Especial Segurança e Prevenção

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o ã ç n e v e r P e nça

l a i c e p s e

a r u g e S

A segurança não tem preço p. 3 Municípios mais perto de ter videovigilância p. 4 e 5 Algarve regista dois acidentes graves em 2009 p. 8 e 9 PJ investiga crimes de maior complexidade p. 11 A segurança no diaa-dia p. 12 e 13 “O Algarve podia ter mais bombeiros” p. 14 CODU é a segunda linha de emergência p. 15 Este suplemento faz parte integrante da edição nº 986 do Postal do Algarve de 6 de Maio de 2010 e não pode ser vendido separadamente


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Segurança e Prevenção 06.05.10

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D.R

opinião

Isilda Varges Gomes Governadora Civil do Distrito de Faro

Segurança: área prioritária numa região turística

DIMINUIÇÃO DOS RISCOS É UM TRABALHO DE TODOS

A segurança não tem preço A segurança não tem preço soa a frase feita, mas é uma verdade lapidar, importa reduzir ao mínimo os riscos que enfrentamos todos os dias

Ricardo Claro ricardoc.postal@gmail.com O POSTAL publica esta semana um Especial Segurança onde são tratados os mais diversos aspectos da segurança nas suas vertentes de prevenção, análise e contenção de risco, projecção de soluções, meios de resposta, análise de casos verificados e determinação de medidas de contenção de danos e de reenquadramento das situações de insegurança potencial. Dezasseis páginas onde se analisam e projectam as realidades da região no que toca a esta área e a importância da segurança real e do sentimento geral de segurança como variáveis determinantes da paz social, da atractividade turística e de investimento, do potencial atractivo de crescimento populacional, quer pela via da natalidade, quer pela via dos fluxos migratórios e dos níveis de satisfação das populações residentes e flutuantes. Damos voz às forças de segurança, às empresas, aos titulares de cargos públicos e políticos numa procura de um retrato fidedigno da questão da segurança no Algarve e mostramos aos algarvios a face de

muitos daqueles que, todos os dias, 24 horas por dia, cumprem o seu trabalho mas também a missão de zelar pela segurança dos cerca de 400 mil residentes da região, bem como, dos milhares de visitantes. A segurança, a protecção de pessoas e bens, a salvaguarda dos direitos, liberdades e garantias, o ambiente e o património público e privado e, em última análise, o modo de viver e a vida de cada um depende deste homens e mulheres, mas depende antes de mais e de tudo de cada indivíduo. Reúnam-se todos os meios humanos, técnicos e tecnológicos, afinem infinitamente as estratégias, envidem-se todos os esforços e a segurança da região e dos seus habitantes não será uma realidade sem a participação de cada um deles. Em casa, na escola, no trabalho, em cada local e em cada situação, a primeira linha de defesa contra situações de insegurança está em cada pessoa e na forma como actua, como omite, ou descura e na atitude que tem para com a sua segurança e a de todos. A diminuição do risco em geral e da criminalidade em particular tem esta linha da frente que cabe a todos, em todos

os momentos, e que cumpre levar a bom porto muitas vezes com pequenos cuidados e alteração de hábitos. Cumpra-se este primeiro passo e exija-se das autoridades políticas e dos operacionais da segurança e socorro a correspondente atitude e eficácia no cumprimento da sua missão. Uma missão que apesar do investimento continua carente de meios e de efectivos, de estruturação e integração nas respostas, mas que é hoje muito mais eficiente do que há cerca de uma década. Uma verdade que não deve consolar ninguém na busca de um presente e futuro mais seguro e que só indica o caminho a percorrer, o da busca de mais e melhores soluções para a problemática da segurança. O POSTAL partilha a preocupação, dá nota das evoluções e debilidades e compromete-se, uma vez mais, com a realidade social do Algarve e com os esforços para que a região se apresente cada vez mais forte e mais capaz, mais convidativa, antes de mais para os seus habitantes e necessariamente para os visitantes, e se projecte para o futuro de forma segura e apostada no progresso.

FICHA TÉCNICA Director: Henrique Dias Freire Coordenação: Ricardo Claro Conceito, design e paginação: Profissional Gráfica Design e paginação: André Navega Conteúdos: Ricardo Claro, Cátia Henriques, Nuno Braga

Revisão: Cristina Mendonça Publicidade e publireportagens: Basílio Pires, José Francisco e Profissional Gráfica Tiragem: 12.500 exemplares

A importância da segurança numa região turística de excelência como o Algarve é inquestionável. E enquanto condição suprema para a valorização de um destino de férias com a elevada qualidade com que o Algarve deve assumir-se, considero imprescindível a permanente reunião de esforços envolvendo todas as entidades e sectores da sociedade civil com responsabilidade nesta matéria, em prol da segurança das populações e dos milhares de turistas que nos visitam anualmente. Só assim será possível garantir, não só a estabilidade social e o progresso económico que se exigem a um destino turístico com projecção internacional, como potenciar a riqueza dos recursos naturais que fazem do Algarve uma região ímpar no espaço europeu e mesmo à escala mundial. Proteger os cidadãos e o seu património, trabalhando arduamente na prevenção e combate à criminalidade, à sinistralidade rodoviária e também às causas de muitas outras problemáticas que queremos definitivamente erradicadas da região, de que são exemplo os incêndios florestais, constitui um objectivo que encaro com a máxima seriedade e grande sentido de missão. Enquanto Governadora Civil do Distrito de Faro, cumpre-me o dever de garantir que todos

“ É imprescindível a permanente reunião de esforços envolvendo todas as entidades e sectores da sociedade civil com responsabilidade nesta matéria, em prol da segurança das populações e dos milhares de turistas que nos visitam anualmente os agentes de Segurança e de Protecção Civil reúnem as condições e os meios necessários para porem em prática na região as políticas definidas pelo Governo, com vista à concretização destes nobres objectivos. E é com grande orgulho que realço a total mobilização, empenho e perfeita articulação manifestada por todos os responsáveis distritais que trabalham diariamente na área da Segurança e da Protecção Civil, permitindo assim que o Algarve continue a ser uma região de futuro e uma das mais seguras a nível mundial. A todos, o meu bem-haja.


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O QUE ACHAM OS FARENSES SOBRE A SEGURANÇA NA CIDADE

SEGURANÇA

Municípios mais perto de ter videovigilância

SENTE-SE SEGURO EM FARO? 51,2% Seguro 44,2% Pouco seguro 2,3% Nada seguro 2,3% Muito seguro EXPECTATIVA QUANTO À EVOLUÇÃO DA SUA SEGURANÇA EM 2010 58,1% Irá piorar 20,9% Irá piorar bastante 14% Irá melhorar D.R

LOCAIS ONDE É RELEVANTE EXISTIR VIDEOVIGILÂNCIA 24,4% Parques de estacionamento 15,3% Via pública 13% Bancos e caixas multibanco A PRESENÇA DE VIDEOVIGILÂNCIA TRAZ SENTIMENTO DE SEGURANÇA? 65,1% Sim 9,3% Não 25,6% Indiferente FACTORES QUE CONTRIBUEM PARA A SENSAÇÃO DE INSEGURANÇA 23,1% Imigração 20,8% Aplicação da justiça 16,9% Desemprego 13,8% Novas formas de criminalidade 9,2% Comportamentos anti-sociais Fonte: Barómetro 2009 - Segurança, Protecção de Dados e Privacidade em Portugal. Para a realização deste estudo foram realizados um total de 826 questionários à população da grande Lisboa, grande Porto, Faro e Viseu. Os dados foram recolhidos entre o dia 15 de Novembro de 2009 e o dia 23 de Dezembro de 2009.

Isilda Gomes, governadora civil de Faro, garante que a videovigilância “é uma medida a implementar a curto e médio prazo na região”

Cátia Henriques catiah.postal@gmail.com É um desejo antigo que está perto de se concretizar. Alguns municípios algarvios podem ter câmaras de videovigilância em espaços públicos brevemente, como forma de prevenir e combater a criminalidade. Em declarações ao POSTAL, Isilda Gomes, governadora civil de Faro, garantiu que a videovigilância “é uma medida a implementar a curto e médio prazo na região”. Segundo a responsável, o ministro da Administração Interna virá ao Algarve muito brevemente anunciar medidas nesta área. Ao que o POSTAL conseguiu apurar, está a ser elaborado um plano com o objectivo de combater a criminalidade violenta na região que apostará no uso de novas tecnologias e serão os detalhes desse plano que o ministro virá apresentar. VIDEOVIGILÂNCIA Há já alguns anos que a medida é defendida pelos autarcas com o apoio do Ministério da Administração Interna (MAI), no entanto, a Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) nunca autorizou que os projectos avançassem. Recorde-se que a comissão defende que a videovigilância colide com direito à imagem e à reserva da vida privada e que por isso só deve ser aprovada quando existe uma base sólida para lançar o sistema. Isilda Gomes mostra-se agora “confiante” e acredita que a medida possa “avançar brevemente”, até porque “o MAI apoiará em tudo o que for necessário na elaboração de processos para que sejam aprovados na comissão de dados”, explica. Portimão foi a primeira autarquia a apresentar um projecto de videovigilância para a zona da praia da Rocha, mas Faro, Loulé e Albufeira também têm intentos na área. Em Faro, Macário Correia está a estudar

o assunto com a PSP. Segundo o autarca, os locais pretendidos para a instalação das câmaras são a baixa da cidade e o corredor da Avenida Gulbenkian. “Numa primeira fase”, garante Macário, as câmaras serão utilizadas para “controlar o trânsito” e só poderão servir para efeitos de criminalidade se a CNPD permitir. “É uma fronteira delicada entre o direito privado e o interesse público, por isso o projecto requer uma atenção especial”, defende o autarca. LOULÉ NA EXPECTATIVA O presidente da Câmara de Loulé diz que está na “expectativa há quase dois anos”. “Foi já há algum tempo que falámos com o secretário de Estado sobre o assunto, mas como havia problemas levantados pela comissão de dados, até aos dias de hoje ainda esperamos uma resposta”, conta Seruca Emídio. Segundo o autarca louletano, as zonas mais problemáticas do concelho onde gostariam de instalar o sistema de videovigilância são a Marina de Vilamoura e o anel de hotéis junto à marina, a rua Vasco da Gama, em Quarteira, a rua das lojas, em Loulé, na

A CRIMINALIDADE NO ALGARVE EM 2009 28.506 participações criminais 1.423 crimes graves 1.369 crimes de violência doméstica 65,09% dos crimes foram contra património zona do mercado e no terminal rodoviário também em Loulé. Em Portimão, Manuel da Luz já expressou vontade em apostar na videovigilância na zona dos bares da Praia da Rocha e na zona de comércio tradicional da cidade.

“A videovigilância não é a solução para todos os males” Com a crescente violência nos crimes que se têm verificado na região algarvia foram várias as entidades ligadas ao turismo a chamar a atenção para a necessidade da videovigilância em zonas problemáticas. Contactado pelo POSTAL, Elidérico Viegas, presidente da AHETA, mostra-se satisfeito caso a medida avance, mas sublinha que o desejo dos hoteleiros passa pelo reforço do efectivo policial. “A videovigilância não é a solução para todos os males da segurança, é apenas uma

das várias medidas que pode esbater a criminalidade. O mais importante é o reforço do policiamento de proximidade, principalmente na área da GNR”, defende. Já Vítor Rodrigues, comandante da PSP de Faro, olha para a videovigilância como uma “mais-valia para a segurança”. “Permite-nos evitar o crime e, a posteriori, identificar o possível autor de um crime, o que vai contribuir para que essas pessoas tenham menos tendência de os cometer”, explica.


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CRIMINALIDADE

Algarve é a quarta região do país com mais crimes D.R

INVESTIMENTO EM EFECTIVOS E MATERIAIS 234 efectivos da GNR 22 viaturas 3 viaturas de detecção automática de matrículas Criação de equipa mista de prevenção à criminalidade (GNR, PSP, PJ, SEF, SIS e Procuradoria) Criação do Sistema SMILE para o SEF (controlo de imigração)

OS EFECTIVOS DA REGIÃO 1.251 militares da GNR 874 efectivos na PSP

Crimes nas escolas aumentam Faro é também um dos distritos mais afectados por ilícitos em ambiente escolar. No Relatório Anual de Segurança Interna, o Algarve aparece mesmo como o segundo distrito a nível nacional com o maior número de participações, logo a seguir a Lisboa e antes do distrito de Setúbal. Isilda Gomes já se reuniu com o director regional de Educação e chegaram à conclusão que “não há motivos para alarme”. Em declarações ao POSTAL, Vítor Rodrigues, responsável máximo pela

PSP no Algarve, diz que os números são “um pouco enganadores” e explica porquê. “Nas escolas da região, qualquer pequena denúncia é registada, já em outras regiões do país não é assim”. Vítor Rodrigues garante que o ambiente nas escolas algarvias “não se tem degradado”, havendo apenas alguns casos pontuais mais graves. Segundo o responsável, nesta área, “Olhão é a cidade mais problemática”. Já no que diz respeito à criminalidade global, “é em Portimão onde se registam mais crimes”, conclui.

O Algarve é a quarta região do país com mais crimes em 2009. Atrás de Faro estão os distritos de Lisboa, Porto e Setúbal. Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), no ano passado, foram registadas 28.506 participações criminais na região algarvia, um pequeno aumento de 0,1% face a 2008. Isilda Gomes, governadora civil do distrito de Faro, alerta para uma confusão na leitura dos números. “Em 2009 tivemos mais 25 participações do que no ano anterior, mas só na violência doméstica, aumentámos 168 participações. Se retirarmos a violência doméstica, na restante criminalidade baixámos 143 crimes”, explica. Segundo a responsável, a taxa de criminalidade na região é “irrealista”. “A taxa de criminalidade é avaliada por cada mil habitantes e é feita através dos censos, mas os censos no Algarve são irrealistas. Não moram aqui 400 mil habitantes, está provado que estão cá 600 mil em permanência por ano, com a agravante, dos crimes cometidos contra estrangeiros contarem para a taxa, mas essas pessoas não contam para o número de residentes. Se a contagem fosse feita com o número real de habitantes, a taxa seria inferior”, defende. O Observatório de Segurança já analisou a criminalidade dos últimos dez anos em Portugal e pediu atenção especial a Faro, apontando-o como um dos distritos mais preocupantes. Isilda Gomes não esconde a

preocupação, mas garante que o ministro da Administração Interna é o “primeiro a preocupar-se”, estando a fazer “tudo o que está ao alcance para tentar reduzir o número de crimes no Algarve”, nomeadamente, através do “reforço de efectivos a meios materiais”. CRIMES VIOLENTOS Os números da criminalidade na região não aumentaram substancialmente, no entanto, a violência empregue nos crimes está a preocupar as entidades algarvias. Toda a gente se lembra dos assaltos praticados em vivendas de cidadãos estrangeiros registados nos últimos meses de 2009 e no início deste ano. A violência tem sido de tal ordem que, durante um assalto à casa de um casal de suíços, com idades na casa dos 70 anos, o marido foi espancado e a esposa violada. Isilda Gomes alerta para um “novo paradigma da criminalidade” que começa a aparecer no Algarve, “causando um sentimento de insegurança”. “Houve uma meia dúzia de casos que se registaram com muita violência, mas como tiveram grande repercussão na comunicação social, o sentimento de insegurança aumentou”, explica. Segundo a responsável, o facto de o Algarve ter “muita habitação dispersa em zonas isoladas, dificulta uma vigilância permanente e apertada” por parte das forças de segurança em todas essas áreas, o que “facilitou” esses crimes mais violentos, afirma.


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EMPRESAS

Engifogo lidera na segurança contra incêndios Competência, concretização e consolidação. É esta a política dos três Cs pela qual se rege a Engifogo. Quem o diz é Ivo Martins, director da empresa. É no mercado da segurança contra incêndios que a Engifogo actua desde o início da actividade da empresa, trabalhando na área de projecto, formação, comercialização e instalação de sistemas contra incêndios, bem como, na respectiva assistência técnica incorporada no serviço pósvenda. Segundo Ivo Martins, é esta “abrangência” que distingue a Engifogo das outras empresas algarvias ligadas ao mesmo sector. É graças ao grupo de profissionais tecnicamente bem formados, e ao uso de produtos de qualidade que a empresa tem liderado o mercado, ga-

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nhando projectos importantes. “A Engifogo encontra-se com projectos muito importantes no Algarve, nomeadamente, o futuro Hospital da Cruz Vermelha, alguns lares em Castro de Marim e vários ao nível de estabelecimentos comerciais”, enumera. A Engifogo está prestes a dar mais um passo importante. Segundo Ivo Martins, “a exigência para com as empresas de segurança contra incêndios aumentou imenso”, sendo que um dos principais requisitos passa pela acreditação das empresas pela Autoridade Nacional de Protecção Civil. Ivo Martins garante que a Engifogo já se está a preparar há algum tempo, estando em condições para ser a primeira empresa algarvia de segurança contra incêndios acreditada.

Projectos

Execução de projectos e segurança contra incêndios; Elaboração de planos de emergência.

Comercial

Comercialização de produtos e equipamentos subjacentes à segurança contra riscos de incêndio.

Técnico

Implementação de sistemas automáticos de detecção e extinção de incêndios.

SEGURADORAS OFERECEM UMA GRANDE VARIEDADE DE PRODUTOS

A SIMPLIFICAÇÃO DA SEGURANÇA

A tecnologia ao serviço das situações especiais Nem todos podemos lidar com os complexos sistemas de segurança e respectiva utilização, algumas pessoas ficam inviabilizadas pelo excesso de acções, mais ou menos complexas, que o utilizador tem de praticar. A idade, a mobilidade reduzida, a deficiência nas suas mais variadas formas e as diversas situações de limitação das capacidades humanas exigem soluções específicas. A tecnologia responde cada vez mais a estas questões e entre as soluções propostas há uma à medida de cada bolsa e de cada circunstância, mas todas objectivam o mesmo, a de segurança para todos. As soluções neste campo não têm fim e as empresas de telecomunicações, segurança, informática e domótica disponibilizam equipamentos capazes de ajudar pessoas de acordo com as respectivas limitações. Serviços como as linhas telefónicas de destino fixo, os sistemas portáteis de botões de pânico, os telefones interfaces para invisuais e amblíopes, com amplificadores de som e comutadores escrita-voz, são algumas das propostas disponibilizadas

Seguro morreu de velho D.R

Os sistemas telefónicos são uma ajuda preciosa pelas empresas e que oferecem apoio àqueles que se debatem com situações incapacitantes. AJUDA À DISTÂNCIA DE UM TOQUE Uma forma para pedir ajuda rápida e simples sempre que precisar, são as consolas telefónicas com sistema de pânico e direct dialling. Ligadas ao seu telefone, o sistema funciona exclusivamente no modo mãos livres - não inviabiliza o uso normal do telefone - e apresenta várias funcionalidades, como a marcação de três números automaticamente através da pressão das teclas

COMO ACTUA A ENGIFOGO

grandes da consola, a activação de uma chamada de emergência atendida por um operador do centro de recepção e a realização da chamada de emergência a partir de transmissor portátil que pode ser utilizado ao pescoço ou no pulso e em permanência, até no banho. Outras vantagens destes sistemas são a detecção de fumo e da queda ou inactividade prolongada do utilizador, em qualquer ponto da casa, accionando um alarme de emergência na central que contacta de imediato o utilizador ou os números pré-definidos em caso de emergência. RC

Para quem preza a sua segurança mais do que tudo, é essencial contratar um bom seguro. Seja de vida, saúde, automóvel ou habitação, os seguros estão cada vez mais em cima da mesa dos algarvios. Algumas empresas de seguros criaram produtos mais específicos, direccionados para certo tipo de profissões ou modos de vida. Hoje, é comum encontrar um seguro para quem gosta de desportos marítimos, ou para caçadores, seguros para advogados e mesmo para empregadas domésticas. Este tipo de produtos cobre especificamente os perigos que podem ser encontrados em cada actividade. Apesar de toda a oferta no mercado, os seguros multirrisco de automóvel ou de habitação continuam a ser os mais procurados porque são obrigatórios. Apesar de no seguro de habitação, apenas o seguro de incêndio ser obrigatório para os edifícios em regime de propriedade horizontal, nos termos no nº 1 do Artº 1429º do Código Civil. Dentro dos seguros para habitação podemos encontrar as mais variadas coberturas. Desde incêndio, queda de raio ou explosão, tempestades,

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Os seguros podem garantir a compensação de perdas inundações, danos por água, furto ou roubo de bens, choque ou impacto de objectos sólidos, quebra de vidros, pedras, aluimentos de terras, tumultos e alterações da ordem pública e actos de vandalismo ou de sabotagem. O valor do capital seguro para edifícios deve corresponder ao custo de mercado da respectiva reconstrução, tendo em conta o tipo de construção ou outros factores que possam influenciar esse custo, ou ao valor matricial no caso

de edifícios para expropriação ou demolição. Um seguro de protecção global da habitação nas suas duas vertentes, edifício e recheio, pode garantir até ao montante dos capitais subscritos, as perdas e danos resultantes de um risco coberto, sofridos pelo imóvel e seu recheio, a responsabilidade civil do segurado e de pessoas do seu agregado familiar, bem como de empregados quando em serviço doméstico.


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CÁTIA HENRIQUES

A ANPC TEVE QUE ACTUAR NO TRÁGICO DESLIZAMENTO DE TERRAS NA PRAIA MARIA LUÍSA E O

Algarve regista dois aci

Vaz Pinto comanda o CDOS de Faro desde 2005

VAZ PINTO

“Antes a culpa morria sempre solteira” Já nada é como antes. Quem o garante é o Vaz Pinto, comandante do Comando Distrital de Operações de Socorro de Faro. Se em 2003 e 2004, dos 1.765 incêndios registados, foram destruídos 88.174 hectares de floresta, nos últimos cinco anos verificou-se um decréscimo gradual, tanto no número de fogos, como na área ardida na região algarvia. As temperaturas altíssimas que se fizeram sentir nos Verões de 2003 e 2004 foram responsáveis por grande parte dos incêndios, mas Vaz Pinto garante que se esses fogos acontecessem agora, as consequências “seriam menores”. “Em 2003 e 2004 os meios iam todos para um lado, depois iniciaram-se outros incêndios e não havia meios. O resultado foram pequenos incêndios que se transformaram em grandes e depois já andávamos a tentar salvar pessoas”, explica. Com a criação do Sistema Integrado de Operações de Protecção e Socorro (SIOPS) tudo mudou. Se antes, na iminência ou ocorrência de acidente grave ou catástrofe, cada força actuava por si, agora todos os agentes de protecção civil actuam, no plano operacional, articuladamente sob um comando único. Na prática, no caso de um grave in-

cêndio, por exemplo, é criado de imediato um centro de operações de socorro como órgão de coordenação de toda a actividade operacional de socorro e emergência, organizado em escalões nacional, distrital ou municipal, consoante a dimensão do acontecimento. Vaz Pinto afirma que com a criação do SIOPS existe uma “maior organização” que contribui para uma “melhor execução dos planos de intervenção”, mesmo que muitos não entendam e dá um exemplo. “É difícil entender-se que quando há um fogo, noutro município ao lado estejam carros parados, mas estão por minha ordem! Tenho responsabilidade para apagar o incêndio que está a acontecer e o que possa vir a acontecer e para isso tenho que ter uma estratégia, homens descansados e carros disponíveis”, explica. Também a “mudança de atitude” dos autarcas algarvios contribuiu para que os incêndios tenham diminuído, garante. “Os presidentes aprenderam com 2003 e 2004. Perceberam que os incêndios não são apenas problema para quem tem serra e agora todos dão apoios para os fogos florestais. Antes deste diploma era cada um por si e a culpa morria sempre solteira”, conclui.

O centro operacional do Centro Distrital de Operações de Socorro garante a gestão integrada dos meios de socorro na região Cátia Henriques catiah.postal@gmail.com O Algarve é uma das regiões do país com mais riscos de catástrofes. E é na iminência ou ocorrência de catástrofes e acidentes graves que a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) planeia, coordena e executa a protecção e socorro das populações. Em Faro, é o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) que monitoriza 24 horas por dia, todos os dias do ano, a situação da região, estando preparado para reagir a qualquer momento. Se não bastasse o risco de tsunamis, sismos, incêndios, seca, ondas de calor, movi-

mentos de massa, roturas de barragens, acidentes náuticos e rodoviários, o Algarve é ainda um destino turístico internacional, recebendo anualmente cerca de seis milhões de turistas, onde “qualquer pequena ocorrência é noticiada”, o que “dificulta a monitorização” dos acontecimentos por parte dos agentes de Protecção Civil, afirma Vaz Pinto, comandante do CDOS de Faro. Em 2009, ocorreram apenas dois acidentes graves na região, no entanto, deram bastantes dores de cabeça a todas as entidades envolvidas. Quem não se lembra do trágico deslizamento de terras na Praia Maria Luísa, em Albufeira, ou do incêndio florestal no Cabeço do Velho,

em São Brás de Alportel? Quase um ano depois, o POSTAL volta a recordar-lhe os casos, agora com a visão distanciada no tempo de quem comandou as ocorrências. CINCOS MORTOS Um barulho ensurdecedor, uma nuvem de poeira e gritos pela praia foi o cenário descrito pela maioria das pessoas que testemunharam o desmoronamento de parte da falésia da Praia Maria Luísa. Centenas de pessoas estavam no local à hora do acidente e cinco mortes foram inevitáveis. Segundo o comandante Vaz Pinto, a ANPC apenas entrou em acção quando perceberam que a Autoridade Marítima esta-

va a ter “alguma dificuldade para fazer a gestão da ocorrência”. “Assumimo-la como um acidente grave e reunimos o centro de coordenação operacional, com todos os agentes de protecção civil para coordenarmos todas as entidades presentes no local”, explica Vaz Pinto. Apesar das vítimas mortais e das notícias que todos os dias saíam nos media, tentando encontrar uma explicação para o sucedido, Vaz Pinto garante que tudo correu como era “expectável” e conta porquê. “Houve uma projecção mediática muito grande, um envolvimento de políticos a nível nacional, mas a situação nunca saiu da esfera técnica e operacional.


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INCÊNDIO FLORESTAL NO CABEÇO DO VELHO

identes graves em 2009

OCORRÊNCIAS EM 2009

CÁTIA HENRIQUES

INCÊNDIO FLORESTAL Local Cabeça do Velho, São Brás de Alportel Danos Incêndio em incultos, sobreiros e pinheiros Total área ardida: 1.628 hectares Início da Operação 7 de Agosto de 2009 Hora de Alerta 15.10 horas Fim da Operação: 9 de Agosto de 2009 Hora 05.31 horas Meios Envolvidos: 99 Veículos 345 Operacionais 3 Helicópteros (1 dos quais pesado) 2 Aviões Pesados 7 Máquinas de rasto 4 Embarcações

Houve ali um comando único e cada entidade sabia exactamente o que tinha que fazer”. 1.628 HECTARES ARDIDOS EM 2009 O incêndio do dia 7 de Agosto de 2009, com origem em Cabeça do Velho, concelho de São Brás de Alportel, foi o maior fogo registado no passado Verão no Algarve e o terceiro maior do país, naquele ano. No total, foram consumidos pelas chamas 1.628 hectares, dos quais cerca de 300 foram no concelho de São Brás e mais de 1.200 em Tavira. Segundo Vaz Pinto, a área ardida por este incêndio corres-

OS RISCOS DO ALGARVE MUITO ELEVADO Sismos, biológico, seca ELEVADO Tsunami, cheias/inundações, incêndios florestais MÉDIO Ondas de calor, ciclones e tempestades, incêndios urbanos FRACO Incêndios industriais, acidentes ferroviários, acidentes com matérias perigosas, movimento de massa, acidentes náuticos, acidentes rodoviários, ruptura de barragens, desabamento de estruturas, vaga de frio

ponde a 92% da área total que ardeu no Algarve durante 2009. Na altura, o agora autarca farense falou em má organização por parte da ANPC, mas Vaz Pinto garante que “seria impossível melhor coordenação”. “Não há organização que resista quando o primeiro meio a chegar ao teatro de operações, neste caso a GNR, constata que o incêndio tinha já várias frentes. Como o vento era instável e atingia uma grande velocidade, não lhes foi possível fazer qualquer combate e retiraram”, explica. Segundo o comandante, até que os meios “chegassem ao teatro de operações

e que se organizassem para o início do combate, ardeu livremente mais de 80% da área”. “Só uma hora e tal depois houve hipótese de se iniciar o combate”, afirma. Vaz Pinto fala ainda em falta de “algumas infra-estruturas necessárias para o combate ao fogo”. “Os autarcas tinham noção que haviam muitos pontos de água, mas esses pontos de água que eles falavam não serviam para o combate com os meios aéreos pesados”, explica. Este incêndio foi o segundo e último acidente grave registado na região em 2009. Em 2010, ocorrências graves não foram ainda registadas.

DESLIZAMENTO DE TERRAS Local Praia Maria Luísa, Olhos de Água, Albufeira Danos Cinco mortos e três feridos Início da Operação: 21 de Agosto de 2009 Hora de Alerta: 11.55 horas Fim da Operação: 22 de Agosto de 2009 Hora 01.09 horas Meios Envolvidos: 38 Veículos 93 Operacionais 4 Máquinas Posto Médico Avançado


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SEGURANÇA RODOVIÁRIA

vernadora civil diz juntar-se uma atitude didáctica e de prevenção que as autoridades também levam a cabo no desempenho das suas funções. “A estes factos juntam-se as campanhas e acções de prevenção levadas a cabo a nível

A melhor aposta é a precaução

nacional e regional”, refere a responsável política que destaca as acções do Governo Civil no âmbito da prevenção rodoviária. Acções onde não poucas vezes vimos Isilda Gomes, lado a lado, com as autorida-

des a promover uma condução segura em vários locais do Algarve, dando a melhor demonstração possível, o exemplo. A melhor solução para o aumento da segurança nas estradas está em definitivo

PUB

D.R

Existem sempre novas e melhores formas de tornar o seu

dia a dia mais seguro

As estradas do Algarve vitimaram 17 pessoas este ano A segurança rodoviária é um dos traços negros das estatísticas em Portugal e o Algarve não é excepção, apesar da exponencial queda do número de mortes, feridos graves e ligeiros que se vem sedimentando nos últimos anos. A preocupação com a situação mantém-se, quer nas autoridades com competência nesta matéria, quer nas instâncias políticas da região. Os dados publicados pela Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária revelam que na região entre 1 de Janeiro e 30 de Abril deste ano morreram 17 pessoas, um número que supera já as 14 registadas no mesmo período no último ano e as registadas em 2008. No que respeita a feridos graves, os números também não são animadores para 2010, 45 entre 1 de Janeiro e 30 de Abril, contra os 65 registadas em 2009 e os 40 de 2008, no período homólogo. Na análise a 12 meses (de 1 de Maio de 09 a 30 de Abril de 2010), contam-se 225 feridos graves, contra 51 verificados entre 1 de Maio de 2008 e 30 de Abril de 2009, sendo para a mesma relação no caso dos feridos graves os resultados de 225 contra 208, com acréscimo nos últimos 12 meses. Dados que mostram que o ano de 2010 caminha para um primeiro semestre pouco animador quanto a resultados, muito embora a tendência plurianual de queda possa ainda verificar-se até ao fim do ano.

na forma como as utilizamos, dentro e fora das cidades, a pé, de carro ou de bicicleta. A prevenção é o melhor remédio para aquele que é ainda hoje um dos maiores dramas de sinistralidade no nosso país.

PREOCUPAÇÃO Razões de sobra para se concordar com a governadora civil, Isilda Gomes, quando afirma ser esta uma área a que dedica especial atenção e C em que foca muitos dos seus esforços de coordenação. M Mas para a titular da pasta do Governo Civil do Distrito Y de Faro, a redução da sinistralidade rodoviária passa antes de mais “pela civilidade dos CM condutores na estrada e pela atitude na condução”. A conMY dução defensiva, o respeito pelos limites de velocidade, o não praticar manobras peCY rigosas e a abstenção de condução sob o efeito do álcool CMY ”são essenciais no esforço para reduzir os números das K refere estatísticas nesta área”, Isilda Gomes. Ao POSTAL a governadora enaltece, no entanto, o que considera ser “a maior consciência dos nossos condutores quanto à responsabilidade que constitui o acto de conduzir”, algo que afirma ser notório e que espera seja cada vez mais uma “realidade crescente”. O TRABALHO DAS AUTORIDADES Por outro lado, Isilda Gomes é clara no que se refere à importância do esforço levado a cabo pelas autoridades policiais com competência em matéria de segurança rodoviária. “Há por parte das autoridades policiais um esforço que demonstra trazer frutos compensadores no controlo das situações irregulares no que respeita à condução”. Um esforço a que a go-

Na Charon, moldamos a tecnologia à vigilância humana


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NUNO BRAGA

DIRECTORIA DO SUL DA POLÍCIA JUDICIÁRIA HÁ 34 ANOS NO ALGARVE

PJ investiga crimes de maior complexidade NUNO BRAGA

COOPERAÇÃO COM ESPANHA É FREQUENTE

PJ previne crimes de grande monta

Luís Mota Carmo, director da PJ no Algarve A Polícia Judiciária faz parte integrante das forças de segurança do nosso país. É uma polícia de investigação por excelência e trabalha os casos de maior complexidade, que são por norma casos que afectam a vida pública e o bom funcionamento da sociedade.

Nuno Braga nunob.postal@gmail.com O POSTAL falou com o director da PJ no Algarve, Luís Mota Carmo, para perceber o contributo desta força policial na segurança dos algarvios. “A PJ é conhecida por investigar crimes de grande monta, mas pode investigar também burlas e crimes contra a liberdade. Tem muito a ver com a complexidade do crime ou com a gravidade em termos de repercussão social”. “Quando existe tráfico de influência, corrupção, peculato, terrorismo. Crimes que exijam um grande nível de investigação, somos nós que investigamos”, adianta o director. A acção da Directoria do Sul abrange toda a área criminal da competência investigatória da Polícia Judiciária, que é definida pelo artigo 7.º da Lei n.º 49/2008, de 28/08, devendo em algumas áreas de actuação, concretamente no tráfico de estupefacientes, no terrorismo e na corrupção, coordenar as investigações com as Unidades Nacionais, sediadas em Lisboa. “Relativamente a outros tipos de crime, como sejam os crimes contra as pessoas, o património e a vida em sociedade, isto é, homicídios, rou-

bos, burlas e incêndios, a directoria tem poder de iniciativa e autonomia para prosseguir as investigações”, afirma Luís Mota Carmo.

Núcleo de Polícia Técnica, que tem a seu cargo os exames lofoscópicos (análise de provas), e o serviço de perícia financeira e contabilística.

SITUAÇÃO ALGARVIA A actuação da PJ no Algarve é efectuada a partir de duas estruturas da Directoria do Sul, em Faro, e do Departamento de Investigação Criminal de Portimão (DIC). O DIC Portimão está na dependência da Directoria do Sul e tem como área territorial de actuação os concelhos de Lagos, Monchique, Portimão e Silves, enquanto a Directoria do Sul actua nos restantes concelhos do Algarve e também nos do DIC de Portimão, quando se trata de determinado tipo de crimes, como terrorismo, roubo em instituição de crédito, rapto… “A estrutura da investigação criminal está dividida em secções e as secções em brigadas, pertencendo a cada secção a investigação de uma área criminal específica. Assim, temos secções especializadas em crimes de corrupção, terrorismo, tráfico de estupefacientes, contra as pessoas, contra o património e a vida em sociedade”, explica Luís Mota Carmo. A apoiar as secções de investigação, a directoria dispõe de serviços técnicos especializados como o

TRANSFERÊNCIA DE COMPETÊNCIAS A destrinça entre a competência da Polícia Judiciária e a dos

terística de flexibilidade que lhe permite, não obstante o crime ter ocorrido no sul, poder deslocar os seus elementos por todo o território nacional se a investigação o exigir”, refere o director. Os crimes passam para a alçada da PJ de duas formas. Normalmente, devido à sua presença em

ALGUMAS SECÇÕES DA PJ NO ALGARVE Secção de crime de tráfico de estupefacientes; Secção de crime contra as pessoas; Secção de crime contra o património e vida em sociedade outros órgãos de polícia criminal é feita de um conceito material de tipos de crime e não de um conceito territorial. Por exemplo, relativamente a um homicídio, “a PJ tem competência para investigar independentemente de este ter ocorrido numa área urbana ou rural, enquanto a competência para investigar um crime de ofensa à integridade física simples será das outras forças policiais, de acordo com a área territorial. A PJ tem uma carac-

todo o país, e maior proximidade dos cidadãos, é a GNR ou a PSP quem chega primeiro aos locais do crime. Daí, serem as forças de segurança que iniciam os processos mas, assim que detectem que o crime cai nas competências da PJ, contactam o piquete para tomar conta das investigações. Por outro lado, o Ministério Público pode determinar que algum processo seja investigado pela PJ, visto que tem o poder de atribuir casos à PJ para esta investigar.

A prevenção é uma das funções da Polícia Judiciária. Os inspectores são frequentemente requisitados para fazer acções de instrução de jovens sobre os perigos da internet, seja através da publicação de dados pessoais, seja pelo contacto com estranhos. “Temos imensos contactos de escolas que pedem para irmos fazer apresentações sobre os mais diversos temas. Já tivemos que recusar alguns pedidos porque os agentes e inspectores também têm que trabalhar nos casos”, afirma o director. Além desta abertura à sociedade, a PJ tem um agente no Centro de Cooperação Policial e Aduaneira, onde estão sediadas todas as forças de segurança nacionais e espanholas, para uma maior cooperação. “É frequente fazermos operações conjuntas e aquele espaço é uma mais-valia no combate a crimes que passem pelos dois países”, explica Luís Mota Carmo. A Polícia Judiciária tem sempre um piquete pronto a actuar, trabalhando 24 horas por dia. As denúncias são assim investigadas com maior celeridade. “As pessoas podem usar as linhas telefónicas e temos muitas denúncias feitas pela internet. Cada vez mais as pessoas participam de crimes por e-mail, ou chamam a atenção para situações que são estranhas”.


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Segurança em casa

CONSELHOS E DICAS

A segurança no dia-a-dia

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ou fora de casa rimoniais mais s ou destranA casa é um dos bens pat Não deixe janelas aberta • s soa pes das ia ior ma da a vid da que more importantes na cadas na sua ausência ain ui, grande stit con ão itaç hab da o e o rechei num prédio tante investimenxe entrar em parte das vezes, um impor Não abra a porta nem dei • um de s, poi e, ta-s tra s, huma circunsto ao longo dos ano casa estranhos em nen entim sen e l soa pes , ico nóm património eco tância segurança na tal que importa defender. Instale uma corrente de • scon io ón rim pat o tra parcialmente con ir s abr me er cri Os porta para a pod de ida nal mi cri da o tituem a fatia de leã sem perda de segurança ão e roubo da as e a defesa contra a intrus cos nas persianas e desçaprotecção • Instale trin r pla s tem rta con e abe s dev ela o habitaçã se pretende deixar jan talação de um árias da casa que pode passar pela ins Mantenha as portas secund • à o açã lig sem ou com sistema de alarme, trancadas so remoto (por s de acesso à central de segurança e avi Feche as portas e portõe • , cia lân igi eov vid ); vel mó tele r po exemplo habitação vação de imaente transporrecorrendo ou não a gra Não guarde valores facilm • et ern int a pel oto rem gens e a controlo táveis em casa por radar e/ou e os botões do e seg urança per imetral • Verifique correctament s. es de sair e de lho ant me infra-ver fogão e esquentador na habitação Por outro lado, a segurança se deitar venção, detecção relhos eléctricompreende ainda a pre Tenha cuidado com os apa • and inu e ios ênd inc a e ham resistênbat precoce e com cos em especial os que ten icos. Neste tóx es gas de ão ecç det ções e a cias de aquecimento alarmes técnicos is de um dia campo os sistemas de Se tiver de se ausentar ma • fae pod que ia val is ma amigos ou farepresentam uma comunique-o a vizinhos, o ou tud der per re ent nça ere zer toda a dif miliares -o à esquadra evitar o pior. Se for de férias comunique • meios técnicos idência res de a áre Mas mais do que todos os da polícia da sua r-se a cada pessoa os seus hos ran est a er hec que possam disponibiliza con por si. Eis • Não dê a eça com a nos de cas pla s sua seu da a segurança hábitos de rotina e os is: úte os selh con alguns ausência de segurança e • Tenha portas exteriores tro r esteja den tranque-as sempre, que

Seg

ura

A necessidade de segurança estende-se a todas as áreas da vida, mas existem bens e pessoas cuja valoração é mais significativa para uma larga maioria. Entre estes encontram-se as crianças e jovens, filhos ou não, que constituem sempre uma preocupação adicional e especial nesta área, a que se somam os mais idosos que, pela sua idade, pelo que representam e pelas fragilidades que podem apresentar, inspiram especiais cuidados de segurança. No campo dos bens, casa e carro são duas realidades, uma importante franja da sociedade investe o trabalho e os rendimentos de toda uma vida. Essenciais para a vida e para o trabalho, bem como, para o bem-estar de indivíduos e famílias, assegurar a respectiva salvaguarda contra os riscos diários é uma das mais importantes preocupações actuais no domínio da segurança. O POSTAL analisou cada uma destas situações e deixa-lhe um conjunto de conselhos, truques e dicas para melhor garantir a segurança do que lhe é mais querido, atitudes básicas que podem fazer toda a diferença e que garantem uma postura de precaução e dissuasão da criminalidade e do perigo que importa ter em conta.

nça

fora

A mão seguran ç à su por esta a na ru a vo r lta e atento a passa fora em e a d pr facil e porta m não t tudo o que imeira men s tão orna s alhe r te se e pa o r oti ss i e s púb o. Por o r seguid neiros eus háb sa • difícios lica q u i A t o u t o trav s r e s o p p p ond e est assa tam lado, a elos am ossam pass esse na s a em sp • Em agens que mos ou bém po eguranç igos do para assade r estr iras Esta nos env circula escolhe a na via peõ a p da a vis e ut r os prin s são a olvem mos e ível, s e cam es sítio ilize cipa o c a s i s s p r r . inho s egra cule refe situa as is di para s • r s n e ç s r b n õ o Não s cialm urais es sent bém além do abores ásicas p f a u i e • d l se ro e co n n o op a Se f s m uos te refl ranç pelas ag assalto a rua, qu ra evita o r os seq a ro cham r segui descon to ao d ectora r e e v s s ã d õ d h o e u o o e o e a e m s t v c da Um râns in p iá id viole u u ito ntas assam t ito • m loca de em icie de os assa a das ria. ergê aml fre i regr ltos e pe Nun m e n d q a l que c e c a i u s a a i e a a segu • N bá gr r e dir to um unca aceite b ntado ija-s acom durante essões, sicas pa oleia tenh e pa a q e r a p a u n a s er d noit a prev ã ra nha estr o o b o • N ur e, enir do a ão v s exiba jectos d min tégia d . Esta é é a de e ante o á • e e ao m mp is d o s Aga úb valor à m rr capa sos e ag suasora antes d tar sem ia, u em pre visív e conv ltibanco lico cida ostr ress d o a s o efec a sozi • Ev el mal enient tivo de de d res, gar potenc is uma n a e h i e i a ped • N te ter m s e moc mente o ido e aume fesa em nte um ais crião c e de hila uit d am ca Na r e socor nta as form sos oloque o dinhe s poss so de a aior ro. ua t i por a a r a ca o co cess taqu ibili odo isso e n r í v t b s e d e s e i anco go ira e prev ades is ou bási os c • s cos: inaNos b de sobr se e uidado tran e ba ens em s sã siga e s l n b cões p o c or algu o • Ci , me olns c poucos rcul os s ste-se a tes púb s o as e e n lico us celh uma sem mu • Af os aste bens pare s sente • N ito freq pre po -se de e -s ã r u con d resg e ou • Ci o ande entada ruas il • In sumo g e zonas s em umi u rcule arde f ene orm pr per nad nos as e dest e sem ralizad oblemá pass cursos de eios • Em ino e p pre alg o de á ticas e mas sconhe lco erc uma de c cido afas pess ol fron aso de a ursos s te-s oa d e do • Se to e co taque o se s ope efec fo u tivo cabe r agred re e vite ido ça e o co pr a zo nna a oteja e me bdo min spec al ial a

de p

orta

s


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A segurança dos pequenos e graúdos

uelar onde mora, est • Aprender a não rev s as çõe anç op cri as são s são a ssa vid pos-livre O mais precioso da no da, ou passa os tem herdas un de , ram ede tec seguras e aqueles que nos an e tede emergência 112 tros o deixaremos. Pro Ensine-lhe o número mos o mundo e aos ou • os qualerm de end te def en os tam de tui m alé gra ra que pode utilizá-lo gê-los impõe-se e pa se. ensinar a defenderemquer telefone temos a tarefa de os s do cos á e com quem s dos muitos ris Proteja-se a si e a ele Saiba sempre onde est • ques básicos: eira tru nh s pa un com alg má com é je o dias de ho • A solidã conhecer a realide ma for r • Falar é a melho ese s rua as r ssa a atrave dade de uma criança • Ensine o seu filho s coruros de e para os seu a armas e objectos colha percursos seg • Não lhe dê acesso tes destinos tantes ou contunden heool e conlho aos amigos e con perigos da droga, álc s do he e-l Fal • Apresente o seu fi • de e red a um os he tid e-l sen cri cidos de confiança, tactos sexuais não con dinheinça sos pagarem contas em ido xe dei o contactos e de segura Nã • ar mais est a e pre s ho sem é ran ria est ncá r com ro, a transferência ba • Ensine-o a não fala eia rod o e atento ao qu segura s, ão em casa da reforida, doces, brinquedo Aconselhe a não recepç • Recusar ajuda, com • ns bo são s ho ran é preferível est ta de con s em leia bo to conversas e ma, o depósi burla, explicando de fenda-o dos perigos conselhos De • s po gru em a de dinheiro, objectos de se deslocar que qualquer entreg • Incuta-lhe o hábito e ser feita com comvalores a terceiros dev de amigos e ine ens e vel pre que possí panhia e apoio • Acompanhe-o sem s o bitos diários e os seu orr soc r po r ma cha a o Conheça os seus há • esé igo am polícia é um vizinhos e amigos • Aprender que um estar o mais possível l cia sen Aconselhe o idoso a • se e qu o e s almente na rua bitos, rotina acompanhado, especi • Conheça os seus há tornar a vida de cada a passou em cada dia Encontre soluções par • raest a a cas ente participada ir a porta de idoso activa e socialm • Ensine-o a não abr as nci móvel adaptado e stâ un tele nhas em todas as circ Ensine-lhe a usar um • me no a, rad mo to visível e permanen o nome, coloque o seu contac • Ajude-o a decorar e fon tele de dos pais e número temente acessível civados valores consigo am estar polícias na Evite que mantenha ele • Saber onde costum • a bo a um é ras uad esq os as did dade e onde ficam ou em casa escon r fazer-se acompanha ajuda O idoso deve sempre • ou o a lista arr um toc , au cia ên do erg tor em du de con de um contacto • Apresente-o ao e toma e das alergias utilize outro transporte que dos medicamentos qu iro he din ito mu e com r dec da pa e e doenças de qu • Nunca o deixe an or val de tos jec ob nem com

m os nte ne do le p u s terior chave nha a o no in r e r t a o c ã N do as • entos ba docum risco, m l ma bom m u ó e s v erto nu ltibanco i ó b s lo a u r m o o o íc t rr e p u v é mu o ca de a o não vanto ao a deixe tralida mos o O carr • Nunc bustível ou ju , carteiras ou a sinis somar s e o a lh m m r e s a m u t s o la n c is a a r e e ju , m u s d t se ue via ulo igo a coloq bo de s a veíc ao rou g e os assalto z do nosso am r, • Nunc vista rádio la om u auto fa in à u lores a circ re o se v igiados, c carjack xplosiva que p ja e s m , e o s ig a e is r em v a e a o r u p c u m o t mis • Re as um em lo uminados e latro rod cione il d a t m e s e u E b q de qua ta e • o ç ão e ra o a rado. nt e s d nada n circula s seja pa urança cont a ssa a o sem t r p r s e n e o e o u g b d g q e a m ío s a A vas al is gar u lo, r per porta-lu stacionar po o va nd ção do veíc m local o e e s ix e e c õ e e dr • D to do ote r quan ela pr ipaeamen retire interio ma i s p o seu parqu lação de equ longos d a t s ríodos tribuidor s s o e é g p v in n a r r o lo la t a rp pe dis . , quer rada taciona ou do das seguro e segurança rança na est os • Se es o da bateria stranca s na e d s u d b d a g s a t s e r c o s e to t o d r a n p m e u , e u b o it m m as at semi-a ule co tro lad tudo d em prião circ os vidros só Por ou e a N s d s s • a o o n s ino idos e acim elas a enha ais lum mentos e s depend es e de entre a a verificação da • Mant em sin o uza m r r a e e m c c u to g o e s a q u a r d e d a o s o p con ção d urança imaçã , a que o r g x n a e o s g r a e p lu h d a Na s ten meiro dições m- • ais luminoso s e con mento n a de se sistema m i x por ele te a á u m a m e d lg . g a n a a u lo é en d he ra circ veícu e abor diatam omos-l , a reg caso d , aperte ime sa em s Depois uteloso. Prop m o E • que p a ecido c o h g n ja o lo e c s e s de qu pre, e arran to icas: me e , excep buzina a mas d m alar ão u e veículo ç d o n ç d o a c r ã o e u ç t tr g a e se den oloc de d scanse pela c as ada arelho Não de uentad de auto-estr • Opte q • um ap e e fr d s is a o s a n a c m o n lo s z o e z m m m e e ie em viatura hassis erparque GPS na número do c carro, p • Não o lo s o ã u es à do ia n v r e íc a á v e o t h v a d li r c n o o G s s n ua • utra visíveis e o carro q ouco junte o s em série pouco e por p • Não e mpr u e q s im r a c e d u o g in mitind • Desli ao volante, a u o estiver portas rro com tempo andone o ca ca ab s • Nun aberto vidros

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NÚMERO DE EFECTIVOS É SUFICIENTE MAS NO VERÃO TORNA-SE DIFÍCIL A ROTATIVIDADE

“O Algarve podia ter mais bombeiros” NUNO BRAGA

ESTUDAR PARA SER BOMBEIRO

Novos quadros só com formação É muito importante evoluir e desenvolver os conhecimentos, tanto para enfrentar as situações como para as evitar. O trabalho dos bombeiros não é diferente, cada vez mais é necessário profissionais que saibam os perigos da profissão e como se protegerem dos mesmos. “É preciso ter noção que mesmo os voluntários precisam de centenas de horas de formação. É normal termos homens que tiram dias de férias no trabalho para fazer as formações e evoluir pessoalmente e profissionalmente, mesmo sendo voluntários”, revela José Faísca. O problema é que tudo volta à falta de homens. “A legislação leva mesmo a este problema, porque os que vão saindo não podem ser substituídos por bombeiros sem formação, ou seja, a formação que muitos bombeiros adquiriram ao longo de anos, os novos bombeiros têm que a ter logo à partida”, explica José Faísca. O responsável assume que há dificuldade em recrutar homens. “Antigamente havia pessoas que passavam pelos quartéis só para dar uma ajuda, hoje em dia esta situação é rara. Outro grande problema é o facto de o Algarve não ter um centro de formação. Os bombeiros que queiram aprofundar os seus conhecimentos têm que se deslocar normalmente a Lisboa e as deslocações são morosas e caras”. “É complicado deslocar bombeiros para fora da região para as formações. Além disso, dificulta-se a progressão nas carreiras”, sublinha o responsável.

José Faísca, presidente da Federação de Bombeiros do Algarve Os bombeiros conferem segurança à comunidade. A figura dos bombeiros é conhecida por todo o país mas, cada vez mais, é essencial assegurar um número base de homens para atender a todos os pedidos de socorro. Já o número de viaturas não é preocupação. No Algarve há mais de 200 veículos de combate a incêndios nas 17 corporações de bombeiros.

Nuno Braga nunob.postal@gmail.com O presidente da Federação de Bombeiros do Algarve, José Faísca, revela que “hoje o trabalho de um bombeiro não é como há 20 anos atrás. Há muitos bombeiros que passam as férias a trabalhar para ajudar outros colegas, e isso retira-nos poder de rotatividade. O Algarve podia ter mais bombeiros”. Esta dedicação está a tornar-se cada vez mais rara. A dificuldade em recrutar torna-se todos os dias mais complicada devido à exigência dos trabalhos, que obrigam cada vez mais as pessoas a fazer horas, ou simplesmente a não dar tempo para descansar. As verbas atribuídas para os grupos de reforço são de cerca de 41 euros por dia. “Essas verbas têm sido cortadas e por isso temos dificuldades em assegurar esses grupos, que são importantes para uma necessidade”, adianta José Faísca. Para piorar a situação, as corporações do centro do Algarve, são responsabilidade da administração local. Loulé, Faro, Olhão e Tavira têm um problema porque as Câmaras não podem atribuir aos seus bombeiros um enqua-

dramento nesses grupos, por isso não lhes pode pagar esse subsídio. “A legislação não o permite, e torna-se difícil aliciar bombeiros que possam fazer os dias de folga para a zona centro do Algarve”. O presidente da associação esclarece que muitos bombeiros não se importavam de apoiar os colegas, desde que pudessem ser remunerados. “Para que eles no período de ferias pudessem vir cá ajudar, e ganhar mais algum dinheiro, era preciso alterar a lei. Mesmo assim muitos ainda vêm trabalhar de graça para ajudar os colegas. Mas é uma situa-

NÚMEROS

que encontrar uma forma de agradar a gregos e troianos, para que seja possível suprir esses problemas. O Estado atribui o subsídio, os voluntários utilizam e os municipais não podem, mesmo que as câmaras queiram atribuir. Há uma situação que vem penalizar os bombeiros municipais”, lamenta o presidente. PAPÉIS DEFINIDOS Não se pode confundir segurança com intervenção. “Temos duas coisas desenvolvidas e implementadas. Os bombeiros têm as suas missões definidas em caso de sinistros e acontecimentos de grande gravidade. Na questão da prevenção e

a sua quota-parte no planeamento das intervenções. Os bombeiros são chamados a colaborar na elaboração dos planos de segurança e pronunciam-se sobre condições de combate aos incêndios, por exemplo. Os bombeiros participam na elaboração de planos de intervenção, onde se projecta um cenário e idealiza uma intervenção necessária, porém, é aos serviços municipais de protecção civil que compete fazer estes planos. Os bombeiros apenas ajudam a criar os planos tendo em conta a experiência que têm em casos de intervenção. “É importante separar as funções para não haver demasiadas autoridades a mandar, o que só complica

+ de 200 veículos

“Há muitos bombeiros que passam as férias

de combate

a trabalhar para ajudar outros colegas”

a incêndios 1500 homens 17 corporações ção intolerável”, afirma José Faísca. “É preciso repensar essa situação porque temos um deficit de bombeiros durante o Verão. Temos

segurança, os bombeiros podem colaborar mas não faz parte das suas funções”, explica o líder dos bombeiros algarvios. As corporações são um agente que pode estudar e auxiliar na prevenção, mas são fundamentalmente um agente de acção. São as corporações que intervêm depois do acontecimento. É claro que têm

em casos de urgência”, alerta José Faísca. Longe vão os tempos em que os bombeiros tinham a seu cargo todas as responsabilidades. “Dantes os bombeiros tratavam de tudo, hoje em dia já não é assim e ainda bem porque há neste momento competências em que a Protecção Civil tem melhores meios para o efeito”.


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CODU, UM INSTRUMENTO DE SEGURANÇA

Centro de Orientação de Doentes Urgentes é a segunda linha de emergência Nuno Braga nunob.postal@gmail.com É designado por CODU e é o local para onde são encaminhadas as chamadas que se referem a aspectos médicos, quando ligamos o 112, o número europeu de emergência. O funcionamento do CODU é assegurado, 24 horas por dia, por equipas de profissionais qualificados (médicos, operadores, enfermeiros e psicólogos), com formação específica para efectuar o atendimento, triagem, aconselhamento, selecção e envio de meios de socorro. Ao ligar o 112 de qualquer ponto do país, o “utente de imediato entra em contacto com a central de emergência da área respectiva na pessoa de um agente das forças de segurança (PSP ou GNR), o qual dispõe de formação técnica necessária para dar seguimento às acções que deve desenvolver, de forma

a mobilizar o auxílio que lhe é solicitado”, explica a responsável da comunicação do INEM, Raquel Leal. Ou seja, não são os elementos do INEM que efectuam o atendimento das chamadas do 112, mas apenas numa segunda fase, nas situações que tenham a ver com a saúde. O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) tem quatro CODU em funcionamento: Lisboa, Porto, Coimbra e Faro. Todas as chamadas são encaminhadas para o centro mais próximo de forma a tratar o melhor possível a situação em questão. A TRIAGEM Após a recepção da chamada, são efectuadas várias perguntas que se destinam a avaliar o grau de emergência da situação em questão (triagem), bem como o tipo de meios de socorro a enviar para o local. Os CODU dispõem de um conjunto de equipamen-

tos na área das telecomunicações e informática que permitem coordenar e rentabilizar os meios humanos e recursos técnicos existentes. Desde motas, ambulâncias de socorro, viaturas médicas e helicópteros. “Os meios são seleccionados de forma criteriosa, de acordo com a situação clínica das vítimas, a proximidade do local da ocorrência e a acessibilidade ao local da ocorrência. Este serviço assegura o acompanhamento das equipas de socorro no terreno através de informações clínicas recebidas”, adianta Raquel Leal. É ainda possível seleccionar e preparar a recepção hospitalar dos doentes, com base em critérios clínicos, geográficos e de recursos da unidade de saúde de destino. MANTER A CALMA A actuação do INEM depende muito da colaboração

D.R.

Do outro lado do 112 está um técnico especializado de quem contacta os serviços. Quando se telefona para o 112 é essencial manter a calma e fornecer resposta a todas as

perguntas, mesmo que pareçam rotineiras. “As pessoas que ligam devem responder às questões que lhes são colo-

cadas, para que sejam detectados os casos de gravidade. A apresentação dos sinais e sintomas da vítima são absolutamente fundamentais para saber qual o envio de meios, se se trata de uma situação de risco de vida imediato ou está em causa uma função vital da vítima”. Raquel Leal refere que ao ligar para o INEM/112 , a pessoa deve informar de forma simples e clara: o tipo de situação (doença, acidente, parto, etc.), o número de telefone do qual está a ligar, a localização exacta e, sempre que possível, com indicação de pontos de referência, o número, o sexo e a idade aparente das pessoas a necessitar de socorro, as queixas principais e as alterações que observa e a existência de qualquer situação que exija outros meios para o local, por exemplo, libertação de gases, perigo de incêndio. PUB

DOMÓTICA E SEGURANÇA

Domusea, rigor e fiabilidade Quando se fala de domótica no Algarve há um nome incontornável, DomuSea, porque a gestão integrada de todos os sistemas eléctricos, electrónicos e mecânicos de um determinado espaço físico, requer saber, experiência, rigor e fiabilidade e estas são exactamente as chaves do sucesso desta empresa situada em Tavira. O segredo da DomuSea para a fidelização dos clientes está numa rigorosa avaliação do risco existente em cada situação em que actua e na planificação da melhor solução integrada para cada caso, afinal para Henrique Lopes, CEO da empresa, “a nossa principal preocupação é cumprirmos a máxima de que cada cliente é um caso único e específico”. Planificar as soluções de acordo com a recolha de dados exactos relativamente às necessidades, riscos inerentes e circunstâncias envolventes em cada projecto é um trabalho que a DomuSea reserva à sua equipa técnica, constituída

D.R.

Henrique Lopes, CEO da DomuSea por profissionais de referência na área e capaz de garantir a produção de soluções integradas em que os resultados apostam sempre na produção de um produto chave-na-mão para o cliente e na optimização da relação custo/benefício. Quer se trate de uma solução na área da domótica, quer se trate de um projecto respeitante a segurança passiva e activa, videovigilância, detecção de incêndios e gases, ou detecção de intrusão, a resposta da DomuSea dispõe de equipamento, planificação e pessoal de instalação e assistência, que garantem ao cliente um acom-

panhamento personalizado. Na área da domótica a aposta da empresa algarvia vai para um produto totalmente criado em Portugal e que garante os mais elevados padrões de resposta ao nível da gestão integrada do espaço físico destinado a ser gerido pelo equipamento. Esta plataforma permite gerir alarmes, videovigilância e detecção de intrusos, climatização, controlo de consumos de água, luz e gás, e detecção de incêndios e gases, para além da gestão de operacionalidade dos equipamentos (por exemplo estores, janelas

e maquinaria) quer presencial, quer remotamente e de forma integrada através de um interface amigável para o utilizador. Toda a sua casa, empresa, estabelecimento comercial ou industrial à distância de um clique. Mas se a necessidade de um cliente se restringe a um equipamento de segurança contra roubo, intrusão, incêndio, ou videovigilância, a DomuSea continua a representar a escolha mais acertada, garantindo na instalação um trabalho que assegura fiabilidade, pelo recurso a equipamentos largamente testados e com provas dadas no mercado, e assistência através de pessoal qualificado, capaz de garantir a resolução de qualquer questão no mais curto espaço de tempo e sempre com a garantia de elevados padrões de qualidade. Uma solução para cada caso, a melhor solução para si. Eis o que a DomuSea cumpre junto de cada cliente, numa actuação que a cada projecto, marca a diferença.


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