Campina Século e Meio - Volume 4

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Memorial: Ressignificando o mito dos Tropeiros Pรกgina 09

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Volume Campina Grande - PB

Evaldo

Cruz

85 anos do eterno Prefeito da Cultura

IHCG FORMANDO A CASA DA MEMร RIA

JUBILEU DE PRATA DO BLOCO DA SAUDADE

BEM ESTAR: DESINTOXICANDO O NOSSO ORGANISMO


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Ano III - Volume 4

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EDITORIAL

A questão da cultura

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nossa realidade brasileira é bem ingrata com essa tal de cultura, lembro que quando era editor executivo do jornal O Imparcial em São Luis do Maranhão, houve uma pequena dificuldade no abastecimento de papel-jornal. O dono do diário ludovicense não pensou duas vezes: eliminou logo as 6 páginas do caderno de cultura. Isso foi há mais de 15 anos, agora neste 2016 o presidente provisório comprova a prática excluindo da Esplanada em Brasília o Ministério da Cultura. Mas, neste caso, deu zebra. Os artistas, produtores e ativistas, mostrando que estão alertas e mobilizados, resistiram bravamente a essa bravata econômico-financista e ele teve de dar marcha à ré. Que a mobilização permaneça. E, como íamos dizendo, é regra, dinheiro curto corta-se imediatamente na carne da cultura. Esse setor é sempre visto como supérfluo, não prioritário, secundário no orçamento público. A visão revolucionária do conterrâneo Celso Furtado que via a cultura como vetor do desenvolvimento econômico é quase que totalmente ignorada neste pais tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza. Mas que beleza? Na contramão disso tudo, o ex-prefeito Evaldo Cruz, que destacamos nessa edição da revista, fez uma administração que sem esquecer as demais áreas e demandas da cidade, privilegiou como nunca o campo cultural. Evaldo fez algo que ainda não foi igualado na prefeitura: trouxe a pauta da cultura para o centro da administração municipal. A justificativa para esse inédito e ousado gesto no trato da coisa pública ele mesmo apresentou num artigo que escreveu sobre o

tema, disse ele: “Sempre fui um dos que lamentavam os insucessos das iniciativas artísticas em Campina Grande e achava inclusive que o espírito demasiado mercantilista que aqui predominava era uma mancha negra em nossa História”. Os americanos do norte descobriram cedo a importância do fator cultura para a ampliação e solidificação do seu poderio mundial. Um exemplo bem objetivo disso é a indústria cinematográfica que há mais de um século é hegemônica e impõe seu modelo (e filmes) nos quatro cantos do mundo. Os filmes trazem o american way of life, incluindo aí o idioma inglês, a ideologia dos partidos republicano e democrata, os gadgets fabricados pela Apple, a visão geopolítica unilateral dos EUA, a permanente sacralização do dólar, a militarização estilo xerife do mundo. Cultura não é herança biológica, cultura se adquire. Daí a importância da escola, do teatro, do cineclube, da livraria, da biblioteca, da sala de concertos, do museu, do circo, da pinacoteca, da feira, da poesia, da quadrilha junina, do balé, do repente, do forró, da polifonia do YouTube e demais canais de conexão com todas as culturas do planeta. Mas não basta ter os equipamentos e/ou as manifestações culturais, é preciso

cultivar o hábito de frequenta-los, vê-los, estuda-los e para isso o incentivo, a educação, o estímulo, são fundamentais. Lembro agora um episódio, quase uma anedota, em que conversando com um amigo sobre a beleza das óperas ele cravou: “O público de Campina não gosta desse tipo de espetáculo”. Em mais de 50 anos de existência do Teatro Municipal nunca se apresentou uma companhia de ópera de verdade na cidade. Como é possível não gostar do que não se conhece? O trabalho (e irrestrito apoio) de Evaldo Cruz em sua época não foi em vão, mesmo com as limitações políticas e ideológicas impostas pelo regime ditatorial vigente (que tratava o segmento como caso de policia), a cidade respirava cultura através dos festivais nacionais de teatro, dos congressos de violeiros, das mostras de cinema , das exposições e cursos no museu de arte, dos congressos brasileiros de teoria e crítica literária e seminários internacionais de literatura, da revista de cultura, dos equipamentos públicos que valorizam e integram o meio ambiente, da construção de uma identidade cívica através do hino, bandeira e brasão de armas do município. Quem dera seu exemplo fosse seguido.

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07 CREDUNI

CAMPINA

uma cooperativa que cresce junto com os associados

século e meio

Índice

13 Evaldo Cruz o prefeito que dignificou a cultura sem esquecer as outras demandas da administração

23 Br PHOTONICS empreendedorismo de um jovem pesquisador campinense em escala mundial

25 Obituário Professor, jornalista e radialista Altamir Araújo Guimarães, Mica

27 Desintoxicando o organismo para prevenir doenças e viver uma vida saudável

28 centro de beleza mantém liderança através da capacitação dos colaboradores

30 bloco da saudade chega aos 25 anos e perpetua sua história num documentário que registra seus primeiros momentos

29 PETRÔNIO colégio incentiva a vivencia artística como uma das formas de despertar valores para a vida

33 ATECEL um exemplo de sucesso na integração universidadesociedade-empresa há quase 50 anos

34 GILVAN DE AZEVEDO pastor luterano nascido em Campina Grande se despede do ministério depois de 43 anos

35 novo conceito urbano implantado pela RC Empreendimentos

37 Instituto Histórico

09 Memorial dos 150 anos Novo equipamento urbano fica nas márgens do Açude Velho lembrando e atualizando a saga dos tropeiros da Borborema

faz uma retrospectiva das atividades entre 2012 e 2016 pelas mãos da presidente Ida Steinmuller

38 Jovem médico campinense, com atuação na Capital do Estado, inicia trabalhos clínicos e cirúrgicos em nossa cidade

CAMPINA, SÉCULO E MEIO Volume 4 · Julho 2016 · DIRETOR e EDITOR: Romero Azevêdo (DRT-PB 617) · publicidade: Creusa Oliveira · Projeto Gráfico: Mário Miranda · designer: Isis Azevedo · revisão: Rafael Azevedo · Colaboradores: Eneida Agra Maracajá, Ida Steinmüller, Mércia Xavier, Noaldo Ribeiro, Roberto do Monte, Rômulo Marinho do Rêgo · Agradecimento: Fábio Piquet Cruz, José Araújo de Oliveira Filho e demais parceiros desta edição · capa: Evaldo Cruz em seu Gabinete (acervo da família) · Impressão: Epgraf · Tiragem: 3.000 exemplares · Distribuição: dirigida e personalizada · Publicidade: revistaseculoemeio@gmail.com 83 9-9925.3041 | 9-9648.1619 · Visite: issuu.com/revistaseculoemeio · Os textos assinados são de responsabilidade de seus autores

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gente que faz campina grande

por rômulo marinho do RÊgo*

CREDUNI Uma cooperativa de crédito 100% vitoriosa

A

CREDUNI é a cooperativa de crédito dos servidores das universidades públicas da Paraíba, com mais de 6.000 cooperados, 47 colaboradores e 4 postos de atendimento que servem aos sócios da UFCG, UEPB, da UFPB e do IFPB. Diferente dos bancos que visam lucros para os seus acionistas, a cooperativa de crédito é uma sociedade coletiva constituída com o objetivo de prestar serviços econômicos e financeiros exclusivamente aos seus associados seguindo princípios de mutualidade e de interesses comuns. Os resultados advindos dos serviços e produtos da cooperativa são repassados para os cooperados, ou pela devolução das sobras, ou pelo financiamento de atividades voltadas para a assistência educacional, técnica e social visando a formação dos cooperados e dependentes, em especial em educação financeira, cooperativismo, empreendedorismo e geração de rendas. A CREDUNI cobra pouca tarifas pelos serviços prestados, remunera em 4,5% o saldo médio das contas correntes, apresenta as menores taxas de juros do mercado, tanto nos empréstimos consignados, como nos de pessoa física

Rômulo Marinho do Rêgo, Paulo Ortiz Rocha e Dagoberto Lourenço Ribeiro: na linha de frente da CREDUNI

com garantia de salários; nos financiamentos de veículos, bem como nos seguros de automóveis, de vida e de previdência. Com uma taxa de 5% de juros do cheque especial e do cartão de crédito, evita também nestes produtos as altas taxas cobradas pelo mercado. Por outro lado, os sócios recebem pelo seu capital social e pelos diversos produtos de investimentos ofertados pela cooperativa uma remuneração maior que a maioria dos investimentos que existem no mercado, superando no acumulado dos seus 17 anos

todos os produtos ofertados pelo mercado. Nosso compromisso é também com a comunidade na qual atuamos. Todos os recursos produzidos, seja na intermediação financeira, nos salários dos nossos funcionários, ou pela compra de produtos e de serviços ficam na economia paraibana contribuindo para a geração de emprego e renda. A CREDUNI é um projeto coletivo que visa fazer com que o seu dinheiro trabalhe para você, para sua família e para a comunidade acadêmica paraibana, na busca da felicidade.

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pelas ruas da cidade

por andré agra

Monumento dos 150 anos de Campina Grande:

homenagem aos Tropeiros da Borborema Imaginário do Empreendedor

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s Tropeiros da Borborema podem ser considerados como elementos centrais na formação da identidade cultural campinense. Eles alimentam nossas memórias, com suas sagas e feitos, e dá um sentido particular a nossa origem. Esse sistema de “ideiasimagens” do ser-de-campina, que também pode ser chamado de tropeiro-feirante, parece se estruturar a partir de três características fundamentais: a capacidade heroica de vencer desafios; o empreendedorismo desbravador e cosmopolita; e a adaptabilidade ao meio (e de fazer desse meio o centro de tudo). Trata-se de um retrato simbólico (dos tropeiros) cuja idealização nos reporta necessariamente ao passado, mas a um passado, um “rever os antigos”, com sede de presente, do hoje, na intenção manifesta de fazer perpetuar esse traço inalienável do nosso imaginário coletivo. As imagens ditas primordiais e os mitos precisam ser perenizados, cultuados e, quando

necessário, revigorados. Não se concebe uma sociedade, uma civilização, sem seus heróis, suas histórias lendárias e míticas. O mito “relido” é parturiente de imagens-ideias de um “recordar” que anima (impulsiona) o presente. Não é à toa que quando ouvimos os tropeiros que “partiam mais cedo que a barra da aurora”,

“nos tempos de outrora”, parece formar na nossa mente a imagem-sensação de ser incansável, de disposição titânica, e isso é exemplo de força civilizatória. Platão, em sua obra clássica A República, nos sinaliza o caminho: “o mito foi salvo do esquecimento e não se perdeu. Ele pode, se lhe dermos crédito,

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pelas ruas da cidade

salvar-nos a nós mesmos”. Os romanos têm em seu mito de origem, de Rômulo e Remo, personagens que foram alimentados por uma loba, a exaltação figura do guerreiro. Notar, por outro lado, que a historiografia tradicional teria os tratado (os tropeiros), de forma periférica, um tanto marginalizada, e o “tropeiro empreendedor” tornou-se uma espécie de “desconhecido”. Nesse sentido, a imagememoção das “tropas de burros que vem do sertão, trazendo em seu lombo, peles e fardos de algodão” tenderia a se distanciar, como ator operante, da centralidade dos ciclos de desenvolvimento da cidade. Esse ator-ideia, ou mito de origem, de valor arquetípico, se fazendo valer da linguagem junguiana, teria sido pouco captado e valorizado pela análise histórica linear e racional. Ora, as Luzes só mostrariam e valorizariam o que está claro, vício da modernidade; as sombras, as imagens profundas (primordiais), as ideias que fazem sonhar, no dizer de Bachelard, eram (ou são) lidas como ilusões, fantasias, por isso, fora da equação cartesiana do saber, e do fazer. Não fosse a poética genial de Raymundo Asfora que anunciou o recordar hoje é o meu lema do Feira de Campina nos anos 1920

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tropeirismo da Borborema, obra épica, musicada por Rosil Cavalcante e cantada pelo Rei do Baião, talvez poucos tivessem ouvido falar e se emocionar com esses heróis pouco explorados do imaginário campinense contemporâneo. No quesito desafio, inclusive, surpreende a escolha da campina grande como lugar para o nascimento da Rainha, um planalto sem água, nem manancial de abastecimento por perto. Evaldo Gonçalves observou bem essa faceta do mito e da história. O ato de fincar morada na Rainha da Borborema já trazia consigo uma escolha de superação mítica. Ser resiliente era uma condição sine qua nom para enfrentar “a sede e a poeira do sol que desaba; que rolava o caminho que nunca se acaba”. A decisão, por si só, era uma decisão heroica... Nascemos sob o signo da crise hídrica, algo do nosso cotidiano, portanto, nunca foi nem será impeditivo ao nosso crescimento. Pois bem. A obra arquitetônica e a escultura a ela acoplada (a frase pode ser lida em sentido inverso), é um conjunto de representações históricas e simbólicas destinado a (re)valorizar esse mito fundador da civilização campinense, os “Tropeiros da Borborema”. E exaltar o espírito empreendedor do campinense, a eles intimamente associado. Quando, por exemplo, cantamos “foi grande por eles que foram os primeiros”, estamos realçando o traço de heroísmo e de orgulho desses desbravadores presentes no mito de origem. Sua marca, seu traço, sua concepção estética não se intimida em desconstruir a

proporcionalidade e simetrismo entre as partes, o faz para provocar uma mudança de percepção, rompe-se a “lógica”, como a poesia nos ensinou: “o passo moroso; só a fome galopa; pois tudo atropela o passo da tropa “. “Atropela”, ou interpela, para nos levar da posição de observador para a de observado; de um olhar distante, impassível, para um olhar inundado de emoção. E para isso, propõe um mergulho no nosso próprio imaginário, que é coletivo e é nosso (o ser-campinense); e o real e o imaginário vão ter, enfim, suas núpcias, em plena pósmodernidade, na leitura mais profunda do mito. A leitura de verdades imersas, “escondidas” pela poética. E se caminhavam “as tropas cansadas e os bravos tropeiros buscando pousada”, representação do gene do desenvolvimento, da riqueza, tatuado menos “pelos duros chicotes que cortavam os lombos ou pelos ferimentos nos cascos “(símbolo de uma subjugação, a ser superada, da natureza ao progresso), e mais pela simbologia da perseverança e sentido logístico-distribuidor. O conceito arquitetônico é, então, inundado pela carga simbólica do mito, e vai buscar, no diálogo entre o passado, o presente e o futuro, uma forma de expressão estética que use a força da beleza, sustentada por uma ideia, como elemento indutor de uma imersão. Imersão cuja finalidade implícita é dar o devido valor a emoção heroica dos tropeiros, sem hipervalorizar a razão, a ciência, expressa no casulo espelhado de quem olha de uma perspectiva lateral. Esse primeiro bloco é, pois, uma representação da Campina Hightech, da razão iluminista, de sua grandiosidade sofisticada e antenada com o mundo, por isso, o arrojo da sua estrutura suspensa, suas faces espelhadas


e elementos metálicos, que representa A Rainha contemporânea, educada na Academia e disposta a avançar na sofisticação de sua força reluzente. Mas se o presente é-lhe grandioso e o futuro promissor, olhemo-nos para o passado, na busca idílica da alma campinense, cujo paradigma mítico nos reporta aos Tropeiros da Borborema, suas sagas heroicas percorrendo sertões e cariris adentro. E essa busca nos leva ao íntimo-interior, casulo ôntico no qual foi forjada a alma desse povo lutador, incansável e inovador! E nesse viés, o olhar perspectivo em planta-baixa, o olhar dos céus, melhor dizendo, da lua, desconstrói a leitura estética do mito prometeico, no sentido de fazer nascer uma nova imagem-emoção ou imagem poética: as curvas da estrutura metálica as quais representam duas mãos em forma de “cuia”, a buscar a água de beber na fonte, representação simbólica do tradicional açude velho, manancial divino sonhado no auge

da sede atroz dos guerreiros incansáveis. E representação histórica de um passado real, pois teria sido naquele recanto a parada das tropas para matar a sede, daí o cognome “Berro D’água”. Essa mesma água que vai dançar, ao som do hino em homenagem à alma campinense dos tropeiros, uma música que é quase um canto de dor, como o jazz é para os escravos da América do norte, mas uma dor que não dói mais, e sim emociona na esteira da saudade dos corações valentes, invencíveis. E nos eleva, ao som do inaudito, no dizer de Nietzsche, e aciona o nosso substrato mental, dandonos força para ir à frente, na construção de um lugar melhor para se viver. A obra precisava de um jardim, adorno que representa o flerte com a logística, vocação campinense de ser entreposto. Espécimes do sertão, cariri e brejo, plagas que nos circundam, compõem a vegetação e a embelezam. E as antigas moradoras, transplantadas (os ipês) vivem na outra margem do açude, admirando a beleza de suas

irmãs do verde. Mas faltava o espaço para escrever o futuro, com o ardor do presente e o animus do passado, por isso, a obra fornece suas linhas amarelas, a cor solar de exaltação ao heroísmo, e o casulo abre-se como um caderno para receber nossos sonhos. Sonhos que falem de um novo ciclo, que se anuncia, a partir das terras dos Afonsos, com a visão estratégica do tropeiro-logístico (do mito de origem) e da utopia possível do filho simples do funcionário da rede ferroviária, que vislumbrou, em meio ao cenário da mesmice irritante e estéril, tempos que precisam se renovar, pois Campina nasceu para sonhar grande! E nada melhor do que a inspiração dos tropeiros, símbolo primordial que nos irriga e dá força, para nos conduzir, à frente de uma nave-casulo, rumo a um novo e duradouro ciclo de desenvolvimento econômico, sustentável e com justiça social, e ai poderemos cantar-sentir a inspiração-imagem dos versos do cearense genial:

“Riqueza da terra que tanto se expande E se hoje se chama de Campina Grande Foi grande por eles que foram os primeiros Ó tropas de burros, ó velhos tropeiros.” Ano III - Volume 4

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É GRANDE POR ELES QUE FORAM OS PRIMEIROS

EVALDO CRUZ O Eterno Prefeito da Cultura

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enhum outro prefeito de Campina Grande teve tanta identidade com a arte e a cultura como Evaldo Cruz. A administração dele abrangeu todos os setores da cidade e seus distritos, mas o viés cultural foi o norte que orientou aquele período de significativas transformações urbanas em Campina. Evaldo Cavalcanti Cruz nasceu no dia 21 de agosto de 1931 aqui mesmo em Campina Grande, era filho do Dr. Severino Henriques da Cruz e de Stellita Cavalcanti da Cruz, se estivesse vivo completaria 85 anos neste 2016. Seus primeiros estudos foram na escola particular da professora Iaiá Montenegro, depois foi para o Colégio Alfredo Dantas onde teve como colegas de turma Dinival França, Yoge Mendonça, Chico Maria, Newton Rique, Paulo Gayso entre outros. Essa predileção pela arte e pela cultura não nasceu do acaso, desde a adolescência Evaldo sempre cultivou esse gosto pela produção artística, notadamente o cinema, a música clássica e as histórias em quadrinhos. Em torno da chamada Sétima Arte, além de frequentar assiduamente as sessões do Babilônia e Capitólio, exerceu por um período a crítica cinematográfica

no Diário da Borborema e assinava seus comentários com o pseudônimo Zama. Outra grande paixão do jovem Evaldo Cruz eram as histórias em quadrinhos, especialmente “Flash Gordon” de Alex Raymond e “Epopeia”, uma revista publicada pela Editora Brasil América (EBAL) enfocando obras da Literatura universal e narrativas do velho

oeste americano, quadrinizadas por grandes artistas da época (anos 1950). Além da leitura contumaz, ele também desenhava suas próprias HQs tendo como gêneros preferidos o terror e a ficção científica. Ainda com o pseudônimo Zama, Evaldo publicou no mesmo Diário da Borborema dezenas de artigos sobre desenvolvimento urbano e político.

Evaldo Cruz assinando o termo de posse na prefeitura em 1973

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É GRANDE POR ELES QUE FORAM OS PRIMEIROS

Vocação Política Evaldo era formado em Direito pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais da Universidade Federal de Pernambuco e foi professor de Finanças Públicas no Curso de Economia, da Faculdade de Ciências Econômicas de Campina Grande (FACE), da Universidade Federal da Paraíba (hoje UFCG). Foi também professor de Direito Financeiro na Faculdade de Direito, da Universidade Regional do Nordeste (hoje Universidade Estadual da Paraíba). Além da carreira acadêmica, exerceu os cargos de promotor público substituto da Comarca de Campina Grande, consultor jurídico da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, presidente da Companhia de Industrialização do Estado da Paraíba, diretor administrativo da Campina Grande Industrial S/A e foi membro do Conselho de Administração do Banco do Estado da Paraíba S/A. O último cargo que exerceu foi o de presidente do Tribunal de Contas do Estado. Em entrevista a Ronaldo Dinoá, publicada no Diário da Borborema, edição de 5 de março de 1989, Dona Lúcia Cruz, esposa, explica por que, ao contrário de parte dos irmãos e do pai que exerceram

Duas das HQs preferidas por Evaldo

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Evaldo e Dona Lúcia no dia do noivado

a medicina, Evaldo preferiu a formatura em Direito, diz ela: “Evaldo era um humanista por excelência, tinha vocação política, o demonstrou desde sua adolescência e talvez por isso, ele tenha decidido escolher a carreira advocatícia” A vocação política foi colocada em prática no ano de 1955 quando se elegeu vereador; 17 anos depois, em 15 de novembro de 1972, foi eleito prefeito tendo como vice o agropecuarista Antônio Gomes (o país vivia sob a ditadura militar, os governadores eram nomeados por decreto, mas os prefeitos das cidades – menos as capitais – eram eleitos pelo voto).

Revolução na Paisagem O grande legado da administração Evaldo Cruz foi sem dúvida o novo desenho urbanístico dado à cidade, cujo símbolo maior é o parque que hoje leva o seu nome. A ideia do arquiteto campinense Renato Azevedo, assessorado por uma equipe vinda de Recife, foi a de instituir ali no antigo açude novo o Centro Geodésico de Campina, tendo como eixo o obelisco. É como um grande circulo imaginário do qual partem linhas equidistantes para todos os quadrantes da nossa área urbana. O parque é também uma das poucas áreas públicas bem arborizadas, possui uma fonte luminosa na base do obelisco,


uma cpsula do tempo com documentos e um filme cinematográfico, “Crônica de Campina Grande”, feito em 1974 pelo cineasta Machado Bittencourt, contendo as comemorações oficiais dos 110 anos da cidade. No parque também está o prédio onde funcionou por mais de 20 anos o Museu de Artes “Assis Chateubriand” (agora Secretaria de Cultura do Município). Hoje o projeto arquitetônico original do parque foi violentamente adulterado com a construção de um terminal de ônibus que ocultou a paisagem verde e o prédio do museu com um paredão de cimento e metal, impedindo também o acesso de veículos à Secretaria de Cultura. A ocupação das margens do açude velho com finalidade de lazer e turismo, sem comprometer o meio ambiente, foi outra obra de destaque da gestão Evaldo Cruz (hoje no local onde funcionou um restaurante turístico construído pela prefeitura

na administração dele ,está edificado o Museu de Arte Popular da Paraíba). A restauração da antiga estação de trens, construída em 1907, com a criação do Museu do Algodão no prédio da Great Western e a revitalização dos armazéns, gerou uma parceria pública-privada que redundou na a instalação de uma boate, um restaurante e um centro de comercialização de artesanato dando origem ao Centro Turístico da Estação Velha (oficialmente Parque Cristiano Lauritzen), um marco importante naqueles primeiros anos da década de 1970. O tempo provou que a visão futurista do prefeito estava correta, hoje se anuncia para este ano naquele mesmo espaço inaugurado por Evaldo, a instalação de um novo complexo turístico aproveitando a estrutura existente e ampliando a área com a construção de uma arena para abrigar as apresentações das quadrilhas juninas da cidade, premiadas como as melhores do Brasil.

Revista Campinense de Cultura editada na gestão do prefeito Evaldo Cruz

Homenagem na Faculdade A Faculdade Paulista de Tecnologia-FAPTEC, instituição de ensino técnico com 20 anos de atuação em Campina Grande, inaugurou em 2014 um “Mural Cívico” em homenagem ao ex-prefeito Evaldo Cruz. O mural fica no hall de entrada e contém a bandeira e o brasão da cidade além de texto explicativo. Estes símbolos foram criados por lei sancionada por Evaldo Cruz no ano de 1974. Na foto, o empresário José Araújo de Oliveira Filho, mantenedor da FAPTEC, observa o mural.

Obelisco, eixo do Centro Geodésico da cidade

Aluízio Campos (na frente), Antônio Gomes (chapéu) Ernani Sátyro e Evaldo na carreata da vitória em 19/11/1972

saiba mais: “Do discurso dos planos ao plano discurso: PDLI –Plano de Desenvolvimento Local Integrado de Campina Grande 1970-1976” (Dissertação de Mestrado de Maria José Silva Oliveira - UFPE - Recife, 2015)

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É GRANDE POR ELES QUE FORAM OS PRIMEIROS nos anos seguintes sempre com o apoio decisivo da administração Evaldo Cruz (leia texto de Eneida Agra nesta edição). A cultura popular não ficou desamparada nessa gestão, o 1º Congresso Nacional de Violeiros foi realizado no Teatro Municipal em 1974 com todo apoio da prefeitura. Nos anos seguintes o evento mudou de espaço, mas continuou recebendo ajuda da administração Evaldo Cruz.

Saiu Pobre da prefeitura

Familia reunida na casa da rua Vila Nova da Rainha, nos anos 1970

A repaginação urbana promovida pela administração Evaldo Cruz teve outro equipamento que viria a se tornar no espaço mais democrático da cidade: o Calçadão da Cardoso Vieira (hoje (denominado oficialmente Calçadão “Jimmy Oliveira”). Numa participação em um encontro de administradores realizado em João Pessoa no ano de 1975, o prefeito justificava essa obra com o seu aguçado senso de humor. Disse ele que passava sempre naquela rua “e via o pessoal falando mal da minha administração sem o mínimo conforto, em pé, espremidos entre os carros em movimento; então decidi fazer o Calçadão para dar conforto e segurança a esses opositores”.

Carinho pelo Teatro De forma muito especial aquele que viria a ser chamado pela classe artística da cidade como “o Prefeito da Cultura”, cuidou do Teatro Municipal “Severino Cabral”. Primeiro fez uma completa reforma estrutural tirando a nossa principal casa de espetáculos do completo abandono em que se encontrava; a seguir promoveu, juntamente com Eneida Agra, a realização do I° Festival Nacional de Teatro Amador (Fenata), evento que reuniu em Campina atores, atrizes, diretores e dramaturgos de todo o Brasil. O Festival teve sequência

FILHOS DE EVALDO CRUZ E DONA LÚCIA Luciano Piquet da Cruz – Engenheiro Civil e Empresário Fábio Piquet da Cruz – Médico e Administrador Saulo Piquet da Cruz – Engenheiro Civil Andrea Cavalcanti da Cruz – Arquiteta Márcio Piquet da Cruz - Advogado

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Profissional íntegro de ilibada conduta ética e moral, Evaldo Cruz levou para a prefeitura o modo republicano de lidar com a coisa pública. No quadro de auxiliares, por exemplo, só havia um membro da família como colaborador, o seu irmão Guilherme Cruz, mesmo assim herdado da gestão anterior. Um técnico sério, capaz, honesto e trabalhador, com esse perfil reconhecido pela maioria da população, Evaldo fez uma gestão competente e sem nenhuma mácula política-administrativafinanceira. O jornalista William Tejo, decano do jornalismo político na Paraíba, em uma matéria especial sobre a administração Evaldo Cruz publicada no jornal “Gazeta do Sertão”, edição de domingo, 25 de dezembro de 1983, disse textualmente: “O certo é que Evaldo Cruz realizou uma boa administração e ficou conhecido como “o Prefeito da Cultura”, destacando-se a recuperação do Teatro Municipal, um prédio para o Museu de Arte, o Parque Cristiano Lauritzen, na Estação Velha, com museu. Estabeleceu os Símbolos Heráldicos do Município, com bandeira e brasão, instituindo, em concurso público, o Hino da Cidade (...) quando alguém faz referencias ao seu nome é só para elogiá-lo. Entrou na Prefeitura pobre e saiu mais pobre ainda”. Evaldo Cruz morreu em 1985, aos 54 anos de idade.


o Prefeito da Cultura Por Eneida Agra Maracajá

Fundadora e Diretora do Festival de Inverno de Campina Grande

Evaldo Cavalcanti Cruz, o primeiro prefeito eleito após o golpe militar de 1964, assumiu o Governo Municipal de Campina Grande, em 1973, no momento em que o país vivia a perplexidade que viria a marcar o início do milênio. O gênio contido em José, do poeta Carlos Drumond de Andrade foi um marco desse tempo. “A festa acabou denota o fim das utopias. A luz apagou esboça a moldura de incertezas que nos contorna, a ocupação claudicante de muitas indagações e escassas respostas. O povo sumiu, a noite esfriou sugere o maremoto da massificação, da cultura impelida pelo consumo. Você que faz versos, que ama, protesta põe em cena o papel das artes, do criador e do pensador no quadro intranquilo de uma sociedade indecisa e reprimida quanto aos caminhos a seguir. Você marcha, José! Para onde?” Foi nesse clima de censura, repressão, sob os efeitos do AI-5, decretado pelo General Costa e Silva, que o humanista e intelectual, Evaldo Cruz, tornou-se prefeito para mudar o conceito formado sobre Campina Grande, apenas como a “Capital do Trabalho”. Professor universitário com formação jurídica, crítico de cinema, e um dos criadores do cinema de arte, junto a um outro idealista, Edvaldo do Ó, instalou nas dependências de um salão anexo à Catedral de Nossa Senhora da Conceição, sessões gratuitas para exibir filmes de arte, direcionados ao público estudantil e universitário. Eleito prefeito, após oito meses de gestão, convidou-me para assumir a direção do Teatro Municipal Severino Cabral, dandome a oportunidade de dirigir a Casa onde eu já vivia desde a sua fundação em 1963, como educadora e coordenadora dos Festivais de Arte

Infantil do Instituto Nossa Senhora da Salete. Em agosto de 1973, o Teatro de seu Cabral estava fechado. Palco, plateia, rede elétrica e sistema hidráulico, teto, pintura externa, inteiramente dilapidados pelo tempo e descaso e, o pior, perdera o público. E um teatro sem público é um teatro sem alma. Após três meses de nossa gestão, com o apoio de Evaldo Cruz, o Teatro reabriu recuperado, com a 1ª Mostra Municipal da Arte Infantil. Em 1974, Campina Grande realizava o seu I Festival Nacional de Teatro Amador – I FENAT, quando o Brasil vivia o pior momento do AI-5 (a ditadura dentro da ditadura), que fechou teatros, prendeu, torturou e exilou artistas, foi no Teatro Municipal, que catorze delegações, das várias Regiões brasileiras, encontraram abrigo para fortalecer as utopias e a liberdade de expressão, mesmo sob a pressão da Polícia Federal, que se mudou de “mala e cuia” para o teatro, e pôs-se a vigiar, censurar e ocupar os espaços internos daquele Templo da Cultura Campinense. Com o I FENAT, Campina Grande já não era mais a “Capital do Trabalho”, mas a “Capital do Teatro Brasileiro”, pela vaidade de ser e as esperanças de permanecer. O I FENAT trouxe à Campina Grande, o Embaixador, escritor e poeta, Paschoal Carlos Magno, a mais importante personalidade do teatro brasileiro, criador dos festivais nacionais e fundador da Casa do Estudante do Brasil no Rio de Janeiro. Ao seu lado, Luiza Barreto Leite, arte educadora, crítica de teatro, 1ª atriz da peça “Vestido de Noiva” de Nelson Rodrigues, espetáculo marco da modernidade do teatro nacional; Jefferson Del Rios, crítico do Jornal “A Folha de São Paulo” (que escreveu em dez colunas), sobre o I FENAT e a sua importância para a cultura brasileira;

Isac e Estefânia Gondim, professores da UFPE; fizeram a composição do júri que premiou o talento nas suas várias categorias. Do êxito do I FENAT, surgiu o I Festival de Inverno de Campina Grande, agregando todas as artes e com duração de 31 dias, que mudou o perfil cultural da cidade, colocando-a no mapa da cultura brasileira. Personalidades de reconhecida competência científica, críticos de artes, encenadores, cineastas, coreógrafos, dramaturgos, músicos, cantores e compositores, atores e atrizes, bailarinos clássicos e dançarinos populares, de diversos Estados brasileiros participaram desse I Festival, aberto pelo Balé Armorial do Recife, com apresentação em aula espetáculo de seu criador, o dramaturgo imortal, Ariano Suassuna. O Cine Avenida, ainda atuante naquela década, foi alugado com exclusividade para a I Mostra do Cinema Brasileiro, que exibiu filmes nacionais, refletiu e debateu sobre a produção cinematográfica, a repressão à cultura e reuniu cineastas consagrados. O teatro, a dança, a música, as artes plásticas, o cinema, a cultura popular tomaram conta de Campina Grande, que se tornou um fórum de debates, pólo de criação

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de idéias, espaço pedagógico para o estudo, atualização e reflexão com a oferta de cursos e oficinas de artes para estudantes, artistas, especialistas e profissionais nas diversas áreas. O intercâmbio cultural, o conhecimento das realidades culturais dos participantes, vindos de várias regiões, a discussão sobre as linguagens artísticas, com as suas novas estéticas, fizeram o I Festival de Inverno de Campina Grande, um marco da cultura brasileira, que foi registrado no livro “Teatro e Criatividade” de Luiza Barreto Leite, publicado pelo MEC. Esse novo perfil cultural da cidade põe a gestão de Evaldo Cruz na cena brasileira, como o prefeito que rompeu barreiras políticas, dificuldades financeiras, mas que acreditou nas artes como poderoso instrumento de educação e como ferramenta eficaz para a superação de limites. Se as cores da época eram de incertezas e perplexidades, a inteligência, a competência e sensibilidade de Evaldo Cruz apostaram na cultura. Ele entendia que a cultura tem o poder de comunicar, atenuar tensões, desarmar os ânimos, resolver as idiossincrasias, renovar, despertar potenciais e ser agente de prosperidade, humanizar e reduzir o papel do poder público. Por isso, superou limitações. Apoiou sem restrições o I FENAT e o I Festival de Inverno de Campina Grande, enviando à Câmara Municipal, o pedido de crédito especial para investir nessas duas realizações culturais da cidade. Em 1975, fez a primeira reforma do Teatro Municipal Severino Cabral, construindo os seus primeiros camarins e fazendo o revestimento acústico. Restaurou o palco com uma

nova roupagem, alcatifou a plateia, recuperou o sistema elétrico e hidráulico, construiu um bar no 3º pavimento, criou o quadro funcional, que passou a ter fardamento para a diária e outro para os dias de espetáculos. Apoiou a criação do Quarteto de Câmara e do Coral do Teatro Municipal. Também no ano de 1975, Evaldo Cruz criou a EMDEB– Empresa do Desenvolvimento da Borborema, para onde centralizou todos os equipamentos culturais da cidade. A criação da EMDEB foi como se fosse um ato premonitório – uma previsão de Evaldo – daquilo que aconteceria com a globalização, que seria instaurada na década de 80 no mundo inteiro. Essa Empresa foi extinta posteriormente, pela incompreensão e combate da oposição ao Governo de Enivaldo Ribeiro, mas não impede de dizer-se que foi a primeira experiência com a cultura num perfil diferenciado, a ser ampliado em tese de centralidade dessa cultura na vida contemporânea e a sua relação com o desenvolvimento econômico e social. Muito além do discurso corretivo da preservação e da consciência ecológica, Evaldo Cruz foi um prefeito comprometido com a ética e a construção de uma nova concepção de convivência local. Campinense apaixonado, sentia o pulsar do coração de Campina Grande. Ele não via a cidade, apenas, dentro de um conceito geográfico, mas como diria Italo Calvino, via a cidade como um símbolo complexo e inesgotável da existência humana. A obra monumental de seu Governo

Interior do Museu de Arte no ano da inauguração (1976)

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foi a construção do Parque do Açude Novo (antes, local do esgotado açude, depositário de lixo no centro da cidade) – com uma extensa área ecológica, fonte luminosa, obelisco e, no mesmo espaço, construiu uma nova sede para o Museu de Arte Assis Chateaubriand, como forma de propiciar o diálogo entre arte, ciência e espiritualidade, o extrato vivo da experiência de vida no planeta Terra. Evaldo Cruz também recuperou o Parque da Estação Velha, onde instalou o Museu do Algodão, o Centro Turístico com um Mercado de Artesanato, Restaurante e um Cinema ao ar livre com a exibição de filmes educativos. Doou o terreno no Bairro do Catolé, onde foi construída a Sede da FACMA e o Teatro Elba Ramalho. Apoiou irrestritamente todas as manifestações culturais do Município e rompeu com a dicotomização entre a produção cultural do bolsão do centro e a da periferia. Educado, simples, elegante nos gestos e atitudes, avesso à burocracia e aos salamaleques do poder, Evaldo Cruz foi um ícone na administração pública. Soube definir diretrizes e priorizar a cultura. O Teatro Municipal Severino Cabral, na sua gestão, ganhou status de Secretaria da Cultura, respondendo pelo calendário cultural de Campina Grande em todas as áreas. Fez jus ao epíteto de o “Prefeito da Cultura”. Na área da educação imbricada na cultura investiu nas escolas, valorizou o magistério e teve como secretários os competentes educadores Abdias Alexandre e o Padre Genival Saraiva (hoje, Bispo emérito), ambos comprometidos com a filosofia da práxis, que não separa a teoria da prática e é fundamentada na realidade existencial do aluno. Evaldo Cruz morreu de infarto fulminante aos 54 anos de idade, no exercício da função de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba. Vive no mundo das estrelas. O Festival de Inverno resiste e completa 40 anos. O país passa por uma crise ética, sóciopolítica econômica e cultural, que derrota o povo e somos todos, outra vez, José. Mas José é duro, continua marchando... E como disse o dramaturgo campinense, Paulo Pontes, “é melhor um povo derrotado a não ter nenhum povo.” A cultura marcha com José. Somos todos “Josés” embalados por infinitas utopias. “E brasileiro, profissão esperança.”


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há 20 anos

capacitando vocações e

realizando sonhos

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FILHOS

de campina

Jovem pesquisador campinense preside

empresa internacional e quer liderar o mercado global

J

úlio Cesar Rodrigues Fernandes de Oliveira, filho do professor e livreiro Juarez Fernandes, da livraria Espaço Cultura-PB, e de Maria das Graças Oliveira (in memoriam), mantém a empresa que é uma “joint venture” entre a Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) e o grupo norte-americano GigOptix.com sede em San Jose, na Califórnia. A BrPhotonics é especializada no fornecimento de dispositivos que compõem os transmissores e receptores ópticos que integram as redes projetadas para operar a taxas de transmissão de 100 Gbps até 1 terabit por segundo (Tbps). Com espírito empreendedor e conhecimento pleno do trabalho que está desenvolvendo, o jovem pesquisador-empresário campinense não economiza otimismo quando se refere à BrPhotonics: “A empresa foi criada em 2014 para liderar o mercado global de dispositivos fônicos e microeletrônicos para sistemas de comunicações ópticas de alta velocidade”, diz confiante o ex-gerente de Tecnologias Ópticas do CPqD e atual presidente da

BrPhotonics. Segundo Júlio César, os investimentos diretos e indiretos (como patentes e equipamentos) para concretizar o negócio somaram mais de US$ 30 milhões e o faturamento de 2015 foi de US$ 1,5 milhão. Metade do quadro de pessoal, composto por 12 funcionários diretos e 16 pesquisadores indiretos, é de mestres ou doutores, entre eles outro ex-estudante de Campina Grande o engenheiro mecânico Luís Henrique Hecker de Carvalho, 26, graduado na UFCG. Os 16 empregados indiretos trabalham por meio de contratos de prestação de serviço no Brasil, nos Estados Unidos e na Itália. Por enquanto o principal produto da BrPhotonics é a plataforma integrada Tosa (sigla em inglês de Transmitter Optical Sub-Assembly). Tratase de um transmissor óptico de alta velocidade (100 Gbps), miniaturizado, que integra laser e modulador óptico. Segundo o presidente da BrPhotonics, o Tosa foi projetado para atender a demanda de fabricantes de transceptores (transmissores e receptores) destinados a

Uma das mais novas empresas brasileiras de pesquisa e desenvolvimento de sistemas de comunicações ópticas de alta velocidade, a BrPhotonics, é comandada por um jovem engenheiro de Campina Grande, formado pela UFCG. A empresa é sediada em Campinas-SP mas atua em todo o mundo.

aplicações de longo alcance e altas taxas de transmissão. Júlio César acredita que a fábrica é uma grande oportunidade para o Brasil substituir importações gerando emprego e renda em nosso território, abrindo novos horizontes para os pesquisadores locais, além de desenvolver tecnologia de alto nível no país.

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obituário

por Romero Azevêdo

Falta alguém na

multidão

C

onheci Altamir Araújo Guimarães, ou bem dizendo Mica, no século passado, ano de 1962. Ele tinha 7 anos e eu ainda não havia completado dez. Ele era filho de seu Antônio “Massaroca” e Dona Cristiana e irmão de Aldomir (Dodó), Antônio (Labas), Socorro (Tôtôro), Ariosvaldo (Valdo), Graça e Albério (Béro). Aprendemos juntos, ele, Rômulo e eu, o estúpido vício do cigarro (que inteligentemente abandonamos alguns anos depois). A prática funcionava assim: comprávamos um maço de cigarros Gaivota (conhecido também como “arromba peito”) e saíamos dando voltas no quarteirão, acendendo um cigarro atrás do outro até completar os vinte, pois não podíamos levar a sobra para casa. Findo o passeio, sempre feito no horário da tarde quando a rua estava desértica, ficávamos tontos e nauseados com o alcatrão e a nicotina tragados. Nessa mesma época fazíamos uma excursões a pé do bairro da Prata até a linha do trem em Bodocongó, lá íamos seguindo a linha até a Estação Nova onde “pegávamos morcego” nas composições que manobravam no pátio. O pai dele tinha um potente assovio e quando queria localizalo era só chegar na porta da casa, colocar os dedos na boca e dar aquele assovio que era ouvido em todo o quarteirão. Ao ouvir aquele “prefixo”, Mica largava a brincadeira no meio e saia correndo para casa. Uma vez encontramos num disco uma polca alemã que tinha um assovio

semelhante ao de Massaroca e de vez em quando fazíamos uma pegadinha com Mica, botávamos o disco para rodar na vitrola sem ele ver e na hora do assovio ele saia em disparada para casa. Picolé caseiro na casa de Dona Belmira na Nilo Peçanha e industrial no frigorífico Mendes na Getúlio Vargas, tinha picolé também nos carrinhos ambulantes da Flórida e da Poli, e filmes, muitos filmes no Avenida, Capitólio e Babilônia (nunca fomos juntos ao São José), “tolete de macaco” e aliados comprados na bodega do Buda, goiabas no quintal lá de casa, radio novela “Os Miseráveis” nas ondas da rádio Borborema, adaptação do romance épico de Victor Hugo feita por Fernando Silveira que também interpretava Jean Valjean, e Mica gostava de repetir a frase do bispo Myriel: “Jean Valjean não se esqueça de ser um homem de bem”; o primeiro compacto dos Beatles trazido por Dodó da Europa, são lembranças do começo da nossa amizade no bairro da Prata (ele morava na Rio Branco 1004, nós na Nilo Peçanha 299, não dava 100 metros de uma casa para a outra). A beatlemania chegou como um tsunami no comecinho dos anos 1960, mas ele não foi muito nessa onda, enquanto a maioria de nós estava hipnotizada com o preto e branco de “A hard day’s night” na tela do Capitólio, Mica não escondia de ninguém, sua preferência pelo technicolor das aventuras românticas de Elvis Presley. A paixão artística/musical pelo eterno rei do rock ele fez questão de plasmar na própria descendência genética, batizando como Elvis o seu primogênito. A partir da adolescência fomos

Se as ruas de Campina já não andavam tão alegres, agora é que a tristeza ganhou mais uma calçada.

tomando caminhos diferentes e raramente nos encontrávamos, mas certas amizades da infância são para sempre, especialmente a dele que era como um “irmão do meio” entre Rômulo e eu. O Mica adulto, radialista, cronista, polemista eu acompanhei muito pouco, mas o bastante para saber que ele era assim, prego batido, ponta virada, “pei e bufo” como se dizia nas esquinas da Prata, sem papas na língua nem arrodeio, autêntico em todos os sentidos. A última vez que o vi foi no lançamento do livro “Pra dançar e xaxar na Paraíba” do amigo comum Rômulo Nóbrega, lá no SESI Catolé. Contamos algumas piadas, rimos à vontade, tiraram fotos nossas ao lado de outros amigos, nos despedimos ignorando que era para sempre. As ruas de Campina, além de tristes, estão agora mais vazias. Está faltando Mica na multidão. (Atalmir Araújo Guimarães tinha 61 anos de idade e morreu no dia 14 de fevereiro de 2016, vitimado por um AVC).

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uma vida mais natural

por mércia xavier batista

para combater a intoxicação no nosso organismo

A

contaminação do ar, da terra, da água, alimentos etc., já não dá para reverter a curto prazo. Diariamente ingerimos e absorvemos uma grande quantidade de metais pesados quer seja pelos poros, pelo nariz ou pela boca. O cobre, o ferro, o cobalto, o magnésio, o zinco, o alumínio, o chumbo, o arsênico, o bário, o cádmio, cromo, mercúrio, selênio, prata e outros, estão presentes no cimento, canos de chumbo, enlatados, alimentos modificados geneticamente (transgênicos), peixe azul, de tamanho grande como o salmão, o atum e o peixe espada, utensílios de cozinha de alumínio que contenham outros metais pesados, vacinas, agrotóxicos, produtos de higiene e cosmética convencional, gasolina, cigarro, aditivos alimentares, medicamentos, água tratada quimicamente, enfim em quase tudo que nos cerca hoje em dia. Se é praticamente impossível se livrar dessa contaminação nossa de cada dia, vamos ao menos passar por uma depuração para diminuir os riscos de desenvolver uma doença grave como o câncer, Parkinson, Alzheimer, acidentes vasculares, infartos fulminantes, morte prematura etc. Entre os inúmeros produtos naturais que auxiliam na prevenção de muitos problemas causados pela contaminação da água, alimentos etc., podemos destacar o Amaranto (cuja uma das 40 espécies conhecidas é o nosso bredo), trata-se de um grão de grande poder nutricional

e que pode ser consumido diariamente na forma de farinha, grão ou flocos. Os especialistas recomendam o consumo de 45 gramas/dia (que é equivalente a 3 colheres de sopa). As algas também são fortes aliadas na prevenção, aqui falamos das algas de água doce pois infelizmente as de água salgada estão fortemente contaminadas, apresentando alto índice de radioatividade por causa, principalmente, do acidente nuclear de Fukushima, em 2011 no Japão. Para expulsar o perigoso cádmio do nosso organismo, a Clorela é bem indicada, ela une-se fortemente ao cádmio e o faz sair do organismo. O cádmio entra no nosso organismo através de mariscos, ostras e peixes de água salgada, alguns tipos de chá, fumaça do cigarro. Outras fontes incluem soldas, pigmentos (pinturas), ripas galvanizadas, baterias, combustão dos automóveis, e em alguns suplementos naturais, como: dolomita e medula óssea (tutano). A Spirulina não é um remédio, é um alimento apresentado na forma de pó e possui grande poder desintoxicante além de ser rico em nutrientes e vitaminas. Suco Verde. Esse tipo de suco ajuda a desintoxicar nosso organismo, não é uma limpeza completa, mas já ajuda. Os vegetais base para um bom suco verde são: couve, pepino, espinafre, salsinha, hortelã, abacaxi, limão, laranja etc. Combine da melhor forma os alimentos descritos e pode tomar um ótimo suco verde. Para finalizar essa breve introdução sobre produtos naturais que auxiliam natt

desintoxicação do nosso organismo, indico também o Açafrão com Mel de Abelha. É uma possante combinação que traz inúmeros benefícios para a saúde e nenhum mal. Todos esses produtos citados podem ser encontrados na “A Salutar”, Avenida Floriano Peixoto, 758-Centro e na Avenida Brasília, em frente ao Partage Shopping em Campina Grande.

Mércia: 29 anos de atuação no mercado de produtos naturais

AVISO LEGAL: As informações disponibilizadas nesta página devem apenas ser utilizadas para fins informacionais. A autora deste artigo se exime de qualquer responsabilidade legal advinda da má utilização das informações aqui publicadas.

Para saber mais sobre a realidade da contaminação hoje em dia, veja: -O veneno está na mesa -O veneno está na mesa 2 -O mundo segundo a Monsanto -Rastros Químicos - Chemtrails - O que eles estão vaporizando no Mundo? -O Flúor nosso de cada dia (Todos disponíveis no YouTube)

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gente que faz campina grande

Onildo Hautecoiffure Líder no setor investe permanentemente na qualificação do pessoal e mantém a classificação number one no segmento cabelo&beleza capilar, onde tira o formol dos cabelos, e o alisamento semipermanente. Tudo isso confirma a marca Onildo Hautecoiffure como number one no concorrido e disputado mercado dos Institutos de Beleza em nosso estado.

Hair Brasil

Lucas Possetti (centro), Onildo (atrás) e colaboradores

Confraternização de Lucas com os profissionais treinados

Álvaro Brito, Lucas e amigas na

15ª Hair Brasil

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nquanto muita gente insiste em se lamentar por causa da propalada crise que assola o Brasil, o cabelereiro Onildo Brito trabalha. E mais que isso: proporciona aos seus colaboradores um aperfeiçoamento contínuo sempre buscando a excelência dos Institutos de Beleza que mantém em Campina Grande e João Pessoa. Parte dessa estratégia exitosa foi desenvolvida recentemente com a presença do conceituado hair stylist paulista Lucas

Possetti, uma verdadeira celebridade nesta área, que ministrou para todos os colaboradores de Onildo um curso de mechas, cortes e penteados. Lucas, que é o embaixador da marca Schwarzkopf no Brasil, apresentou novos produtos produzidos com avançada tecnologia que proporcionam resultados com mais qualidade e segurança para os fios de cabelo. A partir desse novo treinamento com alto desempenho técnico-profissional, Onildo acrescentou ao seu portfólio os serviços de desintoxicação

A bem sucedida empresa de Onildo Brito e equipe não mede distância quando o assunto é aperfeiçoamento, neste mês de abril o filho do coiffeur, Álvaro Brito, que dirige a unidade do Onildo Hautecoiffure no Partage Shopping, esteve participando ativamente da 15ª Feira Internacional de Beleza, Cabelos e Estética, a afamada Hair Brasil, realizada no Pavilhões do Expo Center Norte, na Vila Guilherme em São Paulo, capital latino americana da beleza. Mais de 900 marcas exibiram e lançaram novos produtos, equipamentos e serviços para os setores de cabelos, beleza e estética. Álvaro trouxe para a Paraíba novas ideias e conceitos que irão revolucionar mais ainda o atendimento nos Institutos de Beleza mantidos pelo competente Onildo Brito.


educação com qualidade

DESPERTANDO VALORES PARA A VIDA

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essa memorável noite, pais, alunos, professores e colaboradores se reuniram para uma comemoração alusiva aos 151 anos de emancipação política de Campina Grande que contemplou várias atividades , todas elas produzidas pelos estudantes do Petrônio. Logo na entrada os convidados tiveram a oportunidade de apreciar a bela exposição de artes plásticas, com quadros pintados pelos alunos, cujo tema central era “Campina, Grande Inspiração”, um painel multicolorido enfocando aspectos urbanos, antropológicos, folclóricos, artísticos, poéticos e culturais da cidade. Um desses trabalhos foi escolhido para ilustrar o outdoor institucional que foi fixado em vários pontos da cidade durante o mês de aniversário de Campina, uma forma criativa e inédita de compartilhar com a

população o resultado da rica experiência pedagógica. A noite cívica-artísticacultural do Petrônio Colégio e Curso teve também a apresentação de corais formados pelos estudantes dos vários períodos e séries da escola. Essa iniciativa confirma na prática o compromisso permanente do Petrônio com a preservação dos valores em todos os níveis do saber humano. Neste momento histórico em que a sociedade brasileira se encontra perplexa com a visível crise ética e moral que assola segmentos da vida pública e privada do país, fomentar e difundir a preservação dos valores é, antes de tudo, uma atitude de vanguarda. Hoje não basta apenas o conhecimento de qualidade transmitido com o auxílio das novas tecnologias da educação, é preciso mais, é preciso uma educação integral. Para isso, despertar os valores que estão

Na noite do dia 7 de outubro deste ano de 2015 no ginásio multifuncional, DELC, do Petrônio Colégio e Curso foi realizado um evento de grande significação simbólica no campo do civismo, da arte e da cultura.

adormecidos dentro de cada um dos estudantes é fundamental, e esse é o diferencial na proposta do Petrônio Colégio e Curso conforme atesta sua diretora, a professora Maria Goretti das Neves Brito: ¨Educar é ir além da transmissão de conteúdos. É preparar cidadãos para vivenciar valores e construir um mundo melhor¨. Goretti: educando cidadãos para um mundo melhor

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Campina SÉCULOS xx E xxi

O projeto carnavalesco-cultural

Bloco da Saudade

Celebra Jubileu de Prata com um documentário inédito lançado num sarau embalado por frevos e marchinhas

Eneida: “Carnavalesca eu sou. Um pé de saudade, também sou”

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riado pela ativista Eneida Agra, a partir de uma sugestão de um grupo de artistas locais, o Bloco da Saudade foi fundado na última década do século XX, no dia 27 de fevereiro de 1991. O bloco surgiu como um contraponto ao “carnaval do axé”, dos trios elétricos baianos que invadiram as ruas de Campina importados pela Micarande, o carnaval fora de época inaugurado em 1989. O estandarte do Bloco da Saudade saiu na rua a primeira vez em abril de 1991. Foi num sábado de manhã, um desfile histórico e monumental no

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não menos histórico “Beco 31”, tendo como testemunhas mudas o imponente Pavilhão Epitácio e a lendária Livraria Pedrosa. A rua Monsenhor Sales foi totalmente ocupada pelos foliões fantasiados à moda antiga, tinha pierrot, colombina, pirata, mandarim, príncipes, princesas, marajás indianos, palhaços de todos os tipos e até mesmo os vestidos “a paisana” só apreciando o grande baile ao ar livre animado por uma orquestra de frevo e as cantoras Kátia Virgínia e Darci Lelis. Entre aqueles foliões pioneiros estavam figuras que já não estão mais conosco, como o Dr. Zé Santos e sua inseparável sombrinha, o radialista Hilton Mota, o professor Telmo Araújo, Luís do Babilônia, o teatrólogo Antônio Alfredo Câmara, o político Mário Araújo, o jornalista Robério Maracajá, o médico Amorim Neto, o promotor Hélio Soares, o ex-governador Ronaldo Cunha Lima e o “major Palito”. As imagens raríssimas do nascedouro do Bloco da Saudade, incluindo o apoteótico desfile da Frevioca do Recife com o cantor Claudionor Germano e o compositor Capiba pelas ruas da cidade, estão registradas no documentário de

média-metragem (58 minutos) “Bloco da Saudade – melhores momentos: 1991,1992, 1993...” produzido por Romero Azevêdo e Creusa Oliveira e que foi lançado na noite do dia 28 de abril deste ano no Memorial Severino Cabral, local escolhido para as comemorações dos 25 anos de existência do projeto criado e mantido por Eneida (o documentário pode ser adquirido no Memorial Severino Cabral). O memorial foi todo decorado com os ricos e artísticos estandartes do bloco, máscaras, liras, fotos, manequins fantasiados, adereços diversos, coleção de camisas do bloco e, claro, muito confete e serpentina.

Público lotou o Memorial

A estreia do vídeodocumentário foi prestigiada por um grande público composto


Serginho do Sax e seu conjunto: qualidade e tradição no jubileu do bloco (esq.). O artesão Paulo Camposcuidou da cenografia da noite festiva

por artistas, professoras, professores, intelectuais, historiadores, médicos, poetas e pesquisadores que lotaram o mini auditório do memorial que teve todas as janelas abertas para que as pessoas que não conseguiram se acomodar no interior da sala pudessem acompanhar a projeção do lado de fora. A noite festiva foi aberta com uma emocionada fala da professora Eneida Agra que fez um retrospecto das atividades do bloco (hoje parte integrante do Projeto Carnavalesca) neste quarto de século e também externou sua imensa alegria por todos estes anos de resistência artístico-cultural. Aplaudida com entusiasmo pela seleta e animada plateia, Eneida destacou o apoio cultural da UNICRED- Centro Paraibana, “uma instituição amiga da arte, da cultura e da memória”. Lembrou ainda o desenvolvimento desse projeto

de estudo e pesquisa do carnaval como manifestação popular, que cresceu tanto a ponto de se tornar tema de uma dissertação de mestrado da estudante Carla Dantas do Mestrado de Sociologia da UFCG. Sobre o vídeodocumentário, Eneida disse textualmente: “Esse documentário do professor e cineasta Romero Azevêdo, é um presente à memória cultural de Campina Grande e a todos quantos, como eu mesma, ainda se vestem de saudade e sabem pintar o rosto de ilusão”. Eneida encerrou sua

comovente fala assim: “Carnavalesca eu sou. Um pé de saudade, também sou. E que nenhuma Yayá venha quebrar meu jarro – o jarro onde plantei a flor –a flor da saudade de todas as minhas saudades”. Depois da projeção do documentário, um animado baile comandado por Serginho do Sax e seu conjunto tomou conta da parte externa do memorial onde todos caíram no frevo e nas marchinhas de outrora, cantaram e se confraternizaram numa inesquecível noite de arte, cultura e saudade. Que venham mais 25 anos!

Eneida Agra falando para o público antes da exibição do documentário

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exemplo de competência

Qualificação técnica

a serviço do desenvolvimento

H

á 49 anos a Associação Técnico Científica Ernesto Luiz de Oliveira Júnior-ATECEL, é um exemplo de sucesso na integração universidade-sociedade-empresa. Além de apoiar e viabilizar os programas de pesquisa e extensão de universidades e institutos de pesquisa, sua finalidade básica, a ATECEL, presta serviços de consultoria, elaboração de projetos e treinamento de pessoal nas diversas áreas do conhecimento. Essa interação pode ser viabilizada através de convênios e contratos de serviços. Pelos inúmeros serviços prestados, a ATECEL* foi declarada de Utilidade Pública pela Lei Estadual Nº3738 de 20-12-1974 e pela Lei Estadual Nº03-D/1974-GP de 15-03-1974. A ATECEL* é marca registrada e membro da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica Industrial (ABIPTI). Atualmente, por exemplo, a ATECEL presta um serviço de consultoria para geração de base cartográfica (confecção de mapas) e cadastral para a prefeitura de São Luís do Maranhão. No mesmo estado, a ATECEL também prestou serviços para a prefeitura da segunda maior cidade, Imperatriz. Em termos de recursos humanos, os projetos e consultorias, assim como o treinamento de pessoal, são desenvolvidos sob a coordenação e acompanhamento de pessoal de alto nível de formação. São professores doutores, mestres, especialistas, engenheiros graduados e técnicos de laboratórios, que atuam com a

ATECEL. Se necessário, pode haver a contratação de especialistas específicos.

Mais de 30 Empresas e Instituições A ATECEL* tem realizado os mais diversos projetos e convênios, com órgãos públicos e da iniciativa privada, entre eles; Universidade Federal de Campina Grande, Universidade Federal da Paraíba, Universidade Estadual da Paraíba, Conselho Nacional de Pesquisa CNPq, CAPES, Governos Municipais da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, Governos Estaduais da Paraíba, Rio Grande do Norte e Maranhão, PETROBRAS, SEBRAE, FINEP, INCRA, DNOCS, Alumar, CAGEPA, CHESF, Vale do Rio Doce, SUPLAN, Construtoras Santa Bárbara, Odebrecht, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais, Fundação Parque Tecnológico entre outros.

Principais Serviços prestados Entre projetos, extensão e treinamento de pessoal, a ATECEL realizou os seguintes serviços: Barragens de Terra, Pavimentos, Fundações, Controle Tecnológico de Concreto e Geotécnico de Materiais, Projetos Arquitetônico e Cálculo de Estruturas em Concreto, Aço e Madeira, cursos de formação de mestres de obras e técnicos de laboratório, Laudos Técnicos e Periciais, Projetos de Irrigação, Estudo Hidrológico de Bacias Hidrográficas, Ensaios de Campo/ Laboratório em Solo e Água, Ensaios em Laboratório em Alta Tensão, Sistema de Distribuição de Energia, Automação Industrial,

Acionamento Estático de Máquinas, Ensaios Químicos em Minérios, Sistemas de Aquecimento e Refrigeração, Desenvolvimento de Software, Linguagens de Máquinas, Consultoria Técnica em Sensoriamento Remoto, Fotogrametria e Automação Topográfica com o uso de GPS e Estação Total.

Projetos, Serviços e Convênios em realização Além do já citado convênio com a prefeitura de São Luís (MA) para geração de base cartográfica (confecção de mapas) e cadastral, a ATECEL atua hoje em dessalinização de água, estudos sobre calamidades, georeferenciamento (GPS), processo de eletro redução, aproveitamento de resíduos da construção civil, supervisão da construção de estradas, aeroportos e rodovias, treinamento de professores de nível médio, cursos em comunicação, drenagem/ irrigação, gerenciamento de recursos hídricos na Paraíba e projeto topográfico de vias urbanas e rurais.

Contato: Rua Aprigio Veloso, 882. Caixa Postal 1082. CEP: 58429-140. Campina Grande-PB. Fones: (83) 3333.1064/2101-1277. Fax: (83)3333.1080. atecel@atecel.org.br www.atecel.org.br

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AO REDOR

do mundo

SOLI DEO*

GLORIA

A

Igreja Evangélica Luterana do Brasil, a Selbständige Ev-Lutherische Kirche, da Alemanha e Lutheran Church-Canada perpetuam os nomes de todos que serviram como pastores. Dentre os nomes está o de Gilvan de Azevedo, campinense que se formou no Seminário Concórdia de Porto Alegre em 1972. Após 43 anos de pastorado, no Brasil (MG, RS e DF); na Alemanha e no Canadá (onde vive desde o ano 2000), ele se aposenta. Daqui para a

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Campina - Século e Meio

frente os planos de Gilvan são aproveitar o tempo convivendo com os 4 filhos (e cônjuges) e os 10 netos que vivem no Brasil, Alemanha e Canadá. Ele disse ainda que esse tempo extra que ganha com a aposentadoria permitirá que venha mais vezes a Campina, rever os lugares e as pessoas

da cidade que embora tenha saído dela há muitos anos, nunca saiu das lembranças dele. Gilvan de Azevedo é filho do funcionário público José Francisco Filho e da professora Wanda Elizabeth (in memoriam). *Glória só a Deus


empresários

e empresas

Roberto

Correia

do Monte

e a RC Empreendimentos: novo conceito urbanístico

A

RC Empreendimentos, empresa capitaneada pelo neto de Dona Dinamérica (a “Dona Merquinha”) o empresário Roberto do Monte, coadjuvado por Roberto Vicente Correia, Bertrand Barros do Monte, Ana Caroline Correia do Monte (filhos) e Sônia Maria Barros do Monte, que vem a ser esposa e mãe. A família unida administra uma das mais prósperas e atuantes empresas do ramo da construção civil no estado e que executa hoje em Campina Grande um novo conceito urbanístico através dos condomínios horizontais Serraville, Parkville e, o mais recente deles, o Monteville Residence Privé. São três arrojados empreendimentos construídos no mais alto padrão de qualidade, desde o terreno até o mix de materiais empregados. Os três condomínios estão localizados na zona oeste, atual área de expansão da cidade, ocupando o terreno que pertenceu a fazenda de D. Dinamérica, hoje pertencente a RC Empreendimentos Imobiliários.

O empresário e a esposa Sônia Maria num sobrevoo de helicóptero em Dubai, Emirados Árabes Unidos

Bairro Correia do Monte Para viabilizar este novo conceito urbanístico implantado em Campina Grande, o empresário Roberto do Monte se associou aos também empresários Eronaldo Marinho (da Andrade Marinho) e Lamir Motta Filho (da LMF), formando um consórcio de indiscutível solidez e com larga experiência na construção civil. A nova área habitacional da cidade deverá ser denominada Bairro Correia do Monte, em homenagem a família pioneira que habitava na fazenda que deu origem a tudo.

Entorno Privilegiado A urbanização daquela singular área da cidade, já conta com equipamentos públicos e privados que valorizam sobremaneira o local. O maior hospital de emergência e trauma da Paraíba, o “Dom Luiz Gonzaga

Foto: Roberto do Monte

Fernandes”, está instalado lá; o DETRAN e o novo Instituto de Policia Técnica também já estão funcionando no Correia do Monte; o futuro Hospital Escola da FACISA vai ser construído em breve ao lado do Hospital de Emergência e Trauma.

Parkville: um dos Condomínios da RC Empreendimentos, Eronaldo Marinho e LMF.

Mobilidade Urbana O acesso ao bairro Correia do Monte é amplo e variado, tem as opções da Avenida Floriano Peixoto, Alça Sudoeste, Canal de Bodocongó, e as avenidas Almirante Barroso e Dinamérica.

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Entre os hobbies preferidos estão os cavalos e a fotografia O empresário do ramo da construção civil, Roberto do Monte, sempre gostou de cavalos, do gado e tudo o mais que compõe a vida rural. Essa paixão pelas coisas da natureza é alimentada desde a infância pois apesar de morar na cidade, sempre desfrutou da vida no campo na fazenda Bodocongó, pertencente a sua avó Dinamérica Correia. Dividido afetivamente entre o rural e o urbano, Roberto tem uma visão cosmopolita do mundo, pois faz das viagens nacionais e internacionais algo mais que

um simples turismo de lazer familiar. Para ele esses giros são uma forma “de observar os costumes humanos, ver in loco como cada um vive e atua em seu país de origem, como tudo é diversificado e enriquecedor no planeta que habitamos”. As viagens levaram o empresário a desenvolver uma outra paixão: a fotografia. Primeiro eram apenas simples registros fatuais das muitas jornadas que costuma fazer juntamente com sua esposa Sonia Maria Barros do Monte, depois foi “tomando

gosto” como ele mesmo diz e o simples hobby passou a ser uma forma de ver o mundo por um prisma diferenciado, um olhar exclusivo, um recorte da realidade que só a fotografia (e o fotógrafo) permite. Hoje, ele ainda se considera um “amador”, mas a técnica (sobretudo o enquadramento), está mais apurada, mais inspirada, mais reflexiva. É no clic permanente da câmera que Roberto vai praticando essa arte que tem o poder de congelar o tempo, apreender o momento, registrar o instante. Neste ensaio que publicamos agora, Roberto do Monte expõe sua visão sobre Campina Grande, sua arquitetura urbana, seus contrastes, seu passado, presente e futuro. Mais que um clichê, a máxima “uma imagem vale mais que mil palavras” atesta uma verdade. Confiram.

Nos momentos de folga, o empresário utiliza um dos seus carros de alto desempenho para o desfrute do lazer Fotos: Roberto do Monte

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RESGATE DA HISTÓRIA

por Ida steinmüller

INSTITUTO HISTÓRICO DE CAMPINA GRANDE Missão para formação da Casa de Memória Local (2012- 2016)

O

Instituto Histórico de Campina Grande, sub denominado “Casa Elpídio de Almeida”, fundado em 19 de abril de 2012, legalmente constituído, sem finalidade lucrativa e de duração ilimitada, com quadro social atual de 48 associados fundadores e efetivos, e expressivo número de sócios correspondentes no Brasil e no Exterior. O reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo IHCG, de notoriedade pública e privada, nesses quatro anos de regular funcionamento, é atestado pelas inúmeras participações em iniciativas locais e externas, e dos projetos que marcam sua trajetória como entidade de promoção da cultura, educação, produção e divulgação científica nos campos da História, Geografia e Ciências Sociais em geral. O IHCG é revestido pelo conceito de CASA DE MEMÓRIA e em nada compete com qualquer outra instituição local, pois sua missão é o de coligir e difundir as pesquisas científicas, absolutamente dentro da formatação do que desenvolve a “Casa de Pedro Calmon”, que é o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), instituição cultural mais antiga do país, fundada em 21 de outubro de 1838. A extrema necessidade de espaço para instalação da sede

administrativa e do centro de documentação, abrigando neste os acervos - arquivístico, bibliográfico, hemerográfico, iconográfico, cartográfico e museuológico -, reunidos em Coleções, com a missão da educação patrimonial e oferta de cursos na temática de conservação de acervos, tem sido uma luta inglória e de cujos movimentos o IHCG registra todos os movimentos e não se conforma diante tamanha insensibilidade dos administradores municipais, contrariando os trâmites jurídicos validados a que a entidade se submeteu com a ampla documentação e apresentação do projeto para o merecimento da cessão, em regime de comodato, dos Armazéns da antiga “Great Western”, conhecida como Estação Velha, conjunto tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico

do Estado da Paraíba (IPHAEP), recuperado na administração municipal anterior e, do espaço revitalizado, transformado em Marco Zero do turismo cultural de Campina Grande. Infelizmente, na atual gestão, o imóvel serviu tão somente para poucas e inexpressivas iniciativas culturais de secretarias municipais. Nesse intervalo, e sem perda do precioso tempo, o IHCG, mesmo desprovido de sede, permanece com a atividade lenta e contínua do tratamento da biblioteca e acervo documental que pertenceu ao nosso Patrono, Dr. Elpídio de Almeida, sem qualquer colaboração financeira e material, persiste na tarefa para disponibilizar o excepcional patrimônio histórico cultural para os pesquisadores e, principalmente, para as novas gerações estudarem a rica historiografia de nossa cidade.

Associados do IHCG na posse coletiva no dia 17 de abril de 2013. Unidos e com firmeza lutam por este ideal, não o deixando entregue a própria sorte como já aconteceu no passado.

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Médico Campinense segue os passos dos pais

A

cidade de Campina Grande agora já poderá contar com a atuação de mais um grande profissional médico da área de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo, ampliando, naturalmente, o leque de especialidades da nossa medicina, fato este de muita valia e de significativa importância no atendimento

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diferenciado à nossa população. Nesse sentido, ressaltamos que o médico Leandro Torres Andrade da Nóbrega (CRMPB 7689) completará em 15 de julho do ano em curso cinco anos de graduação na Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte. Leandro é filho do também cirurgião Evaldo Dantas da Nóbrega e da oftalmologista Wédna Torres Andrade da Nóbrega. Importante frisar que depois da graduação em Medicina no Ceará, o jovem médico fez Residência Médica na Especialidade de Cirurgia Geral pela Universidade Federal da Paraíba – Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa - e também cursou a Residência Médica na Especialidade de Cirurgia do Aparelho Digestivo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Hospital Universitário Onofre Lopes, em Natal / RN. Atualmente o doutor Leandro Torres Andrade Nóbrega atua como Médico Cirurgião Geral da Prefeitura Municipal de João Pessoa, locado no Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcísio Burity, onde exerce destacadas

atividades em cirurgias de urgência e emergência. Ainda na Capital do estado, o cirurgião campinense é Oficial Médico do Exército Brasileiro do Hospital de Guarnição de João Pessoa, exercendo ali atividade de cirurgião geral e cirurgião do aparelho digestivo.

Clínica em Campina Grande Registre-se, pois, que aqui na Rainha da Borborema, o Dr. Leandro já iniciou os seus atendimentos médicos em moderno, amplo e bem aparelhado consultório no Edifício da Clínica São Camilo, na Rua Siqueira Campos, 655 - Prata. Referido profissional também realiza Exames Endoscópicos do Aparelho Digestivo e faz cirurgias por Videolaparoscopia no Hospital João XXIII, além de ter experiência em tratamento cirúrgico da obesidade, mais conhecida como redução do estômago (cirurgia bariátrica). Os conceituados médicos Evaldo e Wédna se sentem felizes e realizados com a atuação deste seu filho na cidade onde ele nasceu, e onde eles exercem o ofício médico há mais de 30 anos.


accg

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