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Braganรงa Paulista

Sexta

10 Agosto 2012

Nยบ 652 - ano XI jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

11 4032-3919


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para pensar

Jornal do Meio 652 Sexta 10 • Agosto • 2012

Expediente

Os candidatos e as igrejas Mons. Giovanni Barrese

Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

Por que a Igreja Católica

consciência dos demais membros.

como “canonização” (é candidato

fé católica houve gente que levou

(aqui normalmente se en-

Sabemos todos que, embora as

da Igreja, é bom!)? A função da

isso a sério e cumpriu a missão

tende a hierarquia: Papa,

siglas partidárias, aqui entre

Igreja (toda ela) é a formação da

com fidelidade e honestidade.

bispos e padres) não apoia, não

nós, pouco signifiquem (vota-se

consciência. É pregar valores. Exortar

Mas, sabemos todos, não foi a

fecha questão sobre alguns can-

nas pessoas e não nas propostas

ao comportamento coerente entre

maioria. Quantas vezes a decla-

didatos? Por que não os aponta

programáticas dos partidos), os

a fé que se professa e a vida que se

ração da fé religiosa foi e é usada

como ‘seus candidatos’ e orienta

votos de um mesmo segmento

leva. A escolha dos que são vistos

como álibi? E convenhamos que a

seus membros a votar neles?

se subdividem. Numa Igreja há

como aptos para um determinado

pertença a uma igreja, a um grupo

Outras denominações cristãs fa-

sempre eleitores para todas as

encargo ou função pode ser feita

religioso, só pode ser usada como

zem isso! Grupos de toda ordem

siglas! Se fosse dado apoio oficial

por grupos. Mas parte, sem dú-

um indicativo a mais. Não como

e orientação fazem isso! Por que

a uma, as outras iriam sentir-se

vida, de uma convicção pessoal.

algo que qualifica absolutamente.

deixar nas mãos de terceiros uma

não a Igreja? Não estará perdendo

deixadas à margem. Como reagi-

Nascida e assumida livremente.

Tomara que todos os que dizem

decisão que é pessoal e intrans-

oportunidade de colocar gente

riam os eleitores de candidatos

Sem ingerências. Uma convicção

ter fé e a vivem em Igreja tives-

ferível. Sob pena de minimizar e

sua nas diferentes instâncias do

que não tivessem apoio explícito?

que pode receber contributos de

sem embutidas nessa afirmação

empobrecer a própria dignidade.

Poder? Não poderia influenciar

Mais: quais seriam os critérios

esclarecimentos e reflexão. Jamais

a competência, a honestidade, a

A eleição está aí. Nossa cidade

mais se os eleitos fossem católi-

objetivos para que se tomasse uma

a insinuação que possa parecer

retidão! A mim me parece claro

depende de todos nós. O voto

cos? Estas e outras perguntas, do

posição definida a respeito deste

determinação. Por mais sutil que

que o melhor jeito de encontrar

consciente e livre, que leve em

mesmo naipe, são sempre feitas!

ou daquele? Temos consciência

seja. Não posso deixar de recordar

candidatos para votar é a pesquisa

conta o bem comum e busque os

Penso que convém esclarecer

que os candidatos e os eleitores

que em nosso país a grande maio-

paciente. Que nasce do acompa-

candidatos que se comprometam

alguns conceitos. Igreja não são

não são anjos. São pessoas con-

ria dos que já exerceram cargos

nhamento daquela que é a vida das

a isso, é o único voto que deixará

somente os pastores. São todos os

cretas. No âmbito da vida de cada

públicos se declarava católica.

pessoas. As indicações de igrejas,

o eleitor dormir em paz! Que

que professam uma mesma fé. Se

dia as contradições entre o que

A presença massiva de outras

associações, clubes, movimentos,

eleitores e candidatos possam

a hierarquia da Igreja indicasse,

se afirma crer e o que realmente

Igrejas cristãs, especialmente no

etc., podem ser um auxílio para

dar passos para a construção

a partir de sua missão, algum

se faz acontecem. E como! Qual

campo da política partidária, é

a formação de uma imagem mais

de uma cidade solidária e que

candidato estaria incorrendo, a

seria a reação das pessoas diante

relativamente recente. No quadro

nítida. Nunca, porém, pode-se

abra possibilidades de vida

meu ver, no risco de substituir a

de uma orientação que soa quase

dos políticos que se declaravam de

abdicar da própria opinião! Seria

para todos.

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.


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colaboração SHEL ALMEIDA

De acordo com a psicologia o desejo que aconteceu aqui mesmo. “Eles iam com a de se ter um filho não parte apenas gente no abrigo para visita-la. No dia em tocou do ato da concepção. Vem da vontade o telefone e avisaram que poderíamos busca-la, intrínseca do ser, é preciso se dispor interna e eu não precisei dizer nada. Eles só me olharam pessoalmente para, de fato, se tornar pai ou e gritaram: é a Taís? Vamos buscar a Taís!”, mãe. Para alguns autores da área, a filiação só conta. “André não estava em casa. Quando existe efetivamente se o filho for “adotado”, ou liguei contando ele ficou eufórico e começou a seja, se houver a disponibilidade interna de se chorar. Eu e as crianças fomos vê-la no mesmo desenvolver a condição dia, mas só poderíamos paterna/materna, se os trazê-la pra casa no dia Nós escolhemos ser pai e mãe, seguinte porque precipais realmente adotarem a ideia de se ter um filho. não foi por acidente. Meus filhos sava ainda da assinatura Desse modo, a função foram desejados, batalhados do juiz e porque André do pai e da mãe iniciaprecisava estar comigo. -se antes mesmo do Eles avisaram que às filho nascer. Começa, 9h poderíamos ir até Cláudia Gimenes portanto, quando há o ao abrigo. Às 8h30 já desejo por se ter um filho estávamos estacionados e espera-se por esse filho. A palavra “adotar” na porta”, ri. A família já tem outro pedido de ganha, assim, sentido mais amplo, conforme adoção encaminhado. Taís agora tem cinco anos sugere a psicologia. Não basta conceber um e já fala que terá uma irmã chamada Letícia. filho, é preciso “adotá-lo”, fazer uma escolha, Não vê a hora dela chegar. “Minha mãe sempre querer ser pai ou mãe. “Nossos três filhos fo- disse: tudo o que vem do berço não choca. Não é ram adotados, não nasceram de nós. Mas eu a adoção que revolta, é a mentira”, fala Cláudia. e André engravidamos juntos, todas as vezes. A espera pela adoção é uma gravidez, só que Filhos desejados sem hora para terminar. Não é uma gravidez “Em cada nascimento André chorou”, conta. física. Pra mim, gravidez é estado de espírito”, “Taís chegou no dia do aniversário dele, ele fala Cláudia Gimenes, esposa de André Gime- ficou todo bobo”, fala. “Nós escolhemos ser pai nes e mãe de Tamiris, Tales e Taís. Desde que e mãe, não foi por acidente. Meus filhos foram decidiram que formariam uma família, Cláudia desejados, batalhados”, afirma. “A adoção não e André determinaram que teriam quatro fi- é fácil, gera expectativa, ansiedade, frustação”. lhos. No início o desejo era por dois biológicos “Muitas mulheres se sentem sozinha porque e dois adotivos. Como, depois de três anos de os maridos não se envolvem. Os homens não casamento, a gravidez física não aconteceu, eles falam, não se manifestam, não dizem o que não pensaram duas vezes: partiram logo para a sentem. Viram pais só quando a criança chega”, gravidez emocional. Não que a gravidez física diz. “Eu até entendo que a figura da mulher seja não seja, também, emocional. É que, no caso mais forte no caso da adoção, porque na relação deles, a barriga de Cláudia não cresceria junto social, na grande maioria dos casos, não existe o com o bebê. O filho que eles tanto desejaram, pai biológico, não há esse envolvimento” analisa. esperaram e batalharam para ter chegaria “Nas reuniões do Aconchego André participa, pronto até eles. A gestação de Cláudia e André, fala dos filhos, de ser pai. Acaba sendo um incomo de tantos outros pais e mães, aconteceu centivo para outros pais se envolverem mais”. dentro do coração. “Passamos juntos pela gravidez de cada um de nossos filhos, ele engravidou junto comigo, foi Expectativa uma espera dos dois”, fala. “É preciso preparação “A adoção foi processo natural. Eu já tenho uma emocional, uma pré-disposição dos dois, porirmã adotiva. Pra gente, não importava a barriga. que é trabalhoso. Ter filhos é prazeroso, mas Queríamos filhos”, fala Cláudia. Tamiris e Tales é trabalhoso”, fala. “Pra ele não existe antes, é nasceram no Paraná e vieram para a casa dos muito simples, não tem complicação. São filhos pais com dias de vida. Já durante a gestação das dele e pronto”, fala. “Nós sempre fomos muito crianças a documentação necessária já estava bem resolvidos no que queríamos, nunca fomos toda pronta. Assim que Tamiris nasceu, os pais presos a padrões”, afirma. foram avisados e só precisaram ir até a cidade Cláudia, Tamiris e Tales quiseram deixar para buscá-la. “Nós dois tínhamos sonhado com algumas palavras para André pelo Dia dos uma menina, mas achávamos que era só u m Pais. Taís fez um lindo desenho de toda a desejo. Quando a freira nos ligou avisando que família chamado “Dança do Sorriso”. Eis as ela tinha nascido, André só falava: meu Deus, mensagens: “Pai, neste dia especial desejo que é uma menina!”, lembra. “Com Tales foi um Deus te abençoe muito. Obrigada por ser esse pouco diferente. Estávamos esperando uma paizão. Feliz Dia dos Pais, ao melhor pai. Te criança que nasceria depois. Mas quando ele amo muito. Tamiris”. nasceu a freira perguntou se queríamos ficar “Pai, parabéns pelo seu dia, e que possa ser com ele, pois só nós, entre vários casais, está- especial. Que Deus possa sempre estar com vamos com toda a documentação em ordem”, você onde quer que você vá. Te amo muito. conta. “André ficou todo feliz: agora vamos ter Tales”. um menino! E nós já tínhamos sonhado com “André, agradeço a Deus todos os dias pela menino também” fala. Toda a espera pelas família que Ele me proporcionou. crianças está documentada em imagens. Cada A mim só foi possível ter esta linda família um deles tem um álbum com fotos da viagem porque você aceitou a adoção para nossas vidas, dos pais até Curitiba, na maternidade, no colo sempre me apoiou e incentivou. Me considero das assistentes sociais, das freiras. “Quando abençoada porque você ‘engravidava’ comigo, Tamiris nasceu não tínhamos carro, então até a curtia cada detalhe da espera e se derretia de passagem do ônibus está guardada no álbum. Na amor a cada filho que chegava. Você sempre vez do Tales fomos de carro. Ela foi junto com a foi parceiro de verdade nesta caminhada. Hoje gente buscar o irmão. Temos fotos voltando de peço a Deus que te abençoe ricamente, agradeço Curitiba em que eles estão no banco de trás, ela por você ser este pai amoroso e participativo e na cadeirinha e ele no bebê conforto” fala, com que nossa última bênção ou que nosso último saudade. Taís chegou sete anos depois, com 32 tesouro chegue em breve para completar a dias de vida. A família já morava em Bragança família e a nossa felicidade. Feliz Dia e os irmãos participaram de todo o processo, dos Pais! Com amor, mamãe Cláudia”.

Foto: arquivo pessoal

André e os filhos. “Pra ele não existe antes, é muito simples, não tem complicação. São filhos dele e pronto”

André, Tales, Taís, Cláudia e Tamiris. Família formada pelo amor. “Ele chorou em cada nascimento, engravidou junto comigo”

André e Tamiris, ainda bebê. “Nós dois sonhamos que seria uma menina”.


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colaboração SHEL ALMEIDA

Não são apenas as mulheres que têm escolher um. Ele escolheu Mariana. Aí eu conquistados direitos com os avanços falei: parabéns, esse é o nome da sua nova sociais. Se antes os homens eram filha”, se diverte, lembrando. “Na hora ele apenas os provedores do lar cuja função era não entendeu. Mas assim que contei que o de manter o sustento financeiro da famí- haviam me ligado e que ela era irmãzinha lia, hoje eles podem aproveitar os prazeres biológica da Maria Clara, ele topou na hora: da paternidade. Além das mudanças nos vamos buscá-la, ele disse”. Para eles, nunca direitos legais, como a adoção de crianças houve problema alguma em se falar sobre a por homens solteiros adoção. “Nós achamos e a licença paternidade Ele reaprendeu a brincar com importante contar de no mínimo 30 dias desde cedo a verdade”. elas. Sente prazer em levar ao A relação com a família para estes casos, o pai moderno pode se dar o balé, em participar das reuniões biológica das meninas direito de criar vínculos da escola. Agora ele curte mesmo também é muito boa, afetivos com os filhos. em especial com a avó. Nice Hoje é permitido aos “Ela sempre liga pra homens demonstrar saber das meninas e fragilidade, se emocionar, chorar, e princi- sempre que podemos levamos para visitápalmente, participar das pequenas conquis- -la”, conta. “Quando a guarda definitiva foi tas dos filhos. É comum hoje, em caso de passada para nós, meu marido foi buscar a separação, que a guarda seja compartilhada mãe biológica delas pra assinar os papéis”, entre pai e mãe ou, ainda, que seja apenas diz. “Foi tudo muito calmo”, explica. do pai. As obrigações e direitos em relação aos filhos deixaram de ser apenas da mãe Papai e passaram a ser de ambos. Mesmo com Hoje, segun do Nice, as meninas são os muito a ser melhorado ainda, é fato que hoje bibelôs do pai. “Ele sempre foi muito preos pais são mais participativos. Levam os sente. Sempre fez questão de ir junto ao filhos à escola, ajudam nos deveres, brincam, pediatra, de levantar pra dar mamadeira”, trocam fraldas. Pais biológicos ou adotivos, conta. “A única coisa que ele não gosta é não importa. O que eles realmente querem de trocar fralda, ele diz que isso não é com é fazer parte da vida dos filhos. ele”, ri. “Quando Maria Clara era menor ele saia com ela todo dia pra andar de bicicleta. Filhas Agora com Mariana é mais difícil por causa Edijalma Almeida de Amorim já havia sido do horário em que ele está trabalhando”, casado e era pai de duas filhas, Juliana e explica. “Quando Mariana chegou foi um Luciana, quando ele e Maria Claudenice problema porque Maria Clara sempre foi Lima da Silva, a Nice, se conheceram. Como muito apegada com o Edijalma e ela ficou ele não poderia mais ter filhos biológicos, muito enciumada. Voltou a mamar na mapois havia feito vasectomia, o casal decidiu deira, a usar fralda. Foi difícil a adaptação adotar. Chegaram a pensar em reversão, mas no começo”, conta. “Hoje ela ensina tudo acharam o processo complicado. Hoje são pra irmã. Já ouvi falando pra Mariana que pais de Maria Clara, de seis anos e Mariana, elas nasceram de outra barriga, mas que de três. “Nas duas vezes que recebi a ligação são nossas filhas. Que eu que sou a mãe para buscar as meninas, meu marido não e o Edijalma é que é o pai delas”, diz. As estava em casa”, conta Nice. As duas meni- meninas, mesmo não sendo filhas biolónas são irmãs biológicas por parte de mãe gicas do casal, se parecem muito com eles. e o contato para a adoção foi direto com a “Maria Clara parece mais com meu marido e família, nos dois casos. Com Maria Clara Mariana mais comigo”, fala. “Ele adora ficar foi mais fácil, o contato já começou durante falando que a primeira palavra da Maria a gravidez. Assim que a menina nasceu, o Clara foi papai. Eu falo: então tá. É sempre casal foi informado e correu para Guarulhos assim. O papai que é legal e a mamãe que buscá-la. A menina chegou em casa com é chata”, brinca. “Mariana começou a falar os pais aos três dias de vida. “A gente não mamãe e papai quase ao mesmo tempo tinha nada pronto. Antes de ir, passamos porque aprendeu com Maria Cara”, fala. no supermercado e compramos leite, ma- Para Edijalma a convivência diária com as madeira, fralda e chupeta”, lembra, rindo. filhas é tão importante que, quando precisou “Quando voltamos o porta-malas estava ficar alguns dias internado, por conta de lotado de coisas pra ela”, fala. O primeiro uma cirurgia, a grande dificuldade não foi ano de vida de Maria Clara foi de ansiedade a cirurgia em si, mas o fato de ter de passar para aos pais. “Como o contato tinha sido um tempo sem vê-las. “Foi muito difícil direto com a mãe, ficamos com medo de pra todo mundo. Elas queriam ir, mas não o juiz negar a guarda, por causa da fila de podiam entrar no hospital para visitá-lo. Ele adoção. E ela também poderia desistir, pois queria vê-las, mesmo sabendo que não era não tínhamos nada definitivo”, fala. “Meu possível. Foi o mais difícil de tudo”, lembra. marido me dizia: calma, vai dar tudo certo. “Eles só se falavam por telefone. Elas choE deu mesmo”, diz. “Ele sempre me apoiou ravam de um lado e ele segurava pra não muito, desde quando decidimos que iríamos chorar do outro”, conta. “Ele nunca tinha adotar”. Três anos depois de Maria Clara ficado tanto tempo longe delas”. “Agora eles nascer, Nice recebeu a segunda ligação, desta estão aproveitando”, diz. “Ele reaprendeu a vez da avó biológica das meninas. Ele disse brincar com elas. Sente prazer em levar ao que a filha havia tido outro bebê e perguntou balé, em participar das reuniões da escola. se Nice e Edijalma não gostariam de ficar Agora ele curte mesmo”, fala. com a criança também. A menina já tinha 7 Em homenagem ao Dia dos Pais, elas deimeses. “Foi inesperado, não estávamos pla- xam uma mensagem: “Edijalme, meu amor, nejando outra filha”, conta Nice. “Eu anotei obrigada por ser esse esposo e pai maravitrês nomes de menina em um papel. Um era lhoso, amoroso, carinhoso e presente em Mariana, que era um nome que ele sempre nossas vidas. Nós te amamos muito. Você disse que gostava. O outro era o nome dela é um super pai. Beijos de sua esposa Nice mesmo, na época, e o terceiro era um nome e filhas Mariana e Maria Clara. Feliz que eu gostava. Quando ele chegou falei pra Dia do Pais!”

Foto: arquivo pessoal

Maria Clara e Mariana. Quando a mais nova chegou, a mais velha sentiu ciúmes do pai.

Edijalma e as filhas Maria Clara e Mariana. “Quando ele precisou internar, o mais difícil foi ficar longe delas”

Nice, Mariana, Edijalma e Maria Clara. Ele sempre foi muito presente. Sempre fez questão de ir junto ao pediatra, de levantar pra dar mamadeira”


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Quando se fala em adoção logo vem acompanhar. “Eu fico com ele durante o dia à cabeça a figura da mulher. Aquela todo. De noite é a vez do meu marido. Aí eu que gera o filho, aquela que o entrega aproveito pra descansar”, brinca. “Sem apoio à outra pessoa, aquela que recebe a criança nos não dá certo”, fala. “E ele sempre me apoiou, braços, aquela que o acolhe e dedica a vida a sempre esteve do meu lado e agora é um paizão ele. A figura da mãe, em casos de adoção (ou para o Alison”, diz. É quando Sérgio chega em não), chega a ser quase tão representativa casa que Alison aproveita para se esbaldar. quanto a da própria criança. Mas, e como fica Luiza conta que os dois adoram brincar de o pai dentro dessa história? Quando um casal carrinho, mas não carrinhos comuns. “É um resolve ter um filho, biológico ou adotivo, a mini carro que ele entra pra dirigir. Um deles decisão precisa partir dos dois. A criança que é maior e cabe um adulto dentro. Aí ele e meu irá chegar será filho de ambos. Enquanto a mãe marido ficam passeando pela casa. É uma fila. representa o acolhimento, o pai representa os Eles passam e os quatro cachorrinhos passam limites. Educar os filhos, atrás”, se diverte. Luiza durante muito tempo, conta que o menino foi função apenas da O Alison não vê a hora de chegar demorou um pouco a noite pra ficar com o pai, para chama-los de pai mulher. Hoje, graças às mudanças sociais, porque a noite é só pra brincar e mãe, mas quando em especial a inserção chamou, foi aquela festa. da mulher no mercado “Ele começou a falar Luiza Hara de trabalho, as questões pai primeiro. O Sérgio relacionadas à responficou todo contente”, sabilidade de se criar um filho passou a ser de conta. Luiza diz que não se chateou. “Eu já ambos. Mesmo que, culturalmente, a educação estava acostumada, com os cachorros já era da criança ainda seja delegada à mãe, os pais assim. Eles gostam de mim, mas gostam mais das novas gerações procuram se incluir no que dele”, brinca. “Também, com a mamãe é não, diz respeito à formação dos filhos. O pai de não, não. Com o papai é sim, sim, sim”, ri. “O hoje não representa mais aquela figura sisuda, Alison não vê a hora de chegar a noite pra ficar perfeita e inquestionável. Hoje ele se permite com o pai, porque a noite é só pra brincar”, dialogar, se emocionar, brincar e, por que não, fala. “Quando o Alison foi para a piscina pela acolher o filho. Luiza Hara conta que o marido, primeira vez, ele adorou. Os dois ficaram o dia Sérgio Hara, é um paizão para Alison, de três inteiro na água brincando. No outro dia meu anos. O casal adotou o menino depois de marido comprou uma piscina pra ele”, lembra. dois anos na fila de espera de adoção e cinco “O Sérgio é um pai coruja mesmo. Ele entra no anos de tentativas de fertilização in vitro. “A clima, vira criança também”, fala, orgulhosa. intenção de adotar foi tomada em conjunto. Prioridade Mas quem cuidou da parte burocrática foi ele”, conta Luiza. Ela e o marido estão juntos há 20 A adoção de Alison algo natural tanto para anos. Por motivos profissionais foram adiando Luiza quanto para Sérgio. “Nossa vontade de o momento de serem pais. “Fui deixando pra ter um filho sempre foi maior do que qualquer mais tarde e a chance foi diminuindo com a coisa”, diz. “O Alison é nossa prioridade e nosso idade”, diz. Decidiram esquecer a fertilização in projeto de vida”, enfatiza. “Temos vários amigos vitro depois da quinta tentativa. “Meu marido que adotaram crianças, não é um bicho de sete já não estava querendo mais, já estávamos cabeças”, fala. Luíza conta que o único receio cansados”, explica. “Estávamos tentando a do casal na hora de adotar uma criança era em gravidez e a adoção ao mesmo tempo. Não relação ao racismo, de não saber como lidar nos importava qual daria certo, queríamos com isso, por isso procuraram uma criança um filho”, conta. Nessa época o casal vivia em com mais características semelhantes possíveis São Paulo, quando decidiram se mudar para das deles. “Eu já sofri racismo e sei o quanto Bragança o processo foi mais rápido. “Aqui é é difícil, é muito impactante”, desabafa. “O bem mais fácil. Esperamos apenas dois anos Alison tem cabelo escuro e liso, mas não tem até conseguirmos adotar. Em São Paulo seria como não saber que não nasceu da gente, dois olhos puxados”, diz. “As pessoas sempre levam bem mais demorado”, avalia. pelo lado negativo, ninguém pensa que ele é Disposição adotado, mas que não é filho do meu marido”, “Quando recebemos a notícia de que a adoção fala. “O Sérgio encara melhor do que eu, ele tinha dado certo, meu marido ficou maravi- leva na esportiva. Uma vez uma pessoa ficou lhado”, lembra Luiza. Alison chegou à casa dos olhando tanto que ele falou ‘minha mulher Hara com 1 ano e 9 meses. Sérgio era quem pulou a cerca’. A pessoa é que ficou totalmente estava mais familiarizado com crianças na sem graça”, ri. “Pensamos em, futuramente, época, por causa dos sobrinhos, e foi ele quem adotar mais uma criança. Meu marido quer ensinou tudo a Luiza. “No hospital, quando um casal”, fala. você tem um bebê, eles ensinam o básico em Luiza e Alison aproveitam e deixam uma cursos, como dar banho, trocar fralda. Eu não mensagem especial a Sérgio, pelo Dia dos Pais: sabia nada disso, foi ele quem me ensinou”, “Mamãe e Alison amam o papai. Esperamos conta. “Como o Alison já era maiorzinho foi que a gente tenha dias mais alegres ainda, de mais fácil porque era só seguir a rotina do muita felicidade. Ele é um pai nota 10, nota abrigo”, fala. O garoto é muito ativo e a mãe 100. É um ótimo marido e um ótimo conta que é preciso muita disposição física para pai, só temos a agradecer”.

Foto: arquivo pessoal

Luiza, Sérgio e Alison. “Ele é a nossa prioridade e nosso projeto de vida”.

Família reunida no aniversário de 02 anos de Alison. “Ele é um pai coruja mesmo, entra no clima, vira criança também”.

Pai e filho. Sérgio sempre participou da vida de Alison. Foi ele quem ensinou Luiza a trocar fraldas.


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É com muita alegria que dedico esta coluna a todos os Papais que

que tenho como referencia de Pai vem dessa caminhada que marca

me permitiram fazer parte deste universo de amor incondicional

minha vida. Não podia deixar de mandar um grande abraço para

que todos têm pelos seus filhos. Em todos esses anos tenho me

meu pai Guilherme que nunca mediu esforços para nos dar amor,

emocionado em ver tantos abraços, carinhos, lágrimas e palavras

educação e apoio pra mim e meus irmãos.

que os pais gentilmente dirigem aos seus filhos. Alguns por mais “durões” que pareçam acabam se rendendo ao ver os olhos dos filhos brilhando de tanta felicidade. Hoje tenho certeza que boa parte do

Feliz dia dos pais.


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delícias 1001

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Almoço com o pai Reunião em família ao redor da mesa

por deborah martin salaroli

Neste ‘Dia dos Pais’, aproveite cada minuto de sua companhia para colocar a conversa em dia e demonstrar seu amor por ele. E nada melhor que um almoço bem preparado, mas com toda antecedência. Afinal, ninguém quer ficar na cozinha em dia de festa. Por isso, publico hoje algumas sugestões festivas... E parabéns pra ele!!!

Salada de bacalhau

Uma salada refrescante, de fácil preparo e para ocasiões especiais (ou não). Adoro bacalhau, acompanhado de um bom azeite, então, nem se fala! Que tal? Comece dessalgando o bacalhau. Use sempre água gelada, afinal o bichinho foi pego nas águas do Ártico (brrrr, frio!!!!) e foi rapidamente seco e salgado. Conserve a tigela na geladeira e troque a água de 2 em 2 horas. Mas renove com água gelada. Gelo nele! Depois que você provar um pedacinho do bacalhau e sentir que está dessalgado, desfie grosseiramente, misture com pimentão vermelho, verde e amarelo, cebola, tomate seco, tudo em fatias. Muito cheiro verde, azeitonas pretas, pimenta do reino e regue com muito azeite.

Risoto de camarão e gorgonzola

Gosto de sempre ter ‘cartas na manga’ para as emergências, geralmente imprevisíveis. Tinha um pacotinho de camarão salgado seco guardado na geladeira e resolvi criar este risoto. É claro que tomei como base todas as receitas de risoto que já conhecia, afinal a base é sempre a mesma... Primeiro, coloquei o 1 saquinho de camarão seco de molho em água abundante, retirando todo excesso de sal. Ele é muito saboroso, adoro. Deixei 6 xícaras de água ferverem numa chaleira separadamente. Enquanto isso, levei à panela 2 colheres de manteiga com 1 colher de azeite e 1/2 cebola ralada. Refoguei bem e acrescentei 500g de arroz arbóreo. Mexi e adicionei 1/2 xícara de vinho branco seco, 1 colher (sobremesa) de caldo de camarão em pó e acertei o sal. Aos poucos, fui agregando água e, conforme o arroz cozinhava, mexia e colocava mais água... Fiz isso até que se esgotasse todo líquido da chaleira. Na última porção de água, coloquei também o camarão escorrido. Desliguei o fogo, adicionei uma pequena porção de tomilho, 1 colher cheia de manteiga, cubinhos de gorgonzola e servi com queijo

parmesão polvilhado.

fotos: delícias 1001

Cupim assado

Essa receita é de derreter. A carne fica suculenta e muito macia. Coloque 1 peça de cupim (aproximadamente 2 kg) em uma panela de pressão com 1 folha de louro, sal a gosto e água suficiente para cobrir a carne e cozinhe por 1 hora ou até a carne ficar macia. Enquanto isso, faça uma marinada misturando o suco de 2 limões, 1 pimenta-vermelha picada, 2 dentes de alho espremido, 1 xícara (chá) de vinho tinto e 1 colher (sopa) de alecrim picado. Reserve. Retire a carne da panela de pressão, coloque em um recipiente e regue com a marinada. Cubra e deixe na geladeira por 3 horas. Dica: Faça tudo isso de véspera e só asse na hora do almoço. No dia seguinte, retire o cupim dos temperos, dê 3 voltas em papel-alumínio e leve ao forno por 30 minutos. Coe a marinada e reserve. Retire o papel-alumínio do cupim, regue com azeite e volte ao forno por, aproximadamente, 30 minutos, regando com a marinada reservada.

cupim assado

Pavê de chocolate vapt vupt

Uma sobremesa rápida, simples e que sujasse apenas uma tigela... Foi assim que eu cheguei a essa receita. Ótima para os momentos de pressa na cozinha, pois usa apenas ingredientes que toda cozinha já tem à disposição. Misturei numa tigela: 2 latas de creme de leite sem o soro 1 lata de leite condensado 1 xícara de chocolate em pó (não use achocolatado) Numa travessa, montei em camadas bolacha maizena (ou Maria) umedecida em leite adoçado, creme de chocolate e chocolate branco picado grosseiramente. Repeti essas mesmas camadas até que finalizei com o creme. Polvilhei chocolate granulado por cima. Mantive na geladeira até o momento de servir. Umas 2 horas já são suficientes. Até a próxima! Deborah Deborah Martin Salaroli, amante da culinária e a tem como passatempo por influência da avó paterna desde criança. Desde abril de 2010, é criadora e autora do blog www.delicias1001. com.br recheado somente de receitas testadas e aprovadas. Alguma sugestão ou dúvida? Mande um e-mail para delicias1001@uol.com.br

Pavê chocolate e bolachas

salada de bacalhau


antenado

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Maturação de Drummond “Os 25 Poemas da Triste Alegria”, reunião de textos do início dos anos 1920, apresenta a trajetória de formação do poeta

por HEITOR FERRAZ MELLO/folhapress

Não há dúvida de que o primeiro livro de poemas de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) se chama “Alguma Poesia” e foi publicado em 1930. Está em qualquer manual escolar. Surgia ali um poeta já inteiramente afinado com o espírito modernista, mas com uma personalidade poética muito própria, diferente de seus contemporâneos, como Mário (1893-1945) e Oswald de Andrade (1890-1954), ou Manuel Bandeira (1886-1968) e tantos outros. No entanto, essa conversão ao modernismo não se deu sem um “impulso especulativo”, para usar uma expressão do crítico John Gledson no seu famoso estudo “Poesia e Poética em Carlos Drummond de Andrade”, de 1981. O jovem Drummond revolveu com determinação cada um dos principais assuntos que movimentavam a vanguarda brasileira, como o tema do nacionalismo, da busca pela cor local, da linguagem coloquial, da nossa sempre intrincada relação com as influências externas (no caso, europeia) etc.

Adesão modernista A prova dessa buscada maturação é a edição agora de “Os 25 Poemas da Triste Alegria”, que reúne poemas anteriores a “Alguma Poesia” e artigos escritos entre 1923 e 1924, em revistas e jornais. Nesses poemas, encontra-se um poeta ainda muito ligado ao floreado “penumbrismo”, corrente estética da belle époque, capitaneada pelo gaúcho Álvaro Moreyra. Era uma poesia marcada por uma melancolia e uma ironia

pouco autênticas. Apesar do uso do verso livre, havia muita ternura, humildade, jardins, quintais, estrelas e flores indiferentes, sombras inúteis e tantas outras imagens um tanto postiças e abstratas -muito diferente da poesia concreta que ele viria a realizar, pouco tempo depois, em “Alguma Poesia”, na qual a melancolia e a ironia deixariam de ser um estilo para se tornar tema, com corrosivo humor. Por este material, percebe-se que não foi uma trajetória fácil: houve uma complexa reflexão na trajetória de adoção da estética divulgada pelos paulistas da Semana de Arte Moderna de 1922. O grande ponto de virada para o jovem poeta mineiro foi a passagem, em 1924, da animada “caravana modernista” pela provinciana Belo Horizonte, principalmente pela possibilidade de estreitar amizade com Mário, com quem Drummond começou a se corresponder.

Longa história Mas vale recompor a história do datiloscrito de “Os 25 Poemas da Triste Alegria”, como conta Antônio Carlos Secchin no prefácio da edição atual. Uma cópia datilografada e organizada como um livro foi dada de presente pelo poeta, em 1937, ao amigo Rodrigo Melo Franco de Andrade, que depois a emprestou a Manuel Bandeira, que, por sua vez, a devolveu a Drummond. A cópia desapareceu na quadrilha, surgindo muitos anos depois no acervo de um bibliófilo carioca.

Essa coletânea de versos contém algumas camadas: a dos poemas, escritos no começo dos anos 1920; depois, os comentários de Drummond, feitos em 1937. Neles, o poeta também incluiu algumas observações de Mário de Andrade, enviadas por carta, em 1924. São três leituras: a dos poemas em si, a do autor de “Pauliceia Desvairada” e a de um Drummond que, em 1937, já estava escrevendo os poemas decisivos de “Sentimento do Mundo” e que reconhecia que aqueles poemas eram “exercícios à moda do tempo, tímidos e mecânicos”. O livro ainda traz cinco artigos de Drummond essenciais para entender a sua transformação, em tão curto espaço de tempo. Além disso, há também uma entrevista com o poeta Emílio Moura, de 1952, lembrando da vida literária de Belo Horizonte nos anos 1920. Essa pequena reunião de textos, como “Sobre a Arte Moderna”, “As Condições Atuais da Poesia no Brasil’ e “Poesia Brasileira”, por exemplo, permitem perceber, de perto, as especulações (e admirações) do poeta mineiro nessa época, avaliando a produção do período -com seus parnasianos, penumbristas e modernistas. Heitor ferraz mello é poeta, autor de “Um a Menos”Os 25 poemas da triste alegria Autor: Carlos Drummond de Andrade Editora: Cosac Naify Quanto: R$ 79,90 (144 págs.) Avaliação: ótimo


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saúde

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Droga contra obesidade É a primeira vez em 13 anos que um novo remédio desse tipo chega ao mercado no país

por GIULIANA MIRANDA/FOLHAPRESS

Após 13 anos sem aprovar novos remédios para a obesidade, a FDA(agência que regula medicamentos e alimentos nos EUA) liberou ontem a comercialização do Belviq (hidrocloreto de locaserina). Fabricado pela Arena Pharmaceuticals, o remédio age ativando um receptor de serotonina no cérebro, o 2C. Esse mecanismo colabora para a diminuição do apetite e para a sensação de saciedade após as refeições. O hidrocloreto de locaserina foi aprovado para pacientes com sobrepeso e obesos, com IMC (índice de massa corporal) a partir de 27 e pelo menos uma complicação ligada ao excesso de peso, como pressão alta e diabetes. Estudos viram que usuários do remédio tiveram perda média de 3,7% do peso. Ou seja, alguém com 100 kg conseguiria emagrecer, em média, menos de 4 kg. “É uma perda modesta. Sem dúvida, entre as opções que eles tinham para aprovar, a locaserina é a que menos emagrecia”, avalia Rosana Radominski, presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica). Segundo ela, porém, mesmo com o emagrecimento pouco expressivo, o remédio pode ser benéfico para alguns pacientes, uma vez que ele ajuda a controlar problemas associados à obesidade, como pressão alta e complicações metabólicas. O novo remédio não deve ser usado por grávidas e, em combinação com alguns remédios, como certos antidepressivos, pode causar sérios efeitos adversos.

“O Belviq também pode causar distúrbios de atenção ou memória”, diz a FDA. A última droga contra a obesidade aprovada pela agência havia sido o Xenical, da Roche, em 1999. Um dos efeitos colaterais da droga é o excesso perceptível de gordura eliminada nas fezes. “A FDA demora mais a aprovar as drogas contra a obesidade

porque há uma série de exigências muito rígidas contra os efeitos colaterais. Afinal, esses medicamentos agem no sistema nervoso central”, diz Rosana. Com a maior população de obesos do planeta, os Estados Unidos estão enfrentando uma pressão grande para a liberação de novas drogas contra o distúrbio. foto: divulgação


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comportamento

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Comida industrializada é vício, traz

sintomas de abstinência por /folhapress

O clínico geral Joel Fuhrman é o novo “superstar” do emagrecimento no país que é símbolo da epidemia da obesidade. Além de manter um livro há mais de um ano na lista de mais vendidos do jornal “New York Times”, tem um site para para orientação a pacientes e venda de produtos dietéticos e uma clínica em Nova Jersey (EUA). Ele afirma que o sucesso de sua dieta está mais ligado à prevenção de doenças do que à perda de peso em si -embora não deixe de ressaltar a eficácia do método para eliminar muitos quilos em pouco tempo e sem passar fome. Em entrevista, ele explica como isso é possível. Reportagem - O sr. afirma que a pessoa pode comer o quanto quiser e perder peso. Como isso acontece? Joel Fuhrman - Com o tipo de alimentação que proponho, as necessidades de micronutrientes do corpo são atendidas, então, a pessoa naturalmente vai querer comer só o que realmente precisa. É uma dieta que muda a percepção de fome. Comida industrializada não é saudável. É um vício que resulta em sintomas de abstinência quando você fica um tempo sem comê-la. É o que chamo de fome tóxica. Sua dieta é baseada em evidências científicas? Tenho milhares de clientes que perderam quase 50 quilos e não engordaram novamente. Minha pesquisa sobre fome tóxica, feita com mais de 700 usuários do meu site, foi publicada no periódico “Nutrition”. E meus clientes não só emagrecem, como também resolvem problemas de pressão alta, diabetes, enxaqueca e reduzem o risco de ter câncer. Sua dieta promete a perda de dez quilos em seis

semanas. Não é muito rápido? Não há problema em perder peso rapidamente se isso acontece com o consumo adequado de micronutrientes. Na verdade, para algumas pessoas é mais arriscado demorar para emagrecer. Claro, se após as seis semanas a pessoa resolve voltar à alimentação convencional, vai engordar de novo. Mas as informações em meu livro aumentam os conhecimentos de nutrição do leitor, a maioria entende por que deve se alimentar de forma saudável. O que distingue sua dieta de outras, como a mediterrânea? O conceito de densidade de nutrientes é um diferencial. Minha dieta não foi criada para ser um best-seller, mas para ser a forma mais eficaz de evitar doenças e aumentar a longevidade. Além disso, não tem o foco na restrição calórica -mesmo assim, a compulsão para comer demais acaba quando a pessoa consome alimentos ricos em fitoquímicos. Por isso, a sensação de insatisfação, comum em outras dietas, desaparece. Mas não é difícil seguir uma dieta que restringe vários grupos de alimentos? Sinceramente, acho que as pessoas têm o direito de comer o que quiserem. Se querem uma alimentação que causa doenças, vão achar meu programa muito restritivo. O estilo de alimentação saudável não é muito popular, mas, quando as pessoas recebem as informações certas, percebem seus benefícios e passam a gostar mais desse tipo de comida. É mais gostoso comer pratos que, além de tudo, são intelectualmente apetitosos porque você sabe que vão contribuir para a sua saúde a longo prazo.


informática & tecnologia

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Fãs à venda Sites comercializam seguidores no Twitter e oferecem pacotes de “curtidas” no Facebook

por /folhapress

Quanto vale seguir alguém no Twitter? Ou “curtir” uma página no Facebook ou um vídeo no YouTube? Tem preço? Segundo sites no Brasil e no exterior, tem. Serviços como Popular Fans, Social Jump, Big Follow e Twitter King oferecem esquemas dos mais variados, incluindo alguns irregulares, que colocam um seguidor do Twitter, por exemplo, valendo de R$ 0,0006 a R$ 0,31. Os mais baratos em geral são “fantasmas”, contas criadas por computadores, que só tuítam spam. Não interagem, servem só para engordar o número de seguidores. Com preços acessíveis, a compra de fãs no Facebook e seguidores no Twitter atrai tanto usuários comuns como agências de publicidade -estas, tentando turbinar a popularidade de seus clientes. “Nosso serviço é polêmico, muita gente critica. As pessoas inflam seus números [de seguidores no Twitter ou “likes” no Facebook] de forma artificial, principalmente por vaidade, em busca de fama”, contou à Folha o programador Rafael Franco, 29, que administra ao menos quatro endereços com serviços do tipo. No Brasil, um modelo popular de compra para o Twitter é baseado em usuários que aceitam seguir outras pessoas recebendo em troca alguns seguidores. Funciona assim: quem digita seu nome de perfil e senha do microblog em sites como o Big Follow passa a ser seguido na hora por até 20 perfis. Em troca, o usuário é obrigado a seguir de volta não só esses mesmos 20 perfis mas também as contas de clientes VIP, que pagaram por pacotes de ao menos 500 seguidores. Além disso, quem se cadastra passa a mandar tuítes automáticos de publicidade. E os seguidores são todos reais? “Não tem como ter 100% de controle dos perfis falsos. Tem gente que cria um falso para testar o produto antes de colocar o seu perfil real. Mas é uma minoria”,

afirmou Bruno Maciel, 22, administrador de três endereços. Os serviços existem há mais de dois anos, mesmo desrespeitando as regras estabelecidas pelo Twitter. Um dos 19 termos contra spam do microblog diz que o usuário pode ser suspenso se ele “usar ou promover websites de terceiros que prometem atrair mais seguidores” ou se “seguir um grande número de usuários em um curto período de tempo”. No exterior, é comum a venda a baciada, com a entrega de até 16 mil seguidores em duas horas por R$ 10 (leia o infográfico na pág. F3). Para o Facebook, existem outras estratégias. “Temos uma rede internacional de pessoas que pagamos para ‘curtirem’ páginas. É gente aleatória que faz qualquer coisa por um pouco de dinheiro”, disse ao jornal “The New York Observer” Matthew Prepis, diretor de uma agência de New Jersey (EUA). Questionado pela Folha, o Facebook afirmou, em nota, que “incentivar alguém a ‘curtir’ uma página é uma violação dos termos de serviço”. A irregularidade não é um impedimento para sites como o brasileiro Add Likes, que oferece pacotes de cem “curtidas” por R$ 50 e de mil “curtidas” por R$ 400. “Tem muita gente famosa que paga” Programador que vende seguidores diz que procura aumenta com eleição; conta de humorista cresceu de 900 para 70 mil Marco Couto, 28, é empresário, presidente de ONG e pré-candidato a vereador em São Paulo pelo PSDB. Em começo de carreira política, comprou seguidores no Twitter para “se aproximar do eleitor”. Sua assessoria contratou um serviço VIP, e a conta do político saltou de 500 para mais de 44 mil seguidores em menos de seis meses. “Esses meios de comunicação ajudam demais em todos os sentidos. É uma ferramenta para trocar ideias com o eleitor”,

disse Couto por e-mail, embora tuíte mais sobre a vida pessoal do que sobre sua plataforma política. O mesmo fez o comediante paulistano Marcelo di Morais, que há três meses pagou R$ 750, parcelados em 12 vezes. Sua conta de 900 seguidores foi para quase 70 mil desde então. Ele a usa para divulgar seu show semanal e uma rede de TV on-line da qual é diretor artístico. “Tem um movimento bem maior. Eu posto muita besteira, e muita gente cumprimenta, xinga ou retuíta. É uma interação forte”, disse Marcelo. “É tudo muito novo, você fica tentando mobilizar pessoas para tentar capitalizar de alguma forma, seja em acessos no meu blog, no meu show ou na TV.” Bruno Maciel opera um serviço de troca e venda de fãs e seguidores desde 2009, no mesmo escritório de um clube náutico em Formiga, no interior de Minas Gerais, onde tem um emprego com computação. O primeiro trabalho, segundo ele, dá mais retorno financeiro. “Tem muita gente famosa que paga, atores, apresentadores de TV. Tem agência de publicidade que chega com oito ou 15 clientes de uma vez”, disse Bruno, que não revela os nomes de seus clientes. “A maioria que paga quer mais divulgação. Dá para trabalhar melhor [divulgar uma marca, por exemplo] com um perfil de 100 mil seguidores do que com um de 300.” Em época de eleição, contou ele, a procura aumenta muito. Bruno disse que cuida do serviço sozinho, já que é tudo automatizado por um programa criado com ajuda de um desenvolvedor estrangeiro. E que tem 600 mil perfis cadastrados no serviço gratuito de seus três endereços. Quem se cadastra no troca-troca segue também seus cliente pagos, os VIPs, que não costumam passar de 30 perfis por vez. “Caso contrário, o pessoal do serviço gratuito reclama”, explicou.


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por Igor Macário/Auto Press Fotos: Igor Macário/Carta Z Notícias

A Fiat acordou para o Punto. Longos cinco anos após o lançamento no Brasil, a marca promoveu as primeiras modificações no hatch. Ele ganhou visual, interior renovados, além de uma pequena redução de preços em algumas versões e a adição de novos equipamentos. Com isso, a Fiat espera ter um rival mais forte para Chevrolet Sonic, Ford New Fiesta, o renovado Citroën C3 e o futuro Peugeot 208 – além do antigo Volkswagen Polo. Na prática, a lista das mudanças é grande, mas pouco afetam o caráter do carro. A carroceria ganhou os traços do Punto Evo europeu, com frente e traseira redesenhadas – com o “bigodinho” do 500, que se alastra por todos os novos Fiat brasileiros – visual já substituído na Europa, onde o Punto ostenta atualmente linhas mais suaves. A Fiat garante que, ao contrário dos europeus, o brasileiro prefere mais adornos, o que justificaria a escolha desta versão, de ar mais robusto, para ser produzida em Betim. Na frente, o centro do para-choque vem sem pintura e divide a grade horizontalmente. Nas extremidades, ficam abrigadas as luzes de direção – antes acoplada aos faróis, que mantiveram basicamente o mesmo desenho. Atrás, as mudanças são mais sutis. As lanternas ganharam leds. O para-choque foi redesenhado e também ganhou uma larga faixa sem pintura. De perfil, nada mudou. Os motores também continuam os mesmos, mas com pequenas atualizações. O 1.8 16V, de 132 cv e 18,9 kgfm, agora só é disponível na versão Sporting. Já o 1.4 da Attractive passa a ser o Evo, já usado em Uno, Palio e Grand Siena, que tem 88 cv e 12,5 kgfm de torque com etanol – antes os números eram 86 cv e os mesmos 12,5 kgfm. O 1.6 16V, de 117 cv e 16,8 kgfm, equipa a Essence. O câmbio automatizado, opcionais para os motores 1.6 e 1.8, passa a ser o Dualogic Plus, que já equipa Bravo e Linea, que tem um software mais moderno. O modelo para as vitrines, no entanto, é mesmo o 1.4 turbo de 152 cv da versão T-Jet. Ele agora incorpora o seletor DNA, que permite alterar alguns parâmetros eletrônicos do motor de acordo com a escolha do motorista. O “D”, de Dynamic, prepara o 1.4 para entregar o torque mais bruscamente e deixa o motor mais “cheio”. O “N” é de Normal e o “A”, referente a Autonomia, amansa o propulsor e tem foco na redução de consumo – na Europa, essa opção é chamada “All Weather”, para pisos escorregadios. Por dentro, o Punto também trouxe novidades. O painel foi totalmente redesenhado e agora se parece muito com o utilizado no Bravo. A Fiat diz ter melhorado a qualidade do acabamento, com o uso de materiais mais nobres. O quadro de instrumentos também foi modificado e ganhou mostradores distribuídos em dois círculos pronunciados, também muito semelhantes ao do hatch médio. A marca ainda colocou novos “spots” de iluminação interna, para dar ao Punto um ar mais requintado. Há pequenas fileiras de LEDs próximas às maçanetas e sob as

saídas de ar dos cantos do painel. A Fiat também se mostra agressiva em relação aos preços. A gama começa em R$ 38.570 para o Attractive 1.4 – o único sem ar-condicionado de série – e segue até os R$ 55.740 do T-Jet 1.4 – antes começava em R$ 40.380 e ia até R$ 65.830. Os preços de Essence e Sporting também estão menores – caíram respectivamente R$ 3 mil e R$ 5 mil – e custam agora R$ 41.750 e R$ 46.400. O câmbio automatizado Dualogic Plus acrescenta R$ 2.370 aos dois modelos. Entre os opcionais, destaque para a adição dos airbags laterais e de cortina. Com as modificações, o bom conjunto ganhou um sopro de atualidade e mantiveram a elegância do desenho de Giugiaro. O Punto continua sendo uma opção maior e certamente mais refinada que o Palio.

Impressões ao dirigir

Fiat Punto São Paulo/SP – Mais do que no visual externo, a atualização do Punto caiu muito bem no interior, que carregava linhas mais retas. O novo painel é mais elaborado e torna a vida a bordo do hatch um pouco mais agradável. Parece haver mais cuidado na finalização, nos encaixes e nos arremates. Ainda estão lá a ótima posição de dirigir e o rodar sólido, que contribuem para a boa impressão. Ao volante, a Attractive 1.4 se mostrou surpreendentemente eficiente em trecho urbano. Os 12,5 kgfm a 3.500 rpm são suficientes para uma tocada tranquila, sem que seja necessário “esgoelar” o motor. Claro que em algumas subidas mais acentuadas, a esperteza dá lugar a alguma “preguiça”. Mas, ainda assim, o propulsor aceita giros altos sem passar a impressão de que está próximo do limite. E permite explorar bem a escala do conta-giros. Já o Punto Sporting com motor 1.8 e o câmbio automatizado Dualogic Plus – recém-atualizado – dá ao modelo uma pegada bem mais “animada”. As mudanças na transmissão deixaram o carro mais suave e confortável, com trocas de marcha mais rápidas. O modelo “entende” melhor as intenções do motorista. Ficou mais fácil o uso no trânsito urbano. A nova função Creeping – que faz o carro andar vagarosamente ao soltar o pedal do freio – ajuda bastante na hora de manobrar. No asfalto ruim das ruas da elegante região do Brooklin, Zona Sul da capital paulista, a suspensão deu conta de remendos e buracos na pista. No entanto, os solavancos são muito sentidos no interior, particularmente no banco traseiro. Há pouca diferença no comportamento entre as versões, que diferem principalmente pelo tamanho das rodas – que vão de 15 a 17 polegadas. Os pneus de perfil maior do Punto Attractive atenuam um pouco a dureza do conjunto. A contrapartida é que em piso liso, o acerto se mostra equilibrado e dá ao carro boa estabilidade direcional nas retas e segurança em curvas rápidas.


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Notícias

automotivas por Augusto Paladino/autopress

Presença confirmada – Pouco depois do lançamento do Peugeot 208 na Europa, a marca francesa já prepara a aguardada versão esportiva do hatch. O 208 GTI já deve aparecer no próximo Salão de Paris, em setembro, e as vendas começarão em 2013. O carro já havia aparecido como conceito no começo desse ano durante o Salão de Genebra. Sob o capô, o conhecido motor 1.6 THP em versões com 156 cv e até 206 cv para a variante mais poderosa. Na configuração mais forte, o carrinho deve acelerar de zero a 100 km/h em menos de 7 segundos. Além dos motores potentes, a suspensão será mais baixa e firme, com acerto bem esportivo. Mil vezes – A Lamborghini não tem do que reclamar. Seu superesportivo mais caro, o Aventador, chegou à marca das mil unidades produzidas na fábrica de Sant’Agata Bolognese, na Itália. A milésima unidade foi entregue ao alemão Hans Scheidecker pelo próprio CEO da Lamborghini, Stephan Winkelmann. A marca foi atingida apenas 15 meses após o lançamento do modelo – seu antecessor, o Murciélago, levou dois anos e meio para atingir as mil unidades. Tanto sucesso fez a produção saltar de três para cinco carros por dia na fábrica. O Aventador usa um “modesto” V12 de 6.5 litros e 700 cv, capazes de levar o carro de zero a 100 km/h

em 2,9 segundos e à velocidade máxima de 350 km/h. Formiga atômica – Associada sempre aos Mercedes-Benz mais furiosos já criados, a preparadora alemã Brabus também não deixa de fora de seu portfólio os pequenos Smart Fortwo. Tanto que o carrinho terá uma edição especial para celebrar os 10 anos do primeiro Brabus Fortwo, lançado em 2002. As 100 unidades da edição 10th Anniversary ganharam decoração especial, com anexos aerodinâmicos pintados em prata e acabamento interno ainda mais refinado. O motor é o mesmo 1.0 litro turbo de três cilindros e 102 cv dos demais Smart Brabus. Em conjunto com o câmbio automatizado de cinco marchas, ele é capaz de chegar aos 155 km/h de velocidade máxima. Passa raspando – Ninguém discute que as motos da Harley-Davidson sejam clássicas. Mas também costumam ser problemáticas. Agora é a vez de 159 unidades da touring grande Street Glide vendidas no Brasil – fabricadas entre 2011 e 2012 – passarem por um recall. O problema está na fixação do chicote elétrico, que pode encostar na corrente de transmissão ou no pneu traseiro, desgastando o componente de forma prematura. As motocicletas serão inspecionadas e caso seja detectado o defeito, o chicote pode ser substituído.


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por Carlo Valente do InfoMotori.com/Itália Auto Press

Uma moto Harley-Davidson sempre gera encanto a quem olha ou tem a chance de pilotá-la. Com a Dyna Switchback não é diferente. A custom touring norte-americana mantém com linhas inconfundíveis o lendário carisma de suas conterrâneas e promete boas doses de emoção e prazer ao pilotar uma moto grande, feita para cruzar grandes distâncias sem demonstrar cansaço. Ela foi lançada em julho do ano passado e deu as caras na Europa logo no começo de 2012. A proposta da Dyna é oferecer quase duas motos numa só. Em alguns segundos ela pode passar de uma touring para uma street cruiser apenas com a remoção dos porta-bagagens e do para-brisa dianteiro. Ela é equipada com o clássico Twin Cam V2 de 1.691 cm³, capazes de entregar 13,4 kgfm a 3.500 rpm. A potência não é divulgada, como manda o figurino da Harley – é avaliada internamente em 90 cv. A força é descrita apenas como suficiente para empurrar os 326 kg da Dyna Switchback. O câmbio é sempre manual de seis marchas enquanto os freios utilizam discos simples na frente e atrás, sempre com ABS. O visual é o típico da marca norte-americana. Com o assento bem baixo – a apenas 66 cm do solo –, ela proporciona uma posição de guiar muito peculiar, mas comum ao universo Harley-Davidson. As proporções são corretas e a moto parece ser menor do que os 2,35 metros de comprimento sugerem. E, como sempre, o motor V2 tem bastante destaque no centro do quadro. Nas laterais, a presença das malas só adiciona charme ao conjunto, assim como o tradicional escapamento cromado. A Dyna consegue um conjunto interessante na gama Harley-Davidson. Ela não é exatamente barata, custa US$ 16 mil nos Estados Unidos – no Brasil sai por R$ 43.700 –, mas aposta na versatilidade de seu conjunto para conquistar uma legião de fãs dentro da própria marca. Mas, mesmo propondo um conceito de versatilidade pouco visto entre as Harley-Davidson, ela mantém muitas das características conhecidas, como o visual mais clássico e o motor de 103 polegadas cúbicas.

Impressões ao pilotar

Sessão de relaxamento Roma/Itália – Assento baixo, guidão largo, apoio generoso para os pés e posição não muito avançada. A Dyna Switchback definitivamente não é tão extrema quanto muitas de suas conterrâneas, mas não esconde a genética apurada. O motor vibra bastante como se quase não houvesse isolamento

e o ruído afiado acompanha a experiência de pilotar desde a primeira acelerada. A vontade de “devorar” o asfalto é instigante e ela não hesita em avançar quilômetros e quilômetros de estrada. No entanto, nem tudo são flores. O calor do escapamento exposto incomoda bastante na cidade e torna uma simples volta no quarteirão um sacrifício para os menos aficcionados. Definitivamente, o trânsito urbano não é o habitat natural da Dyna. É na estrada que ela mostra suas maiores qualidades. Mesmo em rotas sinuosas, ela responde bem a velocidades de cruzeiro e permite percorrer longas distâncias sem cansar tanto o motociclista. O motor V-Twin é dócil e esperto, com farto torque em baixas rotações. Basta torcer o acelerador um pouco mais para ela arrancar com decisão, envolta numa sinfonia muito característica. Num primeiro contato, os freios parecem subdimensionados para a Dyna, mas ao menos o ABS de série permite aplicar mais força sem perigos. Ela não foi feita para grandes emoções, mas para proporcionar prazer de pilotagem a quem puder colocar as mãos em uma.

Ficha técnica

Harley-Davidson Dyna Switchback Motor: A gasolina, quatro tempos, 1.691 cm³, dois cilindros em V, com 90º de inclinação, duas válvulas por cilindro e comando no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto sequencial e refrigeração a ar. Câmbio: Manual de seis marchas à frente com transmissão por correia. Potência máxima: Avaliada em 90 cv. Torque máximo: 13,6 kgfm a 3.500 rpm Diâmetro e curso: 98,4 mm x 111,3 mm. Taxa de compressão: 9,6:1 Suspensão: Dianteira com garfo de alumínio pressurizado, com 98 mm de curso. Traseira ajustável eletronicamente com braço único tubular com amortecedor regulável e 54 mm de curso. Pneus: 130/70 R18 na frente e 160/70 R18 atrás. Freios: Dianteiro com disco simples de 300 mm de diâmetro e pinça flutuante Brembo de quatro pistões. Traseiro simples com 292 mm de diâmetro com pinça de dois pistões fixos. Oferece ABS de série. Dimensões: 2,35 metros de comprimento total, 0,95 m de largura, 1,40 m de altura, 1,59 m de distância entre-eixos e 0,66 m de altura do assento. Peso: 326 kg. Tanque do combustível: 17,8 litros. Produção: York, Estados Unidos. Preço nos Estados Unidos: US$ 16 mil, equivalente a R$ 33 mil.

Fotos:Divulgação


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AIRBAG DUPLO

Respeite a sinalização de trânsito.

Veículos em conformidade com o PROCONVE. C3 GLX 1.4 Flex 12/12 anunciado à vista a partir de R$ 34.990,00. Grátis Banco de Couro 100% ecológico, Rodas de Liga Leve e CD MP3. C3 Picasso GLX 1.6 16V Flex 12/12 anunciado à vista a partir de R$ 44.990,00. Veículo anunciado com taxa de 0% a.m. válida somente com 60% de entrada e saldo restante em 24 vezes. C4 Hatch GLX 1.6 16V Flex 12/13 anunciado à vista a partir de R$ 49.990,00. Veículo anunciado com taxa de 0% a.m. válida somente com 60% de entrada e saldo restante em 24 vezes. Aircross GLX Mecânico 1.6 16V Flex 12/12 anunciado à vista a partir de R$ 47.990,00. Veículo anunciado com taxa de 0% a.m. válida somente com 60% de entrada e saldo restante em 24 vezes. Grátis Airbag Duplo. Frete e pintura metálica no valor de R$ 990,00 à vista cada, não inclusos nos valores à vista dos veículos anunciados e em suas respectivas parcelas. Taxas e promoções acima anunciadas válidas a partir do dia 01/08/2012 enquanto durarem os estoques, sendo o estoque atual de 05 unidades por veículo anunciado. Todos os financiamentos acima anunciados são através de CDC pelo agente financeiro Le Mans. IOF e TC não inclusos nos financiamentos acima anunciados e suas respectivas parcelas. TC à vista no valor de R$ 999,00. Crédito sujeito à aprovação. Reservamo-nos o direito de corrigir possíveis erros de digitação. Imagens meramente ilustrativas. Ofertas válidas até 10/08/2012. Se beber não dirija.

Le Mans Bragança Paulista | Av. José Gomes da Rocha Leal, 1.910 | 11 4892-6000


Jornal do Meio 652 Sexta 10 • Agosto • 2012

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