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JULHO/2019

FOTO: FREEPIK

ambiento

lixozero

600 toneladas de lixo produzidas por ano em Florianópolis. saiba onde descartar seu lixo de forma correta

O primeiro restaurante

a redução de copos descartáveis uma viagem pelo litoral do Brasil com a produção de Eco Copos em ensinando educação ambiental. eventos da capital conheça o Somos do Mar


ambiento Edição julho 2019 Editores e projeto gráfico-editorial Higor Vieira e Gabrieli Schlickmann de Melo Textos Gabrieli Schlickmann de Melo Higor Vieira Luana Moreno Maria Vitória Woldan Imagens Cristal Muniz Cansei de Plástico Ana Sophia Sovernigo Projeto Somos do Mar Meu Copo Eco UFSC Sem Plástico Freepik Flaticon Esse trabalho é experimental, sem fins lucrativos e de caráter puramente acadêmico, criado e editado pelo acadêmico Higor Vieira e pela acadêmica Gabrieli Schlickmann como exercício de projeto gráfico-editorial para a disciplina de Laboratório de Produção Gráfica do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no semestre 2019-1. Não será distribuído, tampouco comercializado. Seu conteúdo e suas opiniões são de inteira responsabilidade dos acadêmicos, isentando assim a UFSC e o docente da disciplina de qualquer responsabilidade legal por essa publicação.

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editorial A revista Ambiento surgiu da vontade de mostrar o quanto as pessoas deixam de fazer pelo planeta e como pode ser simples cuidar do meio ambiente. Reutilizar produtos ao invés de comprar descartáveis, separar seu próprio lixo, preocupar-se com os lugares onde consome e ter uma maior consciência ambiental. Buscamos reafirmar e apresentar pessoas que já estão motivadas a transformar seu cotidiano ou sua empresa para um bem maior: a preservação da vida animal, dos oceanos, das florestas, do ar, dos alimentos e, também, de nós mesmos. Essa edição é voltada para a produção de lixo em Florianópolis, que se propôs a ser a primeira cidade lixo zero do país. Através de imagens, dados, entrevistas e reportagens, decidimos contar a história de pessoas e empresas que já estão empenhadas em realizar esse feito. Buscamos ambientar você, leitor, sobre como pode fazer parte desse movimento, até mesmo no conforto da sua própria casa. Quais são as possibilidades oferecidas para o descarte correto do lixo ,para o consumo consciente e, principalmente, como levar essas práticas para amigos, familiares e empresas. Desejamos que essa edição seja o passo inicial para você considerar um novo mundo, sem plástico nos oceanos e sem lixo na natureza. Uma diferença que mantém viva a nossa e outras espécies que vivem no ambiente. A favor da natureza e seu sustento.

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sumário

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De quem é esse lixo?

Releitura de retratos que te pergunta: esse lixo é seu?

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A origem de ser o primeiro

Florianópolis é a cidade com o primeiro restaurante Lixo Zero do Brasil.

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O descarte do lixo

Cada pessoa que vive em Florianópolis produz por dia, em média, um quilo de lixo.


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Uma vida pela natureza Mudanças no cotidiano para o bem da natureza.

Um caminho para o mar

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O Somos do Mar vai viajar por todo o litoral brasileiro para ensinar educação ambiental de um maneira divertida.

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A um copo de salvar o mundo

A empresa Meu Copo Eco faz parte dos chamados negócios de impacto. 2019 | junho | 1ª edição | ambiento | 5


o lixo no cotidiano

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(RELEITURA FEI

TA COM RETRAT

OS DO FREEPIK)

de qu lixo? em é es e Segundo relatório preparado pela Fundação Ellen MacArthur, em 2016, estima-se que em 2050 haja mais plástico no mar do que peixes. A releitura “De quem é esse lixo?” quer chamar atenção para esse número alarmantes e pergunstar: esse lixo é seu? (RELEITURA FEITA COM RETRATOS DO FREEPIK)

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Segundo Pesquisa Industrial e Científica da Austrália (CSIRO) 90% das aves marinhas têm plástico em seu organismo. Em 2050 esse percentual deve chegar a 99%.

Você aceita um copo de lixo?

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o lixo e seu caminho

o descarte do lixo Cada pessoa que vive em Florianópolis produz, em média, 1 quilo de lixo por dia. A capital de Santa Catarina tem 422 mil habitantes. Além disso, recebe cerca de 1 milhão de turistas todos os anos durante

a temporada, de acordo com a prefeitura do município. Isso representa 600 toneladas de lixo por ano segundo pesquisa da Companhia de Melhoramentos da Capital, Comcap.

35%

ORGÂNICO restos de alimentos orgânicos (carnes, vegetais, ftutos e cascas de ovos), papel, madeira, ossos, sementes, etc.

2018

LIXO

43%

EM FLORIANÓ PO LIS

RECICLÁVEL copos, frascos, embalagens, garrafas, papéis, potes, tampas, latas, etc.

FONTE: COMCAP

22%

REJEITO lenços, papel higiênico, absorventes, guardanapos, fotografia, espuma, acrílico, espelhos, tijolos, etc.

Infográfico: BiZkettE1

Em 2018, apenas 6% do total de resíduos coletados foram reciclados. Outros 94% foram encaminhados ao aterro sanitário em Biguaçu, local para onde é destinado todo lixo da ilha. Uma das mais importantes metas do Plano Municipal de Coleta Seletiva de Florianópolis é desviar do aterro 37% do total de reciclados e 45% dos orgânicos até 2020. Para isso,

a prefeitura doa toda a produção da coleta seletiva para três associações de catadores da Capital e sete da Grande Florianópolis. Essa pequena parcela que é reciclada gera renda para 200 pessoas e permite ganhos em torno de 4,5 milhões ao ano, entre a economia com aterramento e dinheiro gerado com a comercialização dos recicláveis.

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o destino do lixo

Um guarda-roupa velho, a pilha do controle que não funciona mais, ou então a panela sem cabo, a garrafa pet ou latinha de alumínio. Todas essas coisas devem ter um destino correto. Mesmo que seja mais prático simplesmente jogar tudo no lixo, deixar na rua ou até se desfazer em um terreno baldio, é preciso pensar nas consequências e na casa que todos compartilhamos, o planeta. Por esse motivo, seguem algumas opções de como fazer o descarte adequado no lugar certo.

ECOPONTOS

O N D E J O G A R O L IX O FONTE: COMCAP

Infográfico: BiZkettE1

ITACORUBI

CAPOEIRAS

MORRO DAS PEDRAS

Rodovia Admar Gonzaga, 72

Rua Professor Egídio Ferreira, s/n

Rua Francisco Vieira, 198

Todos os dias, das 7h às 19h (48) 3261 4816

Todos os dias, das 7h às 19h (48) 99624 8589

Todos os dias, das 7h às 19h (48) 3338 4506

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o que eles recebem para descarte

ELETRÔNICOS

Televisão, monitor, teclado, mouse, celular e impressoras.

ENTULHO

Resíduos de construção e demolição como tijolos e telhas.

RECICLÁVEIS

Plásticos, papéis, metais, vidros e isopores.

ELETRODOMÉSTICOS CANASVIEIRAS

Rua Desembargador Maurílio Coimbra Segunda a sexta, das 7h às 19h (48) 3266-1445

Fogões, geladeiras e condicionadores de ar.

PILHAS E BATERIAS Até 10 unidades.

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o lixo e suas alternativas

FOTO: ANA SOPHIA SORVENIGO

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a origem de ser o primeiro iniciativas lixo zero no cotiano de empresas e pessoas na capital

F

lorianópolis é a cidade do primeiro restaurante com selo Lixo Zero do Brasil, o Origem Natural, no bairro Santa Mônica. Ele é uma parceria entre o publicitário Arthur Ferreira, sua namorada, a geógrafa Joana Wosgrau Câmara e a engenheira ambiental e amiga do casal, Alexandra Lemos. Para um restaurante ser considerado Lixo Zero, mais de 90% dos resíduos sólidos devem ser desviados do aterro sanitário. No Origem, a produção desses resíduos é de apenas 9% - são as embalagens de frango e os lixos do banheiro. Para evitar as comidas industrializadas, que já vêm embaladas, e a geração de resíduos na própria produção do alimento, os fornecedores são locais. No restaurante também há uma política de “não produção” de resíduos, por isso preferem trabalhar com fornecedores locais. As sacolas plásticas das lixeiras foram substituídas por bombonas. Dentro da cozinha tem duas, de 30 litros cada, que recebem o lixo orgânico durante o dia. Quando enchem, o material é transferido para outras duas bombonas, de 60 litros cada, que ficam do lado de fora, e depois compostado. 2019 | junho | 1ª edição | ambiento | 13


No Origem, todos os utensílios são reciclados ou reutulizáveis, para que não haja produção de lixo. (FOTO P. 14: CRISTIANO ESTRELA) (FOTOS P. 15: ANA SOPHIA SOVERNIGO)

Um outro exemplo são as esponjas da cozinha, elas recicladas, feitas com redes de pescas encontradas no mar. “Se algum cliente me pergunta se a esponja de rede de pesca lava bem a louça, eu respondo que a louça do restaurante inteira foi lavada com ela e que se ele acha a minha louça limpa, é porque ela lava”, conta Arthur, rindo. A única exigência é que sejam higienizadas com vinagre. Essas redes são recicladas pelo projeto Águas Limpas, de Florianópolis. De acordo com um estudo publicado em março de 2018 no site Nature, as redes de pescas correspondem a 46% de todo o material presente na Ilha de Lixo do Pacífico, um redemoinho de lixo flutuante que fica entre a Califórnia e o Havaí. Em vez de ficarem perdidas no mar e contribuírem com esse número, essas redes foram transformadas pelas mãos da artesã Nara Guichon, que mora no sul da ilha. Elas custam R$ 14 e são comercializadas pela empresa Cansei de Plástico. A empresa é uma idealização de três amigos formados em Oceanografia. Tudo começou quando Marina Vandresen defendeu seu Trabalho de Conclusão de Curso sobre o lixo no mar. “No final da graduação esse assunto ficou em alta. Várias palestras e tudo mais, mas quase ninguém falando em solução”, refletiu. Junto ao Renan Ozekoski e a Fernanda Cirello Alves, colocou em prática uma alternativa para diminuir esse problema que atinge o ecossistema marinho. Em 2018, um estudo divulgado durante o Fórum Mundial da Água, em Brasília, indicou que 25 milhões de toneladas de lixo chegam aos oceanos todos os anos e, metade disso, é plástico. Canudos de papel e de inox, porta canudos e escovinhas foram os primeiros produtos a serem comercializados, antes mesmo da aprovação do projeto de lei que obriga os estabeleci14 | ambiento | 1ª edição | junho | 2019


mentos de Santa Catarina usarem canudos biodegradáveis ou semelhantes em detrimento de plásticos, em abril de 2019. Copos retráteis da empresa Menos 1 Lixo - feito de silicone, é reutilizável e pode ser facilmente dobrado quando vazio - são a novidade e custam R$ 55 cada. Os preços dos demais produtos variam entre seis e R$ 900, como o pacote com mil potes de papel, por exemplo. Em grandes quantidades, também são comercializados bandejas e marmitas de papel, copos e pazinhas e garfos de madeira. Como o site ainda está em desenvolvimento, são vendidos apenas pelo Instagram. Outro produto comercializado é o pano de cera

de abelha. Ele é um tecido de algodão coberto por resina de cera de abelha e óleo vegetal, feito para substituir o papel filme - no supermercado, um rolo de 15 metros custa menos de dez reais. O pano é vendido nos tamanhos P (20x20cm), M (30x30cm) e G (40x40cm) e custa 15, 25 e 35 reais, respectivamente. Na casa da Isabel, no entanto, essa substituição é feita por um filme plástico siliconado. Na internet ele é encontrado por, em média, R$ 20 cada meio metro. Já no restaurante Origem, não é usado nenhum tipo de papel filme. São vasilhas e caixas numeradas com datas de validade. “É tupperware, é papel manteiga, é cuidado, é treinamento de equipe, é força de vontade”, descreve Arthur.

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Isora Bertoli foi convidada a representar a UFSC na maior conferência estudantil Lixo Zero dos Estados Unidos e Canadá, a “Students for Zerowaste Conference 2018”. (FOTO: UFSC SEM PLÁSTICO)

Nos restaurantes e lanchonetes da UFSC, iniciativas para a redução do consumo de descartáveis nos estabelecimentos da universidade também estão sendo aplicadas. Uma delas é o Cantina Consciente, do projeto UFSC Sem Plástico. Dos onze Centros de Ensino que compõem o Campus de Florianópolis, dois já aderiram à proposta: o Centro Tecnológico (CTC), com A Lanchonete, e o Centro Ciências Agrárias (CCA), com o Restaurante Universitário (RU), no Itacorubi. Em três dias de campanha contra os descartáveis no CCA, 181 copos foram poupados. Segundo o programa UFSC Sustentável, da Coordenadoria de Gestão Ambiental da UFSC, só em

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2018 mais de 135 mil copos plásticos de 50 ml e mais de 505 mil de 180 ml foram consumidos na universidade. Mesmo sem política de separação de lixo na UFSC, outros dois centros já estão mudando suas ações. São os de Desportos (CDS) e de Comunicação e Expressão (CCE). Na lanchonete do CCE, a Assim & Assado, próximo à porta principal, uma bandeja com copos de acrílico retornáveis está à disposição. Em cima, três folhas coladas na parede informam sobre o banco de copos e os problemas do uso de plástico. Em uma delas, a pergunta “você sabe quanto custa seu café?” chama a atenção de quem passa.


uma vida pela natureza mudanças no cotidiano para o bem do meio ambiente Há uma antiga tradição brasileira que diz que usar branco no Ano Novo simboliza paz. Que pular as sete ondas quando o relógio marca meia-noite, concede sete pedidos que serão realizados nos próximos 365 dias. Que essa é uma época para renovar e fazer promessas. Foi no réveillon de 2017 para 2018 que Isabel Colucci prometeu a si mesma não utilizar mais sacolas plásticas ao fazer compras. “Eu percebi que não ia conseguir fazer uma grande mudança de uma hora pra outra”, então começou com uma meta que pode parecer pequena, mas não é. Os brasileiros usam, em média, 15 bilhões de sacolas por ano, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Para Isabel, a decisão de levar uma vida mais sustentável é o resultado da soma de muitos fatores. Entre eles, um professor que, na pós-graduação, falava sobre o

distanciamento das pessoas em relação ao processo de produção do que é consumido. “Ele dizia: você tem trabalhado muito, mas tem feito muito pouco”. No início, era preciso lembrar de levar uma sacola retornável sempre que saía de casa. Se as esquecia quando ia ao mercado, carregava as compras na mão ou recolhia caixas pelos corredores do estabelecimento. Hoje ela tem o hábito de deixar uma sacola retornável na bolsa. Nesse processo, Isabel criou uma lista com outras doze metas. Escritos à mão, em folha A4, seus objetivos estão colados na porta de sua geladeira e envolvem toda a família: seu marido, Daniel Werle e suas duas filhas Lara, de sete anos, e Maria, de três anos. O maior desafio em relação às meninas é que a vida, com elas, pede mais praticidade e não é prático fazer as coisas desse jeito. “Elas ainda não atuam muito porque são pequenas, mas são atentas sobre jogar as coisas no lixo certo”, explica.

Uma das metas que Isabel ainda pretende atingir é comprar alimentos a granel em armazéns. (FOTO: CRISTAL MUNIZ)

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São duas listas de sustentabilidade: a de metas alcançadas e a de metas que estão em construção ou a construir. O prazo marcado é 2019/2020. Mas nem sempre o tempo é aliado. Comprar alimentos a granel no armazém é um hábito que ainda está em andamento porque “volta e meia eu não consigo ir e, quando faço a lista do mercado, meu marido vai lá e já compra”. Assim como levar de volta à peixaria os sacos plásticos que vieram na compra anterior. Apesar de parecer simples - chegar da peixaria, lavar o plástico com água, passar álcool para não deixar cheiro e guardar na sacola retornável -, demanda atenção e alguns minutos a mais. A segunda meta foi a de fazer compras,

prioritariamente, em feiras ou casas de produtos naturais. Normalmente, essa responsabilidade é do Daniel. Com as sacolas retornáveis já em uso nas compras, o próximo passo foi usá-las, também, para pesar frutas e legumes. Isabel teve a ideia de reutilizar os saquinhos que vêm com os sapatos. “Eu não colocava os sapatos de volta lá dentro, então eram limpos. Eu tinha vários guardados”. Mas, na feira, algumas frutas mais frágeis, como a uva, ainda são embaladas em recipientes de plásticos. A solução, então, é devolvê-los na semana seguinte. Quando o assunto é ovo, ela leva as próprias caixas de papel, tentando reduzir o dado de que cada pessoa produz 1,14 kg de resíduos por dia, em Florianópolis.

Na bolsa, Isabel sempre carrega um copo e uma garrafa térmica para não usar copos descartáveis. Também há utras opções, como guardanapos de tecido e talheres de madeira. (FOTO: CRISTAL MUNIZ)

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receitas sustentáveis VINAGRE DE MAÇÃ

SABÃO NATURAL PARA ROUPAS

Por Cristal Muniz - Uma Vida Sem Lixo

Por Cristal Muniz - Uma Vida Sem Lixo

VOCÊ VAI PRECISAR DE

VOCÊ VAI PRECISAR DE

3 litros de água 1 barra de sabão de coco (cerca de 200g) 50 ml de álcool 70 ou 90 3 colheres de sopa de bicarbonato de sódio

Cascas e miolos de cerca de 6 maçãs 1 colher de sopa de açúcar 2 litros de água (sem cloro, filtrada)

FOTO: CRISTAL MUNIZ

FOTO: CRISTAL MUNIZ

COMO FAZER

COMO FAZER

Coloque os restos de fruta, o açúcar e a água em um pote. O pote não pode ficar fechado. Para evitar bichos, coloque um tecido preso com um elástico na boca do pote. Durante os próximos dias, mexa várias vezes a mistura. Pelo menos uma vez ao dia (quanto mais mexer, mais vai ajudar a aerar a fermentação e prevenir a criação de mofo). Aos poucos, a mistura vai começar a criar bolhas, então pode ser mexida apenas uma vez ao dia – mais ou menos 1 semana. Quando começar a sumir as bolhas, o vinagre vai estar pronto. Esse processo vai durar mais ou menos uns 15 dias, conforme a temperatura onde você vive: se for mais quente (média de 30ºC), vai ser mais rápido. Filtre o conteúdo com um paninho.

Ferva a água em uma panela. Enquanto isso, rale o sabão. Leia a composição do sabão para saber se ele é verdadeiramente de coco. Quando a água estiver fervendo, coloque o sabão e mexa devagarzinho até dissolver tudo. Desligue o fogo. Coloque o álcool e o bicarbonato de sódio. Nessa hora, a mistura vai espumar bastante, por isso é importante escolher uma panela maior que os 3L de água. Deixe a mistura esfriar até ficar morna. Se você quiser colocar óleo essencial pra dar cheirinho, a hora é agora – é importante esperar a mistura esfriar, senão o óleo essencial vai evaporar todo. Misture e deixe descansar por 1 hora. Sirva em potes de vidro porque rende os 3 litros.

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o lixo e as pessoas

FOTO: SOMOS DO MAR

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um caminho para o mar o Somos do Mar vai viajar por todo o litoral brasileiro para ensinar educação ambiental de um maneira divertida

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A

união de um oceanógrafo e uma engenheira ambiental, ambos artistas, resultou numa forma de atuação diferente: o Somos do Mar. Este é um projeto que busca popularizar o conhecimento sobre os oceanos e combater o lixo no mar. Atavés de oficinas, vivências, intervenções artísticas e rodas de conversas, atuam em diversos espaços. Agora, pretendem levar as ações do Somos do Mar em uma jornada por toda a costa do país que será compartilhada pelas redes sociais, site e por uma websérie no Youtube. O plano é começar no Rio Grande do Sul e subir gradativamente até o Amapá O projeto foi financiado coletivamente pela internet em uma campanha tudo-ou-nada teve a contribuição de 422 pessoas.

O que é o Somos do Mar? Quem é a Diulie? Quem é o Rafael? Criamos o projeto com o objetivo de usar nosso lugar de privilégio e entregar algo de valor para o mundo. Ter um trabalho com propósito e desenvolver a educação ambiental que acreditávamos. Queríamos que nosso conhecimento acadêmico e a própria ciência fosse acessível a mais pessoas, de forma leve e descontraída. Além disso, tínhamos o sonho de viver na estrada. Resolvemos unir uma coisa a outra.

Por que e como duas pessoas resolveram criar um projeto como este? Criamos o projeto com o objetivo de usar nosso lugar de privilégio e entregar algo de valor para o mundo. Ter um trabalho com propósito e desenvolver a educação ambiental que acreditávamos. Queríamos que nosso conhecimento acadêmico e a própria ciência fosse acessível a mais pessoas, de forma leve e descontraída. Além disso, tínhamos o sonho de viver na estrada. Resolvemos unir uma coisa a outra.

Como foi o processo de planejamento do Somos do Mar? Entre ideia e ação demorou uns 10 meses de planejamento. Conhecendo mais sobre empreendedorismo

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criativo conseguimos criar o projeto e em 2017 fomos convidados para a primeira ação. Em um mês criamos os instrumentos e idealizamos nossa primeira oficina. De lá pra cá, nunca mais paramos.

Vocês recorreram a um financiamento coletivo para custear a viagem. Como foram os dias de campanha? O que as pessoas que contribuíram financeiramente significam pra vocês? Foram pura emoção. Um misto de medo alegria, empolgação e adrenalina. Foram 45 dias de muito trabalho: fizemos eventos, fomos a eventos, vendemos rifas, convocamos e recebemos ajuda de muitos amigos e familiares. A cada real arrecadado a emoção era grande. Teve momentos que achávamos que não ia dar certo. No final, foram muitas as pessoas que divulgaram e contribuíram, mesmo sem nos conhecer, todos se uniram para que desse certo.


Diulie e Rafael criaram uma sala de aula móvel com atividades de educação ambiental. (FOTO: ARQUIVO PESSOAL)

Se não atingíssemos a meta, o dinheiro retornava a quem contribuiu. Foi lindo de viver! Somos muito gratos a cada um que ajudou financeiramente, acreditando,mandando boas energias e divulgando. Passamos a acreditar mais ainda que omundo tem jeito sim!

Um oceanógrafo e uma engenharia ambiental. De que forma o curso influenciou vocês na hora de iniciarem o projeto? Totalmente. Nós só pensamos no projeto por termos essas formações e todas as experiências decorrentes desse caminho.

Vocês, como um casal, podem dizer que o amor influenciou? Sim! Nem tudo são flores e uma ser casal também tem as dificuldades. Mas, por outro lado, somos mui-

to parceiros e o projeto não existiria se não houvesse amor e união entre a gente.

Além do dinheiro, que foi arrecadado por financiamento coletivo, quais outras dificuldades vocês encontraram ao longo do caminho? Sempre existem dificuldades, seja porque somos um casal e precisamos trabalhar e viver juntos, ou os percalços comuns a qualquer projeto. Você pode planejar, mas sempre haverão coisas fora do seu controle. É preciso ter paciência, saber lidar com os problemas e seguir em frente. Hoje estamos montando o furgão e precisamos respirar fundo, pois está demorando muito mais que o planejado. Ainda não iniciamos a viagem, com certeza terão muitos desafios, mas faz parte. Seguimos o fluxo, buscando dar nosso melhor.

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Por que um motorhome?

Quais os planos para quando terminarem essa jornada?

Para poder seguir com nosso estilo de vida zero waste [lixo zero] e levar nosso cachorro. Além de, claro, poder levar os instrumentos do Somos do Mar que são bem volumosos.

Ainda não sabemos. Acreditamos que a viagem indicará os próximos passos.

Como é a rotina de vocês? Trabalhamos muito! De segunda à sexta, sábados, domingos e feriados. Hoje está um pouco diferente, sem uma rotina específica porque estamos a mil com a preparação da viagem. Mas, no geral, conseguimos nos organizar para trabalhar e curtir a vida como, por exemplo, surfar no meio da semana.Priorizamos também a saúde mental com yoga e meditação diária.

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Vocês comentam em um vídeo que nessa viagem também vai ter o maior estudo de lixo nas praias. Como é este estudo? Vamos coletar amostras emersas e submersas de lixo no mar. Além disso, iremos observar o contexto socioambiental em que o local está inserido. Que tipo de material é encontrado? É relacionado à alimentação? A navios, a uso da praia? E então vamos traduzir isso em linguagem acessível, disponível a quem quiser. Dizemos que será o maior, pois vamos percorrer todo o litoral coletando dados com a mes-


ma metodologia e acurácia, incluindo dados subaquáticos. Algo inédito!

Qual a inspiração de vocês? Buscar deixar o mundo melhor do que encontramos. A Sylvia Earle é alguém que admiramos e nos inspiramos muito.

Vocês são do mar? Totalmente! Todo mundo é. Alguns mais, outros menos conectados. Afinal, devemos a vida aos oceanos. Até o ar que respiramos tem contribuição desse ecossistema. O mar é nosso lazer, nossa cura e nosso propósito de vida.

O projeto Somos do Mar idealizou diversas atividades para o público infantil aprender sobre educação ambiental. A ideia é viajar por todo o litoral do Brasil. Uma vaquinha online foi feita para arrecadar dinheiro para colocar o projeto em prática. O casal deve começar a viagem no mês de agosto desse ano. (FOTOS: ARQUIVO PESSOAL)

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O plano é começar a viagem a partir de Junho, quando o motorhome estiver finalizado. (FOTO: ARQUIVO PESSOAL)

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o lixo e o consumo

O Copo Eco não libera sustâncias cancerígenas como copos de isopor e outros plásticos descartáveis. (FOTO: MEU COPO ECO)

a um copo de salvar o mundo Por Luana Moreno e Maria Vitória Woldan

a empresa Meu Copo Eco faz parte dos chamados negócios de impacto: uma nova tendência de mercado que une interesses socioambientais e econômicos.

F

lorianópolis (Santa Catarina), Carnaval de 2009. Larissa Lerch Kroeff desembarcou em terras brasileiras depois de passar um longo período na Europa. Para aproveitar as férias, ela decidiu desfilar pela escola de samba Unidos da Coloninha, na passarela Nego Quirido. No dia do desfile, a sensação de calor provocada pela grande quantidade de pessoas reunidas era extasiante. As cores, plumas e glitters criavam um ambiente de descontração e felicidade. No final da festa, cansada do dia agitado, sentou-se no meio fio da calçada e ficou observando a grande massa se retirar lentamente do local. Ao olhar para os arredores se deparou com um verda-

deiro mar de lixo. Havia uma quantidade gigantesca de copos descartáveis, garrafas, plásticos e papéis jogados no chão. Deparar-se com aquele cenário a deixou abalada e deu motivação para lutar e mudar a situação. Formada em Turismo, Larissa passou cinco anos na França. Durante esse período, fez mestrado na área e trabalhou junto ao governo francês no projeto Eco-Événement. Nessa iniciativa, participou da implementação de um modelo que visava minimizar o impacto ambiental provocado por eventos. A partir do Eco-Événement, a França criou uma norma em que os organizadores de eventos interessados em receber verba pública deveriam, necessariamente, apresentar um plano de redução de resíduos, seguindo o modelo desenvolvido pelo projeto. 2019 | junho | 1ª edição | ambiento | 27


Larissa retornou ao Brasil em 2011 e fundou a Meu Copo Eco (MCE), empresa que propõe soluções relacionadas a não utilização de copos descartáveis, principalmente em eventos. Dentre tantos lugares que poderiam servir como sede da empresa, optou por se estabelecer no mesmo lugar que lhe trouxe a inspiração necessária para dar o primeiro passo: Florianópolis. “Eu vejo a Meu Copo Eco como uma criação que eu tive a oportunidade de colocar no mundo”, afirmou Larissa. A empresa fundada por ela e pelos franceses Joris Fillatre e Martin Joufflineau tem oito anos de história, e uma estrutura que suporta a produção de três a quatro mil Copos Eco por mês. São quase 50 funcionários trabalhando de forma direta, entre a sede em Florianópolis e a filial no Rio de Janeiro. A MCE tem embaixadores em todo o país, seguindo um modelo de negócio arrojado, uma mistura de franquia e representação. Cada embaixador possui uma estrutura similar à da empresa de Florianópolis, e isso viabiliza que todos os serviços disponíveis na capital catarinense estejam presentes nos outros pontos de venda. O público-alvo da MCE são eventos: a empresa atende desde o chá de bebê de 20 convidados até competições esportivas de grande porte. Apesar dos Copos Eco serem produzidos de plástico, eles são ambientalmente mais corretos que os descartáveis, sobretudo pelo tempo de uso. Um descartável vira resíduo após aproximadamente 20 minutos, enquanto os Copos Eco são reutilizáveis

“EU VEJO A MEU COPO ECO COMO UMA CRIAÇÃO QUE EU TIVE A OPORTUNIDADE DE COLOCAR NO MUNDO”

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e podem durar vários anos. O plástico de sua composição é o polipropileno, um material resistente que não libera microplásticos quando aquecido ou resfriado. Além disso, os Copos Eco podem ser reciclados até cinco vezes. Entretanto, o produto final dessa reciclagem não será um novo copo, já que a Anvisa veta por meio das “Disposições gerais para embalagens e equipamentos plásticos em contato com alimentos” em sua Resolução n.105/1999. Essa norma dispõe que “é proibida a utilização de materiais plásticos procedentes de embalagens, fragmentos de objetos, plásticos reciclados ou já utilizados na elaboração de embalagens e equipamentos destinados a entrar em contato com alimento”. O modelo de negócio da MCE, que privilegia o meio ambiente, faz com que a empresa ganhe o status de negócio de impacto. A empresa que possui esse viés necessariamente prioriza questões ambientais/sociais em seu modo de produção. Este tipo de negócio se diferencia de um empreendimento convencional por uma questão de objetivo. Enquanto, no primeiro, a empresa busca associar lucro e impacto ambiental/social positivo; no segundo, o lucro é o foco principal e geralmente as consequências dessa atividade industrial para o meio ambiente são desprezadas. Segundo Marcos Da-ré, ex-professor da pós-graduação em desenvolvimento sustentável do Fórum Latinoamericano de Ciências Ambientais (Flacam), que fica localizado na Argentina, os negócios de impacto têm um grande potencial de crescimento, podendo ser tão competitivos e rentáveis quanto um negócio tradicional. Isso é importante ao considerarmos questões sociais e ambientais, pois um negócio de impacto que cresce pode ocupar o espaço daqueles que geram problemas, gerando soluções. Ademais, se o resulta-

do financeiro está associado ao impacto positivo, expandir o negócio significa que o meio ambiente também será beneficiado. Para que um negócio de impacto consiga se estabelecer no mercado, de acordo com Da-ré, é essencial que sejam supridas quatro principais necessidades. Em primeiro lugar, precisa-se de talentos, pessoas que (re)pensem soluções para atender às demandas de um público; dotadas de conhecimento científico, tecnológico, e de mercado. A segunda necessidade é um novo modelo de negócio, mais moderno, diferente do tradicional que prioriza o lucro e ignora os aspectos socioambientais. O terceiro ponto é o investimento financeiro necessário para desenvolver e implementar a ideia no mercado. Por fim, o público-alvo deve aderir à proposta e se tornar consumidor do produto. Para tanto, as empresas de impacto devem difundir seus ideais o máximo possível. Não é uma tarefa fácil, já que o negócio de impacto traz consigo uma nova perspectiva de consciência de consumo e de organização mercadológica. Apesar das dificuldades, alguns grupos da sociedade estão mais propensos a consumir novas ideias. No caso da MCE esse público foi encontrado nas universidades. Seus primeiros clientes foram as festas promovidas pelos cursos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), campus Florianópolis. O Trote Integrado, uma das maiores festas da UFSC, é organizada pelo Centro Tecnológico e acontece todo semestre, desde 2006. Na primeira edição de 2019, a festa utilizou cerca de 3.600 Copos Eco. A escolha de adotá-los surgiu graças a iniciativa da Vice-presidente da Comissão de Organização do Trote Integrado, Juliana Pabis. Ela, que é estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária, conta que a organização do evento poderia ter um lucro maior

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ECO) (FOTO: MEU COPO

caso escolhesse vender os copos da festa em acrílico, por exemplo. Mesmo tendo um lucro inferior, o evento optou por utilizar Copos Eco por uma questão de consciência de consumo. “Na verdade, não é só o copo, é toda a ideia que é vendida, [...] os valores da empresa, que eu acho que isso que a gente também compra”, afirma Juliana. Apesar dos negócios de impacto significarem um grande passo, a relação da indústria com o meio ambiente ainda traz um déficit socioambiental. Do ponto de vista climático, de biodiversidade e de recursos hídricos, daqui a 30 anos o planeta Terra estará em uma condição muito próxima da insuportabilidade para os seres humanos, explica Da-ré. Grande parte dessa condição está sendo construída a partir de uma exploração indevida e descontrolada dos recursos naturais. Para revertê-la são necessárias mudanças drásticas, rápidas e eficientes, principalmente no âmbito industrial e de consumo. “É por ali que a gente vai mudar, não é discutindo coisas periféricas e pequenas que a gente vai mudar o problema que tá na nossa cara”, afirma o pesquisador. É preciso muito mais do que algumas empresas conscientes. “Pela velocidade que nós precisamos e pela escala que precisamos atingir [de mudança], temos que deixar de certos pudores e nos conscientizarmos que são necessárias soluções de alto rendimento financeiro, de impacto”, sentenciou Da-ré.


consumo consciente DICAS PARA O DIA A DIA Realize a reciclagem do lixo.

Transforme resíduos orgânicos em adubo. Consuma menos energia, tendo atenção com luzes nos cômodos, e até na utilização de aparelhos que consumam pouca energia.

Toque lãmpadas incadescente por fluorescentes. Elas economizam, em média, 80% de energia. Reduza o consumo de sacolas plásticas em supermercados. Imprima menos arquivos e utilize papel reciclável.

Dê preferência a refis. As embalagens de refis geralmente utilizam menos matéria-prima para sua fabricação.

Prefira empresa que têm preocupação ambientação durante sua cadeia produtiva.

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(ÍCONES FEITOS POR EUCALYPE DO WWW.FLATICON.COM)

Não compre por impulso. Avalie bem se necessita do que vai comprar e desfaça-se apenas de um objeto quando este não puder mais ser utilizado. Brechós e bazares são ótimas opções para encontrar peças baratas, além de evitar a extração de mais matéria-prima da natureza, ajudando a preservar o ambiente. Esteja atento a todos os detalhes do produto ou serviço que vai adquirir e valorize as empresas com práticas de responsabilidade social e ambiental. Antes de comprar, informe-se sobre os impactos ambientais causados pela fabricação, transporte e venda do produto, assim como sobre a mão-de-obra contratada para a produção. Há empresas que ainda lucram em cima de trabalho escravo. Verifique se o produto é certificado por entidades autorizadas e reconhecidas em termos ambientais. Ao sair de casa para fazer compras, esteja com uma lista pronta. Isso evita o impulso de comprar o que chama atenção nas prateleiras. Segundo o Instituto Akatu, 1/3 do que compramos vai direto para o lixo. Ou seja, usamos 30% do nosso salário comprando itens que não vamos consumir. Ainda segundo o Instituto, 20% da população mundial concentra o consumo de 80% de todos os produtos e serviços do planeta e, a cada ano, entram mais de 150 milhões de novos consumidores no mercado. O que já se tornou um imperativo da moda várias vezes também vale para a vida: menos é mais. Mudar e adotar hábitos simples em relação ao consumo ou ao cuidado com o ambiente pessoal e global faz toda a diferença.


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