MAGAZINE
STUDENT-LED CONFERENCE: QUANDO O ESTUDANTE É O PROTAGONISTA
TEMPO DE CRESCER E AMADURECER
1202 * OIAM 4#
SPOTLIGHT
JORNADA DA FELICIDADE: UM CAMINHO QUE VEM DA PSICOLOGIA POSITIVA
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EDITORIAL
Maio chegou com imensas oportunidades de feedback
EMPATIA
ÍNDICE
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Projeto do Kinder C de São Paulo explora a questão: Por que é importante valorizar a diversidade?
CIDADANIA GLOBAL
Estudar outro idioma e abrir-se à diversidade
ESTUDAR CHINÊS Por que aprender Mandarim?
SEMANA DA FLUÊNCIA DIGITAL Para desenvolver o mindset lógico e criativo
CULTURA DE FEEDBACK Como a Escola Concept avalia a aprendizagem?
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STUDENT-LED CONFERENCE
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FELICIDADE É...
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EDIÇÕES ANTERIORES
Reuniões em que o estudante é o protagonista
Especialista em psicologia positiva comenta definições de estudantes sobre o que é felicidade
Envolva-se em nossa comunidade por meio da revista Spotlight.
Maio chegou com imensas oportunidades de feedback
O que nos faz crescer e amadurecer? Neste ano, nós nos inspiramos no livro A Árvore Generosa, de Shel Silverstein, para entender e demonstrar como essa emocionante jornada de aprendizado acontece na Escola Concept. Entre as muitas interpretações possíveis dessa história, percebemos como é importante estabelecer objetivos e ir atrás deles, mas sempre considerando o que aprendemos e levamos conosco na jornada. Algumas pessoas acham que "A Árvore Generosa" é uma história triste, porque a árvore sempre dá ao menino o que ele quer, e não conta o quão solitária e fraca ela se sente quando ele vai embora. Como você tem enfrentado seus desafios na vida? O que aprendeu com cada situação? Você tem alguém em quem se apoiar? Todos os dias, nossos estudantes na Escola Concept são desafiados a enfrentar problemas com um propósito de crescimento. Na prática, significa que aprendem a ver as dificuldades como oportunidades. Não se trata daquilo em que eles não são bons. Mas sobre o que AINDA não podem fazer. Então, como promover a mudança de mindset? Com muita reflexão.
04 | spotlight - maio 2021
L AI R O TI D E Como nos foi mostrado por Arthur L. Costa e Bena Kallick, o Hábito da Mente de Pensar Sobre nosso Pensamento, também conhecido como "aprender a aprender", orienta diariamente nossas ações na Escola Concept. Por meio de ferramentas de avaliação significativas, colocamos o estudante no centro: Student-Led Conferences, Festival of Learning, MAP Testing, Feedback on Progress and Growth e assim por diante. Esses eventos acadêmicos são a base que nos permite garantir experiências de aprendizado real e duradouro em nossa comunidade. Nesta edição da SPOTLIGHT, vamos conduzi-lo a conhecer alguns dos principais processos de avaliação que acontecem na nossa escola. Você saberá melhor como medimos o progresso acadêmico de nossos estudantes e como os capacitamos para serem protagonistas de sua história. Com exclusividade, compartilhamos uma conversa com Carol Romano, estudiosa de psicologia positiva e criadora da “Jornada da Felicidade”, um processo de autodesenvolvimento. Vamos descobrir juntos como não deixar nosso crescimento parar!
AVISO As reportagens e os artigos publicados nesta revista digital - Spotlight - baseiam-se em entrevistas, cobertura de eventos e documentação pedagógica compartilhada por educadores, famílias, estudantes e demais colaboradores de nossa comunidade. Os textos e as fotos são editados para melhor adequação à linguagem jornalística, podendo omitir trechos do processo ou usar uma seleção das imagens. Também é possível que utilizemos fotos de estudantes sem máscara, registradas antes da pandemia. spotlight - maio 2021 | 05
EMPATIA
Por que é importante valorizar a diversidade? Por Carolina Monteiro de Maio, educadora do Kindergarten na Escola Concept São Paulo O Kinder C começou o ano de 2021 no campus, depois de um ano muito desafiador em 2020. Com o aprendizado on-line, todos sentiram falta das possibilidades que nascem do encontro. Considerando esse cenário, nos primeiros dias, estimulamos os estudantes a falar sobre si mesmos, trocando experiências e preferências. As conversas os conduziram comparações, e aproveitamos as oportunidades para questionar: Somos todos iguais? É bom ser diferente? Por quê? VEJO CORES EM VOCÊ Juntos, construímos um mapa mental e listamos aspectos físicos, emocionais, culturais e comportamentais. As contribuições fizeram com que refletíssemos sobre o que nos torna únicos, e nos aprofundamos em um dos aspectos trazidos pelos estudantes: a cor da pele. Em conexão com o Projeto Humanae, da fotógrafa brasileira Angélica Dass, convidamos os estudantes a encontrar o tom mais próximo de sua pele, entre uma variedade de pantones. Assim, eles perceberam que todos têm cores diferentes e construímos uma “Parede de
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Cores”, mostrando que somos únicos.
Essa discussão foi o evento de entrada do projeto “Por que é importante valorizar a Diversidade?”, planejado com intuito de celebrar o que temos em comum, assim como nossas diferenças. O percurso deve ajudá-los a ter consciência da importância de sermos flexíveis, de aceitar as diferenças e de perceber o quanto podemos nos beneficiar e aprender com os outros.
Maitê: As pessoas são diferentes. Henrique: Tem cabelos diferentes. Olivia: Tem cores diferentes. Lena: Minha pele é mais clara que a do meu pai. Educator: É bom ser diferente? Olivia: É! A gente aprende coisas novas com pessoas diferentes e a gente pode tentar também. Ser diferente é bom, se todo mundo faz a mesma coisa vamos enjoar. NÃO JULGUE UM LIVRO PELA CAPA Esse projeto esteve vinculado ao Objetivo Global nº 10 - Reduzir Desigualdades, incentivando-os a enxergar os outros com empatia, pensar de forma interdependente e resolver problemas reais causados pela discriminação. O 8 de março, Dia Internacional da Mulher, deu-nos oportunidade de abordar as desigualdades. Lemos "Malala e seu Lápis Mágico", de Malala Yousafzai, e as crianças ficaram intrigadas com o fato de que há lugares no mundo onde as meninas não podem ir à escola.
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spotlight - maio 2021 | 07
persistência, recuperou o movimento dos
José Felipe - “Você vai ficar pra sempre de cadeira de rodas?” Rodrigo: "Provavelmente, mas isso não me impediu de nada; eu trabalho, eu estudo… eu estudei na faculdade na cadeira de rodas." José Felipe - "Rodrigo, eu tirei uma rodinha da bicicleta e eu tô andando, e você me disse que eu tire as duas rodinhas da bicicleta." Henrique: "Um dia, eu tava correndo atrás dos patos, daí eu tropecei e ralei a testa. As pedras eram tipo meteoros, mas dos pequenininhos." Rodrigo: "Mas depois você ficou bem, né?" Henrique: "A minha testa tá novinha em folha!" Rodrigo: "Eu também tô novinho em folha, ó! A única diferença é que eu ando com uma cadeira de rodas!" João M.: “Por que você tinha que mergulhar? Você tinha que ir de escada pra isso!" Rodrigo: “É, eu fiz o que não deve ser feito..." Educator: “Alguma outra coisa que você aprendeu, Rodrigo?"
braços, tornou-se esportista, continuou a
Rodrigo: “Eu aprendi a ajudar os outros e não
trabalhar, a dirigir e a concretizar seus
ter vergonha de pedir ajuda. Se encontrarem
sonhos. As crianças o ouviram com
alguém de cadeira de rodas, é legal oferecer
compreensão e empatia, fizeram muitas
ajuda."
Em outra oportunidade, trouxe um jogo para as crianças ligarem as fotos de pessoas famosas às suas histórias. Elas tentaram adivinhar, mas erraram a maioria! Isso nos fez entender que as aparências podem nos enganar.
UMA LIÇÃO DE EMPATIA Alguns dias depois, a turma do Kinder C recebeu Rodrigo Bottini, cadeirante. Depois de um acidente, ele foi considerado tetraplégico. Com muita fisioterapia e
perguntas e conexões.
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OUTRAS PERSPECTIVAS No dia 13 de abril, os estudantes do Kinder C receberam Negão da Serrinha, que começou na música aos 7 anos. Aos 12, recebeu uma bolsa de estudos no Conservatório Brasileiro de Música e, aos 13, abriu o show de Gal Costa no Theatro Municipal do Rio. Aos 18, estreou como mestre de bateria à frente de escolas de samba. Desde então, já tocou com Arlindo Cruz, Dudu Nobre e Mart'nália. A música sempre foi seu principal objetivo, pelo que lutou, estudou muito e aproveitou as oportunidades, apesar das adversidades por sua origem, cor e árdua profissão.
Ana trabalha com mobilização e impacto social, com foco na igualdade de oportunidades na infância, para meninos e meninas. Ambas as conversas foram muito ricas não só para trazer diferentes perspectivas, mas também para celebrar e valorizar as diferenças individuais.
Com a aproximação do Dia Mundial da Diversidade Cultural da ONU, em 21 de maio, a turma do Kinder C colou na "Parede de Cores" as fotos de todas as pessoas incríveis que conheceram ao longo do projeto - Rodrigo, Negão, Ana, Malala, Einstein… Foi uma forma de conscientizar nossa comunidade sobre o que assemelha a Outra perspectiva surgiu do encontro com humanidade em relação a direitos, sonhos e Ana Castro, mãe, jornalista e autora do potencialidades! livro infantil "A Minha Mãe Vira Bicho".
"Eu entendi que, em cultura e informação, todos somos ricos e temos algo a trocar com o outro. Então, eu precisava passar meu aprendizado na música adiante. A gente, quando recebe, tem que dar de volta." spotlight - maio 2021 | 09
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CIDADANIA GLOBAL
ESTUDAR OUTRO IDIOMA E ABRIR-SE À DIVERSIDADE Cecilia Verri Kozlowski, educadora de Espanhol, Escola Concept Ribeirão Preto
O multilinguismo começa já no grupo de educadores, em que há pessoas de diferentes partes do Brasil e de países como Rússia, Canadá, Colômbia, Itália, França, Argentina, Finlândia, Turquia e Japão. Essa interação entre pessoas de culturas tão diferentes pressupõe a abertura de espírito para novos conceitos e ideias e para o que se caracteriza como o "desestrangeirismo das línguas", termo cunhado por Almeida Filho, que significa desfazer a distância entre o eu e o outro.
Um fotógrafo sabe que, para capturar a essência de várias imagens, precisa de uma variedade de lentes. Além disso, para refletir a diversidade do mundo, ele deve saber como usá-las e estar atento às oportunidades que passam diante de suas lentes. Esse enfoque multicultural é uma marca da Escola Concept, que se baseia em uma proposta de aprendizagem de línguas estrangeiras e pelo respeito e tolerância às diferenças, sem estereótipos.
10 | spotlight - maio 2021
Falar de um mundo contemporâneo é falar de globalização e multiculturalismo. Aprendendo uma língua estrangeira, rompemos barreiras com o que é estrangeiro. Estudantes multilíngues estão habituados a lidar com vários idiomas ao mesmo tempo, independentemente do seu nível de domínio, sendo uma situação normal e compreensível. O multiculturalismo é entendido como uma oportunidade para formar uma sociedade plural. Estudantes do 8º Ano da Concept Ribeirão Preto, por exemplo, investigaram a diversidade cultural em sua família, construindo um repertório
de sua bagagem cultural e compartilhando-a por meio de relatos para o blogue da escola. Em outra experiência, recebemos o convite da Rede PEA-UNESCO para participar da Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil da Espanha, com o tema “Emergência Literária: Livros Salvam o Planeta”, que teve rápida adesão de nossos estudantes, que gravaram vídeos com suas indicações de livros. Ainda nessa perspectiva, os estudantes do 9º Ano analisaram a evolução da comunicação, especificamente em espanhol, com textos poéticos, tendo à disposição vários gêneros de textos da literatura hispânica. Já dizia Pablo Neruda: a poesia é sempre um ato de paz, única em sua capacidade de falar por meio do tempo, espaço e cultura. Segundo Ofélia Garcia e Fernanda Liberali, duas pesquisadoras do tema do multiculturalismo, "a translinguagem desafia tratar o discurso multilíngue como regra, para a formação de pessoas mais sensíveis e capazes de interagir com diferentes visões e modos de vida".
Prova disso são os nossos estudantes que estreiam a terceira língua e, em pouco tempo, conseguem utilizar todos os recursos à sua disposição para redefinir contextos, ultrapassando barreiras nas entrevistas com falantes nativos, por exemplo, aproveitando ao máximo sua curiosidade, não vendo a língua espanhola como um sistema linguístico separado dos idiomas que eles já conhecem. Concluindo, os desafios deste século exigem cidadãos globais preparados para lidar com problemas de proporções globais e capazes de apresentar soluções. E uma das questões mais problemáticas é a falta de compreensão cultural, que gera conflitos em todo o mundo. Como educadora de línguas estrangeiras, concordo plenamente com os autores mencionados. É um grande prestígio fazer parte da comunidade Concept, porque aqui se vive o autêntico ambiente multicultural, tornando reais as palavras de Paulo Freire: a educação não transforma o mundo; ela transforma pessoas, e pessoas transformam o mundo. Sem dúvida, nossos meninos e meninas serão os agentes de mudança para um mundo mais justo, inclusivo e igualitário.
Citações Skutnabb-Kangas y García, http://www.estudiosindigenas.cl/educacion/inter18.pdf https://cvc.cervantes.es/ensenanza/biblioteca_ele/publicaciones_centros/PDF/rio_2005/31_paraquett.pdf https://www.cultura.gal/es/evento/73566/107/86044 https://www.goodreads.com/quotes/7582579-la-poes-a-es-siempre-un-acto-de-paz-el- poeta FORMAÇÃO DE PROFESSORES E INTERCULTURALIDADE ... http://perioticos.uem.br ›ojs› download ›pdf_26 https://sphereinternationalschool.com.br/2020/07/28/educacao-intercultural/ spotlight - maio 2021 | 11
CHINÊS
POR QUE APRENDER MANDARIM? Na Escola Concept São Paulo, a terceira língua que os estudantes aprendem é o mandarim. O educador Artur Serafim, da Escola Concept São Paulo, lista razões para aprender esse que é o idioma do futuro presente.
A LÍNGUA MAIS FALADA DO MUNDO Com uma população de 1,3 bilhão de pessoas, é muito provável que você encontre chineses por todo o mundo. A comunicação em mandarim não se limita à China; estende-se a outros países e regiões como Taiwan, Singapura, Malásia, Hong Kong e Macau. Já pensou em viajar para esses lugares e se comunicar facilmente?! SEGUNDA MAIOR ECONOMIA DO MUNDO Com crescimento exponencial nos últimos 25 anos, a China é a segunda maior potência econômica mundial e uma das grandes parceiras comerciais do Brasil. Poder se comunicar com parceiros e fornecedores em mandarim é um diferencial que pode ajudar a abrir portas e fechar negócios.
12 | spotlight - maio 2021
CULTURA E HISTÓRIA Aprender novo idioma é uma forma de se abrir para nova cultura. E sobre a cultura chinesa? Pense no adjetivo diferente. Agora, conecte-se no adjetivo maravilhoso. Pense, finalmente, em uma profusão de sons, lugares, pessoas, gastronomia, hábitos, cultura de mais de 5000 anos e considere os dois adjetivos.
EXERCÍCIO PARA A MENTE Aprender mandarim é uma excelente ferramenta para o cérebro, pois requer foco, dedicação e boa memória. Nesse dialeto, existem mais de 60 mil símbolos ou ideogramas e, destes, cerca de 10 mil são utilizados atualmente. Mas é muito mais fácil do que aparenta: existem ótimas técnicas para aprender o mandarim ,e não há conjugações ou acordes gramaticais. Portanto, é muito fácil estruturar uma sentença complexa, pois cada palavra deve simplesmente ser colocada em seu devido lugar.
GLOBAL GOALS EM CHINÊS Os estudantes do Ensino Fundamental 2 foram desafiados a criar cartazes ou gravar vídeos para apresentar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em chinês. "Foi muito bom ver o envolvimento das turmas na proposta. O assunto Global Goals já é muito disseminado entre os estudantes e vem trazendo mais engajamento e comprometimento no projeto para uso do mandarim na forma escrita e falada", afirma o educador Artur Serafim.
spotlight - maio 2021 | 11 spotlight - maio 2021 | 13
DIGITAL FLUENCY WEEK
Desenvolver a mentalidade computacional é um dos objetivos da Escola Concept por meio do pilar da Fluência Digital. Analídia Ferri, Coordenadora de Comunicação e Marketing da Concept Ribeirão Preto Não há como escapar das mudanças que as tecnologias digitais provocaram no mundo, principalmente no último ano, em que nossa convivência só foi possível a partir de telas e aplicativos no âmbito do trabalho, do estudo e da vida social. Ao falar sobre a importância da fluência digital na escola, estamos falando de desenvolver uma mentalidade computacional nos estudantes. Em outras palavras: empoderar para que possam navegar com segurança pela infinidade de informações disponíveis, trabalhar de forma colaborativa e pensar em como resolver problemas reais de forma criativa. Quem nos conta sobre como a Concept desenvolve o mindset lógico e criativo de seus estudantes é Enzo Brena, Coordenador de Tecnologia Educacional da Escola Concept Ribeirão Preto. Acompanhe a entrevista a seguir.
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Uma vez que as crianças já nascem imersas em um mundo digital, qual é a importância de desenvolver a mentalidade computacional na escola? A imersão no mundo digital, mesmo que desde uma idade muito jovem, não significa necessariamente o desenvolvimento de hábitos saudáveis ou produtivos de fluência digital. Por isso, desenvolver uma mentalidade computacional - ou tecnológica em geral - que seja voltada à solução de problemas reais e relevantes - é uma tarefa importantíssima da escola. É necessário que apresentemos, aos nossos estudantes, ferramentas que possam contribuir com seu processo de aprendizado, como também é necessário treiná-los a adotarem um mindset lógico e criativo de solução de problemas com uso ativo de tecnologias. Ainda mais nos tempos atuais! Com a tecnologia tão presente e necessária em nosso cotidiano, é fundamental exercitar habilidades e capacidades relacionadas ao uso de tecnologias de maneira positiva e integral, a fim de garantir desenvolvimento cognitivo, social e educacional saudável em nossos estudantes.
O que significa ser digitalmente fluente? É muito fácil confundir a habilidade de utilizar aplicativos e gadgets digitais em nosso dia a dia com a habilidade denominada Fluência Digital, porém é necessário compreender que são completamente diferentes . Como o termo em si já explicita, ser Digitalmente Fluente significa conhecer a fundo a linguagem das ferramentas digitais, ou seja, navegar com fluidez no mundo dos devices, apps e redes e, sobretudo, sentir-se confortável a se adaptar de maneira rápida às novas tecnologias e ferramentas, quando introduzidas em nossa rotina. Significa estar pronto a encarar problemas de maneira ativa e criativa, conseguindo adaptar-se a novas demandas, usando (e até criando) novas ferramentas tecnológicas para a resolução de qualquer problema de maneira natural e flexível.
spotlight - maio 2021 | 15
Como a Concept desenvolve essa mentalidade computacional na prática? De maneira mais direta, oferecemos aulas semanais de Design Thinking com foco em letramento digital para nossos estudantes a partir do Ensino Fundamental. Nesses encontros, os estudantes podem interagir, em um ambiente controlado, com ferramentas e softwares desenvolvidos especialmente para a faixa etária, como Scratch e Scratch Jr., que ensinam os fundamentos de Programação Linear e em Blocos. Também desenvolvemos projetos em que usamos materiais físicos para fazer protótipos e usamos a abordagem do Design Thinking na busca por soluções a desafios e inovações. Além disso, empregamos muito em nossa rotina escolar plataformas digitais como a Educacros, com desafios e jogos de Matemática, a Árvore de Livros, para leitura, e os softwares para organização de ideias e design, como Canva, Padlet, Jamboard, entre outros. Vale ressaltar que a equipe de Tecnologia Educacional acompanha o desenvolvimento de cada projeto das turmas da Escola Concept, oferecendo suporte a educadores e estudantes, contundentes e efetivos, baseados nos fundamentos do Design Thinking.
Todos os anos, a Concept dedica uma semana para promover atividades de Scratch - linguagem de programação - o que está sendo planejado neste ano? Para este ano, estamos planejando um desafio de programação com estudantes de todas as idades, de todos os grupos, da Educação Infantil à High School. Os estudantes receberão desafios de programação e design - adequados, claro, à idade. A ideia é que, no decorrer da semana de 17 a 23 de maio, possamos explorar a linguagem da programação para a solução de problemas reais, com muita criatividade, por meio da programação e da tecnologia!
16 | spotlight - maio 2021
Como as famílias podem desenvolver atividades relacionadas à fluência digital com as crianças que já demonstram interesse pelo assunto? O primeiro passo certamente é se familiarizar com os aplicativos e devices que usamos em nosso dia a dia (citados acima). Aqueles que quiserem se inteirar melhor das propostas da Plataforma Scratch, que nasceu no MIT, o endereço é https://scratch.mit.edu. Vale a pena também acessar o Portal da Rede FabLab Brasil (https://www.fablabs.io), do qual a Escola Concept faz parte, para conhecer projetos e soluções interessantes que nasceram em laboratórios como os que temos em nossa escola.
spotlight - maio 2021 | 17
FEEDBACK
COMO O ESCOLA CONCEPT AVALIA A APRENDIZAGEM? Ana Carolina Erlacher, Diretora do Ensino Fundamental da Escola Concept São Paulo
Entenda como os educadores da Concept planejam e documentam a aprendizagem para intencionalmente e continuamente avaliar o processo de desenvolvimento dos estudantes.
Depois de viver nosso primeiro ano de pandemia provocada pela Covid-19, Rigor Acadêmico tem sido foco principal de nossas escolhas pedagógicas e investimentos na Escola Concept em 2021. Em muitas escolas, o Rigor Acadêmico está diretamente ligado a provas, garantindo que os estudantes tenham alto nível de desempenho acadêmico ao final do processo.
TEMPO DE PLANEJAMENTO
Para nós, o desempenho e o rigor acadêmico são acompanhados e avaliados diariamente, pois cada proposta de que nossos estudantes participam é vista como uma oportunidade para que tornem seu aprendizado visível e, portanto, uma fonte de dados sobre como podem crescer ainda mais.
Nesse caminho, escutam ativamente os estudantes e documentam as interações uns com os outros e com o novo conteúdo em estudo. Esse registro fornecerá aos educadores dados sobre o quanto cada estudante compreendeu até aquele ponto da jornada de aprendizagem.
No início de um projeto, os educadores elaboram questões essenciais, considerando curiosidades levantadas pela turma,e as conectam aos objetivos de aprendizagem que cada série /ano precisa cobrir de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e com o currículo internacional (Fieldwork Education).
18 | spotlight - maio 2021
Com clareza de objetivos e intenções no planejamento, os educadores criam oportunidades de aprendizagem que acessam o conhecimento prévio de nossos estudantes e impulsionam seu pensamento. Então, apresentam novos conteúdos e perspectivas nas lições.
A boa documentação depende de uma curadoria cuidadosa de oportunidades para os estudantes se envolverem e de um olhar atento sobre as produções deles por meio de portfólios digitais, gravações, fotos, trabalhos escritos, debates entre outras ferramentas de avaliação formais e informais.
CULTURA DE FEEDBACK
AVALIAÇÕES
Ao longo do processo, o feedback também desempenha papel importante no envolvimento dos estudantes. Eles são convidados a refletir constantemente e aprender com erros e realizações.
Mais do que mostrar o aprendizado adquirido ao final de um período, acreditamos que as avaliações devem impactar o planejamento, a diferenciação e o crescimento do estudante.
O feedback oferecido pelos educadores aos alunos chega individualmente e em grupo, como perguntas feitas durante conversas ou reflexões sobre as produções escritas. No entanto, também pode vir de colegas, já que são incentivados a colaborar na melhoria das produções uns dos outros, e por meio de oportunidades de metacognição, quando cada um avalia o próprio desempenho com base em rubricas.
É por isso que a aprendizagem na Concept é avaliada continuamente, fornecendo dados para apoiar a escolha do educador ao fornecer as oportunidades mais eficazes para seu grupo de estudantes (também para casos individuais - isso é o que chamamos de diferenciação). Veja como esse processo de avaliação é compartilhado com as famílias ao longo do ano letivo.
spotlight - maio 2021 | 19
Feedback on Progress and Growth Um relatório parcial é compartilhado com os pais com informações sobre a aprendizagem dos estudantes ao longo do trimestre. Um resumo dos destaques e oportunidades de melhoria são apresentados juntamente com as principais metas em foco até o final daquele trimestre. Esse documento é enviado pelo educador por e-mail.
Student-Led Conference Nas conferências conduzidas por estudantes, as famílias são convidadas a celebrar o aprendizado, enquanto seus filhos compartilham os destaques de sua jornada e seus próximos objetivos individuais, juntamente com o portfólio digital. As datas de nossas conferências conduzidas por estudantes são compartilhadas em nosso calendário escolar, e os pais são convidados a agendar horários individuais por meio do aplicativo Concept.
Report Card Ao final de cada trimestre, as famílias recebem o Report Card, boletim de seus filhos que fornece informações detalhadas sobre o crescimento do estudante em cada área de estudo ao longo do período.
MAP Test Growth O MAP Growth é uma avaliação externa em parceria com a plataforma nwea.org que mede o crescimento acadêmico de nossos estudantes ao longo dos anos escolares, do Kinder ao Grade 12. Ele fornece aos educadores dados que apoiam a diferenciação em leitura, uso da linguagem, Matemática e Ciências, estruturando as escolhas curriculares e o crescimento individual. O relatório de crescimento do MAP é compartilhado com as famílias ao final de cada ano letivo.
20 | spotlight - maio 2021
STUDENT-LED CONFERENCE
QUANDO O ESTUDANTE É O PROTAGONISTA Nas reuniões de Student-Led Conference quem apresenta a jornada aos pais é a criança
No mês de maio, teremos reuniões de Student-Led Conferences (SLC), um dos principais e mais esperados eventos do calendário acadêmico da Escola Concept, previsto para acontecer entre 10 (segunda-feira) e 15 de maio (sexta-feira) em São Paulo e Ribeirão, e de 17 (segunda-feira) a 21 de maio (sexta-feira) em Salvador. Nesses momentos, agendados pelas famílias, o estudante apresentará aos pais sua trajetória de aprendizagem a partir das anotações e imagens do portfólio digital. O educador também mostrará indícios de aprendizagem coletados em trabalhos, redações, avaliações e provas. O Student-Led Conference cumpre dois objetivos que consideramos fundamentais na Concept: mostrar às famílias o desenvolvimento do estudante e criar uma oportunidade de feedback em que a criança ou o jovem estejam presentes. Não menos importante que o momento da reunião em si, a preparação para ela é um desafio ao desenvolvimento de habilidades como síntese, expressão oral e escrita, gerenciamento da ansiedade e estímulo à autoconfiança. Veja o que nossos estudantes contam sobre o SLC.
22 | spotlight - maio 2021
Elisa Porchat, 9 anos, 4° ano da Escola Concept São Paulo
E você costuma contar para eles o que tem feito na escola no dia a dia? Para falar a verdade, não muito. Quando minha mãe pergunta “como foi seu dia?”, respondo “normal” ou “legal”.
Então o dia do Student-Led Conference pode ser uma surpresa para eles… O que é o Student-Led Conference em suas palavras? Uma reunião em que você explica para os seus pais como estão os projetos e as atividades de sua turma. Cada família marca um horário para vir à escola e falar com o professor separadamente. Desde o ano passado, foi on-line e foi a mesma coisa, só que a reunião era virtual.
E como é a preparação? Durante o projeto, tem uns dias que paramos para fazer o digital portfolio, que é uma apresentação no Google slides bemcompleta: colocamos o título do projeto, o que mais gostamos de fazer, colamos fotos e "linkamos" a autoavaliação. Também fazemos cartazes para pendurar na sala, com cuidado e capricho, na letra cursiva. gosto dessa parte e adoro que meus pais venham à escola ver o que preparamos.
Um pouco... Tem gente na sala que fica muito nervosa antes do Student-Led Conference. Eu, não. Fiquei com um pouquinho de vergonha, mas fui em frente. Foi só relaxar, tomar uma água e ir falando o que tinha preparado.
Sua professora do ano passado disse que você arrasou na apresentação, ainda que no percurso tenha tido de se empenhar bastante. No ano passado, combinamos de fazer exercícios extras em Matemática e Inglês, e foi bem-importante porque hoje eu estou mais segura. Nas últimas reuniões do Student-Led Conference, eu apresentei em inglês. Estou há dois anos na Concept e sei falar bastante inglês. Entendo tudo na aula e em filmes, com ajuda da legenda.
spotlight - maio 2021 | 23
Rafael Davis Riccetti, 13 anos, do 8° ano da Escola Concept Ribeirão Preto
Existe alguma dificuldade em falar sobre o processo de aprendizagem nas Student-Led Conferences? As principais dificuldades para mim são apresentar na língua inglesa, fazer o resumo do que aprendemos e a vergonha na hora de falar. Eu evito trocar de línguas na apresentação e lembro sempre do hábito da mente "persistir", que me ajuda a seguir em frente por mais nervoso que eu esteja.
Para você quais são as vantagens de haver na sua escola um momento como o SLC para sua formação? Eu vejo a importância disso para a conexão entre os filhos, pais e educadores, e para mostrar a metodologia aplicada de design thinking, em que buscamos diversas soluções para um problema.
O que você aprende enquanto está se apresentando? Eu aprendo a desenvolver a habilidade de construir uma apresentação representando uma etapa do meu ano, além de treinar a fala na língua portuguesa, inglesa e espanhola.
24 | spotlight - maio 2021
Quais são os desafios na preparação para o Student-Led Conference? O maior desafio para mim é resumir tudo o que eu aprendi de forma clara e simples, e conseguir apresentar tudo dentro do tempo de 30 minutos.
E você tem alguma estratégia para superá-lo? Nas minhas apresentações, eu tento sempre usar o hábito da mente "pensar e comunicar com clareza e precisão" para conseguir explicar para os meus pais os conteúdos.
Quais são as vantagens de haver na sua escola um momento como o SLC para sua formação? As maiores vantagens são poder refletir no meu aprendizado durante a montagem dos slides e exercitar o hábito de fazer uma apresentação em público.
O que você aprende enquanto está apresentando o seu processo de aprender? Eu aprendo a organizar o meu aprendizado de forma lógica e sucinta para que meus pais possam me entender bem.
Alice Nunes, 15 anos, 1ª série do Ensino Médio da Escola Concept Salvador
spotlight - maio 2021 | 25
BEM-ESTAR
Felicidade é… Camila Icassatti, Líder de Conteúdo e Marketing da Escola Concept Especialista em psicologia positiva, a ciência que pesquisa o bem-estar, Carol Romano comenta as definições de nossos estudantes para o conceito de felicidade. E não é que eles trouxeram muitos insights interessantes para nós, adultos?
Na segunda-feira, 19 de abril, o time de colaboradores da Escola Concept teve oportunidade de participar de um encontro com Carol Romano sobre felicidade. Na conversa, Carol contou como começou a estudar psicologia positiva para atender à necessidade de um cliente de sua consultoria de inovação, e foi tão a fundo na pesquisa que voltou para a universidade – hoje ela é, também, psicanalista. Além do encontro com a equipe, Carol Romano concedeu uma entrevista para a revista SPOTLIGHT. A seguir, os comentários da especialista, depois de ter ouvido definições de alguns de nossos estudantes da Concept Ribeirão Preto sobre o que é felicidade. 26 | spotlight - maio 2021
… Quando a gente está com a família, ou aqui na escola. Ficamos felizes de poder ter uma casa, uma família e de poder comer!
… É amor e amizade.
Pietra, 10 anos
Lavínia Fonseca, 7 anos
… Quando você se sente bem fazendo algo, seu cérebro libera dopamina, e isso te deixa feliz de alguma forma. Para mim, é quando estou fazendo arte, criando coisas. Mariana, 9 anos
… É ficar feliz e brincar. Pérsio, 7 anos
A questão da família é um ponto verdadeiro: a mais longa pesquisa feita sobre felicidade, conduzida por Harvard há 80 anos e está em seu terceiro diretor, revelou que o segredo da felicidade é ter bons vínculos, ter com quem contar. Esse é o principal antídoto para a sensação de desconexão que muitos experimentam em casos de depressão e ansiedade. Claro que os gatilhos variam de pessoa para pessoa, mas há um denominador comum entre esses males, que é o medo e a sensação de solidão. Portanto, a família, mencionada por Pietra, e a amizade, referida por Lavínia, representam esse núcleo ao qual nos sentimos pertencentes. Isso é fundamental!
spotlight - maio 2021 | 27
Fazer algo de bom, mal sabe Mariana, tem a ver com os três estágios da vida feliz, apresentados por Martin Seligman, o pai da psicologia positiva. O primeiro estágio da vida feliz é a nossa capacidade de sentir prazer no dia a dia. Porque, se você parar para pensar, a cultura joga contra isso: primeiro é o trabalho, depois, caso sobre tempo, a diversão – e trazer alegria ao dia a dia é uma capacidade a ser desenvolvida. O segundo estágio é o engajamento; quando olhamos para os nossos talentos (o que não é tão fácil assim, pois tendemos a enxergar os defeitos), conseguimos construir uma vida baseada neles, como ter uma profissão em que podemos fazer o que gostamos e fazemos bem. O terceiro estágio é o de uma vida com significado, em que colocamos nossos talentos a serviço de mais pessoas. A brincadeira, que o Pérsio apontou, nos faz relembrar aquele prazer infantil, que vale a pena a gente acessar de vez em quando. A felicidade não é uma coisa que está naquele lugar lá na frente, quando eu conquistar o meu milhão ou ganhar na loteria. A felicidade mora, como as crianças sentem ao brincar, nas pequenas coisas do dia a dia.
28 | spotlight - maio 2021
O sentimento na quarentena é de que as janelas se fecharam, mas, mesmo com a janela fechada, é possível entrar luz."
Sofia Rocha Boselli Grade 8B São Paulo. Trecho de reflexão sobre a pandemia para os encontros Pathways com a orientação educacional
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