Educação 21 jan 2015

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educação3.0 educação e escolas para o futuro edição de 21/01/15

Concurso Pedro Seromenho “Vídeos com em Coimbra Energia” O escritor e ilustrador Pedro Seromenho esteve há uma semana no Agrupamento de Escolas Rainha Santa Isabel, em Coimbra, contactando diversos alunos. Numa ação com o Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares da Biblioteca Municipal de Coimbra, foi possível oferecer um dia diferente aos alunos do 3º e 4º anos das EB1 de Eiras e de Santa Apolónia e aos alunos do 5º ano da escola sede. Sessões permitiram que os alunos ficassem a conhecer melhor o escritor e ilustrador que um dia abandonou os números para se dedicar às letras e aos “rabiscos”. Conversa aconteceu com uma sessão de ilustração ao vivo.

“Vídeos com Energia” é um concurso nacional promovido pela DECO, que convida as escolas e a comunidade em geral a produzir vídeos originais de sensibilização para um uso eficiente da energia elétrica no setor residencial. Serão aceites vídeos que abordem o tema da poupança de eletricidade em comportamentos do quotidiano. As inscrições estão abertas até 20 de março de 2015 e o regulamento do concurso pode ser consultado através do link http://energiafantasma.pt/concursovideoscomenergia/. O prémio para os vencedores é a não perder: uma viagem com alojamento a Copenhaga.

“Je suis Charlie” na José Falcão

Metrologia explicada aos alunos

No dia em que passava uma semana sobre o ataque ao jornal francês Charlie Hebdo, em Paris, a 7 de janeiro, a Escola Secundária José Falcão, em Coimbra, promoveu uma concentração de alunos, professores, funcionários e elementos da direção, no espaço do átrio da escola, onde todos estiveram munidos de uma esferográfica ou lápis, valorizando a liberdade individual e coletiva e prestando homenagem às 17 vítimas dos ataques. Foram ainda promovidos debates e reflexões sobre os acontecimentos ocorridos em Paris.

Os alunos do Instituto D. João V, no Louriçal, assistiram recentemente a uma aula de Física e Química diferente. Luís Neves, que trabalha no departamento de produção e investigação da LEGO, na Dinamarca, abordou os três ramos da metrologia: legal, industrial e científica. O primeiro ramo envolve, por exemplo, a calibração das balanças dos estabelecimentos comerciais, o segundo ramo permite controlar os processos industriais, enquanto o ramo científico visa garantir altos níveis de qualidade metrológica.

Exposição “O pequeno grande ©” A escola EB1 da Quinta das Flores, do Agrupamento de Escolas Coimbra Sul, promoveu o acolhimento distrital da exposição itinerante “O pequeno grande ©”. Mostra dá a conhecer os 16 trabalhos vencedores da 2.ª edição e também os desenvolvidos pelas EB1 da Quinta das Flores e EB1 Areeiro. Esta é uma iniciativa da Associação para a Gestão da Cópia Privada e da Fundação Gulbenkian, dirigida às escolas dos 1.º e do 2.º ciclos.

Projetos nas escolas despertam os mais novos para o mundo fascinante da ciência

A Escola Básica e Secundária Quinta das Flores e o Colégio Bissaya Barreto, em Coimbra, são exemplos na promoção da ciência, com diversos projetos junto dos alunos pág.2-3


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Escola Básica e Secundária Quinta das Flores

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Quinta das Flores é uma “escola de cientis

educação 3.0 // coordenação Lídia Pereira/texto /Lídia Pereira/Fotografia / Luís Carregã

É ao grupo de Biologia – com 11 professores – que se deve grande parte da dinâmica que a Escola Básica e Secundária Quinta das Flores, em Coimbra, tem demonstrado no campo da divulgação da ciência e da cultura científica junto dos alunos, para além dos programas curriculares. Para Maria Pilar Carreiro, uma das professoras do grupo, o segredo, a existir, está muito no que a escola “aproveita” da possibilidade de parcerias que se têm apresentado com entidades e instituições como a Universidade de Coimbra e alguns dos seus centros de investigação. O facto é que, como sublinhou, “sempre que a escola entra num determinado projeto, mais se aproxima das pessoas e das entidades que o promovem”, fomentando novas relações para o futuro. E deixa um exemplo: no “Pergunta-me ciência”, um projeto proposto pelo Centro de Neurociências da Universidade de Coimbra (CNC), a escola teve a “sorte” de o aproveitar, tendo desenvolvido depois duas etapas, primeiro com uma turma do 10.º ano e depois com uma turma do 11.º ano. Em qualquer das etapas, estiveram na escola dois investigadores, o que depois possibilita

“um leque de conhecimentos e de relações extremamente importante para a escola, mas também para os seus alunos”. O que se pretende é que os alunos percebam que “os cientistas são pessoas como eles, geralmente muito novos ainda, que saem dos seus laboratórios e conversam com eles em grande proximidade”. E esta tem sido uma pequena semente que germina e tem dado frutos na escola. “Tem sido um percurso muito interessante, porque há alunos que já escolhem Biologia ao invés de apenas escolherem Medicina, por exemplo, porque percebem que a investigação é hoje, apesar de todas as dificuldades que o país atravessa, um caminho viável”, refere Pilar Carreiro. O lugar especial do Socientize Na opinião de Isolina Melo, também professora de Biologia, “esta experiência reflete-se muito na maturidade dos alunos. Não é apenas a parte científica e académica que cresce, é também o aluno enquanto pessoa, o que depois se reflete na sala de aula”. O mesmo pensa Pilar Carreiro: “Este tipo de ensino é muito importante, é muito mais eficaz que qualquer abordagem teórica que

Fernanda Scherzberg, Isolina Melo e Maria Pilar Carreiro são três professoras do grupo de Biologia da Escola Básica e Secundária Quinta das Flores que têm desenvolvido com os seus alunos diversos projetos na área da ciência

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Alunos do Colégio Bissaya Barreto desvendam segredos dos robôs O Clube de Robótica do Colégio Bissaya Barreto, em Coimbra, ensina os alunos a realizarem as várias fases de construção de um robô, da mecânica, passando pela eletrónica até à programação. A participação em eventos nacionais como o RoboParty tem permitido aos pequenos cientistas vivenciarem experiências de aprendizagem e partilha com alunos de todo o país. As atividades no âmbito da Robótica existem no Colégio Bissaya Barreto desde 2010, data da primeira participação de um grupo de alunos na RoboParty. Desde então, o projeto do ensino da Robótica aos alunos dos 2.º e 3.º ciclos tem tido continuidade, quer no Clube de Robótica, quer nas aulas de Tecnologias da Informação e da Comunicação

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(TIC) do 2.º ciclo, dando ênfase à aquisição de competências na área da programação. Os alunos do Clube de Robótica já mostraram o que sabem fazer fora do colégio, participando em várias edições da RoboParty, que tem lugar na

Universidade do Minho (Guimarães), tendo oportunidade de conviver e competir com alunos de todo o país. É de destacar a menção honrosa recebida por uma das equipas do Colégio Bissaya Barreto na RoboParty’2013. Para os responsáveis da inicia-

tiva, os professores Jorge Figueiredo (Ciências Naturais), José Fonte (Educação Tecnológica) e Paulo Soares (TIC), o Clube de Robótica “potencia a aplicação de conhecimentos que os alunos podem desenvolver em contexto interdisciplinar”, nomeadamente a organização de trabalho, procedimentos de trabalho em grupo, leitura e interpretação de esquemas eletrónicos, funcionamento de circuitos eletrónicos e componentes mecânicos, soldadura de componentes eletrónicos em placas de circuito impresso, testes de funcionamento de circuitos e programação de microcontroladores. A participação em eventos como a RoboParty tem permitido, também, desenvolver as capacidades criativas e

artísticas dos alunos, nomeadamente através da decoração de cada um dos robôs. O Clube de Robótica estabelece colaborações com projetos de caráter curricular, ou outros, nomeadamente nas disciplinas de Ciências Naturais, Físico-Química, Educação Visual, Educação Tecnológica e TIC, incluídas em atividades como, por exemplo, sessões práticas de soldadura de componentes eletrónicos, workshop de programação de robôs, ou planeamento e construção de protótipos. São ainda organizadas palestras proferidas por especialistas ou instituições, sessões de sensibilização com pais e encarregados de educação, nomeadamente no âmbito das atividades do Dia Aberto à Comunidade.


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Um charco com muita vida e tanto para descobrir

stas” em Coimbra nós possamos fazer. Porque assim eles percebem a razão das coisas, os seus porquês, percebem, por exemplo, que a evolução da Medicina se tem feito à custa do trabalho de investigação de ciências como a Biologia ou a Química”. De entre os projetos em que a escola já participou e participa, o Socientize ocupa um lugar especial. Projeto europeu de ciência cidadã, coordenado em Portugal pelo Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, levou à Quinta das Flores o título de “Escola de Cientistas”, merecidamente ganho por um dos seus alunos. Desenvolvido por 63 grupos escolares registados e cerca de dois mil participantes individuais – que aceitaram o desafio de colaborar com investigadores e contribuir para a realização de várias tarefas, entre as quais se encontram a investigação do cancro e o estudo da atividade solar –, o Socientize distinguiu Francisco Simões, aluno da Escola Básica e Secundária Quinta das Flores, entre mais de 600 alunos. O jovem de Coimbra foi o mais participativo a nível nacional na “contagem de células”, ganhando o primeiro prémio do concurso “Escola de Cientistas”. Plantar Ciência foi outro projeto importante. Proposto por Paulo Trincão, diretor do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra (UC),

Gostei do Clube de Robótica porque aprendemos a programar robôs. A RoboParty é uma ótima maneira de nos divertirmos e de aprendermos. Eduardo Carvalho, 7ºA No Clube de Robótica pudemos fazer robôs para participar num concurso, usando muitas técnicas de construção. Aprendemos sobre como os robôs são construídos. Gonçalo Ferreira, 7ºA Gostei muito da minha experiência com o mundo da robótica. No Clube de Robótica, conheci e aprendi a manusear algumas ferramentas para, depois, conseguir fazer um robô. Também fomos começando a fazer a decoração dos

conseguiu grande sucesso junto dos alunos, que o desenvolveram de forma voluntária. Em resultado “direto”, duas alunas da escola ingressaram na licenciatura de Biologia da UC. Mas estas atividades não se resumem ao grupo de Biologia, também os grupos de Matemática e Física são “muito ativos”, promovendo a participação dos alunos em atividades a nível regional e nacional. Esta é, de facto, uma escola “particular”. Para além deste empenho em desenvolver nos seus alunos o gosto pela ciência, tem também integrado o ensino artístico com o Conservatório de Música de Coimbra.

Francisco Simões: “A minha professora incentivou a minha participação no projeto Socientize, porque era algo único, depois comecei a gostar das atividades e a querer fazer mais”.

Escola de ciência e cultura, a Quinta das Flores vive também num espaço privilegiado, oferecendo aos seus alunos a possibilidade de uma relação próxima com a natureza, o que concretiza, nomeadamente, no projeto Charcos com Vida. Estabelecendo que charco é uma massa de água parada ou corrente muito reduzida, de tamanho superior a uma poça e inferior a um lago, aquele que existe na Escola Básica e Secundária Quinta das Flores, “muito vivo” com a atenção da professora Isabel Paiva, quase sucumbiu às obras que transformaram profundamente as instalações da escola. Até que se iniciou a limpeza, com a coordenação da professora Fernanda Scherz-

berg, e muito rapidamente o charco começou a “ganhar” nova vida. Em colaboração com o CIBIO – inicialmente responsável pelo projeto Charcos com Vida, que entretanto passou para o CIIMAR, da Universidade do Porto –, foi possível por mãos à obra, também com o objetivo de “mostrar a todos a importância dos charcos, que existem em grande quantidade em todo o planeta e são fundamentais, por exemplo, no combate à poluição atmosférica, mas também ao nível da sua elevada biodiversidade”. O charco da Escola Básica e Secundária Quinta das Flores – que se chama Mil e Uma Vidas – recomeçou de forma um pouco tímida, mas agora até tritões voltou a ter.

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depoimentos O Clube de Robótica permite o contacto com a tecnologia. Francisco Issa, 7ºA

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boas experiências

dois robôs para o concurso da RoboParty, onde ganhámos uma menção honrosa. Beatriz Silva, 7ºA A robótica é uma maneira de aprender a construir e arranjar mecanismos. A RoboParty é um concurso, onde temos três dias para construir o nosso robô. É uma grande experiência, tanto pela aprendizagem como pela ciência. Francisco Barreto, 7ºA Fui aluna do Clube da Robótica e tive hipótese de, nesse ano, ir à RoboParty. No clube conhecemos alguns componentes da parte eletrónica e aprendemos a soldar esses componentes. Trabalhámos também a parte estética.Foi uma experiência muito interessante, que nos abriu novas perspetivas para o futuro. Sara Martins, 9ºA

Interpretar os fenómenos do dia-a-dia O Clube da Ciência Viva é uma atividade extracurricular oferecida a todos os alunos que frequentam o Colégio Bissaya Barreto, em Coimbra, num espaço onde, todas as semanas, podem desenvolver atividades com ênfase numa componente científica experimental. Segundo as professoras responsáveis pelo Clube da Ciência, Ana Nunes e Maria João Rodrigues, pretende-se “motivar para a aprendizagem e para o desenvolvimento de capacidades cognitivas, espírito crítico e criativo, através da concretização de atividades apelativas e divertidas, assim como descobrir que a ciência está em todo o lado e acontece onde menos se espera”. Os alunos que frequentam o Clube da Ciência Viva tornam-se “verdadeiros cientistas”, ao realizarem diferentes experiências que esti-

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mulam o interesse e a curiosidade pela ciência e na interpretação de fenómenos do dia-a-dia. No clube são utilizados materiais simples e de uso corrente que servem para explorar diversos fenómenos científicos no âmbito de ciências tão diversas como a Física, a Química ou a Biologia. A descoberta da densidade dos líquidos,

da força da gravidade, da tensão superficial, da eletricidade estática, são apenas alguns exemplos de experiências mais ou menos complexas que podem ser facilmente realizadas. Todas as experiências promovem o debate, estimulam e fortalecem o conhecimento e a curiosidade acerca da vida na terra e dos fenómenos naturais.


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novas formas de aprender

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vida nas escolas

A ciência na escola

Cinco competências para os docentes modernos

António Piedade*

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AS mudanças tecnológicas e sociais implicam transformações nos modos de ensinar e da transmissão de conhecimentos. Ser docente implica antes de mais adaptação e flexibilidade na utilização dos recursos e dispositivos tecnológicos

As mentes que brilham Não há crianças mais inteligentes e crianças menos inteligentes, porque todas têm as suas próprias capacidades e limitações. Há, sim, crianças com mais oportunidades e crianças sem oportunidades nenhumas. Por essa razão, a Fundação Assistência Desenvolvimento e Formação Profissional (FADFP) está a promover no concelho de Miranda do Corvo o projeto Mentes Brilhantes, com o objetivo de possibilitar o acesso a programas de estudos avançados, incentivando o desenvolvimento intelectual A educação atravessa um de todas as crianças. O Mentes Brilhantes, gratuito e momento de transformação destinado a todos os alunos do e ruptura com os modelos anteriores de conhecimento e de prática educativa. O DIÁRIO AS BEIRAS, O conectivismo, enquanto através do seu diretor, modelo de aprendizagem vai Agostinho Franklin, esteve colocar os alunos como prona Escola Básica dos Olivais tagonistas dos seu próprios a promover uma oficina de processos de aprendizagem jornalismo. As meninas e os meninos presentes tiveram http://periodismohumano. a oportunidade de perceber com/sociedad/educacion/ como é que se faz um jornal, la-educacion-vive-un-camdo desenho de páginas às bio-de-epoca-con-el-conecnotícias que, depois, vão potivismo.html der ler na manhã seguinte. http://www.educacionyculturaaz.com/educacion/ cinco-competencias-paralos-docentes-modernos/

A educação vive uma transformação com o conectivismo

Este caderno estará disponível amanhã na página www.asbeiras.pt

Este caderno estará disponível amanhã, em formato digital em www.asbeiras.pt

concelho, desenvolve-se em duas vertentes: cursos de estudos avançados em áreas como as ciências, matemática, português ou história, através de um ensino não formal, prático, inovador e ministrado por jovens cientistas e profissionais de cada área, mas também na avaliação psicológica e acompanhamento curricular de alunos que revelem talentos ou capacidades especiais. No primeiro período em que decorreu, 2014/2015, foi possível ministrar cursos a cerca de uma centena de alunos, tendo sido avaliadas mais de 30 crianças, do pré-escolar ao 1.º ciclo, o que permitiu encontrar jovens com grande potencial.

No segundo e terceiro períodos, o Mentes Brilhantes prosseguirá os cursos de estudos avançados com novas matérias, experiências e atividades lúdico-pedagógicas. O projeto Mentes Brilhantes – que não pretende substituir o papel da escola, mas complementá-lo em intervenções concertadas – tem como parceiros o Instituto de Educação e Cidadania, o Agrupamento de Escolas de Miranda do Corvo e a respetiva Associação de Pais e Encarregados de Educação, a Câmara de Miranda do Corvo, o Instituto Superior Miguel Torga e o Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra.

ivemos numa sociedade em que a aplicação do conhecimento científico é uma constante no nosso dia-a-dia. Imersos em ciência, mesmo que disso não nos apercebamos, é importante conhecê-la. Ter uma cultura geral científica é importante para sermos melhores cidadãos, para podermos ter a nossa própria opinião crítica, para podermos ser livres em democracia. Perceber o que é a ciência, ajuda-nos a compreender melhor o mundo em que vivemos. Neste contexto, o papel da escola é indispensável enquanto instituição que garante o ensino formal das ciências, permitindo que todos os cidadãos tenham acesso a conceitos básicos sobre como a ciência permite entender o Universo em que existimos. O ensino da ciência deve estar presente durante a maior parte da escolaridade e começar o mais cedo possível, de preferência logo no pré-escolar. De facto, é desejável ensinar princípios básicos da ciência na infância e dotar o pensamento das crianças com as bases para uma melhor compreensão futura do conhecimento científico. As crianças têm uma natural curiosidade para compreender o mundo em que crescem e a ciência ajuda-as a despertar a sua inteligência para descobrir a natureza e como ela funciona. Os comunicadores de ciência são agentes importantes nesta apresentação da ciência às crianças. O ensino da ciência na escola não deve ficar só pelo ensino das matérias científicas. Deve permitir que os alunos experimentem, saibam como é que a ciência se faz, compreendam o método experimental científico. É importante que os alunos saibam como é que a ciência funciona e avança. Neste aspecto, a escola deve promover o diálogo entre alunos e cientistas. E estes devem estar abertos a divulgar de forma acessível o seu trabalho científico e disponíveis para falar com os alunos sobre a sua actividade. Este contacto dá sentido prático ao conhecimento científico que os alunos aprendem na escola. Ao apresentarem a utilidade da sua investigação, os cientistas fertilizam a curiosidade dos jovens, para além de os cativar e incentivar para uma eventual profissão na ciência. A proximidade com os cientistas torna a ciência real, mais humana e emotiva. Os comunicadores de ciência têm aqui um papel muito importante, uma vez que apresentam um conhecimento de uma forma interdisciplinar e mostram a importância das diferentes disciplinas para o avanço do conhecimento científico. A comunicação do conhecimento científico é intrínseca à própria ciência. Sem comunicação não há ciência. Também por isso, o ensino escolar da ciência deve, para ficar completo, promover a comunicação entre cientistas e alunos, como se disse. E o papel dos comunicadores de ciência nesta tarefa é essencial, pois constrói a ponte entre as duas comunidades. É que comunicar ciência é uma actividade cívica. *Comunicador de ciência


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