Radar Magazine Ed. 56

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EDIÇÃO 56 – ANO 10 – NOV/DEZ 2020

RR RR

UM ANO COMO NENHUM OUTRO

UM ANO COMO NENHUM OUTRO EDIÇÃO 56 – ANO 10 – NOV/DEZ 12020

O QUE VIMOS DE UM 2020 NO QUAL O SETOR DE FEIRAS DE NEGÓCIOS E EVENTOS PAROU


Em tempos de pandemia, segurança é tudo. Por isso, os protocolos adotados pelas companhias aéreas, hotéis, resorts, pousadas, bares, restaurantes e espaços para eventos são seguidos com rigor. Tudo para garantir o bem-estar e a segurança


RINO COM

O ESTADO DE SÃO PAULO ESTÁ PREPARADO PARA RECEBER TODO MUNDO.

de nossos visitantes e de todos os colaboradores. Siga os protocolos e conte sempre com a gente. Assista aos vídeos que preparamos para você e saiba mais em visitsp.tur.br/protocolos.

Apoio institucional

visitsp.tur.br


SUMÁRIO

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IGOR TOBIAS

O FUTURO DOS PROFISSIONAIS DE EVENTOS PÓS-PANDEMIA DA CHINA VEIO, POR ELA RETORNARÁS PAULO PASSOS

O FAZENDEIRO E O PROFISSIONAL DE EVENTOS?

30

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

34

MALU SEVIERI

36

4

CAPA

38 40

PAULO OCTAVIO PEREIRA DE ALMEIDA

EVENTOS PÓS-COVID: VAI OU RACHA? ANHEMBI: 50 ANOS DE UM GIGANTE ADORMECIDO

IMPORTÂNCIA DO SETOR

DE FEIRAS E EVENTOS DE NEGÓCIOS NA CIDADE DE SÃO PAULO

44 PRONTOS E

FERNANDO LUMMERTZ

COMPROMETIDOS

46 48

GIRO PORTAL RADAR

50

MANIFESTO UBRAFE

56

LIFESTYLE

A importancia do setor de eventos para a cidade de São Paulo

AMADEU CARLOS FERREIRA

VALSINHA

WINEFORUM

ABRE ALAS E FECHA AS FEIRAS Carnaval “fora de época” será risco para um calendário de feiras já problemático em 2021

Radar Magazine | Novembro/Dezembro 2020

Paraty sob nova perspectiva:


ALÉM DOS NEGÓCIOS.

Desde o começo dos novos desafios, nosso foco foi

Acreditamos que nosso negócio é fundamental na

em como nos manter conectando empresas e

retomada da economia e não vamos nos render em

fomentando as indústrias que sempre estiveram ao

mais esta batalha, pois vamos vencer.

nosso lado, em mais de 10 anos. Adaptamos

nossos

eventos,

redesenhamos

Acredite,

experiências e junto das indústrias fomos atrás de

isso também

soluções inovadoras para que sua empresa continue

vai passar.

obtendo resultados, pois somos apaixonados pelo nosso negócios.

nm -brasil.com .b r


EDITORIAL

A PANDEMIA MUDOU O MUNDO E ELA TAMBÉM NOS MUDOU! É difícil encontrar algo positivo em uma situação que matou milhares e trouxe tantos danos econômicos e sociais em todo o planeta. Em nosso mundo, o da indústria de eventos, a COVID-19 trouxe uma ruptura profunda e prejuízos que ainda colheremos ao longo de 2021. Se o nosso público teve que se reinventar e mudar, por que nós também não mudaríamos? A pandemia mudou o mundo e também nos mudou. Ao longo destes meses de “lockdown” da indústria de eventos nós, o Grupo Radar & TV, buscou ser uma voz ativa para o setor. Trouxemos notícias do segmento de eventos do Brasil e do mundo – de todas as “tipologias”. Levantamos bandeiras, gritamos, fizemos novos relacionamentos (talvez perdemos alguns?) e, sobretudo, aprendemos. Você que não nos conhecia, seja bem-vindo. Você que nos conhecia, deve ter percebido nestes últimos meses: renascemos. Pessoas passam, marcas ficam. Por isso não somos uma pessoa, somos um veículo de comunicação no qual o setor de eventos pode se apoiar, informar e reivindicar tantas batalhas que ainda teremos pela frente. Menos ego e mais eco. Seguiremos fortalecendo o Portal Radar e preparamos a volta da Radar Magazine para ainda este ano. Tal qual os eventos neste período “anormal”, ela vem em formato digital. Mas estamos loucos para que em 2021 ela possa voltar também para o presencial. Para o futuro, novos conteúdos no Youtube e, quem sabe, novos eventos que possam contribuir para o crescimento de todo o setor. Desde a saída de Otavio Neto no início da pandemia para projetos solos, Roberta N Yoshida passou a ser a responsável pela gestão. Roberta, que sempre foi a alma criativa do Grupo, agora também está a frente das Lives com o seu “Fim de Expediente”. E não vai parar por aí! Mas agora não é o momento para spoilers. Muito obrigado por nos acompanharem e serem os “pais” deste nosso renascimento. Seguiremos lado a lado nesta nova jornada e contamos com o apoio de vocês. #tamojunto?

PUBLISHER

FOTOS E ILUSTRAÇÕES Depositphotos | Divulgação Freepik (Pressfoto Racool_studio, pch.vector, macrovector_official, vectorpouch | Pixabay

Roberta N Yoshida roberta@gruporadar.com.br

EDITOR Luis Marino Orsolon luis@gruporadar.com.br

ASSINATURA E DISTRIBUIÇÃO redacao@gruporadar.com.br

COLABORARAM NESSA EDIÇÃO Amadeu Carlos Ferreira Fernando Lummertz Igor Tobias Malu Sevieri Paulo Octavio Paulo Passos

DIRETORA DE ARTE, FOTOGRAFIA E MULTIMÍDIA Roberta N Yoshida

UMA PUBLICAÇÃO DO GRUPO RADAR & TV

Redação e administração: Radar Comunicação CH LTDA. A Radar Magazine não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados. Não é permitida a reprodução total ou parcial sem a prévia autorização. Tiragem: 15 mil exemplares | Data de publicação: 23/11/2020

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Radar Magazine | Novembro/Dezembro 2020

Parceiro de mídia



CAPA

Um ano como nenhum outro O que vimos de um 2020 no qual o setor de feiras de negรณcios e eventos parou LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

DAS FEIRAS D 13 de ma 10

Radar Magazine | Marรงo/Abril 2020


O

ano de 2020 não começou de uma forma normal para a indústria de eventos do Brasil. Entre os meses de janeiro e fevereiro, as montadoras foram anunciando que não participariam da edição 2020 do Salão do Automóvel. Ao mesmo tempo, o novo coronavírus (SARS-COV-2) que tinha aparecido na China no final de 2019, ia se espalhando pelo “velho mundo” e começando a causar temores e alguns cancelamentos de feiras e eventos. Em 6 de março, por razões que não estavam ligadas ao vírus, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anunciou que o Salão do Automóvel de São Paulo ficaria para 2021. “Repensar os custos do evento em razão das novas características do setor” foi um dos fatores preponderantes apontados pela Anfavea para o cancelamento do evento em 2020. A Associação ainda nem imaginava que, apenas sete dias depois, outros inúmeros eventos ficariam para 2021. Mas antes do caos ser definitivamente instaurado por aqui, alguns eventos chegaram a acontecer. Couromoda e São Paulo Prêt-à-Porter foram realizadas entre 13 e 15 de janeiro, a CIOSP entre 29 de janeiro e 01 de fevereiro, a ABCasa Fair de 11 a 15 de fevereiro, a ANUFOOD Brazil de 09 a 11 de março e, finalmente, a Expo Revestir nos dias 10, 11, 12 e 13 março. Depois disso, não houve tempo para mais nada. No dia 13 de março, a pandemia do coronavírus foi declarada e a Intermodal

– a próxima da fila – teve sua montagem paralisada já no pavilhão. O que se viu depois foi uma sequência de adiamentos dos eventos, em um primeiro momento, inicialmente, para o segundo semestre de 2020. Inicialmente. As feiras e os eventos de negócios, que geram mais de R$300 bilhões em negócios no estado de São Paulo, induzem o consumo interno e exportações e projetam valor nacional da ordem de R$1 trilhão, foram literalmente esquecidos pelo governo paulista. Em 27 de maio, o governador João Doria e sua equipe apresentaram o “Plano São Paulo” para uma retomada consciente das atividades econômicas. Durante a coletiva, a surpresa. Os eventos não foram lembrados, ficando fora até mesmo da Fase 5 (azul), ou seja, da última a ser liberada. A coletiva aconteceu às 12h e, só depois, no meio da tarde, o governo paulista incluiu os eventos na Fase 5 de seu Plano São Paulo. Neste cenário inicial, em que a cidade de São Paulo começou na Fase 2 (laranja), o horizonte mais otimista indicava que as feiras e os eventos seriam pensados novamente depois de 42 dias. Enquanto isso, na Alemanha, 20 dias antes, em 7 de maio, uma nova esperança para a indústria de eventos já surgia. O governo do país e dos estados concordaram que as feiras comerciais deveriam ser separadas de “eventos que geram aglomerações”, como festivais folclóricos, shows musicais etc, e, portanto, já estavam autorizadas a planejar seu retorno.

DE NEGÓCIOS aio 2020 Radar Magazine | Março/Abril 2020

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CAPA

“Em muitas conversas que realizamos, deixamos claro para os políticos tomadores de decisão que as feiras são eventos de negócios, nas quais os participantes se comportam de maneira completamente diferente do que em um concerto ao ar livre, por exemplo. Além disso, o número de pessoas por m² nas feiras é significativamente menor do que nos chamados grandes eventos. E quando as coisas ficam difíceis nas feiras, você pode controlar o fluxo de visitantes. Os políticos finalmente entenderam isso”, contou Jörn Holtmeier, CEO da Associação da Indústria Alemã de Feiras (Auma), em entrevista exclusiva ao Portal Radar. No Brasil, o setor não conseguiu fazer com que os governantes compreendessem a real importância econômica das feiras e como elas se diferenciam dos shows ou eventos de grande aglomeração. “Infelizmente, ainda temos uma miopia do poder executivo, de não entender a grande importância que o setor tem para a economia. Acredito que nosso segmento está muito mais preparado do que qualquer outro que já retomou suas atividades”, afirmou o vereador Rodrigo Goulart, que atua como presidente da Comissão Extraordinária de Apoio ao Desenvolvimento do Turismo, do Lazer e da Gastronomia, na ocasião em que outros setores estavam reabrindo. A fala de Goulart era uma referência à reabertura dos shoppings centers. A comparação, bastante comum no esforço pela reabertura, também foi feita por Damien Timperio, CEO da GL events Brasil, em entrevista dada à CNN Brasil em 1 de junho: “Se as lojas e os shoppings conseguem reabrir, os eventos também. Temos um pessoal extremamente preparado para controlar os fluxos”. Finalmente, em 3 de julho, a coletiva comandada pelo governador de São Paulo, João Doria, trouxe um novo horizonte. Nela foi indicada a data de 12 de outubro para o retorno dos grandes eventos e demais atividades que geram aglomeração. Dizia o Plano São Paulo: “Abertura dos grandes eventos e demais atividades que geram aglomeração estará autorizada após 28 dias consecutivos do estado de São Paulo na Fase 4 (verde) na região. A data prevista dessas atividades é dia 12 de outubro, considerando a permanência do estado na Fase Verde por ao menos 28 dias”. Naquele momento, no entanto, com a Fase Amarela em vigor ficava autorizado o retorno de eventos, convenções e atividades culturais, tais como museus, galerias, acervos, centros culturais e bibliotecas, cinemas, teatros e salas de espetáculos, eventos culturais com público sentado e lugar marcado. Surgia, então, a polêmica dos “eventos sentados”. A reabertura das atividades culturais, eventos e convenções – com público sentado – estariam autorizadas após 28 dias consecutivos na Fase 3 (Amarela) na região. Ou seja, a data prevista de retorno destas atividades seria 27 de julho. Mas eventos sentados? “Um congresso é um evento de pé ou sentado? E uma convenção de vendas? Existem momentos em que o público fica sentado e outro em que ficam em pé em ambos formatos, da mesma forma como nas feiras de negócios”, comentou, na ocasião, Paulo Octavio Pereira de Almeida, sócio 12

Radar Magazine | Março/Abril 2020

da Live Marketing Consulting. O indicativo de uma data de retorno era um respiro para o setor de feiras de negócios, que navegava em um mar sem horizonte. No entanto, a volta das feiras na Fase Verde indicava que as mesmas ainda eram consideradas grandes aglomerações, assim como os shows e festivais. Apesar disso, o indicativo de data permitiu que novos planos fossem feitos para o calendário já quase derretido dos eventos em 2020. Mas tudo mudou em 11 de setembro, com o anúncio do Governo de São Paulo de uma mudança na forma como é feita a reclassificação do Plano São Paulo. A partir desta data, todas requalificações passavam a ser mensais e não mais quinzenais. Com a capital paulista ainda na Fase Amarela, a medida colocou em xeque o retorno das feiras de negócios no dia 12 de outubro, como havia sido planejado inicialmente. Isso porque, vale lembrar, para as feiras de negócios serem realizadas era preciso estar por 28 dias contínuos na Fase Verde. Com a nova reclassificação em 9 de outubro, no melhor dos cenários, elas estariam autorizadas a acontecer somente a partir de 6 de novembro. A medida provocou mais uma onda de cancelamentos e adiamentos de eventos. Ao mesmo tempo, os organizadores ainda enfrentavam outro desafio. Mesmo aqueles tipos de eventos liberados pelo estado, o decreto nº 59.285, da prefeitura de São Paulo, seguia proibindo-os no município de São Paulo. Nem os alvarás estavam sendo emitidos, apesar do tempo de sua expedição, de em média 30 dias, avançar, teoricamente, em relação aos 28 previstos para a realização dos eventos de novembro. Além de prejudicar a programação para o restante de 2020, a indefinição de quando as exposições poderiam, de fato, voltar, já começava a ameaçar o calendário de eventos do primeiro trimestre de 2021. “Já estivemos na Secretaria da Casa Civil, na qual havia uma certa confusão sobre o que é feira e o que é evento. Esclarecemos a diferença, peregrinamos por diversas secretarias como uma bolinha de pingue-pongue indo de porta em porta, mas ainda não temos nenhuma solução”, reclamou, na época, Abdala Jamil Abdala, presidente da Ubrafe. Ao mesmo tempo em que São Paulo batia cabeça, outros estados e cidades estavam tendo mais sucesso em conseguir a liberação de seus eventos. Um bom exemplo foi o Rio de Janeiro. Em 30 de julho, a Apresenta Rio, associação formada por diversas empresas da indústria do entretenimento, levou para o conhecimento do poder público um estudo sobre a categorização dos eventos, visando a retomada do setor e buscando a viabilidade de um retorno gradual. O trabalho contou com um robusto parecer técnico e científico, elaborado por profissionais da indústria e da saúde, que sustentavam e embasavam o pedido de liberação dos eventos de negócios já na próxima fase de reabertura no Rio. Deu certo. A capital fluminense classificou, de acordo com o potencial de risco, os diversos tipos de eventos, liberando assim,


gradual, faseada e responsavelmente sua realização. Além disso, em 26 de agosto, o governo do Rio de Janeiro também retirou o limite de teto para capacidade dos espaços, incluindo centros de convenções e hotéis, permitindo, assim, a volta das feiras de negócios. Em São Paulo, a boa notícia veio, enfim, no dia 24 de setembro. O prefeito Bruno Covas se reuniu com executivos de associações do setor para aprovar os protocolos para a retomada da realização de eventos na capital. Desta maneira, eles poderiam ser realizados logo que a cidade entrasse na Fase Verde, o que aconteceu no dia 9 de outubro. Passaram a estar liberados eventos para até 600 pessoas, podendo ser solicitada uma autorização especial para os maiores. Com isso, feiras importantes conseguiram ser realizadas. Até o fechamento desta edição, em São Paulo, aconteceram a Expo Retomada, ABUP Home & Gift, ABCasa Pocket Show, Feira do Bebê & Gestante e São Paulo Boat Show. Ainda durante a pandemia, outros grandes eventos aconteceram em outros estados, como Festuris, de turismo, e a Zero Grau, de calçados, ambas no Rio Grande do Sul, e a Expo Retomada Salvador, na Bahia. De acordo com levantamento da Ubrafe, os impactos causados pela pandemia e os 180 dias de paralisação do setor de feiras e eventos provocaram, até o momento, uma perda de R$286,7 bilhões à economia do estado de São Paulo. A última pesquisa Globex, da consultoria AMR International, aponta que foi o Brasil o país cujo segmento sofreu seu maior revés no mundo durante a pandemia. O mesmo estudo também indica que o mercado global de feiras deve retrair 70% neste ano.

2019 Coronavirus se manifesta na China

13/03/2020 Pandemia declarada no Estado de São Paulo

27/05/2020 Plano SP é anunciado pelo governo do estado

03/07/2020 Governo estadual anuncia a volta dos eventos a partir de 12/10/2020 11/09/2020 Governo estadual anuncia mudanças na reclassificação

Futuro

Se o país não for atingido por uma nova onda, a expectativa para 2021 é que aconteça, só em São Paulo, cerca de 800 eventos de negócios, entre feiras e congressos com exposições. A pandemia mostrou que, em momentos de necessidade, o setor de eventos conseguiu se unir. Associações trabalharam em conjunto, profissionais se juntaram em diversos movimentos e manifestações. A pandemia confirmou, no entanto, que o setor não recebe a devida importância das autoridades públicas. E, mais do que isso, que não existe um real entendimento sobre o segmento que gera 25 milhões de empregos diretos e indiretos e um impacto de R$936 bilhões no Brasil. Feira de negócios não é turismo, é promoção comercial. Mas até hoje o setor sempre viveu “escorado no turismo”. Elas promovem o desenvolvimento econômico de cidades e estados e são grandes indutoras do turismo. A saída deste segmento do Ministério do Turismo para uma pasta ligada a comércio, desenvolvimento econômico, será um passo importante para o futuro. É urgente ainda criação de uma frente parlamentar focada na área de eventos para tentar acabar com esta “miopia” dos governantes em relação ao setor. Estes podem ser passos importantes de uma luta que está apenas começando. RR

24/09/2020 Prefeito Bruno Covas aprova protocolos para feiras e eventos

14/10/2020 Expo Retomada

13/03/2020 Pandemia declarada no Estado de São Paulo Radar Magazine | Março/Abril 2020

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#EVENTSPROFS

O FUTURO DOS PROFISSIONAIS DE EVENTOS PÓS-PANDEMIA IGOR TOBIAS igor.tobias@mci-group.com

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ecentemente fui painelista de um evento híbrido para discutir os impactos do Covid-19 na indústria de eventos. Uma das perguntas que me foi endereçada foi sobre como as coisas seriam na indústria uma vez passada a pandemia e como seria o novo “normal”. Bem, a futurologia é uma tarefa difícil, mas também divertida. Em uma de minhas afirmações, eu disse que acreditava que as agências teriam que adicionar diferentes tipos de profissionais à sua folha de pagamento. Mas agora, repensando minha resposta, eu poderia acrescentar que os profissionais atuais também deveriam adquirir novas habilidades e conhecimentos, afinal, o covid-19 forçou agências, clientes e públicos-alvo a novos formatos de eventos: os chamados eventos digitais (híbrido, virtual, webinar, streaming e todas as suas variações). Mas muita calma nessa hora, em hipótese alguma estou decretando o fim dos eventos presenciais, muito pelo contrário. O desejo de socializar é inerente ao ser-humano e nada irá substituir o impacto dos eventos presenciais. Meu ponto é que veremos uma escalada dos eventos on-line, Isso poque apenas as vantagens dos eventos presenciais eram claras e, agora, também tomamos conhecimento das vantagens dos eventos digitais.

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Parece simples, mas vamos voltar ao evento híbrido em que participei. Idealizado para durar apenas uma hora e lançado apenas uma semana antes de sua realização, ainda assim, reuniu mais de 1.300 participantes – o que é impensável para um evento presencial em uma cidade grande e movimentada como São Paulo. Presencialmente esse mesmo evento teria tido um impacto muito menor em termos de público e agora essa verdade veio à tona. Essa é uma das mudanças que vieram para ficar. Mas quais são essas novas profissões na indústria de eventos? Quais profissionais as agências irão buscar? Ou pelo menos, que habilidades os produtores técnicos, gerentes de projeto, planners e designers de eventos terão que aprender?

Os gestores de comunidades já são uma realidade em algumas empresas, mas essa posição certamente será enorme em um futuro próximo. Serão eles os responsáveis por coletar dados, analisar tendências e manter o público-alvo o mais ativo possível em torno de um produto, empresa ou associação. Um profissional de comunidade criativo e inspirador será capaz de influenciar o comportamento de toda uma cadeia de valor. Profissionais de dados – imagine milhares de pessoas participando de um evento híbrido. Elas escolherão temas e painéis, vão checar os currículos dos palestrantes, discutir tópicos em tempo real, postar informações nas mídias sociais e dar notas para os temas e conteúdos. Dentro da plataforma, teríamos as informações detalhadas do consumo de conteúdo e do comportamento de cada participante. Se lermos esses dados corretamente, teremos informações valiosas para determinar o ROI dos eventos – de maneira tão precisa quanto o marketing digital – igualmente seremos capazes de conectar marcas e pessoas com muito mais eficiência. Se o UX Designer já é uma realidade no setor de TI, precisaremos desses profissionais para desenvolver uma jornada muito melhor para os participantes virtuais. A maioria das plataformas de eventos digitais disponíveis não possui interatividade e, até o momento, não responde às demandas para os participantes serem protagonistas da sua própria experiência. Os especialistas em educação digital – carreira em expansão desde que a educação on-line despontou – podem nos levar ao próximo nível em termos de retenção da atenção do público e aprendizado on-line. Também é fácil afirmar que veremos criadores de conteúdo para eventos, designers de apresentações na web, curadores de conteúdo, profissionais/coachings ensinando como falar pela webcam, pessoas com experiência marketing digital e muitas outras incríveis oportunidades. E sim, as habilidades tecnológicas também dominarão os empregos de amanhã em nossa indústria, mas as habilidades emocionais e sociais de cada um serão igualmente importantes. Se você perdeu o emprego ou teve seu horário de trabalho reduzido, aproveite para aprender e desenvolver novas habilidades. Aceite a mudança e não se engane, vamos nos encontrar novamente!

Igor Tobias é Igor Tobias (Managing Director da MCI Brasil

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FEIRAS DE NEGÓCIOS

LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

DA CHINA VEIO, POR ELA RETORNARÁS Terra natal da COVID-19 também foi o palco do recomeço das feiras de negócios 16

Radar Magazine | Novembro/Dezembro 2020


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O novo coronavírus “nasceu” na China ainda no final de 2019, se espalhando para outros lugares do mundo na sequência. Ou seja, todos os problemas relacionados a COVID-19 aconteceram primeiro por lá. Mas o país asiático conseguiu controlar com certa eficiência a propagação do vírus, com o “novo normal” também começando primeiro por lá. Desta forma a terra natal do coronavírus também foi o palco para o retorno das feiras de negócios. Em três de abril a China recebeu um pequeno evento, a Haining Export Exhibition 2020 - a primeira feira a ser realizada pós COVID-19. No dia 30 de abril foi a vez da primeira feira de grande porte, o salão do automóvel “Hunan Auto Show”, que recebeu 62 mil visitantes, 100 marcas de automóveis – com cerca de 600 veículos -em 60.000 m² de área de exposição. De acordo com os requisitos de prevenção e controle de epidemias, todos os funcionários, voluntários, funcionários, expositores e visitantes do Salão do Automóvel foram submetidos a verificação de saúde, verificação de ingressos e verificação de segurança. Durante a exposição, foi necessário usar máscara e lavar as mãos com frequência. Antes de entrar no pavilhão o visitante precisava que contar “sinal verde” em seu smartphone. Aqui vale um “a parte” para explicar o sinal verde. Desde o surto de coronavírus, a vida na China é governada por um símbolo verde na tela do smartphone. Verde é o “código de saúde” que diz que o usuário está livre de sintomas e que é necessário embarcar no metrô, entrar em um hotel. Os códigos são emitidos pelo popular serviço de mensagens WeChat e pelo serviço de pagamentos eletrônicos Alipay do Alibaba Group. Se o código estiver vermelho, isso informaria ao fiscal que a pessoa está infectada ou que estava com febre - ou outros sintomas - e está aguardando um diagnóstico. Um código amarelo significa que ela teve contato com uma pessoa infectada, mas não terminou uma quarentena de duas semanas, o que significa que ela deveria estar em um hospital ou em quarentena em casa. Além de trazer mais segurança para os dias do evento, este código tem sido fundamental para rastreio posterior caso algum problema de contágio apareça. Radar Magazine | Março/Abril 2020

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FEIRAS DE NEGÓCIOS

Retorno das multinacionais Entre os meses de junho e julho foi a vez das grandes organizadoras multinacionais – todas com atividades também no Brasil – voltarem às suas atividades nos pavilhões. Paradas desde março, Reed Exhibitions, Informa Markets, Messe Dusseldorf, NurnbergMesse e Koelnmesse organizaram grandes eventos na China. Maior organizadora de feiras do planeta, a Informa Markets realizou entre 9 e 11 de junho a “Chengdu China Beauty Expo”, feira para os profissionais da indústria de beleza do oeste da China. Além de representar o retorno da multinacional na realização de feiras, o evento foi palco para o primeiro teste do “Informa AllSecure”, um conjunto detalhado de medidas para fornecer os mais altos níveis de higiene e segurança em seus eventos pós pandemia. As diretrizes incluem limpeza aprimorada, sistemas de distanciamento físico e monitoramento e proteção no local. Na sequência foi a vez de outra multinacional britânica, a Reed Exhibitions (RX) voltar aos pavilhões. Através de sua subsidiária na China, a RX sediou com sucesso seus dois primeiros eventos após a COVID-19. Realizada em Qingdao, de 9 a 11 de junho, a API China foi a primeira feira a reaquecer os motores da promotora. Na sequência, de 20 a 30 de junho, o Shenzhen Chengdu China Beauty Expo World abrigou a China Gifts Fair. A feira de presentes ocupou 160.000 m² do Shenzhen World, um aumento de 50% na escala em comparação com 2019. Como o principal evento do país no setor de fabricação de produtos farmacêuticos, o retorno da API China foi um grande impulsionador da confiança para a indústria. Preenchendo uma área total de exposição de quase 50.000 m², a feira reuniu mais de 800 empresas líderes e atraiu mais de 20.000 participantes. Para alcançar aqueles que não podem participar do evento pessoalmente, a equipe da Reed desenvolveu um novo formato híbrido incorporando aprendizado online, networking e oportunidades de negócios. A Feira de Presentes de Shenzhen reuniu 2.048 empresas expositoras e atraiu mais de 90.000 visitantes. De 1 a 3 de julho o Shanghai World Expo Exhibition & Convention Center foi palco de quatro eventos da NürnbergMesse PAK-iD, Craft Beer China, BIOFACH China e Natural Expo China. Para entrar no evento foi aplicado, assim como em outras feiras já realizadas na China, medição de temperatura e apresentação do código de saúde. A exposição deste ano adotou ainda um plano de entrada com API China

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um número máximo de visitantes por dia. Algumas reuniões e eventos simultâneos a feira foram transmitidos online. A alemã Messe Düsseldorf, foi mais uma grande promotora mundial de feiras a comemorar o seu retorno aos pavilhões. Co-organizado pela China Textile Commerce Association (CTCA) e pela Messe Düsseldorf Shanghai (MDS), a 100ª Expo Internacional de Produtos de Saúde e Segurança Ocupacional da China (CIOSH) foi realizada com sucesso no Shanghai Expo Center (SNIEC) de 3 a 5 de julho de 2020. China Gifts Fair Shanghai World Expo Exhibition & Convention Center

Maior exposição profissional de equipamentos de proteção do trabalho da China, o evento atraiu um total de 1.035 expositores e 21.207 visitantes profissionais (contra 25.000 visitantes em 2019). Para o gerente geral da Messe Düsseldorf Shanghai, Marius Berlemann, a boa resposta do CIOSH 2020 mostrou que o retorno das feiras é a chave para a reconstrução de economias. “Uma exposição presencial não é apenas a maneira mais rápida de se conectar ao seu mercado, mas também a melhor maneira de impulsionar negócios e inovações”, afirma. A Interzum Guangzhou, realizada de 27 a 30 de julho na China, representou a volta da Koelnmesse aos pavilhões. Sem eventos, em todo o mundo, desde que a COVID-19 surgiu, a promotora mostrou que as feiras – com regras rígidas de higiene e um número limitado de admissões – são possíveis apesar da pandemia e podem resultar em um bom resultado comercial. Mais de 800 expositores de 16 países e quase 100.000 visitantes aproveitaram a oportunidade para conhecer pessoalmente fornecedores, clientes e parceiros de negócios novamente, construindo e fortalecendo relacionamentos e se reconectando como uma indústria. Para os clientes internacionais que não puderam viajar para a China devido a restrições de viagem, a Interzum Guangzhou ofereceu o “Offline2Online Live Business Matching”, onde eles puderam participar digitalmente de suas casas, reunindo-se com os expositores para cultivar relações comerciais e apresentar novos produtos. Graças ao matchmaking de negócios digitais, os expositores também puderam alcançar visitantes que não puderam viajar para estar fisicamente na feira. A realização deste evento corrobora nossos esforços para começar a sediar feiras novamente em nossos centros de exposições de Colônia (Alemanha) o mais rápido possível”, finaliza Gerald Böse, presidente e diretor executivo da Koelnmesse. Feiras já aconteceram em outros lugares do mundo, inclusive no Brasil. No entanto uma segunda onda da COVID-19 na Europa, com RR novos confinamentos, aponta que eventos comerciais de grande porte em 2020 só acontecerão mesmo em terras chinesas. Radar Magazine | Março/Abril 2020

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PASSO A PASSO

O FAZENDEIRO E O PROFISSIONAL DE EVENTOS? SOMOS TÃO DIFERENTES ASSIM?

PAULO PASSOS paulopassosfilho@icloud.com

E

m texto recente, comento que, entre outros desafios e oportunidades da minha carreira profissional, tive o privilégio de ter sido gerente de projeto setorial da APEX - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Responsável não só pela criação do projeto, mas também pela sua execução, conheci e aprendi bastante de um mercado com o qual, até então, não tinha tanta familiaridade: o agronegócio. O setor absorve praticamente 1 a cada 3 trabalhadores do país. São aproximadamente 94 milhões de brasileiros dedicados ao agronegócio. Sua importância na economia nacional é tão grande, que 43% de nossas exportações no ano de 2019 foram oriundas deste setor. Agora, o que é agronegócio? Também conhecido por agrobusiness, é a cadeia produtiva que envolve o cultivo de produtos, bancos (financiamento), atividades científicas, climatologia, indústria de equipamentos e fertilizantes, exportadores, transportes e até o comércio. O amigo leitor deve estar se perguntando: - O que isto tem a ver com nossa profissão, com nossa área? Meu paralelo deduz que quando falamos do agronegócio, falamos de diversas atividades econômicas do mesmo setor, mas atividades diferentes. No agronegócio, tratamos do plantio e de atividades industriais de produtos distintos, tais como açúcar, café, soja, carne bovina, milho, entre outros. Todos pertencem ao guarda-chuva do agronegócio, mas são atividades diferentes, com estratégias diferentes e mercados diferentes.

Caro amigo leitor, podemos tratar por exemplo, o agronegócio da fruticultura no mesmo patamar do da carne bovina? São mercados, produtos, legislação e tecnologia totalmente diferentes. Sim, são agronegócios, mas são totalmente diferentes entre si. Agora, me pergunto: por que tratam o setor de eventos de uma forma só? Adoto, de hoje em diante, o termo “indústria de eventos”. Somos diversas atividades, um sistema econômico e produtivo e tanto quanto o agronegócio, a indústria de eventos se divide e tem características próprias. Uma indústria que representa fatia considerável no PIB mundial, mola propulsora e indutora de negócios em mais de 50 macro setores econômicos, com um poder de capilaridade inigualável. Sim, somos a indústria de eventos, mas somos diferenciados por tipologia, por categoria, por localização, data, perfil, entre outros. Tratar uma feira comercial a realizar-se no Rio de Janeiro, por exemplo, com os mesmos critérios que um Show no Recife, é no mínimo, um enorme equívoco. Se no agro negócio temos arroz, carne bovina e frutas, na indústria de eventos temos eventos sociais, esportivos, culturais entre tantos outros. Feira é feira, show é show e festa é festa! Todos importantes, da mesma família, parte da indústria de eventos, mas diferentes. Se existe um aprendizado para o nosso setor, na atual pandemia, é que não podemos mais ser tratados e nos tratar como um todo, sem as devidas segmentações e/ou tipologias. Como diz o ditado, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. RR É simples assim!

Palestrante e consultor, Paulo Passos é diretor executivo da ABRACE; coordenador do comitê ABNT 142 -Comissão de Estudos Especial de Gestão de Eventos – 2019 – 2020.

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Radar Magazine | Novembro/Dezembro 2020


Negócios, conhecimento, informações e conteúdo: a mais completa plataforma de conexão com o setor têxtil e de confecção

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FEIRAS DE NEGÓCIOS

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Informa Markets Brasil, NürnbergMesse Brasil e Francal Feiras trazem plataformas onlines para novas formas de eventos LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

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show tem que continuar, nem que seja por meio do digital. Com a proibição da realização de eventos presenciais em virtude da pandemia, as promotoras de feiras tiveram que se reinventar e adotar novas estratégias para seguir com seus negócios. Em agosto as promotoras Informa Markets Brasil, NürnbergMesse Brasil e Francal Feiras apresentaram para o mercado suas plataformas para que os negócios possam ser realizados. A XPERIENCE, trazida pela Informa, une os mesmos conceitos que fazem o sucesso dos eventos presenciais: conteúdo, networking e negócios – tudo em um mesmo ambiente. A plataforma fez sua estreia com o FISA Warm-up, focado no setor de ingredientes para Alimento e Bebidas e que aconteceu de 17 a 21 de agosto. Este foi só o primeiro de uma lista que inclui diversos eventos que foram adiados para 2021 e terão versões digitais neste ano, todos com o Xperience após seus nomes oficiais: Intermodal, Brazil Windpower, Fispal, Futurecom, Concrete Show, Intermodal e High Design também utilizaram a plataforma. “A XPERIENCE vem para impulsionar toda a jornada dos mercados em que atuamos conectando eventos presenciais ao mundo digital, oferecendo para cada participante a oportunidade de construir uma experiência única de relacionamento e negócios”, explica Araceli Silveira, Vice-Presidente de Marketing da Informa Markets. Na área voltada a conteúdo, a audiência poderá acessar vídeo on demand e ao vivo, como webinars e congressos. No marketplace, uma grande vitrine de produtos estará à disposição do mercado, com detalhes técnicos, fotos, vídeos e opções para entrar em contato com cada um dos vendedores. Além disso, uma avançada ferramenta de matchmaking permitirá que compradores e vendedores com interesses comuns se encontrem de maneira fácil e realizem negócios sem burocracias. Por último, a plataforma ainda estimula a realização de networking entre os participantes, através de mensagens de texto, chamadas de voz e de vídeo. Para potencializar todas as suas funcionalidades, a XPERIENCE apresenta ao mercado a Blue, a Inteligência Artificial que vai conectar compradores a vendedores, indicar os melhores conteúdos para a audiência com base em seus interesses, além de estimular o relacionamento de todos na plataforma. 22

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FEIRAS DE NEGÓCIOS

Já a NürnbergMesse Brasil optou por uma solução estrangeira de eventos digitais vinda de Singapura. De acordo com a organizadora a plataforma possibilitará que usuário tenha uma experiência completa de networking e conteúdo, onde, durante dois dias, poderá fazer encontros virtuais, encontrar os lançamentos dos expositores, agendar reuniões e ainda assistir uma intensa e reforçada grade de palestras ao vivo. "Estudamos muito para encontrar a melhor forma de suprir essa ausência de eventos até que encontramos essa plataforma de Singapura, elaborada com inteligência artificial e que cruza os dados dos expositores com os visitantes. Então, os participantes vão ver oportunidades de negócios e lançamentos de acordo com o perfil da empresa, algo muito objetivo e ágil", comenta João Paulo Picolo, CEO da NürnbergMesse Brasil. O primeiro evento da nova solução foi o FCE Sessions, que aconteceu de 5 a 9 de outubro, e veio para ocupar o vazio deixado pelas feiras FCE Pharma e FCE Cosmetique. “Esses dois setores são muito importantes para o País, por isso, não poderíamos deixar sem um evento, o que geraria muitos prejuízos para a indústria. O encontro virtual não vai substituir o encontro físico nunca, ainda mais para os brasileiros que são tão calorosos e gostam do contato humano, mas, por hora, vai ajudar a recuperar os mercados e fazer a economia girar", completa o executivo. A FCE Sessions proporcionou uma experiência de muita relevância em prol das indústrias farmacêutica e de cosméticos, contando com mais de 2.000 participantes que puderam conferir mais de 23 horas de conteúdos exclusivos apresentados por 63 palestrantes.

Já a Francal Feiras estendeu toda sua expertise na realização de eventos para o mundo digital com uma nova plataforma para reunir as comunidades de seus eventos para fazer negócios, discutir o mercado, trocar experiências e abrir novos caminhos no cenário de mudanças pós-pandemia. “Os eventos presenciais continuam imprescindíveis, desejados e muito aguardados. A versão virtual já fazia parte do nosso planejamento estratégico e chega para complementar os eventos presenciais, oferecendo um tipo diferente de experiência para expositores e visitantes”, explica Fernando Ruas, diretor de negócios da promotora. Investimento atrativo para as marcas, visitação qualificada, navegação intuitiva, conexão humanizada (nas lives e salas de bate-papo), apresentação multimídia dos produtos e monitoramento em tempo real da taxa de conversão são algumas das vantagens oferecidas pela promotora no ambiente virtual. A primeira experiência com a nova plataforma foi a Bio Brazil Fair | Biofach America Latina e Naturaltech Virtual, realizada entre os dias 20 e 23 de outubro. De um lado, mais de 100 marcas de alimentos, cosméticos e outros produtos orgânicos e naturais, suplementos alimentares, vegetarianos e veganos demonstraram 2.604 produtos. De outro, quase 6 mil visitantes tiveram acesso a este universo. As diferentes áreas da plataforma registraram quase 200 mil visualizações, com destaque para a vitrine dos expositores, com 28.400. A interatividade se deu por meio das 295 salas de bate-papo, além das mensagens diretas entre expositores e visitantes, que totalizaram mais de 4,8 mil. “O sucesso desta primeira edição virtual da Bio Brazil Fair | Biofach America Latina e Naturaltech comprovou nossa expectativa de que os eventos virtuais vieram para ficar. Eles serão mais uma ferramenta de conexão com o mercado e vão complementar as experiências oferecidas pelas feiras presenciais”, finaliza Valeska Oliveira Ciré, head de produto RR da Bio Brazil Fair | Biofach America Latina e Naturaltech.

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versão virtual já fazia parte do nosso planejamento estratégico e chega para complementar os eventos presenciais, oferecendo um tipo diferente de experiência para expositores e visitantes

Fernando Ruas Diretor de negócios da promotora 24

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MALU PELO MUNDO DAS FEIRAS

WINEFORUM

PÉ NA TAÇA (ESTRADA)

MALU SEVIERI contato@emmebrasil.com.br

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ínhamos programado para outubro a realização da feira ProWine São Paulo, um evento, no qual receberíamos expositores do mundo todo (com uma consentração maior de empresas europeias e sul-americanas) e visitantes de toda América Latina. Este evento é exclusivamente B2B, ou seja, apenas para profissionais do setor. Devido ao crescimento do setor nos últimos anos, nós da a organização, assim como as empresas expositoras, estávamos muito ansiosos para a realização da feira. Porém, devido a pandemia, e para permitir que nossos stakeholders pudessem se planejar, tínhamos estipulado, desde meados de Abril, quando a prefeitura suspendeu a realização de eventos, a data limite de 31 de Agosto para anunciar se a feira seria postergada ou não. Esperamos e cobramos um posicionamento da Prefeitura para tomarmos nossa decisão, mas, infelizmente, esse posicionamento veio tarde demais. Contudo, após a postergação, repensamos um pouco o que o mercado (sedento por um encontro presencial) poderia absorver e decidimos por realizar o ProWine Forum - que originalmente acontece dentro da feira, desta vez teve “carreira solo”. Durante dois dias, o ProWine Forum teve degustação de 12 vinícolas (8 italianas, 2 espanholas e 2 brasileira), além de dois painéis com informações valiosíssimas sobre o mercado com a participação dos principais representantes da indústria. Em cada slot recebemos 30 compradores presencialmente para degustar vinhos e as vinícolas entravam online para apresentar seus produtos, falar daquela safra em questão e muitas vezes mostrar seus vinhedos ou seus estabelecimentos, um presentão, já que seria impossível visitar pessoalmente 12 vinícolas em 48 horas. A experiência foi extremamente agradável e eficiente. Rever os colegas do setor, experimentar novos vinhos, conhecer projetos inovadores como o na Pé na Taça, e ver os principais players do mercado fazendo negócios presencialmente, foi extremamente gratificante. Gratificante, também foi poder apresentar a indústria cases de sucesso como o da brasileira Espumantes Amitié, que devido a sua agilidade gerencial, conseguiu aumentar em mais de 50% a venda de espumantes durante o primeiro semestre de 2020, momento em que a categoria teve uma das maiores quedas de consumo já registrado. Como organizadores de eventos, poder atender a indústria que servimos com um evento qualificado e com conteúdo relevante, além de finalmente poder realizar algo concreto e presencial em um ano tão conturbado, é sem dúvidas, um sentimento pra lá de satisfatório. 26

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Todo o conteúdo do ProWine Forum foi também transmitido ao vivo pelo YouTube e estão disponíveis no canal oficial da ProWine São Paulo. O ProWine Forum se consolidou como um novo produto para a Emme Brasil, lógico que ele vai continuar em outubro de 2021 dentro da ProWine São Paulo, mas outras edições serão realizadas Brasil afora durante o ano, inclusive pelo fortalecimento do setor; o consumo de vinhos no Brasil aumentou 72% durante os 7 primeiros meses de 2020, alcançando o consumo per capita de 2.8l, maior volume já registrado. Seguindo nessa retomada global, a ProWine tem “feiras irmãs” espalhadas pelo mundo, sendo que a próxima edição acontecerá em Xangai de 10 a 12 de novembro, SIM de 2020. Assim como nos últimos anos, A ProWine China terá a participação de 10 empresas brasileiras: Vinícola Aurora, Vinícola Miolo, Família Salton, Nova Aliança, Vinhos Canção, Águas de Arcanjo, Stock do Brasil, Destilaria Weber Haus e Cachaça Velho Barreiro com o apoio do projeto multi-setorial da APEX-Brasil. Depois desta edição é a vez da nossa feira principal ProWein, que acontecerá entre os dias 19 e 23 de março de 2021, em Düsseldorf, na Alemanha. A feira que há 26 anos acontece em 3 dias, será estendida para 5 dias, para assim atender aos protocolos de segurança e garantir que os 50 mil visitantes sejam mais bem distribuídos nos pavilhões sem ultrapassar a capacidade máxima de visitantes simultâneos. Ao todo, são quase 6 mil expositores, o que significa mais de 15 mil pessoas trabalhando todos os dias entre os 10 pavilhões. Para nossa felicidade, RR mais dias de networking e mais dias de degustação.

Malu Sevieri trabalha no setor de feiras há mais de 17 anos, além de organizar eventos, é curiosa, gosta de visitar os outros, porque no pavilhão é onde se sente realizada!

Espero encontrar vocês em qualquer uma das nossas feiras Radar Magazine | Novembro/Dezembro 2020

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FEIRAS DE NEGÓCIOS

Abre alas e fecha as feiras Carnaval “fora de época” será risco para um calendário de feiras já problemático em 2021

LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

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m coletiva realizada em 24 de julho, o Governo do Estado de São Paulo (em conjunto com a Prefeitura do Município de São Paulo) anunciou o adiamento do carnaval de 2021. A decisão foi tomada após conversas com associações do setor e blocos de carnaval. “Estamos definindo ainda a nova data para o carnaval. Dificilmente acontecerá em junho, data que coincide com as festas de São João no Nordeste. Desta forma, estamos definindo ou final de maio ou começo de julho como data para o carnaval de São Paulo”, apontou, na época, o Prefeito Bruno Covas. Os desfiles de escola de samba reuniram 120 mil pessoas e trouxe benefício de 227 milhões de reais para a cidade neste ano. Já os blocos, durante as 3 semanas de folia, juntaram 15 milhões de pessoas, trazendo um benefício econômico de 2 bilhões e 750 milhões de reais. Sem dúvidas a folia representa um impacto importante para a economia. Mas se ganha de um lado, perde do outro.

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As datas até agora indicadas representariam um cenário extremamente negativo para o calendário de feiras e eventos de negócios da cidade de São Paulo – que já estão sendo durante atingidos em 2020 com a pandemia. “Não podemos aceitar uma movimentação de carnaval em um momento importante que será o primeiro semestre de 2021. Por conta de todas as movimentações que foram feitas neste ano, nós já teremos uma agenda complicada em 2021 e colocar o carnaval em maio, junho ou julho atrapalharia ainda mais”, alerta João Paulo Picolo, CEO da Nürnberg Messe Brasil. João Paulo Picolo

APAS Show, Hospitalar, Expo Container City, FCE Pharma e FCE Cosmetique, Exposec, Ecoenergy, Bio Brazil Fair | Biofach America Latina e Naturaltech, ForMóbile, Fispal Tecnologia, ABF Franchising Expo e FIPAN são apenas algumas das grandes feiras que foram “postergadas” em 2020 e que agendaram seus eventos para maio, junho e julho de 2021. O calendário tradicional engloba muitos outros eventos que sofreriam com o carnaval “fora de época”. “Minha proposta é mostrar para a prefeitura de São Paulo o que são os calendários de feiras de negócios, como eles são construídos. Precisamos mostrar isso para o prefeito para que ele entenda o impacto que a alteração do carnaval pode causar e como isso irá gerar ainda mais dificuldades para o setor”, afirma Paulo Ventura, diretor superintendente do Expo Center Norte. O calendário de feiras é um quebra-cabeça complexo de ser montado, que leva em consideração diversos aspectos. “Os organizadores têm um grande trabalho para que uma feira que aconteça em São Paulo, por exemplo, não prejudique outro evento regional que coincida com a mesma data em outro Estado. Ou então que ela também não impacte a ´não vinda´ de pessoas que estão participando uma feira no exterior. Existem mercados que são segmentados pelo mundo inteiro”, completa Ventura.

Paulo Ventura

Um carnaval nos meses indicados bagunçaria por completo este quebra cabeça, e não apenas nos dias “oficiais” da folia, mas por várias semanas. Nos últimos anos a festividade tem crescido na capital paulista, se estendendo por até três semanas: pré – durante – pós carnaval. “Nosso mercado não está preparado para um impacto deste no ano que vem. Vamos relembrar que tem muita empresa que, infelizmente, já ficou no meio do caminho. Colocar o carnaval em um período importante de eventos de negócios será um assunto muito sério, que demanda muita atenção”, completa Picolo. De acordo com a Secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, Patrícia Ellen, a decisão do adiamento do carnaval foi com a intenção de tentar encontrar uma solução de “meio termo”, que não prejudicasse nenhum lado. “Estamos tendo que lidar com o imponderável neste momento. Eu entendo as demandas do setor, mas entendo também todos os desafios e dilemas para esta decisão. Estamos abertos para receber o pleito oficial sobre este assunto e iniciarmos o diálogo com os responsáveis”, diz Ellen. Para João Nagy, Diretor do WTC São Paulo e Vice-presidente da UBRAFE, o Carnaval fora de época será um impacto muito grande não apenas para o setor de eventos, mas para a economia como um todo. “Acho que foi um acerto antecipar alguns feriados, por exemplo. E isso poderia ser feito também com o carnaval, talvez puxar ele para janeiro”, propõe Nagy. A pandemia ensinou que o setor de feiras de negócios precisa mostrar mais força juntos aos órgãos públicos para não ser deixado de lado. A questão do carnaval é apenas mais uma batalha que está para começar – e deve ser discutida desde agora. RR

Patrícia Ellen

João Nagy Radar Magazine | Novembro/Dezembro 2020

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B.L.O.G.P.O.

EVENTOS PÓS-COVID: VAI OU RACHA?

PAULO OCTAVIO PEREIRA DE ALMEIDA (PO) poctavio@livemarketingconsultoria.com.br

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ecentemente toda a população mundial passou por uma prova dos 9. Foram meses muito difíceis. Muitas famílias perderam entes queridos. Uma tragédia. A 1ª onda já passou pela Europa e agora esta por aqui e outros países. A 2ª onda começou na Europa com o início do inverno no Hemisfério Norte. O que será do ano de 2021 para o setor de eventos? Não sou oráculo, mas tenho uma opinião. Vamos a ela! Muito se aprendeu sobre a pandemia em seu decorrer. Trocamos os quatro pneus do carro com ele, no começo, acelerando e, depois, quase parado. No caso do setor de eventos, parou, estacionou e perdemos as chaves. Foram sete meses sem nenhum evento. Em São Paulo tinha até decreto proibindo a realização. Daí retomou, devagar, em 1ª marcha. Mas voltou a andar para frente. OK! Alguns acham que a recuperação do setor será em “V” e o 1º semestre está garantido. Tudo confirmado! Outros acham que vai parar tudo de novo quando a 2ª onda chegar. Se chegar, chega em abril/maio/junho, o que seria o “horário nobre” do calendário. Ainda existem incertezas em relação as vacinas. Existem? Produziu? Aplicou em quantos? Com a vacina existe uma mudança de percepção (positiva). Sem vacina ficamos no “limbo”. Eventos em 2021 vão acon-

tecer como planejado ou vão “rachar”? Primeiro depende da produção e aplicação em massa das vacinas. Se for até março acredito que o ano não estará perdido. Outro ano perdido? Noooossa! Se for após março, começa a pensar em 2022. Feiras de negócios estarão menores no 1º semestre, independente da vacinação. As empresas precisam de tempo e contexto para tomar a decisão de participar ou não. Agora todo mundo tem o NÃO garantido. Resta trabalhar muito para revisar isso. Promotores de Feiras terão planilhas de custos mais pesadas. Pensa do álcool gel para cima! Expositores deveriam estar ainda mais atentos ao ROI. Precisa de tudo aquilo da última vez? Fornecedores tradicionais estarão em “guerra de preços” ou procurando uma “fusão” (M&A). Fornecedores de tecnologia estarão “nadando de braçada”, afinal o futuro será HÍBRIDO. Centros de Convenções e Exposições (Venues) terão que otimizar o espaço criando fontes alternativas de renda. O IPTU está caro! Os Venues precisam tomar cuidado para não virarem “estúdios” de streaming. Portanto VAI, não racha! Será difícil, mas realizável para quem tiver cabeça e resiliência. Mas afinal, o LIVE MARKERR TING não é para os fracos!

Paulo Octavio Pereira de Almeida, PO (como é conhecido), um dos principais executivos do setor no Brasil, é formado em Administração e trabalha há mais de 25 anos na área de marketing .

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Foto: Grupo Saikyou Yosakoi Soran Acema - Festival Nipo Brasileiro

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CAPA | COVER

Anhembi:

50 anos de um gigante adormecido LUIS MARINO ORSOLON | luis@gruporadar.com.br

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o dia 20 de novembro deste ano o Anhembi comemorou os 50 anos da inauguração do seu centro de exposições e convenções. O complexo, que hoje também abriga o Sambódromo e Hotel, foi fruto de um sonho de Caio de Alcântara Machado que pretendia construir em São Paulo um centro internacional de feiras capaz de rivalizar com os maiores existentes no mundo. Antes de ser erguido o Anhembi, o Pavilhão Internacional do Ibirapuera era o palco das grandes feiras de São Paulo. E assim foi de 1958 a até que o próprio êxito das feiras fez com que este espaço se torna-se pequeno para abrigar o rápido crescimento delas. Além disso, as feiras necessitavam de um novo local com toda a estrutura necessária para a realização dos eventos – o que não era encontrado no Pavilhão Internacional do Ibirapuera. Então, em 1966, Caio de Alcântara Machado começou a idealizar um novo espaço e saiu a procura de um local adequado. O encontrou às margens do Rio Tietê, em um terreno de 510.000 m² de propriedade da Prefeitura. Localizado a cerca de 2km do centro de São Paulo, o local do terreno era uma área pouco valorizada que, em 1967, contava com “poucos edifícios e raros habitantes”. Em audiência privada com o então Prefeito Prestes Maia, Caio foi orientado por ele a desistir, porque o terreno era alvo de Julio Mesquita para construir uma nova Santa Casa de

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Misericórdia. O terreno também era alvo de Mario Amato que visava construir um “Maracanã” em São Paulo. Caio tinha como argumento que a construção de um Parque de Eventos seria, além de um cartão de visitas para a cidade de São Paulo, algo que movimentaria a economia nacional. Assim, pediu ao Prefeito Prestes Maia que considerasse ceder o terreno. O prefeito Prestes Maia se convenceu e apoiou a construção do Anhembi. O sucessor de Prestes Maia na prefeitura, Faria Lima, autorizou o empreendimento em 12 de dezembro de 1967 e, através de lei municipal, cedeu a área em comodato por 90 anos à CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, que por sua vez delegou a construção do “Centro Interamericano de Feiras e Salões” à Alcântara Machado. O projeto inicial, de autoria do arquiteto Jorge Wilheim com colaboração de Miguel Juliano, foi orçado em US$ 100.000.000 e contou com investimento da iniciativa privada e bancos para sua construção. O projeto inicial contemplava um conjunto integrado com Palacio de Exposições, Palácio de Convenções, hotel internacional e toda uma infraestrutura complementar como uma rede de serviços subterrâneo, sob o piso do pavilhão, com alta e baixa tensão, telefonia, água, esgoto, ar-comprimido, todo tipo de suprimento que o expositor necessitaria para organizar seu estande.


Radar Magazine Radar Magazine |Novembro/Dezembro | Marรงo/Abril 2020

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CAPA

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A obra

Anos de ouro

As obras foram iniciadas oficialmente em 5 de julho de 1968. Primeiro toda a camada de terreno superficial teve que ser substituída e, quando recolocada, elevou em 3 metros o piso para evitar alagamentos. A construção perdurou por cerca de 270 dias e conquistou inúmeras premiações. O grande destaque ficou em relação ao teto do pavilhão, então a maior cobertura do mundo com vão livre. A estrutura de 70 mil m² foi montada no chão para, depois, ser erguida de uma só vez a uma altura de 14 metros. Para esta operação foram utilizados 25 torres-guindaste de 31 metros e 200 operários e técnicos treinados. A estrutura era içada pouco a pouco, de uma maneira totalmente coordenada. Foram no total 22 horas – ou 6.664 giros das roldanas dos guinchos de suspensão – entre os dias 2 e 4 de dezembro de 1969 para que a operação fosse totalmente concluída. Em 20 de novembro de 1970, o Pavilhão de Exposições do Anhembi foi inaugurado com a realização do 7º Salão Automóvel.

Durante décadas o Anhembi reinou absoluto como palco das grandes e principais feiras de negócios da capital paulista. Seus atuais principais “concorrentes”, viriam a ser inaugurado apenas um bom tempo depois: Expo Center Norte em 1993, Centro de Convenções Imigrantes (hoje São Paulo Expo) em 1992, Transamerica Expo Center em 2001. Em seus anos de ouro o Anhembi foi palco de feiras icônicas como o próprio Salão do Automóvel, Fenasoft, Fenit, Fenatran, Salão das Crianças e muitas outras. No seu tempo áureo o complexo chegou a abrigar 50 feiras de negócios ou eventos com feiras por ano, sem considerar shows musicais, congressos e outras atividades. Mas este cenário começou a mudar nos anos 2000. Por mais que o Anhembi tenha passado por diversas reformas ao longo dos últimos anos, ele não conseguiu se adaptar aos novos tempos.

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Futuro Mas os tempos de falta de investimento podem estar perto do fim. A Prefeitura de São Paulo publicou setembro o novo edital para concessão do Complexo do Anhembi. A concorrência será internacional e escolherá a organização ou consórcio que fizer a maior oferta de outorga fixa, cujo valor mínimo fixado é de R$ 53,73 milhões. Em agosto do ano passado, a concorrência internacional não atraiu nenhum interessado por conta do lance mínimo de R$ 1,45 bilhão. A concessão prevê o uso, a reforma, a gestão, a manutenção, a operação e a exploração do complexo. Em contrapartida, a concessionária poderá fazer a exploração comercial dos espaços existentes, com a cobrança de estacionamento e a realização de eventos diversos, como shows, convenções e exposições. O valor estimado do contrato é de R$ 4,25 bilhões, que inclui a execução das obrigações contratuais, além dos custos e das despesas estimados para o período de vigência. Os envelopes contendo a proposta comercial e os documentos de habilitação deverão ser entregues até as 09:30 h do dia 16/12/2020, no Setor de Protocolo da São Paulo Turismo. A sessão de abertura dos envelopes ocorrerá no dia 16/12/2020 a partir das 10:00 h, na Sala 3 do Palácio das Convenções do Anhembi. Enquanto o dia não chega, o gigante segue adormecido na esperança de que dias melhores virão!

Declínio A falta de uma reforma de impacto e o fortalecimento dos principais concorrentes relegaram o Anhembi a um incômodo segundo plano nesse setor. O golpe final veio em 2016 com a inauguração do São Paulo Expo. Se no Anhembi as organizadoras se deparavam com desníveis de até 30 centímetros no piso, a ausência de ar-condicionado, os problemas hidráulicos nos banheiros e a rede elétrica defasada, em seus concorrentes era (é) encontrada toda a estrutura necessária para a realização das grandes feiras. Aos poucos as feiras foram migrando para outros pavilhões. Em 2017 a Reed Exhibitions já havia retirado todos os seus cerca de 30 eventos do Anhembi. Quem esquece da chuva que formou uma “cachoeira” dentro do pavilhão durante a Mecânica deste mesmo ano? E isso ainda não é coisa do passado. Novamente uma forte chuva, desta vez em junho deste ano, invadiu novamente o pavilhão através do teto – atingindo uma estrutura próxima onde estava montado o hospital de campanha da Prefeitura de São Paulo para atender pacientes com Covid-19. A estrutura do teto, que foi motivo de orgulho durante a construção, é hoje um dos grandes problemas do centro de eventos em dias de chuva. RR Radar Magazine |Novembro/Dezembro 2020

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OPINIÃO

PRONTOS E COMPROMETIDOS

FERNANDO LUMMERTZ fernando@expoguia.net.br

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o ponto de vista dos participantes das feiras e eventos de negócios, segundo algumas pesquisas internacionais já revelam, ainda há muito para ser feito no sentido de reconquistar a confiança. Não sejamos pessimistas, não sejamos otimistas. Vivemos um momento que exige apenas que sejamos realistas. Que estejamos dispostos a encarar essa nova realidade e os custos e encargos dela decorrentes, para que possamos voltar a realizar os eventos com um adequado nível de segurança para todos os envolvidos. Quando falo de nível de segurança adequado não estou me referindo apenas à questão da saúde, até porque esse ponto óbvio e indiscutível. Eu me refiro também à questão da segurança do retorno do investimento. Nós que lidamos com os eventos de negócios temos uma visão muito clara de que a participação, seja do expositor, seja do visitante sempre traz um efetivo retorno na forma de geração de oportunidades e de relacionamentos para negócios. Mas, nem sempre, isso fica suficientemente claro para os participantes. Precisamos que o público alvo dos eventos de negócios entenda que para além de estamos prontos, estamos verdadeiramente COMPROMETIDOS. E, para estarmos comprometidos necessitamos, antes de qualquer coisa, estramos unidos. Não adianta a promotora

A fazer um evento superseguro e a promotora B se descuidar e não entregar um evento com a excelência que ele requer. Não quero aqui fazer discurso e muito menos propor caminhos inexequíveis. Pretendo sim, buscar soluções conjuntas que, pelo menos a mim parece, o mercado já está em condições de oferecer. E que sejam soluções que levem em conta que a SEGURANÇA HUMANA, é tida a partir do atendimento das questões de SAÚDE, SUSTENTABILIDADE e também ECONÔMICA. Sem esse tripé atendido não creio que tenhamos soluções perenes. Já nos envolvemos por demais com questões relacionadas com as autorizações do poder público. De um modo geral podemos afirmar que esse pleito está sendo ultrapassado. O que precisamos agora é nos orientarmos para que essa imprescindível ferramenta que o mercado necessita – as feiras e os eventos de negócios – de um jeito semelhante ao que o mundo digital hoje trabalha, possua indicadores e métricas de avaliação claros e confiáveis de tudo o que um evento de fato envolve. E, de novo, insisto, esses indicadores devem deixar perceptível que Saúde, Sustentabilidade e Economia estão contempladas nos propósitos de realização dos eventos RR de negócios.

Fernando Lummertz é fundador da Rede Feiras, conferencista e consultor especializado em planejamento estratégico para feiras de negócios

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Todos juntos pela saĂşde

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GIRO PORTAL RADAR

redacao@gruporadar.com.br

Fotos: Divulgação

MAIS UM NO BRASIL A GL Events será a responsável por gerir o Santos Convention Center pelos próximos 24 anos. Durante o período, a multinacional francesa irá investir R$ 48 milhões em qualificação do centro de convenções, tecnologia e captação de eventos nacionais e internacionais.

BRASILEIRO NO COMANDO Atual presidente da Reed Exhibitions US, Fernando Fischer foi nomeado como novo presidente da Reed Exhibitions Americas. Como Presidente RX Américas, Fernando segue liderando diretamente a operação da companhia nos Estados Unidos e agrega sob sua gestão regional a América Latina, onde conta com Claudio Della Nina, Managing Director LATAM, na gestão local das operações Brasil e México.

DE VOLTA AO PAVILHÃO A 32ª edição do FESTURIS Gramado encerrou na noite de sexta-feira (7/11) marcando a retomada das feiras de turismo presenciais na América Latina. Foram dois dias de reencontros e muita produtividade nos negócios. Ao todo foram 6.000 reuniões agendadas pelos mais de 5.000 mil inscritos através do aplicativo do evento.

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O CÉU ABERTO PARA LAZER... Em uma área com mais de 10 mil m², o Hotel Transamérica oferece muito verde, segurança e tranquilidade para inúmeras ações de negócios ou lazer. Para o corporativo, o espaço é ideal para uma reunião com a equipe, para um treinamento, uma sessão de descompressão ou até mesmo uma atividade de integração.

DECISÃO EM DEZEMBRO No dia 16 de dezembro, a partir das 10:00 h, na Sala 3 do Palácio das Convenções do Anhembi, sairá a decisão sobre a concessão do Anhembi. A concorrência para a gestão do Anhembi por 30 anos será internacional e escolherá a organização ou consórcio que fizer a maior oferta de outorga fixa, cujo valor mínimo fixado é de R$ 53,73 milhões.

OU NEGÓCIOS Já com foco no lazer, o espaço pode receber piqueniques, festas de aniversário e casamentos – sem deixar de seguir os protocolos recomendados. A iniciativa é pioneira na cidade e visa oferecer um local seguro, privado e com toda a infraestrutura que os clientes procuram ao realizar atividades corporativas e sociais.

ABRAFESTA NO BRASIL A Associação Brasileira de Eventos Corporativos e Sociais (ABRAFESTA) com sede São Paulo, anunciou a abertura de sucursais por todo país. É um grande ganho para o setor de eventos, que movimentava antes da pandemia cerca de 250 bilhões em eventos corporativos e 17 bilhões em eventos sociais.

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DEU RUIM!

VALSINHA

ESTÓRIAS DE PAVILHÃO

AMADEU CARLOS FERREIRA amadeu@engeve.com.br

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oda estória começa assim: “era uma vez”, mas vou começar de outra forma “foi uma vez”, já que trabalho num mundo onde nem todos podem ter os sabores do inusitado, do imprevisto, do improviso garantido e da agilidade. Isto se chama “mundo dos eventos”. Foi uma vez lá pelos anos de 91 ou 92, onde participei de uma montagem das instalações na Expolazer que ocorreu no Mart Center. Na linha de frente da coordenação de operação nosso amigo Alex Chagas, e com os olhos atentos, o João Batista. Dormir no pavilhão era comum, ou não dormir na véspera da inauguração também era questão de honra. Talvez uma dormidinha no carro, ou mesmo em casa. Mas isto era das 2hs da madruga até no máximo 6hs da manhã. Se fosse no carro ou no pavilhão, escova de dentes, pente, toalha de

rosto, camisa passada, tinha que ficar no cabide do golzinho. Não tão incomum, nosso escritório também ficava no porta malas com todo equipamento de última geração: papel vegetal, pena de nankin, régua T, um esquadro, uma aranha e uma gilete. Gilete? Sim, era que apagava nosso trabalho no papel vegetal. Tenho certeza que vão perguntar do Autocad. Sim, existia sim, rodava num 286, que não cabia no bagageiro do carro. Da pra imaginar o recurso que tínhamos? Já que ninguém dormia, era comum passear às vésperas da inauguração para checar tudo. Eis que por volta da meia noite, um pequeno barulho de rachadura soou. Um segundo barulho parecendo algo se rasgando, se rompendo. Três malucos correndo pra ver do que se tratava: Alex, Gilmar e o pobre coitado aqui, dando de cara com uma piscina de 30mil litros quase vazando. Com meu pequeno “corpitcho” de 100kg, encostei por fora na borda, pressionando as duas partes que começava a querer sair água. Gritaria pedindo ajuda, mas espera. Era meia noite, não tinha mais ninguém além de uns seguranças de estande. Baldes, solução pra tirar toda aquela água? Apareceram uns quatro. Mangueira? Até mangueira de incêndio apareceu mas não tinha declividade para escoar pra fora do pavilhão. Até que apareceu uma bomba pequena. Foi a solução que demorou quase duas horas pra drenar. Salvo estandes, salvo o carpete novinho que estava esperando pra inaugurar. E como dizia o poeta em Valsinha: O dia RR amanheceu em paz!

Amadeu C Ferreira, engenheiro eletricista e de segurança da Engeve, um amante do mundo dos eventos, onde o desafio é o combustível da vida.

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feiras de negócios com excelÊncia internacional A programação para 2021 das feiras da Cipa Fiera Milano está imperdível! Confira os eventos que vão movimentar os principais setores da economia e programe-se desde já!

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JUNHO 08-11

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OUTUBRO 06-08

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DESTINO CAPA | COVER

EXCLUSIVO E LOGO ALĂ? Paraty sob nova perspectiva:

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DESTINO

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turismo de isolamento tem sido a grande aposta na retomada do setor na pandemia. O contato com a natureza e os ambientes mais paradisíacos e isolados do Brasil têm chamado a atenção dos viajantes que estão em busca de locais ideais para descansar e desbravar as riquezas naturais. Perfeito para família, amigos e casais, a experiência sai de Paraty para explorar as ilhas ao redor da região, você sabia que são mais de 60 praias e mais de 30 ilhas? e, depois, segue pelo centro histórico da cidade.

O passeio é personalizado e para uma experiencia autentica são necessárias no mínimo 2 noites (3 dias), começando em Paraty. Com águas esmeraldas e cercada pelas montanhas da Mata Atlântica, a primeira parada do barco é a Ilha de Meros, uma ilha isolada e paradisíaca, ideal para mergulhos e muitos registros fotográficos. Na rota, a Ilha do Algodão também é perfeita, que fica na entrada de Cutia, um fiorde conhecido por ser uma das partes mais calmas da região. Por isso, é ideal para o pernoite, uma vez que não há tanto balanço a. No segundo dia do roteiro, o destino é o Saco do Mamanguá (foto abaixo), um ponto paradisíaco e famoso da região. Os viajantes vão poder escolher dois passeios imperdíveis. Para os mais aventureiros e amantes de trilha, vão poder realizar uma que dura 1h até o mirante. Já para os que preferem outro tipo de contato com a natureza, é possível explorar mais o fiorde e ir até a região do mangue para ver caranguejos e uma pequena queda d’água. Ainda navegando, o terceiro dia levará os viajantes até a praia do Pouso do Cajaíba com sua extensa faixa de areia, praticamente deserta e ideal para aproveitar o dia.

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Na manhã seguinte, um passeio de barco, os turistas poderão ter uma experiência completa em alto-mar, pois o itinerário conta com diversas paradas para mergulho e stand-up paddle. Muitas surpresas e experiencias podem ser organizadas para encantar e deixar esta aventura ainda mais única, preparar um picnic em uma ilha deserta, um luau em uma praia ao entardecer. A equipe de skiper e cozinheira a bordo se preocuparão com cada detalhe e gosto de cada um, o cardápio é elaborado para cada perfil e ocasião. Ao desembarcar, as aventuras em terra firme continuam, pois é a hora de desbravar os encantos de Paraty.

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DESTINO

Um dos passeios pela cidade é conhecer a Fazenda Bananal, do século XVI, que foi restaurada e conta com um projeto de educação sustentável com trilhas e um restaurante “farm to table”, o Quintal das Letras. Em Paraty, é possível ainda optar por visitas às cachoeiras da região, como a Cachoeira do Tobogã, e aos famosos alambiques de Paraty, como alambique da Maria Izabel, um dos poucos que ainda produzem cachaça artesanal. O veleiro conta com serviço exclusivo de um skiper, além de uma cozinheira que construirá um cardápio com produtos locais e personalizado ao gosto de cada viajante. A experiência também conta com paradas estratégicas em restaurantes charmosos e conhecidos da região.

Veleiro 50" e opções de embarcações maiores.

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Uma vez em terra firme, selecionamos duas pousadas que fazem parte da história de Paraty, ambas localizadas no centro histórico. A Pousada Literária que reune a tradição colonial e cultural da cidade em um ambiente sofisMcado e relaxante ou a Pousada do Sandi, o casarão restaurado de 300 anos é como voltar no tempo. Ambas muito preocupadas em conservar a história nacional e proporcionar um envolvimento de seus hóspedes com a história de Paraty, que em 2019, a Unesco reconheceu como patrimônio histórico da humanidade, com suas ruelas e uma coleção de casaril que seguem genuinamente as caracteristicas de quando foram construídas no seculo XVI, na época Paraty fou um dos principais portos de escoamento de ouro e café. Próximo a ela, os viajantes poderão visitar a icônica Fazenda Bananal, a 10 minutos de carro, a Livraria das Marés, considerada a mais completa de Paraty, com o melhor da literatura brasileira e internacional

Informações para a Experiência Paraty:

Concierge de Viagem (11) 96888-0555 concierge@conciergedeviagem.com Pousada do Sandi acima), Pousada Literária (ao lado), Centro hitórico de Paraty (abaixo)

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