Revista Humaninhos

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Humaninhos Construindo o saber dos

Edição N.1 | Julho 2018

Efeitos

dos hábitos modernos

As chamadas “doenças de adulto” atingem muitas crianças

Livros que transformam O ato da leitura é fundamental para o desenvolvimento das crianças

Cultive uma horta e colha saúde Hortas residenciais ajudam em muitos aspectos do dia a dia


A esperança do futuro

E

m um mundo com mudanças constantes de valores é difícil guiar seu filho para o melhor caminho. Diariamente você dá tudo de si para que seu pequeno seja feliz e realizado, mas, mesmo assim, ainda não sabe se está fazendo correto. E isso ninguém sabe, nem os melhores especialistas. Porém, sabemos que uma criança desenvolve-se a partir de influências internas e externas. As internas são adquiridas dentro de casa e de lugares que a família tem domínio. Já as externas não podem ser controladas. E é nessa missão árdua de educar e guiar as crianças que a HUMANINHOS entra. Nós traremos matérias sobre o universo infantil que irão auxiliar você em alguns aspectos da vida cotidiana. Além de mostrar projetos bem sucedidos na Escola Catão, colégio particular localizado no centro de Imbituba/SC. Acreditamos que antes de qualuqer coisa, a criança necessita de atenção, carinho e amor. Transbordar bons sentimentos e energias do coração e dividí-los com os pequenos é uma tarefa complicada em um dia a dia atarefado, mas também sem custo e de fácil realização. As crianças são o nosso futuro e a HUMANINHOS preza pela boa educação e pelo o desenvolvimento completo de todas elas igualmente. Um abraço,

Maria Eduarda Dalponte

Humaninhos Edição N.1 | Julho 2018

Editora Maria Eduarda Dalponte Projeto gráfico-editorial Maria Eduarda Dalponte Textos Adilson Dalponte Maria Eduarda Dalponte Rosane Lemos Barreto Imagens Imagem de capa: Emily Reider| Unsplash Demais imagens: Maria Eduarda Dalponte Pixabay - www.pixabay.com Unsplash - www.unsplash.com Dilvugação

Esse trabalho é experimental, sem fins lucrativos e de caráter puramente acadêmico, desenvolvido pela acadêmica Maria Eduarda Dalponte como exercício de projeto gráfico-editorial para a disciplina de Laboratório de Produção Gráfica do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no semestre 2018-1. Não será distribuído, tampouco comercializado.


Sumário

8 9 10 16 17 18 19

Escola Catão: quase 18 anos de história

Bê-a-Bá

Livros que transformam

Bê-a-Bá

Escola Catão: um passo à frente

ÁÁÁTCHIM...Saúde! Hábitos modernos modificam a infância

O Serelepe

O esporte e as crianças

O Serelepe

Cultive uma horta e colha saude

Educando no Ninho

Além dos muros da escola

Calendário semestral Programação para o segundo semestre

FOTO BEN WHITE/UNSPLASH

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Quadro em Branco


Quadro em Branco

Escola Catão: quase 18 anos de história Conhecendo um pouco mais da pequena escola do município de Imbituba no sul de Santa Catarina Texto e foto por Maria Eduarda Dalponte

A

Escola Catão, como é conhecida na cidade, é uma das cinco escolas particulares de Imbituba. Está no mercado desde 2000, com serviço de Educação nas áreas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I. Conta com um quadro de funcionários de 19 pessoas, entre professores, auxiliares e serviços gerais. No comando do Catão estão as duas diretoras, sócias e irmãs, Lenita Carvalho Gonçalves Dalponte e Leda Suzana da Silva Pamato de Souza. Uma loira e outra morena, mas com apenas um objetivo: fortalecer a educação da pequena cidade e formar cidadãos do bem. Lenita é Diretora Administrativa, tem 60 anos e é formada em Administração e Pedagogia. Leda, oito anos mais nova, é Diretora Pedagógica. Cursou a graduação de Pedagogia e a pós-graduação em interdisciplinaridade junto com a irmã. Com muito esforço e dedicação consolidaram um grande nome na educação imbitubense: o Centro Educacional Francisco João Bocayuva Catão, conhecido carinhosamente pelos habitantes da cidade como Catão. Em conversa com as diretoras, procuramos saber um pouco do histórico da Escola nesses quase 18 anos de trajetória. Como é uma breve história da criação da Escola? Leda: A escola iniciou em um estudo e um projeto que nós estávamos fazendo na faculdade,

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eu e a Lenita e mais três amigas. Diante deste projeto a gente teve a ideia de formar a escola e assim iniciou todo o processo. Lenita: Fomos atrás de uma casa para alugar, conseguimos alugar a casa, que hoje já é nossa. Nesses quase 18 anos de Catão nós nunca saímos de lá, estamos sempre no mesmo lugar e ficamos até 2006 com 5 sócias, mas as outras três decidiram sair e eu e a Leda, continuamos e estamos até agora à frente da escola. Como foi a escolha de nome/logo/cor? Leda: Foi bem legal a escolha do nome, foi durante um dia que a gente estava conversando em uma reunião e como Imbituba é uma cidade portuária e todo o comércio e a economia partem do porto de Imbituba, nós decidimos homenagear a família que iniciou toda essa construção e colocamos o nome da escola de Centro Educacional Engenheiro Francisco João Bocayuva Catão, nome de um dos integrantes da família. Lenita: O Francisco Catão tinha morrido em junho e a gente começou a mexer nos papéis da Escola em outubro do mesmo ano que ele morreu, o ano 2000. Aí fomos atrás da esposa dele, dona Angela, e mandamos uma carta para o Rio de Janeiro, onde ela estava morando na época, para pedir licença para usar o nome do Francisco Catão. Ela nos respondeu e aceitou o nosso pedido. Ainda falou que a cor preferida dele era azul celeste e por isso a cor do nosso uniforme é azul e branco. Leda: Sobre a logo, nós estávamos conversan-


Diretoras Lenita (esquerda) e Leda (direita) à espera dos alunos na frente da Escola Catão

do dentro de todo esse contexto e claro que veio também por causa do porto e do navio, por causa do timão, símbolo de orientação. Então nós resolvemos colocar e ficou bem legal com o nome da Escola no meio. Até hoje é um símbolo que todo mundo olha e gosta muito. Lenita: Para ver como é carinhoso esse nome Catão, em 2006, quando ficamos em duas sócias, eu e minha irmã, a gente pensou em trocar o nome para simbolizar a quebra. Mas quando pensamos em colocar outro nome, as crianças chegaram até a chorar. Qual o principal objetivo da Escola? Leda: O objetivo da escola desde que a gente criou, primeiro é formar cidadãos comprometidos. A filosofia é escola com comprometimento e qualidade, porque é isso que os pais procuram. Esse é o nosso diferencial também. Quando acolhemos essa criança, nós acolhemos toda a família. Nossa escola é muito família! Quando os pais visitam a escola, eles dão valor para esse envolvimento, por ser uma escola pequena e familiar. E o nosso objetivo maior é criar cidadãos felizes. Como é o trabalho entre Escola e Família? Leda: O contato entre a escola e a família começa já no início, quando os pais vão matricular as crianças e há muita conversa com a direção, principalmente a administrativa, e com

as secretárias, para saber como funciona todo o andamento da escola e fazer a papelada. Depois tem pais que pedem o Projeto Político Pedagógico e nós sempre queremos passar para os pais como trabalhamos, mostramos nossos projetos, o sistema de ensino, enfim. Hoje, principalmente com a Escola da Inteligência, programa que foi adotado agora em 2018, do Augusto Cury, nós estamos trazendo esse contato mais direto entre pais e Escola. Estão tendo encontros bimestrais com a família para aprender a lidar com as emoções e está tendo bastante participação, uns 70% dos pais estão comparecendo nas reuniões. Além disso, nosso contato é muito aberto com os responsáveis, qualquer problema ou eventualidade a gente liga e fala, os professores têm um canal digital para se comunicar diariamente com eles e o principal é que no dia-a-dia esses pais estão ali conosco, levam e pegam as crianças, estão sempre presentes. Lenita: Outro ponto importante é que nossa secretária é também pedagoga e é professora meio período em sala de aula. Isso é muito importante, porque ela é a cara da nossa escola, ela quem está ali na frente e está passando todas as informações para os pais. E ter conhecimento de fala, aproxima muito família e escola. A pessoa que está ali na frente precisa saber todo o sistema da Escola, como funciona a metodologia, tudo para poder ter familiaridade na relação com os responsáveis.

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Quais são os principais projetos que já foram desenvolvidos na Escola? Lenita: Todo ano nós desenvolvemos um grande projeto. Mas nós temos um, a Hora do Conto que permanece todos os anos. É um projeto onde de 15 em 15 dias uma turma faz uma apresentação musical e/ou teatral para os pais e para o resto da Escola. Isso é muito importante para a desenvoltura da criança e para seu desenvolvimento enquanto sujeito comunicativo que expressa suas opiniões. Outro projeto muito importante foi o do meio ambiente, que trouxemos palestrantes da EPAGRI, fizemos dinâmicas em que as crianças juntaram lixos na praia, entre outras atividades. Leda: Nós também tivemos um projeto relacionado à alimentação saudável, no qual trabalhamos bastante com a família. Temos projetos como a Copa, a Eleição e outros assuntos que estavam em alta nos anos determinados. Nós trabalhamos muito também com a Literatura Infantil, já fizemos um desfile no sete de setembro sobre autores e livros deste tipo e foi muito legal poder trabalhar a fantasia com a criança. Lenita: Nesse viés de Literatura temos um projeto que é a Sacola Mágica, que o aluno tem que levar para casa um livro e ler durante a semana com seus pais. Na outra semana, a criança conta para os colegas a história do livro. E agora estamos no segundo ano do Projeto Seu Alfabeto. A criança leva pra casa o boneco junto com uma letra do alfabeto, convive com ele e tem que escolher um presente com essa tal letra para dar para o Seu Alfabeto. Esse projeto envolve também muito a família, que registra como foi a semana com o boneco, através de texto e fotos também. Alguma ideia de projeto futuro, inovações? Leda: Esse ano eu e a Lenita sentamos com nossas filhas e percebemos a importância de inovar. Nós sempre gostamos do Augusto Cury, fomos em algumas palestras e conhecíamos o programa dele. Assim resolvemos implantar esse projeto. Esse é o primeiro ano que estamos usando esse sistema e queremos continuar esse projeto

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que conecta a criança, a família e a escola e trabalha toda a parte socioemocional. Então esse é o nosso objetivo, é claro que projetos sempre surgem e tudo que tiver de novo no mercado, que for importante para a família e para a criança, a gente procura sempre abraçar.

Quando os pais visitam a escola, eles dão valor para esse envolvimento, por ser uma escola pequena e familiar”

Quais são os pontos fortes dessa história, como a escola é conhecida? Lenita: A nossa escola é conhecida por sempre falar a verdade, por ser honesta e por cumprir com os horários. Leda: Além deste horário britânico nas reuniões, na entrada e saída dos alunos, nós somos uma escola em dia, uma escola muito correta, temos crédito no comércio e entre os cidadãos de Imbituba. E isso é muito bom, porque a propaganda boca a boca faz toda a diferença. Quais são as metas para o futuro? Lenita: Bom, nós já evoluímos muito, buscamos sempre estar junto com a evolução de tudo. Queremos acompanhar a tecnologia e sempre aperfeiçoar nosso trabalho. Hoje, nós somos uma Escola de excelência, com um bom material didático, que é o COC, com um material de educação socioemocional, que é a Escola da Inteligência, temos boa infraestrutura e estamos com profissionais competentes e dedicados. Esse é o nosso objetivo, fazer o melhor para que as crianças possam se tornar cidadãos exemplares.


Escola Catão + Escola da Inteligência Escola Catão fecha parceria com Programa Educacional “Educar a mente sem educar o coração não é educação” - esta frase foi dita por Aristóteles, quatro séculos antes de Cristo. O filósofo se referia à educação integral das crianças, conceito esse que deve estar cada vez mais presente na educação mundial. Com um planeta tão dinâmico e com a realidade do nosso País, é necessário o desenvolvimento de habilidades socioemocionais dos indivíduos, desde pequenos. O ensino de linguagens, matemática, ciências humanas e da natureza são essenciais para a expansão do conhecimento, mas precisam estar aliados à atividades que promovam o progresso emocional da criança, para que essa possa ter uma educação plena. O aluno só se tornará um agente de transformação, se conseguir gerenciar conscientemente suas emoções e ser mais flexível, empático e resiliente. Foi pensando em todas essas questões atuais que a Escola Catão se conveniou, em 2018, ao Programa Escola da Inteligência, que busca desenvolver a educação socioemocional no ambiente escolar. O programa idealizado pelo médico psiquiatra, professor e escritor Dr. Augusto Cury é baseado na Teoria da Inteligência Multifocal, que analisa o funcionamento da mente, o surgimento das emoções e dos pensamentos e fornece técnicas para a formação de pensadores e competências para o desenvolvimento pessoal, social e profissional. O Programa oferece produtos e serviços para o trabalho em conjunto das crianças, responsáveis e professores, de modo a melhorar os índices de aprendizagem, reduzir a indisciplina, aprimorar as relações interpessoais e aumentar a participação da família na formação integral das crianças. Todos os envolvidos têm um aumento na qualidade de vida e no bem-estar psíquico. De modo geral, a Escola da Inteligência auxiliará o Catão a potencializar a formação dos alunos, para que no futuro eles sejam agentes de transformação e possam fazer um Brasil melhor. “Nós temos 1h/aula toda sexta-feira com o livro da Escola da Inteligência. Os alunos ficam ansiosos para esses momentos! Também estamos tendo encontros com as famílias de dois em dois meses. Além disso, as professoras têm capacitações para aprender a didática do Programa. Está sendo bem legal esse primeiro ano com a Escola. Acreditamos que está acontecendo o desenvolvimento da inteligência, da saúde emocional e da construção de relações saudáveis!”, comenta a Diretora Pedagógica Leda Suzana Pamato sobre a aplicação do Programa no dia a dia do Centro Educacional Francisco Catão.

DIVULGAÇÃO

Texto por Maria Eduarda Dalponte

Dr. Augusto Cury, escritor, psiquiatra e pesquisador, é autor de 39 obras de psicologia aplicada. Publicado em 70 países, foi considerado o escritor mais lido da década, com mais de 24 milhões de livros vendidos. É autor da Teoria da Inteligência Multifocal, que é objeto de mestrado e doutorado internacional. Dr. Augusto Cury é o idealizador do Programa Escola da Inteligência e renunciou os seus direitos autorais/patrimoniais para democratizar o acesso ao Programa e atender, gratuitamente, crianças e jovens em situação de risco social.

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Livros que transformam Recomendações de livros

Livro: O fabuloso livro dos dedinhos Texto: Lulu Lima Ilustrações: Tamilis Oliveira

Livro: Sapo Fred Editora: Cedic

Indicação: 0 anos +

Indicação: 0 anos +

Livro: Quando eu era pequenino Editora: Ciranda Cultural

Indicação: 1 ano +

Livro: Olívio e Pingo Texto e Ilustrações:

Claire Freddman e Kate Hindley

Indicação: 4 anos +

Livro: Achei! Texto e Ilustrações: Ângela Lago e Zoé Rio Indicação: 4 anos +

Livro: A Fuga da Ervilha

Livro: Este é o Lobo Texto e Ilustrações: Alexandre Rampazo Indicação: 6 anos +

Livro: Rosa Texto e Ilustrações: Odilon Moraes Indicação: 8 anos +

Texto: Pedro Seromenho Ilustrações: Patrícia

Indicação: 6 anos +

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O ato da leitura é fundamental para o desenvolvimento das crianças

A

Texto por Maria Eduarda Dalponte

leitura aproxima mundos, abre mentes, fornece conhecimento e transforma o mundo. Um livro é um pozinho de mágica, basta um assopro (ou uma leitura) para que tudo vire uma viagem inesperada. E algo assim tão bom deve ser apresentado às crianças desde cedo. É preciso inserir a leitura na rotina dos pequenos, ter o momento da contação de história e criar momentos prazerosos junto aos livros. E isso deve acontecer tanto em casa, quanto na escola. Ler não deve ser uma tarefa, mas um hábito, uma alegria. Para selecionar o livro adequado para cada criança deve-se primeiro olhar para a idade e depois para o ritmo de leitura, visto que cada um tem uma forma de ler com mais facilidades ou dificuldades. Para os mais novos, livros de plástico e pano com muitas ilustrações são o ideal. É bom lembrarmos que leitura não é só verbal! A medida que a criança vai ficando mais velha e/ou mudando seu ritmo de leitura, ela pode ser apresentada a livros com mais textos e menos imagem. Mas tudo deve ocorrer com o seu tempo e da forma mais prazerosa possível. O objetivo é fazer com que o ato da leitura esteja intrínseco à criança e caso os livros sejam apresentados de maneira exacerbada, pode ocorrer o efeito inverso. Esse hábito, além de criar bons leitores e desenvolver cidadãos mais críticos, desperta diferentes habilidades nas crianças, como a linguagem, a ampliação de vocabulário, a criatividade e a descoberta do mundo imaginário. Por isso, é fundamental que as famílias junto com as escolas incentivem a leitura.


IMAGEM DE PIXABAY

Bê-á-Bá

Escola Catão: um passo à frente Tecnologia é prioridade na escola Texto por Maria Eduarda Dalponte

A tecnologia sempre esteve presente na Escola Catão. Com datashows e lousas digitais a Escola proporciona um ambiente lúdico em sala de aula, que ajuda as professoras e os alunos que pesquisam, debatem e podem sempre estar atualizados, melhorando a qualidade do ensino. Além disso, o Sistema COC conta com plataformas onlines disponíveis para a Escola, pais e alunos, que podem usar seu tempo livre para aprender de uma forma divertida. A Escola da Inteligência também possui conteúdos digitais, como o aplicativo E-play que dá oportunidade de as famílias escutarem as histórias e cantarem as músicas que são apresentadas em sala de aula.

Projeto pedagógico anual Qualidade de vida é o tema do projeto de 2018 da Escola Catão Texto por Maria Eduarda Dalponte

O Projeto Pedagógico 2018 da Escola Catão tem como tema “Qualidade de vida: o estado de completo bem-estar físico e mental”. Todo ano a equipe da Escola escolhe um assunto que permeia as principais atividades letivas. O tema tem como objetivo ajudar na preparação dos alunos para se tornarem cidadãos do bem. Qualidade de vida é uma expressão muito usada dos dias atuais e tem uma grande abrangência, está ligada com a boa saúde de maneira geral e deve sempre está presente na vida dos pequenos.

COC completa 4 anos na Escola Catão Sistema de ensino ajuda em uma aprendizagem diferenciada

Texto por Maria Eduarda Dalponte

Por necessidade de inovação e melhorias, em 2014, a Escola Catão implantou o Sistema de Ensino COC. Qualidade de ensino e tecnologia são as palavras chaves deste sistema que alia inovação dentro e fora da sala de aula e está a mais de 50 anos no mercado. “Sua metodologia exclusiva proporciona ao aluno um ‘mix’ completo de soluções educacionais que o ajudam a se preparar para a vida inteira”, comenta a Diretora Administrativa Lenita Dalponte. De acordo com a equipe do Catão, o COC é um material didático diferenciado e atualizado, com uma marca forte e reconhecida e além disso tem capacitações e treinamentos para o aperfeiçoamento constante da equipe do Catão.

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ÁÁÁTCHIM...Saúde!

Hábitos modernos modificam a infância Em uma vida atarefada, as chamadas “doenças de adulto” atingem crianças cada vez mais cedo Texto de Daniela Ceccon e Maria Eduarda Dalponte Foto Ben White/Unsplash

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H

á uma década, falar sobre a Geração Z era algo extraordinário. Hoje, essa geração que foi recentemente catalogada, já está ultrapassada. Sim, ultrapassada! Quando se achava que a informação e o acesso ao mundo das tecnologias já havia alcançado seu ápice com crianças de cinco, seis anos manuseando os computadores, surge uma nova era de bebês que aprendem a mexer em um smartphone antes mesmo de engatinhar. Os pequenos que nasceram a partir de 2010 já são classificados como Geração Alpha, aquela que tem livre acesso à informação e ao conhecimento. Imediatismo é o seu segundo nome; tudo acontece ao mesmo tempo e em diversos lugares. O número de informações presente em uma só plataforma é incontável, o desenvolvimento é veloz e quando se fala em evolução, nem mesmo o céu é o limite. Para entender esta nova realidade em que estamos inseridos é preciso voltar um pouco no tempo. O ano é 1985, a pequena Marta está completando nove anos. Seu dia a dia se baseia em ir à escola pela manhã, fazer o dever de casa, cuidar do irmão mais novo e, quando sua mãe volta do trabalho, brincar com seus amigos na rua, até tarde. Trinta e três anos depois, o ano agora é 2018: o filho de Marta, João Pedro, está também completando nove anos, mas leva uma vida totalmente diferente da vivida pela sua mãe. Apesar de morar a alguns minutos a pé da escola, os pais o levam de carro, ele almoça no shopping com o pai, faz aula de francês e de artes durante a tarde. A noite, alterna entre seu videogame e o seu tablet de última geração.

A situação, que aparentemente parece normal, é na verdade, preocupante. O estilo de vida de João está provocando algumas consequências em sua saúde, que não eram grandes preocupações na época em que sua mãe era criança. Seu colesterol está elevado, ele quase não tem contato com a natureza, suas noites de sono estão conturbadas e ele começa a demonstrar sinais de ansiedade. São as famosas “doenças de adulto” - tais quais como depressão, hipercolesterolemia (colesterol alto), ansiedade, obesidade, entre outros - que atingem, cada vez mais, os pequenos. O tema, entretanto, muitas vezes é tratado de forma errônea e precipitada, sendo mal interpretado e denominado. Carolina Prado Koneski, que é psicóloga e especialista em atendimento infantil, diz que seu questionamento “é que não são doenças de adultos, mas são sensações que essas crianças estão vivendo no cotidiano muito parecidas com as de adulto e aí aparecem sintomas, porque, afinal, a gente está falando de um ser humano. [...] Eu não digo doenças de adultos, mas as crianças estão sofrendo as mesmas interferências que os adultos, as tecnologias, o ritmo de vida, a necessidade que os pais impõe. Então, estamos falando de uma dinâmica familiar, que não dá para diferenciar se é de adulto ou de criança, é um sistema muito maior”. Esse ritmo acelerado vivido pelas crianças, que se assemelham com a vida de um adulto, tem consequências. “A geração atual tem muitos estímulos; ao mesmo tempo que as crianças estão brincando, elas têm o tablet, estão vendo TV. A dinâmica de as crianças estarem conecta-

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FOTO DE ALEXANDER DUMMER/UNSPLASH

Mãe mexendo no tablet com seus dois filhos pequenos

das o tempo todo está muito presente em nosso cotidiano, não tem como voltar atrás. A gente só precisa reorganizar o tempo dessa criança”, afirma Koneski. As escolhas desta nova geração não têm impacto unicamente no uso do tempo, conforme argumenta Koneski. Há pesquisas que já mostram implicações no nível psicológico e também físico. Crianças que, por exemplo, têm contato muito cedo com telas de pixels, como celulares e tablets, estão desenvolvendo miopia prematuramente e com mais frequência: “não é algo orgânico, é algo do acesso da tecnologia, algo desenvolvido a partir deste mundo moderno” - completa a psicóloga. Deste modo, ao se pensar no caso de João, filho de Marta, seus hábitos baseados em uma agenda cheia, má alimentação e acesso facilitado e frequente aos equipamentos eletrônicos, não se sustentam por si só, mas vão de encontro com os hábitos de toda a família. Os pais de João atarefados e com uma rotina corrida, acabam, mesmo sem querer, esquecendo de dar a devida atenção ao filho em vários pontos fundamentais, “os pais não estão dando atenção pros filhos e isso está gerando crianças poli sintomáticas, cheias de ‘ai eu tenho dor de cabeça, [...] eu canso quando corro’, qualquer coisa! Acho que a criança faz isso justamente para chamar a atenção dos pais e que as doenças de hoje são doenças dessas, da vida moderna, por erro alimentar, falta de atividade física e excesso de tela, excesso de luz, de computador, né?”, afirma a pediatra cardiovascular

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Mariana Parreiras, médica no hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. Parreiras chama a atenção para um ponto importante na percepção deste assunto, que é a relação dos pais com os filhos e os limites que são, ou deixam de ser, impostos às crianças. Se João, com nove anos, não tiver seu tempo para brincar, se sujar, gastar as suas energias com algo que não seja eletrônico e mudar sua alimentação baseada em fast foods, a predisposição do garoto a desenvolver problemas psicológicos, nutricionais e morfológicos sérios, é grande. E a responsabilidade dessa mudança recai sobre quem o educa, quem lhe impõe limites. Em uma rotina que corre à 1000 quilômetros por hora e não para nunca, é compreensível que não se tenha mais tanto tempo como antigamente para sentar-se com seu filho e lhe ensinar bons hábitos. Os pais fazem o seu melhor, dentro e fora de casa, se viram com o que é possível de ser feito, mas pela opinião da Parreiras, não se deve excluir a necessidade e responsabilidade tamanha dos responsáveis neste processo de aprendizagem infantil. “Os pais não têm mais tempo, sabe? E eu nem acho que seja por causa de trabalho. Essa nossa geração, a geração que agora é pai, é mãe, ela tá é sem paciência mesmo, acho que perdeu um pouquinho disso, da disponibilidade que deveria ser integral com os filhos e o crescimento saudável deles”. Em contrapartida, Koneski argumenta que é fundamental fazer uma reflexão: os pais também têm questões emocionais envolvidas e não dá para culpabilizar totalmente eles, mas sim orientá-los. A profissional reflete sobre o mundo em que estamos inseridos e ainda comenta que ao atender uma criança, está atendendo, na verdade, toda a família, “a gente precisa criar outras estratégias com as famílias, porque nesses pais


Comer bem para viver melhor Você é o que você come. Uma coxinha de frango? Se esse ditado popular fosse levado ao pé da letra, era exatamente isto que João teria se tornado naquela quarta-feira à tarde, logo após uma consulta com sua pediatra cardiovascular: uma bela, suculenta e gordurosa coxinha de frango. Parece piada, mas acontece. O personagem João é fictício, mas segundo relatos da pediatra Mariana, existem casos semelhantes e assustadores. Colesterol lá em cima, risco de obesidade alto e problemas de saúde relacionados à má alimentação nem sempre parecem ser o suficiente para mudar hábitos e

controlar o problema. “Seis anos, colesterol nas alturas! E a mãe ainda quer me dizer que a criança faz a dieta. Faz meia hora que o atendi, desço lá embaixo e encontro ele comendo coxinha e tomando uma coca cola, e faz a dieta?! Eu não tenho como ajudar se ele não se ajuda”, relata Parreiras. E mais uma vez os hábitos modernos entram em pauta. Transtornos como obesidade, hipercolesterolemia e diabetes tipo 2 sempre existiram, a grande diferença é que agora atingem crianças muito mais cedo. A mestranda em nutrição, Michele Honicky, já chegou a atender casos como esses em crianças de 6 anos de idade. “Antes as famílias preparavam o almoço caseiro, sentavam para comer, já hoje em dia, tem o alto consumo de alimentos industrializados, ultraprocessados, e não tem aquela hora de parar e prestar atenção no que se está comendo, porque é muito mais fácil e rápido passar no mercado, pegar um alimento ultraprocessado e dar para as crianças levarem para o lanche”, afirma a nutricionista.

Criança feliz tomando sorvete com balinhas de goma. De acordo com a nutricionista, comer uma vez o outra guloseimas faz parte da infância.. O problema é quando isso se torna uma rotina e vira um hábito alimentar da criança.

FOTO DE PATRICIA PRUDENTE/UNSPLASH

também têm crianças que se perderam ao longo da vida, que se atarefaram”. O médico psiquiatra Leandro Salvador Gaspar, especializado em psiquiatria na infância e adolescência, destaca que “nem sempre os pais se dão conta que estão negligenciando os filhos. Alguns genuinamente precisam consumir boa parte do seu dia em outras tarefas para garantir a subsistência da família. Outros, consciente e inconscientemente, assumem discursos como ‘trabalho o dia todo o dia todo para dar o melhor aos filhos’”. O fato é que não se pode culpabilizar os pais, visto que os hábitos diários, muitas vezes, obrigam esses adultos a passar maior parte do seu dia fora de casa e, ainda, quando chegam no seu lar, não podem sentar e simplesmente estar presente para seu filho. É necessário cumprir todas as tarefas, dividir seu tempo entre os quinhentos afazeres domésticos e do trabalho e tirar um tempo para lidar consigo mesmo e com suas emoções. Para tantas atividades diárias, o dia precisava ter 48 horas, mas a realidade não é essa! Então, a reorganização do tempo e das prioridades é essencial.

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DESVENDANDO A DIABETES

TIPO 1 Mais comum em crianças e jovens. A produção de insulina do corpo é insuficiente e deve ser feita a reposição de insulina em doses diárias.

TIPO 2 É o uso ineficaz da insulina pelo corpo ou sua não produção. Requer a manutenção de uma vida saudável, prática de exercícios físicos e/ou administração de insulina.

Gestacional Durante a gravidez, alguns hormônios reduzem a ação da insulina e por isso o pâncreas aumenta sua produção. Em algumas mulheres, esse processo não ocorre e há um aumento do nível de glicose no sangue.

TIPO 2,

O citado na reportagem, era mais comum em pessoas adultas e por isso era conhecida como diabetes tardia. Agora, em função dos hábitos modernos, muitas crianças estão apresentando precocemente os sintomas da diabetes tipo 2.

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Assim como na psicologia, na hora da alimentação os pais também são os espelhos para as crianças. Honicky explica que é necessário mostrar para esses adultos a importância do papel que eles desenvolvem, “de nada adianta a gente intervir na criança com uma reeducação alimentar, essa reeducação tem que ser de toda a família”. A nutricionista ainda ressalta que a qualidade da alimentação da população num geral, principalmente das crianças, continua a decair com o passar das gerações. Em contrapartida, a preocupação com o assunto também está aumentando, “o lado bom é que hoje em dia as pessoas têm mais informação, então isso tá começando a conscientizar muito! [...] Além disso, o Brasil tem muitas políticas públicas bem relevantes com intuito de prevenir e controlar os transtornos ocasionadas pelos maus hábitos alimentares. Até porque, atualmente, a obesidade infantil no Brasil já é um problema de saúde pública, com mais de 30% das crianças brasileiras vivendo com esse transtorno”. Falando assim até parece que as crianças podem comer apenas os alimentos “permitidos”, mas na verdade, Honicky comenta que faz parte da infância comer um salgadinho ou um doce de vez em quando, mas que os pais devem cuidar com a quantidade consumida desses alimentos, “nada em excesso é saudável” - completa a profissional. Pense que legal seria se os pais de João o levassem ao mercado e deixassem ele conhecer e escolher os alimentos - sempre ponderando o que vai ou não no carrinho, claro. Mais prazeroso ainda seria se a família de João sentasse com ele para fazer as refeições e passasse um tempo aproveitando o momento, “não só pensando na alimentação, mas também no vínculo familiar. A chave de tudo isso é a prevenção. Os pais devem zelar pela saúde física/mental do seu filho desde o princípio e os hábitos alimentares tem muito a ver com isso”, destaca a nutricionista.


Que esses hábitos modernos e inconstantes, tão presentes nesta reportagem, são a causa de muitos dos transtornos citados, é fato. O que é preciso, entretanto, é trazer de volta antigos hábitos que fortaleçam o contato entre pais e filhos, melhorem o ambiente em que a criança está inserida e propiciem uma qualidade de vida maior. A tecnologia é necessária e traz muitas facilidades e benefícios para o cotidiano. Porém, largar o celular e olhar no olho do filho ou sentar à mesa e estar presente de corpo e alma nas refeições em família, são pequenas atitudes que podem ser tomadas e que mudam totalmente o desenvolvimento e a vida emocional e afetiva de uma criança. Koneski reflete: “temos que pensar: como estamos apresentando esse novo mundo para a criança?”. De acordo com uma pesquisa da Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas, 83% das crianças se sentem trocadas por um celular. O tempo que se passa fora de casa é insignificante quando o tempo dentro de casa, dedicado ao seu filho, é bem aproveitado. Os baixinhos solicitam a amizade, pedem a senha da conversa com os pais e só querem ser curtidos. A conversa em casa pode e deve passar dos 140 caracteres. Koneski e Parreiras afirmam que o primeiro passo para mudar este cenário é a disposição de tempo dos pais para os filhos. Marta precisa estar por perto, ver João crescer, dar-lhe tempo de qualidade, não quantidade: “É necessário a proximidade, não em tempo integral, mas ter um afeto e um acolhimento. A criança precisa ser confirmada e acolhida”, finaliza Koneski. Gaspar aponta ainda que “colocar limites nas crianças e ajudá-las a pensar de forma empática são formas de amor tão importantes quanto a atenção e o afeto. São também instrumentos poderosos e revolucionários de transformação para um mundo melhor”. Ou seja, João, que hoje tem nove anos, um dia vai crescer e vai se tornar pai também, vai enfrentar novos desafios e novos hábitos modernos diferentes dos de atualmente, e ele precisa estar preparado para quando esse momento chegar.

FOTO DE HERMES RIVERA/ UNSPLASH

Construindo o futuro

Eu não digo doenças de adultos, mas as crianças estão sofrendo as mesmas interferências que os adultos, as tecnologias, o ritmo de vida, a necessidade que os pais impõe. Então, estamos falando de uma dinâmica familiar, que não dá para diferenciar se é de adulto ou de criança, é um sistema muito maior” Julho 2018 . N.1 . Humaninhos 15


O Serelepe

O Esporte e as crianças A aula de educação física para além dos esportes tradicionais Texto por Maria Eduarda Dalponte

Em uma vida tão acelerada em que as crianças têm muitas atividades diárias, compromissos marcados na agenda e aproximação com o modo de vida de adultos, é necessário que os pequenos tenham tempo para atividades recreativas e exercícios para o desenvolvimento infantil. Com essa rotina, estresse, falta de concentração, ansiedade e transtornos físicos e psicológicos estão atingindo as crianças cada vez mais cedo. Há décadas as brincadeiras precisavam de esforço muscular, subir em árvore, jogar futebol, taco ou amarelinha no meio da rua eram atividades frequentemente praticadas pelas crianças. Hoje, o esforço físico foi trocado pelo esforço visual, os pequenos passam horas e horas olhando para as telinhas de seu tablets, smartphones e/ ou televisões. O desenvolvimento intelectual, pensando no futuro, passa a ser mais importante que o próprio desenvolvimento infantil e o desfrute da infância. Entretanto, é preciso atividades para fortalecer ou até criar habilidades específicas para que essas crianças possam crescer e se tornar adultos saudáveis. Na escola o desenvolvimento da coordenação motora, da orientação espacial, do ritmo e do equilíbrio,

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da organização temporal e da linguagem corporal são essenciais para estimular os pequenos. Dinâmicas antigas como pula corda, pega-pega, esconde-esconde, corre cotia e, morto vivo, podem ser resgatados nas aulas de educação física da educação infantil. Além do desenvolvimento físico, há a libera Já no ensino fundamental, futebol, vôlei, basquete e vôlei não podem ser os únicos esportes que guiam a aula de educação física. Além da musculatura, essa aula também mexe com o corpo, a mente, a afetividade, a sociabilidade, a ética, e a sexualidade do aluno. Nessas atividades, o aprendizado é tamanho e ainda há uma melhoria na saúde do indivíduo, que cresce com hábitos saudáveis. O desenvolvimento integral da criança, dá-se pelo motor, social e cognitivo e, os exercícios recreativos ajudam muito nesse progresso. Por isso além de estimular a competitividade e a prática do esporte em si, é importante incentivar treinos multifuncionais. Basquete humano e HandNet são exercícios que instigam, mais que tudo, o senso coletivo. No Basquete humano, os alunos são divididos em duas equipes e cada equipe escolhe um integrante para ficar em cima da cadeira na defesa do adversário, o objetivo é levar a bola até o participante da equipe que está na cadeira. A regra é que não pode correr, apenas passar para o colega. Já o HandNet se utiliza um balde com água no lugar do gol e um sabonete sólido no lugar da bola. Cada equipe tem que levar o sabonete até o balde adversário, sem correr, apenas passando para o colega do time.


Cultive uma horta e colha saúde Hortas residenciais ajudam em muitos aspectos do dia a dia O cultivo de uma horta melhora, consideravelmente, a qualidade de vida das pessoas. Além de garantir alimentos saudáveis, a horta previne e, até cura doenças, educa, ocupa e, quando feita com prazer, proporciona lazer. Segundo o site Globo, apenas um em cada quatro brasileiros consome a quantidade de frutas e hortaliças recomendada pela Organização Mundial da Saúde (pelo menos 400 gramas diários). O consumo é menor entre os homens (19,3%) e maior entre as mulheres (28,2%). As hortaliças podem ser cultivadas em pequenos espaços: no solo ou suspensas, em vasos, em caixas de madeira ou de qualquer outro material, no seu apartamento, na sua casa, na sua empresa, na sua escola ou em qualquer local que tenha terra, luz e água. Podemos produzir hortaliças e plantas medicinais o ano inteiro. A vantagem de se ter uma horta “em casa” é a possibilidade de se produzir as hortaliças de sua preferência e sem agrotóxicos, de colher o que se vai consumir naquele momento, de ter o prazer de consumir o que se plantou e na quantidade que se deseja e sem que haja desperdício. A horta estimula um maior consumo de vegetais e legumes, já que é muito prazeroso comer o que você mesmo plantou. O melhor jeito de controlar a qualidade do que se come é plantando você mesmo. Além disso, você sabe a procedência exata dos alimentos que está comendo, tendo a certeza que são livres de toxinas e agrotóxicos, sempre fresquinhos, direto da terra para você. Além do prazer de cultivar alimentos na sua própria casa, o cuidado com as plantas também ajuda a reduzir o estresse do dia a dia, através do contato com a natureza. No momento em que você entra em contato com a terra, suas energias são renovadas. A atividade estimula a liberação de seroto-

nina, hormônio do bem-estar, aumenta sua autoestima e faz você se sentir útil. O cultivo de uma horta é capaz de desenvolver processos de aprendizagem inovadores, sensibilizantes e promotores da cidadania ambiental, usando-se práticas de produção bem simples e sustentáveis, sem agroquímicos, em pequenos espaços e reciclando os resíduos vegetais da própria horta e das nossas refeições, utilizando-os na fertilização do solo, evitando-se o uso de fertilizantes sintéticos e o destino dos resíduos orgânicos para os lixões públicos. Por isso é tão importante que as crianças sejam estimuladas desde pequenas a comer hortaliças. Ter uma horta em sua casa ou apartamento é uma das atividades que desenvolve a vontade de plantar e comer verduras e frutas por parte dos pequenos, além de promover a cidadania ambiental. As hortaliças enriquecem o cardápio diário de uma criança, já que são ricas em vitaminas, sais minerais e fibras. Estes, são nutrientes importantes para proteger o organismo contra várias doenças. Sem contar que as hortaliças são ricas em potássio, um mineral que ajuda no bom funcionamento do sistema nervoso e na produção de energia, tão importante na fase de crescimento.

Escrito por Adilson Dalponte. Trabalha na Epagri, na área de Socioeconomia e Administração Rural, Crédito Rural e Fundiário. Realiza Cursos e Capacitações na Elaboração de Planos de Negócios, Assessoramento a Cooperativas de agricultores familiares, Contabilidade Agrícola, Gestão de Empreendimentos Agrícolas, Custo de Produção da Atividade Leiteira e Assistência Técnica e Extensão Rural a produtores rurais.

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Educando no Ninho

Além dos muros da escola

A importância do envolvimento familiar na educação das crianças

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uitos pesquisadores vêm, ao longo do tempo, empenhando seus esforços para analisar se existe uma relação de causalidade direta entre o sucesso na aprendizagem de uma criança e o envolvimento de sua família, isto é, se uma criança com bom desempenho escolar possui necessariamente respaldo familiar. A experiência mostra que estabelecer vínculos entre pais e escola de forma a atender necessidades educacionais, psíquicas, físicas e sociais às vezes se apresenta como uma difícil missão. A escola busca acompanhar a sociedade do conhecimento, da informação e da tecnologia com seus limites e possibilidades questionados. Desse questionamento muitos aspectos trazem à tona questões relativas ao papel da escola e o que deve ficar sob responsabilidade da família. Entendemos que uma das funções da instituição escolar está em traçar parâmetros para garantir o desenvolvimento da criança como ser integral, com limitações a serem respeitadas e potencialidades a serem desenvolvidas. A construção desse processo deve, além de envolver aspectos cognitivos, oferecer à criança Escrito por Rosane Lemos Barreto. Graduada em Pedagogia pela Universidade do Sul de Santa Catarina (2006). Especialista em Prática Interdisciplinar nas Séries Iniciais e na Educação Infantil (2008) e Mestre em Ciências da Linguagem pela Universidade do Sul de Santa Catarina (2011). Possui experiência em coordenação pedagógica e alfabetização. Trabalha em cursos de graduação e pós-graduação na área da Educação. Doutora em Ciências da Linguagem pela Universidade do Sul de Santa Catarina.

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segurança física e emocional para que ela aprenda naturalmente. Por sua vez, os pais precisam dar continuidade ao trabalho realizado na escola, acompanhando a vida escolar de seus filhos para garantir-lhes “aprendizagem e sucesso acadêmico” (Marques, 2002). A ação pedagógica estende-se, desta forma, para além dos muros escolares através do diálogo e interação entre família e escola resultando no desempenho acadêmico satisfatório. O envolvimento parental abrange desde “simples participação dos encarregados de educação em reuniões mais ou menos formais, até a execução de tarefas específicas na escola, em colaboração com os professores” (Pereira, 2008). Quando os pais participam do processo ensino-aprendizagem, a criança adquire confiança ao perceber que todos importam-se com ela, conhecendo suas dificuldades e quais habilidades já desenvolveu. Encorajando a construção da autonomia, a família pode auxiliar a criança a entender a seriedade e a relevância de organizar suas atividades rotineiras e estabelecer horários para realizar suas tarefas, ensinando-a a administrar seu tempo com equilíbrio, cuidando para que esse envolvimento familiar não se transforme em uma supervisão obsessiva. Encorajar a criança a vencer os desafios oferecidos pela escola; estimular o hábito de leitura; valorizar as exigências feitas pela escola, como pontualidade, disciplina e assiduidade; acompanhar e estimular, sem denotar punição e cobrança são boas estratégias a serem adotadas pela família para um envolvimento equilibrado na vida escolar de seus filhos.


Escola Catão

Programação para o segundo semestre Algumas atividades que serão desenvolvidas nos próximos meses Texto por Maria Eduarda Dalponte

Depois de um semestre cheio de atividades, chegou a hora do descanso. Enquanto os alunos estão em recesso, as professoras continuam trabalhando para fazer o segundo semestre ser ainda melhor que o primeiro. Em agosto e outubro acontecerá os dois últimos Encontros da Família. Também em agosto, o tradicional Folclore contará com apresentações do boi de maFOTOS DIVULGAÇÃO mão, dona Maricota, bernunça, entre outros. Em setembro acontece o desfile cívico da cidade, que o Catão participa todo ano. Em outubro, terá o evento mais aguardado pelos alunos, a Semana da Criança, que conta com programações diversificadas, além da esperada Tarde Divertida, com brinquedos infláveis e outras brincadeiCrianças da Escola Catão em atividades ras divertidas. Além dessas atividades, a Escola tem outras datas de comemoração e aprendizagem ao longo do último semestre, como o projeto da Hora do Conto que acontece a cada 15 dias e a festa de encerramento do ano letivo com apresentações de cada turma e com a formatura do Pré Escolar II e do 5º ano do Ensino Fundamental I.

Calendário Semestral Julho 16 à 27 - Recesso escolar 30 - Retorno do recesso

Agosto 01 - 3º Encontro da Família 11 - Homenagem aos pais 21 - Tarde Folclórica 28 - Reunião adm/pedag.

Setembro 07 - Feriado e Desfile cívico 25 - Reunião adm/pedag.

Outubro 01 - 4º Encontro da Família 09 à 11 - Semana da criança 12 - Feriado 15 - Dia do professor 25 - Mostra pedagóica 30 - Reunião adm/pedag.

Novembro 02 - Feriado 15 - Feriado 27 - Reunião adm/pedag.

Dezembro

06 - Festa de encerramento 08 - Feriado Municipal 14 - Encerramento do ano letivo

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Mural de Fotos

can Alu na do Jardim I brin as re sob o end end do e apr forcores prim ária s e as ma s geo métricas.

Turma do 1º ano brincando e aprendendo so bre as sílabas . A brincadeira co ntribui para o de senvolvimento da língua escr ita na medida em qu e a simbolizaçã o do jogo abre espa ço para a expr es são gráfica , se ja por meio do de senho ou por m eio da escrita propriamente dita.

co m rincando Jardim II b engenheiro. e d a ir made

Maternal brincando com a caixinha de surpresa . Curiosos para saber qual o objeto que vai sair dali. A caixa trabalha sensações ligadas ao tato.

r II realiPré Escola Turma do ara a perp e d a id zando ativ es fontes e diferent cepção d xturas. te e s eiro sonoras, ch

ncolar I trabalha Turma do Pré Es Mágicas” do es or “C ica âm do a din ia. la da Inteligênc Programa Esco

3º ano conf eccionando carta zes sobre te mas relacion ados ao meio am biente , como desmatamento, reflorestamen to e reciclagem .

a s p eça s

de

2º ano estuda ndo geometria com a construção de um Tangram, quebra cabeça chinês formado por se te peças.

Alunos do 4º e 5º anos em saída de campo na Epagri e no Jardim Botânico de Florianópolis

FOTOS DIVULGAÇÃO


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