Revista Hermes

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Viaje mais com menos

África do Sul E mais: Urubici e Bonito

Marcha da vida

Confira a reportagem sobre a viagem na Polônia e em Israel

Voos baratos

Saiba mais sobre empresas aéreas low cost Edição 01 Julho 2018


EDITORIAL

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Por que viajar? Por Isabela Martins e Mariana Passuello

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ós, da Revista Hermes, viajamos para nos conectarmos com o mundo. Para descobrir novas formas de viver, novos jeitos de observar a vida. Procuramos descobrir novas curiosidades sobre nós mesmas em diferentes lugares. Viajar é transformação, diversão e descoberta. São horas, dias, meses planejando, juntando dinheiro e sonhando com os lugares diferente que já vimos em filmes ou vídeos. A cada lugar que tiramos de nossa lista, descobrimos mais 5 que queremos visitar. Assim, o ciclo nunca acaba, e pior, ele vicia. Esse planeta é gigante e viver é uma viagem sem fim. Jamais conheceremos todas as cidades do mundo, mas vamos tentar aproveitar cada uma por onde passarmos. Cada canto do mundo tem seus encantos e seus charmes. Não é preciso ir muito

longe para vivenciar uma ótima experiência, basta estar aberto às pequenas oportunidades de olhar os novos destinos com paciência. Seja um selva de pedra ou de árvores, um mar de arranha-céus ou de águas transparentes, tudo é aventura e conhecimento. Novas línguas, comidas, vestimentas, hábitos, horários, rotinas e rotas. Tudo muda em um piscar de olhos, pequenos fragmentos das novas culturas agregam algo a nós e, quando percebemos, não somos mais as mesmas. Viajar é como acordar, sair da bolha. Temos consciência de que somos tão pequenas quanto formiguinhas nesse planeta tão grande. Viajamos para lugares onde ninguém liga se você é filho de fulano, se conhece ciclano. Viramos ninguém. E assim, nos descobrimos pessoas completamente diferentes. Novas.

Edição 01- Julho 2018

Imagens: Isabela Martins, Mariana Passuello, Guilherme Lindenmeyer, Paulo Martins, H. Lee, Daniel Olah, Freepik.com, Unsplah.com, FIFA.

Editoras: Isabela Martins e Mariana Passuello Projeto gráfico-editorial: Isabela Martins e Mariana Passuello Textos: Isabela Martins, Mariana Passuello, Ana Paula Losco Irgang, Saori Almeida e Patrícia Frantov Fontes: Julius Sans One, Libre Baskerville, Playfair Display, Quattrocento, Quattrocento Sans, Birch STD, Rage Italic, Great Vibes e Amatic SC. Imagem de capa: Dibert Theron

Esse trabalho é experimental, sem fins lucrativos e de caráter puramente acadêmico, desenvolvido pelas acadêmicas Isabela Martins e Mariana Passuello como exercício de projeto gráfico-editorial para a disciplina de Laboratório de Produção Gráfica do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no semestre 2018-1. Não será distribuído, tampouco comercializado.

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ALASKA (USA)

SUMÁRIO

CLICHÊS TURÍSTICOS

CANADA

ESSENCIAIS UNITED STATES OF AMERICA

BAHAMAS

MÉXICO

CUBA HAITI

REPÚBLICA DOMINICANA

JAMAICA

PORTO RICO

BELIZE GUATEMALA

HONDURAS

EL SALVADOR

SÃ EG

NICARAGUA

COSTA RICA

VENEZUELA

PANAMA

COLOMBIA ECUADOR

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BOL

CHILE

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Disney

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Milão

DESTINO DO MÊS

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Bonito 4|

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Urubici | edição O1 | julho 2O18

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Agências Low Cost

ARG

Vistos

AVENTURA REPO

22 24 March Surfe no Peru


ISLÂNDIA

RUSSIA

SUÉCIA FINLÂNDIA

ENTREVISTA FAROE ISLANDS

NORUEGA

DESTINO DO MÊS

ESTÔNIA

LETÔNIA

LITUÂNIA

DINAMARCA

IRLANDA

REINO UNIDO

POLÔNIA

HOLANDA

BIELORRÚSIA

ALEMANHA

BÉLGICA

ESLOVÁQUIA

MOLDÁVIA

ÁUSTRIA

HUNGRIA

SUÍÇA ESLOVENIA

ROMÊNIA

CROÁCIA BOSNIA E HERZEGOVINA

SÉRVIA

ARMENIA

ALBÂNIA

SÍRIA

MARROCOS

ISRAEL

PAQUISTÃO

JORDAN

ARGÉLIA

NEPAL

LÍBIA

QATAR ARÁBIA SAUDITA

EGITO

SAARA OCIDENTAL

BANGLADESH

OMÃ MAURITANIA

SÃO CRISTOVÃO E NEVIS MONSERRAT GUADELOUPE DOMINICA

CABO VERDE

MARTINICA

GUINEA

TRINIDAD AND TOBAGO

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MALI

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BENIN

NIGERIA

REP. DA ÁFRICA CENTRAL

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TAILÂNDIA VIETNAME

SUDÃO DO SUL

SRI LANKA

CAMARÕES

UGÂNDA KENIA

EQUATORIAL GUINEA SAO TOME

GABÃO CONGO

REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO

SOMALIA

MALÁSIA

RWANDA

CABINDA (ANGOLA)

TANZÂNIA

ANGOLA

ZÂMBIA

MALAWI

ZIMBABUE

NAMIBIA

PAPUA NOVA GUINÉ

INDONESIA

BURUNDI

LIVIA

VANUATU

MOÇAMBIQUE MADAGASCAR

BOTSUANA

PARAGUAI

NEW CALEDONIA (FRANCE)

AUSTRALIA

SUAZILÂNDIA

SOUTH AFRICA

URUGUAI

GENTINA

FILIPINAS

CAMBODJA

ETIÓPIA

BIOKO (EQUATORIAL GUINEA)

BRAZIL

TAIWAN

MYANMAR (BURMA)

ADAM AND NICOBAR ISLANDS (INDIA)

TOGO

SURINAME FRENCH GUIANA

INDIA

IÉMEN

SUDÃO

BURKINA FASO

COSTA GANA LIBERIA DO MARFIM

GUIANA

NIGER

SENEGAL

SANTA LÚCIA BARBADOS

ÃO VICENTE GRANADINAS

CORÉIA DO SUL

CHINA AFEGANISTÃO

IRÃ

IRAQUE

LÍBANO

TUNISIA

ILHA DA MADEIRA (PORTUGAL)

TURCOMENISTÃO

TURQUIA

GRÉCIA MALTA

ILHAS CANÁRIAS (PORTUGAL)

JAPÃO

GEORGIA

MACEDÔNIA

ITÁLIA

CORÉIA DO NORTE

UZBEQUISTÃO BULGÁRIA

MONTENEGRO

ESPANHA

PORTUGAL

MONGÓLIA

CASAQUISTÃO

UCRÂNIA

REPÚBLICA TCHECA

LUXEMBURGO

FRANÇA

LESOTO

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Pedro Pablo Skorin

ORTAGEM

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NOVA ZELÂNDIA

África do Sul

MUNDO CULTURAL

4ha da Vida 28 29 30 31 Em alta

Coreia do Sul

Paris

Agenda

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FIJI


CLICHÊS TURÍSTICOS

ECONOMIZE NA DISNEY Ir à Disney parece um sonho impossível? As próximas dicas podem te ajudar a tornar essa viagem mais acessível. Dá para economizar mais de dois mil dólares tomando alguns cuidados... Por Isabela Martins

Compre os ingressos lá A Disney tem uma variedade de ingressos, de $39 até $99. Eles se diferenciam quanto ao número de vezes que podem ser utilizados, e quantos dias “duram”. Comprando lá você pode até encontrar alguma promoção. É tão fácil encontrar vendedores por lá quanto trimania no Brasil.

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Vá na primavera O inverno e o verão bombam na Disney, o que significa: parques lotados e estadia mais cara. Durante a primavera ou outono o movimento diminui, você não precisará pegar longas filas para entrar nos brinquedos, e não ficará tentado a comprar o Fast Pass. Os hotéis também ficam mais baratos e é mais fácil de conseguir algum desconto.

Vá de Uber! Alugar um carro é só para os que tem mais de 21 anos. A gasolina é barata, mas o aluguel é salgado. E os estacionamentos dos parques custam $20! Use aplicativos como o Uber, ou qualquer outro app do tipo. Mas tome cuidado em horários de pico, o preço pode variar até 300% e a diferença entre o Uber e um táxi pode ser muito grande.

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Vá nessas lojas ANTES dos outlets

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Muitas coisas vão dos outlets para lojas como a ROSS, a Dolar Tree e o Walmart, ficando ainda mais baratas! Elas são gigantescas, então faça uma pesquisa para ir na loja especializada no que você quer. A Dolar Tree tem artigos por até $1, incluindo maquiagem, comida, roupa. O Wallmart é um supermercado gigante que vende de tudo também. A ROSS, apesar de não se fechar nisso, é mais focada em artigos de vestuário.

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Economize no hotel A última coisa que você vai fazer é ficar no hotel, então escolha um simples e razoavelmente bem localizado. A avenida principal de Orlando é a International Drive, ali você encontra hotéis com diárias desde R$150 até R$2000 (preços para setembro de 2018). Ou alugue um apartamento pelo Airbnb, vale ainda mais a pena se você estiver com amigos, por o preço do local. E se tiver uma cozinha: melhor ainda! Dá pra cozinhar, ou comprar comidas congeladas! Comida nos parques é caro: eu paguei $3 por uma maçã no Magic Kingdom e a média dos pratos em restaurantes temáticos fica entre $80 e $100!

Vá com dólares em mãos Um cartão de crédito é necessário na hora de fazer reservas em hotéis ou alugar um carro, mas também tem a taxa cambial mais alta que em dinheiro em mãos ou um cartão pré-pago! Só o IOF é de 6%, sem contar a aplicação de outras taxas do banco. Leve entre 700 e 1200 dólares por pessoa. E lembre-se: espalhe o dinheiro em vários lugares da mala, das mochilas e da sua carteira. Não confie 100% nem no cofre do hotel!

A comida nos parques é muito cara, então se prepare! Leve lanchinhos, salgadinhos, frutas... Leve suas malas Por mais que você só precise de uma bagagem de mão, saiba que vai comprar muitas coisas lá, porque é realmente barato. Estou falando de blusas, calças, sapatos por menos de $10 em lojas de departamento e outlets. No fim, você vai voltar com uma mala a mais e comprar uma lá é caro. Se você já tiver um mala em casa, leve-a mesmo que vazia para encher com suas comprinhas e lembrancinhas depois. FOTO: ISABELA MARTINS

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CLICHÊS TURÍSTICOS

Milano

Conheça mais sobre esse destino tão amado pelos brasileiros e como economizar em uma das cidades mais caras da Itália.

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ilão é uma comuna italiana, capital da região da Lombardia, dentro da província de Milão, com cerca de 1 milhão e 300 mil habitantes. Sua área urbana é a quinta maior da União Europeia, e sua região metropolitana é a maior e mais populosa da Itália. A cidade é animada e um importante centro comercial, renomada pelas lojas de grife e pelas compras. Isso tudo faz com que Milano também seja um dos centros mais caros do país. Suas galerias de arte, museus e catedrais apresentam uma rica herança histórica e cultural, o que atrai muitos turistas. Milão é um dos destinos mais comuns ao visitar a Itália, por isso ela está na nossa seção de Clichês desse mês. Mesmo sendo uma metrópole, Milão é uma cidade pequena. O centro histórico, que você pode conhecer a pé para perceber todos os detalhes do lugar - e economizar uma grana -, inclui a catedral (Duomo), o Teatro alla Scala e a Galleria Vittorio Emanuele II.

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Se você quer conhecer Milão, mas sem ter que pagar entrada e sem depender dos restaurantes da zona turística, um passeio baratinho e bem legal é explorar o Parco Sempione. É só descer na fermata Lanza da metropolitana verde ou na Cairoli da linha vermelha. Sempione é um parque com estilo romântico que segue o padrão inglês. Uma opção é fazer um piquenique nos longos gramados do parque. Você ainda pode passear pelo Castello Sforzesco, uma das residências renascentistas mais lindas da Europa, que fica na entrada principal do parque. Outra atração bem pertinho é o Arco della Pace, um ponto turístico cheio de significados históricos que foi construído no começo do século XIX. Para quem gosta de moda, o Quadrilatero della Moda é um passeio obrigatório, mesmo que seja só para olhar e não para comprar (até porque nada sai barato). Na Via Montenapoleone e nas suas proximidades, as


A Duomo de Milão é a terceira maior igreja do mundo. Sua construção começou em 1386, mas permaneceu inacabada até o século XIX, por isso possui influência de diferentes períodos artísticos.

maiores marcas italianas e mundiais tem lojas em prédios históricos e ruas luxuosas. Com grifes como Dolce & Gabbana, Armani, Chanel e Versace, a moda prêt-à-porter de ostentação domina as vias italianas do quadrilátero.

muitas das atrações são tão próximas que vale a pena ir a pé. Isso ajuda a manter o orçamento mais acessível

Outro passeio para quem curte moda é ir até a 10 Corso Como. Aberta em 1991, por uma ex-editora da Vogue italiana, foi a loja que lançou o conceito de lojas autorais, em que a curadoria do dono vale tanto quanto as grifes (e as não-grifes) que seleciona para vender. A 10 Corso Como possui entrada gratuita e não tem vitrine. Quem passa pelo Corso Como sem atenção não tem como saber que atrás daquela passagem discreta existe uma loja tão conceituada. Lá, peças de marcas que passaram por semanas de moda e as novas tendências do mundo fashion são expostas para venda e você ainda pode tomar um capuccino no café no jardim coberto do prédio. Quem é turista tem que ser turista de verdade e não ter vergonha! Em Milão, um dos rituais para ter sorte, feito por praticamente todos os visitantes, é girar 3 vezes com o calcanhar do pé direito nos testículos do touro no mosaico do brasão de Turim no chão da Galleria Vittorio Emanuele II.

Sim, você entendeu bem! Um dos passeios obrigatórios é girar nas bolas do touro! Mesmo que a tradição mais antiga afirme que a sorte vale apenas quando feito à meia-noite do dia 31 de dezembro, o ritual é repetido a todo momento. Tantas pessoas já fizeram a simpatia que um buraco se formou no meio do mosaico. Chegando lá é preciso paciência, pois a brincadeira é bastante concorrida. O deslocamento em Milão é bem fácil. A mobilidade urbana é muito eficiente, então se você não pensa em cobrir muitos quilômetro, como sair da Lombardia, o melhor é utilizar o transporte público. Para se deslocar dentro da cidade, o metrô e os trams são a melhor opção, porém muitas das atrações são tão próximas que vale a pena ir a pé. Isso ajuda a manter o orçamento mais acessível, já que outros serviços em Milão tendem a ser mais caros, como a alimentação e hospedagem. Existe a opção de utilizar o mesmo biglietto do metrô durante o dia inteiro por um preço maior, mas não perca a chance de caminhar entre um ponto turístico e outro. E se você quiser sair de Milão e ver as cidades da região metropolitana, ou até Monza ou Como, os trens são ótimos e você pode tirar várias fotos da Stazione di Milano Centrale. Se a grana está apertada, vale a pena conferir os preços dos ônibus, pois às vezes é mais vantajoso ainda. Texto e fotos por

Mariana Passuello

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Essenciais

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T S O C L OW Por Ana Paula Losco Irgang

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ma ótima opção para quem está com um orçamento reduzido é realizar voos com agências aéreas low cost. Já no nome elas deixam claro o seu diferencial: o baixo custo. Porém, é bom saber que você terá de abrir mão de alguns confortos, ou pagar separadamente por eles. O cliente é avisado logo no momento da compra que é possível fazer upgrades durante o voo. Vamos supor que você não optou por nenhuma das melhorias, as diferenças já começam a aparecer alguns dias antes da viagem. Você terá de fazer o seu check-in pelo site da companhia área e imprimir o seu próprio bilhete ou baixá-lo no seu smartphone. Se deixar para fazer isso

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no balcão do aeroporto, será cobrada uma taxa extra. Para escolher o seu assento também é necessário pagar mais. Mas, após embarcar, geralmente as pessoas tentam trocar de lugar umas com as outras. Se você decidir despachar uma mala, terá que somar outro valor ao que já está pagando. Porém, o tamanho da mala de mão é bem considerável e eu nunca tive que despachá-la. Dentro do avião o espaço é um pouquinho menor do que das agências tradicionais, então minha dica é reservar o seu assento em uma saída de emergência, onde o espaço é um pouco maior. Outro fator a se considerar é que os voos nunca vão para os aeroportos principais. Durante o planejamento, confira se

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vale a pena ir de low cost e pagar outro transporte para chegar no centro da cidade. Além disso, os aviões são limpos em menor frequência para diminuir os custos. Os lanches também são todos pagos separadamente e durante o voo há propagandas de produtos o tempo todo. Nas minhas experiências valeu muito a pena ter economizado e viajado com uma empresa mais acessível. O preço realmente foi muito menor e eu consegui me adaptar, sem pagar nenhuma taxa a mais. É, com certeza, uma ótima alternativa para quem quer viajar com gastos menores ou só prefere ter seu dinheiro investido em outras coisas. Edição de Mariana Passuello e Isabela Martins

FOTO: DANIEL OLAH

Para economizar na hora de viajar de avião!


Sem visto? Sem problemas! Brasileiros podem viajar para 153 países sem precisar de vistos. O primeiro passo para viajar é escolher o destino. O segundo, é pesquisar a documentação necessária para tal. Vistos, passaporte, identidade, carteira de motorista, tudo em dia? Dentre todos os documentos que precisamos, visto é o mais caro e mais difícil de conseguir. É necessário apresentar vários outros em dia, viajar para realizar entrevistas, pagar e ainda pode levar um grande “não” da embaixada. Mas você sabia que os brasileiros têm passe (quase) livre em 153 países do mundo? No mapa abaixo você pode conferir quanto tempo podemos ficar em cada país sem vistos.Com certeza muitos dele vão te deixar com vontade de arrumar as malas agora mesmo!

Sempre confira as exigências de cada país antes de embarcar para um novo destino. Cada país cobra uma documentação diferente, e às vezes são bem específicos. Por exemplo: a Rússia exige que o passaporte continue válido por pelo menos seis meses depois de você deixar o país.

GROELÂNDIA

SVALBARD (NORUEGA)

ALASKA (USA)

ISLÂNDIA

CANADA

RUSSIA

SUÉCIA

FAROE ISLANDS

FINLÂNDIA

NORUEGA

ESTÔNIA LETÔNIA LITUÂNIA

DINAMARCA IRLANDA

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SUÍÇA ESLOVENIA

ROMÊNIA

CROÁCIA BOSNIA E HERZEGOVINA

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ESPANHA

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MACEDÔNIA

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PORTUGAL

ARMENIA

ALBÂNIA

TURCOMENISTÃO

TURQUIA

GRÉCIA

SÍRIA

MALTA

MARROCOS

ARGÉLIA

PAQUISTÃO NEPAL

LÍBIA

QATAR ARÁBIA SAUDITA

EGITO

SAARA OCIDENTAL

CUBA MAURITANIA

REPÚBLICA DOMINICANA

JAMAICA

SÃO CRISTOVÃO E NEVIS

PORTO RICO

BELIZE GUATEMALA

BANGLADESH

OMÃ HAITI

MONSERRAT GUADELOUPE DOMINICA

HONDURAS

CABO VERDE

MARTINICA

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GUINEA

TRINIDAD AND TOBAGO

COSTA RICA

VENEZUELA

PANAMA

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BENIN

NIGERIA

REP. DA ÁFRICA CENTRAL

GABÃO

UGÂNDA KENIA

REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO

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TANZÂNIA

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MOÇAMBIQUE MADAGASCAR

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NEW CALEDONIA (FRANCE)

AUSTRALIA

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PAPUA NOVA GUINÉ

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SRI LANKA

RWANDA

CABINDA (ANGOLA)

ANGOLA

PARAGUAI

ETIÓPIA

BIOKO (EQUATORIAL GUINEA)

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TAILÂNDIA CAMBODJA

SUDÃO DO SUL

EQUATORIAL GUINEA

BRAZIL

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MYANMAR (BURMA)

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SUDÃO

CAMARÕES

SAO TOME

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ADAM AND NICOBAR ISLANDS (INDIA)

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CHADE

BURKINA FASO

COSTA GANA LIBERIA DO MARFIM

GUIANA

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SENEGAL

SANTA LÚCIA BARBADOS

SÃO VICENTE E GRANADINAS

JAPÃO

ISRAEL JORDAN

ILHAS CANÁRIAS (PORTUGAL) BAHAMAS

MÉXICO

CORÉIA DO SUL

CHINA AFEGANISTÃO

IRÃ

IRAQUE

LÍBANO

TUNISIA

ILHA DA MADEIRA (PORTUGAL)

CORÉIA DO NORTE

UZBEQUISTÃO BULGÁRIA

MONTENEGRO

UNITED STATES OF AMERICA

MONGÓLIA

CASAQUISTÃO

UCRÂNIA

REPÚBLICA TCHECA

LUXEMBURGO

SOUTH AFRICA

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Alguns países são muito pequenos e não podem ser vistos no mapa, como: as Ilhas Seyshelles e Fiji.

Até 180 dias Até 90 dias Até 59 dias Até 30 dias Até 60 dias Precisa de visto

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NOVA ZELÂNDIA

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Entrevista

BRASILEIROS PERCORREM EM 35 DIAS

12 CIDADES EM 9 PAÍSES Começando por Portugal, eles passaram pela Espanha, Itália, Austria, Tchecoslováquia, Alemanha, Inglaterra, França e, por fim, pela Holanda.

por Isabela Martins e Mariana Passuello

Qual amante de viagens nunca se imaginou passeando por inúmeros países com seus amigos e dividindo essa experiência incrível? O entrevistado dessa edição da Hermes fez exatamente isso. Pedro Pablo Skorin, 18 anos, é estudante de economia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e fez um mochilão acompanhado de seus melhores amigos para a Europa. Em 35 dias, Pedro visitou 9 países e 12 cidades. As fotos são de autoria dos companheiros de viagem dele, Guilherme Lindenmeyer e Pedro Munhoz. Confira a entrevista completa nas próximas páginas e o trajeto deles no mapa ao lado. Porto Alegre

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Berlim

Amsterdam

Londres

Praga Viena

Paris Veneza Florença Barcelona Lisboa

Roma

Madrid

Por quanto tempo o grupo planejou a viagem? A ideia da viagem da viagem para Europa surgiu 6 meses antes, foi meio em cima, o que prejudicou depois. O planejamento de fato começou 4 meses antes. Como decidiram os destinos? Éramos um grupo, cada um disse o principal local que queria visitar na Europa. Lá é tudo tão pequeno e tem muitas opções. Mas se escolher ir para muitos lugares em pouco tempo, a gente acaba não visitando de fato, fica uma viagem muito corrida. Cada um decidiu os lugares que realmente queria ir e fomos traçando um caminho. Que desafios o grupo encontrou durante o planejamento? A dificuldade é o tempo que se demora planejando. Vai ter que entrar em vários sites, ver os benefícios, as opções de transporte, os hostels... Tem que comparar os preços. Tudo ainda tem que encaixar com o planejamento. Na verdade, durante o planejamento a gen-

te mudou um pouco os nossos destinos, só para encaixar com o preço mais barato. O planejamento demora um tempo sim, mas vale muito a pena. Quanto dinheiro vocês tinham destinado à viagem? Com transporte lá, visitações, alimentação e estadia a gente gastou na Europa uns 2 mil euros. A gente estava gastando muito pouco, fizemos racionamento de dinheiro, depois até sobrou. No final, demos uma relaxada e aproveitamos melhor. Quais as cidades visitadas? A gente chegou em Lisboa, de lá fomos para Madri de trem, depois um ônibus para Barcelona, um vôo até Roma. Fizemos então Florença, Veneza, Viena, Praga, Berlim, um vôo para Londres, outro vôo para Paris e terminamos em Amsterdã. Nove países em trinta e cinco dias. Algumas cidades foram de passagem e ficamos uma noite só, outras ficamos mais tempo e aproveitamos mais.

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ENTREVISTA

A cidade que eu achei mais linda foi Paris sem dúvida. É uma cidade fantástica

Guilherme e Pedro Pablo durante a viagem em Barcelona

Paris, a cidade favorita de Pedro, fotografada por seu amigo Guilherme

Quais os destinos mais caros? Os lugares mais caros são Londres e Paris. Eles estão parecidos “de caro”, qualquer coisinha é uma facada comparado com países como Portugal, Espanha e Itália, que dá para comer fora por um preço bem mais razoável. Em Londres, jantando fora a gente gastava tranquilamente 10 libras pra cima. Mas se a gente ia no supermercado e comprava massa e molho, cada um de nós três conseguia comer por 2 libras. Muito, muito mais barato.

Qual o momento mais marcante da viagem? A gente passa tanto tempo planejando e eu acho que o momento que caiu a ficha que tudo estava se concretizando foi em Lisboa. A gente tinha acabado de chegar, pegamos o metrô para a praça do comércio, um lugar grande e bem bonito, e ali a gente percebeu que realmente estava começando. Foi um dos momentos mais inesquecíveis, era o começo e o dia estava lindo. Qual sua cidade favorita? Todos os lugares foram fantásticos, mas a cidade que eu achei mais linda foi Paris sem dúvida. É uma cidade fantástica.

Pedro Pablo no monumento a Vittorio Emanuele II em Roma

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Que desafios vocês enfrentaram? O desafio durante a viagem é realmente cumprir o que a gente tinha foi planejado. Porque, quando tu chega lá, tu quer ser livre, mas a liberdade tem um custo. No planejamento tu acaba se limitando. A gente achou uns preços mais baratos com uns horários não muito adequados. Vôos às 6 horas da manhã, o aeroporto ficava 1 hora da onde a gente estava e tínhamos que acordar às 3 para cumprir o horário por um transporte mais barato. Os


Qual o momento mais difícil na Europa? Teve um momento que a gente foi em uma estação de trem, como de costume, e a gente acabou indo na estação errada. Faltavam 10 minutos para o trem sair e a gente entrou em desespero. Bah, foi difícil. A gente estava na Itália, todo mundo falava italiano, ninguém falava inglês direito. Por sorte, a gente achou um trem que passava pela outra estação. Então, a gente acabou conseguindo pegar esses trens. Mas foi um momento de tensão, quase que a gente perdeu. E se a gente tivesse, ia ser um problema. Depois dessa experiência, qual dica você dá para gastar menos dinheiro em viagens? O melhor jeito de economizaro é o bom planejamento. Com antecedência, ver as melhores opções. Algumas das minhas recomendações é ver se o hostel tem café da manhã incluso, porque de manhã é quando você quer comer e ir visitar a cidade. Perder tempo achando um lugar barato para comer e depois visitar os lugares é tempo perdido. Se estiver incluso, melhor. Outra coisa que faz muita diferença no bolso é se o hostel tem cozinha. Cozinhar é muito mais barato. Para gastar menos também é importante ver os transportes. Todo mundo fala que quer ir de trem, que é mais bonito, mais tranquilo, mas ele é o transporte mais caro. Dependendo do tempo de antecedência, como um ou dois meses, o avião sai mais barato com empresas low cost. Eu recomendo bastante o ônibus. Sinceramente, muitas vezes que achava o ônibus uma opção mais segura, inclusive para não perder a viagem. A gente fez os três (avião, trem e ônibus), mas eu gostei muito da experiência dos ônibus. E esse é um bom jeito de gastar menos porque o ônibus é mais barato. Outro meio de gastar menos é definir um destino que não passe pelas regiões mais caras. Dá para fazer uma aventura incrível passando por Portugal, Espanha e Itália, que são os países mais baratos. Levar pouca coisa também ajuda a economizar

porque é mais barato no transporte. Quando tu vai se deslocar de um país para o outro fica mais caro e a bagagem tem custo extra. A gente foi de mochilão e levamos pouca coisa. O que importa é estar lá, não precisa todo dia de uma roupa diferente. Eu repeti de roupas muitas vezes. Não fizemos muitas compras, fomos mais pelas experiências mesmo. A questão principal do dinheiro que tu vai gastar é o planejamento. A liberdade tem um custo, tomar as decisões lá acaba sendo mais caro. Todo tempo planejando é um dinheiro salvo na viagem. Para onde você voltaria? Eu voltaria para todos os lugares! (risada) Em todos eles dá para ficar uma vida inteira! Mas eu gostaria de ter visitado mais Viena, a gente ficou um dia, estava chovendo e era uma segunda-feira. É um lugar que eu voltaria mais para conhecer mesmo, para explorar mais a cidade que não conseguimos ver tão bem. Para onde vocês querem ir agora? Eu, particularmente, quero conhecer mais o Brasil. Nunca visitei muito o nordeste e norte. São lugares que me fascinam.

Todo tempo planejando é um dinheiro salvo na viagem

Pedro Pablo em Amsterdam antes de retornar ao Brasil

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FOTOS: GUILHERME LINDENMEYER

maiores desafios foram cumprir esses horários malucos e ficar em lugares não tão perto do centro assim.


Destino do mês: internacional

FOTO: DAN GRINWIS

ÁFRICA

FOTO: CHRISTIAN PERNER

É lindo de morrer

FOTO: JACK YOUNG T

Boulders Beach é uma praia onde você pode encontrar pinguins.

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FOTO: MATTHIAS MULLIE

FOTO: WADE LAMBERT

FOTO: TIM JOHNSON

Os safáris são muito famosos em todo continente africano. Aproveite para conhecer animais como leões, rinocerontes, elefantes e girafas longe das grades de um zoológico convencional.

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DO SUL

A África do Sul apresenta um mix de cultura, história e natureza que supreende os brasileiros. Por Isabela Martins

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ncontrar um destino internacional que estivesse valendo a pena foi difícil depois do aumento da cotação do dólar, mas a África do Sul surpreendeu! Ela oferece uma enorme variedade de passeios e paisagens. Na Cidade do Cabo, vulgo Cape Town, podemos encontrar um pôr do sol magnífico do topo da Table Mountain, que segundo Marília Martone, outra brasileira que mora em Joanesburgo há 10 anos, “é lindo de morrer“. Para subir até o topo da montanha há bondinhos, mas é necessário um bom tênis, pois lá em cima tem muito o que explorar e apreciar! A Boulders Beach, também na Cidade do Cabo, é um praia com um convidado especial: muitos pinguins! E não é só lá que você vai ver animais. Há safáris, radicais ou não, por todo país. É uma chance para conhecer animais diferentes como: leões, hienas, girafas, leopardos e elefantes, mas sem as grades de um zoológico. O bairro mais “turístico” é o Sandton, que recebe um trem rápido que vem direto do aeroporto. Nesse bairro

concentram-se bons restaurantes, hotéis, lojas e o Nelson Mandela Square, uma praça com shopping, teatro e uma estátua enorme do ex-presidente Nelson Mandela no meio. Apesar da riqueza que estes lugares exibem, a África do Sul sofre com a desigualdade social, assim como o Brasil. E por isso, o sistema de transporte público não é bom, e os taxis são caros. A dica é alugar um carro no aeroporto, ou andar de uber, 99 pop ou Taxify, Marília garante que funcionam muito bem. Vale a pena visitar o Museu do Apartheid, “é uma emoção tão forte que fica difícil explicar. Tem que sentir, vale a pena cada minuto.Os lugares históricos são bem importantes para saber mais sobre a cultura daqui”, conta Marília. Ela também recomenda passar por Soweto, uma cidade famosa pela sua história de resistência anti-racista. Soweto inicialmente era um bairro para onde foram enviados os negros que moravam em Joanesburgo, quando definiram que estes deveriam morar em regiões separados dos brancos.

A culinária do país tem influência da Inglaterra, Índia e Indonésia. E apesar de toda essa mistura, ou por causa dela: eles também têm churrasco! Um pouco diferente do brasileiro, lá são servidos diversos tipos de carne, espetinhos chamados de “sosatie” e linguiças. De acordo com Marília, comer em restaurantes é barato e vem bastante comida! Seu prato favorito é o millie pap com chakalaka (receita na pág. X!) e ela recomenda o restaurante Moyo. Não é à toa que a comida da África do Sul é barata. Tudo lá é mais barato para os brasileiros, pois 1 rand, a moeda sul africana, equivale a 28 centavos de real! Mas cuidado: é difícil encontrar um câmbio que aceite real, então leve seu dinheiro em dólar ou já em rand. Além disso, as passagens de avião para Joanesburgo estão muito em conta! É mais barato ir pra lá do que pra Argentina, acredita? Para os dias entre setembro e outubro as passagens estão entre R$1600 e R$2000, saindo de São Paulo e sem escalas!

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Destino do mês: nacional

BONITO Localizada no Mato Grosso do Sul, a cidade não recebeu esse nome por acaso.

Por Mariana Passuello

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destino nacional da Hermes de julho é Bonito, no Mato Grosso do Sul, e a cidade não poderia ter um nome mais apropriado. Com 40 atrações para quem curte aventura ou busca tranquilidade e contato com a natureza, Bonito é um dos locais que mais recebe turistas no centro-oeste brasileiro. Opções para contemplar a natureza e as belezas da região não faltam. Rios com águas cristalinas, grutas, cavernas e cachoeiras encantam os visitantes, além de trilhas para observar a fauna e a flora. Entre os destinos mais procurados está a Gruta do Lago Azul, o principal cartão-postal da cidade. Ela foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1978 e possui o número de visitantes diários controlados para sua conservação. O Lago Azul possui esse nome pois é muito cristalino e seu tom de azul é incomum graças à refração da luz, Outro passeio de sucesso é flutuação nos rios da re-

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gião e suas águas claras. Sete empresas oferecem o serviço em diferentes lugares, que ainda conta com trilhas e outras atrações para conhecer a fauna e flora do entorno. “Todos os passeios são ótimos, mas o melhor de todos foi, sem dúvida, a flutuação. Fizemos na nascente azul, uma das melhores visibilidades e variedade de espécies”, contou Poline Czizewski, que passou o ano novo na cidade com um grupo de amigos. Para quem gosta de aventura também não faltam possibilidades. O passeio com mais adrenalina, para quem está disposto a pagar um pouco mais, é o rapel no Abismo Anhumas. Depois de passar por uma fenda no chão e descer 72 metros, até chegar a um lago cristalino, é possível fazer flutuação e mergulho com cilindro. Além disso, ainda há passeios de quadriciclo, de cavalo, arvorismo e bóia cross disponibilizados por outras empresas. Bonito não é conhecido como uma cidade barata, mas temos algumas dicas

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para ajudar a economizar para não perder a oportunidade de se divertir. Como a aquisição dos voucher para passeios são feitas por meio de agências de turismo, pouco há o que fazer sobre os valores dos passeios. O jeito é compensar e planejar. É possível economizar até 25% em atrações e hospedagem indo na baixa temporada (entre março e junho e agosto e novembro). E que tal trocar o hotel por uma pousada? Essa foi a escolha de Poline durante a viagem. “Com os passeios não tem muito choro, então o jeito é escolher um local mais barato para ficar mesmo”, contou ela. Outro modo de economizar é ir de carro, já que os passeios nem sempre são próximos e o deslocamento entre eles pode ser grande. “Uma das coisas que deixou a viagem barata foi usar nosso próprio carro. Alugar carro lá se torna caro e a ida de avião também é bem mais caro”, afirmou Poline, que fez o trajeto de Florianópolis até Bonito de carro para ainda passar pelo Pantanal.


FOTO: DIVULGAÇÃO

FOTO: RAFAEL GÓES

A flutuação no Rio da Prata é uma das atividades mais populares por causa das águas transparentes.

A Cachoeira do Sinhozinho é uma das diversas atrações na região e está localizada na Estância Mimosa.

Todos os passeios são ótimos, mas o melhor de todos foi, sem dúvida, a flutuação

O teto da Gruta da Lagoa Azul é repleto de estalactites. As águas azuis cristalinas encantam os visitantes.

FOTO: ADEMIR ALVES

FOTO: DANIEL DE GRANVILLE

FOTO: MARCOS DIAS

É possível visitar o Buraco das Araras para ver diversos ninhos de aves e a exuberante fauna local.

FOTO: CHRISTIAN DALGAS

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Destino do mês: Região Sul

URUBICI

A cidade mais fria de Santa Catarina vai esquentar seu coração com as belezas naturais.

Por Isabela Martins

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or que não abraçar esse frio de junho e ir para um lugar ainda mais gelado? Subindo a serra você vai conhecer paisagens totalmente fora dos roteiros turísticos do litoraneos. É hora de ligar a chaleira, preparar o chimarrão e entrar no carro! O destino nacional desse mês é Urubici, cidade com um dos lugares mais altos e frios do Brasil! É um cidade com passeios para se conectar a natureza e conhecer muitas formações rochosas maravilhosas. O Morro da Igreja é o segundo ponto mais alto de Santa Catarina, com 1.822 metros de altitude. Para chegar lá no topo, é necessário pegar uma autorização com a ICMBio e também um carro. De lá você verá a Pedra Furada, uma formação rochosa em forma de janela, e em dias com o céu muito limpo consegue até ver o mar a 100km de distância! É mais provável durantes as manhãs. E leve um casaco: o Morro da Igreja também é o lugar mais frio do estado!

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No caminha até o topo do Morro da Igreja você pode colher maçãs direto do pé em uma fazenda aberta ao público! As maçãs são cobradas por quilo, vale muito a pena. “As plantações de maçã tem em tudo quanto é lugar, e andar lá no meio é muito lindo. É um mar de macieiras, e quando eu fui todas elas estavam lotadas de maçã” contou Pedro Marimon, que foi a Urubici em fevereiro deste ano. Para os que gostam de uma aventura, na Rodovia Pedro Frigul Kunhen há uma fazendo que oferece passeios a cavalo pelo Rio de Bispo. Dá pra escolher por um passeio entre 2 a 4 horas e todos passam pelo meio do rio. De acordo com Pedro, é uma experiência que todos deveriam ter. “ Andar a cavalo é muito bom, ainda mais lá por causa do envolvimento com a natureza, e lá ela é muito bonita. As árvores, o clima, os rios, as pedras, tudo é bem diferente então impressiona bastante“. Esse passeio é pago depen-

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dendo de quantas pessoas participam e quantas horas dura o passeio. Ele é guiado pelo dono da fazenda onde é feito o passeio. Urubici é uma cidade que ainda está crescendo, por isso não é tão cheia de turistas. É um passeio para se conectar a natureza, e que acaba sendo financeiramente muito em conta. “Qualquer lugar que você for vai ser bonito. Você não precisa ir só onde é indicado. Tu pode subir num morro e ver a vista, se tu fizer uma trilha, vai ser tudo muito legal.” Além dos poucos passeios que cobram taxas com valores baixos, o principal gasto é a gasolina. As estadias em AirBnB podem te proporcionar dias relaxantes e aconchegantes em casinhas tipo chalés de nativos. Escolha uma mais afastada do centro da cidade, em lugares mais elevados, e vai poder assistir ao lindo por do sol no fim da tarde. Durante a noite, por estar mais afastado de iluminação elétrica, as noites são muito estreladas.


As fotos desta página foram tiradas na cachoeira do Avencal, estrada do Corvo Branco e a caminho do Morro da Igreja.

Qualquer lugar que você for vai ser bonito

Urubici é uma cidade para se envolver com a natureza. “Não sei se é porque porque é uma [natureza] diferente da que a gente tem em Florianópolis, mas as árvores, o clima, os rios, as pedras, tudo é bem diferente então impressiona bastante.”

FOTOS: ISABELA MARTINS

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Esporte e aventura

SU R FE NO PERU

Por Isabela Martins

FOTO: PAULO RAMOS MARTINS

As ondas de Pacasmayo e Chicama, no Peru, são conhecidas mundialmente como as melhores esquerdas do mundo. Podem durar mais de 3 minutos, e são perfeitas, de acordo com Paulo Ramos Martins, surfista e velejador amador que já visitou as praias três vezes. Suas viagens duraram em torno de 11 dias, sempre no começo de maio, quando as ondas estão perfeitas para o surfe de manhã e durante a tarde entra o vento para velejar. A viagem começou de avião, saindo de Florianópolis até Lima, seguindo ainda pelos ares até Trujillo. De lá, com uma van já alugada, Paulo continuou a viagem junto com seus amigos até o hotel El Faro, em Pacasmayo. É uma cidade pequena, com aproximadamente 30 mil habitantes. “Dependendo da hora que chegar ainda dá pra surfar um pouco, até umas sete, oito horas da noite.” A partir daí são 11 dias acordando às 7 horas da manhã e surfando até a 11h. Depois de uma pausa para o almoço, velejar até 19h ou 20h. “É um lugar muito tranquilo. não tem shopping não tem nada. É só pra surfar e rir com os amigos.”

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O clima na cidade era perfeito, segundo Paulo. Durante o dia fazia 25ºC e a noite esfriava um pouco, é necessário um moletom. Já para o surfe, “a água lá é gelada. Tem que levar uma roupa de borracha”. No Peru, principalmente em maio, o tempo é seco e quase nunca chove. “Algumas casas nem tem telhado”. Para se preparar para essa rotina de viagem, Paulo praticou pilates em aparelhos durante o mês, além do condicionamento físico que já tem por surfar e velejar com frequência. Mesmo assim, não foi suficiente: “Cheguei lá, velejei quatro dias e o meu joelho inchou, porque eu surfei muito, caminhei muito.(...) tive que tomar remédio. Fiquei um dia sem velejar colocando gelo, e depois melhorou”. Além disso, sofreu um acidente de kitesurfe. A prancha enroscou nas linhas do equipamento e a quilha cortou sua testa. Ao procurar por um médico, o Dr. Paredas foi-lhe recomendado pelos nativos, e cobrou 100 dólares para fazer oito pontos em sua testa. Apesar de Paulo ter pago o seguro de viagem, o Dr. alegou que a clínica não estava vinculada ao convênio do seguro.


“ É sócompraossurfar e rir amigos ”

Durante a noite, Paulo ia até o centro de Pacasmayo a pé com os dois amigos que o acompanharam na viagem. Iam todos os dias para o restaurante Café Café, que servia comida típica do Peru com qualidade e, muito importante, quantidade. Depois de tantas hora na água, a fome ficava grande. O lugar foi recomendado pelos hóspedes e funcionários do hotel El Faro,apesar de no hotel também ter um restaurante, pois “é baratasso. Custa 20 soles o prato e o showman, que é o prato gigante que dá pra 6 pessoas custa 45 solas. E vem camarão, lagosta, marisco, vieira, tudo fresquinho. O prato é enorme, cheio de macarrão e o tempero é maravilhoso.” Os gastos da viagem são principalmente com as passagens de avião e hospedagem. Quando Paulo se hospedou no El Faro, a diária custava 40 dólares. Para setembro deste ano as passagens estão custando a partir de R$1650. Além disso, o grupo pagava por um serviço de bote essencial para surfistas. Custava 20 dólares por dia.” O bote te ajuda a não remar.[...]Tu pega umas 15 ondas durante a manhã e cada onda dessa dura uns 3 min. O bote é essencial se não tu cansa muito.”

Paulo Eduardo surfando em Pacasmayo no outono de 2016.

Apesar do incidente, Paulo diz que retornaria todos os anos à Pacasmayo, se continuasse tendo a companhia de seus amigos. Ele foi em 2014, 2016 e 2017. Além das paisagens lindas, das ondas incríveis e das lembranças que criou, ele diz que o povo peruano é também muito querido. “O lugar é simples, mas eles são muito honestos. Não são que nem os brasileiros, cheios de jeitinhos”. Porém ele adverte que não pode tomar água da pia nem na hora de escovar os dentes! A água da torneira é suja, muitos acabam ficando com dor de barriga por dias quando a consomem.

FOTOS: MIGUEL CORTEZ

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Reportagem

Marcha da Vida O programa é uma viagem que mobiliza milhares de pessoas todos os anos para relembrar o holocausto na Polônia e celebrar a união judaica em Israel.

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beleza do lugar não consola a tristeza daqueles que sabem o que aconteceu ali. O bosque polonês, verde graças à primavera, as árvores altas e o céu azul não ajudam a conectar os fatos ao local. A floresta rodeia o que restou dos trilhos dos trens do século XX, o caminho que levou milhares de judeus à morte. De repente a densidade das árvores diminui, o campo se abre e dá espaço para 17 mil pedras. O monumento marca o lugar onde ficavam as câmaras de gás que tiraram a vida de entorno de 800 mil judeus e ciganos. Treblinka está a aproximadamente 100 km de Varsóvia, capital da Polônia, e foi um dos maiores campos de extermínio durante o auge do nazismo. Essa foi a primeira visita que Laura Kives, 17 anos, fez junto de seus colegas no país. Esse foi o começo da Marcha da Vida que ela jamais esquecerá. A melhor descrição para a Marcha é uma experiência de duas semanas onde milhares de pessoas se reúnem na Polônia e em Israel para estudar o holocausto e seu impacto no mundo mo-

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derno. De acordo com site oficial do programa International March of The Living, o objetivo da viagem é: “inspirar os participantes a lutarem contra a indiferença, o racismo e a injustiça ao testemunharem as atrocidades do holocausto”. A maior parte dos presentes são membros da comunidade judaica, o povo que mais sofreu com a Segunda Guerra Mundial e a violência nazista. Acompanhando a nova geração de judeus, os sobreviventes da Grande Guerra também comparecem à viagem. Eles compartilham parte do que viveram e servem de inspiração aos jovens. Os representantes do sul do Brasil são estudantes do Colégio Israelita Brasileiro de Porto Alegre (Rio Grande do Sul). Uma das integrantes do grupo deste ano foi Laura, que esteve em Treblinka no dia 10 de abril de 2018. Entre os alunos que participaram da experiência em 2016 estão Letícia Dal’Pizzol e Felipe Swirsky, ambos já formados. Aproximadamente 30 alunos da escola fazem essa viagem anualmente e se juntam a estudantes de São Paulo, do Rio de Janeiro e às delegações de

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outros 52 países para aprender sobre o passado e fortalecer a comunidade judaica. O rabino Daniel Presman já acompanhou nove turmas da escola à Marcha. “Cada ano é uma experiência diferente com outro grupo, outras pessoas, outras vivências. Penso que se não fosse assim e não me emocionasse a cada ano simplesmente deixaria de ir”, afirmou ele. A viagem foi uma oportunidade para que os jovens participantes se tornassem mais independentes. Letícia afirmou que teve que se virar sozinha durante a viagem, e provou para si mesma (e para seus pais) que é capaz de se cuidar. “A moeda, a língua e os costumes eram totalmente diferentes e conversar, ou pelo menos tentar, com pessoas de diversas nacionalidades foi demais!”, contou ela. Para Laura, a palavra que mais combina com a viagem é descoberta. “A cada passo que tu dá, descobre uma coisa nova”, conta a secundarista. Entre os diferentes aprendizados, compreendeu mais sobre a Shoá, palavra hebraica para designar não só o holocausto, mas tam-


Monumento em Treblinka, antigo campo de extermínio na Polônia.

Parte da multidão na Marcha da Vida na Polônia durante o evento.

bém seus acontecimentos antecedentes e posteriores. A experiência é dividida em duas partes, uma na Polônia e outra em Israel, e cada uma conta com uma marcha que reúne todos os jovens participantes do programa. Os principais destinos do primeiro país, onde começa a viagem, são museus, memoriais do holocausto e antigos campos de concentração. Também são visitados locais importantes para a cultura judaica, como Lodz, o maior cemitério judeu da Europa, Yeshivá Chachmei Lublin, uma academia rabínica, e sinagogas. Essa parte da viagem é voltada principalmente para o passado e o impacto dos fatos históricos na sociedade judaica. “Olhamos para

Laura durante a visita ao complexo de Auschwitz e Birkenau.

Alunas do Israelita se abraçam em frente às cinzas de mortos em Majdanek.

A turma de Laura em Auschwitz para visitação guiada.

a longa história de um povo que viveu neste país por mil anos e, da noite para o dia, praticamente desapareceu no genocídio mais terrível da história”, relatou Daniel. Os três alunos e o rabino tiveram muito o que contar dessa vivência, mas essa não é uma experiência fácil de retratar. A realidade da viagem, as emoções e as reflexões são difíceis de explicar. “Eu via as turmas anteriores comentarem que não tinha como descrever ou definir a viagem e não entendia o porquê. Agora fui e vivenciei toda a mistura de emoções que a Marcha proporciona e é realmente muito difícil descrever”, assegurou Letícia. Para Felipe, seria preciso uma nova nomen-

clatura para expressar seu sentimento, pois não conseguia dizer o que sentiu ao se colocar no lugar das pessoas que passaram pelo mesmo lugar que ele, mas nunca voltaram para casa. Um dos aspectos principais da experiência é a humanização das vítimas. Objetos banalizados pelas pessoas no dia a dia, como sapatos, ganham outra importância quando estão na pilha dos pertences de pessoas que foram cruelmente executadas. “Eu chorei muito quando eu vi roupas de uma criança [...] porque para mim é muito importante entender que eram histórias individuais”, afirmou Laura. Ela também contou que estar frente a frente com parte do que

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Reportagem

restou das vítimas na sala dos cabelos em Auschwitz sensibilizou muitos dos seus colegas. “Foram 6 milhões de vidas com alegrias, tristezas, dúvidas, responsabilidades e paixões como a nossa. De um momento para o outro, isso acabou 6 milhões de vezes”, disse Felipe. Uma viagem rica em história e que trata de parte tão delicada e triste da humanidade pode comover seus participantes. Durante a Marcha, o grupo possui a importante função de apoiar seus membros durante os momentos mais sentimentais dos passeios. Letícia comentou que os alunos se apoiavam principalmente nos campos de concentração, uma vez que estavam juntos nessa experiência. Laura afirmou que ninguém nunca estava sozinho, pois é difícil lidar com a emoção isolado. “Sempre ti-

Parte da turma de Letícia, a primeira da direta à esquerda, em Jesusalém

nha alguém do teu lado, para te abraçar e te olhar. [...] Era todo mundo muito unido, com uma conexão muito forte”, assegurou ela. A caminhada de 3 km chamada Marcha da Vida, que também dá nome à experiência completa, acontece no complexo Auschwitz-Birkenau na Polônia. 15 mil pessoas, com delegações de jovens do mundo inteiro, prestam homenagem aos mortos no holocausto e se unem para celebrar a vida. Esse foi um dos momentos mais marcantes da viagem para Letícia. Ela descreveu a situação como uma etapa de grande reflexão. No blog que mantém durante as viagens, Daniel compartilhou: “Visitamos os campos e aprendemos muito. Ouvimos sobreviventes, nos emocionamos com a união de tantas pessoas. Lembramos dos que se

foram. Caminhamos unidos e sempre adiante.” Testemunhar o que restou da Segunda Guerra é uma experiência de vida, de acordo com todos os entrevistados. Viagens como a Marcha tem grande importância para a humanidade e proporcionam inúmeros aprendizados para os jovens. “Lidamos com a dor, com a tristeza, o horror, mas também com o heroísmo, a solidariedade e o que há de mais valoroso no ser humano”, afirmou o rabino. Laura disse que essa experiência serve para compreender que o mundo é muito maior do que normalmente achamos e que muitas coisas acontecem ao nosso redor. Um dos objetivos da organização de eventos como esse é para que o ser humano nunca mais cometa barbáries e atos de intolerância e preconceito. A experiência única

Laura, à direta, e sua colega durante um passeio de camelo

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proporciona visitas a lugares lindos, mas também grandes reflexões e crescimento pessoal para os viajantes. A segunda parte da viagem acontece em Israel, e a dinâmica é bastante diferente da primeira. Se na Polônia o silêncio e as reflexões predominavam, em Israel foi barulho e festa. Por isso tantos viajantes não conseguiam

“ Aprendi muito sobre o que há de mais belo e mais terrível no

ser humano

definir a experiência, já que se trata de uma grande mistura de sentimentos e vivências, principalmente o contraste entre as duas marchas que acontecem na viagem. “O que mais me marcou foram exatamente a diferença entre as duas e a extremidade dos sentimentos”, relatou Letícia. No dia da independência do país, acontece a segunda marcha que integra o programa Marcha da Vida. As mesmas pessoas que participaram da primeira homenagem na Polônia se reúnem novamente, dessa vez para celebrar a união do povo e, mais uma vez, a vida. De acordo com os entrevistados, esse foi o melhor dia em Israel, pois o clima era de pura alegria e festivida-

de. A caminhada tem início na prefeitura de Jerusalém e segue até o famoso Muro das Lamentações. Os estudantes relataram que durante a marcha cantaram músicas alegres e dançaram com pessoas do mundo todo, enchendo as ruas israelenses com as cores da bandeira local, branco e azul. As lindas paisagens visitadas, o mar incrivelmente azul, o passeio pelo deserto e um país caloroso e receptivo conquistaram os estudantes. Em Jerusalém, o grupo visitou alguns dos principais pontos turísticos. Entre eles, o Shuk Machané Yehudá, o maior mercado da cidade. Os alunos também marcaram presença no Yad Vashem, o memorial oficial de Israel em memória dos judeus vítimas do holocausto. Conhecer Israel encerra o ciclo da Marcha da Vida. A viagem começa com aprendizados e observações sobre o passado, dando oportunidade para os participantes descobrirem mais sobre o ser humano e eles mesmos. Ela termina com as pessoas em clima de felicidade e expectativa pelo amanhã. Daniel declarou que em Israel “trata-se, principalmente, de olhar para o futuro, para o mundo que queremos construir”. Uma experiência tão singular como essa marcou os entrevistados e influenciou parte de suas vidas. Para Laura, a viagem mudou sua

percepção da Shoá, do sionismo e de como ela vive em Porto Alegre. “Dar valor a minha família, aos meus avós, fazer as coisas que eu gosto. Aproveitar os mínimos momentos, sem saber o que vai acontecer amanhã e sair da bolha”, contou ela. Letícia garantiu que a viagem foi essencial para seu crescimento pessoal e que é uma grande oportunidade para conviver com pessoas de outras nacionalidades. Após conhecer histórias de pessoas que salvaram desconhecidos e detalhes do holocausto, Daniel afirma: “Aprendi muito sobre o que há de mais belo e mais terrível no ser humano. [...] Mas, principalmente, aprendi muito de meus alunos e de suas descobertas a cada ano. Acredito que a cada ano, essa viagem me afeta, me torna mais consciente, mais sensível”. Felipe também foi sensibilizado e reconhece que é uma ótima vivência: “É extremamente emocionante. Sendo judeu ou não, a emoção é gigante e vale muito a pena ir”.

Texto por Mariana Passuello Fotos por Daniel Presman

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Mundo Cultural

Em alta pelo mundo

FOTO: DIVULGAÇÃO

A marca da Copa desse ano em frente ao museu ‘Manege’

O principal assunto do momento é a Copa do Mundo FIFA. Torcedores de 32 países se reuniram na Rússia e proporcionam um grande intercâmbio cultural durante o mundial. Provar o strogonoff russo, visitar a praça vermelha e admirar a arquitetura e os diversos monumentos nas ruas estão entre algumas das oportunidades para os viajantes apaixonados pelo futebol. Os jogos acontecem em 11 cidades, sendo que a capital, Moscou, sediará a grande final no mesmo estádio onde aconteceu a abertura do campeonato.

Top de livrarias

Rock in Rio Lisboa

O livro Mind Platter da autora, poetisa e educadora Najwa Zebian está na lista de melhores publicações do ano até o momento da rede Indigo, a maior loja de livros do Canadá. A libanesa-canadense reúne prosas e poemas em uma obra que trata de suas reflexões ao longo de toda sua vida, desde a infância no Líbano, passando por sua chegada à América do Norte e sua vida atualmente. Em mais de 200 páginas do livro lançado em março, Najwa fala sobre amor, amizade, dor, inspiração, respeito e muito mais. De acordo com a publicação no ranking do site da Indigo, “o livro inspira os leitores a examinarem suas vidas de novos jeitos”.

Diogo Piçarra, português da cidade de Faro, abriu o palco mundo do Rock in Rio Lisboa no mês passado. O cantor de 27 anos venceu o programa Ídolos em 2012 e desde então tem feito sucesso por lá. Talvez Diogo não seja novo para os brasileiros, já que gravou Trevo (Tu) com a dupla Anavitória, que participou do show também. No festival, cantou ‘Paraíso’, ‘Já Não Falamos’, ‘Até o Fim’, entre outras canções.

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FOTO: RITA CARMO

FOTO: STUART FRANKLIN

Copa do Mundo 2018


Culturas diferentes:

Coreia do Sul Por Saori Almeida

Não é novidade que, com toda sua história e tecnologia, a Coreia do Sul é bem distinta do Brasil. Entre tradição e modernidade, o país possui comportamentos únicos e costumes divergentes aos nossos. Caso queira passar algum tempo na casa de um sul-coreano, saiba que existe uma regra básica de convivência: sem sapatos dentro de casa. Normalmente, as moradias sul-coreanas possuem um primeiro cômodo ou pequena região perto da porta de entrada para deixar os calçados. Eles acreditam que o chão é uma parte sagrada da casa, e que os sapatos utilizados durante a rotina trazem demônios e impurezas da rua. Por isso, eles sempre tem um par de calçados específico que não passará da porta ou andam descalços. Se você é heterossexual e está acostumado(a) a demonstrar seu amor em público a seu parceiro(a), como normalmente fazemos aqui no Brasil, já aviso que terá que se controlar. A cultura sul-coreana não é muito adepta a contato físico desnecessário, principalmente

fora de quatro paredes. Para eles, é mais comum, e aceitável, ver um casal (não romântico, que fique claro) do mesmo sexo junto na rua do que um casal de sexos diferentes tendo contato físico. E, por fim, não pense que Coreia do Sul é só K-pop ou séries de tv. O povo de lá é extremamente trabalhador. Tanto que a média de horas de sono em Seoul são apenas 6. Esse número é classificado como um dos menores entre todas as capitais do mundo, empatado com Tóquio. Outra curiosidade sobre a cultura sul-coreana é o cálculo para saber a idade. Lá, quando um bebê nasce, ele já possui um ano de idade, e não zero como estamos acostumados. Além disso, toda a população “faz aniversário junto”, no momento em que se comemora o Ano Novo. O aniversário se torna apenas o dia em que é celebrada a idade de forma individual. Por isso, na Coreia do Sul, você tem um ou dois anos a mais, dependendo da sua data de nascimento.

Kimchi:

Criado para conservar melhor os vegetais durante o inverno, o kimchi é um prato típico da Coreia do Sul. Ele normalmente é servido como acompanhamento para arroz e outros alimentos, podendo estar presente nas três principais refeições do dia. Sua preparação é colocar as verduras em uma recipiente com salmoura por algumas horas e depois acrescentar outros ingredientes, como farinha de arroz, açúcar e temperos, para fermentar. Bastante picante, a receita tem sabor diferente dos vegetais originais, pois o ácido lático e os aminoácidos da fermentação, juntamente com o alho, a pimenta vermelha, o gengibre, entre outros temperos, contribuem para o sabor único do kimchi.

prato tradicional sul-coreano

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Mundo Cultural

Pour une vie à Paris

Por uma vida em Paris...

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unca gostei muito de mudanças, demorava a me adaptar e fazer amigos. Começar do zero era realmente muito difícil para mim. Porém, vida é uma caixinha de surpresas e me surpreendeu mais uma vez. Depois de alguns conflitos familiares, tive que decidir em pouco tempo o que eu queria: ficar em Florianópolis com meu pai ou ir morar em Paris com a minha mãe. Algumas pessoas não teriam dúvidas sobre o que escolher, mas eu tinha e muita. Eu estava na minha melhor época em Floripa: trabalhando, feliz na faculdade e com amigos que realmente me faziam muito bem. Depois de muito chorar, pensar, conversar muito com meus pais, aqui estou eu. Onde? Em Paris, há quase quatro meses. Cheguei na capital francesa no começo de fevereiro, troquei o calor intenso do Brasil pelo frio absurdo da Europa e não foi nada fácil, principalmente para quem não sabe viver no inverno. E as diferenças não paravam por aí: eu ouvia muito sobre como os franceses eram ríspidos, mal educados e até um pouco arrogantes, confesso que fiquei assustada. Eu estava acostumada com o tratamento caloroso do brasileiro. Mas, após alguns dias, percebi que tudo depende da forma que você age. Depois de concluir isso, comecei a ser cada vez mais simpática, e o resultado não poderia ser diferente, todos sempre sorriam e melhoravam o atendimento em 80%.

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Também ouvia que nunca eles dariam nada de graça: mas eu e minha irmã ganhamos lentes de contato; que não iriam ajudar se você precisasse: um dia que minha mãe tinha ido viajar, eu e a Ana fomos no supermercado e o cartão não estava passando, um homem pagou para gente sem pedir nada em troca. Sim, a história de que os franceses são fedidos é real! Não quero generalizar, pois existem franceses que passam por mim com um cheiro de perfume realmente muito bom, mas não são todos. Eles ficam espantados quando contamos que tomamos mais de um banho por dia e escovamos os dentes de três a quatro vezes. Para eles duas escovações de dente e um banho (talvez nem isso) por dia já são mais que suficientes! A limpeza das ruas e metrôs também não é das melhores. São poucos os lugares que não vemos garrafas, papéis e tickets de metrô pelo chão. E as ruas têm um cheiro, digamos assim, inexplicável. Mesmo com tantas diferenças entre o Brasil e a França e com a saudade diária de casa, sinto que fiz a escolha certa. Para aqueles que não sabem se vale a pena passar algum tempo fora, minha dica é: arrisque-se. O aprendizado é único, o crescimento incomparável e todas as experiências, boas ou ruins, serão lembranças que no final vão te transformar. Por Patrícia Frantov


Agenda Mundial de Julho 10 a 12/07

1.

O principal feriado do país conta com diversos eventos públicos e os três esportes tradicionais: luta livre mongol, tiro ao alvo e corrida de cavalos como expressão da cultura local.

2.

O festival de música ao ar livre é um dos maiores na Alemanha. Ele acontece desde 1997 e a capacidade do local é de 20.000 pessoas. Este ano, estão entre as principais atrações: The XX, Florence + The Machine e Nina Kraviz.

3.

O Festival de Lama anual do país é uma das festas que promete deixar os participantes sujos do começo ao fim. Slide de lama, piscina de lama e corrida na lama são algumas das atrações.

Naadam Festival Ulaanbaatar, Mongólia

13 a 15/07

Melt Music Festival Ferropolis, Alemanha

13/07

Boryeong Mud Festival Boryeong, Coreia do Sul

15/07

Encerramento Copa do Mundo 2018 Moscou, Rússia

4.

19 a 22/07

International Comic Con San Diego San Diego, Estados Unidos

5.

20 a 22/07

21º Festival do Japão São Paulo, Brasil CRÉDITOS DE FOTO: 1. DIVULGAÇÃO 2. STEPHAN FLAD 3. DIVULGAÇÃO 4. STUART FRANKLIN 5. H. LEE 6. DIVULGAÇÃO

6.

O maior evento futebolístico acaba este mês no outro lado do planeta, mas todo mundo pode ficar de olho pela televisão. O último jogo será no estádio Lujniki. Torcemos para que seja o dia do hexacampeonato brasileiro. Uma das maiores convenções de entretenimento e cultura pop reúne fãs, atores, diretores e criadores no San Diego Convention Center. O evento envolve diversos conteúdos, como muitos gêneros de filmes, séries, quadrinhos e jogos. O objetivo do evento é divulgar e preservar tradições japonesas, além de representar as províncias do país. O festival acontece no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center e reunirá milhares de pessoas para comemorar 110 anos de imigração japonesa no Brasil.

julho 2O18 | edição O1 |

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