Dia do Farmacêutico 2021

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especial

dia do farmacêutico 25 setembro 2021

Farmacêuticos de todo o país celebram hoje, em Coimbra, no Museu Machado de Castro, o seu Dia Nacional, com a atribuição de medalhas e diplomas que reconhecem os contributos para a valorização da atividade farmacêutica no seio da sociedade . Este ano, a comemoração foi antecipada um dia, devido ao ato eleitoral, e fica marcada pelas vivências e experiências no período da pandemia de covid-19 Este especial faz parte integrante do DIÁRIO AS BEIRAS de 25 de setembro e não pode ser vendido separadamente


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Farmacêuticos na linha da frente inovaram no combate à pandemia Anabela Mascarenhas, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Farmacêuticos, destaca o envolvimento dos profissionais no combate à pandemia de covid-19. Lembra que algumas farmácias perderam 40 a 50% da sua rentabilidade, durante vários meses seguidos A presidente da Secção Regional do Centro, Anabela Mascarenhas, realça o envolvimento dos farmacêuticos Hoje, adquirida a experiência da pandemia de covid-19, que desafios se colocam aos farmacêuticos? Com esta pandemia aprendemos que o principal desafio é que temos sempre que aprender mais. Na verdade, este vírus veio-nos ensinar que temos que saber aprender mais rápido e melhor. E ainda estamos a aprender muito com este vírus, porque fez-se muita investigação, na qual estiveram envolvidos muitos farmacêuticos, nas academias, nas universidades, mas também houve muito trabalho no terreno, que passou por todos: pelos farmacêuticos comunitários, pelos farmacêuticos hospitalares, com muita interação entre ambos, pelos farmacêuticos das análises clínicas, que testaram massivamente a população, pelos colegas da indústria farmacêutica, que estiveram envolvidos em estudos e na produção de vacinas, e também pelos colegas que estão na distribuição e outros que posso estar a esquecer. A primeira mensagem é esta: nós temos que aprender mais e mais rápido, e nas áreas da saúde quem parar de aprender tem que parar de trabalhar. Uma coisa não é compatível com a outra.

Nesta pandemia os farmacêuticos foram, mais uma vez, um setor da saúde muito importante e muito presente junto da comunidade? Sim, os farmacêuticos estiveram sempre na linha da frente no combate à pandemia, começando pelos farmacêuticos hospitalares, que tiveram um trabalho incansável, mas também os farmacêuticos comunitários, que nunca fecharam e estiveram sempre disponíveis. E muitos farmacêuticos que trabalham na área das análises, nos quais eu me incluo, no ano passado não tiraram um único dia de férias. Isto para dizer que as pessoas estão esgotadas, e não falo só dos farmacêuticos, mas dos profissionais de saúde em geral, particularmente os que estiveram envolvidos com a pandemia, diretamente com as pessoas internadas com covid, foi um trabalho e um período complexo, exaustivo e continua a ser cansativo para muitos colegas e outros profissionais de saúde. Durante a pandemia, a área da farmácia também se adaptou à nova realidade? Nós estivemos sempre presentes. Um exemplo

foi a própria distribuição dos medicamentos hospitalares nas farmácias comunitárias, com uma verdadeira interação entre uns e outros, de forma a impedir que as pessoas,

Algumas das farmácias comunitárias, particularmente as localizadas em zonas históricas de algumas cidades, outras incluídas em centros comerciais, etc., viram os seus rendimentos reduzidos em cerca de 40, 50%, por alguns meses seguidos particularmente os doentes oncológicos e outros que estivessem imunodeprimidos, tivessem que se deslocar, por vezes centenas de quilómetros, para levantar um medicamento. Houve um trabalho de proximidade muito importante. Há farmácias que não só distribuíram

medicamentos hospitalares, aqui dos hospitais de Coimbra, como também medicamentos que vinham de hospitais de Lisboa e do Porto. Estamos a falar de poupanças enormes de tempo, de dinheiro, de recursos, tanto para as pessoas como para o próprio Ministério da Saúde. As pessoas que tinham disponibilidade iam depois buscar esses medicamentos à farmácia, mas noutros casos eram os próprios farmacêuticos que iam entregar aos seus domicílios. Esta distribuição dos medicamentos em proximidade, com uma interação entre vários profissionais, resultou muito bem. Já existiam algumas experiências nesta área, que agora se desenvolveram e vieram para ficar. O papel dos farmacêuticos, durante a pandemia, também se destacou noutras áreas. Com os médicos de família e as equipas de enfermagem muito focados no combate à covid-19, os farmacêuticos comunitários tiveram que fazer – e foi publicada uma portaria na altura para regulamentar essa área – a renovação da medicação dos doentes crónicos, que muitas vezes, no auge da pandemia, nem sequer

conseguiam ir ao médico de família, contribuindo também para uma maior adesão à medicação. Para além da própria renovação da medicação, os farmacêuticos empenharamse também na preparação individualizada da medicação, os famosos PIM, que são a colocação dos medicamentos em caixas próprias, para as pessoas os poderem tomar em casa sem enganos. Nesta situação particular tivemos o envolvimento de algumas autarquias. Em Águeda, por exemplo, a autarquia colocou no terreno o projeto, comparticipando as farmácias para que estas pudessem executar este serviço sem cobrarem nada ao utente. Ou seja, a autarquia responsabilizou-se pelos custos. A portaria publicada na altura, para regulamentar este aspeto particular, não foi a ideal e, neste momento, está a ser trabalhada, tanto pela Ordem dos Farmacêuticos, como pelos médicos, no sentido de agilizarmos mais este processo. O papel dos farmacêuticos já era crescentemente reconhecido pela comunidade em geral, mas este envolvimento e inovações aumentaram ainda mais esse reconhecimento? Houve uma série de ino-

vações, que já existiam em pequenos focos no país, mas que com a pandemia tomaram uma dimensão superior e se têm vindo a alargar ao país todo. E são, sem dúvida, uma mais-valia para as pessoas e uma poupança de recursos. Penso que com esta pandemia até o próprio utente percebeu melhor quem é a sua equipa de saúde, e que afinal eles estão juntos e estão em equipas multidisciplinares que funcionam. Isto é possível, mas muitas vezes não chega só a boa vontade destas equipas, tem que haver alguns incentivos, e incentivos governamentais da parte do Ministério da Saúde, que deve perceber que isto é uma mais-valia para os doentes e uma poupança enorme para o Estado. A partir do momento que conseguimos dialogar todos em função de um doente polimedicado, e fazemos com que ele adira à medicação, não a interrompa, e evitar que este mesmo doente vá parar à urgência do hospital porque não tomou determinada medicação, estamos a poupar imensos recursos das pessoas, dos hospitais. Acho que tudo isto foi mais valorizado nesta pandemia. Durante a pandemia verificaram-se várias


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por farmácia. Há apenas raríssimas exceções de farmácias muito, muito pequenas, em que há uma exceção na lei que permite que tenham só um farmacêutico, mas esses casos contam-se pelos dedos. A média nacional são, de facto, quatro farmacêuticos por farmácia. E isso permite cada vez mais que esses quatro farmacêuticos se especializem em áreas diferenciadas. Porque o nosso futuro não pode ser generalista. Nós temos que ter uma base generalista, que não podemos perder, mas cada vez mais temos que nos especializar em determinadas áreas.

no combate à pandemia

ações inovadoras envolvendo farmacêuticos... Sim, há vários exemplos. Uma iniciativa solidária, que teve excelentes resultados, envolveu a Ordem dos Farmacêuticos e a Ordem dos Médicos, com o apoio da Apifarma - Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica e de outras instituições da sociedade civil, que criaram uma Conta Solidária para apoiar todos os profissionais que estavam na linha da frente a combater a pandemia. A iniciativa “Todos Por Quem Cuida”, aberta à sociedade civil, permitiu a entrega de donativos financeiros, mas também de equipamentos hospitalares, equipamentos para proteção individual e outros materiais determinantes para a segurança e qualidade dos cuidados prestados aos portugueses. O apoio destinou-se a todos os profissionais de saúde, nomeadamente assistentes operacionais, secretários clínicos, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, enfermeiros, farmacêuticos, médicos e tantos outros, mas também às forças de segurança, bombeiros, cuidadores, entre outras profissões chamadas a estar na linha da frente e a cuidar de todos nós.

Este movimento respondeu a um apelo nacional e conseguiu angariar verbas para adquirir materiais de proteção para grandes hospitais, de Lisboa, Porto e de Coimbra, também, cuja compra era bastante onerosa em hospitais de grande porte, mas também para outras instituições mais pequenas. Foi um movimento

Dia Nacional do Farmacêutico, que é celebrado rotativamente nas várias Secções Regionais, pretende valorizar a atividade farmacêutica no seio da sociedade

de sucesso, que envolveu a sociedade civil. Com esta iniciativa, as Ordens dos Farmacêuticos e dos Médicos e a Indústria Farmacêutica pretenderam assegurar

que todos os profissionais trabalhavam protegidos e com acesso aos equipamentos e dispositivos necessários para salvar vidas e proporcionar os melhores cuidados a todos os doentes com covid-19, mas também aos doentes com outras patologias. Na área da Secção Regional do Centro, coube à Dr.ª Lúcia Santos dinamizar esta iniciativa, que teve excelentes resultados. Quando nos juntamos todos somos mais fortes. Os farmacêuticos estão em inúmeras áreas da saúde. Hoje, ainda é a farmácia comunitária que absorve a maior parte dos profissionais que são formados ou já não é assim? Ainda é assim. Nós em Portugal às vezes temos a tendência de comparar e dizer que temos poucos farmacêuticos nas farmácias, mas na verdade não é assim. Vou dar-lhe um exemplo. Em Inglaterra, há farmácias, integradas em cadeias de farmácias, que têm um farmacêutico. A nossa média nacional está nos quatro farmacêuticos por farmácia. É a média, porque na minha farmácia somos oito, por exemplo. No mínimo dos mínimos, mesmo nas farmácias mais pequenas, temos dois farmacêuticos

Os farmacêuticos, e as profissões em geral, estavam a recuperar de uma crise económica e, de repente, viram-se a braços com as restrições impostas para controlar a pandemia… Eu sou farmacêutica comunitária e também proprietária e, com os meus colegas, tivemos momentos muito dif íceis. No início da pandemia não havia equipamentos de proteção individual, nem sequer tínhamos máscaras para atender o público, nem sequer tínhamos acrílicos para colocar nos balcões, e vimo-nos confrontados com a necessidade de começar a atender por postigos, para protegermos as nossas equipas. Subdividimos as nossas equipas para, caso uma se contagiasse, podermos continuar com a farmácia aberta com uma segunda equipa. Isto não foi feito só nas farmácias, claro. Mas com isto tudo obviamente que a rentabilidade da farmácia foi outra. Algumas das farmácias comunitárias, particularmente as localizadas em zonas históricas de algumas cidades, outras incluídas em centros comerciais, etc., viram os seus rendimentos reduzidos em cerca de 40, 50%, por alguns meses seguidos. Isto é realmente complicado. Felizmente não foram muitos meses seguidos, e, entretanto, foram retomando a atividade com outro tipo de proteção. Mas algumas farmácias que já não estariam bem, do ponto de vista financeiro, provavelmente ainda ficaram pior. Mas isto terá que ser avaliado caso a caso e dependerá da gestão e da decisão de cada um. Haverá farmácias que têm que ser deslocalizadas, por exemplo de alguns centros históricos para outras zonas da cidade,

porque ali já não têm a possibilidade de terem sobrevivência económica.

O Governo tem, de uma vez por todas, de pensar nos farmacêuticos como agentes de prevenção primária. E não apenas na prevenção. Nós precisamos estar verdadeiramente integrados e que falem de nós como Serviço Nacional de Saúde

Este Dia Nacional do Farmacêutico vai ser mais uma afirmação dessa esperança? Claro que sim. Independentemente daquilo que foi acontecendo a uns e outros, e infelizmente não só nas farmácias – outras áreas da economia também se viram a braços com situações muito complicadas –, estamos todos aqui a acreditar que vamos recuperar e que vamos dar o nosso melhor como profissionais. O Dia do Farmacêutico, que é celebrado rotativamente nas várias Secções Regionais, pretende valorizar a atividade farmacêutica no seio da sociedade. Por isso, vamos distinguir com a Medalha de Honra da Ordem colegas ou outras personalidades que tenham tido alguma intervenção que valorize a nossa profissão. Vamos também entregar os diplomas aos farmacêuticos que completaram os 50 anos de licenciatura e os Prémios Sociedade Farmacêutica Lusitana, destinados aos jovens que concluíram a sua formação académica, nas várias instituições, com classificação mais elevada. Vamos ainda homenagear o papel dos farmacêuticos na pandemia, contando com a presença do vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, e teremos uma conferência muito interessante, com o professor Jorge Paiva, que é biólogo, já fez 88 anos e é uma fonte de energia inesgotável e um orador que vale a pena ouvir.

Perante o cenário que traçou e a realidade do setor farmacêutico, o que será necessário, da parte do Governo, para apoiar e estimular esta área? Acho que o Governo tem, de uma vez por todas, de pensar nos farmacêuticos como agentes também de prevenção primária. E não apenas na prevenção primária, porque nós precisamos de estar verdadeiramente integrados e que falem de nós como Serviço Nacional de Saúde. Porque um hospital sem farmacêuticos não funciona, os farmacêuticos nas farmácias comunitárias colaboram hoje cada vez mais com os médicos de clínica geral, em proximidade, nos centros de saúde. E a melhoria realmente passa pela prevenção, nós temos que nos preocupar cada vez mais com a prevenção da doença. Os farmacêuticos funcionaram, na pandemia, como parte das equipas de saúde. Podem continuar a fazê-lo? Eu até arrisco dizer que cada vez mais é uma preocupação fazer a prevenção quaternária. O que é que eu quero dizer com isto? Nós temos muitos idosos a tomar um medicamento para os efeitos secundários de outro medicamento que também tomam, porque foram a vários médicos e muitas vezes escondem inclusivamente prescrições que têm. Só o farmacêutico comunitário, quando faz a revisão da medicação, deteta estas sobreposições de medicamentos, que por vezes não são necessários e que têm que ser retirados. E entramos na prevenção quaternária, ou seja, a pessoa tem que deixar de tomar aqueles medicamentos que não precisa. E deve tomar, sim, outros produtos, como suplementos e vitaminas, que por vezes são necessários porque temos uma alimentação errada. E nesse aspeto, mais uma vez, temos que atuar na prevenção. E os farmacêuticos estão capacitados para fazer isso. O farmacêutico, mestre em Ciências Farmacêuticas, tem uma abrangência que engloba toda a parte de histologia, bioquímica, nutrição, enfim, são áreas que dominamos e podemos colocar em prática no nosso dia-adia profissional, em colaboração com os outros profissionais de saúde, muito em particular com os nutricionistas. | Dora Loureiro


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Ordem distingue farmacêuticos, personalidades e instituições

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111 Os farmacêuticos festejam hoje o seu dia. Embora o Dia Nacional do Farmacêutico se assinale a 26 de setembro, este ano a comemoração foi antecipada um dia, para sábado, dia 25, devido ao ato eleitoral que decorre no domingo. Mas, por feliz coincidência, hoje é também o Dia Internacional do Farmacêutico e o aniversário da FIP - Federação Internacional Farmacêutica, efemérides que garantem também o melhor enquadramento às comemorações que se realizam hoje, a partir das 17H00, no Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra. Na sessão de hoje, a Ordem dos Farmacêuticos (OF) vai homenagear vários farmacêuticos, personalidades e instituições que têm vindo a colaborar na luta contra

a pandemia de covid-19, a defender os superiores interesses dos cidadãos no acesso à saúde e a valorizar e prestigiar a profissão no seio da sociedade e do sistema de saúde. A cerimónia conta a participação da bastonária da OF, Ana Paula Martins, do coordenador da task force do Plano de Vacinação contra a covid-19, vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, sendo também esperada a presença da ministra da Saúde, Marta Temido, entre outras individualidades e representantes de entidades ligadas ao setor. Mantendo uma tradição com mais de três décadas, a Ordem dos Farmacêuticos distingue ainda nesta data os farmacêuticos que completaram 50 anos de licenciatura e de dedicação

à profissão, bem como os estudantes que obtiveram as classificações mais elevadas durante o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas. No Museu Nacional Machado de Castro a receção aos convidados inicia-se às 17H00. Meia hora depois começa a cerimónia, com as intervenções de Anabela Mascarenhas, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Farmacêuticos, de Ana Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, e de Marta Temido, ministra da Saúde. Às 18H00, segue-se a homenagem aos farmacêuticos e entidades que se distinguiram na colaboração e apoio ao combate à pandemia. Para as 18H30 está prevista a entrega das Medalhas de Honra da Ordem dos Farmacêuticos

e, às 19H00, terá lugar a conferência “Plantas, Mitos, Fabulações e Realidades”, que será proferida pelo professor Jorge Paiva, do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra. A entrega dos diplomas aos farmacêuticos com 50 anos de licenciatura e dos prémios “Sociedade Farmacêutica Lusitana” encerram a sessão. Distinções na região Centro Da área da Secção Regional do Centro da Ordem dos Farmacêuticos serão homenageados, pelos 50 anos de profissão: Maria Augusta Henriques Lopes; Alice Maria da Conceição Valla Serafim Teixeira Gonçalves; Alda Beatriz Caseiro Branco Gama; Alzira da Ressureição Feitro Simões Silva Manata; Clara Gomes de Morais Marques; Estela dos San-

tos Freitas Gouveia Pinho Marques; Carlos José Coelho Marques da Costa; Maria de Lurdes Mendes Alves Baeta; Isabel Maria Parreira Curado; Maria da Conceição Pinto André Tavares; Maria de Lurdes Vilhena Beja Cachulo; Maria de Lourdes Baptista da Costa; Maria Alice Neves Grade Poiares da Silva; Lídia Correia Gonçalves; Maria Teresa dos Santos Morgadinho Carvalho. Os melhores alunos Quanto ao Prémio Sociedade Farmacêutica Lusitana, que distingue farmacêuticos que concluíram a formação universitária com melhores médias finais, no ano letivo 2019/2020), serão distinguidos, da área da região Centro, Natália Maria Ferreira Gonçalves (Faculdade de Farmácia da Universidade

de Coimbra) e Ana Margarida Mendes Moreira (Universidade da Beira Interior). Conferências nas ilhas Entre as iniciativas organizadas no âmbito das comemorações do Dia do Farmacêutico 2021, destaque ainda para as conferências que vão decorrer nos Açores e Madeira, com transmissão online para todo o país, sobre a intervenção dos farmacêuticos no sistema de saúde e, muito particularmente, nos respetivos Serviços Regionais de Saúde. Para o dia 29 de setembro, está reservada a realização de uma sessão conjunta com a AICIB - Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica dirigida aos farmacêuticos hospitalar, sobre a investigação e inovação científica. | Dora Loureiro


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Distribuição dos farmacêuticos pelo país

Fonte: Ordem dos Farmacêuticos

Aliados na garantia dos pilares do Serviço Nacional de Saúde 111 Em Portugal existem, atualmente, 15.175 farmacêuticos em atividade, de acordo com os dados da Ordem dos Farmacêuticos (OF). O maior número de farmacêuticos desempenham funções na área da Secção Regional do Sul da OF, num total de 7.525. No Centro existem 2.694 farmacêuticos e no Norte estão em atividade 4.956 profissionais.

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Dos boticários... No nosso país existem farmacêuticos desde 1449, época em que estes profissionais eram conhecidos como boticários. As suas funções centravam-se na preparação oficinal de medicamentos ou substâncias medicamentosas. Por esta razão, até há cerca de uma década, as farmácias eram

denominadas Farmácias de Oficina. Progressivamente, a atividade do farmacêutico começou a centrar-se cada vez mais no cidadão, vindo a desenvolver-se serviços de apoio essencialmente à comunidade servida pela farmácia, passando assim a usar-se mais frequentemente a designação de Farmácia Comunitária. Hoje, o espectro de atividades exercido pelo farmacêutico comunitário é amplo, podendo variar de país para país. Portugal é frequentemente referido nos meios políticos e científicos como um dos países na Europa em que um maior leque de serviços é disponibilizado à população. Na realidade, pela ampla cobertura geográfica que as farmácias têm no território nacional

e pela elevada competência técnico-científica dos seus recursos humanos, estas estruturas tornaramse aliados essenciais para a garantia dos pilares preconizados no Serviço Nacional da Saúde (SNS): a acessibilidade ao medicamento e a equidade na prestação de cuidados de saúde de qualidade a todos os cidadãos, independentemente da sua localização geográfica. Em muitas zonas do território nacional, as farmácias são a única estrutura de saúde disponível capaz de prestar cuidados de proximidade, sendo nestes locais o farmacêutico o único profissional capaz de evitar deslocações desnecessárias a outros serviços de saúde perante transtornos de saúde menores, através da dispensa

e aconselhamento sobre o uso correto de medicamentos não sujeitos a receita médica e medicamentos de venda exclusiva em farmácia. Tem também um papel determinante na promoção da literacia em saúde e na promoção da correta navegação do cidadão dentro do sistema de saúde, favorecendo o bom uso dos escassos recursos disponíveis. Áreas profissionais muito variadas Para além da área da Farmácia Comunitária, os farmacêuticos exercem funções na área das Análises Clínicas e Genética Humana; Distribuição Farmacêutica; Ensino Farmacêutico; Farmácia Hospitalar; Indústria Farmacêutica; Investigação Científica, Assuntos Regulamentares,

entre outra áreas profissionais. As Análises Clínicas são a segunda área profissional com maior número de farmacêuticos em exercício, depois da Farmácia Comunitária. Também todos os hospitais têm a sua farmácia e todas as farmácias têm os seus farmacêuticos. O farmacêutico hospitalar integra uma vasta equipa multidisciplinar de saúde que trabalha nos hospitais, estando diretamente envolvido na aquisição e boa gestão dos medicamentos, na sua preparação e distribuição pelos blocos e enfermarias. Por outro lado, a industrialização da produção de medicamentos retirou das boticas um serviço que por tradição lhe estava associado. O crescimento da

Indústria Farmacêutica potenciou a descoberta de novos medicamentos, para doenças até então incuráveis. E os novos fármacos trouxeram maior esperança média de vida, melhor qualidade de vida e enormes ganhos em saúde para a humanidade nas últimas décadas. A formação de base dos farmacêuticos fornecelhes uma importante bagagem técnico-científica para o desenvolvimento de múltiplos projetos de investigação nas várias áreas das Ciências da Vida. Investigadores farmacêuticos espalhados pelo país e em vários centros de investigação internacionais desenvolvem os seus trabalhos e dedicam com afinco a projetos que almejam uma aplicação prática.


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26 de setembro. Dia Nacional do Farmacêutico

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Ana Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos

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A pandemia que ainda vivemos mostrou que somos um povo preparado, sem vacilações, e os farmacêuticos, respondendo na linha da frente aos apelos do País, revelaram a sua preparação, a sua consciência e contribuíram de todos os modos possíveis e inequivocamente para o êxito que tem sido o combate à covid-19

s farmacêuticos portugueses assinalam no calendário duas datas especiais: 25 de setembro, Dia Mundial do Farmacêutico, que foi instituído pela FIP, Federação Internacional Farmacêutica, e 26 de setembro, dia dos seus padroeiros São Cosme e São Damião e Dia Nacional do Farmacêutico. A Ordem assinala as duas datas em sequência, premiando, em sessão solene, os profissionais e os estudantes que mais se destacaram e recordando o que foi feito e o que ainda fica por fazer para o reforço do papel do farmacêutico. Os farmacêuticos portugueses têm pautado a sua intervenção com uma atitude colaborativa, procurando mais a solução do que os problemas. Ao longo do último ano, as farmácias comunitárias mantiveram-se organizadas e foram dos poucos espaços que se mantiveram sempre abertos, mesmo no período agudo do confinamento, como verdadeiros portos de abrigo, fornecendo conselhos e limitando as incertezas e os receios. Por seu turno, os farmacêuticos hospitalares reagiram de modo notável aos desafios que a pandemia lhes ia reservando e desenvolveram soluções de proximidade para fazer chegar os medicamentos aos utentes que não deviam deslocar-se aos hospitais. Foi o caso da Operação Luz Verde que contou com um contingente de voluntários farmacêuticos. A pandemia que ainda vivemos mostrou que somos um povo preparado, sem vacilações, e os farmacêuticos, respondendo na linha da frente aos apelos do País, revelaram a sua preparação, a sua consciência e contribuíram de todos os modos possíveis e inequivocamente para o êxito que tem sido o combate à COVID-19.

25 - 26 SETEMBRO


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