POSTAL 1261 19MAR2021

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Entrevista com a coordenadora nacional da iniciativa, Teresa Fernandes

P4 e 5

HORA DE FECHAR A TORNEIRA DURANTE 60 MINUTOS Interdita venda na distribuição quinzenal com o jornal

19 de março de 2021

1261 • €1,5

Diretor: Henrique Dias Freire Quinzenário à sexta-feira

postaldoalgarve

136.264

www.postal.pt

E ainda Primeiro crematório do Algarve completa primeiro aniversário

Cremal, situado em Albufeira, tem fornos de última geração, considerados os mais ecológicos do país e cumpre esta sexta-feira o seu primeiro ano de existência. P6

Festa ilegal com 50 pessoas em Loulé

Decorria numa moradia na localidade de Cerro de Alfeição, no concelho de Loulé. Após uma denúncia de ruído, os militares foram alertados, por volta das 9:15, que estava a decorrer uma festa ilegal no interior de uma moradia. P8

Rede de droga usava marina de Lagos

AUTÁRQUICAS JÁ ESTÃO A MEXER

Pesos pesados voltam como independentes

www.hpz.pt

♦ Desidério por Albufeira “Eu e o PSD estamos quites” ♦ Francisco Martins com Lagoa Primeiro “Não à maledicência” 💢 Sondagem escolhe candidato do PSD a Portimão 💢 Cigano é cabeça de lista do Chega em Porches

P12 a 13, 3 e Editorial

O drone que sobrevoou o Algarve de lés-a-lés

Rotunda substitui árvore com largas dezenas de anos

Vendiam droga a estudantes em Portimão e Silves

APSP realizou 33 buscas por suspeita de tráfico de estupefacientes, deteve 10 pessoas e constituiu outras cinco arguidas, e apreendeu 340 doses de várias drogas e armas. P11

À conversa com o eurodeputado José Manuel Fernandes estiveram Henrique Dias, do Postal do Algarve, Ana Burnay e Catarina Cruz, do Europe Direct Algarve, e Rita Soares, na qualidade de cidadã P2

ENTREVISTA A JOSÉ MATEUS, PRESIDENTE DA UNIÃO DAS FREGUESIAS DE TAVIRA

No decurso da operação, os agentes detetaram um grande lançamento de barcos a partir do porto de Lagos, de forma que, em plena luz do dia, foram utilizados até 12 barcos num único mês. Também foram localizadas algumas instalações industriais, perto de Huelva, que a organização utilizou para reparar os barcos aproveitando a atividade comercial do local. P9

A União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta acusa o presidente da Câmara Municipal de Olhão pelo abate de um cipreste que existia à entrada da vila e que "tinha um enorme valor simbólico e histórico para a sua população". P10

À conversa com os nossos eurodeputados

SOLIDARIEDADE O autarca revela ao POSTAL o trabalho que tem estado a ser feito no combate à pandemia. Um trabalho hercúleo,

que tem contado com a preciosa ajuda de todos e que leva uma inestimável ajuda àqueles que vivem mais distantes e desprotegidos.

Para José Mateus “está a ser gratificante ver tanta solidariedade, tanta gente de coração grande”. P20 e 21

Caminheira

A Bela Adormecida

Queria ser uma "velhinha cor-de-rosa", mas os seus dias são um eterno recomeço P17

Tavira, cidade museu, perscruta as vozes longínquas e milenárias

Caçadores de Histórias

P19

Documentário que explicita a essência do Algarve, as suas tradições e culturas, cujo fio condutor foi o caminho de ferro que liga o Algarve de uma ponta a outra. P24 e 16


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CADERNO ALGARVE

Postal, 19 de março de 2021

INICIATIVA

EUROPE DIRECT ALGARVE | POSTAL

À conversa com os nossos eurodeputados Redação, Administração e Serviços Comerciais Rua Dr. Silvestre Falcão, 13 C 8800-412 Tavira - ALGARVE Tel: 281 405 028 Publisher e Diretor Henrique Dias Freire

numa iniciativa do Europe Direct Algarve e do POSTAL do ALGARVE “À Conversa com os Eurodeputados” são conversas informais com cerca de 30 minutos com os eurodeputados portugueses. Queremos dar a conhecer o rosto e a pessoa por trás

dos dossiers e do trabalho que desenvolvem no Parlamento Europeu, que pode acompanhar no Facebook do Europe Direct Algarve e no site do Postal do Algarve.

As conversas informais são conduzidas pelo jornalista Henrique Dias Freire, diretor do jornal POSTAL, e pela Ana Burnay, da equipa do Centro Europe Direct Algarve. Deixamos

nesta edição, o testemunho de mais dois deputados europeus, com alguns excertos e citações destas riquíssimas conversas que podem ser ouvidas na íntegra no site do postal.pt

À conversa com o eurodeputado José Manuel Fernandes [18FEV2021] estiveram Henrique Dias, do Postal do Algarve, Ana Burnay e Catarina Cruz, do Europe Direct Algarve, e Rita Soares, na qualidade de cidadã. Conversámos sobretudo sobre a oportunidade que constituem os fundos europeus e sobre os valores da Europa!

Recuperação e Resiliência (MRR) e do InvestEU e afirma com convicção que ”as negociações com o Conselho não podem ser feitas à distância”. “Uma negociação de 12 horas não é possível fazer-se online”. No entanto, admite que o Parlamento Europeu tem atuado a uma grande velocidade e que é possível este trabalho à distância.

embora tenham que respeitar as percentagens, definidas nos regulamentos, para: alterações climáticas, transição digital e biodiversidade. E os pagamentos só serão efetuados depois de atingidos os marcos e as metas. E é o Parlamento Europeu quem fará esta avaliação.

esse papel, que muitos desconhecem, é também essencial.

Estar a eurodeputado: “Pela nossa terra”

E se alguns Estados não apresentarem Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)…

Diretora Executiva Ana Pinto

REDAÇÃO

jornalpostal@gmail.com Ana Pinto, Cristina Mendonça, Henrique Dias Freire e Jéssica Sousa Estatuto editorial disponível postal.pt/arquivo/2019-10-31-Quem-somos Colaboradores Afonso Freire, Alexandra Freire, Alexandre Moura, Beja Santos (defesa do consumidor), Humberto Ricardo e Ramiro Santos Colaboradores fotográficos e vídeo Ana Pinto, Luís Silva, Miguel Pires e Rui Pimentel

DEPARTAMENTO COMERCIAL

Publicidade e Assinaturas Anabela Gonçalves - Secretária Executiva anabelag.postal@gmail.com Helena Gaudêncio - RP & Eventos hgaudencio.postal@gmail.com Design Bruno Ferreira

EDIÇÕES PAPEL EM PDF issuu.com/postaldoalgarve DIÁRIO ONLINE www.postal.pt FACEBOOK POSTAL facebook.com/postaldoalgarve FACEBOOK CULTURA.SUL facebook.com/cultura. sulpostaldoalgarve TWITTER twitter.com/postaldoalgarve PROPRIEDADE DO TÍTULO Henrique Manuel Dias Freire (mais de 5% do capital social) EDIÇÃO POSTAL do ALGARVE - Publicações e Editores, Lda. Centro de Negócios e Incubadora Level Up, 1 - 8800-399 Tavira CONTRIBUINTE nº 502 597 917 DEPÓSITO LEGAL nº 20779/88 REGISTO DO TÍTULO ERC nº 111 613 IMPRESSÃO Lusoibéria DISTRIBUIÇÃO:: Banca/Logista DISTRIBUIÇÃO ao sábado com o Expresso / VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT

Tiragem desta edição

6.795 exemplares

JOSÉ MANUEL FERNANDES

Sou um europeísta e considero que se a União Europeia estiver bem, nós também estamos bem

“Na política não se é, está-se. Eu estive a presidente de Câmara e estou a eurodeputado!” Considera estar a cumprir uma missão – trabalhar no Parlamento Europeu sem esquecer o país e o território, “a minha região”. E confessou-nos com uma ponta de orgulho que tem até um slogan registado: “Pela nossa terra”. Ser deputado europeu foi sorte e muito acaso, porque “em política programar o futuro é impossível”. Cumpre-se uma missão em projetos em que se acredita. É um europeísta convicto e considera que “se a União Europeia estiver bem nós também estaremos bem”. Porque há desafios que só podem ser vencidos à escala global, como demonstra a Covid. Acredita numa Europa solidária, de valores, de desenvolvimento económico mas que preserva o seu modelo social.

As negociações não podem fazer-se à distância

Esteve nas negociações do Quadro Financeiro Plurianual (QFP), do Mecanismo de

O acordo com o conselho foi alcançado em dezembro e a 18 de fevereiro foi publicado o regulamento, no jornal oficial. Os 750 mil milhões de euros para o MRR, a Comissão Europeia (CE) tem que ir buscá-los ao mercado e é necessária a autorização de todos os parlamentos nacionais - 20 ainda não se pronunciaram! Mas o eurodeputado está convencido de que “não vai haver problemas”.

Prioridades do PRR para Portugal

Para Portugal apoiar a economia e sobretudo as PME deveria ser uma prioridade. José Manuel Fernandes defende que os diversos instrumentos: Estratégia Portugal 2030 e PRR deveriam estar a ser trabalhados em conjunto .

São importantes os marcos e as metas

Cada Estado-membro terá que prever os marcos e metas para os seus planos,

Que papel para a presidência portuguesa?

Todos temos a obrigação de dar o nosso melhor para que a presidência portuguesa cumpra as suas missões que José Manuel Fernandes enuncia: 1. Incentivar os Estados-membros a apresentar rapidamente os acordos de parceria – que definem como durante 7 anos se vão executar os programas 2. Incentivar os parlamentos nacionais a aprovar o MRR 3. Incentivar os Estados-membros a apresentar bons Planos de Recuperação e Resiliência

Portugal tem outra missão mais global

Temos outra missão mais global, sobretudo com África e Brasil: incentivar a solidariedade no que diz respeito às vacinas. E José Manuel Fernandes defende também o Acordo MERCOSUL (com os países da América do Sul) que vê como essencial para a defesa dos direitos humanos e para a proteção do Ambiente. E lembra ainda que a União Europeia detém o primeiro lugar na ajuda humanitária e

Sente-se gratificado com o seu trabalho?

“No Parlamento Europeu trabalham-se muitas horas” mas ao fim de semana o deputado encontra tempo para “estar próximo”: ir às escolas, falar com as pessoas, escrever artigos e livros, tudo: “Pela nossa terra”. No Parlamento Europeu, a princípio, a sua prioridade era a juventude e viu aprovados muitos projetos–piloto (iniciativas legislativas dos deputados), como “O teu primeiro Emprego EURES, DiscoverEU e o Reactivate EU. Mas hoje em dia reconhece outros dossiers como “muito gratificantes”, embora exigentes, como as negociações do Plano Juncker ou recentemente as negociações do QFP. Todos os dias são dias para aprender e a negociação é permanente por isso conclui: “Estou na universidade todos os dias”.

Na mensagem final

É essencial a participação e o envolvimento dos territórios nas questões europeias. Só teremos soberania e autonomia se tivermos soberania e autonomia europeias. E fica clara a importância da investigação científica para salvar vidas humanas. Estou convencido de que com as vacinas e medicamentos em breve estaremos a fazer reuniões fisicamente. Termino com uma palavra de esperança. Somos todos importantes!


CADERNO ALGARVE

Postal, 19 de março de 2021

POLÍTICA

SITUAÇÃO NO ALGARVE

Deputados pedem audiência a Marcelo

Carlos Martins, atual presidente da concelhia do PSD de Portimão

FOTO D.R.

AUTÁRQUICAS

Rui André, em final do terceiro mandato como presidente da Câmara de Monchique (PSD) FOTO D.R.

Sondagem escolhe candidato do PSD a Portimão

E

m dificuldades para encontrar um nome consensual para seu candidato em Portimão, o PSD tem em curso uma sondagem para escolher, ainda esta semana, entre dois nomes: Carlos Martins, atual presidente da concelhia, e Rui André, em final do terceiro mandato como presidente da Câmara de Monchique. Outros nomes como Joaquim Piscarreta e José Inácio, ambos ex-presidentes em Lagoa, chegaram a ser falados como hipotéticos candidatos, mas apenas derivado do facto de ambos, tal como Isabel Soares, ex-Silves, integrarem o conselho estratégico de Carlos Martins. Em Loulé também deverá ser uma sondagem a resolver o candidato entre os três nomes já avançados na nossa última edição: Rui Cristina,

Bruno Inácio e Miguel Madeira. No respeitante a outros municípios, estão garantidas as seguintes candidaturas: Rogério Bacalhau (Faro), Francisco Amaral (Castro Marim), José Carlos Rolo ( Albufeira), enquanto Luís Gomes regressa como candidato a Vila Real de Sto António e Bruno Estremoz é o nome que vai substituir Rui André em Monchique. São já conhecidos também outros nomes avançados em primeira mão pelo POSTAL: Dinis Faísca (Tavira), Álvaro Viegas (Olhão), Pedro Moreira (Lagos), Hélder Cabrita, (Aljezur) e Mário Vieira para Lagoa. Carlos Ludovico deverá ser o nome do social-democrata escolhido para Alcoutim e Bruno Costa para S. Brás de Alportel. O Partido Socialista parece ser a força com o processo em fase mais

adiantada, no que respeita aos nomes para as câmaras municipais, dado ser o que detém maior número de municípios e vai recandidatar todos os dez presidentes em exercício. Deste modo, serão candidatos do PS: Alcoutim (Osvaldo Gonçalves), Aljezur (José Gonçalves), Lagoa (Luís Encarnação), Lagos (Hugo Pereira), Loulé (Vítor Aleixo), Olhão (António Miguel Pina), Portimão (Isilda Gomes), São Brás de Alportel (Vítor Guerreiro), Tavira (Ana Paula Martins), Vila do Bispo (Rute Silva), em substituição de Adelino Soares em terceiro mandato. O candidato a Albufeira volta a ser Ricardo Clemente e em Monchique a aposta, a confirmar ainda pela concelhia, deverá ser Paulo Alves, enquanto para Faro está nomeado João Marques e Álvaro Araújo será o candidato socialista em Vila Real

de Sto António. Rosa Nunes será a aposta socialista para Castro Marim e Luís Guerreiro para Silves. A lista da CDU não é conhecida, dando-se como certa a recandidatura de Rosa Palma, para Silves, o único município em poder da CDU no Algarve. O Bloco de Esquerda ficou de anunciar os seus candidatos ainda antes do verão, enquanto o Chega, apresenta o líder regional, João Graça, como seu cabeça de lista à Câmara de Vila do Bispo. Como independentes inscritos em movimentos cívicos, são conhecidos: Desidério Silva (Albufeira), Abel Coelho (Albufeira), Francisco Martins (Lagoa), Manuel Marreiros (Aljezur) e João Rocha e Silva (Tavira).

Cigano é cabeça de lista do Chega em Porches Pedro Silva, um indivíduo de etnia cigana, é o cabeça de lista do Chega para a freguesia de Porches, concelho de Lagoa Trata-se de um ex-militante do PSD que terá como número dois um indi-

víduo de raça negra, numa freguesia que conta com pouco mais de dois mil habitantes e onde nas últimas presidenciais André Ventura obteve 17,76 por cento dos votos, logo a seguir a Marcelo Rebelo de Sousa com 58,95 e à frente de Ana Gomes que recolheu 12,66 dos votantes. Mas

perante o insólito - tendo em conta a polémica que envolveu o partido de André Ventura na sua relação com aquela minoria étnica - confrontado com a inclusão destas duas pessoas nas suas listas, o líder do Chega no Algarve, João Graça, explicou que as escolhas “são a prova de que o

Chega não é um partido racista ou xenófobo”. “O que não aceitamos é a existência de pessoas que vivem à custa dos subsídios do Estado sem trabalhar, independentemente da sua origem étnica”, sublinhou.

Os deputados do PSD eleitos pelo círculo de Faro, Cristóvão Norte, Rui Cristina e Ofélia Ramos, solicitaram ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, uma audiência para expor a grave situação económica e social que o Algarve enfrenta. Segundo os deputados social-democratas, o Presidente da República "tem primado pela proximidade com os algarvios e faz uma leitura acertadíssima da situação, quando, em Setembro do ano passado, expressou que a aplicação de um plano específico de urgência para a região é um desígnio nacional". Os deputados recordam que em julho de 2020, "quer o primeiro-ministro, António Costa, quer o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, anunciaram que iria ser apresentado e aplicado um plano específico para a região – António Costa chegou a falar de 300 milhões de euros -, de modo a conter as consequências económicas e sociais da pandemia, que compreendem, por exemplo, taxas de desemprego homólogas cujo crescimento oscila entre os 60% e os 200%, registo que chegaram a ser cinco vezes superiores à média nacional e conduzem a que esta região seja uma das que maiores perdas tenha registado a nível europeu". Recordam, ainda, que "as medidas que apresentaram na Assembleia da República a respeito da matéria, e que foram aprovados com votos contra do PS, mas a favor das restantes bancadas, porém, nada foi feito e não há programa ou qualquer medida específica para o Algarve nove meses volvidos do seu anúncio". Em causa está, segundo os parlamentares, "a discriminação negativa a que a região está a ser sujeita é um absurdo, pois não respeita a equidade. Se se trata da região que mais perdas regista, faria sentido que no conjunto de apoios nacionais e europeus essa vertente fosse considerada. Pelo contrário: não só não tem plano de curto prazo como prometido, como representa escassos 1,7 % do bolo do Plano de Recuperação e Resiliência quando representa perto de 5% da população e da economia nacional, como não há qualquer orientação de diversificação da economia, de modo a que outros sectores a par do turismo cresçam com vista a construir uma região mais equilibrada. O Governo tem passado ao lado do Algarve e descura a bomba relógio de desemprego, falências e sofrimento que os algarvios estão a viver".

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CADERNO ALGARVE

Postal, 19 de março de 2021

ENTREVISTA A TERESA FERNANDES, COORDENADORA DA INICIATIVA H2OFF

Usar a água com inteligência para Textos CRISTINA MENDONÇA e HENRIQUE DIAS FREIRE

O Dia Mundial da Água celebra-se a 22 de março e, para assinalar esta data, o movimento H2OFF convida a população a fechar a torneira por uma hora, às 22:00, para consciencialização e adoção de novas práticas face ao recurso escasso e essencial que é a água. Segundo disse ao POSTAL Teresa Fernandes, coordenadora nacional da Comissão Especializada de Comunicação e Educação Ambiental da APDA e responsável da Área de Comunicação e Educação Ambiental da Águas do Algarve, a iniciativa pretende motivar “a mudança consciente de comportamentos sobre o uso correto e eficiente deste bem”. Teresa Fernandes afirma que a consciência sobre o uso correto e eficiente da água por parte dos algarvios tem gradualmente vindo a aumentar e para isso muito tem contribuído o investimento contínuo da Águas do Algarve na Educação Ambiental. No que respeita às reservas de água na região, os algarvios podem “respirar de alívio”, pois as chuvas dos últimos meses permitiriam um aumento significativo deste bem precioso, no entanto, esta responsável alerta que “o tempo não é de desperdício mas sim de uso eficiente”.

Como surge a iniciativa H2Off? O clima do planeta está a mudar, com impactos nos sistemas naturais e humanos. São os casos, por exemplo, das alterações dos valores médios de temperatura e de precipitação. Mas não ficamos por aqui. Temos de dar um passo em frente, deixar de tapar o sol com a peneira, porque como sabemos o pior cego é aquele que não quer ver. As alterações climáticas são uma realidade, e constituem-se como um desafio que todos temos de enfrentar, de forma estruturada, é certo, se quisermos prevenir os seus efeitos. É uma responsabilidade de todos e de cada um. A água doce é um bem por demais precioso, não podendo ser desvalorizado pelos utilizadores, levando ao desperdício. Infelizmente, este é um cenário que vemos com frequência, não apenas no consumo humano, mas em praticamente todas as utilizações que são dadas à água. Usar a água com inteligência e responsabilidade é uma necessidade imperativa, para a garantia de um futuro sustentável. P

R

É precisamente neste ponto que surge este movimento, intitulado H2OFF, que assinalando as celebrações alusivas ao Dia Mundial da Água, pretende motivar a mudança consciente de comportamentos sobre o uso correto e eficiente deste bem. H2Off é o nome deste movimento de reflexão através de uma ação mediática em todo o país, que emite um apelo generalizado de fecho das torneiras durante uma hora, uma hora sem consumir água enquanto ato deliberado e consciente. É este o desafio que é lançado a todos e cada um. Dia 22, às 22 horas (https://www.h2off-apda.com/).

A região poderá ‘respirar de alívio’ nos próximos tempos P Que mensagem espera que os “embaixadores” passem na promoção da iniciativa H2Off?

R Com este movimento pretendemos marcar a agenda do Dia Mundial da água, transportando e partilhando uma mensagem que leve ao despertar de consciências, certos de que estaremos contribuindo para um futuro sustentável para nós humanos, enquanto espécie, e para todos os ecossistemas terrestres.

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Os nossos embaixadores são personalidades que dentro das suas atividades se têm vindo a destacar, quer a nível nacional quer internacional, e através da sua conduta e forma de estar partilham dos mesmos valores deste movimento H2Off. Nesta perspectiva são um suporte importantíssimo na dinamização deste projeto, cujo

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objetivo será o de alcançarmos o maior número possível de pessoas. A todos, deixo também o meu agradecimento público. Não posso deixar de partilhar, e enquanto coordenadora da Comissão Especializada de Comunicação e Educação Ambiental da APDA, o orgulho pelos resultados que estamos já a alcançar, com a mo-

AUTORIZAÇÃO DE PAGAMENTO - por débito na conta abaixo indicada, queiram proceder, até nova comunicação, aos pagamentos das subscrições que vos forem apresentadas pelo editor do jornal POSTAL DO ALGARVE. Esta assinatura renova-se automaticamente. Qualquer alteração deverá ser-nos comunicada com uma antecedência mínima de 30 dias.

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CADERNO ALGARVE

Postal, 19 de março de 2021

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a garantir um futuro sustentável A EA é para nós uma área da mais elevada responsabilidade, que passa por todos os setores da empresa, e em todas as atividades que desenvolvemos. O estilo, dito moderno, de vida atual é baseado num consumo desenfreado e inconsequente, levando paulatinamente a um esgotamento dos recursos naturais. Enquanto empresa ligada ao ambiente, temos consciência daquele que pode e deve ser o nosso contributo também na formação de consumidores mais conscientes, melhor informados e mais ativos na consolidação das melhores práticas ambientais. A nível nacional, todo o universo do Grupo Águas de Portugal tem vindo a investir nesta matéria, existindo desta forma uma evolução positiva em todo o território nacional.

EMBAIXADORES da esq. para a direita: Luís Vicente, Francisco Ferreira, António Cerdeira, Tó Zé Viegas e Christian FOTOS D.R.

P Os atuais níveis de água das barragens do Algarve são inferiores ao desejado?

vimentação de pessoas e entidades de todos o país, que estão a aderir ao H2Off, manifestando de alguma forma, as preocupações que existem em torno deste tema, e a vontade de mudar procedimentos e atitudes.

Águas do Algarve mantém uma atitude preventiva e de investimento em todo o sistema multimunicipal de abastecimento de água e saneamento P Com o passar dos anos, há maior consciencialização sobre o uso correto e eficiente da água por parte dos algarvios?

Não tenho quaisquer dúvidas de que essa consciência tem gradualmente vindo a aumentar. Para isso muito tem contribuído o investimento contínuo da Águas do Algarve na Educação Ambiental (EA) na nossa região que, como como costumo dizer, faz parte do ADN da empresa, desde a sua génese, e que tem vindo gradualmente a evoluir, num percurso que já soma 20 anos. R

R As chuvas que se verificaram nos últimos meses permitiram um aumento significativo nas reservas de água para abastecimento público, naquelas que são as principais origens/ albufeiras da nossa região. Trata-se de uma situação que nos dá uma maior tranquilidade relativamente ao abastecimento público, de todos os 16 municípios da região, não apenas com uma água de elevada qualidade, mas também nas quantidades necessárias para atender os vários fins a que se destina. Se considerarmos que o consumo humano anual é de aproximadamente 73 hm3, a região poderá “respirar de alívio” nos próximos tempos. Numa análise simplicista, dos valores atuais com os do mesmo período do ano anterior, essa subida é muito interessante. Os volumes de água superficial, volume útil, acumulados nesta data na região algarvia são os seguintes: Barragem de Odelouca: 90,48 hm3; Barragem de Odeleite: 71,86 hm3; Barragem do Beliche: 25,46 hm3 Para além destas albufeiras que são as principais origens do Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água do Algarve, poderemos ainda considerar a água existente nas albufeiras da Bravura e do Funcho, para além das reservas existentes nos aquíferos da região. Gostaria contudo de alertar para o passado recente que vivemos, de seca, que muita preocupação nos trouxe. De acordo com os especialistas, os períodos de seca, muito devido às alterações climáticas, serão cada vez frequentes. Não sabemos quando virá o próximo. Não nos podemos esquecer disto. O tempo não é de desperdício mas sim de uso eficiente. Deveremos todos ter consciência da importância e do valor da água, e consequentemente da necessidade de uma utilização regrada deste bem que nos é disponibilizado nas nossas torneiras e que não é inesgotável.

P Quais os concelhos do Algarve que poderão vir a estar mais afetados em caso de escassez de água? R O Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água do Algarve, da responsabilidade da Águas do Algarve, é um sistema resiliente, o qual está preparado para fazer face a esse tipo de situações de seca, parcelares I.e. através de um sistema de Estações Elevatórias reversíveis, localizadas no concelho de Loulé, é possível passar água de Sotavento para Barlavento, e de Barlavento para Sotavento, em caso de necessidade, pelo que essa questão não se coloca.

P Caso falte água no Algarve, o que está definido no plano de emergência? R Atualmente, os cenários de escassez hídrica no país e na região são situações que têm estado em “discussão”, tendo no curto prazo passado, resultado da elaboração do “Plano de Eficiência Hídrica para o Algarve”, que contou com a colaboração ativa da Águas do Algarve e de todos os setores da região, e que têm como principal objetivo dar resposta ao problema estrutural das secas hidrológicas.

Gostaria de realçar que a Águas do Algarve tem vindo ao longo dos anos a manter uma atitude preventiva e de investimento em todo o sistema multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Algarve, destacando o investimento recentemente efetuado, no Reforço da Capacidade de Tratamento da ETA de Alcantarilha, e em curso o Reforço das captações de água subterrânea, reforço das Transferências de Água Tratada entre os Subsistemas através das Estações Elevatórias Reversíveis, o contínuo desenvolvimento de campanhas de comunicação/sensibilização junto dos vários atores utilizadores deste recurso, e a contínua manutenção do investimento no combate às perdas, que na Águas do Algarve se situam na ordem de 1%, entre outros. A Águas do Algarve tem vindo a desenvolver um conjunto de estratégias de gestão integrada de recursos, que constituem instrumentos essenciais para mitigar riscos e enfrentar novas situações de seca, onde se inclui a colaboração no Plano Estratégico para a Gestão de Recursos Hídricos em Cenários de Seca, permitindo-nos a implementação de um conjunto de soluções de origens de água, tratamento e adução, que conferem atualmente ao Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água do Algarve uma maior resiliência e garantia de eficácia no abastecimento público de água à região do Algarve.


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CADERNO ALGARVE

Postal, 19 de março de 2021

Breves

FOTOS D.R.

Menina de dois anos morre afogada Uma bebé

de dois anos morreu afogada, no passado dia 10, na piscina de uma propriedade em Tunes, no concelho de Silves. A menina, de nacionalidade britânica, estava numa casa de férias com a família quando a tragédia aconteceu. Ao que o POSTAL apurou junto da GNR, "tratou-se de um acidente. A menina caiu à piscina e foi o pai quem a encontrou", que, “numa tentativa de desespero, levou-a ao Centro de Saúde de Albufeira, mas já não havia nada a fazer e foi declarado o óbito”.

Colisão provoca um morto na EN 125 Um

homem de 63 anos morreu na sequência de uma colisão entre um veículo pesado de mercadorias e um automóvel ligeiro, no troço da estrada nacional 125 (EN125) que atravessa a freguesia de Ferreiras, concelho de Albufeira, no passado dia 10. Umas horas antes, uma outra colisão entre dois veículos ligeiros na Estrada Nacional 122, entre Castro Marim e Vila Real de Santo António, causou ferimentos graves numa mulher de 49 anos e ligeiros num homem de 34 anos, ambos transportados para o hospital de Faro.

Mortes podiam ter sido evitadas A“fragilização”

em que se encontrava o Serviço Nacional de Saúde (SNS) no início da pandemia causou mortes que podiam ter sido evitadas e “a destruição enorme” da economia devido aos confinamentos sucessivos. A conclusão consta de um estudo da responsabilidade do economista Eugénio Rosa, divulgado este domingo, que analisou a diminuição da esperança de vida em Portugal e a redução do número de anos de vida com saúde, quando na maioria dos países da União Europeia se verificava precisamente o contrário. Enquanto se verifica em Portugal uma diminuição de anos de vida com saúde (de 63,6 anos em 2012 para 59,2 anos em 2019), nos países da UE aumentou de 61 anos para 64,6 anos.

Primeiro crematório do Algarve completa primeiro aniversário Fornos são de última geração, considerados os mais ecológicos do país

A

Cremal, empresa que de trabalho, algo que naturalmente Cremal projeta assim seu segundo projeto". A empresa vai manter os gere o primeiro crema- contribuiu para repor uma normali- ano de existência, "mantendo uma serviços prestados, ou seja, cretório do Algarve situado dade sanitária, fortemente abalada linha de rumo que passará pelo mações, columbário (local onde se em Albufeira, cumpre o pelas razões por todos conhecidas. crescimento e consolidação do seu coloca o pote com as cinzas da creseu primeiro mação – sítio individual), ano de existência esta sexcendrário (espaço coletivo ta-feira. RESPOSTA NACIONAL DURANTE O PICO DA PANDEMIA onde se depositam as cin"Foram 365 dias em que zas), serviço de frio para esta ideia de negócio, com As mais de mil crearmazenar cadáveres, sainvestimento efetuado mações efetuadasA la de despedida, salas de 100% com capitais algarno primeiro ano são, velório (mesmo que não vios, soube adaptar-se a segundo a Cremal "o seja para cremação) e disum contexto particulartestemunho fiel da ponibilização às agências mente difícil, marcado confiança que este funerárias de equipamenpela pandemia que todos projeto mereceu por tos ligeiros, que facilitam enfrentamos", refere a emparte de todos e que em termos operacionais o presa em comunicado. 'extravasou' mesmo trabalho das agências. Na sua infraestrutura, a sua área geográfiA Cremal, nesta ocasião, equipada com os fornos ca natural (Algarve / "não quer deixar de agrade última geração, consiBaixo Alentejo), tendecer a todos a confiança derados os mais ecológicos do recebido diversas demonstrada neste prodo país, que não emitem agências funerárias jeto, agradecimentos que odores e baixas emissões do norte e centro de são extensivos, desde as de gazes, a empresa chePortugal que vieram autoridades públicas, gou mesmo a proceder a fazer cremações a sociais e eclesiásticas, 12 cremações dia (no pico Albufeira, no pico da passando pelas agências da pandemia) sem necespandemia". funerárias até aos seus sidade de alargar horário clientes".

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CADERNO ALGARVE

Postal, 19 de março de 2021

REGIÃO

Detetada festa ilegal com 50 pessoas em moradia no concelho de Loulé

Controlo de fronteiras até 5 de abril O controlo de pessoas nas fronteiras terrestres e fluviais vai manter-se até 5 de abril devido à situação epidemiológica em Portugal e Espanha, mantendo-se os pontos de passagem autorizados (PPA ) e os horários estabelecidos no período anterior. O Ministério da Administração Interna adianta que se mantém suspensa a circulação ferroviária transfronteiriça, exceto para transporte de mercadorias, bem como o transporte fluvial entre Portugal e Espanha. “Estas limitações não impedem a entrada em Portugal de cidadãos nacionais e de titulares de autorização de residência em Portugal, bem como a saída de cidadãos residentes noutros países”, esclarece e adianta também que no âmbito da reposição temporária do controlo de pessoas nas fronteiras com Espanha, o SEF e a GNR controlaram, entre os dias 31 de janeiro e 12 de março, um total de 494.430 cidadãos e 416.230 viaturas nos PPA. Deste total de cidadãos, 3.664 foram impedidos de circular pelos pontos de passagem autorizados, dos quais 720 em Castro Marim.

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Comando Territorial de Faro da GNR, através do Destacamento Territorial de Loulé, terminou este domingo com uma festa ilegal com 50 pessoas, com idades compreendidas entre os 19 e os 45 anos, que decorria numa moradia

na localidade de Cerro de Alfeição, no concelho de Loulé. Após uma denúncia de ruído, os militares foram alertados, por volta das 9:15, que estava a decorrer uma festa ilegal no interior de uma moradia. As autoridades deslocaram-se de imediato para o local

e constataram que a festa ainda estava a decorrer, estando alguns indivíduos no exterior da casa. Segundo explica a GNR, "foi dada ordem para terminar a festa, tendo os ocupantes da moradia acatado e abandonado o local". No decorrer da operação, foram identificadas

50 pessoas por violação do dever geral de recolhimento obrigatório e elaborados os respetivos autos de contraordenação, tendo ainda sido remetido um auto de notícia ao Tribunal Judicial de Loulé. A ação contou com o reforço do Destacamento de Intervenção de Faro.

DOIS MINUTOS PARA OS DIREITOS HUMANOS 1. GLOBAL

© Hindustan Times via Getty Images

A Amnistia Internacional lançou uma nova campanha para apelar às farmacêuticas que partilhem o seu conhecimento e tecnologia sobre as vacinas, com vista ao acesso universal à vacinação contra a COVID-19. Intitulada “Uma dose de igualdade: pelo acesso universal à vacinação COVID-19”, a campanha exorta também os estados a que não optem por um “nacionalismo de vacinas” e a trabalharem em conjunto para garantir que quem está maior risco possa aceder de imediato às vacinas.

2. MOÇAMBIQUE Centenas de civis foram mortos em Moçambique pelo grupo armado conhecido como ‘Al-Shabaab’, pelas forças de segurança governamentais e por uma empresa militar privada contratada pelo governo, no conflito que continua a devastar Cabo Delgado. A Amnistia Internacional documentou graves violações do direito internacional humanitário por todas as partes, resultando em morte e destruição generalizadas e uma crise humanitária que obrigou mais de meio milhão de pessoas a fugir.

4. PAQUISTÃO

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Junte-se a nós. Encontre o grupo mais perto de si em www.amnistia.pt/grupos

O Supremo Tribunal do Paquistão tomou uma decisão histórica ao tirar, recentemente, duas pessoas com deficiência mental do corredor da morte e colocando um ponto final na aplicação da pena capital a estas pessoas. Ambas estavam no corredor da morte desde 1991 e 2002, respetivamente, e foram várias vezes diagnosticados com esquizofrenia. A decisão põe fim à execução de outros prisioneiros com condições clínicas semelhantes, sendo que muitos ainda não foram diagnosticados.

3. MÉXICO Uma investigação da Amnistia Internacional revelou que, em 2020, as autoridades mexicanas reprimiram mulheres que protestavam pacificamente contra a violência de género, violando os seus direitos à liberdade de expressão e reunião pacífica. A investigação revelou também o uso de força desnecessária e excessiva, detenções arbitrárias e violência sexual. As autoridades estigmatizaram os protestos, caracterizando-os como “violentos”, com o objetivo de os desacreditar.

5. MÉDIO ORIENTE E NORTE DE ÁFRICA Uma década depois das revoltas populares que ficaram conhecidas como “Primavera Árabe”, ativistas e defensores dos direitos humanos continuam a exigir respeito pelos seus direitos. Apesar dos riscos e desafios, diversas vozes em vários países da região continuam a exigir direitos económicos e laborais, responsabilização, respeito pelo Estado de Direito e pelas liberdades básicas. Além disso, novas gerações de ativistas continuaram a trabalhar online, na diáspora ou a criar organizações.


CADERNO ALGARVE

Postal, 19 de março de 2021

REGIÃO Avaria de carrinha celular obriga a adiar julgamento

Desmantelada rede de droga que usava marina de Lagos Polícia espanhola deteve 60 pessoas e desmantelou, com a colaboração da Polícia Judiciária portuguesa, uma organização de tráfico internacional de haxixe que utilizava a marina de Lagos como base logística das suas operações A Guardia Civil espanhola (correspondente à GNR) revelou este domingo que desmantelou uma rede de criminosos que introduziu grandes quantidades de haxixe na costa de Huelva, uma província da

região da Andaluzia que faz fronteira com o Algarve. Foram detidas 60 pessoas e mais de 10 toneladas de haxixe foram apreendidas na operação 'Soterrado', coordenada pela Europol (serviço Europeu de polícia) e com a colaboração da Polícia Judiciária (PJ) portuguesa. A investigação começou em fevereiro do ano passado, quando a polícia espanhola teve conhecimento da existência de uma poderosa organização de traficantes de droga que, embora estivesse instalada em Huelva, Sevilha e Cádis (Andaluzia), tinham deslocado a sua logística para o sul de Portugal para evitar

a pressão da Guarda Civil sobre as costas desta comunidade autónoma espanhola. Os investigadores, juntamente com membros da Polícia Judiciária Portuguesa, tiveram conhecimento que a organização estava a utilizar até quatro barcos a partir da marina de Lagos com tripulações de Cádis e de Ceuta (cidade espanhola no norte de Áfriva). Segundo o comunicado da Guardia Civil, desde março de 2020, foram apreendidos 1.000 quilos de haxixe nas águas do Estreito de Gibraltar, com quatro detidos e um barco apreendido; 1.700 quilos de haxixe

na Isla Cristina (Huelva), com seis detidos e dois barcos apreendidos, e 1.300 quilos em Mazagón (Huelva), recuperando três outros veículos roubados. No decurso da operação, os agentes detetaram um grande lançamento de barcos a partir do porto de Lagos, de forma que, em plena luz do dia, foram utilizados até 12 barcos num único mês, segundo a polícia espanhola. Também foram localizadas algumas instalações industriais, perto de Huelva, que a organização utilizou para reparar os barcos aproveitando a atividade comercial do local.

Tribunal de Portimão adiou para a próxima quarta-feira, às 09:15, a sessão do julgamento das duas mulheres acusadas pela morte de um homem em 2020 no Algarve, devido a uma avaria da carrinha dos serviços prisionais A audiência que estava marcada para segunda-feira foi adiada devido a uma avaria num dos veículos que transportava uma das mulheres desde a cadeia de Tires (Cascais), obrigando à sua imobilização na Autoestrada 2 (A2) a cerca de 150 quilómetros de Portimão. As arguidas, uma enfermeira e uma segurança, estão acusadas pelo Ministério Público dos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver, acesso ilegítimo, burla informática, roubo simples e uso de veículo. De acordo com a acusação, Mariana Fonseca e Maria Malveiro terão matado Diogo Gonçalves, de 21 anos, depois de o manterem sequestrado.

Caros amigos Continuamos na senda da pandemia, com a nossa liberdade ainda muito limitada. Mais um ano em que vivemos uma Páscoa diferente da que estávamos habituados. Porém, acreditamos que o esforço que temos vindo a fazer chegue a bom porto. Esperamos que, muito em breve, possamos estar com os nossos familiares e amigos em plena harmonia e disfrutar do convívio que tanto desejamos. A Páscoa é uma semana especial para os católicos, seja para aqueles que têm fé na religião, seja para aqueles que são católicos apenas por cultura. Os encontros familiares, as festas e também as férias, continuam inertes pelos motivos já enunciados. Porém, as novas tecnologias permitem-nos colmatar a distância que nos separa de familiares e amigos pela via do telefone ou até da inter-net. É imprescindível que não esqueçamos os valores inerentes às celebrações da Páscoa. Em meu nome e em nome de todo o Executivo da Junta de Freguesia quero deixar-vos uma mensagem de esperança e confiança no futuro. Um abraço, Jorge Carmo, Presidente da Junta de Freguesia de Ferreiras

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CADERNO ALGARVE

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Breves

Isenção de taxa de alteração de voo prolongada A

Ryanair vai prolongar a isenção da taxa de alteração de voo para as reservas efetuadas antes de 30 de junho de 2021. “Os programas de vacinação na Europa permitirão a vacinação dos grupos prioritários até ao verão, e acreditamos que isso conduzirá a uma diminuição das restrições de viagem e a um aumento da procura de viagens para as praias da Grécia, Espanha, Itália e Portugal”, apontou o ‘marketing diretor da Ryanair’, Dara Brady.

Luís Mesquita Dias assume presidência da AHSA O

administrador não executivo da Vitacress, assumiu a presidência da Associação dos Horticultores, Fruticultores e Floricultores dos Concelhos de Odemira e Aljezur (AHSA). A nova direção integra ainda Gonçalo Andrade, como vice-presidente, em representação da Lusomorango, e Ferdinand Enthoven, como secretário, representando a Frestia Portugal. Os objetivos da nova equipa são “levar a cabo estudos de diagnostico aprofundado do estado do território, aprofundar os canais de comunicação com as entidades regulatórias e decisórias relevantes, estabelecer um plano de comunicação que contribua para a construção e melhoria da imagem pública da associação, contribuir para a informação contínua dos seus associados e dotar a associação de meios financeiros e humanos suficientes e sustentáveis”.

Alpro contra restrições adicionais a produtos de origem vegetal Em conjun-

to com a associação europeia de alimentos de origem vegetal e outras 92 organizações, pede aos Estados-membros da UE que rejeitem medidas adicionais para os produtos de origem vegetal, que vão contra “os interesses dos consumidores”.Em causa, está a alteração 171, que vai ser debatida pela Comissão Europeia este mês, que pretende regulamentar as normas de referência a laticínios em produtos vegetais, como por exemplo, o uso de expressões “alternativa vegetal ao iogurte”. A Alpro sublinhou que o quadro regulamentar em vigor “já protege a utilização de denominações de produtos lácteos”, acrescentando que a alteração 171 impõe restrições “desnecessárias, excessivas e contraproducentes”.

União de Freguesias de Moncarapacho

e Fuseta culpa Câmara pelo abate de cipreste Em causa a construção de uma rotunda substitui árvore com largas dezenas de anos

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FOTO D.R.

União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta lamenta o abate de um cipreste que existia à entrada

da vila. Segundo refere em comunicado de imprensa, "foi com enorme consternação que a União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta e a população de Moncarapacho viram nesta manhã ser abatido um cipreste com largas dezenas de anos, situado à entrada da vila e que tinha um enorme valor simbólico e histórico para a sua população". "Mais uma vez, este atentado ao património de Moncarapacho, foi perpetrado pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Olhão, que voltou a desrespeitar esta Freguesia de Moncarapacho e a sua riquíssima história,

de nada valendo os insistentes apelos que lhe foram dirigidos para que o referido cipreste não fosse abatido, com a construção da rotunda", pode ler-se no documento. A União de Freguesias diz-se favorável "à sua construção, mas sem atentados paisagísticos e à nossa história, pelo que acreditamos que na obra caberia – com toda a certeza – o cipreste". "Sabemos que estes autênticos crimes ambientais e à história da nossa vila vão continuar e o próximo alvo a abater serão os choupos contíguos ao cipreste, colocados nas bermas da EN 398, à entrada da vila, tudo na ânsia de um progresso que nos torna cada vez mais pobres e que deixa Moncarapacho - que este ano comemora 550 anos - cada vez mais sem alma!!!", conclui.

GNR resgata 21 aves e detém homem por captura ilegal em Olhão Um homem de 62 anos foi detido em flagrante por crime contra a preservação da fauna e das espécies cinegéticas no Parque Natural da Ria Formosa, no concelho de Olhão

ligências policiais que culminaram na apreensão de 17 gaiolas, cinco das quais com armadilhas, e de uma rede invisível para captura de aves com cerca de nove metros. No decorrer da ação foram ainda resgatados 6 pintassilgos, Carduelis carduelis; 6 milheirinhas, Serinus

Da ação resultou o resgate de 21 aves, pelo Comando Territorial de Faro da GNR, através do Núcleo de Proteção Ambiental de Faro. Após uma denúncia a dar conta de que o suspeito detinha diversas aves de espécies cinegéticas, os elementos do NPA encetaram, na passada semana, di-

RESTAURANTE O TACHO

Restaurante de estilo familiar Take-Away: Entrega ao domicílio em Tavira

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serinus; 5 pintarroxos-comuns, Carduelis cannabina e 4 verdilhões, Carduelis chloris. Segundo a GNR, "as aves resgatadas foram entregues no Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens, em Olhão, para monitorização do seu estado

de saúde, recuperação e posterior libertação no seu habitat natural". O detido foi constituído arguido, e os factos foram remetidos ao Tribunal Judicial de Olhão. A ação contou com a colaboração do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).


CADERNO ALGARVE

Postal, 19 de março de 2021

REGIÃO

Dez suspeitos. Vendiam droga a estudantes em Portimão e Silves

APolícia Judiciária (PJ) deteve na zona de Quarteira dois homens suspeitos de integrarem uma rede de tráfico de droga que atuava no Algarve e na região espanhola da Andaluzia

APSP realizou 33 buscas por suspeita de tráfico de estupefacientes, deteve 10 pessoas e constituiu outras cinco arguidas, e apreendeu 340 doses de várias drogas e armas numa operação nos municípios de Portimão e Silves, disse fonte policial O comissário Fábio Coelho, da Esquadra de Investigação Criminal da divisão de Portimão da PSP, avançou que os suspeitos “vendiam diretamente aos consumidores, muitos da comunidade escolar”. Durante as diligências, as autoridades apreenderam 340 doses de várias drogas, dinheiro e armas, e que sete dos detidos vão ser esta quinta-feira presentes ao juiz de instrução criminal para aplicação de eventuais medidas de coação. A operação foi executada na quarta-feira, da passada semana, com “33 buscas, 20 das quais domiciliárias e as outras 13 a veículos”, e levou à “detenção de 10 indivíduos, com idades entre 20 e os 38 anos, e à constituição como arguidos de mais cinco cidadãos, igualmente por suspeitas de tráfico de estupefacientes”, afirmou a fonte da PSP. As buscas foram realizadas em “Portimão e Silves, com maior incidência no concelho de Portimão” e contaram com a colaboração da GNR na sua área de atuação. “Foi apreendido estupefaciente de vários tipos, nomeadamente cerca de 240 gramas de liamba, duas plantas de canábis, 50 doses de ecstasy, 20 doses de cocaína e 20 doses de haxixe”, quantificou o comissário. Foram igualmente apreendidos cerca de 8.700 euros em numerário e

Detidos suspeitos de integrar rede de tráfico de droga que operava no Algarve e na Andaluzia

Foram apreendidos cerca de 8.700 euros em numerário e várias armas

“três caçadeiras de 12 milímetros, uma pistola de 6,35 milímetros, duas reproduções de armas de fogo e também um bastão extensível”, assim como “62 artefactos pirotécnicos, seis viaturas automóveis e material de pesagem e acondicionamento do produto estupefaciente”. A mesma fonte esclareceu que a operação foi resultado de “uma investigação que já se vinha a desenvolver há cerca de dois anos” e que se debruçou sobre a “venda direta ao consumidor”. Fábio Coelho referiu ainda que as

“diligências foram acompanhadas no terreno pelo magistrado titular da investigação”, pertencente ao Ministério Público do Tribunal de Portimão, e “alguns detidos foram ouvidos por ele no dia de ontem [quarta-feira]”. “Ainda assim, há sete detidos que serão presentes no dia de hoje perante o juiz de instrução criminal para aplicação de medida de coação”, acrescentou o comissário da Esquadra de Investigação Criminal da divisão de Portimão da PSP.

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FOTO D.R.

A PJ adiantou que a detenção dos homens, de 55 e 65 anos, ocorreu “no âmbito de uma complexa investigação que se iniciou em 2019, visando um grupo constituído por indivíduos de diversas nacionalidades”. Segundo a PJ, a “forte indiciação permitiu às autoridades judiciárias competentes sustentar a emissão de mandados de detenção e ordens de busca domiciliária em residência, na zona de Quarteira”, no concelho de Loulé. “Em face do fenómeno criminoso, da sua transnacionalidade e complexidade a investigação desenvolveu-se no âmbito da cooperação policial internacional entre a Polícia Judiciária Portuguesa, a Guardia Civil e o Serviço de Vigilâncias Aduaneiro do Reino de Espanha”, lê-se na nota. Além destes dois homens detidos no Algarve, as autoridades policiais de Espanha detiveram no seu território o suposto líder da organização, sediada na Andaluzia, através de um mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades portuguesas. “A detenção deste indivíduo, em território espanhol, seguirá os trâmites legais do mecanismo de detenção europeia com vista à sua extradição para território nacional”, prossegue o comunicado. Além dos três detidos, constam na mesma investigação cinco outros arguidos, que se encontram “com medidas de coação privativas da liberdade, nomeadamente prisão preventiva”, acrescenta. No âmbito desta investigação, já tinham sido apreendidas duas embarcações de pesca, diversas viaturas e 137 fardos de haxixe perfazendo cerca de cinco toneladas. Os detidos serão agora presentes ao Tribunal de Faro para a aplicação de eventuais medidas de coação. A investigação prossegue a cargo da PJ, existindo indícios que poderão relacionar esta investigação “com outros fenómenos de mesma tipologia em território nacional”.

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Postal, 19 de março de 2021

ENTREVISTAS

Independentes podem alterar Hoje Lagoa é Lagoa e não um concelho ao lado do outro. Tenho muito respeito pelos municípios vizinhos, mas entendo que não nos podemos submeter a ninguém P Não receia que, sobretudo da área do PS, possa ser olhado pelos eleitores com desconfiança por ter decidido avançar - como se diz dentro do Partido Socialista - com um movimento cívico porque não terá sido recebido novamente como seu candidato? R O partido tem as suas dinâmicas internas e eu limito-me a respeitar que determinem as suas escolhas segundo os seus princípios. Mas, também entendo que não é o partido que me condiciona nos meus direitos. Quanto ao que o partido diz ou pode dizer, garanto que imaginação não lhes falta, basta ir acompanhando tudo o que vai sendo dito sobre mim. Tenho a certeza que estão muito aliviados pela minha saída.

Francisco Martins do movimento Lagoa Primeiro: Lutar pela vitória

Não é o partido que condiciona os meus direitos Texto RAMIRO SANTOS Há uma guerra aberta entre o PS e o seu antigo autarca. Tudo porque Francisco Martins, 53 anos, depois de ter renunciado a meio do seu segundo mandato, por razões de saúde, volta agora determinado a disputar a liderança da Câmara de Lagoa aos socialistas pelo movimento cívico “Lagoa Primeiro”. O PS não lhe perdoa e acusa-o de inconstância. O candidato recusa entrar numa campanha suja. P Que razões estiveram na origem do seu pedido de renúncia à presidência da Câmara de Lagoa e o que o leva agora a avançar para uma nova candidatura?

R Tive de renunciar ao mandato por questões de saúde e após um longo período em que tentei conciliar as minhas funções autárquicas com os tratamento e operações a que

tive de me sujeitar. Foi uma batalha dura e solitária. Muitos duvidaram dessas razões talvez por não ter tido um fim trágico, mas cinicamente conveniente para alguns. Durante todo o tempo que mediou entre a minha saída e a decisão de voltar fui muito acarinhado e estimulado por muita gente e entendi, que reunindo as condições necessárias para acabar o que tive de interromper e por gratidão para com todo esse carinho, me deveria disponibilizar a ser candidato.

P Quais os objetivos da sua candidatura em termos de resultados eleitorais? R O objetivo é claro. Queremos concorrer a todos os órgãos do poder autárquico e lutar dentro das regras democráticas pela vitória de todas as listas. Temos consciência de que será uma batalha dura e desigual, partimos do zero e quem lá está parte com mais de 60% dos votos. Mas estamos empenhados e motivados em mostrar a nossa diferença. Para começar e a maior diferença que já se pode constatar é a de que não concorremos contra ninguém nem iremos atacar ninguém, nem entrar na maledicência. Concorremos por Lagoa e pelas suas/nossas gentes. P Sente que Lagoa tem dificuldade de afirmação no contexto sub-regional onde se inscreve, em consequência da polaridade exercida pelo concelho vizinho de Portimão? R Lagoa sofreu muito com essa situação. Em 2013 quando assumi funções entendi que Lagoa teria de se afirmar por si e pelo seu valor. Lançámos uma série de iniciativas e campanhas de promoção do concelho que sur-

tiu efeito. Hoje Lagoa é Lagoa e não um concelho ao lado do outro. Tenho muito respeito pelos municípios vizinhos, mas entendo que não nos podemos submeter a ninguém. P Trabalhou no gabinete de Jamila Madeira, enquanto secretária de Estado adjunta da Saúde e, desde então, como vogal da ARS Algarve. Pergunto: Está satisfeito com a resposta das autoridades à pandemia? As vacinas estão a chegar aos grupos prioritários? Quantas pessoas já estão vacinadas? R Sim, trabalhei e tive oportunidade de conhecer uma das pessoas mais extraordinárias que já tive o prazer de conhecer. A Jamila Madeira é uma pessoa extraordinária, quer do ponto de vista político, quer do ponto de vista técnico, mas o que mais me encantou foi o seu enorme humanismo. Quanto à resposta à pandemia, penso que está a ser gerida o melhor possível, obviamente nem tudo é perfeito, mas o que posso testemunhar é que é feito o melhor que se pode e que se sabe. É fundamental que se saiba que esta batalha é de todos e não só de alguns. Os êxitos e os fracassos dependem de todos nós.

PANDEMIA DEVASTADORA EM LAGOA P Que reflexos da pandemia no turismo, emprego e no tecido empresarial do seu concelho? R Obviamente tem sido devastador. Os efeitos futuros ainda nem se sabe. A principal preocupação de todos os agentes políticos, e não só, da região deve estar focada na recuperação económica e social da nossa região. Cada sector da nossa atividade não é uma ilha isolada, tudo se relaciona e fico preocupadíssimo quando vejo pessoas com responsabilidades, estarem mais preocupadas em mostrar obras por causa de estarmos em ano eleitoral, do que em estarem focadas nos efeitos presentes e futuros desta pandemia.

Texto RAMIR

Foi presidente da Câmara de de dez anos. Suspendeu o últ consecutivos para assumir a R Algarve. Agora, aos 69 anos, disputar como independente partido. Diz que deu tanto ao “Estamos quites”. E quer gan P Oito anos depois de ter deixado a autarquia, que razões o motivam agora a regressar à presidência da Câmara de Albufeira? R A minha saída em 2012 deveu-se ao facto de a 11 meses do final do mandato estar impossibilitado pela lei de me recandidatar. A possibilidade de continuar a lutar pelo desenvolvimento de Albufeira, através da Região de Turismo do Algarve, pelo peso do turismo no tecido económico da cidade, foi uma motivação maior para ter saído naquele momento. Passados nove anos, a minha motivação para regressar à presidência da Câ-


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Postal, 19 de março de 2021

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relação dos poderes instalados Desidério Silva Por Albufeira: “Sou um homem livre”

Dei tanto ao PSD, como o PSD me deu a mim. Estamos quites prática. Com a minha experiência e o meu conhecimento de outros destinos, e na relação com os mercados emergentes, será tudo bem diferente, para melhor. Além disso, é importante reavaliar o modelo de negócio existente. Alterar para ofertas de qualidade, envolvendo os parceiros e a sociedade civil. Ouvir e intervir no “Nós” e não no “Eu” - Essa será a diferença que quero pôr em prática.

[Crise do turismo] Cada dia que passa é um dia perdido e não recuperado. Há muito por fazer e bem. Eu sei como irei fazê-lo

RO SANTOS

Albufeira por um período timo dos três mandatos Região de Turismo do Desidério Silva volta para e a autarquia ao seu antigo o PSD, como o PSD a si. nhar com maioria absoluta. mara de Albufeira está no facto de poder ter uma ação cívica que valorize Albufeira face à minha experiência e competência para abordar várias áreas que considero não estarem a ter a devida atenção. Também o facto de muita, mas mesmo muita gente me ter abordado e incentivado a voltar, para gerir este território no seu todo e não apenas uma parte. Juntando a isso a aceitação por parte de homens e mulheres desta terra que se têm disponibilizado para o engrandecimento do Movimento Independente “Desidério por Albufeira” e na feitura de listas a todos os órgãos autárquicos de Albufeira.

P Na leitura que faz da gestão autárquica nos últimos 10 anos acha que Albufeira perdeu dinamismo e protagonismo? Que análise faz? R É minha convicção e não só que Albufeira perdeu protagonismo, mas o mais importante não é a minha convicção, é a perceção que as pessoas têm disso e em particular a “marca” Albufeira no contexto regional, nacional e internacional. Um território que vive essencialmente de turismo e tudo o que nele concentra, tem que ser visto como um território onde o visitante tem que ter ofertas e diversidade suficiente, para criar essa vontade. Temos perdido alguns mercados emergentes e em especial o turismo de família. É altura de inverter tudo isso, criando alternativas mais sugestivas além do produto “sol e praia”. Mais qualidade; mais segurança; mais oferta diversificada e durante todo o ano.

Albufeira perdeu protagonismo... no contexto regional, nacional e internacional. É altura de inverter tudo isso

O que é que a sua candidatura pode trazer de diferente? R A minha candidatura pode trazer a experiência de 15 anos de autarca e seis anos de presidência do Turismo do Algarve. Os contactos nacionais, internacionais, o facto de olhar para o meu concelho com uma visão mais estratégica e para o futuro e não apenas no dia-a-dia ou mês a mês. Os tempos mudaram, os horizontes são mais amplos. Existem experiências em outros destinos turísticos que é preciso adotar e pôr em P

P Não receia que, sobretudo da área do PSD a quem está ligada a sua carreira política, possa ser olhado pelos eleitores com desconfiança, dizendo que decidiu avançar com uma plataforma cívica porque não foi recebido como o seu candidato. R Nada disso me preocupa. Sou um homem livre. Dei tanto ao PSD, como o PSD a mim. Estamos quites. O ter saído do PSD teve a ver com a não aceitação da minha experiência e disponibilidade para colaborar nas várias áreas onde sentia e sinto que poderia ter sido útil, nunca estando, na altura nos meus objetivos, ser candidato pelo PSD. Mas isso é um assunto encerrado. A nossa liberdade de pensamento e escolhas só cabe a nós e em consciência tudo está resolvido. O avançar para um movimento independente já expliquei acima, e face a isso, o ter avançado desta forma.

Foi responsável pelo Turismo do Algarve durante vários anos. Como vê os reflexos da crise pandémica no sector económico mais P

importante para o Algarve, em geral, e para Albufeira, em particular? R Vejo os reflexos desta crise de uma forma muito agressiva e dramática para a região face aos inúmeros constrangimentos na área do Turismo, principal motor de desenvolvimento regional e daí, obviamente, que Albufeira, representando 40% do parque hoteleiro da região, é claramente o concelho mais afetado por esta pandemia. Mas o facto é que a pandemia está aí e agora o importante é salvaguardar os investimentos e os empregos e pensar o futuro após pandemia, e aí todos seremos necessários. Neste período devia-se estar a preparar o futuro, no âmbito da promoção turística regional e local, porque outros países e até regiões nacionais estão a fazer esse trabalho. Cada dia que passa é um dia perdido e não recuperado. Há muito por fazer e bem. Eu sei como irei fazê-lo. P Se for eleito presidente da Câmara, que medidas ou iniciativas concretas vai tomar para atenuar as consequências desta crise?

A minha candidatura pode trazer a experiência de 15 anos de autarca e seis anos de presidência do Turismo do Algarve. Com a minha experiência e o meu conhecimento de outros destinos, será tudo bem diferente, para melhor

R Tomarei as medidas adequadas à situação que encontrar no momento. Importantíssimo, um grande trabalho solidário com todas as áreas envolvidas, quer na área da saúde, na social e no tecido empresarial criador de riqueza. Apoios direcionados para quem mais precisa nas diferentes áreas, mas, em particular, trabalhar para o futuro com equipas multidisciplinares e pessoas competentes, conhecedoras que tragam valor acrescentado por Albufeira e não apenas um grupo de “amigos”.

GANHAR COM MAIORIA ABSOLUTA P Qual o objetivo da sua candidatura no que diz respeito a resultados eleitorais?

Ganhar com maioria absoluta, o que já fiz por três vezes. Em 2001 com 48%, em 2005 com 63% e em 2009 com 68%. R

P

E do ponto de vista dos projetos estratégicos?

Resumidamente, os grandes projetos são claramente: - Colocar a marca Albufeira outra vez no local onde já esteve, ou seja, no topo da região; - Ter uma grande intervenção social virada para as pessoas, em particular as que estão e estarão com maiores dificuldades; - Reforçar as componentes da Cultura, Educação e Desporto; - Criação de grandes espaços verdes; - Habitação; - Trabalhar muito nas áreas das alterações climáticas. - Incentivar o desenvolvimento económico além do Turismo e da Digitalização. R


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CADERNO ALGARVE

Postal, 19 de março de 2021

REGIÃO Aljezur quer que Governo altere portaria de defeso do sargo O presidente da Câmara de Aljezur disse esperar que o Governo altere a portaria que define o defeso do sargo e que proíbe a captura da espécie aos pescadores lúdicos apeados, permitindo a pesca profissional e de mergulho. “Há aqui um sentimento de injustiça porque se for necessário defender a espécie as medidas não podem ser só para os lúdicos de pesca com cana, principalmente para os que estão nas rochas, porque se forem de barco já podem pescar e, isto, efetivamente, tem de ser alterado”, disse o presidente do município, José Gonçalves (PS). O autarca foi ouvido esta terça-feira na Comissão Parlamentar de Agricultura e Mar, através de videoconferência, onde apelou aos deputados que intercedam para que a portaria seja avaliada e alterada para os pescadores, bem como as zonas de interdição da pesca, nomeadamente no Rogil, freguesia daquele concelho. O defeso do sargo, que se repete todos os anos desde 2014, decorre entre 01 de fevereiro e 15 de março na Costa Vicentina e Sudoeste Alentejano, determina apenas a proibição da captura da espécie aos pescadores lúdicos que pescam nas falésias. Para José Gonçalves, a portaria que regula a paragem biológica “tal como está, não faz qualquer sentido, ao discriminar os pescadores de cana, já que não abrange os que utilizam embarcações ou equipamentos subaquáticos para a captura da espécie”. “Tenho fé e esperança de que no próximo ano possa haver a revisão e alteração à portaria, porque se o recurso está escasso, ou em vias de vir a ter esse problema, o defeso tem de ser abrangente nas várias modalidades, ponto final”, sublinhou. Para o autarca, é importante que os deputados e o próprio Governo “tenham a consciência da importância que a pesca lúdica tem para a economia das famílias do concelho, uma atividade que está enraizada na população há décadas. Até hoje não conheço nenhum estudo científico ou resultado que sustente que a atividade dos pescadores lúdicos apeados tenha ou possa colocar em perigo o sargo”, concluiu.

António Eusébio eleito presidente do Conselho de Administração da Águas do Algarve

Novo Conselho de Administração da Águas do Algarve foi eleito para o mandato 2021-2023 em Assembleia Geral esta segunda-feira António Paulo Jacinto Eusébio é o novo presidente do Conselho de Administração da Águas do Algarve e Maria Isabel Fernandes da Silva Soares é vice-presidente. Hugo Miguel Guerreiro Nunes foi eleito vogal executivo, enquanto Ana Paula Fernandes Martins e José Carlos Martins Rolo assumem os cargos de vogais não executivos.

A Assembleia Geral é presidida por Rogério Bacalhau, Paulo Manuel Marques Fernandes é o vice-presidente e Ana Cristina Rebelo Pereira a secretária. Segundo informa a Águas do Algarve, na Assembleia Geral de Acionistas, onde foram eleitos os novos órgãos sociais, foram discutidos e aprovados vários pontos, nomeadamente a aprovação do relatório de gestão e as contas de exercício de 2020. A empresa revela que “o investimento do Ano 2020 ascendeu a 7,49 milhões de euros, e a dívida total de clientes (faturada) foi de 37,47 milhões de euros em 2020 contra 35,33 milhões de euris em 2019” e acrescenta que “o volume de negócios (59,02 milhões de euros) diminuiu 2,4% (-1,46 milhões de euros) face ao ano de 2019 (60,48 milhões de euros)”. No que respeita ao investimento efetuado destacam-se as obras de construção do Flotador na ETA de Alcantarilha, colocação de ensecadeira para manutenção preventiva da comporta de descarga de cheias da Barragem de Odeleite e Ampliação da Central

Fotovoltaica da ETA de Alcantarilha. Para Teresa Fernandes, porta-voz da Águas do Algarve, “o ano de 2020 foi um ano sem precedência a nível mundial e sem dúvida um dos mais desafiantes na história da Águas do Algarve, S.A..”. Esta responsável afirma que “em razão de uma pandemia silenciosa que penetrou todos os setores da nossa economia, a Águas do Algarve, S.A. teve de se adaptar para garantir a continuidade do abastecimento de água para consumo humano e saneamento à nossa região, sem prejudicar a qualidade do serviço”. A Águas do Algarve tem a concessão da exploração e da gestão do Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água e de Saneamento do Algarve. O Sistema abrange geograficamente os 16 municípios da região do Algarve, nomeadamente: Albufeira, Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Faro, Lagoa, Lagos, Loulé, Olhão, Monchique, Portimão, São Brás de Alportel, Silves, Tavira, Vila do Bispo e Vila Real de Santo António.

Missão primordial na qualidade da água A Águas do Algarve, S.A., tem como missão, “garantir o abastecimento de água para consumo humano e o tratamento de águas residuais de acordo com os mais elevados padrões de qualidade e fiabilidade, num quadro de sustentabilidade económica, social e ambiental”. A empresa assume o compromisso de "respeitar as normas mais exigentes do sector, apostando sempre numa perspetiva de melhoria contínua dos padrões de qualidade inerentes aos seus processos; minimizar os consumos de recursos naturais e transformados, permitindo a aplicação de tarifas equilibradas e adequar com os recursos

técnicos e humanos, apenas estritamente necessários, ao desenvolvimento da sua atividade e compromissos assumidos". Outra missão da empresa é contribuir para "a melhoria da saúde pública e do ambiente da região em que se insere, adotando políticas e práticas cada vez mais responsáveis." A Águas do Algarve quer ser “reconhecida como referência empresarial no setor, pela qualidade do serviço que presta, pela competência profissional e pelos valores que pratica”, destacando-se os valores: “espírito de servir, excelência, integridade, responsabilidade e rigor”.


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REGIÃO

EMBALAGENS Água Monchique

eleitas Produto do Ano 2021

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Água Monchique foi eleita Produto do Ano 2021 - Inovação Premiada por Consumidores - na Categoria Águas em que se destacou pela inovação no desenvolvimento das novas embalagens, quer no que se refere ao alargamento da gama, quer à integração de novos materiais, tais como o relançamento da linha vidro, ou a incorporação de 30% de PET reciclado em todas as embalagens, sendo as novas embalagens elas próprias 100% recicláveis. "Esta distinção", segundo a Água Monchique, "premeia e reconhece o trabalho que a marca tem vindo a desenvolver no mercado das águas minerais em Portugal, com uma aposta consistente na inovação e no desenvolvimento de novas soluções que aportem valor ao setor, mantendo sempre os altos padrões de qualidade que lhe são amplamente reconheci-

17/08/2020

dos". Para Henrique Prucha, diretor Comercial e de Marketing da Água Monchique, “esta importante conquista é motivo de orgulho e reflete o trabalho diário da nossa equipa e o nosso forte compromisso com a inovação e com a qualidade da Água Monchique”. O Produto do Ano é o único método de avaliação da inovação em produtos com presença mundial e certificado em Portugal com o ISO9001 em gestão de qualidade. Atualmente presente em 46 países, o seu objetivo é guiar os consumidores até aos melhores produtos do mercado e premiar os produtores pela qualidade e inovação. Em Portugal, o Produto do Ano é suportado pela votação de 3.000 consumidores, efetuada através de um estudo online, representativo para a população nacional, realizado pela Netsonda.

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Reduzir o plástico começa na torneira SEJA INTELIGENTE. SEJA EFICIENTE. SEJA CONSCIENTE!

Sociedade da Água de Monchique SA Explora a concessão pública da água mineral de Monchique desde 16 de dezembro de 1992. Distinguida pelo segundo ano consecutivo com o estatuto de PME Excelência é, atualmente, um dos maiores players no mercado nacional. As instalações fabris e logísticas localizam-se nas Caldas de Monchique, numa área protegida superior a 50 hectares, em que a preservação dos aquíferos é o fator crítico essencial, motivando uma logística de gestão sustentável do meio ambiente. A Água Monchique distingue-se pela sua unicidade, resultado de uma composição físico-química natural onde se destaca o seu elevado pH natural de 9,5. Esta especial composição confere-lhe características únicas que, pelos benefícios que aporta, contribuem para o bem-estar e para o equilíbrio do organismo.

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Letras & Leituras Paulo Serra

Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve;

O GATO QUE CHORA COMO PESSOA, DE GEREMIAS MENDOSO

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O drone que sobrevoou o Algarve de lés-a-lés como uma gaivota

Gato Que Chora Como Pessoa, de Geremias Mendoso, foi publicado pela Caminho e agraciado com o Prémio Branquinho da Fonseca Expresso/Gulbenkian 2019, na sua 10.ª edição, na Modalidade Juvenil. Esta cuidada edição de capa dura conta ainda com belíssimas ilustrações de Samuel (Arão) Djive, artista plástico já com relevo. O livro de estreia do autor é composto por 19 breves contos, que funcionam como instantâneos da vida em Moçambique, onde se cruzam temas recorrentes como a pobreza, a fome, as cheias, o alcoolismo, a autoridade e, muito especialmente, um imaginário popular muito vivo, com adivinhos, curandeiros e feiticeiros em abundância, e cobras que matam pessoas ao morder a sua sombra. Numa voz original, o autor tem um ou outro conto próximo do modelo da literatura oral, como «Cato no deserto» (espécie de conto exemplar) ou «Os desconhecidos caminhos de André» (em que à transgressão se segue a expulsão). Sem se colar a modelos, Geremias Mendoso encontrou uma voz própria, poética até, em frases como «Conformado com a minha pobreza, eu ia à escola descalço e com os cadernos no plástico.» (p. 13), para nos contar histórias tão trágicas quanto anedóticas que retratam a vivência naquele que é um dos países mais díspares. Mia Couto assina aliás um pequeno texto de apresentação na contra-capa onde refere: «Se o nome Geremias Mendoso pode parecer estranho, este livro causa ainda maior perplexidade. Raramente um texto de estreia contém já aquilo que um escritor busca em toda a sua carreira: uma voz própria, um modo único de narrar. Li este livro como quem escuta Moçambique.» Estes contos são escritos numa variante do Português onde podemos encontrar expressões bastante típicas, já cristalizadas, no falar moçambicano como «Peço uma manga», «saímos fora», «toda minha família», «Está ver». Dos 19 contos, «Salvo das mãos do Diabo» é um dos poucos que não termina abrupta ou tristemente, pois praticamente todas as narrativas terminam mal, como que a revelar o peso da vida (e da morte), como acontece especialmente em «De como findou a vida de Aldo e Timolol». São histórias de vidas tão miseráveis que por vezes nem o corpo do morto pode encontrar descanso. Curiosamente o último conto conta-nos como a vida d’«O Português» Vasco encontra um final ironicamente feliz. O autor Geremias José Mendoso, de 23 anos, é de nacionalidade moçambicana e enfermeiro licenciado pela Faculdade de Ciências de Saúde da Universidade Lúrio, em Nampula.

O misto entre praia e serra dá anos de vida a todos os algarvios e encanta quem anseia por explorar a região mais a sul do país O misto entre praia e serra dá anos de vida a todos os algarvios e encanta quem anseia por explorar a região mais a sul do país. O canal alemão SWR apostou em dar a conhecer o Algarve ao seu público e aventurou-se num projeto que levou um ano a ser concluído e resultou num documentário que explicita a essência do Algarve e as suas tradições e culturas, cujo fio condutor foi o caminho de ferro que encurta distâncias e liga o Algarve de uma ponta a outra. As imagens e testemunhos de moradores aproximam os telespetadores daquela que é a realidade vivida pelos algarvios e ao longo do percurso sobre carris, iniciado em Vila Real de Santo António, são exibidas e descritas ao pormenor as tradições mais enraizadas de cada localidade. A produção de sal, a pesca, a transformação da cortiça e a gastronomia

RESTAURANTE O TACHO

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tradicional são assuntos destacados e uma amostra daquilo que pode ser encontrado do outro lado da ferrovia. O programa foi enriquecido com panoramas de cortar a respiração graças ao trabalho de Pedro Queiroga, fotógrafo profissional do Algarve, que operou o drone e é autor de todas as imagens aéreas

apresentadas ao longo do documentário. Pedro Queiroga é um de muitos apaixonados pela fotografia e atualmente abraça a profissão de fotógrafo profissional a tempo inteiro. Visões genuínas de recantos do Algarve foram captadas através do drone do fotógrafo que sobrevoou a linha de

COLABORAÇÃO LUSO-ALEMÃ

Catrin George Ponciano, jornalista e escritora alemã, mora no Algarve há vários anos e foi quem entrou em contacto com o fotógrafo algarvio. A jornalista possibilitou o projeto no Algarve, fez pesquisa e programou todos os locais a serem visitados pela equipa de produção, mantendo-se sempre em contacto com os agentes locais no Algarve que possibilitaram a realização do documentário. Pedro Queiroga apreciou o convite feito pela jornalista e refere que ter sido integrado neste trabalho foi motivo de orgulho e de certa forma reconhecimento do seu trabalho: “uma honra, mas ao mesmo tempo com o peso da responsabilidade. A responsabilidade de não falhar e sobretudo de corresponder aos padrões de exigência da produção”.

comboio e acompanhou toda a trajetória. Em entrevista ao canal televisivo alemão (SRW), o profissional admite que as imagens mais atrativas foram as capturadas próximas ao comboio e que o momento em que o comboio passou pelo meio de laranjeiras e pela ponte antiga de Tavira foi o que deu origem às imagens que mais o marcaram. Embora se trate de uma tarefa difícil, principalmente quando o palco são cidades e existem muitos postes que interferem nas gravações, a missão foi cumprida e o percurso do comboio ao longo das localidades foi bem representado. “Gostei muito do trabalho, adorei trabalhar neste projeto e se surgisse outro, não hesitava. Além disso, isto é a minha vida”, foram as palavras escolhidas por Pedro Queiroga que traduzem a sua verdadeira paixão em eternizar memórias e momentos. Assim como a cultura e tradição algarvia não são deixadas cair em esquecimento, as imagens conseguidas por Pedro Queiroga, neste trabalho, eternizam as paisagens incomparáveis do Algarve. JS e HDF


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CAÇADORES DE HISTÓRIAS

Caminheira Texto MARIA OLÍMPIA MENDES

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ueria ser uma velhinha cor-de-rosa que se sentasse pela manhã e desfiasse as contas do rosário da sua vida e de preces dedicadas a Deus. Queria parar e descansar repensando naquilo que vivi. Mas não! Percebi que sou uma caminheira que não consegue parar e, mesmo entre as quatro paredes que me cercam, corro mundo procurando o grão de felicidade que Deus algures me deixou para eu saborear. Assemelho-me aos famintos daquelas zonas onde se morre de fome, quando alguém lhes vai dar um pouco de alimento, eles, depois de saciados por umas horas, buscam na terra algum grão que ficou e lhes dará sustento para um pouco mais. Dispus-me a caminhar todos os dias e lançar-me na procura de um mundo novo como se pudesse começar uma nova vida e tivesse nascido outra vez. É assim que me sinto, desbravando mundos, novas vivências que vou encontrando na ciência, na música, na poesia, na escrita, nas pessoas, nesse mundo de coisas que toquei só ao de leve por não ter tempo e agora posso saborear. Por vezes sento-me, quando o cansaço me tolhe

Tranquilamente azul

as pernas. Nessas alturas abro os braços, abarco o mundo, mas são tantos os espinhos que me picam que, mesmo trôpega, prefiro caminhar em busca do meu grão de felicidade que sei estará num monte de pedras ou talvez no cimo de uma montanha. E penso que um dia, quando chegar a hora do meu fim, mesmo vergada pelo peso dos anos vividos, eu direi: - Meus Deus, porque me levais na força da Mocidade?

Caçadores de Histórias Este espaço está aberto à criatividade de todos os leitores que sempre imaginaram, um dia, poder tornar públicos os escritos dos cadernos escondidos nas suas gavetas do tempo. Há um mês, Rodrigo Santana contava a história de “o menino, o homem e as andorinhas”. Tornou pública a arte de José Pilar, que aos 93 anos descobriu que não há idade nem tempo para soltarmos a beleza adormecida que existe em cada um de nós. Hoje é a vez de Maria Olímpia Mendes, uma eterna jovem que aos 94 anos escreve como pinta: a cores de aguarelas com o perfume das flores e a frescura do mar da sua infância. Se tiver histórias de vida, do quotidiano, suas ou de pessoas que conheça, atreva-se. Este espaço é seu. Escreva e envie-nos os seus textos para: jornalpostal@gmail.com

Maria Olímpia Mendes, uma eterna jovem que aos 94 anos escreve como pinta: a cores de aguarelas com o perfume das flores e a frescura do mar da sua infância FOTOS LUÍS FORRA / D.R.

Há uma apoteose de rosas no seu jardim. Gosta de falar com as flores, o mar e as pedras da praia da sua meninice. E quando pode, é um tu cá tu lá com o seu vizinho Ibn Qasi. Maria Olímpia Mendes, aos 94 anos, queria ser “uma velhinha cor-de-rosa”, como tantas outras, sentada a desfiar o rosário da sua vida. Mas, na sua calma aparente, ferve uma lava turbulenta aquecendo memórias e pensamentos. E curiosidades ansiosas das coisas que não viveu. É uma caminheira. Não pára. Os seus dias são um eterno recomeço na busca constante do seu grão de felicidade. E as flores são como o seu sorriso. Tranquilamente azul como as águas da sua praia!

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Breves

Capacidade de resposta a um tsunami foi testada O

Serviço Municipal de Proteção Civil de Portimão participou, na semana passada, no “NeamWave21”, exercício internacional de simulação e resposta a um tsunami, que teve como principal objetivo testar a prontidão deste sistema de alerta. Segundo a autarquia, “o cenário fictício traçado centrou-se na ocorrência de um sismo registado às 9:07, cujo epicentro se localizou na proximidade do mar de Marrocos, com uma magnitude de 8.6 na escala de Richter e uma profundidade de 27 quilómetros”. Em consequência, foi testado sectorialmente “o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Portimão, bem como o sistema de aviso à população inerente à ocorrência, da qual teriam hipoteticamente resultado 924 vítimas mortais, 3089 desalojados e 9506 habitações destruídas, entre outros danos materiais consideráveis”.

Estação sísmica vai ser instalada em Lagos Uma

estação sísmica vai ser instalada na Mata de Barão de São João, no concelho de Lagos, para aumentar a cobertura no território do sistema de alerta precoce para sismos. O sistema vai permitir detetar, “com grande rapidez, a ocorrência de sismos e identificar as respetivas características”, resulta de uma parceria da Universidade de Évora com a Câmara de Lagos. O projeto vai alargar o número de estações sísmicas em terra, melhorando a rede de monitorização sísmica nacional e permitindo a criação de um sistema de alerta precoce para sismos. As novas estações sísmicas ficam ligadas à unidade de investigação e à rede sísmica nacional coordenada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Património de Lagos vai ser estudado O executivos

da Câmara Municipal de Lagos aprovou um protocolo de colaboração com a Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, que visa o desenvolvimento de projetos e estudos de investigação sobre a conservação e valorização do património arquitetónico do município. No foco das atenções dos professores e alunos do Curso de Mestrado da referida faculdade vão estar "os conjuntos e sítios junto à muralha poente da cidade de Lagos, bem como o Parque Dr. Júdice Cabral (vulgo “Parque das Freiras”), por se tratar de uma zona de Unidade de Intervenção no âmbito do Programa Estratégico de Reabilitação Urbana".

Marcelo nomeia Lídia Jorge para o Conselho de Estado

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Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nomeou a escritora Lídia Jorge para o Conselho de Estado e renomeou os quatro conselheiros do seu anterior mandato, Lobo Xavier, Marques Mendes, Leonor Beleza e António Damásio. Estas nomeações foram divulgadas no sítio oficial da Presidência da República na Internet, ao final do primeiro dia do segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa como chefe de Estado. De acordo com a Constituição da República Portuguesa, o Conselho de Estado, órgão político de consulta presidencial, é composto por "cinco cidadãos designados pelo Presidente da República pelo período correspondente à duração do seu mandato", e também por cinco eleitos pela Assembleia da República pelo período correspondente ao da legislatura, além dos membros por inerência. No início do seu anterior mandato, Marcelo Rebelo de Sousa nomeou para o Conselho de Estado António Lobo Xavier, Luís Marques Mendes, Leonor Beleza, Eduardo Lourenço e António Guterres, que renunciou ao seu lugar neste órgão após ser eleito secretário-geral das Nações Unidas, tendo sido substituído por António Damásio. O professor e ensaísta Eduardo Lourenço morreu em 01 de dezembro do ano passado, aos 97 anos, e não foi substituído

FOTO D.R.

Quem é Lídia Jorge

como conselheiro de Estado.

UAlg congratula-se AUniversidade do Algarve congratulou-se com a nomeação da escritora Lídia Jorge, Doutora Honoris Causa pela UAlg, para o Conselho de Estado. Para o reitor Paulo Águas, “a sua ligação à UAlg, além de sentimental, por ser a Universidade da região à qual pertence por coração, é também uma ligação de proximidade porque esta Universidade fez questão

de repartir com Lídia Jorge as suas insígnias”. A sua colaboração com a academia algarvia tem-se verificado a vários níveis. Além de Doutora Honoris Causa em Literatura (2010), foi membro do Conselho Geral (2009 a 2016) e integra o júri do Prémio Manuel Gomes Guerreiro, que visa galardoar, anualmente, uma obra publicada, livro ou tese de doutoramento, que contribua para o desenvolvimento científico numa das áreas de conhecimento da UAlg.

É natural de Boliqueime, mas passou alguns anos decisivos em Angola e Moçambique. Formou-se em Filologia Românica na Universidade de Lisboa. Foi professora do Ensino Secundário e já escreveu mais de 20 livros editados em várias línguas, entre os quais romances, antologias de contos, e uma peça de teatro. É umas das romancistas de maior sucesso na literatura portuguesa contemporânea. Escreveu várias obras como O Dia Dos Prodígios (1980), O Cais das Merendas (1982, Prémio Município de Lisboa), Notícia da Cidade Silvestre (1984), A Costa dos Murmúrios (1988), A Última Dona (1992), O Jardim Sem Limites (1995), O Vale da Paixão (1998), O Vento Assobiando nas Gruas (2002), o conto A Instrumentalina (1992), e a peça de teatro A Maçon. Ao longo da sua carreira recebeu inúmeros prémios, nomeadamente: Prémio Ricardo Malheiros (1980), Prémio Literário Município de Lisboa (1982, 1984), Prémio Bordalo de Literatura da Casa da Imprensa (1995, 1998), Prémio D. Dinis (1998), Prémio P.E.N. Clube Português de Novelística (1999), Prémio Máxima de Literatura (1999), Prémio Jean Monet de Literatura Europeia, Escritor Europeu do Ano (2000), Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLB (2002), Prémio Literário Casino da Póvoa (2004), Prémio Internacional Albatroz de Literatura da Fundação Günter Grass (2006), Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura (2014), Prémio Vergílio Ferreira (2015), Prémio Urbano Tavares Rodrigues (2015), XXIV Grande Prémio de Literatura (2019), e o Prémio da Feira do Livro de Guadalajara em Línguas Românicas (2020). Foi condecorada com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal (9 de março de 2005) e com a distinção de Dama da Ordem das Artes e das Letras de França (13 de abril de 2005).

15 bolsas de estudo para alunos de Silves

UAlg assume compromisso de eliminar os plásticos de uso único

Câmara de Silves atribuiu 15 bolsas de estudo a alunos do concelho que estão a frequentar o ensino superior

Universidade do Algarve assina protocolo com o Pacto Português para os Plásticos

Cada estudante recebeu 800 euros de bolsa, entregue pela

autarca Rosa Palma, que desejou a todos “os maiores sucessos académicos”. A iniciativa tem como objetivo “promover a igualdade de oportunidades de acesso ao ensino, incentivando os alunos do concelho a prosseguir os estudos para além

do ensino secundário dotando o tecido económico do território de quadros técnicos superiores”, explica o município. O valor deste apoio está previamente definido no Regulamento das Bolsas de Estudo de Silves que é atribuído anualmente.

O pacto pretende promover um caminho conjunto e colaborativo entre a indústria e a investigação, com vista a acelerar a transição para

uma economia circular para os plásticos em Portugal, onde estes nunca se converterão em resíduos ou poluição. A iniciativa, liderada pela Associação Smart Waste Portugal, junta várias empresas de diferentes setores, entidades governamentais, Organizações não Governamentais (ONGs),

associações e universidades, em torno desta visão comum, totalizando cerca de 80 entidades. Ao assinar este protocolo, a Universidade do Algarve assume, assim, o seu compromisso com esta causa, que já se havia iniciado em 2018 com a campanha “UAlg + saudável com -plástico”.


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BILHETE POSTAL

A Bela Adormecida RAMIRO SANTOS Jornalista ramirojsantos@gmail.com

Tem mais de dois mil anos e são precisos cinco homens para a reunirem num abraço. O tronco, todo esburacado, dá acesso a uma sala circular onde se pode entrar e sondar glórias passadas. Por séculos fora, a oliveira das Pedras d’El Rei ‘alumiou fenícios, gregos, romanos e mouriscos. Acolheu na sua sombra os cavaleiros de Santiago’. Viu passar navegadores, mercadores e aventureiros. Plantada mesmo ao lado da romana cidade de Balsa, diz-se que foram os fenícios - os pais fundadores de Tavira - que a trouxeram da Mesopotâmia. Balsa chegou a ser a mais importante cidade do Algarve e uma das maiores da Lusitânia, com 45 hectares de superfície, o que a tornava, à data (século II), maior do que Faro (Ossonoba), Lisboa (Olissipo), Conímbriga e Huelva (Onoba). Certo é que, Tavira, após o declínio de Balsa, foi sempre uma plataforma permanentemente disputada. Pelo seu porto de pesca e pela localização geográfica que a colocava nas rotas do comércio mediterrânico, do norte magrebino e perto de tudo. Se os fenicíos e mais tarde os árabes, a projetaram como um grande porto e cidade de comércio, seriam, contudo, os descobrimentos portugueses que haviam de lhe dar maior notoriedade e projeção. E foi ainda o seu porto de mar, mais uma vez, que lhe deu fortuna e nobreza senhorial. Cidade cosmopolita no dealbar do século XV, tornou-se peça fundamental na política da expansão portuguesa. Uma plataforma importante na defesa do reino e de auxílio às praças do norte de África. Épocas e sensibilidades culturais distintas, marcaram a arquitetura e a arte que ficaram escritas nas suas ruas e nas suas pedras, nas igrejas e conventos, no castelo, na ponte e outros monumentos. Nas portas e telhados. Nas casas abrasonadas. Na sua fisionomia urbana. Tavira, a bela adormecida ou a Veneza algarvia, como muitos gostam de lhe chamar, perscruta as vozes de um tempo longínquo e milenar. Os seus telhados – mouriscos ou do oriente – chamados de tesoura ou de quatro águas e as chaminés, lembram minaretes envergonhados. E, ao romper do sol, nas portas, a reixa deixa passar o ar e conserva a meia luz, em pormenores que emprestam beleza.

Aqui, dizia Raúl Brandão, “a alma do mouro está viva”! Subjugada, mais tarde, por outras lutas e pela espada dos cavaleiros de D. Paio Peres Correia. E pela nobreza do século XV, que em Tavira estabeleceu praça e organizou conquistas. Do seu regresso a Ceuta, aqui aportou D. João I, onde, na igreja de Santa Maria – uma das mais de vinte que por ali se contam - abençoou os seus filhos infantes. A cidade transformou-se rapidamente na mais populosa do Algarve e um porto de grande importância estratégica. E aqui esteve também por três meses, a corte de D. João II, preocupado com a defesa da Graciosa e o negócio das praças africanas. E, já pelos nossos tempos - como conta Teresa Rita Lopes - a Tavira veio Pessoa, com Álvaro de Campos, em busca da “vila da minha infância” e das suas origens judaicas. Do seu avô general, do tio Jacques e da tia Lisbela, “que lhe cantava o romance da ‘Nau Catrineta’ para o adormecer, na sua casa ao pé do rio Gilão”. Tavira é um abraço de memória onde a história se cruza muitas vezes com o imaginário fantástico, expresso nas inúmeras lendas de moirinhas encantadas que ainda hoje são vistas para as bandas do castelo, ou escondidas nos subterrâneos dos seus conventos. E para o lado dos rios, o Gilão e mais o Séqua, são testemunhas vivas de um amor secreto e proibido que compõe o quadro de uma cidade que exibe o seu fascínio em cada canto. Olhar Tavira, é falar ainda dos arraiais da pesca do atum que já lá vão: o Arraial Ferreira Neto (hoje hotel), o do Barril, Livramento, Abóbora e Medo das Cascas. Era o tempo em que o atum, passava ao largo, de direito e de revez. Como sempre, no verão, o azul tranquilo estende-se preguiçoso nos areais quentes das suas praias: Santa Luzia, Barril ou Cabanas. Ou, mais calmo o calor, vale a pena uma visita às suas aldeias brancas: Luz, Conceição, Santo Estêvão, Santa Catarina... Para norte, lá na serra cada vez mais deserta de jovens que procuram outras paragens, fica Cachopo. E montes à volta. Descobrir também um concelho que senta o mar à mesa e todos os aromas e os sabores com o que de melhor há para os sentidos: o peixe fresco na brasa, o polvo de Santa Luzia e os pratos de atum. Ou para quem prefere, a perna de borrego no tacho, o xarém e o cozido de grão. E se lhe parece pouco, delicie-se com os folhados de Tavira! Fontes: “História de Tavira”, Ofir Chagas; “Notícias Históricas de Tavira”, A. Casimiro Anica; “Balsa, Cidade Perdida”, Luís Fraga da Silva

“Tavira é um abraço de memória onde a história se cruza muitas vezes com o imaginário fantástico, tendo o Gilão e mais o Séqua, como testemunhas vivas de um amor secreto e proibido que compõe o quadro de uma cidade que exibe o seu fascínio em cada canto”. FOTOS D.R.


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Postal, 19 de março de 2021

ENTREVISTA A JOSÉ MATEUS, PRESIDENTE DA UNIÃO DAS FREGUESIAS DE TAVIRA

“Estamos sempre disponíveis Textos CRISTINA MENDONÇA e HENRIQUE DIAS FREIRE José Mateus, que presidiu primeiro a extinta Freguesia de Santiago e agora está à frente da União das Freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago), assume como grande prioridade a proximidade com a população, sobretudo a mais desfavorecida. Em entrevista, o autarca revela ao POSTAL o trabalho que tem estado a ser feito no combate à pandemia. Um trabalho hercúleo, que tem contado com a preciosa ajuda de todos e que leva uma inestimável ajuda àqueles que vivem mais distantes e desprotegidos. José Mateus realça a ajuda e espírito solidário de quem se uniu a esta causa e tem contribuído, seja com alimentos, outros bens, monetariamente, ou simplesmente com o seu trabalho. Para o autarca “está a ser gratificante ver tanta solidariedade, tanta gente de coração grande”. P De que forma respondeu a União das Freguesias de Tavira à crise pandémica, na sua fase inicial e que medidas foi tomando conforme o seu desenvolvimento, no apoio à população? R A União das Freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago), desde o primeiro momento, ao tomar consciência da gravidade da situação, a primeira medida que tomou foi criar um plano de contingência e dessa maneira proteger tanto os funcionários como os nossos fregueses, tanto na sede, onde fizemos questão de nunca deixar de fazer atendimento presencial, embora claro com as devidas cautelas, fazendo-o à porta, da mesma forma no posto dos CTT, como no armazém onde se concentra a equipa de exterior. Depois, fomos naturalmente adaptando às várias medidas decretadas pelo Governo e quando iniciou o primeiro confinamento tomámos todas as medidas que se nos afiguraram necessárias para ajudar a nossa população, pensando principalmente nos mais vulneráveis, que são os idosos, muitos sem suporte familiar e a viver em solidão; os doentes crónicos, os contagiados pela covid-19, mas de um modo geral todos os que nos pediam as mais diversas ajudas, e daí nasceu a criação de várias equipas, umas formadas pelos nossos próprios funcionários, outra pelas técnicas do projeto Lado a Lado da Associação em Contacto, uma equipa de jovens voluntários do movimento "vizinho amigo" que se disponibilizou para o efeito, uma

equipa do Agrupamento 100 de Tavira do Corpo Nacional de Escutas, e ainda várias pessoas, muitas delas utentes do projeto Lado a Lado e outras que individualmente se ofereceram para nas suas casas fazerem máscaras de pano, tendo nós comprado dezenas de metros de tecido, que foram feitas e posteriormente distribuídas largas centenas de máscaras. Todas estas equipas foram coordenadas pela equipa técnica do Lado a Lado e pelos elementos do executivo, e posso dizer que foi e é da parte de todos os envolvidos um trabalho hercúleo, que deu e está a dar a todos, com toda a certeza, um enorme sentimento de felicidade e gratidão. Também contou com a solidariedade da população... R Houve muita sensibilidade da parte da população. Um snack-bar, durante todo o primeiro confinamento, ofereceu-nos quase diariamente 10/15 refeições quentes, outros pediam-nos para indicar pessoas e eles entregavam diretamente, pessoas que nos entregavam 3/4 sopas, a igreja Maná que nos entregou vários sacos de alimentos, a Associação dos Franceses Residentes em Tavira que nos entregou um valor monetário de algum significado e que serviu para ajudar muitas pessoas que não conseguiam pagar a água e/ou a luz ou medicamentos, os mesmos têm-nos também entregue vários sacos de compras de supermercado. Ultimamente, também os comerciantes/ agricultores que vendem no mercado P

municipal se uniram à causa, e com a liderança de um deles todos colaboram fazendo semanalmente 6/7 cabazes de produtos que são entregues por nós a famílias que sabemos necessitarem e, em cada semana, a famílias diferentes. Houve também pessoas que nos doaram computadores que entregámos a crianças de famílias que não os podiam comprar, enfim, foi e está a ser gratificante ver tanta solidariedade, tanta gente de coração grande. Bem hajam todos!

Gostaria de realçar todos os gestos de amor que têm sido dados pelos nossos cidadãos

P A Junta limitava-se a encaminhar as pessoas afetadas ou em situação de carência para as instituições adequadas, como os hospitais, lares e misericórdias, ou algo mais? R Perante tantas solicitações que nos chegavam, a Junta de Freguesia não se limitou a encaminhar as pessoas afetadas e durante todo este período de pandemia realiza visitas domiciliárias dentro das recomendações da DGS, com o objetivo de apoiar e orientar os idosos e pessoas extremamente vulneráveis, sem retaguarda familiar, na toma dos medicamentos, medição da pressão arterial, marcação de consultas e acompanhamento médico urgente, para que não deixem de ter os cuidados de saúde necessários, sendo a proximidade com estas pessoas tão grande, que inclusive, já por duas vezes aconteceu telefonarem para uma das pessoas que faz este trabalho, para que chamasse o INEM, pois o familiar estava caído. Aqui realço, a boa parceria com o Centro de Saúde de Tavira, onde os seus profissionais sempre mostraram grande espírito de entreajuda ao aceitarem que façamos a ponte com estes doentes e também no envio de receitas que previamente pedimos por e-mail, evitando assim que se desloquem ao Centro de Saúde. Outra boa parceria, é com a farmácia do Hospital de Faro, em que os seus profissionais desde a primeira hora

nos permitem que façamos os pedidos de medicamentos dos doentes crónicos, e com os Bombeiros Municipais de Tavira, que nas deslocações que fazem com frequência a Faro vão à farmácia levantar os mesmos, depois nós vamos buscá-los e entregá-los às pessoas, evitando-se, assim, que estes doentes de risco se desloquem sem outra necessidade que apenas levantar os seus medicamentos. Gostaria de realçar todos os gestos de amor que têm sido dados pelos nossos cidadãos, do mais simples como doar uma sopa, a qualquer outro que possa ter um maior impacto. São todos gestos muito nobres, de grande espírito solidário. Também realço todas as entidades que formam a proteção civil, que ao longo de todo este tempo têm mostrado uma competência e profissionalismo enormes. Os profissionais de saúde, desde auxiliares, administrativos, enfermeiros, médicos, todos sem exceção, têm mostrado ser de uma bravura e competência simplesmente notáveis. Por fim, não podia deixar de realçar o enormíssimo apoio que o Município de Tavira, através da sua presidente Drª Ana Paula Martins, disponibilizou aos seus cidadãos, de certeza só possível pela competência de ter as contas em ordem. Bem hajam todos e continuamos disponíveis para levar este espírito até ao fim desta pandemia que desejamos termine rapidamente.


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para apoiar quem precisa” FOTOS D.R.

O nosso foco é o bem-estar da nossa população, a sua qualidade de vida e a boa imagem da nossa freguesia P Muitas pessoas não sabem, mas é a Junta que assegura parte do serviço dos CTT na sua freguesia. Que tipo de protocolo fez com a administração dos Correios? Qual o grau de eficácia e de satisfação do serviço? R O Posto CTT de Santa Maria-Tavira teve origem numa parceria estabelecida entre a extinta freguesia de Santa Maria e os CTT - Correios de Portugal e foi inaugurado a 8 de dezembro de 2004 com o objetivo principal de contribuir para uma melhoria significativa no acesso da população aos serviços CTT, oferecendo um serviço de

proximidade, confiança e eficiência ao agilizar as tarefas inerentes aos serviços oferecidos pelos CTT - Correios de Portugal. Esta colaboração, que tem visado uma melhoria constante dos serviços prestados, embora acarrete um custo bastante elevado à Junta de Freguesia para a eficaz manutenção do posto, dispõe diariamente de duas trabalhadoras do mapa de pessoal da Junta, para atendimento à população e gestão do posto. É uma mais valia por contribuir para uma melhoria na qualidade de vida da população. Estamos, contudo, neste momento, a aguardar uma melhoria neste contrato.

P No âmbito dos serviços prestados por uma Junta de Freguesia, é fundamental um trabalho de proximidade dos funcionários e a população. Como classifica esta relação dos serviços da Junta e das pessoas que lá trabalham com os utentes em geral? Há alguém que merece ser destacado na prestação destes serviços de proximidade? R Desde que estou à frente dos destinos, primeiramente da extinta Freguesia de Santiago e a seguir da União das Freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago), que uma

das minhas preocupações e exigência é um bom atendimento ao público, nomeadamente aos nossos fregueses, e mesmo em situações que não sejam da nossa competência mas que haja condições para ajudar, pois esse é o trabalho de proximidade que se pretende das freguesias. O que efetivamente aqui acontece, ainda mais neste contexto de pandemia, onde muitos serviços públicos estão em teletrabalho e onde há dificuldade por parte das pessoas em fazer marcações para esses serviços, pelo que recorrem a nós para esse efeito, mas mesmo antes da pandemia em inúmeras situações, estamos sempre disponíveis para apoiar quem precisa. Não é só neste aspeto que a proximidade é importante, sendo o nosso foco o bem-estar da nossa população, a sua qualidade de vida e a boa imagem da nossa freguesia, para que tudo isto aconteça é preciso muito trabalho e dedicação, estar atento a novas necessidades, ter novas ideias, manter o foco. Portanto, esta é a nossa dinâmica e como a dimensão da freguesia em termos populacionais ou territoriais permite-nos ter dois elementos a tempo inteiro, neste caso eu e o secretário Sérgio Pereira, com a ajuda do restante e não menos competente executivo, permite-nos ter uma verdadeira equipa em que todos estamos empenhados em fazer o bem e em fazer o melhor, pois estamos perante uma freguesia com alguma dimensão, onde temos uma área de cerca de 170 km2, mais de 15.000 habitantes, 30 funcionários entre

efetivos, a contrato e de programas ocupacionais, 17 viaturas entre ligeiras e pesadas, e portanto, só com muito trabalho e empenho de todos, onde se pede que cada um seja competente e faça o seu trabalho, tanto funcionários como executivo, sem deixar de fora o aspeto cidadania que todos nós devemos ter, dizendo o que está bem, o que podia estar melhor, o que eventualmente está mal, para assim conseguirmos ter uma freguesia cuidada, onde cada um sinta vontade de viver. Além da parte social que já falei, sobretudo no contexto de pandemia, não posso deixar de falar no projeto Lado a Lado, que nasceu comigo ainda na Freguesia de Santiago e que tem evoluído bastante, cujo mérito é sobretudo das suas técnicas, mas também de todos os envolvidos sem esquecer os importantes apoios da câmara e da freguesia, mas que desde o primeiro confinamento está suspenso. Portanto, esta é uma saudação muito particular para todos os utentes, e deixo aqui uma palavra de esperança, na certeza de que assim que possível voltaremos e mais fortes, pois este é um projeto ganhador, um projeto de enorme futuro. Quero ainda referir a proximidade com as dezenas de clubes, associações e outras entidades, quer do âmbito desportivo, cultural, de lazer, religioso ou beneficência, que sempre contaram e contam com o nosso apoio, tanto monetário como logístico sempre que possível, e com quem ao longo destes anos temos efetuado alguma profícuas parcerias e um bom trabalho de entreajuda.


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NECROLOGIA REGIÃO

DIAMANTINO FR ANCISCO DA CRUZ X AVIER

MARIA ISABEL GUERREIRO MARQUES

05-06-1951 26-02-2021

15-09-1954 03-03-2021

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

SANTIAGO - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

LE CHESNAY - FRANÇA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

FLORINDA DE JESUS LUZIA

MARIA DA CONCEIÇÃO MENDES

13-12-1925 07-03-2021

21-02-1928 08-03-2021

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

CONCEIÇÃO - TAVIRA CONCEIÇÃO E CABANAS DE TAVIRA - TAVIRA

PEREIRO - ALCOUTIM SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

MARIA LUCRÉCIA DA CONCEIÇÃO PIRES

MARIA ROSA SERR ANO

17-11-1936 10-03-2021

21-08-1923 15-03-2021

Os seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

SANTA CATARINA DA FONTE DO BISPO - TAVIRA

VILA NOVA DE CACELA - V.R.S.A. CASTRO MARIM

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. A.G. Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. C.F.

COMUNIQUE COM O POSTAL Endereço: R. Dr. Silvestre Falcão 13 C, 8800-412 Tavira Contacto: 281 405 028 Administrativo: anabelag.postal@gmail.com Redação: jornalpostal@gmail.com


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A NÚNCIOS REGIÃO

Comunicação para exercício de direito de preferência na venda de prédios rústicos sitos em Galega – Ribeira, União de Freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira: Para efeitos dos artigos 416.º e 1380.º e ss do Código Civil, na sua redação atual, o proprietário dos imóveis abaixo indicados, atenta a impossibilidade de notificar os proprietários dos prédios confinantes ao referido imóvel que sejam titulares de direitos de preferência legais na venda dos mesmos nas respetivas moradas e/ou identificar o paradeiro dos mesmos, vem comunicar por este meio aos preferentes legais a sua intenção de proceder à venda do conjunto de imóveis infra identificados, expondo-se nas condições que ora se apresentam: 1. Imóveis: a) Prédio Misto, sito em Galega - Ribeira, freguesia de Conceição, concelho de Tavira, composto por terra de pastagem e edifício com cave e rés do chão e piscina, para habitação, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número 2845/19970108 e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 2702 da União de Freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira, para o qual foi emitida a licença de utilização n.º 135/2006, em 11/05/2006, pela Câmara Municipal de Tavira e o Certificado Energético número SCE102248421, válido até 13/04/2025 e na matriz predial rústica sob o artigo 11988 da mencionada freguesia; b) Prédio Rústico, sito na Galega, freguesia da Conceição, concelho de Tavira, composto por terra de cultura, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número 3588/20031021 e inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 4058 da união de freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira; c) Prédio rústico, sito nos Galegos, freguesia da Conceição, concelho de Tavira, composto por terra de pastagem, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número 2513/19950405 e inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 11868 da união de freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira; e d) Prédio rústico, sito na Galega, freguesia da Conceição, concelho de Tavira, composto por terra de pastagem e arvoredo, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número 3546/20030422 e inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 12159 da união de freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira. 2. Vendedor: ERIK JOHN ZWART, NIF 291423280, solteiro, maior, natural de Aberdeen, Reino Unido, de nacionalidade Holandesa, residente em Garth Lodge, Inchgarth Reino Unido. 3. Compradores: PETRUS ANTONIUS WILHELMUS VAN DEN HEUVEL, NIF 305519875, solteiro, maior, natural de Den Dungan, Holanda, de nacionalidade Holandesa, e ELISABETH JOHANNA MARIA VOLLENBERG, NIF 305520091, solteira, maior, natural de Wanroij, Holanda, de nacionalidade Holandesa,residentes em Burg Buskensstraat 14 5401EE Uden, Holanda. 4. Preço global de venda unitário: € 400.000,00 (quatrocentos mil euros), correspondendo o valor de € 360.000,00 (trezentos e sessenta mil euros) à parte urbana do prédio misto identificado na alínea a) € 10.000,00 (dez mil euros) à parte rústica do prédio misto identificado na alínea a), € 18.000,00 (dezoito mil euros) ao prédio rústico, identificado na alínea b) € 6.000,00 (seis mil euros) ao prédio rústico identificado na alínea c) e € 6.000,00 (seis mil euros) ao prédio rústico, identificado na alínea d). 5. Data da Escritura: 31 de Março de 2021 às 10h no Cartório Notarial do Dr. Bruno Marcos em Tavira. 6. Estado do imóvel: Os imóveis serão vendidos no estado em que se encontram, livres de ónus, hipotecas ou quaisquer outros encargos. 7. Custos, impostos e despesas: Todos os custos, impostos e despesas relacionados com a celebração da respetiva escritura de compra e venda e com os respetivos registos serão suportados pelo respetivo comprador. O presente negócio aqui descrito é unitário, sob pena de representar um prejuízo apreciável para o vendedor, caso assim não seja, pelo que o exercício do V/ direito de preferência, nos termos do n.º 1 do art. 417.º do Código Civil, só poderá ocorrer nos exatos termos e condições acordados entre o vendedor e os compradores e deverá incidir sobre a totalidade dos prédios identificados e pelo preço global de venda. O prazo para o exercício da preferência é de 8 (oito) dias corridos, contados da data de publicitação do presente aviso, nos termos do disposto no n.º 2 do art. 416.º do Código Civil e dos artigos 225.º e ss do Código Civil, sob pena de caducidade do respetivo direito de preferência. Contactos: atp@atplawyers.pt ou tel.: 911104997.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1261, 19 de Março de 2021)

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EMBARCAÇÃO PT-109982-TRANSLIMA-TL O CAPITÃO DO PORTO DE TAVIRA, Capitão-de-Fragata Rui Miguel Vasconcelos de Andrade, no uso das competências que lhe são conferidas pelo número (n.º) 1, e alínea (al.) ƒ) do n.º 6 do artigo (art.) 13.º do Decreto-Lei (Dec.-Lei) n.º 44/ 2002, de 2 de março, considerando o previsto nos termos da al. a) do n.º do art.º 90.º, do n.º 1 do art. 91.º, e n.º0 3 do art. 92.º do Regulamento Geral das Capitanias [(Reg.G.Cap) aprovado pelo Dec.-Lei n.º 265/72, de 31 de julho] e da al. d) do n.º1 do art. 112.º do Código do Procedimento Administrativo (Cód.Proced.Adm.), torna público que: 1. De informar que se encontra a decorrer nesta Capitania do Porto um processo para demolição e consequente cancelamento de registo de embarcação de Tráfego local, PT-109982-TRANSLIMA-TL 2. A referenciada embarcação foi avaliada em 0€ (zero euros);

Convocatória da Assembleia-Geral Ordinária Nos Termos do artigo 40 º Ponto 1, e Ponto 2 alínea a) e c) dos Estatutos, convoco a Assembleia - Geral – Ordinária para o dia 6 de Abril de 2021 , Terça feira pelas 17.00h horas, na sede do Monte-Pio Artístico Tavirense, na rua Tenente Couto n.º 6, no 1º andar, em Tavira, na “Casa da Matilde”, com a seguinte ordem de trabalhos: Aprovação ou Rejeição do Relatório e Contas / Apresentação de Contas das Associações Mutualistas. Informa-se os Associados que oito dias antes da realização da Assembleia-Geral Ordinária se encontra o Relatório e Contas de 2020 á disposição de todos os associados, no gabinete administrativo do Monte-Pio Artístico Tavirense. Nos termos do artigo 41, Ponto 1, dos Estatutos, a Assembleia-Geral funcionará com qualquer número de Associados pelas 18.00 horas. Mais informo, que só poderão votar mediante a apresentação do cartão de Associado.

3. Face ao exposto, servem ainda, o presente Edital para: I- Citação dos credores ou quaisquer outros interessados, para no prazo de 30 (trinta) dias úteis a contar da data de afixação do presente edital, apresentarem por escrito, nesta Repartição, a sua oposição ou pronuncia sobre a matéria ora publicitada; II- Expirado o prazo estabelecido no número anterior sem que credores ou interessados tenham intervindo ou resultando infrutíferas as novas diligências feitas, o processo de demolição seguirá os seus legais trâmites, sendo realizado ato demolição e ordenado o abate de registo, reportado à data em que terminou a demolição ou desmantelamento, nos termos do n.º 2 do art.º 96.º do Reg.G.Cap.. 4. Para que conste, com vista a garantir o devido conhecimento público, para a produção dos adequados efeitos legais, publica-se o presente Edital que será afixado no referido local, demais sítios que permitam uma adequada informação e no sítio eletrónico da Autoridade Marítima Nacional (www.amn.pt). 5. Este Edital entra em vigor em 11 de Março de 2021 (data da sua assinatura e afixação). Capitania do Porto de Tavira O Capitão do Porto Rui Miguel Vasconcelos de Andrade Capitão-de-fragata (POSTAL do ALGARVE, nº 1261, 19 de Março de 2021)

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. T.S.

Tavira, 19 de Março de 2021 A Presidente da Mesa da Assembleia-Geral Maria José Sousa Martins (POSTAL do ALGARVE, nº 1261, 19 de Março de 2021)

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. D.F.


EDITORIAL

A importância de ser pequeno e independente

A

inda a procissão vai no adro e já há ombros a tomarem o peso ao andor um pouco por todas as ‘paróquias’ do Algarve. No que respeita às eleições autárquicas - é dessa procissão que aqui se trata - , as novidades começam a chegar em rosários de promessas. E o que se pode constatar desde logo é o regresso de alguns ex-autarcas que por vontade própria ou por não terem recebido do partido por onde tiveram sucesso no passado o acolhimento de que se julgavam credores, decidiram avançar com listas próprias em movimentos independentes. Embora a lei não tenha sido feita para dar facilidades às candidaturas de cidadãos que se apresentem à margem dos partidos tradicionais, a verdade é que, mesmo assim, elas começaram a multiplicar-se como cogumelos em todo o país. No Algarve, há nomes sonantes de ex-autarcas que estão de regresso para disputar o lugar que um dia já foi deles. Destacam-se alguns pesos pesados como Desidério Silva, para Albufeira, e Francisco Martins, para Lagoa. Importa registar também o nome do antigo presidente da Câmara de Aljezur, Manuel Marreiros, - figura histórica do poder local algarvio - que após um longo percurso em representação da CDU e do PS, está de novo na corrida visando a reconquista da liderança da autarquia.

Falta saber os efeitos que as candidaturas do Chega podem provocar De resto, esta aspiração de vitória e reconquista é comum a todos eles, apesar de não terem agora à sua disposição a máquina e a força do aparelho partidário que dispuseram no passado. Contam apenas com o peso e o prestígio do seu nome e da obra realizada à frente dos respetivos municípios. Neste ‘puzzle’ eleitoral, falta saber ainda os efeitos que as candidaturas do Chega podem provocar, sobretudo, no eleitorado tradicional do PSD e as consequências da crise e do desemprego no eleitorado socialista. Ainda que com estes novos ‘players’, não é de supor alterações profundas no mapa eleitoral do poder autárquico, que no Algarve tem sido repartido maioritária e tradicionalmente pelo PS e o PSD. À exceção de inesperadas surpresas em Albufeira, Lagoa, Aljezur, Vila do Bispo e Monchique, tudo deverá ficar como dantes. Embora se possa assistir a uma maior pulverização do voto e a um reequilíbrio de forças, não é de excluir, todavia, mudanças de poder em alguns dos concelhos citados. Outro fenómeno a ter em conta: a conquista pelos pequenos partidos de mandatos para as câmaras ou juntas de freguesia, pode conferir-lhes um papel de força charneira, decisiva para a formação de maiorias com influência na distribuição de lugares e no reequilíbrio dos poderes saídos das próximas eleições. E isso basta para alguma coisa mudar.

Medicamentos gratuitos para 400 beneficiários Câmara Municipal de Faro aprovou o alargamento de um protocolo com uma associação social para permitir o acesso de famílias carenciadas a medicamentos sem custos, aumentando o número de beneficiários de 280 para 400 O município algarvio fez um balanço do protocolo assinado em 2019 com a Associação Dignitude, uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) que visa a melhoria da qualidade de vida e bem-estar dos portugueses, e destacou o alcance que o projeto já teve, ao “beneficiar 280 munícipes com o acesso gratuito a medicamentos, que pouparam, desta forma, mais de 40 mil euros”. A autarquia aprovou na segunda-feira o alarga-

mento do ‘Programa Abem – Rede Solidária do Medicamento’ de 250 para 400 beneficiários. Esta iniciativa, desenvolvida em parceria com a Associação Dignitude desde 2019, vai permitir assim que mais munícipes em situação de carência económica possam ter acesso gratuito a medicamentos”, justificou o município num comunicado. O “protocolo previa em 2020 chegar a 250” beneficiários, mas o número de candidaturas “foi superado e acabou por abranger 280”. Esta é a terceira vez que a Câmara de Faro chega a acordo com a Associação Dignitude para aumentar o número de beneficiários do programa, que permitiu beneficiar 100 munícipes em 2019, 280 em 2020 e vê agora alargada a abrangência para 400 em 2021. Os beneficiários do programa conseguem

Últimas Guarda-redes Beto assina pelo Farense O

internacional português Beto assinou esta terça-feira, até final da temporada, pelo Farense, voltando à I Liga de futebol para suprir a ausência de Rafael Defendi, devido a lesão grave. Beto, 38 anos, representava o Leixões, tendo cumprido 13 jogos na II Liga, mas rescindiu ontem com o clube de Matosinhos para assinar pelos algarvios, últimos classificados na I Liga, que só tinham dois guarda-redes disponíveis. O habitual titular, o brasileiro Rafael Defendi, contraiu, num treino realizado há semana e meia, uma fratura no tornozelo (maléolo tibial) esquerdo.

desta forma ter acesso, “de forma 100% gratuita, em farmácias aderentes, a medicamentos sujeitos a receita médica e comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde”, referiu a autarquia da capital do distrito de Faro. “Nesse sentido, a autarquia entendeu ‘alargar’ o protocolo celebrado com a Associação Dignitude, devendo os atendimentos sociais continuar, nos próximos meses, a referenciar candidatos a beneficiários do ‘programa Abem’”, estimou. Os agregados familiares selecionados para acederem a esta medida de “combate às desigualdades” são depois encaminhados para a Associação Dignitude, que procede à emissão dos cartões de beneficiários que permitem o acesso da “população mais carenciada e vulnerável” aos medicamentos gratuitos.

Homicídio à porta de discoteca no Algarve

“Estou muito arrependido do que fiz e nunca atirei para matar ninguém”, declarou António Tavares, de 21 anos, no final da primeira sessão do julgamento que esta terça-feira decorreu no Tribunal de Faro, durante a qual ficaram concluídas as audições a todas as pessoas arroladas como testemunhas. O crime remonta à madrugada de 23 de agosto de 2019, quando Lucas Leote, de 19 anos, que pertencia ao ‘staff’ da discoteca Lick, no Algarve, foi atingido mortalmente com um tiro na cabeça, tendo o suspeito do disparo fugido do local.

DOCUMENTÁRIO ALEMÃO RECOLHE A ESSÊNCIA DO ALGARVE

Bombeiros receberam leitão e bacalhau ao almoço Bombeiros volun-

TRADIÇÕES E CULTURAS O canal alemão SWR apostou em dar a conhecer o Algarve ao seu público e aventurou-se num projeto que levou um ano a ser concluído e resultou num documentário que

explicita a essência do Algarve, as suas tradições e culturas, cujo fio condutor foi o caminho de ferro que encurta distâncias e liga o Algarve de uma ponta a outra. [Ler na P16]

Mais de 200 lugares de estacionamento O Parque de Estacionamento da Cássima, infraestrutura que integra 200 lugares gratuitos na cidade de Loulé, já está em funcionamento

"Localizado junto a serviços públicos, como a Segurança Social, as Piscinas Municipais ou a Escola Secundária, este parque, aberto 24 horas por dia, 7 dias por semana, vem melhorar e incrementar a oferta e condições de estacionamento numa zona

que se encontra a 10 minutos do centro da cidade", afirma a autarquia louletana. A entrada de viaturas e pessoas é efetuada através da Rua A Voz de Loulé, havendo igualmente um acesso pedonal pela Avenida Laginha Serafim.

Distribuição quinzenal nas bancas do Algarve

Tiragem desta edição

6.795 exemplares

POSTAL regressa a

9 de Abril

tários de todas as capitais de distrito do país receberam, esta quinta-feira, um almoço constituído por leitão à Bairrada, bacalhau à rei e pastéis de Tentúgal, em reconhecimento pela dedicação demonstrada em tempos de pandemia. No total, foram oferecidas aos bombeiros mais de duas mil refeições, que começaram a ser confecionadas às 04:00, na Mealhada, e distribuídas a partir das 08:00, de forma a garantir a sua entrega a tempo e horas, de Bragança a Faro. O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, agradeceu esta iniciativa solidária - desenvolvida pelo restaurante Rei dos Leitões, em parceria com a Caxamar - por reconhecer os valores dos "soldados da paz". Para o responsável, este ato representa o "espírito de entreajuda, tão característico do povo português".


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