MERITOR - 60 ANOS

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60 ANOS: LIDERANÇA CONSOLIDADA SUCESSORA DA COBRASMA, BRASEIXOS E ROCKWELL, A MERITOR DO BRASIL COMPLETA 60 ANOS E DRIBLA AS INCERTEZAS DE MERCADO INVESTINDO EM PESSOAS, TECNOLOGIAS, INOVAÇÃO E ENGINEERING BUSINESS PARA COMANDAR O SEGMENTO DE EIXOS PARA VEÍCULOS COMERCIAIS


EDITORIAL

De olho no futuro

SÍLVIO BARROS Vice-presidente e diretor-geral da Meritor para a América do Sul

Índice

4 60 ANOS

Meritor do Brasil avança vencendo desafios

LUIS PRADO

LUIS PRADO

A

Meritor nunca deixou de olhar para sua competência central, ou seja, a engenharia e as pessoas. Estamos num engineering business, pois não definimos negócio nos padrões tradicionais junto aos nossos clientes – iniciamos projetos no estágio da engenharia, no começo do seu desenvolvimento. Por esta razão, ter pessoas qualificadas é extremamente importante e se tornou uma vantagem competitiva para nossa empresa. Pessoas, produtos, processos e tecnologia nos levaram aonde estamos: líderes do segmento em que atuamos e preparados para o futuro que está por vir. O nosso tipo de negócio e a nossa capacitação técnica têm nos colocado cada vez mais próximos aos nossos clientes, proporcionando a oportunidade de contribuir e também de aprender a cada dia como retribuir a ele, cliente, a importante fidelidade com a qual somos distinguidos, sem exceção. Esta publicação tem como objetivo contar a história da Meritor e suas realizações, que encontram paralelo no desenvolvimento da indústria automobilística brasileira a partir da criação do Geia – Grupo Executivo da Indústria Automobilística, há 60 anos, dentro do plano de metas de Juscelino Kubitschek. De lá para cá a companhia passou pelos altos e baixos que caracterizaram a economia, mas se manteve firme na liderança do mercado de eixos para veículos comerciais até a introdução recente de tecnologias de vanguarda indispensáveis para a evolução do segmento.

10 PARCERIA

Freios Master comemora 30 anos

Empresa investe em tecnologia e inovação para manter a liderança

8 NEGÓCIOS

A evolução do mercado Retomada dos veículos comerciais pode começar em 2016

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AFTERMARKET

A logística para atender a reposição

Divisão garante suprimento na América do Sul

Empresa é líder no mercado de freios para veículos comerciais

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CARREIRA

Promoção de talentos

Profissionais da empresa recebem atenção individual

GESTÃO

O segredo da longevidade

Controle gerencial e poder de reação fazem a diferença

ANUFATURA E 16 MENGENHARIA Aos 60, uma jovem senhora

Investimentos trouxeram modernidade

20 HISTÓRIA

Da indústria ferroviária à automotiva

A origem da Meritor do Brasil está relacionada à Cobrasma, à Braseixos e à Rockwell

Publicação especial da Meritor do Brasil editada por Automotive Business. Tiragem de 11 mil exemplares. Editores: Paulo Ricardo Braga (MTPS 8858) e Pedro Kutney. Revisão de textos: Mário Curcio. Foto da capa: Luis Prado. Design gráfico: Ricardo Alves de Souza e Josy Angélica. Meritor do Brasil Sistemas Automotivos Ltda. – Av. João Batista, 825, 06097-105, tel. 11 3684-1000, Osasco, São Paulo, SP.

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60 ANOS

Meritor do Brasil avança vencendo desafios Especializada em eixos para veículos comerciais, empresa investe em tecnologias e inovação para manter a liderança do mercado PAULO RICARDO BRAGA

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m um ambiente de grandes transformações na indústria de veículos comerciais, a Meritor do Brasil comemora 60 anos de atividade no País. Nos anos recentes a empresa mudou seu perfil, adotando novas tecnologias e sistemas de produção na fábrica de Osasco (SP), que representa a base de operações da marca

AD AM

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MODERNO eixo 18X é um dos produtos recentes lançados no Brasil

para a América do Sul. A companhia passou, também, por uma reformulação na estrutura administrativa e na área operacional, que foram de fundamental importância para ganhar competitividade e resistir à crise no setor automotivo local que se acentuou a partir de 2012, logo após a introdução do Euro 5.

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“Temos total capacidade de conceituar, desenvolver e validar novos produtos, como também de definir a solução adequada à aplicação, atendendo os requisitos do mercado brasileiro”, garante Sílvio Barros, vice-presidente e diretor-geral da Meritor para a América do Sul, empresa líder no segmento de eixos para veículos comerciais pesados. “A ideia é promover o desenvolvimento dos eixos na direção indicada pelos clientes, seguindo uma concepção original”, completa. Ele destaca a experiência no trabalho a quatro mãos com os clientes a partir da participação da Meritor no Consórcio Modular da MAN Latin America, implantado em Resende (RJ). “Executamos a pré-montagem dos eixos para os veículos da MAN e Volkswagen Caminhões em nossa unidade avançada de Resende e levamos à linha de produção da MAN em ritmo sequenciado. Gerenciamos também a instalação final dos eixos com nossos funcionários”, esclarece. Novas tendências têm sido introduzidas paulatinamente pela Meritor no mercado brasileiro. Uma delas é o sistema de redução no cubo das rodas, que permite satisfazer aplicações de alta severidade, como em

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aplicações fora de estrada e nos setores madeireiro e canavieiro. Outra é o “detachable tandem” em sistemas de eixos traçados, que permite desacoplar e elevar um eixo trativo quando o veículo estiver descarregado. Nesse caso, a tração 6x4 pode se transformar em 6x2 ou 4x2 com redução de 4% a 6% no consumo de combustível do veículo quando descarregado, menor desgaste dos pneus e melhor dirigibilidade. Deverá se acentuar também o uso de eixos de simples velocidade, em detrimento dos eixos de dupla velocidade. Com o desenvolvimento local da tecnologia e dos componentes dos eixos, a Meritor alcança grau de nacionalização significativo, superando 60% e contribuindo para o financiamento dos veículos por meio do Finame, do BNDES.

TRANSFORMAÇÕES Depois de algumas décadas sem oferecer grandes novidades, o segmento de eixos

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para veículos comerciais precisou apressar mudanças importantes para atender as montadoras de caminhões e ônibus e obedecer às novas exigências na evolução do powertrain. Os últimos cinco anos foram decisivos para mudar o perfil do mercado global desses componentes. “Não foram poucas as novidades que incorporamos recentemente ao nosso portfólio, contribuindo para a performance e economia na operação dos veículos”, assegura Barros. A introdução das novas regras de redução das emissões de poluentes, consolidadas no programa Proconve P7 (Euro 5), foi fundamental na transformação dos projetos de eixos e seus componentes. O novo powertrain para atender o Euro 5 foi reformulado por todas as marcas de veículos comerciais e tornou-se mais sofisticado, recebendo novas especificações para suportar torques mais elevados e condições de operação mais exigentes.

O reforço na estrutura dos eixos para atender o Euro 5 foi compensado com novas tecnologias que promovem a redução de consumo de combustível do veículo

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FOTOS: ARQUIVO / MERITOR

60 ANOS

FACHADA da unidade da Meritor em Resende (RJ) e a fábrica de Osasco (SP)

Temos total capacidade no campo de desenvolvimento de engenharia e aplicação dos produtos SÍLVIO BARROS, vice-presidente e diretor-geral da Meritor para a América do Sul

“Os eixos, dessa forma, ganharam reforço dimensional para suportar as novas imposições”, explica Barros. Novas tecnologias foram incorporadas, possibilitando o aumento da capacidade de torque e redução de peso e resultando em uma melhor relação peso x potência e contribuindo para redução do consumo de combustível do veículo. Entre elas está

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a adoção da solda a laser na construção dos eixos, eliminando o uso de parafusos na fixação da estrutura que suporta as engrenagens conhecidas como coroa e pinhão. Como essa estrutura gira em banho de óleo, a eliminação dos parafusos reduz a resistência ao movimento circular, proporcionando maior eficiência e, no cômputo geral, graças também ao menor peso, contribui com 2% a 3% de redução no consumo de combustível. Os produtos fabricados com a tecnologia de solda a laser conseguem gerar maiores torques com menores pesos se comparados aos sistemas convencionais, além de utilizarem componentes internos mais robustos, possibilitando aumento da vida útil do sistema. “Como se trata de uma novidade bem recente, até o momento não tivemos ainda movimentação do mercado de reposição para substituição desses conjuntos”, explica Luis Marques, gerente responsável pelo aftermarket da Meritor para a América do Sul. Praticamente todas as marcas de veículos comerciais presentes no País já adotaram eixos produzidos com o recurso de solda a laser, enquanto a introdução de outra novidade promete avançar – o uso do sistema batizado pela Meritor de Logix Drive, que controla e otimiza a quantidade de lubrificante presente dentro do eixo em função das exigências de operação. A redução do efeito de arraste no movimento de rotação da coroa e do pinhão se traduz em redução de 0,5% a 1% do consumo de combustível. “O efeito combinado de produtos com tecnologia de solda a laser com o Logix Drive no desenvolvimento auxilia na redução de consumo de combustível dos veículos, que representa parcela expressiva no custo operacional de frotas de caminhões e ônibus. O item vem em segundo lugar, logo após a folha de pagamento”, diz Barros. n

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NEGÓCIOS

A evolução do mercado Retomada dos veículos comerciais pode começar em 2016 PAULO RICARDO BRAGA

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A

Meritor atende com eixos ou componentes de produção local todas as marcas de veículos comerciais pesados nacionais. A empresa calcula que já fabricou 8 milhões de eixos, dos quais 3,5 milhões foram destinados a veículos pesados. A Meritor possui metade do mercado de eixos acima de 6 toneladas e supera 60% quando se trata de eixos para caminhões pesados. Atualmente, a Meritor exporta eixos completos para a Argentina, mas o mercado externo já chegou a representar 30% da produção. O avanço da demanda interna, anos atrás, acabou levando a empresa a se concentrar no atendimento das necessidades

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do mercado brasileiro. “Foi uma questão de prioridade”, afirma Sílvio Barros, vicepresidente e diretor-geral da Meritor para a América do Sul, explicando que o produto destinado às montadoras locais possui características específicas, nem sempre adequadas a outros países, em razão da topografia regional ou da aplicação. Ele conta que as exportações estão sendo retomadas e devem representar 20% a 25% da produção no médio prazo. “Tecnologias, produtos e padrões de qualidade estão disponíveis para concorrermos internacionalmente”, pondera. Barros acredita que estamos chegando ao fundo do poço na crise do setor automotivo e a retomada deverá começar no segundo semestre de 2016, com uma evolução lenta. Enquanto as vendas para montadoras passaram por um declínio preocupante nos

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O foco no mercado interno foi uma decisão estratégica, baseada nas características específicas da topografia regional, nas aplicações diferenciadas e no avanço da demanda local

últimos meses, a demanda do mercado de reposição reagiu positivamente para a Meritor. “Vamos crescer 5% este ano, enquanto o segmento como um todo deve recuar 10%”, calcula Luis Marques, gerente de aftermarket da Meritor para a América do Sul. “A crise não segurou o desenvolvimento de pessoas e processos na Meritor. Investimos no parque industrial, introduzimos novas tecnologias e máquinas, aplicamos em robotização na produção e trabalhamos na expansão dos nossos laboratórios”, observa Barros. A Meritor participa do controle da Master, empresa constituída em parceria com a Randon na produção de sistemas de freios. “O empreendimento traz vantagem competitiva para a nossa produção local. A Master se beneficia também do conhecimento global da Meritor na área de freios”, afirma Barros.

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FORNECEDORES “A Meritor sabe que parcerias sólidas são fundamentais para atender às necessidades do complexo segmento em que ela atua e, por isso, valoriza e reconhece a importância da sua base de fornecedores”, afirma Rafael Souza, gerente sênior de compras da Meritor para a América do Sul. Ele explica que é por meio de uma comunicação transparente que a empresa tem envolvido seus fornecedores ao longo dos últimos 60 anos e trabalhado em conjunto no desenvolvimento de soluções que visam não só atender, mas também superar as expectativas do cliente final. “Busca pela excelência, integridade, respeito e trabalho em equipe são os pilares dos valores da Meritor. São eles que norteiam as nossas vitoriosas parcerias, das quais não abrimos mão e com as quais contamos para vencer os próximos desafios”, conclui. n

RAFAEL SOUZA, gerente sênior de compras da Meritor para a América do Sul

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AFTERMARKET

A logística para atender a reposição Divisão garante suprimento na América do Sul

LUIS PRADO

A

LUIS MARQUES, gerente da divisão de aftermarket da Meritor para a América do Sul

Meritor atende o mercado de reposição por meio de distribuidores de autopeças, que se encarregam de oferecer em todo o País eixos e seus componentes, cardans, rolamentos e embuchamentos. A divisão de aftermarket da empresa está localizada em área próxima da fábrica de Osasco (SP) e recorre a um centro de distribuição (PDC) em Barueri (SP), que se encarrega de executar a operação logística. Luis Marques, gerente responsável pela área, explica que a divisão de aftermarket reporta-se à unidade CVS – Comercial Vehicle Systems, que garante o suporte à comercialização do portfólio de eixos e componentes na América do Sul. “Com essa prática garantimos também o atendimento aos usuários das marcas de caminhões e ônibus exportados a partir do Brasil”, esclarece.

Com o intuito de promover a cultura da manutenção preventiva a Meritor criou um programa chamado Meritor Frota Parceira e no ano de 2015 iniciou o primeiro tour pelo Brasil, que tem o objetivo de se aproximar dos frotistas de passageiros e de carga, proporcionando conhecimento em manutenção preventiva. No projeto são abordados temas como montagem e desmontagem do eixo diferencial Meritor e manutenção preventiva. “O treinamento pode ser feito na própria Meritor ou nas dependências dos frotistas”, afirma Marques. Segundo a Meritor, os principais benefícios para as frotas que aderem ao programa são acesso fácil à informação técnica, comunicação direta entre a frota e a empresa, treinamentos exclusivos in company e acesso à rede de distribuidores da Meritor.

PARCERIA

Freios Master comemora 30 anos Empresa lidera mercado de freios para veículos comerciais

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m 24 de abril a Master comemorou 30 anos de atividades. A empresa é uma fusão entre o know-how de mercado da brasileira Randon e a tecnologia da Meritor. Neste período a companhia já produziu mais de 11 milhões de freios para o mercado global de veículos comerciais. A joint venture, que iniciou sua operação fabricando 5 mil unidades e atingiu marco histórico de 1 milhão de componentes manufaturados em 2011, responde por 53% do mercado nacional de freios para veículos comerciais.

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Com o suporte da Meritor, que oferece a capacitação de seu corpo técnico nos Estados Unidos e na Europa, a Master prima por desenvolver tecnologias para garantir a segurança, integridade e qualidade de seus produtos e dos produtos de seus clientes. Outra vantagem da fabricante de freios é a estrutura do campo de provas das Empresas Randon, tido como importante ferramenta para testes em condições reais de utilização, com pistas e laboratórios.

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CARREIRA

Promoção de talentos Profissionais da empresa recebem atenção individual

LUIS PRADO

PAULO RICARDO BRAGA

profissionais com capacidade para se tornar gerentes ou assumir posições de liderança; as pessoas com características de especialistas; e os indivíduos que estão bem posicionados e vão receber cursos e investimentos básicos para aperfeiçoamento. Cada profissional recebe atenção individual para definição de suas necessidades e talentos. O programa é atualizado anualmente e tem características globais – isto é, o potencial de cada um é avaliado dentro da estrutura internacional da Meritor. O próprio Kleber participou ativamente desse processo. Como gerente de compras na operação brasileira, foi transferido para os escritórios na Europa e voltou como diretor de compras. O gerente de estratégia de produto Rodrigo Soffner também foi recolocado na Europa e quando regressou ao País acumulou a função de gerente sênior de engenharia, ARQUIVO / MERITOR

KLEBER ASSANTI, diretor de recursos humanos, vendas e marketing da Meritor para a América do Sul

A

Meritor do Brasil emprega 950 profissionais, dos quais 150 trabalham nos escritórios. Há mais de 40 engenheiros, que atuam em compras, manufatura e desenvolvimento de produtos e aplicações. Nos últimos seis anos a empresa colocou em prática um plano de sucessão, identificando talentos. Para cada posiçãochave no organograma há pelo menos um backup. “Com essa atitude garantimos a segurança da estrutura organizacional e também oferecemos estímulos para as pessoas pensarem na carreira”, afirma Kleber Assanti, diretor de recursos humanos, vendas e marketing da Meritor. O plano de carreira contempla quatro ações básicas, identificando as pessoas com talento e potencial para ocupar cargos de diretoria em um horizonte de três anos; os

FÁBRICA DE OSASCO (SP) recebe os familiares de seus profissionais

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BETO RIGINIK

A Meritor dedica atenção individual na definição do plano de carreira de seus profissionais. O programa global é atualizado todo ano

estratégia e gerenciamento de produtos. A exportação de talentos é contínua. Hoje a Meritor do Brasil possui vários profissionais atuando nos Estados Unidos. “Essa é uma maneira de evitar demissões e ao mesmo tempo preparar nosso pessoal”, diz Kleber.

AÇÕES SOCIOAMBIENTAIS A Meritor do Brasil acaba de diplomar a oitava turma do Formare, programa que recebe 20 alunos da comunidade todo ano, selecionados entre jovens carentes. Uma parte deles acaba sendo contratada para permanecer na empresa. Como parte do esforço voluntário

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dos profissionais da empresa há diversos programas de caráter socioambiental em andamento, atendendo núcleos como Maria Maia (crianças com câncer), Amamos, Cagep, Dorina Nowil (deficientes visuais) e suporte a um asilo. Além de incentivar tais ações promovidas pelos colaboradores da empresa, a Meritor faz doações de cheques corporativos para empresas reconhecidas pela atividade de apoio comunitário. Periodicamente, a Meritor abre as portas para receber a família dos seus funcionários. Este ano a iniciativa ocorreu em maio e deu início à comemoração dos 60 anos de existência da companhia no País, completados em julho. n

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GESTÃO

O segredo da longevidade PEDRO KUTNEY

Controle gerencial e poder de reação fazem a diferença para superar maus momentos e aproveitar os bons

LUIS PRADO

H ADALBERTO VANDERLEI MOMI, diretor financeiro da Meritor para a América do Sul

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á quarenta anos na empresa, passando pelas fases Braseixos, Rockwell e Meritor, o diretor financeiro para a América do Sul Adalberto Vanderlei Momi lembra das diversas etapas da corporação ao longo de sua história de seis décadas no Brasil, mas define com duas qualidades o segredo para a longevidade saudável: controle gerencial e poder de reação. “Foi isso que nos permitiu sobreviver tanto tempo aqui e no mundo”, resume Momi. “Houve muitas mudanças na forma de administrar nesse tempo todo, mas nos últimos anos a gestão foi refinada, ganhamos mais controle da empresa e reagimos rápido a qualquer situação”, completa. Para superar maus momentos e aproveitar os bons, a Meritor tem um sistema de gestão aberta, sem barreiras hierárquicas, todos falam com todos, sem feudos. “Isso nos torna muito unidos, flexíveis e rápidos, mesmo para tomar decisões difíceis. Aqui reagimos tão rápido ao mercado quanto um banco”, compara o diretor financeiro. O foco no desenvolvimento das pessoas também é fundamental para manter a empresa sempre

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preparada, tanto para se contrair quando isso é necessário, quanto para expandir rapidamente as operações quando a demanda existir.

CONFIANÇA NO FUTURO O momento de severa contração do mercado brasileiro de veículos comerciais pesados reduziu sensivelmente o faturamento, mas nem por isso houve descontrole financeiro. “Tenho mais confiança hoje em um futuro de sucesso da empresa do que no início desta década, porque hoje a Meritor está muito mais produtiva e organizada. E se o mercado ajudar vamos obter frutos mais adiante”, acredita Momi. Ele destaca ainda que a “erosão” ocorrida no Brasil já foi absorvida pelo comando global da Meritor, que entende ser passageira a situação atual de recessão econômica. Os planos incluem a rápida retomada dos investimentos assim que o mercado voltar a crescer. “Retrocedemos a infantaria a fim de estarmos preparados para atacar novamente, em momento mais propício”, avalia o executivo. “Estamos passando por um momento muito difícil no País, mas muito saboroso em termos de experiência, que nos deixa mais fortes para o futuro”, reforça Sílvio Barros, vice-

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LUIS PRADO

presidente e diretor-geral da Meritor para a América do Sul. A queda das vendas, somada à desvalorização do real diante do dólar, reduziu a 5% a participação do Brasil no faturamento global da companhia, que já chegou a 20% nos tempos do dólar cotado a R$ 2. “Mas isso não reduziu a atenção da corporação conosco, que é a mesma de quando o real estava valorizado”, afiança Barros. Com ajustes rápidos e certeiros, a empresa sofreu encolhimento em linha com a queda do mercado brasileiro, mas não perdeu nenhum cliente nem

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participação das vendas de eixos, que chega a 60% nos veículos pesados fabricados no Brasil. Todos os fabricantes de caminhões e ônibus compram componentes ou eixos trativos da Meritor na região. A engenharia residente da Meritor também reage rápido para desenvolver e adaptar produtos às necessidades dos clientes. “Investimos de 3% a 5% das receitas em engenharia, desenvolvimento e modernização de linhas de produção. Por isso estamos prontos para aproveitar as oportunidades quando elas surgirem”, finaliza Adalberto Momi. n

A Meritor está muito mais produtiva e organizada hoje ADALBERTO VANDERLEI MOMI, diretor financeiro da Meritor para a América do Sul

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MANUFATURA E ENGENHARIA

Aos

60,

uma jovem senhora PEDRO KUTNEY

O endereço da fábrica principal no Brasil ainda é o mesmo em Osasco, mas investimentos trouxeram modernidade e mais qualidade

LUIS PRADO

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LUIS PRADOD

ALEXANDRE FRANCO MARIEN, diretor de operações da Meritor para a América do Sul

ntigo aqui é só o endereço. Quem andar pela fábrica verá muita modernidade.” Assim Alexandre Franco Marien, diretor de operações da Meritor para a América do Sul, define com precisão a maior planta de produção de eixos trativos para veículos comerciais de toda a América do Sul, instalada em área construída de 45 mil metros quadrados no centro de Osasco, município da Região Metropolitana de São Paulo, onde a história da empresa começou há 60 anos.

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Até os anos 1990, assim como acontecia com boa parte da indústria automotiva instalada no País, quase todo o maquinário da Meritor era de segunda mão, vinha de linhas desativadas em outras fábricas do grupo. Isso começou a mudar com a consolidação do Brasil como grande mercado veicular global e o consequente acirramento da competição. Era necessário fabricar com mais qualidade e produtividade, seguindo padrões globais. O auge do processo de modernização da manufatura da Meritor no Brasil ocorreu no início desta década. Com investimentos de US$ 5 milhões por ano nos últimos cinco anos, incluindo o desenvolvimento de novos produtos, a fábrica de Osasco recebeu diversas modernizações. Isso permitiu a fabricação de eixos trativos de alta tecnologia, como as novas linhas 17X e 18X, que combinam robustez, eficiência, economia de combustível e baixo custo de manutenção aos veículos comerciais pesados.

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MANUFATURA E ENGENHARIA RUY HIZATUGU

AUTOMAÇÃO

LUIS PRADO

RUY HIZATUGU

Fazem parte desse programa de investimentos a instalação de robôs para soldagem de carcaças de eixos, a linha de solda a laser de diferenciais e a robotização da furação de carcaças. Em apenas três anos, o número de robôs na fábrica de Osasco saltou de zero para oito. “Temos aqui os padrões de produção em linha com qualquer outra fábrica da Meritor no mundo. Em alguns pontos estamos até à frente, como é o caso da solda a laser, que existe aqui e em fábricas na Europa e só em 2017 será adotada em plantas dos Estados Unidos”, destaca Marien, que há 30 anos trabalha na empresa e viu de perto toda a sua evolução produtiva. Marien explica que o foco não está em automatizar as operações ao máximo, mas apenas pontos sensíveis, com o objetivo de aumentar a segurança, qualidade e produtividade. Por isso a fábrica brasileira, mesmo estando entre as três maiores do grupo no mundo, é também a menos automatizada. “A mão de obra no Brasil é cara, mas não o suficiente para justificar a automação de tudo. Por isso focamos em áreas estratégicas”, diz o executivo. Osasco também abriga a chamada Fábrica 2 da Meritor, localizada em área próxima, que opera como estoque de peças e materiais de produção. Uma terceira unidade produtiva opera em Resende, RJ. “O desafio maior que temos para o futuro das operações da Meritor no Brasil é continuar a reduzir custos, seguir elevando a produtividade e o valor agregado dos produtos, para nos mantermos competitivos em um mercado com mais concorrentes e clientes cada vez mais exigentes”, resume Alexandre Marien.

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A Meritor tem focado o desenvolvimento de seus produtos especialmente na redução do consumo de combustível e no custo operacional do cliente final, tendo como premissa fundamental que os diferenciadores de tecnologia devem trazer retorno imediato e quantificável e também gerar valor ao fabricante do veículo. “Enfatizamos ações de aperfeiçoamento em eficiência do eixo e de redução de peso, tais como melhoria de nossas engrenagens, tecnologia de solda a laser, redução da resistência ao torque, desacoplamento e alçamento do eixo trativo em configurações tandem (6x4). No que se refere ainda à redução de peso, focamos a otimização estrutural e o uso de materiais de alta resistência. Utilizamos a validação extensiva de nossos produtos com o objetivo de garantir a confiabilidade em campo e reduzir o nível de manutenções, como a extensão do intervalo de troca do óleo lubrificante. Visamos à correta seleção de produtos para cada tipo de aplicação, como é o caso de eixos com redução no cubo em condições mais severas”, explica Rodrigo

Soffner, gerente sênior de engenharia, estratégia e gerenciamento de produtos da Meritor para a América do Sul. A Meritor detém dez centros tecnológicos e escritórios de engenharia ao redor do mundo e Osasco é um desses núcleos. A operação brasileira tem total autonomia para desenvolver novos produtos, mas recorre ao suporte de outros centros de engenharia sempre que necessário. “Todos os nossos projetos levam em conta as necessidades da manufatura, a viabilidade do processo produtivo e contemplam alternativas para a redução do custo de produção. O conceito de design for manufacturing é amplamente empregado em nossos projetos”, afirma Soffner. Ele pondera que o mercado brasileiro é singular em vários aspectos, como altos custos de aquisição e operação, topografia das estradas, falta de fiscalização do peso da carga transportada, tipo de aplicação, qualidade das estradas ou mesmo a legislação de emissões ou das configurações dos veículos, entre outros. Em linhas gerais, os produtos para o mercado interno são mais robustos que os usados em países da Europa e da América do Norte. n

INVESTIMENTO EM RESENDE

TUGU RUY HIZA

ENGENHARIA

RODRIGO SOFFNER, gerente sênior de engenharia, estratégia e gerenciamento de produtos da Meritor para a América do Sul

ARQUIVO MERITOR

N

a virada da década, com o crescimento acelerado de seu maior cliente em volume de unidades, a MAN Latin America, a Meritor investiu R$ 40 milhões para construir uma planta de 10 mil metros quadrados em Resende, RJ, a fim de montar as partes dos eixos que fornece aos caminhões e ônibus Volkswagen. A Meritor participa do consórcio modular de produção da MAN há 20 anos, desde o início da operação em Resende, em 1996, quando a então Volkswagen Caminhões e Ônibus inaugurou o sistema que trouxe os fornecedores para dentro da linha de montagem, não só entregando peças, mas atuando diretamente na produção. “Com a inauguração de nossa planta em Resende, abrimos espaço dentro da fábrica da MAN. É uma operação importante para aumentar a produtividade do cliente. Montamos os eixos e fazemos a entrega sequenciada. Em apenas duas horas um eixo entra em produção e já está montado no veículo”, descreve Alexandre Franco Marien, diretor de operações da Meritor para a América do Sul.

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HISTÓRIA

Da indústria ferroviária à automotiva A atual Meritor do Brasil teve sua origem no País relacionada à Cobrasma, que atendia as estradas de ferro, depois à Braseixos, especialista em eixos para automóveis e caminhões, e à norte-americana Rockwell

A

história da Meritor do Brasil tem raízes na constituição da Cobrasma – Companhia Brasileira de Material Ferroviário, com sede em São Paulo e usina em Osasco (SP), na Rua do Expedicionário. A iniciativa, que ganhou forma em 1o de setembro de 1944, deveu-se à necessidade de dar suporte às estradas de ferro, logo após o período da Segunda Grande Guerra. Em meados de 1946 o primeiro vagão da Cobrasma foi entregue ao tráfego.

Em 23 de março de 1948 ocorreu na empresa a primeira corrida de aço na fundição estruturada com suporte da American Steel Foundries, visando à produção de truques, engates e aparelhos de choque e tração. Em um novo estágio foi montada uma forjaria, inaugurada em 1o de junho de 1954. A nacionalização da indústria automobilística brasileira, com base no segmento de caminhões, levou a Cobrasma a redirecionar sua atuação, passando a montar eixos dianteiros e

1960 Eixo traseiro R-300

1970 Carcaça de eixo traseiro

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1956 Inauguração da fábrica

traseiros para veículos comerciais, depois de acordo com a Timken-Detroit, uma divisão da Rockwell Spring and Axle Company, dos Estados Unidos. A Oficina de Peças para Automóveis, precursora da atual Meritor do Brasil, surgiu em 16 de julho de 1956, com 30% de participação acionária da norteamericana Rockwell, marcando um novo estágio de desenvolvimento industrial da Cobrasma (acionista principal) com a produção de eixos. Em 1957 o empreendimento recebeu o nome de

1959 Seção de usinagem de semieixos

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1964 Eixo dianteiro EB-8 e eixo traseiro EB-4

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HISTÓRIA 2012 Pedra fundamental no parque de fornecedores em Resende (RJ)

2013 Processo de solda a laser

1993 Lançamento de eixo com redução no cubo

Cobrasma Rockwell Eixos S.A. (Cresa) e consolidou-se como uma indústria metalúrgica para a fabricação de peças destinadas à indústria automobilística, como eixos frontais e traseiros para automóveis e caminhões. Em novembro de 1961 a empresa teve sua razão social alterada para Braseixos Rockwell S.A. e, no ano seguinte, passou a fabricar diferenciais, habilitando-se para a produção de eixos completos. A partir de 14 de março de 1973 a Braseixos Rockwell passou a se chamar apenas Braseixos S.A. Nos anos 1970 a companhia quadruplicou de tamanho, empregando cerca de 4 mil pessoas. Em 1974 foi construída uma segunda fábrica, também em Osasco, na Avenida João Batista. A divisão de eixos tinha em seu portfólio peças usinadas de automóveis (vigas, coroas, pinhões, semieixos, engrenagens, pontas de eixos, braços de direção e garfos de mudanças). A outra divisão, de forjaria, produzia peças moldadas ao fogo, como bielas, árvore de manivela, eixos de motoniveladoras, braços de direção, pontas de eixo e elos para esteiras de tratores. Nessa época a Braseixos era a maior

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2013 Lançamento do Programa Meritor Frota Parceira

indústria independente de eixos da América Latina e a maior fornecedora de autopeças do País com capital nacional. A capacidade alcançava 372 mil eixos por ano, com parte destinada à exportação, e a marca estava presente em 90% dos veículos produzidos localmente. A empresa inaugurou, em outubro de 1978, em Sumaré, SP, uma unidade para fabricação de eixos de tratores. Em 1987 a Rockwell adquiriu da Cobrasma o restante das ações da Braseixos, que passou a denominar-se Rockwell Braseixos S.A., empregando 4.500 funcionários em cinco fábricas. O empreendimento era uma das maiores operações da divisão automotiva da Rockwell no mundo. Com o desmembramento da Rockwell International, em 1997, a operação brasileira passou a integrar a Meritor, uma empresa global com 46 fábricas e 16 mil funcionários, fornecedora de componentes e sistemas para mais de 800 fabricantes de veículos em diversos países. No Brasil, a divisão de sistemas para veículos pesados da Meritor fornecia eixos para veículos comerciais, atendendo o mercado interno e exportações. A divisão de sistemas para veículos leves da Meritor tinha sede em Limeira (SP) e incluía a Fumagalli,

• MERITOR DO BRASIL SISTEMAS AUTOMOTIVOS • 1956 - 2016

2015 Meritor participa da Fórmula Truck na etapa de Londrina

produtora de rodas de aço. Em 1986 foi fundada a Freios Master, empresa especializada em sistemas de freios para veículos comerciais, com participação acionária da Meritor e da Randon. A fábrica fica em Caxias do Sul, RS. No ano 2000 a Meritor promoveu uma fusão com a norte-americana Arvin Industries (especialista em sistemas para veículos leves) e a operação brasileira passou a se chamar ArvinMeritor do Brasil. A união durou até 2011, quando a ArvinMeritor voltou a ser denominada Meritor, com a venda dos negócios de veículos leves. A empresa remanescente manteve sua especialização em sistemas para veículos comerciais e conserva a sede brasileira em Osasco, SP. Em 2013 a Meritor implantou uma fábrica no Parque de Fornecedores da MAN LA, em Resende (RJ), que monta os eixos destinados aos caminhões MAN e Volkswagen a partir de componentes produzidos em Osasco e os entrega em regime sequenciado na linha de produção dos veículos. A empresa entende que a presença de sistemistas no site das montadoras, ou ao seu redor, é uma tendência que deve se acentuar no segmento de caminhões e ônibus. n

www.meritor.com/brasil




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