Jornal 1º de Maio de 2014

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INFORMATIVO DIA DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA / 2014

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Todos a luta

Por que lutar no primeiro de maio?

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o próximo dia primeiro, trabalhadoras e trabalhadores de diversas categorias do Estado realizarão um grande ato por melhores condições de trabalho e vida. A atividade, com início previsto para as 9 horas, acontecerá no bairro Marcílio de Noronha, em Viana, e pretende resgatar o sentido de luta e resistência do Dia do Trabalhador.

Um modelo para as elites O modelo econômico adotado por Lula e Dilma, ao contrário do que o povo esperava ao votar no Partido dos Trabalhadores, continua favorecendo a elite do País, deixando de lado as demandas sociais da população. A saúde pública é precária, faltam vagas nas escolas públicas e a violência se generaliza. Enquanto isso, 42,04% do Orçamento Geral da União – aproximadamente R$ 1,001 trilhões – é destinado para o pagamento da dívida pública brasileira, valor que poderia ser investido em educação, transporte, cultura, moradia, saúde e reforma agrária. Para piorar, são contínuas as tentativas de corte de direitos, muitas vezes com o aval do próprio governo. Foi assim na tentativa de aprovação do PL 4330, projeto que pretendia liberar a terceirização no Brasil, ampliando indiscriminadamente o número de trabalhadores terceirizados, que não têm os mesmos direitos e benefícios das categorias organizadas. JORNAL PRIMEIRO DE MAIO - 2014.indd 1

Mas por que lutar no primeiro de maio? A cada dia as dificuldades enfrentadas pelo trabalhador brasileiro aumentam. Baixos salários, desvalorização profissional, péssimas condições de trabalho, demissões imotivadas e corte de benefícios e direitos fazem parte da realidade dos trabalhadores do país.

Taxa de desemprego é alta Apesar de ter apresentado ligeira queda no último ano, a taxa média de desemprego no Brasil continua acima dos padrões mundiais, chegando a 7,1% em 2013, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, ter emprego não é sinônimo de qualidade de vida. De acordo com o Dieese, 65% dos trabalhadores com carteira assinada no Brasil recebem, em média, de meio a um e meio salário mínimo, valor muito aquém do necessário para sustentar uma família de maneira digna. O índice de desemprego entre os jovens também é crítico. Segundo a Organização Interna-

cional do Trabalho (OIT), 18,4% dos jovens com idade entre 15 a 29 anos estão desempregados no Brasil. Muitos não têm acesso ao ensino formal ou a cursos de especialização para entrar no mercado de trabalho – que exige cada vez mais qualificação profissional. Ao mesmo tempo, crescem os programas de primeiro emprego para jovens de baixa renda, que, embora propagandeiem inclusão social, funcionam mais como produtores de mão de obra barata. A maior parte desses jovens é contratada temporariamente, com salários abaixo do valor de mercado e sem os mesmos direitos trabalhistas de um empregado formal.

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O Espírito Santo está entre os Estados onde mais se mata jovens.... ....e mulheres

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xiste cor, sexo, idade e endereço da violência no Brasil? Dados do Ministério da Saúde mostram que sim e revelam que 53% das vítimas de homicídio no Brasil são jovens, e desses, 75% são negros e 93% do sexo masculino. Essa realidade é ainda mais cruel no Espírito Santo, que ocupa o segundo lugar no ranking dos Estados com maior número de homicídios. A cada 100 mil jovens, com idade entre 15 e 24 anos, 115 foram assassinados no Estado em 2011, segundo o Mapa da Violência 2013. Esse genocídio da juventude negra está estampado nos jornais e parece ser alimentado a cada governo. Anualmente morrem 139% mais negros do que brancos nessa faixa etária. O envolvimento com o tráfico é a justificativa do governo para explicar os altos índices. Mas, os dados deixam claro que as principais vítimas da violência são jovens negros com baixo nível de escolaridade. Ao jovem da periferia nega-se o acesso à educação, saúde, igualdade de oportunidades de emprego, negase respeito. E é essa realidade que mantém a juventude, em especial a negra, em guetos e sem perspectivas de uma vida melhor.

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e o Espírito Santo está em segundo lugar em número de homicídios de jovens, quando o assunto é violência contra a mulher ele é campeão. O Estado é líder em assassinatos de mulheres com uma taxa de 9,6 homicídios femininos a cada 100 habitantes. Em 2013, de acordo com a Coordenação Estadual de Enfrentamento à Violência Doméstica do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, 3.919 mulheres foram vítimas de agressão física e 161 foram assassinadas no Estado. Até março deste ano, o número de vítimas fatais já chegou a 29. O que o governador Renato Casagrande tem feito para tirar essa mancha de sangue do Estado? Assim como o governo Paulo Hartung, nada. Desde a promulgação da Lei Maria da Penha, em 2006, cerca de 14 mil mulheres pediram socorro no Estado. Apesar dessa estatística vergonhosa, as vítimas de violência não contam com a rede de proteção exigida pela lei, como Centros de Referências Municipais de Apoio às Mulheres Vítimas de Violência, e possui apenas oito Delegacias de Atendimento à Mulher.

Falta de investimento que mata No Espírito Santo, a população ainda sofre com a falta de infraestrutura das cidades, que incluem os mais básicos serviços, como praças públicas, posto de saúde, creches e escolas bem estruturadas. Enquanto o governo investe em gigantescas 2 JORNAL PRIMEIRO DE MAIO - 2014.indd 2

obras que beneficiam somente o setor privado, falta verba pública para as escolas, hospitais e melhorias das condições de vida da população. As chuvas de dezembro de 2013 arrasaram 54 municípios capixabas, deixando claro que o Gover-

no também não se preocupa e não investe na estrutura das cidades. Ao todo, 23 pessoas morreram e mais de 61 mil tiveram que deixar suas casas. Esse é apenas um dos saldos do descaso do poder público com a vida da população.

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O caos do transporte

público

Ônibus lotado, longa espera nos pontos e terminais, trânsito caótico nos horários de pico. Você também passa por isso?

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problema da falta de mobilidade urbana afeta a maior parte da população da Grande Vitória. É comum ônibus circularem com passageiros imprensados nas portas, sem nenhuma proteção e vulneráveis a sérios acidentes. Isso sem falar no alto preço das passagens. Essa realidade parece estar longe de mudar. Os deputados estaduais se negam a realizar a CPI do transporte público, que está arquivada na Assembleia Legislativa. Sem licitação, as mesmas empresas de transporte continuam a atuar na Grande Vitória e a ter lucros milionários em cima das péssimas condições do serviço que oferecem à população.

Romper as cercas para construir a igualdade

O Problema não é recurso, mas prioridade! A justificativa do governo para os diversos problemas que atingem a população é sempre a falta de recursos. Contudo, nos últimos 12 anos, o governo estadual destinou mais de R$ 20 bilhões a empresas privadas por meio de incentivos fiscais. Essa política de incentivo – que está, inclusive, sob investigação do

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Ministério Público Estadual – foi iniciada pelo governo Paulo Hartung e continua no governo Casagrande. Assim, o dinheiro que poderia ser investido em políticas públicas sociais, como educação, saúde e transporte, é usado para beneficiar grandes projetos e consolidar o palanque eleitoral das elites estaduais.

Apesar de ser um país continental, a maior parte das terras produtivas do Brasil estão nas mãos de alguns poucos latifundiários, que, ao invés de plantar alimentos, produzem basicamente monocultivos voltados para a exportação, como soja, cana e eucalipto. Desse modo, milhares de famílias vivem sem terra. Ainda assim, as famílias camponesas que resistem no campo produzem mais de 70% do alimento que chega às mesas dos brasileiros. Mas não é o bastante. A inflação e a alta no preço dos alimentos é resultado da política agroexportadora implementada pelo governo. Para garantir alimentos saudáveis, livres de venenos e agrotóxicos e a preços justos na mesa da população, é preciso democratizar o acesso a terra e garantir investimentos na agricultura camponesa e familiar. Fazer a reforma agrária é garantir qualidade de vida para quem mora no campo e também na cidade! 3 16/4/2014 17:37:47


Origem do primeiro de maio

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Dia do Trabalhador foi instituído pela Segunda Internacional Socialista, que aconteceu na França em 1889. O objetivo era estabelecer um dia unificado de luta em prol da jornada de 8 horas de trabalho. A escolha da data remonta a 1886, quando, no dia 1º de maio, milhares de trabalhadores de Chicago, nos Estados Unidos, saíram às ruas para reivindicar melhores condições de trabalho e a redução da jornada de treze para oito horas diárias. Nesse dia, uma

grande greve geral parou as atividades do país norte-americano. A manifestação foi seguida de outros protestos, que foram violentamente reprimidos pelas forças policiais. O 1º de maio se tornou um marco para a luta dos trabalhadores de todo o mundo, que anualmente se reúnem nessa data para defender os direitos trabalhistas conquistados, reivindicar melhores condições de trabalho e lutar pelo fim da desigualdade social. Sérgio Cardoso

Marcha Pela Vida e Pela Cidadania, realizada em primeiro de maio de 2013, em Piranema, Cariacica.

COMO CHEGAR

PROGRAMAÇÃO

Transcol, saindo do Terminal de Campo Grande:

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912 – Marcílio de Noronha / Terminal de Campo Grande 911 – Canaã / T. Campo Grande via Primavera 913 – Bairro Industrial / T. Campo Grande

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Seletivos: 1902 - Marcílio de Noronha / Praia da Costa 1903 – Viana / Jardim Camburi (Via Exp. Garcia)

8h30 – Concentração, no pátio da Igreja Católica de Marcílio de Noronha (Viana) 9h – Caminhada pelo bairro 11h – Programação cultural - Bandas de Congo - Hip Hop - Sarau de poesia - Teatro

Ponto de referência: Igreja Católica de Marcílio de Noronha (matriz), em Viana

Intersindical - Central da Classe Trabalhadora l Sindibancários/ES l Sindipúblicos l Sindilimpe l

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Sintufes l Oposição Sindiupes l Idesbre l Sindsaudeprev l Sindienfermeiros l

Via Campesina l Fórum Capixaba em Defesa da Saúde Pública l Frente Sindical e Popular l

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