Radar Magazine Ed. 57

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EDIÇÃO 57 – ANO 11 – JAN/FEV 2021

RR RR

ENTREVISTA

Conversamos com integrantes do movimento #WeMakeEvents

NEGÓCIOS

Empresas que surgiram na pandemia Novos Secretários Municipais de Turismo

COLUNISTAS

UMA NOVA HISTÓRIA

Amadeu Carlos Ferreira Daiane Lima Fernando Lummertz Malu Sevieri Paulo Octavio Paulo Passos

UMA NOVA HISTÓRIA EDIÇÃO 57 – ANO 11 - JANEIRO/FEVEREIRO 2021

JOSÉ ROBERTO SEVIERI ESTÁ DE VOLTA PARA O MUNDO DAS FEIRAS PARA CONSTRUIR UMA NOVA NARRATIVA PARA ELE – E PARA O SETOR


Em tempos de pandemia, segurança é tudo. Por isso, os protocolos adotados pelas companhias aéreas, hotéis, resorts, pousadas, bares, restaurantes e espaços para eventos são seguidos com rigor. Tudo para garantir o bem-estar e a segurança

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Radar Magazine | Novembro/Dezembro 2020


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EDITORIAL

SEGUE O JOGO! “... tempos difíceis geram homens fortes”, é o que diz parte deste provérbio oriental. Verdade ou mentira é fato que as empresas sobreviventes aos percalços causados pela pandemia devem se reestruturar, reinventar e ter olhos para novos mercados. Um passo atrás pode ser uma boa solução para poder dar dois passos à frente. Iniciamos uma década com dificuldades nunca vividas, nem mesmo as guerras conseguiram “parar” o mundo como a pandemia. E o nosso setor que foi acertado em cheio, continua enfrentando dificuldades. Arrisco a dizer que um dos principais obstáculos é determinado pela indecisão e incertezas das tomadas de decisões pela esfera pública. Diferentemente do que acontece no governo as feiras e eventos acontecem com planejamento, divulgação, produção e uma série de outras ações que demandam tempo e uma programação certa com roteiro definido. Nesta edição da Radar Magazine trazemos a opinião de especialistas em feiras e eventos e com visões distintas, entrevista com o movimento #WeMakeEvents e uma matéria com a “lenda” do setor de feiras, José Roberto Sevieri. Enfim, já passou da hora de desistir, agora é seguir em frente e mais do que nunca buscar união e cooperação. Boa leitura e bons negócios!

PUBLISHER Roberta N Yoshida roberta@gruporadar.com.br

EDITOR Luis Marino Orsolon luis@gruporadar.com.br

FOTOS E ILUSTRAÇÕES Depositphotos | Divulgação Freepik (Pressfoto Racool_studio, pch.vector, macrovector_official, vectorpouch | Pixabay

ASSINATURA E DISTRIBUIÇÃO redacao@gruporadar.com.br

COLABORARAM NESSA EDIÇÃO Amadeu Carlos Ferreira Daiane Lima Fernando Lummertz Malu Sevieri Paulo Octavio Paulo Passos

DIRETORA DE ARTE, FOTOGRAFIA E MULTIMÍDIA Roberta N Yoshida

UMA PUBLICAÇÃO DO GRUPO RADAR & TV

Redação e administração: Radar Comunicação CH LTDA. A Radar Magazine não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados. Não é permitida a reprodução total ou parcial sem a prévia autorização. Data de publicação: 28/01/2021

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SUMÁRIO

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GRAMADO SUMMIT

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NA CRISE INOVE

20 ABEOC SP 22 NOVOS SECRETÁRIOS

40 42 44

GIRO PORTAL RADAR

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AMADEU CARLOS FERREIRA

ENTROU ÁGUA NO KASATO MARU

UFI

VISÃO PARA AS FEIRAS DE NEGÓCIOS EM 2021

MALU SEVIERI

FORMATO FUTURO DOS EVENTOS – E AÍ?

MUNICIPAIS DE TURISMO

28 #WEMAKEEVENTS

46 48 50

PAULO OCTAVIO PEREIRA DE ALMEIDA

2021: O ANO DA REVANCHE!

DAIANE LIMA

ISO 20121

FERNANDO LUMMERTZ

A VACINA E AS FEIRAS E EVENTOS DE NEGÓCIOS

56 46

PAULO PASSOS

ECOSSISTEMA

34

TURISMO SEGURO A essência das vinícolas brasileiras Uma imersão nos vinhos e espumantes brasileiros da serra gaúcha

CAPA

HORA DE UMA NOVA HISTÓRIA José Roberto Sevieri está de volta para o mundo das feiras para construir uma nova narrativa para ele – e para o setor

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FEIRAS DE NEGร CIOS

LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

DE VOLTA AO PRESENCIAL Gramado Summit se prepara para receber visitantes e expositores com seguranรงa

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FEIRAS DE NEGÓCIOS

Tradicional conferência de tecnologia e inovação gaúcha, a Gramado Summit se prepara para realizar novamente uma edição presencial. Em 2020 o evento não pode ser realizado em virtude da COVID-19. Em seu lugar foi feita uma edição digital e gratuita em novembro que reuniu entre seus palestrantes nomes como José Galló (Renner), Nelson Sirotsky (Grupo RBS), Patrícia Turmina (Royal Trudel), Solon Stahl (Sicredi), Guilherme Paulus (CVC), entre outros. Marcada para acontecer de 10 a 12 de março no Serra Park, em Gramado (RS), a Gramado Summit reunirá mais de 140 nomes que realizarão apresentações em três palcos de conteúdo simultâneos. Eles estão divididos entre plenária principal, palco de Marketing e Vendas e palco “Minas de Propósito”, focado em empreendedorismo feminino. Alguns dos nomes confirmados são Rony Meisler (Reserva), Ana Fontes (Rede Mulher Empreendedora), Gabriela Augusto (Transcendemos), Paula Hurtado (Nubank), Maurício Benvenutti (Startse), Mariana Holanda (Ambev), Erica Firmo (LinkedIn), Cristiano Chaves (Arezzo), Christiane Avila Berlinck (IBM) e Juliana Muncinelli (Amazon). Além da área de conteúdo, a Gramado Summit conta com uma feira de negócios, que deve receber mais de 200 empresas, incluindo startups em estágio inicial e marcas já consolidadas no mercado. Entre os segmentos de atuação das startups expositoras confirmadas para 2021 estão fintechs, agtechs, adtechs, foodtechs, imobtechs e HRtechs. Além da conexão entre investidores e startups na feira de negócios, a Gramado Summit promoverá um concurso voltado para startups na edição de 2021, chamado Batalha de Startups. A vencedora da competição receberá um aporte de até R$ 150 mil da Venture Capital, Bossa Nova Investimentos. Durante os três dias de evento ocorre a fase presencial, na qual as selecionadas participarão de uma peneira com avaliação do corpo de jurados da Bossa Nova Investimentos. As três finalistas apresentarão seu pitch para o público no último dia de Gramado Summit, no palco principal do evento. Segurança e protocolos Para garantir a segurança de todos, o evento lançou um protocolo de segurança para conferências e feiras presenciais, baseado em soluções tecnológicas e diretrizes de distanciamento social. A primeira medida tomada pela organização é a exclusão da secretaria física para credenciamento dos participantes.

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Para evitar filas e aglomeração de pessoas para a retirada de credenciais, todas as informações dos participantes ficarão disponíveis no aplicativo oficial da Gramado Summit. A credencial também será enviada por e-mail aos participantes, que deverão ter em mãos – ou no aplicativo – na chegada do evento. Ao chegar no local, todos os participantes terão suas temperaturas aferidas e passarão por uma cabine de higienização na entrada, além de receberem um kit, contendo uma máscara de proteção e álcool em gel. No palco principal e nas demais áreas de conteúdo, as cadeiras respeitarão o distanciamento de um metro umas das outras. Os corredores da feira obedecerão a uma largura mínima de três metros e haverá totens com álcool em gel para higienização. As passadeiras serão higienizadas com hipoclorito de sódio. Fora isso, todos os estandes da feira são arquitetados com estruturas abertas para permitir a ventilação. Parte do protocolo já foi testado e colocado em prática pela organização, durante evento exclusivo para 100 pessoas, realizado com o Lobo de Wall Street, em setembro de 2020. A Gramado Summit espera receber um público com mais de 8 mil visitantes por dia. RR


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NEGÓCIOS

A pandemia da COVID-19 também foi um marco para o surgimento de novas empresas no setor de eventos LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

É

difícil tentar achar algo positivo em uma pandemia que ceifou milhares de vidas e empregos no Brasil. No entanto, este difícil momento também foi palco para o nascimento de diversas empresas no setor de feiras de negócios e eventos.

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Um dos nomes mais conhecidos deste setor no país, Juan Pablo de Vera deixou o posto de CEO do Grupo R1 para acelerar os negócios XPLATINA, empresa de consultoria especializada em soluções para associações e organizadores de eventos. A empresa, fundada em 2018 pelo executivo, já tinha colaborando com o desenvolvimento do Grupo R1 na América Latina, mas em 2020 – com força total de Juan - reforçou seu foco na ampliação da carteira de clientes no mercado de feiras e eventos e agregou novas parcerias e serviços ao portfólio de soluções. “Na XPLATINA acreditamos que, se podemos produzir um impacto positivo e efetivo em nossas comunidades somando capacidades, agregando competências e construindo soluções inovadoras, nós iremos fazê-lo. O mercado está passando por uma transformação histórica, e precisa deste tipo de atitude”, afirma Juan Pablo de Vera. Junto com a MES Eventos, por exemplo, a XPLATINA realizará a edição 2021 do VE Latino-Americano - Salão da Mobilidade Elétrica e Cidades Inteligentes. Junto a INCITAT, de André Vasconcelos, a companhia traz novas metodologias de marketing e vendas para uma gestão mais baseada em dados de forma a conseguir melhores resultados para organizadores. Para a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo (ABIH-SP), a XPLATINA vai realizar uma série de eventos com associados e fornecedores ao longo de 2021. Nesta última tarefa a empresa de Juan Pablo de Vera conta com uma importante parceira, que é mais uma das empresas surgidas durante a pandemia: Jahe Marketing

Após sair da Reed Exhibitions, Thaís Faccin uniu-se a Satye Inatomi para criar a Jahe Marketing, empresa que oferece soluções de marketing do planejamento estratégico à gestão de serviços. “Identificamos no mercado um perfil de empresa que, independentemente do porte, não tem recursos humanos ou financeiros para estruturar uma área de marketing, ou está com sobreposição de funções. A Jahe Marketing nasce para atender a uma necessidade de terceirizar um departamento fundamental com pessoas experientes e confiáveis”, explica Faccin. As executivas apontam que a pandemia do novo coronavírus evidenciou como muitas companhias continuam invisíveis no ambiente digital e mesmo no mundo físico – e nem sabem por onde começar a solucionar o problema. “Estamos prontas para entregar soluções coordenadas, on e off-line, para empresas que buscam aumentar suas vendas, sua carteira de clientes e sua participação de mercado”, completa Inatomi.

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NEGÓCIOS

Em abril de 2020 Cassiano Facchinetti deixou o posto de CEO da Koelnmesse Brasil e, em outubro, anunciou a Global Marketing Fairs (GMF), startup de live marketing para o setor de feiras e eventos. Para esta empreitada Facchinetti conta com os sócios Alexandre Gianesi, que atuou como Diretor Financeiro da Koelnmesse, e Bruno Maioli, ex-Diretor Operacional da Koelnmesse e UBM Brazil. A empresa tem como objetivo desenvolver segmentos específicos através de live marketing, aproximando oferta, demanda e stakeholders desses setores, sempre com foco na geração de relacionamento e negócios com soluções inovadoras. “O setor é carente de mão de obra qualificada, principalmente com foco comercial e de resultado e as empresas vão terceirizar muita coisa daqui para frente. É aqui que a gente pode agregar muito, trazendo inovação e resultados concretos para nossos clientes”, explica Facchinetti. E a startup já nasceu com evento agendado para 2021. Junto com a Ânggulo Comunicação a GMF lançou o “NIS – Nutri Ingredients Summit”, summit e exposição sobre inovações, tecnologias e tendências para ingredientes e nutrição com foco em saudabilidade, funcionais e nutracêuticos, para as indústrias de alimentos, bebidas, suplementos e farmacêutica. Uma edição virtual do NIS já foi realizada em novembro de 2020, contando com 1.330 visitantes em dois dias de evento. “Recebemos um público altamente qualificado e um número de acessos bem interessante para um evento online tão específico. Foi o kick-off perfeito para o NIS mostrar seu diferencial no mercado e se preparar para o evento presencial em maio de 2021”, comenta Facchinetti.

Outra empresa que já nasceu com evento marcado é a TRIOXP, agência de gerenciamento e coordenação de eventos. A companhia foi criada pelas sociais Lucia Cristina de Buone (ex-Francal Feiras), Rita Figueiredo (da Tech House) e Rita Atalla (da Must Tour), que contam com mais de 30 anos de experiência em criação e produção de conferências, exposições, seminários e eventos de qualquer natureza. Em plena pandemia, a TRIOXP enxergou as demandas do mercado e desenvolveu produtos inovadores digitais e presenciais que atendem principalmente as associações setoriais. O primeiro evento, ARENA MAGISTRAL, foi realizado dia 20 de janeiro de 2021, em formato digital e reuniu mais de 300 participantes.

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“Gostaria de dedicar uma boa parte do meu tempo para ajudar as pessoas a se desenvolver. Percebo que o setor de Live Marketing tem o potencial de atrair muitos talentos e, seguindo um pouco os passos do meu pai que foi professor do Mackenzie durante 25 anos, tenho a vontade de contribuir e me dedicar na área de educação ou mentoria”, comentou Paulo Octavio Pereira de Almeida (PO) em entrevista realizada para a Radar Magazine no final de 2018. Desde que deixou a Reed Exhibitions, em março de 2020, PO está mais próximo deste objetivo e tem investido na Live Marketing Consulting, consultoria para o setor de eventos e Live Marketing da qual é sócio. Um dos principais “cases” que PO carrega neste período é a idealização do evento modelo Expo Retomada, que mostrou que é possível se realizar eventos – com todos os protocolos – em época de pandemia. Parceiro na idealização deste evento, que já teve edições em Salvador e Goiás, Fernando Lummertz (especialista em Marketing e Feiras de Negócios_ também trouxe uma novidade para este momento de pandemia com o Expo Guia. No site do Expo Guia é possível encontrar empresas de confiança preparadas para este novo cenário que se desenha para a organização e realização de feiras de negócios e eventos.

Renato Orensztejn, empresário e ex-presidente da Associação Brasileira de Artigos para Casa, Decoração, Presentes, Utilidades Domésticas, Festas e Flores (ABCasa), também vislumbrou uma oportunidade de negócios durante a pandemia. Orensztejn fundou a Creative Sales Solutions (CSS), uma agência de impulsionamento de vendas que quer ajudar o varejo, atacado, evento, pré-feira, mídias digitais, e-commerce. Um dos produtos “case” da empresa é a e.vents_LAB, plataforma customizável para a geração de negócios e soluções para eventos híbridos e feiras virtuais. “A e.events_LAB é um dos produtos que temos na CSS. A agência nasceu porque muitos tem problemas para vender seus produtos e nós queremos ajudar”, explica Orensztejn. Estas são apenas algumas das empresas que nasceram neste momento complicado para todo o setor. Ao mesmo tempo, tantas outras de transformaram e buscaram maneiras de inovar para se manterem vivas. Não foi um ano fácil. RR

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NEGÓCIOS

COMUNI EDUCAÇÃO E REL Com estes três pilares de trabalho, nova gestão assume a ABEOC-SP LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

D

esde o dia 2 de janeiro a seccional São Paulo da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC-SP) passou a contar com uma nova diretoria para 2021-2023. A gestão é formada pelo presidente Márcio Guerreiro (no centro da foto) e conta com: Auro Nardelli Wandermüren (Vice-Presidente), Ricardo Sevecenco (Diretor Financeiro), André Kobal Souza Rodrigues (Diretor de Planejamento), Eunice Helena Vieira Lupatelli Oliveti (Diretora Secretária), Osnei Augusto (Diretor de Relações Institucionais) e Abraham Gurvitch (Diretor de Relações com o Mercado). Os executivos assumem a ABEOC-SP em um momento delicado para o setor de eventos, que ainda luta para se reorganizar – e recompor – do caótico 2020 causado pela pandemia da COVID-19. “O setor de eventos é muito grande e engloba segmentos com diferenças e particularidades, que se complementam ou integram, embora nem sempre seja visto como tal. Pretendemos trabalhar para mudar este cenário por meio de nossa atuação por meio de três pilares: comunicação, educação e relacionamento”, conta Guerreiro. A ideia, explica Guerreiro, é “comunicar corretamente quem somos, o que fazemos e o que representamos em termos de mercado”. Na parte de educação, promovê-la de maneira continuada para melhor capacitação e difusão de informação e formação de opinião. Outro ponto do tripé, o relacionamento, tem como foco estreitar a relação com o poder público e com o mercado para fazer valer a força do setor em gerar divisas, emprego e desenvolvimento. “Assim como em âmbito municipal, a atuação de nossa diretoria será importante para a defesa do setor também nas esferas estaduais e federal. Nosso diretor Osnei Augusto, terá entre suas atribuições receber as informações e sugestões dos associados, levantar as pautas e as opções desses candidatos para convidarmos ao debate e podermos ajudar nossos associados a escolherem os futuros deputados e senadores que poderão contribuir para o crescimento do setor”, explica Guerreiro.

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NICAÇÃO LACIONAMENTO

A ABEOC-SP também planeja manter o bom relacionamento e trabalho conjunto que possui junto as outras entidades do setor de eventos. “O mercado de eventos engloba vários segmentos da economia formal, que possuem pautas específicas - defendidas por suas associações -, e pautas comuns, que podem ser defendidas conjuntamente. Mantemos um ótimo relacionamento com todas as entidades e acreditamos na força da coletividade e da união”, afirma o presidente da ABEOC-SP. Atualmente a seccional São Paulo da Associação Brasileira de Empresas de Eventos conta com 50 associados, que serão de extrema importância para construir junto com a nova gestão o futuro do setor na região. “Por meio de nossa diretoria de relacionamento com o mercado, pretendemos ouvir dos associados suas demandas e atuaremos junto aos fornecedores e clientes no sentido de harmonizar e incentivar as relações comerciais”, finaliza Guerreiro. Radar Magazine | Janeiro/Fevereiro 2021

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NEGÓCIOS

Nas mãos delxs Conheça quais são os nomes escolhidos nas capitais brasileiras para cuidar do turismo e dos eventos LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

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lém da pandemia, o ano de 2020 foi marcado pelas eleições municipais. Os novos prefeitos e prefeitas decidiram quem serão os secretários e secretárias que cuidarão do turismo e eventos em suas cidades. A Radar Magazine fez um levantamento (até o fechamento da edição) de quem são estas pessoas que deverão reconduzir estes setores nas capitais brasileiras. Confira e saiba quem fiscalizar – ou cobrar.

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REGIÃO NORTE PALMAS (TO)

Ainda não informado

BELÉM (PA)

Coordenadoria Municipal de Turismo - André Cunha Empresário e graduando em gestão pública

BOA VISTA (RR)

PORTO VELHO (RO)

Subsecretaria de Desenvolvimento Socioeconômico e Turismo - Glayce Annes Barros de Souza Bezerra Glayce Bezerra já atuava na secretaria durante a gestão anterior.

Fundação de Esporte, Turismo e Cultura - Daniel Lima

MACAPÁ (AP)

Instituto Municipal de Turismo (MacapaTur) - Francisco Benício Pontes Neto Francisco Benício Pontes Neto é formado em advocacia.

RIO BRANCO (AC)

Fundação de Cultura, Esporte e Lazer Garibaldi Brasil (FGB) vice-prefeita Marfisa de Lima Galvão Bocalom e Marfisa foram eleitos com 104 mil votos em 2020. Formada em Educação Física, Marfisa tem 41 anos e é filiado ao PSD, mesmo partido de seu marido, o senador Sérgio Petecão (PSD). A vice-prefeita já foi Deputada Federal e agora assume a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e a Fundação Garibaldi Brasil.

MANAUS (AM)

Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) - Alonso Oliveira Alonso foi vereador por dois mandatos (2013-2016; 20172020) e foi superintendente da Superintendência Estadual De Navegação, Portos E Hidrovias do Amazonas (SNPH). O novo secretário também atua como advogado trabalhista com extensa atuação com famílias carentes, principalmente na zona Sul de Manaus.

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NEGÓCIOS

REGIÃO NORDESTE ARACAJU (SE)

Marlysson Magalhães - Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo (SEMICT) Marlysson Magalhães é empresário, com mais de 20 anos de atuação no mercado sergipano. Desde 1998 exerce funções públicas.

FORTALEZA (CE)

Secretaria Municipal do Turismo - Alexandre Pereira Foi secretário de Desenvolvimento Econômico do Ceará.

JOÃO PESSOA (PB)

Secretaria Municipal de Turismo - Daniel Rodrigues Com mais de 17 anos no ramo da hotelaria, o empresário paraibano e CEO da Rede Nord de Hotéis.

MACEIÓ (AL)

Secretaria de Turismo: Ricardo Santa Ritta Ricardinho é formado em administração com pós graduação em Cidades Inteligentes e passou um tempo em Brasília onde foi Secretário Nacional de Irrigação no Ministério da Integraçã e Ministério do Turismo e Ministério da Agricultura.

NATAL (RN)

RECIFE (PE)

Secretária de Turismo e Lazer – Cacau de Paula Formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

SALVADOR (BA)

Empresa Salvador Turismo (Saltur) - Isaac Edington É o gestor da “Plataforma de Eventos” da capital baiana desde 2015. Na Prefeitura, atuou também como secretário para a Copa do Mundo da FIFA 2014. Ele integrou a equipe de fundadores da Rede Bahia de Comunicação, onde atuou como dirigente por 23 anos.

SÃO LUÍS (MA)

Secretaria de Turismo - Saulo Santos Turismólogo, com doutorado em Gestão Urbana, Geografia e mestrado em Administração e Desenvolvimento Empresarial, além de MBA em Turismo: Planejamento, Gestão e Marketing .

TERESINA (PI)

Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo - Marcelo Eulálio Advogado e mestre em políticas públicas, atuando na área do direito empresarial.

Ainda não nomeado

SALVADO (BA) Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) - Fábio Mota Fábio Mota é advogado, historiador e pecuarista. Também pós-graduado em processo civil. Atual secretário de Mobilidade de Salvador, presidiu a Empresa de Limpeza Urbana do Salvador (Limpurb) e foi titular das pastas municipais de Serviços Públicos e de Urbanismo e Transporte. Atuou como advogado na Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (FAEB), além de ter prestado serviço de consultoria jurídica ao setor privado. Exerceu o cargo de secretário Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo (Ministério do Turismo) de 2011 a 2014.

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REGIÃO CENTRO-OESTE CAMPO GRANDE (MS)

Secretaria de Cultura e Turismo - Max Antônio Freitas da Cruz Max é produtor cultural há mais de 20 anos e administrador de empresas. O novo secretário municipal de Cultura atuava como diretor-geral da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), estando, nos últimos cinco anos, à frente da organização do Festival de Inverno de Bonito e do Fasp (Festival América do Sul Pantanal).

CUIABÁ (MT)

Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo - Luís Claudio Castro Sodré Luis Claudio de Castro Sodré é formado em Direito e servidor de carreira do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), onde ingressou em 1987. Exerceu os cargos de presidente da Associação dos Servidores do Poder Judiciário, presidente do Instituto de Seguridade Social dos Servidores do Poder Judiciário, vereador do município de Cuiabá na legislatura 2017-2020, quando atuou como líder do prefeito. Disputou as eleições de 2020 para vereador, obtendo 3.001 votos, sendo o sétimo mais votado.

GOIÂNIA (GO)

Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul) Vanessa Morales Vanessa é é empresária do segmento hoteleiro e gastronômico, foi presidente da ABIH-GO (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis- Seção Goiás) desenvolvendo grandes projetos para os hoteleiros de todo Estado de Goiás. Presidiu o CETUR (Conselho Empresarial de Turismo) em sua criação na FECOMÉRCIO-GO junto aos principais players do turismo goiano.

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NEGÓCIOS

REGIÃO SUDESTE BELO HORIZONTE (MG)

RIO DE JANEIRO (RJ)

SÃO PAULO (SP)

Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (RIOTUR) - Daniela Maia É empresária e irmã gêmea do deputado federal Rodrigo Maia (DEM). Subsecretaria de Promoção de Eventos - Antonia Leite Barbosa Também carioca sempre apostou na criatividade e inovação para elaborar projetos que refletem sua paixão pela cidade. É idealizadora da Agenda Carioca, da Agendinha Carioca, do coletivo feminino Matildes e Embaixadora do Turismo do Rio.

Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte S/A (Belotur) - Gilberto Castro Gilberto chegou à Belotur em 2016 e teve destaque como Diretor de Eventos da Belotur, sendo responsável pela organização de eventos como o Carnaval e o Arraial de Belo Horizonte. Já passou também gerência de Marketing da Fundação Municipal de Cultura de BH. São Paulo Turismo (SPTuris) - Luiz Alvaro Salles O executivo começou a atuar no mercado editorial em 2003 quando ingressou na Imprensa Oficial do Estado de São Paulo onde foi responsável pela área de Marketing até 2011. No setor público, foi Secretário de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo no primeiro mandato do prefeito Bruno Covas.

VITÓRIA (ES)

Secretaria de turismo - Cristiano Beraldo Está será sua primeira função pública, tendo desenvolvido toda sua carreira na área de gestão de negócios em diversos segmentos como tecnologia e petróleo. Viveu oito anos nos Estados Unidos e retornou ao Brasil em 2015. Filiado ao PSDB desde 1999, partido que fez parte da coligação de apoio à candidatura de Eduardo Paes à Prefeitura.

Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória (CDTIV) - Leonardo Krohling Formado em administração, Krohling é empresário do setor de comércio da capital. No setor público, ocupou o cargo de subsecretário de Apoio ao Empreendedor da Prefeitura de Vitória, em 2013, assumindo no mesmo ano a Secretaria Municipal de Turismo, Trabalho e Renda, cargo que deixou em 2017 para ser presidente da CDTIV.

SÃO PAULO (SP)

Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo: Aline Cardoso Aline Cardoso trabalhou para o Governo do Estado de São Paulo, onde foi assessora parlamentar na Câmara Municipal de São Paulo e na Assembleia Legislativa de São Paulo. Em 2008 fundou sua consultoria de desenvolvimento de negócios e projetos internacionais. Entre seus temas prioritários estão: fomento ao desenvolvimento econômico, políticas públicas de Saúde e Educação voltadas aos adolescentes e mulheres, incentivo à economia criativa e à adoção de programas de defesa do meio ambiente e sustentabilidade na nossa São Paulo. Antes de atuar a atual secretaria, Aline foi Secretária Municipal do Trabalho e Empreendedorismo.

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REGIÃO SUL FLORIANÓPOLIS (SC)

Secretaria Municipal de Turismo, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico – Juliano Richter Pires Bacharel em Ciências da Computação, Richter é empreendedor no setor de tecnologia da informação. Participou ao longo dos últimos 16 anos de forma ativa e voluntária de atividades ligadas ao terceiro setor através da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF), atuando como vice-presidente da entidade nos anos de 2011 a 2017.

PORTO ALEGRE (RS)

Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo - Ricardo Gomes (interino) Advogado, eleito vice-prefeito de Porto Alegre. Foi vereador da Capital na última legislatura (2016-2019) e secretário de Desenvolvimento Econômico de Porto Alegre, entre janeiro e agosto de 2017, quando deixou o cargo por não concordar com projeto de revisão do IPTU, que resultaria em aumento de impostos.

CURITIBA (PR)

Instituto Municipal de Turismo - Tatiana Turra Korman Tatiana é formada em Turismo e possui especialização em Marketing. Foi diretora executiva do Curitiba Convention & Visitors Bureau, atuando em ações de intercâmbio e aperfeiçoamento entre associados, articulação com entidades parceiras e desenvolvimento de projetos de fomento ao turismo. Atuou em consultorias especializadas em turismo de negócios para o Ministério Turismo, além de desenvolver projetos no setor hoteleiro. Foi presidente do Instituto Municipal de Turismo na última gestão.

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ENTREVISTA

#WeMakeEvents Conheça mais sobre o movimento inspirador que luta pelo reconhecimento dos profissionais do setor de eventos LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

C

ertamente você já viu prédios iluminados de vermelho ou outras tantas ações realizadas pela #WeMakeEvents nestes meses de pandemia e dificuldades que o setor de eventos atravessa. A Radar Magazine conversou com Peter Heath, diretor administrativo da PLASA e membro do grupo de direção #WeMakeEvents, e Koy Neminathan, Diretor de Vendas da Avolites e líder do grupo internacional #WeMakeEvents, para conhecer melhor este movimento inspirador. Como #WeMakeEvents começou? Peter Heath: #WeMakeEvents nasceu logo após o primeiro bloqueio. A PLASA, a associação da qual sou o Diretor Executivo, iniciou a campanha após um sentimento crescente de frustração pelo fato de o governo do Reino Unido não estar apoiando eventos ao vivo e a indústria de entretenimento em consonância com setores mais visíveis como turismo, varejo e hospitalidade. Queríamos abordar essa disparidade, promovendo o quão vital e viável nosso setor é. Pouco depois, várias outras associações comerciais, pessoas e empresas que queriam ajudar, juntaram-se a nós e tudo cresceu a partir daí. Koy Neminathan: Realmente não demorou muito para que #WeMakeEvents se tornasse um movimento internacional multilíngue - um movimento que continua a crescer graças ao grande número de pessoas que doaram seu tempo e habilidades para trabalhar na campanha.

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Hoje o movimento está presente em quais países? KN: O #WeMakeEvents agora tem representação em todo o mundo, com fortes campanhas sendo conduzidas nos EUA, Espanha, Nova Zelândia e Itália, para citar apenas alguns. Na verdade, nosso Dia de Ação Global em 30 de setembro, viu 25 países criarem uma 'onda vermelha' no qual mais de 2.300 locais, edifícios e monumentos ficarem vermelhos enquanto o sol se punha. Esta foi apenas uma das muitas ativações para chamar a atenção para a nossa indústria que funciona “nas sombras”. 3. Como foi o processo de coordenação de ações e união de um setor tão diverso como os eventos? PH: O fantástico do setor de eventos é que ele tem um conjunto de talentos extremamente diversificado, desde aqueles que gerenciam produções e fazem a ligação com a clientela, até aqueles que entendem de procedimentos de saúde, segurança e gestão de pessoas. Portanto, seja qual for o desafio, conseguimos encontrar a pessoa certa para o trabalho. PH: Além disso, marcamos presença com todos em ligações semanais do Zoom, bem como grupos de discussão onde equipes dedicadas colocam ideias em ação. Gostaria de destacar que #WeMakeEvents não é, de forma alguma, uma “loja fechada” e convidamos todos os interessados a participar e ajudar onde puderem.


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ENTREVISTA

Quando você percebeu que o movimento havia ganhado força? PH: Foi em nosso “Dia de Ação do Alerta Vermelho” em 11 de agosto, que ganhou a atenção da grande mídia e uma lista impressionante de celebridades. Mais de 700 edifícios foram iluminados em vermelho em todo o Reino Unido, incluindo vários edifícios icônicos ao longo do horizonte de Londres e um barco de cruzeiro VIP foi decorado com nossas mensagens. Participaram milhares de profissionais da indústria e apoiadores que se alinhavam às margens do Tâmisa de uma forma socialmente distanciada. Algo tão grande não podia ser simplesmente ignorado pela imprensa e ficamos muito felizes em aparecer na BBC às 6 'e às 10' do noticiário nacional. Online, o #WeMakeEvents foi a tendência número um durante grande parte da noite e recebemos mensagens de apoio de nomes como Nile Rodgers, Peter Gabriel, Leona Lewis, The Cure, Blossoms e Paloma Faith. E, no dia seguinte, tivemos cobertura no The Evening Standard, The Mirror e na revista NME.

Koy Neminathan, Diretor de Vendas da Avolites e líder do grupo internacional #WeMakeEvents,

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No Brasil também vimos vários movimentos surgirem. Você teve contato com algum desses movimentos brasileiros ou alguma informação sobre o que acontece no Brasil? KN: Eu estava em contato com o Caio da LPL, uma locadora / produtora, no Brasil, quando eles começaram sua campanha nacional 'Passeata com cases'. Nós os apoiamos e deixamos claro que continuaríamos a destacar o problema global que afetou a todos nós no setor de eventos ao vivo. Continuamos mantendo contato próximo. Que conselho você daria para que os movimentos no Brasil ganhem mais força do público e dos políticos? PH: Ótima pergunta, porque é fundamental que o público e os que nos governam saibam como nosso setor está sofrendo. Com isso em mente, garantimos que nossas ativações tenham demonstrado a quão tecnicamente capacitada e talentosa é nossa força de trabalho. Portanto, meu conselho é envolver o público. Uma vez que o público esteja do lado, os políticos e a imprensa estarão mais propensos a ouvir e se envolver.


KN: Eu acrescentaria que o público pode não perceber quanto trabalho envolve fazer um show. Eu recomendo que você compartilhe informações sobre o setor. Como os infográficos da PLASA, por exemplo, quemostram que 400 pessoas estão envolvidas em um típico show de arena - um número que o público simplesm te não sabia. Quão visível tem sido #WeMakeEvents junto a grande mídia e público em geral? PH: Desde o sucesso do Dia de Ação do Alerta Vermelho, mantivemos uma cobertura da imprensa bastante consistente, com as principais ativações gerando interesse. Temos sido o assunto de um ITV News e Sky News Report e apresentado no The Guardian, The Daily Mail entre outros. KN: E o endosso de celebridades absolutamente disparou! Recebemos apoio de Radiohead, Coldplay, Melanie C e Noel Gallagher e centenas de outros! Esses artistas têm ajudado enormemente a colocar #WeMakeEvents nas mentes dos amantes da música em todo o mundo. No início da campanha éramos nós batendo nas portas da mídia, mas agora eles vêm até nós, de todos os cantos do globo também. Vocês realizaram várias ações, quais destacaria? PH: Seria difícil escolher um favorito, pois todos serviram para destacar a difícil situação de nosso setor de maneiras diferentes. Já discutimos o Dia do Alerta Vermelho e o Dia de Ação Global, que foram essenciais para colocar #WeMakeEvents no mapa, mas também houve o Survival in the Square, uma série de ativações de uma semana que aconteceu na Parliament Square de Londres e iluminou os diferentes aspectos de eventos ao vivo e entretenimento. E também houve o passeio de bicicleta da Survival Tour em outubro - um grupo de profissionais da indústria que pedalou para locais vazios em toda a Inglaterra para sinalizar o que teria sido uma temporada lucrativa de turnês de concertos. KN: A chave para todas as nossas ativações têm sido as pessoas. Tem sido gratificante ver tantas pessoas apoiarem o #WeMakeEvents. O apoio global tem sido imenso e tem demonstrado que estamos todos unidos enquanto vivemos esses tempos de situação estranha e incerta. Radar Magazine | Janeiro/Fevereiro 2021

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ENTREVISTA

O governo atendeu às demandas do setor de eventos? Quais são as conquistas de #WeMakeEvents? PH: Desde o início da #WeMakeEvents, formulamos as necessidades da indústria. Alguns deles foram atendidos pelo governo do Reino Unido, mas outros permanecem sem resposta. Do lado positivo, juntamo-nos a outras campanhas com ideias semelhantes para pedir - e conseguir - um esquema de apoio para os trabalhadores autônomos, bem como extensões do esquema de licença. Também obtivemos sucesso em alguns conselhos locais concedendo negócios para eventos com financiamento de subsídios discricionários. PH: Ainda estamos trabalhando em outras questões, como seguro para eventos apoiado pelo governo e cortes de IVA na venda de ingressos. A #WeMakeEvents abriu linhas de comunicação entre a indústria de eventos e várias figuras parlamentares influentes e há um grande interesse em preservar nossa indústria. Hoje, #WeMakeEvents também vende produtos. Como surgiu essa ideia e como a receita é distribuída aos profissionais de eventos? PH: No início da devastação causada pela COVID, tornou-se aparente que tínhamos pessoas em nossa indústria que precisavam de ajuda financeira urgente. Comprometemo-nos a usar nossa plataforma para arrecadar dinheiro ativamente e para fornecer suporte imediato para indivíduos e suas famílias que estavam lutando para pagar suas contas. As vendas de mercadorias por meio de nossa loja on-line têm sido uma maneira acessível de fazer isso, e um mínimo de 80% do lucro de cada venda vai para o suporte aos profissionais da indústria em necessidade. Também somos extremamente gratos a vários patrocinadores corporativos que doaram generosamente para apoiar nossos esforços. Para distribuir os fundos, fizemos uma parceria com a Backup, a instituição de caridade técnica de entretenimento que já tinha experiência e o conhecimento, e que faz um trabalho absolutamente incrível. Eles também distribuem doações para outras instituições de caridade escolhidas: Agting for Others, Music Support, Make It Blue e Stagehand. Temos o orgulho de dizer que até agora arrecadamos £ 50.000 para instituições de caridade. Quais são os próximos planos da campanha? PH: Enquanto os eventos ao vivo e o setor de entretenimento não funcionarem normalmente, a #WeMakeEvents estará na linha de frente na campanha pelos melhores interesses da indústria. Simplificando: não vamos parar até que você volte a fazer o que faz de melhor. 32

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Peter Heath, diretor administrativo da PLASA e membro do grupo de direção #WeMakeEvents,


NTE Ê I D E P EX japa FIM DE _ s b o r com @

ocê v e u q Tudo o ercado om e r b o s ha r e n i b t a s s a a os, m t queri n e v e tar! n de u g r e de p a h n o verg o d s e i r o os st e s s e c A tv_br r a d a r @ m a r g a t Ins

FIM DE EXPEDIENTE com @robs_semfiltro Tudo o que você queria saber sobre o mercado de eventos, mas tinha vergonha de perguntar! Acesse os stories do Instagram @radartv_br Radar Magazine | Janeiro/Fevereiro 2021

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Hora de uma nova história

José Roberto Sevieri está de volta para o mundo das feiras para construir uma nova narrativa para ele – e para o setor LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

“Um caos”. De maneira curta e simples José Roberto Sevieri, fundador da Proma Feiras, define o 2020 para as feiras de negócios no Brasil. O ano passado marcaria o seu retorno para os pavilhões na retomada de sua promotora, após passar cinco anos afastado por conta da cláusula de “não-competição” assinada em sua saída da CIPA Fiera Milano, em 2014. No entanto, a pandemia quis postergar por mais um tempo o retorno do executivo a um setor que ele respira há mais de quatro décadas e cuja faísca foi acesa ainda na época da faculdade. Enquanto cursava Administração de Empresas, Sevieri envolveu-se com o Diretório Acadêmico (DA), sendo nomeado como diretor de publicações. “Este cargo no DA significava cuidar de apostila. Eu achei o fim da picada, na minha visão poderia cuidar de mais alguma coisa! Eu sugeri, então, para criarmos um jornal para os 1.500 alunos. O DA não tinha dinheiro, mas me falaram que se eu arrumasse patrocinadores, eu poderia fazer”, relembra. Na falta de um, o estudante encontrou logo quatro patrocínios vindo dos lojistas que estavam no entorno da faculdade. Foi assim que, segundo ele, começou sua jornada de promotor: “Foram quatro visitas e quatro vendas. Fizemos o jornal e levei ele para ser impresso na gráfica de uma editora jornalística. Ele rodaria às 4h da manhã, em menos de 20 minutos”. A alegria e satisfação de Sevieri em ver algo que ele criou de ponta a ponta estar pronto, o levou até a gráfica para acompanhar todo o processo de impressão. “Quando distribuímos o jornal, os alunos adoraram. Foi assim que eu percebi a importância de se transmitir conhecimento”, afirma. Anos depois, já como promotor de mais de 30 feiras de negócios, o executivo passou a utilizar as publicações para manter o público dos eventos conectados ao longo de todo ano e não apenas nos dias em que eles aconteciam.

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MUDANÇA DE ROTA A vida do fundador da Proma Feiras começaria a mudar para valer em 1976, quando seu amigo - e baixista de sua banda resolveu se casar. “Naquele tempo eu tocava bateria e o baixista me convidou para ser seu padrinho de casamento. Ele trabalhava em uma ótica em Diadema, na Grande São Paulo, e eu fui até lá para saber mais detalhes de como seria a celebração”, relembra. Mas além de encontrar respostas sobre a festa, Sevieri também encontrou uma ótima oportunidade de empreendimento. O balconista da loja, amigo de seu amigo, comentou sobre o grande número de acidentes de trabalho que aconteciam no Brasil e que, por causa disso, tinha a ideia de criar um “gibi de segurança no trabalho”. Disse também que, para colocá-la em prática, só faltava alguém com experiência em gráfica e impressão. O problema estava resolvido, afinal Sevieri já tinha colocado para rodar o jornal da faculdade e, isso, o encheu de coragem para dizer que topava encarar o desafio. Ele relembra: “Depois daquela conversa, eu criei uma empresa e nós começamos a fazer o gibi e o vender nas indústrias. A aceitação foi muito boa”. O material produzido tinha como foco os trabalhadores, mas não os profissionais de segurança. E foi um deles que, ao perceber esse recorte, deu a dica de ter algo específico para este público. Foi assim que surgiu a revista CIPA, direcionada a este segmento. Depois disso, uma coisa foi puxando a outra. “Estes profissionais nos falaram que as pessoas também precisam ser treinadas. Assim, desenvolvemos slides focados em prevenção de acidentes. Dessa forma, quem assinava a revista, já levava o gibi e os slides, um combo de três produtos”, conta. E não parava por aí. De que adiantava ter os slides, se muitos não tinham as telas, nem os projetores? Sevieri passou a vender os equipamentos. Mas mesmo tendo as ferramentas certas, alguns não sabiam falar com o público. Surgiu, então, os treinamentos. Um ano havia se passado quando uma legislação importante para o setor foi criada, as Normas Regulamentadoras (NRs). Com mais uma oportunidade em vista, ele decidiu realizar um seminário para explicar o que eram as normas. “Lancei o seminário e apareceram dez empresas querendo expor no evento. Achei estranho: ‘Como que vai expor em um seminário?’”. A resposta veio de um expositor interessado. Segundo ele, Sevieri tinha criado uma audiência com potencial de comprar produtos que ele vendia. Pouco depois, as quatro mesas, que era o que comportava o acanhado hotel no Largo do Arouche, já tinham sido negociadas para dois expositores de calçados de segurança, um de capacetes e outro de luvas. O sucesso também foi de público. Começou com 150 inscritos, depois 200, 300, 350. “Decidi ligar para o hotel e perguntar quantas pessoas cabiam na sala. A capacidade máxima era de 200 participantes. Precisei, na hora, parar as inscrições. Também 36

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pedi para o hotel retirar as próprias cadeiras, aluguei 350 de um modelo menor, das quais 320 couberam dentro da sala. E torci para 30 pessoas cancelarem”, lembra. Não só não houve desistências, como outros 40 conseguiram entrar e aceitaram ficar de pé. Com um só dia de evento, eles conseguiram dar conta de apenas um terço da legislação. Mas isso não foi um problema e os expositores adoraram. Tanto quem no ano seguinte, a demanda só cresceu e foi preciso reservar um auditório para 500 pessoas no Hotel Hilton, além de uma sala de entrada de 400m². O empresário pensou: “Se os estandes têm 20m² cada um, vamos conseguir ter 20 estandes nesta entrada, está ótimo. Só teve um pequeno problema, eu esqueci das ruas!”. Acontece que ele percebeu a confusão só quando a montagem dos estandes foi iniciada. A solução encontrada, e a única possível, foi tirar uma parede de cada um. Desta forma, o visitante entrava na feira e ia andando por dentro dos estandes. “Aquilo virou uma ratoeira, as pessoas entravam e não conseguiam sair. Foi uma confusão danada!”, rememora sobre a primeira edição da Feira Internacional de Segurança e Proteção (FISP), em 1978. No ano seguinte, a FISP já ganhou o Anhembi, com direito a 1.100 pessoas no auditório Elis Regina. “Peguei o estacionamento coberto e dividi aquilo em estandes de 6m². Pelas minhas contas, que dessa vez levavam em conta ruas de 6m de largura, cabiam 80 estandes. Eu fiquei louco por rua”, diverte-se. Acontece que os 80 espaços não foram suficientes, e a rua se estreitou para 4m, para acomodar mais 40 estandes. Mas mesmo as 120 vagas continuaram sendo poucas. “Abaixei a rua para 3m e, com isso, chegamos a 140 estandes no Anhembi. Foi a minha primeira feira grande, que contou com quatro mil visitantes. Ainda assim, enfrentamos dificuldades. Contratamos uma montadora que, no fim, não fez um bom trabalho. A partir daquele momento, eu entendi que não conhecia nada de feiras, de montagem, não sabia nem o que era um manual da feira”. Para aprender sobre o setor, ele entrou em contato com a UBRAFE, ABEOC e duas faculdades de marketing, mas nenhuma delas tinha curso para esta área. “Percebi que teria que aprender ‘pedalando’. Fui na maior promotora de feira da época, a Alcântara Machado, e comprei um estande em uma feira que eles tinham de meio ambiente. Eles me deram um manual de participação e eu adorei”. Foi assim que o executivo entendeu a planta, os prazos, a montagem do estande. Além de expor em outras quatro feiras, Sevieri também passou a frequentar, como visitante, eventos de qualquer setor para entender todas as questões que envolviam uma feira de negócio. Ele ainda se aproximou da atividade das entidades e chegou a ser presidente nacional da ABEOC por dois mandatos. “Nesta passagem, eu comecei a entender a realidade dos outros organizadores, dos outros estados e fui aprendendo muita coisa”, diz.


CIPA (FIERA MILANO) Uma das grandes mostras que José Roberto Sevieri, definitivamente, aprendeu muita coisa é o seu legado que hoje é tocado na CIPA Fiera Milano. A promotora CIPA (ainda bem antes da aquisição dos italianos) começou com a FISP e não parou mais de crescer. “Chegou um momento em que praticamente 80% do PIB deste setor participava da FISP. A feira estava ótima, eu vendia todos os estandes, a visitação estava boa, tudo uma maravilha. Só que eu era dependente deste mercado. Se algo acontecesse com ele, eu ia junto”, conta. E isso chegou perto de se concretizar quando, nas discussões sobre a Constituição de 1988, iniciadas em 1986, alguns deputados propuseram acabar com saúde e segurança do trabalho. Foi a partir deste momento que Sevieri passou a se envolver mais com as políticas e entidades do setor, oferecer novas atividades e ajudar a aprimorá-lo. “Fiquei dois anos indo para Brasília, levando gente comigo e fazendo lobby para conseguirmos manter a questão da saúde e segurança do trabalho na Constituição. Conseguimos, mas isso foi um alerta definitivo que eu precisava diversificar meu negócio”, ressalta. E foi assim que, como havia acontecido com o gibi que se transformou em uma feira, a FISP deu origem a um portfólio de 34 feiras.

Perguntando aos seus visitantes na FISP sobre a experiência na feira, Sevieri descobriu que eles também compravam equipamento de proteção contra incêndio. Lançou, então, a Fire Show. Novamente, consultando o público, dessa vez identificou que os participantes também adquiriam produtos de segurança patrimonial. E foi assim que surgiu a Exposec. “Eu estava na Exposec, uma feira frequentada por gente engravatada e por visitantes estrangeiros, quando me deparei com alguns participantes de bermuda e sandália. Achei estranho e fui conversar com eles, o que me levou a descobrir que eram serralheiros e que estavam ali para comprar motor para automatizar portão. Não tinha ainda uma feira de serralheria. E o que fiz? Lancei também!”, conta. “Sempre procuro realizar feiras de nicho, feiras menores de setores menores, em que eu consiga ter um PIB maior dentro daquele ambiente”. E foi assim que ele seguiu formatando seu portfólio e investindo em feiras mais segmentadas. Tudo ia muito bem até a crise de 2008 que afundou o sistema financeiro norte-americano e boa parte da economia do hemisfério norte. O Brasil resistiu melhor à crise, o que aumentou o apetite das multinacionais do setor de feiras no país. Seis compradores apareceram para adquirir a CIPA. Durante dois anos, Sevieri analisou as oportunidades até que acertou a venda para a italiana Fiera Milano, com a garantia de que seguiria no comando da CIPA Fiera Milano. “Nós tínhamos um projeto de crescimento internacional e um para o Brasil, que era o que eu tocava. E, em 2011, 12 e 13, mantivemos todos os números brasileiros. No entanto, os indicadores da Itália, que deveriam crescer rapidamente, não avançaram nada nestes três anos”, lamenta. Isso, segundo ele, acabou criando uma dificuldade de relacionamento, o que o levou a deixar a empresa, em 2014, com uma cláusula de não-concorrência de cinco anos.

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UMA NOVA HISTÓRIA Mas ele já se preparar para voltar aos pavilhões. A sua Proma Feiras já conta com uma série de eventos engatilhados e preparados para movimentar os negócios. Na hora de construir este novo portfólio, Sevieri buscou setores que não confrontasse com os de sua “ex-casa”, mas buscou usar a mesma técnica de desbravar nichos ainda pouco explorados e em diferentes estados do Brasil. “Primeiro eu procuro o setor e quando acho que ele pode receber uma feira, busco onde ele é representativo. Assim, eu descubro onde a feira deve ser feita”, afirma. Por exemplo, para sua feira de mineração, a Brasmin, a escolha foi por Goiás que abraça cerca de 450 mineradoras. Já a feira de frigorífico, a Mercoagro, acabou indo para Chapecó, em Santa Catarina. A de café, ForCafé, e a de laticínios, ForLac, a cidade de Lambari, em Minas Gerais, era a melhor opção. Mas não pense que São Paulo está de fora da lista. A maioria das edições de sua feira de franquias, a Planet Franchise, acontecerá na capital paulista. Para o evento, inclusive, o executivo vai trazer um formato diferente, o “table top”. O sistema, que teve início na Inglaterra, consiste em um evento de um ou dois dias apenas com mesas nas quais o expositor leva sua folheteria e se reúne para gerar negócio. “É uma relação muito mais simples e com menos custo ao expositor do que uma feira tradicional com estandes etc. Ela é uma solução barata de exposição para pequenas empresas, mas só funciona com setores específicos”, alerta. Na impossibilidade de realizar este evento de maneira física em 2020, a Proma Feiras realizou diversas edições virtuais ao longo do ano. Agora, em 2021, ele acredita na oportunidade para o setor de feiras reconstruir uma narrativa para dar início a uma nova história e não sofrer novamente as dores enfrentadas nesta pandemia. “As feiras estão todas paradas e sem vacina para

todo mundo, não as teremos. É difícil que elas aconteçam pela falta de confiança”, diz Sevieri, de maneira assertiva, sobre o atual momento. Segundo ele, os governos não deram apoio e atenção para as feiras e os eventos de negócios por estarmos, há 50 anos, contando uma história errada sobre a atividade. “Quando vamos discutir feiras em São Paulo, atualmente, vamos na Comissão de Turismo da Câmara dos Vereadores ou na Secretaria de Turismo. Por que não vamos na Secretaria de Desenvolvimento Industrial ou de Administração? Precisamos mudar as portas. Não temos que participar do Ministério do Turismo, temos que estar dentro do Ministério da Economia”, ressalta. E completa: “Ficamos contando para todo mundo que o nosso mundo é o do turismo de negócios. Mas não é isso que fazemos. Quando realizamos uma feira, nossa ideia não é vender passagem, hospedagem, montagem de estande, sinalização de feira, comida e nem corrida de táxi. Nosso objetivo é levar compradores para aquele expositor. É geração de negócios”. Uma nova narrativa é fundamental também para que o setor siga sua trajetória de crescimento e, assim, ele concretize seus planos profissionais. “Daqui a dez anos eu, provavelmente, ainda estarei fazendo feiras. Não sei se com a mesma vitalidade, mas se você dosa o trabalho e consegue formatar uma boa equipe, é possível prolongar. Vou seguir neste fabuloso mundo de transmissão de conhecimento e de aproximação de necessidades com soluções que movimenta todo o mercado brasileiro. Os negócios dependem muito das feiras”, finaliza. RR

Feira Planet Franchise

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AS

VALIOS S A C I D

s apena s z a f a n ape que Você rês. Com gran: R O e t T p PROMO duas ou uma equi chega o o a d r ç n O a a atro a N PEQUEor ano, f gue mont ra e, qusambar qu reO uir PARA feira p o conse sta fei em que e onsegiro para t c nã ê r c a a ê uma o r r c V pa vo nhe ist o. uma, ara admino sofrid e noite,ê terá di. t p o c ui od dia ma, vo de uio é m ano t ar, event sem par mais de uquipe o as eqxpou s a par o e dias r. Com ar uma e lhem carinho há dois O : S aliza sustent de ORA ais sta ROMOTtem com m o estanspeciali anpoder P S E e u t es AND o e tra compro não é que AS GR ã e não PARA e pavilhexpositorestações, arafuso ade e o ele pes d . Este em 20 pr e fazer p a ansied E o que méb . um e sitor pagou le sa ira com de ajuda grandes essoa E , . s o p e é f s a ano posiçã a na ais ” d ento que em exEle chega este mom s “CAEXS faz com queira mmpre o n de. recisa quipes d pé. Isso que não dita, co inta ele p e das e é ponta ruim e não acre ente e s receb empresasperiência Se você concorr dias uma ex feiras. ra no seu tenha cipar de uma fei parti tande em . um es eriência a exp

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GIRO DO PORTAL RADAR

redacao@gruporadar.com.br

Fotos: Divulgação

EXPO CENTER NORTE Confiante na retomada do setor de feiras, eventos e convenções aos níveis pré-pandemia, a Cidade Center Norte vai investir na ampliação do Expo Center Norte. Serão três novos pavilhões, com área bruta locável de 10 mil m² cada e que se somarão aos 98 mil m² já existentes do equipamento..

NOVA (VELHA) CASA A NürnbergMesse Brasil é a nova casa de Leandro Lara, que deixou a Reed Exhibitions Brasil no final de 2020. Leandro Lara entrou para a Reed em 2015 e realizou eventos emblemáticos como o Salão do Automóvel, Salão Duas Rodas, Automec, Fenatran, Movimat e ExpoFenabrave. Antes de sua chegada na Reed, Leandro Lara passou por diversas promotoras de feiras, somando mais 15 anos de uma carreira que teve início na Newtrade, passando por Exponor Brasil, Grafite Feiras e a própria NürnbergMesse Brasil.

NOVA GESTÃO A Fundação 25 de Janeiro – São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB) elegeu seu Conselho de Administração para a gestão 2021/22. A vitoriosa foi a “Chapa Sustentabilidade”, com Raul Sulzbacher (Shopping Iguatemi) como Presidente, Chieko Aoki (Blue Tree Hotels) como 1ª Vice, e Fernando Guinato (Sheraton WTC) como Vice-Presidente Financeiro. Completam o board como VPs Conselheiros: Ana Luísa Cintra (Centro de Convenções Rebouças), Caio Calfat (Caio Calfat Real Estate Consulting), Eduardo Sanovicz (Abear), Leonel Andrade (CVC), João Corte Real (Tivoli), Raffaele Cecere (R1) e Ibrahim Georges Tahtouh (IT Mice).

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RENASCIMENTO DO ANHEMBI Em janeiro a Prefeitura de São Paulo concedeu o Complexo do Anhembi para gestão e exploração comercial pela iniciativa privada por 30 anos pelo valor de R$ 53,7 milhões. A GL Events deverá modernizar o complexo, que completou 50 anos em 2020, e, em contrapartida, poderá explorar comercialmente a área, que recebe feiras de negócios, congressos, convenções, shows e festivais, e que poderá contar com parcerias junto a agências bancárias, casas de espetáculo, farmácias, conveniências, hotéis e estacionamentos.

PALCO DE UM RECOMEÇO Em 17 de janeiro o Centro de Convenções Rebouças do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP participou do momento histórico do início da vacinação em combate ao coronavírus no país, ao ser palco da primeira brasileira a ser vacinada – Mônica Calazans, 54 anos, enfermeira da UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Uma megaoperação foi montada no Rebouças com o objetivo de imunizar e dar assistência a 30 mil profissionais do HC em uma área de 1.500 m².

UBRAFE Paulo Ventura passou a ocupar em dezembro um dos cargos de vice-presidente do Conselho de Administração da Ubrafe (União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios). Com grande expertise no setor, o executivo é, desde 2015, diretor superintendente do Expo Center Norte. Ventura tem em sua estratégia principal o desenvolvimento de um plano de negócios a fim de fortalecer a indústria de eventos no Brasil.

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UFI

VISÃO PARA AS FEIRAS DE NEGÓCIOS EM 2021

O

Ao chegarmos ao final de 2020 e entrarmos em um novo ano com esperanças e esforços renovados, estou começando minha jornada como presidente da UFI, a associação global da indústria de exposições Espero 2021 como um ano marcante para a UFI e aproveito as oportunidades que podemos aproveitar e seguir em frente. O ano de 2020 foi sem precedentes para as empresas em todo o mundo, pois o COVID-19 nos forçou a realinhar nossos objetivos. Há um vislumbre de esperança com o progresso feito no desenvolvimento de vacinas. De forma encorajadora, as partes interessadas do setor de exposições encontraram maneiras de continuar sua jornada em meio aos desafios e estão fazendo progresso constante. Quatro áreas, pelas quais sou apaixonado, se apresentam para enfrentarmos os desafios que nos são apresentados neste momento: Resiliência, Liderança, Tecnologia e Comunidade. Essas quatro áreas focais não são de origem recente, algumas estão em andamento e outras estão planejadas para o longo prazo. Isso definirá as orientações gerais para várias iniciativas da UFI no próximo ano. A resiliência tem sido uma característica inerente de nossa

ANBU VARATHAN

indústria de exposições, o UFI Digital Congress 2020 focou neste tema e não terminará por aí. Devemos permanecer resilientes e nossas indústrias devem permanecer resilientes – para um renascimento efetivo. Países em todo o mundo, liderados por seus respectivos chefes, têm pressionado fortemente com medidas e pacotes de estímulo sem precedentes para reviver as indústrias de exibição em suas próprias regiões. O tempo está propício para as empresas explorarem novas oportunidades, estratégias para inovar, aprimorar capacidades tecnológicas, equipar a força de trabalho com tecnologias modernas, reorientar estratégias de mercado, manter o fluxo de caixa em andamento e ressurgir como uma força a ser enfrentada mais uma vez. A liderança orientada para o propósito simboliza o que os líderes precisam fazer para sobreviver e se destacar nestes tempos extraordinários. Desde abordar questões imediatas de salvaguarda de empresas, para orientar as partes interessadas em períodos de dor, para alcançar a normalidade – ou nova normalidade. A liderança em todos os níveis, todas as regiões, gênero, raça, posição e a próxima geração terá que liderar pelo exemplo. A tecnologia será o principal capacitador para fazer movimentos inteligentes. A tecnologia digital, mais especificamente, será uma virada de jogo em todos os níveis. É extreAnbu Varathan é presidente da UFI - The Global Association of the Exhibition Industry

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mamente vital para toda a indústria de exposições compreender o impacto que a ‘tecnologia digital’ terá nas exposições. No entanto, encontrar o sucesso por meio do digital não é automático; é essencial que os stakeholders entendam as possibilidades aprimoradas de proposição de valor que isso traz. Também é importante entender as áreas certas onde a ‘criação de valor’ é possível – uma nova criação de valor ou o aprimoramento de um valor existente. A comunidade e a conexão aprimorada com a comunidade renderão grandes dividendos. Embora o “conectar-se com a comunidade” sempre tenha estado presente, apenas algumas organizações seguiram isso com o verdadeiro espírito. Eu sinto que esta é uma área onde há um enorme escopo para que nossa indústria de exposições se fortaleça ainda mais. Na minha opinião, “conectar-se com a comunidade” é essencial, sejam setores da indústria, áreas geográficas específicas ou qualquer parte da sociedade. Isso precisa fazer parte do nosso propósito. Quando esta conexão for mais forte e mais profunda, nossa sobrevivência, avivamento e sucesso certamente virão. A UFI desempenhou um papel cintilante no desenvolvimento da indústria de exposições, trabalhando em colaboração com várias associações internacionais e tornando-se um terreno para a promoção de vários setores. Estou feliz em continuar o esforço para tornar a indústria global de exposições mais vibrante e forte. Olhando para 2021, temos um desafio incomparável diante de nós, vamos nos erguer juntos e vencer juntos! RR

Detailed results for Brazil

Revenue compared to 2019 H1-2020: 44% All of 2021:

56%

55%

Operating Profits

55%

Averages for all companies

H1-2020: 44% H1-2021:

36%

34%

Stable (between -10% and +10%)

36%

% 2 7

Increase of more than 10%

7 36 29

I don’t know

27%

27%

Reduced by 11-50%

All of 2020: 23% 18%

43

18%

57

Reduced by more than 50%

9%

9%

9%

Loss

14 7

0%

0%

0% 0%

All of 2020

less than 25% H1-2021

26th UFI Global Exhibition Barometer / January 2021 ©

25-49%

50-75%

0%

more than 75%

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2020

All of 2021

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MALU PELO MUNDO DAS FEIRAS

FORMATO FUTURO DOS EVENTOS – E AÍ? MALU SEVIERI contato@emmebrasil.com.br

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u gosto muito desta reflexão, ou melhor, gosto muito de ouvir o que as pessoas falam do futuro dos eventos pós pandemia, feiras de negócios em especial. Nos primeiros meses de home office fomos bombardeados por lives e eu, assim como a grande maioria da população assisti a centenas de profissionais defendendo que estávamos já naquele momento vivendo o futuro, cheguei várias vezes a ouvir que havia chegado ao fim a era das feiras presenciais e aquilo me incomodava demais, primeiro porque seria o fim de tantas empresas que eu conheço a vida inteira e também porque eu acredito muito nos benefícios que esta ferramenta incrível traz para os diversos setores que a utilizam. Passamos quase um ano sentados, assistindo “futurólogos” tentando adivinhar o que aconteceria a curto e longo prazos e eu mesma fui colocada nessa situação de ter que opinar. Situação incômoda, não é mesmo?! Nós, organizadores de eventos em geral tivemos que nos reinventar, tentamos feiras digitais, produzimos milhares de conteúdos em diversos formatos e ficamos ansiosamente aguardando a vacina, como se esta fosse a salvação para o momento crítico em que estávamos. A vacina chegou, e agora? Qual será o formato dos eventos? O que e como vamos fazer? O que nossos setores absorvem? Mais uma vez, perguntas difíceis de se responder. Os eventos serão físico, digital, híbrido, phygital... São tantos novos termos que nem sei mais o nome que devemos dar. O problema não é só organizar, ver se o mercado aceita e apoia e sair vendendo, o buraco é um pouco mais embaixo. Mesmo com a vacina as pessoas terão tempo hábil de frequentar 10-20 feiras no ano? E economicamente falando, haverá orçamentos tão extensos? Uma coisa é certa, os expositores e patrocinadores vão fazer mais do que nunca a conta na ponta do lápis para ver o benefício de participar de um evento, independentemente de como ele será organizado. Achei interessante compartilhar um formato que vi em uma feira em Cingapura, a CIOSH. Inscrições abertas para expositores comprarem área, montagem básica e todo o resto que estamos acostumados, mas para aqueles que não podem ir, tem um pacote para participar virtualmente e consiste em: perfil no catálogo (impresso e digital), ferramenta de matchmaking ativa durante a feira e algumas semanas após, e a inclusão de um vídeo institucional nas telas que estarão espalhadas no pavilhão. Daí você que leu até agora vai parar e pensar, e daí? Não vi nada inovador, muita gente está fazendo essas e tantas outras ações. O que tem isso demais? E a minha resposta se divide em duas partes, a primeira é a simplicidade, ninguém precisa de um avatar personalizado com a sua própria imagem e um estande virtual com mil exposições de produtos para fazer novos contatos e fechar negócios. Precisamos do momento de conhecer a pessoa certa e o segundo e mais importante ponto, o preço, 360 euros por empresa. Simplificar significa facilitar a atração de empresas para participar, facilitar a navegação dos compradores e eu realmente acredito que agora precisamos criar massa crítica. Como organizadores precisamos repensar como reunir cada comunidade de um jeito que não custe muito para eles. Vai demorar, sim, para nos recuperarmos financeiramente, mas temos que recomeçar fazendo o que nossa própria essência transmite: unir vendedores e compradores. Os resultados, com persistência e criatividade, vêm naturalmente. RR Malu Sevieri trabalha no setor de feiras há mais de 17 anos, além de organizar eventos, é curiosa, gosta de visitar os outros, porque no pavilhão é onde se sente realizada!

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NOTÍCIAS TENDÊNCIAS OPOTUNIDADES Indispensável para o mercado DE EVENTOS

www.portalradar.com.br Radar Magazine | Novembro/Dezembro 2020

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B.L.O.G.P.O.

2021: O ANO DA REVANCHE! PAULO OCTAVIO PEREIRA DE ALMEIDA (PO) poctavio@livemarketingconsultoria.com.br

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ano de 2020 foi terrível para o setor de eventos e do Live Marketing. Muito se perdeu. Perdemos muitas vidas. Perdemos muitos negócios. Uma tragédia terrível. A COVID foi de 2019, mas os impactos foram em 2020. E que impactos! As “placas tectônicas” do setor se mexeram. E aconteceram “terremotos”. Eventos foram adiados e depois cancelados. Eventos mudaram de venue. Eventos mudaram de data. Mudaram de ciclo. Mudaram de nome. Eventos aconteceram digitalmente, virtualmente. Alguns decepcionaram. Outros acertaram a mão. Tudo aprendizado recente. Lembrando que a tecnologia utilizada foi inventada ANTES da pandemia. Bem antes! Mas mesmo com esta tragédia mundial. não deixamos de sermos gregários. Sentimos falta do contato humano. Do abraço. Coisas simples, mas importantes. O que nós aprendemos com isso tudo? Tenho certeza de que o setor de eventos aprendeu que a tecnologia não é o inimigo. Muito pelo contrário. É aliado fundamental. Os venues aprenderam que só alugar o espaço não é mais o produto. O produto agora é oferecer soluções. E com wi-fi gratuito (rsrsrs). Os promotores estão aprendendo também. Não basta ter marca forte. Precisa fazer sentido. Sentido comercial. Sentido de induzir negócios. Na data que os visitantes qui-

serem. Não quando a associação achar mais conveniente. Conveniente como a tecnologia. Soluções para nos conectarmos. Para sermos gregários. Porque colaboração é a nossa praia! Para ficar em casa quando necessário. Quando necessário. Não é para sempre! Isso tem prazo de validade. Ainda bem! Que a segurança sanitária se restabeleça durante o 1º semestre de 2021. Que as vacinas funcionem e estejam disponíveis para todos. Todos mesmo! Que o mercado de LIVE MARKETING traga as emoções e conexões comerciais de volta. RR

Que o ano de 2021 seja o ano da REVANCHE

Paulo Octavio Pereira de Almeida, PO (como é conhecido), um dos principais executivos do setor no Brasil, é formado em Administração e trabalha há mais de 25 anos na área de marketing .

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LEGALIZE 360º

ISO 20121

UMA RETOMADA PROFISSIONAL, DE QUALIDADE E SEGURA. A HORA É AGORA!

DAIANE LIMA DE ALMEIDA daiane@facilitydoc.com.br

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sperançosos aguardamos com nossos protocolos em mãos o dia em que voltaremos a promover eventos, negócios e interações a nível presencial. Fato é que a inovação, a reinvenção de formatos, e de projetos foi marca registrada neste período que seguimos percorrendo de total instabilidade a nível internacional. Os impactos sociais que a pandemia trouxe ao mercado de eventos desde a politização até a total escassez do sustento básico das famílias diretamente afetadas não apenas em nosso setor, foram devastadores. Vimos na prática a importância de conscientização e engajamento dos envolvidos na cadeia produtiva de um evento frente a questões de impacto social, saúde pública, incluindo na política ambiental. Se engana quem pensa que o tema é novo. Ele está traduzido em forma de uma ISO totalmente dedicada ao nosso setor desde 2012. Sim, a ISO 20121, também conhecida como ISO dos eventos propõe diretrizes referentes aos impactos econômicos, sociais e ambientais medidos pelos stakeholders, que são os fornecedores, organizadores, patrocinadores e os participantes de eventos na finalidade de minimizar os danos sofridos e impactos causados pelos mesmos. Para quem se questiona sobre as formas de implantar uma metodologia concreta e formatos de trabalho que melhorem continuamente, eis aqui um excelente caminho. A ISO aborda desde os fundamentos legais básicos de um evento até a gestão de organização, passando pelas áreas de engenharia, segurança do trabalho, produção, A&B, logística, acessibilidade, inclusão social, diversidade e alterações climáticas, dentre outros, formatados em modelos de gestão e compromissos coletivos em sua implementação.

Sabe-se que pouquíssimos eventos possuem a ISO 20121. O destaque nacional fica a cargo do Rock in Rio que recebeu em 2013 a primeira certificação na América Latina da norma ISO20121 – Sistemas de Gestão de Eventos Sustentáveis, e desde então aprimora e revalida sua certificação a nível internacional despontando no mercado como referência aos demais setores de nossa categoria. O grande diferencial aqui é que temos ao nosso alcance uma certificação que antes mesmo do cenário atual aponta modelos de gestão como soluções praticáveis de qualidade. Uma gestão de qualidade parte do princípio do compromisso de todos os envolvidos em processos de trabalho com relação ao cumprimento irrestrito das normas e padrões estabelecidos para o bom funcionamento das atividades até que o objetivo final seja alcançado. O engajamento de um time de forma multidisciplinar com acompanhamento periódico dos avanços de cada assunto desenvolvido é o combustível para a missão dada e a missão cumprida. Uma equipe de alta performance começa então a ser desenvolvida e aprimorada. Espaços para eventos (Venues), Organizadores, Produção, Fornecedores, Marcas, todos se conectam e é dessa forma que lá na ponta, refletida na experiência do consumidor esse processo é percebido. Portanto, do início ao fim os valores são transmitidos em sistemas de gestão sustentáveis de qualidade. Não por um selo, ou em busca de uma ISO, e sim na meta da experiência que se quer gerar à percepção de quem consome o evento e garantir que ele se eternize na memória do consumidor. Afinal, nossa grande qualidade é transformar eventos em momentos inesquecíveis, e o tempo é agora. RR

Daiane Lima, especializada em licenciamento e health and safety para eventos, é Diretora Executiva da Facilitydoc, atuante no mercado de eventos há mais de 17 anos, fornecedora oficial de licenciamento e segurança do trabalho do Rock in Rio desde 2015, soma ao currículo a obtenção de mais de 2.300 alvarás ao longo de sua carreira.

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OPINIÃO

A VACINA E AS FEIRAS E EVENTOS DE NEGÓCIOS

FERNANDO LUMMERTZ fernando@expoguia.net.br

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ré-requisito para participar de um evento de negócios doravante: estar vacinado. Mundo afora e Brasil adentro plataformas de inscrição que exigirão comprovação da vacina serão cada vez mais comuns. Essas mesmas plataformas poderão abrigar uma variável que será opção para quem ainda não estiver vacinado: a comprovação de um teste PCR com no máximo 72 horas de antecedência. E, para complementar, a manutenção dos protocolos de utilização obrigatória de máscaras, álcool in gel e distanciamento deverão se manter. Com esses procedimentos poderemos voltar a realizar eventos de negócios que levem em consideração a necessidade de escalar gradualmente a quantidade de participantes. E para escalar gradualmente devemos ter em conta um ensinamento antigo e consolidado que nos deixou Wilfried Fritz Pareto, cientista político, sociólogo e economista, nascido francês e se tornado italiano por escolha e então renomeado como Vilfredo Pareto: “Cerca de 80% dos resultados são provenientes de 20% dos esforços empregados” o que, na economia, costuma se traduzir pela máxima de que 80% dos seus melhores negócios são provenientes de cerca de 20% dos seus clientes”. Assim, devemos considerar que para os eventos previstos para um horizonte próximo precisamos selecionar os participantes de modo assertivo. Para uma feira, os 20% melhores expositores e para os visitantes os 20% melhores compradores destes 20% expositores. Simples assim. Difícil de executar? Claro que é difícil. E por acaso é fácil não ter eventos? E por acaso é fácil realizar um evento e não ter resultados?

Ainda que não seja fácil este deve ser o objetivo para o momento. Não podemos simplesmente imaginar que poderemos voltar ao normal de antes da pandemia como se nada estivesse acontecendo. O que precisamos é entender como promover eventos que tragam resultados positivos para todos os participantes. E aprender a utilizar adequadamente o meio digital após a realização dos eventos presenciais para ampliar a visibilidade e a geração de oportunidades de negócios para todos aqueles que pagaram as contas e que viabilizaram a realização dos eventos. Dá para fazer. Internamente, nas empresas promotoras iremos precisar rever a estrutura, as competências das equipes, o tamanho da equipe, o foco no essencial e a habilidade de gerenciar orçamentos mais modestos. E isso precisa acontecer simultaneamente com uma integração da cadeia de valor dos eventos de negócios. Centros de eventos, montadores e demais fornecedores terão de rever suas margens e oferecer condições mais acessíveis que possam viabilizar a retomada. A pandemia uniu esse setor de uma forma jamais vista o que torna possível vislumbrar a viabilidade dessa integração acontecer de fato e a mudança de postura ocorrer. E assim, voltar a crescer com mais qualidade, contribuindo com a economia e com a segurança sanitária porque, efetivamente, para nós que realizamos eventos, esse é o nosso propósito, essa é a nossa razão de existir. Voltando ao nosso amigo Pareto, cuja primeira observação que ensejou sua teoria, foi a percepção de que 80% das ervilhas colhidas em sua horta vinham de cerca de 20% das vagens plantadas, eu pergunto à você leitor: Adianta você enRR cher um evento de negócios com ervilhas murchas?

Fernando Lummertz é fundador da Rede Feiras, conferencista e consultor especializado em planejamento estratégico para feiras de negócios

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PASSO A PASSO

ECOSSISTEMA PAULO PASSOS paulopassosfilho@icloud.com

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uito mais do que apenas vender, um empresário deve conhecer o ecossistema do seu negócio. Ao “do it” temos de incorporar o “How can I do” Não basta conhecer profundamente seu equipamento, seus custos e dominar como ninguém o fazer, o construir. É necessário conhecer completamente o seu negócio, seu ecossistema. Como, onde, de que forma, para que, para quem e, principalmente, responder os porquês. Questões básicas que, se não respondidas, podem fadar o negócio a “dores profundas”. O conceito de negócio define toda atividade consistente na aquisição de renda em função da entrega de bens e serviços como contrapartida. Mas como fazê-lo sem conhecer o todo? Como montar estratégias e definir targets, sem conhecer o mercado em que atua? Parece óbvio, mas habitualmente encontramos empresas que não conhecem o seu setor e, desta forma, empregam suor de maneira inadequada ou sem foco. O setor de eventos é repleto de “cases de donos de empresa” que conhecem profundamente sua atividade, mas não seu negócio. Recursos são desperdiçados na tentativa de vender ou posicionar seus produtos e/ou serviços, apenas pelo simples desconhecimento do negócio, do todo, do ecossistema. Vejam, conhecer o seu negócio é conhecer o todo. É a diferença entre o “dono de empresa” e o “verdadeiro empresário”. O “dono de empresa” conhece seu empreendi-

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mento e o “verdadeiro empresário” conhece profundamente o negócio e o ecossistema em que está inserido. Um colega recentemente fez uma analogia com algo do cotidiano dos paulistanos, as padarias. A dono da padaria (o “dono da empresa”) fica no caixa, sempre em posição estratégica, entre a entrada e a saída. Abre e fecha o seu comércio e, da sua posição de capitão, vê tudo que acontece no seu estabelecimento. Já o “verdadeiro empresário” coloca um funcionário de sua confiança nesta posição e usa seu tempo para administrar sua empresa. Vai a feiras, à procura de novos equipamentos, visita concorrentes, fornecedores e, invariavelmente, amplia e melhora seu negócio. É também como uma banca de frutas. Imaginem que, em vez de eventos, trabalhamos no agronegócio e somos felizes proprietários de uma banca de frutas. Diariamente, vamos ao entreposto de frutas e compramos com eficiência nossas frutas. Já em nosso pequeno estabelecimento, cuidamos com zelo de tudo e atendemos nossos clientes com o cuidado e respeito que merecem. Tudo perfeito, certo? Errado! O exemplo acima determina o perfil do “dono de empresa”. O “verdadeiro empresário” procura conhecer seu negócio, consequentemente, seu mercado. De um lado, procura conhecer as safras e o comportamento comercial dos produtos que mais compra. Quais características? Quais produtos vão para exportação e que podem faltar? Quais produtos podem substituir? Podem ser comprados diretamente do produtor?


Se sim, quais as condições? Vale à pena montar uma cooperativa de compras para melhorar a margem? E embalagens? Existem embalagens mais atraentes? E nosso cliente? Quais os hábitos de consumo dele? Etc... Existe um “case” nesse setor que exemplifica bem. Um determinado ponto de venda, conhecendo seu produto e seu público, começou a oferecer embalagens de banana com 7 unidades. A primeira, a da esquerda, totalmente madura e a última, a da direita na embalagem, verde. Uma banana por dia, cada uma com seu tempo de maturação e o melhor, comercializando com quase 100% de acréscimo de margem. São apenas dois exemplos de “verdadeiros empresários” que conhecem seu ecossistema e, desta forma, potencializam seus negócios. Voltando ao nosso universo. Conhecer nosso ecossistema é saber como, quem, de que forma e responder muitos porquês. Mais que tudo, conhecer nosso papel nesse todo pois dependendo disso, as perguntas a serem respondidas, serão diferentes. Benchmarking, market share, segmentação, target são alguns termos ou ações que devem fazer parte do dia a dia do nosso “verdadeiro empresário”. Quem é meu cliente? Quais produtos e/ou serviços ele compra? Quais são suas necessidades? O que o motiva a tomar decisões? Como a micro e a macroeconomia os afeta? Quem são nossos concorrentes? E nossos fornecedores? Etc, etc, etc Simples, não? Conhecer seu espaço, o ecossistema, é fundamental e o “think outside the box”, o pulo do gato para o sucesso! RR

think outside the box Palestrante e consultor, Paulo Passos é diretor executivo da ABRACE; coordenador do comitê ABNT 142 -Comissão de Estudos Especial de Gestão de Eventos – 2019 – 2020.

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DEU RUIM!

ENTROU ÁGUA NO KASATO MARU

ESTÓRIAS DE PAVILHÃO

AMADEU CARLOS FERREIRA amadeu@engeve.com.br

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oi uma vez, em 2008, comemorando a chegada da embarcação Kasato Maru junto com os ancestrais da nossa querida amiga Robs Japa que aconteceu este causo. Estava pra acontecer a celebração do “Centenário da Imigração Japonesa no Brasil” que contaria com a nobre presença do príncipe Naruhito, herdeiro do trono do Japão. Por mais que se prepare a organização de um evento, ficam alguns detalhes pequenos, os que dependem de muito estudo e convivência, tais como desconhecimento da cultura e dos protocolos de recepção de um príncipe com toda pompa e circunstância. Imaginem ter que reunir detalhes para facilitar chegada de marinheiros que participariam do desfile, os representantes de consulados, embaixadores, além da alimentação, vestimentas, peças decorativas do império, documentos... Enfim, não podia passar nenhum detalhe sem ser visto. Preparando o camarim de sua alteza, checando minunciosamente cada item de decoração e os protocolos de uso real, estava um profissional que conhecemos muito bem: Kito Mansano, responsável por preparar o espaço dentro do Sambódromo de São Paulo. Aqui abro um adendo sobre um

detalhe que até então parecia ser simplório: o frigobar do camarim contava com cerca de vinte garrafas de água, especialmente destinadas ao príncipe, envasada apenas para consumo real. Tudo certo para chegada! Uns minutos antes, uma checada final básica e: Cadê as águas do príncipe? Mas que água? Cadê a água? Vinte garrafas, gente? Nada! Zero de água no refrigerador. Pânico geral! Quem colocou? Quem tirou? O sempre Afinal, quem era o responsável por cuidar dessa bagaça? Naquela correria, com cara de “tamo fu”, damos de frente com o pessoal da limpeza, sentados, exaustos, bebendo reluzentes garrafinhas geladas de água: a água real! Voou caco de bunda pra todo lado, beberam água do príncipe! “Vocês não podiam fazer isso, não temos como pegar mais e o convidado está chegando!” A moçada da limpeza toda quieta, cansada e sem entender muito bem. Eis que no meio do silêncio surge a voz de um dos garotos: “Mas moço, não se deve negar água pra ninguém”. E estava errado? Causos de eventos, onde se faz das tripas coração e resolvem-se os assuntos. Havia mais disponíveis no depósito. À surdina e sob sigilo absoluto, as águas foram recolocadas e o assunto só voltou à tona anos depois, somente para risadas. Coitada das coronárias do nosso amigo Kito. RR

Amadeu C Ferreira, engenheiro eletricista e de segurança da Engeve, um amante do mundo dos eventos, onde o desafio é o combustível da vida.

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@radartv_br @gruporadaretv

As principais notĂ­cias do setor direto no seu feed e stories!

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DESTINO

A ESSÊNCIA DAS VINÍCOLAS BRASILEIRAS Uma imersão nos vinhos e espumantes brasileiros da serra gaúcha

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CASARÃO DA POUSADA DOM GIOVANNI

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DESTINO

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nindo os vinhos, experiências gastronômicas, lindas paisagens ao charme rústico da Pousada e Vinícola Don Giovanni, localizada entre as parreiras e uma plantação de girassóis no Sul do país surge um roteiro de imersão exclusiva ao mundo dos vinhos.

Histórias fascinantes de suas técnicas, operações familiares construídas por várias gerações, enólogos apaixonados por sua química, artesões cuidadosos acompanhado de uma gastronomia de afeto a suas culturas e raízes autenticas. O roteiro único com reservas para degustação em vinícolas estrategicamente selecionadas, abrange as regiões de Pinto Bandeira, Flores da Cunha, Monte Belo do Sul, Farroupilha e o Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves; áreas diferenciadas por seus premiados vinhos e espumantes, design, novas técnicas e muita paixão. O roteiro de visitas personalizadas às vinícolas é elaborado por um especialista após uma entrevista com o viajante, onde nesta ocasião, é possível entender o paladar, curiosidades e principalmente o conhecimento sobre os vinhos da região e gostos pessoais.

CAVE DA VINICOLA CASA VALDUGA

CAVE DA VINICOLA LUIZ ARGENTA

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CAVE DA VINICOLA CASA VALDUGA


SAFRA 2021

CAVE VINICOLA DOM GIOVANNI

POUSADA DOM GIOVANNI

Radar Radar Magazine Magazine | Novembro/Dezembro | Janeiro/Fevereiro 2020 2021

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DESTINO

AIRTON GIOVANNI & BEATRIZ DREHER Apaixonados pela vida e fundadores da Vinícola Don Giovanni, Airton e Beatriz estão sempre presentes: seja durante a vindima colhendo uvas, atrás do balcão auxiliando na venda de espumantes, no receptivo dos hóspedes da pousada, ou realizando degustações com os turistas. Um dos pontos mais bacanas do passeio é separar um momento para ouvir as histórias que o casal tem para contar. Atualmente, dedicam-se à família e a projetos que incentivem o desenvolvimento do mundo do vinho, gastronomia e artes.

Informações para a Experiência

Concierge de Viagem (11) 96888-0555 concierge@conciergedeviagem.com

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MIRANTE DO POR DO SOL NA VINICOLA DOM GIOVANNII


M ar ad e n t r0, Mundo afora . A sua viagem, o seu momento e a sua expectativa nĂŁo tem limites para criamos a viagem do seu jeito.

+ 5511 985919921 concierge@conciergedeviagem.com www.conciergedeviagem.com concierge_viagem Radar Magazine | Janeiro/Fevereiro 2021

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AGENDA

http://bit.ly/3r9E9qJ O calendário de feiras de negócios e eventos para 2021 ainda está longe de uma definição completa. No entanto algumas organizadoras de feiras e eventos, bem como associações, já confirmaram suas datas. A princípio a listagem concentra mais feiras e eventos realizados na cidade de São Paulo, mas queremos informações de todo o país. Se quiser colaborar, encaminhe seu evento para redacao@gruporadar.com.br Confira o calendário atualizado no QR Code abaixo.

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Foto: Grupo Saikyou Yosakoi Soran Acema - Festival Nipo Brasileiro

@TasaEventos

Nós, da TASA Eventos, somos especialistas em organizar e assessorar

feiras comerciais, congressos e eventos culturais. Executamos cada

projeto com o profissionalismo e know-how de quem está no mercado há mais de 20 anos atento às novas tecnologias.

COM CERTEZA, SEU PRÓXIMO EVENTO TERÁ A NOSSA ASSINATURA. Fone: (44) 3025-6767 | Email: atendimento@tasaeventos.com.br

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AGENDA

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