Revista Automotive Business - Edição Especial Chery | outubro 2014

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OUTUBRO de 2014 • Edição Especial

O GRANDE PASSO GLOBAL Fabricante de veículos chinesa inicia caminhada multinacional em solo brasileiro

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Imagens ilustrativas.

A Chery já inaugurou sua fábrica no Brasil, mas a comemoração só está começando: toda a linha com taxa de 0%. Aproveite.

CELER SEDAN 1.5 A PARTIR DE

34.990

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NOVO TIGGO 2.0 A PARTIR DE

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Todos juntos fazem um trânsito melhor. Celer Hatch, 2014/2015, à vista R$ 33.990,00. Celer Sedan, 2014/2015, à vista R$ 34.990,00. Taxa de juros de 0% (zero por cento) para os modelos Celer Hatch e Celer Sedan 2014/2015. Celer Hatch: entrada de R$ 20.394,00 (60%) + saldo de 12 parcelas (de R$ 1.156,51 até R$ 1.211,86). Celer Sedan: entrada de R$ 20.994,00 (60%) + saldo de 12 parcelas (de R$ 1.227,56 até R$ 1.270,40). Valor da parcela, IOF, tarifas de cadastro e registro de contrato podem variar de acordo com o Estado, bem como o Custo Efetivo Total (de R$ 34.272,06 até R$ 35.941,16). QQ 1.0, 2014/2015, à vista R$ 23.990,00. QQ 1.0 Act, 2014/2015, à vista R$ 25.990,00. Taxa de juros de 0% (zero por cento) para os modelos QQ 1.0 e QQ 1.0 Act 2014/2015. QQ 1.0: entrada de R$ 14.394,00 (60%) + saldo de 12 parcelas (de R$ 819,11 até R$ 874,46). QQ 1.0 Act: entrada de R$ 15.594,00 (60%) + saldo de 12 parcelas (de R$ 886,59 até R$ 941,94). Valor da parcela, IOF, tarifas de cadastro e registro de contrato podem variar de acordo com o Estado, bem como o Custo Efetivo Total (de R$ 24.223,26 até R$ 26.949,50). TIGGO MT, 2014/2015, à vista R$ 54.990,00. TIGGO AT, 2014/2015, à vista R$ 58.990,00.

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índice

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A BERTURA

O GRANDE PASSO GLOBAL Primeira fabricante de veículos chinesa no País ganha força na caminhada multinacional

12 I NTERNACIONAL DO BRASIL PARA O MUNDO Internacionalização da Chery passa pela operação no mercado brasileiro ANUFATURA 14 M AGORA MADE IN BRAZIL Produção em Jacareí, SP, prevê 50 mil carros no primeiro ano EÍCULOS 16 V CELER NACIONAL TERÁ VERSÕES HATCH E SEDÃ Em 2015 vem o novo QQ e, mais adiante, um utilitário esportivo OTORES 18 M INICIATIVA ATENDERÁ A OPERAÇÃO Chery investiu US$ 130 milhões para sua divisão Acteco montar propulsores e câmbios 20 T ECNOLOGIA DESENVOLVIMENTO LOCAL PARA ATENDER BRASILEIROS Operação nacional será a primeira a contar com centro de P&D fora da China

21 D ISTRIBUIÇÃO E SERVIÇOS SALTO NAS VENDAS, COM MAIS CONCESSIONÁRIAS Empresa investe em novas lojas, treinamento de equipes e estoque de peças ORNECEDORES 24 F RELAÇÃO PRÓXIMA TRAZ GANHOS Chery está empenhada em garantir bons volumes aos parceiros que tem no Brasil EW GENERATION 26 N APOSTA EM QUALIDADE PARA IMPULSIONAR A MARCA Companhia moderniza os veículos e quer ir além do rótulo de chinesa APACITAÇÃO 30 C TREINAMENTO NO BRASIL E CHINA Profissionais passaram por aperfeiçoamento para atender as operações da Chery Brasil ESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL 32 R SUSTENTÁVEL DESDE AS PRIMEIRAS RAÍZES Compromisso da Chery vem antes da construção da fábrica

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editorial

revista

www.automotivebusiness.com.br

Paulo Ricardo Braga Editor paulobraga@automotivebusiness.com.br

avanço da chery passa pelo brasil

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companhando a evolução da operação da Chery no Brasil, Automotive Business preparou esta edição especial, feita em conjunto com a montadora e a assessoria de imprensa SD Press, que se prontificaram a contribuir com grande parte das informações reunidas para contar a história da marca. Como ponto de partida, a jornalista Sueli Reis foi à China conhecer de perto a operação da Chery e visitou o complexo de Wuhu, que reúne quatro unidades produtivas da montadora naquele país. Nessa jornada, ela soube que a Chery foi escolhida pelo governo chinês para ocupar posição de destaque na indústria automobilística local e comandar as principais atividades na área de veículos leves, servindo de referência para outras empresas do gênero. A Chery, que possui representação em mais de 80 países, busca agora fortalecer sua presença mundial, meta que passa pela estruturação da fábrica brasileira da marca, a primeira completa da Chery fora da China, erguida em Jacareí, SP, no vale do rio Paraíba. Nos últimos dois anos a nova montadora brasileira (primeira chinesa no País) esteve empenhada nas obras civis e no detalhamento das linhas de produção, com a definição dos veículos a serem feitos no País, começando com o Celer e prosseguindo com o compacto QQ e um SUV derivado do Tiggo 5. As instalações fabris estão sendo afinadas visando ao início de produção para valer, que ocorre em dezembro. Enquanto isso, a Chery Brasil já tem planos concretos de tornar a operação brasileira uma base de exportações para a América Latina, tornando-se uma peça importante no programa de internacionalização da marca.

Publicação especial editada por Automotive Business, empresa associada à All Right! Comunicação Ltda. Tiragem de 13.000 exemplares, com distribuição direta a executivos de fabricantes de veículos, autopeças, distribuidores, entidades setoriais, governo, consultorias, empresas de engenharia, transporte e logística e setor acadêmico. Diretores Maria Theresa de Borthole Braga Paula Braga Prado Paulo Ricardo Braga Editor Responsável Paulo Ricardo Braga (Jornalista, MTPS 8858) Editora-Assistente Giovanna Riato Redação Camila Franco, Mário Curcio, Pedro Kutney e Sueli Reis Design gráfico Ricardo Alves de Souza e Josy Angélica Fotografia Estúdio Luis Prado Publicidade Carina Costa, Greice Ribeiro, Monalisa Naves Atendimento ao leitor Patrícia Pedroso WebTV Marcos Ambroselli Comunicação e eventos Carolina Piovacari Impressão Margraf Distribuição MTLOG

Administração, redação e publicidade Av. Iraí, 393, conjs. 51 a 53, Moema, 04082-001, São Paulo, SP, tel. 11 5095-8888 redacao@automotivebusiness.com.br

Boa leitura.

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CHERY

Fotos: LUIS PRADO

inaugurada em agosto, a fábrica da Chery em Jacareí, SP, inicia a produção de veículos

CHERY DÁ NO BRASIL SEU PRIMEIRO GRANDE PASSO GLOBAL PRIMEIRA FABRICANTE DE VEÍCULOS CHINESA A SE INSTALAR NO PAÍS COMEÇA A CAMINHADA MULTINACIONAL EM SOLO BRASILEIRO PEDRO KUTNEY

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inauguração da linha de produção da Chery em que apesar de ser o maior mercado de veículos do mundo, Jacareí, no interior paulista, guarda ineditismo de só nesta década começa a extrapolar suas fronteiras com mão dupla: é a primeira marca chinesa de plantas (não só linhas de montagem) em outros veículos a produzir no Brasil, como também é este o mercados, dando início a esse processo no Brasil, primeiro grande passo internacional da indústria aupaís que mais tem tradição em receber multinaciotomotiva estatal da China, ao instalar sua maior fánais do setor – quase todas já estão aqui. brica completa de carros fora do país, de seu maior “O País tem 200 milhões de habitantes, o defabricante independente, sem associação com senvolvimento econômico é rápido e seu merAssista à companhias estrangeiras. Com esse simbolismo cado automotivo também cresce depressa, é o entrevista histórico, os primeiros Chery brasileiros surgem pela exclusiva com quarto maior do mundo. Achamos que a Chery Luis Curi, vontade e necessidade de tornar multinacional um atende às necessidades dos brasileiros, que são vice-presidente muito amigáveis com os chineses. A relação entre dos mais importantes ramos industriais chineses, da Chery

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ESTA É A NOSSA PRIMEIRA FÁBRICA COMPLETA FORA DA CHINA

ROGER PENG, presidente da Chery Brasil

os governos dos dois países é muito boa. A base industrial aqui é forte, com mão de obra qualificada. Por todos esses motivos decidimos ter uma fábrica”, justifica Zhou Biren, vice-presidente da Chery e chefe de operações internacionais. Ao contrário de outros fabricantes chineses que enfrentam dificuldades para se instalar no Brasil por meio de seus importadores e estão com planos suspensos ou atrasados, a Chery quer mostrar que seu projeto brasileiro é sólido. “Esta é a nossa primeira fábrica completa fora da China, é um

dia memorável para nosso processo de internacionalização”, disse Roger Peng, presidente da Chery Brasil, durante a cerimônia de abertura das instalações industriais de Jacareí, em 28 de agosto. A fabricante já tem uma dúzia de linhas de montagem espalhadas pelo mundo, incluindo uma no Uruguai, onde atualmente monta o SUV Tiggo e o compacto Face, dois dos carros que vende no mercado brasileiro dentro da zona de livre comércio do Mercosul (inclui Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela). Mas em nenhum desses

lugares existe uma linha completa de produção como em Jacareí. O custo de produção mais alto no Brasil é reconhecido, mas não preocupa: “É mais caro produzir aqui do que na China, mas trazer carros de lá tem preço elevado de transporte e o imposto de importação é bastante alto. Tudo isso é compensado com a fabricação local”, pondera Zhou Biren. O mesmo raciocínio se aplica aos mercados vizinhos da América do Sul: “Nosso desejo é exportar do Brasil para todos os países da região”, informa o executivo.

DEVEMOS CHEGAR AO FIM DE 2014 COM 100 LOJAS POR TODO O BRASIL

LUIS CURI, vice-presidente da Chery Brasil

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Fotos: DIVULGAÇÃO

A produção de veículos começa com o Celer (fotos) e depois virá o QQ, já em nova geração. A empresa construirá também uma fábrica de motores e pista de testes em Jacareí, SP

PROGRAMA DE NACIONALIZAÇÃO O

índice de nacionalização dos primeiros Chery fabricados no Brasil deve começar em cerca de 50% e será aumentado gradualmente, podendo chegar a 70% em dois anos. Já foram assinados contratos com 22 fornecedores no País. Em outra medida para aumentar os índices de nacionalização e atender os requisitos do Inovar-Auto, a Chery vai instalar o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento no País, com investimento extra de R$ 50 milhões. “Provavelmente, a partir de 2018 a Chery terá um automóvel pensado, desenvolvido e produzido especialmente para a América Latina”, diz o vice-presidente Luis Curi.

Antes chamávamos esta operação de Chery Brasil. Agora chamamos de Chery brasileira Zhou Biren, chefe de operações internacionais da Chery

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CONFIANÇA NO MERCADO BRASILEIRO Montadora tem expectativa de as vendas crescerem rapidamente

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uando o mercado brasileiro crescia ao ritmo de dois dígitos porcentuais ao ano e não havia sobretaxação a veículos importados, a Chery já tinha decidido abrir sua fábrica no País, mesmo antes de começar a vender seus carros no Brasil. Em 2011 foram vendidos 27 mil automóveis da marca chinesa aos brasileiros, mas em 2012 as vendas caíram a menos da metade, para 12 mil, com a aplicação de 30 pontos porcentuais sobre o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) recolhido de carros sem produção local ou com baixo conteúdo nacional. Mesmo assim, a confiança não cedeu. Um novo tombo veio em 2013, com apenas 8 mil unidades vendidas antes de vencer toda a burocracia para enquadrar a empresa no Inovar-Auto, a política industrial do governo brasileiro criada para aumentar os índices de nacionalização do setor automotivo. Este ano, vencidas as barreiras e com cotas de importação garantidas sem sobretaxação para quem investe em projetos no País, a expectativa é voltar aos níveis de vendas acima de 15 mil veículos. Mesmo com a entrada em declínio do mercado brasileiro, a confiança permanece. “Neste momento o Brasil passa por algumas dificuldades, mas não é o fim do mundo, é algo passageiro. Estamos confiantes que o mercado crescerá a 4 milhões ou 5 milhões (de unidades por ano)”, afirma Zhou Biren, chefe de operações internacionais da Chery. Com planta local e projetos adaptados para o cliente brasileiro, a expectativa é ver as vendas crescerem rapidamente. “Até 2018 queremos vender de 100 mil a 120 mil carros por ano, com participação em torno de 3% do mercado brasileiro”, afirma Roger Peng, presidente da Chery Brasil. “Com a fábrica operando, teremos uma demanda maior, o que refletirá também no aumento da rede de concessionárias. Devemos chegar ao fim de 2014 com 100 lojas por todo o Brasil”, analisa Luis Curi, vice-presidente da Chery Brasil. “Nossa meta de vendas está baseada na análise de mercado que fizemos ainda em 2010. A situação atual deverá se reverter, pois há mercado para isso. O Brasil ainda tem uma baixa taxa de motorização e o governo já está tomando as medidas para reaquecer os negócios.”

INVESTIMENTOS Para produzir seus carros no Brasil, a Chery faz investimentos com recursos próprios de US$ 530 milhões para instalar duas fábricas em Jacareí: uma de automóveis e outra de motores. Situada dentro de um terreno de mais de 1 milhão de metros quadrados, a primeira planta começou a ser construída em junho de 2011 e recebeu aportes de US$ 400 milhões. Tem área construída total de 400 mil metros quadrados que abriga soldagem de carrocerias, pintura e montagem final; as partes estampadas virão importadas da China neste primeiro momento. O complexo ainda contempla uma pista de testes. Até o fim de 2014, pelo menos 500 pessoas estarão contratadas. “Deveremos produzir 50 mil unidades no primeiro ano de operação. Numa segunda fase poderemos chegar a 150 mil por ano, com 3 mil empregados”, diz o presidente Roger Peng. O primeiro carro a sair da linha de produção brasileira será o compacto Celer, nas versões hatch e sedã. No segundo trimestre de 2015 entra em linha o novo QQ, subcompacto mais barato que passará por modificação de design. Em 2016 será a vez de um terceiro modelo, um SUV pequeno. No mesmo ano, todos os três devem começar a ser exportados para países como Argentina, Uruguai, Colômbia, Equador, Venezuela e Peru. “Desejamos fazer do Brasil uma base de exportação para toda a América Latina”, afirma o presidente da Chery. Também em Jacareí, mas em outro terreno, fica a fábrica da Acteco, a divisão de powertrain da Chery, que investe US$ 130 milhões para produzir dois propulsores bicombustíveis gasolina-etanol. O 1.5-litro quatro-cilindros começa a ser feito já para o Celer, com sistema de injeção flexfuel fornecido pela Delphi. No próximo ano entra em linha o 1.0-litro três-cilindros para o QQ, com sistema da Magneti Marelli. “No futuro, serão produzidos outros tipos de motores, para abastecer não só a demanda da Chery em Jacareí, mas de outras localidades”, revela Peng. A partir de 2016, a Acteco também passará a fabricar transmissões na planta brasileira. n

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ESPECIAL CHERY | INTERNACIONAL

DO BRASIL PARA O MUNDO TRAJETÓRIA DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA CHERY PASSA PELA OPERAÇÃO NO MERCADO BRASILEIRO

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esde que a China se abriu ao mundo com o objetivo de firmar-se como uma superpotência, processo iniciado há cerca de 40 anos, ter uma marca própria de veículos já era considerada uma das estratégias para acelerar o processo de internacionalização. Foi neste contexto, de construção de uma nação mais globalizada, que em 1997 a província de Anhui, localizada ao leste chinês, decidiu com o governo construir sua primeira fábrica de automóveis a partir de uma marca independente – sem a participação de empresas estrangeiras ou com a criação de joint ventures. Assim nasceu a Chery, com a missão de ser a maior operação do gênero na China, com presença mundial. O nome Chery – representado por dois caracteres chineses cujo significado é “fazer diferente para alcançar o sucesso” – já indicava a ambição da nova empresa estatal. Os primeiros veículos foram produzidos em 2001, na cidade de Wuhu, onde a marca instalou sua sede. Após quase 17 anos de operações, a Chery possui 21 modelos de veículos disponíveis para os mercados nacional e internacional. A empresa conta com 24 mil colaboradores e capacidade de produção de 900 mil automóveis, 900 mil motores e 800 mil transmissões por ano. Depois de firmar-se no próprio mercado, tornando-se a maior montadora entre as independentes da China, em 2005 a empresa iniciou as exportações, tendo a Síria como primeiro destino, e passou a promover testes em merca-

Fotos: DIVULGAÇÃO

SUELI REIS

VISTA AÉREA do complexo de Wuhu, sede da Chery na China

dos do Leste Europeu, Oriente Médio, Ásia, Malásia e Indonésia. Atualmente, a Chery está presente em mais de 80 mercados e mantém fábricas em 14 deles, todas operando em regime de CKD, exceto a planta brasileira. NO BRASIL Ainda na década de 1990, a Chery estudava quais mercados seriam estratégicos e com potencial para expandir sua atuação pelo mundo em um futuro próximo. Na avaliação dos chineses, o mercado norte-americano, bem como Europa, foram considerados saturados, além de Índia, Japão e Coreia do Sul, que naquela época se mostravam ainda fechados para o setor. A partir desta ótica, a montadora voltou seus olhos para países emergentes, especialmente Brasil e Rússia. “O processo de internacionalização passa obrigatoriamente pelo Brasil”, enfatiza Luis Curi, vice-presidente da marca para o País. O executivo con-

ta que após conhecer a dinâmica do mercado nacional os chineses chegaram à conclusão de que fabricar aqui seria uma necessidade, porque o espaço para carros importados seria cada vez mais reduzido. Contudo, firmar-se em solo brasileiro não foi tarefa fácil. Ao relembrar a trajetória da montadora na região, Curi festeja o fato de ter inaugurado a primeira fábrica fora da China. Localizada na cidade de Jacareí, no interior de São Paulo, a unidade representa o investimento mais importante que o grupo fez visando ao mercado global. “Temos a consciência de que o Brasil voltará a ter curva de crescimento nos próximos anos. Nossa principal meta, para o médio prazo, é abocanhar 3% de participação deste mercado. Para chegar a isso investimos meio bilhão de dólares em uma operação, o que representa a seriedade com que os chineses apostam no Brasil.”

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BASE EXPORTADORA PARA A AMÉRICA U

ma vez instalada aqui, a mescla entre Brasil e China será uma das marcas dos produtos da Chery: “Os carros serão totalmente preparados para o mercado sul-americano, não só para o Brasil”, reforça Curi. Para corrigir e alterar características adaptadas ao gosto do consumidor, a empresa planeja aumentar gradativamente o conteúdo local, para dar uma cara mais ocidental ao Celer e ao novo QQ, os dois primeiros modelos a sair de linha. “É mais caro produzir aqui do que na China, mas trazer carros de lá tem um preço elevado de transporte e o imposto de importação é bastante alto. Tudo isso será compensado com a fabricação local. O desejo da matriz é exportar do Brasil para todos os países da região”, confirma Zhou Biren, vicepresidente da Chery e chefe de operações internacionais da fabricante. Começando com o Celer, nas versões hatch e sedã, a Chery já fechou as exportações de modelos para Chile, Peru, Uruguai e Venezuela. A empresa está em fase final de negociações de preço com a representação na Argentina e adianta o diálogo com a Colômbia.

O DESEJO DA MATRIZ É EXPORTAR DO BRASIL PARA TODOS OS PAÍSES DA REGIÃO Zhou Biren, vice-presidente e chefe de operações internacionais da Chery

linhas de montagem do compacto QQ e do SUV Tiggo em Wuhu

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ESPECIAL CHERY | MANUFATURA

CHERY, AGORA MADE IN BRAZIL PRODUÇÃO EM JACAREÍ PREVÊ 50 MIL CARROS NO PRIMEIRO ANO MÁRIO CURCIO, AB

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traumas. A capacidade anual é de 150 mil carros”, recorda Curi. “Nossa fábrica tem três áreas principais bastante modernas, no mesmo nível das montadoras presentes no Brasil”, afirma o diretor de manufatura, Orlando Moral. “Na seção de pintura, a aplicação de clear coat e base coat é automatizada. O setor tem oito robôs Durr especializados em pintura e usamos tintas à base d’água”, recorda. “A seção de pintura é o coração e usa um processo moderno e sustentável. Nosso presidente, Roger Peng, foi diretor da unidade de pintura na China”, recorda Curi. A Chery também exige de seus fornecedores

a utilização de tintas à base d’água para a pintura das autopeças utilizadas nos carros. A seção de pintura da Chery pode ter sua capacidade ampliada para até 15 carros por hora, mas já está apta a pintar dez automóveis a cada 60 minutos. A proteção anticorrosiva, tintas e vernizes são fornecidos pela Basf. Além da carroceria, as peças plásticas externas como para-choques, retrovisores e maçanetas também usarão tintas dessa indústria. MONTAGEM A linha de montagem neste início não será robotizada por causa do menor volume de produção e para

Foto: LUIS PRADO

produção dos automóveis Chery em Jacareí (SP) começa com o modelo Celer, lançado no Brasil em 2013 ainda como importado. Desde o início a fábrica montará tanto o hatch como o sedã, com algumas modificações em relação aos modelos trazidos do exterior. No segundo semestre de 2015 terá início a fabricação do compacto QQ. “A unidade de Jacareí foi desenhada nos moldes das quatro fábricas da China e das duas joint ventures, com a produção voltada à otimização de processo, afirma o vice-presidente da Chery Brasil, Luis Curi. “Ela foi concebida no conceito modular. Pode ser aumentada sem

PREPARAÇÃO da carroceria antes da etapa de pintura 14 • AutomotiveBUSINESS

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Foto: LUIS PRADO

Nossa fábrica tem três áreas principais bastante modernas, no mesmo nível das montadoras presentes no Brasil

TESTES NO FINAL DA PRODUÇÃO

Orlando Moral, diretor de manufatura

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ara garantir a qualidade, um teste de estanqueidade é realizado com todos os automóveis produzidos. Cambagem, alinhamento, sistemas de iluminação, tudo é conferido. Uma pista de testes foi desenhada para simular condições de rodagem difíceis em pavimentos diferentes. lada para 150 mil automóveis por ano, a produção inicial será mais contida. “Nosso plano para 2015 é de 50 mil carros”, afirma. De acordo com os executivos, este número deve ser atingido apesar da retração que ocorre em diferentes setores da indústria automobilística. Segundo Luis Curi, o QQ responderá por 60%

a 65% das vendas da Chery no Brasil. As peças de aço estampado que serão utilizadas na nova fábrica de Jacareí virão todas da unidade chinesa de Ordos. O início da produção local desses componentes ainda não foi definido. A unidade também estará apta a montar um utilitário esportivo, o que deve ocorrer entre 2016 e 2017. n

Foto: DIVULGAÇÃO

gerar mão de obra. “Haverá apenas um robô da japonesa Nachi para colagem dos para-brisas”, afirma o diretor de manufatura. “Mas as pinças de solda são semelhantes àquelas das linhas automáticas”, diz Orlando Moral. Segundo o executivo, a nova fabricante adotou uma sala climatizada onde se faz o controle dimensional. “Dois braços automatizados medem a carroceria em todos os seus pontos”, informa. Celer e QQ têm a mesma plataforma e usarão algumas áreas em comum e outras dedicadas na linha de produção. “A montagem final e a pintura serão feitas na mesma linha. Na área da carroceria haverá trechos comuns e exclusivos”, afirma o diretor de qualidade, Luciano Resner. Segundo o executivo, isso ocorre porque os dois carros têm dimensões diferentes, mas são construídos sobre a mesma base. Embora com capacidade insta-

nO INÍCIO, a linha de montagem não será automatizada

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ESPECIAL CHERY | VEÍCULOS

CELER NACIONAL TERÁ VERSÕES HATCH E SEDÃ EM 2015 VEM O NOVO QQ E, MAIS ADIANTE, UM UTILITÁRIO ESPORTIVO MÁRIO CURCIO

À

venda desde 2013, o Chery Celer é um modelo que concorre com carros pequenos no Brasil. Há cinco lugares e bom espaço interno. A carroceria tem duas versões, hatch e sedã. O carro que passa a ser montado no Brasil recebeu algumas modificações em relação àqueles trazidos da fábrica de Wuhu, na China, e lançados em março do ano passado. “Os faróis, grades, para-choques e lanternas traseiras são diferentes”, recorda o diretor de qualidade da Chery Brasil, Luciano Resner. “O interior também tem outro desenho, como painéis de porta, bancos e acabamentos internos, agora produzidos por mais de 20 fornecedores lo-

cais”, diz Resner. O motor 1.5 Acteco flex com quatro cilindros e 16 válvulas se mantém. Ele produz até 108 cavalos com etanol. Ao menos até meados de outubro não havia nada definido em relação a uma opção 1.0. A ideia de versões menos equipadas não foi descartada, mas em tese a Chery continuará focada em vender modelos completos e com preços competitivos ante outros nacionais à venda no Brasil. O Celer brasileiro também mantém a transmissão manual de cinco marchas do carro que chegou no primeiro semestre do ano passado. A distância entre eixos, medida que guarda relação direta com o

Ficha técnica CELER

Motor: Acteco 1.5, quatro cilindros, 16 válvulas, flex, 108 cv a 6.000 rpm, torque de 14 kgf.m a 3.000 rpm Câmbio: manual, 5 marchas à frente mais ré Tração: dianteira Carroceria: hatchback ou sedã, 5 portas, 5 lugares Comprimento: 4,14 m/4,27 m (hatch/sedã) Largura: 1,69 m Altura: 1,49 m Entre-eixos: 2,53 m

Foto: LUIS PRADO

Porta-malas: 380/450 litros (hatch/sedã) Peso em ordem de marcha: 1.200 kg/1.200 kg (hatch/sedã)

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3o PRODUTO, UM SUV

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ntre os carros planejados para Jacareí, SP, está um utilitário esportivo baseado noTiggo 5, pelo qual há bastante entusiasmo na Chery. O carro lançado no exterior tem motor 2.0 de 138 cavalos, mede 4,51 metros e tem 2,6 metros de entre-eixos. “Há planos para 2016 ou 2017. A fábrica de Jacareí comportaria”, diz Luciano Resner. FotoS: DIVULGAÇÃO

espaço interno, tem 2,53 metros tanto no Celer hatch como no sedã. Ela é maior, por exemplo, que a do Volkswagen Gol (2,46 metros). O Celer também tem bom espaço no porta-malas. Na versão hatchback são 380 litros. Esse volume sobe para 450 litros no sedã. O modelo foi concebido pelo estúdio italiano Torino Design. O nome vem do latim e significa célere, ágil. Segundo a Chery, com seu motor 1.5 o carro atinge 160 km/h de velocidade máxima. De acordo com a fabricante, o torque do Acteco 1.5 é de 14 kgf.m a 3 mil rpm. Antes do início da produção local, o modelo importado já havia recebido modificações em 140 itens, como no interior, pois o brasileiro em regra prefere revestimentos mais escuros, especialmente nos bancos. O Celer mantém os cinco anos de garantia, segundo o vice-presidente da Chery Brasil, Luis Curi.

NOVO QQ, 2o EM JACAREÍ

C

om a produção prevista para o segundo trimestre de 2015, o Chery QQ nacional terá o mesmo desenho do modelo lançado no Salão de Xangai, em abril de 2013. “Acreditamos que ele responderá por 60% a 65% das vendas, afirma Curi. Compacto, o carro mede 3,56 metros. Embora utilize a mesma plataforma do Celer, tem distância entre eixos menor, 2,34 metros. Entre os destaques está o motor 1.0 de três cilindros e 12 válvulas que já equipa o QQ vendido por aqui. A expectativa é que o futuro compacto nacional mantenha preço próximo ao dos carros mais acessíveis do País. Um detalhe interessante deste pequeno hatch de cinco lugares é o acesso ao porta-malas, em que a tampa é o próprio vidro traseiro. O desenho do carro brasileiro será o mesmo do modelo apresentado no primeiro semestre de 2013. Para o Brasil espera-se que a nova geração do QQ chegue com motor flex, algo ainda indefinido, segundo Resner. O carro brasileiro também usará transmissão manual de cinco marchas. A garantia do compacto será de cinco anos.

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ESPECIAL CHERY | MOTORES

fábrica vai atender a operação no brasil CHERY INVESTIU US$ 130 MILHÕES PARA SUA DIVISÃO ACTECO MONTAR PROPULSORES E CÂMBIOS

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omo forma de se adequar às exigências do programa Inovar-Auto, que requer aumento de conteúdo e processos locais, a Chery anunciou em abril de 2013 que produziria também os motores de seus carros no Brasil. Em novembro do mesmo ano, após negociações, a empresa acabou batendo o martelo com Jacareí (SP), mesmo município

onde já havia iniciado a construção de sua planta de automóveis. Com um aporte de US$ 130 milhões, a Acteco, divisão de powertrain da Chery, fará o motor 1.5 flex de quatro cilindros para a linha Celer, o 1.0 de três cilindros para o QQ e as caixas de mudanças. “Tanto os motores como as transmissões serão totalmente montados e testados

Motores Acteco

DIVULGAÇÃO

Cilindrada Diâmetro x Curso Taxa de compressão Potência (cv/rpm) Torque (kgf.m/rpm) Dimensões do motor Peso

SQR371 - 1.0L 998 cm³ 71 x 84 mm 11:1 69/6.000 9,3/4.000 331 x 535 x 709 mm 92,5 kg

SQR477F - 1.5L 1.497 cm³ 77,4 x 79,52 mm 10,5:1 108/6.000 14/3.000 615 x 580 x 695 mm 110 kg

no Brasil”, afirma o diretor de qualidade da Chery, Luciano Resner. “Já estamos planejando a produção do 1.5”, diz o vice-presidente da empresa, Luis Curi. Este motor teve sua tecnologia bicombustível desenvolvida pela Delphi. “É o mesmo do Celer à venda”, recorda Resner. São 108 cavalos de potência e 14 kgf.m de torque. Mais tarde começa a produção do 1.0 de três cilindros. A versão a gasolina, que já equipa os QQ importados, produz 69 cavalos. Os dois propulsores utilizam blocos e cabeçotes de alumínio. “Essa matéria-prima é muito barata na China”, recorda Curi. Estes componentes virão usinados de lá. As transmissões a ser montadas no Brasil para Celer e QQ são manuais e têm cinco marchas. (Mário Curcio)

A chery fará no Brasil o motor 1.5 flex para o Celer, o 1.0 para o QQ e as caixas de mudanças

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ESPECIAL CHERY | TECNOLOGIA

DESENVOLVIMENTO LOCAL PARA ATENDER BRASILEIROS OPERAÇÃO NACIONAL SERÁ A PRIMEIRA A CONTAR COM CENTRO DE P&D FORA DA CHINA

A

lém de fincar os pés no Brasil ao nacionalizar a produção, a Chery está empenhada em desenvolver a operação para que ela seja efetivamente brasileira, não apenas uma réplica das práticas e preceitos das unidades da companhia na China. “A grande qualidade do chinês é que ele aprende muito rápido. Sinto que a fábrica foi feita para o Brasil, não para eles. Multinacionais geralmente chegam com regras prontas, com eles não funciona assim. A intenção é que nasça uma Chery com a cara do Brasil”, explica Luis Curi, vice-presidente da organização no País. Dentro dessa filosofia a companhia anunciou o projeto de construir um centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). A estrutura já foi autorizada, porém não tem investimento e local de instalação definidos, aspectos que devem ser analisados em 2015 para que o centro entre em funcionamento em 2016. A decisão, segundo Curi, será tomada em breve, durante a visita de um time chinês. A ideia é que os carros voltados ao consumidor brasileiro tenham também a inteligência local e consigam assim atender plenamente os desejos dos clientes. A Chery internacional também deve se beneficiar desse processo, usando a tradição da engenharia brasileira para aprimorar processos

FOTO: luis prado

GIOVANNA RIATO

A Chery já possui uma equipe focada em P&D dentro da área de qualidade

e produtos feitos na China. “Muitos modelos de relatórios implantados aqui já foram incorporados lá”, conta Curi. Segundo ele, os especialistas do país mantêm sempre certa humildade, com disposição para aprender. “Vindo de uma grande montadora, percebo que os técnicos da Chery são extremamente rápidos para tomar ações de correção e melhorias. Isso é muito positivo”, avalia Luciano Resner, diretor de qualidade. Antes mesmo de ter a estrutura local de P&D a companhia destaca já ter um time focado nisso dentro da área de qualidade. Curi aponta que este é apenas o embrião do que a companhia pretende construir nesta

área. O centro, segundo o vice-presidente da companhia, não precisa ficar próximo à fábrica de Jacareí (SP). Portanto é possível que ele seja instalado em outra região do País. Para atender as metas do Inovar-Auto, regime automotivo que impõe investimento mínimo em P&D e engenharia, a organização também considera a possibilidade de fazer projetos em parceria com universidades. “O programa nos dá essa possibilidade para garantir o desconto no adicional de 30 pontos no IPI”, explica. Segundo ele, a companhia tem negociado com uma série de instituições e polos tecnológicos em busca do melhor formato para a parceria. n

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FotoS: LUIS PRADO

ESPECIAL CHERY | DISTRIBUIÇÃO E SERVIÇOS

Centro de distribuição, em Salto, SP, e fachada de concessionária

CHERY: SALTO NAS VENDAS, COM MAIS CONCESSIONÁRIAS EMPRESA TEM INVESTIDO EM NOVAS LOJAS, TREINAMENTO DE EQUIPES E ESTOQUE DE PEÇAS CAMILA FRANCO

“A

Chery tem planos ambiciosos no Brasil”, gosta de dizer o vice-presidente Luis Curi. A empresa, que recentemente inaugurou fábrica no País, espera avançar de 15 mil carros vendidos em 2014 para mais de 30 mil em 2015 e ultrapassar as 100 mil unidades por ano até 2018, quando prevê participação de 3% no mercado. Mas Curi reconhece que para saltar tão alto há muitos desafios pela frente, a começar pela

estruturação da rede de concessionárias. Atualmente, a marca tem 67 revendas espalhadas por todas as capitais brasileiras. Até o fim deste ano, o número subirá para 100. No ano que vem, para 130. Filipe Pereira, gerente comercial da Chery, calcula que a cobertura atual seja de 65% do mercado. Com as novas lojas, espera-se atingir 75% em dois anos. “Estamos bem posicionados no Sudeste, mas ainda há oportunidades em São Paulo, Para-

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ESPECIAL CHERY | DISTRIBUIÇÃO E SERVIÇOS

FILIPE PEREIRA, gerente comercial da Chery Brasil

ná e Rio de Janeiro. A Região Nordeste, que vem crescendo em ritmo mais acelerado do que as demais, terá boa parte das novas concessionárias.” Pereira assegura que os planos da Chery são ambiciosos, contudo factíveis. “Temos atraído novos investi-

dores por causa das nossas expectativas no País. Hoje, com o mercado bastante competitivo, os empresários tendem a colocar dinheiro em uma marca que está começando e tem chances de ganhar participação. Qual a vantagem de escolher uma marca tradicional que avança menos de 1% em market share?” Uma das estratégias da Chery tem sido atrair grupos que já tenham outras marcas em suas lojas a fim de diluir o custo fixo de manutenção do ponto de venda. “É possível aproveitar as instalações para prestação de serviços”, comenta Maurício Buzetto, gerente de pós-vendas da Chery. De acordo com o executivo, as concessionárias oferecem todo tipo de assistência aos veículos, incluindo funilaria e pintura, realizadas por empresas terceirizadas. Os modelos Celer e Tiggo contam com cinco anos de garantia, bem

MAURÍCIO BUZETTO, gerente de pós-vendas da Chery Brasil

como terá o novo QQ a partir do ano que vem, quando começará a ser produzido no Brasil. Em parceria com a Mapfre seguros, os carros têm direito, durante este período, a assistência técnica 24 horas por dia em sete dias da semana.

TREINAMENTO DA REDE

A

lém de aumentar o número de concessionárias, a Chery tem intensificado o treinamento da rede, que mobiliza cerca de 350 pessoas entre consultores e gerentes de venda. Esse total deve chegar a 500 até o fim do ano. “A Chery acredita que o vendedor é muito importante para atingir seus resultados. O profissional precisa ter segurança para transmitir as questões técnicas. Deve superar o conhecimento que o consumidor já traz antes de entrar na loja”, comenta Curi. Pereira conta que há pouco mais de um ano foi criada a Academia Chery, uma plataforma digital para treinamento constante dos profissionais de vendas e de pós-vendas. A cada quatro meses, os concessionários passam por uma avaliação de seus conhecimentos. No caso dos funcionários de pós-vendas, o treinamento presencial obrigatório existe desde 2012 e já foi aplicado mais de 1,6 mil vezes. Caso a equipe de pós-vendas de qualquer uma das 67 concessionárias tenha alguma dúvida, a Chery disponibiliza um canal exclusivo de atendimento, via telefone, para dar assessoria. “Três executivos do

departamento de pós-vendas da empresa atendem pelo serviço help desk. Se em até 48 horas o problema não for solucionado, um engenheiro vai até a concessionária”, explica Buzetto. Ainda segundo o gerente de pós-vendas, de quatro em quatro meses as concessionárias recebem visitas de sua equipe, que checa se as metas e ações corretivas estão sendo atendidas. As melhores práticas são reconhecidas. Em 2015, uma das novas iniciativas a ser adotadas na rede Chery é o serviço Box Rápido, que reduzirá o tempo das revisões veiculares. Na avaliação de Pereira, 50% das concessionárias já estão aptas a atender o ritmo de vendas esperado pela Chery com os produtos nacionais. “Os outros 50% estão se adaptando aos poucos, aumentando as suas estruturas, mas vão chegar lá. O avanço que a marca projeta no País é desafiador: sair de um patamar de 15 mil veículos por ano para 30 mil em tão pouco tempo. A rede será capaz de acompanhar esta evolução”, aponta. “Peças, técnicos e serviços não vão faltar”, complementa Buzetto.

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CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DE PEÇAS CHERY TERÁ INSTALAÇÕES LOGÍSTICAS PRÓXIMAS À FÁBRICA E NO NORDESTE

P

ara abastecer as concessionárias de todo o Brasil, a Chery conta com um centro de distribuição de peças em Salto (SP), administrado por Altair Melo, gerente de peças que, junto a uma equipe de 14 pessoas, recebe componentes nacionais e importados da China. De acordo com Melo, o centro, localizado em área estratégica próxima à rede de concessionárias de São Paulo e de importantes rodovias do Estado, tem 6 mil metros quadrados de área construída e vai ganhar um prédio adicional de 4 mil metros quadrados para o armazenamento de peças com maior fluxo de entrada e saída. A capacidade volumétrica atual é de 11 mil metros cúbicos de peças. Com a reorganização que está sendo realizada no prédio, como a melhor distribuição de prateleiras, o potencial chegará a 18 mil metros cúbicos. Melo diz que tem trabalhado para diminuir o tempo de estoque das peças e melhorar o atendimento às concessionárias. Uma das ferramentas que passaram a ser utilizadas recentemente para isso é o Dealer Management System (DMS). “É uma plataforma digital para que os concessionários de todo o Brasil façam seus pedidos e o rastreamento. Antes, cada um deles precisava mandar e-mails solicitando as autopeças e a nossa equipe monitorava pedido por pedido. Agora o processo está muito mais rápido.” Também estão sendo instalados códigos de barras nas caixas para facilitar o monitoramento de 100% dos componentes estocados. “Tudo é feito automaticamente, desde que a peça entra no centro até quando sai e uma nota fiscal é gerada.”

A PLATAFORMA DIGITAL DMS PERMITE QUE O CONCESSIONÁRIO FAÇA O RASTREAMENTO DAS PEÇAS SOLICITADAS ALTAIR MELO, gerente de peças

O prazo de entrega também foi reduzido graças a novos parceiros logísticos da Chery. “Em quatro meses conseguimos diminuir em dois dias as entregas fora de São Paulo, o que representa uma queda de 15% nos custos para a empresa. No Estado, o prazo também caiu: de dois para apenas um dia, com 8% de redução dos custos.” BÔNUS Segundo Melo, a Chery mantém com as suas concessionárias um contrato de volume mensal de peças requeri-

das. Quando elas cumprem a quantidade prevista, recebem bônus. Atualmente, de 100 itens solicitados, 98 estão disponíveis no centro de distribuição de Salto, afirma o gerente. A Chery pretende manter seu centro de distribuição de peças em Salto até 2015. Mas já estuda transferi-lo futuramente para a região do Vale do Paraíba, provavelmente em São José dos Campos, para estocar volume maior de peças à medida que as vendas cresçam. Um segundo centro está sendo projetado para o Nordeste e deve ser inaugurado em meados de 2017. n

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foto: divulgação

ESPECIAL CHERY | FORNECEDORES

A chery trabalha com os fornecedores para elevar o patamar de conteúdo local dos veículos

RELAÇÃO PRÓXIMA TRAZ GANHOS CHERY ESTÁ EMPENHADA EM GARANTIR BONS VOLUMES AOS MAIS DE 20 PARCEIROS QUE TEM NO BRASIL GIOVANNA RIATO E PEDRO KUTNEY

A

fábrica da Chery no Brasil dá a largada com a montagem de carros que têm mais de 50% de conteúdo nacional. O objetivo é elevar esse porcentual para perto de 70% nos próximos dois anos. A meta exige sintonia entre a companhia e a cadeia de fornecedores. A localização atende não só as exigências do Inovar-Auto, regime automotivo que impõe metas de compras locais. Ao adquirir autopeças e sistemas no País,

a montadora também elimina riscos. “Nossa intenção é usar mais peças brasileiras ou compradas na América do Sul. O custo é um fator importante, mas a logística também é, assim precisamos comprar mais aqui”, diz Roger Peng, presidente da Chery Brasil. “O governo brasileiro também nos obriga a fazer isso. Vamos tentar nacionalizar o máximo possível. Por isso precisamos de equipes fortes de engenharia”, completa.

Por enquanto a companhia tem contrato fechado com mais de 20 fornecedores. Entre os grandes parceiros estão Plascar, Metagal, Pirelli, Moura, Robert Bosch, HVCC, Tyco, Johnson Controls, Goodyear, Basf e Petronas. “Todas essas empresas estão situadas em um raio de até 100 km de distância, porém já contamos com um espaço ao redor da fábrica de automóveis para receber um futuro polo de fornecedores”, detalhou

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foto: luis prado

foto: luis prado

o vice-presidente Luis Curi durante a inauguração da planta brasileira. A companhia aposta que os fornecedores estão se organizando com foco no longo prazo, para atender às etapas de nacionalização que a companhia prevê para os próximos anos. Grande impulso dessa evolução virá da unidade nacional da Acteco, divisão que produz motores no grupo chinês. Com o trem de força nacional, a operação brasileira estará mais próxima no momento de desenvolver novos propulsores. A proximidade dos fornecedores com a organização também facilita o desenvolvimento dos projetos, já que os engenheiros da Chery têm mais facilidade para se deslocar. “Para selecionar nossos parceiros priorizamos qualidade, capacidade de fornecimento e nível tecnológico”, explica Luciano Resner, diretor de qualidade no Brasil. O executivo assegura que a operação local trabalha com independência da matriz para escolher os melhores parceiros e fechou contrato com alguns fornecedores da América do Sul que ainda não têm parceria com a organização na China. “Mas é claro que buscamos grandes fornecedores com capacidade técnica de desenvolvimento para atender o que a Chery precisa”, detalha.

luciano resner, diretor de qualidade da Chery Brasil

Segundo ele, o processo de seleção é complexo e envolve diversas áreas da companhia, desde a financeira até a engenharia. “É um grupo multifuncional”, descreve. Entre os exemplos de contratos com empresas globais, que já atuam com a Chery na China, está a HVCC, que produz sistemas de ar-condicionado para a fábrica de Jacareí (SP). A empresa parceira passa por momento semelhante ao da montadora. Concluiu recentemente a instalação de nova planta em Atibaia (SP), com equipamentos e processos produtivos totalmente novos, o que garante

OPERAÇÃO LOCAL tem independência da matriz para escolher os melhores parceiros

o atendimento à demanda da Chery. Resner revela que a companhia tentou reduzir ao máximo o número de fornecedores no Brasil. A intenção, segundo ele, é garantir bons volumes e, portanto, condições mais competitivas até mesmo neste momento de aceleração da produção da planta. “Na área química, por exemplo, temos apenas quatro ou cinco fornecedores, para uma diversidade de produtos como selante, cola e lubrificantes”, enumera. O executivo acredita que, desta forma, há também maior facilidade no contato técnico da companhia com o parceiro. O diretor, que tem experiência profissional de 20 anos em grandes montadoras instaladas no Brasil, aponta que a proximidade da empresa com sua cadeia produtiva é uma das boas práticas das companhias chinesas. “Os fornecedores participam mais até do desenvolvimento dos veículos. É uma parceria mais saudável e de longo prazo do que vemos tradicionalmente nas empresas já instaladas no Brasil. Faz com que a companhia ganhe em preço, em tempo para avançar nos projetos e também no aspecto técnico”, avalia. n

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FotoS: DIVULGAÇÃO

ESPECIAL CHERY | NEW GENERATION

Assista à entrevista exclusiva com

Laura Formentin, gerente de marketing da Chery Brasil

APOSTA EM QUALIDADE PARA IMPULSIONAR A MARCA COMPANHIA MODERNIZA OS VEÍCULOS E QUER IR ALÉM DO RÓTULO DE CHINESA GIOVANNA RIATO

O

início da produção local da Chery ocorre enquanto se desenvolve um programa global da companhia que pretende elevar a marca a um novo patamar: o New Generation. O projeto impõe a qualidade como palavra de ordem dentro da empresa e traz novos parâmetros para o design dos carros com o objetivo de torná-los mais atrativos para o consumidor. Este reposicionamento da marca é conduzido pelo dream team, como a organização apelidou a equipe que lidera o desenvolvimento dos novos carros. Estão ali reunidos profissionais como Hakan Saracoglu, Klaus Badenhausen, James Hope e Sergio Loureiro, que acumulam experiências na Porsche, Fiat, Ford,

Mercedes-Benz, Daimler Chrysler e GM. Eles trabalham com recursos da ordem de 7% da receita anual de vendas que a companhia investe em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Com o New Generation a Chery pretende dar salto semelhante ao das sul-coreanas do Grupo Hyundai,

quando se posicionaram como uma companhia que investe em design e inovação. O desafio é que a montadora chinesa pretende fazer isso em bem menos tempo. “As exigências são mais elevadas. Tanto a Kia como a Hyundai começaram a produzir automóveis há 40 anos e hoje são

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Grafos

A fábrica é apenas a primeira parte do sucesso que a Chery veio construir no Brasil

Parabéns, Chery. A Bosch se orgulha de participar deste momento tão importante, fornecendo 100% das bombas de combustível flex para a Chery ganhar ainda mais confiança, robustez e segurança na conquista do mercado brasileiro. www.bosch.com.br

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ESPECIAL CHERY | NEW GENERATION

A NOVA GERAÇÃO VAI MUDAR TOTALMENTE O CONCEITO QUE O CONSUMIDOR TEM SOBRE OS PRODUTOS DA MARCA LAURA FORMENTIN, gerente de marketing da Chery Brasil

muito competitivas. A Chery nasceu há 15 anos e a nossa ambição é que ela seja competitiva já na próxima geração de veículos. A Chery está dando passos enormes – e certos – para reduzir a margem que existe hoje com marcas internacionais”, explica Sergio Loureiro, diretor de design da organização. QUALIDADE Segundo ele, para alcançar salto tão grande rapidamente, a companhia investiu em equipamentos para assegurar a qualidade. O executivo aponta que há esforço de todo o time na busca de melhores resultados desde

os desenhos dos veículos. A equipe internacional está acostumada a trabalhar para atender metas elevadas e leva esta cultura para a organização. “O projeto New Generation está mudando consideravelmente os métodos de trabalho na Chery. Nós estamos dando muito mais importância aos detalhes, nada pode passar despercebido. Muito mais tempo é usado para aperfeiçoar o design do produto. Também damos muita importância na melhoria da qualidade dos materiais para sermos competitivos na nossa faixa de preço”, explica. A nova geração da marca trabalha com a plataforma tecnológica iAuto, ou Intelligence Auto, que prioriza três aspectos. O primeiro deles é o chamado Cherysma, que inclui características de qualidade, design e segurança. O segundo é o desafio de desenvolver motores mais eficientes por meio da divisão Acteco. O último pilar é garantir entretenimento e comunicação a bordo. A novidade já equipa alguns modelos da marca que não chegaram ao Brasil. Entre eles estão o SUV Tiggo 5, o sedã Arrizo 7 e o conceito . Entre as tecnologias trazidas na nova plataforma está o sistema de infoentretenimento Cloudrive, que traz um banco de dados inteligente. BRASIL O esforço global para elevar o padrão dos veículos refletirá em breve no Brasil. Em 2015 a companhia deve lançar o primeiro carro do New Generation no País. “Acho que a nova geração vai mudar totalmente o conceito que o consumidor tem sobre os produtos da marca”, diz Laura Formentin, gerente de marketing da companhia no Brasil. Enquanto prepara a chegada no mercado nacional de modelos que representam a evolução da Chery, a

O PROJETO NEW GENERATION ESTÁ MUDANDO CONSIDERAVELMENTE OS MÉTODOS DE TRABALHO NA CHERY SERGIO LOUREIRO, diretor de design da Chery

executiva se empenha na divulgação da fábrica local da companhia para atrair o consumidor que, segundo ela, sente mais segurança em negociar com uma empresa que produz nacionalmente. “Ele sabe que não terá problemas para encontrar peças de reposição ou que a montadora não vai embora se tiver alguma dificuldade no Brasil”, explica. Laura aponta que já é possível sentir maior interesse pela Chery após a inauguração da planta local, em agosto. A gerente notou que houve atração não só de clientes, mas também de possíveis concessionários da marca. n

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ESPECIAL CHERY |CAPACITAÇÃO

TREINAMENTO NO BRASIL E CHINA PROFISSIONAIS PASSARAM POR APERFEIÇOAMENTO PARA ATENDER àS OPERAÇÕES DA CHERY MÁRIO CURCIO

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afirma o diretor de manufatura, Orlando Moral. O ponto central do treinamento era o manuseio de máquinas da linha de montagem, pela necessidade de adaptar os brasileiros aos equipamentos e preservar o padrão de qualidade desejado pela fabricante. “A ideia era ensinar como a Chery trabalha com os seus produtos para que eles passassem tudo o que aprendessem aos colegas”, explica o vice-presidente da empresa no Brasil, Luis Curi. A contratação de enge-

nheiros também é algo constante, de acordo com o executivo. A nova fábrica de Jacareí estabeleceu uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) da cidade para formar entre 320 e 400 trabalhadores na Escola Luiz Simon. “A expectativa é contratar ao menos 250 destes”, afirma o diretor de manufatura da Chery. ESPECIALIZAÇÃO “Os treinamentos já estão ocorrendo. Os alunos lotaram todas as turmas”,

FotoS: LUIS PRADO

ara ter cerca de 500 trabalhadores em sua linha de montagem até o fim de 2014, a Chery vem treinando mão de obra especializada desde novembro de 2013, quando enviou os primeiros trabalhadores à cidade de Ordos, na China, onde a montadora construiu novas instalações. “Na fase inicial, cerca de dez operadores e quatro especialistas ficaram na China durante três meses. Algumas pessoas continuam indo para atender o programa”,

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afirma o coordenador técnico de Formação Inicial Continuada (FIC) do Senai, Antônio Lourenço Júnior. Foram quatro os cursos estabelecidos pela parceria entre o Senai e a Chery: 1) Montagem de Carrocerias Automotivas; 2) Montagem de Sistemas Automotivos; 3) Preparação de Superfícies para Pintura; 4) Polimento de Automóveis. Os três primeiros somam 80 horas e o último, 40 horas. Segundo o coordenador técnico, foram 20 turmas, sete delas para carrocerias, outras sete para sistemas, três de preparação da carroceria e outras três para polimento. “Os cursos tiveram custo zero para a Chery e os alunos só pagaram os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e o material didático”, afirma Lourenço. O coordenador técnico do Senai informa que a maioria dos alunos tem entre 20 e 30 anos. “Há alguns pouco mais novos e outros até 40 anos. A maioria é do sexo masculino”, diz. “Os cursos visam a repetir as condições das fábricas”, diz o diretor da Chery. A nova montadora também vai acolher mão de obra com experiência em outras fabricantes do setor auto-

A CHERY ENSINOU EM ORDOS, NA CHINA, COMO PRETENDE TRABALHAR COM SEUS PRODUTOS NO BRASIL

motivo próximas a Jacareí, no Vale do Paraíba: “Alguns dos contratados serão ex-funcionários da General Motors de São José dos Campos. Receberemos gente também da Volkswagen de Taubaté e da Ford, que produz motores nessa mesma cidade”, afirma o diretor da Chery, valorizando a experiência no segmento. Segundo Luis Curi, o efetivo de 500 profissionais iniciais deve evoluir para 1.500 postos de trabalho no ano de 2015. n

Os cursos de treinamento realizados pelo Senai têm o objetivo de simular as condições das fábricas

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FotoS: LUIS PRADO

ESPECIAL CHERY | RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

Tatiana gil, engenheira ambiental, foi uma das primeiras contratadas no País

SUSTENTÁVEL DESDE AS PRIMEIRAS RAÍZES COMPROMISSO DA CHERY VEM ANTES DA CONSTRUÇÃO DA FÁBRICA CAMILA FRANCO

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esponsabilidade socioambiental e sustentabilidade são temas inerentes à Chery desde os seus primeiros planos no Brasil. Não à toa, a segunda funcionária contratada no País é uma engenheira ambiental: Tatiana Gil, que chegou à empresa em julho de 2011 para ajudar com as licenças necessárias para construção da fábrica em Jacareí (SP). A engenheira conta que este processo demorou mais de um ano. Foram necessárias três licenças diferentes: uma prévia de viabilização do empreendimento, outra de construção da fábrica e uma última de início da produção, obtida

recentemente. Com tudo regulamentado, Tatiana é responsável agora pela gestão ambiental da planta. O seu objetivo é reduzir os impactos da produção de veículos no meio ambiente. Para tanto, faz vistorias semanais, com ajuda de uma técnica, também funcionária Chery, e de uma consultoria ambiental externa, para checar se está tudo de acordo com as metas estabelecidas em compromisso com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), e sem prejudicar fauna, flora e a água do rio Paraíba do Sul, que permeia o município paulista.

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RESÍDUOS Um dos processos acompanhados de perto pela equipe é a destinação dos efluentes gerados na unidade. A Chery construiu uma estação que fará o tratamento e reaproveitamento de 100% do resíduo líquido proveniente da produção. Parte desta água volta para a fábrica e outra é estocada em reservatório para combate a incêndios. A água da chuva também é aproveitada. Os resíduos sólidos, por sua vez, têm destinação correta desde que os primeiros blocos de concreto começaram a ser colocados na fábrica. Tatiana aponta que madeiras, isopo-

res, plásticos, papelões e metais provenientes da construção da unidade foram enviados a empresas de reutilização. “Foram reaproveitados cerca de 80% dos resíduos. Os outros 20% eram resíduos orgânicos e seguiram para aterros.” Hoje em dia, com profissionais já na unidade, há coleta seletiva em todos os departamentos, incluindo a separação de pilhas e baterias. “Nossa preocupação é contínua com a destinação ambientalmente correta. Nossa meta é baseada nos 3Rs, que significam reduzir, reutilizar e reciclar. Só enviamos resíduos para o aterro apenas em último caso”, explica.

PINTURA À BASE DE ÁGUA

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a pintura, uma das áreas com maior geração de resíduos, a preocupação ambiental é visível. A tinta utilizada em veículos Chery é feita a base de água em vez de solvente, o que contribui para uma redução de até 70% das emissões de compostos orgânicos voláteis, que pioram a qualidade do ar. Para o tratamento de gases expelidos no processo de pintura foi instalado o equipamento Regenerative Thermal Oxidizer (RTO), importado da China e que funciona como um grande filtro.

ARBORIZAÇÃO Para compensar as 27 árvores retiradas do terreno de mais de 1 milhão de metros quadrados durante a construção da fábrica, a Chery está plantando 675 mudas em áreas degradadas da região de Jacareí. Também foi firmada parceria com a ONG SOS Mata Atlântica para o plantio de 17 mil árvores em área de dez hectares no Vale do Paraíba. Para redução do consumo de energia, além de telhas transparentes, foram instaladas lâmpadas de indução magnética nos galpões. Trazidas da China e ainda pouco difundidas no Brasil, elas têm duração maior. Lâmpadas de LED foram colocadas em áreas externas da fábrica e fluorescentes, instaladas nos escritórios. “Apesar de ser de origem chinesa, país que tem histórico de poluidor, a Chery segue com rigor a legislação do lugar em que faz seus produtos. Queremos quebrar este paradigma e já estamos conseguindo com esta fábrica brasileira”, comenta Luis Curi, vice-presidente da Chery.

UMA ESTAÇÃO FARÁ O TRATAMENTO E REAPROVEITAMENTO DE 100% DO RESÍDUO LÍQUIDO PROVENIENTE DA PRODUÇÃO

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ESPECIAL CHERY | RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

AÇÕES NA COMUNIDADE

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ntes de iniciar a produção de veículos, a Chery tratou de se aproximar da comunidade de Jacareí. Segundo a engenharia Tatiana (que também é responsável por projetos sociais ao lado de outros cinco profissionais do departamento de saúde, segurança e meio ambiente), a empresa iniciou há um ano o programa Café com a Chery. Foram realizados 12 encontros mensais dentro da fábrica com habitantes do bairro Cepinho, vizinho à unidade, entre maio de 2013 e julho de 2014. “Fizemos estas reuniões para apresentar a fábrica para a comunidade e cadastrar currículos. Com a aproximação, aproveitamos para entender as suas necessidades e identificar as oportunidades de apoio que a Chery poderia oferecer. Após entendermos os seus anseios, incentivamos e au-

fizemos palestras e dinâmicas de grupo para conscientizar a respeito de temas relevantes, como reciclagem, coleta seletiva e uso adequado da água Tatiana Gil, que responde pelas ações socioambientais na Chery Brasil

xiliamos a comunidade a criar uma associação de bairro, por meio da qual poderia reivindicar melhorias estruturais na localidade. A associação foi registrada na prefeitura de Jacareí em agosto deste ano. Além disso, fizemos palestras e dinâmicas de grupo para conscientizá-los a respeito de temas relevantes, como reciclagem, coleta seletiva e uso adequado da água”, explica Tatiana. A engenheira frisa que a Chery quer manter o canal de comunicação aberto com a comunidade, participando cada vez mais de iniciativas que incentivem o desenvolvimento da população local. Uma delas é o patrocínio à Corrida da Solidariedade, realizada em prol do Lar de Acácia, casa de repouso de Jacareí, e que já ocorreu nos anos de 2013 e 2014.

iluminação: telhas transparentes ajudam a economizar energia elétrica

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