Linha de Largada

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Linha de Largada A troca de marcha é o que nos mantem conectados

Adeus ao Príncipe das Astúrias Despedida de Alonso da Fórmula 1 e diferentes rumos para a carreira

Stock Car conhecerá o campeão 2018 Polêmica envolvendo Carmen Jordá


Editorial

U

m amor. Amor por velocidade, por emoção, pelo diferente foi a inspiração para o desenvolvimento da revista Linha de Largada . Com o atual cenário jornalístico as revistas ligadas ao automobilismo foram perdendo espaço para os meios digitais de informação. Pensando nisso a Linha de Largada têm como foco expandir para uma área que perdeu espaço. Com amor, entendimento e conhecimento pelas diversas categorias do automobilismo mundial trará mensalmente notícias diretas das competições, retrospecto dos principais pilotos e pistas, debate e visibilidade de mulheres que disputam e disputam campeonatos e entrevistas exclusivas com entendedores do assunto. Cada jornalista que escreverá estará retratando a realidade das pistas e dos bastidores. Todos temos nossas especialidades e torcemos para alguma equipe ou piloto mas nosso viés jornalístico sempre será pautado pela verdade, transparência e respeito pelos pilotos e equipes. Traremos pra você personalidades do automobilismo como Fernando Alonso que se despediu da Fórmula 1 esse ano, as superações de Alex Zanardi. O pentacampeonato de

R

Marc Márquez e curiosidades de Daniel Serra e Felipe Fraga que disputam o título da Stock Car 2018. Ainda irá conferir uma entrevista exclusiva com Claudio Carsughi, relembrando sua saída da PAM e uma matéria contando meu amor pelo automobilismo e como ele influenciou na criação dessa revista. As pessoas que se envolveram na criação dessa revista acreditam na igualdade de direito entre homens e mulheres e na sororidade entre mulheres. Hoje o automobilismo mundial é composto majoritariamente por homens mas acreditamos em mulheres conquistando seu lugar e nas equipes e investidores reconhecendo o talento que elas possuem, dessa forma na primeira matéria para a coluna Punta Tacco trouxemos a polêmica envolvendo Carmem Jordá. Acreditamos e amamos automobilismo e é por isso que queremos levar aos fãs e amantes dos esportes matérias e conteúdos que os mantenham informados e que os ensinem novos conhecimentos. Cada conteúdo foi preparado e estudado de acordo com o que é relevante para a Linha

Largada .

de

por Vitória Hasckel

Expediente

evista produzida exclusivamente de caráter acadêmico, sem fins lucrativos e com foco total no aprendizado adquirido no decorrer das três fases já cursadas no curso de J0rnalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em especial na disciplina de Laboratório de Produção Gráfica. O projeto gráfico-editorial foi criado e editado pel acadêmica Vitória Hasckel Loch no semestre 2018-2. Seu conteúdo e suas opiniões são de total responsabilidade da acadêmica e demais jornalistas, isentando a UFSC e o docente da disciplina de qualquer responsabilidade legal por essa publicação, que não será comercializada e distribuida.

Edição 1 | Dezembro 2018

Editora: Vitória Hasckel Loch Projeto gráfico-editorial: Vitória Hasckel Loch

Textos: Gabriel Gentilli, Felipe Freitas ,Fabio Tarnapolsky, Gabriel Lima, Carlos Estrella e Vitória Hasckel Imagens: Fernando Alonso (Arnau Viñals e Getty Images / Charles Coates) Zanardi (todoen35mm e formularapida.net) Marc Márquez (alesgudlinmarcmarquez | Getty images e Michael Berns | pinterest) Felipe Fraga e Daniel Serra (Duda Bairros/Vicar) Carmen Jordá (Lotus F1 Team e s3-eu-west-1.amazonaws | GETTY IMAGES) Tatiana Calderon (ANDREJ ISAKOVIC/AFP/Getty Images) Susie Wolff (Thomas Ormston) Pippa Mann (Michael Conroy, Arquivo) Claudio Carsughi (blog.jobformodel, uolesportevetv e fxreview) Guard Rail (Vitória Hasckel - Arquivo Pessoal)

Linha de Largada

A troca de marcha é o que nos mantem conectados 2 /// Linha de Largada /// Dezembro de 2018 /// Edição 1


Sumário

Pit Stop 04 | Príncipe das Astúrias ataca novamente 06 | Uma vida inteira de superação Bandeirada 08 | Pentacampeão de MotoGP mais novo da história 10 | Matemática do Título da Stock Car Punta Tacco 12 | Carmen Jordá na Comissão das Mulheres Pit Wall 16 Ser jornalista era mais divertido |

Guard Rail 18 | Paixão de criança à meta de profissão

Edição 1 /// Dezembro de 2018 /// Linha de Largada /// 3


ARNAU VIÑALS

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Príncipe das Astúrias ataca novamente

Na maioria das famílias reais do mundo, o título de Príncipe é dado a descendentes diretos dos monarcas que tem alguma chance mínima de assumir a coroa. Lógico que às vezes é difícil que alguns desses príncipes chegam algum dia ao topo da realeza, como é o caso do Príncipe Harry do Reino Unido que sendo apenas o sexto na linha de sucessão ao trono britânico, não deve se tornar rei em condições normais. Mas na Espanha, isso é diferente

N

o caso do reino espanhol, o título de príncipe (ou princesa) é reservado apenas aos herdeiros aparentes da caros, deixando aos outros membros da linha de sucessão com o título menor de infante. Atualmente, e de forma oficial, o cargo de Princesa das Astúrias é da Infanta Leonor, filha mais velha do rei espanhol. Mas se engana quem pensa que ela é a única pessoa a carregar essa alcunha. Fernando Alonso é um craque do Automobilismo. O espanhol ganhou grande destaque na Fórmula 1 na década de 2000, ao se tornar o mais jovem campeão da categoria principal do automobilismo mundial. Além disso, Alonso também foi o primeiro espanhol campeão na Fórmula 1 ganhando, por parte da imprensa, o apelido de Príncipe das Astúrias. E o espanhol tem corrido atrás de sua coroa. Alonso venceu a Fórmula 1 em 2005 e 2006 e desde então vive em busca de seu tricampeonato. Ao longo do tempo, foi amadurecendo a sua pilotagem e por vários especialistas, se tornou o melhor piloto da atualidade por ter conseguido disputar o título com carros nem tão bons. Mas ultimamente, parece que o espanhol cansou de bater na trave e decidiu alçar vôos mais altos. A meta agora é provar a sua versatilidade. Desde o ano passado Alonso está em busca da chamada Tríplice Coroa do Automobilismo. O piloto que quiser conquistar essa coroa deve

Por Gabriel Gentili

dominar as estreitas ruas de Monte Carlo no Grande Prêmio de Mônaco, mostrar talento em circuitos ovais nas 500 milhas de Indianápolis e resistir durante toda a prova das 24 horas de Le Mans. Apenas o britânico Graham Hill conseguiu esse feito vencendo as três provas clássicas entre 1963 e 1972. O Príncipe das Astúrias quer ser o segundo a usar essa coroa. Durante seus anos de Fórmula 1, Alonso já venceu o Grande Prêmio de Mônaco duas vezes, em 2006 e 2007. Ano passado o espanhol tentou a sua segunda conquista ao disputar pela primeira vez a Indy 500. Fez uma boa classificação garantindo o quinto lugar no grid de largada, chegou a liderar a prova por 27 voltas, mas abandonou a corrida por problemas de motor. Nesse ano, seria a vez de se aventurar em Le Mans. Como é uma prova longa, Alonso contou com a parceria do japonês Kazuki Nakajima e do suíço Sébastien Buemi que dividiram o carro com ele. O trio estava dois minutos atrás dos líderes da prova até que o Príncipe fez a sua magia. Com um desempenho incrível no meio da madrugada francesa, Alonso diminui a diferença permitindo que a sua equipe alcançasse a liderança e ganhasse a corrida. Dois terços da coroa já estão ganhos. O nosso Príncipe das Astúrias está mais do que preparado para essa conquista. E o rei Filipe IV que me perdoe, mas em breve ele terá que ceder o trono para o Rei Fernando. Edição 1 /// Dezembro de 2018 /// Linha de Largada /// 5

GETTY IMAGES / CHARLES COATES

Pit Stop


SITE FORMULAR APIDA.NET

Pit Stop

Vida inteira de superação

A arte de se superar na vida de Alex Zanardi começou cedo. Com 13 anos de idade, perdeu sua irmã mais velha em um acidente de carro. Cristina Zanardi começava a despontar nos campeonatos juvenis na natação e sonhava em participar das Olimpíadas. Os pais de Alex buscavam alguma atividade para o garoto tirar o peso da morte da irmã. Ao visitar o amigo Alberto Bonini, dono de uma loja de motos, Dino, pai de Alex, Bonini lavando um kart Por Felipe Freitas

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principio, Dino compraria uma motoneta para o filho, já que na Itália, com 14 de idade já é permitido a habilitação para esse tipo de veículo. Bonini convenceu Dino a comprar um kart dizendo que era melhor que Alex corresse de kart em um circuito fechado do que nas ruas com uma moto. Alex acabou se apaixonando pelo kart e pela velocidade no primeiro dia com o veículo. Foi também no primeiro dia que ele decidiu que queria ser um piloto de corrida. Foram sete anos competindo no kart, 3 títulos italianos e um europeu. Em 1988, Zanardi chegou na Formula 3 italiana. Em 1991 foi a vez de participar da Formula 3000, categoria de acesso que precedeu a GP2. Terminou em segundo no campeonato que teve dez provas, com duas vitórias, quatro segundo lugares e quatro abandonos. A corrida de maior destaque foi em Mugello, quando Alex conseguiu o hat trick. Pole, melhor volta e vitória. Como presente pelo título, ganhou da equipe Jordan uma vaga para as três ultimas corridas da temporada de

91 da Fórmula. Conseguiu como melhor lugar dois nonos. Em 1992 foi piloto reserva da Minardi e substituiu Cristian Fittipaldi em 3 ocasiões. O GP da Grã Bretanha, Alemanha e Hungria. Só conseguiu se classificar para o a etapa Hockeinheim, mas não completou a prova. EM 93 assinou como titular na Lotus e conseguiu o único ponto da

Os anos de 97 e 98 foram de consagração na categoria carreira com o sexto lugar no Brasil. Acabou sofrendo uma concussão nos treinos da Bélgica e teve que abandonar o resto da temporada, só

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voltando na quinta etapa de 1994, que foi o fim da primeira chance da na Fórmula 1. Depois de passar por várias categorias e corridas únicas em 95, Zanardi conseguiu um teste em Homestead pela Chip Ganassi Racing na CART. Em outubro do mesmo ano, Ganassi contratou o piloto para a temporada seguinte, onde terminou em terceiro lugar e conquistou 3 vitórias. A primeira no GP de Portland. Os ans de 97 e 98 foram de consagração na categoria. Zanardi conquistou dois títulos na CART. Com os resultados, Alex, que estava em contato com Frank Williams desde 97, decidiu que era hora de tentar uma nova vida na F1. Em 99 ele retornou para a categoria dividindo os pits da Williams com Ralf Schumacher, mas o que parecia ser uma temporada de sucesso acabou se mostrando o oposto. Zanardi não pontuou em nenhuma corrida e viu o colega de equipe terminar em sexto no campeonato. A Williams rompeu o contrato no fim da temporada. Alex


atrás do pneu dianteiro de Zanardi, na região onde fica a perna do piloto. Na batida, o italiano perdeu três quartos do sangue do corpo e as duas pernas. Uma na altura do joelho e a outra acima. O atendimento médico foi rápido e conseguiu salvar Zanardi da morte. Dois anos depois do acidente, ele voltou a correr num monoposto adaptado para terminar as 13 voltas do circuito de Laustiz em uma apresentação. Caso estivesse competindo, Zanardi teria feito o quinto melhor tempo do fim de semana. A apresentação motivou o italiano a voltar para as corridas. Ele começou correndo no Europeu de

Stock Car, que mais tarde se tornaria o WTCC, o mundial de Stock. Mas antes de voltar para o automobilismo, Zanardi começou a praticar o ciclismo paralimpico depois do acidente na Cart. Participou de várias competições e se classificou para as paralimpiadas de Londres em 2012. Em Londres, conquistou 3 medalhas, duas de ouro e uma de prata, aos 46 anos de idade. Alex estará nas paralimpiadas do Rio para buscar o bicampeonato na categoria de ciclismo de estrada e time trial. Zanardi também é o único ex-piloto da Indy e Fórmula 1 a participar de um evento olimpico. E, logicamente, o único a ganhar medalhas.

SITE TTODOEN35MM

ficou sem correr em nenhuma categoria no ano 2000, mas testou o carro da equipe Mo Nunn para a Cart. O carro da Mo Nunn era horrível, mas ainda assim, Zanardi conseguiu um quarto lugar em Toronto. Algumas etapas depois, a Cart foi para a Alemanha correr no oval de Laustiz. A primeira corrida da categoria na europa. 4 dias depois da tragédia do 11 de setembro, Zanardi sofreria a sua própria tragédia. Ele acabou perdendo o controle do carro na saida do pit lane a 13 voltas do final. O carro de Alex foi desgovernado para a pista e acabou acertado pelo canadense Alex Tagliani que não conseguiu frear a tempo e acertou

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MICHAEL BERNS | PINTEREST

Bandeirada

Pentacampeão de MotoGP mais novo da história

Aos 25 anos e 246 dias Marc Márquez subiu ao pódio e se tornou o mais jovem pentacampeão mundial de Moto GP

O

espanhol, Marc Márquez fez sua estreia nas pistas com 15 anos e 56 dias de idade e hoje, após 10 anos , além do inegável talento o já mais jovem espanhol a conquistar uma pole e um pódio em um campeonato mundial se tornou o mais jovem pentacampeão mundial de MotoGP Com a conquista, que se junta aos títulos de 2013, 2014, 2016 e 2017, Márquez iguala em número de títulos Michael Doohan (Cinco conquistados entre 1994 e 1998) e permanece atrás de Valentino Rossi (com sete) e Giacomo Agostini(líder com oito). Após a conquista, Doohan se disse orgulhoso em estar igulado a Márquez “Ele é um piloto brilhante e merece tudo o que atingiu mesmo tendo apenas 25 anos. Leva uma temporada perfeita, com oito vitórias, combinado com uma consistência forte que lhe permite ir ao pódio na maioria das corridas. Quero dar os parabéns ao Marc pelo título e dizer que estou orgulhoso de poder dividir este registo com ele. Obrigado pelos grandes espetáculos que dás nas pistas e pelo teu estilo que não pode ser imitado”. Doohan atingiu o pentacampeonato com oito anos a mais que o atual campeão. Para ser o mais jovem heptacampeão de MotoGP, Márquez tem que ser campeão novamente antes dos 30 anos, idade que Valentino Rossi foi heptacampeão em 2009. Já para se tornar o octacampeão mais jovem deve superar Giacomo Agostini que ganhou seu último campeonato com 33 anos. A corrida que consagrou Márquez campeão foi no circuito “Twin Ring” de Motegi da etapa japonesa. A queda de Andrea Dovizioso (Ducati Desmosedici) na penúltima volta foi decisiva para assegurar o pódio e assim o campeonato

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Por Vitória Hasckel

para o espanhol faltando ainda três corridas para o fim da temporada. Subiram ao pódio em Japão o britânico Cal Crutchlow e o espanhol Alex Rins. Na comemoração, o campeão deslocou o ombro ao ser abraçado por Scott Redding, teve que ser amparado por seu assessor e seu irmão Alex Márques para colocá-lo de volta ao lugar e afirmou ser algo corriqueiro ao longo da temporada. Esse problema no ombro esquerdo já é presente à anos e já se tornou crônico influenciando inclusive na desistência de outras provas como GP de Valência.

“Ele é um piloto brilhante e merece tudo o que atingiu mesmo tendo apenas 25 anos” A cirurgia, que aconteceu dia 4 de dezembro, durou três horas por conta do alto grau de deslocamento da articulação e o tempo de recuperação, antes estipulado em 6 semanas, deve diminuir (segundo a equipe médica), já que a musculatura de Márquez é boa. Ao que tudo indica o campeão de 2018 terá presença garantida nos primeiros testes de 2019 que acontecerão no circuito de Sepang, na Malásia dos dias 6 a 8 de fevereiro.


ALESGUDLINMARCMARQUEZ | GETTY IMAGES Edição 1 /// Dezembro de 2018 /// Linha de Largada /// 9


Bandeirada

Dia 9 de dezembro será conhecido o campeão da Stock Car 2018 e apenas dois pilotos possuem chances reais de comemorar o título. Separados por 25 pontos Daniel Serra e Felipe Fraga irão disputar a chance de se tornarem bicampeões na Stock Car.

O

atual campeão, Daniel Serra, possui numericamente maiores chances de levantar o troféu de 2018 e é só chegar em quarto lugar em Interlagos para poder comemorar. Enquanto Fraga, campeão de 2016, tem que chegar em primeiro lugar e esperar que seu adversário direto chegue em quinto lugar. Atualmente, Serra conta com 297 pontos na tabela enquanto Fraga possui 272. Serão disputados 60 pontos dos quais Fraga precisa conquistar 26 pontos a mais do que Serra. Na preparação para a corrida Fraga ao ser perguntado da sua relação com Serra afirmou “Ambos estão em boa fase, e é bom estarmos disputando. Admiro muito o Daniel como piloto, e acho que a recíproca é verdadeira. É uma disputa sadia” “O Felipe evoluiu muito nas últimas corridas deste ano e é um bom piloto para estar disputando o título contra. Essa briga tem sido muito boa”, afirmou Serra ao ser questionado da mesma forma. A emoção esta garantida para o próximo final de semana em Interlagos. Fraga vêm embalado com pódio mas pe Serra que conta com a maior probabilidade numérica. DUDA BAIRROS/VICAR

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Por Vitória Hasckel

TOP 10 Stock Car 2018 PILOTOS

PONTOS

1º Daniel Serra 2º Felipe Fraga 3º Rubens Barrichello 4º Julio Campos 5º Max Wilson 6º Átila Abreu 7º Marcos Gomes 8º Ricardo Zonta 9º Cacá Bueno 10º Thiago Camilo

297 272 209 198 197 185 175 174 169 129

DUDA BAIRROS/VICAR

DUDA BAIRROS/VICAR

Soma matemática do título da Stock


e se acontecer... DUDA BAIRROS/VICAR

SERRA CAMPEÃO POSSIBILIDADES: Se Fraga for... | Serra só precisa do…

Vencer (332 pontos) | 4º lugar (335) 2º lugar (324) | 6º lugar (327) 3º lugar (316) | 8º (319) 4º lugar (310) | 10º (311) 5º lugar (306) | 11º (307) 6º lugar (302) | 13º (303) 7º lugar (298) | 15º (299) 8º ou pior (294)| campeão (297)

DUDA BAIRROS/VICAR

FRAGA CAMPEÃO POSSIBILIDADES: Fraga campeão | Serra não pode passar de…

Vencer (332 pontos) | 5º lugar (331) 2º lugar (324) | 7º lugar (323) 3º lugar (316) | 9º lugar (315) 4º lugar (310) | 11º (307) 5º lugar (306) | 12º (305) 6º lugar (302) | 14º (301) 7º lugar (298) | não pontuar (297)

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LOTUS F1 TEAM

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Bandeirada

Carmen Jordá na Comissão das Mulheres Nomeação da ex-pilota de desenvolvimento da Lotus na Fórmula 1 para a Comissão de Mulheres do Esporte a Motor da FIA causou desconforto e polêmica no mundo automobilismo fazendo diversas mulheres se manifestarem contrárias a indicação Por Vitória Hasckel

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Punta Tacco

I

taria de agradecer a meus companheiros pilotos por dividir suas opiniões e respeito muito todas as visões. Sinto muito se meus comentários pareceram falar por todas as mulheres e criara toda a confusão – uma vez que eu me referia meramente a minha própria experiência pessoal”. Ainda parabenizando sua colega de profissão Tatiana Calderón pela contratação para ser piloto de teste da Sauber na temporada 2018 “Espero que ela possa se tornar a primeira mulher em 41 anos a disputar uma corrida de Fórmula 1 e desejo a ela toda sorte na próxima temporada”. As declarações de Jordá trazem para discussão a falta de mulheres presentes nas diversas categorias mundiais existêntes. A última mulher a correr na Fórmula E foi Simona de Silvestro na temporada 2014-2015. Na Fórmula 1 a italiana Lella Lombardi foi a última a disputar uma corrida no Grande Prêmio da Áustria de 1976. Mas enquanto declarações como a de Jordá são dadas e mulheres ainda tentam conquistar seu espaço em algumas categorias do automobilismo mundial notícias como a consquista do título da categoria TA3 da Trans Am, um dos campeonatos mais tradicionais do automobilismo americano, pela brasileira Alline Cipriani, enchem nossos corações de esperança e nos dão mais vontade de ver mulheres vestindo macacões, pilotando carros e como Alline se tornando primeira piloto do país a vencer uma competição internacional desde que Suzane Carvalho sagrou-se campeã da Fórmula 3 Sul-Americana em 1992 para que no futuro não exista mais a opção “PRIMEIRA MULHER” já que ver mulheres em grids terá se tornado habitual, vencendo será corriqueiro!

S3-EU-WEST-1.AMAZONAWS | GETTY IMAGES

ndicada para fazer parte da Comissão de Mulheres do Esporte a Motor da Federação Internacional do Automóvel (FIA), Carmen Jordá foi uma escolha classificada como “desanimadora” por Pippa Mann e diversas pilotos. A ex-pilota de desenvolvimento da Lotus na Fórmula 1 desagradou não só pilotos como fãs e jornalistas com afirmações de que “há uma barreira, que é por uma questão física.” quando comparados homens e mulheres na Fórmula 1 e que tais barreiras seriam menores em categorias como o kart, Formula 3, Gran Turismo e Fórmula E. Suas declarações são cercadas por uma possibilidade de uma empresa lançar uma categoria de automobismo apenas para mulheres e uma preocupação de que o espaço que as mulheres vêm lutando a anos para conquistar diminua e que o pensamento de que mulheres são inferiores quanto a força e resistência volte a fazer parte dos grids de largadas Pippa Mann, foi uma das pilotos que primeiro se manifestou contrária a nomeação de Jordá “Para mim a nomeação de alguém com essas crenças fundamentais, para um comitê destinado a promover a causa das mulheres nas corridas, é incrivelmente desanimador e representa um verdadeiro passo para trás da FIA”. Jordá fez três temporadas na GP3, nunca foi além do 17º lugar. Após isso foi contrtada pela Lotus para ser pilota de desenvolvimento na F1 em 2015. Após isso nunca mais competiu em categorias de alto nível. Após a polêmica a respeito de suas declarações e as diversas manifestações contrárias a sua opinião, Jordá se desculpou em uma postagem na plataforma Twitter “Eu gos-

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MOTTOR SPORT

“Há uma barreira, que é por uma questão física. Vejo um grande problema para as mulheres. O carro da Fórmula E é menos exigente fisicamente do que um Fórmula 1, por ter menos pressão aerodinâmica e contar com direção hidráulica. O desafio que nós, mulheres, encontramos em um F2 ou F1, é um problema” Carmen Jordá

“A maioria das mulheres que estão correndo em grandes séries no momento não concordam com o ponto de vista”

“Inspire mais garotas para entrar no esporte e ofereça suporte para que subam ao topo” “É incrivelmente desanimador e representa um verdadeiro passo para trás”

Tatiana Calderón Corre na GP3 Series

Susie Wolff

Chefe da equipe Venturi Formula E Team

Pippa Mann

Corre nas 500 Milhas de Indianápolis.

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Pit Wall BLOG.JOBFORMODEL

Ser jornalista era mais divertido Torcedor do Fiorentina, Claudio Carsughi abriu mão de abrir a própria firma para se dedicar ao jornalismo esportivo, cobrindo Copas do Mundo e Fórmula 1

C

omentarista esportivo e e engenheiro ítalo-brasileiro, Claudio Carsughi, trabalhou mais de 50 anos para a Jovem Pan. Cobriu Copas do Mundo e Grandes Prêmios de Fórmula 1. Seu perfil na Wikipédia aponta que foi editor das revistas Quatro Rodas e Oficina Mecânica, e diretor da revista Auto&Técnica. Como também já trabalhou na Gazeta Esportiva, ESPN Brasil, Jornal da Tarde e no canal SporTV. Conhecido como Mestre Carsughi pelos pilotos Rubens Barrichello e Felipe Massa, assim como pelo jornalista Milton Neves é torcedor fiel do clube Fiorentina, Em 2009 perdeu sua esposa, Hilda com quem teve dois filhos - Odoardo e Claudia. Claudia seguiu os passos do pai e se tornou jornalista, vindo a escrever o livro “Claudio Carsughi - 50 Anos de Brasil”

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Por Fabio Tarnapolsky, Gabriel Lima, Felipe Freitas e Carlos Estrella Como começou a paixão pelo automobilismo e quais foram as primeiras corridas que você acompanhou na vida, foram na itália mesmo?

Sim, comecei indo com meu pai! Nós íamos para Monza para ver o Grande Prêmio da Itália e íamos também em um lugar perto da cidade onde eu nasci para ver de madrugada a passagem da tradicional corrida de Mille Miglia. Eu realmente era garotinho, tinha três ou quatro anos. As lembranças que tenho são essas, depois fui me interessando pelo esporte a motor, tanto automobilismo como motociclismo.

“Achei que ser jornalista era mais divertido e fiquei com o jornalismo” O seu contato com o jornalismo se deu aqui no brasil certo? Como isso aconteceu e porque seguiu na área esportiva?

Começou aqui pois a nossa ideia era cercar determinadas pendências práticas do meu avô que tinha trabalhado aqui e voltado para a itália. Então comecei a escrever para o Corriere Dello Sport de Roma do qual meu pai era amigo do diretor na época. Depois acabamos ficando por aqui e eu


comecei a estudar engenharia e trabalhar como jornalista. Fiz a cobertura da copa do mundo de 50 e em dado momento tive que escolher entre trabalhar em uma firma ou abrir uma ou ser jornalista. Achei que ser jornalista era mais divertido e fiquei com o jornalismo.

Sim, sem dúvidas! Se você for para trás, na década de 30, o esporte que era mais popular na itália era o ciclismo e não o futebol. Hoje você vê que cada esporte tem sua temporada. O automobilismo é um esporte que apaixona a todos, não importa a categoria mesmo se não tiver um piloto italiano.

UOLESPORTEVETV

O que te levou a trabalhar especificamente com o jornalismo?

A paixão pela tecnologia! Eu acho que sobretudo o automobilismo no seu mais alto nível que é a fórmula 1 é você abrir um livro e ler o que vai acontecer no futuro. É uma série de acontecimentos,uma série de novidades que hoje nós temos nos carros de todos os dias pois apareceram nas pistas. Lembraria de imediato o freio a disco. Se a Jaguar não tivesse colocado os freios a disco em seus carros para a prova de 24 horas de Le Mans de 1953 quem sabe hoje nossos carros ainda estariam com freios a tambor, fora isso muitas outras coisas.

Era completamente diferente. O primeiro ponto foi o relacionamento inicial, era o Wilson Fittipaldi, inclusive depois nos tornamos amigos de toda a família. No começo o Emerson me chamava de senhor e depois de muito custo, cerca de um ano, passou a me chamar de você. Profissionalmente quanto ao conteúdo claro que no brasil não dá pra deixar de se importar com o futebol, já que aqui é o esporte com maior cenário. Então comecei a fazer lá também o futebol mas no momento de escolher entre os dois era fórmula 1 e não futebol.

Você comentou sobre sua proximidade com Fittipaldi, você acredita que a vitória dele em 1972, que foi anunciada no Maracanã para milhares de pessoas foi o que abriu espaço para a Fórmula 1 se tornar popular aqui no Brasil?

“É você abrir um livro e ler o que vai acontecer no futuro” FXREVIEW

Como era a Jovem Pan nos primeiros anos em que você trabalhou lá?

Não resta dúvida, vocês sabem, deixando de lado a torcida pelo futebol, os outros esportes só conseguem ter espaço no momento que há um brasileiro vencedor. Eu brinco que se amanhã tiver um grande ciclista brasileiro todo munda vai se interessar pelo ciclismo. Então a vitória do Emerson no contexto que até então não tinha apresentado nenhum sucesso por pilotos brasileiros foi um elemento que puxou o público para a Fórmula 1.

Na itália acontece de uma maneira diferente, onde as pessoas se interessam mais pelo esporte do que pelas vitórias em si? Edição 1 /// Dezembro de 2018 /// Linha de Largada /// 17


Guard Rail VITÓRIA HASCKEL - ARQUIVO PESSOAL

Paixão de criança e meta de profissão Desde o primeiro semestre da faculdade me perguntava o porquê da escolha por jornalismo,não sabia se se devia ao fato de querer trabalhar com moda ou ajudar os outros! Hoje vejo que foi uma junção de amores. Amor pelo ser humano e entendimento que todos precisamos de voz. Amor pelo esporte. Amor pela moda.

V

ejo no jornalismo uma junção de tudo que desejei e queria falar. Foi esse amor pelo mundo que me proporcionou ir até Nova Santa Rita, no estado do Rio Grande do Sul, cobrir e entrevistar pilotos, engenheiros, assessores de imprensa, fotógrafos e idealizadores das corridas. Foi o momento que juntei uma de minhas paixões e metas de profissão, o momento mais encantador e feliz da união dos dois que foi cobrir e entrevistar pessoas ligadas à Stock Car. Na segunda fase me vi no dever se sair da bolha que eram os trabalhos em sala de aula e procurar algo a mais, esse algo a mais estava no estado ao lado. Com o auxílio da família, amigos e colegas de faculdade, saí de ônibus uma quarta-feira de manhã, com uma mala em mãos, sozinha rumo ao Velopark, local onde aconteceria a terceira etapa da Stock Car 2018. Doze horas de viagem depois estava desembarcando em uma cidade totalmente nova, onde só havia ido em 2013 com 15 anos em uma viagem escolar. Era uma experiência totalmente nova, nunca tinha viajado sozinha para conhecer um lugar novo. Saí da rodoviária e peguei um táxi. Menos de cinco minutos depois já me encontrava no hotel que ficava a três quadras da rodoviária. O caminho só durou tanto pelo trânsito caótico da capital gaúcha. Meu destino se encontrava à quase 33 quilômetros, cerca de 10 minutos de carro, de Porto Alegre. Foi na manhã de quinta-feira que me encaminhei pra lá. Com um sol muito forte, totalmente perdida, fui guiada por desconhecidos. Hora uma senhora me ajudava, hora o cobrador de ônibus. O Velopark fica à beira da BR-386 e o único estabelecimento no entorno é uma parada do outro lado da rua. Local onde os donos me acolheram e cuidaram de mim durante todo o dia. Durante duas horas fiquei sentada conversando com a familia que administra o local e foi nessas conversas que me perguntei. Onde nasceu meu amor por automobilismo? Qua

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Por Vitória Hasckel foi eu primeiro contato com esse mundo? Quando ainda era muito pequena meu pai acordava para assistir, na época em que praticamente morava com meus avós acordava muito cedo e lembro de assistir aos treinos e corridas com minha vó - que adorava o barulho dos motores e pela falta de visão que tinha eu acabava contando o que acontecia. Mas foi nessa época que o amor nasceu? Não sei dizer! Só lembro de automobilismo quando retrato com amor e carinho os momentos, não sei quando iniciou, quando a

No ensino médio minha maior convicção era que seria estilista, hoje quero mergulhar de cabeça em pautas e novos assuntos

vontade de trabalhar com essa área surgiu. Sei que quis ser piloto, mas por ser um ambiente dominado por homens acabou sendo sempre um sonho. No jornalismo vi o sonho se tornar próximo com a possibilidade de cobrir um Grande Prêmio, chegar pertinho dos carros que tanto vi pela TV. Em Nova Santa Rita tive essa primeira experiência, fui com a pauta de “Mulheres do Automobilismo Brasileiro” como foco. Entrevistei a Bia Figueiredo, assessoras, engenheiras, mas conheci e tive um gostinho desse mundo de alta velocidade e me apaixonei mais. Foi a confirmação de que queria trabalhar com algo diretamente ligada ao automobilismo. Vou trabalhar com isso? Jornalismo tem diversas opções de atuação. No ensino médio minha maior convicção era que seria estilista, hoje quero mergulhar de cabeça em pautas e novos assuntos. Então vamos esperar, quem sabe em algum tempo não estou no lugar da Mariana Becker cobrindo Fórmula 1? Vamos ver o que me aguarda!


VITÓRIA HASCKEL - ARQUIVO PESSOAL Edição 1 /// Dezembro de 2018 /// Linha de Largada /// 19


Linha de Largada Automobilismo brasileiro perde em 2019

A troca de marcha ĂŠ o que nos mantem conectados

Hero Motorsport anuncia fim das atividades no automobilismo brasileiro

McLaren terĂĄ versĂŁo Lego

Vencedores do Autosport Awards 2018


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