POSTAL 1276 3DEZ2021

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3 de dezembro de 2021 1276 • €1,5

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MARROQUINOS QUE DESEMBARCARAM ILEGALMENTE EM PRAIAS DO ALGARVE

E ainda Lagoa dos Salgados em consulta pública

Após mais de 20 anos de reivindicações, a proposta de classificação da Reserva Natural da Lagoa dos Salgados como área protegida entrou em consulta pública. P8

Afinal, usar máscara já não é para clientes de bares e discotecas P7

De onde partiram e onde andam? ➡ Nenhum conseguiu asilo ➡ Alguns fugiram para outros países da UE ➡ SEF e Ministério Público investigam crimes de auxílio à imigração ilegal

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Orçamento grátis em: www.hpz.pt

Há um novo serviço público de transporte rodoviário Traz à região novas linhas e transporte a pedido em locais com mais de 40 habitantes sem paragem a 800 mts. P9

AVALIAÇÃO BANCÁRIA NO ALGARVE É A MAIS ELEVADA DO PAÍS - Comprar casa está mais acessível com subida recorde nos valores de avaliação

COVID Autostestes estão esgotados no Algarve

O POSTAL percorreu várias farmácias e o cenário é caótico: os autotestes estão escassos. P4

Aurora Steakhouse: Novos sabores em Tavira

Mais cinco cirurgiões de saída do Hospital

As escalas da urgência de cirurgia do Hospital de Faro podem ficar sem profissionais este mês. O sindicato dos médicos fala em 'ameaça' das urgências, mas o diretor clínico refuta. P24

BANCA A compra de casa está cada vez mais acessível com os valores das ava-

liações bancárias a atingiram o recorde mais elevado desde janeiro de 2011. No

POR JORGE QUEIROZ

A Educação patrimonial exemplar - CIIP Cacela CS16 POR RAMIRO SANTOS

1755 Epicentro no mar CS19

POR MARIA JOÃO NEVES

país, o Algarve lidera em valor por metro quadrado nos apartamentos. P5

POR PAULO SERRA

Viagens ao Outro Lado do Mundo, O avesso da pele, de Sir David Attenborough

de Jeferson Tenório

POR PAULO LARCHER

POR MARIA LUÍSA FRANCISCO

A perda da O Algarve de Costa consciência CS18 a Costa CS21

ai1638216676101_Rodapé Duplo_Capa_25x8cm_AgrilojaTavira_3 Dez.pdf 1 29/11/2021 20:11:21

O casal Cátia Pires e Ashikur Rahman foram buscar inspiração ao prestigiado Salt Bae (Dubai) e arrojadamente vão proporcionar aos clientes o sabor da carne com folha de ouro. A carne é a protagonista, mas o peixe e os pratos vegetarianos não ficaram esquecidos na ementa. P5

POR SAÚL DE JESUS

CS20

A arte ajuda-nos a Biblioterapia: da leitura à parar no tempo? CS15 transformação do leitor CS17 PUB.

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CADERNO ALGARVE

Postal, 3 de dezembro de 2021

NATAL EM DEZEMBRO, O «GUIA ALGARVE» TEM UM PRESENTE ESPECIAL Redação, Administração e Serviços Comerciais Rua Dr. Silvestre Falcão, 13 C 8800-412 Tavira - ALGARVE Tel: 281 405 028 Publisher e Diretor Henrique Dias Freire Diretora Executiva Ana Pinto

REDAÇÃO

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DEPARTAMENTO COMERCIAL

Publicidade e Assinaturas Anabela Gonçalves - Secretária Executiva anabelag.postal@gmail.com Helena Gaudêncio - RP & Eventos hgaudencio.postal@gmail.com Design Bruno Ferreira

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Tiragem desta edição

6.782 exemplares

O Natal já chegou ao Algarve! A magia do Natal já chegou ao Algarve e o Guia Algarve apresenta um conjunto de atividades para que quem reside e visita a região possa celebrar esta época festiva ao ar livre e também entre portas A programação do mês de dezembro oferece propostas para todos os gostos e idades. Para quem já está à procura de presentes de Natal, pode escolher o comércio tradicional, optando pelas dezenas de feiras e mercados que vão percorrer os vários concelhos do Algarve. Entre eles, destaca-se o Mercadinho de Natal de Portimão (de 01 a 23), inspirado nos mercados de Natal de rua do Norte da Europa, onde não faltará animação para quem o visitar. Também Vale do Lobo (dia 04), Loulé (04), Cacela Velha (05), São Brás de Alportel (05) e Vila Vita Parc (18 e 19) realizam mercadinhos de Natal com várias sugestões de presentes – como o artesanato e produtos agroalimentares regionais – e com muita animação, que prometem envolver as ruas no espírito natalício. Albufeira, Moncarapacho, Quarteira, Silves recebem a Orquestra Clássica do Sul que, entre 17 e 22, realiza o Ciclo de Concertos de Natal. Em Lagos, o Centro Cultural recebe no dia 04 a Orquestra Ligeira de Lagos, que interpretará É a Magia do Natal, com um repertório de diversas melodias que nos relembram que a magia do Natal é a música. A 22 de dezembro, pelas 21h30, Diogo Piçarra sobe ao palco do Teatro das Figuras, em Faro, para apresentar Vem Cantar Comigo, uma tour que marca a primeira vez a solo do cantor e que tem como particularidade um momento de duetos com um artista da região. A atuação é

marcada também pela forma como Diogo Piçarra trabalha instrumentos e formas – como nunca antes visto –, acompanhado de um cenário surpreendente. E porque rir é o melhor remédio, Albufeira é novamente palco do Solrir – Festival de Humor, onde, durante quatro noites (29 e 30 de dezembro e 01 e 02 de janeiro), oito humoristas apostam em sair de 2021 e entrar em

2022 de uma única forma: às gargalhadas. Herman José, Nilton, Marco Horácio, Fernando Rocha, Ana Bola, David Cristina, Serafim e Aldo Lima são os oito convocados para uma noite de comédia no Palácio de Congressos do Algarve, na Herdade dos Salgados. No último mês do ano, a Galeria Municipal João Bailote, em Albufeira, recebe a exposição Santons, de

Ragnhild Olsen. Em exibição até ao dia 07 de janeiro, esta exposição recupera uma antiga tradição de Natal da Provença, no sul de França, ao trazer santons (ou, melhor, bonecas de argila) feitas à mão, e que medem entre 25 a 30 cm, totalmente trajadas a rigor e assinadas por diferentes artistas. Professor, padeiro, médico, enólogo e até a natividade são algumas das profissões e épocas que estas bonecas de argila personificam. A prestigiada companhia de Moscovo Russian Classical Ballet, dirigida pela famosa bailarina Evgeniya Bespalova, regressa a Portugal e faz paragem em Lagoa, a 12 de dezembro, no Auditório Municipal Carlos do Carmo para apresentar a nova produção da obra-prima do bailado clássico A Bela Adormecida, uma narrativa que desperta o encanto dos contos de fadas. Finalmente, nos dias 04 e 05 de dezembro realiza-se, em diversas localidades, a primeira edição da Taça dos Campeões de Ralis Regionais – Claudino Romeiro. Promovida pela Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting e pelo Clube Automóvel do Algarve, esta iniciativa tem como palco as classificativas em asfalto do Rallye Casinos do Algarve 2021, uma prova que reúne os melhores classificados nos sete grupos comuns aos campeonatos regionais de ralis portugueses (Norte, Centro, Sul, Açores e Madeira). Estes e outros eventos estão reunidos no guia mensal de eventos editado pela Região de Turismo do Algarve, uma publicação bilingue (português e inglês), com uma tiragem de 35 mil exemplares e distribuição gratuita nos hotéis, agências de viagens, postos de turismo, aeroporto de Faro, rent-a-cars e campos de golfe da região.



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REGIÃO ENSINO SECUNDÁRIO

Piores resultados registam-se no Algarve e na Área Metropolitana de Lisboa Sete em cada 10 alunos concluem o ensino secundário nos três anos esperados, segundo os dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Educação que retratam uma tendência de melhoria que se repete no ensino profissional. As conclusões fazem parte de dois estudos da Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC) publicados sobre a situação após três anos dos alunos que ingressam em cursos científico-humanísticos e profissionais. No ano letivo 2019/2020, sete em cada 10 alunos alcançaram esse feito, uma melhoria em comparação a 2014/2015, quando apenas 55% dos finalistas concluíram o secundário no tempo normal. Já no ensino profissional, verifica-se igualmente uma tendência crescente no que respeita ao sucesso dos alunos: em 2019/2020, 65% dos alunos concluíam o curso em três anos, registando-se um aumento de 12 pontos percentuais comparativamente a 2014/2015. Os dados da DGEEC revelam ainda que os melhores resultados se registam nas regiões Norte e Centro, e foi no Algarve e na Área Metropolitana de Lisboa onde se registou a recuperação menos expressiva. O Ministério da Educação acrescenta que é no ensino secundário que se encontram os principais focos de exclusão e que se "justifica que este investimento continue". SALÁRIO MÍNIMO

Incidência mais elevada no país é no Alentejo, seguido pelo Algarve Cerca de um quarto dos trabalhadores em Portugal recebe o salário mínimo nacional (SMN), que é sobretudo auferido pelos trabalhadores precários, pelas mulheres, pelos jovens e por pessoas com menos habilitações, que trabalham maioritariamente em pequenas empresas. De acordo com o relatório 'Retribuição Mínima Mensal Garantida 2021', do Gabinete de Estatística e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, em junho de 2021 ganhavam o SMN 24,6% dos trabalhadores. Por escalão etário, verificou-se que, entre os jovens com menos de 25 anos, a proporção de trabalhadores com salários iguais à RMMG, nos primeiros seis meses de 2021, se manteve próxima dos 34,0%, acima do segmento dos jovens adultos (25-29 anos), onde a proporção de pessoas abrangidos pela RMMG rondou os 26,0%. Nos dois casos, e em termos trimestrais, a variação dos últimos três meses face ao primeiro trimestre do ano representou uma ligeira diminuição (menos de 0,2 pontos percentuais). Nas pessoas com mais de 30 anos, que representavam em junho de 2021 cerca de 24,0% dos trabalhadores com remuneração declarada igual à RMMG, registou-se uma variação na mesma ordem de grandeza, de 24,0% para 23,8% entre os dois trimestres de 2021. Por região do território continental, é o Alentejo que apresenta atualmente a incidência mais elevada do salário mínimo (31,7%), seguido pelo Algarve (30,8%).

Várias farmácias em Faro tinham esta semana autotestes esgotados FOTO D.R.

Verificámos quatro farmácias e a parafarmácia do supermercado Jumbo em Faro e todas elas tinham os testes rápidos à covid-19 esgotados, algumas já há vários dias Ao longo dos últimos dias, vários leitores ligaram para o POSTAL a queixarem-se que há farmácias que já não atendem o telefone e há outras que não aceitam reservas, apenas de forma presencial. Desde sábado passado que o POSTAL tem percorrido várias farmácias e o cenário é caótico: os autotestes estão escassos. Já no ano passado, duas semanas antes do Natal, a corrida aos testes rápidos começou mal foi anunciado algum alívio das medidas de combate à pandemia no Natal: a perspetiva de passar os dias festivos em família levou milhares de portugueses a fazer análises ao SARS-CoV-2, entupindo os serviços, que prometiam tentar aumentar a capacidade de resposta. Este ano, imediatamente a seguir ao anúncio do primeiro-ministro sobre as novas medidas restritivas para fazer face à evolução da pandemia de covid-19, a procura por autotestes aumentou expo-

nencialmente pelo reforço da testagem, que aconteceu a partir desta quarta-feira (entrada em vigor das novas medidas para travar a pandemia). Segundo pudemos constatar em diversos pontos do Algarve, os testes rápidos estão a desaparecer das farmácias e supermercados. No início desta semana, a presidente da Associação de Farmácias de Portugal, Manuela Pacheco, admitiu isso mesmo: há grandes dificuldades em obter autotestes à covid-19 nas farmácias. E até na venda online, já são vários os sites que anunciam que

estes produtos estão “esgotados”. A crescente procura já está a fazer com que os poucos testes rápidos que ainda existam estejam a ser vendidos pelo triplo do seu preço normal. Os fornecedores estão agora a pedir valores na ordem dos cinco euros, quando a unidade era então comprada a 1,90 euros, dizem os comerciantes.

TESTES VOLTARAM A SER COMPARTICIPADOS Os testes voltaram a ser comparticipados por decisão recente do Governo, com a portaria que

prorrogou o regime aprovado em junho, mas a comparticipação continua a ser limitada ao máximo de quatro testes por mês e por utente. O Ministério da Saúde justificou esta renovação do regime tendo em conta a atual situação epidemiológica e a importância de voltar a intensificar a realização de testes para deteção do SARS-CoV-2 de forma progressiva e proporcionada ao risco, que contribuam para o reforço do controlo da pandemia. O stock de autotestes nas farmácias deverá ser reposto rapidamente, garantiu Manuela Pacheco.

Discotecas preocupadas com a falta de testes disponíveis

A

Associação de Discotecas Nacional (ADN) manifestou-se esta segunda-feira preocupada com a falta de capacidade de testagem à covid-19, uma vez que, a partir de 1 de dezembro, passou a ser obrigatório teste negativo para entrar nos estabelecimentos de diversão noturna. "Já temos informação de haver falta de testes em algumas regiões do país, nomeadamente na área de Lisboa de já não ser possível marcação de testes para os próximos dias", afirmou o presidente da ADN, José Gouveia, à agência Lusa. Na apresentação das medidas de controlo da pandemia, após reunião do Conselho de Ministros de 25 de novembro, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que a entrada nos espaços de diversão noturna

ia estar sujeita à apresentação de teste negativo à covid-19, mesmo para vacinados, a partir de quarta-feira, 01 de dezembro, estando discotecas e bares encerrados entre 02 e 09 de janeiro. "Não acreditamos que irá haver capacidade de testagem, principalmente nesta primeira semana onde temos uma véspera de feriado e um fim de semana e, além disso, temos um dérbi entre Benfica e Sporting [sexta-feira, 03 de dezembro]. Se toda a gente que for ao estádio for testada, estamos a falar de 60 mil testes só para esta situação", apontou o representante das discotecas. Sem conseguir prever o impacto das medidas no funcionamento dos estabelecimentos de diversão noturna, José Gouveia falou nos receios, inclusive a falta de

adesão dos clientes por o teste ser um custo acrescido. "Não só não haja capacidade [de testagem] como as pessoas desistam de ir às discotecas em função de tudo aquilo que tem que fazer para chegar lá, toda a burocracia", referiu o presidente da ADN. Sobre a obrigatoriedade do uso de máscara no interior dos estabelecimentos de diversão noturna, o representante das discotecas considerou que "a palavra-chave, neste momento, é adaptação e é perceber se as pessoas se adaptam". "Temos que perceber esta semana qual é a reação das pessoas e, em função disso, o Governo também terá que fazer os seus ajustes e começarmos a falar de que forma é que estas empresas com quebras de faturação terão que ser apoiadas", advertiu.

Na passada sexta-feira, fonte do Ministério da Saúde explicou que a apresentação de um teste PCR ou antigénio negativo à covid-19 vai permitir a entrada em bares e discotecas, espaços de diversão noturna que estão sujeitos a esta medida, a partir de dezembro, mesmo para vacinados. "No caso dos testes PCR, devem ser realizados com 72 horas de antecedência. No caso dos testes de antigénio, 48 horas", precisou o Ministério da Saúde. A entrada nos bares com espaço de dança e discotecas, que abriram em 01 de outubro depois de encerrados cerca de 19 meses devido à pandemia, estava até agora cingida apenas à apresentação do certificado digital, que podia ser relativo a vacinação, recuperação ou realização de teste negativo.


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REGIÃO

Avaliação bancária no Algarve é a mais elevada do país - Comprar casa está mais acessível com subida recorde nos valores de avaliação

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s avaliações bancárias para a compra de casa subiram de novo e atingiram um novo recorde, desde pelo menos janeiro de 2011, data a que recuam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). A compra de uma casa com crédito bancário torna-se geralmente mais acessível ao consumidor quando os bancos passam a fazer as avaliações bancárias de bens urbanos com valores mais elevados, desde que os preços de mercado de uma casa subam menos que o valor da sua avaliação bancária. Depois de uma subida em setembro, que se seguiu à estagnação de agosto, o valor mediano de avaliação bancária foi 1.251 euros por metro quadrado em outubro, mais 15 euros do que no mês precedente. Em termos homólogos, a taxa de variação aumentou para 10,6% (9,6% em setembro). Face a setembro, quando se registou um valor da avaliação de 1.236 euros, o aumento foi de 1,2%. A variação homóloga mais intensa registou-se na Área Metropolitana de Lisboa (10,3%) e a menor na Região Autónoma dos Açores (2,0%). Em cadeia, os maiores aumentos face ao mês anterior registaram-se na Região Autónoma da Madeira e no Norte (1,5%), tendo a Região Autónoma dos Açores apresentado a única descida (-1,7%).

ALGARVE COM OS VALORES MAIS ELEVADOS DO PAÍS O valor mediano de avaliação bancária de apartamentos em outubro foi 1.385 euros por metro quadrado, tendo aumentado 11,8% relativamente ao mesmo mês do ano

No país, a região do Algarve lidera nos apartamentos em valores de avaliação bancária por metro quadrado

anterior. O valor mais elevado foi observado no Algarve (1.674 euros) e o mais baixo no Alentejo (888 euros). Já a região Norte teve o maior crescimento homólogo (11,5%), e a Região Autónoma dos Açores apresentou o menor (1,4%). Comparativamente com o mês anterior, o valor de avaliação subiu 1,2%, tendo a Região Autónoma dos Açores registado a maior subida (4,0%). A única descida verificou-se no Alentejo (-0,4%). As avaliações dos T2 subiram mais acentuadamente que as dos T3 - 10 euros, em vez de 8 euros.

MORADIAS MENOS CARAS QUE APARTAMENTOS Por outro lado, o valor mediano da avaliação bancária das moradias é bem menor que o dos apartamentos (1.385 euros/m2). Nas moradias, o valor foi de 1.010 euros por metro quadrado em outubro, mais 6,7% contra o aumento de 11,8% registados nos apartamentos, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Os valores mais elevados observaram-se na Área Metropolitana de Lisboa (1.683 euros) e na região do

FOTO D.R.

Algarve (1.658 euros). Já a região Centro registou o valor mais baixo (826 euros). A Área Metropolitana de Lisboa apresentou o maior crescimento homólogo (9,8%) e o menor ocorreu na Região Autónoma dos Açores (2,1%). Em cadeia, a Região Autónoma da Madeira apresentou o aumento mais acentuado (3,6%), tendo a Região Autónoma dos Açores apresentado a única redução (-1,2%). Os valores das moradias T2, T3 e T4, tipologias responsáveis por 89,3% das avaliações, atingiram, respe-

tivamente, os 956 euros (mais 26 euros), 997 euros (mais 9 euros) e 1.078 euros (mais 29 euros). De acordo com o Índice do valor mediano de avaliação bancária, em outubro de 2021, o Algarve, a Área Metropolitana de Lisboa, a Região Autónoma da Madeira, o Alentejo Litoral e a Área Metropolitana do Porto apresentaram valores de avaliação superiores à mediana do país (34%, 33%, 3% ,2% e 1% respetivamente). Já a região das Beiras e Serra da Estrela apresentou o valor mais baixo em relação à mediana do país (-45%). PUB.

Há novos sabores em Tavira: Aurora Steakhouse INAUGURADO esta terça-feira em Tavira (próximo do tribunal), pode dizer-se que o novo espaço que conhecíamos de outros projetos do setor, ficou irreconhecível depois de uma verdadeira intervenção plástica a que foi sujeito, revelando um sentido de estética e de conforto que vai naturalmente surpreender e atrair os clientes ao novo restaurante Aurora Steakhouse. Num dos setores mais afetados pela pandemia, o casal Cátia Pires e Ashikur Rahman, proprietários do restaurante, vêm dar provas de coragem e resiliência com a criação de um conceito que não existe com esta magnitude na cidade. À mesa são servidas várias surpresas, com

maior enfoque para as carnes maturadas de qualidade superior, cozinhadas a baixas temperaturas, como o “Tomahawk”, podendo em alguns dos casos ser desossadas e cortadas no momento de ser servidas. Os responsáveis levantaram um pouco do véu e contam que foram buscar inspiração ao prestigiado Salt Bae (Dubai) e arrojadamente vão proporcionar aos convivas o sabor da carne com folha de ouro. Embora a carne seja a protagonista, o peixe e os pratos vegetarianos não ficaram esquecidos na ementa. Para regar estes verdadeiros manjares escusado será dizer que os vinhos algarvios têm particular destaque, bem como a

cerveja artesanal, com um registo médio alto de qualidade. O Aurora Steakhouse é também um espaço “verde” e essa preocupação começa na cozinha com o recurso a eco-grills e estende-se à sala, cuja capacidade é de 68 lugares sentados. O ambiente requintado do restaurante acolhe os clientes com música ambiente e no horizonte, a curto prazo, está a música ao vivo às sextas-feiras. O horário de funcionamento é todos os dias das 12:30 às 15:30 e das 18:30 às 23:30. Os almoços ou jantares de Natal já estão à sua espera, assim, o convite fica feito. Para marcar ligue o 938 395 076.

NUMA é o NUno e MAnuela, o casal que abre as portas deste restaurante para partilhar convosco a linguagem do amor de ambos aplicada à comida deliciosa. E para que os nossos visitantes não se percam, no NUMA podemos oferecer-lhes um pouco da magia da vida e da comida feita com amor. NUMA Restaurante Av. Miguel Bombarda 17, 8500-299 Portimão Telefone geral: 282 432 454 Email: reservas@numarestaurante.pt



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REGIÃO

Obrigação de usar máscara já não é para clientes de bares e discotecas

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acesso a bares e discotecas não implica o uso de máscaras facial pelos clientes, segundo a orientação atualizada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) em linha com as medidas que vigoram desde quarta-feira. Já os trabalhadores destes espaços estão obrigados a usar máscara facial, segundo detalha a nova norma da DGS, que determina ainda que os bares e discotecas têm de manter a capacidade máxima determinada de pessoas/serviço do estabelecimento (interior e exterior), observando a legislação em vigor e de afixar essa lotação em documento próprio, visível para o público. No dia 26 de novembro, depois de uma reunião com o secretário de Estado do Comércio, Serviços e

Defesa do Consumidor, João Torres, o presidente da Associação de Discotecas Nacional (ADN) disse que o Governo tinha confirmado obrigatoriedade do uso de máscara no interior dos estabelecimentos de animação noturna a partir de quarta-feira, situação que a orientação atualizada da DGS agora divulgada não contempla. Além da ADN estiveram nessa reunião – realizada depois de o primeiro-ministro ter anunciado as novas regras de controlo da pandemia – a Associação de Discotecas do Sul e Algarve (ADSA) e representantes da diversão noturna do Centro e do Norte. De acordo com a orientação atualizada da DGS, o acesso a bares e discotecas e outros estabelecimentos de bebidas sem espetáculo e a estabe-

lecimentos com espaço de dança está dependente da apresentação pelos clientes de “certificado de covid da UE nas modalidades de certificado de teste ou de recuperação” ou “outro comprovativo de realização laboratorial de teste com resultado negativo”.

Sobre as obrigações dos bares e discotecas A exigência de certificado de teste ou de recuperação ou outro comprovativo de realização de teste laboratorial com resultado negativo não se aplica aos “trabalhadores dos espaços ou estabelecimentos bem como a eventuais fornecedores ou prestadores de serviços que habilitem o funcionamento dos mesmos, exceto se tal for exigido ao abrigo de outras normas”. Os bares e discotecas estão obriga-

dos a proibir a entrada a utilizadores que apresentem sintomatologia compatível com a covid-19 e a disponibilizar dispensadores de produto desinfetante de mãos localizados “perto da entrada do estabelecimento e noutros locais convenientes e acessíveis, associados a disponibilização de informação explicativa”. De acordo com a orientação da DGS, estes espaços têm também de garantir uma adequada limpeza e desinfeção de todas as superfícies do estabelecimento, com a utilização de produtos adequados e de assegurar uma boa ventilação dos espaços,” preferencialmente com ventilação natural, através da abertura de portas ou janelas”, podendo também ser usada ventilação mecânica de ar (sistema AVAC – Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado).

O primeiro-ministro anunciou que a entrada nos espaços de diversão noturna vai estar sujeita à apresentação de teste negativo à covid-19, mesmo para vacinados, a partir de 1 de dezembro, estando discotecas e bares encerrados entre 2 e 9 janeiro. Na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, António Costa disse que o encerramento das discotecas e dos bares decorre na chamada “semana de contenção de contactos”. A entrada nos bares com espaço de dança e discotecas, que abriram em 01 de outubro depois de encerrados cerca de 19 meses devido à pandemia, estava até agora cingida apenas à apresentação do certificado digital, que podia ser relativo a vacinação, recuperação ou de realização de teste negativo. PUB.

Trabalhadores de Minipreço em Vila Real de Santo António manifestam-se contra precaridade Vários trabalhadores grevistas do grupo DIA de Vila Real de Santo António manifestaram-se, esta quarta-feira, pelo facto da loja Minipreço de Vila Real de Santo António estar em processo de franqueamento, e ter decidido não manter os trabalhadores atuais, sendo a alternativa a inserção dos mesmos noutras lojas do Grupo Dia Os trabalhadores queixam-se desta medida, alegando dificuldade de acesso e quase inexistência de transportes públicos para os novos locais de trabalho e acrescentam que esta solução é impraticável pelo facto de estarem a centenas de kms das suas residências, quer pelo tempo dispensado nos percursos entre trabalho e residência. Segundo o porta voz da concelhia PAN de Vila Real de Santo António e comissário político distrital do partido,

Saúl Rosa, “Vivemos num período em que as pessoas estão cada vez mais fartas do trabalho precário". "Neste caso específico ouvimos casos de pessoas que estão efetivas nestes postos há anos, com responsabilidades familiares e com dependentes menores que os compelem a manter a estabilidade geográfica a nível laboral. No nosso entendimento, o expectável e mais razoável seria que a loja, mantendo-se no ativo, mantivesse os postos de trabalho sendo que precisará de trabalhadores para manter portas abertas, mas tanto quanto sabemos esta alternativa não foi apresentada até agora. Esperamos que o Grupo Dia encontre uma solução o mais breve possível, e que não prejudique nem a empresa, nem trabalhadores/as.” refere o PAN em comunicado. A manifestação contou com a participação da coordenadora regional do sindicato CESP (Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, Maria José Madeira.

Venha descobrir os sabores! Rua Dr. Augusto Carlos Palma, 8 - Tavira Telm. 938 395 076


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REGIÃO

Classificação da Lagoa dos Salgados como área protegida em consulta pública

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proposta de classificação da Reserva Natural da Lagoa dos Salgados como área protegida entrou em consulta pública esta terça-feira, projeto aplaudido por ambientalistas, que consideram haver “muito trabalho por fazer” para proteger o local. A abertura do período de discussão pública da proposta de classificação daquela reserva - abrangida pelos concelhos de Albufeira e Silves, no distrito de Faro - como área protegida de âmbito nacional, foi publicada em Diário da República em 22 de novembro, tendo a duração de 30 dias úteis. Em comunicado, a associação ambientalista Almargem aplaudiu a proposta de classificação, que surgiu “após

mais de 20 anos de reivindicações”, considerando que são necessárias “medidas concretas” a aplicar no terreno, assim como “a articulação com o futuro Parque Natural Marinho do Recife do Algarve”. Para a Almargem, a proposta, que classificou como “um marco histórico para a conservação da natureza no Algarve”, é “também uma vitória de todos aqueles que ao longo de mais de duas décadas lutaram para que a Lagoa dos Salgados tivesse um estatuto de proteção” como o agora anunciado. “Recorde-se que a proteção desta área é há muito reivindicada, por várias Organizações Não-Governamentais de Ambiente”, sublinhou a Almargem, que participa na Plataforma dos

FOTO D.R.

Amigos da Lagoa dos Salgados, que, entre outros, integra Frank McClintock, responsável pela petição “Save Salgados”, que mobilizou “mais de 35.000 pessoas em torno desta causa”. A Almargem referiu ter proPUB.

movido em 2019 um estudo sobre três zonas húmidas da região que não gozavam de qualquer estatuto de proteção, estudo que viria a concluir a importância da Lagoa dos Salgados e a necessidade de promover a sua proteção efetiva por via da classificação . “Em boa hora, a autarquia de Silves, à semelhança da de Loulé, mas ao contrário do vizinho concelho de Lagoa, acolheu as medidas propostas no referido estudo para a área, tal como o ICNF, entidade que por várias vezes chegou a questionar a importância dos valores naturais em presença nesta área”, lê-se na nota. Segundo a Almargem, a confirmar-se a criação da Reserva Natural da Lagoa dos Salgados, esta será a segunda na região a integrar a designada Rede Nacional de

Áreas Protegidas, depois da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António.

Grande interesse científico ao nível geológico e biológico No Algarve, recorda a organização, existe ainda o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, o Parque Natural da Ria Formosa e as Áreas de Paisagem Protegidas Locais da Rocha da Pena e da Fonte Benémola. “Recorde-se que a área onde se localiza a Lagoa dos Salgados, integra uma vasta área, conhecida por Praia Grande, onde se inclui uma outra zona húmida - o Sapal/Foz da Ribeira de Alcantarilha, a qual apresenta um grande interesse científico ao nível geológico e biológico, não só por albergar uma grande

quantidade e variedade de espécies de aves, mas também pela sua riqueza em flora, o qual é fruto de um mosaico de habitats”, conclui. Durante o período de discussão pública da proposta, que terá a duração de 30 dias úteis, os documentos que compõem o processo podem ser consultados a partir do portal do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), em https://www.icnf. pt/, e do portal Participa, em https://participa.pt/. Já a consulta presencial dos documentos poderá ser feita durante o horário normal de expediente nos serviços centrais do ICNF, na Avenida da República, n.º 16, em Lisboa, e na Direção Regional da Conservação da Natureza e Florestas do Algarve, no Centro de Educação Ambiental de Marim, Quelfes, Olhão. No aviso publicado pelo ICNF, lê-se que, no âmbito das medidas adotadas para combate à covid-19, o atendimento presencial será efetuado apenas através de agendamento prévio para o endereço eletrónico dppre@icnf.pt. Durante o período de consulta, os interessados podem apresentar as suas sugestões diretamente no portal Participa, através de correio eletrónico para o endereço dppre@icnf.pt ou por correio postal dirigido ao Presidente do Conselho Diretivo do ICNF, para a morada da sede do instituto. PUB.

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CADERNO ALGARVE

Postal, 3 de dezembro de 2021

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REGIÃO

Municípios lançam serviço público de transporte rodoviário no Algarve FOTO D.R.

O Algarve passou a contar desde quarta-feira com um serviço público de transporte rodoviário de passageiros, operado pela VIZUR, empresa subsidiária da Eva Transportes, anunciou a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) O novo serviço, denominado VAMUS – Transportes do Algarve, surge depois de a VIZUR ter vencido o concurso público internacional lançado pela AMAL, que aprovou esta segunda-feira o plano de rede e oferta de concessão, bem como outras questões contratuais ligadas aos transportes, adiantou a AMAL. “Arranca, assim, uma nova fase do transporte rodoviário na região”, referiu a entidade que agrupa os 16 municípios do distrito de Faro em comunicado, precisando que “o volume de negócios do concurso rondou os 85 milhões de euros para uma concessão de cinco anos”. A mesma fonte adiantou que, “neste âmbito, das 106 linhas base de

transporte rodoviário regular de passageiros no Algarve, cabe à AMAL a gestão de 98 linhas, sendo o serviço executado pelo vencedor do concurso, a EVA Transportes, através da sua subsidiária VIZUR Transportes”. “A implementação da rede VAMUS – Transportes do Algarve traz à região uma oferta mais vasta, com novas linhas regulares, um novo serviço de transporte a pedido - em locais com mais de 40 habitantes sem paragem a 800 metros - e um novo Serviço Aerobus, que permitirá ligações diretas ou semidiretas entre alguns concelhos do Algarve

e o Aeroporto de Faro”, precisou a AMAL. A mesma fonte acrescentou que o serviço passa a ter “uma nova imagem corporativa”, além da renovação da frota, com melhoria ao nível das emissões de gases de efeito de estufa e de acessibilidades, assegurando uma “bilhética móvel, transporte gratuito de bicicletas em algumas linhas” ou internet sem fios a bordo. “Os utilizadores das carreiras interurbanas já podem consultar os horários e comprar os títulos online. Poderão fazê-lo através do website https://vamusalgarve.pt ou do

smartphone, bastando, para tal, que instalem a aplicação”, prossegue a nota. EM ESTUDO UM PASSE ÚNICO PARA DESLOCAÇÕES DIÁRIAS Os municípios algarvios referiram ainda que está “em estudo a criação de um passe único que vai permitir aos residentes e visitantes utilizarem os transportes públicos da região através de um único título de transporte”. Segundo a AMAL, esta medida “poderá contribuir para a migração do transporte individual para o

transporte público nas deslocações diárias no Algarve”. A Comunidade Intermunicipal recordou que a contratação de um serviço público de transporte rodoviário de passageiros até 03 de dezembro de 2019 era uma obrigação contratual, na sua qualidade de Autoridade Intermunicipal de Transportes. “De forma a garantir a viabilidade do serviço a contratar, e dada a dimensão e o impacto direto na população, a preparação do concurso implicou necessariamente uma análise e preparação estratégicas da rede de transporte público rodoviário de passageiros”, sublinhou. Por outro lado, acrescentou a AMAL, foi necessário realizar um estudo técnico-financeiro que sustentasse a viabilidade do serviço, congratulando-se por ser a “primeira Comunidade Intermunicipal do país a avançar com esta medida”. A AMAL frisou ainda que “os transportes urbanos de Lagos, Portimão, Albufeira, Loulé, Faro, Olhão e Tavira continuarão a ser geridos pelos respetivos municípios”. PUB.


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CADERNO ALGARVE

cultura Artigos contrafeitos apreendidos em Loulé

A GNR apreendeu no passado sábado diversos artigos contrafeitos, em Loulé. Durante uma ação de patrulhamento no mercado de Loulé, os militares verificaram que "uma mulher de 33 anos abordava, aleatoriamente, pessoas no interior do mercado para vender artigos contrafeitos. No decorrer das diligências policiais, foram apreendidas 39 caixas de perfumes".

Corpo encontrado na marina de Lagos

O corpo de um homem foi encontrado, no passado domingo, a flutuar na marina de Lagos, em circunstâncias ainda por esclarecer, mas não há indícios de crime, disse o capitão do porto de Lagos, Pedro Palma. O homem encontrado na água "residia numa embarcação na marina, tinha 70 a 75 anos" e, para já, "a questão de crime está fora de hipótese".

Postal, 3 de dezembro de 2021

Enfermeira absolvida da morte de jovem desmembrado quer indemnização de 50.000€

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enfermeira Mariana Fonseca, que foi absolvida do crime de homicídio e desmembramento de Diogo Gonçalves, quis regressar à sua atividade profissional no Hospital de Lagos em abril passado. Segundo avançou o jornal Correio da Manhã, “a administração do hospital de Lagos não deixou. Colocou-lhe um processo disciplinar por faltas injustificadas, correspondentes ao tempo em que esteve presa, e não lhe pagou o salário até ao despedimento”. Mas Mariana recorreu para o Tribunal de Trabalho que lhe deu razão. De acordo com a notícia publicada esta terça-feira pelo CM, “a enfermeira que foi condenada a uma pena suspensa de quatro anos por profanação de cadáver, burla informática e peculato

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26/11/21

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vai pedir uma indemnização de cerca de 50 mil euros ao hospital pelo despedimento”. Recorde-se que em junho passado tinha sido noticiado que o Ministério Público de Portimão interpôs recurso do acórdão que absolveu do crime de homicídio qualificado uma das mulheres suspeitas de matar Diogo Gonçalves, em 2020, alegando um “erro notório” na apreciação da prova por parte do Tribunal. O Ministério Público sustentou que houve erro notório na apreciação da prova por parte do Tribunal e que, consequentemente, a arguida absolvida deve ser condenada em coautoria com a outra arguida no crime de homicídio qualificado. Apenas Maria Malveiro, de 21 anos, tinha sido condenada por homicídio qualificado, numa pena única de 25 anos, enquanto Mariana Fonseca foi condenada a uma pena PUB.

de quatro anos de prisão, mantendo-se em liberdade até a decisão transitar em julgado.

Jovem algarvio apunhalado na cabeça em Ayamonte Os acontecimentos ocorreram na madrugada de 14 de novembro nas proximidades de um estabelecimento do pólo industrial de La Escarbada, em Ayamonte. Um jovem algarvio ficou em coma, num estado de saúde entre a vida e a morte.

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Segundo explica o diário espanhol Huelva Información, "naquela manhã, várias pessoas estiveram envolvidas numa luta com facas e vários objetos contundentes, que resultou na transferência de um jovem de nacionalidade portuguesa com muito grave prognóstico para o Hospital Juan Ramón Jiménez de Huelva, devido a traumatismo craniano, permanecendo internado na Unidade Terapia Intensiva (UTI)". A Polícia Judiciária da Guarda Civil abriu então um inquérito e, após fazer "uma vistoria visual no local, conseguiu identificar os participantes da luta". "Em decorrência da referida investigação, nessa quarta-feira, 24 de novembro, ao saber que vários dos suspeitos se preparavam para fugir da ação dos agentes da Guarda Civil",

foi posta em ação uma operação que procedeu à detenção dos alegados autores do crime, "que se encontravam numa urbanização em Ayamonte, com um veículo carregado com seus pertences pessoais". Segundo confirmou o Instituto das Armadas, o jovem agredido ficou em estado crítico, sendo que a investigação continua em aberto, não estando 'descartadas' futuras detenções. Conforme noticiou o POSTAL, a brutal agressão ocorreu na madrugada de domingo, dia 14 de novembro, em Ayamonte, onde foram detidos três agressores de um jovem algarvio que ficou em estado de coma.

SEGUNDO OS MÉDICOS, A VÍTIMA "PRECISA DE UM MILAGRE PARA SOBREVIVER" Uma testemunha alertou o serviço de Emergência sobre uma "luta" na qual vários "jovens" estavam envolvidos. A partir do 112, foi imediatamente mobilizada "a Empresa de Emergências de Saúde Pública (EPES), cujos profissionais, após prestarem

a primeira assistência no local, transportaram o jovem ferido, em estado grave, para um hospital da capital de Huelva". A Polícia Local de Ayamonte e a Guarda Civil também estiveram no local do crime. "O agredido, segundo fontes familiares, é um jovem de 25 anos, de nacionalidade portuguesa, vizinho da freguesia costeira do concelho de Vila Real de Santo António, situada a poucos quilómetros do posto fronteiriço Hispanoluso, entre Ayamonte e Castro Marim", diz o jornal espanhol, que refere a luta ter ocorrida "no parque industrial de La Escarbada, junto à autoestrada A-49, logo a seguir à passagem pela ponte internacional do Guadiana". As mesmas fontes especificaram ao Huelva Información que a vítima portuguesa "encontrava-se em estado gravíssimo" e que segundo os médicos "precisa de um milagre para sobreviver", ao que acrescentaram que houve vários agressores, e que o ferido "foi apunhalado na cabeça", além de receber golpes repetidos "no rosto e na cabeça com ferros".


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Postal, 3 de dezembro de 2021

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REGIÃO DISPONÍVEL TAMBÉM NO ALGARVE

Preço de arrendamentos da Idealista com queda homóloga de 4,3% em novembro

Uber lança novo serviço para viajar com animais de estimação

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Uber lançou esta terça-feira um novo serviço que permite aos utilizadores viajar na companhia dos seus animais de estimação, presos com uma coleira ou arnês, no caso de cães e gatos, e numa transportadora se se tratar de outro animal. De acordo com a empresa, a novidade vai estar disponível numa primeira fase em Lisboa, Porto e na região do Algarve, e visa responder a uma “crescente procura de utilizadores que vivem com animais de estimação”. Os utilizadores vão poder selecionar o Uber Pet como uma nova opção de viagem dentro da aplicação da Uber, que será apresentado como um serviço independente, havendo uma taxa adicional de dois euros.

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O ranking de preços de arrendamentos em Portugal do site Idealista desceu 4,2% em novembro face ao mesmo mês do ano passado, para 10,7 euros por metro quadrado (m2), informou em comunicado esta terça-feira. Os preços desceram na Região Autónoma dos Açores (-6,1%), na Área Metropolitana de Lisboa (-4,2%) e no Norte (-0,7%) e subiram no Alentejo (17,8%), Algarve (6,2%), Região Autónoma da Madeira (4,8%) e Centro (3,9%). A Área Metropolitana de Lisboa, com 12,4 euros/m2, voltou a ser a região mais cara, seguida pelo Algarve (9,8 euros/m2), Norte (9,1 euros/m2) e Região Autónoma da Madeira (8,3 euros/ m2), enquanto as regiões mais baratas foram a Região Autónoma dos Açores (6,1 euros/m2), o Centro (6,4 euros/m2) e o Alentejo (7,3 euros/m2).. PUB.

ANIMAÇÃO DE RUA PISTA DE GELO E DIVERSÕES ESPETÁCULOS NO CENTRO CULTURAL DE LAGOS EXPOSIÇÃO DO PRESÉPIO DE JOSÉ CORTES NATALÂNDIA 2021 - ZOOLAGOS NATAL NO COMÉRCIO LOCAL Mais informações em: www.cm-lagos.pt

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Postal, 3 de dezembro de 2021

REGIÃO

FARO e mais onze municípios formalizam candidatura a Capital Europeia da Cultura O GABINETE de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais (GEPAC) confirmou que foram submetidas doze candidaturas: Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, FARO, Funchal, Guarda, Leiria, Oeiras, Ponta Delgada, Viana do Castelo e Vila Real. De acordo com o GEPAC, haverá uma “audiência de pré-seleção das cidades candidatas” com o júri entre finais de fevereiro e inícios de março de 2022, estando a seleção final prevista para o período entre o final do próximo ano e o início de 2023. No passado, Portugal recebeu o título três vezes: Lisboa, em 1994, Porto, em 2001, e Guimarães, em 2012. De acordo com uma decisão do Parlamento Europeu e do Conselho, publicada no Jornal Oficial da União Europeia em 2014, a atribuição do título deverá basear-se num programa cultural com uma dimensão europeia forte. Esse programa cultural deverá inserir-se numa estratégia a longo prazo com um impacto sustentável no desenvolvimento económico, cultural e social local. O mesmo documento definiu que os critérios de seleção devem ser bem explícitos, “de modo a orientar melhor as cidades candidatas no que se refere aos objetivos e requisitos que precisam de cumprir para ganhar o título”. Além disso, determinou que as cidades candidatas devem, sempre que adequado, explorar a possibilidade de procurar obter apoio financeiro dos programas e fundos da União. Os critérios de avaliação das candidaturas contemplam seis categorias: “contributo para a estratégia a longo prazo”, “dimensão europeia”, “conteúdo cultural e artístico”, “capacidade de execução”, “projeção” e “gestão”. Cada Estado-membro é responsável pela organização do concurso entre as suas cidades, de acordo com o calendário, tendo as cidades interessadas um prazo para apresentar as candidaturas de, no mínimo, 10 meses após a publicação do convite à apresentação de candidaturas. Cabe depois aos Estados-membros notificarem a Comissão das suas candidaturas. A Capital Europeia da Cultura é uma iniciativa comunitária, que teve início em 1985 e tem como objetivo promover anualmente a dinamização cultural e a qualidade de vida de diferentes cidades da Europa. Em 2027, o título de Capital Europeia da Cultura vai ser partilhado entre uma cidade portuguesa e uma da Letónia.

Greve sem constragimentos na recolha e triagem de resíduos no Algarve FOTO D.R.

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greve dos trabalhadores dos resíduos sólidos do Algarve não provocou constrangimentos nos serviços de recolha e triagem, tendo sido registada a paragem de produção numa das instalações da Algar, disse esta terça-feira à Lusa fonte da administração da empresa. “A única instalação que sofreu paragem de produção foi a Central de Valorização Orgânica, localizada em São Brás de Alportel”, referiu a mesma fonte da empresa responsável pelo tratamento e valorização de resíduos no Algarve. Em resposta enviada à Lusa, fonte da administração da Algar referiu que, na segunda-feira, a adesão à greve foi de 27%, sendo que na terça-feira a adesão registada às entradas das 09:00 foi de 21%, valor que "será acertado após a entrada do segundo turno". Por seu lado, o dirigente sindical Eduardo Florindo disse que a greve obrigou à paragem de várias instalações da empresa - em São Brás de Alportel, Faro, Olhão, Vila do Bispo e Aljezur -, havendo algumas com lixo “acumulado até ao teto”.

“Algumas instalações da empresa continuam paradas, em Faro, Olhão, Vila do Bispo e Aljezur, assim como o Centro de Valorização Orgânica (CVO) de São Brás de Alportel. Não passa pela cabeça de ninguém o lixo que está acumulado nas instalações da empresa”, relatou. Segundo o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE Sul), existem armazéns da empresa “cheios de lixo até ao teto” porque os “carros pratica

mente não têm” onde descarregá-lo. De acordo com o dirigente sindical, a acumulação de lixo, que é mais expressiva nas estações de transferência, que recebem objetos de grande dimensão, os chamados ‘monos’, já acontecia antes, mas foi agravada pela greve. Questionada pela Lusa sobre a alegada dificuldade no escoamento do lixo recolhido, a mesma fonte da Algar referiu que “não se registam dificuldades nesta atividade concreta”. Segundo Eduardo Florindo, esta dificuldade acontece por não haver “trabalhadores suficientes para dar escoamento ao lixo”, havendo motoristas e trabalhadores de outras áreas “a deixar a empre-

sa por causa dos baixos salários que a empresa paga”. O dirigente do SITE Sul lamentou que a administração da Algar tenha apresentado uma proposta de aumento salarial que "apenas abrangia cerca de metade" dos perto de 400 trabalhadores da Algar, o que levou a que fosse rejeitada em plenário pelos trabalhadores da empresa. No entanto, a mesma fonte da Algar disse estar “sempre disponível para dialogar com os seus trabalhadores”, sublinhando que a valorização salarial “abrangeu 70% dos trabalhadores, nomeadamente, os trabalhadores com as funções profissionais que estão em greve”. A greve, que se iniciou às 00:00 de segunda-feira e terminou esta terça-feira às 24:00, foi convocada para reivindicar melhores salários para todos os trabalhadores e a atribuição de um subsídio de risco. Os funcionários aspiram também a conseguir o "aumento do subsídio de refeição, que já há uns anos não tem atualização, assim como o pagamento do trabalho suplementar", concluiu.

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Neste Natal desejamos a todos, votos de Paz, Amor e muita Saúde! E que os desafios do Ano Novo que se aproxima se transformem em oportunidades para contribuirmos para uma freguesia melhor. São os votos do Executivo da junta de freguesia de Odeleite.

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REGIÃO

Afinal, de onde partiram e onde andam os 97 marroquinos que desembarcaram ilegalmente em praias do Algarve?

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ns continuam à espera que o processo de asilo se conclua, outros estão fora do alcance das autoridades à espera de serem deportados. Mas há também quem tenha viajado para outros países da União Europeia como Espanha, França ou Itália, segundo a jornalista Dulce Salzedas, da Grande Reportagem SIC, conseguiu apurar através das redes sociais. Entre dezembro de 2019 e setembro de 2020, desembarcaram ilegalmente em praias do Algarve 97 marroquinos, cujo atual paradeiro de alguns é desconhecido pelas próprias autoridades portuguesas. Segundo a investigação da recente Grande Reportagem SIC, sobre onde se encontram os marroquinos que desembarcaram ilegalmente em praias do Algarve, fica-se a saber que "uns continuam à espera que o processo de asilo se conclua, outros estão fora do alcance das autoridades à espera de serem deportados". Mas também há "quem tenha viajado para outros países da União Europeia como Espanha França ou Itália". À procura de uma vida melhor, tive-

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ram que navegar entre 45 e 50 horas em pequenos barcos de seis metros, cruzando o Oceano Atlântico com o sonho de chegar à Europa. Dos que desembarcaram no Algarve, quase todos são adultos, muitos jovens, mas também há menores e mulheres. Uma delas "saiu de Marrocos grávida para fugir à vergonha de ser mãe solteira. Lá, as relações

sexuais fora do casamento são criminalizadas e as mães solteiras são maltratadas, discriminadas e rejeitadas pelas famílias". A reportagem da SIC encontrou-a já mãe, "a viver de um pequeno subsídio e envolvida na teia de uma justiça lenta que tarda em dizer-lhe se pode ou não ter estatuto de refugiada e trabalhar".

Dos 97 clandestinos, só oito regressaram a Marrocos. A pedir asilo foram 67, mas nenhum o conseguiu: "têm quase todos ordem de afastamento coercivo do país". Quando a reportagem procurou saber onde se encontravam os que cá ficaram, muitos já não estavam em Portugal: "viajaram para outros países europeus onde têm familiares".

"Dos que ainda cá estão, uns continuam à espera da resposta dos tribunais. Outros, desistiram do pedido de asilo e optaram por um contrato de trabalho que lhes permita obter autorização de residência em Portugal", revela a investigação jornalística. Logo a seguir ao primeiro desembarque em Monte Gordo, em dezembro de 2019, as autoridades marroquinas abriram um inquérito e prenderam 23 pessoas. Em Portugal também foi aberto um processo, mas ainda não está fechado. Sabe-se que o SEF e o Ministério Público estão a investigar se houve "crimes de auxílio à imigração ilegal". Ainda segundo divulgou a reportagem, seis barcos utilizados na viagem partiram de El Jadida, a antiga colónia portuguesa de Mazagão, que fica na costa atlântica de Marrocos, a 90 quilómetros a sul de Casablanca. A cidade de El Jadida é a capital de uma província com o mesmo nome e conhecida pela produção de fosfato. Está classificada pela Unesco e é uma das sete maravilhas de origem portuguesa no mundo.

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breves Espetáculo de magia na Casa das Virtudes em Faros Vai ser apresentado este domingo, pelas 16:00, o espetáculo de magia "A Todos um Fixe Natal", composto por dois mágicos (Marcelo Monteiro e Marcelo Beutrin) e direcionado para a população infanto juvenil e suas famílias. No espetáculo "A Todos um Fixe Natal", produzido pela Casa das Virtudes, os mais pequenos vão ter a oportunidade de ajudar o Pai Natal Fixe, de modo a salvar esta quadra das partidas do Pai Natal Malvado! O custo do bilhete individual é de 5 euros para crianças e 12 para adultos. O pack família, que inclui 2 adultos e 2 crianças, custa 30 euros. As crianças de colo ou até 2 anos não pagam.

Estreia nacional da curta-metragem de Hernâni Duarte Maria Biblioteca Municipal de Faro António Ramos Rosa, vai acolher no próximo dia 7 de dezembro, pelas 21:00, a estreia nacional da curta-metragem "Último Silêncio – Ela quer escapar", realizada por Hernâni Duarte Maria. O filme, protagonizado por Ana Oliveira e António Gambóias, conta-nos a jornada de Maria em busca da sua paz, de um pouco de conforto no seu mundo, que sabe que nunca encontrará sua casa. Hernâni Duarte Maria é natural de Lagos e fundador da Paradoxon Produções, uma produtora de cinema independente, que teve início em 1997, e que mantém o seu objetivo de fazer cinema "numa região onde a produção cinematográfica é praticamente inexistente". Nesse "árduo caminho", com poucos ou nenhuns apoios, já conta com cerca vinte curtas-metragens produzidas, e tem conquistado prémios em vários festivais em Portugal e no estrangeiro.

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“A noite de Molly Bloom” pela ACTA em Almada “A noite de Molly Bloom”, com adaptação e dramaturgia de José Sanchis Sinisterra e encenação de Luís Vicente, pela ACTA - A Companhia de Teatro do Algarve, vai estar em cena entre sexta-feira e domingo, em Almada. A peça vai estar em cena no Teatro Municipal Joaquim Benite com récitas dias 03 (hoje) e 04, às 21:00, e, domingo dia 05, às 16:00. O espaço cénico é de Luís Vicente e a interpretar estão Glória Fernandes e Bruno Martins.


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DEZEMBRO 2021 n.º 157 6.782 EXEMPLARES

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ARTES VISUAIS

A arte ajuda-nos a parar no tempo?

Obra “Espírito de Natal”, de Saúl de Jesus (2021)

SAÚL NEVES DE JESUS Professor Catedrático da Universidade do Algarve; Pós-doutorado em Artes Visuais; http://saul2017.wixsite.com/artes

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o apreciarmos uma obra de arte muitas vezes inspiramos fundo, sentindo a beleza e apreciando o momento, quase parecendo que o tempo pára num período breve de fruição, serenidade e paz. Sendo este o nosso 80º artigo publicado no Cultura.Sul, numa colaboração que se iniciou em 2011, queremos aprovei-

tar para parar no tempo e fazer um balanço sobre os artigos que escrevemos nos últimos anos. Em 10 anos foram publicados 80 artigos sobre Artes Visuais, cada um deles procurando responder a uma questão, procurando suscitar a curiosidade do leitor e contribuindo para clarificar dúvidas que muitas vezes são colocadas em relação às artes visuais. Com os artigos publicados não procuramos a resposta correta ou adequada para cada questão, até porque não existe, mas apenas tentamos esclarecer cada uma

das questões colocadas com base na pesquisa e reflexão que temos vindo a realizar, suportadas pela nossa curiosidade e gosto pela arte. Começámos com o artigo “Mas, afinal, o que é a arte?”, uma questão de fundo que muitas pessoas colocam face à cada vez maior diversidade dos produtos artísticos que se podem encontrar em exposições. Concluímos este primeiro artigo afirmando que “sendo a arte uma forma de comunicação, afinal aquilo que não parece ter sentido até tem; temos é que o tentar descobrir, sendo esse também um dos desafios da arte”. Os primeiros onze artigos foram publicados no livro “Construção de um percurso multidisciplinar, integrativo e de síntese nas Artes Visuais” que publicámos em 2015. Pensámos em ficar por aí, mas com as palavras de incentivo de vários leitores e a nossa própria curiosidade e prazer pela pesquisa neste âmbito, fomos continuando a escrever, sempre colocando uma questão no título de cada artigo. Não é um processo fácil e nunca pensámos escrever tantos artigos, mas o que é certo é que, com o pressuposto de que “o caminho faz-se caminhando...”, chegamos ao 80º artigo publicado no Cultura.Sul, no período de 10 anos. No artigo nº 51º, intitulado “Porquê colocar questões sobre artes visuais?” apresentámos os títulos (as questões) dos primeiros 50 artigos publicados, com a possibilidade do leitor, na versão digital do Cultura.Sul, ter acesso a cada um dos artigos, ao clicar no respetivo título. Desta vez fazemos isso com os artigos que se seguiram, pelo que apresentamos as

questões às quais entretanto procurámos responder e que constituem os títulos dos artigos publicados mais recentemente: • Porquê colocar questões sobre artes visuais? • Quanto pode valer uma obra de arte? • “Banksy: Génio ou vândalo?” • Pode a fotografia contar histórias? • Pode a arte visual ser sazonal? • Pode a arte ajudar a proteger o ambiente? • Pode a arte sensibilizar para comportamentos mais saudáveis? • Pode a arte tornar o invisível visível? • Como é que a arte pode fazer uma banana custar mais de 100.000€? • Pode a arte ajudar-nos a aprender alguma coisa com o coronavírus? • Como visitar museus em tempos de Covid19? • Como podemos fruir das artes visuais em tempos de Covid19? • “Regresso ao futuro” nas artes visuais após o estado de emergência? • Quem é o artista numa obra de artes visuais: quem pensa ou quem executa? • Como tornar a arte mais imersiva? • Até onde pode ir a imersão numa exposição de artes visuais? • Como “aprender” e “mostrar” Artes Visuais em tempos de pandemia? • Pode a arte ajudar a contribuir para uma atitude mais favorável à paz? • Terá que haver imagens externas ao sujeito para podermos falar de arte visual?

Ficha técnica

Direção GORDA, Associação Sócio-Cultural Editor Henrique Dias Freire Responsáveis pelas secções: • Artes Visuais Saúl Neves de Jesus • Espaço AGECAL Jorge Queiroz • A pandemia tem aumentado a “ligação” • Filosofia Dia-a-dia Maria João Neves • Fios De História Ramiro Santos entre os artistas? • Letras e Literatura Paulo Serra • O que é a arte • Marca D'Água Maria Luísa Francisco espontânea? • Pode a arte espontânea • Mas afinal o que é isso da cultura? Paulo Larcher contribuir para a saúde e-mail redacção: mental? geralcultura.sul@gmail.com • O trabalho dos publicidade: profissionais de saúde anabelag.postal@gmail.com pode ser valorizado online em www.postal.pt através da arte? e-paper em: • Pode a arte contribuir www.issuu.com/postaldoalgarve para a preservação de FB https://www.facebook.com/ espécies ameaçadas? Cultura.Sulpostaldoalgarve • Pode a arte contribuir

para a coesão territorial? • Pode um museu tornar as pessoas mais felizes? • Pode a arte ajudar os migrantes e refugiados? • Como Weiwei é ativista político através da arte? • O “pequeno” também é belo nas artes visuais? A PAZ tem sido objeto de alguns dos artigos que publicámos nestes 10 anos, nomeadamente o artigo 50º, intitulado “Pode a arte contribuir para a paz?”, sendo também objeto de algumas obras que temos produzido, nomeadamente “Secrets for a happy life (Homage to Banksy and Einstein)” (2017), “PAZ é o caminho (Homenagem a Gandhi)” (2018), “Guerra e Paz: Tudo começa dentro de nós!” (2020), “STOP! Este não é o caminho...” (2020) e “Mindfulness (Homenagem a Jon Kabat-Zinn)” (2020). De uma forma geral, nestas obras procuramos alertar para a importância da paz com os outros e connosco próprios, para a construção dum mundo melhor e para a nossa própria felicidade. E porque estamos em dezembro, mês de Natal, quadra geralmente associada à paz entre as pessoas, gostaríamos de destacar a importância que a arte pode ter num processo

de educação para a paz, nesta sociedade em que é cada vez mais importante educar para princípios éticos universais e para valores humanistas, como sejam a honestidade e o respeito pelos outros. Além disso, é essencial o desenvolvimento da espiritualidade em cada um de nós, pois só em paz consigo mesmo, em equilíbrio e serenidade, é que o ser humano consegue estar em paz com os outros. E isto deve acontecer sempre e não apenas em determinados momentos, como seja a quadra natalícia. Procurando salientar esta ideia, produzimos a obra “Espírito de Natal” (2021), em que inserimos uma frase adaptada de John Calvin Coolidge (30º Presidente dos EUA): “O Natal não é um momento, nem uma estação; é, sim, um estado de espírito. Cultivar a paz e a boa vontade, ter gratidão em abundância, isso, sim, é ter o verdadeiro espírito de Natal!” Desejo que este espírito esteja presente em todos(as) durante este período de Natal e que se prolongue no tempo de cada um(uma), com saúde e alegria!


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ESPAÇO AGECAL

Educação patrimonial exemplar - CIIP Cacela JORGE QUEIROZ Sociólogo, sócio da AGECAL

“Está desse lado do verão onde manhã cedo passam barcos, cercada pela cal. Das dunas desertas tem a perfeição, dos pombos o rumor, da luz a difícil transparência e o rigor”. Eugénio de Andrade

A

s aldeias de Cacela Velha, Santa Rita e o interior da freguesia de Cacela, foram e ainda são santuários do património natural e cultural do Algarve, com paisagens deslumbrantes. O túmulo megalítico a cerca de um quilómetro da aldeia de Santa Rita, representa um dos testemunhos da Pré-História melhor conservados na região sul, datado de cerca de 5 mil anos. Cacela Velha e o seu entorno integram o ecossistema da Ria Formosa,

valioso pela variedade de espécies de fauna e flora, com um passado muçulmano ligado às actividades agro-marítimas, um porto natural com ligações ao Mediterrâneo. A aldeia de Santa Rita é (foi?) conhecida pelas «curas de Santa Rita», para lá peregrinavam em Maio centenas de pessoas, dirigiam-se à fonte, o local onde segundo a lenda a imagem da Santa terá aparecido. Era uma zona de fornos de cal e de pão, de alfarrobeiras, figueiras, amendoeiras, para além das espécies endógenas que habitam as ribeiras e a ria, e dão sabores à cozinha. Agricultores, pastores, vendedores ambulantes e de lenhas, artesãos de utensílios domésticos e costureiras, vivem hoje de reformas, mas continuam a manter a horta e as árvores, colhendo os legumes, figos, alfarrobas e azeitonas, para a família. Vivências ricas de conhecimentos práticos que serão necessários nos tempos que se avizinham. O aparecimento em 2005 do Centro de Investigação e Informação

do Património de Cacela - CIIP instalado na escola primária de Santa Rita augurava resultados, trazia confiança num trabalho de preservação ambiental e patrimonial de médio e longo prazo. Consciente e correcta foi a iniciativa do Município de Vila Real de Santo António, que da investigação arqueológica criou a oportunidade de, com a comunidade, desenvolver um projecto de preservação dos valores sociais. Emergiu também uma jovem equipa com conhecimentos, criatividade, capacidade de trabalho e invulgar dedicação à causa do património colectivo. As expectativas dos que acompanham de perto a vida cultural do Algarve não foram defraudadas. Quem analise com atenção o trabalho realizado pelo CIIP Cacela, sobretudo no âmbito da educação patrimonial, não terá dúvidas, é exemplar. Ao longo do ano decorrem actividades culturais, exposições, percursos de interpretação do património

natural e cultural, os “Passos Contados”, oficinas, … No Verão as «Noites d’Encanto», «Noites da Moura Encantada» em Cacela remetem para heranças do al-Andalus e a identidade do local. Na aldeia nasceu, no século X, o poeta Ibn Darraj al-Qastalli, presente na toponímia. Sustentabilidade, criatividade e solidariedade orientam os mercadinhos da Primavera, Verão, Outono e Natal, estimulando artesanato tradicional e novas criações, há neles produtos locais e em segunda mão, velharias, animação de rua, a iniciativa conta com a colaboração da ADRIP. Em 2017, o CIIP Cacela e a população de Santa Rita recuperaram a tradição dos Maios na aldeia, também o «Pão por Deus» no período de finados. Em Dezembro arma-se o presépio, o «altarinho» algarvio com as searinhas, laranjas e outros frutos, votos de pão e de prosperidade. O projecto «À descoberta das 4 cidades», desenvolve-se com as escolas e os Municípios do Fundão, Marinha Grande, Montemor-o-Novo e Vila

Real de Santo António. Para além de edições de livros e do “Tomilho”, não pode ser esquecido o esforço e valia pedagógica do ”Jardim Representativo da Flora Algarvia” iniciativa da moradora de Cacela, Teresa Patrício. Ordenamento e gestão do território com sobreposição de objectivos parcelares e contraditórios, originou um modelo de “desenvolvimento” regional na dependência da monocultura do turismo e do imobiliário, à qual se somou a agricultura intensiva de frutos tropicais feita em zonas de alto valor ambiental e paisagístico. Nestas condições será possível preservar e valorizar patrimónios com muitos séculos, como recomendam a UNESCO e as convenções internacionais? O CIIP Cacela tem cumprido, merece reconhecimento do Algarve e do País como exemplo de trabalho competente e consistente, feito com escassos meios e com excelentes resultados.

* O autor não escreve segundo o acordo ortográfico

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MARCA D'ÁGUA

Biblioterapia: da leitura à transformação do leitor apresentem a “receita poética”.» O mundo dos livros é fascinante, através deles viajamos, aprendemos, crescemos intelectualmente, ganhamos paz de espírito ou inquietação e tornamo-nos outras pessoas. Ler na natureza pode ser tranquilizante e ser for junto às árvores, essas que são as mães dos livros e que podemos abraçar … então sentimo-nos em casa, porque as árvores foram “o primeiro lar da nossa espécie” onde os livros nasceram. Talvez por isso sejam “o mais antigo recipiente das nossas palavras escritas.” Muito haveria para escrever, como o espaço não permite, ficam então duas sugestões:

MARIA LUÍSA FRANCISCO Investigadora na área da Sociologia; Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa luisa.algarve@gmail.com

O

uso da leitura com fins terapêuticos é antigo e muitos registos atestam essa utilização. No antigo Egipto, o Faraó Rammsés II mandou colocar no frontispício da sua biblioteca “Remédios para a alma” (Alves, 1982). As bibliotecas egípcias ficavam localizadas em templos designados de “casas de vida” como sendo locais de conhecimento e espiritualidade (Montet, 1989). O povo grego também associava os livros ao tratamento médico e espiritual. Os gregos chamavam biblion ao livro, em memória da cidade fenícia de Biblos, famosa pela exportação de papiros. É considerada a cidade mais antiga do mundo (Vallejo, 2020). Li estas interessantes referências num livro que me tem estado a fazer viajar no tempo, e que versa sobre a invenção do livro na Antiguidade e o nascer da sede de leitura, intitulado O Infinito num Junco. A sua autora, Irene Vallejo, tem uma mestria a escrever, um sentido de humor e uma envolvência que há muito não encontrava num livro. Ao ler este livro aprendi muito e fiquei a saber que afinal já estive na cidade mais antiga do mundo. Nas placas, ao sair de Beirute, aparecia escrito em árabe “Jbeil 38 km”, só ao chegar à cidade é que aparece escrito Byblos. Como diz a autora, a designação desta cidade deu origem ao nome da grande obra, a Bíblia. Na Idade Média o acto de ler para curar, era usado durante as intervenções cirúrgicas, para ajudar a aliviar o sofrimento dos doentes. Consta que na Biblioteca da Abadia

A autora do artigo em Biblos, antiga cidade fenícia que deve o seu nome à exportação de papiros

de Saint Gall (uma das bibliotecas monásticas mais antigas do mundo) encontrava-se a inscrição: “Tesouros dos remédios da alma”.

“Ler é o melhor remédio” e as funções da biblioterapia Em 1812 o Dr. Benjamin Rush recomenda pela primeira vez a leitura como apoio da psicoterapia. Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18) surgem bibliotecas nos hospitais de campanha e em 1941 o termo “Biblioterapia” integra pela primeira vez um dicionário médico ilustrado. Só em 1949 o conceito de biblioterapia começou a ganhar forma tal como é entendido hoje. Foi com a tese de doutoramento da professora e bibliotecária americana Caroline Shrodes, intitulada Bibliotherapy: a theoretical and clinical-experimental study, que o mundo académico passou a prestar mais atenção ao tema. C. Shrodes defendia então que a literatura tinha a capacidade de desencadear uma resposta afectiva que podia ser canalizada para

o crescimento psicológico, social e emocional do leitor, sendo isso conseguido, por exemplo, através da identificação com as personagens dos livros e as situações por elas vividas. A biblioterapia é cada vez mais usada em todo o mundo. Existe em Lisboa, no LX Factory, um espaço onde é possível ter consultas de biblioterapia, onde incluem remédios literários para o corpo e para a alma! Vão assim surgindo novas profissões como biblioterapeuta e reading coach. Em Faro existe um novo projecto da Biblioteca Municipal, em parceria com a Administração Regional de Saúde do Algarve (ARS), que pretende distribuir “receitas poéticas”, inclusive com a aparência de uma prescrição médica, recomendando ao utente a toma de poemas da autoria de diversos autores. Este projecto com o nome ler é o melhor remédio, conforme refere o Portal do Município de Faro insere-se «numa estratégia integrada de promoção do livro, da leitura e das literacias, integrada no Plano Municipal de Leitura de Faro».

FOTOS D.R.

1. Pensar qual foi o livro que mais marcou a vossa vida e se foi de algum modo terapêutico! 2. Oferecer livros neste Natal!

A bibliografia e a recomendação Excelente iniciativa para melhorar de livros, que são verdadeiros o estado de alma dos utentes através tesouros literários, não cabem da leitura de poesia, diria até que, aqui pelo que coloquei na página para além de biblioterapia, é tamde Facebook: bém poeticoterapia! Retiros Literários Cito essa informação «A posologia – o silêncio e a palavra. das receitas indica que se deve “ler um poema de 12 em 12 horas” e, consoante o caso, a receita poderá contribuir “para melhorar o humor”, “para começar bem o dia”, “para combater a dor emocional” ou até “para ler a um amigo”. É t a mb é m autorizada e O mundo dos livros é fascinante, através deles aconselhada a visita à Bibliotornamo-nos outras pessoas teca Municipal de Faro, que terá um livro para * A autora não escreve segundo oferecer a todos os cidadãos que o acordo ortográfico PUB.


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FILOSOFIA DIA-A-DIA

Na “experiência do pequeno Albert”, levada a cabo em 1920, Watson foi bem sucedido ao condicionar o comportamento de um bebé de 11 meses introduzindo-lhe uma fobia FOTO D.R.

A perda da consciência MARIA JOÃO NEVES PH.D Consultora Filosófica

N

o artigo publicado no mês passado intitulado “A mente - o grande tabu” mostrou-se como evoluiu a problemática do conhecimento no mundo ocidental. Hoje vamos aprofundar o tema tentando perceber as implicações da erradicação da consciência do conhecimento científico. William James (1842-1910) considerado o “pai da psicologia americana”, de temperamento artístico e curioso, obteve uma formação muito ecléctica: trabalhou no atelier do pintor naturalista William Morris Hunt, estudou ciências e teologia. Em 1865 integrou

a “Expedição Thayer” ao Brasil tendo permanecido durante 8 meses entre o Rio de Janeiro e a Amazónia. James acabou por se formar em medicina em Harvard, mas nunca exerceu, tendo sido ele a introduzir os primeiros cursos de psicologia científica nesta universidade. Durante 12 anos trabalhou afincadamente no livro Princípios de Psicologia que finalmente viu a luz em 1890. William James defendia que introspecção devia ser a principal forma de investigar a mente, método que definiu do seguinte modo: consiste em “olhar para dentro das nossas próprias mentes e relatar o que lá descobrimos”. O capítulo mais famoso deste livro versa sobre o “fluxo da consciência”, conceito inovador, por si introduzido. Considera que a

consciência é uma corrente, e não uma sucessão de ideias. As suas águas misturam-se de tal forma que, por vezes, a nossa consciência individual é “mergulhada” ou “tingida” nas águas da consciência ou pensamento que a rodeiam. Por outro lado, tal como o caudal de um rio ou das ondas do mar, a nossa consciência tem um ritmo: experimenta transições e lugares de descanso, há “voos e pousos”. Por exemplo: descansamos quando nos lembramos de um nome de que estávamos à procura; partimos novamente quando ouvimos o choro do nosso bebé que acaba de acordar. A investigação de William James continua a evoluir. Em 1912 publica o livro de ensaios Empirismo Radical estabelecendo que unicamente aquilo

que é extraído da experiência é passível de ser discutido filosoficamente. Verifica, porém, que as relações entre coisas são tão directamente experimentadas quanto as coisas que entre si se relacionam; facto em virtude do qual as relações devem ser, elas mesmas, consideradas partes da experiência. Por aqui se percebe que é impossível erradicar a atenção aos processos mentais se se quer verdadeiramente conhecer alguma coisa. A psicologia estava ainda a dar os seus primeiros passos, o seu método era ainda um work in progress, mas eis que surge John Watson (1878-1958) na universidade de Chicago a dizer o seguinte: a psicologia deve descartar todas as referências à consciência, à introspecção, aos estados mentais subjectivos, emoções, desejos e assim por diante. William James tinha falecido há apenas um ano, e John Watson foi como se tivesse espetado uma estaca no seu coração! A partir de 1913 o behaviorismo ou, em português, a Psicologia Comportamental, na esteira de Watson, tomou a dianteira. Esta teoria e método de investigação psicológica vai beber à tradição da psicologia animal, a autores como Pavlov ou Thorndyke. Examina o comportamento humano e dos animais no que respeita a “factos objectivos”, isto é, estímulos e reacções que carecem de qualquer recurso à introspecção. Consideram que a psicologia não se deve preocupar com estados ou eventos mentais, ou com a construção de relatos de comportamento de processamento de informações internas. Afirmam que referência aos estados mentais, como as crenças ou desejos de um animal — mesmo que este animal seja o homem! — nada acrescenta ao que a psicologia pode e deve entender sobre as fontes do comportamento. Os estados mentais são entidades privadas, a ciência quer-se pública. Portanto, os estados mentais não se constituem em objectos adequados ao estudo empírico. Watson, naquela que ficou conhecida como “a experiência do pequeno Albert” levada a cabo em 1920, foi bem sucedido ao condicionar o comportamento de um bebé de 11 meses introduzindo-lhe uma fobia. Para minha perplexidade, este modo de, como direi, “fazer psicologia científica”,

obteve cada vez mais adeptos. Em 1953 B.F. Skinner afirma que uma vez que os fenómenos mentais carecem de qualidades físicas, eles não têm existência alguma. — Pergunto-me se existirá algo mais ofensivo! — No seu livro Beyond Freedom and Dignity (Para além da Liberdade e da Dignidade) publicado em 1971, Skinner, professor em Harvard, rejeita que as pessoas possam criar livre ou criativamente os seus próprios ambientes. Postula que “é de uma análise experimental do comportamento humano que se devem retirar as funções anteriormente atribuídas a uma pessoa livre ou autónoma, e transferi-las uma a uma para o ambiente de controle”. Grosso modo, poderíamos sintetizar as teses dos psicólogos comportamentais da seguinte forma: não temos, ou é irrelevante considerar a existência do intelecto, pois os processos mentais ou fenómenos mentais que experimentamos internamente não existem ou não são passíveis de um estudo científico por não serem físicos. Daqui decorre também o seguinte: o que sentimos não importa, o que experimentamos, não importa. Se tivermos a ousadia de achar que possuímos uma mente e que sabemos algo acerca dela não estamos a ser científicos. Que tem a filosofia contemporânea a dizer sobre tudo isto? O filósofo americano Daniel Dennet (1942-) é um dos mais influentes dos dias de hoje. Em 1992 publicou o livro Consciousness Explained (Consciência explicada) e a obra entrou para o grupo dos 10 melhores livros do ano, de acordo com o New York Times. Neste livro Dennet afirma, nada mais nada menos, que os estados interiores de consciência não existem! Descreve o ser humano como um conjunto de cerca de cem trilhões de células, cada uma das quais é um mecanismo irracional, um micro-robô amplamente autónomo. Os qualia, também não existem! — Tradicionalmente entende-se por qualia as características intrínsecas, privadas e inefáveis da experiência, por exemplo: a vermelhidão da cor vermelha, o doce de uma fruta, o doloroso da dor. Quer isto dizer que as cores que vemos, os sons que ouvimos, as dores e os prazeres do corpo, as nossas emoções, os nos-

sos sentimentos e os nossos pensamentos — esperanças, medos, ideias, alegrias e tristezas — todos os aspectos da nossa vida mental que só são acessíveis através da introspecção, não existem! Em pleno séc. XXI, o materialismo científico e o comportamentalismo continuam a dominar o paradigma científico. Parece que nos lançaram um feitiço e nos colocaram nas trevas. Devemos deitar fora a nossa razão, desconfiar do que pensamos, mais ainda do que sentimos e simplesmente seguir ordens! Se o leitor acha que eu estou a exagerar verifique por si próprio: Todos os dias entram pelas nossas casas a dentro os noticiários que, em todos os canais, seguem o mesmo alinhamento: o pivot conta-nos a notícia; seguidamente mostra-se-nos a notícia com uma peça sobre a mesma em que os intervenientes fazem e/ou dizem aquilo que o pivot já contou antes; pouco depois um comentador explica-nos aquilo que o pivot contou e os intervenientes fizeram/ disseram. Este ruminar de explicações só se percebe se partirmos do princípio que o espectador é acéfalo! Tristemente, aceitamos esta condição de mentecaptos e desentendemo-nos dos assuntos da nossa vida pública — vejam-se os níveis de abstenção que se registam quando seria fundamental exercermos o nosso direito cívico! Deixámos a nossa vida por cabeças alheias nas quais não confiamos, quiçá porque acabámos por acreditar que não sabemos usar a nossa. Deixámos também o planeta ao cuidado de outros numa atitude cega e irresponsável como se nós próprios não o habitássemos. O fracasso da COP 26 bem no-lo demonstra! O Café Filosófico que mantenho mensalmente há 5 anos é uma irreverência, nele está todo o meu empenho em contribuir para mudar este estado de coisas. Nunca a canção de Fernando Lopes Graça foi tão urgente e necessária: “ACORDAI!”. Café Filosófico dia 10 de Dezembro no Clube de Tavira / Ass. Ria Inquieta

Inscrições: filosofiamjn@gmail.com * A autora não escreve segundo o acordo ortográfico


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FIOS DE HISTÓRIA

1755

Epicentro no mar RAMIRO SANTOS Jornalista ramirojsantos@gmail.com

O

padre Gabriel Malagrida não encontrou nada melhor para descrever o que tinha acabado de acontecer em Lisboa: “Nem o diabo inventaria uma maneira mais certa de nos levar à perdição”. Quis ele dizer para si, que o terramoto só podia ter sido obra de outra ordem e natureza. Para um homem crente e de boa fé como ele, o seu Deus misericordioso não iria tão longe no castigo divino, nem tão pouco permitiria ao demónio tamanhos poderes, em imaginação e crueldade, para aquela desgraça ter acontecido. Para o jesuíta, que se haveria de revelar mais tarde um místico com visões do céu e do inferno, o diabo não terá passado por ali e tudo afinal não representara senão um violento fenómeno geofísico nunca visto. Mas por ter dito o que disse, foi julgado por heresia e levado ao cadafalso pela inquisição politicamente controlada pelo absolutismo do Marquês de Pombal, num ajuste de contas com os seguidores dos Távoras que perseguiu até à morte. Este caso do missionário não deixou de indignar a Europa do iluminismo: depois do terror, seguiu-se o despotismo à solta, disse-o chocado o filósofo e romancista francês Voltaire, que não sendo suspeito de partilhar as ideias de Roma nem dos jesuítas, se mostrou crítico relativamente à atuação discricionária do ministro português. E transportou o caso para a sua obra Cândido, onde desafia diretamente a existência de Deus, pois que se ele existisse não poderia ter tolerado tamanha tragédia e sofrimento. Também Imannuel Kant escreveu sobre o assunto, trazendo da esfera do sobrenatural para o domínio da ordem natural das coisas a explicação do fenómeno. De forma

imperativa e categórica, Kant, como Malagrida e Voltaire, “tentou mostrar que, ao invés de procurar no desastre significados ocultos”, deviam buscar-se, mais na física do que na metafísica, as respostas para explicar o inferno na terra. E se o mundo ficou horrorizado com a morte e destruição do sismo e do dilúvio em Lisboa, mais os incêndios que lhes seguiram, muito ficou por conhecer da extensão do fenómeno que se propagou em ondas de choque de norte a sul pelos dois lados do atlântico. Não é possível determinar ainda hoje com rigor o número de vítimas, e discute-se também onde se localizou o seu epicentro. Mas domina a ideia que ocorreu no mar, a cerca de 120 milhas náuticas a sudoeste do Cabo de S. Vicente. À parte as explicações técnico-científicas, muito do que se conhece do sismo e do maremoto no Algarve - a par de Lisboa e Setúbal as regiões mais afetadas -, foi o levantamento das paróquias em inquéritos pedidos pelo marquês de Pombal para apurar o número de mortos e os danos registados em cada local. “Pelas 9h30 da manhã do 1º de Novembro, estando o dia claro e sereno como de estio e vento de noroeste, ouviu-se um grande trovão surdo; logo passado 3 ou 4 minutos principiou a tremer a terra com espantosa violência; o mar recolheu-se em parte mais de 20 braças (45 metros), deixando as praias em seco e arremetendo imediatamente para a terra com tremendo ímpeto, que entrou por ela dentro mais de uma légua, sobrepujando as mais altas rochas, tornando a retrair-se e romper por três vezes dentro de poucos minutos, (...) e deixando quase arrasadas todas as povoações marítimas” – este é apenas um dos relatos no Algarve, sobre como tudo começou e se repetiu até 20 de agosto do ano seguinte “com poucos dias de interpolação e quase sempre de noite”. Em Vila do Bispo “só uma casa ficou em pé” e em Sagres “o mar recolheu coisa de uma légua deixando em seco as enseadas em que ancoram

naus de alto bordo; veio depois à terra com tal violência que pela parte norte montou rochas da altura de 60 braças e no leste de 80, deitando dentro da praça muito peixe e grandes pedras”. No convento do Cabo de S. Vicente “ouviu-se um grande trovão surdo e logo a tremer a terra“ e “passados 6 a 7 minutos recolheu-se o mar; (...) pela parte leste em distância de meia légua, o mar na fundura de 8 braças, secou todo inteiramente; e depois cresceu com tanta fúria que igualou a rocha e muralhas da fortaleza de Beliche que terão umas 30 braças de altura dentro da praça”. As cidades, vilas e aldeias do barlavento algarvio foram as mais afetadas, de tal modo, por exemplo, que em Vila Nova de Portimão, diz Silva Lopes, “o rio elevando-se 6 braças (13 metros), arrasou a fortaleza de S. João (...) e descobriu na praia ruínas de uma povoação que não se pode ser examinada porque logo tornou a ficar debaixo de água”. Também em Almádena o mar pôs à vista uma grande povoação não identificada que voltou a cobrir. Em Lagos só ficou de pé uma casa no castelo que é o Palácio dos governadores, tudo o mais ficou destruído. Segundo o prior de S. Sebastião, João Baptista da Costa Coelho, “depois do terramoto, passado um quarto de hora se elevou o mar de tal sorte que parecia tocar as nuvens”. O mar “subiu à altura de 5 braças ficando razante com as muralhas da cidade, entrou pela terra dentro mais de meia légua levando 5 barcos quase à mesma distância”. Em Lagoa “o convento do Carmo que estava feito de novo, se desfez inteiramente, ficando sepultado em suas ruínas o padre Manuel do Nascimento que tinha acabado de confessar uma mulher. Nas adegas os tornos (ruturas) das pipas foram causa de se verem correndo pelas ruas enxurradas de vinho”. O mesmo cenário em Silves que

“ficou reduzida à ultima miséria” e em Albufeira “o mar levou pelos alicerces todas as casas excepto 27. De toda a gente que estava na igreja Matriz quando desabou encontraram a morte 227 pessoas”. Em Aljezur “o rio que ia em meio encher, secou de repente”. E em Quarteira “o mar subiu tantas varas que entrando pelas ribeiras inundou os campos”; morreu muita gente e o padre António Álvares Coelho que estava a dizer missa no altar de Nª Sra do Rosário. O mar saiu de si por cinco vezes correndo sobre os montes em altura de 6 braças (...) chegou até à casa da antiga propriedade do Duque de Loulé, uns três quilómetros da praia”. Boliqueime “foi das terras algarvias que mais sofreu e tanto que sendo primitivamente edificada no sítio de Boliqueime Velho, como esta ficou destruída, passou depois para actual povoação”. E em Loulé, ocorreu o mesmo cenário de destruição e “caiu a cadeia e fugiram todos os presos. O castelo desabou arrastando 200 casas”. Na capital do reino, em Faro, as crónicas relatam que a Sé teve só uma arrombada mas a igreja de S. Pedro e o convento dos Capuchos caíram com violência: “governava as armas o arcebispo D. Frei Lourenço de Sta Maria, o qual salvando-se por entre as ruínas do seu palácio, que veio todo a terra, em camisa de dormir e para dar o exemplo pegou de uma enxada para desentulhar muitos mortos e feridos, administrando

os sacramentos (...) o mar saiu pouco do seu curso ordinário, talvez por se espraiar pela ilha”. Em Olhão, com excepção da ermida de Nª Sra da Soledade não houve praticamente estragos, e em Tavira, segundo Silva Lopes, “sofreu a cidade consideravelmente: a rua nova pequena e ribeira ficaram inabitáveis; o hospital que se estava acabando de reedificar ficou arrasado e o Convento de S. Francisco padeceu muitas ruinas tal como a Ermida de S. João da Corredoura”. A Memória Paroquial refere que de “Cacela outrora formosa e antiga vila (...) hoje apenas existe a antiga igreja”. E em Castro Marim, “a parte fronteira com a Espanha e a do mar ficou rasa; na igreja matriz, antes dos Templários, no mais alto da vila não ficou pedra sobre pedra”. Foi, portanto, generalizada a destruição em todo o Algarve. O sismo com um grau de magnitude calculado entre 8,5 a 9 na escala de Richter ou de X a XI na escala de Mercalli modificada, foi um dos mais mortíferos da história. Mas não era o primeiro nem seria o último com efeitos devastadores. E de tal modo o Algarve está sujeito a estes fenómenos, que o jornal de Lisboa “Imprensa e Lei” depois do sismo de 1856, escreveu na sua edição de 20 de Janeiro: “O reino do Algarve parece estar desamparado da misericórdia divina”. Fontes: “O Megasismo do 1º de novembro de 1755”, F. Luís Pereira de Sousa; outros


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LETRAS & LEITURAS

Viagens ao Outro Lado do Mundo, de Sir David Attenborough

Sir David Attenborough é o naturalista mais famoso do planeta e um excelente contador de histórias FOTO D.R. PAULO SERRA Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve; Investigador do CLEPUL

V

iagens ao Outro Lado do Mundo, de Sir David Attenborough, publicado pela Temas e Debates, é a apaixonante sequela de Aventuras de Um Jovem Naturalista (2019). No final do ano passado, publicou-se ainda Uma Vida no Nosso Planeta - O meu testemunho e a minha

visão para o futuro, a acompanhar o documentário disponível na Netflix. Viagens ao Outro Lado do Mundo continua o relato do naturalista mais famoso do planeta, com as expedições realizadas a partir do fim da década de 1950 a Madagáscar, à Nova Guiné e às ilhas do Pacífico (nomeadamente Tonga) e, por fim, no outro extremo do mundo, ao Território do Norte da Austrália, em Darwin. Num tempo em que não tínhamos ainda o mundo nas palmas das mãos, os recantos do planeta que David Attenborough nos apresenta eram desconhecidos do

grande público, tendo ele sido um dos pioneiros na desmistificação desses lugares, com os seus documentários na BBC, transportando milhares de telespectadores para essas regiões maravilhosas e distantes do planeta, mostrando uma vida selvagem verdadeiramente notável, culturas distintas e paisagens deslumbrantes. Escreve-nos o autor, nas primeiras linhas da Introdução: «Durante uma década, entre 1954 e 1964, tive todos os anos a imensa sorte de viajar até aos trópicos e fazer filmes sobre história natural. (…) Muitas coisas mudaram, o que não é propriamente uma surpresa. (…) Contudo, deixei os relatos destes lugares e acontecimentos essencialmente tal e qual os escrevi.» (p. 7) Das muitas coisas que mudaram, destaca-se sobretudo como esse papel pioneiro implicava obstáculos descritos neste livro, por vezes hilariantes, a juntar ao sentido de humor característico do autor. Os gravadores de áudio requeriam fita e deixavam de funcionar sob altas temperaturas; as câmaras de televisão eram monstros que requeriam um acolchoamento para que o som não espantasse os animais; o som e a imagem tinham de ser realizados em separado, com um microfone, para depois serem sin-

cronizados; o microfone não podia aparecer na filmagem e havia cabos para ligar os dois equipamentos. E tudo isto tinha de ser feito com destreza e rapidez, antes que o animal se fartasse ou fugisse. Este livro expõe-nos raras e estranhas criaturas, algumas delas capturadas para o Zoo de Londres, que eram então totalmente desconhecidas do grande público e até cientificamente, como o indri, uma subespécie de lémur. Algumas dessas criaturas representam um recuo no tempo de cinquenta milhões de anos em tempo evolucionário. Com fotografias a cores, podemos ler e ver os mais diversos animais: a ave-do-paraíso, cujas penas usadas em toucados exuberantes valiam como moeda de troca; camaleões e lagartos-de-gola peritos em camuflagem e capazes de ensinar algo aos militares; cacos de ovos de aves gigantes, com 3 metros de altura, entretanto extintas, porém eternizadas no mito do roc; e búfalos que foram levados de Timor para a Austrália, para fornecerem carne e leite aos assentamentos militares. Mas aquilo que se evidencia ainda mais do que a vida animal selvagem ao longo destas mais de 400 páginas é o relato antropológico, dando a conhecer comunidades

O avesso da pele, de Jeferson Tenório

Jeferson Tenório é uma das grandes vozes da literatura brasileira contemporânea FOTO CARLOS MACEDO / D.R.

O

avesso da pele, publicado pela Companhia das Letras, é o terceiro romance de Jeferson Tenório, uma nova voz da literatura brasileira, e está a ser adaptado ao cinema. No dia 25 de Novembro, O avesso da pele foi anunciado como vencedor

do Prémio Jabuti na categoria de Romance literário. Numa prosa escorreita e solta, conforme o fluxo de pensamento do narrador, Pedro, a narrativa assume a natureza de uma carta de um filho em jeito de despedida. Nestas linhas um filho procura um reencontro póstumo com um pai que mal conheceu. Os pais separaram-se tinha ele um ano de idade, e o pai sempre foi distante, além de ter o condão de se perder nos seus pensamentos. Nesta história nascida a partir da perda, é mediante o caos dos objectos deixados para trás – fotos, cadernos, papéis, pastas do seu trabalho como professor de língua portuguesa e literatura no ensino público – que o filho intenta dirigirse ao pai, Henrique, ao mesmo tempo que reconstitui a vida deste. É a reorganizar e coligir os retalhos da vida do seu progenitor, morto com cerca de 52 anos, que pode dar forma à sua própria identidade. Só a meio do livro, no capítulo 12, o narrador nos falará um pouco de si próprio, a começar por quando se apaixonou, pouco depois de entrar na faculdade.

Mais perto do final, a narrativa adopta ainda a perspectiva de uma terceira pessoa, determinante para o desfecho. Este é um romance impactante e fracturante sobre identidade e família, analisando a complexidade das relações humanas, como a relação fugaz e pouco pacífica entre pai e mãe. Esta é também, e acima de tudo, uma história de vida marcada pela raça – tema central ao livro tratado de forma discreta (sem incorrer num registo panfletário ou didático). A narrativa lança ainda pistas, subtis, do final trágico que, infelizmente, ressoa a trágica realidade. Pois Henrique vive marcado pela sua condição de homem negro no sul do Brasil – «metade dos seus problemas estava contida na cor da pele» (p. 90) –, que em 1980 passa a viver em Porto Alegre, a cidade «mais racista do país» (p. 81), toda a vida confundido com um bandido, enquanto tenta escrever a sua história de superação, «condição permanente de sobrevivência» (p. 73). Era inclusivamente raro haver professores negros nas escolas do

cujo modo-de-vida nos faz recuar até à Idade da Pedra ao mesmo tempo que o autor encontra afinidades improváveis entre lugares díspares, na forma como se movem os dançarinos em Madagáscar, com movimentos e poses próximos dos bailarinos de Java e Bali, ou nas pinturas rupestres europeias que parecem ter encontrado eco nas pinturas dos aborígenes da Austrália. Por fim, numa zona inóspita do deserto central australiano, conheceremos três desesperançados brancos, homens que fugiram da sociedade, do conforto da civilização, e vivem como eremitas, numa região

Livro dá a conhecer comunidades cujo modo de vida nos faz recuar até à Idade da Pedra

Romance sobre identidade e família analisa a complexidade das relações humanas

sul, num país profundamente racista onde um anúncio de emprego a pedir alguém com boa aparência significa, afinal, ser branco. O autor nasceu no Rio de Janeiro em 1977. Está radicado em Porto Alegre e é doutorando em Teoria Literária.

onde só os aborígenes conseguem sobreviver, em que agricultores e criadores de gado fracassaram e prospectores morreram na tentativa de extrair minerais. Face a cada animal, face a cada autóctone, perante cada ser vivo, é evidente e digno de admiração o respeito deste jovem Attenborough pela realidade natural que desvenda e as criaturas que encontra. Há até mesmo o justo reconhecimento de que, afinal, é ele o intruso, como acontece nesta belíssima passagem, quando, na sala do seu anfitrião na Nova Guiné, avista um chefe local com o seu gigantesco toucado de penas: «Dei por mim a olhar para ele como quem olha para um espetáculo de circo ou uma atração turística. E, contudo, quando olhei mais para cima, para as montanhas lá atrás, era o campo de ténis, o trator e a chávena de porcelana da qual eu estava a beber que eram os apontamentos discordantes e intrusivos.» (p. 20) Um livro belíssimo, de uma figura mediática incontornável e um excelente contador de histórias, para quem gosta de viajar como os exploradores de outros tempos, sem ter de sair do sofá.


CULTURA.SUL

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MAS AFINAL O QUE É ISSO DA CULTURA?

FOTOS D.R.

O Algarve de Costa a Costa

PAULO LARCHER Jurista e escritor

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a crónica anterior(1) fiz saber que decidira aceitar a sugestão do Mestre António Homem Cardoso de fazermos um périplo pelos Algarves - de costa a costa - utilizando exclusivamente o comboio! Parecia fácil, pois a via férrea estende-se de Vila Real de Santo António a Lagos. Este percurso, bem sei, não esgota o Algarve. Para além deste litoral há ainda muito desse Reino misterioso para descobrir. Se bem que não esgote o Algarve este percurso é um começo seguro e também, seguindo-o, ninguém poderá acusar-nos de parcialidade. Deste modo, na preparação desta “longa” travessia, analisei as 30 estações servidas pela linha do Algarve e pareceu-me que poderiam ser bons pontos de vista para revisitar essa comprida Província, desculpem, Região ou, dito à maneira antiga, Reino dos Algarves. Pareceu muito interessante e significativo (quantas vezes a história se constrói através destas singulares coincidências), que poucos dias após o início desta nossa romaria, aqui mesmo em Vila Real de Santo António, onde iniciámos a jornada, Forças Vivas nacionais e locais tenham assinado um milionário contrato para a electrificação e melhoramento da linha ferroviária do Algarve. Ora parabéns! a quem foi capaz de concretizar esta antiga promessa, que já parecia aos algar-

vios mais fantasia que realidade, e votos de que a obra seja executada nos prazos previstos. Com esta esplêndida notícia, a nossa viagem recém-começada adquiria, pois, o tom melancólico das coisas que se extinguem para dar lugar ao futuro. Mas que importa?, ao fim e ao cabo não somos mais que coisas passadas à espera de futuros que ainda não chegaram… Ao contrário do que pensei, o António não me vai acompanhar nesta fase exploratória. “Vai lá primeiro, fazer a repérage”(2), disse-me ele, “depois iremos os dois fotografar os sítios que tiveres escolhido”. Conclusão, fui deitado aos leões, mas não me deixei abater. Em primeiro lugar fui dar uma vista de olhos à minha bibliografia. Nas Crónicas Algarvias(3) descobri o seguinte: o Manuel da Fonseca veio de comboio para o Algarve mas logo o trocou pela camioneta, talvez por uma questão de horários ou outra - que sei eu? - e fez um percurso contra o vento, ou seja, de Sotavento para Barlavento e não o inverso, o que pareceria mais natural (a mim, pelo menos, que sou velejador). Também José Saramago na sua rápida passagem pelo Algarve a iniciou por Vila Real de Santo António e, à semelhança do Fonseca, foi de rabinho tremido, fazendo assim uma desconsideração à ferrovia algarviana. Ora aí é que eu (nós…) vou agir diferentemente. Parto de Vila Real, mas irei de comboio, de estação em estação, de apeadeiro em apeadeiro e só descansarei quando pousar os pés na plataforma firme de Lagos,

cidade das descobertas marítimas e local onde os negros escravizados, por entre as grades e os grilhões, tiveram um primeiro vislumbre da civilização europeia. Tenho expectativas muito positivas desta peregrinação a que nos propomos. Peregrinação, digo bem, pois não é só em direcção a Deus que os passos da fé são justificados, também em relação ao Belo esses passos o são, e a maior ou menor dificuldade em alcançá-lo é o sal dessa abertura ao desconhecido. Confesso-o aqui, com algum acanhamento, que espero muito do olho clínico do António, ou das suas poderosas objectivas fotográficas, que captam não só a forma como também o coração das coisas. E o ser humano é também uma coisa viva, e em relação a ver essas coisas o António é inexcedível. Como o Fonseca há cinquenta anos, eu e o António iremos à procura dos rastos, dos símbolos, dos sinais da humanidade, escondida sob a parafernália da civilização técnica que todos nós, a bem ou a mal, habitamos. Vai custar? Será fatigante? Talvez, mas a demanda nestas matérias de Deus e do Belo, sobretudo se for feita sem esforço, é fatigante ou, fazendo minhas as palavras do Manuel da Fonseca, “Aceitar passivamente a beleza cansa.”(4) Fica então assim decidido: embarco em Vila Real de Santo António e umas horas, dias, semanas, meses depois, desembarco em Lagos. Entre estas duas balizas se situará o meu Algarve. Não será “todo” o Algarve, porque região alguma cabe no bico de nenhuma caneta, mas o Algarve a que eu, muito humildemente, poderei aceder.

A partida Seria pedir demais que se pudesse apanhar o comboio no centro de Vila Real de Santo António, ao que os locais chamam Baixa-Mar? Antigamente o terminus da linha férrea ficava num edifício airoso, junto à alfândega nova e do cais onde acostam os barcos que fazem a travessia para Ayamonte. Agora, porém, é necessário embrenharmo-nos por umas ruas compridas, marginadas por fábricas em ruínas ou armazéns abandonados para nos depararmos com o edifício da estação que nos

contempla tranquilo e sólido ao fundo de uma rua. É uma bonita construção, datada de 1945, de linhas direitas e vagamento déco, um pouco ao arrepio do aspecto mais tradicionalista de outras estações. O traço foi de um grande arquitecto, Cottinelli Telmo. Apesar da elegância da estação, digo para com os meus botões que não deve ser nada fácil a uma família de turistas carregada de malas e embrulhos desembarcar ali. Talvez por isso não desembarquem e seja essa uma das (muitas) razões do crónico congestionamento da “125”. Aguardo na plataforma a chegada do comboio. Sinto pairar no ar uma estranha mistura de urbanidade e ruralidade: cavalos pastam nos terrenos à volta enquanto a roupa seca nos estendais de prédios modernos. A temperatura cálida recorda as férias grandes. Do outro lado dos carris, por trás de uma extensa vedação de arame, uma estrada pouco movimentada ladeia o sapal em direcção a Castro Marim. Em paralelo, uma ciclovia acompanha a estrada. Tudo está mergulhado num pacífico silêncio, mas sobre tudo isso paira um ar de desleixo e indiferença. O comboio aproxima-se devagar, com uma automotora ruidosa e duas carruagens das quais descem trinta e tal pessoas. Metade são estrangeiros com uma certa idade. Dois trazem bicicletas. Embarco. O meu

solitário com meia dúzia de casas. Por entre as árvores, cavalos sacodem as nuvens de moscas enquanto tasquinham a erva rala. Mas o que é isto? espanto-me eu. Um homem que veio até ao largo deitar lixo no contentor informa-me que andar dali até à vila é coisa para uma boa meia hora. Sinto repentinamente o intenso calor do dia e percebo que cometi um erro de planeamento. Não! Não vou andar meia hora para cada lado sob este calor tropical. Vou ficar por aqui, à sombra, mas terei que esperar um tempão pelo próximo comboio. Que seca! Atravesso a linha para o lado do sapal e fico a observar a vida dos flamingos e demais bicharada alada que o povoa. O tempo vai passando. As moscas, muito excitadas com a sua nova vítima, revoluteiam esfomeadas. À falta de cauda, como a dos cavalos, sacudo-as com as mãos. A resiliência é uma qualidade que não deve faltar a um viajante(5), pelo que é com relativa placidez que assisto à entrada ruidosa da automotora na estação de Monte Gordo. Entro. Sento-me junto a uma janela. Próximo destino: Castro Marim. Excelente! Antegozo os seus castelos e fortalezas; as igrejas da Ordem do Templo (desculpem, de Cristo), e a visão da imensidão que separa duas nações em tantas coisas tão parecidas. Apita o comboio, vai partir. Estremece, range. Partiu.

destino é Monte Gordo. Reparo agora que não fiz nenhum comentário sobre a cidade em que embarquei, e tanto que haveria para dizer sobre essa pérola do Despotismo Esclarecido. Tem que ficar para outra crónica. Prometo. Desembarco em Monte Gordo cheio de expectativa de encontrar algo do que Manuel da Fonseca 50 anos atrás descreveu nas suas Crónicas: o novo Casino e os seus arruamentos por terminar; o “cuíco” valente enfrentando os meninos arruaceiros, os velhos ingleses apoiados nas suas bengalas de castão de prata a fugir do vento agreste… mas nada. Para minha surpresa, a estação de Monte Gordo desemboca num largo

(1) Esta crónica vem na sequência das três anteriores pelo que é conveniente conhecê-las. (2) A repérage, palavra adoptada do francês, significa: a) a acção de determinar o lugar de qualquer coisa num espaço; b) a pesquisa dos cenários onde terão lugar as filmagens. (3) É mesmo importante ter lido a última crónica (e até mesmo a penúltima) para compreender melhor estas citações. (4) Manuel da Fonseca, Crónicas Algarvias, Editorial Caminho, 2ª ed., Lisboa, 1986, p. 164 (5) Tomo emprestado o termo “viajante” que José Saramago utiliza na sua Viagem a Portugal, referindo-se a si próprio, termo igualmente utilizado pelo seu émulo, Diego Mesa, na Viagem ao Algarve.

* O autor não escreve segundo o acordo ortográfico


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CADERNO ALGARVE

Postal, 3 de dezembro de 2021

NECROLOGIA REGIÃO

VÍTOR MANUEL GUERREIRO COELHO 19-02-1949 16-11-2021 Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que se dignaram a acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

SANTA - LUZIA TAVIRA

SANTA MARIA - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

ROSALINA MARIA VIEIRA XAVIER FIALHO LOPES MISSA DO 11º ANIVERSÁRIO DE FALECIMENTO

A sua família informa que será celebrada Missa do 11º Aniversário de Falecimento, dia 18 de Dezembro, sábado, pelas 18:00h na Igreja de Santiago, em Tavira Agradecem desde já a quem comparecer ao acto. MARIA ROSA DE JESUS

“Paz à sua Alma”

06-01-1931 17-11-2021 Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio, agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade. CONCEIÇÃO - TAVIRA CONCEIÇÃO E CABANAS DE TAVIRA - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. A.G.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. C.F.

JOHN ROBERT ROWLEY

JOÃO DOMINGOS MARTINS

MARIA ISABEL

24-03-1947 18-11-2021

25-08-1942 24-11-2021

29-08-1932 28-11-2021

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada. ou que de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

MERIDEN - REINO UNIDO LUZ DE TAVIRA E SANTO ESTEVÃO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

CACHOPO - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

ODELEITE - CASTRO MARIM CONCEIÇÃO E CABANAS DE TAVIRA - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.


CADERNO ALGARVE

Postal, 3 de dezembro de 2021

A NÚNCIOS REGIÃO

EXERCÍCIO DO DIREITO DE PREFERÊNCIA EDITAL Léguas e Sendas - Sociedade Unipessoal Lda., pretende vender a Simone Schwarz, pelo preço de duzentos e setenta mil euros, o prédio misto descrito na conservatória do Registo Predial de Alcoutim com o nº 1181/19940304 e inscrito na matriz da União das freguesias de Alcoutim e Pereiro com o nº 27 da secção 081 (parte rústica) e o nº 2431 (parte urbana). Mais informo que pretendem celebrar escritura pública no dia 12 de Janeiro de 2022, no Cartório Notarial da Dra. Alice Conde na Av. dos Bombeiros Portugueses, nº 50, 8900 -209 Vila Real de Santo António. Este anúncio é feito em virtude do desconhecimento de quem sejam os proprietários confinantes do prédio rústico a vender. O exercício do direito de preferência deverá ser comunicado por carta registada para a Rua 5 de Outubro, L11, 4ºB, 8900-307 Vila Real de Santo António, até quinze dias seguidos após a data de publicação deste anúncio. Na comunicação deverá ser indicada a prova desse direito. (POSTAL do ALGARVE, nº 1276 3 de Dezembro de 2021)

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CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM - ALGARVE CERTIFICADO Nos termos do número 1, do artigo 100º, do Código do Notariado, eu, Isabel Alexandra Dinis da Silva Esteves Nunes de Almeida, Notária no Cartório Notarial de Castro Marim, Urbanização Castro Marim Sol, lote 2, 1º E, certifico que, no dia vinte e quatro de Novembro de dois mil e vinte e um, foi lavrada neste Cartório, a folhas vinte e cinco do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Quarenta e Três-A, uma escritura de justificação, na qual outorgaram GRACINDA MARIA GODINHO FERNANDES PERES, e marido, JOAQUIM PERES FRANCISCO, ambos naturais do concelho de Alcoutim, ela da freguesia de Martim Longo, ele da freguesia de Giões, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua de São Gonçalo, 270, Brejos de Azeitão, 2925-242 Azeitão, os quais declararam são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do PRÉDIO URBANO situado em Lutão, na freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, composto por edifício térreo com duas divisões, destinado a habitação, com a área total e coberta de cinquenta e seis metros quadrados, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, a confrontar a NORTE e a POENTE com Silvestre José, a SUL com via pública e a NASCENTE com Luís Afonso, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo número 740, da freguesia de Martim Longo, desconhecendo-se a proveniência matricial, com o valor patrimonial tributável de 3.785,95€, ao qual atribuem igual valor. Que, não possuem qualquer título formal que legitime o domínio do mesmo prédio.

Convocatória da Assembleia-Geral Ordinária Nos termos do Artigo n.º 40, ponto 1 e ponto 2, alínea a) e c) dos Estatutos, convoco a Assembleia-Geral Ordinária para o dia 17 (dezassete) de Dezembro de 2021, sexta-feira, pelas 16.30h (Dezasseis horas e trinta minutos) na sede do Monte-Pio Artístico Tavirense, sita na Rua Tenente Couto nº6 em Tavira, com a seguinte ordem de trabalhos: PONTO UM: Aprovação ou Rejeição do Orçamento para 2022 PONTO DOIS: “Apreciação, Discussão e Votação da Proposta de Alteração Global dos Estatutos da Associação Monte-Pio Artístico Tavirense Associação de Socorros Mútuos – Associação Mutualista PONTO TRES: Informações Na secção Administrativa do Monte-Pio Artístico Tavirense, encontra-se exposto o Orçamento, oito dias antes da Assembleia-Geral à disposição dos Associados. Nos termos do Artigo n.º 41, ponto 1, dos Estatutos, a Assembleia-Geral funcionará com qualquer número de Associados, pelas 17,30h (Dezassete horas e trinta minutos). Tavira, 3 de Novembro de 2021 A Presidente da Mesa da Assembleia-Geral Maria José Sousa Martins (POSTAL do ALGARVE, nº 1276 3 de Dezembro de 2021)

Que o prédio acima identificado foi por eles adquirido, já no estado de casados entre si (casamento que contraíram em dez de Junho de mil novecentos e setenta e nove), em dia e mês que não podem precisar de finais do ano de mil novecentos e setenta e nove, por partilhas verbais realizadas com os demais interessados, por óbito de Luís José Fernandes, pai da primeira outorgante senhora, falecido no estado de solteiro, maior, residente que foi em Lutão, Martim Longo, Alcoutim. Que, por sua vez, o mencionado Luís José Fernandes, havia adquirido e entrado na posse do identificado imóvel, por partilhas verbais realizadas com os demais interessados, que nunca foram reduzidas a escritura pública, por óbito de seu pai, José Fernandes do Serro, que também usava e era conhecido por José Fernandes, casado com Maria Joaquina sob o regime da comunhão geral, residentes que foram em Lutão, Martim Longo, ambos atualmente falecidos Que, desde aquela data, de dia e mês que não podem precisar de finais do ano de mil novecentos e setenta e nove, os ora primeiros outorgantes, entraram na posse e fruição do identificado prédio, continuando aquela posse, praticando atos concretos de posse, tratando-o como seu, praticando atos de defesa e conservação, sem qualquer interrupção, com ânimo de quem exercita direito próprio, sendo reconhecido como sua propriedade por toda a gente, fazendo-o de boa fé, por ignorar lesar direito alheio, pacificamente porque sem violência, contínua e publicamente, à vista e com conhecimento de todas as pessoas, agindo sempre por forma correspondente ao exercício pleno do direito possuído, sem oposição, embargo ou estorvo de quem quer que seja e tudo isto por lapso de tempo superior a vinte anos. Que dadas as enunciadas características de tal posse, os primeiros outorgantes adquiriram o identificado prédio por usucapião, título este que, por natureza, não é suscetível de ser comprovado pelos meios normais Que, não tendo qualquer outra possibilidade de levar o seu direito ao registo predial, vêm justificá-lo nos termos legais, por usucapião fundada em posse que teve o seu início posteriormente ao casamento, pelo que, o identificado imóvel pertence à massa patrimonial dos bens comuns dos justificantes. Está conforme o original.Castro Marim, vinte e quatro de Novembro de dois mil e vinte e um A Notária Isabel Nunes de Almeida Fatura/Recibo: FAC 2021001/1562 Data de Emissão: 2021-11-24

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COMUNIQUE COM O POSTAL Contacto: 281 405 028

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Urgências de cirurgia em Faro ameaçadas As escalas da urgência de cirurgia do Hospital de Faro podem ficar sem profissionais este mês pela saída de cinco cirurgiões, segundo um sindicato, mas o diretor clínico garantiu que o serviço e os cuidados à população “estão garantidos” Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), disse à agência Lusa que em causa estão “quatro jovens cirurgiões que saíram – e um quinto ainda não saiu porque está em isolamento profilático, mas vai sair”, e isso vai provocar que haja “noites e dias inteiros da escala de dezembro que estão totalmente a descoberto”, podendo “nesses dias, o serviço de urgência de cirurgia pode encerrar”. Confrontado com a denúncia do sindicato, o diretor clínico do Hospital, Horácio Guerreiro, reconheceu que esses cinco profissionais “pretendiam uma melhoria salarial” e o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) “fez tudo o que podia” para os manter, mas não poderia “abrir o precedente” de deixar os profissionais sair para os contratar depois como tarefeiros. “A assistência está garantida para a população e a escala, embora tenha poucos elementos em cada dia, é uma escala suficiente para tranquilizar as pessoas e garantir os cuidados cirúrgicos à população”, afirmou Horácio Guerreiro, frisando que, “se em Faro houver mais dificuldade”, os doentes serão “transferidos para Portimão, onde há uma equipa robusta” de cirurgia. O secretário-geral do SIM disse estar preocupado com a saída desses profissionais porque, além de serem menos elementos para assegurar o serviço, “seis dos médicos que lá ficam têm mais de 55 anos” e podem ser dispensados de fazer serviço de urgência. Para o sindicalista, “infelizmente, parte do serviço continuará a ser assegurado por prestadores” externos, que “ganham mais do que pessoas mais diferenciadas e só vão consoante as suas disponibilidades”, apelando ao Ministério da Saúde e ao Conselho de Administração do CHUA que encontrem fórmulas que corrijam a situação e criem condições para fixar os médicos no Serviço Nacional de Saúde.

Preços dos combustíveis no Algarve são dos mais elevados do país

E

m outubro, face ao mesmo mês do ano passado, os preços médios de venda ao público do gasóleo e da gasolina em Portugal acompanham as cotações do mercado internacional, registando subidas de 4,4% e 2,2%, para 1.582 e 1.754 euros por litro, respetivamente. Os hipermercados mantêm as ofertas mais competitivas nos pacotes rodoviários, seguidos

pelos operadores do segmento de baixo custo, revelou a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Numa análise por distrito, Braga, Santarém e Aveiro registaram os preços de gasóleo e gasolina mais baixos, enquanto FARO, Bragança, Beja e Lisboa surgem os preços mais altos. Já no que diz respeito à garrafa de GPL (butano e propano), Bragança, Braga e Vila Real re-

Últimas

Já há hotéis esgotados para o 'revéillon' Os ho-

gistaram o menor custo, para Portugal continental, enquanto Coimbra, Setúbal e Beja econômica os preços mais elevados. Quanto à alternativa de abastecimento em Ayamonte, a preços mais convidativos, a atual imposição de estado de emergência "frustrou" as expetativas dos consumidores algarvios devidos às restrições no controlo da fronteira com a vizinha Espanha.

téis estão com as reservas em alta para as ceias de Natal e a noite da passagem do ano. "Os programas de Natal têm vindo a crescer muito nos nossos hotéis. Cada vez há mais pessoas em Portugal a passar o Natal com a família em hotéis para não terem o trabalho todo com as ceias e estarem a conviver num ambiente agradável, onde até têm mais distanciamento", disse Jorge Rebelo de Almeida, presidente do grupo Vila Galé, ao Expresso. Dos 27 hotéis que a Vila Galé tem de norte a sul, 16 têm programas para a noite da passagem do ano ('revéillon'), e já estão de momento com a capacidade esgotada.

Maior presépio do país está em VR de Sto António

Natal invade Portimão até 6 de janeiro Sob o

PRESÉPIO GIGANTE O maior presépio do país

regressou a Vila Real de Santo António e volta a surpreender pelos números e quantidade de materiais utilizados, atingindo a marca das 5.600 peças. Para dar vida a esta iniciativa, que completa em 2021 a sua 19ª edição, foram necessários

mote “Portimão, Um Sonho de Natal”, são proporcionados vários dias de pura magia, com vivências únicas em vários locais emblemáticos do centro da cidade, nos quais o espírito natalício tocará especialmente o imaginário dos mais pequenos, com destaque para a Casa do Pai Natal, a Pista de Gelo, o Presépio em tamanho real, o Comboio de Natal ou as paradas cheias de cor e alegria, entre muitas outras sugestões.

mais de 40 dias e 2.500 horas de trabalho, embora os preparativos já tenham começado há vários meses. A lista de materiais utilizados na sua construção é extensa e incorpora mais de 20 toneladas de areia, 4 toneladas de pó de pedra, 3.000 quilos de cortiça e centenas de adereços.

Zambujo "Do Avesso" no Auditório Municipal de Olhão António Zambu-

DEMISSÃO DO LÍDER DO PSD NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE FARO

Tiago Botelho não “aqueceu” o lugar O recém empossado líder parlamentar do PSD na Assembleia Municipal de Faro, Tiago Botelho, demitiu-se no decorrer da terceira sessão daquele órgão realizada no passado dia 22 de novembro Ao que o POSTAL apurou junto de uma fonte presente na reunião, Tiago Botelho terá feito considerações pouco agradáveis sobre a capacidade da vereadora Sophie Matias em

liderar a bancada do executivo autárquico, por impedimento do presidente e vice-presidentes da câmara. Os dois responsáveis da câmara haviam delegado poderes na vereadora tendo justificado a ausência na reunião por razões de saúde de familiares próximos. Mais tarde e já com Rogério Bacalhau presente, o líder da bancada social-democrata, voltou a usar da palavra para apresentar a sua demissão do

lugar não invocando razões justificativas, mantendo-se todavia como membro da assembleia pelo PSD. Até ao momento o POSTAL não obteve nenhuma reação dos diversos intervenientes, nem do novo presidente da Assembleia, Cristóvão Norte, que terá de encontrar um substituto de Tiago Botelho para a liderança da sua bancada parlamentar até à próxima reunião sem data marcada.

Distribuição quinzenal nas bancas do Algarve

Tiragem desta edição

6.782 exemplares

POSTAL regressa a

17 de dezembro

jo apresenta-se na noite deste sábado, às 21:30, no palco do Auditório Municipal de Olhão. Estará acompanhado por outros seis músicos, num espetáculo que servirá para dar a conhecer o seu oitavo álbum, “Do Avesso”, mas onde também não faltarão temas mais antigos conhecidos de todos ou canções do seu mais recente trabalho discográfico. De acordo com as orientações da DGS, no interior do Auditório é obrigatório o uso de máscara, a desinfeção das mãos e a apresentação de certificado digital.


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