Especial Conexão - n° 18 - Sebrae Bahia

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INFORME ESPECIAL

ANO VI, Nº 18, JULHO DE 2020

MUNDO EM REINVENÇÃO CASES BAIANOS PARA SUPERAR OS TEMPOS DE PANDEMIA

Mais cuidados e novas estratégias impactam a rotina de empreendedores como Camila Veiga, empresária de Teixeira de Freitas.


FOTO: DARÍO G. NETO EXPEDIENTE Informe Conexão Especial Ano VI, n° 18, julho 2020 Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Bahia

Carlos de Souza Andrade Diretor-superintendente

Jorge Khoury Hedaye

O Sebrae está ao lado dos empresários, para auxiliá-los na retomada

Diretores

Franklin Santana Santos José Cabral Ferreira *Registro fotográfico feito antes da pandemia do novo coronavírus

UNIDADE DE MARKETING E COMUNICAÇÃO Gerente

Camila Passos Jornalista responsável

Pedro Soledade (DRT/BA 5546) Equipe

Alice Vargas, Betina Americano, Isabela Oliveira, Jéssica Ferrari, Pedro Soledade, Rafael Pastori e Vanessa Câmera Estagiários: Alezis Miranda, Pedro Henrique Silva e Ilana Pêpe Agência Sebrae de Notícias (ML Comunicação)

Carla Fonseca, Carlos Baumgarten, Cristiana Fernandes, Darío G. Neto e Igor Leonardo Revisão de texto

Igor Leonardo Edição

Carla Fonseca Edição de fotografia

Darío G. Neto Capa Danilo/Studio Alemão Projeto gráfico original Eduardo Vilas Boas Editoração

Yayá Comunicação Integrada Edição digital Sebrae – Unidade de Marketing e Comunicação Rua Arthur de Azevêdo Machado, 1225, Civil Towers | Torre Cirrus. Costa Azul. Salvador/BA. CEP: 41760-000

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(71) 3320-4558/4367 Agência Sebrae de Notícias

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MUITO ALÉM DO “NOVO NORMAL”

Jorge Khoury, superintendente do Sebrae Bahia

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stamos enfrentando uma pandemia que trouxe graves consequências em muitos níveis. O esforço feito para diminuir a circulação de pessoas nas ruas foi essencial para se evitar uma tragédia de proporções ainda maiores. Sabemos, no entanto, que temos que olhar para o cenário pós-pandemia diante de uma severa crise econômica, que já mostra os seus efeitos. Nesse contexto, a pandemia escancarou diferenças históricas, como o abismo social existente no Brasil, que coloca diante de nós os “velhos normais”. Vale lembrar que, no aspecto econômico, os pequenos negócios representam uma importante fonte de emprego e renda para muitas famílias. Esses empreendimentos formam 98% do tecido empresarial da Bahia e estão por toda parte: de pequenos municípios a grandes cidades, do centro à periferia. Foram esses negócios, justamente, os mais afetados pela crise. O acesso a crédito, visto por muitos como uma alternativa para manter o fôlego, esbarra em questões que não são novas. Uma pesquisa realizada pelo Sebrae apontou que, desde o início da crise, apenas 16% das pequenas empresas que procuraram crédito conseguiram. Para além disso, os donos de pequenos negócios que precisaram se reinventar durante a pandemia necessitam atentar aos novos hábitos da população. É certo que muitas mudanças vieram para ficar, inclusive nas questões relacionadas ao consumo. Presença digital deixa de ser uma tendência para ser necessidade de sobrevivência. Da parte que cabe ao Sebrae, continuaremos, mais do que nunca, ao lado desses empresários, para auxiliá-los na retomada de suas atividades, no enfrentamento da crise e na chegada desse novo momento. Precisaremos ir muito além desse “novo normal”, porém, acima de tudo, é preciso superar o que já não poderia ser considerado “normal”. Agora é hora de reescrever um futuro de mais solidariedade, conexão e proximidade na nossas relações, inclusive de consumo.


RETOMADA SEGURA Sebrae elaborou protocolo para contribuir com retorno a atividades de empresários FOTO: DARÍO G. NETO

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ma crise sem precedentes impacta os pequenos negócios de todo o Brasil desde março. A pandemia do novo coronavírus obrigou muitos empresários a interromperem suas atividades. Alguns tiveram que fechar a porta definitivamente, outros mantiveram o atendimento ao cliente de forma remota ou então por meio de serviços de vendas online e delivery. O fato é que a pandemia não vai afetar as empresas apenas enquanto estiver no seu pior momento. Mesmo quando os números de casos confirmados e de óbitos começarem a reduzir, os empresários precisarão adotar novas medidas de segurança na retomada de suas atividades. Isso significa um novo planejamento, que já está sendo adotado por muitos empreendedores e o Sebrae, entendendo a necessidade do momento, elaborou protocolos de retomada para 47 segmentos, que podem ser acessados no endereço www.sebrae.com.br/sites/ PortalSebrae/protocolosderetomada. Os empresários dos segmentos contemplados podem fazer downloads de materiais de sinalização, e-books, assistir a vídeos com especialistas, entre outras orientações.

Os protocolos de retomada, organizados pelo Sebrae, são os principais aliados das micro e pequenas empresas no retorno às atividades.

É importante que os empresários estejam atentos às determinações das autoridades locais, uma vez que a retomada não acontece de maneira uniforme em todo o Brasil. Num país de dimensões continentais, varia de cidade para cidade, de estado para estado. “Cada segmento tem suas peculiaridades e, por isso, os empreendedores devem estar atentos aos requisitos higiênicos e sanitários determinados pelas autoridades, levando em conta cuidados com empregados e clientes”, destaca a gerente da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Bahia, Isabel Ribeiro. Há também as próprias características de cada região e também o quadro epidemiológico em estados e municípios. A incerteza ainda sobre a produção de uma vacina traz a dúvida de como o vírus se comportará nos meses subsequentes. Alguns especialistas indicam que o isolamento social pode ser intermitente até que a doença consiga ser, de fato, combatida por meio de uma vacina. Isabel lembra que as regras para evitar aglomeração também vão condicionar a circulação e permanência de clientes nos estabelecimentos, impactando o fluxo de caixa. “Dessa maneira os empreendedores, mesmo estando autorizados a funcionar, devem considerar a elevação de custos relacionados aos cuidados com a higienização, e declínio das receitas, devendo controlar minuciosamente os fluxos de caixa”. O atendimento do Sebrae pode auxiliar a encontrar alternativas visando este equilíbrio e os protocolos elaborados servem como base para orientar os empresários nessa retomada, mas devem ser adotados de acordo com a realidade local e as determinações das autoridades. A Central de Relacionamento Sebrae (CRS) está disponível para mais orientações – 0800 570 0800. Sebrae Bahia

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RECOMEÇAR COM EQUILÍBRIO

Empresários podem tomar decisões para minimizar impactos financeiros FOTO: ISTOCK

Redução de gastos é o primeiro passo para enfrentar a retomada

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m meio à pandemia causada pelo novo Coronavírus, muitas empresas precisaram se adequar ao “novo normal”, termo utilizado para o momento em que o mundo vive com a restrição de circulação de pessoas e o isolamento social.

A nova realidade fez com que muitas empresas sofressem uma perda expressiva do seu volume de vendas ou tivessem que fechar as portas provisoriamente, afetando diretamente o fluxo de caixa. “O grande diferencial que as empresas terão dentro da sua estrutura é a eficiência financeira. Isso se dá pela capacidade que o empresário tem de dispensar custos não essenciais, de reduzir os custos, sem comprometer a qualidade”, afirma o gerente regional do Sebrae em Salvador, Rogério Teixeira.

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O especialista afirma ainda que as empresas precisam ter foco neste momento. “Foco na redução de custos, na renegociação de tudo aquilo que pode ser ajustado com esse mesmo objetivo, contanto que não impacte na qualidade. Isso vai ajudar a compensar a queda da receita”, completa.

CONFIRA DICAS: Dívidas - Com a retomada é importante renegociar os pagamentos da empresa. Produtos - Reavalie seu estoque, analise o que tem vendido mais e o que tem saído menos. Redes sociais - Estar no ambiente online é o novo normal, porém veja se as publicações impulsionadas estão dando retorno. Fornecedores - Identifique novos fornecedores para ter mais opções de compras. Parcerias - Crie parcerias com outras empresas para otimizar recursos e compartilhar custos.


PRESENÇA DIGITAL

Comércio eletrônico continuará forte pós pandemia

FOTO: ISTOCK

Sebrae apresenta dicas para garantir vendas pela internet

As medidas de distanciamento social impostas pela pandemia transformaram os hábitos do consumidor. O mercado testemunhou um aumento súbito das vendas online. Especialistas indicam que essa migração veio para ficar e, neste sentido, as pequenas empresas fizeram adaptações para garantir o bom funcionamento do comércio eletrônico. A gerente de Atendimento Individual do Sebrae Bahia, Fernanda Gretz, explica que as vantagens percebidas pelos consumidores online continuarão interessantes para aqueles que desejam priorizar a comodidade.

“É fundamental que os empresários continuem investindo em suas redes sociais, páginas na internet ou em sua loja virtual”, disse.

GUARDE ESTAS DICAS: Tenha um site 100% funcional - Tudo que estiver no site precisa funcionar da melhor forma possível. Cuide da logística - Não existe contato físico na compra online, por isso a expectativa pela chegada do produto é grande. Prepare sua equipe – Estruture sua equipe para questões relacionadas à tecnologia da informação e ao marketing. Atente para o conteúdo - Não misture postagens pessoais com postagens do negócio. Normas de higiene e segurança - Demonstrar a atenção com essas normas se tornou ainda mais relevante.

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CASE SALVADOR

CINCO PASSOS, UMA SOLUÇÃO

Clientes escolhem armação por vídeochamada

FOTO: DARIO G . NETO

Ótica Passaredo ajusta formato de atendimento para garantir vendas

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o acompanhar a série de lives promovidas pelo Sebrae “Dê o Play”, em março, os empresários Carlos Falcão e Luciana Cardoso, com o apoio de colaboradores, encontraram uma solução para manter as atividades da Ótica Passaredo (@passaredo_), em Salvador, mesmo durante a pandemia do novo coronavírus. Tudo isso, de maneira segura e sem perder o seu diferencial de mercado, construído há cinco anos: oferecer atendimento personalizado, por meio de abordagem que alinha “autoestima, saúde e moda”. No novo modelo de vendas, o cliente é atendido em cinco passos: agendamento de horário através do WhatsApp ou Instagram; atendimento por vídeo chamada para escolha das armações; entrega feita pelo “Passaboy” da bandeja higienizada com as armações escolhidas; nova vídeo chamada para analisar os provadores, escolher as lentes e fechar o pedido; e retorno do passaboy para pegar a bandeja e finalizar o pagamento do pedido. Tudo isso respeitando as normas de distanciamento e proteção individual. Com a implantação do novo formato de atendimento personalizado, a empresa registrou 30% do faturamento esperado. Ainda assim, Carlos Falcão considera estar comercialmente bem, isso porque o empresário conseguiu garantir a redução de danos e encontrar uma solução viável dentro das possibilidades existentes. “Nesses momentos, o que precisa ser feito é manter a essência, a marca e o seu posicionamento. Era isso que as pessoas conheciam da Passaredo. Somos os mesmos, só nos adaptamos à realidade dos nossos clientes”, ressalta Carlos. Na avaliação do gerente do Sebrae em Salvador, Rogério Teixeira,

em momentos de incerteza, é importante ter a inovação e os valores da empresa como norteadores para as tomadas de decisões. “A inovação é essencial para que a empresa se destaque perante a concorrência e, principalmente, aos clientes, gerando valor e experiência na jornada da compra. Em momentos de crise, a inovação é potencializada porque ela precisa estar vinculada às necessidades do cliente, ou seja, qual problema que o produto ofertado resolve”, frisa. Além do atendimento com hora marcada nas três lojas físicas, a empresa também oferece o Passaredo Home, serviço que vai até o cliente acima de 60 anos ou com dificuldade de locomoção. Da mesma forma acontece com o Passa Móvel – uma espécie de loja sobre rodas.

“Mesmo com o isolamento, os clientes estão voltando e indicando a Passaredo. Tem sido uma jornada positiva diante das limitações”, reconhece Carlos.

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CASE TEIXEIRA DE FREITAS

Camila Veiga, proprietária do Belo Café, investiu no serviço de delivery para manter as vendas

MUNDO EM REINVENÇÃO Mais da metade das empresas baianas mudou o funcionamento por causa da pandemia FOTO: DANILO/STUDIO ALEMÃO

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“novo normal”, termo muito utilizado ultimamente neste cenário de pandemia para definir as novas formas de se relacionar e conviver, atingiu em cheio o mundo do empreendedorismo. O isolamento social mudou completamente a forma como as empresas estão se relacionando e distribuindo seus produtos ou serviços. Uma pesquisa realizada pelo Sebrae mostrou que, das empresas que puderam atuar durante a pandemia, mais da metade (50,5%) mudaram a forma de funcionamento, principalmente aquelas que têm a possibilidade de oferecer o serviço de delivery. A quarta edição do levantamento, realizada entre os dias 29 de maio e 2 de junho de 2020, mostrou também que o faturamento mensal das micro e pequenas empresas baianas diminuiu durante a pandemia para 86% dos negócios.

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Além disso, 41,8% dos entrevistados informaram que estão com dívidas ou empréstimos em atraso. MUDANÇAS Dentre as principais mudanças na forma de funcionamento das micro e pequenas empresas baianas, está a adoção do horário reduzido (49,84%), com rodízio de funcionários (12,77%) e liberação para o home office (10,64%).

Quanto à forma de atendimento, o WhatsApp lidera como o principal canal de comunicação (85,8%), seguido do Instagram (44,8%), Facebook (29,6%) e site próprio (11,5%). A utilização de sites ou aplicativos de entrega somaram 8,6% do total. Em Teixeira de Freitas, sul da Bahia, o Belo Café (@belocafetx), comandado pela empresária Camila Veiga, vive um dos maiores desafios do negócio: fazer com que o afeto e a experiência diferenciada, marcas registradas da empresa, cheguem à casa dos clientes, ao tempo em que o mundo exige o isolamento social.


A empresária entregou o afeto e a experiência diferenciada do seu restaurante na casa do cliente FOTO: DANILO/STUDIO ALEMÃO

De acordo com a empresária, o momento foi de buscar as oportunidades para combater o desespero e a baixa rentabilidade comercial. “Quando percebi a situação do fechamento, o fluxo de clientes já estava diminuindo e comecei a implementar o delivery. Ainda estamos adaptando o nosso negócio”, afirma a empresária. Outra preocupação de Camila, que também tem uma unidade do Belo Café em Prado (BA), foi com a manutenção dos empregos. “Temos 15 funcionários somente em Teixeira de Freitas e conseguimos suspender o contrato sem demitir, por conta das medidas adotadas pelo governo”, salienta. O Belo Café foi um dos 21 estabelecimentos que participaram também do Festival Sabores de Teixeira Delivery, realizado pelo Sebrae e parceiros, em maio e junho, em Teixeira de Freitas. O evento correspondeu a 1/3 das vendas do período no estabelecimento, fator que fez o faturamento melhorar com o volume de pedidos gerados. A empresária destaca as consultorias do Sebrae como uma forma de incentivo. “O Sebrae incentiva muito e as consultorias continuam com o cronograma, mesmo com a pandemia”, complementa Camila. Com a readaptação do negócio, a empresária pretende ampliar a empresa ofertando produtos para públicos específicos. Um dos projetos é o Mimo Belo. “É uma forma de ofertar somente a parte de confeitaria do Belo Café, já que recebemos muita encomenda de bolos e doces”, completa. CRIATIVIDADE Mesmo com o isolamento social impactando nas vendas de grande parte dos negócios baia-

nos, diversos empresários adotaram medidas criativas para reduzir os efeitos negativos da pandemia. A pesquisa do Sebrae mostrou que, dos empreendimentos que aumentaram o faturamento, 37,9% são os considerados serviços essenciais. Outros 17,2% adotaram como estratégia começar a vender direto para o cliente final. Outras medidas foram adotadas, como iniciar a venda online e mudar o modelo de negócio, ambas com 13,8% cada, mudança na linha de produtos e serviços (6,9%) e passar a vender produtos ou oferecer serviços favorecidos pela pandemia (8,9%). Em meio à realização do festival Sabores de Teixeira Delivery, a empreendedora Fabricia Serpa, que é formalizada como Microempreendora Individual (MEI), viu a possibilidade de lançar o seu negócio, a Alvo Entregas (@alvoentregas), plataforma de intermediação na modalidade delivery. Com o serviço considerado essencial, a empresa realizou mais de 600 entregas durante o evento e está buscando apoio para ampliar o porte da empresa. “Com o festival gastronômico, vi a possibilidade de atender algumas empresas que queiram usar o serviço. Lançamos junto com o Festival e atendemos nove empresas. Atualmente, 99% das entregas que fazemos é do ramo de alimentação. Iremos começar a atender também lojas, escritórios e outros negócios”, afirma a empresária. A PESQUISA A pesquisa “O Impacto da pandemia de coronavírus nos Pequenos Negócios”, realizada pelo Sebrae, é um levantamento nacional que buscou entender os desafios dos empreendedores neste momento de restrição da circulação de pessoas. A elaboração da pesquisa contou também com o apoio da Fundação Getúlio Vargas, por meio da FGV Projetos.

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CASE BARREIRAS

REMODELAR Empresária de Barreiras adapta o negócio por conta da pandemia FOTO: JOANEY TANCREDO

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que era para ser um momento de fechar o negócio e aguardar a crise passar, se tornou combustível para a empresária Tamires Dourado, de Barreiras. Dona do Studio Capelli (@capellistudiobrs), ela viu no isolamento social causado pela pandemia a oportunidade de reinventar o seu negócio. A empreendedora fabrica cabelos para aplique e comercializa linhas de tratamento para o consumidor final. Com a chegada da pandemia, Tamires precisou entender todo o processo e os custos operacionais para aprender a avaliar e tomar decisões baseadas em informações consistentes. Com o apoio do Sebrae, ela decidiu dar continuidade à gestão financeira do negócio e garantir a sustentabilidade do seu estúdio de beleza. “O Sebrae já me acompanha desde o início, com as consultorias. Consegui implementar as

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Tamires Dourado, dona do Studio Capelli, usou as mídias sociais e links patrocinados para manter as vendas

mídias sociais e links patrocinados, para entender melhor como funciona o mundo digital”, afirma. Antes da pandemia causada pelo novo coronavírus, a empresária tinha programado participar de missões empresariais para galgar mais oportunidades, além de fazer a consultoria de design e melhoria de serviços, que ajudaria também dar melhor qualidade e valor para o cliente. Porém, o foco na gestão financeira fez com que ela percebesse novas alternativas para melhorar seu negócio, bem como implantar o e-commerce com ajuda do Sebrae. “No mês de junho, comparando com o mesmo mês do ano passado, equiparamos o faturamento e não teve diminuição. Logo no início, tivemos uma queda entre 20% e 30% no faturamento. Mas reorganizamos, criamos estratégias e conseguimos nos manter, sem precisar pegar empréstimos. No fechamento do mês, ainda conseguimos ter lucro”, completa Tamires.


CASE FEIRA DE SANTANA

Lançamento online marcou a chegada do programa em São Domingos

CIDADE EMPREENDEDORA Programa avança em diversos municípios, mesmo com a pandemia FOTO: DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO DA PREFEITURA DE SÃO DOMINGOS

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esmo com a pandemia do novo Coronavírus, o programa Cidade Empreendedora avançou em municípios baianos. Um deles foi o de São Domingos (@saodomingosba), que realizou o lançamento online no mês de abril. Para o gerente regional do Sebrae em Feira de Santana, Isailton Reis, o momento é de aproveitar as tecnologias a favor do desenvolvimento dos projetos. “Realizar este lançamento é aproveitar o momento em que os secretários do poder público municipal e empresários estão discutindo alternativas para lidar com o processo de crise. Permite que as ações do Sebrae e as ações de fomento ao empreendedorismo entrem na pauta dos projetos atuais e futuros do município”, afirma Isailton. No caso de São Domingos, o município já conseguiu, mesmo com a pandemia, formar um conselho envolvendo a sociedade civil e entidades representativas, como a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), e o poder público. Além disso, o projeto tem contado com o apoio de representantes da agricultura familiar da cidade. “Após o início do projeto, já tivemos duas lives. Conseguimos também formar os grupos de estudo por onde serão direcionados os trabalhos no município, baseados nas informações levantadas”, afirma Lucineide Teixeira, Agente Local de Desenvolvimento. SOBRE O PROGRAMA Com os eixos temáticos Educação Empreendedora, Desburocratização, Compras Públicas, Energia e Gestão Municipal, o Cidade Empreendedora tem o objetivo de engajar a gestão municipal e as lideranças locais na melhoria do ambiente de negócios, promovendo políticas públicas que beneficiem as pequenas empresas e contribuam para o desenvolvimento econômico local. Desde o início do programa, em 2018, 100 cidades baianas implementaram o programa, com a capacitação de mais de três mil gestores públicos e mais de seis mil horas de consultoria gratuita para as prefeituras participantes.

Neste ano, 60 municípios foram selecionados para formalizar a parceria com o Sebrae Bahia no programa Cidade Empreendedora. Sebrae Bahia

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Thais Gavazza vende máscaras, kits de nécessaire e carteirinhas através de e-commerce

RESILIÊNCIA E CRIATIVIDADE Empresária de Una utiliza força criativa para se adequar ao contexto da pandemia FOTO: MAURÍCIO MARON

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nspirada pelo trabalho da avó materna, que era costureira, a empresária Thaís Gavazza (@gvzbolsas), cresceu conectada com o mundo da moda e trabalhos artesanais. Quando criança, criava coleções de roupas para as bonecas. Na adolescência, customizava e costurava muitas de suas roupas. E, agora, adulta, moda e confecção viraram a sua principal fonte de renda. Thaís é da cidade de Una, no sul da Bahia, e lembra que, entre os anos de 2008 e 2009, o município passou por uma crise econômica que impactou a loja de acessórios e bijuterias de produção própria que havia aberto. Percebeu

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CASE ILHÉUS

que, naquele momento, o melhor seria fechar a loja física. Ela conta que ainda tentou manter a produção de bolsas para venda a atacado, mas também concluiu que era inviável. O sonho de ter o negócio próprio, no entanto, não foi interrompido. Em 2017, Thaís retomou o projeto, mas dessa vez focada no ambiente digital. “Foi quando passei o ano estudando sobre e-commerce, marketing digital e branding para entender como seria esse novo formato da empresa. Em 2018 decidi criar uma marca autoral de bolsas artesanais e que seriam comercializadas através de um e-commerce. Passei por uma consultoria com o Sebrae de criação da marca, onde identificamos que a marca deveria mesmo levar o meu nome”. Hoje, dois anos depois, uma nova crise atinge não apenas a cidade de Una, mas todo o mundo. Thaís conta que quando a pandemia chegou ao Brasil e se iniciaram as adoções de medidas restritivas, interrompeu a divulgação dos produtos para entender o que estava acontecendo. “Ainda não estava muito claro sobre a liberação de uso das máscaras de tecido para a população, mesmo assim eu fiz algumas pesquisas para entender como ela deveria ser produzida e decidi produzir algumas para doar”. Thaís usou, inicialmente, tecidos que já tinha em estoque, até que com o valor das vendas pôde repor o material sem fazer dividas. “Ao longo de dois meses, a venda das máscaras foi suprindo o faturamento. Em paralelo comecei a divulgar kits de necessaire, carteirinhas, peças com valor mais acessíveis para também não ficar com o foco apenas nas máscaras. Assim foram surgindo as encomendas”, conta. A empresária reforça também o apoio do Sebrae nesse período, por meio de consultorias que permitiram que ela colocasse em prática a sua nova loja virtual. Thaís recebeu também consultorias em mídias sociais e, há cerca de 10 anos, teve a oportunidade de participar do Seminário Empretec, que considera um divisor de águas na sua trajetória empresarial.


SOU MEI

ARRISCAR COM INOVAÇÃO

A empresária Ana Claudia Matos apostou na presença digital para manter as vendas FOTO: GILSON BEZERRA

Delivery e e-commerce ajudaram empresária diminuir impacto da crise

CASE JACOBINA

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ntre períodos de abertura e fechamento do comércio no munícipio de Senhor do Bonfim, a empresária Ana Claudia Matos decidiu investir na sua loja virtual, após ter faturamento reduzido em 70%. Hoje, ela conseguiu estabilizar as vendas da Ana Cosméticos (@oficialanacosmeticos) e manter a redução dos lucros esperados em apenas 30%. Esse resultado foi graças ao delivery e à presença da sua empresa no e-commerce. Perante todas as indefinições econômicas, profissionalizar a presença digital do negócio, intensificar o serviço de delivery, além de melhorar a comunicação da loja nas redes sociais, se tornaram as principais estratégias de planejamento da empresária.

Atualmente, o delivery corresponde a 30% do faturamento da empresa, uma porcentagem que, para Ana, é válida por se tratar de uma cidade que não tem ainda uma cultura estabelecida de utilizar ferramentas digitais.

“Eu ainda pretendo realizar lives para dar dicas de produtos, maquiagem e para interagir mais, porque o público está à procura de quem pode ajudar. O importante é se reinventar, não pode ficar parado”, complementa Ana. Quando iniciou o isolamento social, Ana consultou o que tinha guardado na mente e nos materiais dos cursos que já havia feito. Além de assistir à série de lives promovidas pelo Sebrae com especialistas em diversas áreas, a empresária colocou em prática o que havia aprendido em outras capacitações como o Empretec e o Liderar o Futuro. O gerente do Sebrae em Jacobina, Geronilson Pereira, observa que, embora seja um momento delicado, é importante estar atento para responder aos anseios do consumidor. “Arriscar com inovação é fundamental em uma dinâmica de mudanças nas formas de consumo e nos desafios impostos em momentos de crise, como o atual”, orienta. Para Geronilson, o empresário que se dispõe a atender às necessidades do cliente nesse “novo normal” consegue estabelecer mais conexões e maiores interações com seu público

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O produtor de manga, Rogério Martins, intensificou os cuidados com a higienização

FRUTICULTURA RESISTE À CRISE

CASE JUAZEIRO

Produtores de frutas do Vale do São Francisco conseguiram manter exportações e demanda do mercado interno FOTO: JADE SOUZA

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uando a pandemia do novo coronavírus foi declarada, em março, um momento de grande dúvida pairou entre os produtores de frutas do Vale do São Francisco. A Bahia é o segundo maior produtor de frutas do país, sendo que a atividade é o motor da economia da região. Mas, após um mês de retração, o mercado manteve o comportamento ainda favorável aos produtores. É o que afirma Rogério Martins (@ produtivaagricolaeconsulturia), produtor de manga com 30 anos de experiência com a cultura, tendo também atuado como técnico agrícola e gerente de fazenda. Rogério diz que a retração no primeiro mês se deveu às dúvidas de como o mercado iria se comportar, especialmente no exterior. “No início, o mercado ficou um pouco instável e os volumes para exportação caíram, principalmente no primeiro mês, até se entender o que estava de fato ocorrendo”. Com a pandemia, as principais adaptações que os produtores precisaram fazer foram com relação aos cuidados com a higienização e também na intensificação do uso de ferramentas para comunicação à distância.

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O gerente regional do Sebrae em Juazeiro, Carlos Cointero, explica que muitas medidas de higiene e segurança já são adotadas pelos produtores em períodos normais. “O trabalho no campo já exige cuidados. Por outro lado, houve uma intensificação das negociações por meio das tecnologias de comunicação”, explica Carlos.

Nesse período desafiador, o Sebrae, mesmo atendendo de forma remota, manteve intensa a sua atuação junto aos produtores. Carlos afirma que há um levantamento das necessidades dos produtores para quando as atividades econômicas começarem a ser retomadas com maior intensidade. O gerente diz que há perspectivas positivas para a comercialização de frutas no segundo semestre. “Os contratos de exportações estão se mantendo firmes. A safra foi mantida com previsão de preços equivalente à safra passada. Os produtores têm se adaptado bem nesse primeiro momento”, reforça Carlos.


CASE SANTO ANTÔNIO DE JESUS

CRESCIMENTO ACELERADO

Serviço de entrega foi essencial para população manter o distanciamento social

FOTO: THIAGO ROSARII

Flash Boy precisou se adaptar para atender à alta demanda

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ara a grande maioria da população poder manter o distanciamento social, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) diante da pandemia do novo coronavírus, algumas empresas tiveram um súbito aumento da demanda. Este é o caso da Flash Boy (@flashboyoficial), empresa de Santo Antônio de Jesus, especializada em entregas e transporte de passageiros, que teve um crescimento de 400%, desde março, início do isolamento social no Brasil. Quando fundou a empresa, há dois anos, Icaro Duarte estava seguindo a linha de crescimento traçada em seu plano de negócio. O que o jovem microempreendedor individual de 29 anos não imaginava é que a pandemia iria posicionar sua empresa como um negócio essencial para que o mínimo de normalidade fosse mantido em um momento tão complexo e sem precedentes. O destaque da empresa chamou a atenção e Icaro foi convidado ministrar a palestra Implantação de Delivery, em uma das lives do Sebrae. A empresa participou também do encontro virtual de startups e do Festival Sabores da Bahia Delivery, em sua edição no Recôncavo. “O empresário organizou o segmento de logística no município e região. Icaro é jovem, está investindo e o seu aplicativo tem um excelente resultado”, avaliou o gerente regional do Sebrae em Santo Antônio de Jesus, Calos Henrique Oliveira.

“Percebi a carência do setor no interior do estado e enxerguei uma oportunidade. Tantos os clientes demandavam o serviço quanto as pequenas empresas precisavam entregar seus produtos”. E foi a partir desse pensamento, aliado à sua experiência no setor de logística de uma indústria da região, que o empresário criou a Flash Boy. “Comecei fazendo o trabalho de entrega sozinho e com apenas um estabelecimento credenciado. Hoje temos 600 estabelecimentos parceiros e 100 entregadores no time de Santo Antônio de Jesus”, lembrou Icaro. Além do município de origem, Santo Antônio de Jesus, a Flash Boy opera em outras seis cidades: Cruz das Almas, Valença, Jequié, Jaguaquara, Amargosa e Ilhéus. Os números gerais são motivo de orgulho para o empresário. Atualmente, 6 mil estabelecimentos são cadastrados no serviço, que conta com cerca de 8.600 entregadores.

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FOTO: JOÃO JR Núcleo Raízes do Sertão se organizou para viabilizar a entrega de alimentos orgânicos

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL EM CASA Feira Delivery de Orgânicos gerou aumento de venda

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urante a pandemia do novo coronavírus, as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) vão além dos cuidados sanitários de higiene pessoal. É preciso também aumentar o consumo de alimentos saudáveis para reforçar a imunidade. Essa demanda de maior atenção à alimentação foi percebida pelo Núcleo Raízes do Sertão (facebook. com/nucleoraizesdosertao), entidade responsável pela organização da feira agroecológica no munícipio de Irecê. Para dar conta da grande procura por alimentos mais saudáveis, o núcleo precisou se reinventar e passou a atuar também com uma Feira Delivery de Orgânicos. “O serviço de entrega em domicílio foi pensado para atender à clientela dos grupos de risco e atingimos também os que não frequentavam a feira devido à rotina ou falta de tempo”, explica Paula Ferreira,

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CASE IRECÊ

coordenadora do Núcleo Raízes do Sertão e presidente da Associação de mesmo nome. A cada semana, os produtos disponíveis são ofertados através do aplicativo WhatsApp. O cliente responde com a lista do que deseja, o pedido é registrado e a entrega é feita em casa por um motoboy ou retirada na sede do núcleo. Esse formato passou a registrar cerca de 120 atendimentos por semana, o que representa um aumento de 50% no faturamento total. O gerente do Sebrae em Irecê, Edirlan Souza, analisa os desafios que os empreendimentos rurais enfrentam na pandemia e que podem continuar após esse período. “Estamos em um momento de busca pela agregação de valor aos produtos, que pode ser feita através de certificação orgânica, por exemplo. Além disso, os pequenos produtores precisam qualificar a sua relação com o mercado e, consequentemente, promover um relacionamento mais profissional, porém atento às necessidades apontadas por esse novo perfil de consumo". Ainda em 2020, o núcleo passará por consultorias de Acesso a Mercados, Logística, Cooperativismo e Gestão Financeira através do Projeto Agronordeste, oferecido pelo Sebrae em Irecê.

“Esse apoio pra gente tem sido muito importante. Estamos solicitando essa consultoria ao Sebrae por entender que precisamos de uma cooperativa para fazer a comercialização dos produtos. Cada unidade produtiva é um negócio, que gera renda e que garante a sustentabilidade de diversas famílias”, valoriza Paula.


Totens para álcool em gel estão entre os novos produtos ofertados pela Gráfica Mix

CASE VITÓRIA DA CONQUISTA

tes e outro após o Empretec. Eu perdi todo medo e a insegurança que eu tinha depois que eu participei do seminário”, relembra.

Com a chegada da pandemia do novo coronavirus, Gabriel precisou redirecionar o modelo de negócio da Gráfica Mix,

INOVAR PARA SOBREVIVER Empresa oferece novos produtos e registra aumento de vendas mesmo durante a pandemia FOTO: KAL/CARLOS LANDULFO

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empresário Gabriel Domingues (@mixlivramento), está entre as 200 mil pessoas que o Sebrae já capacitou em 24 anos de aplicação do Empretec no Brasil. Na Bahia, já são quase 14 mil “Empretecos”. A metodologia do seminário foi desenvolvida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para potencializar o perfil empreendedor que existe em cada participante, além de ajudar na identificação de novas oportunidades de negócios. “Foi uma ferramenta ímpar em minha vida”, assegura o empresário. “Existe um Gabriel an-

localizada no município de Livramento de Nossa Senhora, no Sudoeste da Bahia. Além de serviços de comunicação visual, a gráfica passou a oferecer equipamentos de proteção para combater à Covid-19. Mesmo em meio ao cenário ruim, o empresário registrou um aumento de 22% no faturamento da gráfica em comparação ao mesmo período de 2019. Isso foi graças à produção de totens para álcool em gel, proteção de acrílico para balcões de atendimento, lavabos, máscara de proteção facial, dentre outros equipamentos e insumos personalizados. Hoje, a gráfica presta atendimento para todo o estado da Bahia, mas, devido ao grande volume de pedidos e para manter a qualidade do serviço, foi preciso retirar os anúncios da internet e atender apenas as demandas que chegam por indicação de clientes, o famoso “boca a boca”. "É preciso avaliar as necessidades que surgem a partir do novo cenário do mercado, que é o caso da Gráfica Mix. O empresário identificou uma oportunidade e adaptou a sua empresa para atender a demanda", observa a gerente do Sebrae em Vitória da Conquista, Josinete Viana. Ao analisar quando tudo começou, Gabriel reconhece a insegurança que teve antes de tomar a decisão de reelaborar o seu negócio. “Pensei em diminuir o quadro de funcionário, cadastrar todo mundo no auxílio do governo, mas não foi necessário. Enquanto empresas de amigos demitiam, eu precisei contratar mais dois funcionários. Não temos um produto para pronta entrega, mas vamos produzir durante o tempo que for necessário”, afirma. Diante do resultado alcançado com a sua solução, o empresário encoraja: “é importante para o empreendedor se reinventar, não desistir jamais”.

Sebrae Bahia

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