O VETOR | Segunda Quinzena | Outubro de 2015

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M ixxxxxxx scelanea

Alto Paraíso, 16 a 30 de Outubro de 2015 - R$ 2,00

www.ovetor.com.br/ ovetor@ibest.com.br

Ano VIII - Edição LXXXIX

Igreja

Sexo

Padre gay acusa Vinho x cerveja: Ex-jogador de vôlei setor do Vaticano de qual é o melhor Giba revela fratura ‘sabotar’ reformas para a saúde? no pênis. Conheça as de papa Francisco causas da lesão

8 esclerose MÚlTIPla

Eduarda Assis, presidente da AGEM, relata a realidade e os desafios dos portadores de esclerose múltipla em Goiás A Associação Goiana de Esclerose Múltipla (AGEM) realiza no próximo dia 28 de novembro o VI Seminário Esclarecendo e Divulgando a Doença Esclerose Múltipla, voltado a portadores, estudantes e profissionais da saúde. Página 07

8 Invasão de Terras

Conflito agrário leva insegurança ao nordeste goiano As frequentes invasões de terras em municípios do nordeste goiano tem provocado reações dos produtores rurais, que podem culminar em tragédia. A tensão é tamanha que, em audiência pública na Câmara, um deputado afirmou que “ O Comandante-Geral da PMGO é frouxo e o governador não sabe o que está acontecendo em sua região”. Página 05

8 chaPada dos veadeIros

Seminário reúne 47 pesquisas

Estudos tratam de temas relativos à gestão do parque em Goiás Página 02

8 MeIo aMbIenTe

Índios questionam eficácia de grandes conferências climáticas

8 PolíTIca

Dilma diz que governo não é prisioneiro do ajuste

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arTIgo

CRISE ECONÔMICA > NOVOS JARGÕES

Pedaladas & outras petas Por AlexandruSolomon

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douTrIna esPírITa

AMOR, FORÇA CRIADORA. Poeminha sobre o amor. Página 06

Por Roberto Cury

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arTIgo

Um desabafo por Simolândia Por Rogerio Bruno Correa

Página 03

8 esTado

Sefaz divulga calendário do IPVA para 2016

Página 03

Página 02

A Roda de Diálogos sobre Mudanças Climáticas, parte do Fórum Social Indígena dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI), reuniu no dia 26, em Palmas, lideranças indígenas de vários povos, que questionaram a eficácia de grandes Página 09 conferências sobre clima.

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lITeraTura & dIreITos socIaIs

Página 09

As relações de gênero em I love my husband, de Nélida Piñon Página 10

Por Larissa Cardoso Beltrão


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Brasil

a rtiGo

8 Contratos do Fies Prorrogado para 30 de novembro prazo para renovação

CRISE ECONÔMICA > NOVOS JARGÕES

Pedaladas & outras petas Por AlexandruSolomon

O termo “pedaladas” ganhou popularidade na mídia, a ponto de muita gente, incluindo nosso dinâmico ex-presidente, de acordo com o próprio, não ter uma ideia clara do que se trata. Não se está falando de uma modalidade esportiva, senhores. Pode ter ficado a impressão de que se trata de algo inocente, um meio de manter a forma física. Será? Recapitulando: essa “brincadeira” – para empregar o termo do Joaquim Levy – ocorre quando o governo, para não estourar suas sacrossantas e combalidas contas, atrasa o repasse aos bancos oficiais de um dinheiro que tem destino certo – por exemplo, o pagamento da Bolsa Família. O dinheiro chega aos destinatários, mas provém dos bancos oficiais, que adiantam verbas que “um dia” lhes serão reembolsadas. Portanto, afirmar que as pedaladas tiveram uma finalidade nobre – preservar o emprego e outras mentiras – pode fazer sucesso entre os desavi-

sados e chamar de idiotas aqueles que ainda têm paciência de ouvir as petas planaltinas. Imaginem o caos que se seguiria a um possível atraso desses pagamentos. Docilmente, os bancos oficiais evitam a balbúrdia, adiantando os recursos. Tudo se passa como se, em desacordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, o governo esteja tomando emprestado dessas instituições financeiras. Se fosse apenas o Bolsa Família… Ocorre que o buraco, de acordo com a expressão consagrada, situa-se mais embaixo. O volume pedalado é da ordem de 40 bi. Então, doce leitor(a), foi uma “pendurada de contas”. Tanto é que zerar esse “detalhe” poderá levar algum tempo. Quanto tempo? Depende da vontade de estourar nosso superávit primário em 2015. Um apanágio do governo Outra inverdade que está ganhando corpo de tanto ser repetida é que a atual crise é fruto dos ajus-

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tes, que, a bem da verdade, até hoje não aconteceram. Não aconteceram porque a maior parte está emperrada no Congresso, objeto de negociações. A culpa, segundo os detratores do ministro, não é da farra, o tal de “fazer o diabo” anos a fio, e sim do insensível ministro Levy, o Judas de plantão, que não consegue aprovar as medidas já apresentadas como únicas culpadas “disso que está aí”. Renasce o bordão “Tudo pelo crescimento”, como se esse tão sonhado crescimento fosse fruto apenas da “vontade política” em rota de colisão com perversas fantasias neoliberais. Como se o desejo de crescer fosse apanágio do governo. Crescer requer condições macroeconômicas saudáveis. Ou então, a exemplo do barão de Münchausen, o time do crescimento pretende fazer voar um cavalo puxando-lhe a crina para cima? ** AlexandruSolomon é formado em Engenharia Eletrônica, mestre em Finanças e escritor

8 Chapada dos Veadeiros

Seminário reúne 47 pesquisas

Por Yara Aquino (Agência Brasil)

O Ministério da Educação prorrogou para o dia 30 de novembro o prazo para renovação dos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) do 1° e 2° semestres de 2015. A medida consta de portaria publicada na edição de hoje (30) do Diário Oficial da União. Com o Fies, os estudantes financiam cursos superiores em instituições privadas. A portaria prorroga para a mesma data o prazo para transferência integral de curso ou de instituição de ensino e para solicitação de

dilatação do prazo de utilização do financiamento referentes ao 1º e 2º semestres de 2015. Também fica liberado até 30 de novembro o aditamento de suspensão temporária e encerramento antecipado do prazo de utilização do financiamento, referente ao 2º semestre de 2013, 1º e 2º semestres de 2014 e ao 1º semestre de 2015. A renovação do financiamento e demais operações devem ser feitas por meio do Sistema Informatizado do Fies (SisFies), disponível nos sites www.mec.gov.br e

Estudos tratam dE tEmas rElativos à gEstão do parquE Em goiás Foto:Christiane Catalão

Sandra Tavares

Brasília (23/10/2015) – O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, unidade de conservação (UC) administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Goiás, acaba de realizar, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB Cerrado), a terceira edição do Seminário de Pesquisa. Ao todo, foram apresentados 47 trabalhos, cujos resumos foram compilados em uma publicação distribuída durante o evento. Os estudos foram os mais variados. “Fizemos questão de escolher temas diversificados, que iam desde uso público a atropelamento de fauna, buscando trazer para o debate o que está mais latente na realidade da região do parque”, explicou Carla Guaitanele, chefe da unidade. Para a coordenadora Geral de Pesquisa e Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio, Kátia Torres Ribei-

SeminárioContou com a presença de pesquisadores, estudantes universitários e comunidade local

ro, que participou da abertura do seminário, é imprescindível que as unidades de conservação façam eventos desse gênero tanto para conhecerem as pesquisas quanto debaterem com a comunidade acadêmica os temas de interesse da UC. O seminário teve como tema Pesquisa, Sociedade e a

Gestão de Áreas Protegidas e ocorreu entre os dias 14 a 16, em Alto Paraíso (GO). Contou com a presença de pesquisadores – alguns deles deram palestras –, estudantes universitários e comunidade local. O presidente do ICMBio, Cláudio Maretti, e o analista ambiental do Centro Nacio-

nal de Pesquisa e Conservação do Cerrado (Cecat), Alexandre Sampaio, também, compareceram ao evento e fizeram intervenções. O presidente do ICMBio aproveitou para realizar uma visita técnica no parque e participar de reunião do conselho que discutiu a ampliação do parque. Ele conheceu trilhas que podem ser abertas aos visitantes, outras com acessibilidade, mas ainda não inauguradas, e áreas que podem vir a integrar o parque, caso ele seja ampliado. O seminário de pesquisa científica é realizado desde 2013 e busca aproximar gestores de unidades de conservação, comunidade científica e a sociedade em geral. O evento contribui para a divulgação do conhecimento científico que pode auxiliar nas ações de conservação da biodiversidade na Chapada dos Veadeiros. * ascomchicomendes@icmbio.gov.br

Jor­nal­o­Ve­tor Editado pela empresa Yabumoto e Naborfazan Ltda - CNPJ:­00544909/0001-00. Avenida João Bernardes Rabelo s/n – sobreloja –Setor Paraisinho – CEP 73770-000 - Alto Paraíso – Goiás. E-mail: ovetor@ibest.com.br / www.ovetor.com.br - Ge­ren­cia­do­Si­te­- Sumaya Naborfazan Jor­na­lis­ta­Res­pon­sá­vel Co­lunista­e­Articulista Roberto Cury Roberto Naborfazan robcury@hotmail.com RP 1905/Mtb-GO - (62) 99583103 (naborfazan@gmail.com) Cir­cu­la­ção Goiânia e Região Metropolitana - Nordeste Goiano - Ti­ra­gem 10.000 (dez mil) exemplares

Di­a­gra­ma­ção Paulo Roberto (62)9138-0050 jornal10@gmail.com

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Artigos, cartas, sugestões ou reclamações deverão ser enviados para Rua 8, Qd. 12 Lt. 23, Bairro Cardoso II Aparecidade de Goiânia (GO) CEP: 74934-060 Fone: (62) 81491433


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Politica

16 a 30 de Outubro de 2015

8 Política

Dilma diz que governo não é prisioneiro do ajuste Luana Lourenço*

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, representou na quinta-feira (29) a presidenta Dilma Rousseff na cerimônia de lançamento do projeto de expansão da fábrica da Fibria Celulose, em Mato Grosso do Sul, e leu um discurso com críticas aos “pessimistas” e defesa das medidas de ajuste fiscal do governo. A presidenta cancelou a viagem por causa do estado de saúde da mãe, Dilma Jane Rousseff, de 92 anos. No discurso lido pela ministra, Dilma afirma que o governo não está parado, que continua atraindo investimentos e não é “prisioneiro” das medidas de

ajuste. “Estamos trabalhando intensamente para realizar os ajustes necessários para o estabelecimento de uma situação fiscal mais robusta e a redução da inflação. Não estamos, no entanto, prisioneiros da agenda de ajuste, ao contrário, temos uma agenda consistente de estímulo ao investimento.” O recado de Dilma foi dado um dia depois de o PMDB divulgar um documento com duras críticas à política econômica do governo. Em um trecho, o texto peemedebista diz que o ajuste fiscal não pode ser “um objetivo por si mesmo” e que corre o risco de ser “uma proclamação vazia”, se não levar a um crescimento da economia.

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, representou a presidenta Dilma Rousseff na cerimônia de lançamento do projeto de expansão da fábrica da Fibria Celulose, em Mato Grosso do Sul

FHC sugere à presidente Dilma renunciar em troca do ajuste fiscal Há pelo menos dois meses, FHC tem deFendido publiCamente a renúnCia

Em entrevista na manhã da sexta-feira (30/10), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que a presidente Dilma Rousseff teria como melhor alternativa para a crise política propor um pacto pelo qual aceitaria renunciar ao mandato mediante a aprovação de reformas que dificilmente o Congresso e os partidos aceitariam fazer por conta própria, como melhorar os sistemas partidário-eleitoral e o previdenciário. "Ou ela assume e chama o País às falas, apresenta um caminho crível para o País e recupera a força para poder governar, ou então ela, pelo menos, deixa uma marca forte: 'Eu saio se vocês aprovarem tal e tal coisa", afirmou o ex-presidente tucano, em entrevista à Rádio Gaúcha, do Grupo RBS. "Como a presidente está em uma situação tão delicada, tão difícil, de tão baixa popularidade e, ao mesmo tempo, com tanta dificuldade de aprovar qualquer coisa no Congresso, o que seria com grandeza? 'Olha aqui, vocês querem que eu saia? Eu saio, mas vocês primeiro me deem tais e tais reformas, para criar um clima mais positivo'", afirmou FHC. Para o tucano, as prioridades dessa agenda deveriam ser as

Wilson Dias/Agência Brasil

FHC se mostrou cético em relação à situação de Dilma Rousseff

regras das disputas eleitorais e o sistema público de pagamento de pensões e aposentadorias. "Muda a reforma eleitoral, porque esse sistema está fracassado. Mexe a Previdência, porque se não vai falir. Exige umas tantas coisas que sejam anseios nacionais e (diz:) 'Se fizerem isso, eu caio fora'. Um gesto e, se fizer isso, nem cai fora, porque ganha (força política)." Há pelo menos dois meses, FHC tem defendido publicamente a renúncia como um "gesto de grandeza" para Dilma. Logo após as manifestações contra o governo e o PT de 16 de

agosto, o ex-presidente publicou em seu perfil no Facebook: "Se a própria presidente não for capaz do gesto de grandeza - renúncia ou a voz franca de que errou, e sabe apontar os caminhos da recuperação nacional -, assistiremos à desarticulação crescente do governo e do Congresso, a golpes de Lava Jato. Até que algum líder com força moral diga, como o fez Ulysses Guimarães, com a Constituição na mão, ao Collor: você pensa que é presidente, mas já não é mais". Na entrevista desta sexta-feira, motivada pelo lançamento

do primeiro de quatro volumes da série de livros Diários da Presidência, em que relata o dia a dia no Palácio do Planalto, FHC se mostrou cético em relação à situação de Dilma. "Do jeito que está, ela pode até ficar (até o fim do mandato), mas vai empurrar o tempo com o barriga sem conseguir resultados satisfatórios", avaliou. Por isso, segundo o tucano, a renúncia seria o "menos custoso" ao País. "Impeachment é um processo longo. É um debate que paralisa o País. Uma decisão do Tribunal (Superior) Eleitoral que anule a eleição provoca também uma grande confusão, eleição de novo", afirmou FHC, seguindo caminho diferente do defendido pela maioria do PSDB, que encampa um pedido de afastamento da presidente e contesta a campanha à reeleição de Dilma no TSE. "Tudo isso é muito fácil de falar, mas quem conhece o processo histórico sabe que tem um custo para o país muito elevado." Ao comparar, na semana passada, as dificuldades de seu governo com o PT na oposição às enfrentadas por Dilma, FHC disse ao jornal O Estado de S.Paulo que os tucanos não deveriam agir como os petistas fizeram no passado.

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No discurso, Dilma criticou os “pessimistas” e disse que a expansão da fábrica é um exemplo de que os empresários estão confiantes da recuperação da economia do país. “Nenhum empresário investe se não tiver confiança de que obteremos retorno dos investimentos realizados. Em um momento de ajuste e de transição como o que vivemos atualmente, a expansão da fábrica da Fibria torna-se ainda mais relevante, mostra que nossos empresários não se deixam levar por avaliações conjunturais pessimistas e não paralisam suas obras”, avaliou. Segundo a presidenta, o governo não está parado e tem tomado medidas para garantir in-

vestimentos em infraestrutura e aumento das exportações, por exemplo. No discurso lido pela ministra, Dilma também defende o papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no financiamento de grandes projetos. “O BNDES tem papel decisivo na viabilização de investimentos privados de longo prazo. E o debate sobre as ações e os projetos que o banco apoia deve ocorrer com transparência e sem preconceitos ideológicos.” A presidenta passou o dia no Palácio da Alvorada com a mãe, sem compromissos oficiais. **Repórter da Agência Brasil(Edição: Nádia Franco)

Sefaz divulga calendário do IPVA para 2016

O cronograma de pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para 2016 foi divulgado na quinta-feira (29/10) com alterações em relação a este ano. O desconto de 50% do IPVA para proprietários de veículos com motor 1.0 ou motos de até 125 cilindradas, que cumpram os requisitos legais, permanecerá. O benefício será cumulativo com o abatimento de 5%, concedido a todos os contribuintes que estão inscritos no programa Nota Fiscal Goiana. A Instrução Normativa nº 1339/2015, publicada no Diário Oficial do Estado, trouxe as seguintes mudanças no calendário do IPVA para 2016: para os veículos com placa finais 1 e 2, o prazo para quitação do imposto será até março; no caso de placas final 3, 4, 5 e 6, o vencimento será em abril; já para as placas final 7, 8, 9 e 0, o limite de pagamento será maio. A nova tabela pode ser acessada no site da Sefaz. A antecipação da data de pagamento do imposto sobre veículos faz parte do conjunto de esforços para contenção dos efei-

tos da crise econômica que atinge todos os entes federados. A maioria dos Estados no País já divulgou a antecipação do calendário; Goiás, que espera arrecadar R$ 1,1 bilhão de IPVA no próximo ano, foi um dos últimos a tomar essa medida. Descontos: Na contramão do que vem ocorrendo em vários Estados, o Governo manterá o benefício sobre o IPVA. Estão aptos ao desconto de 50% os proprietários que não estejam inadimplentes, não tenham recebido multas de trânsito ou se envolvido em acidentes nos últimos 12 meses. O governo priorizou a manutenção do benefício por ser uma forma de reconhecimento do bom motorista, além de contribuir para diminuição dos acidentes e mortes no trânsito. O contribuinte que está cadastrado no site do programa Nota Fiscal Goiana tem direito, automaticamente, ao desconto de 5% no IPVA para o próximo ano. Quem deseja se inscrever no programa, deve acessar o site www.nfgoiana.sefaz.go.gov.br. Fonte:Comunicação Setorial Sefaz


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regionAl

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8 CAmpos Belos

8 Artesãos

neto do ex-prefeito fernAndo terrA, o jovem AdvogAdo contA com respAldo de importAntes liderAnçAs pArA enfrentAr o embAte eleitorAl de 2016.

Regulamentação de atividade deve beneficiar cerca de 10 milhões

Eduardo Terra é o nome do PMDB para a sucessão Roberto Naborfazan

O tabuleiro político já começa a ter suas pedras movimentadas em direção a campanha eleitoral de 2016 Brasil afora. Pré-candidatos a vereadores e prefeitos articulam suas candidaturas e buscam fortalecimento junto as liderançasde seus municípios. Em Campos Belos de Goiás alguns nomes já foram colocados a disposição de seus partidos para a disputa ao cargo de prefeito municipal. Pelo PMDB, o jovem advogado Eduardo Terra sai na frente e já recebe apoio de nomes de peso da politica regional, estadual e nacional. Neto do ex-prefeito Fernando Terra, um dos pioneiros do partido no município, Eduardo surge com alternativa para a renovação de nomes e ideias administrativas, aglutinando em torno de sua pré-candidatura tanto a comunidade jovem e sedenta de mudanças, quanto políticos experientes como o ex-prefeito Neudivaldo Sardinha, deputado estadual José Nelto e deputado federal Pedro Chaves. Apesar da origem familiar ser toda peemedebista, Eduardo Terra deu seus primeiros passos políticos no PPL (Partido Pátria Livre), já buscando uma liberdade de renovação, coisa que, na

A legislAção define como ArtesãotodA pessoA que desempenhA AtividAdes profissionAis de formA individuAl, AssociAdA ou cooperAtivAdA, com predomínio mAnuAl, podendo contAr com o Auxílio de ferrAmentAs e outros equipAmentos

Eduardo Terra com a filha Maria Eduarda e o avós, Maria Vaz Terra e Fernando Terra

época, não vislumbrava no PMDB. Em seguida, já com um grupo mais coeso, foi para o PRB (Partido Republicano Brasileiro) onde obteve apoio e liberdade para “costurar” alianças, culminando em sua filiação ao PMDB, berço politico de quase toda a família Terra. Nomes fortes da política de Campos Belos como Hélio Cruz, vereador Juranda e Toninho da Ótica, entre outros peemedebistas históricos, integram a base de apoio a pré-candidatura de Eduardo Terra. Presidentes de outras siglas como Tomás de Aquino, do

PRTB, Gilson da Silva, do PRB e Marcilio, do Democratas, já hipotecaram apoio ao nome de jovem advogado. “Nossa busca é unir a oposição em Campos Belos e mostrar a nossa população que existe novos modelos de gestão, de relacionamento entre os gestores e o povo. Nosso foco é trazer ferramentas administrativas modernas que possam facilitar a vida dos moradores de Campos Belos. Atendo ao chamado de meu avô, Fernando Terra, e o respaldo de inúmeros companheiros para encarar, de forma destemida, a esse desafio”. Afirma. Eduardo Terra é filho de Leu-

zinete Pereira (Leuzinha) e Eduardo Terra, formado em direito, com especialização em processo civil. É um dos responsáveis pelas mudanças na cadeia pública municipal, eliminando fugas e reestruturando as instalações do prédio. È também o principal responsável pela chegada da Faculdade Terra ao município. Defensor dos valores familiares, Eduardo Terra tem em seus Avós, pais, irmãos, tios, primos e, principalmente, na filha, Maria Eduarda, os exemplos de que, com união e respeito mútuo, é possível alcançar o sucesso.

8 são João D’AliAnçA

Sargento Elias se aposenta nos quadros na PMGO Há quase quatro anos no comando do 2º Pelotão Operacional da Polícia Militar em São João D’Aliança, Elias Alves de Souza, popularmente conhecido como “Sargento Elias”, iniciou os trâmites para sua merecida aposentadoria. Papelada encaminha, até dezembro próximo o valoroso policial já deverá estar calçando suas sandálias de descanso. Incluído nos quadros da corporação em março de 1986 está atualmente com 29 anos e seis meses de serviços prestados a PMGO. Em São João D’Aliança, Sargento Elias iniciou seus trabalhos buscando a aproximação da comunidade com a Polícia, estabelecendo assim uma relação mútua de confiança. Com essa finalidade o militar idealizou o Arraial da Polícia Militar, festa que ocorre nos meados de junho. Em 2015 já na sua terceira edição, uma grande festa com estrutura dos grandes shows trouxe para a cidade a banda “Os Feras do Baile”, entrada franca, organização e um show de qualidade, resultado: Aprovação total! Segundo alguns co-

Sargento Elias Alves se aposenta na PMGO e passa a se dedicar ao jornalismo comunitário em São João D’Aliança

mentários da comunidade, uma festa para ficar na história de São João D’Aliança. Quatro prefeitos presentes, dois desembargadores, um promotor de justiça e outros oficiais, além de muitas outras autoridades. Mas, para o sargento Elias, a presença mais importante é a do povo da cidade e da região, que compareceu em grande número Nas ações de segurança pública o sargento Elias tem se destacado na forma em que ele e sua equipe desempenham as funções atinentes a profissão.

Basta salientar que São João D’Aliança foi o município do nordeste goiano com maior redução de furtos a residência e número de homicídios, foi o município que mais cumpriu mandados de prisão no nordeste do Estado e foi o terceiro colocado em quantidade de drogas apreendidas na região. Sargento Elias faz questão de ressaltar que tudo isso se deve ao desempenho de sua equipe de trabalho: Sargento Gebrim, Cabo Nilton, Cabo Xavier, Cabo J. Gomes, Cabo Fernando, Cabo Spindola,

Soldado Maiko, Soldado Gomes Rocha e soldado Wilton, além do imprescindível apoio e respaldo de seu comandante Major Belelli. Além de muito conhecido por sua competência no trabalho,Sargento Elias interage com o cidadão contribuinte pelas redes sociais, dando voz ao povo, ouvindo suas reivindicaçõese dando ciência a comunidade do trabalho pealizado pela PM na região. No Facebook, a página onde posta diariamente notícias policiais ou de interesse comum da região, mais de 5.000 seguidores o acompanham, Pessoas da região, principalmente de São João D’Aliança e que residem em outros estados e até outros países, ficam sabendo dos fatos, quase que em momento real, através das postagens realizadas pelo sargento. Sua aposentadoria deixará um vácuo na questão de segurança pública, todavia como afirma o sargento Elias, ele se dedicará a impressa escrita, uma de suas paixões e também no rádio, onde possui um programa semanal na Rádio Rural FM.

Cerca de 10 milhões de artesãos brasileiros foram reconhecidos como trabalhadores profissionais com a sanção este mês da Lei nº 13.180/2015 Agência Brasil

Cerca de 10 milhões de artesãos brasileiros foram reconhecidos como trabalhadores profissionais com a sanção este mês da Lei nº 13.180/2015. O texto estabelece diretrizes para as políticas públicas de fomento à profissão, institui a carteira profissional para a categoria e autoriza o Poder Executivo a dar apoio profissional aos artesãos. A legislação define como artesão toda pessoa que desempenha atividades profissionais de forma individual, associada ou cooperativada, com predomínio manual, podendo contar com o auxílio de ferramentas e outros equipamentos. Entre as diretrizes estão a valorização da identidade e cultura nacionais, a destinação de linha de crédito especial para o financiamento da comercialização da produção artesanal e para a aquisição de matéria-prima e de equipamentos, além de qualificação permanente, apoio comercial e certificação da qualidade do artesanato. A Carteira Nacional do Artesão, prevista na lei, será válida em todo o território nacional e só será renovada com a comprovação das contribuições sociais para a Previdência Social. A lei prevê também a criação da Escola Técnica Federal do Artesanato. Crédito Para Sônia Quintella, presidente da Artesol, a regulamentação no âmbito federal é fundamental. A Artesol é uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) que beneficia artesãs e artesãos de baixa renda. Segundo ela, antes era necessário se formalizar como Microempreendedor Individual (MEI) para obter

vantagens, como financiamentos, o que, para ela, facilita pouco a vida do artesão que, na maioria das situações, tem a atividade como complemento de renda. “Agora, ele vai ter acesso a uma linha de crédito específica que antes ele tirava como pescador ou produtor rural.” Visibilidade Para Fani Pereira, que trabalha há 12 anos na Feira de Artesanato da Torre, em Brasília, a aprovação vai dar mais visibilidade à categoria em relação às reivindicações. “Antes só tinha voz quem era microempreendedor individual”, diz. José Souza, que trabalha há 45 na Torre, acredita na obtenção de benefícios como a aposentadoria, com a nova lei. Francisco Pereira, de quase 80 anos, espera que a lei seja realmente efetivada na prática. “Todos estamos esperando isso, vamos ver se vai acontecer”, disse. Quem frequenta o local, como o assistente administrativo Manoel de Souza, também aprova a regulamentação. Morador de Brasília, ele acredita que agora vai haver mais empenho da parte dos artesãos, em contrapartida ao que governo está oferecendo. A turista Ângela Quintanilha, do Rio de Janeiro, concorda. “Eles não tem estabilidade, não tem segurança e é uma forma de valorizar uma profissão de criatividade.” Segundo o Ministério do Trabalho, o artesanato é uma atividade muito importante para a economia e a cultura do país e a lei vai permitir a formulação de um conjunto de políticas públicas para esses trabalhadores, ao incentivar a qualificação e a gestão profissional das atividades dessa categoria.


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agricultura

16 a 30 de Outubro de 2015

8 invasão de terras

Conflito agrário leva insegurança ao nordeste goiano As frequentes invAsões de terrAs em municípios do nordeste goiAno tem provocAdo reAções dos produtores rurAis, que podem culminAr em trAgédiA.A tensão é tAmAnhA que, em AudiênciA públicA nA câmArA, um deputAdo Afirmou que “ o comAndAnte-gerAl dA pmgo é frouxo e o governAdor não sAbe o que está Acontecendo em suA região”.

Fazenda Cerrado – Acampamento Nelson Mandela - Imagem inicial da ocupação em dezembro de 2014, atualmente toda extensão visível nessa imagem está ocupada por barracas.

Roberto Naborfazan* As comunidades da região da Chapada dos Veadeiros têm, há vários anos, acompanhado os fortes debates e conflitos entre produtores rurais e ambientalistas, sempre focados nas questões do desmatamento ilegal, assoreamento dos rios, plantio de transgênicos, uso de agrotóxico e temas pertinentes ao meio ambiente, como a ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Dentro dos acordos possíveis, os dois lados se entendem e vão dialogando, sempre buscando o melhor consenso. Nos últimos anos, no entanto, um novo flanco, explosivo e destrutivo onde chega, tem perturbado o sono do cidadão comum e gerado desconforto no meio rural, policial e politico; a invasão na região de um enorme contingente dos chamados “Sem Terras”, comandados por José Rainha Júnior e liderados por seu braço direito em Goiás, Hugo Daniel Maciel Zaidan, na chamada FNL – Frente Nacional de Luta. A FNL – Frente Nacional de Luta é um grupo dissidente do MST e está presente em cinco estados brasileiros - São Paulo, Bahia, Minas Gerais e em Goiás, atualmente possui aproximadamente 18 mil pessoas filiadas. Muitos temem, até pela origem de vários integrantes da FNL, que a região da Chapada dos Veadeiros se torne um novo Pontal do Paranapanema, localizado no extremo oeste do estado de São Paulo. Mas o Pontal é uma região em que praticamente não existem propriedades rurais privadas, sendo a quase totalidade das terras de propriedade do Estado brasileiro, as chamadas terras devolutas, e os conflitos se deram com mais violência entre os grande grileiros e grupos que pediam as terras para a reforma agrária. Os litígios, quase sempre, eram entre invasores antigos, recentes e grileiros. Na região da Chapada estão sendo invadidas propriedades produtivas, de forma a coagir os poderes a desapropriar na marra terras que tem donos, mesmo que alguns estejam bloqueados pela justiça. Por enquanto, o clima está mais acirrado no município de São João D’Aliança, que abriga

quando será tomada decisão definitiva pelo comando geral da PMGO.

nove assentamentos do INCRA, e teve seu primeiro sinal de alerta com a invasão da fazenda Cerrado, pertencente ao Espólio de Abib Miguel, ex-diretor da Assembleia Legislativa do Paraná, que teve os bens bloqueados pela justiça do Estado do Paraná, sob acusação de lavagem de dinheiro. A propriedade foi ocupada em dezembro de 2014, mesmo de posse de um “interdito proibitório”, ali estão 873 famílias, no total de 1.800 pessoas. Barril de pólvora O estopim de uma bomba que ainda pode causar muitos danos, se não for apagada com força e coerência pelos governos estadual e federal, com respaldo da justiça, foi a invasão da Fazenda Isabel, no dia 06 de junho deste ano. Aproximadamente 250 integrantes da FNL participaram da invasão. Em alerta por outras invasões na região, os produtores se reuniram e comunicaram o clima ao Policiamento Militar da 14ª CIPM , comandada na região pelo Major Carlos Eduardo Belelli, que rumou para o local com seu contingente de dezoito policiais e oito viaturas. Segundo relato de um dos produtores rurais presentes, os Policiais Militares foram recebidos e cercados na porteira da fazenda por mais de 200 pessoas armadas com facas, foice, facões e porretes. “Não fosse a postura firme e destemida do Major Belleli e seus comandados, só Deus sabe a carnificina que aquilo iria se tornar” diz o produtor que pediu anonimato. Ato continuo, cerca de 200 produtores rurais da região surgiram com máquinas agrícolas, tratores, colhedeiras, caminhões e seus veículos particulares, bloqueando assim o acesso a fazenda. A presença da Policia Militar e contatos com o ouvidor agrário nacional de Goiás e Distrito Federal, Gercino José da Silva, por telefone, possibilitou diálogo com Hugo Zaidan e seus advogados, evitando um desastroso confronto entre as partes. Ataques verbais em audiência Buscando respaldo para suas ações, a Frente Nacional de Luta, através de Hugo Zaidan, propôs uma audiência pública, que aconteceu no dia 20 de agosto,

Integrantes da FNL bloqueiam acesso a Fazenda Isabel, em São João D’Aliança. Clima ficou tenso com a PM de Goiás e culminou em punição ao comandante da 14ª CIPM

no Ginásio de Esportes da cidade de São João D'Aliança. Presentes mais de quinhentos integrantes do movimento, caracterizados com camisetas e bonés vermelhos com logomarcas da CUT e FNL, em sua maioria, entre outras bandeiras de movimentos, aproximadamente cem produtores rurais e várias autoridades, entre elas o ouvidor agrário Gercino José da Silva , chefe do estado maior da PMGO Coronel Victor Dragalzew, Tenente Coronel Henrikson, Comandante do 11º CRPM, Tenente Coronel Costa, Comandante da 14ª CIPM, Major Carlos Eduardo Belelli, vice-prefeito de São João D’Aliança, Ielson Antônio Szervinsk , vereadores Celino do Projeto e Neuton, delegado Cristiomário , representantes da OAB, FAEG, INCRA, MDA e outras entidades de classe. O líder regional da FNL, Hugo Zaidan, enfatizou em seu discurso, que as ações da PMGO e dos agricultores locais foram "desrespeitosas" em relação aos direitos humanos e destacou a desocupação sem ordem judicial pela PMGO da Fazenda Isabel. Hugo disse ainda que sofre ameaças de morte constantemente e que sua família se mudou para outra cidade, tendo em vista o estado de temeridade que estavam passando. Se dirigindo ao pequeno grupo de produtores rurais presentes, Hugo Zaidan afirmou “ Não sou inimigo de ninguém, o que nós da FNL queremos no momento é a ocupação das terras pertencentes ao espólio de Abib Miguel”. As terras a que se refere o líder do movimento se encontram

bloqueadas pela justiça do Estado do Paraná, sendo elas: Fazenda Isabel, Santa Isabel, Polônia e Cerrado. Já o comandante da 14ª CIPM, major Belelli, em seu discurso, enfatizou, mediante a leitura das leis pertinentes a legalidade das ações da Polícia Militar, especialmente da tropa sob meu comando, afirmando ainda que todo cidadão, proprietário de qualquer tipo de imóvel tem o direito, sim, de defender o seu patrimônio. Nesse trecho de sua fala, foi interrompido abruptamente pelo ouvidor agrário nacional, Gercino José da Silva, que, mostrando parcialidade, defendeu efusivamente as ações da FNL, fugindo a missão de seu cargo, que é de ouvir as partes, aclarar dúvidas e promover a conciliação. “O major Belelli tem problemas (sic), vou solicitar ao governador do estado sua imediata transferência” Bradou o ouvidor. Sua intervenção entusiasmou o grande número de integrantes do movimento presentes, que passou a hostilizar e vaiar o comandante militar, o que provocou constrangimento do oficial diante de seus comandados e da parcela da comunidade presente. O desembargador aposentado e hora ouvidor agrário tem mesmo sua influência, pois conseguiu autorização de transferência do major Belelli, só não concretizada por causa de uma forte mobilização de moradores e lideranças politicas e da sociedade organizada dos municípios da região, que foi transformada em um afastamento de suas funções por um período de dez dias, e permanência no comando da 14ª CIPM até o final deste ano,

Audiência na Câmara dos deputados A movimentação da FNL na região da Chapada dos Veadeiros e um iminente confronto com produtores rurais tem levado inquietação e sensação de insegurança aos moradores dos municípios de São João D’Aliança, Alto Paraíso e Teresina de Goiás. Diante da situação, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos deputados promoveu, no dia 20 deste mês, audiência pública, proposta pelos deputados Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Valdir Colatto (PMDB-SC) e presidida pelo deputado Roberto Balestra (PP-GO). Segundo reportagem da agência Câmara Notícias, a polêmica girou em torno do direito à propriedade dos donos das terras e o direito dos produtores rurais que não são proprietários. “Diante da gravidade das possíveis consequências deste problema tão recorrente no Brasil, é de fundamental importância o esclarecimento à sociedade dos fatos e das circunstâncias em que tais invasões vêm acontecendo”, justificam os deputados. Segundo o representante da Associação Brasileira de Produtores de Grãos, Francisco Martins Neto, as invasões têm acontecido desde o final do ano passado em propriedades nos municípios de São João D’Aliança, Água Fria de Goiás, Alto Paraíso, Niquelândia e Planaltina de Goiás. Para o deputado Luis Carlos Heinze, um dos autores do pedido para a realização do debate, o maior problema não é a falta de terras, mas de condições para produzir. “Ali em São João D’Aliança, grande parte dos próprios assentados não tem água nem luz, não tem as mínimas condições de produzir. O problema então não é terra, é prover aquelas famílias de condições para produzir. Por que invadir mais propriedade e querer mais terra?” Ainda segundo a reportagem da agência, O deputado Roberto Balestra (PP-GO), que presidiu a audiência, afirmou que pretende

promover um debate no município de São João da Aliança, para continuar a discussão do assunto. Mas a grande polêmica dessa audiência ficou por conta das afirmações do deputado Alberto Fraga (DEM-DF) ao se dirigir ao ouvidor agrário nacional de Goiás e Distrito Federal Gercino José da Silva “ Os produtores rurais onde as terras estão sendo invadidas e quem mora por lá não conseguem dormir sossegados por que os invasores contam com seu apoio. O senhor, em minha opinião, não tem condições de fazer parte como ouvidor, porque tem que ser alguém imparcial e o senhor é parcial. O senhor disse que iria tirar o major Belelli de lá e tirou, tirou porque o comandante-geral é frouxo e o governador não sabe o que está acontecendo na região dele.” (Clique aqui http://www.ovetor.com.br/portal/deputadofraga/e veja o vídeo). O ouvidor Gercino Silva disse, entre outras palavras em sua defesa, que respeita as diretrizes do governo federal a respeito de processos de reintegração de posse. Procurada, a assessoria de imprensa da governadoria disse que não iria se manifestar, por enquanto, por ser uma questão de segurança regional, e que a Policia Militar tem autonomia para responder sobre essas questões. Procurada por nossa reportagem, a assessoria de imprensa do comando-geral da Policia Militar solicitou E-mail com os questionamentos, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta foi dada. A reportagem tentou contato com um advogado, que seria representante jurídico da FNL, através do celular 62 9694xx01, mas as ligações não foram completadas. Com rumores da chegada de um forte contingente de força militar na região para os próximos dias, visando a reintegração de posse das terras invadidas, a população da região vive dias de tensão e medo, mas ao mesmo tempo de esperança que as autoridades encontrem caminhos para acabar de vez com o grave conflito agrário que aflige seus municípios.**Colaborou: Elias Alves de Souza


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Cultura e religião

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D o u ­t r I ­N A ­e S P­ Í ­r I t A Fa­le­Co­no­nos­co:­rob­cury@hot­mail.com Vi­s i­t e­nos­s o­blog­de­ar­t i­g os­es­p í­r i­t as:­www.ro­b er­t o­c ury.blog­s pot.com

AMOR, FORÇA CRIADORA Hoje inicio este trabalho contando uma pequena e significativa história que extraí do site Momento Espírita, publicado na internet. “Um professor de sociologia mandou seus alunos aos bairros pobres da cidade de Baltimore, Estados Unidos, para realizar estudos de casos individuais de 200 garotos, fazendo uma avaliação do futuro de cada um deles.Em todos os casos os estudantes fizeram a seguinte avaliação: "ele não tem a menor chance". Passados 25 anos, outro professor de Sociologia dedicou-se ao estudo realizado. Pediu que seus alunos efetuassem novos estudos para verificar o que havia acontecido com aqueles garotos pobres. Os estudantes descobriram então que, com exceção de 20 meninos que haviam se mudado ou morrido, 176 entre os 180 restantes, tinham alcançado sucesso fora do comum como advogados, médicos e homens de negócio. O professor ficou surpreso e decidiu ir mais além na pesquisa. Felizmente todos os garotos, que agora já eram homens, moravam na cidade. Assim ele teve condições de perguntar a cada um deles, a que atribuíam o seu sucesso. Em cada caso a resposta era sempre a mesma: "houve uma professora..." E a resposta era acompanhada de um sincero sentimento de gratidão. Como a professora ainda estava viva, resolveu procurá-la e perguntar que fórmula mágica ela havia usado para impulsionar aqueles garotos à conquista das profissões que tanto almejavam, superando os obstáculos impostos pela condição social. A idosa, mas ainda lúcida senhora, com brilho nos olhos e nos lábios um sorriso gentil, respondeu: "É realmente muito simples. Eu amava aqueles garotos".” As duas pesquisas comprovam o fato que se buscou: se o amor era ou não a causa do sucesso ou do fracasso daqueles meninos. O amor, sentimento muitas vezes contestado pelos homens, confunde-se com o “gostar de” ou com os ciúmes ou, ainda, com a violência de que se valem os mais fortes, geralmente os homens, para imporem as suas vontades sobre o ser mais fraco, geralmente a mulher, como soberania, falsa é verdade, tentando conectarem a agressividade como prova de amor. Há muita gente que usa a expressão: “quem ama, cuida”, só que os “cuidados” são a pancadaria ou as agressões ciumentas, ambas destrutivas do sentimento puro que é o amor. O amor é um sentimento inato que nos acompanha desde que Deus nos criou inoculando, em nosso ser, a centelha do Amor Divino. Entretanto, não basta a absorção da centelha, é preciso que desenvolvamos o Amor que nos foi dado pelo Criador. A bondade revela o desenvolvimento deste sentimento puro e maravilhoso, mas ela é adquirida gradativamente com o passar dos tempos e das experiências e vem sempre aumentada quando o ser abrevia, pelo decurso do tempo, instruindo-se. Foi assim que o Cristo de Deus nos descortinou a porta da salvação: - Amai-vos e instruí-vos. Maroisa F. Pellegrini Baio, in “A necessidade do Amor e da instrução”, interessante artigo insculpido na Revista Internacional de Espiritismo, Ano XC, nº 9, outubro de 2015, ensina: “(...) bondade sem conhecimento é como um poço que mata a sede do viajante, mas não tem poder para lhe ensinar o caminho certo; a inteligência sem o amor assemelha-se a um poste no qual se pendura um aviso, informando ao viajante o rumo a seguir, sem auxiliá-lo, no entanto, a matar a própria sede.” O amor da professora fez com que desaparecessem as barreiras das condições sociais, instalando a confiança, o respeito e o gosto pelos estudos e pelo sucesso profissional, mas, principalmente despertando a força criadora em cada um daqueles meninos que irromperam cidadãos vencedores e bem sucedidos em contraste com a

ro­ber­to­cury

tivos desceram às arenas, sacrificando as próprias vidas para não abjurar o Sublime Amigo. Foi por amor que muitos apóstolos enfrentaram a fúria dos homens, com bravura e coragem, para levar a boa nova aos corações sedentos de paz. Em nome do amor, muitos anônimos como a professora de Baltimore, se entregam aos semelhantes fomentando a esperança e demonstrando, pelos próprios atos, que vale a pena investir na vida, e, sobretudo, no amor.” Sejamos eternos aprendizes buscando incessantemente o conhecimento através do estudo, para que assim venhamos proceder como Francisco de Assis, o apóstolo do amor infinito, e roguemos: Senhor, permita-nos amar, antes de ser amado, pois que o amor é a maior força criadora à disposição da humanidade. desalmada miséria da sua infância. É comum a expressão: “O Amor constrói”. Eu diria que não apenas constrói, mas, também solidifica, fortalece o ânimo e disponibiliza o sucesso nas realizações quando o ser se propõe trabalhar com disposição e alegria em busca dos seus objetivos, pois só quem ama luta para conquistar o bem pretendido. Abusivamente diria que só ama quem se instrui, quem busca o conhecimento, pois que o amor é sentimento profundo pela sua origem divina e não pode jamais ser confundido com o amor dos enamorados, ou com o amor que se decanta em prosa e versos num ritmo e em rimas harmoniosos que encantam os ouvidos, embevecem as mentes apaixonadas, mas, que foge e desaparece assim que alguma contrariedade surge no horizonte dos amantes carnais. O conhecimento ilustra, dignifica e faz crescer de forma inusitada o sentimento puro do Amor. Mas, não se trata aqui do conhecimento adquirido nos bancos escolares, do nível da pré-escola ao superior, do mestrado ou do doutorado, mas, daquele que instrui sobre a moralidade, da sublime conquista de uma sabedoria que permita enxergar a vida com olhos da compreensão, do entendimento, dos próprios defeitos e da busca incessante do bem em todas as relações consigo mesmo ou com o próximo. O conhecimento das leis e das questões materiais, tão importantes estas para a vida de relação, deve dividir espaço com o conhecimento das leis espirituais que realmente regem o mundo e, também, as relações vivenciadas pelo ser humano que, diante disso toma consciência da necessidade da reforma íntima, condição indispensável e mesmo única para a evolução espiritual. Entretanto, não basta adquirir o conhecimento moral. É preciso aplica-lo na encarnação, transformando-o em bondade, em auxílio ao próximo. Mais uma vez Maroisa nos adverte: “Todos nós temos necessidade de portar o conhecimento e a bondade, se quisermos auxiliar, com segurança, nossos irmãos em dificuldades, com os quais certamente cruzaremos pelos caminhos da vida!” A vida sempre nos oferece oportunidades incontáveis para despertarmos a bondade em nosso coração colocando-nos sempre diante de irmãos necessitados ora do alimento material que nutre o corpo faminto, ora do alimento espiritual que fortifica a alma entristecida e solitária. Sempre o amor a enlaçar-nos aos nossos semelhantes sofredores, desamados, desamparados, abandonados. E se nos envolvemos no amor ao próximo, independentemente de quem seja esse próximo, necessitamos lembrar- nos dos versos de Gibran Khalil Gibran, em O Profeta: “Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos, sejam estes vossos desejos: de vos diluirdes no amor e serdes como um riacho que canta sua melodia para a noite; de acordardes na aurora com o coração alado e agradecerdes por um novo dia de amor; de descansardes ao meio-dia, e meditardes sobre o êxtase do amor; de voltardes para casa à noite com gratidão; e de adormecerdes com uma prece no coração, e nos lábios uma canção de bem-aventurança. ”

Estes versos tão significativos são imprescindíveis para nos lembrar que cada um de nós deve se desvestir de todo orgulho e de todo egoísmo para amar verdadeiramente e isto não é fácil. Somente começaremos a amar quando nos desprendermos de nós mesmos e nos diluirmos no sentimento de todos. Novamente o Momento Espírita nos traz o reforço da mensagem inicial: “Como se pode perceber, não há barreiras capazes de deter a força do amor verdadeiro.O amor é de essência divina, é força criadora. Onde quer que esse sentimento sublime se faça presente espalha luz e bênçãos renovadoras. Quando o amor se manifesta, dissemina luz onde as trevas teimam em permanecer. Quem ama vence as dificuldades e supera os próprios limites, contagiando com a sua ação tantos quantos dele se acerquem. Em nome do amor, Jesus suportou a cruz infamante para legar à humanidade Sua inconfundível Doutrina. Contagiados pelo Seu amor, os cristãos primi-

POeMInhA sObRe O AMOR. O poeta não é o verso, nem prosista ao inverso, o poeta é o amor transcendente, qual ribombar da alegria, porque sua poesia, é aquela que extasia no coração de toda gente! O poeta não se pertence, é de cada um que nele sente, o amor que transitaem cada vaso capilar, veia ou artéria, estrugindo o sangue quente, da paixão que habita, o corpo, nosso lar... Mas, o amor não é só paixão, nem só esfregação... O amor vem compartir, o espírito, a alma, num misto de paz e alegria, acabar co´a danação, vivendo a vida a sorrir! E sorrir é ser feliz.


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SAÚdE

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8 ESCLEROSE MÚLTIPLA

Eduarda Assis, presidente da AGEM, relata a realidade e os desafios dos portadores de esclerose múltipla em Goiás A AssociAção GoiAnA de esclerose MúltiplA (AGeM) reAlizA no próxiMo diA 28 de noveMbro o vi seMinário esclArecendo e divulGAndo A doençA esclerose MúltiplA,voltAdo A portAdores, estudAntes e profissionAis dA sAúde Giovanna Beltrão (Especial para O VETOR)

A esclerose múltipla (EM) é uma doença que afeta o cérebro e a medula espinhal. Ela provoca a destruição da mielina – que envolve os axônios dos neurônios, responsáveis pela velocidade dos impulsos nervosos. Com a mielina destruída, os impulsos nervosos ocorrem vagarosamente nos portadores da doença, alterando as funções cerebrais e nervosas. Os sintomas da EM variam de acordo com a quantidade de danos e nervos afetados. Há casos de pessoas que não apresentam nenhuma sequela até pessoas que perdem a capacidade de andar ou falar com clareza. Por isso, o diagnóstico precoce é determinante no tratamento e qualidade de vida do paciente. A EM acomete cerca de 2,5 milhões de pessoas ao redor do mundo. Apesar de não ter cura, os tratamentos com medicamentos e terapias funcionais ajudam a controlar os sintomas

Eduarda Assis, presidente da AGEM, “A capacidade física é acometida se o portador não fizer os outros tratamentos. Porque não é só tomar as injeções. Tem que fazer a fisioterapia, ir ao fonoaudiólogo e, até mesmo, ao psiquiatra”.

O calendário da Associação conta com reuniões bimestrais e eventos de nível local, como a Festa Junina, e nacional, como a Maratona EM Movimento

e reduzir o progresso da doença. Em Goiás, a Associação Goiana de Esclerose Múltipla (AGEM) dá assistência aos portadores da doença e realiza campanhas maciças de conscientização e divulgação da

ja sexta edição ocorre no próximo dia 28 de novembro, no CRER, em Goiânia. O Seminário é voltado para estudantes, profissionais da saúde e estudantes e conta a participação de diversos médicos, todos especialistas no tratamento da

EM. Presidida pela engenheira civil Eduarda Assis desde 2009, a AGEM contabiliza cerca de 850 portadores de esclerose múltipla cadastrados. Trabalhando por meio de visitas individuais, o calendário da Associação conta com reuniões

Em entrevista a O VETOR, Eduarda Assis explicou os efeitos da doença na vida cotidiana dos portadores, falou sobre os desafios enfrentados pela comunidade e ressaltou a necessidade de fontes de informação confiáveis sobre a esclerose múltipla.

tratamento que constantemente envolve agulhas, que é [medicação] toda semana, todo dia ou 'diasim, dia-não'. Tem os [medicamentos] orais que hoje facilitam muito a vida dos novos [pacientes]. Mas, os orais não são pra todos.

O VETOR - O que é a esclerose múltipla e como ela afeta o dia-a-dia dos portadores? Eduarda - A EM é uma doença autoimune que era considerada rara. Ela é de difícil diagnóstico, porque são várias as causas: visão dupla, cansaço, fadiga, uma simples dormência, urgência de ir ao banheiro etc. Com o advento da ressonância, os casos estão sendo mais frequentes e com [portadores de] menos idade. Hoje a gente tem casos de meninos de 15 anos ao topo máximo que a gente considera, [que é] de 45 anos. Não que pessoas idosas não tenham [a doença], mas elas são consideradas como diagnósticos tardios. A EM ocorre mais em mulheres. Uma das nossas ex-diretoras, a doutora Denise Sisterolli, até falou que talvez seja por causa do hormônio [das mulheres], que não projete [a mielina]. A proporção é de um homem pra duas mulheres.

OV - O tratamento é todo à base de medicamentos? E - São cinco medicamentos: quatro Interferons [que são citocinas anti-inflamatórias], o Copaxone® [que é o acetato de glatirâmer], e o Gilenya® [que atua como imunossupressor e imunomodulador]. Estamos tentando ver no Ministério [da Saúde] agora a vinda de três medicamentos orais. E estamos também com uma luta muito grande porque o Ministério da Saúde quer tirar um dos nossos medicamentos, que é o Avonex® [um dos interferons]. O Ministério fez uma pesquisa, que ninguém sabe de onde veio, que diz que o Avonex® é menos eficaz. Mas isso deveria ter [sido] visto há dez anos atrás. Não agora, com três mil portadores de EM usando [a medicação], estáveis.

OV -Você foi diagnosticada em 1999. Como foi esse processo pra você? E - O meu diagnóstico foi muito rápido, porque eu tenho uma irmã que é médica. Eu tive uma dormência no braço esquerdo e ela me disse para ir num neurologista. Fui diagnosticada em dois meses. A minha [doença] não se manifesta. Eu não tenho nada. Foi um diagnóstico rápido e eu faço tratamento até hoje, mas não tenho sequela, não tenho surto desde 2001. Dentro do mundo da esclerose são raros os casos como o meu. No Brasil, deve ter no máximo 10 pessoas que têm o diagnóstico, mas a doença não progride. É um milagre? Não. Não existe milagre, existe tratamento. Os portadores de esclerose são [geralmente] muito rebeldes. Eles largam o tratamento. Um [motivo] é porque é uma doença muito impactante na sua vida. Outro é o apoio da família. O apoio da família é de suma importância pra qualquer tratamento. Sem ele, não tem como você fazer um

OV - Todos os medicamentos são fornecidos pelo Governo Federal? E - São. Aqui em Goiânia nós retiramos no Juarez Barbosa [que é uma Central de Medicamentos de Alto Custo]. Em Goiás, o Governo ajuda muito. Não falta nenhum medicamento, diferente do resto do país. A gente não sabe o motivo, mas aqui em Goiás, desde a antiga Diretora-Geral [do Juarez Barbosa], a Lilian Cileide de Queiroz Monteiro, [que funciona bem]. Ela fez um trabalho fantástico e botou o hospital em dia. Nunca mais faltou medicamento lá. OV - Algo que é muito discutido em relação à esclerose múltipla é a questão da discriminação do mercado de trabalho em relação aos portadores. Como você analisa isso? E - Isso acontece em toda doença. Se você não se aceita, o mercado de trabalho também não te aceita. E se você esconde, o mercado de trabalho não vai te ver. O que o portador faz? Quando diagnosticado, ele fica sem chão, como em toda

bimestrais e eventos de nível local, como a Festa Junina, e nacional, como a Maratona EM Movimento. Outro evento organizado pela AGEM é o Seminário Esclarecendo e Divulgando a Doença Esclerose Múltipla, cu-

doença. A primeira coisa que ele quer fazer é aposentar. Aqueles que não estão no mercado já chegam na entrevista com tanto receio de falar que tem [a doença], porque a pessoa que vai fazer a entrevista não sabe o que é a EM, ao invés de falar que é uma doença que não impossibilita o trabalho. E às vezes, com tanto receio de perder aquela vaga, acaba perdendo por causa do nervosismo. Não se omita. Eu não culpo o empregador, nem o empregado que é portador. Mas, acho que ambos tinham que tentar achar um consenso. É muito complicado, mas tem profissionais excelentes portadores de EM, que são muito capacitados física e mentalmente. A [capacidade] física é acometida se [o portador] não fizer os outros tratamentos. Porque não é só tomar as injeções. Tem que fazer a fisioterapia, ir ao fonoaudiólogo e, até mesmo, ao psiquiatra. Mas, normalmente, as pessoas param. Elas cansam da fisioterapia. E ela tem que ser constante. Desde que você entrou na Associação você percebeu alguma melhora no sentido de conscientização das pessoas e dos próprios portadores da doença? Até hoje a gente é chamado de ‘esclerosado’, que é quem tem a doença do Mal de Alzheimer, que é bem diferente da EM. Mas, com a campanha, que é diferenciada e a nível nacional, a EM tem ficado mais comum. O termo ficou mais comum. Agora com a Globo colocando o Romero [personagem da novela A Regra do Jogo] como portador de esclerose múltipla ficou mais comum ainda. Pra nós, foi um passo muito grande a Globo ter feito um personagem com esclerose. As campanhas de Goiás são maciças, mas não chegam ainda ao público-alvo, que é a comunidade. A gente gostaria de fazer um curso com o Sistema Único de Saúde (SUS), com o 0800 da prefeitura – que é a primeira acolhida das pessoas que vão para os CAIS – para [capacitar os atendentes a encaminharem] as pessoas ao neurologista. OV - Falando um pouco sobre essa questão da novela ter um personagem portador, o que você

esclerose múltipla. Além do Seminário, a AGEM já tem agendadas a Festa Junina de 2016, a ser realizada no dia 04 de junho, e a Maratona EM Movimento, que está prevista para o dia 28 de agosto.

acha da representação da EM mostrada na novela? E - Não está nada de acordo [com a realidade]. É novela. Ela fantasia, ela cria. Apesar de nós estarmos constantemente pedindo algumas melhoras no personagem, ela faz o que ela quer. Têm vários pontos ali que não deveriam ser tão fortes, como o desmaio dele. Tem gente que desmaia, mas não é uma constante. O bom [da novela] é que o nome esclerose múltipla [está em evidência]. “Fale mal, mas fale de mim”. Mas, não se espelhe no personagem. Ali é uma novela, que não tem o aparato da Academia Brasileira de Neurologia e que não tem o suporte de uma da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM). Eles não pegam informações das pessoas corretas. E tem a [atriz] Cláudia Rodrigues que atrapalha tudo. A Cláudia Rodrigues é a pior [fonte de] informação que um portador de EM pode ter no Brasil. Porque ela negou, desde o primeiro momento, que tem a doença. E ela só está falando agora porque a Globo a despediu e ela precisa de emprego. Aí, ela vai aos canais e começa a falar, mas sem nenhum fundamento. E ela sabe o que é a EM, ela conhece a fundo. Se ela quisesse ela falava. Mas, ela tem receio, como todo mundo tem. OV - Que fonte de informação confiável você indica para quem quiser saber mais sobre a EM? E - Eu recomendo o site da Academia Brasileira de Neurologia (www.abneuro.com.br). É o melhor que tem, pois são os médicos que informam. Os melhores são os sites oficiais, que explicam tudo: o que é a esclerose, quais são os médicos, como é o tratamento etc. OV - E o que deve fazer um portador que esteja à procura de apoio da Associação? E - Ligue no meu celular. O número é (62) 91361647, pode ligar a cobrar. Eu vou na casa pessoalmente para conversar. A gente faz questão de visitar e comentar da vida da gente, porque sabemos que mesmo tendo a doença, passar uma carga positiva para as pessoas, de que elas vão ter uma melhora significativa, vai deixá-las mais animadas.


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SOCIAL

s

16 a 30 de Outubro 2015

em censur@ @

roberto naborfazan

naborfazan@Gmail.com

Tive a honra de ser convidado e participei da festa em comemoração aos 80 anos de Fernando Júlio Terra, ex-prefeito de minha querida Campos Belos e patriarca de uma das famílias mais empre ende doras do município. A festa, na Chácara Mangueiral, retratou a maneira simples e generosa como “Seo” Fernando e família tratam as pessoas. Ali estavam não somente a alta sociedade, mas todos os amigos e companheiros que fizeram e fazem parte do convívio familiar, seja nas empresas ou no cotidiano. Parentes e amigos que moram em outros estados ou cidades distantes vieram dar seu abraço ao grande guerreiro, que aos 80 anos, segue vigoroso na labuta do dia a dia. Querido e respeitado pela comunidade campobelense, Fernando Terra foi um prefeito que teve a realização de obras para o povo como marca de sua administração. Enquanto os políticos diziam que obras enterradas não devam votos, Ele construiu redes de esgotos, visando a saúde pública a longo prazo. Criou um novo bairro, o Aeroporto II, doou terrenos e abriu ruas e avenidas, fazendo as pontes de acesso. Deu ao então povoado do Pouso Alto a condição de Distrito, com um subprefeito atendendo as reivindicações dos moradores. Criou os filhos dentro dos mais rígidos conceitos familiares, hoje são todos grandes empresários que, há anos, ajudam no desenvolvimento de Campos Belos e região. Seo Fernando e dona Maria levaram à prefeitura de Campos Belos o conceito de prefeito e 1ª dama, onde o casal deu nova realidade à assistência social no município, atendendo, principalmente, as famílias com menor poder aquisitivo, em uma época que reinava a familiocracia. Sou grato a Deus por ser amigo da família Terra há mais de trinta anos., onde sou sempre recebido com muito carinho. Que Deus permita a boa espiritualidade amparar física e espiritualmente, dando muita saúde a esse home íntegro e generoso. Meu fraterno abraço, Seo Fernando Terra. Nas fotos da competente fotógrafa Divani Araújo, Fernado Terra com Filhos e alguns dos tantos netos e bisnetos.

Vejo a felicidade estampada no rosto dos meus amigos fraternos Cidneia Pinheiro e Waldomiro Bastos depois do cruzeiro que fizeram pela Europa, com passagem pela Grécia,na parte meridional dos Balcãs. Entre fotos, paisagens maravilhosas, lugares históricos e muita diversão, tive o prazer de ser lembrado e presenteado com uma garrafa de um saboroso vinho italiano. Carinho que não se esquece. Como a vida nos reserva altos e baixos, logo depois do retorno ao Brasil, Cidneia passou pela dor do retorno de seu pai, o grande Zé cem reis, à pátria espiritual. A cidade de presidente Olegário, em Minas Gerais, parou para prestar a última homenagem à um de seus grande cidadãos. Ele em paz no mundo espiritual e nós, queridos amigos/irmãos, seguimos aqui, buscando a evolução até que chegue o momento do reencontro no mundo maior.

“Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de ideias, os quais prendem os espíritos antes, durante e depois de suas encarnações”. Allan Kardec Um Salve! Ao companheiro Wiris Marcos Arantes pela capacidade de articulação e forma simples e objetiva que trata aos que o procuram na chefia de gabinete da deputada federal MagdaMofatto, cargo que ocupa desde janeiro 2013. Wiris tem vasta experiência no meio politico; Foi vereador por cinco mandados em Caldas Novas, em dois deles chegou a presidência da Câmara, e por força do cargo, foi prefeito no município por um curto período. Vice-presidente do Partido da República (PR) estadual, Wiris Arantes tem acompanhado o presidente do partido, Flávio Canedo, por todo o estado de Goiás, fortalecendo lideranças para que o PR eleja um grande número de prefeitos e vereadores nas eleições de outubro do próximo ano. Além das qualidades no trabalho, Wiris Arantes é excelente companheiro nas rodas de viola e boa música. Na foto, com a esposa e companheira Leila Arantes.

A grande cobrança dos moradores de Colinas do Sul e usuários das GO 132 E 239, deve chegar em breve ao Ministério Público estadual. Na GO 132 sentido Colinas do Sul/Niquelândia (trecho com uma extensão de aproximadamente 24 km), é alto o risco de acidente,a poeira se transformou em um pó branco, que esconde os buracos enormes, e tem provocado atoleiro e risco de capotamento. Essa via é o único acesso para Niquelândia e passam veículos que transportam doentes, carga e turistas que geram empregos e rendas para moradores da região.Com a chegada das chuvas, há o temos de que trechos ficarão interditados. Já aGO 239 que liga Colinas a São Jorge, quase todo o trabalho feito pela empreiteira está se perdendo, é dinheiro no povo indo para a enxurrada. A AGETOP não toma providências, as empreiteiras não agem, o cidadão contribuinte sofre e o governo diz que o estado está uma maravilha. O Ministério Público é a última esperança para nós, um povo que sofre.


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Miscelanea 16 a 30 de Outubro de 2015

8 Meio­AMbiente

Índios questionam eficácia de grandes conferências climáticas A RodA de diálogos sobRe MudAnçAs CliMátiCAs, pARte do FóRuM soCiAl indígenA dos Jogos MundiAis dos povos indígenAs (JMpi), Reuniu no diA 26, eM pAlMAs, lideRAnçAs indígenAs de váRios povos, que questionARAM A eFiCáCiA de gRAndes ConFeRênCiAs sobRe CliMA. Por Marcelo Brandão

“Nós estamos aqui, uma minoria dos povos, questionando os direitos que a Constituição Federal nos declara. A Eco 92 discutiu questões dos povos indígenas que até hoje não vingaram. Nunca se cansam de falar em meio ambiente, mas nunca chegam a um lugar comum”, afirmou o índio Carlos Tucano, que representa o povo Tucano. “No nosso entendimento, a Rio+20 e a Eco 92 não progrediu porque os grandes poluidores se juntaram contra a luta [em defesa da terra] que os povos originários começaram”, disse o líder indígena Jeremias Xavante, lembrando que são os países do primeiro mundo que devastam o meio ambiente. O indígena cobrou da 21ª Conferência do Clima (Cop 21) resultados práticos à preservação ambiental. “Quero

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levar uma informação para o meu povo. Se eles se fizerem presentes serão ouvidos?”. Na opinião do especialista em Ciências Ambientais da Universidade Federal do Tocantins, Thiago Bandeira, o agronegócio e as grandes empresas que mais consomem água formam “uma classe corporativa e articulada em altos níveis”, que protege seus interesses a despeito da assinatura de acordos e tratados pelo não desmatamento. A indígena e bacharel em Direito Maial Paiakan Kaiapó alertou sobre a necessidade de avançar na preservação ambiental e disse que o mundo “já está pagando a conta das mudanças climáticas”. Ela defendeu que os indígenas tenham representantes no Congresso Nacional. “Os governantes nos representam mas moram nas cidades. O branco está ali como político, como

Os debates feitos durante os Jogos vão resultar em uma Carta de Declaração dos Povos Indígenas, que será levada à 21ª Conferência do Clima (Cop 21), que ocorrerá em Paris, no mês de dezembro

Os índios brasileiros aproveitaram para fazer novas críticas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que transfere a decisão sobre demarcação de terras indígenas do Ministério da Justiça para o Congresso Nacional

representante do ideal dele. Precisamos nos unir para ter um representante”, disse Maial. Os índios brasileiros aproveitaram para fazer novas críticas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que transfere a decisão sobre demarcação de terras indígenas do Ministério da Justiça para o Congresso Nacional. Para o líder Carlos Tucano, a demarcação é uma das principais providências a serem tomadas a favor da preservação ambiental. “É um fator principal, e sempre foi. Se o governo pode discutir a PEC 215, pode discutir também a

de não sai nada”, ressaltou Carlos Tucano. “Esperava-se um discurso de Dilma na cerimônia. Segundo uma pessoa presente na tribuna de honra, Dilma chegou a ser questionada durante a festa de abertura se haveria alguma fala, mas a posição da presidenta foi por apenas assistir o evento”, disse. De acordo com a assessoria do Palácio do Planalto, um possível discurso foi descartado antes de Dilma chegar a Palmas. A interpretação foi de que a presença da presidenta se deu apenas como convidada em uma festa dos

demarcação de terras”, disse, sob aplausos. Os indígenas também criticaram o silêncio de Dilma Rousseff, durante a cerimônia de abertura do evento, na última sexta-feira (23). Jeremias Xavante pediu uma posição da presidenta contra a PEC 215 e contra as mortes de índios Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul. A presidenta não discursou no evento. “A chefe da nação entrou muda e saiu calada, e não deu satisfação aos povos indígenas. Ficam só prometendo e na realida-

Um desabafo por Simolândia

Rogerio Bruno Correa*

Quero fazer um desabafo e peço à todos que estão lendo essa mensagem que gastem 3 ou 5 minutos do seu tempo e terminem de ler e me respondam se estou faltando com a verdade. Não irei falar da política do Nordeste Goiano, mas sim da Política e dos problemas que assolam o município de Simolândia – GO. Desde o ano passado estamos travando uma luta interminável contra os desmazelos e as possíveis corrupções que possam estar acontecendo na Atual Administração de Simolândia e obrigar os Atuais Administradores a prestação de contas do dinheiro público, bem como, aplicação devida dos recursos públicos em prol dos moradores de Simolândia que em sua maioria dependem da máquina pública para se ter uma condição de vida melhor. E quanto mais busco respostas para saber por qual motivo o município de Simolândia não desenvolve, mais irregularidades e indícios de corrupção venho encontrando, não só da Atual Administração mas também das Administrações Anteriores. Digo isso, uma vez que fizemos um requerimento administrativo ao Presidente da Câmara dos Vereadores de Simolândia em 09 de outubro de 2015 solicitando acesso ao Balancete Financeiro do exercício de 2012 do ex-prefeito de Simolândia, senhor Celso Zanon, já que havia indícios de irregularidade e a Câmara dos Vereadores iriam votar pela sua aprovação ou rejeição. Nesse mesmo requerimento solicitei ao presidente da Câmara que informasse a data do jul-

gamento do Balancete Financeiro uma vez que é direito de todo cidadão acompanhar aludida votação. Em resposta, o residente da Câmara me disse através do Ofício 060/15 que não seria possível naquele momento me conceder o acesso ao presente Balancete Geral do ex-Prefeito Celso Zanon, uma vez que o documento estaria com o vereador José Francisco Dourado e “após a apreciação do vereador e do Plenário o mesmo estará a sua inteira disposição nesta casa de Leis.” Notem que o ex-presidente da Câmara de vereadores de Simolândia me disse que só teria direito a ter acesso ao Balancete Geral do exprefeito depois que fosse votado e ainda o Presidente sequer me disse a data da votação do aludido balancete. E brincadeira isso tudo. Não irei impetrar um mandado de segurança uma vez que até o MM. Juiz de Direito da Comarca de Alvorada do Norte julgar o aludido mandato o julgamento do Balancete Geral do ex-prefeito já estará julgado. Sendo assim irei aguardar as sessões da Câmara dos vereadores de Simolândia que serão realizadas nos dias 11, 12 e 13 de Novembro de 2015 e esperarei se os vereadores daquela casa irão aprovar ou rejeitar o Balanço Geral de 2012 do ex-prefeito de Simolândia. Agora, uma vez aprovado, se realmente constatar serem verdadeiras as DENUNCIAS feitas a mim, não tenham duvidas senhores e senho-

ras que iremos atrás de JUSTIÇA, uma vez que o nosso compromisso quando nos propusemos a lutar para mudar toda a história de Simolândia, está embasado em uma delas em combater toda a corrupção que nessa cidade possa existir. Agora, o que me deixa mais transtornado em toda a história que estou vivendo nesse momento da minha vida, é que faltando apenas 08 meses para as convenções partidárias, ou seja, momento esse que os partidos decidem quem serão os candidatos a Prefeito e Vereadores para as eleições de 2016, que serão realizadas no primeiro domingo de outubro de 2016, venho acompanhando a quantidade de pré-candidatos batendo nas casas dos moradores de Simolândia, pedindo apoio, postando em redes sociais, famílias dizendo que apoiam determinado partidos, candidatos dizendo que se forem eleitos Prefeitos ou Vereadores, Simolândia será uma cidade limpa, com saúde e educação de qualidade, que irão dar empregos para determinadas pessoas que os apoiarem e, essas pessoas que obtiveram promessas de emprego, tentam enganar os moradores em busca do seu emprego, aproveitando os fartos churrascos ofertados por supostos candidatos, e proferindo, um monte de blá, blá, blá... Não é isso que esta acontecendo dentro de Simolândia nesse exato momento? Você que até agora esta lendo essa mensagem saiba que pode ajudar a combater a corrupção

indígenas. O silêncio, no entanto, não soou bem para as lideranças, que esperavam com uma fala de apoio às suas causas, segundo alguns representantes indígenas. Os debates feitos durante os Jogos vão resultar em uma Carta de Declaração dos Povos Indígenas, que será levada à 21ª Conferência do Clima (Cop 21), que ocorrerá em Paris, no mês de dezembro. A conferência tem o objetivo de elaborar um novo acordo entre os países para diminuir a emissão de gases de efeito estufa. Edição:Maria Claudia

Fonte:Agência Brasil

Rogerio Bruno Correa

pré-eleitoral para evita a corrupção no futuro. Quando esses pré-candidatos baterem em sua porta oferecendo vantagens em troca de votos, tais como, empregos, cestas básicas, materiais para construção, dinheiro, dentre outras vantagens, primeiro, saibam que isso é crime, se quiserem aceitar, mesmo sabendo do crime que possam esta cometendo, aceitem, porém, antes de votar, pensem no futuro de sua cidade, no futuro de nossas crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos,. Não podemos passar mais quatro anos nas mãos daqueles que buscam o PODER somente para si e seu pequeno grupo. Agora faço a seguinte indagação, diante das ações que foram protocoladas, as denúncias realizadas no Ministério Público, os problemas graves que assolam os moradores do Jardim independência, principalmente as crianças, gestantes e idosos que moram naquele local, não vi qualquer político ou um pré-candidato levantando a voz ou brigando para combater aquele mau cheiro instalado naquele bairro. Estou falando alguma mentira? Se estiver me indique um nome agora? Não vejo ninguém que queira ocupar uma posição politica dentro do município de Simolândia brigando em prol dos moradores desse município, só vejo pessoas dizendo que se for um Prefeito ou Vereador ira mudar Simolândia. Agora pergunto a você: até quando vocês irão aceitar isso??????? **Rogério Bruno Correa é advogado e membro do grupo Simolândia, Princesinha do nordeste goiano.


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Literatura

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Direitos sociais

laricinhabeltrao@hotmail.com Larissa Cardoso Beltrão

as relações de gênero em i love my husband, de nélida Piñon

O conto “I love my husband” foi escrito por Nélida Piñon e publicado em O calor das coisas (1980). Narrado em primeira pessoa, trata dos enredos da vida de uma esposa conformada, educada sob o signo de uma cultura moralizadora e patriarcal. Ao longo da narrativa, mesmo depois de pensar em uma ou outra situação que não a agradou, ela afirma, tanto para si mesma, quanto para o leitor “Eu amo meu marido”, e ocupa-se imediatamente da descrição de atividades que possam favorecer sua felicidade ao lado de seu companheiro. Embora não haja abordagem explicita, através de seus relatos, podemos notar seu posicionamento diante da sociedade e perante seu marido, a personagem é consciente de sua (in) existência. Sua vidaserestringiu a ser, tão somente, a sombra do companheiro, em suas palavras “sou a sombra do homem que todos dizem eu amar” (PIÑON, 1980, p. 447) Logo no início da narrativa, já verificamos os indícios de sua aceitação diante da opressão, bem como de sua conformidade. A narradora, de certo modo, mostra-se satisfeita om fato de permanecer em uma zona de conforto. Como assinala Simone de Beauvoir (1986) ela, como tantas outras mulheres, é uma cumplice de sua escravização, é apenas um objeto no relacionamento: Não posso reclamar. Sou grata pelo esforço que faz em amar-me. Empenho-me em agradálo, ainda que sem vontade às vezes. Sinto então a boca seca, seca por um cotidiano que confirma o gosto do pão comido às vésperas, e que me alimentará amanhã também. Um pão que ele e eu comemos há tantos anos sem reclamar, ungidos pelo amor, atados pela cerimônia de um casamento que nos declarou marido e mulher. Ah, sim, eu amo meu marido. (PIÑON, 1980, p. 449). O excerto acima destaca o processo cíclico do enredo que começa e termina da mesma maneira. A afirmação da dominação masculina, representada pela figura do marido, nasce a partir da negação de sua condição humana, seus desejos e vontades são anulados pela falsa certeza de que as cosias precisam ser assim. Segundo Maria Consuelo Cunha Campos (1992) esta aceitação está relacionada à aceitação da naturalização de papéis, o homem, enquanto provedor, cumpre seu papel de chefe de família, cabendo a mulher, em contrapartida, assumir sua função submissa. Outra marca que perpassa toda a narrativa é a ironia do discurso da narradora que demostra estar consciente de opressão à qual é submeti-

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da. A certeza de estar no mundo, proporciona um momento de epifania, no qual sua identidade leva-a a enxergar o quanto tem sido subjugada pelo marido. De posse de todas essas informações, ela decide se ocupar do futuro: Ele deixou o jornal de lado, insistiu que eu repetisse. Falei da palavra futuro com cautela, não queria feri-lo, mas já não mais desistia de uma aventura africana recém-iniciada naquele momento. Seguida por um cortejo untado de suor e ansiedade, eu abatia os javalis, mergulhava meus caninos nas suas jugulares aquecidas, enquanto Clark Gable, atraído pelo meu cheiro e do animal em convulsão ia pedindo de joelhos o meu amor. (...) A pele ardente, o delírio, e as palavras que manchavam os meus lábios pela primeira vez, eu ruborizada de prazer e pudor, (...) eu deixava então o Clark Gable amarrado numa árvore, lentamente comido pelas formigas. Imitando a Nayoka, eu descia o rio que quase me assaltara as forças, evitando as quedas d’água, aos gritos proclamando liberdade, a mais antiga e miríade das heranças (PIÑON, 1989, p. 450). Depois de receber uma negativa do marido que não quis responder ao seu questionamento, a narradora convida-o a pensar no futuro. Embora a abordagemnão tenha sido tão direta “que tal se eu após tantos anos mencionasse o futuro como se fosse uma sobremesa?”, ele, co-

mo era de se esperar, não reage bem ao comportamento da mulher. Ela, por sua vez, entre o real e o devaneio coloca-se a pensar em um outro mundo, com experiências bem diferentes das que vive entre a cama e o fogão. Ao dar conta da de perda sua identidade, a narradora põe-se a buscá-la. Imersa em seus pensamentos, a memória insiste em visitar os conselhos da mãe, a satisfação do pai ao vê-la recebendo uma educação para o casamento e, como reflexo deste processo, encontrara-se agora diante do comportamento machista do marido. Em “I love my husband” a família é apresentada como a principal incentivadora da dominação masculina, como sugere Pierre Bourdieu (2005, p. 103) “É, sem dúvida, à família que cabe o papel principal na reprodução da dominação e da visão masculinas; é na família que se impõe a experiência precoce da divisão social do trabalho e da representação legítima dessa divisão”. A súbita tomada de consciência da personagem rendeu-lhe algumas consequências, diante dos argumentos apresentados pelo marido “Falou-me das despesas mensais. Do balanço da firma ligeiramente descompensado” (PIÑON, p. 446), o processo de epifania deu espaço à resignação. A mulher se envergonha de sua atitude e, mais uma vez, no espaço cama e cozinha, tentará agradar ao marido, afinal de contas, como ela faz questão de afirmar “Eu amo meu marido.” (PIÑON, p. 444). O marido, neste momento, reassume sua condição de dominador, enquanto a mulher volta ao seu local de origem: a margem. O conflito de identidade segue até o final da narrativa, vez ou outra, a narradora precisar afirmar, para si mesma e para o leitor, “Ah, sim, eu amo meu marido”. (PIÑON, p. 449). Segundo Lúcia OsanaZolin (2003), “I lovemyhusband” é perpassado por jogo ambíguo, no qual os opostos se completam. De um lado a mulher-sujeito, marcada pela rebeldia e inconformismo; do outro, a mulher-objeto, cujas imposições familiares são suas principais referências. Esta última mulher, presa ao senso-comum, é a que prevalece ao longo do enredo. Dividida entre a dominação e a submissão, podermos afirmar que a personagem de Nélida Piñon é mais um exemplo de mulher em busca de sua identidade: mulher/esposa/mãe. Não obstante, é importante destacar ainda que, ao longo da narrativa ao considerar a função de dominador assumida pelo marido, a narradora passa por três momentos: submissão, epifania e resignação. O conflito entre as duas mulheres,

sujeito e objeto, fica evidente nas sobreposições de pensamento, sendo a vitória da mulher-objeto afirmada tanto pela sociedade patriarcal, quanto pelo modelo familiar tradicional. Nesse sentido, acreditamos, pois, que o conto “I love my husband” é, sem sombra de dúvidas, um texto com grande teor de denúncia. Através de sua narrativa, Nélida Piñon expõe o quanto a mulher esteve envolta em uma situação de conformidade, uma vez que vivia apenas para servir ao marido. As atividades realizadas diariamente, pela mulher-objeto, tinham a finalidade única de satisfação do marido, ativo e dominador. Referências BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Trad. Maria Helena Künher. 4.ed. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 2005. CAMPOS, Maria Consuelo Cunha. Gênero. In: JOBIM, José Luis (Org.). Palavras de crítica: tendências e conceitos no estudo da literatura. Rio de Janeiro: Imago, 1992. p. 111-125. PIÑON, Nélida. I lovemyhusband. In: ______. O calor das coisas. 2. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1989. ZOLIN, Lúcia Osana. Desconstruindo a opressão: a imagem feminina em República dos Sonhos de Nélida Piñon. Maringá: Eduem, 2003. 1 - Mestra em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás (UFG), professora de Literatura Brasileira na Universidade Estadual de Goiás (UEG), campus Campos Belos. 2 - Graduandos em Letras Português/Inglês e suas respectivas literaturas pela Universidade Estadual de Goiás (UEG), campus Campos Belos.

Caíque Fernandes CardOsO

rOnivOn seraFim dO CarmO

edilla CrisTina Pereira dOs reis

edivaldO de menezes Xavier riBeirO

milene nOrOnha dO nasCimenTO

Chapeuzinho Ruivo e o relicário

LARISSA CARDOSO BELTRãO

A história da nossa Chapeuzinho é bem parecida com aquela que todo mundo conhece da infância, mas com duas diferenças: a primeira, é uma história real, portanto, a personagem não mora em um floresta, mas em grande centro urbano; a segunda é que ela, Sophia, já nasceu com seu chapeuzinho, uma bebê ruiva, algo meio raro, porém bem imaginável. Sophia não teimou com sua Mãe e nem estava indo levar doces para a Vovó, mas em certo fim de tarde, voltando da faculdade parou em um lanchonete para fazer um lanchinho rápido. Algo extremamente comum, se o lugar não estivesse sendo assaltado no exato momento em que ela entrou. Não deu tempo de recuar, ao colocar os pés no estabelecimento fora tomada nos braços pelo as-

saltante, nem preciso dizer quem seria essa personagem. O lobo mau, digo bandido, colocou-a sob a mira de um revolver. Sophia nunca se imaginara em uma situação como aquela. Era quinta-feira e na grade do semestre era nesse dia que estudava Psicologia. Além de lutar com seus monstros interiores no caminho de volta para casa, naquele dia precisou penetrar o terrível mundo da criminali-

dade. Envolta em seus pensamentos e sob a mira de revolver, Sophia perdeu a noção de tempo. A fala doce da professora Teresa Helena misturava-se ao hálito desagradável do ladrão. Não sei se minutos ou horas depois, mas quando deu em si a polícia estava entrando no local. Sargento Benício assumiu as negociações, na narrativa dos Grimm, o jovem soldado ficaria com o papel de caçador. A conversa foi demorada, o meliante estava irredutível, parecia até ter gostado da sensação de ter os cachos, vermelhos intensos, de Sophia, próximos à sua face estranha e fria. Um contraste perceptível: a vivacidade dos fios se opunha ao olhar sombrio do assaltante. Depois de muita conversa, houve um breve instante de silêncio. E de súbito, nossa chapeuzinho ruivo empurrou o lobo bandido e correu em direção à porta, quando foi atingida por um disparo.

O bandido não reconheceu sua reação, manteve-se parado, permaneceu imóvel. Em poucos minutos Sophia estava dentro de uma ambulância indo para o hospital de urgências. Sua mãe só entrou na história quando recebeu uma ligação do Drº Pedro Jorge comunicando o ocorrido e já anunciando que tudo acabara bem. Sentiram falta da vovozinha? Pois bem, o final só foi feliz porque o projetil atingiu o relicário que estava no pescoço da jovem, joia que que foi passada de geração em geração adivinhem por quem? Vovó Augusta quase nem acreditou quando ouviu o relato ainda confuso de Sophia. O doutor não entrou na história dos Grimm, Chapeuzinho Vermelho não precisou passar em pronto socorro para ser socorrida, mas não sei se sairá facilmente da vida de nossa Chapeuzinho Ruivo, a propósito acabou de lhe enviar flores. E o lobo? Alguém se lembrou dele? Espero que não!


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ex-jogador de vôlei giba revela fratura no pênis. conheça as causas da lesão Um dos maiores nomes da história do vôlei brasileiro com mUitos títUlos no cUrrícUlo pela seleção, o ex-jogador giba lançoU nesta semana a sUa biografia "giba neles!", obra com poUco menos de 200 páginas e escrita em parceria com o jornalista lUíz paUlo montes. Entre os assuntos revelados, Giba conta que não disputou a fase final da Liga Mundial de 2000 por conta de uma lesão, digamos, pouco comum: fratura no pênis. Na época, porém, o atleta havia divulgado para imprensa que desfalcaria o Brasil com muitas dores no ombro. Ele era casado com a romena Cristina Pirv, também ex-jogadora de vôlei. "Fiquei fora de toda a fase decisiva com uma fratura no pênis. Sim, no pênis, por mais bizarro que isso possa ser. Era uma folga antes da última semana de jogos da Liga, sofri essa lesão durante uma relação sexual com minha esposa. Fiquei com um enorme inchaço, que me impedia quase

de andar. A dor, acreditem, é insuportável. Dormia com gelo ao lado da cama, e toda manhã, antes de levantar, aplicava. Ereção, com aquela fratura, era tudo o que não podia acontecer", admite em seu livro. Como isso pode acontecer? Apesar de ser uma lesão inusitada, qualquer homem está sujeito a ter fratura de pênis. Recentemente, um estudo conduzido pela Unicamp e PUC-Campinas, ambas no interior de São Paulo, e publicado no jornal Advances in Urology, concluiu que a posição sexual em que a mulher fica por cima é a mais propensa a causar o problema para o homem. A equipe analisou 44 casos

vinho x cerveja: qual é o melhor para a saúde poUcas bebidas (exceto, talvez, o chá e o café) dividem o mUndo de maneira tão radical qUanto a cerveja e o vinho. gostos à parte, as dUas apresentam diferença sUtis na maneira como afetam o organismo e a saúde.

David Robson*

Cristina Pirv era a mulher de Giba em 2000 e causou sua fratura no pênis

suspeitos de fratura de pênis ocorridos entre janeiro de 2000 e março de 2013 em Campinas, dos quais 42 foram confirmados. Com base nos dados clínicos e em entrevistas com os pacientes, os pesquisadores levantaram as circunstâncias por trás de cada caso: 32 durante a relação sexual, seis durante a "manipulação do pênis" e quatro não ficaram esclarecidos. Nas fraturas durante a relação sexual, a posição mais citada foi a em que a mulher fica por cima, com 14 casos (o que representa 50% entre heterossexuais), seguido da "de quatro" (oito casos) e a em que o homem fica por cima. Mas, neste último cenário, tratase de casais homossexuais. "Conclusões: a 'mulher por cima' é a posição sexual mais arriscada", informa o estudo. Uma das hipóteses para esta posição ser mais perigosa se deve ao fato da mulher usar todo o peso do seu corpo em cima do homem, e como é ela quem con-

trola os movimentos, ela geralmente não percebe que algo está errado - uma fratura, por exemplo - de cara, enquanto o homem, quando está por cima, tem melhores chances de controlar os movimentos antes que o pior aconteça.

pa, que fora escrita no mesmo dia do anúncio. Nela, ele afirma que a Igreja "persegue" e causa "sofrimento imensurável" aos católicos homossexuais e a suas famílias. "Ele diz ainda que após um "longo e atormentado período de discernimento e oração", tomou a decisão de "rejeitar publicamente a violência da Igreja para com as pessoas homossexuais, lésbicas, bissexuais, transexuais e intersexuais." O teólogo de 43 anos diz que, apesar de o clero católico estar "cheio de homossexuais", também é "frequente e violentamente homofóbico". E pede a "todos os cardeais, bispos e padres gays (que) tenham a coragem de abandonar esta Igreja insensível, injusta e brutal". Charamsa afirma que não consegue mais suportar "o ódio homofóbico da Igreja, a exclusão, a marginalização e o estigma de pessoas como eu", cujos "direitos humanos foram negados" pela Igreja. Na carta, no entanto, o padre também agradece ao papa Francisco – que ele diz ter uma atitude mais tolerante à homossexualidade do que alguns de seus predecessores – por algumas de suas palavras e gestos em relação aos homossexuais. Em sua visita recente aos Estados Unidos, o pontífice se reuniu com um de seus ex-alunos gay e, antes disso, afirmou que homossexuais não deveriam ser marginalizados na sociedade. Mas Charamsa afirma que as palavras do papa só terão valor

quando a Santa Sé recuar de todas as declarações que ele considera ofensivas e violentas contra os homossexuais. Ele também pede que a Igreja anule a decisão do papa emérito Bento 16, que assinou um documento em 2005 proibindo que homens com tendências homossexuais profundamente arraigadas se tornem sacerdotes. O padre polonês qualificou de "diabólica" a declaração de Bento 16 de que a homossexualidade "é uma forte tendência disposta para um mal moral intrínseco" e criticou o Vaticano por exercer pressão sobre os Estados que legalizaram o casamento gay. O sínodo terminou no domingo, mas não houve mudanças nas atitudes pastorais em relação aos gays católicos. O documento final assinado pelos padres na assembleia reitera o ensinamento da Igreja de que os católicos gays devem ser recebidos com "respeito" e "dignidade", mas volta a declarar que "não há bases para nenhuma comparação, nem sequer remota, entre as uniões homossexuais e a designação de Deus para o matrimônio e a família". Por votação, o sínodo aprovou um parágrafo que diz ser inaceitável exercer pressão sobre as igrejas locais que adotem políticas tolerantes perante uniões entre pessoas do mesmo sexo ou sobre organizações internacionais que dispõem de ajuda financeira de emergência a países pobres com leis "que permitam ou institucionalizem" o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Sintomas imediatos Os pesquisadores pediram ainda que os pacientes, com idade entre 18 e 60 anos, descrevessem os sintomas imediatos. Metade afirmou que ouviu um estalo, seguido de dor e inchaço. Dois homens também sofreram com disfunção erétil após o acidente. Apesar do susto que o resultado deste estudo por causar, a equipe da Unicamp e PUC-Campinas informou que a fratura de pênis não é uma ocorrência comum, mas que, quando ocorre, o paciente deve ser ágil ao pedir ajuda médica, embora muitos homens sintam-se constrangidos com a lesão.

padre gay acusa setor do vaticano de ‘sabotar’ reformas de papa francisco O padre católico que foi afastado da cúria após anunciar que é gay fez um ataque feroz à Igreja Católica e à congregação do Vaticano para a qual trabalhava. O polonês KrysztofCharamsa afirmou em entrevista à BBC na quarta-feira, 28, que a Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano - o departamento encarregado de manter a doutrina católica – pratica "sabotagem" contra o papa Francisco e as reformas propostas por este. "Nós (da congregação) estamos em guerra contra o papa Francisco. Não é apenas um órgão homofóbico, é também ‘Francisco-fóbico’. Eles ficam o tempo todo agindo contra o papa. É uma sabotagem contra o meu chefe espiritual." Em uma carta aberta ao papa divulgada neste mês, Charamsa, de 43 anos, também acusou a Igreja de transformar "em um inferno" a vida de milhões de católicos gays no mundo. Ele criticou o que chamou de hipocrisia do Vaticano ao proibir a ordenação de sacerdotes homossexuais, especialmente quando, segundo ele, o clero está "cheio de homossexuais". O papa ainda não respondeu a carta. Até o último dia 3 de outubro, o monsenhorCharamsa tinha um cargo importante na Congregação para a Doutrina da Fé, mas foi afastado do posto imediatamente depois de, em uma entrevista coletiva em um restaurante de Roma, anunciar que é gay e apresentar seu companheiro, o catalão Eduard Planas. Hoje Charamsa se diz "livre, feliz e transparente" por sua decisão de

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Charamsa: 'Quem viveu tanto tempo no armário precisa de uma palavra de aceitação, esperança, reconhecimento de sua dignidade'

assumir sua homossexualidade. A Santa Sé afirmou que a entrevista do padre na véspera do sínodo do Vaticano sobre a família foi "irresponsável, já que ele tem a intenção de pôr a assembleia do sínodo sob pressão excessiva da imprensa". Em entrevista exclusiva à BBC Brasil no dia 14 de outubro, o padre havia defendido o anúncio naquele momento por acreditar que "um sínodo que quer falar da família não pode excluir nenhum modelo familiar. Homossexuais, lésbicas e transexuais têm direito ao amor e a construir famílias". "Sou um padre gay e estou feliz em poder dizer isso abertamente", disse. Direitos negados Semanas após a entrevista, Charamsa entregou à BBC uma cópia da carta que enviou ao pa-

A BBC Future peneirou as evidências recolhidas por vários estudos científicos para tentar derrubar alguns dos mitos que cercam as duas bebidas. Sirva-se. Qual embriaga mais rapidamente? Uma pint de cerveja (665 ml) e uma taça média de vinho (175 ml) possuem praticamente o mesmo teor alcoólico. No entanto, a embriaguez ocorre quando esse álcool passa para a corrente sanguínea. E a velocidade com que isso acontece varia com cada bebida. Mack Mitchell, da Faculdade de Medicina da Universidade do Texas, recentemente fez um experimento no qual pediu para um grupo de 15 homens ingerirem diferentes bebidas em dias distintos. Ele se certificou que o conteúdo alcoólico era compatível com o peso corporal de cada voluntário e monitorou para que a bebida fosse consumida no mesmo intervalo de 20 minutos. Em um resultado pouco surpreendente, os destilados foram os que entraram na corrente sanguínea mais rapidamente. Em seguida, vem o vinho (que chega a um pico de saturação no sangue 54 minutos depois de ingerido), e a cerveja (que leva 62 minutos no mesmo processo). Em outras palavras, uma taça de vinho “sobe” mais rapidamente que uma pint de cerveja. Conclusão: A cerveja é uma aposta mais certeira para se evitar vexames. À primeira vista, a ideia da “barriga de cerveja” parece ser verdade. O próprio álcool já é rico em calorias, sem contar todos os açúcares que tornam essas bebidas tão saborosas. Com 180 calorias, uma pint de cerveja tem 50% mais conteúdo energético do que uma taça pequena de vinho – o suficiente para ajudar a acumular uns quilinhos. Mas para quem bebe moderadamente, as diferenças tendem a ser bem pequenas. Uma recente revisão de dezenas de estudos, realizada por especialistas do Instituto de Pesquisa de Ontário, no Canadá, concluiu que nem os apreciadores do vinho nem os da cerveja tendem a engordar a curto prazo. Os autores notaram, no entanto, que a pesquisa mais longa durou apenas dez semanas. Ou seja, elas podem ter deixado de registrar uma pequena alteração de peso – até mesmo 1 quilo ganho nesse período pode significar um acúmulo radical de 25 quilos em um período de cinco anos. Conclusão: As diferenças são pequenas, mas o vinho sai em ligeira vantagem ao engor-

dar um pouco menos. Apesar de seus esforços, cientistas ainda precisam entender melhor o mais incrível inimigo de quem bebe: a ressaca. Ainda não compreendemos totalmente as suas causas. A desidratação parece ser um fator importante (o álcool faz com que eliminemos mais líquidos do que ingerimos). Mas o problema também pode ser provocado por subprodutos da fermentação. Chamadas de congêneres, essas moléculas orgânicas dão a cada uma das bebidas seu sabor e aroma únicos, mas também podem ser tóxicos para o organismo, resultando na sensação de cabeça latejando e nos enjoos que normalmente sucedem uma noite de excessos. A crença geral é de que as bebidas mais escuras são as que contêm mais congêneres. Mas na realidade, as evidências disso ainda são duvidosas. Apesar de alguns destilados escuros, como o bourbon, produzirem uma ressaca mais intensa do que a vodca, por exemplo, os diferentes tipos de cerveja e de vinho não parecem atuar de maneira significativamente distinta, de acordo com pesquisa da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston. Sempre ouvimos falar que uma taça de vinho por dia ajuda a “rejuvenescer” o corpo, reduzindo o risco de doenças cardíacas, pressão alta e diabetes. Esses benefícios viriam dos chamados polifenóis (encontrados principalmente no vinho tinto), que aliviam inflamações e combatem os radicais livres. Já a cerveja nunca está muito presente nesses boletins de saúde. Mas um estudo da Universidade de Barcelona, na Espanha, indica que a bebida também contém uma dose razoável de polifenóis e parece oferecer certos benefícios, comparáveis aos do vinho branco (mas menos que o tinto). Obviamente, nenhum deles dá sinal verde a excessos. Conclusão: O vinho tinto ganha de longe, mas a cerveja pode ser melhor do que outras bebidas alcoólicas. Veredicto final: Quando se trata de benefícios para a saúde, o vinho se mostra um melhor “remédio”. No entanto, fãs da cerveja podem ao menos dizer que sua bebida favorita tem uma história mais ilustre. Alguns antropólogos sugeriram recentemente que nosso apreço pela cerveja pode ter dado origem à atividade agrícola e, por isso, à própria civilização. Nada mal para se pensar da próxima vez que se sentar em um bar com amigos.*Da BBC Earth


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16 a 30 de outubro de 2015


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