Revista Conexão Bahia 216 - Sebrae

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edição 216

Inovação que transforma Após buscar o Sebraetec, Frederico Teixeira decide abrir e-commerce e aposta na expansão da empresa para novas regiões ENTREVISTA

AGRONEGÓCIOS

Erik Penna fala sobre a importância do atendimento

Tecnologia a favor do homem do campo



www.semanasebrae.com.br


Expediente Publicação do Sebrae Bahia nº 216, setembro de 2017 Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Bahia Antônio Ricardo Alvarez Alban Diretor-superintendente Jorge Khoury Hedaye Diretores Franklin Santana Santos José Cabral Ferreira Unidade de Marketing e Comunicação Gerente interina Alice Vargas Jornalista Responsável Pedro Soledade (DRT/BA 5546) Equipe Alice Vargas, Isabela Oliveira, Pedro Soledade, Rafael Pastori e Vanessa Câmera. Estagiários: Alexandre Bacellar, Cristiana Fernandes, Fernanda Grimaldi, Rafael Bacellar e Ricardo Belens. Agência Sebrae de Notícias (Varjão & Associados Comunicação) Aina Kaorner, Alisson Andrade, Anaísa Freitas, Analice Vieira, Carla Fonseca, Carlos Baumgarten, Danielle Cristine, Gabriela Nascimento, João Alvarez, Luciane Souza, Lucilene Santos, Nara Zaneli, Tamara Leal, Viviane Cabral e Vívian Rodrigues. Revisão Carlos Baumgarten

Atitudes inovadoras trazem grandes resultados Editais de investimento aproximam pequenos negócios da inovação. Esse é o tema da reportagem especial desta edição da Revista Conexão. Nesse momento de desafios econômicos, a preparação para incrementar produtos ou serviços surge como uma solução para quem quer se manter competitivo. O Sebrae está com dois editais de inovação abertos. São incentivos financeiros que ajudam a alavancar o negócio e proporcionam atitudes inovadoras que têm grandes resultados. Conheça a história do empresário mineiro, Frederico Teixeira, proprietário da Oxe É de Minas. Após buscar o Sebraetec, ele decide abrir e-commerce e aposta na expansão da empresa para novas regiões. A empresa comercializa as delícias de minas em terras baianas. Quando o artesanato vira negócio e dita moda. Em uma reportagem especial com a empresária Luana Bomfim, da Preta Brasil, a publicação

vai mostrar como o Sebrae contribui com iniciativas de estímulo à sinergia entre os produtos artesanais e a tendência de mercado. O artesanato se destaca na valorização de tendências de moda, levando originalidade e tradição a esse universo. Startups baianas estão conquistando investidores para transformar ideias inovadoras em negócios lucrativos. Esse é o caso da NBio Tecnologia, que desenvolveu um teste rápido de gravidez para vacas, semelhante ao feito para humanos, a partir do sangue, e conquistou atenção da Lighthouse Investimentos. Esse caso de sucesso é pauta da revista Conexão, que traz, ainda, a entrevista com o palestrante motivacional, especialista em vendas com qualificação internacional, consultor e integrante da Semana Sebrae de Capacitação Empresarial, Erik Penna. Boa leitura! Foto: João Alvarez

Edição Carla Fonseca Edição de Fotografia João Alvarez Capa João Alvarez Projeto Gráfico Original Solisluna Editora Editoração Objectiva Impressão Qualigraf Serviços Gráficos e Editora Ltda Tiragem 10.000 exemplares Cartas Sebrae – Unidade de Marketing e Comunicação Rua Horácio César, 64, Dois de Julho Salvador, Bahia. CEP: 40.060-350. marketing@ba.sebrae.com.br Telefones 71 3320.4558 / 4367 Agência Sebrae de Notícias www.ba.agenciasebrae.com.br

O empresário mineiro, Frederico Teixeira, trocou o emprego formal para comercializar as delícias da terra do pão de queijo na cidade do acarajé A utilização da marca Sebrae é de uso exclusivo do titular da mesma. Seu uso por terceiros, sem autorização prévia, expressa e formal da Unidade de Marketing e Comunicação do Sebrae Bahia, é passível de punição, conforme previsto pela Lei da Propriedade Industrial nº 9.279/96.


Foto: JOÃO ALVAREZ

Sumário 6 MERCADO Aprender com erros é o melhor start

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12 INDÚSTRIA Laticínios Dengo lança produtos com apoio do Sebrae

14 ECONOMIA CRIATIVA Artesanato ditando moda

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18 EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA Uma sala de aula, muitos futuros possíveis

21 POLÍTICAS PÚBLICAS Desenvolvimento econômico passa pelo empreendedorismo

31 COMÉRCIO E SERVIÇO Conexão especializada com o mercado

24 CAPA – INOVAÇÃO QUE TRANSFORMA Oxe É de Minas traz sabores de Minas para a Bahia

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34 Associativismo com qualidade comprovada

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Editais de investimento aproximam pequenos negócios da inovação

AGRONEGÓCIO Tecnologia a favor do produtor no campo

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Foto: JOÃO ALVAREZ

38 ENTREVISTA Erik Pena

41 MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL Amigas abrem negócio após inspiração da Semana do MEI

45 EMPREENDEDORISMO Radar Sebrae auxilia casal a investir

46 SEBRAE PERTO DE VOCÊ


Foto: JOÃO ALVAREZ

MERCADO

Estudantes, empreendedores da startup NBio Tecnologia criam teste rápido de gravidez para vacas, a partir do sangue

Aprender com erros é o melhor start Startups baianas aprendem com tropeços e refletem o momento de amadurecimento do ecossistema, conquistando investimentos e mercado 6

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Conversas entre amigos na cantina da faculdade costumam render risadas e boas lembranças. Mas para Alexandre Galvão e Tatiana Damasceno, estudantes de Biotecnologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o que começou como um bate-papo sobre inovação acabou rendendo muito mais. Hoje, a dupla, unida a mais duas sócias – a estudante de Veterinária, Emily Nunes, e a engenheira química, Carla Pereira –, comanda uma das startups baianas, que está conquistando investidores para transformar suas ideias inovadoras em negócios lucrativos, a NBio Tecnologia. O produto em que eles trabalham atualmente, e que conquistou a atenção da Lighthouse Investimentos, é um teste rápido de gravidez para vacas, semelhante ao feito para humanos, a partir do sangue. Atualmente, a prenhez costuma ser identificada por palpação retal, apenas a partir de 30 a 45 dias. O produto, batizado de Kalbplus, permite alcançar resultados com 15 a 20 dias de gestação. O caminho para esse resultado, no entanto, não foi tão simples quanto uma conversa entre amigos. Alexandre conta que a primeira ideia a ser desenvolvida foi a de um teste para identificar o Mycoplasma, doença que causa infertilidade em bovinos. De fato, a invenção era uma novidade no mercado. Mas eles não contavam com um detalhe: durante a fase de validação da ideia, realizada em oito semanas de um programa acadêmico da Escola Politécnica da UFBA com o Sebrae, descobriram que a doença não tem uma incidência tão grande para

preocupar os donos de rebanhos, possíveis clientes. “Foi desesperador. E essa foi a primeira ideia da qual a gente desistiu entre várias outras. Durante o processo de validação, toda semana a gente se deparava com uma questão”, lembra Alexandre. “O processo só andou quando paramos de falar das nossas ideias para ouvir os problemas deles, o que realmente queriam”, conta, ao se referir aos clientes em potencial. Foi em uma entrevista com um desses atores do mercado, uma veterinária, que a lâmpada se acendeu na cabeça dos sócios. Eles notaram que havia a demanda por um teste de gravidez mais rápido e eficaz, modelaram a nova ideia e iniciaram, mais uma vez, o plano de negócios. Dessa vez, a ideia foi validada, mas faltava um importante componente para fazer a engrenagem funcionar: o dinheiro. “Quando a gente fala de um produto de biotecnologia, qualquer reagente é muito caro. A gente não tinha o capital para desenvolver o produto, mas tinha muita vontade de fazer”, explica Alexandre. Esse entusiasmo da equipe, somado ao cuidado em realizar pesquisas de mercado e cotações para atestar a viabilidade do produto, teve resultado. Sem saberem, os sócios já estavam na mira da Lighthouse Investimentos, que atua como investidora-anjo e sócia de startups baianas, selecionadas com muito critério. No último dia de apresentação da startup na Feira Internacional da Agropecuária (Fenagro), em 2016, os investidores botaram as cartas na mesa, em aproximação que ren-

deu parceria para um aporte inicial, permitindo o avanço para a fase de pesquisa e desenvolvimento. Agora, a NBio Tecnologia realiza os últimos testes para o lançamento do produto no mercado, no final do ano.

Startup de Feira de Santana é uma das selecionadas para a Campus Party Não muito longe da capital, em Feira de Santana, também tem startup conquistando o seu lugar no mercado, após aprender com os próprios tropeços. Hoje, com cerca de 200 clientes já atendidos em todo o Brasil, incluindo personalidades do mundo digital, como Ana Tex, e com a expectativa de bater R$ 750 mil de faturamento até o final do ano, a solução App2Sales, que permite a criação de aplicativos para pessoas públicas e pequenos negócios, vem trilhando uma trajetória de sucesso. Mas nem sempre foi assim. Jonathas Freitas, um dos fundadores da startup, conta que abandonou a faculdade de Marketing há sete anos, faltando apenas três disciplinas para a conclusão, para empreender. O que começou com a ideia de ser uma espécie de “Google de Feira de Santana”, como ele explica, gerou a contratação de 20 pessoas em seis meses, trazendo também seus desdobramentos. “A gente esqueceu de uma coisa: que empresa exige lucro. Éramos muito jovens. A empresa faliu, mas, nesse tempo, uma cliente nossa queria fazer um aplicativo, que na época

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Foto: JOÃO ALVAREZ

Na Campus Party (foto), participaram seis startups feirenses: App2Sales, Doc Saúde, Matrix Labs, Otto Assistente Financeiro, PowerZAP e AbsamHost

não era muito comum”, lembra, ao apontar o que seria a semente do atual negócio. De lá para cá, a equipe fundadora passou por transformações. Do negócio anterior, permaneceram Jonathas e Samuel Bezerra, que atua com programação. No caminho, conheceram Ailton Fabri, capacitado em gestão. E o irmão de Samuel, o programador Siloé Bezerra, também se aproximou, para formar o que o empreendedor chama de “quarteto fantástico”.

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No final de 2016, quando o negócio estava nascendo, a equipe teve a oportunidade de ser atendida pelo Projeto de Startups do Sebrae Bahia. Segundo Jonathas, foi a oportunidade que faltava para aprender mais sobre gestão. “Pudemos entender de investimentos, métricas, quais são as chaves de medição para entender finanças, e como pensar o modelo de negócio. Éramos bons na parte técnica, mas, como negócio, não sabíamos pensar muito a fundo”, explica.

Hoje, Jonathas entende bem e defende o conceito de startup para quem não conhece do assunto. “Startup não é um bando de meninos num porão, trabalhando sem ganhar dinheiro. É uma empresa ágil.” E o reconhecimento do mercado veio: a App2Sales foi uma das 20 startups em fase de crescimento selecionadas para participar de exposição do Startup & Makers, programa da Campus Party Bahia, que aconteceu entre 9 e 13 de agosto, em Salvador.


Sebrae na Campus Party Bahia Os participantes também aprenderam mais sobre transformar ideias em negócios com o Palco Empreendedorismo, que teve a curadoria do Sebrae. O espaço contou com programação própria, que incluiu, dentre outras, a palestra do gestor do Projeto de Startups do Sebrae Bahia, José Soares, sobre o ecossistema baiano de startups. Foto: JOÃO ALVAREZ

Entre 9 e 13 de agosto Salvador recebeu, pela primeira vez, a Campus Party, considerada a maior experiência tecnológica do mundo. Fazendo o ecossistema de startups da região borbulhar de ideias e oportunidades de networking, o evento também contou com a participação do Sebrae, com um stand de 80 m² na Open Campus, área de acesso gratuito.

O Sebrae marcou presença na Campus Party com programação diferenciada para startups

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Já tem uma ideia? Confira dicas de quem entende do assunto: Dicas da NBio Tecnologia “A primeira coisa é procurar pessoas que pensem diferente de você”, aconselha Alexandre Galvão. “Quando a gente inicia uma pesquisa de uma empresa, precisamos de uma visão multidisciplinar”, explica o empreendedor, ressaltando que tanto conhecimentos complementares quanto personalidades diferentes podem enriquecer o negócio em formação. Ele também destaca a necessidade de ter uma visão que vá além da área prática, adquirindo conhecimentos sobre finanças, marketing e outros aspectos gerenciais, por meio de capacitações. “Justamente por ter uma equipe com pontos de vista diferentes que conseguimos crescer e abraçar oportunidades que não conseguiríamos sozinhos. Esse foi o principal ponto forte da nossa empresa”, conclui.

endedor. “Se entrar só no ‘achismo’ vai ficar para trás, porque vai ter muita gente capacitada, que pode criar um resultado no mercado”, alerta Jonathas. O terceiro fator, segundo o empreendedor, é ser ético, respeitoso e nunca passar por cima de ninguém durante a trajetória da empresa. “E o último é networking. Considero até mais importante do que o que você vende. Quando se faz um bom networking, acho que crescer é quase inevitável”, analisa. Sebrae desenvolve startups O projeto Startup BA, do Sebrae, já atendeu cerca de 70 startups em toda a Bahia, desde 2015. Durante o ano, são inúmeras oportunidades de eventos e capacitações realizadas ou apoiadas pelo projeto, sempre divulgadas no site da iniciativa

(www.startupba.com.br), leitura obrigatória para quem quer ficar por dentro do que acontece no ecossistema. O atendimento pelo projeto é realizado em duas trilhas, com seleções por edital, separadas de acordo com dois momentos diferentes vividos pelos empreendedores. A primeira, para startups em fase inicial, de desenvolvimento e validação da ideia, acontece no primeiro semestre. Em 2017, ainda há tempo para se inscrever na segunda trilha. “No dia 8 de agosto, abrimos o segundo edital, para startups mais maduras, que já são formalizadas”, avisa o gestor do projeto, José Soares. “O empreendedor não pode demorar muito para colocar o produto no mercado. E uma das nossas grandes questões é sermos ágeis também para ajudar na celeridade que ele precisa, oferecendo soluções rápidas e adequadas para isso.”

Para Jonathas Freitas, são quatro os aspectos que devem ser avaliados. “Primeiro, a pessoa nunca deve achar que a hipótese dela é a melhor ideia do mundo para o mercado. Se ela se apega, vai quebrar a cara”, avisa o empreendedor. “A questão é ver se ela resolve verdadeiramente o problema do mercado”, lembra, destacando a importância da etapa de validação do negócio. O conhecimento aprofundado sobre o mercado escolhido para lançar a startup também deve ser uma preocupação constante do empre-

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Foto: JOÃO ALVAREZ

Dicas da App2Sales

O Projeto Startup BA, do Sebrae, já atendeu cerca de 70 startups em toda a Bahia, desde 2015


Mais uma coisa que o Sebrae te ajuda a organizar: o seu horĂĄrio. Agora, o Sebrae tem atendimento empresarial com hora marcada. Aproveite esta comodidade e programe-se.

Agendamento:

0800 570 0800 ou www.ba.sebrae.com.br Ligação gratuita, inclusive de celular.


Fotos: JOÃO ALVAREZ

INDÚSTRIA

O empresário, Caio Teixeira, reconhece que o apoio do Sebrae foi fundamental, desde a pesquisa de mercado, planejamento, design de embalagem e posicionamento

Laticínios Dengo lança produtos com apoio do Sebrae Consultoria indicou pesquisa de mercado e criação de nova embalagem 12

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A ideia de processar e distribuir o leite, que era produzido no local onde hoje está a sede da fábrica de Laticínios Dengo, surgiu há muitos anos, quando o leite “cru”, produzido na fazenda localizada em São Sebastião do Passé na Região Metropolitana de Salvador, era transportado para a capital baiana em latões de alumínio por intermediários. Somente em 1984 foi instalada uma usina de beneficiamento de leite. Na época, o empreendimento nasceu através do produtor rural, Antônio Francisco Teixeira, que falecera em janeiro de 2007. “A fazenda produzia cerca de 800 litros de leite por dia. Antes da fábrica, este leite era vendido a intermediários que, muitas vezes, o transportava até a cidade de Salvador, para revendê-lo, sem a devida preocupação com as questões sanitárias. A criação da usina permitiu a certificação da origem do leite, entre outras questões de segurança alimentar”, explicou Caio Teixeira, que herdou do pai a empresa familiar, e passou a administrar os negócios com o irmão, Rafael Bruno Teixeira. A grande mudança veio mesmo em 2015, quando os irmãos decidiram procurar o Sebrae, com o objetivo de expandir o leque de produtos e oferecer muito mais que leite pasteurizado integral, passando a investir em derivados, como iogurtes e creme de leite. “Decidimos procurar o Sebrae para nos apoiar nas decisões. Já tínhamos decidido expandir, porém não estávamos muito seguros sobre qual caminho tomar.” De acordo com o empresário, “o apoio do Sebrae foi fundamental, desde a pesquisa de mercado, pla-

Após um longo período de preparação, que começou em 2015, os novos produtos foram inseridos no mercado este ano

nejamento, design de embalagem e posicionamento no mercado. Foi um apoio decisivo. Posso dizer que mudei muita coisa no meio do caminho, conforme vinham os resultados das consultorias”, contou Caio Teixeira, um dos proprietários da fábrica.

Consultorias Além da consultoria sobre registro da marca, os irmãos empresários também fizeram consultoria de mercado, para entender melhor o público-alvo e investiram no desenvolvimento do design da embalagem. “A consultoria me fez rever a ideia que eu tinha sobre a colocação do produto no mercado e o novo design de embalagem me rendeu muitos elogios”, disse Caio. Segundo a técnica do Sebrae, Shirlei Santos, em 2015, quando os sócios da fábrica procuraram o Sebrae, a pesquisa de mercado foi a primeira orientação dada. “Nós orientamos a realização de uma pesquisa de mercado em duas etapas: nos atuais clientes deles que compravam leite e no mercado de varejo em Sal-

vador. A pesquisa orientou sobre os tipos de iogurte, embalagens, preços praticados e oportunidades para o produto no mercado, definindo estratégias de inserção do produto no mercado”, explicou Shirlei. “Tudo isso agregou mais valor ao produto, dando possibilidade de maiores resultados financeiros e crescimento”, ressaltou. Após um longo período de preparação, no início de 2017, os novos produtos foram inseridos no mercado. Caio disse que o mercado ainda é muito competitivo no varejo para o iogurte, mas foi bastante receptivo para o creme de leite. A empresa, que começou com apenas dois funcionários, hoje conta com 15 colaboradores e tem na cartela de clientes grandes hotéis, hospitais, cantinas, indústrias e delicatessens. “Fazemos principalmente vendas ‘business to business’ [comércio estabelecido de empresa para empresa]. A busca do mercado varejista é um novo desafio, o que já era previsto e planejado, desde que contratamos uma pesquisa de mercado junto ao Sebrae”, comemorou o empresário.

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Fotos: JOÃO ALVAREZ

ECONOMIA CRIATIVA

Luana Bomfim transmite beleza e energia para a marca Preta Brasil, que valoriza tendências de moda por meio do artesanato

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Artesanato ditando moda Sebrae contribui com iniciativas de estímulo à sinergia entre a singularidade dos produtos artesanais e tendência de mercado O artesanato vem se destacando na valorização de tendências de moda, levando originalidade e tradição a esse universo. Com seu trabalho na confecção de colares, brincos, pulseiras e outros adornos, a artesã Luana Bomfim transmite beleza e energia para a marca Preta Brasil. Desde que abandonou a atividade de desenhista industrial em uma empresa para se entregar de vez ao ambiente criativo dos adereços, em 2005, Luana revela sua inspiração nas culturas africana e indígena, com uma constante proposta do resgate dessas referências que fazem parte da história de formação do país. “Com isso, busco resgatar nossos ancestrais, na figura daquelas mulheres, e trazer esse olhar para o nosso cotidiano e para os valores dessa realidade”, revela Luana, que trabalha em Salvador com a junção de madeiras, cocos, fibras naturais, elementos harmônicos à natureza. No mundo da moda, a produção artesanal traz a originalidade conferida pelo trabalho manual. O resultado é o valor que passa a ser agregado ao produto, dando uma exclusividade que foge da homogeneização de um processo industrial. Os colares em contas de madeira utilizados nos desfiles do Afro Fashion Day 2016, Projeto do jornal Correio* e parceiros, para

celebrar o Dia da Consciência Negra, revelaram bem essa sinergia do artesanal com a tendência de mercado. “O resultado valoriza não apenas os produtos, mas, de fato, as pessoas por trás dessas peças, e que dão visibilidade a esse universo da moda com suas técnicas”, define Luana. Formalizada como Microempreendedora Individual (MEI) desde 2011, Luana conta com o Sebrae para a inclusão produtiva de sua atividade e para a sustentabilidade do negócio, por meio de cursos de gerenciamento, formação de preço, finanças, design e outros. “Com o Sebrae, a gente passou a ter uma visão melhor disso tudo e aprendeu como deve ser feito o negócio”, revela ela, contabilizando ainda a participação em feiras, rodadas de negócios e eventos do segmento, como o Showroom Brasil Original, organizado pelo Sebrae com a proposta de valorizar e divulgar o artesanato em seu aspecto cultural e de expressão popular. Para auxiliar nesse processo de aprimoramento e profissionalização dos artesãos, o Sebrae Bahia investe há mais de dez anos em atividades diversificadas, que vão desde a melhoria do design até o acesso a mercado. “Esse trabalho com o artesanato é uma forma também de levar referências cultu-

rais locais para o mundo, ampliando a visão sobre essa identidade regional”, explica a coordenadora dos projetos de artesanato do Sebrae Bahia, Tatiana Martins. As peças da Preta Brasil têm uma especificidade ainda maior. Buscam gerar mais do que uma simples peça artesanal, mas um produto sofisticado diferenciado. “O apelo sustentável da marca, com as biojoias produzidas a partir de matérias-primas naturais e da região, agrega ainda mais valor”, conclui.

Oficina Cenário e Tendências da Moda Em evento realizado na cidade de Feira de Santana, no início de junho, o professor, stylist, consultor de moda e apresentador do programa Esquadrão da Moda (SBT), Arlindo Grund, deu dicas ao público sobre como impulsionar negócios de moda. Uma delas está ligada à aposta no uso da criatividade como melhor atitude. “A gente começa a observar quais são as oportunidades desse momento, a desenvolver a criatividade e não se deixar abater, isso é o mais importante”, orienta. Outro destaque do especialista foi a importância de fidelizar os clientes. “O principal é falar local, mas de

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uma maneira global. É trazer a tendência, mas aplicá-la para o universo local. Se a gente tem, por exemplo, o couro que está em alta, como vamos utilizá-lo aqui, que tem um

clima mais quente? Em peças mais leves, como um colete e um short”, exemplificou. A Oficina Cenário e Tendências da Moda foi uma realização do Sebrae

com a parceria do Polo de Distribuição das Indústrias de Confecção da Bahia (Polimoda) e do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Feira de Santana e Região (Sindvest).

As produções da Preta Brasil trazem a originalidade conferida pelo trabalho manual

Sebrae SIM - Sistema de Inteligência de Mercado A plataforma do Sebrae, disponível em www.sebraemercados.com.br, monitora segmentos para prover informações sobre mercados para os pequenos negócios. Essas análises servem para que os empresários tenham Inteligência de Mercado, ou seja, usem o conhecimento e as recomendações produzidas pelo Sebrae como parte de sua fundamentação para as decisões estratégicas do seu negócio. O Sebrae SIM disponibiliza um monitoramento permanente de segmentos, como Moda, Turismo, Construção

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Civil, entre outros. Para a Moda, estão disponíveis no site um guia para montar e organizar a loja, estudos de como fazer pesquisa de mercado, fatores-chave de sucesso no varejo de modas etc. Por meio do Sebrae SIM, é possível se cadastrar em www.sebraemercados.com.br/cadastro, escolher temas de interesse e receber informações de mercado exclusivas via e-mail ou, ainda, deixar perguntas ligadas a uma das áreas de atuação na opção “Perguntas & Respostas”.



Foto: JOÃO ALVAREZ

EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA

Cerca de 120 estudantes compõem as primeiras turmas do curso técnico em Administração com ênfase em gestão empreendedora

Uma sala de aula, muitos futuros possíveis Novo curso técnico gratuito e capacitações para o Ensino Médio da rede pública chegarão a 50 mil alunos baianos 18

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Em 2012, Fred tinha 21 anos e questionava o seu próprio potencial quando começou um curso técnico gratuito em administração, com ênfase em gestão empreendedora. Com R$ 35 no bolso, aplicou o que aprendia no curso e hoje é dono do seu próprio negócio, a Mix Lanches. Essa história se passou na comunidade de Morro das Pedras, em Belo Horizonte, mas pode se repetir em Salvador. Em uma iniciativa conjunta entre Sebrae Bahia e Governo do Estado, o curso técnico, que mudou a trajetória de Fred, tem cinco primeiras turmas baianas, com 120 alunos egressos do Ensino Médio da rede pública, ou que foram bolsistas integrais em instituições privadas. Usando a metodologia da Escola de Formação Gerencial (EFG) Sebrae, implantada há 20 anos em terras mineiras, onde Fred se descobriu empreendedor, a experiência baiana tem aulas realizadas no Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) Empreende Bahia, no bairro de Água de Meninos. Os alunos, selecionados por meio de processo que inclui provas, dinâmicas e entrevistas, passam por um curso de mil horas, com duração de um ano. O curso, iniciado este mês, tem 11 disciplinas, incluindo projetos de tutoria com empresários locais; vitrine com a simulação e exposição de um projeto; e empresa simulada, em que os alunos usam um jogo para gerir um negócio, com um software licenciado. “O Nej (Núcleo de Empreendedorismo Juvenil) chegou para dar um rumo na minha vida. Eu era um Fred antes e hoje sou outro”, lembra o microempreendedor individual

(MEI) mineiro, que não se imaginava à frente de um negócio. “Eu pensava que estava muito distante da minha realidade, porque moro em uma comunidade. Achava que para ser empresário eu tinha que ter um pai rico, fazer faculdade. Nem imaginava que chegaria a esse ponto”, conta ele, que deu os primeiros passos do que se tornaria a Mix Lanches ao produzir e vender palha italiana no colégio. Hoje, ele trabalha com delivery de lanches na sua comunidade e fornecimento de coffee breaks em eventos corporativos.

Educação Empreendedora alcançará 50 mil alunos baianos Além da oportunidade do curso técnico para quem está se despedindo do Ensino Médio, a parceria com o governo levará outro programa para quem ainda está cursando esse período escolar. Selecionados por edital, 33 centros de educação profissional de 27 municípios levarão as metodologias “Despertar” e “Crescendo e Empreendendo” para as salas de aula. Unindo todas as ações, essa será a maior empreitada do Sebrae Bahia no Plano Nacional de Educação Empreendedora (PNEE), implantado pela instituição no estado desde 2014. No total, 50 mil alunos baianos terão contato com os conteúdos até maio de 2018. “O estudante vai desenvolver competências e comportamentos com base em coisas que são reais para ele. Ele vai discutir a vida e o território dele”, explica Flávia Goro-

ni, técnica do Sebrae Bahia. “Um dos objetivos é despertar no jovem que há oportunidades de sobrevivência dignas, que não necessariamente só o emprego.” A transformação de realidade gerada pelo conteúdo, aliás, já pode ser vista na vida de baianos que tiveram a oportunidade de participar de cursos desenvolvidos com o “Despertar” e o “Crescendo e Empreendendo”. Em 2016, mais de 6,5 mil alunos tiveram contato com as metodologias na capital e no interior.

Desempregado, aluno baiano se tornou empreendedor após curso Foi em uma sala de aula reunindo 13 alunos de 16 a 50 anos, do Ensino Médio e do Ensino de Jovens e Adultos (EJA), que Inacilma Andrade conseguiu confirmar o poder do empreendedorismo. Professora da Escola de Ciências Contábeis da Universidade Federal da Bahia (UFBA), ela desenvolveu, de setembro de 2016 a abril de 2017, o projeto de extensão Oficina de Ideias, no qual aplicou o “Despertar” a estudantes de quatro escolas estaduais do Cabula e adjacências – Zumbi dos Palmares, Márcia Méccia, Roberto Santos e Helena Magalhães. Inacilma lembra que muitos alunos viviam em situação de vulnerabilidade socioeconômica, e que o impulso causado pelo curso alterou a rotina deles. Como no caso de um estudante que não conseguia falar bem, chorou ao estar na frente da turma e, após quase desistir das


Foto: JOÃO ALVAREZ

A professora Inacilma Andrade aplicou o curso “Despertar” a estudantes de quatro escolas estaduais do Cabula e adjacências

aulas, surpreendeu a todos em uma apresentação final impecável. Ou o aluno que perdeu um primo envolvido com o tráfico de drogas durante as aulas, pediu permissão para sair e depois retornou para a sala de aula, como prometeu à professora. “O curso deu segurança e aumentou a autoestima dos alunos. Nenhum deles tinha feito um curso, nunca tinham entrado em uma universidade”, analisa Inacilma. “Foi o material do Sebrae que possibilitou essa realização. Mesmo que eu tivesse explicado para as bolsistas o resultado esperado, elas não conseguiriam sem a capacitação”, explica a professora da UFBA, que, com a sua equipe, foi capacitada pelo Se-

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brae para aplicar a metodologia em sala de aula. Assim como Inacilma, 1,2 mil professores, coordenadores e diretores estão sendo capacitados presencialmente para aplicar o programa no Ensino Médio. Por Ensino a Distância (EAD), outros mil serão capacitados até o final do ano. Já no caso dos professores que atuarão no novo curso técnico, eles ainda passarão por uma imersão na EFG, em Minas Gerais. O objetivo é que eles consigam aflorar nos alunos o seu potencial empreendedor, como aconteceu com Jackson das Virgens Lopes, que participou da Oficina de Ideias da professora Inacilma quando era aluno do EJA do Colégio Zumbi dos

Palmares, e tinha acabado de perder o seu emprego em uma empresa de construção civil. “Eu aprendi muitas coisas que despertaram a minha mente. Hoje eu sei o que é compromisso, perseverança, disciplina e atitude”, conta Jackson. Ele, que diz que não sabia nada sobre como montar uma equipe e uma empresa, hoje é MEI, faz parcerias com engenheiros para a realização de obras e lidera os seus próprios trabalhos. “O curso abriu portas e fez despertar verdadeiramente o que eu queria da minha vida. Vi que é esse o caminho que eu tenho para trilhar, e que esse é o dom que Deus me deu”, conclui Jackson, ao lembrar da experiência.


Ilustração: ISTOCK

POLÍTICAS PÚBLICAS

O Fórum estimula o desenvolvimento de políticas públicas no sentido de criar um ambiente favorável para as micro e pequenas empresas

Desenvolvimento econômico passa pelo empreendedorismo Fórum reúne secretários de pastas ligadas ao desenvolvimento econômico para o criação de políticas públicas e fomento do ambiente favorável aos micro e pequenos negócios A pujante economia da cidade de Feira de Santana, localizada a 118 quilômetros de Salvador, é sempre vinculada aos grandes empreendimentos ali implantados, além de sua privilegiada posição geográfica, que torna o município o principal escoador de cargas do estado, por conta do seu entroncamento rodoviário. Mas a economia local, que faz o motor girar, perpassa também pelas micro e pequenas empresas.

Feira possui o terceiro maior PIB da Bahia e é o segundo município com o maior número de micro e pequenas empresas registradas no estado. Dados do IBGE ainda apontam que grande parte da riqueza da cidade vem do comércio varejista, atividade que tem registrada o maior número de empresas na carinhosamente apelidada de “Princesa do Sertão”. O exemplo de Feira de Santana é apenas um entre os 417 municípios

baianos, de grande, médio e pequeno portes, seguindo a rota do interior, que contribui para a economia estadual. Para manter essa linha em ascensão, o desenvolvimento de políticas públicas se faz fundamental para que se crie, nos municípios, um ambiente favorável aos negócios, principalmente às micro e pequenas empresas. Uma iniciativa nacional busca fortalecer, justamente, a atuação

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dos secretários de desenvolvimento econômico nas três esferas: municipal, estadual e nacional. Trata-se do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Municipais de Desenvolvimento Econômico. O Fórum é composto por secretários dos municípios, cujas pastas atuam no âmbito do desenvolvimento econômico. Feira de Santana e região são representadas no Fórum pelo secretário de Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Antônio Carlos Borges. Isso significa que, no âmbito regional, é Antônio Carlos quem representa os municípios de sua região em reuniões estaduais. Nesses encontros, são debatidas questões estratégicas para o fortalecimento econômico de cada município. “O Fórum é importante para a integração dos secretários e, principalmente, troca de experiências. É uma possibilidade de alinhamento das políticas públicas locais, articulando municípios, estado e Federação”. Para além do empreendedorismo, Antônio Carlos aponta que o desenvolvimento econômico passa, principalmente, pela geração de emprego e renda. “Por sua vez, esses aspectos estão também vinculados ao empreendedorismo”, conclui. O Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Municipais é constituído sob a seguinte pirâmide: Fórum Nacional, Fóruns Estaduais, Fóruns Regionais e Secretários e Dirigentes Municipais. Na Bahia, os Fóruns Regionais foram distribuídos a partir dos territórios de atuação do Sebrae, totalizando dez regiões. “A estratégia principal é que os Fóruns Regionais debatam as necessidades para o desenvolvimento daquele território, de

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forma que enxerguem o conjunto. Dessa forma, obtemos uma visão sistêmica do que a Bahia realmente precisa”, explica o analista técnico da Unidade de Ambiente de Negócios do Sebrae Bahia, Marco Dantas. Já o Fórum Nacional reúne os representantes dos estados, o que possibilita a troca de experiência entre as diversas realidades do Brasil. Um dos principais mecanismos para fomentar o desenvolvimento econômico nos municípios, segundo o analista do Sebrae, é a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. “Com a garantia de tratamento diferenciado para os empreendimentos enquadrados no Simples Nacional, é possível movimentar as economias locais”, afirma. Marco ressalta ainda a importância da participação dos secretários municipais no debate para o desenvolvimento de políticas públicas. “O elo entre os empreendedores e a gestão pública são os secretários.” Os municípios contam ainda com a atuação do Agente de Desenvolvimento, que é o responsável pela linha de frente no contato com os empresários locais.

líticas públicas para mais perto dos municípios”, disse. Simões Filho, município da Região Metropolitana de Salvador, tem sua economia influenciada pelo Centro Industrial de Aratu e o Polo Petroquímico de Camaçari, mas, obviamente, tem uma grande representatividade por parte das micro e pequenas empresas. “As grandes empresas têm uma importância fundamental para as economias locais, mas são as micro e pequenas a engrenagem para os municípios. É só observar o que elas representam em termos de presença e geração de emprego”, destaca Djalma. Para o secretário, o Fórum traz a oportunidade de compartilhamento de experiências exitosas. “Nosso foco é fazer com que os gestores públicos insiram as políticas de desenvolvimento no orçamento.” Djalma e o secretário de Desenvolvimento Econômico de Jequié, José Sérgio Nogueira, são os representantes da Bahia no Fórum Nacional. O estado é um dos únicos que possui duas representações na Federação, o que se justifica pelo seu tamanho e diversidade econômica

Formação

Parceiros estratégicos

As atividades do Fórum, formado em 2010, foram retomadas em 2013. A partir daí, desenhou-se uma estratégia para que o Fórum fosse ampliado e fortalecido. O secretário de Desenvolvimento Econômico de Simões Filho, Djalma Machado, destacou que, no início, eram seis secretários, e hoje já foram construídos 13 fóruns espalhados em estados do Brasil. “Nosso objetivo é levar as po-

O Sebrae é um dos parceiros estratégicos na formação dos fóruns estaduais, cujas funções incluem o acompanhamento da regulamentação e implantação da Lei Geral no estado e nos municípios. No que tange à atuação do Sebrae, estão a capacitação dos secretários e promoção de espaços de interação entre esses gestores (encontros, videoconferências, workshops etc.).


Além disso, a instituição produz informação e leva consultoria técnica nos pontos relativos à implementação da Lei Geral e à promoção do desenvolvimento local e regional, com foco no aprimoramento do ambiente de negócios para as micro e pequenas empresas. O Sebrae também tem um papel importante de facilitar a integração do Fórum com outros parceiros, como os tribunais de contas, agências de fomento, governo estadual, agentes de desenvolvimento, entre outros. Outro

papel importante é realizar a articulação interna para integrar a oferta de soluções Sebrae ao planejamento do Fórum estadual. O coordenador executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Bahia (Codes), Jonas Paulo, entidade também parceira do Fórum, afirma que a perspectiva é que o plano de desenvolvimento econômico para a Bahia seja feito na base do diálogo, principalmente com empreendedores. “Estamos conscientes do nosso limite, da cri-

se que vivemos e do que potencialmente pode ser feito. Não se trata de uma política de governo, mas de uma política para o Estado da Bahia. Queremos fazer da Bahia uma referência em desenvolvimento econômico”, enfatizou Jonas, em reunião do Fórum Estadual realizada no Sebrae, em junho. O Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Municipais de Desenvolvimento Econômico tem ainda a parceria da Frente Nacional de Prefeitos (FNP).

Oportunidades das compras públicas De acordo com a Secretária Estadual da Fazenda (Sefaz-BA), na Bahia o volume de compras públicas do Governo é, em média, R$ 4,5 bilhões por ano. Dados da Secretaria de Administração (Saeb) revelam o aumento na fatia de valor pago às MPE por produtos e serviços adquiridos pelo Estado, passando de R$ 150 milhões, em 2009, para R$ 700 milhões, no ano passado. Já são mais de 150 empresas desses portes no sistema de cadastro dos fornecedores. Foto: JOÃO ALVAREZ

Como Microempreendedores Individuais (MEI) e donos de Micro e Pequenas Empresas (MPE) podem superar o desafio de se adequarem às exigências das licitações públicas foi o foco do “Painel de Oportunidades: O Governo Compra na Bahia e Desenvolve Nossa Economia”, realizado em de agosto. Dentre as dificuldades dos donos de pequenos negócios em negociar com o Estado está a regularização cadastral, que inclui a posse de documentos que comprovem a regular situação fiscal e tributária. “A preparação do Sebrae acontece no melhor formato, para garantir que essas empresas cheguem de forma plena às licitações e possam aproveitar a oportunidade que há nas compras públicas”, destaca o superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury. O secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico (SDE), Jaques Wagner, destacou o papel do Sebrae como agente qualificador dos empresários para participação nos certames. “É preciso checar nessa cadeia de fornecedores o que pode ser obtido dos que estão na Bahia, estimular a cadeia produtiva interna”. “Nosso esforço nessa iniciativa é manter a agenda de cooperação conjunta, de forma a estimular o desenvolvimento de nosso Estado”, disse o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fieb) e presidente do Conselho Deliberativo Estadual (CDE) do Sebrae Bahia, Ricardo Alban.

Governo apresenta projeto de compras públicas e desenvolvimento da economia do estado

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Foto: JOÃO ALVAREZ

CAPA

O mineiro, Frederico Teixeira, comercializa as delícias do seu estado em Salvador

Oxe É de Minas traz sabores de Minas para a Bahia Após buscar o Sebraetec, Frederico Teixeira decide abrir e-commerce e aposta na expansão da empresa para novas regiões 24

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O sucesso foi tanto que Fred tomou a decisão de pedir demissão do emprego para se dedicar exclusivamente ao empreendedorismo. “A primeira coisa que fiz foi procurar me qualificar e busquei o Empretec. Logo depois, com o crescimento das vendas, vi a necessidade de buscar uma diferenciação e melhorar meu canal de vendas. Daí surgiu a necessidade de buscar o Sebrae novamente para fazer o Sebraetec”, disse.

Divisor de águas Após fazer o Sebraetec, Fred percebeu a importância de criar um e-commerce para sua empresa. “Quando pesquisava, sempre via o e-commerce como algo que tinha um custo muito alto. Por meio do Sebraetec e das consultorias, conheci ferramentas que me permitiram acompanhar e assegurar melhor os resultados, me ajudando a identificar quais eram, de fato, as necessidades da empresa”, conta, ressaltando que planeja expandir ainda

mais o mix de produtos, ampliando o alcance da empresa em Salvador e demais regiões. Segundo a gestora local do Sebraetec de Salvador e Região Metropolitana, Betina Costa Pinto, o programa foi decisivo para auxiliar no crescimento estruturado e inovador da empresa, que passou do regime microempreendedor individual (MEI) para se tornar microempresa (ME), adequando seus produtos, serviços e processos. “Inicialmente recomendamos que, para a abertura de um negócio virtual, ele deveria contar com uma estrutura mínima de pessoal e estoques, de modo que pudesse se inserir nesse mercado 24 horas no ar. Entre as orientações sugeridas pelo Sebrae, foram destacadas a formalização, comportamento empreendedor, organização, planejamento para implantação do e-commerce, elaboração de um plano de negócios e plano de marketing, além da elaboração do Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE), para auxiliar na ampliação do negócio”, disse Betina. Foto: JOÃO ALVAREZ

Quando o mineiro, Frederico Teixeira, trocou a terra do pão de queijo pela cidade do acarajé, em 2011, não imaginava o quanto que sua vida mudaria. Fred, como é conhecido, veio para Salvador a trabalho, e toda vez que ia para Minas tinha que trazer encomendas de produtos para os amigos. Foi aí que ele percebeu a oportunidade de inovar no setor de alimentação, em Salvador, investindo no nicho de comida regional. “Aqueles queijos que trazia toda vez que ia visitar minha família, de repente, foram me mostrando que poderiam ser sinônimo de empreendedorismo, tornando realidade o sonho que sempre tive de trazer para cá os produtos da minha terra”, lembra. No ano passado, Fred decidiu abrir a “Oxe É de Minas” e passou a vender queijos, requeijão, doces, brigadeiros gourmet, cachaças, provolones desidratados, pão de mel e alguns artesanatos, como caixa para maturar o queijo canastra e copinhos de cachaça. “Carregamos muita história em tudo que trazemos para a Bahia. Não é simplesmente comprar e revender umas delícias por aí. Valorizamos os nossos pequenos produtores rurais, criamos relação com eles, conhecemos todo o processo e etapas de produção. A gente conhece até as vacas produtoras do leite cru que fazem os queijos e doces. Essa é a grandeza do nosso trabalho”, destaca. O negócio começou por meio do WhatsApp, e atualmente a loja virtual está em fase de implantação. “Estamos nos últimos ajustes para ficar tudo bacana e redondo para nossos clientes. Por enquanto, realizamos a entrega delivery. Há ainda a opção de o cliente retirar o produto conosco também”, explica.

Queijos, requeijão, doces, cachaças e provolones desidratados estão entre os produtos ofertados pela Oxe É de Minas

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De acordo com Betina, a consultoria do e-commerce possibilita ao cliente Sebraetec a expansão da comercialização, a abertura de novos mercados e alcance de novos públicos, o aumento das vendas, o incre-

mento da divulgação e exposição dos produtos e serviços, além da melhoria e rapidez na comunicação com os clientes, por meio do envio de cupons de desconto, programas de fidelidade e vale-presentes.

“Cada empresa pode se beneficiar do Sebraetec até três vezes em um mesmo ano, e o programa subsidia atualmente até 70% dos custos das consultorias contratadas”, ressalta a gestora.

Dicas para ter um e-commerce de sucesso Cristiano Chaussard, presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) em Santa Catarina e diretor da Flexy Negócios Digitais, ensina os primeiros passos para abrir uma loja virtual.

1. O que a empresa precisa, inicialmente, para abrir um e-commerce? O primeiro passo é frear o ímpeto de sair executando e contratando plataforma tecnológica. É necessário conhecer o ambiente antes de começar a atividade. É preciso entender que, antes de “montar a loja”, um negócio bem planejado deve existir. Os três passos obrigatórios antes de iniciar uma operação de vendas na internet são: o negócio, a tecnologia e a divulgação.

2. O e-commerce deve ter obrigatoriamente preços mais baixos que os da loja física? Não é necessário. Isso é uma estratégia a ser utilizada ou não. Uma carta na manga que, se não for utilizada, aumenta a margem de cada venda. Mas a realidade deve ser encarada: quanto mais comoditizada for o produto vendido, mais fácil será encontrar semelhantes na internet com preços muito competitivos, e aí é que começa o desafio. Minha dica é buscar diferenciar-se. Procure vender produtos diferentes da concorrência ou adicionar um serviço e atendimento diferenciados. Transmita mais confiança e você conseguirá cobrar mais que a concorrência.

3. Como funciona a divulgação do e-commerce? É diferente da loja física? 26

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Sim e não. As vantagens de se divulgar pela internet é que você pode pagar por clique, ou seja, você só paga pela pessoa que entrou na sua loja. A vantagem da loja física é a permanente importância do ponto de vendas, um ativo caríssimo, que pode custar de R$ 50.000,00 a R$ 1.500.000,00. No entanto, ele é a garantia de que o local onde você instalou a sua loja física, terá prováveis clientes passando em frente à sua loja constantemente. Minha dica é aproveitar sua loja física para divulgar também o e-commerce na vitrine, na sacola, em panfletos e cartões de visita do vendedor que perdeu uma venda, indicando que o cliente compre na internet e remunere com comissão aquele vendedor.

4. De acordo com as estatísticas, a maioria dos e-commerces tende a fechar ou tem sucesso no Brasil? As estatísticas coincidem com as da loja física nesse quesito. Enquanto as físicas fracassam na base de 65% no primeiro ano de atividade, as virtuais ficam na base de 55%. É quase a mesma coisa. O que diferencia é que a estrutura de custo de uma loja virtual é mais baixa, e isso gera um folego maior.

5. O que não pode faltar para um e-commerce ter sucesso? Planejamento, tecnologia, divulgação e muito tempo de dedicação. Não se iluda, você não vai trabalhar menos em uma loja virtual.


Foto: JOÃO ALVAREZ

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

Parceria entre o Sebrae e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e o Edital de Inovação para a Indústria 2017 são opções para possibilitar o desenvolvimento de pequenas empresas

Editais de investimento aproximam pequenos negócios da inovação No momento de desafios econômicos, a preparação para incrementar produtos ou serviços surge como uma solução para quem quer se manter competitivo Os projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), de pequenos negócios do setor industrial, terão um auxílio adicional por meio iniciativas que garantem suporte técnico e redução dos custos. Uma delas é resultado da parceria entre o Sebrae e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que vai estimular a inovação com subsídio do Sebrae de até 70% do valor

que cabe à empresa (1/3 dos investimentos do projeto) e o restante a cargo da Embrapii (1/3) e do polo local Embrapii (1/3). A empresa interessada pode procurar o Sebrae mais próximo, que indicará a unidade Embrapii com a competência tecnológica específica para o projeto. Por essa iniciativa o empresário terá a possibilidade de desenvolver o seu produto por meio de um fluxo

contínuo que dispensa uso de edital para seleção. Na Bahia, a atividade será em conjunto com o Senai Cimatec, para aqueles ligados a Sistemas, Máquinas e Equipamentos Industriais, Eficiência Energética, dentre outros, ou, ainda, com o Instituto Federal da Bahia (IFBA), para as Tecnologias em Saúde. Os inscritos têm a opção de apresentar, inicialmente, apenas a ideia

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do projeto para validação, sendo apoiadas as seguintes modalidades: Desenvolvimento Tecnológico, no qual terá aporte financeiro de até 70% do Sebrae (limitado até R$ 210 mil); e de Encadeamento Tecnológico, com participação mínima da empresa em 10% do valor total do projeto, aporte do Sebrae em até 80%, (limitado até R$ 300 mil). De acordo com o gerente adjunto da Unidade de Gestão do Portfólio do Sebrae Bahia, Leandro Barreto, a maior vantagem para os pequenos negócios, que participam de uma ação como essa, está na possibilidade de ampliar o potencial competitivo por meio da inovação. “E, para isso, se utilizando de recursos não reembolsáveis, ou seja, a empresa não precisa devolver nada, utilizando integralmente em seu projeto inovador”, acrescenta. Outro avanço positivo da parceria está na inclusão de Microempreendedores Individuais (MEI), além de Micro e Pequenas Empresas (MPE), o que favorece, principalmente, as startups de base tecnológica. Há ainda o Edital de Inovação para a Indústria 2017, produto da parceria Sebrae, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Serviço Social da Indústria (SESI), disponível em www.editaldeinovacao.com.br, que tem foco no financiamento de soluções que sejam de interesse da cadeia industrial. Com investimento de mais de R$ 53,6 milhões em recursos, dos quais R$ 20 milhões partem do Sebrae para todo país, as empresas nacionais, incluindo as startups, podem enviar propostas durante o ano todo e se inscreverem nas seis categorias do edital, que contemplam inovação

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tecnológica em empresas de todos os portes e diferentes áreas. De acordo com a categoria, os selecionados podem desenvolver soluções a desafios tecnológicos ou produtos, serviços e soluções que melhorem a produtividade dos ambientes de trabalho e segurança e saúde para os trabalhadores da indústria. O recurso aportado é de caráter não reembolsável e destina-se à fase de desenvolvimento dos projetos de inovação, custeando prioritariamente horas técnicas e matéria-prima. Neste Edital, as empresas poderão contar com o apoio do Sebrae somente nas modalidades B (Desenvolvimento Tecnológico) e C (Encadeamento Tecnológico). Desde o ano passado, as startups aceleradas no Programa InovAtiva têm uma bonificação no Edital de 10% na pontuação dos projetos, que volta a ser aplicada no edital 2017. Lançado em 2014, o Edital de Inovação da Indústria aprovou 759 projetos, em parceria com 649 empresas industriais brasileiras e startups de base tecnológica, com investimentos de mais de R$ 400 milhões em projetos inovadores, até 2016.

Projeto Diferenciação, do Programa Sebraetec, viabiliza inovação O empresário Tiago Motta está entre aqueles que viram na inovação uma perspectiva de melhoria nos processos e ampliação de espaço atuante no mercado. Ele buscou o edital do Projeto Diferenciação, do Programa Sebraetec, para viabilizar a

inovação em sua empresa, a Realce Industrialização Eireli. Localizado no município de Conceição do Jacuípe, o empreendimento pode desenvolver um novo modelo de Luminária Plafon, com uso de sistemas de fabricação e de montagem mais modernos. “O projeto resultou na redução do número de componentes para montagem, no tempo dispensado para isso, e também nos possibilitou o uso de outros tipos de bocais de custo menor”, detalhou o empresário, que contou com o Senai/Cimatec para a concepção do protótipo. O resultado da participação no Sebraetec foi a formatação de um quarto modelo ao portfólio da empresa, um produto com sistemas diferenciados de fixação e custo, pelo menos, 20% menor do que o praticado pela empresa. Após a finalização de questões internas para comercialização, como as embalagens, a nova luminária deve entrar no mercado em setembro. “Sem o edital eu não conseguiria desenvolver o produto nesse curto tempo (novembro/2015 até dezembro/2016) e com um custo tão reduzido que nem se compara. Esse modelo de inovação traz um conceito diferente, de melhorar internamente os processos, tornando a empresa mais competitiva em diversos aspectos”, frisou Tiago. A Realce Industrialização iniciou suas atividades em agosto de 2004 com o propósito de montar chicotes elétricos automotivos para uma empresa. Só em 2014 que passou a investir em uma linha de produção das luminárias para a área interna e externa, além de mangueiras corrugadas.


Foto: TIAGO MOTTA

Com a participação no edital, a empresa de Tiago Motta desenvolve um novo modelo de Luminária Plafon

Parceria A atuação conjunta para que os pequenos negócios possam acessar as práticas inovadoras é avaliada

como essencial pelo diretor geral do Polo Embrapii na Bahia, Handerson Leite. “O Sebrae é uma referência nacional quando se trata de micro e pequenas empresas e tem uma grande penetração nesse público. É

possível destacar, pelo menos, dois grandes papéis relevantes dessa entidade na parceria: cofinanciador, reduzindo os custos de investimento; e o de ser um canal, que abre a possibilidade de acesso ao desenvolvimento de tecnologias representadas pelos polos e unidades Embrapii”, afirma. Handerson afirma que investir em inovação é um caminho para as micro e pequenas empresas se fortalecerem nesse momento de desafios econômicos. “Especialmente se entender que o conceito de inovação é amplo, isto é, inovar não significa só mudar tudo. Um pequeno incremento em um produto ou um serviço também é inovação”, ressalta. Estar atento ao mercado e perceber as necessidades geradas, a partir da crise, revela as possibilidades de se realizar inovações e crescer. Nesse sentido, o Edital de Inovação para a Indústria e a iniciativa da Embrapii têm um diferencial positivo, que é a chance de a empresa participante fazer as correções sugeridas e formatar um novo projeto de forma gradativa. “Uma característica importante dessas duas oportunidades é o fato de serem instrumentos que simplificam e agilizam a avaliação dos projetos e o processo de contratação. Para a Embrapii, o projeto, quando elegível, é construído a quatro mãos, incluindo Sebrae, empresa e o Cimatec. No caso do Edital, as empresas submetem as ideias, e estas, caso não sejam aprovadas, podem receber avaliações que orientarão os ajustes necessários para serem reapresentadas”, explica o gerente de Tecnologia e Inovação Senai/Cimatec, Flávio Marinho.

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Parceria Sebrae – Embrapii Modalidade

Valor máximo aportado pelo Sebrae no projeto (R$)

Desenvolvimento tecnológico – projetos de inovação desenvolvidos em parceria com uma única microempresa ou empresa de pequeno porte

Até 70% da parte da MPE limitado a R$ 210 mil.

Encadeamento tecnológico – projetos de inovação desenvolvidos em parceria com microempresas e empresas de pequeno porte e média ou grande empresa da cadeia produtiva.

Até 80% da parte da MPE limitado a R$ 300 mil

Edital de Inovação para a Indústria 2017 Categoria A – Inovação tecnológica

ditação, utilização de técnicas para

timento máximo de R$ 150 mil por

para grandes e médias empresas:

produção em escala etc. Modalidade

proposta.

projetos de até R$ 400 mil apresenta-

Apoiada pelo Sebrae. Categoria E – Inovação setorial em

dos por empresas industriais desses portes de todos os segmentos. O obje-

Categoria

C

Empreendedoris-

SST e OS: desenvolvimento de no-

tivo é o desenvolvimento tecnológico

mo industrial: instituições âncoras

vas tecnologias, serviços inovadores,

para transformar ideias em inova-

(grandes empresas, investidores e

soluções nos processos e produtos

ção em fato; validação de conceitos,

parceiros) apresentam desafios a se-

aplicados às indústrias prioritárias.

plantas-piloto, melhorias de desem-

rem solucionados por interessados

Inclui temas como higiene ocupa-

penho, testes em geral, acreditação,

(startups de base tecnológica e mi-

cional, ergonomia, gestão de fatores

utilização de técnicas para produção

cro e pequenas empresas). Entre as

psicossociais, do absenteísmo e re-

em escala etc.

soluções apresentadas, a instituição

torno ao trabalho, longevidade, mé-

âncora escolherá com qual empresa

tricas para a saúde, entre outros. Os

Categoria B – Inovação tecnológi-

quer trabalhar. Cada projeto recebe

projetos serão realizados durante 18

ca para micro e pequenas empresas

investimento de até R$ 400 mil. Mo-

meses, com investimento máximo de

e startups: projetos de até R$ 400

dalidade Apoiada pelo Sebrae.

R$ 300 mil por proposta.

dustriais desses portes de todos os

Categoria D – Inovação em segu-

Categoria F – Empreendedorismo

segmentos. O objetivo é o desenvol-

rança e saúde no trabalho (SST) e

industrial em SST e OS: desenvolvi-

vimento tecnológico e demais ne-

promoção da saúde (PS): desenvol-

mento de aplicativos ou ferramentas

cessidades para transformar ideias

vimento de adaptações ou customi-

tecnológicas de soluções para se-

em inovação em fato, colocando os

zações de novas tecnologias, serviços

gurança e saúde do trabalho e pro-

produtos e processos inovadores no

inovadores, soluções nos processos

moção da saúde do trabalhador. Os

mercado. São feitos validação de con-

e produtos aplicados às demandas

projetos serão realizados durante 12

ceitos, plantas-piloto, melhorias de

industriais. Os projetos serão reali-

meses, com investimento máximo de

desempenho, testes em geral, acre-

zados durante 18 meses, com inves-

R$ 75 mil por proposta.

mil apresentados por empresas in-

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Foto: JOÃO ALVAREZ

COMÉRCIO E SERVIÇOS

Euzaria empresa de Zé Pimenta e Kiko Kislansky trabalha com o conceito de capitalismo consciente

Conexão especializada com o mercado Sebrae Conecta oferece soluções direcionadas a segmentos específicos SEBRAE BAHIA

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O consumo além do produto. Assim pode ser definida a proposta da Euzaria, uma marca de moda consciente, como explica um dos sócios da empresa, Zé Pimenta. Genuinamente baiana, a Euzaria nasceu em 2015 dentro do conceito do chamado capitalismo consciente. “Nosso propósito não é vender apenas o produto em si, mas, sim, transmitir ideias positivas, através da compra de nossos produtos”, explica Zé. Ele e seu sócio, Kiko Kislansky, trabalhavam em uma agência de publicidade e queriam investir em um negócio próprio. “Começamos colocando mensagens em camisas para transmiti-las ao mundo.” No início, os sócios vendiam os produtos em uma feira de bairro que acontecia quinzenalmente. O negócio fez tanto sucesso que logo eles viram a necessidade de desenvolver um site para promover mais vendas. Hoje, a Euzaria, além do e-commerce, possui duas lojas físicas em shoppings de Salvador. Os produtos foram ampliados também, como sapatos, bonés, óculos e outros acessórios passaram a compor o catálogo da empresa. E desde sempre, a Euzaria tinha um diferencial no campo social. “Quando começamos a vender camisas, a cada produto vendido, fazíamos uma doação a uma pessoa em situação de rua. Hoje, estamos trabalhando em parceria com o Instituto Aliança e, a cada peça vendida, garantimos um dia de aula para a formação de jovens protagonistas”, explica. Um negócio bem definido, rentável, com diferenciais de mercado e amplo trabalho nos campos de sustentabilidade e responsabilidade social. A

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Euzaria, em pouco tempo, alcançou um patamar que muitos empresários desejariam alcançar em longo prazo. Mas isso não significa que Zé e Kiko deixaram de lado a busca por mais conhecimento. A Euzaria está recebendo a consultoria do Sebrae MEDE. “Entramos agora no freio de arrumação. Começamos já sabendo o que queríamos e por que queríamos. Mas agora precisamos saber aonde queremos chegar”, diz o empresário. Essa consultoria é uma das etapas que o empresário pode aderir ao participar de um dos encontros do Sebrae Conecta. O programa, com agendas acontecendo em toda a Bahia, oferece soluções direcionadas a segmentos específicos. Essa foi sempre uma preocupação do Sebrae: entender e atender às especificidades de cada setor, observando as principais necessidade de intervenções, para potencializar os resultados dos empreendimentos. É nessa proposta que se encaixa o Sebrae Conecta, que consiste em um atendimento especializado, agregando encontros setorizados com especialistas nos principais temas dos segmentos, possibilitando aprofundamento sobre questões que interessam a cada área e fomentando a oportunidade de uma rica troca de experiências entre os participantes. “A abordagem é direcionada a 18 áreas diferentes dos setores de indústria, comércio e serviços, observando a realidade de cada região para priorizar esses atendimentos”, explica a gerente da Unidade de Atendimento Coletivo do Sebrae Bahia, Celia Fernandes. Ainda de acordo com Célia, o Sebrae Conecta atende às especificida-

des de cada empreendimento, com consultorias nas áreas priorizadas pelo empresário para atuação inicial, com acompanhamento dos resultados dessas consultorias e ampliação do escopo de atuação, caso necessário.

Encontro O Sebrae Conecta começa com o Encontro com o Especialista. Essa primeira etapa, como o nome sugere, traz um especialista do segmento em questão para falar de temas específicos que são de interesse do segmento. A empresária de Vitória da Conquista, Márcia Perrucho, participou do encontro realizado para a área de serviços de saúde. Ela é sócia do marido, o cirurgião bariátrico Jorge Faria, na Vitta Saúde, uma empresa de home care, que oferece assistência médica e unidades de remoção básicas e avançadas. Para a empresária, os dois dias de evento agregaram bastante conhecimento e, agora, ela começa a receber a consultoria do Sebrae MEDE, que traz uma consultoria especializada para mapeamento dos principais gargalos e oportunidades do negócio, contribuindo na análise com indicadores de resultados que permitirão aos empresários tomar as decisões mais adequadas para potencializar seu empreendimento. “Mas, quando estamos à frente de uma empresa, somos capazes de identificar os problemas. A consultoria do Sebrae nos ajuda a tirar as ideias e soluções do papel e colocar na prática”, afirma Márcia. Ela espera que, após a consultoria, possa ter uma melhoria na execução e controle de processos.


Assim como a Euzaria, a Vitta Saúde partiu de uma ideia bem definida. Márcia foi pioneira na Bahia nos serviços de home care, abrindo uma empresa na área em 1989. Formada em enfermagem, ela possui diversas especializações na área de administração. “Naquela época, identifiquei esse nicho de mercado, planejei e abri a empresa.” Por motivos pessoais, ela teve que suspender o projeto, mas o manteve guardado para uma oportunidade futura. Em 2013, já vivendo em Vitória da Conquista, retomou a ideia em sociedade com o marido. Contando desde o início com o apoio do Sebrae, a Vitta Saúde foi aberta em 2015. “Esse apoio do Sebrae é fundamental para buscarmos aprimorar a gestão. Não adianta achar que está bom, pois o mercado está sempre em movimento e o negócio pode estagnar. É necessário identificar as oportunidades de melhoria e agir para alcançá-las”, recomenda Márcia.

Melhorias Empresário do ramo de panificação e confeitaria, Enoque Santana também começou a ser atendido pelo Sebrae MEDE neste mês de julho. Ele é proprietário de três estabelecimentos em Salvador: um no bairro de Nova Brasília, outro em Águas Claras e o estabelecimento mais recente do bairro de Sete de Abril. A consultoria foi contratada para o último estabelecimento. “Começamos o negócio sem pegar empréstimo e realizando funções diversas para tornar as primeiras

padarias sustentáveis. Agora, estamos buscando aprimorar a gestão para equilibrar as contas da nossa loja de Sete de Abril.” Enoque é sócio do irmão, Natanael Santana, e os dois resolveram investir no ramo de panificação e confeitaria depois de passarem por experiências como funcionários de empresas do ramo. Enoque veio do município de Castro Alves para Salvador, em 2009, e começou trabalhando como balconista de uma padaria. Depois, passou a atuar como confeiteiro. Após três anos nessa atividade, resolveu sair do emprego e abrir o próprio negócio com o irmão, que na época trabalhava como gerente de uma loja de confecção. Natanael ainda trabalhou em outra padaria, enquanto tentavam alavancar o negócio. Enoque participou do Encontro com o Especialista para a área de

panificação em Salvador e aprovou o evento. Com a consultoria, ele espera reduzir desperdícios e também aprimorar a parte financeira e de recurso humanos da empresa. “Conhecimento é sempre importante para crescermos.” Os Encontros com os Especialistas foram realizados no primeiro semestre de 2017. Os empresários agora estão em fase de implementação das ações propostas. O ciclo do Sebrae Conecta encerra em dezembro de 2017, e um novo ciclo está programado para o próximo ano. Independentemente do programa, as ações de capacitação e consultoria prosseguem ao longo do ano, e os empresários que desejarem mais informações podem obtê-las pelo site www.ba.sebrae.com.br ou pela Central de Relacionamento no 0800 570 0800.

Sebrae Conecta • • •

O ciclo do Sebrae Conecta começa com o Encontro com o Especialista; Em 2017, foram realizados eventos em todas as Cidades-sedes das Unidades Regionais do Sebrae; Os setores atendidos são definidos a partir das identificações de demandas e maiores potencialidades de cada município e região; Após o Encontro com o Especialista, o empresário é encaminhado para atendimento especializado, com acompanhamento, ao longo do ciclo; Para o atendimento especializado, o empresário pode optar pelas diversas soluções disponibilizadas, como consultoria do Sebrae MEDE, Sebraetec, ações voltadas para o mercado, entre outras; Resultado: a empresa trabalha na solução de gargalos específicos e obtém impactos positivos na gestão como um todo.

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Foto: LUIZ TITO

COMÉRCIO E SERVIÇOS

A certificação é um marco de qualidade para o laboratório Gastrolab, em Feira de Santana, sob a administração do empresário e médico Rodrigo Matos

Associativismo com qualidade comprovada Bem-sucedida iniciativa do setor de laboratórios baianos, Rede Labforte é beneficiada com consultoria para certificação e obtém aprovação de seus sistemas de qualidade e competência técnica Uma iniciativa de sucesso, fruto do associativismo entre micro e pequenas empresas baianas de serviços de laboratório e análises clínicas. Tudo começou a ser desenhado ainda em 1997, quando um grupo reunia-se constantemente para tratar de assuntos científicos. Nove anos depois, um novo grupo foi criado, com foco maior na área comercial. A aliança dos dois grupos resultou no surgimento da Rede Labforte – Laboratórios Clínicos Associados da Bahia. Acompanhada pelo Sebrae há quase dez anos, a rede reúne atualmente 40 associados, sendo 85% deles com empreendimentos situados no interior do estado, o que a tornou

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o maior conglomerado de análises laboratoriais do Norte e Nordeste. Diversas ações foram realizadas pelo Sebrae para que o grupo alcançasse competitividade no mercado, sustentabilidade, maior poder de barganha com fornecedores e aperfeiçoamento em processos e nos sistemas de gestão e governança. “Iniciamos o trabalho com a execução da metodologia Central de Negócios, que tinha por objetivo organizar os laboratórios numa rede empresarial”, relembra a gestora do Sebrae, Lúcia Leite. O Sebrae desenvolveu a cultura do associativismo entre os associados, oportunizando também a participa-

ção em ações, como cursos, consultorias, programas na área financeira, de gestão de pessoas, elaboração do planejamento estratégico, plano de marketing, participação no Prêmio MPE Brasil, e a preparação de vários laboratórios clínicos com consultoria de acreditação para certificação ISO 9000 e DICQ. E foi através desse apoio que empresários melhoraram seus processos e atenderam aos requisitos de qualidade e competência exigidas. No último projeto do Sebrae com a Rede, 12 deles foram capacitados pela instituição para serem aprovados nesse processo, e hoje obtém resultados excelentes. “No primeiro


projeto, cerca de sete laboratórios obtiveram a certificação. Posteriormente foram executadas mais consultorias com essa finalidade, e hoje em torno de 90% dos laboratórios ligados à rede estão acreditados, resultado proveniente também de outras consultorias”, explica a gestora. Segundo ela, o processo de acreditação traz para a empresa a conferência de que a sua gestão é feita seguindo os melhores critérios de gestão, que os serviços têm garantia de qualidade. “E esse procedimento, essa atitude faz a diferença. Investir num sistema de gestão da qualidade é buscar ser eficiente e eficaz no atendimento e satisfação de seus clientes internos e externos.” Um dos recentemente beneficiados pela consultoria para certificação foi o laboratório Gastrolab, em Feira de Santana, sob a administração majoritária do empresário e médico Rodrigo Matos. Ele conta o que mudou na empresa após o processo. “Além de ser simbolicamente um marco de qualidade, nós conseguimos implementar algumas mudanças objetivas no laboratório, decorrentes das mudanças de práticas. Nosso nível de governança hoje é outro, melhorou bastante”, avalia o empresário. Ele explica que os processos de melhoria da governança, além de aumentarem a lucratividade e produtividade, propiciam a melhoria na qualidade do produto e a sistematização de processos, com pontos de checagem mais fidedignos e mais precoces. A participação da empresa na Rede também favorece a obtenção de descontos em serviços laboratoriais terceirizados. “Ao contra-

tar esses serviços fazendo parte da Rede o desconto é de 25%”, diz. A nova fase do negócio permitiu também a sua expansão. O laboratório, que contava apenas com a unidade matriz, fechou parcerias com clínicas, e já conta com três pontos de coleta. “Nosso plano é expandir ainda mais”, planeja Rodrigo. “Ficamos muito satisfeitos, e fazer parte da Rede facilitou muito para que tivéssemos essa consultoria e chegássemos ao objetivo que era conseguir a certificação. O Sebrae proporcionou a consultoria, sistematizada de qualidade para que os objetivos fossem alcançados. Ele faz toda a diferença na formação de um empresariado mais forte e de empresas mais competitivas”, pontua Rodrigo, que acrescenta ainda a melhoria da imagem da marca do laboratório, a sistematização dos processos administrativos e a melhoria da autoestima dos funcionários, como outras conquistas da empresa após a consultoria. Segundo a diretora executiva da Rede, Irail Figueiredo, existe uma cláusula no estatuto do grupo estabelecendo o prazo até o final do ano de 2017 para que todos os associados antigos se certifiquem e exigindo, também, que os novos membros sejam certificados ou adquiram a certificação no prazo máximo de até dois anos após sua adesão à associação. Os resultados são apontados como positivos. “Nossa maior conquista foi ter conseguido reunir de maneira respeitosa 40 laboratórios, muitos deles da mesma cidade, onde competem pelo mesmo mercado, com ética, compromisso, cooperação e

união”, destaca a diretora. “Acabamos de fortalecer a Rede Labforte com a certificação de qualidade ISO 9001:2015 e a próxima fase é aumentar a abrangência da associação, sempre com o foco na ética para construirmos uma sociedade melhor”, completa Irail, reafirmando a intenção de promover o fortalecimento dos associados. Para ela, a certificação traz processos mais seguros ao padronizar a qualidade de gestão, elimina o retrabalho e proporciona credibilidade no mercado, demonstrando o compromisso dos laboratórios associados de oferecerem serviços de atestada qualidade, atendendo à legislação e às normas vigentes. “Assim obtemos melhor desempenho do negócio e comercial, economia e redução do desperdício, e ainda melhora a satisfação dos clientes e ajuda no controle dos negócios pela direção”, pontua. De acordo com o gerente regional do Sebrae, Isailton Reis, a Rede vem evoluindo constantemente em seu processo de prestação de serviços. “Nós nos sentimos muito honrados por fazer parte dessa história, desde o processo da formação, passando por todo o processo das diversas capacitações na área gerencial, e agora por termos contribuído também nesse processo de certificação. Fizemos isso através do Sebraetec, nosso programa de apoio à inovação”, declara o gerente. “O Sebrae foi mais um elemento, mas essa conquista se deve a esses laboratórios que acreditaram no seu potencial, e que juntos estão fazendo uma história diferente no segmento de laboratórios na Bahia”, finaliza.

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Foto: ARQUIVO PESSOAL

AGRONEGÓCIO

A partir do acesso com smartphone, o cliente da empresa Buriá tem acesso a todos os dados dos animais, a exemplo de data de nascimento, número de crias, intervalo de parto

Tecnologia a favor do produtor no campo Caso de sucesso do produtor inspira empreendedores do campo na região de Senhor do Bonfim Empreendedor rural desde o ano de 1975, quando adquiriu a Fazenda Jataí, no município de Senhor do Bonfim, Centro Norte baiano, Eduardo Teixeira sempre usou o conhecimento, inovação e tecnologia a seu favor. Já naquela época criava animais melhorados geneticamente e fazia uso de

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silos para armazenar alimentos e garantir a aplicação adequada da dieta. Mesmo utilizando esses conhecimentos como aliados, os longos períodos de estiagem, típicos do bioma caatinga, fizeram com que, em 1999, o produtor migrasse da criação de gado leiteiro para a caprinovinocul-

tura, sendo o primeiro a importar, do Canadá para o Brasil, cabras da raça Boer. Em 2000 a fazenda importou da África do Sul animais da raça Dorper. Assim, a Fazenda Jataí deu origem a Buriá, empresa agrícola que fornece animais dessas raças para todo o país.


Sedento por conhecimento, Eduardo se aproximou do Sebrae em 2010 e, de lá para cá, participou de missões técnicas, promovidas pela entidade, para a Nova Zelândia, Espanha e Portugal. “As missões técnicas para as diversas regiões produtivas em destaque no mundo são bastante relevantes para cadeias produtivas mais diversas. Nos deu a oportunidade de conhecer realidades distintas e aprender com as tecnologias e métodos de produção eficientes”, revela. Eduardo Teixeira diz que o Sebrae tem grande importância no fomento ao conhecimento do empreendedor rural. “Por meio destas missões técnicas, o Sebrae possibilita ao produtor brasileiro abrir seus horizontes e perceber que é possível se profissionalizar e fortalecer o agronegócio brasileiro”. Ele destacou o conhecimento adquirido: “Na Nova Zelândia se destaca a organização de todo o setor produtivo da ovinocultura, percebe-se que há uma efetiva comunicação entre o produtor, o governo e as instituições de pesquisa que trabalham lado a lado para garantir que a atividade permaneça como alicerce da economia do país. Já nas missões técnicas a Espanha e Portugal, cabe destacar a capacidade dos pequenos produtores de verticalizar sua produção, agregando valor ao produto e ocupando mercados específicos como, por exemplo, os queijos da serra da estrela”. “O desempenho de Eduardo foi um divisor de águas para motivar comportamentos empreendedores de pequenos produtores rurais da

nossa região, estimulando o segmento e mostrando que é possível utilizar ferramentas para vendas e comercialização”, explica Geronilson Ferreira, gerente do Sebrae em Jacobina.

de nascimento, número de crias, intervalo de parto, qualidade das crias, dentre outras de relevância para quem cria ou vai adquirir o animal”, finaliza Ricardo.

Site faz leilões virtuais e vendas diretas de animais da empresa Buriá

45% dos donos de microempresas rurais baianas usam smartphones para acessar a web

Nos últimos anos o negócio se revigorou e ganhou novas ideias com a força de Ricardo Teixeira, filho de Eduardo. O jovem tem utilizado as tecnologias a favor do negócio. Ele criou um site (arrematepecuario. com.br) para vender e realizar leilões dos animais da Buriá. “Não há como sobreviver no mercado sem a inserção no mundo virtual. Por meio das redes sociais e do e-commerce conseguimos atender ao Brasil e ao Mercosul divulgando nossos reprodutores e matrizes”, revela. No site Arremate Pecuário são realizados leilões virtuais e vendas diretas para todo o país e ainda é prestado o serviço de divulgações de animais e rebanhos em grupos de WhatsApp compostos de criadores do banco de dados da empresa, bem como nos perfis no Facebook e Instagram (@ovinosdorper) que contam com mais de 23 mil seguidores. Além disso, a Buriá dispõe de sistema de controle e gerenciamento de rebanho por meio do qual, em qualquer lugar do mundo, é possível acessamos todo o banco de dados da fazenda pelo smartphone. “Em alguns cliques temos informações de determinado animal como data

Estudo do Sebrae divulgado em julho mostra que 45% dos donos de microempresas rurais da Bahia usam smartphones para acessar a web. Os principais fatores que levam os produtores rurais baianos a acessarem à internet no seu negócio rural são: uso de e-mail (77,4%); pesquisa de preço/fornecedores (61,3%); serviços financeiros (45,2%); compra de insumos ou mercadorias (38,7%); e serviços do governo (35,5%). A pesquisa nacional foi feita com 4.467 produtores rurais de 27 estados para conhecer a relação entre os pequenos produtores rurais e as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). “O momento atual exige esse alinhamento com as novas tecnologias, o que favorece no acesso a informações para tomada de decisões, melhoria das boas práticas de gestão, acesso a novos nichos de mercado, entre outras vantagens competitivas”, detalha a coordenadora de Agronegócios da Unidade de Atendimento Coletivo do Sebrae Bahia, Adriana Moura. O Sebrae contribui para aproximar o produtor rural desses conteúdos, por meio de soluções a distância (cursos e consultorias).

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ENTREVISTA

Erik Penna

Foto: DAVI RODRIGUES

“É motivador saber que, nos momentos difíceis, podemos encontrar novas soluções, trilhar caminhos diferentes e identificar verdadeiros talentos”

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Integrante da Semana Sebrae de Capacitação Empresa-

cio”, “Atendimento Mágico – Como Encantar e Surpreen-

rial, Erik Penna é palestrante motivacional, especialista

der Clientes” e “O Dom de Motivar na Arte de Educar”.

em vendas com qualificação internacional, consultor e

Em entrevista à revista Conexão, Erik fala sobre a im-

autor dos livros “A Divertida Arte de Vender”, “Motiva-

portância do atendimento como diferencial para peque-

ção Nota 10”, “21 soluções para potencializar seu negó-

nas empresas.

A crise aumentou o índice de empreendedorismo por necessidade. Muitos desses empreendedores não têm tempo de se prepararem antes de abrir o negócio. O que ele deve considerar como prioridade?

petitiva no mercado cada vez mais acirrado. Inclusive uma pesquisa feita pela revista “Pequenas Empresas Grandes Negócios” revelou que 61% dos clientes afirmaram que o bom atendimento é um fator mais relevante do que o preço. Curiosamente, o povo brasileiro tem a fama de acolher bem as pessoas, mas na hora de tratar o cliente a fama é das piores.

O pequeno empreendedor não deve abrir mão de elaborar um plano de negócio. É fundamental pesquisar o mercado, estudar as ações da concorrência e estabelecer diferenciais, além de ter objetivos bem definidos. Um dado preocupante do IBGE (set/2016) diz que, de cada dez negócios abertos no Brasil, seis fecham antes de completar cinco anos. E os principais motivos são: falta de planejamento, escassez de clientes e gestão financeira incorreta.

O que fazer para oferecer qualidade no atendimento?

Como equilibrar as finanças de uma empresa? Qual o principal erro que o empresário comete nessa área? Um erro comum e perigoso é misturar as contas da empresa com as finanças pessoais. Colocar tudo na mesma gaveta é um risco enorme. A dica é separar as contas, criar um fluxo de caixa pessoal, outro da empresa e uma planilha relacionando todas as contas a pagar e receitas.

Atendimento é uma deficiência dos pequenos negócios? Sim, muitas vezes o pequeno empreendedor acaba fazendo tudo quando começa seu negócio. Então quando precisa crescer, contratar e delegar, os problemas surgem e o atendimento é um deles. Ao mesmo tempo, um bom atendimento pode ser uma grande vantagem com-

Treinar, avaliar e reconhecer. Treinar – Antigamente, um vendedor fazia meia dúzia de cursos e, com algum tempo de trabalho, já se apresentava como um expert das vendas. Só se conquista a excelência no atendimento com muita capacitação, tanto por parte da liderança como de toda a equipe de colaboradores. Avaliar – Várias pesquisas apontam que pessoas que estão sendo avaliadas tendem a render mais e melhorar a sua performance. Por isso o empresário deve arrumar uma forma de o cliente avaliar o colaborador que faz o atendimento. Outro dia, vi dois casos: uma farmácia de bairro que colocou uma máquina eletrônica para o cliente clicar e dar a nota do atendente, e o de uma lanchonete, num posto de combustível, que colocou um banner com um número de celular para o cliente enviar por mensagem a nota para o atendimento. Atitudes fáceis, baratas e que geram resultados extraordinários. Reconhecer – Identifique os melhores e reconheça. A meritocracia é altamente indicada e um estimulante para que, realmente, se atenda com qualidade, eficiência e encantamento.

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Foto: JOÃO ALVAREZ

Outro dia, um restaurante e uma agência de viagem fizeram uma parceria interessante. O restaurante tinha cinco mil clientes cadastrados e a agência algo em torno disso também. Uma empresa divulgou o seu produto na base de dados da outra e novos clientes apareceram.

“Curiosamente, o povo brasileiro tem a fama de acolher bem as pessoas, mas na hora de tratar o cliente a fama é das piores”

Como a pequena empresa pode potencializar seus resultados com baixo custo? Com criatividade e inovação. Ficar parado reclamando da crise não vai gerar melhores resultados. Algumas ideias de baixo custo e que costumam render bons resultados, são: Tecnologia – É hora de ampliar possibilidades, ou seja, vender para novos clientes. Mas como atraí-los? Um caminho poderoso é a ferramenta tecnológica chamada “Link Patrocinado”, presente nos principais sites de busca. Pagando uma pequena quantia mensal (que o empresário mesmo delimita a região a ser atendida e o valor que deseja investir), quando algum internauta pesquisar o segmento, seu site aparecerá no topo da lista. Em um único mês são feitas, aproximadamente, 88 bilhões de buscas na internet. Isso significará mais contatos e orçamentos, e novas oportunidades para vender mais. Parcerias com não concorrentes – Que tal dobrar as possibilidades de vendas sem gastar um real? Somar os clientes de outra empresa em seu banco de dados?

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Promover evento – Ficar parado reclamando não aumentará as vendas. O empresário pode criar uma oportunidade e chamar seu cliente. Certa vez, minha esposa recebeu um convite de uma concessionária de veículos para um coquetel de lançamento de um automóvel. Lá, foram 200 pessoas e, com elas, muitas oportunidades de se fechar um negócio.

Qual a influência que funcionários motivados podem ter no resultado de vendas de uma empresa? Sem motivação os dons mais raros permanecem estéreis. Diversas pesquisas apontam que a motivação e o otimismo são fatores determinantes numa alta performance. Mas será que o otimista vende realmente mais que um pessimista? A resposta é SIM. Vi um case muito interessante de uma grande seguradora. Na contratação dos vendedores, fizeram um teste e, assim, puderam dividir o grupo. Após um ano de trabalho, os otimistas venderam 37% a mais e 75% dos pessimistas desistiram do trabalho.

Diante de um mercado em crise, como o empresário pode se motivar? Quando o vento está a favor e tudo segue fácil, qualquer um vende ou executa o serviço proposto. É muito motivador saber que, nos momentos difíceis, poderemos encontrar novas soluções, trilhar caminhos diferentes e identificar verdadeiros talentos preciosos em nossa organização. Portanto, o empresário deve agir com calma. Não adianta se desesperar e jogar tudo para o alto como também não é hora do vendedor, na primeira dificuldade, abandonar o barco. São os mares mais bravos e agitados que costumam formar os melhores marinheiros e marinheiras.


Fotos: JOÃO ALVAREZ

MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL

O aumento do faturamento da Destino Gourmet Food Truck já faz as empresárias, Bárbara e Cátia, pensarem em trocar de categoria para Microempresa (ME)

Amigas abrem negócio após inspiração da Semana do MEI Destino Gourmet Food Truck traz produtos especializados à base de tapioca Tudo começou na Semana do MEI, promovida pelo Sebrae em 2016. Lá, as duas amigas, Barbara Santos e Cátia Mercês, começaram a pensar em se tornar empresárias. Além do despertar para o empreendedorismo, elas também testemunharam, na palestra de Leka Food Truck, o caso de sucesso daquele negócio que oferecia comida de rua com apelo gourmet. O resultado da participação das amigas na Semana do

MEI veio logo em seguida: Cátia e Bárbara se formalizaram cerca de três meses depois. O que ninguém imaginava é que, futuramente, elas dividiriam o mesmo projeto. E foi assim que nasceu a Destino Gourmet Food Truck, empresa de alimentação que fornece produtos à base de tapioca. Formada em economia com especialização em gestão de pessoas, Barbara sempre trabalhou na área

administrativa e financeira. Antes de abrir seu próprio negócio, ela trabalhava como coordenadora de finanças e administração em Camaçari. “Sempre tive vontade de abrir meu negócio, mas não enxergava oportunidade”. Cozinha sempre foi a paixão de Cátia, que desde cedo presenciava a mãe e a irmã colocando os dons culinários em prática. Não por acaso, ela trabalha, há mais de dez anos,

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no ramo de alimentação, e tem especializações em cozinha regional e internacional. Antes do Destino Gourmet Food Truck, Cátia tinha a empresa Sabores Docinho Docinho. “Cheguei a trabalhar na área com contabilidade, mas queria mesmo era aperfeiçoar a minha vocação. O dom eu já tinha e, com os cursos, fui em busca de capacitação.” Após estudo, as empresárias identificaram uma boa oportunidade no mercado de food trucks. “Vimos muitos negócios desse tipo em Salvador, mas os menus eram semelhantes e a oferta de comida saudável era quase zero. Como estou passando por um processo de reeducação alimentar, tivemos a ideia de inovar a partir de produtos à base de tapioca”, lembra Cátia. Quatro produtos, sem glúten, compõem o cardápio do carrinho de comida das duas amigas: o tradicional beiju recheado – em sabores carne-seca, queijo e calabresa; a pizza de tapioca – uma massa especial produzida à base da goma; as punhetas recheadas – que são bolinhos de estudante incrementados com recheios doces e salgados; e o brigadeiro de tapioca. Durante a Semana do MEI de 2017, as empresárias buscaram capacitação, informação e inovação. Elas marcaram presença nos cinco dias de evento, com imersão total nos assuntos relacionados ao negócio. Marketing digital, marcas e patentes, embalagens sustentáveis e cozinha colaborativa estiveram entre os temas das capacitações que elas participaram. “A palestra de marcas e patentes provocou uma mudança estrutural na empresa. Estávamos usando um nome ‘De Passagem’

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que já existia no segmento. Foi então que o Sebrae nos deu o suporte que necessitávamos na mudança do nome para Destino Gourmet e no registro da patente”, explica Bárbara. “A participação em oficinas e capacitações contribuem na gestão. Por mais que o empresário tenha o conhecimento técnico específico do negócio, se faz necessário o desenvolvimento da gestão. Para o microempreendedor individual existem soluções especializadas no perfil do empresário e são todas gratuitas. As presenciais têm, em média, quatro horas de duração e ainda existem opções de capacitação a distância”, explica o técnico do Sebrae, Fabrício Barreto. A relação das empresárias com o Sebrae continuou com a participação em cursos on-line sobre vendas do serviço de Educação a Distância. As microempreendedoras já estão agendando a consultoria on-line. “Essa possibilidade de participar de

qualificações e consultorias, sem precisar sair de casa, nos permite aproveitar mais oportunidades”, avalia Bárbara. Com o aumento do faturamento, Bárbara e Cátia pensam em trocar de categoria e tornar a Destino Gourmet em uma Microempresa (ME). Conseguir se estabilizar no mercado, executar o planejamento, manter a qualidade do produto e do atendimento são os principais desafios das empresárias, que enxergam a vantagem de ter o próprio negócio. “Estamos trabalhando em nosso projeto de vida, que demanda total responsabilidade e dedicação. A nossa recompensa diária é testemunhar que tudo está no caminho certo”, explica. Elas trabalharam no São João de Conceição do Jacuípe e no São Pedro de Amélia Rodrigues. Por atuarem em parceria com as prefeituras, essa oportunidade só foi possível graças à formalização e as devidas comprovações cadastrais com o CNPJ.

Os produtos que compõem o cardápio do carrinho de comida são sem glúten e apresentam menor teor calórico


Nos dois eventos elas venderam, aproximadamente, 1 mil produtos. Os clientes sempre sabem onde elas estão porque as redes sociais são aliadas das empresárias des-

nal de divulgação de seus serviços. Lá, elas informam a programação e a participação em eventos, para que os clientes possam comparecer e degustar as delícias.

de o início do negócio. O Facebook e Instagram são usados para expor as novidades. As empresárias também têm uma lista de distribuição no WhatsApp, que serve como ca-

Cursos gratuitos para o MEI Conheça os cursos gratuitos que o Sebrae oferece para o MEI pela internet, presenciais ou pelo celular. Outras informações podem ser encontradas na Central de Relacionamento do Sebrae (0800 570 0800), no site da instituição (www.ba.sebrae.com.br) ou no Ponto de Atendimento mais próximo. SEI Vender – Mostra como calcular o valor ideal do produto ou serviço e alcançar mais clientes; SEI Comprar – Ensina a negociar com fornecedores, mantendo a qualidade, o preço e o prazo; SEI Planejar – Expõe ferramentas

para melhorar o desempenho da empresa e identificar novas oportunidades; SEI Controlar Meu Dinheiro – Traz os princípios básicos de gestão, que fazem o dinheiro render; SEI Formar Preço – Ensina a encontrar o preço certo para manter o negócio com lucratividade; SEI Empreender – Desenvolve o empreendedor que existe em cada participante; SEI Unir Forças para Melhorar – Mostra as vantagens de empreender em grupo; SEI Administrar – Traz dicas de gestão;

SEI Crescer – Ajuda o empresário a descobrir se é hora de continuar como MEI ou tornar uma microempresa; SEI Design – Apresenta os benefícios do design e suas vantagens competitivas; SEI Clicar – Mostra como o MEI pode usar as ferramentas digitais de forma proativa, que gere possibilidades para o negócio; SEI Contratar – Explica como contratar um empregado e quais as obrigações e direitos trabalhistas. Central de Relacionamento Sebrae (0800 570 0800).

MEI pode agendar consultoria a distância O atendimento acontece por webconferência. O serviço de consultoria a distância do Sebrae no estado é gratuito e oferecido por webconferência agendada. Apenas um computador, tablet ou celular, com acesso à internet e câmera, podem se tornar um meio para os empresários ampliarem o conhecimento e fortalecerem o negócio. A consultoria, voltada para micro e pequenas empresas, tem uma hora de duração nas áreas de Finanças, Marketing, Planejamento, Tributação e Legislação. Para ter acesso a um dos consultores especializados, é preciso agendar, previamente, um horário para o atendimento pela

Central de Relacionamento Sebrae - 0800 570 0800. Como agendar Após realizar a inscrição da consultoria pelo 0800 570 0800, o cliente receberá um e-mail de confirmação com as informações do agendamento e instruções. Na mensagem, o empreendedor encontrará um link para testar a sua conexão de forma simples e rápida. Ao clicar, serão verificadas automaticamente a versão do Flash Player instalada no dispositivo, a conexão do Adobe Connect, a velocidade de conexão da Internet e a instalação do Adobe Connect Add-In. Se o teste identificar a necessidade de instalação de algum plug-in, ele apontará como solucionar a questão.

É importante que o teste seja realizado com antecedência pelo usuário, pois, caso ele indique a existência de algum obstáculo para a realização da webconferência, o empresário poderá realizar os ajustes necessários a tempo para a capacitação. Após confirmar dia e horário de atendimento e realizar o teste, é importante reservar o compromisso na agenda. Caso o cliente precise desmarcar, ele deve comunicar o Sebrae previamente. Do contrário, ele será considerado ausente, ficando impossibilitado de ser atendido pela modalidade a distância por 30 dias. Em caso de dúvidas, é possível entrar em contato com a Central de Relacionamento Sebrae (0800 570 0800).

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Foto: CHARLES ALVES

EMPREENDEDORISMO

Paula e Ricardo Gouveia montaram uma delicatessen a partir de informações fornecidas pelo Radar

Radar Sebrae auxilia casal a investir Os empreendedores de Santo Antônio de Jesus pesquisaram a melhor localização e abriram o negócio em junho Os planos de abrir um empreendimento juntos se tornou realidade para Paula e Ricardo Gouveia em junho deste ano. O casal sonhava em abrir uma panificadora em Santo Antônio de Jesus e o ponto comercial foi indicado pelo Radar Sebrae, ferramenta digital que permite a busca por informações para quem vai iniciar um empreendimento. Para estruturar a empresa, o casal buscou o apoio do Sebrae em Santo Antônio de Jesus. Paula conta que foi no Sebrae que a ideia do negócio se materializou. “O Radar é bem detalhado e oferece vários dados e estatísticas sobre localização, concorrência e público-alvo. O ponto que ele nos indicou foi perfeito. Já estava reformado, projetado para uma padaria e encontramos a loja com os móveis e maquinário”, comemora.

O Radar Sebrae é uma plataforma gratuita de análise de mercado da Bahia voltado tanto para buscar a melhor localização para abrir um negócio como para saber em qual setor investir em determinada cidade e bairro, com base em dados do Sebrae, IBGE e prefeituras. Para utilizar a ferramenta, o empreendedor pode selecionar o bairro ou o tipo de negócio em que planeja atuar. A partir daí, ele terá acesso a informações estratégicas, que auxiliam na fase inicial do empreendimento: sobre o mercado (clientes e concorrentes) e sobre a performance de um negócio (mortalidade, tendências, número de empresas na região, mercado complementar etc.). Paula e Ricardo Gouveia foram os primeiros empreendedores, em

Santo Antônio de Jesus, a efetivarem um negócio a partir das orientações e dados fornecidos pelo Radar Sebrae. Eles até aderiram a outros produtos do Sebrae, como o Plano de Acompanhamento do Desempenho Empresarial (MEDE), um método de consultoria personalizada com especialistas para atender os pontos que a empresa precisa. Dados levantados pelo Sebrae, entre março e junho de 2017, apontam que, em toda a Bahia, o Radar Sebrae foi utilizado por mais de 20 mil pessoas, sendo que mais de três mil acessaram relatórios de pesquisas. Em Santo Antônio de Jesus, delicatessen e padarias aparecem como as atividades específicas mais procuradas pelos empreendedores, seguidas da venda de acessórios pessoais, calçados e tênis.

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O Sebrae possui uma estrutura de atendimento presencial em diversas cidades na Bahia, disponibilizando aos micro e pequenos empresários orientação, formalização, consultoria, capacitação e informação.

Pontos de Atendimento na Bahia Além do Centr Centro o de Atendimento ao Empreendedor Empr eendedor,, o Sebrae Bahia possui 27 eendedor Pontos de Atendimento distribuídos em dez unidades regionais. regionais. Unidade Regional 01 – Salvador / Mercês Centro Centr o de Atendimento ao Empreendedor Empreendedor Av. Sete de Setembro, 261 – Mercês. CEP 40060-000. Tel.: (71) 3320-4526 Salvador / Itapagipe Rua Direta Direta do Uruguai, 753, Bahia Outlet Center,, Lojas 134/135 – Uruguai. Center CEP 40454-260. Tel.: (71) 3312-0151 Alagoinhas Rua Rodrigues Lima, 126-A – Centro. Centro. CEP 48010-040. Tel.: (75) 3422-1888 Camaçari Rua do Migrante Migrante ante,, s/nº – Centro. CEDAP – Casa do Trabalho. CEP 42800-000. Tel.: (71) 3622-7332 Lauro de Freitas Lot. Varandas Tropicais, nº 279, Q. 3, Lote 16, Rua A, Galpão 01 – Pitangueiras. CEP 42700-000. Tel.: (71) 3378-9836 Unidade Regional 02 – Barreiras Av. Benedita Silveira, 132, Ed. Portinari, Térreo – Centro. CEP 47804-000. Tels.: (77) 3611-3013/4574 Unidade Regional 03 – Feira de Santana Rua Barão Barão do Rio Branco Branco anco,, 1.225 – Centro. CEP 44149-999. Tel.: (75) 3221-2153

Foto: DANIELA CARVALHO

Sebrae perto de você O Ponto de Atendimento do Sebrae em Senhor do Bonfim fica localizado na Rua Benjamin Constant, 12, Centro. Funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h30 e das 13h30 às 17h.

Euclides da Cunha Rua Dom Jackson Jackson Berenguer Prado, 325, Centro. Centr o. CEP. 48500-000. Tel.: (75) 3271-2010

Valença Rua Barão Barão de Jequiriçá, Jequiriçá, 297, Galeria o. CEP 45400-000. Central, Centr al, Centr Centro. Tel.: (75) 3641-3293

Itaberaba Rua Rubens Ribeiro, Ribeiro, 253, Ed. Tropical Center,, salas 22/23 – Centro. CEP 46880Center 000. Tel.: (75) 3251-1023

Unidade Regional 08 – Irecê Rua Régio Régio Emília, 62, Praça Mário Dourado – Centro, Centro, Irecê. CEP: 44900-900. Tel.: (74) 3641-4206

Unidade Regional 04 – Ilhéus Praça José Marcelino, 100, Térreo – Centro. CEP 45653-030. Tel.: (73) 3634-4068 Itabuna Rua Paulino Paulino Vieira, 175, Ed. Lizete Mendonça – Centro. Centro. CEP 45600-100. Tel.: (73) 3613-9734 Unidade Regional 05 – Jacobina Rua J. J. J. Seabra, 69 – Estação. CEP 44700-000. Tel.: (74) 3621-4342 Senhor do Bonfim Rua Benjamin Constant, 12 – Centro. Centro. CEP 48970-000. Tel.: (74) 3541-3046 Unidade Regional 06 – Juazeiro Rua Coronel Coronel João João Evang Evang angelista, elista, 22 – Centro. Centro. CEP 48.903-500. Tel.: (74) 3612-0827 Paulo Afonso Rua São Francisco, Francisco, 233 – Centro CEP: 48601-270. Tel.: (75) 3281-4333 / 4223 Unidade Regional 07 – Santo Antônio de Jesus Av. Governador Roberto Santos, 31 – Centro. Centr o. CEP 44572-000. Tel.: (75) 3631-3949

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