adiciona sistema de monitoramento da pressão dos pneus, central multimídia, volante multifuncional e porta USB extra para o passageiro traseiro.

Acrescenta aletas para trocas de marcha atrás do volante, apoio de braço para o motorista e controle de velocidade de cruzeiro.

FIAT ARGO 1.3 DRIVE GSR AUTOMATIZADO: R$ 58.900

FIAT ARGO 1.8 OPENING EDITION MOPAR: R$ 75.200

FIAT ARGO 1.8 PRECISION MANUAL: R$ 61.800

Adiciona alarme, faróis de neblina, LED de contorno do farol, rodas de liga leve de 15 polegadas e banco traseiro bipartido.

DIVULG AÇÃ O

/F CA

Adiciona controles de tração e estabilidade ESP, assistente de partida em rampa, aletas para trocas de marcha no volante, controle de velocidade de cruzeiro, apoio de braço para o motorista, acionamento elétrico de vidros traseiros e retrovisores.

Baseado na versão de topo 1.8 HGT automática, acrescenta acessórios Mopar. Limitada a mil unidades, a versão especial do Argo será oferecida somente com pintura Azul Portofino, teto e retrovisores pretos, aerofólio preto na tampa traseira, rodas de alumínio de 16 polegadas escurecidas, protetor de soleira das portas, tapetes de borracha e carpete, kit de alto-falantes com 60 W e a identificação Mopar nas colunas traseiras. Os donos dessas unidades terão as três primeiras revisões gratuitas. n

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PRÊMIO REI

OS MELHORES DE 2017

FOTOS: LUÍS PRADO

HYUNDAI MOTOR É A EMPRESA DO ANO A HYUNDAI MOTOR BRASIL, QUE TEM WILLIAM LEE COMO PRESIDENTE, FOI APONTADA A EMPRESA DO ANO PELO PRÊMIO REI. A CONTINENTAL, COMANDADA POR FRÉDÉRIC SEBBAGH, É A EMPRESA DE AUTOPEÇAS. STEVE ST. ANGELO, CEO DA TOYOTA, É O PROFISSIONAL DE MONTADORA E MARCOS OLIVEIRA, PRESIDENTE E CEO DA IOCHPEMAXION, O PROFISSIONAL DE AUTOPEÇAS

A

purados os votos dos leitores e participantes de eventos de Automotive Business, foram apontados os vencedores do Prêmio REI 2017, que reconhece os melhores profissionais e empreendimentos no período compreendido entre 1o de fevereiro de 2016 e 1o de fevereiro de 2017. A Hyundai Motor Brasil, que tem William Lee como presidente, foi escolhida a empresa do ano. A Continental, cujo presidente é Frédéric Sebbagh, é a empresa de autopeças. Steve St. Angelo, CEO da Toyota, é o profissional de montadora e Marcos Oliveira, presidente e CEO da Iochpe-Maxion, o profissional de autopeças. Merece destaque o desempenho da MercedesBenz na eleição. A empresa foi vencedora nas categorias comercial leve (com o Sprinter),

comercial pesado (Actros 2651) e inovação e tecnologia (segurança para ônibus). O Prêmio REI – Reconhecimento à Excelência e Inovação tem 15 categorias e recebe a inscrição de cases que são submetidos a uma seleção prévia por meio de um júri de 29 profissionais relacionados à indústria automobilística. O júri elege os quatro melhores cases em cada uma das 15 categorias. Em uma segunda etapa os cases selecionados são submetidos ao voto dos leitores e participantes de eventos de Automotive Business para a eleição dos vencedores. A entrega dos troféus foi feita em 13 de junho no bufê Dell’Orso, em Moema, São Paulo. Os finalistas e os eleitos são apresentados nas páginas seguintes.

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PRÊMIO REI

PEDRO PESSOA, profissional de marketing da Mobil, CURT AXTHELM, gerente sênior de marketing de produto ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, e FLÁVIA PIOVACARI, consultora PEDRO KUTNEY, editor de Automotive Business, LUIZ CARLOS MORAES, diretor de comunicação corporativa e relações institucionais da Mercedes-Benz do Brasil, DAVID WONG, diretor da AT Kearney, PAULO RICARDO BRAGA, diretor e editor de Automotive Business, e ANGEL MARTINEZ, vice-presidente executivo da Hyundai Motor Brasil

CÁSSIO PAGLIARINI, diretor de marketing da Hyundai Motor Brasil, ANGEL MARTINEZ, vice-presidente executivo da Hyundai Motor Brasil, ARI DE CARVALHO, diretor de vendas e marketing de caminhões da Mercedes-Benz do Brasil, DAN IOSCHPE, presidente do Sindipeças, RICARDO MARTINS, diretor de assuntos corporativos, relações governamentais e recursos humanos da Hyundai Motor Brasil, e WILLIAM LEE, presidente da Hyundai Motor Brasil

LEVI LOBATO, diretor do Grupo Z Comunicação, PAULA BRAGA PRADO, diretora do Prêmio REI, e MÁRIO GUITTI, superintendente do IQA – Instituto da Qualidade Automotiva

MONTADORA

HYUNDAI MOTOR

WILLIAM LEE, presidente, e Angel Martinez, vicepresidente executivo, ambos da Hyundai Motor Brasil

Em um ano desafiador, a Hyundai encerrou 2016 com o segundo veículo mais vendido do País (o HB20) e modificou, pela primeira vez em 40 anos, a composição do “Big 4”, grupo que reúne as quatro maiores montadoras do Brasil. No consolidado do ano, a Hyundai vendeu 197.579 automóveis e a família HB20 respondeu por 85% no volume de venda, desempenho 25% superior a 2015. A Hyundai se destacou no mercado baseada em cinco fatores estratégicos fundamentais: 1) a renovação da linha HB20, no fim de 2015, que encurtou o ciclo de vida habitual do mercado brasileiro e manteve o modelo altamente desejado; 2) Garantia de cinco anos que preserva o valor de revenda do HB20; 3) as ações e os investimentos aplicados nas concessionárias desde 2012, com foco na excelência do atendimento, posicionaram a Hyundai entre as marcas mais bem avaliadas em pós-venda e assistência técnica no Brasil em 2016; 4) a manutenção da operação da fábrica em Piracicaba em três turnos, sem paradas ou demissões, abasteceu o mercado com volume suficiente para responder à demanda; 5] aposta no mercado e no desejo do consumidor, com o lançamento durante o Salão Internacional de Automóvel de São Paulo de 2016, do SUV compacto Hyundai Creta, modelo global da marca agora produzido no Brasil com itens exclusivos para o consumidor local.

FINALISTAS

FCA Investimento no fortalecimento da indústria nacional Hyundai Motor Entre as Big 4 Nissan O ano atrevido da marca no Brasil Toyota O melhor ano de vendas no País

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OS MELHORES DE 2017 EMPRESA DE AUTOPEÇAS

CONTINENTAL

E-CLUTCH: SISTEMA ACIONA ELETRONICAMENTE A EMBREAGEM

Em 2016 o Grupo Continental se destacou na 24ª edição do Prêmio Interação da Mercedes-Benz com projeto de painel de instrumentos com display de alta resolução para ônibus e caminhões. Esse projeto proporcionou à sistemista a primeira posição da categoria Inovação Tecnológica. O display TFT colorido foi introduzido nos painéis de instrumentos da Mercedes-Benz, com uma tecnologia de alta definição que valoriza a interface com o motorista, além de ser compatível com uma ampla gama de aplicações. A parceria tecnológica entre as duas grandes empresas do setor automobilístico se estende pelos continentes americano, asiático e europeu. O Grupo Continental também foi reconhecido pela General Motors com três prêmios Supplier Quality Award por sua performance de excelência em qualidade e teve destaque na premiação por ser reconhecido em três de suas divisões: Pneus, Chassis and Safety e Powertrain

FINALISTAS

AETHRA Investimento e inovação em meio à crise CONTINENTAL Prêmio Interação da Mercedes-Benz em inovação tecnológica MAXION WHEELS Expansão em rodas de alumínio ZF Vanguarda tecnológica a serviço da mobilidade

MARCELO LUCARELLI, PAULO ALENCAR, gerente de comunicação corporativa e marketing institucional, e FRÉDÉRIC SEBBAGH, presidente para o Mercosul da Continental

PROFISSIONAL DE MONTADORA

STEVE ST. ANGELO

CEO DA TOYOTA PARA A AMÉRICA LATINA E CARIBE

A indicação de Steve St. Angelo como CEO para a América Latina e Caribe em 2012, sustentada pelo próprio presidente executivo da Toyota Motor Corporation, Akio Toyoda, possibilitou à região uma direção ainda mais focada na obtenção de um crescimento sustentável. Sob a liderança de St. Angelo, a Toyota atingiu um inédito patamar em vendas no mercado latino-americano ao conquistar 10% de market share. Direcionadas por meio de seu mapa estratégico, todas as áreas da empresa passaram a contar com uma direção comum, atuando com indicadores de performance e metas focados nos processos, comportamentos e na cultura de melhoria contínua, uma das fortalezas e marcas da Toyota no mundo e que a tornou uma das corporações líderes em satisfação dos clientes. St. Angelo foi o criador e incentivador da filosofia corporativa pautada no crescimento sustentável de uma árvore: as pessoas são simbolizadas pelas raízes – é necessário que sejam fortes e para isso é preciso tratar o solo, fertilizar, regar. No fim desse meticuloso processo, o tronco também será forte e nele se baseia o crescimento. Os frutos são resultados do cuidado e do tempo de preparo, baseado em investimentos que visem ao fortalecimento da operação em toda a região da América Latina.

FINALISTAS

STEVE ST. ANGELO MAURO CORREIA STEFAN KETTER WILLIAM LEE

LUIZ CARLOS ANDRADE JR., coordenador-chefe para a região da América Latina e Caribe, recebeu o troféu em nome de Steve St. Angelo, CEO da Toyota para a América Latina e Caribe

CEO da Toyota para a América Latina e Caribe Presidente da Caoa Montadora Presidente da FCA América Latina Presidente da Hyundai Motor Brasil

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OS MELHORES DE 2017

PRÊMIO REI

PROFISSIONAL DE AUTOPEÇAS

MARCOS OLIVEIRA

PRESIDENTE E CEO DA IOCHPE-MAXION

MARCOS OLIVEIRA, presidente e CEO da Iochpe-Maxion

Presidente e CEO da Iochpe-Maxion desde 2014, Marcos Oliveira destacou-se em 2016 por liderar as operações das divisões Maxion Wheels, Maxion Structural Components e AmstedMaxion no Brasil e no mundo focando em ações estratégicas que mitigassem os efeitos da crise. No Brasil, o executivo coordenou expressivas ações de redução de custos por meio da readequação de capacidade produtiva em rodas de aço enquanto liderava o crescimento dos negócios (produção e vendas) provenientes de suas plantas estrangeiras localizadas na América do Norte, Europa e Ásia que, juntas, representam hoje acima de 75% da receita global da Iochpe-Maxion. Marcos Oliveira e sua equipe de executivos concluíram também em 2016 um expressivo plano de investimentos em capacidade produtiva no Brasil e inauguraram uma fábrica de rodas de alumínio em Limeira, interior de São Paulo.

FINALISTAS

PIETRO SPORTELLI Presidente da Aethra Sistemas Automotivos

DANIEL RANDON Presidente da Fras-le e vice-presidente da Randon S.A.

WILSON BRICIO Presidente da ZF América do Sul

MARCOS OLIVEIRA Presidente e CEO da Iochpe-Maxion

VEÍCULO DE PASSAGEIROS

JEEP COMPASS

A nova geração deste SUV médio passou a ser fabricada no Brasil, único país a lançá-lo comercialmente em 2016. O Compass tem uma ampla opção de versões, com motor 2.0 flex de 159/166 cv (gasolina/etanol) e 2.0 a diesel de 170 cv. O câmbio pode ser manual ou automático e a tração é 4x2 ou 4x4, com seletor de terreno. O porta-malas tem 388 litros na versão Trailhawk e 410 litros nas demais.

FINALISTAS

HYUNDAI CRETA JEEP COMPASS

ALEXANDRE AQUINO, gerente de produto da marca Jeep

NISSAN KICKS PORSCHE 911

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PRÊMIO REI

COMERCIAL LEVE

MERCEDES-BENZ SPRINTER

A nova geração do Sprinter, fabricada na Argentina, estreou nas versões van de passageiros, furgão e chassi-cabine. Com novo design e mais itens de conforto e segurança, a linha 2017 equipara o modelo ao veículo que é vendido na Europa e nos EUA. As principais novidades são assistente de vento lateral, luzes de circulação diurna, faróis de neblina e bancos maiores.

FINALISTAS

LUIZ GONZAGA DELFINO JUNIOR, engenheiro de produto e marketing para vans da Mercedes-Benz do Brasil

CHEVROLET S10

FIAT TORO

FORD RANGER

MERCEDES-BENZ SPRINTER

COMERCIAL PESADO

MERCEDES-BENZ ACTROS 2651 6X4

ARI DE CARVALHO, diretor de vendas e marketing, e LUIZ GONZAGA DELFINO JUNIOR, engenheiro de produto e marketing para vans da Mercedes-Benz do Brasil

O caminhão Actros é o resultado concreto do slogan utilizado pela Mercedes-Benz, “As Estradas falam. A Mercedes-Benz ouve”. Esse produto, nascido no Centro de Desenvolvimento Tecnológico de São Bernardo do Campo (SP), reúne componentes e equipamentos que foram demandados pelos clientes da marca nos últimos anos. O Actros “mix-road” é reconhecido pelos clientes por conta de seu desempenho tanto nas estradas de terra quanto em asfalto, operando com a mesma eficiência em condições diferentes de uso. O veículo tem expandido sua presença em aplicações rodoviárias, como o transporte de cargas frigorificadas, tanques de combustíveis e produtos químicos, transporte de grãos, cegonheiro e porta-contêiner. Com apenas um ano de seu lançamento, o Actros já obteve um aumento de 145% nas vendas no mercado brasileiro. Foram mais de 700 unidades emplacadas, sendo 260 do Actros 2651 – considerado o caminhão mais potente produzido pela Mercedes-Benz no Brasil. Com o motor de 13 litros com 510 cv e maior tanque de combustível do segmento 6x4, com 1.080 litros, o Actros 2651 oferece ao cliente uma economia de até 5% no custo operacional, o que superou suas expectativas. Todo esse sucesso é resultado do compromisso da empresa em ouvir as estradas e transformar as necessidades dos clientes em soluções rentáveis de transporte.

FINALISTAS FORD CARGO 2429 MERCEDES-BENZ ACTROS 2651 6x4 MAN Constellation 19.360 e 25.360 SCANIA Primeiro ônibus nacional a biometano/GNV

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OS MELHORES DE 2017 MARKETING E PROPAGANDA

NISSAN

PATROCÍNIO DOS JOGOS OLÍMPICOS E PARALÍMPICOS

2016 foi intenso para a Nissan. A empresa renovou produtos e patrocinou pela primeira vez em sua história de mais de 80 anos uma edição dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, no Rio, incluindo os revezamentos da tocha. A empresa patrocinou um time de atletas e forneceu 4.200 veículos para o evento. Os objetivos eram tornar a marca mais conhecida, aumentar as vendas e lançar mundialmente o crossover compacto Nissan Kicks. As metas foram superadas. As estratégias contribuíram para que a participação de mercado aumentasse 1 ponto porcentual, indo da média de 2,5% para 3,5%, com pico de 4,1% em setembro. O Kicks já é um dos SUVs compactos mais vendidos do mercado. A Nissan ainda ocupou o primeiro lugar mundial entre todas as plataformas sociais da categoria automotiva (Fonte: Origami Logic). E a hashtag #QuemSeAtreve, usada para marcar as ações nos jogos, foi a terceira mais usada no mundo entre todas as empresas, só ficando atrás de hashtags da Coca-Cola. As postagens nas redes sociais da Nissan alcançaram 26 milhões de pessoas. A Nissan também foi a patrocinadora mais divulgada em matérias citando os jogos na imprensa no Brasil, com mais de 4 mil reportagens. O filme Perseguição, com atletas do Time Nissan interagindo com os carros, foi a propaganda automotiva mais vista no Youtube no Brasil, acumulando mais de 15 milhões de visualizações.

HUMBERTO GÓMEZ, diretor de marketing da Nissan do Brasil

FINALISTAS

AUDI Ação inovadora foca plataforma de geração de conteúdo FCA Fiat lança Mobi com campanha integrada NISSAN Patrocínio dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos VOLKSWAGEN Virtual Experience: a sensação de estar dentro de um carro sem sair de casa

MANUFATURA

BOSCH

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORES

A busca pela competitividade e desenvolvimento sustentável de fornecedores impulsionou a Bosch a desenvolver em conjunto com CNI-IEL um programa de fornecedores mais amplo e que trata de pilares essenciais para a competitividade da indústria nacional. A Bosch contou com a parceria do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores. Esse suporte veio complementar o modelo tradicional de desenvolvimento de fornecedores da Bosch, realizado desde 2002, atuando na melhoria de produtividade e suporte à qualidade em fornecedores estratégicos pelo desenvolvimento da manufatura enxuta (lean manufacturing). Grande parte dos esforços introduzidos não era sustentável muitas vezes por deficiências em fatores ligados a liderança, gestão das mudanças e problemas financeiros. O atual programa de desenvolvimento leva a 20 fornecedores estratégicos da Bosch o desenvolvimento da manufatura enxuta, desenvolvimento de todos os níveis de liderança, do CEO a líderes de time, pela consultoria especializada em desenvolvimento de pessoas, da gestão de custos e finanças. Os fornecedores participarão de rodada de negócios com o objetivo de alavancar novas transações. Os resultados obtidos até o momento apresentam ganhos médios de 63% de produtividade, de 20% na eficiência dos equipamentos (OEE), safe launches, além de um índice de 95% de sustentabilidade dos resultados durante um ano.

GIULLIANO AMPUDIA, vice-presidente de compras, e JEFFERSON ALMEIDA, gerente de desenvolvimento de fornecedores da Robert Bosch para a América Latina

FINALISTAS

BOSCH Programa de desenvolvimento de fornecedores FCA Nova fábrica de motores FORD Projeto fusão NISSAN Pintura na fábrica de Resende, RJ, para o Kicks em dois tons

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PRÊMIO REI

LOGÍSTICA

TEGMA

ROTEIRIZADOR DE CARGAS PARA CARRETAS-CEGONHA

GLAUBER DIEGO SOUZA BRANCAGLION, supervisor de programação da Tegma Logística

Objetivo: programar, de forma sistêmica, cargas fracionadas para o transporte de veículos zeroquilômetro. Buscando inteligência, agilidade e melhoria de processos, o projeto foi desenvolvido para atender a todos os clientes da indústria automobilística. Modelo antigo: o programador realiza manualmente a montagem das cargas manuseando Danfes, e em seguida, também de forma manual, acrescenta o CT-e e o MDF-e ao processo documental para realização do transporte (nível Brasil). Modelo atual: por meio de um software, o programador com alguns cliques e em minutos obtém a melhor montagem possível das cargas para os veículos em estoque naquele momento e a impressão sequencial dos documentos. Benefícios: eliminação do manuseio de Danfes na montagem de cargas; padronização das regras de montagem de carga (roteirização e tamanho dos diversos modelos de veículos); priorização automática de veículos seguindo o Fifo ou prioridade dos clientes; redução do tempo do veículo no pátio, com possiblidades, por exemplo, de inclusão de veículos que cheguem à filial até 20 minutos antes do início da montagem das cargas; impressão simultânea da NF-e, CT-e e do MDF-e (parte documental da carga); centralização da gestão da montagem de cargas visando à redução de custos e ganhos qualitativos; “transportar” todas as etapas/processos da atividade de montagem de cargas, que eram realizadas manualmente e que consequentemente estavam sob o domínio e conhecimento do programador, para o domínio da Tegma de uma forma inteligente e estruturada.

FINALISTAS

DELPHI Revolução logística e conquista de novos mercados FORD Centro de exportação Ford Bahia SCANIA Serviços conectados TEGMA Roteirizador de cargas para carretas-cegonha

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

MERCEDES-BENZ

TECNOLOGIA DE SEGURANÇA PARA ÔNIBUS BRASILEIROS

CURT AXTHELM, gerente sênior de marketing de produto ônibus da Mercedes-Benz do Brasil

Durante seus 60 anos, a Mercedes-Benz sempre trouxe inovações em seus produtos para o mercado brasileiro. Em 2016 não foi diferente. A marca entregou mais qualidade, segurança e conforto para os milhões de usuários que utilizam o transporte rodoviário. As tecnologias inéditas, apresentadas a seguir, estão à disposição do mercado. 1) AEBS – Advanced Emergency Braking System (Sistema de Frenagem de Emergência): detecta situações de risco e diminui os impactos de uma eventual colisão ativando a frenagem sem a intervenção do motorista (https://youtu.be/TzMkOvtgGvI). 2) LDWS – Lane Departure Warning System (Sistema de Aviso de Faixa): emite um alerta sonoro e visual quando há mudança de faixa involuntária do veículo (https://youtu.be/oCSEZSPgOKI). 3) TPMS – Tyre Pressure Monitoring System (Sistema de Monitoramento da Pressão e Temperatura dos Pneus): avisa no painel quando o pneu estiver com a pressão inadequada e com alta temperatura (https://youtu.be/2uvOBsbWQqA). A Mercedes-Benz é referência no desenvolvimento de ônibus, destacando-se em pioneirismo e inovação tecnológica ao antecipar soluções no transporte de passageiros. Matéria sobre as novas tecnologias: http://carros.uol.com.br/noticias/ redacao/2017/01/27/onibus-inteligente-freia-sozinho-segura-na-curva-e-alerta-motorista-veja.htm

FINALISTAS

BOSCH Side View Assist para motocicletas FORD Motor Ecoboost 1.0 MARCOPOLO Poltrona antissono para veículos comerciais MERCEDES-BENZ Tecnologia de segurança para ônibus brasileiros

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OS MELHORES DE 2017 SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

TOYOTA

PROJETO APA COSTA DOS CORAIS

A luta pela preservação da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, que contempla 413 mil hectares entre três municípios de Pernambuco e dez de Alagoas, tomou força por meio do projeto Toyota APA Costa dos Corais. Trata-se de uma parceria entre a Fundação Toyota do Brasil, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação SOS Mata Atlântica. Há seis anos a ação conserva recifes de corais, protege áreas de manguezais, preserva o habitat do peixe-boi-marinho, um dos mamíferos aquáticos mais ameaçados de extinção, e promove a formação consciente de cidadãos e a capacitação de profissionais. Entre os resultados obtidos estão: a recuperação de espécies da Zona de Preservação da Vida Marinha (ZPVM), onde são permitidas apenas pesquisas científicas, de Tamandaré (PE), o fechamento de mais duas ZPVMs em Japaratinga e Maragogi (AL) para recuperação da vida marinha e a reintrodução de diversos peixes-bois à natureza. A ação contribuiu para que a espécie deixasse de constar na categoria “Criticamente em Perigo”, da Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção em 2014. Atualmente, especialistas contabilizam até 1.000 peixes-bois entre Alagoas e o Amapá. Antes eram estimados apenas 500. Além da preservação ambiental, o projeto Toyota APA Costa dos Corais contribui com a formação dos cidadãos, geração de renda e turismo sustentável. É o exemplo da Associação Peixe-boi, que realiza o turismo de base comunitária na cidade, capacitando moradores e ex-pescadores para trabalhar no projeto. Cerca de 70 famílias vivem em razão da espécie. Em 2016, a Fundação Toyota expande suas parcerias na região, agora com o Instituto Biota, que promove a conservação de mamíferos aquáticos e tartarugas marinhas na porção sul da APA.

ANDERSON SUZUKI, gerente geral de comunicação e relações públicas da Toyota do Brasil; THAIS GUEDES, coordenadora de projetos da Fundação Toyota; e ESMERIDA SAORI YANO NISHIKAWA, diretora executiva da Fundação Toyota do Brasil

FINALISTAS

FCA Biodiversidade no Polo Automotivo Jeep FORD Programa de educação prepara jovens para o primeiro emprego NISSAN Projeto Caju: legado muito além dos jogos Rio 2016 TOYOTA Projeto APA Costa dos Corais

AUTOPEÇAS E SISTEMAS

BOSCH

ADVANCED PFI MELHORA PERFORMANCE E REDUZ CONSUMO

O Advanced PFI é um sistema de injeção que combina quatro recursos com foco na melhoria do desempenho do motor e na redução do consumo de combustível em até 12%. 1) Dois injetores de combustível por cilindro: posicionados de forma otimizada para que o combustível injetado proporcione a melhor mistura ar/combustível. 2) Controle da vazão e pressão de trabalho da bomba de combustível: na partida a frio do motor, a pressão do combustível é aumentada, proporcionando melhor vaporização e mistura, aumentando o desempenho do motor e reduzindo o combustível depositado nas paredes do coletor, além de minimizar a quantidade de combustível no cárter do motor. O Advanced PFI da Bosch diminui as emissões de hidrocarbonetos em cerca de 20%. 3) Injeção de combustível com válvula de admissão aberta: o combustível é injetado durante o ciclo de admissão do motor. Como resultado, o combustível é vaporizado na câmara de combustão, reduzindo a temperatura, o que gera um aumento na taxa de compressão e redução do consumo em até 2%. 4) Scavenging (lavagem do cilindro) – pelo controle das válvulas de admissão e escape é possível fazer a troca completa dos gases na câmara de combustão, aumentando a velocidade do gás de escape. O processo melhora o tempo de resposta do turbocompressor (reduz o “turbo lag”). A combinação de motor downsizing com turbocompressor e scavenging pode economizar em torno de 10% do combustível.

CARLA MALTEMPI, chefe de marketing e comunicação de sistemas a gasolina, e BESALIEL BOTELHO, presidente da Robert Bosch para a América Latina

FINALISTAS

Aethra Bosch Delphi Sabó

Tanque híbrido: inovação diante das novas tendências Advanced PFI melhora performance e reduz consumo Próximo passo em tecnologia de injetor aquecido e redução dos gases Tecnologia revolucionária para retentores e sistemas de vedação

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OS MELHORES DE 2017

PRÊMIO REI

MOTORES E TRANSMISSÕES

NISSAN

DEMOCRATIZANDO O CÂMBIO CVT

ROGÉRIO LOURO, diretor de comunicação da Nissan do Brasil

Durante muito tempo existiu – e ainda acontece na indústria – um distanciamento entre o que há de melhor em desenvolvimento de produtos e o segmento de entrada. Não para a Nissan. A empresa mostrou que mobilidade inteligente também é levar tecnologia de ponta a todos. Assim, democratizou o acesso ao câmbio continuamente variável, introduzindo o sistema no segmento dos compactos, nos modelos March e Versa, com o câmbio XTronic CVT, reconhecido mundialmente e difundido em carros da marca de segmentos superiores, como Altima e Murano. Essa transmissão da Nissan tem construção avançada, com duas polias de diâmetro variável, ligadas por uma correia metálica. Elas se afastam ou se aproximam, de forma inteligente, diminuindo ou aumentando a largura do canal por onde passa a correia. Assim, elevam ou reduzem a velocidade de acordo com a “ordem” enviada pelo pé do motorista. A caixa, feita pela Nissan especificamente para os compactos, é avançada e foi retrabalhada pelos engenheiros do Brasil, com base nas necessidades dos clientes – conforto, desempenho e economia – e levando em conta as condições de rodagem do dia a dia. O resultado é um conjunto forte, com entrega de torque precisa e linear, menor consumo de combustível (os dois carros são nota A em eficiência energética) e impressionante custo-benefício, já que o valor das revisões é o mesmo das versões com câmbio manual.

FINALISTAS FCA Família Firefly MAN Motor MAN E08 100% GNV NISSAN Democratizando o câmbio CVT VOLKSWAGEN Revolução no mercado com Golf Comfortline e motor TSI Total Flex

INSUMOS

CBA

ALUMÍNIO DE ALTA RESISTÊNCIA EM SISTEMA DE ABSORÇÃO DE IMPACTO

FABIANO URSO, gerente geral comercial do negócio de transformados; FERNANDO VARELLA, diretor do negócio de transformados; FERNANDA OLIVEIRA, gerente de comunicação e responsabilidade social; e GIULIANO FERNANDES, gerente de desenvolvimento de mercado e inovação da CBA – Companhia Brasileira de Alumínio

A CBA, localizada em Alumínio (SP), antecipando a nova onda de aluminização em veículos de passeio (em sistemas de crash management como lâminas de para-choque, crash-box, barras laterais e transversais), após substituição de outros metais por alumínio em sistemas HVAC, rodas e mais recentemente em powertrain no Brasil, desenvolveu soluções estruturais e de segurança automotiva com ligas de alta resistência. Após intenso trabalho de P&D local e investimentos em tecnologias de simulações estruturais estáticas e dinâmicas, a CBA ampliou o portfólio com ligas da série 7xxx, originalmente utilizadas na indústria aeronáutica e até então somente disponíveis em outras regiões do mundo, com soluções de codesign e coengenharia em sistemas de crash management para a cadeia. Em razão da maior flexibilidade geométrica obtida no processo de extrusão, o alumínio demanda menor complexidade e custo industrial na transformação de itens estruturais de crash management em relação ao aço, por não exigir processos de hot ou roll forming. Sem contar que sua maior capacidade de absorção de energia e menor densidade contribuem não só para mais segurança como também para o atendimento da crescente demanda por redução de emissões.

FINALISTAS ARCELORMITTAL Aços de alta resistência para redução de peso em painéis expostos BOREALIS Soluções inovadoras em compostos de polipropileno de alto desempenho CBA Alumínio de alta resistência em sistema de absorção de impacto USIMINAS Desenvolvimento do aço Dual Phase 1200

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INDÚSTRIA

OS 50 ANOS EM 5 DA HYUNDAI NO BRASIL COM PROCESSOS AZEITADOS E PRODUTOS DESEJADOS, A FÁBRICA DE PIRACICABA (SP) INAUGURADA EM 2012 OPERA A TODO O VAPOR E FEZ A MARCA COREANA ENTRAR PARA O CLUBE DAS QUATRO MAIORES MONTADORAS DO PAÍS PEDRO KUTNEY | de Piracicaba (SP)

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mil metros quadrados que abriga estamparia, soldagem, pintura e montagem final, além de outros 2,3 mil empregados alocados nos oito fornecedores vizinhos, que juntos operam no topo da capacidade máxima de 180 mil unidades/ano de três modelos: o hatch HB20, o sedã compacto HB20S e o SUV pequeno Creta. Ainda na primeira infância por aqui, a fábrica brasileira da Hyundai já opera com estatura de gente grande, com linhas de produção altamente robotizadas e conectadas na rede global. A operação de certa forma seguiu a máxima do ex-presidente Juscelino Kubitscheck, que criou condições para a implantação da CHRISTIANO DIEHL NETO

o atual contexto de severa recessão da indústria automotiva brasileira, com ociosidade média acima de 50% na maioria das plantas, uma rara cena de alta produtividade acontece todos os dias em Piracicaba, no interior paulista, onde há cinco anos a Hyundai inaugurou sua sétima fábrica no mundo e a primeira e única abaixo da linha do Equador, com investimento inicial de US$ 600 milhões – que em 2016 recebeu US$ 130 milhões adicionais. Lá o ritmo é intenso, à razão de 36 veículos produzidos por hora em três turnos de trabalho, inclusive feriados, ocupando todos os 170 robôs e 2,5 mil funcionários da planta de 130

indústria automotiva no País quando a montadora coreana nem sequer existia e tinha como lema de governo fazer 50 anos de progresso em cinco anos de gestão. Em proporção similar, em apenas cinco anos a Hyundai replicou no Brasil o sucesso mundial que levou cinco décadas para construir desde sua fundação em 1967, terminando 2016 como quinta maior potência automotiva do planeta – foram 7,7 milhões de veículos vendidos, incluindo na conta a Kia, que pertence ao grupo coreano. “Vivemos um momento especial, celebramos 50 anos da fundação da Hyundai Motor Company, dez anos de montagem de veículos Hyundai no Brasil sob licença pela Caoa em Anápolis (leia reportagem na edição 44, abril/2017) e agora cinco anos de produção em Piracicaba”, enumera William Lee, presidente da Hyundai Motor Brasil (HMB), que desde 2013 administra o sucesso do empreendimento. “Completamos essa jornada com produtos bem avaliados e clientes satisfeitos, que permitiram manter a fábrica ocupada mesmo com o encolhimento do mercado. Isso é devido aos esforços para fazer com máxima

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CHRISTIANO DIEHL NETO

qualidade o que o cliente quer. Foi assim com o HB20, que se adaptou ao gosto do brasileiro e fez a operação aqui crescer mais do que em qualquer outro lugar do mundo”, destaca Lee. Fora da Coreia, o Brasil é o país onde a marca tem a maior penetração, com market share ao redor de 10% desde o ano passado, enquanto nos Estados Unidos esse porcentual é de 4% e na Europa de 3%. Em volumes vendidos, o Brasil foi o quinto maior mercado em 2016 com as 198 mil unidades emplacadas (contando importados, montados pela Caoa em Anápolis e fabricados em Piracicaba), atrás de China (1,2 milhão), EUA (800 mil), Coreia (600 mil) e Índia (500 mil), apesar de a fábrica brasileira ter apenas a sexta maior capacidade de produção (180 mil/ano), atrás até de Turquia (220 mil) e Rússia (230 mil), e distante de Coreia (1,9 milhão/ano) e China (1,2 milhão). Se a demanda alta continuar, Lee não descarta novas ampliações, incluindo a fabricação de motores até agora importados – há espaço para isso no terreno de 1,4 milhão de metros quadrados, ocupado apenas em 10% por área construída de 130 mil metros quadrados.

DESEMPENHO METEÓRICO Graças à fábrica e aos produtos brasileiros, em 2016 a Hyundai ultrapassou a um só tempo Ford e Renault, que chegaram bem antes, e foi a quarta marca de automóveis mais vendida do País. Assim, com uma única plataforma compacta modificou a quase monolítica configuração de mercado do clube das quatro grandes, que perdurava havia cerca de quatro décadas sempre com General Motors, Volkswagen, Fiat e Ford se alternando na ponta do ranking. Pensado e desenhado exclusivamente para o cliente brasileiro, com trabalho de designers e engenheiros que começou dois anos de antes do lançamento, o HB20 foi um tiro

certeiro em design e nível de equipamentos, com preço parecido ao da concorrência. O resultado foi a formação de filas de espera pelo hatch na rede de concessionárias (hoje com 208 pontos) montada para vender somente os modelos feitos em Piracicaba – em operação paralela, o Grupo Caoa, o maior concessionário da marca no País, tem 61 lojas próprias e 31 licenciadas para a venda dos modelos importados e montados em Anápolis, além de outras 31 concessionárias HMB. Dos quase 198 mil carros Hyundai emplacados no Brasil no ano passado, 168 mil (85%) foram dos dois produtos fabricados em Piracicaba, o hatch HB20 e o sedã HB20S – que este ano ganharam na mesma linha

INVESTIMENTO EM P&D

C

onforme a produção avança em Piracicaba, também aumenta a necessidade de fazer pesquisa e desenvolvimento no País. Por isso a Hyundai investiu US$ 24 milhões para instalar dentro da área da fábrica o primeiro centro de P&D da empresa no Hemisfério Sul, que será referência do grupo para projetos de motores flex etanol-gasolina. O prédio de 4,8 mil metros quadrados inaugurado no fim de 2016 abriga laboratórios e dinamômetros para validar emissões e até criar versões inovadoras de produtos – como uma inédita picape concebida sobre a plataforma do Creta e exibida no último Salão do Auto-

móvel de São Paulo. Cerca de 30 pessoas já trabalham no local e espera-se que esse número suba para 100 nos próximos meses. “A ideia é atender normas e agregar valor aos produtos locais também em parceria com universidades e fornecedores”, explica Eugenio Cesare, diretor executivo de produção. Segundo ele, já existem estudos em andamento com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para o desenvolvimento de materiais e tintas com maior resistência à corrosão, enquanto as unidades brasileiras de Delphi e Bosch participam de projetos para melhoria de eficiência energética.

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CHRISTIANO DIEHL NETO

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FOCO NA QUALIDADE

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s cuidados com qualidade são recorrentes e redundantes em todo o processo de manufatura na Hyundai em Piracicaba, que segue padrões globais do grupo, que desde o início dos anos 2000 tomou a decisão estratégica de equiparar sua reputação às marcas mais bem avaliadas do mundo. No fim da linha de montagem, 100% dos veículos produzidos passam por cerca de 20 minutos de testes e verificações. Todos seguem para uma pista de 2,8 km, com onze tipos de pavimento e rampa com inclinação de 30%. No circuito são testados suspensão, freios, direção e sistemas de controle de estabilidade. Nesta etapa, segundo os técnicos, 99% dos veículos são aprovados, mas ainda passam por uma reinspeção de pintura, para assegurar que não houve nenhum pequeno risco durante os procedimentos. O rigor da filosofia de “visão do cliente” pode ser observado na prática logo após os testes finais, quando a manufatura encaminha os carros à área comercial, que faz outra auditoria independente em espaço separado dentro do terreno da fábrica. Em uma linha de aproximadamente 100 metros de comprimento, 11 inspetores rechecam em cinco estações vedações, acabamentos interno e externo, além das funções elétricas e eletrônicas. A mesma linha também é usada para instalar acessórios de séries especiais. Se for detectado algum problema simples, o ajuste é feito ali mesmo – por exemplo, a substituição de uma bateria que não estava com carga adequada. Se for algo mais complexo, o carro é devolvido. Por dia, 2% dos veículos são reprovados. “Não conheço outra montadora de grande volume que adote processos tão rigorosos de entrega”, garante Angel Martinez, diretor executivo de vendas e marketing da HMB. Por fim, a Hyundai toma o cuidado de fechar um caminhão-cegonha por concessionária. Isso reduz a probabilidade de danos causados pela movimentação dos carros durante o transporte. Segundo a Hyundai, apenas 3,5% de seus veículos sofrem algum tipo de dano no processo de entrega à distribuição, enquanto a média nacional é de 5,5%.

a companhia do Creta, lançado em janeiro passado e que já figura entre os quatro SUVs mais vendidos. Entre outras vitórias, o desempenho meteórico garantiu à HMB o título de montadora do ano do Prêmio REI 2017, em eleição dos leitores de Automotive Business (leia reportagem nesta edição). Para Angel Martinez, vindo do Banco Mercedes-Benz e diretor executivo de vendas e marketing da HMB há menos de um ano no cargo, o Grupo Hyundai criou cultura corporativa diferente dos fabricantes tradicionais, com ousadia bem dosada e calculada, que fez a marca se diferenciar. “Tirando as marcas chinesas, a Hyundai é mais nova no mundo. Se fosse fazer da mesma forma que os outros seria só mais uma. Apostamos em oferecer produtos desejados, qualidade, garantia e processos de venda que têm como missão conquistar o cliente pelo resto da vida”, garante. DOMÍNIO VERTICAL A entrega dos carros Hyundai nas concessionárias, quando o cliente recebe as chaves em uma caixinha de presente fechada com laço, é o fim de um processo que a Hyundai aprendeu a dominar de forma vertical, desde a produção do mais básico dos insumos de um automóvel, o aço fornecido pela Hyundai Steel – a siderúrgica própria do grupo mantém uma unidade de distribuição de bobinas bem ao lado da fábrica de Piracicaba e fornece 40% do aço consumido pela planta brasileira, importado da Coreia. Também pertencem ao Grupo Hyundai quase todos os oito fornecedores que se instalaram ao lado da fábrica e começaram a operar junto com a linha de montagem, fornecendo com enorme diferencial de qualidade, preço e rapidez de entrega de itens que vão desde o aço já citado

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INDÚSTRIA

até peças estampadas, cabos elétricos, conjuntos plásticos e revestimentos, bancos, sistemas de chassis e climatização. Para fazer em Piracicaba uma das mais modernas, completas, automatizadas e eficientes fábricas do mundo, ajudou o fato de o próprio grupo estar entre os maiores fornecedores de equipamentos de manufatura do mundo. “Ter o domínio de todos os processos e ferramentas nos dá grande vantagem competitiva”, destaca Eugenio Cesare, diretor executivo de produção, um ex-GM. O processo começa com quatro enormes prensas automáticas da Hyundai Rotam, capazes de realizar 410 batidas por hora, ajudadas por robôs de transferência da ABB. Na área de soldagem são necessárias apenas 219 pessoas traba-

lhando em três turnos, algo como 10% do efetivo da fábrica, porque lá a mão humana só é necessária para programar 129 robôs, quase todos Hyundai, que executam 100% dos 1,7 mil pontos de solda – que todos os dias são auditados por amostragem de uma carroceria por turno em sala de metrologia de precisão. Até o sistema de informática que controla a produção é da Hyundai e interliga todas as fábricas da montadora no mundo, monitorando e ajustando em tempo real todos os processos, operando muito próximos do conceito de indústria 4.0. O padrão de verticalização quase total não é seguido na área de pintura 100% automatizada, onde as cabines e robôs da unidade brasileira foram fornecidos pela especializada alemã Dürr, com aplicação de pri-

mer, base e verniz em um só processo. São usadas tintas à base d’água. A mesma linha de montagem final recebe todos os três modelos feitos em Piracicaba, HB20, HB20S e Creta, com dezenas de versões. Também lá é alto o grau de automatização, a começar por carrinhos autônomos (AGVs, guiados por fitas magnéticas no chão) que carregam prateleiras móveis com todos os itens de tapeçaria interna dos carros. A configuração de cada veículo chega na tela do computador de um operador que abastece a prateleira com as peças específicas, então o AGV passa para levar os itens até ao lado da carroceria designada para aqueles componentes. Tudo sem erros, como até agora parece ter sido traçada a estratégia da Hyundai no Brasil.

FORNECEDORES COREANOS NO ENTORNO DA FÁBRICA • DOOWON: climatização • HYUNDAI MOBIS: sistemas de interior e chassis • HYUNDAI DYMOS: bancos • HYUNDAI STEEL: aço

LUIS PRADO

• THN: cabos elétricos • SEOYUN: interiores e exteriores • HWASHIN: estampados estruturais • MS AUTOTECH: estampados

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ENTREVISTA

DISCRETA ADMINISTRAÇÃO DO SUCESSO WILLIAM LEE COMANDA A OPERAÇÃO DA HYUNDAI QUE MAIS RÁPIDO CRESCE NO MUNDO

N

o fim de 2012, William Lee deixou a vice-presidência de operações internacionais da Hyundai Motor Company e em janeiro de 2013 já estava no Brasil, para assumir o comando da operação do grupo coreano que mais rápido cresceu no mundo. Lee encontrou no País a recém-inaugurada primeira fábrica própria de automóveis da Hyundai abaixo da linha do Equador, em Piracicaba (SP). Formado em literatura inglesa, Lee iniciou sua carreira no grupo em 1983, na divisão internacional da Hyundai Mobis, o braço de autopeças da companhia. Apenas um pouco mais velho do que a própria Hyundai, o executivo ganhou no Brasil uma missão de tamanho idêntico ao sucesso instantâneo do HB20, primeiro produto da fábrica que logo caiu nas graças dos clientes brasileiros. Lee adotou uma administração

AB – Quando a Hyundai tomou a decisão de ter a própria fábrica no Brasil, o mercado era de mais de 3 milhões de veículos/ano. No atual cenário de queda da indústria automotiva no País, essa decisão teria sido tomada? LEE – Seria tomada a mesma decisão, porque na competição mundial o Brasil é essencial. Nenhum fabricante de veículos pode dizer que é global se não estiver aqui. AB – A Hyundai conseguiu ser a quarta marca de veículos mais

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LUIS PRADO

AUTOMOTIVE BUSINESS – Em um contexto global, como é classificada a operação brasileira da Hyundai? WILLIAM LEE – Vendemos carros em mais de 200 países, mas só temos fábricas em sete e o Brasil é um deles, porque é um país estratégico, importante para o crescimento global do grupo.

discreta (como é próprio da cultura empresarial da Coreia), focada em atender a demanda. Em seus quatro anos e meio no Brasil, enquanto o mercado desabou, Lee administrou a operação sem deixar escapar o raro sucesso inicial, implantou o terceiro turno na fábrica, lançou novas versões do HB20, ampliou em US$ 130 milhões os investimentos e no começo de 2017 lançou outro produto de Piracicaba, o Creta, que já é o terceiro SUV mais vendido do País. Aos 58 anos, Lee tem o privilégio de ser um raro executivo estrangeiro expatriado ao Brasil que tem boas notícias a contar para a matriz. Na entrevista que concedeu a Automotive Business em seu escritório dentro da fábrica, Lee conta como vem sendo administrar esse sucesso da marca e quais serão os próximos desafios. vendida no Brasil em 2016. Esse desempenho era esperado pela companhia? LEE – Não era a meta ser quarta colocada, mas sim utilizar toda a capacidade instalada da fábrica (hoje de 180 mil unidades/ano), e isso estamos conseguindo fazer graças ao planejamento que fizemos baseados em três pilares: produto, marketing e rede. Desenhamos o HB20 exatamente para atender o gosto do brasileiro. Pelo lado do marketing, conseguimos uma grande exposição com a Copa do Mundo de 2014 no Brasil (a Hyundai foi uma das patrocinadoras globais do evento), também fizemos ações importantes durante a Olimpíada do Rio em 2016. Por fim, nossa rede (atualmente com 208 concessionárias) é muito bem avaliada pelos clientes.

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INDÚSTRIA

ENTREVISTA AB – Desde o fim dos anos 1990 o Grupo Caoa é o importador oficial da Hyundai no Brasil e há dez anos fabrica sob licença veículos da marca em Anápolis (GO). Em que medida essa parceria ajudou no atual bom desempenho da Hyundai? LEE – O Grupo Caoa segue sendo um importante parceiro, é importador e fabricante licenciado (de cinco modelos), também tem concessionárias para vender os HB20 e Creta feitos em Piracicaba. A Caoa construiu uma boa fundação para nosso projeto no Brasil.

Creta. Há espaço nesta fábrica para mais um? LEE – Vamos primeiro consolidar nossa posição com o que temos. Quando o mercado brasileiro atingir novamente volumes acima dos 3 milhões de veículos/ano poderemos pensar em novos produtos.

AB – A exportação é importante para a fábrica brasileira da Hyundai? LEE – No ano passado começamos a exportar o HB20 para Paraguai e Uruguai e alguns clientes externos também gostaram do Creta. Estamos estudando ampliar as exportações para os países do Mercosul, não esperamos grandes volumes, depende do comportamento do câmbio. Mas o foco em 2017 é atender primeiro o mercado brasileiro.

AB – Qual é o nível atual de nacionalização dos carros feitos em Piracicaba? LEE – A linha HB20 tem cerca de 80% de nacionalização. É mais fácil localizar porque é um produto só feito aqui. Já o Creta é mais global e tem 40% de componentes locais, mas nosso objetivo é fazer esse porcentual crescer.

AB – A Hyundai já faz três produtos em Piracicaba, o HB20, HB20S e o

AB – O que é necessário para a Hyundai fabricar motores no Brasil? LEE – Quando a fábrica exceder sua capacidade máxima poderemos pensar em uma linha de produção de motores. n

LUIS PRADO

AB – Depois de investir US$ 600 milhões para construir a fábrica de Piracicaba e lançar seus primeiros produtos, em setembro passado a empresa anunciou aporte adicional de US$ 130 milhões em expansão, mas já opera no topo da capacidade. Existem planos de nova ampliação?

LEE – Isso depende da economia brasileira, mas é certo que não viemos vender só 180 mil veículos por ano aqui. O mercado não caiu tanto para nós quanto para os outros, estamos melhores, mas monitoramos a situação constantemente, se for necessário investiremos mais.

WILLIAM LEE, ao lado do mais novo produto da marca 50 • AutomotiveBUSINESS no Brasil, o Creta

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HONDA

ESTRATÉGIA

PARA SER MAIS GLOBAL EMPRESA USARÁ MELHOR SUAS FÁBRICAS NO MUNDO, INCLUSIVE NO BRASIL PEDRO KUTNEY, de Tochigi (Japão)

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DIVULGAÇÃO / HONDA

Honda decidiu ampliar o horizonte de sua estratégia global, tanto no tempo como no espaço. Dia 5 de junho o CEO Takahiro Hachigo divulgou no Japão para a imprensa de diversos países os planos da companhia até 2030, em uma extensão de dez anos sobre o planejamento anterior, para criar assim uma rota de desenvolvimento ajustada às tendências sociais e tecnológicas que estão chacoalhando a indústria automotiva no mundo inteiro, como direção autônoma e eletrificação. Além disso, a proposta

é tornar a empresa mais global, com uso mais eficiente e complementar das capacidades da Honda instaladas nas suas seis divisões: Japão, Ásia/Oceania, China, Europa, América do Norte e América do Sul – onde o Brasil, segundo Hachigo, ainda segue importante apesar dos anos de profunda retração de mercado. Até o momento, as divisões mundiais da Honda agiam de forma independente. O objetivo agora é integrar as sinergias globais. “Estamos trabalhando para estabelecer um sistema de produção flexível e mutuamente

complementar entre as seis regiões. Já começamos a ver alguns resultados positivos desses esforços”, afirma Hachigo, citando os três casos mais recentes dessa estratégia. Na América do Norte, para acomodar a crescente demanda por SUVs, a Honda vai iniciar a produção intercalada do novo CR-V em conjunto com o Pilot e Acura MDX (a marca de luxo da empresa). O Civic Hatchback produzido no Reino Unido será exportado aos Estados Unidos e ao Japão – aliás, pela primeira vez em duas décadas a linha Civic, que tam-

HONDA recebeu os jornalistas em seu centro de pesquisa e desenvolvimento, em Tochigi, no Japão

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VISUAL GLOBAL E REGIONAL Entre outras iniciativas previstas no plano estratégico, a partir de setembro deste ano a Honda promete revelar seu novo design global, que deve redefinir os traços dos veículos da marca. Apesar de manter uma identidade globalizada, a empresa japonesa seguirá de olho nas oportunidades regionais, com a oferta simultânea de modelos globais e outros desenvolvidos especificamente para certos mercados.

VAMOS AUMENTAR

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bém inclui o sedã, voltará a ser vendida no mercado japonês, a partir de julho. Por fim, outro exemplo de uso cruzado de capacidades globais é brasileiro: o WR-V, SUV compacto baseado no Fit e desenvolvido pela engenharia da marca no Brasil, desde março também começou a ser produzido na Índia, de onde deve seguir para outros países asiáticos. Exportação e colaboração inter-regional, como começa a acontecer com a fábrica brasileira, é parte da solução que a Honda pretende usar globalmente para equilibrar as assimetrias entre oferta e demanda em diversos lugares do mundo, reduzindo assim a capacidade ociosa de suas plantas. “Vamos aumentar a eficiência de nossas operações sob uma perspectiva global”, diz Hachigo. O executivo reconhece o expressivo encolhimento do mercado brasileiro, mas espera por mudança no cenário adverso. “Brasil e América do Sul são muito importantes para a estratégia da Honda. É verdade que os volumes caíram muito nos últimos anos, mas esperamos que voltem a subir. Temos produtos de sucesso na região, como o HR-V, que nos deixam em boa posição. Também temos uma fábrica fechada (em Itirapina, SP) que queremos abrir. No nosso negócio, a operação sul-americana é crítica para o sucesso”, enfatizou o CEO.

A EFICIÊNCIA DE NOSSAS OPERAÇÕES SOB UMA PERSPECTIVA GLOBAL

TAKAHIRO HACHIGO, CEO da Honda

“Vamos fazer os nossos carros globais mais fortes, assim eles serão bem recebidos em todo o mundo. Ao mesmo tempo, as regiões que tenham consumidores com necessidades parecidas vão trabalhar juntas para desenvolver modelos regionais com alto nível de reputação. Por meio dessa iniciativa teremos negócios mais eficientes em cada região”, explica Hachigo. Na estratégia global de lançamentos destaca-se a chegada da nova geração Civic a mais mercados (como o próprio Japão este ano), o início das vendas do novo CR-V nos Estados Unidos, incluindo uma versão híbrida, além da introdução do novo Accord no mercado norte-americano. Além destes, a Honda segue com mais outros dois modelos globais: o HR-V/Vezel e o Fit/Jazz. Na esfera regional, a Honda tem o Odyssey e Ridgeline só vendidos na América do Norte, o minicarro (K car) N-Box ganhará uma família de modelos no Japão equipada com os mais modernos sistemas de sensores para aumentar a segurança, a

China fica com os SUVs UR-V e Avancier, enquanto mercados asiáticos recebem os também SUVs BR-V e XR-V. O caso do WR-V projetado no Brasil é intermediário: é um carro “global para mercados emergentes” – um eufemismo para definir nações subdesenvolvidas com ruas e estradas esburacadas. Apesar de o WR-V não oferecer (nem como opcional) controle eletrônico de estabilidade (ESC), algo já bastante comum no mundo todo, o CEO Hachigo garante que a Honda também oferecerá nos mercados sul-americanos todas as tecnologias em desenvolvimento pelo grupo. “Vamos perseguir o crescimento por meio da perseguição da qualidade”, resumiu Hachigo, após explicar como a marca pretende reforçar sua reputação junto aos consumidores para garantir seu futuro. “O objetivo é avançar ainda mais com a introdução de novos processos de desenvolvimento e manufatura baseados no nosso sistema que envolve os times de engenharia, produção e vendas em um só grupo a cada projeto”, define. n

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FOTOS: LUIS PRADO

FÓRUM DE RH

A DIGITALIZAÇÃO DO TRABALHO

AUTOMAÇÃO E OUTRAS TECNOLOGIAS REDUZIRÃO DRASTICAMENTE O NÚMERO DE EMPREGOS GIOVANNA RIATO

A

s empresas precisam se preparar para uma nova consequência da atual revolução industrial: a digitalização do trabalho. Quem avisa é o consultor Fernando Aguirre, sócio-diretor da KPMG e um dos palestrantes do V Fórum de RH na Indústria Automobilística, evento realizado por Automotive Business dia 22 de maio. “Comecei a falar disso há uns três anos e parecia algo muito distante. Agora as companhias já começam a me procurar para se adaptar a esse novo cenário”, diz. Segundo ele, as transformações motivadas pela tecnolo-

gia previstas para os próximos dez anos devem superar a evolução registrada nos últimos 50 anos. O especialista aponta que o trabalho digital combina soluções como big data, cloud computing, machine learning e inteligência cognitiva, permitindo que máquinas e computadores se aprimorem e tomem atitudes para resolver problemas. Ele cita o exemplo da plataforma Watson, da IBM, que vem sendo empregada nas mais variadas áreas, como direito, medicina e planejamento estratégico. “É a automatização de atividades que não

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ROBÔ NÃO TIRA FÉRIAS, NÃO FICA DOENTE NEM TEM LICENÇAMATERNIDADE FERNANDO AGUIRRE, sócio-diretor da KPMG

precisam ser repetitivas, com o software ganhando espaço em funções analíticas. O Watson tem um banco de dados maior do que um ser humano e, portanto, é capaz de tomar decisões melhores em algumas situações”, conta. Segundo o consultor, a digitalização do trabalho passa por três níveis. O primeiro é de automação simples, em que máquinas são programadas para cumprir determinada função. No nível dois o robô pode, por exemplo, ler um e-mail que alerta para um

erro em um processo e tomar uma decisão a partir das informações contidas nele, corrigindo o problema. O nível três é o mais complexo, com computação cognitiva que permite ao sistema entender a linguagem plenamente e aprender a partir do processo. “Nós mesmos da KPMG estamos empregando o Watson em nossos serviços de auditoria”, conta. Aguirre destaca que atualmente quase 50% das profissões já são afetadas pela tecnologia. “Até 2025 só um terço dos trabalhos que existem hoje

continuará existindo”, diz, citando estudo da McKinsey & Company. Aguirre aponta que essa transformação impacta todas as áreas da economia, incluindo o setor automotivo. “Estamos falando das mais diversas áreas, não só da automação das fábricas”, enfatiza, citando os departamentos jurídico e de finanças como exemplo. EVOLUÇÃO JÁ COMEÇOU Entre as vantagens da digitalização do trabalho, Aguirre cita o aumento da qualidade e a possibilidade de

É PRECISO EDUCAR AS PESSOAS PARA QUE ELAS SE DEEM CONTA DO DESAFIO TECNOLÓGICO QUE É A AUTOMAÇÃO

IVAN WITT, diretor de RH da Caoa

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FÓRUM DE RH

tirar as pessoas de funções consideradas chatas, além da redução de custos. “Robô não tira férias, não fica doente nem tem licença-maternidade.” A Caoa está entre as empresas do setor automotivo que já atentaram para essas vantagens. “Já venho conversando a respeito com o sindicato da região onde está instalada a nossa fábrica, em Anápolis (GO). É um caminho que teremos de seguir para garantir competitividade”, aponta Ivan Witt, diretor de recursos humanos e de compras da companhia. Witt conta que tem tratado o assunto com total transparência com a entidade. Segundo ele, o empenho não está só na mudança da estrutura fabril, mas também no varejo. O Grupo Caoa tem 160 concessionárias espalhadas pelo Brasil e precisa acompanhar a digitalização desse modelo de negócio também. “É um ambiente muito dinâmico”, acredita. Aguirre concorda que a transfor-

mação precisa acontecer em várias frentes de forma simultânea. “No nosso estudo Gaes 2017, quase 50% dos entrevistados disseram que comprariam um carro autônomo de uma empresa do Vale do Silício. Isso quer dizer que essas companhias conhecem bem o consumidor e o têm tratado da forma correta. É um modelo que as montadoras precisam buscar: ser companhias focadas em ativos ou em fluxo de informação, com mais agilidade”, diz, destacando que a desmaterialização é um caminho promissor. CAPACIDADE DE RESPOSTA Estudo da Deloitte feito globalmente com 10 mil pessoas mostra que as empresas ainda levam tempo demais para aderir às tecnologias mais recentes. “Primeiro chegam as novas ferramentas, depois as pessoas começam a usá-las e só mais tarde as empresas conseguem empregar esses recursos internamente, de forma bem mais lenta”,

avalia Roberta Yoshida, sócia-líder da área de human capital. Ela diz que as empresas precisam reduzir o abismo de adoção de novas tecnologias para tornar a gestão de pessoas mais eficiente. No levantamento da consultoria, 94% dos respondentes disseram que agilidade e colaboração são aspectos essenciais para as empresas. A questão é que só 6% dos entrevistados disseram que a companhia em que trabalham é ágil. “A área de RH precisa parar de reagir à mudança e passar a provocar a mudança”, defende. Roberta conta que a pesquisa da Deloitte indicou as principais tendências para a gestão de pessoas. A primeira delas, diz, é a necessidade de construir organizações do futuro, com mais agilidade e capacidade de resposta. Logo após aparece o esforço na aquisição de talentos, seguido da melhoria da experiência do funcionário – tendência muito forte no Brasil, destaca.

A ÁREA DE RH PRECISA PARAR DE REAGIR À MUDANÇA E PASSAR A PROVOCAR A MUDANÇA

ROBERTA YOSHIDA, sócia-líder de human capital da Deloitte

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FÓRUM DE RH

AUTOPEÇAS ESPERAM DIFICULDADES NAS NEGOCIAÇÕES DE ACORDOS SALARIAIS COM INFLAÇÃO ABAIXO DE 4%, SINDICATOS TENDEM A PEDIR REAJUSTE MAIOR

A

pós dois anos de reajustes abaixo da inflação, o setor nacional de autopeças espera encontrar dificuldades para fechar os acordos salariais deste ano com as centrais sindicais. Isso porque a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deve ficar em torno dos 4%, bastante baixo, metade do verificado em 2015 e 2016, o que fará os sindicatos pedirem mais. “Uma coisa é negociar com INPC de 7% a 8%, outra é de 3% a 4%. Nossos trabalhadores acham pouco e há dificuldade em conceder qualquer aumento acima da inflação, nossos associados não aceitam nem pequenos arredondamentos para cima”, afirma Adilson Sigarini, diretor de RH da Thyssenkrupp Brasil e conselheiro-diretor de relações trabalhistas do Sindipeças, entidade que reúne cerca de 400 fabricantes de componentes no País. Falando durante o V Fórum de RH na Indústria Automobilística, Sigarini mostrou o panorama que deve nortear as negociações do Sindipeças com as principais centrais sindicais do País. As principais datas-base, envolvendo maior número de empresas associadas ao Sindipeças, acontecem no segundo semestre, em setembro com os sindicatos de metalúrgicos ligados à CUT do ABC Paulista, além de Intersindical e Conlutas, principalmente no interior de São Paulo, e em novembro com a Força Sindical.

ADILSON SIGARINI, diretor de relações trabalhistas do Sindipeças

“Foram concedidos aumentos acima da inflação em sete dos dez últimos anos, mas isso mudou a partir de 2014, sendo que em 2015 e 2016 concedemos reajustes de 8%, abaixo do INPC desses períodos”, lembra Sigarini. Após atingir 11,3% em 2015 e 6,6% em 2016, o INPC de 12 meses acumulado até abril passado já estava abaixo de 4%, foi de 3,98%, e a expectativa do Sindipeças é que se aproxime mais dos 3% em setembro, quando estão programadas as principais negociações. “Vamos trabalhar com inflação baixa e a tendência é oferecer esse reajuste”, diz o conselheiro do Sindipeças, lembrando que não há espaço para repassar preços aos principais clientes das autopeças, as montadoras. Outra tendência, segundo admite Sigarini, é tentar negociar com maior extensão. “Com a inflação mais baixa os acordos de dois anos

são melhores, garantem um horizonte de estabilidade. As montadoras já têm feito isso com competência e o setor de autopeças deve seguir esse caminho.” NÍVEL DE EMPREGO Segundo dados do Sindipeças, desde 2014 o nível de emprego encolheu significativamente nas fábricas de autopeças, de 205 mil empregados no fim daquele ano para 162 mil em 2016, com o fechamento de 43 mil vagas no período. “Esse número ainda não é proporcional à queda da produção que tivemos, que saiu de cerca de 3 milhões de veículos há dois anos para 2 milhões agora. Por isso, este ano, mesmo com a pequena recuperação esperada, o nível de emprego deve andar de lado, com estabilidade”, avalia Sigarini. O Sindipeças tem expectativa de que a produção de veículos este ano cresça apenas 3%, para 2,2 milhões de unidades, abaixo do que projeta a Anfavea, a associação dos fabricantes, que prevê 2,4 milhões, em alta de quase 12% sobre 2016. “Expansão de 2% a 3% é a nossa melhor percepção no momento, chegando a 2,5 milhões de veículos apenas em 2020. Portanto, vamos continuar em patamar muito abaixo da capacidade instalada do País (acima de 4 milhões/ano). A exportação deve ajudar, mas não é realidade em todas as empresas, muitas dependem essencialmente do mercado interno e vão ficar estagnadas”, estima Sigarini. (Pedro Kutney) n

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WORKSHOP

INDÚSTRIA 4.0 É CHAVE PARA A COMPETITIVIDADE ESPECIALISTAS APONTAM CAMINHOS PARA A NOVA REALIDADE VIRTUAL DAS FÁBRICAS SUELI REIS

E

FOTOS: LUIS PRADO

nquanto os mercados globais mais maduros já vivem uma nova realidade no que diz respeito à manufatura inteligente e internet das coisas, a chamada indústria 4.0, o Brasil ainda engatinha nesse aspecto. Apontada como um caminho sem volta, a introdução dos novos e complexos métodos de manufatura pode ser a chave que finalmente abrirá as portas da competitividade brasileira, tão almejada pelas empresas instaladas por aqui. Esse foi o tema central que conduziu o II Workshop Indústria 4.0 e a Revolução Automotiva,

promovido por Automotive Business dia 8 de maio no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo. Para o diretor da PricewaterhouseCoopers, Marcelo Cioffi, que abriu os trabalhos do evento, as exportações, que seguem com tendência positiva, se apresentam como uma saída, no curto prazo, para amenizar os efeitos da crise na indústria automobilística. A análise do consultor aponta expectativa de crescimento para os principais mercados globais, inclusive para a América do Sul, na qual as projeções indicam alta de 4% ao ano até

WORKSHOP DEBATEU A REVOLUÇÃO AUTOMOTIVA e os rumos da indústria 4.0 no Brasil

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FOTOS: LUIS PRADO

RICARDO BACELLAR, diretor para a indústria automobilística na KPMG

MÁRCIA OGAWA, sócia-lider do setor de telecomunicações na Deloitte

MARCELO CIOFFI, diretor da PricewaterhouseCoopers

2023. Contudo, repensar as vendas de veículos a mercados externos como estratégia de negócio requer modernização do parque fabril a fim de oferecer o que o mundo quer – um veículo cada vez mais conectado, sem mencionar itens de conforto e segurança. “Debater a indústria 4.0 é importante para trazer novas tecnologias e a indústria brasileira precisa de algo mais perene e mais sustentável. Já se passaram mais de dez anos desde que o Brasil bateu seu recorde de exportações [2005]. É preciso voltar a buscar as exportações a partir da inserção dessas tecnologias”, afirma Cioffi. As transformações para consolidar um cenário de indústria 4.0 passam por todos os ambientes que envolvem o negócio, desde o chão de fábrica até engenharia de produto e gerenciamento estratégico dentro e fora das plantas, o que inclui suprimentos, logística e pós-venda. O

diretor para a indústria automobilística na KPMG, Ricardo Bacellar, alerta que a mudança que a internet das coisas vai promover abrange um universo amplo, muito além das indústrias. Neste contexto, uma das questões a serem consideradas é sobre o papel que as montadoras vão desempenhar nesse processo. Ele apresenta parte do resultado da pesquisa anual da KPMG sobre o setor e aponta: “Não há mais tanta expectativa de crescimento das receitas a partir das vendas de veículos. A receita relacionada com esta atividade fim será cada vez menor. A maioria esmagadora dos especialistas acredita que a receita estará cada vez mais atrelada a outros produtos e serviços”, demonstra. A maneira como as empresas vão utilizar os dados colhidos a partir das conexões em massa é ponto fundamental dentro da estratégia do negócio, podendo gerar oportunidades: “O futuro da indústria automotiva é

claramente o de serviços suportados por dados e precisamos estar prontos para entregá-los. É preciso desenvolver os serviços que gerem receita para as empresas. Quanto mais tecnológico o ambiente, maior o potencial para evolução dos negócios”, afirma. Outro ponto a considerar dentro dessas mudanças é o impacto provocado nas companhias. Para a sócia-líder do setor de telecomunicações, mídia e tecnologias da Deloitte, Márcia Ogawa, as tecnologias embarcadas vão mudar os modelos de negócio porque vão impactar não só o carro em si, mas todo o ambiente fora dele a partir da perspectiva do consumidor. Ela recorre a uma pesquisa global com mais de 20 mil consumidores e revela a sede do brasileiro pelo avanço tecnológico, seja ele de conectividade ou mesmo de segurança. “Mais de 46% dos entrevistados no levantamento declararam estar

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WORKSHOP

FUTURO PALPÁVEL Segundo José Rizzo Hahn, CEO da Pollux Automação e presidente da Associação Brasileira de Internet Industrial, 2017 marcará uma mudança efetiva na criação de novos ecossistemas, correspondentes aos ambientes inteligentes da indústria 4.0. Ele apresenta uma pesquisa cujos resultados apontam que 40% das 500 maiores empresas vão sumir nos próximos dez anos. “Se a velocidade de mudança é maior fora da empresa do que dentro, então o fim está próximo. Nunca as mudanças externas foram tão rápidas”, atesta. Seus números revelam a discrepância do Brasil e outros mercados em termos de automação, um dos pontos cruciais para dar o primeiro passo na indústria 4.0: enquanto os Estados Unidos possuem de 250 a 300 robôs para cada 10 mil habitantes, esse índice no Brasil não passa de dez. “Nos últimos três anos, instalamos 1,5 mil robôs no Brasil. Se

continuarmos nesse ritmo, nem em 100 anos conseguiremos tirar essa defasagem.” Para que o País não fique tão atrás nessa corrida pela modernização de suas indústrias, a empresa desenvolveu um modelo de atendimento ao cliente oferecendo a locação dos robôs, sem investimento inicial. Ele lembra que a maior parte das companhias do setor, principalmente as da cadeia de autopeças, tem dificuldade financeira para fazer aportes em modernização. “Em um ano, 15 empresas optaram por esse modelo com base no aluguel”, conta. Segundo Rizzo, outros aspectos, como a queda do preço de sensores, essenciais na composição de uma estrutura de maquinário inteligente, são um impulsionador importante no processo de automação. “Estima-se que 50 bilhões de ‘coisas’ serão conectadas em 2020. Há uma oportunidade de US$ 15 trilhões nos próximos 15 anos em novos produtos e

CARLOS BEATO, vice-presidente da PTC para a América Latina

JOSÉ BORGES, diretor da Siemens Digital Factory

DANIEL COPPINI, gerente de negócios automotivos da Siemens

FOTOS: LUIS PRADO

dispostos a pagar pelas novas tecnologias, sejam elas de segurança ou de conectividade. As novas gerações têm maior disposição em pagar. No Brasil, nosso consumidor está esperando esse tipo de avanço e 55% acreditam que ela virá de dentro das fábricas, a partir das próprias montadoras”, revela. “É urgente e emergencial o Brasil dominar as novas tecnologias e os princípios da indústria 4.0. Isso fará com que as nossas empresas sejam mais produtivas e competitivas.” Contudo, ela admite que o Brasil apresenta gargalos para a vinda dessas novas ferramentas, como aspectos tributários e impostos de importação: “O País precisa de mais dinamismo e permitir a chegada de mais tecnologia. Para ter uma indústria moderna é necessário enriquecer as opções. A agricultura está dando passos largos nesse sentido e acredito que é chegada a vez da manufatura.”

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WORKSHOP

SE A VELOCIDADE DE MUDANÇA É MAIOR FORA DA EMPRESA DO QUE DENTRO, ENTÃO O FIM ESTÁ PRÓXIMO

JOSÉ RIZZO HAHN, CEO da Pollux Automação e presidente da Associação Brasileira de Internet Industrial

“Acredito que a receita para transformar a indústria 4.0 em realidade seja o passo a passo, entendendo o ponto A antes de ir para o B, que por sua vez não é o ponto Z, pois não se pode adotar tudo de uma vez.” Por fim, o workshop contou com um debate de especialistas sobre todos os aspectos abordados ao longo

do dia. Participaram o CEO da Thyssenkrupp, Daniel da Rosa, o diretor da Kuka Roboter, Edouard Mekhalian, o diretor comercial da Festo, Renato Biondo, o diretor de business excellence da ZF América do Sul, Renato Orlando, e o diretor de vendas e serviços para a indústria automotiva da T-Systems, Ricardo Michelan.

FOTOS: LUIS PRADO

serviços revolucionários, mudando a forma como o mundo funciona e incentivando a melhoria do nível de serviço, com menos interrupções e paradas operacionais não previstas.” Embora haja exemplos de fábricas brasileiras que já adotaram características da indústria 4.0, principalmente as mais recentes, é claro que esse ecossistema de informação é muito mais presente nas montadoras e menos tangível na cadeia de autopeças. “Esse é um gap preocupante”, pondera o gerente de negócios automotivos da Siemens, Daniel Coppini. “É necessário fazer uma análise e chegar a um plano diretor de automação; começar com microprojetos para chegar lá”, afirma. O diretor de estratégia de mercado da Siemens Digital Factory, Process & Drives, José Borges, completa: “A tecnologia está aí; não existe digitalização sem a etapa anterior da automação”, sugere. O vice-presidente da PTC para a América Latina, Carlos Beato, concorda e aponta algumas diretrizes que podem indicar um começo:

PAINEL DE DEBATES: DANIEL DA ROSA (Thyssenkrupp), EDOUARD MEKHALIAN (Kuka Roboter), RENATO BIONDO (Festo), RENATO ORLANDO (ZF) e RICARDO MICHELAN (T-Systems)

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WORKSHOP

ESTÍMULO À MANUFATURA AVANÇADA INICIATIVA TERÁ AÇÕES COMPLEMENTARES AO ROTA 2030, SUCESSOR DO INOVAR-AUTO

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Segundo o secretário, a política deve passar por três aspectos. O primeiro está relacionado aos produtos, à entrega de itens manufaturados mais tecnológicos para os clientes. O segundo ponto, mais desafiador, é tornar as fábricas inteligentes. “Nesse caso não basta incorporar apenas uma tecnologia. É necessário integrar várias soluções para ter um sistema de produção eficiente.” O terceiro apoio desse tripé está no conceito de empresa inteligente, em que tanto a fábrica como a gestão e a operação usam recursos digitais para ganhar eficiência. “Esse certamente é o maior desafio, porque tem alta complexidade”, avalia. O trabalho exige empenho. Souza cita pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria com 2,3 mil empresas de diversos setores no Brasil. No levantamento a entidade enumerava as dez tecnologias mais básicas usadas pela indústria e questionava essas companhias sobre a aplicação desses recursos em suas operações. LUIS PRADO

á três anos está em gestação no Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) uma estratégia de manufatura avançada para o Brasil. A ideia é desenhar políticas para inserir as empresas nacionais no conceito de indústria 4.0, para ganhar competitividade e compensar gargalos que o País enfrenta em áreas de infraestrutura e logística, por exemplo. “Devemos lançar o programa no segundo semestre deste ano”, contou Marcos Vinícius de Souza, secretário de inovação do MDIC, que participou do Workshop Indústria 4.0. “Precisamos entender o que é manufatura avançada para o Brasil. Não adianta copiar modelos”, defendeu. O grupo de trabalho responsável por desenvolver a estratégia pesquisou o que outros países fazem para fomentar a evolução tecnológica da indústria. A ideia era conhecer os melhores modelos para, enfim, desenvolver um conceito adequado à realidade nacional. “É essencial que o governo estimule as empresas a trabalhar com novos modelos de negócio, a ser mais agressivas nesse sentido”, diz. O programa é desenvolvido dentro do escopo da “Estratégia Digital Brasileira”, que engloba também um cronograma dedicado ao fomento local da internet das coisas (IoT). A Rota 2030, política industrial que dará continuidade ao Inovar-Auto a partir de 2018, terá sinergias com a iniciativa focada em manufatura avançada. “Há grupos de trabalho em comum nos dois programas”, diz. Souza aponta que a mudança de governo em 2016 não atrapalhou o desenvolvimento dos projetos, já que as equipes técnicas permaneceram as mesmas.

MARCOS VINICIUS DE SOUZA, secretário de inovação do MDIC

O dado impressionante é que 52% das empresas declararam não usar nenhuma das soluções mencionadas, nem mesmo um programa de desenho industrial CAD/CAM. “O setor automotivo isolado tem resultados melhores, mas isso quando falamos de empresas próximas das montadoras. Os elos mais distantes da cadeia de fornecimento nem sempre são assim.” PLANO DE AÇÃO Para desenvolver a estratégia de fomento à manufatura avançada o MDIC consultou 300 especialistas e pesquisou as necessidades da indústria. Surgiram conclusões importantes. “Percebemos que acesso à informação e à tecnologia é o maior gargalo”, conta. Souza diz que a solução está em desenvolver inteligência estratégica acessível e em rede, criando laboratórios multiusuários que as empresas possam acessar. Outra conclusão do levantamento é que o governo precisa definir setores prioritários para trabalhar. “Temos de achar as indústrias de maior impacto e concentrar esforços porque não conseguiremos fomentar todas ao mesmo tempo”, observa. A área de recursos humanos também tem necessidades importantes, diz. “Há conhecimento técnico e sistêmico, mas as empresas apontam dificuldade para encontrar profissionais com habilidades comportamentais adequadas. Isso é algo que tem de ser trabalhado na educação. Não basta formar bons técnicos”, conclui. Souza cita ainda a necessidade de atualizar a legislação trabalhista, que precisa ser menos onerosa e burocrática. (Giovanna Riato) n

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CADERNO| INSUMOS

MATERIAIS

MAIS CONTEÚDO COM MENOS PESO

MONTADORAS CORREM PARA DESENVOLVER CARROS LEVES QUE ATENDAM ÀS EXIGÊNCIAS DA LEGISLAÇÃO E DO CONSUMIDOR

O

Custódio, presidente da Roland Berger para o Brasil, citando dispositivos como freios ABS, controle de estabilidade, ar-condicionado e vidros elétricos. “Sem a melhoria dos materiais, um automóvel seria hoje até 40% mais pesado do que há duas ou três gerações. Assim, os componentes são parte estratégica para cumprir as novas exigências”, analisa. Marcos Colosio, presidente do simpósio Novos Materiais da SAE Brasil, ELIAS GOMES

s materiais automotivos passam por constante refinamento e evolução. A busca das montadoras é para alcançar novos patamares de leveza e segurança e atender ao aperto das legislações dos mais diversos mercados. O desafio é combinar essas duas necessidades, já que itens de proteção tornam os automóveis mais pesados. “O carro precisa ter cada vez mais conteúdo”, diz Rodrigo

GIOVANNA RIATO

MARCOS COLOSIO, presidente do simpósio Novos Materiais da SAE Brasil

entende que, localmente, as companhias avançaram pouco nesse aspecto, mas a tendência é que o cenário mude nos próximos anos com a nova política industrial, a Rota 2030, que deve entrar em vigor no início de 2018 com validade por 15 anos. “Com o Inovar-Auto, que termina neste ano, a indústria seguiu outras rotas tecnológicas, com esforço para tornar os motores mais eficientes, por exemplo. Esse caminho sozinho se esgotou e, nos próximos anos, será necessário garantir evolução para os materiais também”, projeta. O executivo aponta que, ainda que não tenha gerado impacto direto, o regime automotivo abriu o debate sobre novas soluções nas montadoras, algo que deve avançar de forma mais consistente agora. “Como engenheiro, reconheço que o Inovar-Auto trouxe melhoria importante para os carros nacionais, que se tornaram mais competitivos em outros mercados.” Custódio concorda que a pressão pelo uso de novos materiais nos projetos vai começar a aumentar apenas agora. “O Inovar-Auto trabalhou muito a melhoria do powertrain. A única mudança nas

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LUIS PRADO

NOVOS CAMINHOS A gama de possibilidades para que o automóvel ganhe mais eficiência e segurança é grande e novidades tendem a conquistar espaço no desenvolvimento de veículos que chegarão ao mercado nos próximos anos. Afinal, é sempre mais simples – e barato – incorporar novos insumos a partir do desenvolvimento de um veículo, no lugar de substituir depois que ele já está em produção. Nesse contexto, Custódio aposta no aumento do uso dos compósitos plásticos, cuja presença nos veículos deve subir 12% globalmente até 2025. “Há um desafio de custo porque ainda é uma solução cara, mas que traz uma série de possibilidades de formato e design”, diz. Colosio, da SAE, destaca que os plásticos de engenharia são solução interessante para projetos de menor volume, abaixo de 100 mil unidades por ano. “Enquanto o aço tem ferramental caro e insumo barato, os compósitos são o oposto, com ferramental barato e insumo mais caro, por isso são mais interessantes para projetos com volume mais modesto.” Ele observa, ainda, que há certo descompasso entre montadoras e

DIVULGAÇÃO / CONTITECH

matérias-primas foi o uso de pneus verdes, que têm menor resistência ao rolamento.”

PAULO ALVES, diretor executivo da divisão ContiTech

fornecedores de plásticos para a indústria. “Há muita empresa pronta para produzir determinadas peças. Enquanto isso, nas fabricantes de veículos, as engenharias nem sequer cogitam usar solução plástica para determinado componente. Essas duas partes precisam se aproximar porque, para dar certo, o projeto tem de favorecer o material.” A Continental é uma das sistemistas que investem na “plastificação” de componentes. A companhia começa a usar polímeros nos módulos de gerenciamento dos veículos, que tradicionalmente são feitos de aço. Agora, a empresa passa a testar plásticos de engenharia em partes ain-

RODRIGO CUSTÓDIO, presidente da Roland Berger para o Brasil

da mais complexas, como itens de suspensão. “Já fazemos alguns destes componentes em poliamida em nossa matriz, na Alemanha. Aqui no Brasil, estamos em estágio avançado de desenvolvimento junto ao cliente com a meta de reduzir peso sem aumentar custo”, conta Paulo Alves, diretor executivo da divisão ContiTech. Entre os materiais metálicos, o alumínio continua como uma solução mais leve, mas que tende a ter custo elevado e que, segundo Custódio, pode trazer desafios em alguns componentes, quando há necessidade de unir uma peça de alumínio com outra de aço, por exemplo. O consultor avalia, no entanto, que o hot stamping, processo de estampagem a quente, traz novas possibilidades para o aço. “O material entrega boa rigidez para atender às normas de segurança e ganha a possibilidade de novos formatos com custo interessante.” Segundo a Roland Berger, o processo é capaz de reduzir de 15% a 25% o peso das peças, vantagem que deve garantir expansão consistente de seu uso nos próximos anos. Colosio também reconhece que o hot stamping é um recurso relativamente simples para reduzir a massa dos veículos. “Alguns poucos fornecedores começaram a usar a tecnologia no Brasil nos últimos cinco anos.” O executivo indica, no entanto, que novas possibilidades de estampagem a frio do aço tradicional podem frear o crescimento do hot stamping. “As novas gerações do material oferecem desempenho melhor e custo inferior ao dos processos a quente.” Com isso, Colosio estima que a tendência é de que o cenário para os materiais automotivos no futuro seja mais democrático, sem tecnologia única capaz de atender às mais diversas necessidades. A solução, diz, vai depender de cada projeto, de cada demanda.

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AÇO E ALUMÍNIO

BRASIL SEGUE TENDÊNCIA DO USO DE PRODUTOS DE ALTA RESISTÊNCIA DE OLHO NA LEGISLAÇÃO DE EMISSÕES, AÇO E ALUMÍNIO GANHAM CADA VEZ MAIS ESPAÇO SUELI REIS

DE ACORDO COM A CBA, o alumínio deve representar 32% do uso do metal na indústria automotiva até 2020

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podem oferecer diferentes benefícios e a resposta vai depender do alvo específico da aplicação. Diferentes tipos de metais vêm sendo utilizados cada vez mais em larga escala e em novas aplicações por mercados mais maduros, como os da Europa e os Estados Unidos, principalmente para alcançar os di-

fíceis alvos de redução de emissões nos próximos anos. Na Europa, por exemplo, o objetivo é reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 80% até 2050 em comparação com os níveis de 1990. Serão necessárias ações de todos os setores industriais, incluindo o automotivo. Aço de alta resistência e alumínio DIVULGAÇÃO / CBA

A

busca e a adoção de materiais cada vez mais tecnológicos é um caminho sem volta no contexto da indústria automobilística. No quesito metal isso não é diferente. Seja pela escolha das novas gerações de aços de alta resistência, alumínio, fibra de carbono ou mesmo um misto de multimateriais, todas as alternativas

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Para transformar o futuro, sonhamos sempre como se fosse o começo.

Quando você trabalha por um futuro melhor, precisa saber inovar a cada dia. Os sonhos que precisam do aço para se concretizar podem contar com a força transformadora da Gerdau. É assim há mais de um século e assim sempre será. Gerdau, 115 anos de uma história com a força da transformação.

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desempenham muito bem este papel, por suas propriedades de redução de peso, o que contribui com eficiência energética e, consequentemente, em emissões. Algumas montadoras já sinalizaram esta tendência, como a Ford ao lançar a nova geração da F-150 nos Estados Unidos com carroceria toda de alumínio. A história ficou ainda mais interessante com a resposta da General Motors ao também apresentar a nova Silverado para o mercado norte-americano confeccionada em aço. A “briga” até rendeu bons testes em vídeos no Youtube. No Brasil, embora a queda do mercado de veículos tenha se acentuado nos últimos três anos, o uso do aço de alta resistência se manteve em curva crescente, segundo André Monari, gerente geral de vendas da ArcelorMittal para o mercado automotivo. Seu uso encontrou nas plataformas globais uma porta de entrada, minimizando os impactos negativos da baixa das vendas. “A tendência é de que o uso do aço de alta resistência aumente também no Brasil, seja com a substituição de veículos ou com a atualização de plataformas locais mais antigas”, indica. O executivo aponta que a escolha por aço ou por alumínio depende do objetivo de cada projeto. Em todo o mundo, a preocupação com segurança desencadeou a busca por essa substituição metálica mais eficiente. Geralmente, tanto o aço quanto o alumínio têm sido empregados em peças estruturais, por oferecerem grande resistência a impactos ao mesmo tempo em que reduzem significativamente o peso da carroceria. Outras aplicações estão em estudo, como em carros elétricos, que precisam de redução de peso para aumentar sua autonomia. Também há

DIVULGAÇÃO / ARCELOR MITTAL

METAIS

ANDRÉ MUNARI, gerente vendas para o setor automotivo da Arcelor Mittal

projetos voltados para painéis internos de portas no Brasil, com montadoras muito receptivas a essa nova etapa. “Acredito que todos tenham seu espaço. Com o Rota 2030, novos projetos vão apontar cada vez mais nessa direção de menor consumo e emissão e maior segurança. Independentemente da política industrial, já são pontos importantes considerados na escolha do consumidor”, afirma Monari. “O alumínio, por exemplo, vem sendo usado em um segmento de veículos de alto valor agregado por uma questão de custo, em modelos mais caros. Cada um pode aproveitar da melhor maneira para seu produto. Há espaço para todos”, pondera. Dois terços mais leve que o aço, o alumínio demorou a ganhar espaço na indústria nacional. Segundo Giuliano Fernandes, gerente de desenvolvimento de mercado e inovação da CBA, a evolução do padrão do insumo na indústria automotiva começou dez anos depois de Europa e Estados Unidos, mas é um cenário

que está mudando. A empresa, que tem trabalhado com sistemistas e as montadoras na cocriação de soluções, aponta que nos últimos cinco anos o alumínio vem aumentando sua participação na indústria, de 8% para 37%, com os produtos fundidos ainda com a grande participação, mas com os transformados (laminados extrudados) ganhando espaço na cadeia: estes devem representar 32% do uso do metal na indústria automotiva até 2020. Fernandes explica que são quatro os pilares que devem impulsionar o uso de alumínio de alta resistência em veículos: “A performance, que você obtém ao unificar resistência e leveza no mesmo material; valor e competitividade de custos; a reparabilidade e menor ‘time to market’; e a sustentabilidade. Além de oferecer leveza e redução de emissão, o alumínio é 100% reciclável”. Suas aplicações variam desde bagageiros, que estão bem consolidados no mercado, até suporte de tranca do capô, barra de proteção de pedestre e tunnel brace, entre outros. Para Fernandes, o transporte de cargas também vem demandando maior eficiência no sistema de logística no País. Neste sentido, soluções mais modernas têm previsto a utilização de materiais de menor massa, como o próprio alumínio, que tem conquistado cada vez mais espaço em aplicações que demandam redução na tara do implemento rodoviário ou ferroviário, com aumento da capacidade de carga transportada. “A experiência recente sobre o avanço no uso de alumínio, seja em veículos de carga como de passageiros em regiões como Europa, América do Norte e até mesmo na Ásia, norteia a crença de que o Brasil seguirá o mesmo caminho”, aposta. n

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TINTAS

PRODUÇÃO CRESCENTE ANIMA SETOR SEGMENTOS LIGADOS À PINTURA AUTOMOTIVA JÁ VIVEM MELHOR AMBIENTE EM 2017 MÁRIO CURCIO

É

DETLEF W. SCHMALOW

verdade que o mercado interno ainda patina e as vendas até maio deste ano haviam registrando 824,5 mil veículos emplacados, com alta bastante tímida de 1,6% sobre o mesmo período de 2016. Mas quando se considera toda a produção automotiva, com 1,04 milhão de unidades, tem-se uma alta de 23,4%, decorrente de exportações recordes nesse intervalo. Essa melhora teve reflexo direto na indústria de tintas: “Nosso desenvolvimento segue o setor automotivo, com crescimento de cerca de 20%”, afirma o diretor de tintas automotivas da Basf para a América do Sul, Marcos Fernandes. Na Axalta o ambiente também é favorável: “Houve aumento de demanda acima do que esperávamos como consequência da alta nas exportações de veículos (61,8% a mais do que de janeiro a maio de 2016). E o desempenho no mercado de reposição também é positivo”, afirma o

presidente da companhia no Brasil, Mateus Aquino. Para a Dürr, que produz robôs e outros equipamentos para pintura e diferentes áreas da indústria, 2017 será certamente positivo: “Teremos um crescimento pequeno, mas ele vai ocorrer como consequência de um efeito-manada”, estima o vice-presidente de vendas e marketing no Brasil, Paulo Santiero, referindo-se ao movimento de retomada nas montadoras e a contratos já em andamento. O executivo também revela que, nesse período ruim da indústria automotiva, a Dürr contou com bom número de requisições de automação e de linhas de pintura para volumes menores como aviões, tratores e vagões ferroviários. O movimento ocorreu como

consequência dos custos crescentes de mão de obra e matéria-prima. PINTURA 4.0 No ambiente conectado em que as montadoras vêm se transformando, Santiero revela o quanto é importante estar alinhado ao conceito de indústria 4.0: “Nossos produtos são sempre voltados à interligação em rede, em nuvem. E, recentemente, a Dürr adquiriu a iTAC Software, uma empresa especializada em sistemas de produção e análise de dados que vêm das fábricas.” Ele recorda que os softwares para celulares e tablets criados pela iTAC são essenciais nesse contexto. Para Fernandes, da Basf, o conceito 4.0 vem resultando em integração de dados, de informações técnicas e desenvolvimento de novas cores. “Hoje conseguimos fazer uma análise mais aprofundada a partir de um microscópio acoplado a um celular. Antes precisávamos coletar uma amostra e exportá-la”, recorda. Neste momento vivido pela indústria, a Axalta acredita também na necessidade de participar dos processos produtivos com sua equipe: “Para trazer retorno mais rápido às necessidades das montadoras e à correção de problemas técnicos temos mais de 100 pessoas atuando dentro dessas fábricas no Brasil”, conclui Aquino. n

EQUIPE DA BASF em centro de pesquisa para aplicação de tintas; acima, equipamento da Dürr ajuda na verificação da qualidade

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