Comité Revoluzonario Arredista Galego

Page 1

1

Arredistas sempre: IndependĂŞncia!



ร NDICE Introduรงom 04 Contextualizaรงom 06 CRAG 09 Fuco Gรณmez 13


INTRODUÇOM

INTRODUÇOM O 11 de Outubro, dia da Galiza combatente, converteu-se em umha data sinalada no calendário do arredismo galego faz 23 anos, quando o Exército Guerrilheiro do Povo Galego Ceive realizava umha campanha contra as máfias do narcotráfico na Galiza, era umha etapa marcada pola droga que conseguiu um protagonismo polo numero de jovens consumidoras de cabalo, a historia recente da Galiza sabe bem as vidas que truncou, direitamente como no caso dumha sobredose ou indireta com o VIH. O estado, cúmplice das máfias mirava para outro lado, mentres que as galegas viam como a droga destroçava famílias inteiras e adormilava e matava jovens conscientes. Numha etapa pouco esperanzadora para a sociedade galega, existia umha luz de liberdade, galegas que luitavam contra as pedras que lançava o estado. Lola e Jose, militantes do EGPGC, tentaram fazer umha sabotagem na discoteca Clangor, centro neurálgico do movimento da droga em Compostela,

Comité Revoluzonario Arredista Galego d´Havana

4


INTRODUÇOM

a acçom nom saiu bem e estas caíram em combate. Desde entóm, comemora-se esse dia, 11 de Outubro, como o dia da Galiza combatente, a Assembleia da Mocidade Independentista vem festejando a data e lembrando-se das duas combatentes e doutas muitas desde os seus começos.

Este ano, adicamos o 11 de Outubro ao “Comité Revoluzonario Arredista Galego da Havana”. Queremos lembrar também que já faz uns anos vimos adicando este dia a coletivos, e nom a pessoas individuais, tentando evitar personalismos e dando mais importância ao coletivo, a historia tende a buscar nomes concretos mas umha luita ou um movemento é levado a cabo por umha comunidade nom conforme com o estabelecido. O CRAG merece esta pequena homenagem, já que tiveram claro que o arredismo era o caminho, e o fim a independência.

5

Arredistas sempre: Independência!


CONTEXTUALIZAÇOM

CONTEXTUALIZAÇOM Viviam-se tempos duros, a emigraçom açoutava Galiza, pedra na que voltamos tropeçar, sem aprender um chisco da dureza de tempos passados. A desproporçom entre povoaçom e recursos fez que as galegas tivéramos que pôr um espaço físico de por meio, sem olvidar nunca as raízes e o que deixavam atrás. As associaçons e centros sociais e culturais galegos cresciam polo mundo, ao igual que as lembranças compartidas póla nossa gente em terra alheia, a emigraçom espalhou a milhares de galegas polo mundo, mas para centrar-nos um pouco no tema falaremos de America e mais concretamente da ilha de Cuba. Em estes centros habia galegas, mas os livros e historias populares falam também de cacharros com terra, grande o símbolo, as relaçons entre as pessoas sumavase-lhe o amor e agradecimento a terra que as véu nascer e deu de comer as geraçons antergas, a comunidade galega na ilha e a uniom tam forte com a terra, foi germolo do que contaremos a continuaçom. No ano 1879, fundou-se o “Centro galego” da Havana, origem do asociacionismo na ilha, com o tempo, forom-se criando asociaçons, revistas e jornais ( El eco de Galicia, La Tierra Gallega, A Gaita Galega...) onde era palpavel o regionalismo, que caminhava

Comité Revoluzonario Arredista Galego d´Havana

6


Após este breve repasso, trasladamo-nos a Galiza e chegamos o 18 de Maio de 1916, data na que se constituirom na Corunha as Irmandades da Fala, primeira organizaçom nacionalista galega. Da segunda assembleia nacional, datada no 1918 em Lugo, sae um manifesto no que se pom umha meta, a liberdade para Galiza, reproducimos a previa: “Tendo Galiza todas as caraterísticas essenciais da nacionalidade, nós nomeamo-nos, de hoje para sempre, nacionalistas galegos, já que a palavra regionalismo nom recolhe todas as aspiraçons nem contém toda a intensidade dos nossos problemas”.

7

CONTEXTUALIZAÇOM

despacio até o nacionalismo, mas antes de chegar aqui, já que a origem do nacionalismo tem umha data na historia Centro Galego da Habana galega, faremos um pequeno repaso do que ia acontecendo na ilha, como a criaçom da “Asociacion Iniciadora e Protectora de la Academia Gallega”, germolo da atual. Neste caminho até o nacionalismo cumpre nomear o movimento agrarista que se estava dando na Galiza, que nasce da necesidade de luita contra os foros e os caciques, esta reivindicaçom chegou a Cuba, e froito dista nasce o Comité Representativo de las “Sociedades Gallegas de Instrución” da Havana. É obrigado nomea-lo, já que, o que nos identifica como galegas nasce da relaçom entre a comunidade e a terra.

Arredistas sempre: Independência!


CONTEXTUALIZAÇOM

Na havana, depois de muitos intentos fugazes, em 1920 funda-se a Xuntanza Nazonalista Galega d`Havana, na portada do vozeiro pode ler-se a palavra “independenza”. Em 1922, na IV Assembleia Nacional da Irmandade Nazonalista Galega (fruito da escissom das IF, estas advogam pola participaçom eleitoral, mentres a ING cree na conscienciaçom da sociedade galega através da questom cultural), estabelecem-se relaçons formais com a XNG da Havana.

Comité Revoluzonario Arredista Galego d´Havana

8


Para começar a falar do CRAG, temos que fazer antes umha pequena puntualizaçom. A questom da raça e a tradiçom, era palpável no nacionalismo da época, e como tal “a raça celta”, caraterística compartilhada com Irlanda. Existia na Irlanda, um grupo armado chamado IRA, tinham a sua base operativa em Irlanda e estrutura econômica em EEUU. Pois bem, tomando nota da estrutura e artelhamento dos grupos irlandeses, aparecem em “Vilapodre” Madrid um grupo de rapaças chamado Irmandades Celticas que propugnavam umha acçom mais violenta contra as aldragens a Galiza, criando grupos armados e seguindo nom só o exemplo do que ocurria em Irlanda, se nom também o dos revolucionários de Estat Catalá e as suas milícias Escamots e o dos grupos Vascos Aberrianos. Polo que se pode intuir, que as Irmandades Célticas poderiam pretender ser o grupo armado, e o CRAG e a Sociedade Nacionalista Pondal, o aparelho logístico.

CRAG

CRAG

No 1921, Fuco Gomez, recebeu novas destas rapaças, infomando-lhe da sua existência, e carteando-se posteriormente com Fermim Penzol, conselheiro primeiro. Chegamos entóm a Março de 1922, no Centre Catalá da Havana nasce oficialmente o Comité Revoluzonareo Arredista Galego d`Havana,da mao de Fuco Gomez, organizaçom segreda, independentista e arredista. O manifesto fundacional fez-se publico o 25 de julho de 1922, titula-se “independenza ou morte”. O manifesto chama

9

Arredistas sempre: Independência!


CRAG

a organizaçom e luita contra o estado espanhol, propóm umha serie de misions, como promover a rebeldia do Povo Galego, luitar pola independência, defender o monolinguismo, estar disposta a dar a vida por Galiza e a sua liberdade, ser maior de 20 anos, considerar o português como língua internacional, formar-se academicamente para dar soluçons a futura republica galega e contribuir à creaçom dum governo provisional da Galiza e engade umha serie de juramentos: 1º- Recoñezo qu`a Bandeira Galega é a única a que fico abrigado i-estarei disposto a defender até a cova. 2º- Considero que Galizia tem sagro direito a sua independenza ausoluta, por tanto, teño que poñel-a miña vida o servizo do ideal. 3º- Non negarei xamais a miña condizion de galego arredista, e si farei propaganda arredista sempre que teña ocasion, sem dar-me nunca a coñecer com-asoziado do Comite R. Arredista Galego. 4º- Porcurarei adequirir conoscimentos, sociaes, estadistecos, d`economia e de canto sexa ductilidade pra ralizazón d`aquelas obras que poidan conducir a felicidá eterna á futura Repúbrica Galega. 5º - Espallarei que Galizia tem persoalidade propia: qu´os produtos qu´ela produce son dos millores : que reúne calidás muito boas pra industrias importantisemas. 6º - Preferirei sempre as cousas que procedam da Galizia as de ningún outro pais. 7º - Dedicarei tud´a miña intelixenza i-enerxias ao porgueso e benestar da Nazón Galega. 8º - Cooperarei a tuda aucíon que dimane do Comité

Comité Revoluzonario Arredista Galego d´Havana

10


CRAG

R. Arredista Galego, o que perteñezo. 9º - Non divulgarei endexamais a organizazon interiore do Comité, nen-o nome de nengún asoziado do mesmo ; nem farei nengunha manifestazion que poida interrumpil-a boa marcha do devandito Comité, ou prexudicar a algún asoziado d`iste. 10º - Tanto na axuda coma no trato saciae, comerciae, coma em tudo, darei preferenza sempre aos irmáns asociados do Comité R. Arredista Galego. Remata com um: “Viva Galiza independente!” “Viva a Repubrica Cubana!” “Abaixo o centralismo Hespañol!” Que foram umha organizaçom segreda, pode ser um dos motivos polos que hoje em dia nom há muita informaçom sob acçons concretas, ainda que si se pode sospeitar que estavam detrás de algúmha, como a declaraçom do estado galego trás a crise do caminho de ferro, feito do que falaremos ao adentrar-nos na ideologia de Fuco Gomez. Também polo feito de ser segredas, nom se pode saber com exatitude a influência e presença que tinham. O CRAG pretendia formar comités, lá onde houvera emigraçom, e com esta base organizativa, dariam-se as condiçons necessárias para constituir o Governo provisional da Galiza, segundo Fuco Gomez. Contudo, em 1922, o início da ditatura de Primo de Ribera no estado espanhol, paralisa as atividades na Galiza quase totalmente durante seis anos, o que translada o epicentro das reivindicaçons culturais e

11

Arredistas sempre: Independência!


CRAG

políticas a emigraçom americana, fundamentalmente a Sociedade Nacionalista Pondal, Argentina, e Xuntanza Nazonalista Galega e CRAG na Havana. Nove anos mais tarde, e com Fermin Penzol como nexo com a Irmandade Céltica, tenhem-se noticias de AGRA (Acçom Galega Radical Autonomista), chega umha carta tanto o Fuco como a algúm referente nacionalista residente na terra e, possivelmente a Sociedade Nacionalista Pondal, esta carta contem o seu manifesto, escrevem : “Antes que nada queremos umha personalidade bem delinhada do agrupamento, que decote se sepa onde se atopa, o que lhe merece estima e o que, com tuda violência, está disposto a combatir”. O manifesto fala de violência combativa para acadar a independência, no seu ponto de mira está a Igreja, burguesia, caciquismo e militarismo, querem conseguir justiça económica, monoligüismo, socialismo, autonomia integral da Galiza e formaçom dum Estado galego laico e neutral dentro de umha confederaçom republicana de nacionalidades ibéricas e supressom do ejercito. Com tudo isto, podemos estabelecer umha conexom entre estes, e pensar que em verdade podia existir umha estrutura que levara issa linha política, e que com o manifesto e a carta aguardavam o nomeamento dumha “personalidade bem delinhada do agrupamento, que decote se sepa onde se atopa”. O CRAG, tem atividade, polo menos, até o 1947, último dado da sua existência.

Comité Revoluzonario Arredista Galego d´Havana

12


FUCO GÓMEZ

FUCO GÓMEZ Nasceu em Ouselhe, Becerreá, no 1895. Partiu como polisóm à ilha de Cuba sendo mui novo e pronto se vincularia a coletividade galega. Desenvolveu a maioria da sua militância na ilha de Cuba, mas entre 1932 e 1935 volta a terra e desenrola umha grande atividade em Becerrea. Morre em 1972, na Havana. Mas para o caso que nos ocupa, imos centrar-nos mais na ideologia e o trabalho politico deste. Fuco Gomez declarava-se independentista e arredista e o seu fim era conseguir a soberania total para Galiza para logo constituir entre estados livres umha confederaçom de repúblicas ibéricas, e finalmente, a unióm de todos os povos livres do universo. Coidava necessário derrotar a ditadura de Primo de Ribera e a monarquia para instaurar a república galega. Redatou um anteprojeto de constituiçom para Galiza. Escreveu a base dos princípios para umha confederaçom das repúblicas ibéricas. Desenhou

13

Arredistas sempre: Independência!


FUCO GÓMEZ

umha bandeira e escudo para a república galega e redatou um hino Nacional:

Ao combate nos chama, bos galegos A terra meiga que nos viu nazer. Nant`as suas aras nós tudos juremos Venzer ufáns, ou groria morrer. Nen opressores nen servos queremos No território da nossa Nazón. Democrazia na lida cramaremos E tamén, honradez e xunión. Até crebal-as odiosas cadeas Loitaremos com fid´e tenazidá, Levand´o o lema(per vilas i-aldeas): Libertade, justiza e igualdá. Aos estranhos e tiráns invasores Xunidos i-heroicos saiberemos venzer i-a bela Galiza dos nossos amores Repúbrica ceibe per sempr´ha de ser.

Comité Revoluzonario Arredista Galego d´Havana

14


Aproveitam assim umha greve geral em protesta pola supressom das obras no caminho de ferro, para a proclamaçom do estado galego. Os comunistas e galeguistas da emigraçom som os componentes mais ativos, chama-se a revoluçom na rua e acadar a independência como Catalunya ou Portugal. Mas apesar disto, os operários recebem issa mesma noite umha oferta de governaçom sob as suas reivindicaçons que assumem e desconvocam a greve, ao que se suma que o Partido Galeguista nom deu o seu apoio, polo que o recém eligido presidente Alonso Rios tivo que restituir do cargo.

FUCO GÓMEZ

Isto faz-nos crer que participa como autor intelectual na declaraçom do estado galego, já que o tinha tudo bem preparado e nom cria na república espanhola recém instaurada, pensa que se debe realizar umha alianza revolucionaria entre Galiza, Catalunya e Euskadi.

Com este fracasso Fuco Gomez afonda os seus enfrontamentos com os galeguistas moderados, já que nom eram “patriotas consequentes”. Na sua etapa em Galiza, em Becerreá, realizou um grande trabalho, cavilava na ideia da construçom dumha fabrica de ladrilhos, outra para envasar produtos agrícolas e umha central elétrica que dera luz a todo Becerreá. Fundou a Banda de música de Ouselhe com os seus quartos. A casa do povo em convivência com os socialistas. E mercou umha casa na Corunha (rua independência, 19) onde se trasladaria e na qual queria instalar o parlamento galego, nesta casa editou um panfleto do CRAG,

15

Arredistas sempre: Independência!


FUCO GÓMEZ

titulado: “A independência absoluta, única salvaçom de Galiza” baixo pseudônimo, com a intençom de proclamar a republica galega o 17 de natal, cabodano do mariscal Pardo de Cela, polo que foi perseguido pola policia espanhola por “ir contra a forma de governaçom” e decide fugir a Portugal pois “as autoridás hespañolas som seitarias”, por problemas de saúde volta a terra e é detido por uns dias. Após disto volta para a Havana. Fazendo um pequeno resumo dos temas que mais tempo acapararom na sua vida, podemos destacar a sua obsessom pola grafia galega, titulo do seu livro, no que defendia umha escrita mui achegada o reintagracionismo, ou a luita pola independência, já que depois de assumir a condiçom de Galiza como naçom, o seguinte era dota-la dum estado próprio. Estado, no que teria que existir a igualdade de classe e de gênero, cum sistema econômico mui achegado as ideias comunistas, cum ensino laico, cientifico e gratuito, com a supressom dos direitos da igreja e o afastamento desta com o estado. Umha cousa que também o ocupou, foi a auto-formaçom e a necessidade de revisar a historia, pois quando se toma algo por habitual, nunca se discute, e a necessidade de ser cultos para ser livres. Depois dumha luita incansável pola independência da Galiza e a necessidade de sublevaçom do povo galego para consegui-la, morre aos 77 anos de idade, e ainda que nom vira o seu objetivo conseguido, seguiu fiel a sua ideologia e nunca agochou a sua condiçom de arredista pesse a ser insultado, aldraxado e vítima de repressom e

Comité Revoluzonario Arredista Galego d´Havana

16


Independência ou morte!

17

FUCO GÓMEZ

censuras, Fuco morreu sentindo-se só galego. A historia da Galiza recorda-o ao igual que a mocidade galega, que nunca claudicará na luita.

Arredistas sempre: Independência!


Editado por: Terra Livre Ediçons ComitÊ redactor: C.N. da AMI Galiza Combatente 2013




Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.