POSTAL 1299 13JAN2023

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Em destaque ANO EM REVISTA

Município de VRSA paga todas as dívidas comerciais aos fornecedores

A Câmara de Vila Real de Santo António pagou no ano passado todas as dívidas comerciais e ainda amortizou 6,7 milhões de dívidas financeiras P3

CANCRO "Não há vantagens" em tratar doentes em Sevilha O porta-voz da Associação Oncológica do Algarve diz que “não há vantagens técnicas ou outras” que justifiquem a deslocação de doentes oncológicos do Algarve para efetuarem tratamentos de radiocirurgia em Sevilha, Espanha. P7

Messinagro e Água Monchique eleitas PME Líder de 2022

A iniciativa é do IAPMEI, em parceria com o Turismo de Portugal, a Banca e as Sociedades de Garantia Mútua, e premeia as PME com desempenhos superiores. P5

Team Motoclube de Loulé Concelho faz tripla aposta em pilotos jovens “Uma tripla aposta em pilotos jovens e que tornará ainda mais visível as cores de Loulé e do Algarve em solo português e espanhol”, destaca o clube louletano P8

Luís Coelho com André Gomes na República 14 Fado e o jazz têm encontro marcado no dia 21 de janeiro, na Associação Cultural Re-Criativa República 14, em Olhão. P6

Durante o ano de 2022, o POSTAL ONLINE publicou cerca de 40 artigos diariamente, um total superior a 15 mil,

entre notícias e crónicas de opinião. Aqui reproduzimos as mais lidas pelos nossos leitores, bem como títulos

de outras tantas, e que interessaram, cada uma delas, entre os 50.000 e os 100.000 leitores P12 a 14

QUEIROZ Portugal hoje, a vontade e sabedoria de existir? CS23

LUÍS
CS22 e 23 Percepções… e realidades ➡ Via do Infante: do buzinão à buzinadela ➡ De Lagos, um exemplo Por Mendes Bota P15 ANÁLISE e Perspectivas Turísticas A Economia do Turismo “A economia por si só é uma grande fonte de receitas” – Séneca ➡ Por Elidérico Viegas P15 E ainda a Opinião 2023 mais promessas adiadas? ➡ Por Luís Gomes P2 ➡ Por Luís Graça P2
DE MENEZES Fábrica Júdice Fialho de S. José em Portimão
As histórias
em 2022 TRIBUNA PARLAMENTAR A valorização do trabalho e o aumento dos salários como reforma estrutural de Portugal e do Algarve GESTÃO DOCUMENTAL PARA EMPRESAS www.hpz.pt Interdita venda na distribuição quinzenal com o jornal 13 de janeiro de 2023 1299 • €1,5 Diretor: Henrique Dias Freire Quinzenário à sexta-feira postaldoalgarve 144.520 www.postal.pt
Ainda
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Velhos Lobos, publicado pela Casa das Letras, é o mais recente romance de Carlos Campaniço A Última Lua de Homem Grande, de Mário Lúcio Sousa CS20 e 21 PAULO LARCHER O ALGARVE DE COSTA-A-COSTA: Presépios e Tradições CS18 e 19
JORGE
Está prestes a ser aprovada na Comissão Europeia uma lei que autorizará qualquer sal a ser biológico! Salinas Tradicionais em Risco! Atravessam a fronteira para irem comprar bens essenciais P3 ➡ Por Susana Travassos P5

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Tiragem desta edição 9.031 exemplares

TRIBUNA PARLAMENTAR Luís Graça

A valorização do trabalho e o aumento dos salários como reforma estrutural de Portugal e do Algarve

No primeiro dia do ano o Salário Mínimo Nacional passou para 760 euros. A subida de 55 euros, face ao ano anterior, traduz o maior aumento em termos absolutos do salário mínimo nacional. Quando em 2026 tivermos chegado ao final desta legislatura o Salário Mínimo Nacional será de pelo menos 900 euros mensais.

A valorização do trabalho e o progressivo aumento da remuneração salarial dos portugueses, não só do salário mínimo, mas também da remuneração média, que aumentou cerca de 20%, é porventura a mais importante reforma do Estado.

to plurianual dos salários até 2026 representa não só o fim do discurso miserabilista dos salários baixos como institucionaliza um modelo de desenvolvimento económico assente na inovação e na justa remuneração do fator trabalho.

No Algarve, apesar da crise financeira, da crise sanitária e agora da injusta e injustificável guerra na Ucrânia, os últimos anos têm demonstrado a capacidade económica da indústria do turismo e a competitividade da nossa região enquanto destino. Os balanços mostram uma significativa evolução dos resultados das empresas, com 2022 a superar 2019, que já tinha sido considerado

PARLAMENTAR Luís Gomes

2023 mais promessas adiadas?

Recuemos por um momento a 2015. O Salário Mínimo Nacional era de 505 euros e os partidos de Direita diziam que o aumento dos salários mais baixos iria provocar a desgraça, a falência das empresas portuguesas e a fuga para outros países dos investidores estrangeiros. Vinha aí o Diabo! Ora, o que se sabe é que entre 2016 e 2022 Portugal cresceu sempre acima da média Europeia, o investimento estrangeiro na economia nacional bateu recordes consecutivos, foram criados milhares de novos empregos com a redução do desemprego para níveis historicamente baixos e as exportações passaram a valer 50% do Produto Interno Bruto, uma meta que era considerada pela generalidade dos economistas como alfa e ómega da competitividade e sustentabilidade da nossa economia.

O acordo de rendimentos alcançado no final de 2022 entre o Governo e as associações patronais para o aumen-

o melhor ano turístico de sempre em termos de lucros. Nos primeiros dez meses de 2022 os proveitos do sector do turismo cresceram 15%, sendo que o aumento da massa salarial fixado em sede de concertação social para 2023 foi de 5,1%.

É, por isso, muito importante que a melhoria dos resultados económicos das empresas de hotelaria e turismo contribuam também para a valorização do rendimento dos seus trabalhadores.

Também aqui precisamos de abandonar os preconceitos da inevitabilidade de um modelo de baixos salários e precariedade.

A qualificação e a diferenciação da nossa oferta turística tem que ser acompanhada da valorização do trabalho e do aumento dos salários. Tal como no país, temos que assumir um pacto por um modelo económico regional de remunerações justas. luis.graca@ps.parlamento.pt

Estamos a entrar num novo ano, no ano de 2023. Temos diversos assuntos em aberto para a nossa região. A construção do Hospital Central do Algarve a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no distrito de Faro e a revisão do plano regional de ordenamento do território do Algarve (PROTAL) são as questões fundamentais que estão em cima da mesa. Na prática é dizer que precisamos de, por um lado, de mais e melhores cuidados de saúde, depois, precisamos que o PRR e o PROTAL possam, de algum modo, revitalizar e tornar mais resiliente a nossa economia. O Algarve precisa de diversificar a sua base económica, temos uma excessiva concentração da atividade económica no setor do turismo, mais de 60%, que expõe a região a qualquer crise nesse setor. Depois porque precisamos de atrair empresas de referência, na área da inovação tecnológica, de indústrias exportadoras, empresas que por um lado marquem a região no contexto económico e empresarial, mas também, tenham a capacidade de fixar mão-de-obra qualificada na região. Os jovens recém-licenciados e aqueles algarvios que vão para fora estudar, têm

apostar na eficiência energética e hídrica, e fundamentalmente no apoio a projetos inovadores com efeitos multiplicadores na economia. Depois, uma questão que sistematicamente tem sido adiada: saber o que fazer com a serra algarvia. Estamos a falar de uma área que representa mais de 60% da superfície do Algarve. Estamos a falar de um território onde estão sediadas as nossas reservas hídricas, onde podem ser implementados projetos de produção de energia para a região e que encerra um vastíssimo património cultural. Algumas áreas deste território podem oferecer soluções de habitação interessantes e podem alojar projetos florestais importantes e alguns segmentos agroindustriais que se podem promover. Há, no entanto, uma questão de fundo que está por resolver e não vemos, ainda, qualquer iniciativa para a solucionar: a digitalização do interior do Algarve. Sem uma rede de comunicações digitais é impossível realizar qualquer projeto que tenha em vista a dinamização da economia do interior do Algarve. Por fim, nenhuma destas intenções pode ser realizável sem a revisão do PROTAL. É uma profunda irresponsabilidade não se ter ainda revisto este instrumento. Quem está por

dificuldades em regressar porque a região não tem uma estrutura empresarial suficientemente atrativa para fixar estes jovens e lhes dar um futuro promissor. Por outro lado, o PRR, tal como foi indicado pelo plano estratégico realizado pela AMAL, constitui, talvez, o último instrumento nas próximas décadas para se concretizarem investimentos estratégicos na região. Falamos de investimentos relacionados com parques tecnológicos, para

dentro deste tema, sabe que a maioria dos objetivos do PROTAL, publicado em 2007, foram alcançados. Não obstante ter sido publicado em 2007, os estudos datam de 2004. Isto significa que o grande instrumento estratégico do Algarve já data de há quase 20 anos. A questão que se coloca é a de saber o que andam determinados responsáveis

2 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 13 de janeiro de 2023
DESIGN Bruno Ferreira
OPINIÃO
políticos a fazer!
lfgomes@psd.parlamento.pt
TRIBUNA
PUB.
Deputado do PSD pelo Algarve | OPINIÃO Deputado do PS pelo Algarve | OPINIÃO
Precisamos de abandonar os preconceitos da inevitabilidade de um modelo de baixos salários e precariedade
O grande instrumento estratégico do Algarve já data de há quase 20 anos. A questão que se coloca é a de saber o que andam determinados responsáveis políticos a fazer!

ESPANHA ELIMINA IVA DOS

Algarvios atravessam a fronteira para ir às compras de bens essenciais

Há vários anos que os preços do gás e dos combustíveis em Espanha são bastante mais baratos do que em Portugal. Não só no Algarve, como no resto do país, quem vive perto da fronteira também já começou a aproveitar fazer compras em território espanhol, que eliminou o IVA dos bens essenciais.

O governo espanhol reduziu o IVA de produtos básicos a zero para limitar o impacto da inflação. Uma das medidas mais emblemáticas reduziu o IVA pago em bens de primeira necessidade, como pão, farinha de pão, leite, queijo, ovos, frutas, legumes, leguminosas, batatas e cereais, passando de 4% para 0% nos próximos seis meses. No caso dos azeites e massas - que registaram aumentos muito significativos desde o início da guerra na Ucrânia - a taxa deste imposto caiu de 10% para 5%.

Se já era habitual os portugueses comprarem botijas de gás e abastecer o depósito da sua viatura no país vizinho - com uma poupança que pode chegar aos 40 euros se trouxer duas garrafas de gás -, com o início deste ano, a nova diferença no cabaz alimentar é ainda vez mais notória.

No Mercadona de Ayamonte, dois colaboradores do supermercado

confirmam ao POSTAL "uma maior procura por parte de portugueses para esta altura do ano".

Esta medida do Governo espanhol é considerada "uma lufada de ar fresco que pode vir a dinamizar mais o comércio local, ao mesmo tempo que ajuda as famílias".

Por cá, os portugueses concordam

que a mesma medida de eliminação do IVA devia ser adotada em Portugal.

A “inação nacional”

Em outubro, a Ordem dos Nutricionistas propôs ao parlamento português a isenção do IVA em ali-

mentos considerados de primeira necessidade e lamentou agora a “inação nacional”.

“Espanha soube desencadear uma medida excecional, num momento excecional. Portugal não o quis fazer. Esta é uma medida que deveria ter sido considerada no Orçamento do Estado para 2023 para auxiliar as

famílias portuguesas a enfrentar os próximos tempos que, com a junção de inflação e crise energética, não serão fáceis”, afirmou a bastonária dos nutricionistas, Alexandra Bento.

Os produtos em causa são os considerados essenciais para uma alimentação saudável, segundo a “roda dos alimentos”, nomeadamente pão, arroz, massa, produtos hortícolas, fruta, leite, iogurte, queijo, carne, peixe, ovos, leguminosas secas, leguminosas frescas, manteiga e azeite.

“O que conseguimos perceber é que, com o IVA atual, uma família típica com este cabaz alimentar essencial (…) gastaria à volta de 126 euros por semana, o que quer dizer que por mês seriam cerca de 545 euros e por ano 6.594 euros”, disse Alexandra Bento à agência Lusa.

Com a isenção do IVA, esta família teria uma redução semanal no cabaz alimentar de sete euros, uma redução mensal de 31 euros e uma redução anual de 374 euros.

Segundo a Ordem, o impacto anual deste cabaz no orçamento líquido numa família com duas pessoas a receber o Rendimento Mínimo Garantido é de 38%, podendo ser reduzido em 3%, caso o IVA deixasse de ser cobrado.

A Câmara de Vila Real de Santo António pagou no ano passado 2,4 milhões de euros para saldar dívidas comerciais e amortizou 6,7 milhões de dívidas financeiras, num montante global de 9,2 milhões, garantiu o município

As operações efetuadas permitiram “regularizar mais de nove milhões [de euros] de dívida”, fazer a “maior amortização” desde 2015 e pôr “em dia toda a conta corrente com fornecedores”, destacou a autarquia em comunicado. O município, que tem estado nos últimos anos entre os mais endividados do país, “amortizou 9.228.017 euros

de dívida no final do ano de 2022, contribuindo, desta forma, para a redução do passivo e para o saneamento das contas da autarquia”, lê-se na nota. No que respeita à regularização da dívida comercial, que envolveu uma verba de 2.440.108 euros “desde 2016 a 2021”, período ainda sob gestão do PSD, que liderou a autarquia durante 16 anos, até 2021, inclui “todas as obrigações comerciais de 2022”, já com gestão do PS, assinalou a Câmara.

A mesma fonte frisou que 900.000 euros do montante total regularizado a fornecedores - inscritos em dívida comercial do Programa de Ajustamento Municipal -,

“foi pago apenas com os recursos decorrentes da atividade municipal, não se tendo recorrido ao Programa de Ajustamento” Municipal (PAM). “No que concerne à dívida financeira, foi amortizado um total de 6.787.909 euros, antecipando-se, desta forma, o pagamento de empréstimos bancários”, contabilizou ainda a autarquia, sublinhando que esta operação foi “negociada com as entidades bancárias” e não representou quaisquer penalizações pela antecipação do valor amortizado. O município destacou também que a amortização de empréstimos feita em 2022 englobou um “montante superior aos exer-

cícios de 2020 e 2021 juntos (6.672.755 euros)”. “Trata-se da maior amortização efetuada desde 2015, sem com isso ter sido utilizada qualquer receita extraordinária do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), do Programa de Ajustamento Municipal (PAM), ou mesmo da concessão do contrato com as Águas de VRSA, o que comprova os bons resultados da governação deste executivo”, considerou o presidente da Câmara, Álvaro Araújo (PS), citado no comunicado. O município algarvio esclareceu que, nos anos de 2018 e 2019, a autarquia recebeu “duas ‘tranches’ de quatro milhões de euros”, num total

de oito milhões, da empresa Águas de Vila Real de Santo António, que ficou com a concessão do saneamento e do abastecimento de água no concelho.

A autarquia frisou que, na atualidade, o valor mensal recebido da Águas de Vila Real de Santo António é de “cerca de 800 euros, conforme as cláusulas do contrato celebrado em abril de 2018”.

Álvaro Araújo, cuja vitória nas últimas eleições autárquicas pôs termo a quatro mandatos de maioria do PSD, comparou ainda o valor regularizado no ano de 2022, já pelo executivo por si presidido, com as amortizações feitas pelo anterior executivo

em 2018 (4.511.898 de euros) e 2019 (4.194.493 de euros).

“O atual executivo, sem receita extraordinária de PAM, PAEL, ou mesmo os oito milhões de euros relacionados com o contrato de concessão de águas, amortizou um total de 6.787.909 euros, resultado de uma gestão financeira rigorosa e criteriosa”, enalteceu.

O autarca disse ainda que, em 2023, “as opções estratégicas” vão “manter a prioridade nas pessoas e na resolução dos problemas estruturais, restaurando a credibilidade da Câmara junto dos fornecedores, da banca e das entidades públicas, sem descurar o indispensável saneamento das contas municipais”.

REGIÃO 3 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 13 de janeiro de 2023
Município garante que pagou todas as dívidas comerciais aos fornecedores
FOTO D.R.

breves

Tartaruga-de-esporas-africana detida ilegalmente em cativeiro

O Núcleo de Proteção Ambiental da GNR detetou uma tartaruga-de-esporas-africana detida ilegalmente em cativeiro numa residência em Albufeira. “Na sequência de uma denúncia a dar conta da existência de uma tartaruga no interior de uma residência, os elementos do NPA deslocaram-se para o local onde constataram que se tratava de uma tartaruga-de-esporas-africana”, lê-se num comunicado do comando territorial de Faro da GNR. Segundo a mesma fonte, no decorrer das diligências policiais foi possível apurar a identidade do detentor da tartaruga, tendo sido elaborado um auto por detenção de espécies exóticas em cativeiro sem autorização ou registo. Os factos foram comunicados ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Jovem detido com 288 doses de droga em Vilamoura

O Comando Territorial de Faro da GNR, através do Posto Territorial de Vilamoura, deteve este domingo em flagrante um homem de 22 anos por tráfico de estupefacientes, em Vilamoura. Durante uma ação de fiscalização rodoviária, os militares abordaram uma viatura, tendo o indivíduo revelado “um comportamento suspeito”. “Ao verificarem que o homem mantinha algum nervosismo e sendo visível no interior do veículo um saco que continha produto estupefaciente, foi realizada uma busca sumária à viatura e uma revista pessoal de segurança”, explica a GNR em comunicado. No decurso das diligências policiais realizou-se ainda uma busca domiciliária, que resultou na apreensão de 252 doses de haxixe, 36 doses de MDMA, 260 euros em numerário, uma faca vulgarmente denominada por faca tipo “borboleta” e uma balança de precisão.

Jovens intoxicados com erva venenosa em Espanha dirigiram-se de barco a Alcoutim para pedir socorro

Três jovens estrangeiros ingeriram uma erva venenosa num monte em Espanha, próximo do Guadiana, sentiram-se mal e foram levados para o Hospital de Faro, na tarde desta segunda-feira. “As vítimas dirigiram-se de barco para Alcoutim para procurar socorro”, avançou o Correio da Manhã. “Ao início pensava tratar-se de uma intoxicação simples, no entanto o estado de saúde dos jovens começou a piorar enquanto estavam a ser assistidos pelos bombeiros locais”, revela a mesma fonte. Duas vítimas foram levadas para o Hospital de Faro e outra, uma jovem, foi transportada de helicóptero para a mesma unidade de saúde.

Continua desaparecido o idoso de 92 anos em Vila Nova de Cacela

Até ao fecho desta edição, um idoso de 92 anos continuava desaparecido, desde as 13:00 deste domingo, em Vila Nova de Cacela, no concelho de Vila Real de Santo António. Segundo a Câmara de Vila Real de Santo António, Idalino Pereira dos Santos, popularmente conhecido como Mestre Idalino Canelas e residente no sítio do Pocinho, “foi visto pela última vez na Venda Nova”. Nas buscas estão envolvidos a GNR, Polícia Marítima e Proteção Civil. As operações estão igualmente a ser acompanhadas pelo presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Álvaro Araújo, e pelo presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova de Cacela, Luís Rodrigues. Quem tiver informações sobre o paradeiro de Idalino Canelas deve contactar a GNR através do telefone 281 530 150.

Num momento em que a economia azul ganha relevante importância, e em que as salinas tradicionais contribuem sobremaneira para a biodiversidade, e armazenamento de carbono azul, está prestes a ser aprovada na Comissão Europeia uma lei que autorizará qualquer produtor de sal, industrial ou de mina, a colocar o selo biológico no seu produto, mesmo não respeitando técnicas de produção do regulamento biológico definidos pela UE 2018/848. Como poderá então o consumidor saber se o sal que está a consumir respeita realmente os princípios que regiam a produção biológica? Podemos nós consumidores acreditar no selo de biológico dos dias de hoje?

Note-se que o regulamento do Conselho (UE) 2018/848 do Parlamento Europeu de 30 de maio de 2018 define: “A produção biológica é um sistema global de gestão agrícola e produção alimentar que combina as melhores práticas ambientais, um elevado nível de biodiversidade, a preservação dos recursos naturais, a aplicação de altos padrões de bem-estar animal e um mé-

todo de produção de acordo com a preferência de certos consumidores por produtos produzidos usando substâncias e processos naturais”. Como podemos permitir, now momento de crise climática que atravessa o mundo, que estas leis sejam ignoradas, flexibilizadas? Em nome de quem? A favor de que interesses? Como podemos permitir que perante uma crise que se anuncia serão mais uma vez os pequenos produtores a fecharem as portas.

O sal industrial usa maquinaria pesada e energia fóssil para a extração, o sal é higienizado e branqueado artificialmente não preservando os mais de 80 oligoelementos presentes na água do mar e benéficos à saúde humana.

O sal de mina usa a técnica de “moagem contínua” que necessita de energias não renováveis. É sabido que os sistemas de perfuração e extração de corte criam cavidades e destroem áreas subterrâneas. Técnicas que não são compatíveis com os princípios gerais do regulamento europeu (artigo 5º a): “respeitar os sistemas e ciclos naturais e manter e melhorar as condições do solo (…)”

O que acontecerá ao atribuir-se o rótulo de biológico ao sal marinho tradicional, industrial e sal de mina?

A vantagem competitiva que será dada ao sal industrial e de mina acabará por extinguir o pequeno produtor de sal marinho tradicional. É óbvio que um tipo de produção sazonal, como é o caso do sal tradicional, que respeita os ritmos e características climatéricas e que não usa maquinaria pesada e processos de secagem artificial e higienização, não consegue produzir a mesma quantidade, com a mesma rapidez e consequentemente não consegue praticar os mesmos preços. Se ambos têm um rótulo de biológico mas um deles consegue ser mais barato, não será possível para o pequeno produtor sobreviver. Portanto, para além de estarmos a enganar o consumidor que estará a comprar um produto “biológico” que vai contra o regulamento biológico definido pela UE 2018/848 (ou seja não biológico) estaremos a comprometer a continuidade do sal marinho tradicional no mercado.

Perdermos o sal marinho tradicional, representa perder uma técnica centenária, uma tradição. Ao dizermos adeus aos guardiões destas zonas húmidas, haverá uma

redução do capital biológico e diminuição da fixação de carbono cada vez mais necessário para a sobrevivência do homem no planeta.

Apesar de contactados: Agrobio, CPADA – Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente, SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves), DECO (Defesa do Consumidor), não houve nenhuma resposta e nenhuma pronunciação sobre este assunto.

É triste que um conjunto de pequenos produtores de sal marinho tradicional tenham sido obrigados a unir esforços com o sal industrial para conseguirem ter alguma voz perante a Comissão Europeia, unindo-se àqueles que ajudarão à sua própria extinção.

É por isso importante desenvolver uma campanha de sensibilização que possa distinguir os diferentes modos de produção e o seu impacto, de forma a preservar cada vez mais o nosso capital ecológico e cultural. É importante exigirmos leis justas e coerentes que defendam cada vez mais os interesses do planeta e que permitam uma convivência leal entre os diferentes agentes de mercado. É importante sensibilizar os políticos para que defendam os pequenos produtores, e os interesses de todos os portugueses.

4 POSTAL 13 de janeiro de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO
REGIÃO
FOTO D.R.
Está prestes a ser aprovada na Comissão Europeia uma lei que autorizará qualquer sal a ser biológico! Salinas Tradicionais em Risco!
Opinião de SUSANA TRAVASSOS (Psicanalista e cantora)

Messinagro e Água Monchique eleitas PME Líder de 2022

AMessinagro – Produtos e Assistência à Agricultura, Jardinagem e Petfoods recebeu o estatuto de PME Líder 2022, atribuído pelo IAPMEI, na sequência da qualidade de desempenho e perfil de risco.

A Messinagro é uma empresa inovadora que presta uma série de produtos e serviços que abrangem a Agricultura, Espaços Verdes, Nutrição Animal e Higiene Animal e Doméstica.

A empresa foi criada em 15 de julho de 1998, atualmente tem três lojas situadas em Faro, São Bartolomeu de Messines e Tavira. “Além destes três pontos de vendas, e de forma a abranger todo Algarve e Baixo-Alentejo, a nossa organização conta com a colaboração de seis técnico-comerciais ao dispor dos nossos clientes, com o objetivo de dar uma resposta rápida e eficiente às suas necessidades”, pode ler-se no site da Messinagro. “Grande parte da nossa força de vendas e competitividade no mercado advém da confiança que há largos anos os nossos fornecedores depositam em nós”, destaca. Também a Sociedade da Água de Mon-

chique conquistou o diploma de PME Líder de 2022 atribuído pelo IAPMEI.

“O posicionamento estratégico com foco na inovação, sustentabilidade ambiental e digitalização mostrou ser uma aposta ganha”, afirma a Sociedade da Água de Monchique em comunicado.

“É uma satisfação poder reconhecer publicamente o sucesso da vossa estratégia empresarial e a importância do vosso contributo para a economia nacional”, refere Francisco Sá, Presidente do Conselho Diretivo do IAPMEI, felicitando a Água Monchique pelo prémio. A atribuição foi feita na sequência da “qualidade do desempenho e perfil de risco”, pode ler-se na carta enviada pelo IAPMEI.

Vitor Hugo Gonçalves, CEO da Sociedade da Água de Monchique, agradece a todos os colaboradores da empresa por fazerem deste prémio uma realidade.

“Recebemos formalmente a nossa distinção como PME Líder 2022 que resulta dos bons resultados apresentados, da nossa solidez e dos equilibrados rácios que atestam uma gestão rigorosa e cuidada dos recursos da empresa. Trata-se de uma distinção importante no panora-

ma nacional e que é da responsabilidade de cada um de nós que, nas suas tarefas diárias, com o rigor e o compromisso que tem para com a empresa, acrescenta valor à empresa. Muito obrigado a todos!”, afirma o CEO da Sociedade da Água de Monchique.

2022 foi um ano de múltiplas conquistas para a Água Monchique. A empresa venceu o prémio “Produto do Ano 2022 – Inovação Premiada pelos Consumidores” pelo segundo ano consecutivo, com o EcoPack 10L e a Eco Sport Monchique 100% valorizados pela “sustentabilidade, inovação, facilidade de manuseamento e de transporte”. No reputado concurso internacional Internacional Monde Selection de La Qualité 2022 foram atribuídos um “Grande Ouro” e dois “Ouro” a três inovações da família Monchique – a Eco Sport Monchique 100% (Grande Ouro), o EcoPack 10L (Ouro) e a Vidro 75CL (Ouro). Pelo International Taste Test, referência mundial na avaliação e promoção de alimentos e bebidas de sabor superior, foram dadas à Monchique Vidro 75CL três estrelas douradas na categoria “Superior Taste Award”.

Em destaque

A Malo Clinic foi distinguida com o Prémio Cinco Estrelas 2023, destacando-se como a melhor clínica dentária em Portugal e com instalações em Faro, alcançando uma satisfação global de 79,10%.

“A Malo Clinic alcançou uma pontuação de 7,05 ao nível da inovação, sendo a única clínica em Portugal a ultrapassar a barreira dos sete pontos”, lê-se num comunicado enviado à comunicação social.

“Segundo o estudo, os clientes da Malo Clinic são os mais satisfeitos, com uma pontuação global de experimentação de 8,33 pontos, sendo de destacar os níveis alcançados nos resultados dos tratamentos (8,64), no atendimento, no ambiente geral das clínicas e na confiança no médico”, acrescenta a mesma nota.

REGIÃO 5 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 13 de janeiro de 2023
Malo Clinic distinguida com o Prémio Cinco Estrelas na categoria de clínicas dentárias PUB. O fundador Paulo Maló FOTO ANTÓNIO PEDRO FERREIRA | D.R.

Luís Coelho na guitarra portuguesa com André Gomes ao piano na República 14 em Olhão breves

Piscinas municipais de Faro reabertas ao público

Ofado e o jazz têm encontro marcado às 19:00 e às 21:30, no dia 21 de janeiro, na Associação Cultural Re-Criativa República 14, em Olhão.

O fado da guitarra portuguesa viaja num concerto até à fronteira com o jazz, em diálogo com o piano. O programa é de música instrumental original e assenta no álbum “Contos de Cordas”, lançado em 2021 pelo compositor e guitarrista Luís Coelho numa edição da label Museu do Fado.

A 21 de janeiro, Luís Coelho e André Gomes apresentam também novas músicas e adaptações nas quais é notória a influência do jazz, ainda que a sonoridade mantenha a matriz de identidade portuguesa que potencia a intemporalidade das criações.

excelência, palco e público da guitarra portuguesa.

As Piscinas Municipais de Faro reabriram esta segunda-feira ao público depois de terem sido encerradas no final de novembro na sequência de um incêndio que deflagrou na zona do ‘jacuzzi’. Segundo uma nota publicada na página de Internet da Câmara de Faro, recomeça, assim, a utilização livre das piscinas, a hidroginástica, ‘aquajogging’, hidroterapia, assim como as atividades de adaptação ao meio aquático e natação. O incêndio registado em novembro nas instalações danificou algumas tubagens, obrigando ao encerramento daquele equipamento por cerca de um mês e meio.

Teatro Mascarenhas Gregório recebe “Algo de Macbeth”

O Teatro Mascarenhas Gregório, em Silves, recebe em 21 de janeiro o espetáculo de entrada livre “Algo de Macbeth”, uma versão contemporânea da peça “A Tragédia de Macbeth”, de William Shakespeare. O espetáculo, criado pela companhia Janela Aberta Teatro (JAT), é interpretado por dois atores “que dão vida a excêntricos personagens, grotescos e bufonescos, através de uma forte linguagem física, num cenário minimalista”, refere a autarquia. “Uma visão sobre o lado obscuro da política atual e do poder, uma história frenética e romântica, onde o ser humano é capaz de ir até às últimas consequências motivado pelo medo e a ambição”, conclui. O espetáculo é para maiores de 12 anos e tem a duração de 80 minutos, sendo de entrada livre.

DOIS MINUTOS PARA OS DIREITOS HUMANOS

Especial – 2022 EM DIREITOS HUMANOS

1. LIBERDADE DE EXPRESSÃO NOVA REVISTA HUMANISTA

Em 2022, continuaram as restrições à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa em várias partes do mundo. No entanto, a sua importância e necessidade são mais relevantes do que nunca. Em Portugal, lançámos a nova Humanista, uma revista com os direitos humanos no seu centro, com garantia de informação credível, com a coragem de dizer, mostrar, problematizar e propor as soluções e o que tem de ser feito para mudar o mundo. Pode encontrar num quiosque ou banca perto de si.

2. DIREITO À MANIFESTAÇÃO PACÍFICA

A nível internacional, tem-se verificado um número crescente de leis e outras medidas que restringem o direito à manifestação pacífica, que permitem o uso indevido de força, a expansão de vigilância em massa, ilegal e direcionada, e as restrições ao uso da internet e censura online. Para desafiar os ataques contra as manifestações pacíficas, apoiar as pessoas visadas e os movimentos sociais que pretendem mudanças positivas na esfera dos direitos humanos, a Amnistia Internacional lançou a campanha Protege a Liberdade.

4. AMBIENTE

2022 foi o ano em que a Assembleia Geral das Nações Unidas consagrou um ambiente limpo, saudável e sustentável como um direito humano. O ano trouxe ainda avanços tecnológicos e científicos marcantes para a tão necessária transição para formas de energia limpas. Com milhões de pessoas a deslocarem-se de modo forçado devido aos efeitos das alterações climáticas e da degradação ambiental, é mais claro do que nunca que a vida e a dignidade humana dependem de um ambiente saudável.

3. DIREITOS DAS MULHERES E RAPARIGAS

Os avanços nos direitos das mulheres foram uma realidade em 2022. Em fevereiro, a Colômbia descriminalizou o aborto durante as primeiras 24 semanas de gravidez. No mês de maio, em Espanha, a câmara baixa do Parlamento aprovou um diploma que integrava medidas importantes para combater e julgar o crime de violação. O Parlamento da Finlândia aprovou medidas semelhantes em junho, adotando reformas para a ausência de consentimento na definição de violação.

5. ABOLIÇÃO DA PENA DE MORTE

Em 2022, o mundo continuou numa senda abolicionista. A Amnistia Internacional permaneceu comprometida com a abolição da pena capital por todo o mundo, evidenciando como uma minoria de Estados optou pena de morte sobre soluções efetivas para o crime, mostrando um desrespeito cruel pelo direito à vida.

Entre os países com maior número de execuções em 2021, a Amnistia Internacional destacou a China, Egito, Bangladesh, Índia, Irão, Paquistão, Arábia Saudita e Vietname.

6 POSTAL 13 de janeiro de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO REGIÃO
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Edição FOTO D.R.

Cancro: "Não há vantagens" em tratar doentes em Sevilha

Oporta-voz da Associação Oncológica do Algarve (AOA) afirmou esta quarta-feira que “não há vantagens técnicas ou outras” que justifiquem a deslocação de doentes oncológicos do Algarve para efetuarem tratamentos de radiocirurgia em Sevilha, Espanha.

Jaime Ferreira, que falava na comissão parlamentar de Saúde, criticou a concessão dos tratamentos de radiocirurgia pelo Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) a um grupo espanhol, no âmbito de um concurso internacional, “tendo por base apenas critérios económicos”.

“Fazer concursos em que os critérios são económicos e que quando eles ficam empatados fazem uma decisão de bola ao ar, ou bola branca ou bola preta, isto não é normal”, referiu.

Na audição na comissão de Saúde, onde a Associação Oncológica do Algarve foi ouvida a pedido do PSD, Jaime Ferreira adiantou que em Faro “existem equipamentos de última geração capazes de realizar tratamentos de excelência, evitando que os doentes fossem expostos a uma

deslocação de centenas de quilómetros”.

O deputado social-democrata Rui Cristina justificou o pedido de audição da AOA no parlamento “face ao verdadeiro caos” em que se encontra o Serviço Nacional de Saúde no Algarve e “perante a indignação que gerou a deslocação a Sevilha dos doentes para tratamentos de radiocirurgia”.

“Apesar de ser possível a realização dos tratamentos no Algarve, lá têm os algarvios, já com neoplasias diagnosticadas, de irem para Sevilha a fim de receberem tratamento”, apontou.

Para o deputado algarvio “é desumano sujeitar doentes já fragilizados a um transporte de quatro horas, serem atendidos por profissionais que não falam português, num transporte sem condições mínimas em caso de mal-estar e, eventualmente, sem seguro de passageiros em caso de acidente”.

Por seu turno, o deputado socialista Jorge Botelho defendeu que “todos os tratamentos devem ser feitos no futuro em Portugal, no Algarve e num serviço de saúde público”, tal como está previsto com a implantação de um centro de radioterapia gerido

pelo Serviço Nacional de Saúde. O deputado recordou que anteriormente os tratamentos de radioterapia e radiocirurgia eram contratualizados diretamente pelo CHUA com a associação, porque “não iam ao regime dos concursos públicos” e questionou o acordo feito com uma empresa prestadora de serviços que motivou que a concessão tivesse de ser feita através de concurso público internacional. “Foi a associação que concorreu a este concurso público ou a Associação Oncológica é que se colocou diretamente sob a égide do código da contratação pública”, questionou o ex-presidente da Câmara de Tavira e da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), lembrando que há um conjunto de regulamentação que tem de ser cumprida.

"Critério é apenas económico”

Interpelado pelo deputado socialista se havia sido a associação a concorrer ou se tinha sido uma empresa e, sendo uma empresa, qual a participação da associação neste conjunto de tratamentos que têm de ser contratualizados, Jaime Ferreira admitiu que “foi a empresa Quadrantes, que per-

tence ao Grupo Joaquim Chaves que se apresentou ao concurso”.

“As instalações são propriedade da Associação Oncológica [do Algarve], depois a concessão foi concessionada a uma empresa certificada para o efeito, que paga uma renda pela exploração do edifício, na qual a associação tem uma quota de 10% do capital”, especificou.

Jaime Ferreira esclareceu que “não é a Associação Oncológica que vai ao concurso, mas sim a empresa Quadrantes que pertence ao Grupo Joaquim Chaves”, e que a associação “só está no processo em defesa dos interesses superiores das pessoas”. “Nós não temos nenhum interesse privado nisto, mas apenas nos direitos das pessoas”, reiterou. O porta-voz da associação lamentou que não se tenha equacionado fatores como o interesse do doente ou o desconforto do transporte "quando se abre um concurso em oncologia em que o critério é apenas económico”.

“Se uma boa utilização dos dinheiros públicos é mandar doentes a Sevilha para fazer este tipo de tratamentos, não concordo, até porque estamos a falar de uma poupança de algumas centenas de euros”, concluiu.

breves

Centro Hospitalar algarvio acolhe iniciativa "Caminho dos Hospitais"

O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) e a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) promovem, esta sexta-feira, a 24ª edição do "Caminho dos Hospitais", destinado a promover contacto entre conselhos de administração e melhorar a qualidade da gestão.

Com início previsto para as 09:30, a iniciativa decorre no Hospital de Faro, mas com transmissão através do canal de Youtube da APAH para o auditório da unidade hospitalar de Portimão.

O "Caminho dos Hospitais" foi criado em 2016 e procura “atenuar situações de periferia através de visitas e reuniões programáticas às instituições do SNS [Serviço Nacional de Saúde], de forma descentralizada, dando especial enfoque a questões da atualidade”.

Inaugurado núcleo interpretativo da Serra do Caldeirão

A aldeia de Parises, no concelho de São Brás de Alportel, conta com uma nova atração turística, a Casa da Serra – núcleo interpretativo da Serra do Caldeirão. Em comunicado, a autarquia classificou a Casa da Serra como um “novo polo de atratividade turística” destinado a “potenciar” os recursos do território serrano e a “conhecer a Serra de São Brás de Alportel, o seu território, a sua história de milénios, as suas gentes e tradições”.

O novo centro interpretativo vai “complementar a oferta turística da área serrana do concelho de São Brás de Alportel”, somando-se ao Parque da Serra e à original Capela de Parises, com o seu altar em cortiça”, como pontos de atração de um território marcado por “típicas fontes e poços recuperados” e por “miradouros e trilhos pedestres e de todo-o-terreno”.

Esta nova atração contou com um investimento de cerca de 70.000 euros financiado pela União Europeia, através do Plano de Ação e de Desenvolvimento de Recursos Endógenos (PADRE), do Programa Operacional CRESC Algarve 2020.

Câmara de Faro adjudica conclusão da Avenida Mário Lyster Franco

A Câmara de Faro adjudicou a conclusão das obras da A≠venida Mário Lyster Franco, que deverão estar terminadas no prazo de um ano, com um investimento que ronda os 2,1 milhões de euros, anunciou o município.

A avenida está localizada na zona da Lejana, entre a estrada da Senhora da Saúde e a Estrada Nacional 2/Avenida 25 de abril, numa das entradas da cidade. A conclusão das obras “vai garantir uma melhoria significativa das acessibilidades e fluidez nas vias de comunicação” da cidade, estando integrado no projeto municipal de ligação rodoviária exterior designado por 3.ª circular, referiu.

“Na próxima década, toda esta área será urbanizada e vamos ter aqui uma nova ‘cidade’, uma nova centralidade”, projetou Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, argumentando que a obra vai facilitar a entrada e saída da cidade.

REGIÃO 7 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 13 de janeiro de 2023
FOTO D.R.

REGIÃO

breves

Casinos Solverde

com prémios no valor de mais de 94 ME

Os Casinos do Grupo Solverde fecharam o último mês de 2022 com prémios no valor de mais de 94 milhões de euros, com os do Algarve a entregarem mais de 34 milhões. “Em dezembro, o Casino Espinho entregou mais de 47 milhões de euros, os Casinos do Algarve – Monte Gordo, Vilamoura e Praia da Rocha – concederam mais de 34 milhões de euros e o Casino Chaves atribuiu mais de 12 milhões de euros. No Bingo do Casino Espinho foram ainda atribuídos mais de 49.000 euros. A Solverde, também conhecida como Solverde Casinos & Hotéis, é um grupo português fundado em 1972 por Manuel de Oliveira Violas.

Aprovada candidatura para criação de dois condomínios de aldeia

O Fundo Ambiental aprovou uma candidatura para a criação de dois condomínios de aldeia em Aljezur, ao abrigo do programa com o mesmo nome, que visa apoiar aldeias localizadas em territórios de floresta. A candidatura engloba os aglomerados populacionais de Vales e Vale da Telha, num investimento total superior a 90 mil euros. O projeto vai permitir a realização de “desmatação, sementeiras, controle de espécies invasoras e intervenção seletiva em espaços ripícolas numa área de cerca de 85 hectares”, assim como a revitalização de atividades agrícolas e silvopastoris e a capacitação da comunidade para coexistir com o fogo, lê-se na nota. “Os objetivos deste projeto, com financiamento aprovado, são a redução a curto prazo da perigosidade de incêndio e a sua manutenção a médio prazo, o incremento das atividades agroflorestais sustentáveis e a criação de dois condomínios de aldeia que garantam a continuidade em termos económicos, ambientais e sociais do projeto”, conclui.

Preço das casas aumenta 9,7% em 2022 – plataforma Alfredo

O preço dos imóveis residenciais transacionados em Portugal aumentou 9,7% no ano passado, face ao anterior, para um valor médio de 2.066 euros por metro quadrado, segundo dados da plataforma Alfredo, 'startup' fundada em 2019 por quatro engenheiros. Esta subida de 9,7% dos preços foi acompanhada por uma diminuição da oferta, havendo em dezembro 157.593 imóveis disponíveis no mercado, menos 17,57% do que no final de 2021, valor que compara com o pico de 267.349 em maio de 2020, mês com a maior oferta. “À semelhança do que aconteceu nos anos anteriores, o ano de 2022 apresentou um forte dinamismo no que toca à valorização dos imóveis. Os preços voltaram a subir, existindo uma quebra considerável na oferta de imóveis disponíveis no mercado”, constatou um dos cofundadores da Alfredo, Gonçalo Abreu.

Importações de veículos ligeiros de passageiros aumentam 27,7

As importações de veículos ligeiros de passageiros aumentaram em Portugal 27,7% em dezembro, face ao mesmo mês de 2021, e 49,4% face a dezembro de 2019, segundo o Barómetro da Standvirtual. A falta de 'stock' nacional está relacionada com este aumento de importações, revelou o portal, adiantando que, no acumulado anual de 2022, houve um aumento de 32% e de 44,5% em relação a 2019 e 2021, respetivamente. O preço médio praticado pelos vendedores profissionais, que vinha a subir progressivamente, sobretudo desde agosto de 2021, estabilizou em cerca de 23.500 euros desde outubro a dezembro.

Team Motoclube de Loulé Concelho faz tripla aposta em pilotos jovens

OTeam Motoclube de Loulé Concelho vai reforçar a sua presença nas pistas dos campeonatos nacionais de velocidade tanto em Portugal (CNV) como em Espanha (ESBK).

Após um ano “fantástico aos comandos da Nija 400 com as cores da equipa algarvia”, Isaac Rosa irá subir ao próximo degrau do campeonato e discutirá a categoria Superstock 600 no ano que agora se iniciou, dividindo a sua época entre as pistas do CNV e ESBK, o mesmo se passando com Martim Jesus mas este integrado no pelotão das Supersport 300.

De regresso às pistas após uma época de paragem está Naama Rosa, que alinhará nas grelhas de partida das Supersport 300 mas apenas no campeonato nacional de velocidade.

“Uma tripla aposta em pilotos jovens e que tornará ainda mais visível as cores de Loulé e do Algarve em solo português e espanhol”, destaca o clube louletano.

“Chegou ao fim uma etapa muito importante de aprendizagem e desenvolvimento. Sinto que dei o meu máximo para superar os meus objetivos. Dou como terminada a minha participação na classe SSP300.

Ano novo, moto nova, objeti-

vos novos!”, afirma Isaac Rosa. “Felizmente, junto da minha equipa, conseguimos reunir condições para alinhar na classe SSTK600. Estou muito contente por dar um passo em frente. Seguimos para 2023 com novos objetivos e muitos desafios para superar!”, acrescenta o jovem piloto

Para Martim Jesus, “o ano de 2023 começou da melhor maneira, pois estou com o Team Motoclube de Loulé. Espero trazer bons resultados e ser campeão em 2023, esse é o nosso objetivo. Estou focado e com vontade de começar o CNV, vamos fazer o ESBK com o objetivo de ser sempre melhor que na cor-

rida anterior, lutar pela melhor posição possível”.

“Quero agradecer ao Team Motoclube Loulé, aos meus pais, familiares e aos meus patrocinadores pois sem eles não era possível estar onde estou”, salienta.

“Estou de volta à equipa e mais feliz que nunca, tenho trabalhado duro e pretendo evoluir muito este ano, espero conseguir alcançar todos os meus objetivos e farei de tudo para o conseguir! Ansiosa para voltar, novidades em breve”, expressa Naama Rosa

Em breve serão iniciados os testes de preparação do novo ano desportivo.

8 POSTAL 13 de janeiro de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO
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Criadores de cabra algarvia otimistas, mas tiveram que reduzir os rebanhos

Os criadores de caprinos do sotavento algarvio atravessaram um 2022

“muito complicado”, que obrigou até a reduzir efetivos nos rebanhos, mas encaram 2023 com “mais otimismo” devido às chuvas e ao aumento de preços pagos ao produtor.

Nuno Coelho, produtor de cabras de raça algarvia, disse à agência Lusa que, em 2022, a seca e a falta de água trouxeram um aumento de custos com a compra de rações para fazer face à falta de pastos e forragens e “levou muitos produtores a reduzir o rebanho”.

“No meu caso, tinha cerca de 120 animais e tive de reduzir o número de animais para cerca de metade. Agora tenho à volta de 60”, afirmou, revelando que o ano de 2022 “foi negativo” para as suas contas, tendo ficado “cerca de 35% abaixo” do rendimento obtido num ano normal.

Nuno Coelho tem a sua produção de cabras de raça algarvia localizada em Alcoutim, no nordeste algarvio, uma das zonas mais desertificadas e envelhecidas do país, e isso torna a atividade “mais complexa”, devido à falta de mão-de-obra e ausência de estruturas como matadouros, pelo que um aumento de custos ameaça a continuidade das explorações de caprinos autóctones.

Apesar de, nas últimas semanas, “os preços da rações terem baixado um pouco” e de os produtores estarem a receber mais por litro de leite (passou de cerca de 60 cêntimos para 80) e quilograma de carne (de cinco para sete euros), a elevada idade dos produtores e a falta de matadouro no Algarve dificultam a manutenção da atividade. “Os preços de ração baixaram um pouco, mas ainda há custos elevados com gasóleo ou eletricidade”, assinalou, frisando que “não se augura grande futuro para a cabra de raça algarvia”, por ter “uma produção de leite intermédia” e com “interesse

especialmente pela qualidade do leite”, já que “ao nível de produção de carne está equiparada a outra raça qualquer”.

É necessário avançar para a criação da denominação de origem

Para valorizar a cabra de raça algarvia e manter os benefícios de “um maneio extensivo”, menos rentável que o intensivo, Nuno Coelho considera necessário avançar para a criação de uma denominação de origem, mas lamentou a “falta de empenho” por parte das associações do setor e regionais em avançar nesse sentido. “Seria também importante criar um centro de abate mais no sul do país. Esteve para sair qualquer coisa com os dinheiros da ‘bazuca’ [Plano de Recuperação e Resiliência – PRR], falou-se na criação de um novo matadouro no Algarve, mas tudo ficou em águas de bacalhau”, considerou.

Segundo Nuno Coelho, o local mais próximo de Alcoutim onde abateu animais foi a cerca de 300 quilómetros de distância, em Santarém, uma vez, porque as restantes foram em Braga, Famalicão ou Guimarães, exemplificou. Outro produtor do sotavento (leste) algarvio, com cerca de 330 cabras, também disse à Lusa que a situação “agora já melhorou um bocadinho”

comparativamente com o ano anterior, porque “já há umas pastagens” depois das últimas chuvas e “as charcas que estavam todas secas” já têm água”.

Esta alteração permite que os criadores consigam “dar um bocadinho de ração e alimentar os animais no campo, mantendo a mesma produção”, apesar de “a eletricidade ter aumentado e o gasóleo estar muito mais caro”.

“A coisa não está muito boa, mas melhorou”, disse este produtor, recordando que “as pastagens e o cereal semeado, no ano passado, nem nasceram, e as coisas este ano estão diferentes”.

O aumento dos preços pagos ao produtor permitiram que um cabrito rendesse “em média mais 10 euros” do que no início de 2022 e isso ajuda a equilibrar contas, permitindo fechar o ano de 2022 “sem ganhar, mas também sem perder”.

Nuno Luís garantiu que sempre viveu deste ofício e quer manter a tradição familiar de criar cabras, iniciada pelo avô e prosseguida pelo pai, mas reconheceu que, “se for para perder dinheiro, é melhor acabar” com o negócio.

“Para chegar ao fim do ano e ter prejuízo, não vale a pena”, afirmou, reconhecendo que pensou em fechar a atividade em 2022 por ter 45 anos e possibilidade de trabalhar noutros locais, mas as melhorias registadas nas últimas

breves

Hasta pública para comercialização de pães e bolos em Portimão

A Câmara de Portimão vai colocar em hasta pública o direito de exploração de um espaço para comercialização de pães e bolos no Mercado Municipal. O município avança em comunicado que “está marcada para as 10:00 de 13 de fevereiro a hasta pública relativa à atribuição do direito de exploração de um espaço no Mercado Municipal de Portimão, localizado na avenida S. João de Deus, destinado à comercialização de produtos de panificação e frescos de pastelaria e bolos”. Os interessados podem requerer esclarecimentos adicionais ao presidente da Comissão da Hasta Pública na morada eletrónica mercadosdeportimao@cm-portimao.pt.

PSP resgata coruja do mato em jardim de Portimão

Uma coruja do mato foi resgatada na passada sexta-feira por elementos da Brigada de Proteção Ambiental da PSP num jardim de Portimão e passou para o cuidado das equipas da Direção Regional de Conservação da Natureza e das Florestas (DRCNF) do Algarve. A ave de rapina é uma coruja do mato (“Strix aluco”) e as equipas da PSP não detetaram “qualquer tipo de ferimento visível”, apesar de o animal apresentar “bastante debilidade, por motivo desconhecido”, tendo por isso sido entregue à direção regional do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

REGIÃO 9 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 13 de janeiro de 2023
semanas levam-no a olhar para o futuro próximo com “mais otimismo” e a “manter, por enquanto, a atividade”.
A lepra existe e são milhares de novos casos todos os anos no mundo. Com prevenção e tratamento pode-se erradicar a doença. A APARF apoia na sua prevenção e cura com projectos de combate à desnutrição, acesso a água potável, cuidados básicos de saúde e melhores condições de higiene. Colabore com a Associação Portuguesa Amigos de Raoul Follereau na angariação de fundos. Está a ajudar na prevenção e cura da lepra no mundo. A APARF contribui para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável IBAN: PT50 0035 0557 0002 9981 93095 Rua Cidade de Nova Lisboa, 7 Apartado 8395 - 1800-107 Lisboa Telefone: 218 520 520/1 www.aparf.pt • aparf@aparf.pt • /APARF Entidade: 21604 Referência: 800 151 800 Montante: qualquer valor 70 o Dia Mundial dos Doentes de Lepra 29 JAN 2023 Porque a lepra existe combatemos a fome, a pobreza e a falta de água potável. Participe nesta campanha Associação Portuguesa Amigos de Raoul Follereau 933 946 983 A lepra existe e são milhares de novos casos todos os anos no mundo. Com prevenção e tratamento pode-se erradicar a doença. A APARF apoia na sua prevenção e cura com projectos de combate à desnutrição, acesso a água potável, cuidados básicos de saúde e melhores condições de higiene. Colabore com a Associação Portuguesa Amigos de Raoul Follereau na angariação de fundos. Está a ajudar na prevenção e cura da lepra no mundo. PUB. FOTO D.R.

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

SANTA

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar a sua ente querida à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar a sua ente querida à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Agradecimento

Os seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

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Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo, lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

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18-12-1963 Ÿ 19-12-2022

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

HELIODORO VÁZ QUINTINO

17-02-1922 Ÿ 24-12-2022

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IDALÉCIO DE JESUS FERNANDES VALENTE 28-07-1935 Ÿ 29-12-2022

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10 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 13 de janeiro de 2023 ANÚNCIOS
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Ângela Maria Guerreiro Relvas Notária

Certificado

Certifico, para efeitos de publicação, nos termos do disposto no artigo cem número um do Código do Notariado, que em treze de dezembro de dois mil e vinte e dois, foi exarada no Cartório Notarial em Olhão, sito na Rua Miguel Torga, Bloco Norte, loja um- B a cargo da Notária Ângela Maria Guerreiro Relvas, no Livro número Cento e Noventa e Oito - A de notas para escrituras diversas, de folhas setenta e quatro a folhas setenta e seis, uma escritura de Justificação, na qual foram outorgantes:

Carlos Alberto do Carmo Palma Correia, que também usa Carlos Alberto do Carmo Palma, natural da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira e mulher, Dora Felix Simão Correia Palma, natural da freguesia de Santiago, concelho de Tavira, casados sob o regime português da comunhão de adquiridos, residentes na Rua Primeiro de Maio, número 13, Santa Catarina da Fonte do Bispo, freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, contribuintes fiscais números: 195 429 664 e 209 464 771, portadores dos cartões de cidadão números 11174908 5ZY8 válido até 03.08.2031 e 11551189 OZXO válido até 03.08.2031, emitidos peia República Portuguesa.

E pelo outorgante marido foi dito:

Que é dono e legítimo possuidor com exclusão de outrem do prédio Urbano sito na Rua Primeiro de Maio, número 13, Santa Catarina da Fonte do Bispo, freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, composto de edifício térreo, destinado a habitação, com várias divisões, arrecadação e despensa, com a área total e coberta de cento e cinquenta e quatro metros quadrados, confrontando a norte com Rua Primeiro de Maio, a sul com Eveline Martins de Brito do Rosário, a nascente com Alberto Palma e a poente com Daniel Cavaco, inscrito na respetiva matriz, em nome do primeiro outorgante marido, sob o artigo 3476, com o valor patrimonial tributário de 40.220,00€, igual ao atribuído, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira.

Que o ora justificante marido, no estado de solteiro, maior, adquiriu o supra identificado prédio, em data que não sabe precisar, do mês de dezembro de mil novecentos e noventa e um, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Manuel Estevens e mulher, Francisca da Conceição, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens e residentes em São Brás de AIporteI, atualmente falecidos.

Que desde aquela data, portanto há mais de vinte anos, o justificante marido tem estado na posse do referido prédio, em nome próprio, sem a menor oposição de quem quer que fosse desde o seu início, posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pública, pacífica e contínua, habitando a casa, suportando os encargos ou despesas com a sua manutenção, pintando, fazendo reparações, pagando as respetivas contribuições e impostos, pelo que o referido prédio foi adquirido por usucapião, não podendo provar pelos meios normais o seu direito.

Que posteriormente à aquisição, casou com a ora primeira outorgante mulher, sendo esta a única alteração ao seu estado civil.

Que desconhece o artigo antigo no qual foi implantado o atual prédio urbano.

Que desconhece os segundos ante possuidores do prédio, em virtude do decurso do tempo.

E disse a outorgante mulher:

Que presta a seu cônjuge o necessário consentimento para a plena vaIidade deste ato. Esta conforme o originaI.

Cartório Notarial em Olhão, a Cargo da Notaria Ângela Maria Guerreiro Relvas, aos treze de dezembro de dois mil e vinte e dois. Notaria, Ângela Maria Guerreiro Relvas

Conta registada sob o n°. 1648/2020

(POSTAL do ALGARVE, nº 1299, 13 de Janeiro de 2023)

REGIÃO 11 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 13 de janeiro de 2023
Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda. Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.
SILVA SANTOS
CARMO
23-02-1932 Ÿ
Ÿ
ANÚNCIOS
MARIA MADALENA
SEBASTIÃO DO
TEIXEIRA
05-01-2023 14-05-1930
31-12-2022 Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.
SANTA
SANTIAGO
SANTA
SANTIAGO
TAVIRA
SANTIAGO - TAVIRA
MARIA E SANTIAGO - TAVIRA
- TAVIRA
MARIA E
-
Contacto: 281 405 028 anabelag.postal@gmail.com

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[21 agosto, 2022]

[20 agosto, 2022]

A maior megapiscina com ondas de água salgada no país encontra-se no Algarve

[19 fevereiro, 2022]

Primeira central de dessalinização do continente vai ser no Algarve

O PROGRAMA de Aumento do Nível do Mar da Climate

Central permite ter uma ideia do que pode estar submerso em 2050, isto se as emissões de carbono continuarem ao ritmo atual e que está a ser mais rápido do que se temia.

O mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) estima que o limiar do aquecimento global (de +1,5° centígrados) em comparação com o da era pré-industrial vai ser atingido em 2030, 10 anos antes do que tinha sido projetado anteriormente, “ameaçando a humanidade com novos desastres sem precedentes”.

De acordo com ferramentas que estão disponíveis online e de forma gratuita da Climate Central, é possível ver o cenário daqui a 30 anos se nada for feito.

No Algarve, cidades como Faro, Olhão e Tavira poderão estar ameaçadas já nos próximos trinta anos.

A sul do país, a subida do nível médio do mar e a intensificação de tempestades, colocará

em risco as ilhas barreira da Ria Formosa, como o Farol, e todas as praias de Faro a Tavira. Ainda no sotavento algarvio, Monte Gordo e a margem do Rio Guadiana entre Vila Real de Santo António e Castro Marim são zonas ameaçadas O cenário é igualmente inquietante na zona costeira de Andaluzia. A cidade vizinha Ayamonte é motivo de grande preocupação, além de Punta Humbria em Huelva e uma grande mancha que atinge o Parque Nacional de Doñana, Isla Mayor e toda a área envolvente onde vai desaguar o rio Guadalquivir. Em Portugal, regiões como o Estuário do Tejo e o Estuário do Sado também poderão sofrer grandes alterações, com o caudal dos rios a apoderar-se de áreas significativas para a produção agrícola. Cidades como Aveiro e Figueira da Foz, além dos lugares emblemáticos como o Padrão dos Descobrimentos, em Belém, e as Caves do vinho do Porto, em Vila Nova de Gaia, também estarão ameaçados pela subida das águas.

Considerado um templo da diversão aquática na Europa, tem palmeiras e areia branca e fina. É um pequeno paraíso para miúdos e graúdos

ZOOMARINE. Templo da diversão aquática na Guia, em Albufeira, no Zoomarine encontra piscinas de várias dimensões, para todas as idades e preferências e equipamentos de lazer, todos relacionados com a água, para um dia de puro divertimento.

A destacar logo à partida a megapiscina de ondas – a maior com ondas de água salgada no país –, com palmeiras e areia branca e fina. Um pequeno paraíso para miúdos e graúdos. Piscinas mais “convencionais” são três: uma de grandes dimensões para nadar, outra para crianças dotada de parque de diversões e uma zona de jogos de água.

No ano passado abriu a “Ilha da Fantasia”, uma piscina com vários escorregas para os mais pequenos, que veio juntar-se à “Ilha do Tesouro”, outro playground aquático.

Para momentos de puro relaxe, o “Rio dos Cocos” permite navegar por todo o parque, num percurso de 400 metros, em cima de boias gigantes, numa viagem lenta e relaxante

que passa por cenários idílicos, onde não faltam cascatas com oito metros de altura. No local existem todas as infraestruturas de apoio necessárias a um dia bem passado.

Este texto foi adaptado do Guia da Água 25 Piscinas Imperdíveis, com produção Boa Cama Boa Mesa, oferecido em maio com o Expresso – jornal parceiro do POSTAL

O custo da obra está estimado em 45 milhões de euros, com financiamento de Bruxelas, e deverá estar operacional daqui a três anos

FOI lançado o concurso para a primeira central de dessalinização do continente e vai ser construída no Algarve.

O custo da obra está estimado em 45 milhões de euros, com financiamento de Bruxelas, e deverá estar operacional daqui a três anos, disse José Pimenta Machado.

Segundo confirmou o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente à Renascença, “o concurso já foi lançado e é uma grande central de dessalinização. Nunca antes tinha sido feito e está a ser feita” com o concurso agora lançado.

Entretanto, o Governo está a preparar uma linha de crédito à tesouraria e apoio aos custos com a eletricidade no

setor agrícola e pecuário para mitigar o impacto da seca. Estas medidas de apoio ao setor agrícola serão implementadas “assim que o novo Governo tome posse”, adiantou o ministério tutelado por Maria do Céu Antunes.

Também a Comissão Europeia está a acompanhar a situação e a avaliar “eventuais medidas de mitigação dos impactos da seca”.

Para a próxima segunda-feira, dia 21 de fevereiro, está agendado um Conselho de Ministros da Agricultura com um ponto específico relativo a este tema, a pedido de Portugal e Espanha.

Totalidade do texto disponível online em postal.pt

12 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 13 de janeiro de 2023
O cenário não é muito otimista e os alertas são quase como um ultimato: é mesmo necessária e urgente a mudança
Mapa do Algarve e Andaluzia mostra cidades que podem ficar submersas já em 2050
O rapper refere numa entrevista a Rui Unas que Hugo Ernano o sufocou oito vezes em 2009 durante uma ação policial
“Matou um miúdo cigano dentro duma carrinha”: Militar
Ferramenta de Triagem de Risco Costeiro mostra em mapa como a ameaça do degelo dos glaciares pode colocar territórios abaixo da linha da maré
FOTOS D.R.
Totalidade do texto disponível online em postal.pt

no site do POSTAL durante o ano de 2022

[3 outubro, 2022]

Corpo de Tânia Fernandes foi encontrado no rio Gilão em Tavira

[5 agosto, 2022]

[7 maio, 2022]

O CORPO de Tânia Fernandes foi encontrado em avançado estado de decomposição, esta segunda-feira de manhã, pelas autoridades no rio Gilão.

O Correio da Manhã avança que o corpo de Tânia foi retirado, pelos bombeiros e pelas equipas da Polícia Marítima.

O carro de Tânia Fernandes tinha sido encontrado com documentos, dinheiro e o telemóvel no dia seguinte ao seu desaparecimento, domingo à noite. Na altura do seu desaparecimento, na noite de sábado, dia 24 de setembro, “foi logo solicitada a localização celular” do seu telemóvel, que acabou por ser encontrado, no dia seguinte, ao lado da igreja de Cabanas de Tavira, embora o dispositivo não estivesse com ela, segundo disse uma fonte à Lusa. Nesta fase, as

autoridades descartam suspeitas de crime, mas só após a autópsia serão apuradas as causas da morte. Fonte oficiosa já confirmou às autoridades que o corpo encontrado é de Tânia Fernandes.

O corpo da mulher de 33 anos foi transportado para o Instituto Médico Legal de Faro. Segundo o Linha Aberta da SIC, Tânia Fernandes, natural de Altura, concelho de Castro Marim, padecia de doença bipolar e, tudo indicava que, por via de ter alterado a medicação, pudesse estar descompensada.

Tânia e o marido viviam em Cabanas de Tavira. Estavam casados há 4 meses e juntos há 4 anos e meio. “Ultimamente a Tânia dizia-me que os fantasmas do passado estão a voltar” disse, na altura, o marido Daniel Bagarrão à SIC.

Vídeo regista um rapaz transportando uma cadeira de esplanada que acaba por colocar sobre o tejadilho panorâmico do Tesla e duas raparigas divertidas a acompanhar o momento filmando com os seus telemóveis

UM VÍDEO no grupo de Facebook “Tesla Club Portugal” foi esta quinta-feira à noite partilhado com as imagens de um jovem a colocar uma cadeira de esplanada por cima do tejadilho de uma viatura Tesla.

As imagens do registo automático das câmaras de vídeo do automóvel estacionado numa rua junto à Ria de Cabanas de Tavira revelam, às 6:34 da manhã de quarta-feira, três jovens junto à viatura: um rapaz transportando uma cadeira que acaba por colocar sobre o tejadilho panorâmico do Tesla e duas raparigas a acompanhar o momento filmando com os seus telemóveis. Ambos com um ar de grande cumplicidade e divertidos.

A definição das imagens reveladas não permitem iden-

tificar qualquer um dos três jovens em causa.

Dos vários comentários, a maioria é de indignação, mas também há quem ponha em questão a legitimidade da divulgação das imagens, cujo proprietário do Tesla responde: “então o indivíduo POUSOU uma cadeira em cima do meu carro… Se não fosse isso, este vídeo não estava aqui. Nem perguntaria o que perguntei. E mesmo que não tivesse atingido o carro, atirar/passar cadeiras por cima do carro de outrem, aumentando a probabilidade de o danificar não é algo normal. Devemos respeitar o que não é nosso, com certeza eu não faria isto a carro de ninguém, seja um Tesla ou outro qualquer. Cumprimentos”.

O POSTAL ouviu duas instituições privadas de referência no Algarve sobre a “falta de pessoas para trabalhar” na região. Ambos são unânimes: o elevado custo dos arrendamentos urbanos é um dos problemas!

O ano de 2022 poderá vir a ser um dos melhores anos turísticos de sempre para Portugal ou mesmo o melhor para a região algarvia, mas nunca a questão da falta de mão de obra foi tão falada sobretudo na área turística: “Perdemos com a pandemia 27% de colaboradores”, adiantou recentemente Luísa Pinho, ‘senior account’ da Randstad Portugal.

sos muito interessantes nesta matéria”.

Também o parque temático mais icónico do Algarve investe em novas respostas. O Zoomarine assume-se como uma “empresa-escola” no sentido em que é um empregador com características diferenciadas, salienta Isabel Delgado ao POSTAL.

Mesmo assim, o panorama é preocupante e há quem sinta que as profissões na restauração e hotelaria já “não são percecionadas como atrativas para a maioria das pessoas”.

O RAPPER Plutónio foi alvo de uma queixa de difamação por parte de um militar da GNR, avança esta segunda-feira o jornal “Correio da Manhã”. Em causa estão declarações da voz de ‘1 de Abril’ e ‘Lisabona’ sobre uma ação policial que remonta a 2009. Numa entrevista, que já não é recente, a Rui Unas, Plutónio apontou o dedo ao militar, dizendo que este o tentou asfixiar oito vezes quando se encontrava algemado, referindo-se a ele como “o gajo que matou um miúdo cigano dentro de uma carrinha com um tiro”.

Hugo Ernano apresentou queixa na PSP de Odivelas na passada quarta-feira. O militar assume que teve de levar Plutónio para a esquadra a fim de o identificar, mas rejeita as acusações do músico.

Recorde-se que Hugo Ernano é o militar que terá sido, em agosto de 2017, alvo de alegados insultos e agressões pelo cantor Virgul, no estacionamento da discoteca Bliss, no Algarve.

O cantor Virgul, detido na madrugada do dia 16 de agosto de 2017, terá reagido mal quando se encontrava num veículo e foi abordado pela GNR. Ao que

parece, o ex-membro da banda Da Weasel era um dos passageiros de um carro, conduzido por outro homem. Carro este que fazia peões, por volta das sete da manhã, no estacionamento da discoteca Bliss, em Vilamoura, onde ambos tinham passado a noite.

O militar, que ficou conhecido por todos os portugueses após ter atingido mortalmente um menor, integrava o Grupo de Intervenção de Ordem Pública destacado para o Algarve como reforço de verão.

Hugo Ernano regressou à GNR, depois de uma suspensão de oito meses devido à

condenação pela morte a tiro de um rapaz de 13 anos. Em 2008, o militar foi condenado a quatro anos de prisão por ter morto um menor numa perseguição policial e por negligência grosseira, com pena suspensa por igual período. O militar da GNR conseguiu, na altura, pagar a indemnização que tinha, avaliada em cerca de 50 mil euros, com a ajuda das forças policias e dos restantes portugueses que se sentiram familiarizados com esta história.

Texto com Expresso, jornal parceiro do POSTAL

No Algarve, há quem não “baixe os braços” e procure novas soluções. A empresa algarvia de trabalho temporário Timing, a maior em número de trabalhadores do setor privado na região, já começou a desenvolver novas soluções tecnológicas para o problema e, segundo Ricardo Mariano, “a Timing tem vindo a dar pas-

Faltam igualmente soluções estruturais na mobilidade e sobretudo no acesso à habitação que agravam as estratégias para colocar empregadores e empregados em contacto direto. “Faltam pessoas para trabalhar nos hotéis e restaurantes”, mas ao mesmo tempo em que há muita oferta de emprego, há muitos desempregados.

Vejam-se os números recentes de oferta do IEFP de Faro no quadro aqui publicado:

13 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 13 de janeiro de 2023
Cabanas de Tavira: Tesla apanha momento em que jovem coloca cadeira em cima do tejadilho
A mulher tinha desaparecida em Cabanas de Tavira há mais de uma semana
em
Militar da GNR apresenta queixa-crime contra Plutónio [29 agosto, 2022]
“Faltam pessoas para trabalhar nos hotéis e restaurantes”, mas ao mesmo tempo em que há muita oferta de emprego, há muitos desempregados
Trabalhar no turismo perdeu glamour. No Algarve, há quem procure novas soluções
em postal.pt >>
Totalidade do texto disponível online

[28 agosto, 2022]

[12 outubro, 2022]

Traficantes

O preço da laranja baixou e os gastos aumentaram

COM a guerra afetar o escoamento para a Rússia, há agora um excesso de produção de laranjas na Europa, o que está a afetar o preço em Portugal. Em Faro, o produtor Custódio Ruivo está a oferecer as laranjas, por falta de compradores. Ainda tem esperança de vir a vender outra variedade de

laranja mais tardia, mas diz que a campanha está desde já perdida.

A oferta dura mais uma semana ou duas, até que à força de uma máquina de pressão, vão todas parar ao chão.

Com vídeo da SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL

A investigação da GNR tinha a rede sob vigilância

PELO menos oito suspeitos de tráfico de droga foram detidos esta quarta-feira de manhã em Olhão e em Loulé, na sequência de 11 buscas domiciliárias realizadas pela GNR de Faro.

As diligências permitiram desmantelar uma rede que operava no Sotavento Algarvio e apreender cocaína, haxixe e dinheiro escondidos nas casas dos suspeitos.

A investigação já tinha refe-

ANO EM REVISTA

renciado um dos principais fornecedores do tráfico de droga na Fuzeta, concelho de Olhão, e encontrou dinheiro e estupefacientes, sobretudo cocaína que fazia mover a ‘máquina de tráfico’, no interior de um “insuspeito” 3º andar de Olhão onde vivia; aqui, com a ajuda da Unidade Especial de Polícia da PSP para assegurar o perímetro. Com vídeo da SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL

[3 setembro, 2022]

Com a ajuda de um treinador português

CRISTIANO Ronaldo poderá protagonizar a “transferência mais bombástica do século” com a ajuda de Jorge Jesus, diz esta sexta-feira o site turco Ajansspor. De acordo com o portal, o treinador português estará a ajudar nas conversações para Ronaldo rumar ao Fenerbahçe.

O mercado de transferências continua aberto na Turquia e é de lá que chegam rumores sobre uma alegada transferência de Ronaldo para o clube comandado por Jorge Jesus. De acordo com portal turco, o presidente do Fenerbahçe, Ali Koc, “chegou a um acordo de princípio com Ronaldo” com a ajuda Jorge Jesus, que terá sido decisivo na conversa. Segundo a pu-

blicação, o ex-treinador do Flamengo terá convencido o craque português a sair do Manchester United para rumar à Turquia, estando ainda por afinar os últimos pormenores da transferência.

Recorde-se que o mercado de transferências europeu já fechou, mas na Turquia só encerra a 8 de setembro.

Na quinta-feira, o treinador do Manchester United tinha posto o que se achava ser um ponto final às dúvidas sobre o futuro de Ronaldo, afirmando que o craque continua a fazer parte dos planos do clube, até porque os “red devils” precisam de “jogadores de qualidade para manter a consistência”.

Com vídeo da SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL

- A morte teima em “aterrar” na rotunda do Aeroporto de Faro - Jovem morre em colisão entre táxi marítimo e embarcação particular na Ria Formosa - É obrigatório pagar gorjetas no restaurante? A DECO explica que em alguns casos, sim - Jovem morre em colisão entre táxi marítimo e embarcação particular na Ria Formosa

14 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 13 de janeiro de 2023 ASSINA o teu Jornal Nome Morada POSTAL do ALGARVE - Rua Dr. Silvestre Falcão, 13C 8800-412 Tavira AUTORIZAÇÃO DE PAGAMENTO - por débito na conta abaixo indicada, queiram proceder, até nova comunicação, aos pagamentos das subscrições que vos forem apresentadas pelo editor do jornal POSTAL DO ALGARVE. Esta assinatura renova-se automaticamente. Qualquer alteração deverá ser-nos comunicada com uma antecedência mínima de 30 dias. NOTA: Os dados recolhidos são processados automaticamente e destinam-se à gestão da sua assinatura e apresentação de novas propostas. O seu fornecimento é facultativo. Nos termos da lei é garantido ao cliente o direito de acesso aos seus dados e respectiva atualização. Caso não pretenda receber outras propostas, assinale aqui. Assine através de DINHEIRO, CHEQUE ou VALE POSTAL à ordem de POSTAL DO ALGARVE Assine através de DÉBITO DIRECTO 40€ 33€ Banco Nome do Titular ASSINATURA IDÊNTICA À CONSTANTE NA FICHA DO BANCO TITULAR DA CONTA PT50 Recebe o em primeira mão Distribuído em toda a região do Algarve com o Data Nasc. _ _ / _ _ / _ _ _ _ Cód. Pos. _ _ _ __ _ _ NIF _ _ _ _ _ _ _ _ _ Tel _ _ _ _ _ _ _ _ _ Email   >> Leia ou releia os conteúdos
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Citricultor de Faro oferece toda a produção de laranjas por falta de compradores [vídeo]
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Cristiano Ronaldo poderá protagonizar a “transferência mais bombástica do século”
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2022 Durante o ano de 2022, o POSTAL ONLINE publicou mais de 15 mil artigos, entre notícias e crónicas de opinião, uma média diária de 40. Aqui reproduzimos
-
com prazo limite para fazer partilhas de prédios rústicos: 30%
-
Vendeu o que tinha e mudou-se para explorar
bar
-
em Almancil
-
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as mais lidas pelos nossos leitores, bem como títulos de outras tantas:
Famílias
são heranças indivisas
Criptomoedas:
um
em Lagos
Cadáver encontrado
é de Sandra Andrade, a mulher desaparecida no Algarve
Complexo Industrial Júdice Fialho (1892-1981): O império conserveiro que marcou o Algarve

ANÁLISE e Perspectivas Turísticas (17) Elidérico Viegas

A Economia do Turismo

VIA DO INFANTE: DO BUZINÃO À BUZINADELA

Agrave crise mundial, associada ao elevado endividamento do País, só pode ser esbatida através do aumento competitivo das nossas actividades exportadoras, designadamente do turismo do Algarve.

E isto porque o Algarve é não só a maior região turística portuguesa como aquela que gera mais bens transaccionáveis, os que verdadeiramente contam para criar riqueza e, por essa via, combater a maior fraqueza da nossa economia – o elevado défice das contas externas.

Assim sendo, e uma vez que o sistema financeiro não consegue responder eficazmente às solicitações e necessidades empresariais, contrariando as previsões mais optimistas, importa acudir à economia real.

É nossa convicção que, só através de uma política de apoios financeiros directos às empresas e uma redução da carga fiscal, será possível libertar mais activos capazes de fazer rodar a economia, tanto mais que a actividade turística é o único sector exportador que paga IVA.

Os actuais estrangulamentos do sector hoteleiro e turístico em particular e da economia em geral, confrontados com uma redução substancial na procura durante a crise pandémica, agravada com a guerra na Ucrânia e, por essa via, num aumento exponencial dos custos de exploração e produção, bem como na diminuição das receitas e resultados económicos empresariais, não se resolvem com mais impostos. Numa altura em que se justifica, precisamente o oposto, ou seja, diminuir a carga fiscal, de forma a aumentar a capacidade competitiva das empresas, menos se compreende que o governo continue a aprovar medidas a contraciclo, destinadas a penalizar fiscalmente ainda mais a economia real. No caso específico do turismo, o Governo perdeu demasiado tempo a aceitar a crise e, sobretudo, a tomar as medidas que se impõem para a ultrapassar. O Governo chegou tarde aos problemas e, por conseguinte, às soluções.

A legislação que define os critérios de avaliação do património carece igualmente de uma revisão, de forma a fazer baixar o IMI e IMT, contribuindo para ajudar a revitalizar o Turismo Residencial e atrair Investimento Directo Estrangeiro (IDE).

Neste sentido, e tendo em vista esbater os problemas causados, quer às empresas, quer à economia nacional, face à redução dos orçamentos familiares para viagens de lazer e

ao mais que evidente aumento do custo do transporte aéreo, assim como à eliminação de rotas aéreas, situação que já se verifica, torna-se urgente proceder a uma avaliação séria e criteriosa das verbas promocionais, alocando às marcas regionais a proporção do seu peso nas procuras turísticas do País. Por outro lado, as sinergias entre o Sector Público e o Sector Privado em matéria de Promoção Turística devem ser aprofundadas, através de um reforço extraordinário das verbas disponibilizadas e de uma maior profissionalização em todas as áreas e níveis de actuação, aliando a Promoção a uma nova política de gestão aeroportuária e, muito principalmente, à criação de novas rotas aéreas consideradas estratégicas e prioritárias.

O turismo é um gigante económico, mas um anão político, traduzido na falta de capacidade reivindicativa da actividade por parte das suas estruturas associativas. Esta realidade resulta, também, do desconhecimento ao mais alto nível da governação da importância e verdadeira substância do turismo na sociedade e na economia, nomeadamente no que

se refere à capacidade do sector para gerar bens transaccionáveis.

O turismo é, cada vez mais, uma das actividades indispensáveis à condução das políticas macroeconómicas do nosso país, o que exige a definição de estratégias coerentes e potenciadoras do seu desenvolvimento, de forma a viabilizar as empresas e, por essa via, consolidar a expansão do sector turístico.

O que está em causa, é sermos capazes de encontrar soluções novas para resolver problemas novos. A grande preocupação, neste momento, reside no facto de se continuar a pretender solucionar problemas novos através de soluções velhas, consubstanciadas na intenção do governo continuar a aumentar as suas receitas, através de uma maior tributação imposta às empresas do turismo.

Os problemas não se resolvem aumentando preços e impostos e, muito menos, criando mais dificuldades às empresas. O governo deve optar por antecipar investimentos em infraestruturas e equipamentos, sempre adiados, mas que são essenciais à melhoria do posicionamento competitivo do País.

*O autor não escreve segundo o acordo ortográfico

Odia 12 de Novembro de 2004 é um marco histórico do Algarve, que assistiu à maior manifestação popular do povo algarvio deste século, em protesto contra a “anunciada intenção” do governo central de Lisboa de criar portagens na Via do Infante. Durante toda uma manhã, automóveis, camiões, bicicletas e tractores ocuparam a EN 125, desde Vila Real de Santo António e Lagos, confluindo para Albufeira. Filas de trânsito com largas dezenas de quilómetros bloquearam completamente a avenida principal da Região. De nada valeu o dispositivo montado pela Brigada de Trânsito da GNR, que se multiplicou em acções de fiscalização, distribuindo multas a rodos, numa tentativa falhada de reter a enxurrada de gente montada em veículos ligeiros ou pesados, para quem a Via do Infante se constituíra uma tábua de salvação de quem trabalha e precisa de andar na estrada. Foi uma coisa nunca vista, não se sabe se voltará a acontecer. Portagens, para quem não as pagava, significavam aumento de custos, perda de competitividade económica, aumento da sinistralidade na EN 125, tratamento igual para estradas de origem e financiamento diferentes. No dia 8 de Dezembro de 2022, conforme anunciaram vários jornais do Algarve, ter-se-á realizado uma marcha lenta de protesto contra as portagens entre a Luz de Tavira e Tavira, convocada pela autodenominada Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI). À falta de notícias sobre o sucesso do evento, será de presumir que tenha tido o mesmo impacto de iniciativas similares da mesma entidade, ou seja, nenhum. À distância de quase duas décadas, entre 2004 e 2022, há alguns pontos que marcam a diferença entre um buzinão gigantesco e uma buzinadela minúscula. Então, foi uma verdadeira aliança entre a sociedade civil algarvia de cidadãos desfiliados de qualquer obediência ou culto, as cinco maiores associações empresariais e o seu universo de empresas, empresários e funcionários e, finalmente, o poder político regional representado por autarcas de todos os municípios do Algarve e alguns deputados. Esta consonância nunca mais se repetiu. A contestação tem sido corporizada por um grupo de activistas de parca representatividade, que faz prova de vida de vez em quando. Durante o tempo da troika, entreteve-se em teatrinhos à frente da casa de férias de Passos Coelho ou às portas da Festa do Pontal, mas enquanto o governo da Geringonça durou, perdeu praticamente o pio, o que só acentuou o seu descrédito. Não vale muito a pena olhar para a questão das portagens da Via do Infante com o mesmo olhar do passado. Pela sua história, passaram até hoje sete primeiros-ministros. Uns mais, outros menos, todos têm responsabilidade na matéria. Goste-se ou não dele, só Cavaco Silva sai ileso, foi quem lançou a construção da Via do Infante e da Ponte Internacional sobre o Guadiana, limpas de franquia. Os autarcas calaram-se, os empresários

adaptaram-se, os partidos políticos disputam as ossadas da culpa solteira. E o povo paga. A 8 de Novembro de 2011, quando se activou a cobrança pelas portagens electrónicas, passavam diariamente pela Via do Infante 10.600 viaturas. Um ano depois, a quebra tinha sido de quase metade. Em 2018, o tráfego já tinha recuperado o fôlego antigo. Parece que alguém na altura terá antecipado o grito que António Costa agora celebrizou: “Habituem-se!” E habituaram-se mesmo. É a velha história do “primeiro estranha-se, depois entranha-se”…

DE LAGOS, UM EXEMPLO

Há situações em que o bem público se deve sobrepor aos interesses privados, sem que isso tenha de significar usurpação, esbulho ou autêntico roubo. Já passou o tempo da febre ideológica do PREC, em que se nacionalizou uma economia quase inteira, com as consequências nefastas que se conhecem e levaram décadas a reparar. Hoje, o primeiro passo na transição de imóveis de interesse e localização estratégica da esfera privada para a posse pública, tem de passar por um processo de negociação, sem ceder à especulação, mas não se afastando muito da referência do mercado. Porém, falhada a negociação entre proprietários e entidades públicas adquirentes, o interesse da comunidade tem de prevalecer e avançar sem expedientes dilatórios. Infelizmente, muitos autarcas perdem oportunidades

irrecuperáveis para instalar infraestruturas e serviços em zonas chave das urbes que administram, por falta de visão, e por falta de coragem. Param ao primeiro obstáculo que encontram. Desconhecem expressões como posse administrativa, declaração de utilidade pública, carácter de urgência e, finalmente, expropriação, tida erradamente como palavra maldita. O fundamento da expropriação só pode ser a função social da propriedade. Não pode significar nem abuso de poder, nem exercício discricionário da administração pública. E o “quantum” da indemnização tem de corresponder a uma compensação justa, para não provocar uma situação de desigualdade na comparação com os proprietários não expropriados. De Lagos, vem um exemplo, com a anunciada intenção de expropriar quatro imóveis em locais estratégicos, para fins de interesse social e público, depois de falhado o processo de negociação. Ampliar instalações municipais e o parque de arrendamento apoiado para 50 famílias e autoconstrução, são desígnios meritórios. Saúda-se a coragem de avançar. Espera-se que a indemnização seja equilibrada.

*O autor não escreve segundo o acordo ortográfico

15 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 13 de janeiro de 2023 PERCEPÇÕES… E REALIDADES (12)
Mendes Bota | OPINIÃO Antigo parlamentar e diplomata da União Europeia
Os autarcas calaram-se, os empresários adaptaram-se, os partidos políticos disputam as ossadas da culpa solteira. E o povo paga
“A economia por si só é uma grande fonte de receitas”– Séneca
O que está em causa, é sermos capazes de encontrar soluções novas para resolver problemas novos

ARTES VISUAIS

O que pode levar alguém a destruir obras de arte?

SAÚL NEVES DE JESUS

Professor Catedrático da Universidade do Algarve; Pós-doutorado em Artes Visuais; http://saul2017.wixsite.com/artes

Recentemente o empresário milionário de Miami (Flórida, EUA), Martin Mobarak, alegou ter queimado, numa taça de martini com combustível, a obra "Fantasmas Sinistros", da renomada pintora mexicana Frida Kahlo, avaliada em 10 milhões de dólares, como parte de um lançamento de 10 mil cópias NFT exclusivas.

Tendo surgido há poucos anos (2014), a adesão aos NFT tem aumentado de forma exponencial, pois permitem a muito mais pessoas colecionar obras de arte e permitem que um público mais jovem, ligado ao mundo digital, entre neste mercado. Um NFT serve para garantir que determinado item é original, pelo que ao comprar-se algo com NFT há a garantia de que a chave digital é única, garantindo a autenticidade do produto.

A destruição do pequeno e colorido desenho de Kahlo, pretendia promover a venda de versões digitais desta obra, considerada um tesouro nacional no México.

O empresário referiu que esperava que as pessoas pudessem entender e ver o lado positivo, pois a venda dos NFT permitiria beneficiar o Palácio de Belas Artes do México, o Museu Frida Kahlo de Coyoacán e várias instituições de caridade dedicadas ao atendimento médico para crianças.

No entanto, o Instituto Nacional de Belas Artes do México anunciou que está a abrir uma investigação sobre a destruição do desenho, pois no México a destruição deliberada de um monumento artístico constitui um crime nos termos da lei federal sobre monumentos e zonas arqueológicas, artísticas e históricas.

Mais recentemente, o Prémio EDP Novos Artistas 2022 foi atribuído a Adriana Proganó com a obra "Little Brats" (“crianças malcomportadas” ou “pestinhas”), em que as figuras fogem das pinturas e ocupam um espaço no museu. Segundo palavras da própria artista “Comecei a imaginar estas figuras que saíam e se instalavam no espaço, e acabam por fazer estas asneiras, a destruir o museu, sendo elas em si parte do museu”.

Mas a destruição efetiva de obras de arte já tem acontecido em diversas situações e por diversos motivos.

Nomeadamente, em Portugal, é conhecido o episódio da queima dos

próprios quadros pelo pintor Mário Silva, no Verão de 1988, em protesto contra a política fiscal da altura, em particular contra os impostos que teria que pagar pela venda dos quadros. Embora, afinal, apenas tenha queimado fotocópias dos seus quadros, foi notícia nos media da altura, conseguindo chamar a atenção da opinião pública para os elevados impostos existentes em Portugal. Um outro episódio muito mediatizado de destruição de uma obra de arte ocorreu em 2018, quando uma pintura de Banksy se “autodestruiu” depois de ser vendida por 1,04 milhões de libras (cerca de 1,18 milhões de euros) na leiloeira londrina Sotheby's. O próprio autor divulgou uma fotografia na sua conta do Instagram no momento em que o quadro “Girl with balloon” (“Rapariga com balão”) se desfaz em tiras ao passar por uma trituradora de papel instalada na parte inferior do quadro. Originalmente, esta imagem havia sido pintada num muro em Londres, tendo sido votada pelos britânicos em 2017 como a obra preferida no Reino Unido. Considera-se que a destruição desta obra só terá aumentado a sua cotação no mercado de arte.

Banksy é um dos artistas mais conceituados da atualidade, embora continue a permanecer no anonima-

to, produzindo mensagens visuais que abordam questões da atualidade, sobretudo de crítica política e social, com um forte viés revolucionário e de anti guerra. Uma das frases de que é autor é a seguinte: “Os maiores crimes do mundo não são cometidos por pessoas que violam as regras, mas por pessoas que seguem as regras. São as pessoas que seguem ordens que soltam bombas e massacram aldeias.”

E esta frase revela-se duma enorme atualidade sobretudo devido à Guerra na Ucrânia. Aliás, logo nos primeiros dias desta guerra foi divulgada a destruição do Museu Ivankiv, situado na região metropolitana de Kiev, tendo sido destruídas 25 obras de uma das principais artistas ucranianas, Maria Prymachenko. Entretanto, os bombardeamentos russos já destruíram, total ou parcialmente, outros locais de elevada importância cultural, como o Museu de Arte em Kharkiv, com mais de 25.000 obras de arte.

Já na segunda guerra mundial, entre 1939 e 1945, havia sido imensa a destruição de obras de arte. Ainda jovem, Hitler havia tentado ser um pintor reconhecido, mas foi rejeitado na Academia de Belas-Artes de Viena, em 1907. Trinta anos depois, já como líder da Alemanha Nazista, ordenou a maior ação contra a arte, anunciando a exposição “Arte Degenerada”, em que incluiu artistas como Picasso, Braque, Matisse, Grosz e Ernst, numa ofensiva contra pinturas, esculturas, livros, gravuras e desenhos considerados "impuros", pois não se enquadravam no ideal de beleza clássico e naturalista.

Esta situação levou à criação do “Escudo Azul”, na Convenção de Haia, em 1954, procurando a proteção de bens culturais, incluindo obras de arte, em situações de guerra, sendo considerada a sua destruição crimes de guerra.

Mas, seja em situação de guerra, seja por interesses comerciais, consideramos que é essencial preservar as obras de arte, uma das principais marcas identitárias e culturais na sociedade em que vivemos

Ficha técnica

Direção GORDA, Associação Sócio-Cultural

Editor Henrique Dias Freire Responsáveis pelas secções:

• Artes Visuais Saúl Neves de Jesus

• Café Filosófico Maria João Neves

• Império Júdice Fialho Luís de Menezes

• Letras e Literatura Paulo Serra

• Mas afinal o que é isso da cultura? Paulo Larcher

• Os Dias Claros Jorge Queiroz

e-mail redação: geralcultura.sul@gmail.com publicidade: anabelag.postal@gmail.com

online em www.postal.pt e-paper em: www.issuu.com/postaldoalgarve

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JANEIRO 2023 Ÿ n.º 170 Mensalmente com o POSTAL em conjunto com o 9.031 EXEMPLARES www.issuu.com/postaldoalgarve
e
destruição
2018 FOTOS D.R.
Obra “Rapariga com balão”, de Banksy (2003),
a sua
em
Obra “Fantasmas sinistros”, de Frida Kahlo (1944), e a sua destruição em 2022

Ainda sobre a alma

Ao longo destes anos de Café Filosófico, o tema da alma já foi visitado várias vezes. A primeira apresentando a visão cerebralista de Platão que alojava a alma no cérebro; a segunda expondo a visão cardiocentrista de Aristoteles que alojava a alma no coração; a terceira apresentando as razões do coração de Pascal e a metáfora do coração de María Zambrano. Foi com a A canção da Alma que terminámos o Café Filosófico de 2022, inspirados em duas histórias merecedoras de reflexão, apesar de fictícias. Cada um de nós se rendeu à condenação pitagórica de encontrar o número da sua alma e fazê-la soar. Experimentámos, nessa sessão, o poder psicagógico da música a que tanto se referiam os filósofos pitágóricos.

Eles acreditavam que a música e a dança eram forças que afectavam directamente a alma, não somente aquele que as praticava, mas também aquele que ouvia e observava. Os sons ressoam na alma e a alma ressoa em harmonia com eles, de tal modo que a boa música pode melhorá-la e a má corrompê-la. Defendiam também que dança tem um poder psicagógico ainda mais forte que o da música, podendo conduzir a alma a um bom ou mau ethos.

Esta relação da alma com o sentido ético é algo que me pareceu mere-

cedor de aprofundamento. Indo ao berço da nossa civilização, a que se referiam os gregos dos poemas Homéricos quando falavam de alma? É o conceito grego de arete que nos pode orientar. Normalmente esta palavra traduz-se por excelência Porém, existem conotações que apenas estão presentes no vocábulo grego: a arete é uma qualidade que torna os indivíduos que a efectivam em seres superiores, excepcionalmente bons nas suas habilidades.

Eram consideradas arete do corpo: a saúde, a força e a destreza, bem como a beleza; e como arete da alma qualidades como a bravura, a astúcia, o sentido de justiça, a prudência e a piedade. Por aqui se percebe a inseparabilidade de alma e corpo, e a consequência de se considerar o adestramento da alma tão exequível como o treino do corpo.

Porém, de acordo com a civilização grega de então, nem todos os homens possuíam arete. Esta excelência era exclusiva da classe nobre.

A arete era herdada e apenas a elite aristocrática a possuía desde nascença. No entanto, esta só poderia ser conservada se fosse conquistada através de feitos heróicos. Quer isto dizer, que um nobre possuía a arete em potência, mas esta só se actualizava se se dedicasse a aprendê-la e a actuar de acordo com ela. “O orgulho da nobreza, baseado numa longa série de progenitores ilustres, é acompanhado pelo conhecimento de que essa proeminência só se pode conservar através das virtudes pelas quais foi conquistada. (...)

A luta e a vitória são, no conceito cavalheiresco, a autêntica prova de fogo da virtude humana. Elas não

significam simplesmente a superação física do adversário, mas a comprovação da arete conquistada na rigorosa exercitação das qualidades naturais.” (Werner Jaeger, Paideia p. 28 29)

A educação grega pretendia tornar os homens em seres superiores, capazes não só de realizar acções do mais alto heroísmo, mas também, de proferir discursos convincentes e oportunos. Havia que desenvolver a mestria nas armas e nas palavras ao mais elevado grau. A heroicidade apenas era atingida se estas duas componentes estivessem presentes. A educação helénica tinha também uma forte consciência do dever e da honra. Os guerreiros respeitavam-se e aspiravam à honra sendo assim reconhecidos pela sociedade a que pertenciam. Este reconhecimento era uma condição imprescindível. Não existiam normas, teorias ou mandatos que servissem para justificar ou sancionar as acções, nem códigos abstractos ou instituições que as consolidassem. O comportamento individual era avaliado socialmente através dos modelos dos heróis descritos nos poemas homéricos. Para ser considerado bom era preciso ter a capacidade de fazer algo útil ao bem comum. Deste modo, a educação helénica assenta no heroísmo, em fazer a sua beleza, que, como se percebe, estava subordinada a um aspecto mais espiritual que físico. O que aqui salta à vista é que o fazer é que define o sentido de um comportamento: o ethos não brota da reflexão mas sim da acção. A honra era parte integrante da arete e por isso um atributo indispensável a quem queria ser o

mais nobre e o melhor entre todos. Não bastava que o próprio se visse como honrado, era absolutamente necessário que todos os outros, a sociedade em geral o considerasse como tal. O sentido ético acontece de fora para dentro: a honra não reconhecida é inexistente. À luz do que aqui foi dito, talvez se perceba melhor a ira de Aquiles que abandona os seus por Agamnenon lhe retirar a sua recompensa de guerra, que incluía a bela Briseide: “Não penso por ti, quedar-me aqui, sem honra, a obter-te bens e riquezas.” (Homero, Ilíada, Canto I).

Actualmente o reconhecimento exterior é bem vindo mas não é absolutamente necessário. Opostamente, para a nobreza dos tempos homéricos, a negação da honra era a maior das desgraças. Como bem explica Werner Jaeger na Paideia: “Os heróis tratavam-se mutuamente com respeito e honra constantes. Assentava nisso toda a sua ordem social. A ânsia de honra era neles simplesmente insaciável, sem que isso seja característica moral peculiar aos indivíduos como tais. Era natural e indiscutível que os heróis maiores e príncipes mais poderosos exigissem uma honra cada vez mais alta.” (p.31). Para nós, em pleno século XXI é difícil imaginar que a ética assentasse numa exterioridade absoluta. Por outro lado, a cultura cristã em que vivemos embrenhados, sejamos ou não crentes, considera a aspiração à honra como vaidade, sendo, portanto, pecaminosa. Por outro lado, o amor à pátria que hoje em dia vigora poderia ter ajudado a pacificar Aquiles, mas este sentimento era-

-lhes desconhecido. Aos olhos dos Aqueus, Aquiles abandona-os para salvar a sua honra, e essa era a única forma de conduta possível depois de Agamemnon o ter ultrajado. É somente a partir de Sócrates que se inicia um processo de interiorização da ética. É ele quem provoca uma incontornável mudança no conceito de arete - do reconhecimento exterior para a consciência interior - quando responde deste modo a quem o acusa: “Não te envergonhas por te preocupares só com as riquezas e com a forma de as tornares maiores, e de só pensares na fama e na honra; e, por outro lado, não cuidas nem te preocupas com a sabedoria, nem com a verdade, nem com a forma de tornar a tua alma o melhor possível?” (Platão, Apologia de Sócrates) Ele é o primeiro a conceber a conduta moral como algo que é interior ao indivíduo, muito para além de uma submissão exterior à lei. O cuidado da alma é para ele a missão suprema do homem. Exerce-se através da procura incansável da verdade, por um lado, do autodomínio, por outro. Só assim se conseguiria alcançar a eudaimonia - conceito socrático de felicidadeuma harmonia do ser com a ordem natural do universo que assenta no domínio de si próprio de acordo com a lei que descobriu ao examinar a sua alma.

Café Filosófico | 26 Janeiro | 18.30

AP Maria Nova Lounge Hotel, Tavira Inscrições: filosofiamjn@gmail.com Contribuição: 5€

17 CULTURA.SUL POSTAL 13 de janeiro de 2023 CAFÉ FILOSÓFICO
MARIA JOÃO Doutorada em Filosofia Contemporânea Investigadora da Universidade Nova de Lisboa
*A autora não escreve segundo o acordo ortográfico
FOTO D.R.

O Algarve de Costa-a-Costa: Presépios

Esta crónica tinha um destino marcado: ou chegava cedo demais ou tarde demais, dado que ou era publicada em 2 de dezembro ou em 13 de janeiro. Preferi o tarde demais porque - diz-se - falar das coisas antes delas acontecerem pode dar azar. Vamos, então, nesta época natalícia, refletir um pouco sobre o Natal. Não do que este representa ou representou na história dos povos algarvios, mas sobre um dos elementos mais representativos da festa familiar à maneira antiga: “O Presépio”.

No Natal dos lares portugueses

existem três elementos decorativos principais. Dois deles, o pinheiro de ascendência escandinava e o Pai Natal de linhagem normanda são relativamente recentes em Portugal, e um outro de fabrico bastante mais antigo, de chancela católica: “O Presépio”.

O universo consumista foi-se apropriando da figura do Pai Natal e respetiva parafernália, trenós, renas voadoras e, o mais importante, o volumoso saco de prendas que um velho de longas barbas brancas e risada tonitruante traz às costas, para alegria da pequenada e desgaste das carteiras dos maiores.

Aqui - neste interface entre negócio e família - é que se tem desenvolvido o Natal do “mundo ocidental”, mais ligado ao dinheiro que o bêbado ao

álcool. Então e o pinheiro? Esse serve para pendurar objetos dourados e vermelhos e servir de suporte aos fios elétricos que piscam e repiscam toda a santa noite. Onde fica então o presépio? Num cantinho. Por baixo do pinheiro ou numa mesinha ao lado, onde, quando as prendas alastram, também serve para ir colocando os papéis e as fitas dos embrulhos. Porém…, num esforço contra-a-maré dos modernos costumes, por todo o lado se armam presépios nesta época natalícia: grandes, pequenos, com muitas peças ou apenas com as seis figurinhas essenciais, retirando protagonismo ao burrinho e à vaquinha, involuntários anfitriões de tão sagrados personagens.

No Algarve, por exemplo, as autar-

quias e as igrejas não deixam por mãos alheias a armação dos seus presépios. Há-os apenas com o menino Jesus, imperialmente montado numa pirâmide de degraus de uma depurada pureza e significado. Há-os feitos a partir dos mais diferentes materiais, croché, cortiça, sal, etc… Há-os das mais diferentes dimensões. Apregoa-se o tamanho, a despesa, o número de peças, o peso, o trabalho que tudo aquilo deu. Medem-se e comparam-se uns aos outros, no receio de perderem para a concorrência. São competitivos. Atraem visitantes. As entradas por vezes são pagas. Construir presépios tornou-se numa espécie de negócio. Seria difícil listar todos os locais públicos do sotavento algarvio - e

seguramente do restante Algarve e ainda do barrocal e da serra - onde entidades civis e religiosas erguem presépios tidos como herdeiros de longas e ininterruptas tradições mas, no fundo, pouco interesse desperta nos particulares, porque a grande reunião familiar de dezembro acontece não à volta do nascimento regenerador do divino menino, mas de fartas comezainas e de intermináveis trocas de presentes, revestidas de um indubitável interesse económico para logistas, mas de eficácia duvidosa no que concerne ao fortalecimento dos laços familiares.

Confrontados com a multiplicidade de alternativas, escolhemos visitar o museu de Loulé que expunha um exemplar de presépio serrano, tido

18 CULTURA.SUL POSTAL 13 de janeiro de 2023
MAS AFINAL O QUE É ISSO DA CULTURA?
FOTOS ANT ÓNIO HOMEM CARDOSO | D.R. FOTO CÂMARA MUNICIPAL DE LOULÉ / HELGA SERÔDIO | D.R.

Presépios e Tradições

como tradicional, e daí até à raia, Vila Real de Santo António e Castro Marim para admirar, do primeiro, o exemplo do big is beautiful, e do segundo a utilização do sal - matéria-prima que é uma das riquezas desse concelho - para a amorosa construção da pequena estrebaria onde segundo a lenda nasceu o Salvador, estrebaria a que nós, sem saber nada de semânticas, chamamos “O Presépio”.

O presépio serrenho é aquele que de modo mais direto entrecruza os festejos pelo nascimento de Jesus com as raízes pagãs que mandavam celebrar o solstício de inverno com o seu telurismo, a sua ligação, à terra, às colheitas, à vida. É de uma grande simplicidade. Usualmente é construído em escadaria com três

degraus (antigamente utilizavam-se gavetas de diferentes dimensões voltadas ao contrário e cobertas com belos panos brancos rendados) onde, no degrau mais alto, domina a figura solitária do Jesus Menino em forma de “Cristo Pantocrator”. Pelos degraus espalham-se frutos da terra e sementes germinadas de diversos cereais. Belo e simples, mas detentor de uma semiótica poderosa.

Acontece que, quando chegámos ao Museu para fotografar o dito presépio, o Cristo tinha sido substituído por uma outra figurinha que só muito vagamente lembrava aquela que procurávamos. O António(1) não se conformou com a troca e foi reclamar a devolução imediata da escultura inicial. Calhou bem, porque o pro -

prietário da peça era o senhor Aurélio Cabrita, simpaticíssimo funcionário da Câmara de Loulé, presente na ocasião e que, não lhe sendo possível repristinar o Menino, solicitou uma cópia da fotografia que constava do folheto camarário propriedade da fotógrafa Helga Serôdio, que se prontificou a enviá-la e cuja gentileza aqui agradecemos.

No extremo do Sotavento Algarvio, o presépio de Vila Real de Santo António - que se apresenta como o maior de Portugal, o que não espanta dada a desmesura da área ocupada e o número de figuras, ocupa o Centro Cultural António Aleixo. Utilizaram-se na sua construção toneladas de materiais e meses de trabalho. Os seus criadores produziram centenas de peças, ca-

da uma delas uma história de rigor e de arte. Algumas dessas cenas que contam costumes ou mesteres, estão animadas. O conjunto foi eletrificado para permitir movimentos e luzes. Impressionante, de facto, mas as parecenças com o humilde e significativo presépio serrenho são absolutamente longínquas. Onde está o mistério dessa noite em que nascem menino e Sol para assinalar mais um ano? Onde está o menino? Onde está sua mãe? Pois, estão lá, mas escondidos pelo conjunto rústico-urbano que se espalha pelos vales e colinas. É muito visitado, é claro, porque a informação, o “maior de Portugal”, aguça a curiosidade.

Já na fronteira com o nosso vizinho único, em Castro Marim, a cor branca

dada pelo sal que reveste o chão do enorme cenário, domina o tradicional presépio da terra, em exibição na Casa do Sal. É didático, e os artistas que o conceberam tiveram atenção aos pormenores étnicos e culturais, recriando um ambiente plausível para instalar a gruta humilde onde o Menino Jesus viu pela primeira vez a luz do dia. Foi talvez injusta, por demasiado incompleta, esta panorâmica sobre os presépios que resistem no sotavento algarvio, pois muito mais teríamos para dizer dos diversos exibidos em Tavira, em Cortelha, em Altura, em Querença, em Odeleite… e tantos outros. Ficará para o ano que vem...

(1) Mestre Homem Cardoso, fotógrafo e amigo, com quem partilho estas crónicas

19 CULTURA.SUL POSTAL 13 de janeiro de 2023

Alimentação, Natureza e Paisagem: Plantas Silvestres Alimentares, Aromáticas e Medicinais, de Maria Manuel Valagão

Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve; Investigador do CLEPUL

Alimentação, Natureza e Paisagem: Plantas Silvestres Alimentares, Aromáticas e Medicinais, coordenado por Maria Manuel Valagão, foi publicado pelas Edições Tinta-da-china. Este belíssimo álbum de grande formato, com texto de Maria Manuel Valagão, Maria Elvira Ferreira e José António Passarinho, ilustrado pelas fotografias de Vasco Célio, de certa forma integra um catálogo, formado

pelas obras Algarve Mediterrânico. Tradição, Produtos e Cozinhas (2015) e Vidas E Vozes Do Mar E Do Peixe (2018). Numa luxuosa edição, de grande dimensão, assumindo-se em simultâneo, à semelhança dos volumes anteriores, como um documento etnológico, com artigos breves, de leitura acessível, um hino ao resgate da cultura local, um álbum de fotografias e uma espécie de postal do Algarve, através das pessoas, das plantas, dos jardins comestíveis, das mezinhas, das comidas, do património oral. É também um libelo contra a perda da identidade que adveio das consequências da generalização da agricultura industrial, e da subsequente transformação da paisagem.

A primeira parte do livro reúne três capítulos da coordenadora da obra, que versam sobre o papel da alimentação na sua relação com a natureza, atentando em modelos de produção agrícola que regenerem a capacidade do solo e a biodiversidade; no segundo texto, passa-se em revista o papel das plantas na alimentação mas também nos processos de cura, quer na ciência erudita quer na sabedoria popular; no terceiro capítulo, interliga-se paisagem com gastronomia, quer na forma como os nossos pratos podem ser enriqueci-

dos visualmente, quer como os alimentos nos podem religar à terra e ao mar, o que por sua vez nos deve remeter para práticas ecológicas mais coerentes.

Este livro pretende ainda servir de guia para uma redescoberta do papel das plantas silvestres alimentares, aromáticas e medicinais, quer na identidade alimentar, quer na conservação da biodiversidade, ainda que estas quase se ocultem na paisagem, ao lado de outras espécies de maior porte, mais vistosas, e que moldam os campos. A segunda parte do livro estrutura-se justamente em fichas de caracterização de 80 plantas.

Na terceira e última parte do livro, há três capítulos sobre o modo de produzir estas plantas e de as consumir, desde como cultivar um jardim comestível até a uma série de receitas, que, como já acontecia nos outros volumes, assentam em património oral.

Maria Manuel Valagão é licenciada em Farmácia pela Faculdade de Farmácia de Lisboa e doutorada em Ciências do Ambiente pela Universidade Nova de Lisboa (UNL). Foi investigadora em sociologia da alimentação e ambiente (Instituto Nacional de Investigação Agrária), consultora da Divisão de Políticas de Alimentação e Nutrição da FAO/ONU, perita no Comité Scientifique

des Appellations d’Origine, Indications Geographiques et Attestations de Specifité Alimentaire da CE, Bruxelas, e professora convidada no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Actualmente é investigadora do Instituto de Estudos de Literatura e Tradição – Patrimónios, Artes e Culturas da UNL. Autora e co-autora de diversas publicações, nomeadamente os livros Algarve Mediterrânico: Tradição, Produtos e Cozinhas (2015), em co-autoria com Vasco Célio e Bertílio Gomes (Prix de la Litterature Gastronomique e laureado em duas categorias nos Gourmand Awards), e Vidas e Vozes do Mar e do Peixe (2018), em co-autoria com Nídia Braz e Vasco Célio (primeiro lugar na sua categoria dos Gourmand Awards).

Maria Elvira Ferreira é licenciada em Agronomia e doutorada em Engenharia Agronómica pelo Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa. É Investigadora do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, em Oeiras. Tem dedicado a sua actividade ao estudo das tecnologias de produção de culturas hortícolas, através de projectos de investigação, desenvolvimento experimental, demonstração e

inovação na área das culturas hortícolas e das plantas aromáticas e medicinais. É autora de artigos científicos, bem como de divulgação e de livros sobre culturas hortícolas. De 2009 a 2014, foi presidente da direcção da Associação Portuguesa de Horticultura.

Passarinho tem tido contacto, desde a juventude, com as plantas hortícolas e condimentares e da flora de uso medicinal, mantendo um espaço hortofrutícola onde se dedica a experimentar e a aprender com a natureza. É fascinado pela flora espontânea e cultivada.

Enquanto engenheiro agrónomo e investigador, trabalhou com plantas nos domínios da fisiolo-

gia vegetal, da bioquímica e da fitoquímica. Tem publicado trabalhos sobre plantas da flora portuguesa e sobre plantas silvestres comestíveis. Doutorado em Engenharia Agronómica pelo Instituto Superior de Agronomia, Universidade Técnica de Lisboa. Vasco Célio é fotógrafo, e está baseado no Algarve. Desenvolve a sua actividade em quatro continentes. Com formação muito ecléctica na área da fotografia, tem frequentado formações de diversas organizações. Participou em vários projectos como o MobileHome ou Projecto Troika. É sócio fundador do estúdio F32, posteriormente Stills. No campo da gastronomia destaca-se a sua obra como fotógrafo oficial do International Gourmet Festival, do restaurante Vila Joya, no Algarve, onde acompanha autênticas maratonas culinárias, com a participação dos mais reputados chefs de nível internacional, registando os gestos e rituais criativos de aromas e sabores até à apresentação dos pratos. Destaca-se também a sua participação no Portugal dos Sabores e em projectos de empresas e instituições. Em paralelo, desenvolve trabalho como autor, em projectos expositivos ou editoriais no campo das artes visuais.

A Última Lua de Homem Grande,

Obra finalista do Prémio LeYa em 2021, A Última Lua de Homem Grande, do autor cabo-verdiano Mário Lúcio Sousa, publicado pela Dom Quixote, é um belíssimo e original romance sobre uma grande figura nomeada como um dos grandes líderes da História, coincidentemente, três meses apenas depois de o escritor ter terminado o livro. Num repto lançado em 2020 pela BBC History Magazine aos historiadores, sobre quem seria o maior líder da História, tendo exercido poder mas também um impacto positivo, entre

os vários nomeados, de reis a papas, surgiu, em segundo lugar, o nome de Amílcar Cabral.

Como nos é dito logo na nota introdutória, “Este livro conta a sua vida na sua morte”.

O romance inicia justamente com ecos de Crónica de uma Morte Anunciada, de Gabriel García Márquez, pois, ao lermos, logo na primeira página, que são cerca das 22h00 quando lhe dão um tiro, recuamos logo em seguida para a manhã desse dia, pelas 6h45, em que o protagonista afirma, frente ao espelho “Est’é nha último dia” (pág. 18).

O romance é narrado na terceira pessoa. Contudo, a narrativa desfia-se num original e inusitado monólogo ou, como se pode ler nas primeiras páginas, um “solilóquio” (pág. 19), intercalado com breves falas e pensamentos, alternando entre o presente, em que a vida do protagonista deitado por terra se esvai, com o passado, à medida que as memórias se tornam nitidamente vívidas.

Como se aos últimos segundos de existência correspondesse o esbater das fronteiras entre o agora e o então.

A tudo isto, omnisciente e omnipresente, persiste o grande olho da Lua

Cheia. Simultaneamente, ao passar em revista a sua existência inteira, Amílcar tenta compreender, afinal, quem deseja a sua morte e desferiu aquele tiro – “tenta vislumbrar onde foi que seu caminho se entortou e veio dar neste dia de matança pressentida” (pág. 50).

Sem chegar a meio século de vida, confrontado com a morte aos 49 anos, o nosso herói revive uma vida cheia, em regressões em que revisita a infância, a relação com a mãe, a sua vida de estudante, os amores, as traições, o sonho da independência para as suas duas pátrias, Guiné e

20 CULTURA.SUL POSTAL 13 de janeiro de 2023
PAULO SERRA José António A primeira parte do livro versa sobre o papel da alimentação na sua relação com a natureza Maria Manuel Valagão é autora e co-autora de diversas publicações FOTO Mário Lúcio Sousa é escritor, músico e compositor FOTO D.R.

Velhos Lobos,

publicado pela Casa das Letras,

é o mais recente romance de Carlos Campaniço

Romances de Carlos Campaniço têm-se centrado nas comunidades e vivências rurais alentejanas do século passado FOTO D.R.

Oromance tem como fio condutor os encontros e desencontros de duas famílias de classes distintas. Quando Francisco d’Almeida Lobo decide passar a viver a tempo inteiro no Monte do Azinhal para cuidar pessoalmente da propriedade, ignora que a presença da família Velho no Montinho lhe vai criar tensões impossíveis de ultrapassar. Primeiro, porque Jacinto Velho se recusa a trabalhar para ele, preferindo viver com dificuldades do que ser servo. E depois porque a mulher dele é Maria Barnabé. Ainda que no início do romance, não seja clara a relação entre ambos, pois Francisco Lobo parece

procurá-la pelo simples prazer de conversar com ela, a tensão sexual será crescente, com o desejo desmedido do senhor da terra por Maria.

Maria Barnabé é a grande personagem do romance, ainda que algum leitor possa não concordar, e o autor se esquive a perspetivá-la como figura central. Na verdade, ao longo de todo o livro, sabemos muito pouco sobre os seus desejos ou pensamentos íntimos. Em contrapartida, ela parece capaz de saber tudo sobre os outros, como uma Blimunda que vê por dentro das pessoas. Percepcionamo-la sobretudo pelas suas acções, que vão sempre ao encontro de manter a casa de pé e a família unida e íntegra. Famí-

de Mário Lúcio Sousa

Cabo Verde. Simultaneamente, tece-se um certo revisionismo do absurdo da guerra colonial assim como dos meandros dos interesses internacionais e dos desmandos do poder em África – esses “frescos presidentes africanos, tirados doidos e insanos, que lhe viraram as costas, e estão a matar mais compatriotas do que quantos perderam a vida a lutar pelas independências” (pág. 98”.

Por este romance desfilam ainda, mesmo que fugidiamente, grandes figuras do século XX com impacto mundial com quem este Homem Grande, ou Mais Velho, ou Chefe, li-

lia essa que partilha de traços que se podem considerar pouco comuns entre camponeses: cabelo claro, olhos verdejantes rasgados. O seu isolamento e espírito indómito valer-lhes-á a alcunha de bichos, selvagens e primitivos (há inclusivamente um episódio de incesto que pode corroborar a estranheza dos Velho).

Uma personagem singular que não só evoca a força feminina tão característica às obras de Saramago, como tão bem representa o misticismo e a magia. Pode-se aliás considerar que o realismo mágico, já presente num romance anterior do autor, Os Demónios de Álvaro Cobra, irrompe aqui particularmente centrado nes-

ta personagem. Entenda-se por realismo mágico a irrupção de um certo maravilhoso, nomeadamente pagão, em torno de Maria Barnabé. É a ela que as pessoas recorrem para mezinhas, decifração de sonhos, endireitar ossos, e inclusivamente orações. Em alguns momentos fugazes, podemos mesmo constatar como Maria consegue até entrever a alma das pessoas, lendo-lhes os pensamentos.

Os sonhos são aliás uma constante ao longo do romance e servem, não só como avisos, mas também enquanto irrupções de desejos reprimidos, como acontece com Lourdes. Manifestações que inclusivamente orientam mesmo a acção das personagens, desafiando convenções sociais.

A escrita é a um tempo tão distante quanto familiar, mesmo recorrendo aos regionalismos e a um registo narrativo mais arcaico, próximo do oral, narrando num ritmo rápido várias décadas destas famílias, conforme as personagens entram e saem de cena.

O tempo e o espaço são indefinidos, embora, ao conhecer a obra do escritor, e ao atentar nos regionalismos que veiculam a prosa, se possa pensar de imediato no Alentejo profundo de inícios do século XX. É apenas quando já estamos avançados na leitura que encontraremos referências, esporádicas, ao tempo histórico, nomeadamen-

te aos ecos distantes da guerra. A cada capítulo corresponde um ligeiro salto cronológico e na acção, ainda que reine essa ominosa sensação de um tempo suspenso, “parado por entre as azinheiras” (pág. 233). Ainda sobre o ambiente mágico, este parece palpitar na própria paisagem. Há até momentos em que o estado de espírito das personagens parece mudar o clima e o ambiente em seu redor: “No Montinho havia uma

embora tenha havido um momento fugaz logo no início, percebemos como esta história é, afinal, a reconstrução da memória de um Sebastião, que ao longo do romance é descrito como uma criança com um atraso mental, capaz de falar sozinho e brincar com a sua azinheira, mas agora, aos sessenta anos, é ele quem desfia a memória dos eventos passados com a sua família, no seu regresso a casa. Um final que confirma a ominosa sensação de solidão, de que as epígrafes no início do romance davam conta. Não a solidão prazenteira de Sebastião, que parece estar em paz com a vida, mas sobretudo a das várias personagens cujos sonhos e amores foram soçobrando pelo caminho.

dou: líderes de mais de vinte países, figuras históricas como Mao Tsé Tung, Che Guevara, Fidel Castro, um Papa, poetas, e, claro, o seu “herói” (pág. 98) – a massa anónima do povo. Sem se tornar elegíaco ou encomiástico, este é um belíssimo romance, onde vinga sobretudo a originalidade da prosa. Ainda que possamos pensar em reminiscências da prosa de Mia Couto, Mário Lúcio Sousa volta a provar a sua destreza e inventividade narrativa (como em romances anteriores). Temos aqui falas em crioulo, que surgem imediatamente traduzidas em português

logo de seguida, como um eco. Novos vocábulos criados pelo autor, tão sugestivos quanto líricos – “eram um apaixonado e uma amãexonada” (pág. 40). Marcas pontuais de outras variantes do Português, como acontece com “advertiu-lhes” (pág. 213), em vez de “advertiu-os”. Expressões e trocadilhos, “desunindo e concluindo” (pág. 214). E uma prosa tão lírica quanto viva, demonstrando a plasticidade da língua portuguesa além-fronteiras.

Mário Lúcio Sousa nasceu no Tarrafal, ilha de Santiago, Cabo Verde, em 1964. Licenciado em Direito

paz estranha, pois, sem Jacinto ter rebentado a sua fúria contra a filha e a mulher, esta podia ver-se suspensa na atmosfera da casa, pairando sobre os objectos e as cabeças de todos.” (pág. 175) No último capítulo do livro,

Carlos Campaniço nasceu em Safara, no concelho de Moura. Os seus romances de época têm-se centrado nas comunidades e vivências rurais alentejanas do século passado e no seu imaginário colectivo. Publicou Molinos, 2007 (romance); Da Serra de Tavira ao Rif Marroquino. Analogias e Mitos, 2008 (ensaio); A Ilha das Duas Primaveras, 2009 (romance); Os Demónios de Álvaro Cobra, 2013 (romance, Prémio Nacional Cidade de Almada 2012); Mal Nascer, 2014 (romance finalista do Prémio LeYa e Vencedor do Prémio Mais Literatura da revista Mais Alentejo, 2014); As Viúvas de Dom Rufia, 2016 (romance).

pela Universidade de Havana, foi deputado do Parlamento e embaixador cultural do seu país antes de se tornar, em 2011, Ministro da Cultura. Condecorado com a Ordem do Vulcão, ao lado de Cesária Évora, foi o artista mais jovem de sempre a receber tal distinção. É músico e compositor. É autor de vários romances, como O Novíssimo Testamento (romance, 2010), Prémio Literário Carlos de Oliveira; Biografia do Língua (romance, 2015), Prémio Literário Miguel Torga e Prémio do P.E.N. Clube para Narrativa; O Diabo Foi Meu Padeiro (2019).

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LETRAS & LEITURAS
Obra tem como fio condutor os encontros e desencontros de duas famílias de classes distintas Obra foi finalista do Prémio LeYa em 2021

IMPÉRIO JÚDICE FIALHO

Fábrica Júdice Fialho de S. José em Portimão

Afábrica de conservas de sardinha de S. José, localiza-se no local denominado da Esperança, rua de S. José, freguesia e concelho de Portimão, distrito de Faro, e teve concessão de alvará n.º 4159 de 14-10-1923 (ou 14-7-1924). Construída de raiz, terminou a sua instalação a 5-7-1892, especializando-se em conservas de sardinha.1 Segundo a descrição (de 1909) do padre José Vieira na sua obra “Memória Monográfica de Portimão” publicada em 1911 «Abrange a fábrica de S. José uma área de 18.000 m² na qual se contêm: escritório, morada do mestre, tinas, adega de azeite, casas de descabeçar e enlatar, oficinas de soldadores, máquina de ebulição, geradores de vapor, armazéns para depósitos de madeiras, oficinas de carpinteiros, estiva e casas de enxugar o peixe. Pessoal do escritório: gerente, caixa e mais 4 empregados com a média de 1$000 reis diários. Pessoal da fábrica: mestre e contra

mestre, mestra e contra mestra com a média de 1$500 reis diários; 20 soldadores, média 1$200; 200 mulheres a 30 reis por hora, media 300 reis», acrescentando o referido autor que «N’um compartimento de 5m x 24m da fábrica de S. José está instalada a oficina das latas vazias.

Tem no centro uma árvore de 24m, de comprimento movida por dois electromotores de 4 cavalos cada, e outra junto à parede do nascente com 20m de comprimento movida por dois electromotores de 4 ½ cavalos.

Estas árvores dão movimento a duas máquinas onde trabalham 70 operários e produzem 10:000 latas por dia. Média dos salários, 290 reis diários».2 A fábrica de S. José, continha as se-

guintes máquinas e equipamentos, segundo o inventário de 1932 «13 mesas de descabeçar; 4 carros de cozer, 3 carros de estufar; 2 cofres de cozer; 1 cofre estufa, 10 mesas de enlatar de pedra, com 130 lugares; 6 cravadeiras Matador; 1 cravadeira Bliss. Na secção de guano, 2 cozedores (dornas) e 4 prensas Mabile para guano, como máquinas diversas eram contabilizadas, 2 burrinhos para alimentação das caldeiras; 1 bomba de vapor para tirar água; 2 depósitos aéreos para água; 2 depósitos rectangulares para lavar grelhas; 3 cravadeiras para frutos; 1 balancé; 3 caldeiras de vapor todas de 7 kgs; 3 motores de vapor e 1 dínamo accionado por um dos motores a vapor».

Na vistoria realizada à fábrica de S. José pela Inspeção Geral de Fiscalização do Consórcio Português de Conservas de Sardinha a 16-2-1933, constavam 3 caldeiras a vapor da marca João Perez, 2 cozedores (1 de 1m,26 de comprimento, 1m,25 de largura e 1m,35 de altura e outro de 1m,26 de comprimento, 1m,25 de largura e 1m,48 de altura) e 1 esterilizador (de 2m,57 x 1m,12 x 0,92), 1 tanque para Banho-Maria (de 2m,57 x 1m,12 x 0,92) e 7 cravadeiras (6 Matador e 1 Bliss). As áreas calculadas nessa vistoria para esta fábrica eram em solo coberto de 3.790m2, alpendre 1.000m2 e terreno livre 1.571m2. Produzia 16.732 caixas com o peso líquido de 401.508 kl em 1929, 24.451 caixas com o peso líquido de 586.824 kl em 1930, 39.157 caixas com o peso líquido de 939.768 kl em 1931, 25.128 caixas com o peso líquido de 603.072 kl em 1932, no total de 105.468 caixas e peso líquido de 2.531.232 kl entre 1929-1934.3

Por despachos ministeriais do Subsecretário de Estado ou do Ministro do Comércio e Indústria era esta fábrica autorizada: a 14-12-1934, a

instalar 1 máquina de azeitar; a 9-31936, a Júdice Fialho, através do seu administrador D. António de Sousa Coutinho, pedia autorização para montar uma máquina de lavar lata cheia; a 4-5-1936, era autorizada a substituir uma cravadeira Elias, por outra Sudry B.C. 12, conforme publicação no Diário do Governo n.º 118 de 21-5-1936; a 9-11-1938, a instalar 1 motor a vapor de 2 cilindros de 95 mm de diâmetro, 115 de curso e 290 rotações de potência e 7 HP; a 9-121938, a instalar um motor eléctrico Siemens de 110 volts, 65 amperes, 5,8 C.V. e 1260 rotações, destinado a accionar uma máquina de lavar latas, sendo publicado no Diário do Governo, IIª Série n.º 3 de 4-1-1939 e no Boletim da Direcção-Geral da Indústria (DGI) n.º 70 de 11-1-1939; a 8-5-1939, a instalar um cozedor simples igual ao aí existente e uma cravadeira Sudry B.C. 15, sendo publicado no Boletim da DGI n.º 120 de 25-5-1939; a 16-10-1939, a instalar uma máquina de embalar latas “Rose Brothers”, sendo publicado no Diário do Governo, IIª Série, n.º 255 de 2-12-1939; a 1-4-1940, a instalar 2 filtros para azeite, com as respec-

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Alçado principal da fábrica Júdice Fialho de S. José em Portimão em 1957 (colecção do Museu de Portimão) Alçado principal modificado da fábrica Júdice Fialho de S. José em Portimão em 1957 (colecção do Museu de Portimão) Fachada da fábrica Júdice Fialho de S. José em Portimão Vista Aérea Fábrica da Júdice Fialho em Portimão (colecção Vítor Têmpera)
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Armazéns e fundição da fábrica de conservas S. José da Júdice Fialho em Portimão (colecção do Museu de Portimão) Enlatamento da sardinha na fábrica S. José (colecção do Museu de Portimão) (Colecção do Museu de Portimão)

Portugal hoje, a vontade e sabedoria de existir

Para compreender a existência colectiva e outros aspectos da contemporaneidade, há que sair do universo dogmático, questionar os “mare clausum” políticos e académicos.

Ao longo de anos lemos textos que pouco interrogam e muito afirmam, as TVs e jornais estão cheios de estados de alma ideológicos e omissões de realidades

construtivas, exercícios de oratória ou de escrita que não explicam causas, mas aumentam efeitos e complexos.

Se hoje existem áreas prioritárias na educação em Portugal são o conhecimento do território, a língua e a cultura. Valorizar recursos nacionais, nomeadamente humanos e culturais, não os alienar, torna o País menos vulnerável e confiante.

Neste âmbito, do ponto de vista

humano, analisar os resultados definitivos dos Censo 2021, um rigoroso TAC político e social, é exercício obrigatório.

É insuficiente explicar a longevidade do País pela existência de territórios com clima “ameno”, recursos que permitiram o desenvolvimento de capacidades produtivas, mercantis e de autodefesa, uma língua comum que desenvolveu a comunicação entre os habitantes e sentimentos de pertença, crenças e comportamentos que estabeleceram padrões de cultura.

Contudo, o ser colectivo de que fazemos parte, passou por transformações físicas, geoculturais, demográficas, económicas e políticas, transições por vezes revolucionárias para regimes com fundamentos ideológicos antagónicos, mudanças onde cultura como conjunto de valores espirituais ou imateriais tiveram papel determinante. Quando Fernand Braudel formulou o conceito de “geo-história” introduzindo nele dimensões ambientais e culturais, suscitou o encontro com diversos tempos histórico-sociais, os eventos ou acontecimentos breves, a conjuntura dos mesmos e a “longa

duração”, esta constituída pelos elementos que permanecem na vida colectiva, aparentemente imutáveis, valores e comportamentos que viajam, regressam, transportam e alteram, o caso português é paradigmático.

Ao reflectirmos Portugal vamos encontrar esses mesmos tempos, a partir das ciências sociais, em particular da geografia humana aplicada, desenvolvidas por Orlando Ribeiro e outros cientistas sociais, alguns deles contaminados pelo “determinismo geográfico”, o discurso da “inevitabilidade periférica” ainda faz escola.

Com escopos multidisciplinares verificamos o permanente desejo ou necessidade do Reino em se expandir, de forma mais evidente no século XV com as “descobertas”, na perspectiva eurocêntrica, os povoamentos dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, a tomada de Ceuta e a ocupação de praças do litoral marroquino e logo no início do século XVI a chegada de armadas portuguesas ao Brasil, à Índia e a outras regiões asiáticas, China, Japão, Ceilão, Molucas,… Contudo sabemos antecedentes da expansão terrestre, realizada pelas ordens militares, cruzados e milícias do cristianismo feudal,

também que a tentativa expansão marítima ocorreu logo no primeiro reinado de Afonso Henriques, com as reorganizações subsequentes das armadas portuguesas ainda na primeira dinastia. Não foram dois portugueses residentes em Avinhão, no início do século XIV, convidar em nome do rei D. Dinis o almirante genovês Pessagno para vir para Lisboa organizar a esquadra portuguesa? Pensadores, de diversas origens disciplinares, sobretudo da filosofia ligada à História, analisaram Portugal tentando estabelecer generalizações com traços psicanalisados da identidade colectiva, ensaios especulativos que influenciaram a construção das autoimagens, com óbvios exageros “sebastiânicos”, conformistas e até pessimistas.

O desmentido do penitente e preconceituoso discurso auto-flagelatório é a permanência de Portugal na “longa duração”, a diversidade e riqueza cultural que encontramos por todo o lado, que há muito pede uma política cultural fundamentada e estruturada para o “tempo longo” que aproxime as actuais gerações da História e do País real.

*O autor não escreve segundo o acordo ortográfico

tivas bombas, sendo publicado no Diário do Governo, IIª Série n.º 86 de 13-4-1940 e no Boletim da DGI n.º 163 de 17-4-1940; a 31-3-1941, a substituir 1 caldeira de vapor, por outra horizontal com as seguintes características: 5,840 m3, superfície de aquecimento 60 m2, superfície de grelha 2 m2, pressão 7 kl, conforme publicado no Diário do Governo, IIª Série n.º 88 de 17-4-1941 e DGI n.º 188 de 16-4-1941; a 4-6-1941, a instalar 2 autoclaves com as dimensões de 1m40 x 1m27 x 3m,60 e o outro de 1m,40 x 1m,27 x 1m,20; a 19-121942, a instalar uma máquina Rose Brothers para embalar as latas de conservas, que estava isenta de autorização do condicionamento industrial segundo a DGI, na conformidade do disposto n.º 3, do artigo 1º do decreto n.º 31403 de 18-7-1941; a 30-12-1947, a substituir 1 cravadeira Matador, por 1 Somme, tipo 736-A; a 27-5-1950, a instalar 2 cofres para cozer peixe com a capacidade máxima de 5.006 m3, sendo publicado no Diário do Governo, IIIª Série, n.º 167 de 20-7-1950; a 28-7-1953, a instalar 1 cravadeira Matador por 1 automática de 2 cabeças, conforme publicação no Diário do Governo n.º 190 de 14-8-1953 e Boletim da DGSI n.º 245 de 9-9-1953; a 12-2-1958, a instalar um cozedor-secador de ar quente com 3m,40 x 1m,85 x 1m,36, sendo publicado no Boletim da DGSI n.º 480 de 12-3-1958; a 3-11-1958, a instalar 2 cravadeiras Matador, modificadas para semiautomáticas

e 1 cravadeira automática Vulcano tipo V3, de 2 cabeças e 2 lunetas para lata redonda, sendo publicado no Boletim da DGSI n.º 516 de 1911-1958; a 21-2-1964, a instalar uma cravadeira automática Vulcano tipo V3, de 2 cabeças e 8 lunetas, sendo publicado no Boletim da DGSI n.º 793 de 11-3-1964.4

Esta fábrica, possuía ainda 1 dínamo gerador de 13,5 kw, que fornecia energia eléctrica para iluminação em 1938 de 1682 kw.5

Em 1945, deu-se início ao projecto de reconstrução da fábrica de conservas S. José e em 1957, vários projectos de alteração na unidade fabril. A 22-3-1958, a fábrica de S. José, estava completamente modernizada e remodelada, sendo requerida nessa data a sua vistoria pela administração da Júdice Fialho ao Instituto de Conservas de Peixe.6

Segundo Ana Rita Silva de Serra Faria, esta unidade fabril produzia para conservas de peixe 395.497 kl em 1929, 571.614 kl em 1930, 912.008 kl em 1931, 652.814 kl em 1932, 268.199 kl em 1933, 674.620 kl em 1934, 724.320 kl em 1935, 566.269 kl em 1936, 456.716 kl em 1937, 584.178 kl em 1938, 633.430 kl em 1939, 697.571 kl em 1940, 171.215 kl em 1941, 258.059 kl em 1942, 424.071 kl em 1943.7

Esta unidade fabril ainda funcionava em 15-5-1985, pois por despacho da Chefe de Gabinete do Secretário de Estado das Pescas, recebia equiparação a crédito piscatório

SIFAP com vista ao financiamento de investimentos nesta e nas outras fábricas Júdice Fialho - Conservas de Peixe SARL.8 Esta fábrica foi adquirida em 1993 por Arnaldo da Conceição Correia, que realizou melhorias no imóvel e equipamento de produção, laborando num curto espaço de tempo até 1997, encerrando então definitivamente.

6 - retrete, 7 - depósito de pregos, chaves e folhas, 8 - casa da ebulição - (a) caldeira de [?], 9 - casa das máquinas de fechar a lata e de soldadores, 10 - casa das tinas para azeite e peixe, 11 - adega do azeite, 12 - casa para depósito de grelhas, 13 - oficina de enlatar o peixe, 14armazém depósito de lata cheia e de madeira para caixas, 15 a 15bis -

20 - 1º andar do armazém. 22, 21 - depósito de madeiras e oficina do carpinteiro, 22 - armazém e depósito de artigos para barcos e pesca, 23 - estiva, 24 - armazém do sal, 25 - prensa do guano, 26 - chaminé, a) ventoinha, b) retrete.

cf. Para a fábrica de conservas de sardinha de S. José, consulte-se a monografia de Luís Miguel Pulido Garcia Cardoso de Menezes - João António Júdice Fialho (1859-1934) e o Império Fialho (1892-1981), Lisboa: Academia dos Ignotos, 2022, pp. 32-36; Museu Municipal de Portimão (MMP), Arquivo Histórico, 5ª Circunscrição Industrial, Processo n.º 140: S. José (Júdice Fialho), Alvará n.º 4159 de 14-10-1923 e Jorge Miguel Robalo Duarte Serra - O Nascimento de um império conserveiro: “A Casa Fialho” (1892-1939) [Texto Policopiado], tese de Mestrado em História Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade do Porto, 2007, p. 56. A 5ª circunscrição industrial abrangia Évora, Beja e Faro; a data de concessão de alvará n.º 4159 de 14-7-1924, encontra-se na vistoria realizada à fábrica de S. José pela Inspeção Geral de Fiscalização do Consórcio Português de Conservas de Sardinha a 16-2-1933.

2cf. José Gonçalves Vieira - Memoria Monographica de Vila Nova de Portimão, Porto: Typographia Universal, 1911, pp. 89-90, MMP, Arquivo Histórico, 5ª Circunscrição Industrial, Processo n.º 140: S. José (Júdice Fialho), Alvará n.º 4159 de 14-10-1923 e Jorge Miguel Robalo Duarte Serra, op. cit., p. 56. A 5ª circunscrição industrial abrangia Évora, Beja e Faro.

3cf. Ministério do Mar, Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), Arquivo do Instituto de Conservas de Peixe (1936-1986), Júdice Fialho, Conservas de Peixe, SARL, Portimão (S. José). Fab. 4.701.109, 1934.

4cf. Ministério do Mar, DGRM, Arquivo do Instituto de Conservas de Peixe (1936-1986), Júdice Fialho, Conservas de Peixe, SARL, Portimão (S. José). Fab. 4.701.109, 1934 e Portimão (S. Francisco). Fab. 4.701.108, 1934.

5cf. Jorge Miguel Robalo Duarte Serra, op. cit., pp. 92-93 e 96.

6cf. Ministério do Mar, DGRM, Arquivo do Instituto de Conservas de Peixe (1936-1986), Júdice Fialho, Conservas de Peixe, SARL. Portimão (S. Francisco). Fab. 4.701.108, 1934 e Portimão (S. José). Fab. 4.701.109, 1934.

Segundo a planta da fábrica de S. José em Portimão esta era constituída em 1912: 1 - Escritório, 2 e 2bis - casa de habitação do mestre, 3 - quintal, 4 - celeiro, 5 - depósito,

armazém depósito de lata vazia, 16 - casa das caldeiras - (a.a) caldeiras de vapores, 17 - casa de descabeçar, cosedor, poço e bomba, 18 a 18bis - telheiro-enxugador, 19 a 19bis - pátios,

7cf. Ana Rita Silva de Serra Faria - A organização contabilística numa empresa da indústria de conservas de peixe entre o final do século XIX e a primeira metade do séc. XX: o caso Júdice Fialho”, Tese de Mestrado, Universidade do Algarve / Universidade Técnica de Lisboa, Faro, 2001, Anexos, quadro II. 6, p. 14.

8cf. Ministério do Mar, DGRM, Arquivo do Instituto de Conservas de Peixe (1936-1986), Júdice Fialho, Conservas de Peixe, SARL, Portimão (S. José). Fab. 4.701.109, 1934).

23 CULTURA.SUL POSTAL 13 de janeiro de 2023
Planta geral da fábrica Júdice Fialho de S. José em Portimão em 1912 (colecção do Museu de Portimão)
OS DIAS CLAROS >

SEDES do Algarve debate “O Algarve e o novo aeroporto de Lisboa – o Futuro”

A Delegação da SEDES do Algarve promove, esta sexta-feira, dia 13 de janeiro, pelas 17 horas, o debate “O Algarve e o novo aeroporto de Lisboa – o Futuro”.

O evento, que terá lugar no Novo Anfiteatro da Associação de Futebol do Algarve, em Faro, vai contar com a participação de Sérgio Palma Brito especialista em aviação e turismo e autor do livro: “TAP que futuro? Como chegámos aqui?”

O debate “O Algarve e o novo aeroporto de Lisboa – o Futuro” assume, segunda a organização "particular importância nesta altura, em o novo Ministro das Infraestruturas assume do seu antecessor um dossier que deu origem à primeira crise politica do Governo: a localização do novo aeroporto da região de Lisboa".

Adjudicada construção de 49 fogos para realojar famílias

A Câmara de Faro anunciou esta quarta-feira a adjudicação de 49 novos fogos no Montenegro, por um valor de cinco milhões de euros, para realojar 49 famílias que residem na Praia de Faro em regime de arrendamento apoiado pelo município.

Em comunicado, a autarquia refere que os fogos serão cofinanciados pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), no âmbito do Programa 1.º Direito, com financiamento do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).

A assinatura destes contratos com o IHRU teve lugar em Faro, em junho de 2022, tendo, posteriormente, decorrido o concurso, que agora permite a adjudicação da empreitada.

Apresentação do levantamento genealógico de Sagres a não perder este sábado

Nuno Campos Inácio, autor do projecto “Genealogia do Algarve”, vai apresentar no próximo sábado, pelas 15:00 horas, no Centro de Interpretação da Lota de Sagres, o “Levantamento Enciclopédico das Famílias de Sagres”, obra em dois volumes, com 1360 páginas, publicada pelo Município de Vila do Bispo.

Este evento marca o início das comemorações oficiais do Dia do Município de Vila do Bispo e do Dia de São Vicente, Padroeiro do Algarve, neste ano em que passam 850 anos sobre a trasladação das relíquias de São Vicente para a cidade de Lisboa.

Além da apresentação do livro, o evento contará com a inauguração de uma exposição de fotografias do fotógrafo Nuno Borges, com a exibição do documentário premiado “Gentes do Cabo – Faroleiros do Sudoeste Algarvio” e a divulgação de 125 personalidades

que têm ligações genealógicas a Sagres.

“Este trabalho, que complementa o volume monográfico da mesma colecção, publicado no passado mês de agosto, revela-se o maior estudo alguma vez realizado sobre a freguesia de Sagres, com um total de 1.745 páginas”, refere Nuno Campos Inácio em comunicado. Neste levantamento, são apresentadas 4.822 biografias de pessoas nascidas, casadas ou falecidas em Sagres, entre 1300 e 1918, com as respectivas ligações familiares, que permite a qualquer pessoa que tenha origens familiares em Sagres traçar a sua árvore genealógica e complementá-la com informação biográfica inédita. Em termos gerais, a obra, que refere mais de 10.000 indivíduos, permite conhecer a evolução histórica e social de Sagres, saber de onde vieram e para onde foram os seus habitantes, que profissões tinham, o seu estatuto social, rendimentos, negócios, informação

militar, numa conjugação de informação documental de milhares de documentos, de dezenas de arquivos e extensa bibliografia. Nuno Campos Inácio iniciou o projecto “Genealogia do Algarve” em 2007, tendo sido lançado em 2009. Nestes anos relacionou mais de 260.000 indivíduos com ligações familiares ao Algarve, num portal que contabiliza mais de 5 milhões de dados informativos. Depois de oito anos a aperfeiçoar um método que permitisse passar este monumental trabalho para formato de livros, em Janeiro de 2022 lançou o primeiro trabalho completo, o «Levantamento Enciclopédico das Famílias de Barão de São Miguel». Além do levantamento de Sagres que será agora apresentado, tem em fase de finalização para serem apresentados ainda este ano os levantamentos das freguesias da Raposeira e de Ferragudo e em andamento os de Budens e de Porches.

Centenas de utentes do Algarve encaminhados para Espanha

No Algarve, desde 2018 que centenas de utentes são encaminhados para Espanha para fazer ressonâncias magnéticas. A lista de espera no Centro Hospitalar Universitário do Algarve ultrapassa as 3700 pessoas, segundo a SIC.

Atravessar o Algarve pela A22 custa 6,60€

Os preços das portagens nas autoestradas nacionais sofreram um aumento de 4,9%, por esse motivo, atravessar o Algarve pela A22, também conhecida por Via do Infante, passou a custar 6,60 euros para um automóvel classe 1, um acréscimo de 30 cêntimos, depois de dois anos sem qualquer variação. Percorrer a A1 entre Lisboa e Porto aumentou 1,05 euros, para 23,45 euros. Já na A2, que liga a capital à região do Algarve, a subida é de 1,1 euros, para um total de 22,40 euros.

Mural de artista de Lagoa nomeado para melhor do mundo

A Polícia Judiciária deteve um homem de 26 anos que no final de outubro disparou um tiro em direção a um segurança no interior de um espaço de diversão noturna em Faro.

Em comunicado, a diretoria do sul da PJ adianta que o homem, suspeito de homicídio na forma tentada, teve uma altercação com elementos da segurança privada do espaço, no passado dia 23 de outubro, depois de se recusar a pagar as bebidas alcoólicas que ali tinha consumido.

“Decorrida cerca de uma hora após a contenda, o suspeito regressou ao estabelecimento empunhando uma arma de fogo, vindo a perseguir os vários elementos da segurança que se encontravam na entrada até ao seu interior, local onde se encontravam no momento cerca de 270 pessoas, desferindo um disparo na direção de um daqueles colaboradores”, lê-se na nota. De acordo com a PJ, no “prosseguimento da investigação viriam a ser recolhidos relevantes elementos probatórios que culminaram na detenção do presumível autor”, efetivada na terça-feira. O homem é ainda suspeito de tráfico de droga.

3º TRIMESTRE DE 2022 A acessibilidade na aquisição de uma habitação no país continua a agravar-se, onde a região do Algarve e a zona de Lisboa são os territórios com os valores mais elevados por metro quadrado. Segundo divulgou esta terça-feira o Eurostat, o preço homólogo das casas aumentou, no terceiro trimestre de 2022, 6,8% na zona euro e 7,4% na União Europeia (UE), com Portugal a registar uma subida acima da média (13,1%).

De acordo com o serviço estatístico comunitário, face ao trimestre anterior, entre julho e setembro os preços das habitações subiram 1,0% na zona euro e 0,9% na UE.

Na variação homóloga, 15 Estados-membros

registaram subidas de mais de 10% no indicador, com os maiores aumentos a serem registados na Estónia (24,2%), na Hungria (21,0%) e na Lituânia (19,3%), com a Dinamarca a apresentar a única baixa (-2,4%).

Face ao segundo trimestre de 2022, os preços das casas avançaram em 20 Estados-membros, com destaque para Chipre (5,8%), Bulgária (4,1%) e Áustria (4,0%), tendo a Dinamarca (-3,8%), a Suécia (-3,1%), a Finlândia (-1,3%), a Roménia (-1,2%), a Itália (-1,0%) e a Alemanha (-0,4%) registado recuos no indicador. No terceiro trimestre de 2022, os preços das casas subiram, em Portugal, 13,1% na variação homóloga e 2,9% em cadeia.

Distribuição quinzenal nas bancas do Algarve

Um mural do artista de Lagoa Stephen Jones, conhecido como Huariu, feito no ano de 2022 em Cambre, Espanha, está nomeado para melhor do mundo pela plataforma Street Art Cities. Em comunicado, a Câmara de Lagoa, refere que a votação para eleger o vencedor entre os 100 melhores ‘grafitties’ do mundo decorre até ao dia 27 de janeiro. A votação está a decorrer na página oficial da comunidade Street Art Cities em https://streetartcities. com/best-of/2022.

Tivoli Hotels & Resorts oferece 500 vagas

Tiragem desta edição 9.031 exemplares

POSTAL regressa a 3 de fevereiro

A Tivoli Hotels & Resorts vai promover este mês uma ação de recrutamento que vai percorrer sete cidades em igual número de dias, no início de um ano em que a empresa estima contratar mais de 500 pessoas. A ação realiza-se através de uma carrinha de venda de comida personalizada que vai percorrer, entre 16 e 22 deste mês as cidades de Lisboa, Coimbra, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre e Portimão. “No total, prevemos contratar mais de 500 profissionais este ano, com foco na região algarvia, onde iremos abrir, em final de março, o Tivoli Alvor Algarve Resort, para o qual iremos recrutar cerca de 300 colaboradores”, referiu a diretora de recursos humanos para Portugal.

Preço das casas em Portugal aumentou o dobro da zona euro
Detido homem que disparou contra segurança em espaço de diversão noturna em Faro
E ainda
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