Revista Conexão Bahia 205

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edição 205

Verão aquece vendas e alavanca negócios

EMPREENDEDORISMO Renato Grinberg fala sobre Produtora +1! Filmes mostra com empresas com olho de tigre criatividade o cotidiano dos baianos ENTREVISTA



Resultado para o Sebrae é tudo. Uma gestão eficiente gera bons resultados. E resultado é transformar conhecimento em lucro para sua empresa. O Sebrae está aqui para ajudar na gestão do seu negócio. Conheça nossos cursos, palestras e consultorias para lucrar e vender mais. Conte com os especialistas do Sebrae.

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Expediente Publicação do Sebrae Bahia, nº 205, Fevereiro de 2014 Filiada à Aberje

Bons negócios do verão

João Martins da Silva Júnior Diretor-superintendente Edival Passos Souza Diretores Lauro Alberto Chaves Ramos Luiz Henrique Mendonça Barreto Unidade de Marketing e Comunicação

Coordenação Cássia Montenegro (DRT 1052) Equipe Alice Vargas, Mauro Viana, Pedro Soledade, Rafael Pastori, Rodrigo Rangel e Vanessa Câmera. Estagiários: Ceres Martins, Daiane Santiago, Daniela Santos e Thais Almeida. Agência Sebrae de Notícias (Varjão & Associados Comunicação) Mateus Pereira Anaísa Freitas, Carla Fonseca, Carlos Baumgarten, Cristhiane Castro, Cristina Laura, Laiana Menezes, Maria Clara Lima, Gustavo Rozario, Fernanda Barros, Nara Zaneli, Silvia Torres, Tamara Leal, Maiane Matos, Renata Smith e Silvia Araújo. Revisão Maria Clara Lima Edição Carla Fonseca e Gustavo Rozario Edição de Fotografia Mateus Pereira Capa Mateus Pereira Projeto Gráfico Solisluna Editora Editoração Objectiva Impressão Qualigraf Serviços Gráficos e Editora Ltda Tiragem 15.000 exemplares Contato Sebrae – Unidade de Marketing e Comunicação Rua Horácio César, 64, Dois de Julho Salvador, Bahia. CEP: 40060-350. marketing@ba.sebrae.com.br Telefones 71 3320.4557/4558 Agência Sebrae de Notícias Acesse a versão digital: www.ba.agenciasebrae.com.br

desafios e planos para exportar as A estação mais quente do ano chegou joias da terra. e, com ela, as datas comemorativas e Especialista em motivação e gesas festas populares criam o cenário tão de empresas, Renato Grinberg perfeito para abraçar os quatro miconcedeu entrevista à Revista Colhões de turistas de outros estados e nexão durante a Feira do Empretambém do exterior. A edição 205 da endedor, onde ministrou a palesConexão vai mostrar como as emtra “Excelência e alta performance presas aproveitam este período do através da estratégia Olho de Tigre” ano para aumentar o faturamento, no Seminário de Empreendedorisdicas de como driblar os efeitos da mo. O palestrante fala como emsazonalidade e a capacitação dos presários e empreendedores podem vendedores ambulantes licenciatransformar sonhos em objetivos, dos pela Prefeitura de Salvador para resolver problemas e aproveitar as atuarem no Carnaval. A matéria de oportunidades. capa traz ainda dados que apontam Os depoimentos de empresáa Bahia como principal destino turios comprovam ainda como o Forístico do Nordeste e o reflexo desse menta ampliou a participação dos movimento no aquecimento do copequenos negócios nas compras mércio varejista, com aumento sigpúblicas.E confira como, de forma nificativo das vendas. independente e despretensiosa, a O leitor terá acesso aos relatos produtora +1! Filmes tornou-se um de mulheres empreendedoras, a case sucesso. exemplo da cantora Taís Nader. A artista do cenário indepen​ dente da Bahia foi se inserindo no mercado e percebeu a necessidade de se profissionalizar e buscar a formalização junto ao Sebrae. A vencedora da etapa estadual do Prêmio Mulher de Negócios, na categoria Microempreendedora Individual, a artesã Lara Mascarenhas, conta sua Vivire é uma das marcas baianas que aproveitam o verão para colocar em prática novas estratégias de negócio trajetória de sucesso,

Foto: Mateus Pereira

Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Bahia


Sumário 37

6 COMÉRCIO E SERVIÇOS Negócios de verão

11 Políticas públicas Nenhum bicho de sete cabeças

15 Agronegócio 100% orgânico

26 ENTREVISTA Renato Grinberg

17 Inovação e tecnologia Além da receita e despesa

30

30 Economia criativa Música & Negócio

20 Mercado Amigo ou vilão do negócio?

32 indústria Quero ser fornecedor

22 educação empreendedora Educação a distância

34 MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL Joias da terra

37 26

Empreendedorismo +1 grupo irreverente

38 SEBRAE PERTO DE VOCÊ


Foto: Mateus PEreira

Comércio e Serviços

Empresas se preparam para vendas da estação e bom momento do turismo, mas adotam estratégias para garantir faturamento o ano todo e superar os efeitos da sazonalidade

Negócios de verão Planejamento e parcerias são aliados de empresários que querem lucrar com a estação O sol é o senhor absoluto do verão. Por sua causa, as praias ficam lotadas e a estação do calor ganha mais colorido e sensualidade. Se por um lado o astro-rei proporciona sensação de bem-estar, ele também é responsável por aquecer o comércio. Nesta época do ano, as vitrines dos shoppings, bares, restaurantes, ho-

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Revista Conexão

téis incorporam o calor da estação e apostam suas fichas em coleções arejadas, serviço eficiente e na hospitalidade do baiano. A estação mais quente do ano chegou e, com ela, as datas comemorativas e as festas populares criam o cenário perfeito para abraçar os quatro milhões de turistas

de outros estados e também do exterior. Os destinos mais procurados são Salvador, Porto Seguro (sede, Arraial D’Ajuda e Trancoso), Praia do Forte, Morro de São Paulo, Maraú, Imbassaí, Itacaré e Prado. Destaque também para a Costa do Sauípe, as regiões da Chapada Diamantina e o Recôncavo Baiano.


Foto: Mateus Pereira

Principal destino turístico do Nordeste e terceiro do país em desembarques aéreos internacionais, a Bahia tem um fluxo anual de 11 milhões de visitantes, sendo 5,3 milhões de outros estados, 558 mil estrangeiros e 5,2 milhões de baianos viajando pelo próprio estado. A essa fórmula são adicionadas contratações temporárias, liquidações e promoções para atrair um público que movimenta R$ 7,8 bilhões/ano ou 5,7% do PIB do estado, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Com 16 anos de existência e 30 funcionários, distribuídos em quatro lojas (Salvador e Praia do Forte), a marca de vestuário feminino moda praia Vivire é prova viva de que, com um bom planejamento e parcerias, é possível manter a saúde financeira em dia, mesmo em períodos de baixa estação. Por ser uma marca ditada pelo sol, rica em estampas e cores, há um aumento médio de 40% no faturamento nesse período e a contratação de vendedores se faz necessária. “A depender do desempenho, esses colaboradores deixam de ser temporários e passam a integrar o quadro de efetivos”, revela a diretora criativa da Vivire,Virgínia Moraes. A maioria das ações é colocada em prática no verão, mas outras iniciativas são pensadas para atrair os clientes durante o ano todo, a exemplo do Projeto “Entre as linhas da Bahia”, lançado na primavera, que convidou a artista Letícia Matos, conhecida pelas intervenções urbanas em crochês e

ta é se é inverno ou verão’”. Para Virginia Moraes, a aliança com o Sebrae reitera o êxito dos projetos e ações desenvolvidas pela marca. “Executamos planos de ação que serviram para auxiliar a marca no momento de amadurecimento.”

Empregos temporários

No verão, a Vivire aumenta o faturamento em cerca de 40%

mobiliários, para trocar experiências com artesãs da Praia do Forte e promover o comércio local. “Contamos com a parceria da Prefeitura de Mata de São João, do Sebrae, Turisforte, linhas círculo e de alguns empresários. Usamos muito a frase ‘Para quem tem o espírito dos trópicos o que menos impor-

Para o comércio varejista, o verão é aguardado com a expectativa de aumento significativo nas vendas, em especial, para os donos de pequenos negócios. Pedro Antônio da Silva, proprietário da Stok Jeans há 15 anos, faz parte dessa estatística. Com duas lojas no Centro Antigo (Baixa dos Sapateiros e Avenida Joana Angélica), o empresário conta que chega a triplicar as vendas de moda feminina, masculina e infantil no início da estação. “Normalmente, temos um pico de vendas entre os dias 20 e 31 de dezembro, quando o nosso cliente se prepara para o Ano Novo”, afirma. Em meses normais, ele mantém sete colaboradores, mas, com a chegada do mês de dezembro, esse número chega a 20. Conquistar o consumidor nesse período é tarefa que, segundo Pedro, exige investimento em produtos, mas também em capacitação. “O Sebrae é nosso grande parceiro. Muito dos ensinamentos recebidos em cursos que participamos é aplicado no trabalho. Na capacitação sobre merchandising, aprendemos, por exemplo, a melhorar a exposição dos produtos e a dar mais espaço para o cliente circular na loja.”

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Foto: Mateus Pereira

Pedro Antônio da Silva, proprietário da Stok Jeans, aposta na exposição dos produtos para dar mais espaço ao cliente na loja

Capacitação dos ambulantes Com o recente anúncio de mudanças nos circuitos do Carnaval, os ambulantes licenciados pela Prefeitura de Salvador para trabalharem na festa esperam com ansiedade pelo período, que acontece de 27 de fevereiro até 4 de março de 2014. Fabília Silva, conhecida como Dona Fau, participará pela sexta vez da folia, vendendo cachorro-quente no circuito alternativo do bairro de Cajazeiras. Para melhorar ainda mais o serviço prestado du-

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rante a festa e garantir sua licença, ela participou da capacitação de vendedores ambulantes, realizada no Clube Fantoches (Salvador), em dezembro. “Vale a pena conhecer mais sobre como trabalhar no Carnaval e saber das mudanças que vão acontecer, como a existência de um horário certo para retirar os produtos”, destaca. A expectativa é de atender cerca de 6 mil ambulantes. Além das orientações sobre gestão, atendimento ao cliente e, manipulação e higienização de alimentos, os trabalhadores receberam uma cartilha com dicas voltadas para

questões legais e de segurança, e tiveram acesso aos benefícios da formalização como microempreendedor individual (MEI). A cartilha conta com 16 páginas ilustradas e apresenta uma linguagem simples, direta e traz aos ambulantes todas as informações para que eles trabalhem no Carnaval seguindo as normas do município e conhecendo seus direitos e deveres. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Salvador através da Secretaria Municipal de Ordem Pública, do Sebrae e da Associação dos Profissionais Microempreendedores Individuais do Estado da Bahia.


Comércio e Serviços

Como enfrentar os efeitos da sazonalidade Confira a entrevista que a Revista Conexão fez com o analista do Sebrae, Fabrício Barreto, sobre como os donos de negócios podem evitar problemas no período de baixa ou alta temporada.

Analista do Sebrae, Fabrício Barreto, fala sobre sazonalidade Foto: Gustavo Rozario

São raros os setores da economia que não sofrem com os efeitos da sazonalidade. Ao invés de lamentar o cenário, por que não buscar maneiras de reverter este quadro? É preciso pensar em formas de atrair os clientes/consumidores nos períodos de baixa temporada, ou então criar situações para diluir o movimento, quando este tende a se concentrar em um curto espaço de tempo. Para a sócia da Ândora Viagens e Turismo, Adriane Virgilio, que presta atendimento há nove anos ao mercado corporativo e ao mercado de lazer, tudo se resume a ter uma boa estratégia para lidar com os efeitos da sazonalidade, e a parceria do Sebrae fornece as ferramentas apropriadas para o empresário enfrentar qualquer desafio, estimulando o empreendedorismo e a capacitação contínua. “Nessa época oferecemos os mesmos pacotes do ano inteiro, porém divulgamos mais o Nordeste do Brasil e destinos de sol e praia. As operadoras disponibilizam uma gama maior de pacotes para estes destinos.” De acordo com a empresária, existem promoções das operadoras e dos hotéis quando o período se aproxima e estes não conseguem as vendas esperadas. “Então divulgamos para os clientes. O corporativo sustenta a agência na baixa estação, mas temos investido bastante em redes sociais e no site da agência.” E a “receita” para encarar a sazonalidade é composta por planejamento, estratégia e criatividade. Muitos empresários reclamam que os negócios vão mal em dado período, mas mesmo tendo conhecimento que os resultados são piores nestes momentos eles não criam nenhum mecanismo para resolver ou amenizar o problema.

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Boa parte dos comerciantes encara a sazonalidade como o lado negativo no varejo. Como reverter estes efeitos? O primeiro passo é a identificação destes picos, depois construir estratégias inovadoras para superar os déficits com muito planejamento e profissionalismo, pois muitas vezes o empresário tende a utilizar tudo de maneira intuitiva, isto é, sem o mínimo de suporte técnico ou mensuração. Todas as vezes que compramos algo novo tentamos descobrir como funciona usando ou perguntando os atalhos para quem já tentou fazê-lo. Com o planejamento é a mesma coisa. Algumas pessoas tentam utilizá-lo na hora de agir e quando não dá certo perguntam para aqueles que tentaram fazer o mesmo e não tiveram êxito.

A prática de promoções e liquidações é indicada para suavizar a redução de vendas? Quais os prós destas ações? O ponto positivo é o escoamento dos produtos, o giro do estoque, pois o capital de giro é o combustível do comércio. Antes ter uma margem menor do que um produto parado nas prateleiras. Se a estratégia não for bem planejada, pode depreciar o produto. É preciso ficar atento às garantias e possibilidades de trocas. Devemos saber que este cliente, que é atendido no período de alta, tem uma identidade e pode se tornar um potencial comprador para os períodos de baixa, ou seja, invista no relacionamento e conquiste-o.

Diz-se que é importante aliar planejamento, estratégia e criatividade. Como estes aspectos 10

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poderão reverter o período sazonal? Sempre planejar, medir e avaliar as ações de preferência com a participação do operacional financeiro e comercial da empresa. A cooperação e um segmento associativo forte contribuem para a superação das dificuldades. Em Salvador, temos algumas estratégias exitosas, como a Liquida Salvador e o treinamento de funcionários temporários na Baixa dos Sapateiros. Utilizar o planejamento para driblar a sazonalidade significa analisar este período antes e depois dele acontecer, e isso não significa apenas se preparar dois meses antes do Natal para ter mais estoque e atender plenamente esta data, que é considerada por muitos como uma das mais importantes do ano.

Orçamento apertado é impeditivo para que o lojista pense em novas ações? A maioria das empresas é solvente, ou seja, administra compromissos e cresce. Então, a estratégia tem que ser de acordo com a capacidade do empreendimento. Contratação temporária, férias programadas e prospecção de novos canais de comercialização.

Quais as dicas para que os empresários administrem de maneira adequada e como trabalhar para que os funcionários não percam a motivação? Planejar as compras e avaliar utilizando a teoria de Pareto: “80% das consequências advêm de 20% das causas”. A meritocracia participativa é uma tendência para o varejo.


Foto: Gustavo Rozario

POLÍTICAS PÚBLICAS

O proprietário da Art Family, José Ribeiro, ainda não fornece aos órgãos públicos, mas planeja investir nesta proposta com o apoio do Sebrae em 2014

Nenhum bicho de sete cabeças Fornecer para governo não é mais uma realidade distante para os pequenos negócios Sebrae Bahia

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Revista Conexão

rural em direção aos grandes centros urbanos. Durante os eventos, dois públicos de interesse nos negócios – fornecedores e agentes públicos de processos licitatórios – sentam lado a lado. São momentos produtivos, em que os empresários aproveitam para compreender a dinâmica e as exigências, despertando com clareza a percepção de sua capacidade e disponibilidade de concorrência no mercado. “Eles tiram suas dúvidas sobre os procedimentos necessários para concorrer, tomam conhecimento das modalidades, das especificações técnicas, jurídicas e operacionais adequadas às compras governamentais e as diretrizes para contratação do serviço, produto ou obra”, acrescenta Evangelista.

A força dos pequenos Dono da empresa de comunicação visual Art Family, o microempreendedor Individual José Ribeiro se formalizou há um ano e já almeja se organizar e partir para a concorrência no início deste ano. “Percebi que não era tão difícil prestar serviço ao governo a partir do conhecimento adquirido na sexta edição do Fomenta Bahia. Quero ter a oportunidade de mostrar meu trabalho, que envolve serigrafia, impressão digital e sublimação”, conta. No evento, o empresário participou de uma oficina onde aprendeu o processo de cadastramento nos sites de licitações. Ribeiro ainda não fornece aos órgãos públicos, mas planeja inFoto: Mateus Pereira

“Não olhe para o ciclo de vida do produto: olhe para o ciclo de vida do mercado”. A frase do mestre em marketing, Phillipe Kotler, se adequa perfeitamente à proposta do Fomenta - Encontro de Oportunidades para Micro e Pequenas Empresas nas Compras Governamentais. Na ação, criada pelo Sebrae Nacional em 2007, e abraçada pelo Sebrae Bahia dois anos depois, repousa um olhar atento à abertura de mercado do pequeno negócio, vislumbrando a oportunidade de acesso às compras governamentais das pequenas empresas rurais, dos agricultores familiares, empreendimentos individuais e micro e pequenas empresas. O Fomenta trabalha com a intenção de quebrar o paradigma de que só os grandes fornecedores têm condições de participar das licitações governamentais. Por meio de treinamento e oficinas, os encontros de oportunidade cristalizam o conceito de que estas empresas têm um papel estratégico na economia local e nacional, apresentando estrutura e potencialidade para fornecer serviços, produtos e obras com excelência. “Os poderes públicos devem reconhecer que o pequeno negócio cumpre um papel relevante para a economia, sendo responsável pela geração de emprego e renda”, sinaliza o gerente da Unidade de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial, Roberto Evangelista, acrescentando a importância social do segmento na redução do processo de êxodo

Com apenas um ano de formalização, o objetivo do empresário é aumentar a produção em 100% em estamparia de camisas


Foto: Gustavo Rozario

A empresária Maria Bonfim fez cadastro nos sites de licitações e o resultado do trabalho já reflete nas praças públicas de Simões Filho

vestir nesta proposta em 2014. Atualmente, a Art Family gera uma produção pequena numa cartela reduzida de clientes. O seu objetivo é aumentar a produção em 100% em estamparia de camisas. “É um canal de abertura para o meu negócio. Percebi no Sebrae um parceiro para geração de bons negócios. Mesmo sozinho dou conta dos pedidos para personalização de fardamento e camisas para eventos”. Já a proprietária da Darolt Construtora, localizada em Simões Filho, Maria Bonfim Ramos, atualmente compartilha com a nova mentalidade. Ao participar na caravana baiana do VI Fomenta Nacional, em Recife, ela conscientizou-se da força do pequeno empreendedor e afastou de vez o pensamento que tinha em relação às compras governamentais, como algo

muito distante do seu universo de negócio. Envolvida antes com o trabalho empresarial no dia a dia, ela não buscava informação sobre o assunto. “O pequeno empreendedor tem medo de se arriscar e investir e não se atenta a outras possibilidades de avanço. O Fomenta me orientou, as palestras esclareceram muitas dúvidas sobre esta área e abriu novos horizontes”, conta. Com 10 anos de existência, a Darolt realiza obras de construção civil para a Prefeitura de Simões Filho. A empresária cadastrou-se nos sites de licitações e agora se mantém bem informada. Pelo site Coolicitações, ela recebe por email a relação de editais que estão abertos em todo o estado. Animada, ela não quer perder tempo e vai concorrer à licitação da Prefeitura de Camaçari.

Ampliar o poder de venda das MPE Ampliar a participação dos pequenos negócios nas compras públicas é a meta para 2014 do Sebrae Bahia. Um dos alvos é o Projeto de Compras Governamentais da Bahia, fruto de um pacto firmado com o governo estadual, através da Secretaria da Administração. Segundo dados da pasta, atualmente, o governo gasta em compras de bens e serviços cerca de R$ 2,8 bilhões ao ano, sendo que os pequenos negócios participam com R$ 385 milhões, ou seja, 3,7%. As secretarias de Saúde, Educação e Segurança Pública são as que mais adquirem bens e serviços, algo em torno de 65%, das compras totais do governo baiano. “O objetivo do Fomenta é ampliar a parcela das micro e pequenas empresas rurais e urba-

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nas”, afirma o gerente de Políticas Públicas. Uma ação do Fomenta Bahia será realizada em Feira de Santana nos dias 18 e 19 de março. A intenção é reunir empreendedores e gestores públicos dos municípios da região, incluindo Santo Antônio

de Jesus, Santa Bárbara, Serrinha, onde historicamente concentram-se um número significativo de pequenos negócios de variados segmentos. “A cada ano estamos aumentando a participação de ambos os públicos nas ações do Fomenta, provocando a sensibili-

zação e capacitação. Este ano, vamos intensificar ainda mais estas ações de qualificação. O nosso foco é colocar em prática o que diz a Lei Geral, que distingue o tratamento do segmento e coloca muito claro a participação dos MPE nas compras governamentais”, concluiu.

Benefícios da Lei Geral 1. Nas contratações públicas da União,

4. Nas licitações, será assegurada,

jurídicos que assegurem o tra-

dos estados e dos municípios, a ad-

como critério de desempate, prefe-

tamento diferenciado às mi-

ministração pública poderá realizar

rência de contratação para as micro

croempresas e empresas de

processo licitatório:

e pequenas empresas.

pequeno porte previsto no capí-

destinado exclusivamente à participação de micro e pequenas

tulo V - do Acesso aos Mercados,

O que diz o Fomenta

da Lei Complementar Federal 123/2006 - Lei Geral das Micro e

empresas, nas contratações cujo

Pequenas Empresas;

valor seja de até R$ 80 mil; •

em que seja exigido dos licitan-

dimentos, especificações e exi-

tes a subcontratação de micro e

gências dos grandes comprado-

pequenas empresas, desde que

res públicos, das esferas federal,

o percentual máximo do objeto

estadual e municipal, para suas

a ser subcontratado não exceda

aquisições de bens, serviços e

a 30% do total licitado; •

obras, focando nos setores com

em que se estabeleça cota de

forte participação de MPE, sobre-

até 25% do objeto para a con-

tudo pequenos negócios ligados

tratação de micro e pequenas empresas, em certames para a aquisição de bens e serviços de

aos setores e projetos coletivos •

prioritários do Sistema Sebrae;

Cria condições para a ampliação da participação das micro e

natureza divisível.

Sensibiliza os grandes compra-

pequenas empresas no volume

dores públicos para a sua res-

2. Nas licitações públicas, a comprova-

de compras ($) dos governos fe-

ponsabilidade como indutores e

ção de regularidade fiscal das micro

deral, estaduais e municipais e

promotores do desenvolvimen-

e pequenas empresas somente será

suas estatais;

to local, deixando de ser meros

Promove a capacitação das MPE

repositores de estoques;

exigida na assinatura do contrato.

3. As micro e pequenas empresas deve-

para conhecimento sobre os

rão apresentar toda a documentação

principais instrumentos jurídi-

empresas dos grandes merca-

exigida para efeito de comprovação de

cos e operacionais que propi-

dos das compras públicas para

regularidade fiscal, mesmo que apre-

ciem seu acesso no mercado das

que sejam estimuladas a forne-

sente alguma restrição. Nesse caso, a

compras governamentais;

cer para as instituições públicas,

Dissemina boas práticas e

constituindo, assim, mais uma

fornecer subsídios técnicos e

fonte de faturamento.

pequena empresa terá dois dias úteis para apresentar regularidade.

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Divulga amplamente os proce-

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Aproximar as micro e pequenas


Foto: Maurício Maron

Agronegócio

Com união e disciplina, o casal Fernando Botelho e Áurea Viana (direita) e sua filha Patrícia Viana (à esquerda) investem na participação em grandes eventos para prospectar mercados

100% orgânico Chocolates finos do Sul da Bahia ganham mercado internacional

Lançada há apenas dois anos, no Sul da Bahia, a empresa familiar Modaka Cacau Gourmet chegou ao mercado com o diferencial de um produto artesanal feito à base de cacau 100% orgânico, plantado e colhido na própria fazenda do casal de produtores Fernando Botelho e Áurea Viana, no município de Barro Preto, em área de Mata Atlântica. A fórmula é simples:

amêndoas plantadas sem aditivos químicos, em sistema cabruca, sob a sombra de árvores nativas, que são selecionadas e transformadas em barras de chocolate com teor de 70% de cacau, amêndoas doces crocantes, granuladas ou nibs de cacau. Já no primeiro ano, o catálogo de produtos inspecionados pela Associação de Certificação Instituto

Biodinâmico (IBD) foi aprovado pelos consumidores e os empresários investiram em prospecção de mercados nacionais, exportando para estados como Rio de Janeiro e São Paulo, além da comercialização no estado baiano, incluindo a capital. Para atender à atual demanda, a marca processa 1 tonelada de matéria-prima a cada mês.

Sebrae Bahia

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sa vem investindo na participação em grandes eventos. Foto: Divulgação

Com a entrada da empresa em mercados internacionais, o cenário é ainda mais promissor. “Enviamos amostras para países como Colômbia, Argentina, Israel e Japão. Para atender aos novos consumidores, precisaremos aumentar a produção, já em 2014, para patamares superiores a 50%, podendo mesmo chegar a 100%, índice que vai depender da demanda”, afirma o produtor Fernando Botelho. As embalagens dos produtos estão preparadas para o consumidor internacional, com rótulos em inglês, espanhol e português. Para chegar a este ponto do negócio, a participação em eventos serviu como vitrine da Modaka, impulsionando as vendas. A marca de chocolates e derivados foi apresentada em 2012 no Salão do Chocolate, em Salvador, e no Festival Internacional do Chocolate, em Ilhéus. De lá para cá, a empre-

As amêndoas são transformadas em chocolate com teor de 70%, amêndoas doces crocantes, granuladas ou nibs de cacau

Em visita à Itália para participar do 35º Salão Internacional do Gelato, Confeiteiro e Panificação Artesanais, em Rimini, ocorrido entre 10 e 22 de

janeiro, a filha do casal, Patrícia Viana, que ajuda os pais a tocar o negócio, aproveitou para prospectar novos mercados. “Esse é um bom momento para os produtos orgânicos e o exterior está de olho na potencialidade do Brasil nesse setor”, conta Patrícia. A empresa familiar integra o projeto do Sebrae Indústria Setorial Ilhéus – Derivados de Cacau, formatado para auxiliar pequenos produtores do setor a ganhar maior competitividade através de mais visibilidade, melhores condições de concorrência e acesso a mercados. Além dos eventos e rodadas de negócios, o Sebrae auxilia os produtores com capacitação técnica em cursos e seminários. “Em 2013, por exemplo, foi ofertado aos produtores um seminário de Estratégias Empresariais, especialmente formatado para os integrantes do projeto”, explica o gestor do projeto Eduardo Benjamin Andrade.

Projeto Indústria Setorial Ilhéus – Derivados de Cacau Iniciado em junho de 2012, o Projeto Indústria Setorial Ilhéus – Derivados de Cacau atende a 30 empresas de pequeno porte que estão legalizadas e aptas a comercializar seus produtos nos segmentos de produção de chocolate, trufas, amêndoas de cacau salgada e doces e polpas de frutas de cacau. “Depois da etapa inicial de consultorias e prospecção de mercados, o ponto mais importante é que os empresários hoje já estão andando praticamente sozinhos, abrindo seus mercados e comercializando seus produtos. O Sebrae e parceiros continuam a apoiá-los para ter acesso a feiras, participação em rodadas de negócios, inovação em marcas, embalagens e incentivo à participação e formalização de novos produtores”, explica o gestor Eduardo Benjamin Andrade. O projeto também incentiva o fortalecimento do setor através do associativismo e cooperativismo, com ações de tecnologia voltadas para a melhoria dos processos e produtos, identidade visual, higiene e manipulação de alimentos.

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Revista Conexão


Foto: Mateus Pereira

Inovação e Tecnologia

A comunicação entre a cozinha e o salão foi crucial para compreender a realidade do público e produzir apenas o necessário

Além da receita e despesa Restaurante economiza R$ 20 mil por mês depois de adotar boas práticas em gestão

Graças ao Programa 5 Menos que são

hambúrgueres, no sistema à la carte. O

economia de R$ 20 mil por mês e que

Mais, o empresário Pedro Grimaldi

desperdício de alimentos foi o ponto

é mantida até os dias atuais.

identificou um problema crítico que em-

crucial e combatido com ações emer-

Na época da visita do Sebrae ja-

perrava o faturamento do restaurante

genciais, sugeridas pelo programa e

mais passou pela cabeça do empre-

Austrália Steak House, que funciona na

aplicadas por volta de 2011, impedin-

sário que o entrave do Austrália seria

Praça de Alimentação do Salvador Sho-

do que nove quilos de comida fossem

relacionado à produção de alimen-

pping, servindo comida australiana e

para o lixo. A ação representou uma

tos. Com formação em contabilida-

Sebrae Bahia

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sário tem um olhar aguçado às áreas que integram a rede alimentícia, mostrando-se disposto a promover mudanças. Assim, recebeu o Sebrae, há três anos, pois não entendia o que acontecia com o Austrália Steak House, uma vez que todos os restaurantes que mantinha sociedade e administrava (até hoje) andavam bem. O que tinha de errado? Inaugurado em 2009, com uma clientela de 150 pessoas/dia e com 45 funcionários, o Austrália Steak House não conseguia alcançar a margem de lucro desejada. Muitas ações foram adotadas para mudar o quadro. “Como o restaurante não tem uma localização privilegiada, optamos em fazer um trabalho de marketing

Foto: Mateus Pereira

de e vasta experiência no segmento comercial, Grimaldi sempre foi criterioso e organizado, com perfil centrado nas melhorias dos estabelecimentos que mantém sociedade – o Austrália Hamburguerias, no Salvador Norte Shopping, e o Austrália Grill, em Recife; assim como aqueles que gerencia, o Il Polo e Orgânico, instalados no Salvador Shopping. Neles desenvolve uma gestão caprichosa, de forma transparente com suas equipes de funcionários. Constantemente observa receita e despesa, visualiza as necessidades dos clientes, de equipamentos, mede o consumo diário de gás e energia, além de realizar sucessivas reuniões com os funcionários. O empre-

O empresário Pedro Grimaldi estabeleceu metas de desperdício e envolveu sua equipe com ações de incentivo

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agressivo. Analisei criteriosamente a sua planilha de receita e custos, mas não conseguia enxergar qual era o problema de fato que impedia o avanço do faturamento”, conta Grimaldi.

Desperdício de alimentos Na primeira visita técnica do programa, então em 2011, os consultores do Sebrae propuseram a análise dos aspectos abordados pelo 5 Menos que são Mais – matéria-prima, água, luz geração de resíduos e emissão aérea – com o objetivo de reduzir os desperdícios da atividade do restaurante. Após três visitas, constataram na medição diária que muita comida estava indo para o lixo, o que impedia um bom faturamento.


“O nível de desperdício era muito alto, sendo necessário adequar a quantidade de alimentos produzida ao fluxo de clientes. A cozinha do Austrália não tinha controle de produção, costumava jogar muito alimento fora no final do dia, já que não podia aproveitá-lo, nem doá-lo, em função do risco de segurança alimentar”, explica a gerente interina de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae, Maria Carolina Santana. Carolina acrescenta que outra medida adotada no restaurante foi a melhoria da comunicação entre a cozinha e o salão, fundamental para o setor de produção alimentícia compreender a realidade do público e produzir apenas o necessário. Neste sentido, os consultores indicaram algumas ações que foram cruciais para debelar o problema, dentre elas a parada de produção de insumos em grande escala, no período das 12 horas e 13h30. “Neste período, apenas atendíamos aos pedidos individuais

dos clientes”, reforça o empresário. “O Sebrae me fez perceber um problema que estava ali na nossa frente e não víamos. Esse é o comportamento comum da maioria dos empresários que se prende na fórmula da ‘receita menos despesa é igual a lucro’. Não temos um olhar mais amplo da nossa empresa”, avalia Grimaldi. Hoje, ele mantém a margem de lucro satisfatória, além de contribuir com o meio ambiente no controle de produção de lixo. Ele aplica as dicas do 5 Menos que são Mais em todos os estabelecimentos, pretendendo adotar também em mais dois que vai inaugurar este ano. Sempre com foco no desperdício, o empresário tem a preocupação de manter a parceria com os funcionários, estabelecendo metas de desperdício, com a promoção do acréscimo de 10% no salário como forma de incentivo. Para Carolina, o Austrália é um caso de sucesso, “evidenciando um interesse e dedicação dos seus donos, gerando resultados satisfatórios do ponto

de vista econômico e sustentável que duram até os dias atuais”.

Ferramenta de solução O Programa 5 Menos que são Mais é uma ferramenta de solução do portfólio de Inovação e Tecnologia do Sebrae, e tem como finalidade promover o combate ao desperdício das micro e pequenas empresas. Centra-se em cinco aspectos que devem ser considerados pelo gestor no seu estabelecimento, no que diz respeito ao consumo de água, energia e matéria-prima, além da produção de lixo e poluição. “São práticas valiosas que o gestor deve tomar na rotina do seu estabelecimento com foco no desperdício”, alerta a gerente interina de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae, Maria Carolina Santana.

Dicas para evitar o desperdício na empresa

litros por dia. Faça a manutenção das

de eletricidade total da instalação. Para melhor utilização de energia na iluminação:

torneiras e instalações sanitárias para

• Aproveite ao máximo a luz solar e uti-

ÁGUA • Uma torneira pingando desperdiça 46

reduzir o consumo de água; • Instale aerador (peneirinha) nas torneiras da casa para reduzir a vazão; • Procure aproveitar a água das chuvas. Capte-a na saída das calhas e use para limpeza.

lize a iluminação artificial de modo responsável; • Opte por reatores eletrônicos nas lâmpadas

fluorescentes

tubulares

para melhoria de sua eficiência; • Efetue limpeza periódica nas lâmpadas e luminárias em uso;

ENERGIA A iluminação é responsável por cerca de 10% a 15% do consumo

• Desligue a luz quando esta não for necessária ou instale sensores de movimento nos locais de passagem, por

exemplo garagens, vestiários, almoxarifados etc.

MATÉRIA-PRIMA e LIXO Desperdício é gasto extra acrescentado à produção ou à realização de um serviço, sem trazer qualquer melhoria ao cliente. Para reduzir seu custo com matéria-prima e a geração de lixo: • Planeje a produção, evitando produzir e estocar além do necessário; • Avalie o processo de produção em busca de pontos de desperdício; • Use os três R: reduzir, reutilizar, reciclar.

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Foto: Mateus PEreira

Mercado

Para o casal Rosângela Queiroz e Adilton Araújo, a informação é tão importante quanto o dinheiro, sendo essencial para planejar os próximos passos do negócio

Amigo ou vilão do negócio? Saiba quando e como recorrer às linhas de crédito Qual o melhor momento para recorrer ao crédito? O que levar em conta na hora de buscar financiamento? Como se planejar para pagar as prestações e evitar juros? Antes das respostas, é importante esclarecer que o Sebrae não oferece crédito. Na sanha por novos negócios e oportunidades, o empresário embarca num caminho sem volta e que poderia ser revertido com orientação e planejamento.

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Revista Conexão

Para reduzir as dificuldades, o Sebrae divulga diversos programas, serviços e linhas de crédito oferecidas pelo sistema financeiro nacional para capital de giro e investimentos fixos, orienta sobre a elaboração de um estudo de viabilidade econômica do negócio e firma parcerias para ampliar o atendimento e o acesso de micro e pequenas empresas. Implantação do negócio, ampliação, ou mudança de endereço são

alguns dos motivos que levam o empresário a recorrer aos bancos. Atentando aos cuidados na hora de buscar financiamento, altas taxas de juros e excessos de garantias solicitadas pelas instituições de crédito podem ser evitadas. Adilton Araújo e Rosângela Queiroz deram o pontapé inicial com um empréstimo pessoal, o que permitiu materializar o sonho do negócio próprio, mas exigiu do casal plane-


Relação custo x benefício Para a analista da Unidade de Acesso a Mercado e Serviços Financeiros do Sebrae Bahia, Adriana Pereira, para recorrer ao crédito, é fundamental um planejamento prévio,

observando as melhores opções no mercado, comparando custo efetivo da operação e verificando qual a melhor relação custo x benefício. “Assim, o empresário pode negociar com as instituições financeiras e fazer o melhor uso do crédito, que gere resultados para fortalecimento do negócio”, acrescenta. Para ela, o ideal é que o crédito seja utilizado para investimento fixo na empresa, visando expansão e/ou atualização em tecnologia. O crédito também pode ser utilizado para fortalecimento de estoques em datas especiais, sobretudo quando isso significar descontos representativos das compras à vista. “Se o crédito for utilizado para suprir uma eventual necessidade de capital de giro, devem-se analisar as causas do descompasso e saná-las e/ou rever a estratégia de atuação para não incorrer no mesmo problema”, alerta, referindo-se ao efeito de se pegar empréstimos para cobrir empréstimos anteriores. Adriana explica que o empresário deve contratar uma parcela que seja “confortável na projeção de fluxo de caixa da empresa”. É fundamental ainda que sejam reservados recursos para o pagamento na data correta para evitar juros da multa e atualização de valor. “Nunca é demais reforçar a necessidade de um plano de ação para que o uso dos recursos produza resultados que permitam ainda mais folga para pagamento”, completa. O futuro da empresa depende de uma boa administração financeira e a conquista do crédito depende da boa gestão. Por isso, antes de formalizar o pedido de financiamento,

identifique se esse é o melhor momento de investir, qual a opção mais viável e como ocorre o processo de financiamento. Quanto maior o volume de informações organizadas e disponibilizadas pelos empresários, maior a possibilidade de conseguir financiamento.

Cartilhas de crédito O Sebrae disponibiliza Cartilhas de orientação sobre Educação Financeira. Os exemplares estão disponíveis nas Unidades Regionais, com conteúdos que orientam sobre gestão financeira e cuidados no acesso e uso do crédito. Depois de organizar as finanças e elaborar um plano de investimento, é chegada a hora de buscar o recurso. Para conseguir taxas de juros mais atraentes e prazos condizentes com o negócio, é preciso desenvolver um bom relacionamento com as instituições financeiras. A movimentação de uma conta corrente empresarial, a pontualidade com os compromissos financeiros e a utilização de produtos financeiros, como cartão de crédito e cobrança bancária, ajudam na construção desse relacionamento. Foto: Mateus PEreira

jamento e muito trabalho para quitar as parcelas. Proprietários da Academia Integração, em Itapoã, eles sabiam que para manter o negócio sólido era necessário investir e buscaram um empréstimo empresarial no Banco do Nordeste para ampliar as instalações. “Na época, o banco nos encaminhou ao Sebrae e lá construímos um projeto que serviu para nortear nossas ações. Com o conhecimento adquirido através dos cursos de gestão e planejamento financeiro, avançamos para outra linha de crédito com o Banco do Brasil, para aquisição de máquinas e equipamentos. Tivemos problemas com a utilização do empréstimo pessoal, mas ajustamos as contas. Estamos há dez anos no mercado por honrar nossos compromissos e oferecer um serviço de qualidade”, revela Rosângela. Para o educador físico Adilton, o ideal é optar por fontes com taxas de juros mais baratas, com valores e prazos de pagamentos adequados ao fluxo de caixa. “Não deixamos que a dívida se tornasse uma ‘bola de neve’. Hoje, contamos com uma área de 330 metros quadrados e nove funcionários. A informação é tão importante quanto o dinheiro, sendo essencial para planejar os próximos passos.”

As Cartilhas de Educação Financeira também estão disponíveis no site issue.com/sebraebahia.

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Foto: Mateus Pereira

EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA

A empreendedora Juliana Fenner aproveitou a comodidade dos cursos de Educação a Distância (EaD) e se capacitou de dentro de casa, através da internet

Capacitação a distância EaD Sebrae oferece 31 cursos, além de outras soluções educacionais, todos gratuitos Buscando inovar no segmento de produtos naturais, Juliana Fenner foi atrás de capacitação. A falta de tempo não seria um empecilho para a empreendedora, já que ela optou por fazer cursos de Educação a Distância (EaD) ofertados pelo Sebrae.

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Revista Conexão

Juliana participou dos cursos Aprender a Empreender e Iniciando um Pequeno Negócio, justamente para dar os primeiros passos no caminho de abrir o próprio negócio. Os dois cursos são complementares e trazem as noções

básicas para quem quer gerir seu empreendimento. “Estou em fase de testes da produção de uma salada em forma de biscoito. Por enquanto, é uma ideia incipiente. Tive contato com esse tipo de produto na época em que eu morava


no Canadá. Pretendo oferecer um produto natural saboroso e nutritivo”, revela. O foco nesse tipo de negócio justifica-se, segundo ela, pela falta de oferta de lanches salgados, nutritivos, saudáveis e práticos. “Identifiquei essa carência e o que eu quero é oferecer uma solução inovadora”. Fazer o EaD Sebrae, para Juliana, foi uma solução eficaz diante da flexibilidade de horário. Essa é a principal vantagem de realizar um curso a distância. O conteúdo mantém o padrão Sebrae de qualificação. “O material é de fácil acesso e flui de uma maneira lógica. A participação no fórum também é enriquecedora com a troca de experiências”, afirma. Quem tiver interesse, como Juliana, em participar de alguns dos cursos a distância do Sebrae pode acessar o site www.ead.sebrae. com.br e se cadastrar. Na página, encontram-se todos os 31 cursos oferecidos, além de outros conteúdos e soluções educacionais de consumo imediato, como vídeos, jogos e dicas, conforme explica Rodrigo Freitas, gestor do projeto EaD no Sebrae Nacional. Os cursos e conteúdos são direcionados para potenciais empreendedores, empresários e microempreendedores individuais (MEI). “A grande vantagem da metodologia a distância é justamente a possibilidade de realizar um curso na hora e local escolhido pelo aluno. No mundo empresarial o tempo, de fato, é um patrimônio. Logo, o EaD é a melhor alternativa para quem quer ter a liberdade de acessar conteúdo, colegas e tutores de forma que não

comprometa os compromissos empresariais”, diz Rodrigo. O acesso aos cursos é imediato e as vagas são ilimitadas. “De forma gratuita, o aluno começa o curso na hora que quiser”, reforça o gestor do EaD. Após realizar a matrícula, o empreendedor já pode acessar o conteúdo e interagir com outros alunos. Existe uma equipe de tutores pronta para tirar as dúvidas técnicas e uma Central de Ajuda também disponível no Portal (via chat) para esclarecer questionamentos relacionados à navegação no site.

Orientações empreendedoras “Pretendo fazer mais cursos a distância sim e vejo que ainda há muito que descobrir no site do Sebrae. O EaD é uma solução eficaz tanto para quem quer empreender e não sabe bem por onde começar, quanto para aquele empreendedor que busca um incentivo, um apoio, ou até mesmo informações específicas.” A afirmação de Juliana evidencia os resultados positivos que o EaD Sebrae alcança junto a seu diversificado público-alvo. Mas ela ainda faz um alerta: “Aprende-se muito com os cursos, mas é preciso botar a mão na massa e aplicar os conceitos aprendidos. Com isso, eu quero dizer que o aprendizado não depende somente do conteúdo do curso ou do tutor, mas também do aluno, que está do outro lado da tela”. Depois desse primeiro contato “virtual”, a empreendedora seguiu para o Sebrae para um atendimen-

to presencial. “Fui tirar algumas dúvidas. A questão agora é descobrir como tirar as coisas do papel e colocá-las em prática.” Antes de seguir em frente com seus projetos, Juliana ia por um caminho diferente. “Eu cursava engenharia elétrica, mas não estava satisfeita. Foi quando eu me envolvi com a empresa Junior da faculdade que percebi minha identificação com a área de administração.” Assim, Juliana entrou em uma escola de negócios na York University, em Toronto, no Canadá. “Comecei do zero e morei cinco anos lá, me formando em administração internacional. Foi uma experiência incrível e única. Às vezes, basta dizermos um sonoro sim e nos abrirmos para as possibilidades da vida.” Devido a um câncer na tireoide, ela precisou retornar a Salvador e hoje busca colocar em prática os seus planos. “Depois do câncer, aprendi que a alimentação afeta muito nossa saúde física e mental, e pode ser uma poderosa aliada na cura, na redução do estresse.” Juliana deixa a dica para quem quer seguir o caminho do empreendedorismo. “Planejamento é essencial e o Sebrae traz importantes orientações nessa área. Mas a decisão de ir em frente cabe ao empreendedor. Estou começando a descobrir que vale a pena.” E, do próprio exemplo, Juliana mostra que empreender não diz respeito apenas a abrir uma empresa. “Sempre tive vontade de empreender e acredito que podemos empreender em diversas áreas da nossa vida. Basta ter uma atitude positiva”, finaliza.

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Foto: Mateus Pereira

“O aprendizado não depende somente do conteúdo do curso ou do tutor, mas também do aluno, que está do outro lado da tela” Juliana Fenner


Educação gratuita O portal EaD Sebrae possui uma variedade de ofertas, todas gratuitas, entre cursos, minicursos, dicas e jogos, voltadas para empreendedores de diferentes níveis e portes. As opções estão divididas em “Quero Empreender”, “Sou um Microempreendedor Individual”, “Tenho uma Microempresa” e “Tenho uma Empresa de Pequeno Porte”.

Muitos títulos, como Compras Governamentais, são oferecidos tanto para Microempreendedores Individuais e micro e pequenas empresas. Além disso, o empreendedor pode conferir oficinas por celular, dicas, jogos e minicursos, todos disponíveis no portal Ead Sebrae. Confira abaixo a relação dos cursos disponíveis.

Cursos “Quero Empreender” • Aprender a Empreender • Iniciando um Pequeno e Grande Negócio

• Microempreendedor Individual (ofertado também para quem já é formalizado)

Cursos “Sou um Microempreendedor Individual” • Compras Governamentais (ofertado também para micro e pequenas empresas) • Primeiros Passos para a Excelência

• Oficinas SEI (SEI Empreender; SEI Planejar; SEI Comprar; SEI Vender; SEI Administrar; SEI Controlar o meu dinheiro; e SEI Unir forças para melhorar)

Cursos “Tenho uma Microempresa” • Análise e Planejamento Financeiro • Como Vender Mais e Melhor • Formação de Preço de Venda (ofertado também para pequena empresa) • D-Olho na Qualidade: 5Ss para os pequenos negócios (ofertado também para pequena empresa) • Internet para Pequenos Negócios • Atendimento ao Cliente (ofertado também para pequena empresa) • Técnicas em Venda (ofertado também para pequena empresa) • Gestão Visual de Loja (ofertado também para pequena empresa) • Gestão de Cooperativas de Crédito

• Gestão de Pessoas (ofertado também para pequena empresa) • Controles Financeiros (ofertado também para pequena empresa) • Gestão Empresarial Integrada (ofertado também para pequena empresa) • Condições de Venda para o Mercado Externo (ofertado também para pequena empresa) • Procedimentos para Exportação (ofertado também para pequena empresa) • Planejamento para Exportar (ofertado também para pequena empresa) • Boas Práticas nos Serviços de Alimentação

Cursos “Tenho uma Empresa de Pequeno Porte” • Gestão de Qualidade: Visão Estratégica

• Gestão de Inovação: Inovar para Competir

Acesse: www.ead.sebrae.com.br

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Foto: Mateus PEreira

ENTREVISTA

“Se o mundo empresarial é uma selva, seja o predador”

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Entrevista Renato Grinberg

Empresas com olho de tigre “O mundo empresarial está cada vez mais competitivo. Vivemos em uma verdadeira selva corporativa na qual todos os dias você precisa lutar muito para crescer.” Especialista em motivação, excelência profissional e gestão de empresas, Renato Grinberg, apresentou para os visitantes da Feira do Empreendedor 2013 a palestra “Excelência e alta performance através da estratégia olho de tigre”, que mostrou aos empresários e empreendedores como transformar sonhos em objetivos, resolver problemas e aproveitar as oportunidades. Autor de best-sellers de carreira e negócios como “A estratégia do olho de tigre” e “O instinto do sucesso”, ambos lançados pela editora Gente, o palestrante afir-

Quais as características do empresário com “olho de tigre”? E como desenvolver essa atitude vencedora? O empreendedor é qualquer pessoa que queira ter sucesso. Não precisa ter necessariamente um negócio. Ele pode ser o funcionário com uma mentalidade empreendedora. Desenvolver a estratégia do “olho de tigre” é ter uma atitude vencedora e sempre buscar a excelência nos processos. Não importa o que você faça. Seja vendendo peças de automóvel ou sanduíche. Sempre é possível fazer melhor. Por isso é importante buscar entender seu cliente. São sete os passos que traçam o perfil do empresário ou empreendedor de sucesso. Conhecer suas fortalezas e fraquezas, transformar seus sonhos em objetivos, ser dedicado e resiliente, ser criativo ao resolver problemas, aproveitar as oportuni-

mou que mais importante do que informações o profissional precisa ter um conjunto de qualidades para ter sucesso no mundo dos negócios. As estratégias do olho de tigre incluem conhecer suas fortalezas e fraquezas, transformar seus sonhos em objetivos, ser dedicado e resiliente, criativo ao resolver problemas, aproveitar as oportunidades, turbinar seu networking e cuidar do seu posicionamento. A revista Conexão entrevistou o professor do programa de MBA da HSM Educação, pós-graduado em marketing pela University of California que, aos 25 anos, trocou a carreira de violonista clássico para tentar a vida nos Estados Unidos.

dades, turbinar o seu networking criando relações com clientes, colegas e gestores/subordinados e cuidar do seu posicionamento. A estratégia é algo que todos nós precisamos desenvolver e manter para atingir metas profissionais. Algumas pessoas desenvolvem de maneira mais intuitiva, outros precisam de auxílio e de uma metodologia. Adaptei essa expressão para o mundo corporativo, pois percebi, por meio da minha trajetória e de centenas de executivos que entrevistei, que os profissionais de sucesso possuem esse olhar. Para alcançar a alta performance é fundamental fazer uma avaliação lúcida sobre suas forças e suas fraquezas, de forma a atingir suas metas mais rapidamente. Mas, para não se abater diante das dificuldades, não basta a garra. Também será preciso distinguir-se pela dedicação e resiliência –, esta última, uma qualidade muito valorizada atualmente, carac-

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se tornou um negócio em si. Por isso, não deixe de participar de feiras, palestras e seminários.

No mundo corporativo, muitas vezes, a ideia que temos do “olho de tigre” é a do empresário disposto a tudo para atingir seus objetivos. É justamente o oposto. O olho de tigre é uma atitude vencedora. É a obstinação que faz uma pessoa

Foto: Mateus PEreira

terística de quem consegue lidar com problemas sob pressão sem perder o equilíbrio emocional. As metas traçadas devem ser claras. É preciso saber aonde você quer chegar e executar um planejamento para tornar isso realidade. Muitas pessoas falam que são extremamente dedicadas, mas não têm retorno. Não adianta ser dedicado e não ser eficiente. E para isso, é preciso usar o tempo com inteligência. Outra dica é ter em mente que ninguém se faz sozinho e uma rede bem articulada, com aliados estratégicos, alavanca seus objetivos e potencializa o sucesso. O “networking” é tão importante que

“O empreendedor tem que saber engolir sapo para alcançar uma meta”

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ter alto nível de excelência. A expressão foi garimpada do filme Rocky e significa ter garra, determinação, precisão e força. Não tem nada a ver com ser truculento ou tirano, mas, muitas vezes, ser humilde e generoso. É possível ter “olho de tigre” no ambiente corporativo sem perder a ternura. A grande questão é buscar se superar e não ser antiético. O empreendedor tem que saber engolir sapo para alcançar uma meta. Por isso a importância de se autoconhecer.

Como utilizar nossos instintos a favor do negócio? Os instintos são inerentes ao ser humano. O que você pode fazer é direcioná-los de uma maneira positiva para alcançar um resultado. Não podemos deixar o medo paralisar nossas ações. Com cautela, planejamento e conhecimento é possível aperfeiçoar métodos, processos eficientes e definir aonde queremos chegar. Defenda seu sucesso com unhas e dentes e use seus instintos para vencer. Apesar de o homem ter saído da vida selvagem, a mesma não saiu de dentro dele, e os instintos primitivos se conservam em nós, o que muitas vezes causa problemas no mundo profissional. É uma viagem interna que precisa ser respeitada.

Como os empresários de pequenos negócios podem transformar seus sonhos em objetivos? Ao contrário dos sonhos, os objetivos são tangíveis, pertencem à realidade e têm características muito claras: são específicos, são mensuráveis, são planejados, são flexíveis e têm prazo. Para se tornar realidade, o sonho precisa ser primeiro transformado em um objetivo, pois, só assim, você pode criar um plano para atingir aquele sonho, ou seja, o seu objetivo. O grande segredo é saber definir objetivos. Um objetivo definido corretamente já está 50% atingido. É preciso usar seu tempo e conhecer o seu negócio para ter resultados. A criatividade não é ca-

pital apenas dos artistas. O simples fato de você encontrar soluções para os problemas é uma atitude criativa. As pessoas com atitude vencedora enxergam as oportunidades em pequenas coisas. O ticket da loteria nunca vem premiado, as oportunidades sempre vêm disfarçadas.

Hoje o capital mais importante é o intelectual. Como as empresas têm se adaptado para reter talentos? Esse é um dos grandes desafios da atualidade. Cada vez mais, as consultorias nas multinacionais são direcionadas para o capital humano. O produto é fácil de copiar, os preços são similares e a internet é o grande canal de distribuição e promoção. Ou seja, a grande vantagem competitiva está nas pessoas. É preciso entender as necessidades do colaborador para fornecer ferramentas para que este execute melhor suas tarefas. Quando isso acontece, você cria um ambiente favorável para novas conquistas e desafios. O que implica em satisfação, no sentimento de pertencimento e na permanência dos mesmos.

Como a Feira do Empreendedor pode contribuir para desenvolver essa atitude vencedora? A feira é o ambiente ideal onde são criados agentes multiplicadores desse espírito empreendedor. Os visitantes voltam para casa ou empresa motivados a implementar as noções de gestão do negócio. A grandiosidade do evento é refletida no número de visitantes, caravanas, participantes que lotam os seminários, consultorias, oficinas, capacitações e rodadas de negócios. Nesse espaço é possível também avançar no sexto passo, que é construir ou fortalecer seu networking. É preciso pensar como dono da empresa. O erro mais comum do empreendedor que está começando é fazer o que acha que é certo e não o que o mercado necessita.

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ECONOMIA CRiativa

Fotos: Mateus PEreira

Música & Negócio

A microempreendedora individual Taís Nader mostra a importância de profissionalizar negócios criativos

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bons motivos para a formalização. Mas com a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, sancionada em 2006 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os empresários ganharam um incentivo extra para procurar o Sebrae e legalizar sua empresa. Essa lei determina um tratamento diferenciado, simplificado e favorecido aos pequenos negócios. Entre os benefícios estão é a facilidade no pagamento de impostos, na obtenção de crédito, no acesso à tecnologia, na exportação, na venda para o governo e até na formalização. Além disso, a Lei Geral desburocratiza os processos administrativos e gera mais oportunidades de crescimento para o empresário e para a empresa.

Parceria A relação de Taís Nader com o Sebrae ganhou ritmo e força na Feira do Empreendedor 2013, que aconteceu em outubro, no Centro de Convenções da Bahia. A sua linguagem artística foi uma das atrações do Espaço de Economia Criativa. A ar-

tista participou ainda das Rodadas de Negócios de Música, que contou com a participação de 13 vendedores e seis compradores do ramo. “As rodadas foram importantes para aproximar as partes interessadas e são fundamentais para estabelecer uma relação de confiança, além de gerar parcerias. É uma oportunidade de recebermos um feedback das distribuidoras digitais, que são essenciais para os artistas independentes”, afirma a cantora. Este ano, Taís começou com uma agenda cheia de novidades, dentre elas participou do primeiro show de Daniela Mercury transmitido pelo canal Multishow ao vivo para todo o país; levou seu trabalho a 10 capitais brasileiras nos festivais do Movimento HotSpot; foi selecionada para cantar no Carnaval de Salvador num trio elétrico do Governo do Estado da Bahia; e retomou seu projeto de ocupação dos coretos da capital baiana, com três edições acontecendo na Programação Oficial da Cidade do Salvador na Copa das Confederações. Foto: Celia Santos

Taís Nader mergulhou em si mesma, tomou fôlego e subiu à tona para se entregar profissionalmente ao universo dos sons em 2003. Veterinária de formação, ela remexeu no baú de memórias e revelou os registros que indicam um interesse juvenil pelos palcos, ou melhor, pela música. O pai colecionador de vinis clássicos e a mãe santo-amarense foram os responsáveis por inocular a cadência sonora traduzida em composições, figurinos e performances. Mas só aos 23 anos, ao enfrentar problemas de saúde, sua verve artística foi despertada numa explosão de emoções. “A transição foi rápida, intensa e quando percebi já cantava na noite. Foi quando a artista Clarice Abujamra ouviu meu som e fez o convite para eu cantar em São Paulo. Um ano depois, voltei para Salvador para gravar meu primeiro disco.” Na sua lavra estão o “Apaixonante”, “O Amor em Movimento” e um EP com produção musical de Luisão Pereira, além de composições gravadas por outros artistas, a exemplo de Daniela Mercury, Carla Visi e Gabriel Povoas. Artista do cenário independente da Bahia, Taís foi se inserindo no mercado e percebeu a necessidade de se profissionalizar e buscar a formalização junto ao Sebrae. “Na época não existia a figura jurídica do MEI e tínhamos que pagar mais tributos, além de contratar um contador. Hoje, pagamos um valor mensal fixo e honesto. Sem falar que consegui de forma muito rápida e eficiente todas as informações através da Central de Relacionamento do Sebrae”, revela. Sair da informalidade para receber um CNPJ e poder contratar funcionários com carteira assinada já são

Cantora considera que Rodadas de Negócios de Música aproximam empresários do setor e fomentam parcerias

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Fotos: Mateus PEreira

Indústria

Roque Cambuí e Peter Morris decidiram juntar suas expertises e apostaram num mercado promissor tanto no Brasil como na Bahia

Quero ser fornecedor Empresários se preparam para atender às demandas da indústria petrolífera

Uma empresa que surgiu a partir da colaboração. Após se conhecerem no Projeto de Adensamento da Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás e Energia, promovido pelo Sebrae e Petrobras, os empresários Roque Cambuí e Peter Morris decidiram juntar suas expertises administrativa e técnica e abriram juntos a Fibra

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Engenharia. A empresa, fundada em 2012, já soma importantes vitórias no mercado baiano, tendo a Coelba como cliente, e está aprovada no cadastro de fornecedores da Petrobras. O serviço fornecido é o de soluções de comunicação, tecnologia, mobilidade e monitoramento. A Fibra Engenharia desenvolve proje-

tos de telecomunicações por meio da integração de serviços como cabeamento estruturado, rádio comunicação, fibra ótica, links de rádios de alta e baixa capacidade e circuito fechado de TV, além do VFibra, um sistema remoto de monitoramento florestal criado pela própria empresa.


Hoje, com cerca de 20 colaboradores trabalhando no negócio, os sócios querem ganhar cada vez mais mercado. “Com apenas dois anos de fundada, a Fibra Engenharia já tem grandes conquistas. A ideia agora é expandir o nosso trabalho para outros estados e atuar em diferentes setores”, conta Roque Cambuí. “Nós já estamos nos preparando para fornecer neste ano de 2014 para o setor de petróleo, gás e energia”, completa Peter Morris. Os sócios estão no caminho certo. Os números do setor revelam um mercado promissor tanto no Brasil como na Bahia. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o setor de Petróleo e Gás (P&G) cresceu mais de 300% desde 1997 no país e é responsável por 12% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A expectativa é que esse número chegue aos 20% nos próximos dez anos. A Bahia não fica atrás. A cadeia produtiva do setor atua desde a exploração e produção até a comercialização dos derivados do petróleo e, atualmente, o estado é o 3º em número de poços produtores de petróleo e gás natural, além de possuir a 6ª maior reserva destas fontes de energia do país. Para 2014, o setor trará oportunidades para as empresas da cadeia produtiva com o Estaleiro Enseada do Paraguaçu, fruto de um investimento privado de R$ 2,6 bilhões, e com a instalação de um polo industrial voltado para os setores de petróleo e gás natural e naval na região do Recôncavo Baiano. Além disso, a 12ª Rodada de leilões da ANP, realizada no final de 2013, pode trazer aproxi-

madamente R$ 650 milhões em investimentos privados nos próximos cinco anos, aumentando a competitividade da economia do estado.

Qualificação empresarial Com a intenção de auxiliar os empresários nesse mercado, atuam o Projeto de Adensamento da Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás e Energia e a RedePetro Bahia. Iniciado em 2004, o projeto é fruto de um convênio firmado entre o Sebrae e a Petrobras com o objetivo de fortalecer as micro e pequenas empresas (MPE) baianas, aumentando sua competitividade e sustentabilidade enquanto fornecedoras diretas, indiretas e potenciais da cadeia produtiva do setor de petróleo, gás e energia. A gestora do projeto no Sebrae, Aline Lobo, explica que a ação já atende a mais de 200 empresas. “Trabalhamos com ações de mercado, de estímulo à cooperação e inovação e capacitação empresarial, estimulando assim um aumento da competitividade das empresas participantes”, afirma. Para Peter, o projeto viabiliza uma maior competitividade das empresas que atuam na cadeia produtiva. “A ação favorece acesso ao mercado, o contato com os clientes, a realização de negócios entre os participantes além de disponibilizar conhecimento na área.” Os segmentos tidos como prioritários para este projeto e que se caracterizam como uma demanda do mercado para as MPE são Manutenção industrial (usinagem industrial, caldeiraria, proteção e recuperação

de superfícies), Instalação e montagem industrial (mecânicos, eletrônicos e telecomunicações), Serviços especializados (análise, medição, ensaio, inspeção, tecnologia da informação e automação), Serviços diversos (saúde ocupacional, conservação e manutenção, segurança patrimonial, hotelaria, alimentação e vestuário), e Comércio de produtos siderúrgicos, petroquímicos, offshore e navipeças. Os empresários interessados em participar do projeto ou obter mais informações podem entrar em contato pelo e-mail projeto.petroleo@ ba.sebrae.com.br.

RedePetro Bahia Um dos resultados do Projeto de Adensamento da Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás e Energia é a RedePetro Bahia. Fundada em 2006, a rede é uma associação civil sem fins lucrativos de empresas fornecedoras de bens e serviços para a cadeia produtiva de petróleo e gás na Bahia. A RedePetro Bahia tem como objetivos principais gerar negócios e reduzir custos para os seus associados, viabilizando encontros de negócios, aumentando a visibilidade das empresas locais, facilitando a comunicação e interrelacionamento, e fomentando a capacitação, certificação e inovação tecnológica. Atualmente, mais de 50 empresas participam da ação. Mais informações: www.redepetrobahia.org.br.

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Foto: Vera Águia

MICROEmpreendedor individual

Lara Mascarenhas, que foi destaque na Bahia, vai disputar o Prêmio na etapa nacional no Dia da Mulher (dia 8 de março)

Joias da terra A artesã venceu a etapa estadual do Prêmio Mulher de Negócios 2013 na categoria Microempreendedora Individual Um punhado de argila. O semblante do rosto revela concentração, as mãos assumem movimentos delicados. Modela-se o barro com os

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dedos. Pigmentos extraídos de folhas, frutas e de diversos tipos de terra dão vida ao processo. Depois de dar forma e contornos, as

peças em cerâmica são levadas a altas temperaturas e da terra brotam colares, pulseiras e brincos de variadas texturas e cores.


Em 2009, a empresária resolveu formalizar o negócio e buscou o apoio do Sebrae Bahia. “Queria profissionalizar meu negócio e fazer meu trabalho ser conhecido no mundo. Tive a oportunidade de buscar capacitações, consultorias e participar de rodadas de negócios. As portas do mercado começaram a se abrir quando coloquei em prática as orientações do Sebrae”. Hoje, Lara está entre os 113.337 MEI que atuam na Bahia (dados do Portal do Empreendedor/dezembro 2013). Participando pela primeira vez do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios,

a artesã recebeu a notícia de que o seu relato de empreendedorismo foi o vencedor estadual na categoria Microempreendedora Individual e eleito para concorrer na final nacional, que acontece em Brasília no dia 8 de março de 2014. “Não basta ter criatividade, é preciso ter informações, saber onde você quer chegar. Estou começando a trabalhar com perspectivas de transformar a loja em um grande negócio. E para isso é preciso ter noções de gestão, aprender como fazer um plano de negócios, como organizar minha Foto: Vera Águia

A artesã Lara Mascarenhas sempre foi fascinada por joias e desde pequena transformava frutas e sementes em adereços. As bijuterias criadas com miçangas não mais a satisfazia e a necessidade de dar vazão à imaginação fez com que fosse beber na fonte: uma olaria. O artesão ficou comovido e forneceu seu instrumento de trabalho para que ela aprendesse. Morando em uma comunidade próxima a Santa Cruz Cabrália, sem acesso a cursos e capacitações, o fazer diário foi a escola da artesã, que imprimiu uma técnica a um produto inovador que valoriza a beleza das mulheres. “Comecei a fazer bolinhas e dessa experimentação descobri diversos formatos e texturas. Não tinha uma loja especializada em produtos para ceramistas que pudesse comprar tudo pronto. Então, comecei a pesquisar os vários tipos de argila e pigmentos naturais.” Moradora do povoado de Guaiú, Lara conta com a colaboração de mulheres da comunidade que ajudam na produção das peças e de homens que retiram a argila do fundo do Rio Jequitinhonha e trazem a matéria-prima de canoa. O processo é todo artesanal, desde a retirada do insumo. Totalmente obtidas da natureza e sem gerar resíduos para o meio ambiente, as joias feitas à mão pretendem ganhar o mundo. Por enquanto, a produção é comercializada na loja virtual Jóias da Terra, uma parceria da microempreendedora individual (MEI) com seu irmão, e em pontos de vendas no município, em Porto Seguro, Itacaré, Ilhéus, em cidades da Chapada Diamantina, além de Belo Horizonte e São Paulo.

A matéria-prima para confecção de joias artesanais vem da natureza e sem gerar resíduos para o meio ambiente

Sebrae Bahia

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produção e distribuição, como divulgar meu produto, conhecer qual o perfil do meu cliente, e utilizar as estratégias certas para atrair minha clientela.”

Empreendedorismo feminino As mulheres estão no comando de novos negócios no Nordeste. É o que indica a pesquisa Global Entrepre-

neurship Monitor 2012 (GEM), rea-

“Esses números mostram e provo-

lizada pelo Sebrae em parceria com

cam as mulheres a assumirem cada

o Instituto Brasileiro da Qualidade

vez mais seu lugar no mundo dos ne-

e Produtividade (IBQP). Segundo o

gócios. No empreendedorismo, esta

estudo, o sexo feminino supera o

ação cristaliza a ascensão feminina

masculino no percentual de adultos

de buscar a sua independência e mais

que começam um empreendimento

mulheres se contagiam com as expe-

nas regiões Nordeste e Sul. No total,

riências exitosas de outras empreen-

51,8% dos novos negócios estão nas

dedoras de sucesso. Em comparação

mãos das mulheres nordestinas e

com os homens, as mulheres tendem

sulistas. O valor supera a média na-

a buscar mais estudo”, explica a ana-

cional, que é de 49,6%.

lista do Sebrae Mariza Xavier.

41.058 42.022

Homens Mulheres

7.146

Salvador

Comércio varejista de artigos do vestuário

36

Revista Conexão

7.789

Feira de Santana

Cabeleireiras

3.689

4.772

Vitória da Conquista

Comércio varejista geral (minimercados, mercearias, armazéns)

3.087

2.493

Camaçari

Comércio varejista de cosméticos

3.065

2.983

Lauro de Freitas

Fornecimento de alimentos para consumo domiciliar


Empreendedorismo

+1 grupo irreverente co episódios gravados e mais dez já finalizados, a série deslanchou na internet e abriu as portas para a produtora no mercado. “Quando postamos o primeiro vídeo não esperávamos tanta repercussão. Se tivéssemos 300 visualizações já estaria ótimo. Na época, foram mais de 15 mil e, agora, essa marca já ultrapassou 170 mil”, conta Uelter. De lá para cá, mais de 180 vídeos já foram publicados. Semanalmente são postadas de duas a três novas produções no site da empresa e no canal da +1! Filmes no You Tube, que já conta com mais de 26 milhões de visualizações desde que foi criado, em 2010. Pensando em profissionalizar ainda mais o negócio, em 2013 Moara se formalizou como microempreendedora individual. “Com o registro é

possível emitir nota fiscal e ter acesso para inscrever novos projetos em editais, tudo a um preço que podemos pagar”, diz. Ela compartilhou o case da +1! Filmes na 6ª edição da Feira do Empreendedor da Bahia e participou do evento também para buscar contatos e informações. O baiano Pisit Mota, um dos atores do grupo, é o vencedor do Prêmio Braskem 2003/04, na categoria Melhor Ator, por sua participação no espetáculo “Deus Danado”, e conhecido também por atuar na série “A Diarista”, da Rede Globo. “É um humor que não desvaloriza o baiano e traz uma identidade que está conquistando os brasileiros. A repercussão dos vídeos está sendo muito grande e queremos divulgar esse linguajar em todo o país.”

Produtora baiana +1! Filmes ganha destaque no cenário audiovisual baiano

Foto: Mateus PEreira

O projeto começou em 2010 como um coletivo formado por seis alunos do curso Produção Audiovisual de um centro universitário em Salvador. A ideia era produzir vídeos autorais de ficção. Após quatro anos desde o primeiro encontro, a produtora baiana +1! Filmes está ganhando cada vez mais destaque no cenário audiovisual baiano. Os vídeos são marcados pelo autêntico “baianês” e irreverência, além do que os sócios Uelter Ribeiro e Moara Rocha definem como “humor de gastação”. “Nós valorizamos o cotidiano dos baianos nos vídeos, com piadas recorrentes e muita pirraça entre os personagens. É um humor de autorreferência”, explica Moara. O primeiro trabalho foi a web-série “Ôxe, e Se Fosse na Bahia?”. Com cin-

Sebrae Bahia

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Foto: ACERVO SEBRAE

Sebrae perto de você O Sebrae Bahia possui 31 Pontos de Atendimento, distribuídos em 10 Unidades Regionais, oferecendo aos empresários das micro e pequenas empresas informação, orientação, capacitação, apoio e soluções através de consultoria em gestão, acesso ao crédito e ao mercado, tecnologia e inovação.

Pontos de Atendimento na Bahia Unidade Regional 01 – Salvador / Mercês Centro de Atendimento ao Empreendedor Av. Sete de Setembro, 261 – Mercês. CEP 40060-000. Tel.: (71) 3320-4526 Salvador / Boca do Rio - SAC Empresarial Av. Otávio Mangabeira, 6929, Multishop – Boca do Rio. CEP 41706-690. Tel.: (71) 3281-4154

O Ponto de Atendimento do Sebrae em Lauro de Freitas funciona das 9h às 12h30 e das 13h30 às 17h.

Euclides da Cunha Rua Oliveira Brito, 404 – Centro. CEP 48500-000. Tel.: (75) 3271-2010 Ipirá Praça Roberto Cintra, 400-A – Centro. CEP 44600-000. Tel.: (75) 3254-1239 Itaberaba Rua Rubens Ribeiro, 253, Ed. Tropical Center, Salas 22/23 – Centro. CEP 46880-000. Tel.: (75) 3251-1023

Salvador / Itapagipe Rua Direta do Uruguai, 753, Bahia Outlet Center, Lojas 134/135 – Uruguai. CEP 40454-260. Tel.: (71) 3312-0151

Unidade Regional 04 – Ilhéus Praça José Marcelino, 100, Térreo – Centro. CEP 45653-030. Tel.: (73) 3634-4068

Salvador / Liberdade Estrada da Liberdade, 26, Lojas 13 e 26 – Liberdade. CEP 40375-016. Tel.: (71) 3241-8126

Itabuna Av. Francisco Ribeiro Júnior, 198, Ed. Atlanta Center – Centro. CEP 45600-921. Tel.: (73) 3613-9734

Alagoinhas Rua Rodrigues Lima, 126-A – Centro. CEP 48010-040. Tel.: (75) 3422-1888

Unidade Regional 05 – Jacobina Rua Senador Pedro Lago, 100, Salas 01 e 02 – Centro. CEP 44700-000. Tel.: (74) 3621-4342

Camaçari Rua do Migrante, s/nº – Centro. CEDAP – Casa do Trabalho. CEP 42800-000. Tel.: (71) 3622-7332

Senhor do Bonfim Rua Benjamin Constant, 12 – Centro. CEP 48970-000. Tel.: (74) 3541-3046

Lauro de Freitas Lot. Varandas Tropicais, nº 279, Q. 3, Lote 16, Rua A, Galpão 01 – Pitangueiras. CEP 42700-000. Tel.: (71) 3378-9836 Unidade Regional 02 – Barreiras Av. Benedita Silveira, 132, Ed. Portinari, Térreo – Centro. CEP 47804-000. Tels.: (77) 3611-3013/4574 Unidade Regional 03 – Feira de Santana Rua Barão do Rio Branco, 1225 – Centro. CEP 44149-999. Tel.: (75) 3221-2153

On-line Portal Sebrae Bahia www.ba.sebrae.com.br Agência Sebrae de Notícias www.ba.agenciasebrae.com.br Redes Sociais www.facebook.com/sebraebahia www.twitter.com/sebraebahia www.youtube.com/sebraebahia

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Revista Conexão

Unidade Regional 06 – Juazeiro Praça Dr. José Inácio da Silva, 15 – Centro. CEP 48903-430. Tel.: (74) 3612-0827

Valença Rua Barão de Jequiriçá, 297, Galeria Central, Centro. CEP 45400-000. Tel.: (75) 3641-3293 Unidade Regional 08 – Irecê Rua Coronel Terêncio Dourado, 161 – Centro. CEP 44900-000. Tel.: (74) 3641-4206 Seabra Rua Horácio de Matos, 25, Salas 01/02 – Centro. CEP 46900-000. Tel.: (75) 3331-2368 Unidade Regional 09 – Teixeira de Freitas Av. Presidente Getúlio Vargas, 3986 – Centro. CEP 45995-002. Tels.: (73) 3291-4333/4777 Eunápolis Rua 5 de Novembro, 66, Térreo – Centro. CEP 45820-041. Tel.: (73) 3281-1782 Porto Seguro Praça ACM, 55 – Centro. CEP 45810-000. Tel.: (73) 3288-1564 Unidade Regional 10 - Vitória da Conquista Rua Coronel Gugé, 221 – Centro. CEP 45000-510. Tel.: (77) 3424-1600

Paulo Afonso Rua Amâncio Pereira, 60 – Centro. CEP 48602-110. Tel.: (75) 3281-4333

Brumado Rua Marechal Deodoro da Fonseca, 89, Térreo – Centro. CEP 46100-000. Tels.: (77) 3441-3699/3543

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Guanambi Av. Barão do Rio Branco, 292 – Centro. CEP 46430-000. Tel.: (77) 3451-4557

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