Revista Conexão Bahia 219 - Sebrae

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RECONHECIDO CACAU BAIANO CAPACITAÇÃO A DISTÂNCIA AJUDA QUEM SONHA EMPREENDER

FOTO MAURÍCIO MARON

REGULARIZAR DÉBITOS É O CAMINHO PARA MANTER-SE NO SIMPLES




EXPEDIENTE Publicação do Sebrae Bahia, nº 219, agosto de 2018 Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Bahia

Antônio Ricardo Alvarez Alban Diretor-superintendente

Jorge Khoury Hedaye Diretores

Franklin Santana Santos José Cabral Ferreira

UNIDADE DE MARKETING E COMUNICAÇÃO Gerente

Camila Passos Jornalista responsável

Pedro Soledade (DRT/BA 5546) Equipe

Alice Vargas, Isabela Oliveira, Jéssica Ferrari, Pedro Soledade, Rafael Pastori e Vanessa Câmera. Estagiários: Alexandre Bacellar, Cristiana Fernandes, Milena Moutinho, Rafael Bacellar e Ricardo Belens.

Agência Sebrae de Notícias (Varjão & Associados Comunicação)

Alisson Andrade, Analice Vieira, Carla Fonseca, Carlos Baumgarten, Clara Solla, Danielle Cristine, Darío G. Neto, Luciane Souza, Lucilene Santos, Nara Zaneli, Rafael Lopes, Tamara Leal, Viviane Cabral e Vívian Rodrigues. Revisão de texto

Danielle Cristine Edição

Carla Fonseca Edição de fotografia

Darío G. Neto Capa

Maurício Maron Projeto gráfico original

Eduardo Vilas Boas Editoração

Yayá Comunicação Integrada Impressão

Qualigraf Serviços Gráficos e Editora Ltda Tiragem

10.000 exemplares Mensagens

Sebrae – Unidade de Marketing e Comunicação Rua Horácio Cézar, 64 – Dois de Julho Salvador, Bahia CEP 40060-350 jornalistassalvador@varjao.com Telefones

71 3320.4558 / 4367 Agência Sebrae de Notícias

FOTO MAURÍCIO MARON

www.ba.agenciasebrae.com.br


EDITORIAL

CACAU AINDA MAIS SABOROSO A produção de cacau no Sul da Bahia conquistou registro de Indicação Geográfica (IG), na espécie de Indicação de Procedência (IP) da amêndoa de cacau - Theobroma cacao L. Notícia que traz ótimas perspectivas para os produtores que integram a Associação Cacau Sul Bahia (ACSB). Este é o tema da reportagem de capa desta edição da Revista Conexão. O texto mostra os planos dos produtores e como o reconhecimento pode alavancar a produção e agregar valor ao cacau produzido na região. Empresários que não conseguiram aderir ao Refis, prazo encerrado no dia 9 de julho, podem optar pelo parcelamento dentro do processo convencional do Simples Nacional, que é em até 60 meses, sem redução de multas e juros. Todas as informações sobre este assunto de interesse do empresário que não quer ficar inadimplente estão nesta edição da Revista Conexão. Histórias de empresários que enfrentaram e superaram dificuldades para se estabelecerem no mercado também estão nesta edição. O leitor vai conhecer os cases do Cantinho do Peixe, em Porto Seguro, que após a ameaça de falência conseguiu se restabelecer e aumentar vendas; e da Delly Pães, em Jacobina, que se expandiu com a inauguração de outras lojas no mesmo ramo, após participar do Programa Negócio a Negócio. Em 2018, a Agência Sebrae de Notícias (ASN) completa 10 anos. A reportagem especial sobre o tema vai contar a história da ferramenta de comunicação que é pautada pelo empreendedorismo baiano, desde 2008. Jornalistas contam como usam o serviço da ASN para definirem pautas, acessarem números e conhecerem a trajetória de empresas baianas. Boa leitura!

Referência para a economia e cultura do sul da Bahia, produção de Cacau conquistou reconhecimento.


FOTO MAURÍCIO MARON

SUMÁRIO

EDIÇÃO 219

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AGOSTO 2018

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CONEXÃO BAHIA

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SEBRAE BAHIA

11 8_PRA COMEÇAR Capacitações a distância auxiliam novos empreendedores

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SOU MEI

14_SOU MEI

18_EMPREENDER

CNPJ de MEI cancelado, e agora?

Unindo capacitação ao talento para empreender

11_SOU MEI

16_EMPREENDER

21_EMPREENDER

Inovação que refresca

Traçando novos rumos

Mar de novas oportunidades

FOTO CHARLES ALVES

FOTO JOÃO ALVAREZ

EMPREENDER


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CAPA ;;;;;;;;;;;;;

Reconhecido cacau baiano

EMPREENDER

FOTO DARÍO G. NETO

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24_EMPREENDER

38_INOVAR

Uma década noticiando os pequenos negócios

Atlântico Tour se destaca com Certificação ISO 9001

28_MERCADO

40_INOVAR

Conquista da Indicação Geográfica agrega valor ao cacau do Sul da Bahia

32_ABRE ASPAS

INOVAR ;

FOTO ARQUIVO PESSOAL

Entrevista com Valdir Novak, o Pipoqueiro Valdir

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35_INOVAR Com criação de site, empresa aumenta vendas em 70%

Startup decola na Construção Civil

42_PRA CRESCER Perdeu o prazo para aderir ao Refis? Veja o que fazer

44_MEU NEGÓCIO Tempero sertanejo conquista Vale do São Francisco


CAPACITAÇÕES A DISTÂNCIA AUXILIAM NOVOS EMPREENDEDORES

Bruna Morais fazia doces para festas de família e a atividade se transformou em negócio

Sebrae oferece qualificações gratuitas pela internet FOTOS DARÍO G. NETO

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er bem sucedido ao iniciar um negócio depende de conhecimento, capacitação e força de vontade, além dos recursos financeiros. Empreendedores estão cheios de expectativas e sonhos, mas precisam também estar preparados para solucionar problemas a partir de ideias inovadoras, que podem consolidar seus negócios. Dedicar-se ao planejamento é essencial. Mas nem sempre o futuro empresário tem disponibilidade de tempo para ir em busca de informações ou se capacitar presencialmente. Pensando nesse desafio, o Sebrae oferece dicas e conhecimento pela internet, através do programa Começar Bem, que é voltado para quem tem uma ideia de negócio e deseja receber orientações para viabilizá-la. As capacitações são por meio da educação a distância (EAD) ou presencialmente. Entre as capacitações a distância ofertadas estão os cursos Aprendendo

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Conexão Bahia

a Empreender e Iniciando um Pequeno Grande Negócio. A empresária Bruna Morais conta como foi desafiador iniciar um negócio e que é preciso acreditar e se qualificar. “Minha ideia de vender brigadeiros na faculdade surgiu da necessidade de ter uma renda extra, para ajudar nas despesas. Eu já fazia doces e sobremesas em casa e para as festas de família. Acabou que isso se transformou em um negócio. Fui organizando e profissionalizando aos poucos porque, na época, estudava e estagiava”, contou. “O Sebrae me ajudou desde o início, para a formalização da empresa e consultorias para organização e criação da marca. Através dos cursos e oficinas, aprendi a utilizar as redes sociais como meio de venda e propaganda, tornando minha empresa conhecida e requisitada”, afirmou Bruna, que se formalizou no final de 2017 e estendeu sua produção para tortas e ou-


PRA

COMEÇAR

O EAD Sebrae oferece soluções para quem: Deseja abrir um negócio

Já tem um negócio

Com os seguintes temas de gestão Cooperação

Mercado e Vendas

Empreendedorismo

Organização

Finanças

Pessoas

Inovação

Planejamento

tras variedades de doces. INOVAR É FUNDAMENTAL O gerente da Unidade Regional Salvador, Rogério Teixeira, afirma que o futuro empreendedor precisa ficar atento às oportunidades do mercado, ao público e planejar bem o negócio. “O empreendedor precisa saber o que quer e o que sabe fazer. Mas é preciso se qualificar, ter coragem e identificar a necessidade do mercado. É importante inovar e ter diferencial. Inovar não se refere apenas à tecnologia, pode ser em processos, como no atendimento diferenciado”, finaliza Rogério. Para acessar as possibilidades EAD que o Sebrae oferece para os futuros empresários, basta acessar o portal ead.sebrae.com. br. Para mais orientações, é só ligar para a Central de Relacionamento Sebrae 0800 570 0800, pela qual também é possível agendar atendimento em umas das agências do Sebrae em todo o estado. Opções não faltam para tirar as ideias do papel, planejar um empreendimento de sucesso e, finalmente, ter um negócio próprio.

Leis

A empresária recorreu a cursos e oficinas do Sebrae para estruturar a venda dos produtos

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Geladinho tropical, sem conservantes nem açúcar, está dentro das inovações da Rheny Gourmet, empresa de Renilda Santos

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Conexão Bahia


SOU MEI

INOVAÇÃO QUE REFRESCA Com novas ideias todas as semanas, empreendedora de Salvador mostra que inovar é simples e eficiente FOTOS JOÃO ALVAREZ

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uando o assunto é inovação, muitos pensam em soluções tecnológicas, caras e distantes da realidade dos pequenos negócios. Mas, na verdade, inovar não é nenhum bicho de sete cabeças. E Renilda Santos sabe bem disso. A microempreendedora individual (MEI) de Salvador foi, sim, picada por um amigável bichinho da inovação, e convive com novidades todas as semanas em seu negócio, o Rheny Gourmet, dedicado à venda de geladinhos. Começando a sua trajetória em 2016, com quatro sabores, hoje ela oferece 49 opções de geladinho, tem clientela fiel e não para de pensar em meios de melhorar. Após trabalhar na cozinha de um restaurante, a mãe de quatro filhos decidiu sair do emprego formal e arriscar ser dona do próprio negócio. Queria realização profissional e também equilibrar vida pessoal e trabalho. À noite, ela produz geladinhos padronizados de 150 ml para vender na manhã e início da tarde do dia seguinte, levando cardápio e banner para apresentar os sabores aos clientes nas ruas. Para demonstrar a higiene e qualidade de suas criações, os geladinhos também são embalados um a um, em

saquinhos vedados, para garantir que o produto apenas tenha contato com as mãos do cliente no momento do consumo. E, com tudo isso, ainda consegue dedicar a tarde aos filhos. Segundo Renilda, as pequenas inovações compensam. “A gente tem mania de achar que o cliente olha o preço. Ele olha a qualidade”, afirma, revelando que já chegou a vender mil geladinhos por semana. “Se eu estivesse comprando, como eu ia gostar? Eu faço meu produto pensando nisso. O lucro vem na credibilidade que você passa para o cliente”, destaca a empreendedora, que todas as segundas-feiras oferece aos clientes um sabor novo, como teste. Se fizer sucesso, a novidade entra para o cardápio. Foi na parceria com um concorrente que ela acabou descobrindo a sua principal forma de atuação: em frente a escolas e cursos pré-vestibular, no bairro da Pituba. Após apenas 15 dias na rua com o seu produto, Renilda teve o seu geladinho indicado por outro vendedor de lanches aos estudantes. Depois disso, ela conta, acabou conquistando clientes e amigos. E a conquista sobreviveu ao tempo. As crianças que em 2016 escolhiam os sabores mais

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Os ge­l adinhos são embalados um a um, em saquinhos vedados, para garantir que o produto apenas tenha contato com as mãos do cliente

calóricos do cardápio, sem pestanejar, já estão entrando na vaidosa fase da adolescência e se preocupando com o peso. “Justamente por isso, desenvolvi uma linha sem açúcar. Comecei a fazer de abacaxi com hortelã; o tropical, que é de água de coco e pedaços de frutas, não leva conservantes e nem açúcar; o de melancia com manjericão”, enumera a empreendedora. “Aí não perco os clientes que estão crescendo”. E se engana quem pensa que a empreendedora descansa quando chega o recesso escolar. É neste período que a MEI aproveita para pesquisar e im-

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plantar mais inovações. Em 2017, quando os alunos voltaram às aulas para o segundo semestre, encontraram Renilda com a marca Rheny Gourmet – criada, aliás, por um cliente, após solicitação da vendedora. Estampada em uniforme e adesivos que identificam os sabores dos produtos, a marca incluiu o termo “gourmet” em vez de “geladinhos”, já visando a uma possível expansão do negócio, com a oferta de mais produtos. E ela já tem planos para o segundo semestre. “Estou pensando em fazer o geladinho sem lactose, que estão pedindo muito”, adianta, dizen-


SOU MEI

ficar atenta aos meios de pagamento e controle financeiro do negócio. Ela conta que aprendeu a separar as finanças pessoais e da empresa após capacitação. “Eu sempre passava um pouquinho. Mas as vendas de hoje podem não ser iguais às de amanhã. Eu aprendi esse controle lá no Sebrae”, conta, revelando que está mais organizada desde então. Ela também aponta a oficina de formação de preço como uma aliada de seu negócio, que oferece produtos de R$ 2 a R$ 5. Durante a Semana do MEI, realizada em maio pelo Sebrae, Renilda aproveitou para fazer diversas capacitações. Até mesmo algumas que, atualmente, ainda não se encaixam no seu negócio, como a oficina sobre produção de roskas, oferecida em parceria com o Senac. Mas o conhecimento não foi em vão – Renilda tem a intenção de oferecer, para encomendas de eventos, geladinhos feitos com bebidas alcoólicas. Mais uma inovação na lista de ideias sem fim da empreendedora.

do que vai usar o recesso para analisar custos e preço final do produto. Outra novidade já foi encomendada: um carrinho customizado, com acabamento em madeira, também com a marca Rheny Gourmet. As inovações também incrementaram a forma de pagamento. As vendas melhoraram há dois meses, quando a vendedora aderiu à maquininha de cartão. Segundo Renilda, as pessoas que não compravam o produto por só andarem com o cartão passaram a consumir os geladinhos. E ela sabe bem da importância de

TRANSFORMANDO ARREPENDIMENTO EM APRENDIZADO Em meio a tantas novidades implantadas com sucesso, a empreendedora tem um arrependimento: só ter se formalizado como MEI em março. “Eu me arrependo, se eu tivesse me formalizado desde que comecei, acho que estaria mais desenvolvida”, conta ela, que não tinha formalizado o negócio antes por medo de ser algo que pesasse nas contas. “A gente escuta muita coisa que não é verdade e não procura se informar: que cobra muito, que é difícil”, revela, sobre informações falsas compartilhadas sobre a formalização. “Dão um suporte muito bom nas oficinas, a gente aprende mesmo, a mente fica mais aberta”, avalia, sobre as capacitações ofertadas pelo Sebrae ao MEI, dizendo que agora aconselha os amigos informais a procurar a instituição.

“A gente tem mania de achar que o cliente olha o preço. Ele olha a qualidade.”

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MEI precisa estar em dia com as obrigações. Sebrae auxilia nas dúvidas dos empresários

CNPJ DE MEI CANCELADO, E AGORA? Confira 3 mudanças para o MEI que demandam bastante atenção em 2018 FOTO ISTOCK

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primeiro semestre de 2018 trouxe três alertas para quem é formalizado como microempreendedor individual (MEI): cancelamentos de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ); mudanças na lista de atividades permitidas para o perfil, e a impressão do boleto mensal do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS-MEI) exclusivamente pelo Portal do Empreendedor. Os temas podem parecer diferentes, mas guardam o mesmo fio condutor: a necessidade de estar atento às obrigações do MEI.

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1 – DÍVIDAS DE CNPJ CANCELADO MIGRAM PARA O CPF Deixar esses deveres de lado gerou transtornos a muitos microempreendedores individuais. No final de janeiro, a falta de pagamento dos boletos mensais do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) ou de envio da Declaração Anual de Faturamento gerou o cancelamento do CNPJ de mais de 1,3 milhão de MEI. Desse total, mais de 85,6 mil só na Bahia, sendo 34 mil casos em Salvador. Para saber se o CNPJ está cancelado, é possível fazer uma consulta rápida no Portal do Empreendedor (www.portaldoempreendedor. gov.br), clicando no botão “Serviços”, na área “Já sou microempreendedor individual”, e, em seguida, em “Consulte os CNPJ cancelados”. Se o cadastro estiver cancelado, o empreendedor deve procurar a Receita Federal para regularizar as suas pendências, mesmo que não tenha mais interesse em voltar à atividade que desempenhava com o registro. A necessidade de acertar as contas ocorre porque, se a situação não for regularizada, todos os impostos, contribuições e penalidades atreladas ao CNPJ cancelado continuam a existir, porém no CPF do titular. “Esses débitos com a Receita serão incluídos na dívida ativa e passam automaticamente para o CPF dele, que fica devedor. A dívida não prescreve e impede que ele realize uma série de coisas, como tirar passaporte”, alerta a técnica do Sebrae Bahia, Valquíria de Pádua. O CNPJ cancelado não pode ser reativado, mas, caso tenha interesse em continuar a atividade, o empreendedor pode criar um novo CNPJ após regularizar a sua situação. Se a atividade exigir licenças e alvarás em órgãos municipais ou estaduais, será preciso obtê-los novamente.


SOU MEI

2 - ATIVIDADES ENTRAM E OUTRAS SAEM DE CENA NA LISTA DO MEI Desde o início do ano, a lista de atividades que podem ser formalizadas como MEI foi atualizada, com inclusões e exclusões, a partir de resolução do Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN). Entre as novas ocupações que agora integram a lista do MEI estão a de apicultor, cerqueiro, viveirista, prestador de serviços de colheita, poda, preparação de terrenos, roçagem, destocamento, lavração, gradagem e sulcamento/semeadura. O profissional que atua com a locação de bicicletas, material e equipamento esportivo, motocicleta sem condutor e videogames também já pode se formalizar como microempreendedor individual. Já as atividades de personal trainer, arquivista de documento ou contador/técnico contábil deixaram de fazer parte da lista do MEI. Quem era formalizado em uma dessas ocupações, mesmo como atividade secundária, deve solucionar a sua situação ao longo de 2018. Os que optarem por continuar no Simples Nacional devem adotar o perfil de microempresa, realizando a mudança até o final de janeiro de 2019, mês em que é aberta uma janela para alterações. “Neste caso, ele deve buscar o auxílio de um contador, porque a gestão de uma microempresa é bastante diferente do perfil do MEI”, informa Valquíria. Caso o empreendedor não tenha interesse em continuar com o CNPJ, também é possível encerrar a empresa. Outra opção aberta ao empreendedor é buscar informações, junto à prefeitura de seu município, sobre a possibilidade de atuar como autônomo, já que as três atividades excluídas da lista do MEI são de prestação de serviços. Neste caso, é preciso definir o destino do CNPJ de MEI, caso contrário, ele pode ser desenquadrado automaticamente, após o prazo estipulado para as mudanças. Para quem optar por permanecer no perfil de micro ou pequena empresa, é indicado buscar o auxílio de um contador.

3 - DAS DEVE SER IMPRESSO NO PORTAL DO EMPREENDEDOR Desde o dia 1º de junho, o Sebrae Bahia deixou de imprimir o boleto mensal do DAS, que tem pagamento obrigatório para o MEI e vencimento no dia 20 de cada mês. Mas o documento pode ser impresso a qualquer hora, de maneira simples, diretamente pelo Portal do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br). Para gerar o boleto para pagamento, basta acessar o endereço e clicar em "Já sou MEI". Em seguida, o empreendedor deve selecionar a opção "Pague sua contribuição mensal", e "Boleto de Pagamento". Na página aberta, é preciso informar o CNPJ, para acessar o programa gerador do DAS. Nele, é possível emitir o boleto para pagamento e verificar se há alguma pendência. Valquíria destaca que, para manter os benefícios previdenciários a que o MEI tem direito, como aposentadoria, salário maternidade e auxílio-doença, é preciso manter os pagamentos do DAS em dia. Ela explica que os atrasos podem causar outros problemas. “Ele pode correr o risco de começar a acumular, perder o controle e chegar a acontecer como aconteceu com muitos, de ter o CNPJ cancelado, e impossibilitar que ele exerça as atividades”, lembra. Vale ressaltar que o Portal do Empreendedor é o único meio para obter o DAS, que não é enviado pelo correio. Caso o MEI receba qualquer outro boleto de contribuição, pode desconsiderar, já que o documento é o único obrigatório para a manutenção da formalização. A taxa varia de acordo com o segmento em que o MEI atua. Os valores em 2018 são de R$ 48,70 para comércio ou indústria, R$ 52,70 para prestação de serviços e de R$ 53,70 para comércio e serviços. O cálculo de cada taxa corresponde a 5% do salário mínimo, a título de contribuição para a Seguridade Social, mais R$ 1 de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e/ ou R$ 5 de Imposto sobre Serviços (ISS). Em caso de dúvidas em qualquer um desses três casos que envolvem o MEI, o empreendedor pode entrar em contato com a Central de Relacionamento Sebrae, no 0800 570 0800.

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Capacitações do Sebrae mudaram conceitos empresariais do advogado Matheus Leal

TRAÇANDO NOVOS RUMOS Jovem troca carreira jurídica e inova em negócio familiar FOTOS CHARLES ALVES

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á seis meses, o advogado Matheus Leal, deixou de lado sua carreira jurídica para se dedicar à contabilidade da família, em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano. Comandada pelo pai de Matheus, a JRM Contabilidade é uma microempresa com pouco mais de 40 anos. Identificando lacunas diversas, ele resolveu participar de consultorias, cursos e projetos do Sebrae, que têm lhe auxiliado no negócio familiar. Segundo o empresário, as capacitações do Sebrae são de suma importância para o desenvolvimento empresarial. “São cursos e oficinas que trazem novidades e uma capacidade de organização institucional muito positiva em diversas áreas administrativas. Trata-se de um complemento perfeito para execução na empresa”, ressalta.

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Para ele, uma série de cursos e o seminário Empretec, de que participou recentemente, contribuíram tanto para o seu crescimento pessoal quanto profissional. “O empresário que quer inovar precisa buscar conhecimento. O Sebrae, através das capacitações, me fez enxergar as coisas de maneira diferente. O Empretec, por exemplo, me deu uma infinidade de ferramentas, segurança e firmeza para que eu alcance todos os meus objetivos”, conta, satisfeito. Leal também participou do Programa Agentes Locais de Inovação (ALI), que, segundo ele, fez revelar problemas na empresa e como solucioná-los. “Através do ALI, descobri os reais problemas da minha empresa, visualizei melhor – através de um profissional capacitado – como devemos solucionar esses problemas. Graças ao projeto ALI, encontramos vários pro-


EMPREENDER

Antes da atuação de Matheus, não existiam setores administrativo e financeiro profissionalizados na contabilidade, o que demandou mudanças cruciais. blemas institucionais como a baixa inovação, o desempenho desfavorável e a atuação estagnada”, pontua. Mas o entusiasmo e dedicação de Matheus no negócio familiar não surgiram de forma repentina. Graduado em direito, ele passou por uma experiência decisiva no setor público na capital baiana, e foi aí que enxergou a contabilidade da família com mais profissionalismo. Para ele, essa experiência foi o marco fundamental que o fez abandonar a carreira jurídica e enxergar seu destino no meio empresarial. Antes da atuação de Matheus, não existiam setores administrativo e financeiro profissionalizados na contabilidade, o que demandou mudanças cruciais. “Estabeleci um organograma, em que foram criados cargos de diretoria, conselho administrativo, coordenadores, gerência, entre outros. São métodos que somaram muito para a organização da empresa e ainda estão em execução”. Ele destaca que é preciso ter paciência para as mudanças. “Com o auxílio dos cursos e seminários do Sebrae, tenho tido visões diferenciadas para cumprir meus objetivos”, destaca o empresário. A empresa sempre teve a capacidade técnica aprimorada. Porém, segundo Matheus, diante de

novos cenários e mudanças de mercado, era preciso atentar para um fator importante: a inovação. “Sempre fomos fortes no segmento contábil. Entretanto, o mundo não para e a inovação é necessária para qualquer empresa que queira sobreviver, porque pessoas capacitadas, modernas e atuantes também abrem empresas”, considera. Para o gerente regional do Sebrae em Santo Antônio de Jesus, Carlos Henrique Oliveira, os empresários precisam sempre estar atentos às mudanças de mercado. “No caso de Matheus, ele está redirecionando o negócio familiar, que já tem muito tempo de atuação, com o objetivo de fortalecer o vínculo com o cliente”, afirma. Segundo Carlos, essa é a maior ferramenta que o empresário moderno possui para fazer com que o seu empreendimento tome uma proporção diferenciada. “Através do Sebrae, ele gera o processo de desenvolvimento empresarial”, conclui. Carlos deixa uma dica para os empresários que querem ter um diferencial. “Primeiro é preciso olhar para o mercado e, entendendo isso, também compreender que tem pessoas que podem ajudá-lo a conquistar um espaço melhor. O Sebrae está disponível para atuar com cursos, consultorias e qualificações diversas que fazem muita diferença”, completa.

Capacitação constante da equipe está entre as ações de inovação da empresa

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Levi Bahia busca diferencial competitivo ao oferecer em suas empresas o que não é ofertado no mercado

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EMPREENDER

UNINDO CAPACITAÇÃO AO TALENTO PARA EMPREENDER Com auxílio do Sebrae, empresário de Jacobina abre quatro empresas em sete anos FOTOS DELLANNE LIMA

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ideia inicial de empreender surgiu em 2009, após participar da Feira do Empreendedor, em Salvador. De lá para cá, são quase 10 anos, quatro empresas inauguradas e a reinvenção a cada curso, missão técnica e consultoria de que participou o empresário Levi Bahia, de Jacobina. Filho de empresário do ramo de alimentação na cidade, Levi cresceu vendo os pais trabalharem no comércio, mas escolheu seguir na área da saúde. O desejo de infância de acompanhar os passos do pai já não fazia mais parte dos seus planos, até ele participar da Feira do Empreendedor. Já formado em Enfermagem, Levi retornou a

Jacobina para trabalhar na área de saúde. Em 2010, ele procurou orientação no Sebrae e decidiu colocar em prática o plano empresarial surgido um ano antes, durante a Feira: abrir uma panificadora no município. “Passei um ano inteiro lendo publicações sobre marketing, administração e panificação, ramo em que decidi investir. Permaneci em contato com o Sebrae e participei de palestras voltadas para a área de atendimento. A cada novo encontro, tinha mais vontade de ver o meu sonho se transformar em realidade”, conta. Em julho de 2011, Levi inaugurou a Delly Pães, sua primeira panificadora. Depois foi a vez da Delly Pães Delicatessen (2015), do restaurante Villa Favorita

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Levi participou de diversos cursos, oficinas e capacitações oferecidos pelo Sebrae, inclusive o Empretec, que classifica como um divisor de águas na sua vida empresarial.

(2016) e da Delly Express (2018). Para a abertura da Delly Pães Delicatessen, ele contratou uma consultoria do Sebrae para a montagem do plano de negócio. “Fui atendido por um agente de desenvolvimento do Programa Negócio a Negócio, falei das minhas necessidades e ele indicou uma consultoria de plano de negócio, que me ajudou a traçar um retrato do mercado. Foi quando iniciei a pesquisa do ponto e a busca de mão de obra especializada”. De olho nos novos hábitos dos consumidores, que buscam cada vez mais qualidade e comodidade, o empresário jacobinense apostou em produtos diferenciados e no autosserviço, com a Delly Pães Delicatessen, que tem visual moderno e produtos com alto padrão de qualidade. “Com o Sebrae, aprendi a oferecer algo de diferente, que estivesse em carência no mercado ou não fosse ofertado. Assim, buscamos sempre a inovação e estamos conseguindo manter a nossa clientela satisfeita e crescendo a cada dia”, explica Levi. Para o gerente regional do Sebrae em Jacobina, Geronilson Ferreira, as capacitações contínuas são primordiais para a saúde financeira da empresa. “Para se manter no mercado e ser competitivo, o empresário precisa investir em capacitações e isso é o que Levi faz. Tenho certeza que essa característica é uma das responsáveis pela manutenção, sucesso e crescimento dos seus empreendimentos”, explica. Levi participou de diversos cursos, oficinas e capacitações oferecidos pelo Sebrae, inclusi-

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ve o Empretec, que classifica como um divisor de água na sua vida empresarial. “Participei do Empretec em 2014. Aplico as dez características empreendedoras trabalhadas no seminário, a exemplo de estabelecer metas e buscar oportunidades, e isso contribui para o crescimento do meu negócio”, disse. O empreendedor, que já contratou consultorias e participou de missões técnicas e empresariais, é atendido pelo Projeto Indústria. Ele participa do Programa Sebrae Conecta Panificação e Massas e o Método de Acompanhamento do Desempenho Empresarial (MEDE). Levi e o seu irmão Leivid Bahia participaram da APAS Show, feira supermercadista reconhecida mundialmente e realizada pela Associação Paulista de Supermercados, que aconteceu no mês de maio, em São Paulo(SP). A missão empresarial do Sebrae levou outros oito empreendedores do Centro Norte baiano à feira. “Participar da Apas foi fundamental para a realização de um projeto que estou iniciando com o meu irmão. Pegamos contatos, conhecemos associações, vimos tendência e voltamos com horizontes ampliados”, revela. A trajetória de sucesso já concedeu a Levi, por meio de pesquisa entre empresários e consumidores jacobinenses, o título de Empresário do Ano 2017. A premiação foi realizada na cidade pela Associação Comercial e Industrial de Jacobina (Acija) e contou com o apoio do Sebrae, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Jacobina e Sindicato Patronal de Jacobina e Região (Sindpat).


EMPREENDER

Ao assumir a peixaria Cantinho do Peixe, Isabela de Oliveira transformou o risco de falência em aumento de 80% nas vendas

MAR DE NOVAS OPORTUNIDADES Após participar de capacitações, empresária de apenas 20 anos fortalece negócio familiar FOTOS ERNANDES ALCÂNTARA

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omeçar um novo negócio não é fácil. Necessidade de planejamento, gestão e acúmulo de funções pelo empresário são desafios comuns de quem está iniciando. Se, além disso tudo, o futuro empreendedor encontra pela frente uma “oportunidade de negócio” que não vinha dando certo até então, os desa-

fios se tornam maiores. Isso aconteceu com a empresária, Isabela de Oliveira, que tem 20 anos e é proprietária da peixaria Cantinho do Peixe, na cidade de Porto Seguro, no Extremo Sul da Bahia. Apesar da pouca idade, Isabela, nascida na cidade de Penedo, no estado de Alagoas, teve o pri-

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meiro contato com o comércio de frutos do mar ainda quando era estudante do ensino médio. A sua mãe, no ano de 2013, começou os negócios da família, comprando produtos do mar na cidade de Porto Seguro (BA) e revendendo para restaurantes e mercados em Penedo. Sendo um negócio até então promissor, ela abriu um ponto comercial para armazenamento e envio do pescado no bairro Campinho, em Porto Seguro. Porém, com os gastos de aluguel e pouca aceitação na região, em cerca de seis meses houve a entrega do ponto comercial. “Não foi o que nós esperávamos, os lucros não cobriam os gastos mensais e nem despesas básicas para manter o negócio”, relembra. Com isso, a solução foi encontrar outro ponto comercial mais próximo da região de pesca da cidade, e surgiu uma oportunidade de locação estratégica. Ainda nesse tempo, a jovem Isabela já com apenas 13 anos, ajudava nos negócios da família. “Foi bem difícil, porque eu não entendia nada de peixe, finanças, atendimento e nem comércio. Enquanto a minha mãe cuidada dos contratos com os compradores eu e minha irmã fazíamos o atendimento direto ao cliente, no balcão da empresa”, falou. Mesmo com tantas dificuldades que se acumulavam com a falta de experiência no mercado e direcionamento para os negócios, a empresa continuou sobrevivendo. “Ficamos cerca de três anos ‘meio que’ perdidas no negócio. Fazíamos compras, mas não sabíamos se estávamos com a mercadoria apropriada”, destacou. E quando parecia que o mar não estava para peixe, no ano de 2015, houve o primeiro contato da empresa com o Sebrae. Por meio de uma visita inesperada de um agente da instituição, Isabela conheceu algumas ferramentas que poderiam ser utilizadas para o amadurecimento da empresa. “Mas a minha mãe, que gerenciava o negócio, não teve boa aceitação sobre essas novidades e preferiu continuar do jeito dela com a peixaria” , contou. De acordo com a empresária, as retiradas de caixa, gastos desnecessários e falta de controle financeiro deixaram a empresa em situação ainda mais crítica. Nesse tempo, Isabela não perdeu tempo e, mesmo não sendo dona do negócio, resolveu investir em capacitação no Sebrae, participou das oficinas SEI Vender, Comprar, Formar Preço, Planejar, Controlar Meu Dinheiro, além de diversas palestras ofertadas pelo Sebrae na cidade de Porto Seguro e região. “Eu entendia que precisava me capacitar e me responsabilizar por melhorias no negócio da fa-

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mília, então foi uma oportunidade que se encaixava perfeitamente com a nossa necessidade”. Para ampliar seu entendimento sobre gestão empresarial, Isabela se inscreveu no Pratique – Gestão na Prática, do Sebrae. O Pratique Sebrae é uma série de workshops para empresários de microempresas interessados em melhorar a gestão dos negócios, possibilitando a aprendizagem na prática sobre áreas importantes. “Acabei fazendo muitos cursos online do Sebrae também, por conta da falta do tempo para me deslocar”, destacou. Com as características empreendedoras enriquecidas, Isabela começou a visualizar as deficiências e necessidades da empresa familiar, porém, a resistência às mudanças ainda era latente. “É engraçado lembrar de alguns detalhes da época. Minha mãe não gostava que contássemos as moedas para o fechamento do caixa por achar isso desnecessário”, brincou. Ainda segundo Isabela, muitas tentativas foram feitas para que houvesse a aceitação de mudanças na empresa, porém, poucas foram inseridas. Por conta das grandes dificuldades do empreendimento entre os anos de 2016 e 2017, a sua mãe decidiu que não iria mais lidar com o setor de vendas de peixes. Seria o fim do negócio da família e a empresa foi colocada à venda. Então, a “oportunidade de negócio”, que não vinha dando certo surgiu para Isabela. “Eu já estava casada e continuava me capacitando com o Sebrae, conversei com o meu esposo e nós decidimos que iríamos apostar nossa força de vontade e capacidade para tocar um negócio


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com a peixaria, foi aí que nos tornamos donos da empresa”, ressaltou. Os resultados vieram após a implantação de ferramentas do Sebrae necessárias para o desenvolvimento do negócio. O objetivo, que era apenas não deixar a empresa fechar, foi além e se transformou em crescimento e aprimoramento do negócio. “Nós conseguimos aumentar em 80% as vendas já nos primeiros quatro meses do ano e continuamos a crescer”, disse.

A empresária faz uma comparação da produção da Peixaria Cantinho do Peixe. “No ano de 2013, nós vendíamos cerca de 30 mil quilos de peixe por mês. Em 2017, nós mantivemos uma média de 120 mil quilos por mês. Temos um projeto para mudar o nosso nome fantasia. Não queremos mais passar uma ideia de lugar pequeno, ‘Cantinho’, como se não tivéssemos estrutura para atender às necessidades do mercado”, analisa a empresária.

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Há dez anos, Agência Sebrae de Notícias (ASN) acompanha evolução do empreendedorismo

UMA DÉCADA NOTICIANDO OS PEQUENOS NEGÓCIOS Agência Sebrae de Notícias Bahia completa dez anos e se consolida como fonte de informação sobre as micro e pequenas empresas FOTO DARÍO G. NETO

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á dez anos, a Bahia registrava, de acordo com dados do portal do Simples Nacional, o número de 146.700 micro e pequenas empresas. Há dez anos, estava sendo criada a figura do Microempreendedor Individual, que faria uma revolução no mundo dos pequenos negócios. Há dez anos, o Orkut era ainda a rede social mais popular entre os brasileiros, mas sequer era um tipo de mídia visto como oportunidade para alavancar negócios. Há dez anos, o WhatsApp sequer existia. Muita coisa mudou de dez anos para cá. As ferramentas que apoiam a gestão de um negócio, o acesso e a velocidade do compartilha-

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mento de informação, os mecanismos de comunicação. E há exatos dez anos estava sendo criada também a Agência Sebrae de Notícias Bahia (ASN Bahia), que pôde observar essas mudanças ao longo de uma década. Seguindo a linha proposta pelo Sebrae Nacional, a ASN Bahia (www.ba.agenciasebrae. com.br) nasceu com o objetivo de ser uma fonte de informação para a imprensa, em âmbito estadual, sobre os micro e pequenos negócios. Além disso, atua como fonte de informação para os próprios empreendedores, que podem acessar o conteúdo elaborado com foco na disseminação do papel do Sebrae enquanto instituição de


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apoio às micro e pequenas empresas, que hoje chegam ao número de mais de 600 mil na Bahia. O superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury, avalia que a ASN vem cumprindo um papel importante ao longo desses anos, no sentido de fazer essa interlocução com a imprensa baiana e, por sua vez, com a sociedade. “No Sebrae, reforçamos sempre para os empreendedores a importância de obter conhecimento, de buscar informação. E a ASN contribui nesse viés, disseminando informações sobre as soluções da nossa instituição e evidenciando os resultados práticos alcançados pelos empresários baianos, que podem servir de inspiração para outros empreendedores”. A ASN Bahia foi apresentada à imprensa em setembro de 2008, quando entrou oficialmente no ar. As matérias buscam apresentar os resultados alcançados pelo Sebrae, por meio de soluções oferecidas aos empresários. Todos os serviços disponibilizados pela instituição são colocados em evidência, para que, além dos resultados, o empreendedor interessado possa se informar sobre como acessar conteúdos e soluções para o seu negócio. Da mesma forma, para a imprensa, é uma maneira de repercutir os principais assuntos relacionados ao universo da micro e pequena empresa. A ASN Bahia é utilizada por muitos jornalistas pautados na área de economia como fonte de informação. Gilson Jorge, experiente repórter com 22 anos de estrada, escreveu, durante cinco anos,

para o caderno Negócios & Oportunidades do jornal A Tarde, que prioriza informações sobre empreendedorismo. “Semanalmente, pesquiso novidades e assuntos que sejam úteis para quem está considerando abrir um negócio, como setores da economia em expansão, mercados promissores, linhas de crédito disponíveis e novidades tecnológicas”, explica Gilson. Nesse sentido, ASN Bahia é um acesso cotidiano do jornalista, em busca de pautas. “A Agência Sebrae de Notícias é uma referência constante em meu trabalho. Pelo menos três vezes por semana, eu consulto a página em busca de novidades que possam orientar minhas pautas”, relata. A ASN Bahia é coordenada pela Unidade de Marketing e Comunicação do Sebrae. A equipe é composta por dez jornalistas que atuam em cada uma das Unidades Regionais do Sebrae no estado, além de três jornalistas e um repórter fotográfico, que atuam na sede, em Salvador. A gerente da Unidade de Marketing e Comunicação, Camila Passos, ressalta o desafio de pensar a comunicação em uma organização que atua em todas as regiões da Bahia. “A imprensa em nosso estado é plural, reflete a cultura e as particularidades de cada região, e é percebida pelo Sebrae como um parceiro essencial por sua credibilidade e alcance junto ao público. Sabemos que os veículos abraçam a causa do empreendedorismo e, assim, nossa mensagem chega mais longe na programação e reportagens das rádios, TVs, web e impressos”, afirma.

A história de empreendedorismo de Jussara Santana, dona da Aroma Lanches foi contada pela ASN

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A atualização do site é praticamente diária e busca dar destaque a conteúdos de todo o estado, seja a partir de eventos e ações realizadas pelo Sebrae, seja a partir da apresentação de cases de sucesso apoiados pela instituição. Em 2014, o layout do site passou por uma reformulação e o conteúdo migrado para um novo sistema. Estão publicadas, atualmente, na ASN Bahia, quase 8 mil matérias relacionadas aos micro e pequenos negócios do estado. A correspondente da Agência Sebrae de Notícias em Jacobina, Tamara Leal, atua desde 2012 na equipe. Ela destaca que, ao longo desses anos, a ASN se tornou uma fonte de informação segura sobre as micro e pequenas empresas para a imprensa da região. “Nós, como jornalistas da ASN, buscamos contribuir com o papel do Sebrae, levando informação segura para os veículos de imprensa e, com isso, ajudando aos empresários a estarem por dentro das ações realizadas pela instituição”. MICRO E PEQUENA EMPRESA EM PAUTA Antes da ASN estadual, havia a ASN Nacional, que foi lançada em 2002, com o objetivo de estimular a aceitação da pauta da micro e pequena empresa nos veículos de circulação nacional como Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, O Globo, além dos programas de TV e rádio de circulação nacional. “Na época, a imprensa dispunha de poucas informações sobre as micro e pequenas empresas. Era necessário difundir a importância da MPE para a economia brasileira. Dessa forma, a ASN, ao longo dos anos, vem dando visibilidade e fazendo avanços importantes, que contaram com o esforço articulado”, explica a analista da Unidade de Gestão de Marketing do Sebrae Nacional, Andréa Sekeff. Ela destaca que a criação das Agências Sebrae nos estados deu visibilidade a ações que, até então, passavam despercebidas aos olhos da grande imprensa. “Com o incremento do trabalho em rede, esse noticiário ganhou repercussão na mídia espontânea, levando ao público diversos trabalhos desenvolvidos pela instituição”. Conforme detalha Andréa, programas e projetos dos estados também passaram a fazer parte de pautas integradas, mostrando o encadeamento entre ações que, vistas de ponta a ponta, tornam-se maiores e mais significativas. “Nos estados, a Agência é fonte de informação, é referência e traz a possibilidade de um rela-

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A produtora da Record TV Itapoan Thamires Assad sempre explora o recorte local que as reportagens da ASN Bahia publica

cionamento direto com os jornalistas dos mais diferentes meios”. Na Bahia, além de Gilson Jorge, a produtora da Record TV Itapoan Thamires Assad confirma a ASN como uma fonte de informação para o seu trabalho. “Geralmente, eu acesso a Agência uma vez por semana. Olho também as notícias nacionais e busco um recorte Bahia, para pensar as reportagens com um viés mais local”. Thamires relata, por exemplo, o crescimento no número de microempreendedores individuais na Bahia. “As principais reportagens que eu produzo são relacionadas a microempreendedores. A identificação dos telespectadores com os conteúdos produzidos faz com que eu busque sempre novos recortes para os telejornais que produzo”, diz.


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TRABALHO EM REDE Na relação entre o Sebrae Nacional e os estados, Andréa Sekeff destaca o trabalho em rede da Agência Sebrae de Notícias. “Ela só faz sentido se conseguir priorizar a informação. E essa informação está no empresário, que está nas cidades, que está nos estados. Por isso, a importância desta relação. As Agências do Sebrae nos estados mostram o empresário na sua missão diária. Por isso, a ASN do Nacional não pode trabalhar sem esta relação intrínseca com seus mais diversos canais”, afirma. A jornalista Priscila Natividade, que atua há quatro anos na editoria de Economia do jornal Correio*, é mais uma profissional que busca ideias de pauta junto à Agência Sebrae de Notícias. “A Agência sempre desperta um tema interessante, de onde pode surgir uma boa pau-

ta. Também acho importante esse papel de fornecer boas indicações de personagens, que chamam atenção da gente para contar histórias bem inspiradas de negócios que deram certo e os desafios que empreendedores enfrentam no dia a dia da sua empresa”. É nesse sentido que o coordenador da ASN Bahia, Pedro Soledade, destaca o papel do veículo de mostrar para a sociedade como os pequenos negócios podem ser mais fortes, competitivos, inovadores e sustentáveis a partir do contato com os especialistas e metodologias do Sebrae. “É assim, dando cara e voz aos empreendedores, que a ASN ajuda a contar histórias de sucesso dos pequenos negócios e do próprio Sebrae na Bahia. Certamente, é um trabalho muito positivo que utiliza o jornalismo para fortalecer a imagem de ambos”, conclui.

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Uma das formas de cultivo do cacau que se enquadra na Indicação Geográfica é conhecida como cacau Cabruca, produzido embaixo de grandes árvores da Mata Atlântica, preservando espécies raras da fauna e flora

RECONHECIDO CACAU BAIANO Conquista da Indicação Geográfica agrega valor ao ouro da Bahia FOTO MAURÍCIO MARON

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produção de cacau no Sul da Bahia ganhou um novo aliado na luta pelo reconhecimento do produto no mercado nacional e internacional. A conquista recente do registro de Indicação Geográfica (IG), na espécie de Indicação de Procedência (IP) da amêndoa de cacau (Theobroma cacao L), ampliou os horizontes dos produtores que integram a Associação Cacau Sul Bahia (ACSB). Eles enxergam no selo a oportunidade de ampliar o mercado consumidor a partir da legitimidade conferida.

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O reconhecimento é fruto de um trabalho desenvolvido em conjunto com entidades que integram a Rede de Governança do Cacau e Chocolate na região, em parceria com o Sebrae. A boa notícia foi publicada pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), na edição de abril da Revista de Propriedade Industrial (RPI), nº 2468. A área geográfica beneficiada com o selo abrange um cultivo estimado de 61.460 quilômetros quadrados, em 83 municípios e seis territórios regionais: Baixo Sul, Médio Rio


MERCADO

de Contas, Médio Sudoeste da Bahia, Litoral Sul, Costa do Descobrimento e Extremo Sul. Além de ser um registro, a IG é um movimento que, de acordo com o diretor executivo da Associação, Cristiano San’tana, funciona como impulsionador, a fim de divulgar os produtos de uma determinada região, proteger a herança histórico-cultural, promover a qualidade e garantir a reputação do produto no mercado. “O IG é um processo que vem sendo discutido há mais de dez anos, e se tornou uma ferramenta de agregação de valor, não só para a amêndoa, mas para a região como um todo”, destacou. Para obter o selo de origem e de qualidade da Indicação Geográfica de Procedência (IP), o produtor deve possuir propriedade localizada na região demarcada como da IP, ser associado a uma das associações ou cooperativas filiadas a ACSB e se adequar ao Regulamento de Uso (RU). Este último se baseia nas normas e condições de uso da terra e a produção padronizada, na classificação física e sensorial de amêndoas de qualidade superior e no credenciamento de armazéns e processos de rastreabilidade.

Uma das formas de cultivo do cacau que se enquadra na Indicação Geográfica é conhecida como cacau Cabruca. Segundo Cristiano, o fruto é produzido embaixo de grandes árvores da Mata Atlântica, preservando, assim, espécies raras da fauna e flora, como o mico-leão da cara dourada e o jequitibá, além da água, solo e o ar desta região. “O cacau é a identidade do povo desta região e está nas histórias, na alimentação e no cenário local”. Na Fazenda Santa Rita, município de Ilhéus, o proprietário Lucas Moreira Arléo representa a terceira geração da sua família que coordena uma área de 160 hectares de plantação de cacau com uma colheita média de 1.600 arrobas por ano. O sistema produtivo é voltado ao cultivo do cacau Cabruca e o resultado tem sido a produção de amêndoas de qualidade, visando atender clientes específicos, produtores de chocolate Ben To Bar (do grão a barra de chocolate). A grande expectativa de Lucas é a adesão ao selo da IG, em fase de avaliação, com o objetivo de agregar, ainda mais, valor ao cacau já produzido na sua fazenda. “Isso vai impulsionar e va-

O proprietário Lucas Moreira Arléo, da Fazenda Santa Rita, no município de Ilhéus, vende as amêndoas para São Paulo Edição 219 | Sebrae Bahia

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Produtores agora precisam se adequar às normas da IG. Sebrae apoia essa fase da certificação

lorizar o produto. Vai dar segurança para quem compra e vai levar a história da região para o Brasil e o mundo”, declarou o produtor. De acordo com as normas do Conselho Regulador da IG Sul da Bahia, o cacau passa por uma avaliação técnica da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira - Ceplac, do Centro de Inovação do Cacau - CIC e pela ACSB. Para o produtor de cacau Osvaldo de Brito, contemplado recentemente com o selo da IG e proprietário da fazenda Taboquinhas, no município de Itacaré, com 78 hectares e a colheita média de 200 arrobas de cacau orgânico por ano, outro atrativo é a sua localização. Situada às margens do Rio de Contas, o lugar atrai turistas interessados em conhecer o processo de produção do “fruto do ouro” – desde a colheita até moagem, passear a cavalo pelas fazendas de cacau e desfrutar das cachoeiras e trilhas. “Eu vejo o cacau de qualidade, agora com o selo da Indicação Geográfica, como mais um produto para atrair turistas à minha fazenda. Ou seja, espero que as pessoas queiram conhecer o cacau orgânico, com responsabilidade social e ambiental e com o selo de identificação”, declarou Osvaldo, que está investindo na construção de um cocho para fermentação, reformando a barcaça para secagem e cuidando da limpeza do local. Com mais de 200 anos de história e tradição, o cacau produzido no Sul da Bahia tem uma grande participação dos produtores da Agricultura Familiar da região, que aguardaram há muito tempo pela conquista da IG. No Assentamento Buique, localizado no município de Buerarema, as famílias dos agricultores Antônio Mendes, Valter Oliveira e Maria Tourinho vivem da renda gerada com a produção e a comercialização do cacau. Segundo a presidente da Central de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Território Litoral Sul (Centrafesol), filiada à ACSB, Maria Angélica Anunciação, a expectativa dessas famílias é de que, a partir da adesão ao selo, elas consigam ter melhorias no sistema produtivo do cacau, agregando um valor financeiro maior ao produto. Das 29 famílias assentadas no Buique, algumas delas já iniciaram a produção de cacau de qualidade, visando à adesão ao selo. “A partir da IG, esperamos ter um tratamento diferenciado nos bancos para a aquisição de crédito e entre os compradores de cacau”, declarou Maria Angélica, que é uma das pro-

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MERCADO

prietárias de terra no Assentamento Manoel Chinês, em Itabuna, e também estará investindo na produção de qualidade. Segundo ela, a agricultura familiar tem a vantagem da mão de obra que é própria e não tem custos, ao contrário do que acontece com os grandes produtores. CACAU E CHOCOLATE A busca pela IG do cacau do Sul da Bahia sempre esteve entre as estratégias trabalhadas no projeto Cacau e Chocolate, da Unidade Regional do Sebrae em Ilhéus. De acordo com a gerente regional da instituição, Claudiana Figueiredo, atuante nas discussões, a conquista é mais um marco que exprime a mudança de narrativa da região Sul da Bahia. “Representa um passo importante de um sonho a ser realizado: sermos referência mundial em cacau de altíssima qualidade”, comemorou. O desenvolvimento e a expansão da IP - Sul da Bahia dentro do território nacional e internacional representa um novo estágio de organização da produção de cacau na região. Nesse sentido, a técnica do Sebrae Ana Carolina Menezes Argolo destaca que a instituição tem o papel fundamental no processo de Indicação Geográfica junto ao INPI, com a realização de consultorias nas áreas de gestão, plano de negócios, planejamento estratégico, formação de preço, produção de embalagens, impressão de material, dentre outros. Para este ano, de acordo com Ana Carolina, está prevista a aplicação de consultorias especializadas com o subsídio de 70% para ajudar o produtor a se adequar às normas da IG. “O Sebrae vai desenvolver um trabalho junto à IG de precificar esse selo e entender quanto ele vai custar para a Associação. Vamos verificar formas de monetizar valores para que a gente consiga iniciar a operação e que o produtor tenha o suporte”. Já a ACSB promoverá ações de marketing para motivar os associados a obter o selo da IG. Entre elas estão: dar visibilidade; difundir treinamentos técnicos no campo, visando atrair os benefícios agregadores da qualidade; e atrair o mercado nacional e internacional, consolidando o selo da IP Cacau Sul da Bahia como uma marca de confiança. ASSOCIAÇÃO CACAU SUL BAHIA (ACSB) Ao todo, 14 cooperativas e associações representativas, envolvendo aproximadamente 2,5 mil produtores de cacau, são ligadas à ACSB.

Produtores agora precisam se adequar as normas da IG. Sebrae apoia essa fase da certificação

São elas: Associação de Gestores de Ibirataia, Ipiaú e Região do Médio Rio das Contas (AGIIR); APC Cooperativa Agroindustrial de Cacau e Chocolate (APC Cooperativa); Associação de Pequenos Empreendedores e Restauradores Agrícola da Microrregião Cacaueira da Bahia (Aperamcaueba); Central de Cooperativas de Agricultores e Agricultoras Familiares e Economia Solidaria dos Territórios de Identidade da Região Cacaueira da Bahia (Centrafesol); Cooperativa de Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Familiar do Sul da Bahia (Coofasulba); Cooperativa Agrícola de Gandu LTDA (Coopag); Cooperativa de Pequenos Produtores de Cacau, Mandioca e Banana do Centro Sul da Região Cacaueira LTDA (Coopercentrosul); Cooperativa da Agricultura Familiar e Economia Solidária da Bacia do Rio Salgado e Adjacências (Coopfesba); Instituto Arapyaú; Instituto Cabruca; Instituto Viver da Mata; Instituto Pensar Cacau (IPC); Rede Agroecologia Povos da Mata Atlântica, e Cooperativa de Produtores Agropecuários Construindo o Sul (Cooprasul).

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“LANÇO TRÊS INOVAÇÕES POR ANO” Pipoqueiro destaca que quem vai atrás de conhecimento sai na frente FOTOS JOÃO ALVAREZ

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VALDIR NOVAK, O PIPOQUEIRO VALDIR Pesquisador incansável de sua concorrência, o paranaense e ex-boia-fria Valdir Novak passou 14 anos amadurecendo o sonho de se tornar o melhor pipoqueiro de Curitiba. Ao longo deste tempo, ainda trabalhando como funcionário de uma banca de revistas, apertou o orçamento para guardar um pouco para o futuro carrinho de pipoca; separou R$ 2 a cada salário, para comprar o milho; e anotou erros e acertos dos demais pipoqueiros da cidade. Hoje, acumulando mais de mil palestras sobre as suas experiências inovadoras em todo o Brasil, inclusive na Semana do MEI, realizada em maio pelo Sebrae, em Salvador, ele conta que a Pipoca do Valdir continua funcionando, de segunda a sexta-feira, em Curitiba. E que aposta em inovações para se destacar: “Lanço três inovações, todos os anos”. A última, em 2017, foi o carrinho ecológico, com energia solar. Este ano, ainda virão a oferta de wi-fi, a TV em LED e o uso de máquina para cartões de débito e crédito. Confira nesta entrevista a história inspiradora do microempreendedor individual que conquistou o Brasil.


ABRE ASPAS

COMO O EMPREENDEDORISMO CHEGOU ATÉ VOCÊ?

Nasci em São Mateus do Sul, interior do Paraná, fui boia-fria durante a minha adolescência, até os meus 18 anos. Quando completei 18 anos, fui embora para a capital, Curitiba, em busca de uma oportunidade de trabalho. Cheguei só com a 4ª série primária e tive muita dificuldade em conseguir emprego, em 1989. Na época, o que me restou foi lavar carros em um estacionamento (1989-1992), devido à falta de estudo. Em 1992, meu patrão vendeu esse estacionamento e fiquei desempregado. Era uma época muito difícil de conseguir emprego, mas consegui uma oportunidade como balconista, em uma banca de revistas. Foi nesta banca de revistas que despertou a vontade de ter o meu próprio negócio. Trabalhava diariamente tendo contato com os vendedores ambulantes na rua e pedi que eles me orientassem sobre como ter uma licença e vender pipoca. Na pipoca, vi uma oportunidade de poder realizar o meu sonho, que era poder dar uma qualidade de vida para a minha família. Então fiz o pedido de ponto na Prefeitura de Curitiba, no dia 24 de agosto de 1992. A minha autorização para vender a pipoca saiu no dia 28 de setembro de 2006. Fiquei 14 anos na fila de espera, persistindo e perseguindo o meu sonho. POR QUE A PIPOCA?

O conceito que tinha era de que o milho era um produto barato (risos). As economias eram tão poucas, que pensava em investir na pipoca, porque o investimento não era tão alto assim. Os insumos eram só milho e embalagem. Como estava investindo todas as economias que con-

“Tive o desafio de fazer as pessoas entenderem que o meu trabalho era diferente dos demais 79 concorrentes que eu tinha no Anel Central de Curitiba”

segui juntar durante 14 anos (R$ 4,6 mil) em um carrinho de pipoca, procurei dar o melhor de mim para que eu não fosse só mais um pipoqueiro no Anel Central de Curitiba. Queria ser o melhor pipoqueiro de Curitiba. Já estava casado, com um filho pequeno, que nasceu em 1993, e ainda tinha um desafio muito grande: precisava ajudar a minha mãe, que ficou no interior com mais 11 irmãos. EM ALGUM MOMENTO PENSOU EM DESISTIR?

Nunca. Muito pelo contrário. Na época, trabalhava na banca e minha esposa era auxiliar de cozinha em um restaurante. A gente pagava aluguel, com uma criança pequena. Com parte do salário da minha esposa, ela pagava o aluguel, pagava as contas de casa (luz, água). Com a parte do meu salário, eu comprava as coisas que o nenê necessitava (roupa, fralda, leite). Com o pouco que sobrava a gente guardava já com a finalidade de, lá na frente, poder fabricar o carrinho de pipoca. Só que, todos os meses, tirava R$ 2 do meu salário e deixava para comprar pipoca, que na época custava R$ 1 o pacote. Já ia visitando os meus futuros concorrentes para analisar a forma como estavam trabalhando. Tudo o que via de errado ia relacionando em um caderno. Quando fui estruturar o meu projeto, já tinha relacionado tudo o que devia e não devia fazer. Fiquei durante 12 anos pesquisando o meu concorrente. E COMO FOI INICIAR ESSE TRABALHO?

“Procurei dar o melhor de mim para que eu não fosse só mais um pipoqueiro no Anel Central de Curitiba. Queria ser o melhor pipoqueiro de Curitiba”

Quando iniciei as minhas atividades, tive o desafio de fazer as pessoas entenderem que o meu trabalho era diferente dos demais 79 concorrentes que eu tinha no Anel Central de Curitiba,

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na época. Busquei R$ 500 emprestados com o meu ex-patrão. Mandei fazer mil convites personalizados da Pipoca do Valdir, tirei parte para o meu transporte e estoquei o meu carrinho de insumos. Colocava, diariamente, 30 convites no meu bolso, em branco, e saía, próximo das grandes lojas, distribuindo convite de pipoca para as pessoas conhecerem o meu trabalho. Lembrando que, com este convite, a pessoa não pagava nada pela pipoca. Tinha o objetivo de gerar fluxo na Pipoca do Valdir, porque, onde tem mais gente comprando tem mais comprador. A estratégia deu certo. Comecei a apostar nas inovações. Usava um jaleco, que sobrou dinheiro para comprar. Hoje, 30% da minha receita líquida eu retiro para reinvestir. Quando consegui comprar cinco jalecos, tive a ideia de bordar os dias da semana no bolso direito, para o meu freguês ter a certeza que a nossa vestimenta era trocada diariamente. Logo em seguida, lancei o cartão fidelidade: a cada cinco pacotes, a sexta é de graça. Percebi que as pessoas compravam a pipoca na rua e tinham desconforto para higienizar as mãos. Criei um “kit higiene”, que é servido junto com a pipoca, sem nenhum custo adicional para o freguês: um guardanapo, uma balinha de menta e um palito de dente coberto. Três meses depois, substituí o palito por um sachê de fio dental personalizado da Pipoca do Valdir.

COMO A FORMALIZAÇÃO INFLUENCIOU O SEU TRABALHO?

Tenho muito orgulho de dizer que fui o primeiro vendedor ambulante a se formalizar em Curitiba. Sou microempreendedor individual (MEI) desde 2010. O MEI veio para ajudar muito a nós, pequenos. Quando me formalizei, vi claramente um aumento na minha renda, porque, antes de ter o CNPJ, tinha que comprar os insumos de atravessadores. Com isso, pagava mais caro e o lucro era menor. Com a formalização, compro diretamente dos fornecedores. Um exemplo claro disso: em 2006, já pagava R$ 3,60 o quilo do milho. Hoje estamos em 2018, e pago pelo mesmo milho R$ 1,19, comprando direto com o fornecedor. Não precisei tomar crédito, mas, se precisar um dia, tenho uma linha de crédito aprovada. QUAL É A SUA MENSAGEM PARA QUEM QUER COMEÇAR A EMPREENDER?

Não desista do seu sonho, acredite no seu potencial. Todos nós temos um grande potencial de crescimento. Faça o que gosta. A gente tem que amar a profissão. Minha satisfação em fazer pipoca e servir para o meu freguês é maior que a de cobrar por ela. Quando você faz algo que ama, do fundo do seu coração, colocando, em primeiro lugar, o respeito às pessoas que estão comprando, você chega muito longe.

“Fiquei durante 12 anos pesquisando o meu concorrente”

“Quando me formalizei, vi claramente um aumento na minha renda, porque, antes de ter o CNPJ, tinha que comprar os insumos de atravessadores.”

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I NOVAR

Empresa Ombro a Ombro faz a moda do vaqueiro

COM CRIAÇÃO DE SITE EMPRESA AUMENTA VENDAS EM 70% Apoiada pelo Sebraetec, que oferece 70% de subsídio no valor das ações, a Ombro a Ombro vende moda para o vaqueiro moderno pela internet FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Quando existe paixão, empreender em torno de uma ideia fica mais prazeroso. O empresário Heitor Freitas, do município de Alagoinhas, é um exemplo disso. Desde pequeno, ele sempre foi apaixonado por cavalos e pelo convívio com animais, na fazenda da família. “Tinham a tradição de enterrar o umbigo dos filhos e netos na porteira da fazenda para que eles se tornassem fazendeiros”, brinca Heitor. No caso de Heitor, ele não se tornou fazendeiro, mas começou a empreender em um segmento que envolve o tema. Junto com

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Heitor Freitas, Vanessa Paixão, Ananda Silva e Denisson Argolo são sócios da ideia de sucesso

outros três sócios, criou a empresa Ombro a Ombro, considerada a grife do vaqueiro moderno. Bonés e camisas estão entre os produtos comercializados pela marca. O desejo de se formalizar e alavancar vendas foi o ponto de encontro entre o Sebrae e a empresa, que buscou a solução Sebraetec. Tudo começou em 2007, quando Heitor realizou o sonho de ser vaqueiro. “Ao praticar o esporte, conheci o meu amigo e hoje sócio, Denisson Argolo, que, assim como eu, foi criado na roça. Montamos um grupo de vaquejada e começamos a personalizar as camisas para uso próprio”, conta. A história não parou por aí, Heitor faz questão de enfatizar que a vaquejada só trouxe coisas boas para sua vida. “Em um dos treinos conheci minha noiva, sócia e principal incentivadora na empresa, Vanessa Paixão”, destaca. Heitor trabalhava no setor administrativo de uma multinacional e teve a ideia de unir o útil ao agradável. Em março de 2016, junto com Denisson e Vanessa, criou a grife Ombro a

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“A aceitação do público nos surpreendeu e fez com que a gente acreditasse no potencial da marca” - Vanessa Paixão

Ombro, que teve também Ananda Silva na participação da sociedade. “Encarávamos como uma brincadeira. A gente aproveitava que já frequentava as festas de vaquejada e divulgava nossos produtos. Nosso primeiro estande foi montado na vaquejada de Inhambupe, em 2016. A aceitação do público nos surpreendeu e fez com que a gente acreditasse no potencial da marca. Foi quando decidi sair do meu trabalho, junto com Heitor, para ficarmos 100% dedicados à empresa”, afirmou Vanessa.


I NOVAR

O aumento das vendas pela internet e redes sociais provocou a necessidade de profissionalização. Foi quando eles procuraram o Sebrae em Alagoinhas. “Buscamos a formalização, participamos de oficinas e palestras”, lembra Vanessa. Com o apoio do Sebraetec, eles desenvolveram a loja virtual da marca e garantiram aos clientes mais facilidade na hora de comprar. “Buscávamos a garantia de um profissional de qualidade e a execução do trabalho no prazo que necessitávamos. Agendamos uma consultoria e, depois disso, começamos realmente a ver nosso empreendimento como negócio”, ressaltou Vanessa.

A empresa investiu no e-commerce para alavancar vendas

“Com a construção do site, nossa visibilidade aumentou, saímos de 6,5 mil seguidores para 10 mil em alguns meses. Nossas vendas aumentaram em 70%, pela facilidade na forma de pagamento. A maioria das vendas é para outros estados”, destacou Vanessa. A gestora do Sebraetec, Betina Costa Pinto, que acompanhou a Ombro a Ombro, identificou a oportunidade de criar uma loja virtual com o objetivo de aumentar o número de clientes. “A adesão ao Sebraetec se deu oportunamente, foi quando identifiquei que precisavam maximizar as vendas através do e-commerce e de forma mais profissionalizada”, lembra. Ainda segundo a analista do Sebrae, o Sebraetec é um exemplo de solução que visa ao aumento de produtividade e adequação de processos com alta aceitação do cliente, sobretudo pelo subsídio do Sebrae de 70% dos investimentos que são contratados pelo cliente. “É sempre importante lembrar da necessidade de se realizar um planejamento sobre os investimentos que se pretende fazer, para que as intervenções sejam perenes na instituição”, destaca.

SEBRAETEC

FOTO DARÍO G. NETO

O Sebraetec é indicado a qualquer momento do negócio, desde que o cliente tenha plena noção do que quer aprimorar, seja produto, serviço ou mesmo processos. O portfólio da solução se divide em sete temáticas: Design; Inovação; Produtividade; Propriedade Intelectual; Qualidade; Sustentabilidade e Serviços Digitais. Fazem parte do público-alvo as Micro e Pequenas Empresas (MPE) e Microempreendedores Individuais (MEI), de quaisquer segmentos empresariais. Mais informações do Sebraetec na Bahia podem ser obtidas pela Central de Relacionamento, no 0800 570 0800. Conheça as mais de 100 soluções da consultoria Sebraetec no site www.sebraetec.com

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O aplicativo do empreendedor Diego Mendes dinamiza processos na Construção Civil

STARTUP DECOLA NA CONSTRUÇÃO CIVIL Aplicativo da ConstruCODE foi desenvolvido para trazer mais eficiência e economia para obras FOTOS AGÊNCIA A TARDE

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m aplicativo que transforma automaticamente projetos de construção civil em etiquetas escaneáveis. Essa foi a ideia do empreendedor e engenheiro civil Diego Mendes, ao criar a startup baiana ConstruCODE. Diego percebeu que a indústria da construção precisava democratizar informações e trazer mais eficiência e economia para obras. A partir daí, com o sócio e engenheiro de software Leandro Mascarenhas, ele desenvolveu a plataforma online, que converte projetos em etiquetas inteligentes e permite a visualização das plantas em 2D ou 3D através de tablets e smartphones. O projeto batizado de ConstruCODE torna o processo mais eficiente e prático, pois possibi-

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lita, além da visualização das plantas, a comunicação direta do canteiro com os projetistas no escritório. Diego relata que a mudança de paradigma garante aumento de produtividade e de assertividade. “O aplicativo foi desenvolvido para trazer mais economia para obras, além de garantir uma execução mais precisa e fiel dos projetos”, destaca o diretor executivo da startup, Diego Mendes. Em 2017, Diego foi um dos empreendedores que participaram do Projeto Startup Bahia do Sebrae, que dispõe de diversas ações para fomentar o desenvolvimento do setor. “Tivemos a oportunidade de participar do desafio Sebrae Like a Boss, que aconteceu durante a Campus Party Bahia. Fomos selecionados


I NOVAR

para a grande final nacional, que aconteceu durante a Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo – CASE 2017, maior evento voltado a startups da América Latina”, enfatiza. Diego destaca o apoio do Sebrae, como fundamental no planejamento do negócio. Ele relata que, através do projeto Sebrae Like a Boss, a ConstruCODE ganhou a visibilidade e o network necessários para dar seus primeiros passos. Outro marco na trajetória da empresa foi a parceria com a Rede+. A aceleradora de negócios, liderada pelo empreendedor Rodrigo Paolilo, forneceu não só as mentorias e toda a base de apoio para o desenvolvimento da startup, como também promoveu o acesso a mercado que resultou na captação de R$200 mil em investimento para as operações da ConstruCODE. Atualmente, o engenheiro está morando em São Paulo para aplicar o ConstruCODE em uma obra de grande porte. Diego explica que a ida para São Paulo foi estratégica para o processo de tração da empresa. A startup baiana disputou com 150 Construtechs (startups com soluções para construção civil) e garantiu uma das sete vagas para integrar a equipe do Vetor AG, iniciativa da construtora voltada para apoiar startups com soluções inovadoras, capazes de aplicar suas tecnologias em escala. Além dos projetos pilotos em grandes empresas, a ConstruCODE opera atualmente com mais de 200 usuários e se estrutura para um processo de escalada de vendas. Segundo Diego, o módulo básico do software está sendo bem avaliado pelos clientes e pode ser utilizado por qualquer profissional que busque otimizar os processos construtivos em suas obras. Com planos de assinatura a partir de R$ 99, a empresa busca se consolidar como ferramenta de apoio à retomada da competitividade da construção civil brasileira. Segundo o gestor do projeto Startup Bahia do Sebrae, José Soares, diversas ações trouxeram mais visibilidade para as startups atendidas. “Esses resultados de amplitude nacional da startup ConstruCODE colocam a Bahia em destaque”, pontua o gestor. IDEIA SIMPLES PARA PROBLEMA COMPLEXO Como fazer uma mesma equipe produzir mais em menos tempo, com menos erros e menos desperdício? Desde seus primeiros anos como estagiário de obras, Diego identificou uma série de processos que poderiam ser me-

lhorados nos canteiros com o uso da tecnologia. Ele observou que procedimentos eram repetidos há décadas, sem serem otimizados. Ele percebeu que projetistas gastavam meses desenvolvendo projetos e discutindo detalhes que não eram bem aproveitados quando impressos no modo tradicional. Geralmente, viravam grandes folhas de papel amassadas, molhadas, rasgadas e quase sempre desatualizadas, já nos primeiros dias de obra. “Era complicado encontrar as informações precisas para cada trecho do canteiro, pois o acesso às informações não era prático. Tudo isso culminava em erros construtivos, desperdício de material e de mão de obra. Surgiu, então, a ideia de inovar na forma como as instruções eram levadas. No novo modelo, os projetos eram divididos em áreas e convertidos em etiquetas, permitindo tanto o acesso à informação precisa para cada frente de serviço no canteiro, quanto a troca de mensagens diretamente com o projetista que elaborou a planta, para esclarecer dúvidas. Nascia aí a ConstruCODE”, afirma Diego. Após desenvolver a plataforma, os sócios resolveram participar do Prêmio Arlindo Fragoso. Eles recordam que a empresa foi avaliada por profissionais de diversos segmentos. “Os feedbacks viravam ensinamentos que definiam as arestas a serem aparadas. Com isso, conseguimos formatar um produto comercial e definir as bases do nosso negócio”, lembra Diego. Ele destaca ainda que participou de oficinas de Modelo de Negócios, Plano de Negócios, mentorias de validação, entre outras capacitações que ajudaram a modelar o sistema comercialmente. Hoje, o APP ConstruCODE está disponível nas lojas oficiais da Apple Store e Google Play, e o time segue levando a tecnologia baiana para o Brasil.

Plantas em 2D ou 3D podem ser visualizadas por meio de tablets e smartphones

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Padronização de serviços é uma das características da Atlântico Tour, empresa de Ivan Bastos e sua esposa Jô Bastos

ATLÂNTICO TOUR SE DESTACA COM CERTIFICAÇÃO ISO 9001 Apoiada pelo Sebraetec, empresa do Extremo Sul da Bahia passou por análises de desempenho para alcançar certificação FOTOS ERNANDES ALCÂNTARA

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onsiderada a Terra Mãe do Brasil, Porto Seguro, no Extremo Sul da Bahia, atrai aproximadamente 1,5 milhão de turistas ao ano. Esse encantamento pelo turismo histórico acabou trazendo à cidade o engenheiro mecânico Ivan Bastos, que foi de estagiário de uma agência de turismo a proprietário de uma empresa que tem 20 anos no mercado, alcançando a certificação do seu Sistema de Gestão da Qualidade em conformidade com os requisitos da norma ABNT NBR ISO 9001:2015. No ano de 1990, o empresário Ivan Bastos e a sua esposa, Jô Bastos, decidiram se mudar para Porto Seguro. Formado em engenharia mecânica, inicialmente ele teve experiências em empresas nas áreas de celulose, petroquímica e siderurgia. Mas logo quando começou suas atividades, percebeu a pujança econômica que o turismo proporcionava ao destino. Surgia, então, uma grande oportunidade. Estagiou por alguns meses em uma agência de turismo local, ganhou experiência e decidiu

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abrir sua própria agência de turismo receptivo. Assim, foi fundada a Atlântico Tour, em 1997. “Houve muita dificuldade no começo e, com poucos recursos, comecei atuando com transportes turísticos rodoviários, mas percebia que precisava ampliar meu horizonte e trabalhar com operadores de turismo”, disse Ivan Bastos. Em 1998, a empresa trabalhava com oito operadoras de turismo de pequeno e médio porte oriundas do estado de São Paulo. “Entre os anos 2001 e 2002, essas operadoras sofreram um grande recuo de mercado. Isso trouxe um momento delicado para a nossa empresa e tivemos que priorizar a assertividade de nossa administração”, destacou. A Atlântico Tour cresceu e se consolidou no mercado, obtendo conquistas importantes, como, por exemplo, a exclusividade dos serviços de receptivo da Azul Viagens em Porto Seguro. “A taxa de crescimento foi alta, atingindo 60% ao ano. Apenas em 2016 e 2017 reduzindo o ritmo, mas, ainda assim, apresentando crescimento na ordem de 30% e 10%, respectivamente”, disse o empresário.


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A cultura da empresa Atlântico Tour sempre foi voltada para a padronização de serviços e demandas, e o empresário Ivan Bastos sempre soube que, em algum momento, precisaria registrar e codificar os conhecimentos sobre os processos da empresa. Se por motivos profissionais, pessoais ou mesmo de saúde ele não pudesse administrar, a empresa poderia perder qualidade em seus serviços. E, em 2016, o empresário teve uma ideia. “Eu vi que era o momento de verificar se a minha estrutura interna estava boa ou não, aproveitei o momento de calmaria no mercado. Daí, surgiu o meu primeiro contato com o Sebrae em consultoria para todo o meu planejamento e forma de administrar”, disse. “Sempre buscamos manter a empresa de forma estruturada, mas entendemos que precisávamos deixar o legado do nosso negócio sustentável, e foi aí que começamos a buscar os meios necessários junto ao Sebrae para alcançarmos a certificação”, complementa sua esposa, Jô Bastos. Até aquele momento, Ivan não sabia ainda quanto tempo levaria para mapear e validar processos, políticas e sistemas de gestão, mas já sabia qual seria seu indicador de sucesso: obter a certificação ISO 9001. “Essa conquista seria um atestado indiscutível de que a Atlântico Tour, de fato, era uma organização com as melhores práticas de gestão, com processos mapeados e preparada para funcionar mesmo na minha ausência”, ressaltou. O empresário conhecia bem os números e o desempenho da empresa, mas, pensou que seu primeiro passo deveria ser o de confirmar essas percepções, para só depois iniciar as adequações ao Sistema de Qualidade da Gestão previsto pela ISO 9001. Ainda em 2016, o Sebrae Bahia havia começado o projeto Sebrae MEDE Turismo, um conjunto de soluções para orientação e aperfeiçoamento da gestão, com foco em resultados mensuráveis e aumento da competitividade. Ivan ficou sabendo do projeto e começou a participar. Com o acompanhamento dos consultores do Sebrae MEDE, a Atlântico Tour planejou ações de curto e longo prazo, com metas definidas e monitoramento dos resultados por meio da análise de dados coletados. “O projeto durou um ano, mas com oito meses, os resultados já mostravam que as minhas percepções sobre o desempenho da empresa estavam corretas”. Assim, Ivan demandou ao Sebrae a consultoria para preparação para a certificação ISO 9001, por meio do Sebraetec.

O acompanhamento garantiu que a empresa estivesse alinhada aos princípios do Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ. No segundo semestre de 2017, o Sebrae deu o sinal verde para Ivan receber a empresa certificadora. A visita confirmou o bom trabalho executado pela empresa e, em dezembro, a Atlântico Tour recebeu do Instituto Tecnológico de Avaliação e Certificação da Conformidade o certificado de que seu SGQ estava em conformidade com os requisitos da norma ABNT NBR ISO 9001:2015. “Hoje, a existência da empresa não depende mais de mim, quem chegar a me suceder terá toda a ‘receita do bolo’, para dar continuidade”, finalizou o empresário Ivan Bastos. O SGQ permitiu à área de marketing perceber, com a redução da taxa de crescimento, que precisava criar meios de interagir com o público de forma lúdica, leve e que fixasse a marca da empresa. “Como a minha demanda de clientes era muito alta, eu acreditava que não precisava trabalhar a área comercial da empresa”, disse. A solução foi a criação de um mascote, chamado de Portulino, inspirado nos povos indígenas que habitavam o local quando chegaram os europeus. “Portulino recepciona os turistas no aeroporto, participa de ações da empresa e é o porta-voz da empresa nas mídias digitais, efetivamente marcando a experiência daqueles que interagem com a Atlântico Tour”. Para o empresário, dois fatores foram muito importantes para o sucesso - a gestão da empresa, que já estava bem estruturada e organizada, facilitando o mapeamento e registro formal dos procedimentos, e a integração de toda a equipe. “Todos os funcionários estavam engajados e reconheciam a importância dessa mobilização interna. O Sebrae facilitou muito o caminho, possivelmente nós levaríamos mais tempo para validar os rumos da nossa administração sem as ferramentas e consultorias do Sebrae MEDE e do Sebraetec”, finalizou. CERTIFICAÇÃO ISO 9001 A norma ISO 9001 é aplicada em mais de 170 países como um componente estratégico de organização que define requisitos para o sistema de gestão da qualidade e a forma como uma empresa deve ser gerenciada, tendo o objetivo de identificar e atender as necessidades dos clientes.

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Empresários que não aderiram ao Refis até 9 de julho precisam regularizar a situação

PERDEU O PRAZO PARA ADERIR AO REFIS? VEJA O QUE FAZER Empresários que não conseguiram aderir ao Refis podem optar pelo parcelamento convencional do Simples em até 60 meses FOTOS ISTOCK

Entre abril e julho, mais de 19 mil donos de pequenos negócios baianos que estavam com dívidas tributárias aderiram ao Programa Especial de Regularização Tributária das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte optantes pelo Simples Nacional (PERT-SN), conhecido como Refis das micro e pequenas empresas. Através do programa, esses empresários puderam parcelar os valores devidos em até 180 meses. Somente na Bahia, foram renegociados um total de R$ 1,4 bilhão em dívidas. O programa foi uma conquista importante para as micro e pequenas empresas e contou com uma forte mobilização do Sebrae para que o projeto de lei pudesse ser aprovado.⁣ O prazo para adesão foi encerrado no dia 9 de julho, e quem não conseguiu aderir poderá ainda parcelar suas dívidas, mas dentro do processo convencional do Simples Nacional, que é em até 60 meses, sem redução de multas e juros. O empresário deve acessar o Portal do Simples Nacional (www. receita.fazenda.gov.br/simplesnacional), selecionar a opção Serviços e, em seguida, Parcelamento.

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A gerente da Unidade de Ambiente de Negócios do Sebrae Bahia, Cecília Miranda, destaca que é importante também o empresário verificar se há programas estaduais e municipais de regularização de débitos em aberto para poder resolver suas pendências. “A empresa com débitos em aberto no Simples Nacional pode ser excluída do regime tributário simplificado, tendo elevação significativa na carga tributária. Além disso, pode ter os débitos inscritos em dívida ativa e posteriormente sofrer uma cobrança judicial ajuizada pela Procuradoria da Fazenda e ter seus bens penhorados”, alerta Cecília. Ainda segundo a gerente, nas hipóteses previstas pela legislação (fraude, dolo), a cobrança pode se estender aos sócios. “Possuir débitos tributários também pode impedir a empresa de obter a certidão negativa de débitos e ter a comprovação da regularidade fiscal prejudicada, impedindo a participação em licitações e contratação com o poder público”, complementa. Por isso, o Sebrae reforça a importância de os empresários se organizarem para regularizar sua


FOTOS DARIO G. NETO

situação, mesmo após o fim do prazo de adesão ao Refis. O parcelamento convencional do Simples Nacional pode ser feito a qualquer momento, através da internet, não havendo um prazo final. O acesso é feito com certificado digital ou código de acesso gerado no Portal do Simples. Conforme detalha a Receita Federal, poderão ser parcelados os débitos apurados no Simples Nacional, inclusive de ICMS e ISS, constituídos e exigíveis, que se encontrem em cobrança no âmbito do órgão. EMPRESÁRIO DEVE MANTER COMPROMISSOS EM DIA Da mesma forma, para os empresários que aderiram ao Refis, o Sebrae reforça a importância de manter seus compromissos em dia. “A validação do pedido de adesão ao programa está condicionada ao pagamento tempestivo da primeira parcela. Caso o recolhimento da primeira parcela não seja efetuado até o vencimento do DAS, o pedido de adesão será considerado sem efeito”, explica Cecília. A gerente destaca ainda que o parcelamento será rescindido caso haja falta de pagamento de três parcelas, consecutivas ou não. “O valor já pago pelo empresário será considerado, mas, em caso do atraso das três parcelas, ele perderá todos os benefícios do Refis”. A LUTA DO SEBRAE PELO REFIS DA MPE O superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury, esteve à frente da mobilização, iniciada em dezembro de 2017, para que o Refis das micro e pequenas empresas fosse aprovado. Quando o projeto ainda seria votado no Congresso, o dirigente enviou cartas aos parlamentares da bancada baiana, destacando a importância do Refis para as micro e pequenas empresas. Todos votaram a favor. Depois de aprovado na Câmara e no Senado, o projeto foi vetado pela Presidência da República, no dia 5 de janeiro. Mais uma vez, o Sebrae se mobilizou para que o veto ao Refis fosse derrubado, ao retornar para o Congresso. Um site foi criado para que qualquer interessado pudesse assinar virtualmente a adesão à derrubada do veto ao Refis para as micro e pequenas empresas (www.refisparaospequenos.com.br). No dia 3 de abril, o veto foi, então, derrubado. Seis dias depois, em 9 de abril, o Refis entrou em vigor. Depois de entrar em vigor, os empresários teriam 90 dias para aderir ao programa. A gran-

de novidade estava na possibilidade do refinanciamento de dívidas tributárias em até 180 meses, abrangendo os débitos vencidos até novembro de 2017. Para realizar esse parcelamento, o empresário deveria efetuar um pagamento inicial de, no mínimo, 5% do valor da dívida, sem descontos, que poderiam ser divididos em até cinco meses consecutivos. Para o valor restante, ele tinha três opções de pagamento. Quem optou pela quitação integral da dívida teria descontos de 90% dos juros, 70% das multas e 100% dos encargos. A segunda opção era para quem deseja fazer o parcelamento em até 145 vezes (além dos cinco iniciais, referentes aos 5% do valor total da dívida). Nessa opção, o empresário teria uma redução de 80% dos juros, 50% das multas e 100% dos encargos. A terceira e última opção diz respeito ao parcelamento em 175 vezes (além das cinco vezes iniciais, totalizando 180 meses), com desconto de 50% nos juros, 25% das multas e 100% dos encargos. O superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury, ressalta que o Refis não foi um perdão das dívidas, mas, sim, uma maneira encontrada para que os empresários pudessem regularizar sua situação, sem prejudicar ou até mesmo paralisar suas atividades. “É um projeto que levou em consideração um momento excepcional do cenário econômico, no qual a crise impactou muitos desses empreendimentos”. Para Khoury, a iniciativa permitiu a regularização da situação tributária das empresas, sem gerar prejuízos às suas atividades ou até mesmo o fechamento dos negócios, já que as multas e os juros cobrados acabam tornando, na maioria dos casos, o pagamento inviável dentro desse contexto. O superintendente reitera que o tratamento diferenciado às micro e pequenas empresas é garantido na Constituição. “Com as micro e pequenas empresas tendo a garantia de se manterem no mercado fortalecidas, a economia nacional também se fortalece, já que esses empreendimentos representam mais de 90% do tecido empresarial no Brasil”, pontua.

O superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury, esteve a frente da luta pela aprovação do Refis, iniciada no final de 2017

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Bode Assado da Anita faz sucesso nas cidades baianas de Casa Nova e Juazeiro e na vizinha Petrolina, em Pernambuco

TEMPERO SERTANEJO CONQUISTA VALE DO SÃO FRANCISCO Presente em duas cidades baianas e uma pernambucana,Bode Assado da Anita diversificou pratos, repaginou identidade visual e aumentou faturamento em 30% com consultoria do Sebrae FOTOS MARCOS SANTIAGO

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abor marcante ao paladar e pitadas de amor. Para Anita da Silva esses são os segredos do sucesso que mantêm, há quase 30 anos, a tradição do restaurante Bode Assado da Anita, no Norte da Bahia e também em Pernambuco. A região reflete uma variedade rica nos ingredientes que vão à mesa, marcados principalmente pelo tempero autêntico do sertão. “Não há quem deguste um delicioso prato da culinária nordestina e esqueça a experiência. Me preocupo muito com a qualidade. Não vendo comida por vender, gosto de provocar sensações”.

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E pensar que tudo começou de forma tímida e despretensiosa em 1989, quando uma amiga incentivou Anita a abrir uma lanchonete em uma feira livre na cidade de Sobradinho. Na época, ainda sem experiência, ela produzia cachorro-quente e revendia salgados com a ajuda dos filhos. Depois, surgiu a oportunidade de assumir um restaurante na cidade de Casa Nova e a família topou o desafio. De lá pra cá, não parou de expandir: além da unidade de Casa Nova, o Bode Assado da Anita também tem sede em Juazeiro, e na vizinha Petrolina, em Pernambuco.


MEU NEGÓCIO

Na contramão da crise, o restaurante cresce, mas também já passou por dificuldades. “Tivemos nossos momentos difíceis, quebramos, mas nunca fechamos. Com determinação, investimos em inovação, criamos um ambiente acolhedor e fortalecemos a identidade regional. Estive sempre presente, tenho uma equipe, mas minha mãozinha tem que estar aqui, afinal a alma do negócio é o dono”, lembra Anita. A culinária regional é o forte do empreendimento. No cardápio, tem galinha capoeira, baião de dois, carne do sol com queijo coalho, moqueca de surubim e o carneiro na brasa, que é o queridinho do restaurante. Talento para inovar nos pratos nunca faltou, a equipe está sempre diversificando, aperfeiçoando receitas e inserindo novos pratos para agradar o paladar dos clientes, sem fugir da inspiração do tempero regional. Para continuar expandido o negócio, a família empreendedora encontrou o apoio do Sebrae. “A gente precisava de conhecimento e capacitação para melhorar a gestão das empresas. Foi quando recebemos a visita do agente de orientação empresarial do programa Negócio a Negócio, em 2015, que nos apresentou as vantagens da ferramenta”, revelou Reginaldo da Silva, gerente do restaurante em Juazeiro e filho de Anita. Os empreendedores aderiram ao programa, que é gratuito, e passaram a ser acompanhados pelo Sebrae. “As atividades ajudaram a melhorar nossos serviços, em relação a atendimento, qualidade e mudou nossa maneira de enxergar a empresa. Colocamos o conhecimento em prática e vimos uma mudança muito positiva”. Reginaldo explica que a consultoria ajudou a organizar a administração, finanças e estrutura física das empresas. “Toda a parte de layout de cozinha, de salão e estoque foi reestruturada. Além disso, com as mudanças, conseguimos aumentar o faturamento em 30%. Mas o diferencial do programa foi ajudar a enxergar onde a gente perdia e falhava, e como corrigir. O programa está em andamento, agora estamos focados na gestão eficiente do estoque e no fortalecimento da identidade visual da empresa”, destaca. A administração dos negócios é exclusivamente familiar, hoje são 30 funcionários. Em quase três décadas de dedicação, os empresários já conhecem a receita e o sabor do sucesso, que aqui são passados de mãe para filhos. “Como diz minha mãe, o segredo é o amor. A gente ama ver as pessoas em volta da mesa, famílias felizes desfrutando de momentos de

lazer, vivendo experiências marcantes através da nossa gastronomia”, conclui Reginaldo. A história do Bode Assado da Anita é um dos destaques do empreendedorismo baiano. Este e outros cases de sucesso da Bahia podem ser conferido no canal do youtube do Sebrae Bahia. NEGÓCIO A NEGÓCIO O Negócio a Negócio (NAN) é um programa gratuito do Sebrae, que oferece orientação empresarial, diagnósticos e recomendações para uma gestão adequada às necessidades de microempreendedores individuais e donos de microempresas. A ideia é auxiliar nas principais dificuldades que o empresário encontra no dia a dia da gestão do negócio e indicar outras soluções do Sebrae que atendam às suas necessidades. O programa foi implantado em Juazeiro em 2010 e, desde então, mais de 13 mil empreendedores já foram atendidos com orientações sobre finanças, gestão e mercado. Atualmente mais de 900 MEI e donos de ME estão sendo acompanhados pelo agente de Orientação Empresarial do Negócio a Negócio em Juazeiro e Paulo Afonso. Para o gerente regional do Sebrae em Juazeiro, Carlos Cointeiro, o NAN é um dos instrumentos mais importantes do Sebrae para o atendimento presencial e para alcançar melhores resultados na empresa. “Percebemos a mudança na gestão dos negócios a medida que o uso de ferramentas gerenciais passam a fazer parte da rotina do empresário, bem como as mudanças de postura empresarial e melhor apresentação de seus negócios ao mercado consumidor”, destaca Carlos. Interessados em receber uma visita do programa podem procurar as agências de atendimento do Sebrae ou ligar para 0800 570 0800.

O filho de Anita, Reginaldo da Silva, gerencia o restaurante em Juazeiro

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SEBRAE PERTO DE VOCÊ O Sebrae possui uma estrutura de atendimento presencial em diversas cidades baianas, disponibilizando orientação, formalização, informação, consultoria e capacitação aos pequenos negócios.

Agências de atendimento na Bahia O Sebrae Bahia possui 27 agências, distribuídas em dez unidades regionais.

Salvador / Mercês Unidade Regional 01 Tel.: (71) 3320-4526

Paulo Afonso

Salvador / Itapagipe

Santo Antônio de Jesus

Tel.: (71) 3312-0151

Alagoinhas

Tel.: (75) 3422-1888

Camaçari

Tel.: (71) 3622-7332

Lauro de Freitas Tel.: (71) 3378-9836

Barreiras

Unidade Regional 02 Tels.: (77) 3611-3013/4574

Feira de Santana O Ponto de Atendimento do Sebrae em Irecê fica localizado na Rua Réggio Emília, n° 62, Praça das Rádios, Centro. Funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h30 e das 13h30 às 17h. FOTO JOÃO JÚNIOR/ ASN BAHIA

Unidade Regional 03 Tel.: (75) 3221-2153

Euclides da Cunha Tel.: (75) 3271-2010

Itaberaba

Tel.: (75) 3251-1023

Ilhéus

Unidade Regional 04 Tel.: (73) 3634-4068

Itabuna

Online Redes Sociais

/sebraebahia

Juazeiro

Unidade Regional 06 Tel.: (74) 3612-0827

Tel.: (73) 3613-9734

Jacobina

Tel.: (75) 3281-4333 / 4223 Unidade Regional 07 Tel.: (75) 3631-3949

Valença

Tel.: (75) 3641-3293

Irecê

Unidade Regional 08 Tel.: (74) 3641-4206

Seabra

Tel.: (75) 3331-2368

Teixeira de Freitas

Unidade Regional 09 Tels.: (73) 3291-4333/4777

Eunápolis

Tel.: (73) 3281-1782

Porto Seguro

Tel.: (73) 3288-1564

Vitória da Conquista Unidade Regional 10 Tel.: (77) 3424-1600

Brumado

Tels.: (77) 3441-3699/3543

Guanambi

Tel.: (77) 3451-4557

Unidade Regional 05 Tel.: (74) 3621-4342

Itapetinga

Senhor do Bonfim

Jequié

Tel.: (74) 3541-3046

Tel.: (77) 3261-3509 Tels.: (73) 3525-3552/3553

Agenda de Capacitações lojavirtual.ba.sebrae.com.br

Portal Sebrae Bahia e Chat Online www.ba.sebrae.com.br

Agência Sebrae de Notícias www.ba.agenciasebrae.com.br

Atendimento a distância

0800 570 0800 Segunda a sexta-feira, das 8h às 20h

Ouvidoria Sebrae Reclamações, críticas, denúncias, sugestões e elogios web.ouvidoria.sebrae.com.br

Sede do Sebrae Bahia

R. Horácio César, 64 – Dois de Julho Salvador – Bahia – CEP: 40060-350 Tel.: (71) 3320-4301

Atendimento com hora marcada Com foco na comodidade dos empreendedores baianos que buscam as soluções do Sebrae Bahia, a instituição oferece o atendimento empresarial com hora marcada. O agendamento está disponível para todas as 27 agências da instituição distribuídas pelo estado. O interessado deve agendar gratuitamente pela Central de Relacionamento Sebrae (0800 570 0800), das 9h às 17h, o dia e a hora. A ligação é gratuita, inclusive de celular. O novo modelo garante atendimento gratuito e personalizado para serviços de orientação sobre abertura de empresas, além de orientações sobre finanças, mercado e marketing, legislação e tributação, acesso a crédito e serviços financeiros, sustentabilidade, planejamento, inovação, pessoas, políticas públicas, organização e processos e cooperativismo.



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