Textos da XI Assembleia Nacional da AMI

Page 34

LINHA IDEOLÓGICA

ambientalistas do capitalismo verde. A exploraçom indiscriminada da natureza converte-se em umha agressom, e a sua defesa em umha necessidade. Para o capitalismo exercer o seu espólio indiscriminado, precisa de um desvínculo das pessoas entre sim, e também com o território e animais que fazem parte dele. Reconstruir um espaço sólido e forte é a melhor trincheira para luitar contra a imposiçom do capital, desde outro paradigma -outro imaginário- portanto, desde outro mundo; o nosso. Para o mundo se chamar Galiza hoje é imprescindível que haja galegas dispostas a defende-la (defender-se) da guerra contra nós que estám desenvolvendo os grandes gestores do lucro e a usura. A “construçom nacional”, como a outra cara da moeda da defesa da terra, persegue defender, afortalar e reconstruir o sentir de”naçom”, para além das questons de justiça social que podemos compartir com a nossa classe a nível internacional. Reivindicar a categoria de indígenas, denunciar como globalizantes e capitalistas identidades líquidas e “genéricas”, desligadas de um território e comunidade. Em este sentido trataria-se de reconstruir e recuperar formas de vida tradicionais que consideremos justas, ou reconstruir outras que tenham limitaçons ou até lacras (a tradiçom nom é apenas positiva por si própria). É buscar a olhada própria desde a que na Galiza queremos viver, e resolver o total das nossas necessidades coletivas, da educaçom à sanidade. Dos transportes à alimentaçom. Da arte à filosofia. A Queremos ampliar a cultura em sentido amplo, como forma de sobrevivência conjunta e conceçom de sujeito desenvolvimento humano num sentido moral. Trata-se de desconstruir ao plural, ligado a moderna divisom de sujeito-objeto e deixar de identificar-se na à contorna social visom objetiva sendo sujeitos; parar de reivindicar o neutro como lugar e física. E a umha comum, patróm de todo. O neutro é o menos comum, representado forma de vida sólida, no home branco proprietário ocidental e canibal, destrutor do mundo. estável e forte frente Queremos ampliar a conceçom de sujeito ao plural, ligado à contorna a sociedade líquida. social e física. E a9 umha forma de vida sólida, estável e forte frente a sociedade líquida.

9 Sociedade líquida: Para o sociólogo Zygmunt Bauman, a sociedade líquida é o produto dum estadio avançado da modernidade, no que a estabilidade e a permanência deixam de ter sentido, e o fluxo devém na forma hegemónica de todo. À semelhança do que acontece no mundo físico, onde os corpos sólidos se caracterizam por terem ligaçons fortes entre as suas moléculas, o mundo das nossas nais e avoas defendia a estabilidade (nas relaçons sociais, laborais, sentimentais...) frente ao cámbio. Nas antípodas daquela concepçom da vida, a sociedade de mercado extendeu a valoraçom do novo e do rápido a todas as fecetas da vida, produzindo umha sociedade na que as fidelidades pessoais, culturais, territoriais.. som estorbos, e na que se premia a capacidade para desfazer rapidamente as ligaçons velhas e substitui-las com facilidade por outras novas (a semelhança como se comportam as moléculas nos líquidos). O cámbio de trabalho, de residência, de aspecto, de parelha, de amizades...que noutros tempos era visto e sentido como um drama, hoje é percebido e desejado como umha marca de ser “umha pessoa deste tempo”. Umha sociedade assi é plenamente funcional ao mercado, porque só ele e as suas leis som capaces de satisfazer a necessidade de mudança e novidade contínuas que conleva o desejo de nom ficar desfassado.

34


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.