História do EGPGC

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A Ugio Caamanho e Giana Rodriguez, combatentes galeg@s.

A esperança dumha nova vida, numha sociedade autêntica, longe de paradissos celestiais é o que lhe dá vida e sustento. Se os nos-

sos filhos encontram umha Galiza que Seja, um povo que regente,

um Estado próprio, sem fronteiras nem alfândegas, sem mais deli-

mitaçons que as da consciência dumha comunidade num estadio

social novo, sem patriarcas nem opressores, serám fecundaçons

deste autor e de autores semelhantes.

Autor da Nova Poesia Galega, EG, anónimo poeta que nem foi diplomado pola Universidade de Harvard nem tem título algum de doutor honoris causa.

1.-Introduçom Mais um ano, a mocidade independentista galega dá-se cita com o Dia da Galiza Combatente, fazendo-nos lembrar as fontes mais directas das que bebemos e homenageando tantos homens e mulheres que, com a sua persistência diária e dedicaçom, fôrom artelhando umha tradiçom de luita da que sentirmo-nos orgulhosos e orgulhosas e pola que continuar luitando. Este ano encontramonos num Dia da Galiza Combatente um tanto especial. Desde o ano passado em que decidimos lembrar a experiência de LAR até o dia de hoje tenhem surgido polo caminho múltiplos elementos que, sobretodo, nos ponhem riba da mesa questons fundamentais. Entre elas, devemos mencionar a entrada em prisom do companheiro Ugio Caamanho e da companheira Giana Rodriguez como corroboraçom na prática que a Galiza combatente que a cada ano vimos de homenagear continua dando filh@s que renovam e enchem de sentido o seu nome. A consecuçom dumha Galiza ceive, nova e sem nengum tipo de exploraçom continua sendo tarefa da mocidade galega, continua sendo tarefa e fecundaçom de autores e de autoras semelhantes aos que hoje lembramos.

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Este ano cumprem-se 20 anos da gestaçom do EGPGC. O Dia da Galiza Combatente é tal porque leva o nome de um e dumha guerrilheira do EG caídos em combate, Lola e José. Nom é por acaso que o dia em que reivindicamos a Galiza combatente leve nome e selo do EG. O projecto de que falamos foi expresom armada da Galiza que entendia que a continuaçom dos caminhos abertos por José Ramom Reboiras Noia e os companheiros doo LAR, assentando e normalizando no País umha luita focalizada a aguilhoar o inimigo através de acçons contra as suas encenaçons mais palpáveis (infraestruturas, forças de ocupaçom, narcotráfico...) como alimento à consciência nacional. O EGPGC supujo o amadurecimento das experiências anteriores e também achegou as primeiras teorizaçons a respeito da necessidade da violência revolucionária na Galiza como complemento inseparável da luita política e social e, teorizaçons que temos que compreender nos moldes teórico-práticos de aquele período histórico. Mas em última instáncia, o significativo é que levou à prática todo no que acreditava: umha resposta clara e contundente contra a opressom nacional e social que a Galiza sofre sem ficar em desejos ou ensonhaçons. O EG supujo na nossa história colectiva um projecto de grande calado e significaçom: em primeiro lugar

porque assentou na Galiza umha

O EGPGC supujo o amadurecimento das experiências anteriores e também achegou as primeiras teorizaçons a respeito da necessidade da violência revolucionária na Galiza como complemento inseparável da luita política e social

linha de intervençom que avogava sem nengum tipo de complexo pola utilizaçom da violência revolucionária frente a posiçons proclives à integraçom plena do nacionalismo no quadro constitucional espanhol; e em segundo lugar porque significou um elemento dentro do nacionalismo e independentismo galego que nom deixou ninguém indiferente, que posicionou tod@s; quando o projecto dava os seus derradeiros passos, alimentava a consciência e a energia de um fato de moças e moços que começavam a caminhar na luita independentista. Devemos compreender o independentismo da década de 80 como fruto de grandes condicionantes sócio-económicos e políticos. Naquela altura histórica, os grandes desenhadores do nosso futuro colectivo –as corporaçons económicas transnacionais e a elite política que executa as suas decisons- tracejavam o porvir da nossa Galiza. E decidiam que, plenamente inserida no centro capitalista através da Uniom Europeia (daquela Mercado Comum) havia que limitar drasticamente a capacidade de produçom do nosso

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agro e acelerar o seu despovoamento. Fôrom os anos de grandes luitas agrárias polo direito a produzir e contra o tratamento desfavorável à gadaria galega em benefício de outras zonas da Europa. Os mesmos anos nos que o PSOE, com a mesma máscara de esquerdas que hoje (ainda que naquela altura desmascarado por mais sectores que na actualidade) acometia as grandes medidas que a direita neoliberal aplicava na Europa: reconversom da indústria naval galega, golpeando especialmente Ferrol e Vigo, política de seduçom salarial com o funcionariado (o seu viveiro social e eleitoral) e começo da ‘reforma laboral permanente’ que continua até dia de hoje com as sucessivas achegas do PP. A greve geral de Dezembro de 88 constitui a derradeira grande posta em cena do velho sindicalismo de classe, que inexoravelmente caminhava cara a transformaçom em um sector de serviços, calmante das tensons sociais e estupendo colocador de cretinos e trepas desejosos de ‘representar o proletariado’. É nesta conjuntura enormemente conflitiva em que se produz umha grande radicalizaçom de parte da militáncia nacionalista. Nom por acaso, quadros significativos do independentismo som sindicalistas mui activos e Trasancos, a comarca mais castigada pola reconversom, achega numerosos militantes armados e simpatizantes do independentismo combatente. O regime traçado pola Reforma política parecia definitivamente consolidado após o auto-golpe de Fevereiro de 81, que conduziu ao reformismo a milhares de dirigentes e militantes populares, com a mensagem transmitida de que, se a gente se mover das coordenadas marcadas, o ruído de sables continuaria a marcar a actualidade do Reino. É entom quando o nacionalismo maioritário começa a sua particular transiçom ao autonomismo em um processo lento e subtil que, ainda, provoca grandes cismas internos. A decisom de aprovar a Constituiçom espanhola e mergulhar de cheio na vida institucional provoca, primeiro, a ruptura da UPG –forma-se o PCLN como resposta- e, além disso, a aproximaçom ao EG de alguns sectores de activistas do BNG. Corresponderá à força central do autonomismo o desenvolvimento dessa estratégia que José Manuel Beiras denominou ‘de dique de contençom’: evitar que o grau de descontentamento existente em numerosos sectores das classes populares galegas desembocasse em formas de luita ilegal e violenta. Esta tarefa, perfeitamente cumprida com umha pedagogia permanente em favor da ‘mansedume galega’, chegou à purga político-policial, como aconteceu quando a Intersindical Nacional de Trabalhadores Galegos (INTG) decidiu a expulsom dos filiados acusados pola justiça espanhola de estar vencelhados ao EGPGC.

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2 -Gestaçom do EG, breve história do projecto. A ideia da necessidade dumha estrutura armada na Galiza que exercesse a violência defensiva contra a opressom do inimigo estivo presente no movimento independentista mesmo pouco depois da saída da prisom dos últimos militantes da LAR encarcerados. É no 1983 quando saem da cadea os últimos combatentes detidos e o próprio EGPGC através dum documento em que analisa o seu nascimento e a rutura com o PCLN deixa muito claro que o projecto tinha como antecesor inequívoco o projecto político militar que representava LAR. Desta maneira é em 1983 quando se iniciam reunions focadas a lograr apoios para o projecto armado no seio do nacionalismo e do independentismo galego. Três vam ser, segundo o próprio EG, as organizaçons das que se demandará apoio: UPG, BNG e

Galiza Ceive, ainda que corresponde a esta última

força, do ponto de vista orgánico, o maior contributo teórico e humano para o projecto. A negaçom a colaboraçom por parte das duas primeiras organizaçons salvo honrosas excepçons de militantes a título individual, fizo com a maior parte dos apoios desde um primeiro momento fossem provenientes de Galiza Ceive. Mas hai outro componente. Depois de que tivessem lugar as segundas eleiçons autonômicas e a consecuçom por parte do BNG de um deputado no Parlamento vai supôr a acataçom da constituiçom por parte do nacionalismo galego que até esse dia se negara a fazê-lo. No seio da UPG começará-se a nuclear um grupo denominado Colectivo 22 de Março integrado, ainda assi, no seio do BNG mas que acabará por sair da UPG e nucleando mais tarde o que veu em chamar-se PCLN. O

Em Março de 1986 é quando se cria formalmente a primeira Base Operativa do EG, baptizada com o nome de Moncho Reboiras. A esta base pertenciam os guerrilheiros que levárom adiante as primeiras acçons da estrutura armada que acabárom com a detençom de três deles numha acçom de aprovisionamento. no dia do seu julgamento, o egpgc sairá à luz pública.

EGPGC começará a ter relaçons com o núcleo inicial e a posteriori com o PCLN para estabelecer vias de comunicaçom e colaboraçom, cousa à que acede o PCLN. Segundo o EG o apoio deste partido foi sempre desleal e interesseiro, sem chegar nunca a consolidar na prática umha relaçom estável e saudável, motivo polo que a rutura com o PCLN rematou por chegar anos depois. Em Março de 1986 é quando se cria formalmente a primeira Base Operativa do EG, baptizada com o nome de Moncho Reboiras. A esta base pertenciam os guerrilheiros que levárom adiante as primeiras acçons da estrutura armada que acabárom com a detençom

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de três deles numha acçom de aprovisionamento. Será no momento do juízo dos militantes capturados e após vários meses de gestaçom quando as siglas da nova organizaçom saiam à luz pública. Os militantes detidos serám julgados, nom reconhecerám o tribunal que os julga e declararám-se perante ele membros do EGPGC. Dalgumha maneira estes feitos venhem a significar o baptismo e nascimento na prática do EG. Nesta etapa os objectivos primordiais da organizaçons será o avitualhamento e a preparaçom/compactaçom do núcleo inicial militante. Estamos falando do 5 de Fevereiro de 1987. No primeiro de Maio o EG fará detonar oito artefactos em várias entidades bancárias dando continuidade as primeiras acçons armadas. Este período, no plano político vem marcado pola condena explicita por parte do nacionalismo concretizado no BNG, reacçons que encherám os meios de comunicaçom. Aliás, os contactos com PCLN continuam mantendo-se no tempo e as canles de colaboraçom também funcionam. O EG no plano militar começa a sementar a geografia galega com bases operativas, estabelecendo um sistema de avitualhamento. Desta maneira irám sucedendo-se no tempo as acçons armadas e a conquista de grande transcendência pública. Entre elas o atentado falido contra a estátua equestre de Franco em Ferrol. A detençom dum militante do PCLN a consequência da acçom trazerá os primeiros problemas de entendimento entre o EG e o PCLN. Mas haverá nesta etapa também notas muito positivas. A saída da prisom dos militantes da Base Moncho Reboiras suporá dalgumha maneira um balom de oxigênio para a organizaçom. Os militantes passarám à clandestinidade engrossando já as estruturas de apoio com as que contava na altura o EG. Neste sentido será quando o EG decide conjugar os recursos do urbano e do rural. Os militantes percorrerám o monte galego construindo nele bases operativas. A sua intençom respondia a que queriam experimentar um combate original e contextualizado em extremo, querendo analisar em que grau recursos que foram utilizados pola guerrilha anti-franquista (o monte como refúgio, num país sem grandes urbes nas que poder viver a clandestinidade) estavam vigentes. Tempo de debates e formulaçons ideológicas no seio do EGPGC, já que tembém coincide com a redacçom e debate

da Nova Poesia Galega, que veria a luz no verao de 1988. Nele sentavam-se nem só as linhas de intervençom do EG baseiadas na estrategia da guerra prolongada ao inimigo e a procura de apoio no seio do povo. Também se fazia umha rigorosa análise do contexto

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político da altura que fazia necessário o uso da violência revolucionária. As acçons desta etapa desde a publicaçom da Nova Poesia estarám marcadas por um claro sentido propagandistico que visará, antes de mais, assinalar os inimigos do povo que roubam os nossos recursos naturais, econômicos, etc. Celuloses, FENOSA, bancos, simbologia fascista, etc. serám alvo das acçons armadas do EG. Regista-se muitas acçons concatenadas no tempo que adquirem grande relevo nos meios de comunicaçom e apoio popular. A acçom de voladura de parte do chalet de Fraga Iribarne em Perbes acontecida em Maio do 88 marca dalgumha maneira um ponto de inflexom ao que sucedeu as detençons nos montes da Terra de Trives de até onze guerrilheir@s entre os que se encontrava umha boa parte do Estado Maior Irmandinho que vinha a funcionar como o órgao de maior decisom do EG. As pessoas detidas serám submetidas a duros interrogatórios e torturas. Perante isto vários militantes optárom por auto-lesionar-se. Quase a totalidade dos detidos ingressarám na prisom de Pereiro de Aguiar e receberám a solidariedade de organizaçons políticas, sociais, gente achegada, sindicalistas, comitês de empresa, etc. O PSG-EN e o MCG exigíram um trato digno para as pessoas detidas. Dias depois serám dispersados a cadeias espanholas, situaçom que se mantivo até a sua posta em liberdade. Esta detençom supujo umha disminuçom do accionar armado do EG, embora nom chegasse a significar a sua dissoluçom.

As acçons desta etapa desde a publicaçom da Nova Poesia estarám marcadas por um claro sentido propagandistico que visará, antes de mais, assinalar os inimigos do povo que roubam os nossos recursos naturais, econômicos, etc. Celuloses, FENOSA, bancos, simbologia fascista, etc. serám alvo das acçons armadas do EG. Regista-se muitas acçons concatenadas no tempo que adquirem grande relevo nos meios de comunicaçom e apoio popular.

Queda que se fizo notar no campo político e anti-repressivo. As relaçons com o PCLN com o que confluia Galiza Ceive na recém constituida FPG farám-se a cada vez mais tensas, paralisando dalgumha maneira as suas acçons e labores de militância. No campo antirepressivo também haverá novidades com a refundaçom das XUGA e, tal e como acontecia no plano político, a encenaçom de diferenças e divisons. A luita amti-repressiva durante esta etapa centrará boa parte dos esforços da militância independentista. O EGPGC reorganizou, paralelamente, a sua militância recrutando mais quadros para a estrutura armada e continuar com a luita. Desta maneira irám-se sucedendo no tempo mais acçons como a colocaçom de artefactos no prédio do Governo Civil depois dumha importante carga policial contra trabalhadores despedidos dumha

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plataforma petrolífera ou o intento de voar a estátua equestre do dictador em Ferrol. Entre as acçons do EG encontrou-se o intento por recuperar os restos mortais de Castelao sepultados em Bonaval, acçom falida por questons técnicas e de previsom. Se as diferenças no plano político caminhavam a cada vez mais face a rutura e a fragmentaçom, os acontecimentos de Irijoa que supugêrom a morte dum Guardia Civil e a posterior detençom de militantes do EG veu a significar na prática a ruptura definitiva entre o PCLN que condenou a acçom e o projecto que representava o EG. Como consequência o espaço comum de convivência, a FPG, ficou eivado e sem conteúdo. O dispositivo de reducçom dos Guardas Civis aos que lhes roubariam depois de dormi-los a sua vestimenta falhou, motivo polo que se produziu o enfrentamento armado entre Guardas Civis e guerrilheir@s. A campanha mediática na altura fora muito forte, recolhendo as expressons de condena da totalidade do nacionalismo institucional. Após a morte do Guardia Civil serám detidos e detidas por volta de doze guerrilheiros, dos quais três ficarám em liberdade. A situaçom que se vivia no movimento político levou a que os presos e as presas iniciáram nas cadeias umha série de debates encaminhados a resolver a fragmentaçom e desconfiança existentes no movimento. Em lugar de paliar os efectos da crise vivida agudiçárom-nos, separando mais se cabe o sector apoiado políticamente em Galiza Ceive e o sector apoiado no PCLN. Esta partido elaborará documentos em que deixará claro que nom apostam pola dupla militância, reconhecendo na prática a sua nom disposiçom a continuar tomando parte do projecto armado. Estas divergências trazerám a primeira rutura da comuna de presos. Como resultado da crise e as tentativas de solucioná-la convocará-se a iniciativa de Galiza Ceive um congresso extraordinário ao qual nom assiste o PCLN e que dará lugar à fundaçom de APU, que passará a assumir de agora para diante o papel político e de soporte do EGPGC. A constituiçom da APU trazerá mudanças significativas no plano político. O independentismo chega a ter umha presença nada desprezável no sindicalismo, chagando a lograr umha representaçom no secretariado nacional. Os dias da pátria serám convocados conjuntamente entre APU, FPG, PCE e LCR, estas duas últimas espanholas. A intençom era agrupar todas as forças políticas que apoiavam o direito de autodeterminaçom. Os debates durante esta etapa no seio do independentismo serám muitos a respeito das estrategias a seguir. Concretamente registarám-se várias posturas a res-

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peito dos ritmos do accionar armado e das suas relaçons com o movimento político. No campo antirepressivo haverá greves de fame e plantes perante as

continuas

agressons

de

Instituciones

Penitenciarias e a massa militante do independentismo mobilizará-se em repetidas ocasions para denunciar a situaçom dos presos. Parte do MLNG como eram também as Mulheres Nacionalistas Galegas estarám de cheio involucradas na denúncia da situaçom das guerrilheiras encarceradas. No plano militar a organizaçom armada tem a cada vez mais dificuldades de regeneraçom, direcçom e, como consequência, de accionar armado.Das últimas acçons do EG com mais transcendência foi a perpetrada contra os interesses do narcotráfico em vários pontos do País. Esta acçom supujo a morte em 1990 do guerrilheiro José Vilar e da guerrilheira Lola Lamas e dumha moça de Vigo na discoteca

No campo anti-repressivo haverá greves de fame e plantes perante as continuas agressons de Instituciones Penitenciarias e a massa militante do independentismo mobilizaráse em repetidas ocasions para denunciar a situaçom dos presos. Parte do MLNG como eram também as Mulheres Nacionalistas Galegas (MNG) estarám de cheio involucradas na denúncia da situaçom das guerrilheiras encarceradas.

Clangor de Compostela. Isto foi sucedido polo abandono de militantes tanto do campo anti-repressivo quanto do político. A queda dos militantes também se deixou sentir entre os militantes presos, produzindo-se ainda umha segunda ruptura na comuna de presos. A situaçom de fragmentaçom, agotamento e desconfiança fará-se, pois, notar a cada vez mais. O EGPGC levará a cabo a sua última acçom em 1991 em Ferrol com a voadura de duas torretas de alta tensom perto de Ferrol.Com esta última acçom também tivérom lugar as últimas detençons de membros do EG, um total de onze militantes dos quais alguns sairám em liberdade meses depois. Vivirom-se desde entom várias tentativas por reactivar o projecto militar sem conseguir-se na prática resultado algum. O EG irá-se disipando no tempo com a proposta de auto-disoluçom emitida por algum dos militantes encarcerados em 1994. Tempo andando a APU convocará umha Assembleia Nacional para debater a respeito da situaçom do movimento independentista apontando várias saídas para a resoluçom do problema, entre elas a autodisoluçom também do projecto político que lhe vinha a dar soporte ao EG. Em Fevereiro de 1995 a APU toma a decisom de auto-disolver-se. Com os anos forom-se sucedendo as excarceraçons de presos e presas independentistas.

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3-Conclusons As e os militantes do EGPGC e do projecto político que servia de apoio seguírom a estela dos patriotas de 1846, dos guerrilheiros antifascistas da década de 40, dos militantes armados galego-portugueses do DRIL da década de 60, ou de José Ramom Reboiras Noia. A estela de gentes que tomam a luita realmente a sério e, sendo golpeados polo inimigo, transmitem na sua memória ensinanças de valor, erros e acertos, mas sobretodo doses grandes de dignidade contra o imaginário da rendiçom galega. Derrotas tácticas som vitórias estratégicas. Como em todos os projectos curtados violentamente, o percurso posterior dos seus protagonistas é muito variado: os que abandonam legitimamente o barco para viver o independentismo em um segundo plano com apoios pontuais; os que ensaiam novos caminhos para a emancipaçom do País; os que se arrependem e se maquilham; e, finalmente, os que mantêm aceso o facho da linha decidida, os que transmitem a um tempo dignidade, exemplo e aprendizagem. Essas e esses som os insubstituíveis. A forma particular que adoptou o independentismo armado da década de 80, quanto projecto político-militar, é própria de tempos que já nom som os nossos; a sua substáncia, quanto vontade de passar das palavras aos factos e de erguer a legitimidade da intervençom ilegal e violenta, continua a ser hoje defendida por umha parte da esquerda e do nacionalismo galegos. Enquanto pequenas-grandes violências sigam a exercer-se contra as e os cidadaos galegos no trabalho, na língua, no território, na relaçom de géneros ou na conculcaçom de direitos, seguirá a haver quem defenda que pequenas-grandes violências de resposta tenhem o seu lugar. Nom se semelha a estrutura de movimento liderado por um partido e umha vanguarda dos anos 80 com a estrutura de movimento em rede e espaços nacionais de desconexom que o Independentismo Revolucionário pratica na actualidade; tampouco se parece a violência hierarquizada do EG com os núcleos descentralizados do fenómeno que se dá em chamar resistência galega. Mas continua umha identidade funda, a ser galeg@s sem fazer caso a nenhum opressor que nos diz que temos que ser ‘bons’ sensat@s’, ‘moderad@s’ ou sofredores resignad@. A construir aqui e agora, sem tutelas nem dependências, todo o que precisamos para viver como galeg@s sem permisso. E a defender a legitimidade de respostar até que nos deixem viver em paz. Bibliografia VV AA. Para umha Galiza independente. Abrente. Compostela. Rios Bergantinhos, Noa. A esquerda independentista galega (1977-1995).Abrente. Compostela. EGPGC. Nova Poesia Galega. Julho de 1988.

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