Centro tem futuro 2017

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O CENTRO TEM FUTURO

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Este suplemento faz parte integrante do DIÁRIO AS BEIRAS de 11|02|2017 e não pode ser vendido separamente

alto patrocínio:


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opinião

No Centro, 2017 promete mudanças e melhorias

Agostinho Franklin diretor

passado, a contar com um conjunto de consultores de referência, que enriquecemos com mais dois elementos - e que a todos agradecemos, pela sua espontaneidade e colaboração séria e franca. Também aqui o Diário As Beiras faz inovação ao integrar no seu seio o mérito e a reflexão de quem, na sociedade civil, atua e realiza. Também é devido um reconhecimento aos patrocinadores deste trabalho que responderam positivamente a um ‘caderno de encargos’ pouco comum para estar presente num trabalho com estas características. Num documento O CENTRO TEM FUTURO’2017, para guardar como registo, queremos já convidá-lo a si, leitor, para o O CENTRO TEM FUTURO’2018!

Apoio às empresas da região será sempre uma prioridade do Centro 2020

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O

caderno que hoje lhe apresentamos, fazendo antecipação do que de inovador se vai realizar na região Centro em 2017, é um bom exemplo de que a região que habitamos é dinâmica, tem potencial e se afirma cada vez mais nos seus diferentes componentes. Como se observa da sua leitura, ele implicou pesquisa, consulta e discussão dos nossos jornalistas com entidades e personalidades por nós solicitadas para, com o seu contributo, conseguir produzir uma radiografia ajustada do que acontecerá e se realizará em 2017. São 48 páginas proativas, ajudando a criar, também, desta nossa região, uma visão do que de positivo se constrói, se realiza, ... se afirma. Continuamos, como no ano

Presidente da CCDRC

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editorial

Ana Abrunhosa

o centro tem futuro ‘2017

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DIRETOR Agostinho Franklin | CHEFE DE REDAÇÃO Dora Loureiro | COORDENADORA DEP. GRÁFICO Carla Fonseca 56 LICENCIATURAS

O

Programa Operacional Regional do Centro - Centro 2020 tem uma doação de 424 milhões de euros do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) nos Sistemas de Incentivos para apoio a projetos empresariais de inovação produtiva, de empreendedorismo, de qualificação e internacionalização. Para além do Centro 2020, no âmbito do Portugal 2020, o Programa Compete 2020 apoia também projetos empresariais de maior dimensão. Contudo, hoje abordarei apenas os apoios do Centro 2020. Dos 424 milhões de euros previstos nos sistemas de incentivos, a 31 de Janeiro de 2017, estão comprometidos 441 milhões de euros de fundo europeu. Isto significa que o Centro 2020 já aprovou para as empresas da região um valor superior à respetiva dotação. Poderá esta situação constituir um problema para as empresas da região Centro que queiram apresentar projetos inovadores ao Centro 2020? A resposta é não, e por vários motivos. Em primeiro lugar, é normal na gestão dos fundos comunitários fazer-se overbooking, ou seja, fazer aprovações num montante superior à dotação. Isto faz-se para compensar quebras resultantes de: 1 ) projetos que depois de aprovados não são levados a cabo; 2 ) projetos que se concluem com uma execução abaixo do previsto no contrato de financiamento; 3 ) quebras resultantes de auditorias. Em segundo lugar, dos 441 milhões de euros de FEDER aprovados foram pagos às empresas pelo Centro 2020 cerca de 95 milhões de euros. Este desfasamento entre aprovações e execução nesta fase não é preocupante, sobretudo se tivermos em consideração que a maioria das aprovações ocorreu no ano de 2016. Todos sabemos que a implementação de investimento de investimento demora tempo. Assim, não faltará recursos às empresas que apresentem pedidos de pagamento. Em terceiro lugar, porque vamos reforçar as verbas afetas aos sistemas de incentivos de modo a garantir que continuamos a ter avisos de concursos para os projetos das empresas da região Centro. Vamos também fazer uma monitorização e acompanhamento dos projetos aprovados e que já se deveriam ter iniciado. A ideia é conhecer os problemas que as empresas estão a enfrentar, e perceber em que medida podemos ajudar e ter, simultaneamente, a perceção se efetivamente esses projetos vão em diante. A não execução de projetos com contrato de financiamento implica um custo de oportunidade significativo, ou seja, a retenção de verbas que poderiam ser atribuídas a outros projetos de investimento. Concluindo, as empresas da região Centro revelaram uma dinâmica extraordinária a que o Centro 2020 correspondeu e vai continuar a corresponder. O que agora se pede é que se executem os projetos aprovados. Uma garantia damos, o estímulo à inovação, competitividade e internacionalização da economia regional é um dos principais objetivos do Centro 2020, pelo que o apoio aos investimentos empresariais inovadores e diferenciadores será sempre uma prioridade. Nota importante: No início de 2010 (no período 2007-2013 ), ou seja, no período comparável do QREN, no âmbito dos sistemas de incentivos, o programa operacional regional tinha aprovado 197 milhões de euros FEDER em projetos empresariais e tinham sido pagos 33 milhões de euros. 58775

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O futuro construído hoje

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opinião

João Ataíde

João Ataíde das Neves Presidente da CIM Região de Coimbra

O ano de 2017 na Região de Coimbra

A

dimensão territorial, populacional e económica da Região de Coimbra permite uma visão otimista sobre o posicionamento futuro da região nos referenciais de crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, sobre o seu contributo para o cumprimento das metas nacionais e, principalmente, sobre o papel da Comunidade Intermunicipal na programação e concretização da estratégia de desenvolvimento. O apoio à criação de valor efetivo nos setores da educação, turismo, cultura, empreendedorismo, mobilidade urbana, ambiente, eficiência energética, apoio social/inclusão e modernização administrativa faz emergir a CIM Região de Coimbra como força indiscutível no contexto da região Centro. Esta justificada ambição é temperada pelo reconhecimento que a aplicação dos fundos europeus estruturais no período 2014-2020 enfrenta um conjunto de desafios já identificados e que incluem, entre outros, a contração económica e de restrição ao investimento e à despesa pública. A CIM Região de Coimbra está preparada para os desafios que enfrenta através do planeamento rigoroso e com a mais premente consideração pelo território na definição das políticas e crescente envolvimento das instituições locais e regionais no funcionamento dos sistemas económicos e sociais. É reconhecido o potencial de valorização económica dos recursos naturais e patrimoniais, em setores como o da energia, turismo e indústria, mas, ao mesmo tempo, é necessário atender à tendência de despovoamento e envelhecimento populacional e à persistência de dificuldades de acesso às principais bolsas de emprego e serviços, questões que são necessariamente diferentes das enfrentadas pela população no eixo urbano do litoral, onde a concentração de recursos humanos e técnicos, equipamentos e infraestruturas reclamam outras respostas. Sem prejuízo de novos nichos de atividade, é consensual que os apoios na região de Coimbra devem concentrar-se nos setores da saúde e ciências da vida, educação, energia, agricultura, indústria agroalimentar, silvicultura e produtos florestais e turismo. Devido aos perfis, densidades e dinâmicas populacionais e económicas muito diferenciadas, com consequências no acesso às principais bolsas de emprego e consumo, às fontes de financiamento às empresas, aos serviços e equipamentos sociais, a CIM Região de Coimbra está determinada a travar a tendência de agravamento das desigualdades sociais e territoriais gerada pela agudização da crise económica nos últimos anos, garantindo que “não se deixa ninguém para trás”, ou seja, criando condições para que todos os grupos e territórios beneficiem da estratégia de desenvolvimento regional, ainda que de diferentes formas e em diferentes graus. 2017 é ano de ação para a CIM Região de Coimbra, com a implementação de projetos decisivos para a aplicação da visão estratégica que definimos para o nosso território. Os 19 Municípios que compõem a maior Comunidade Intermunicipal de Portugal querem uma região exemplar na gestão eficiente dos recursos naturais e do património, orientada para a redução dos custos energéticos suportados pelas organizações e famílias e para a sustentabilidade dos valores ambientais e culturais. Estes mesmos 19 Municípios trabalham diariamente para que tenhamos a curto prazo uma região pioneira e líder na construção de um sistema educativo, científico e tecnológico de referência nacional, orientado para o aumento da capacidade inovadora, produtiva e exportadora do tecido empresarial regional. Finalmente, estamos determinados na construção de uma região comprometida com a diversidade das identidades e modos de vida locais, através da valorização do potencial endógeno, da facilitação da mobilidade e da garantia de equidade nas condições de acesso ao emprego, saúde, educação e proteção social. Esta é apenas uma síntese da estratégia para o território, partilhando da ambição e a visão política que os atores da Região de Coimbra consigam maximizar. Contamos com todos!

José Couto

Presidente do Conselho Empresarial do Centro (CEC/CCIC)

É preciso continuar a começar

O

lhar para a Região Centro é também olhar e analisar os seus dados estatísticos, nem sempre atualizados, mas que transmitem tendências e permitem orientar ações para potenciar as forças e colmatar as suas fraquezas. Atendendo a dados provisórios do INE, a Região Centro representou em 2015 cerca de 21,8% das empresas nacionais, o que não é nada de novo, e o número de empresas novas superou as que sucumbiram, contudo ficou em antepenúltimo na criação líquida de sociedades (Barómetro CCDRC). Um estudo de julho de 2016 da Informa D&B, que analisa o empreendedorismo em Portugal no período de 2007 a 2015, indica que as startups representaram 7,15% das empresas jovens nacionais e que a Região Centro foi um dos núcleos de concentração de criação de empresas nos últimos anos, a seguir ao Norte e à Área Metropolitana de Lisboa. Sendo assinalável que grande parte destas empresas resultam de projetos que começam nas Universidades tendo um perfil muito tecnológico e baseado em processos e produtos inovadores. O crescimento destas startups contribui positivamente para a criação de emprego e para o desenvolvimento da atividade económica e na sua maior parte têm uma ambição de internacionalização, definida desde a sua criação, que muito ajudará a manutenção de um saldo positivo entre exportações e importações. A manutenção destas empresas na Região é um desafio claro e que tem que ser assumido. A saída destas empresas para outros territórios terá que ser contrariada porque a sua fixação é crucial para impulsionar a economia regional. Será necessário criar condições para a fixação e facilitar a passagem das áreas de incubação para áreas de localização empresarial. Não pode o tema da inovação não ser abordado num contexto de crescimento e desenvolvimento da atividade económica da Região. A inovação está diretamente ligada à criação de vantagens competitivas, ao acréscimo da competitividade e à criação de valor económico. Nesse contexto, é necessário que todas as empresas vejam no processo de inovação e de reforço tecnológico uma forma de modernização, de ajustamento e de resposta aos desafios postos por uma conjuntura internacional altamente indefinida em termos políticos que condicionará, provavelmente nos próximos anos, a economia internacional e as trocas comerciais. As empresas estão conscientes que têm que procurar acréscimos de competitividade, e sabem que para isso é necessário investir, porque não basta ter novas ideias de “como fazer” é necessário concretizar e transformar ideias e processos inovadores em produtos e serviços aceites pelos clientes. O Investimento na atividade económica, particularmente na Indústria, mostra-se prioritária de forma a que competitividade da Região possa crescer de forma sustentada e capaz e ajustada ao paradigma da indústria 4.0. Mas também servem para melhorar a performance imediata, nomeadamente ao nível da produtividade. A produtividade da Região é baixa, quando a comparamos com as outras NUT II – o Centro apresenta-se em penúltimo na produtividade do trabalho. Dados provisórios indicam que as exportações de bens da Região Centro ascenderam a 9,6 mil milhões de euros em 2015, representando 19,4% do total nacional. A Região manteve em 2015 uma taxa de cobertura das importações pelas exportações de bens positiva – 124,4%. Porém, é necessário estar atento ao perfil das empresas responsáveis pelas exportações e à sua dimensão. O número de empresas que exportam na Região não cresceu significativamente e essa deverá ser uma preocupação: aumentar o número de empresas que colocam produtos fora do país obrigando-as a ser competitivas. É incontornável que as empresas do Centro aproveitem as potencialidades que podem advir do Portugal 2020. No quadro comunitário em que nos encontramos, as prioridades passam pelo reforço da competitividade e da produtividade do tecido empresarial, pela criação de novas empresas, pelo apoio à inovação e à I&D e pela qualificação do potencial humano. Este é o instrumento mais imediato e mais acessível o que torna imprescindível a utilização dos fundos como forma de estimular o investimento das PME. Muitas destas pequenas empresas estão localizadas em territórios do interior de “baixa densidade”, e através do aproveitamento dos fundos comunitários para consolidar a atividade de empresas que criem riqueza servirá para travar a erosão económica e social e fixar populações. A preocupação da travagem da desertificação através da atividade económica, embora não seja a solução, faz parte da solução. Para as Associadas do CEC a criação de investimentos com dimensão que permita captar mão de obra e gerar atividade económica complementar para esses territórios, terá resultados com efeito na coesão social. A Região Centro possui um conjunto de cidades de média dimensão que podem formar uma rede que gere complementaridades positivas, uma rede participativa que promova vantagens. A Região Centro pode preconizar a assunção de projetos comuns que potenciem a sua competitividade e capazes de atrair investimento com dimensão internacional: um território heterogéneo caracterizado pela proximidade de pólos citadinos, com cidades universitárias, com um litoral próximo da fronteira com Espanha, com vias de comunicação de boa qualidade, com uma atividade económica diversificada. O Centro deverá apostar na alavancagem de indústrias que apostem em bens e serviços transacionáveis com valor acrescentado, aumentar a capacidade de inovação, de internacionalização e de diversificação de mercados das suas empresas e startups, promover a criação de emprego e a valorização da mão-de-obra qualificada, apostar numa política de cooperação entre autoridades públicas, instituições de I&D e empresas, e saber aproveitar as complementaridades da região. Provavelmente estas ideias estão em vários diagnósticos mas, lembrando Mestre Almada Negreiros, cuja sua ultima grande obra foram os painéis Começar, também nós temos que começar: começar a digerir os diagnósticos e agir, até porque Começar é sempre o primeiro passo para Inovar...


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opinião

Carlos Cortes

Presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos

O SNS tem dificuldades mas continua a ser um suporte inestimável de apoio e coesão social. O SNS está de parabéns!

A

oliveira é uma árvore de raízes profundas e de grande resistência. Aguenta secas e baixas temperaturas. Ao longo da História tem sido venerada, constituindo um elemento importante de muitas civilizações. Não é por acaso que existe em Coimbra uma Oliveira que simboliza o Serviço Nacional de Saúde (SNS). É à sua imagem. Recentemente, foi amplamente divulgado na comunicação social o último ranking do subiu do Euro Health Consumer Index (que compara e classifica o desempenho dos sistemas de saúde de 35 países europeus através de um complexo sistema de pontuações) Portugal obteve uma excelente classificação, de 2015 para 2016, subiu seis posições neste ranking internacional e pela primeira vez, está colocada à frente de países como o Reino Unido ou a Espanha. Este estudo anual, efetuado por uma organização sueca, tendo em conta a perspectiva dos utentes/ consumidores, coloca Portugal em 14.º lugar, com 763 pontos num máximo de 1000. Na perspetiva do utente, estes dados são muitos importantes. O facto do doente avaliar positivamente o seu Serviço Nacional de Saúde é, para nós, também muito positivo. Mas esta classificação não deixa de ser surpreendente. Sabemos e conhecemos bem as dificuldades que tem atravessado o Serviço Nacional de Saúde. Sabemos e conhecemos bem as consequências nefastas do subfinanciamento neste setor do Estado. Portugal continua mal na equidade no acesso, Portugal continua mal devido à elevada percentagem do orçamento familiar que é dedicado diretamente às despesas com cuidados de Saúde. Sabemos e conhecemos bem a desorganização e a falta de planeamento no Serviço Nacional de Saúde que tem tido consequências desastrosas criando carências geográficas incomportáveis e faltas de médicos em várias especialidades. Continuamos sem cuidados de saúde oral no serviço público de saúde, o que é uma grave lacuna. Mas, e apesar de todas estas dificuldades, temos fatores de excelência que têm dado todo o seu sentido ao Serviço Nacional de Saúde. O SNS tem reconhecidas dificuldades mas continua a ser um suporte inestimável de apoio e coesão social. O que este estudo nos demonstra, é a robustez do Serviço Nacional de Saúde. O nosso sistema público foi construído para resistir a tudo (ou quase tudo), a crises financeiras, a suborçamentações, a decisões erradas, a falta de planificação e até falta de organização, a falta de recursos humanos e às consequências de gestores medíocres e incompetentes. O SNS está de parabéns! E estão de parabéns os que o idealizaram e criaram. Estão de parabéns os profissionais de saúde que o viabilizam no dia a dia. O difícil será manter esta trajetória e aceitar a exigência de fazer sempre mais e melhor! Em Coimbra, o setor da Saúde convoca-nos para um desafio constante: na investigação, na formação e na prestação de cuidados de saúde, Coimbra desempenha um papel central no desenvolvimento do nosso País. Neste ranking anteriormente citado, guiados pelos indicadores fornecidos pelos nossos doentes, sabemos que estamos no bom caminho, mas temos a obrigação de atingir patamares mais favoráveis, de orientar o SNS para os que dele necessitam e respeitando os profissionais. A bem do Serviço Nacional de Saúde e dos doentes.

Duarte Nuno Vieira

Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra

A saúde constitui um claro exemplo do potencial da cidade e da região Centro

A

saúde é, indiscutivelmente, uma das áreas em que Coimbra constitui referência no panorama nacional. Dotada de um dos maiores e melhores hospitais públicos do país e de um conjunto de outras unidades públicas de saúde também altamente qualificadas, a cidade conta ainda, neste âmbito, com uma rede significativa de unidades privadas, cuja oferta, em termos de cuidados de saúde, supera em muito as suas reais necessidades e até mesmo as da região. Mas são todas elas unidades que vêm evidenciando sucesso, o qual decorre do facto de terem conseguido obter uma projeção nacional e até internacional. Na realidade, a saúde de Coimbra tem sabido estar permanentemente atenta aos ventos de mudança, aos fenómenos do tempo presente, a esta sociedade em constante e acelerada mutação em que vivemos. E as suas unidades de saúde, públicas e privadas, têm sabido manter um contínuo esforço de modernização e desenvolvimento, adaptando-se à contínua evolução técnica e científica, às permanentes mudanças sociais e culturais, às necessidades, anseios e exigências de doentes e familiares. E têm feito muito para assegurar um cumprimento exemplar daquele que é o seu papel: o de centros de prestação de serviços de saúde altamente qualificados, de centros de formação e de ensino, e de centros de investigação científica. E a cidade pode orgulhar-se de ver estas suas unidades conseguirem concretizar um papel de vanguarda nestas diversas vertentes; orgulhar-se do facto de dispor de serviços de saúde modernos e dinâmicos, que pulsam ao ritmo da vida e das necessidades sociais. Serviços nos quais aqueles que a eles recorrem, encontram um atendimento profundamente diferenciado e humanizado; serviços que lhes inspiram a confiança, a tranquilidade e o conforto de que necessitam nas fases difíceis da vida que por vezes atravessam; serviços que tudo fazem para lhes aliviarem a angústia e o sofrimento, para lhes restituírem, na melhor medida possível, a saúde, a esperança e a alegria de viver. Apesar dos tempos de complexidades que o país tem atravessado, das dúvidas e angústias que nos têm afetado e continuarão a afetar, de ainda estar longe de ser ultrapassada a situação de crise em que temos vivido, a saúde em Coimbra tem conseguido superar as dificuldades, tem mostrado capacidade para romper com as rotinas, com a passividade, com a inércia, com a falta de ambição. E tem demonstrado energia, iniciativa, criatividade, imaginação e ousadia. E não apenas na área médica, mas também noutras áreas da saúde e, muito especialmente, na área farmacêutica. A saúde constitui um claro exemplo do potencial da cidade e da região Centro. Exemplo de que é sempre possível fazer mais e melhor, e construir um futuro cada vez mais credível. Temos hoje e teremos sempre, uma larga margem de progressão. E se na área da saúde a cidade e a região Centro têm sabido reinventar um futuro melhor do que o presente e tem conseguido lutar por ele, acreditando nas potencialidades desse percurso, tem seguramente também todas as capacidades para o conseguir noutras áreas. É certo que nem sempre se atingem os objetivos. Mas quando não os alcançamos não podemos desanimar nem desistir, mas antes adquirir novo alento para tentar conseguir na próxima. A abstenção é aliada do conformismo e adversária do desenvolvimento. Acreditemos nisso. Acreditemos em manter vivo o sonho e em fazê-lo crescer. Acreditemos que, em conjunto, podemos fazer coisas espantosas e que Coimbra e a sua região, poderão concretizar projetos fortes e exemplares, em todos os sectores, que assumam como matriz a bandeira da excelência e da qualidade.


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10 | o centro tem futuro ‘2017 Arganil Ricardo Pereira Alves

Cantanhede João Moura

E

stou convicto que 2017 será um ano de consolidação para Arganil e para a Região de Coimbra, cuja riqueza e competitividade estão alicerçadas na diversidade, inovação e dinâmica das suas gentes, das suas empresas e das suas Instituições! Com o dinamismo, a visão estratégica e a proatividade da sua Comunidade Intermunicipal, a Região de Coimbra terá este ano maior desenvolvimento e coesão social e territorial, através da concretização de projetos em rede, em áreas tão distintas como a Educação, a Saúde, o Empreendedorismo, a Cultura, o Turismo ou a Modernização Administrativa. Com a cooperação intermunicipal reforça-se a identidade e a capacidade da Região de Coimbra, contribuindo para que os seus cerca de 460 000 habitantes continuem a considerar este o melhor território para viver, visitar e investir!

Tempo de esperança

ara falar do futuro da CIM - Região de Coimbra é preciso começar por relevar o seu papel na identificação de alguns eixos dinâmicos de desenvolvimento intermunicipal e a convergência de posições relativamente à necessidade de as ações que promove possuírem a escala suficiente para otimizar recursos e ampliar benefícios numa perspetiva integrada, tendo em vista o reforço da coesão territorial numa base regional. Em todo o caso, creio que se acentuou também a perceção de que as CIM têm de avançar para a consolidação de uma orgânica tendente ao reforço da sua participação nos processos de decisão relativamente aos programas em que intervém, no quadro das suas atribuições, no sentido de desencadearem políticas integradas para potenciar ainda melhor os recursos endógenos e as vantagens comparativas que cada município. Creio que dessa forma seriam criadas condições mais favoráveis à prossecução dos seus fins, designadamente na promoção do planeamento e da gestão da estratégia de desenvolvimento económico, social e ambiental dos territórios.

m 2017, espero que seja possível aplicar fundos comunitários de forma eficaz e produtiva e estou convicto de que será um ano de fortalecimento da Região de Coimbra. Temos condições para sermos, cada vez mais, uma das mais relevantes regiões do país. Desde logo pela atratividade turística, ancorada nos produtos endógenos e no património natural, edificado e cultural. Também dispomos de meios para melhorarmos os indicadores da nossa economia e, principalmente, a criação de emprego. A Região de Coimbra tem procurado argumentos para se tornar cada vez mais competitiva, tanto internamente como nos mercados internacionais e estamos a fomentar um modelo económico baseado no conhecimento e na tecnologia. Esta transformação, empreendida também pelos Municípios, já está a criar riqueza socialmente útil e os benefícios para a nossa região vão ampliar-se a médio e longo prazo.

Presidente da Câmara

a ação que, ao longo de ano de 2017, a CIM Região de Coimbra se propõe levar a cabo. Essa expectativa relaciona-se com o facto de a CIM ser hoje um importante gestor de verbas comunitárias, no quadro do seu Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial, que estão já a financiar investimentos muito significativos para a Figueira da Foz em diversas áreas: saúde e educação, eficiência energética e modernização administrativa, entre outros. É ainda imperioso realçar, neste contexto, o debate que está em curso em torno da proposta de alargamento das atribuições e competências das CIMs e que pode reforçar a crescente importância que estas entidades ocupam no contexto da organização do Estado.

A

pesar de algumas dificuldades presentes nestes processos, reconhecemos a extrema importância dos apoios disponibilizados através do Portugal 2020 para a concretização de um conjunto de investimentos essenciais para a qualidade de vida das populações, cuja resolução não está ao alcance dos recursos limitados dos Municípios que nos últimos anos sofreram de cortes significativos por parte da Administração Central e que só agora beneficiam de uma recuperação, fruto da nova política assumida pelo actual Governo de reforço do papel desempenhado pelo Poder Local. O Município de Góis está atento e está a aproveitar todas as oportunidades que lhe são concedidas para aproveitar os fundos comunitários e colocá-los ao serviço da resolução dos vários problemas que ainda subsistem no Concelho.

Três desafios fundamentais

E

ntendo, neste momento, que há três desafios que considero fundamentais no âmbito do concelho de Condeixa-a-Nova e assumidos pela CIM Região de Coimbra. Em primeiro lugar, o programa de combate ao insucesso e abandono escolar, em parceria com todos os municípios que a compõem, porque vemos a Educação como a base para o desenvolvimento. Em segundo lugar, tudo o que está ligado ao empreendedorismo e à criação do próprio emprego, sendo que Condeixa foi o concelho que mais baixou os números do desemprego. Em terceiro lugar, o mapeamento das obras de Conimbriga que a CIM assumiu dentro do Pacto como uma obra importante e de cariz regional. Haverá outros, claro.

Lousã Luís Antunes

da CiM

COiMBRA

para 2017

Miranda do Corvo Miguel Baptista

Presidente da Câmara

Agregar esforços

Estruturação da região

017 será, a vários níveis, um ano importante para a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM RC) A CIM RC assume-se como determinante na mobilização de autarquias e outras instituições públicas, associativismo, empresas e cidadãos - criando sinergias e agregando esforços – para o desenvolvimento da região, nomeadamente para que os Fundos Comunitários – já captados ou a captar – e de dimensão municipal ou intermunicipal, sejam aplicados da melhor forma. A capacidade mobilizadora da CIM RC, a solidariedade e agenda comum dos 19 autarcas – respeitando os projetos e especificidades de cada concelho - serão também de extrema importância para que o processo de descentralização de competências promovido pelo Estado seja o mais objetivo e adequado possível para com os Municípios. Estas prioridades - Fundos Comunitários e Descentralização de Competências – serão a base onde assentará o desenvolvimento da região e a sua afirmação.

CIM Região de Coimbra é, como é sabido, a maior do país em termos de número de Municípios o que torna o trabalho desenvolvido, sem dúvida, mais meritório. Para 2017, natural e primordialmente, espera-se que prossiga no seu importante papel ao nível da implementação de projetos estruturantes para toda a região e, não menos importante, que consiga atingir todos os objetivos a que se propõe, nomeadamente, no que respeita à coesão territorial Por fim, espera-se, cada vez mais, uma intervenção mais forte junto dos agentes económicos, sociais e culturais no sentido de potenciar os valores da Região para que, de forma concertada e construtiva e unindo esforços, façamos da Região de Coimbra um território com mais coesão social mais qualidade de vida e mais riqueza.

2

os desafios

Mira Raúl Ameida

Presidente da Câmara

Presidente da Câmara

Alargar competências Aproveitar os fundos Figueira da Foz encara comunitários com muita expectativa

A

E

Góis Lurdes Castanheira

Figueira da Foz João Ataíde

Presidente da Câmara

Presidente da Câmara

Otimizarrecursos

P

Condeixa-a-Nova Nuno Moita

Coimbra Manuel Machado

Presidente da Câmara

Presidente da Câmara

Região de Coimbra: Mais futuro, em 2017!

diário as beiras | 11-02-2017

A

Presidente da Câmara

União de esforços e conjugação de vontades

A

CIM tem contribuído para a afirmação do território, que se estende do litoral ao interior do distrito, tão diverso como o Baixo Mondego ou o Pinhal Interior Norte, com diferentes pontos de atratividade, mas também de necessidades. Para este ano de 2017 e para o futuro, a CIM irá procurar fortalecer as políticas supramunicipais, numa união de esforços e conjugação de vontades que permitirá alavancar as candidaturas previstas no Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial que beneficiarão o território como um todo e cada um dos municípios. Espero ainda que a CIM continue a ser um parceiro na defesa intransigente de projetos estruturantes para a região, como a conclusão do Metro Mondego e da A13.


o centro tem futuro ‘2017 | 11

11-02-2017 | diário as beiras

Montemor-o-Velho Emílio Torrão

Mortágua José Júlio Norte

Presidente da Câmara

Presidente da Câmara

Presidente da Câmara

Oliveira do Hospital José Carlos Alexandrino

Mealhada Rui Marqueiro

Pampilhosa da Serra José Brito Presidente da Câmara

Presidente da Câmara

Educação e emprego são prioritários

Potênciade afirmação regional

RealizaçãodoPlano IntegradoTerritorial

Concretização de obras

Saber viver em comunidade

desafio para o futuro é continuar a aposta na educação e na cultura, no que temos feito no apoio na aquisição de manuais escolares, no auxílio para a compra de material escolar, no âmbito da ação social escolar, a disponibilizar, gratuitamente, atividades de enriquecimento curricular. O que estamos a fazer é investir no futuro dos nossos jovens, na sua formação, dando-lhes todas as condições propiciadoras de um futuro de esperança. Outro desafio é execução da 2.ª fase das Infraestruturas da Ampliação do Parque Industrial Manuel Lourenço Ferreira. O investimento na ampliação do Parque Industrial irá ajudar a alavancar o tecido empresarial existente, à fixação de novas empresas e à criação de emprego, num concelho que, aliás, regista a mais baixa taxa de desemprego entre os concelhos da região.

CIM-RC tem todas condições para continuar o seu percurso para a constituição de uma grande potência de afirmação regional em termos turísticos, económicos e, inclusivamente, políticos, no âmbito de todas as atividades municipais. Espero que a abertura dos programas de apoio comunitários seja célere, de modo a dar seguimento tanto aos projetos comuns como aos de desenvolvimento em cada concelho, fundamentais para os munícipes e para o reforço e afirmação da região. No caso de Montemor-o-Velho e no âmbito da recuperação do património, anseio pelos arranjos da envolvente Sul do Castelo e pela recuperação do Convento dos Anjos. Um grande feito para CIM-RC para este ano seria também a realização de um evento que juntasse os 19 municípios, numa clara afirmação da sua identidade regional.

E

os projetos que estão negociados para o Município de Oliveira do Hospital, destaque para as empreitadas adjudicadas de requalificação do espaço público e melhoria das infraestruturas da zona envolvente à Igreja Moçárabe de Lourosa (monumento nacional), o Centro de Interpretativo das Ruínas Romanas e a requalificação da Casa Amarela na Freguesia da Bobadela. A Extensão de Saúde de Ervedal da Beira estará concluída neste primeiro semestre deste ano. A reabilitação da Escola Secundária tem um orçamento de um milhão de euros. A CIM-RC tem feito um excelente trabalho no âmbito do Pacto de Coesão do Centro. 2020. Todos os municípios saberão utilizar os financiamentos ao serviço do desenvolvimento e das pessoas. Pena foi que o quadro comunitário do PORTUGAL 2020 tivesse arrancado com cerca de dois anos de atraso.

ara 2017 espero - tal como o meu concelho que saibamos todos viver em comunidade

O

A

Penacova Humberto Oliveira

D

os projetos que estão negociados no âmbito do Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial da Região de Coimbra, destaco a conlusão do Centro Educativo de Lorvão. A aposta na educação é o investimento mais seguro que podemos fazer, preparando melhor os cidadãos para os desafios do futuro. Por outro lado, temos como desafios fundamentais a regeneração urbana e o alargamento da Política de Cidades; a atividade económica e a capacidade de instalação de novas e velhas economias. E, claro, a valorização de todo o património cultural e natural de Penacova, de forma a valorizar da singularidade do património da região. O que importa é fazer da região um território com mais espírito empreendedor, mais coesão social mais qualidade de vida e mais riqueza.

D

Soure Mário Jorge Nunes

Penela Luís Matias Presidente da Câmara

Presidente da Câmara

Valorizar a região

m 2017, espero que o Município consiga levar a cabo tudo o que está previsto no Plano Integrado Territorial, de acordo com os montantes de fundos comunitários que foram alocados a cada município dentro das áreas dos Investimentos Territoriais Integrados (ITI’s). O município da Mealhada está bem lançado, uma vez que tem o Buçaco, tem a Secundária da Mealhada, que já está a concurso público, tem os jardins-de-infância, que só não estão em concurso público porque estão em falta, há meses, os pareceres do Ministério da Educação e a Piscina Municipal tem também uma pequena comparticipação. Naquilo que é o enquadramento global da CIM, estamos atentos às candidaturas que a CCDRC faz depender dos avisos da CIM. Estamos, juntamente com a Fundação, numa que diz respeito ao Património Natural, no âmbito do Turismo em torno do Buçaco e temos ainda uma candidatura aos Públicos Estratégicos que pertence ao quadro da CIM também. Entre estas e outras obras que temos em curso, no valor de27 milhões de euros, contamos que este seja um ano decisivo no Município.

P

Tábua Mário Loureiro

V. N. de Poiares João Miguel Henriques

Presidente da Câmara

Presidente da Câmara

Presidente da Câmara

Identidade territorial

Forte impacto positivo

Trabalho exemplar

Afirmar a região

O

expetativa é de ver a nossa Comunidade Intermunicipal afirmar-se como unidade político-administrativa agregadora, na heterogeneidade dos 19 municípios que a integram. Para 2017 terá em curso importantes iniciativas em áreas-chave, transversais a todos os municípios e nos quais o Município de Soure obviamente se revê e delas antecipa importantes resultados com impactos fortes e positivos. De entre estas iniciativas, apoiadas pelos diferentes programas do Portugal 2020, temos especial expectativa no “Apoio à Modernização e Capacitação da Administração Pública”, que irá promover e permitir uma interação entre os munícipes e as autarquias de uma forma mais célere, cómoda e desmaterializada. É uma oportunidade de colocar a administração autárquica dentro dos padrões exigidos. Outra iniciativa é a “Promoção do Sucesso Escolar e Redução e Prevenção do Abandono Escolar”.

município de Tábua espera que a Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra (CIM RC) continue o bom trabalho que tem sido feito e consiga rapidamente a reprogramação das verbas do Centro 2020, pois temos muitos investimentos que necessitam de ser feitos e precisam de apoio dos fundos comunitários. Considero que o trabalho que tem sido desenvolvido pela CIMé excelente e exemplar e vai permitir que a Região de Coimbra dê um salto qualitativo na afirmação no contexto nacional e mesmo internacional. A nossa região vai da serra até ao mar, passando por Coimbra e pela sua universidade, e tem um património fabuloso que é preciso aproveitar. Mas penso o que está a ser feito pela CIM, da forma como está a ser feito,vai conferir à Região de Coimbra uma marca e um lugar próprios, após este quadro comunitário.

stando inseridos na maior comunidade intermunicipal do país com 19 municípios, o principal desafio que se projeta para 2017 será, desde logo, a necessidade de continuar a afirmar, cada vez mais, a região no panorama nacional, contando para isso com a definição de estratégias que possam contribuir para a promoção e desenvolvimento dos recursos e potencialidades de uma região tão diversa, quanto apaixonante. Neste sentido, é necessário encontrar os pontos de contacto e especificidades comuns, em torno das quais estão unidos os municípios desta região, apostando em áreas e projetos intermunicipais, suscetíveis de maior coesão e capazes ganhar mais escala, de forma a que possam alavancar o desenvolvimento, não numa perspetiva individual e concelhia, mas de toda uma região, destacando sobretudo áreas como a gastronomia, o artesanato, a natureza e a indústria, que se afirmam com marcas fundamentais do nosso território. Sóassimserápossívelcaptar investimentoeaproveitarasoportunidadesqueseperspetivamnoâmbito dosfundosestruturaisequeserão fundamentaisparaapotencialização dosrecursosecapacidadesdecada um,enquantoatoreseagentesdedesenvolvimentodetodaaregiãocentro.

grande desafio da Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra (CIM RC), neste ano e nos próximos anos, é a criação de uma identidade territorial comum. A Região de Coimbra tem uma identidade territorial muito complexa e divergente, reflexo das diversas caraterísticas dos seus territórios. É preciso claramente trabalhar a sua identidade territorial, numa estratégia transversal e comum aos seus territórios, mas percebendo qual é a sua diversidade e valorizando os aspetos diferenciadores. Para isso, é necessário também trabalhar essa diversidade, de forma individual e envolvendo, numa estratégia global, a transferência de conhecimento, de centros universitários e empresariais, de modo a valorizar as pontencialidades dos territórios.

A

O

E


12 | o centro tem futuro ‘2017

diário as beiras | 11-02-2017

Síntese

o centro têm futuro ‘2017

CENTRO DATA

Indicadores segundo o posicionamento da Região Centro face às restantes regiões NUTS II (ordenação por dimensão e por posição relativa)

Síntese

janeiro de 2017

Exportações Exportações de de bens bens no no PIB PIB Investimentoem emI&D I&D PIB Consumo de energia primária no PIB Consumo de energia primária no PIB Investimento nono PIB

Indicadores segundo o posicionamento da Região Centro face às restantes regiões NUTS II RIS Emissão gases com efeito Emissão dede gases com efeito de estufa estufa no no VAB VAB Innovation Scoreboard (ordenação por dimensão e relativa) 2 por posição Regional

novembro de 2016

2 Doutorados habitante Doutoradospor por 1.000 habitantes 3 Exportações Exportações de de bens bens no no PIB PIB Consumodedeenergia energiaprimária primária Investimentoem emI&D I&DnonoPIB PIB Consumo Investimento 2 nonoPIBPIB

Energias Energiasrenováveis renováveisno noconsumo consumode deenergia energia elétrica elétrica

Emissão derendimento gases com efeito de estufa estufa no VAB Emissão de gases com efeito Rendimento familiar (coef. variação) Dispersão do familiar

3

Energias Energiasrenováveis renováveisno no consumo consumo de de energia energia elétrica

Dispersão da variação(desvio populacional Variação populacional padrão)

2

2

3

33

6

1

6

3

2

4

Beneficiários do RSI 1 por 1.000 habitantes Taxa de de desemprego desempregojovem jovem

2

Produtividade Produtividadedodotrabalho trabalho

3

Abandono escolar escolar precoce precoce Abandono

Produtividadedo dotrabalho trabalho Produtividade População Populaçãojovem jovemcom comformação formaçãosuperior superior

2

2 1 Resultados de exames exames nacionais nacionais de 3 Resultados Abandonoescolar escolarprecoce precoce Abandono

4

Taxa Taxade dedesemprego desemprego

VariaçãoVariação da população da população

Aprendizagem longo vida Aprendizagem aoao longo dada vida

2

Taxa de de desemprego desempregojovem jovem

Crescimento Crescimento real real do do PIB PIB

2 3

Crescimento Crescimentoreal realdo doPIB PIB

Criaçãolíquida líquidade desociedades sociedades Criação

5

6

4

Empresas gazela

Beneficiários do RSI por habitante

PIB PIB por por habitante habitante

Criaçãolíquida líquidadedesociedades sociedades Criação

5

3

PIB por habitante habitante

6

6 66

Dispersão da variação populacional Variação populacional (desvio padrão)

Doutorados Doutoradospor porhabitante 1.000 habitantes

4 53

6

Rendimento do total (coef. Gini) Distribuiçao rendimento

por 1.000 habitantes Rendimento do total (coef. Gini) Distribuiçao rendimento

3

6 6

Rendimento familiar (coef. variação) Dispersão do rendimento familiar

Beneficiários do RSI %HQH¿FLiULRV GR 56, SRU KDELWDQWH

RIS Regional Innovation Scoreboard Empresas Empresasgazela gazela

2

População jovem jovem com com formação formaçãosuperior superior

2 %HQH¿FLiULRV GR 56, SRU KDELWDQWH 1Resultados de exames nacionais Taxade deProdutividade desemprego do trabalho Resultados de exames nacionais Resultados de exames nacionais Taxa desemprego 1 1 VariaçãoVariação da população da população PIB por habitante

Aprendizagemaoaolongo longo da vida escolar precoce Aprendizagem da vida Abandono

Beneficiários do RSI Aprendizagem ao longo da vida por 1.000 habitantes Beneficiários do RSI por habitante Resultadosde de exames exames nacionais nacionais Produtividade do trabalho Produtividade trabalho Resultados

2

Emissão de gases com efeito de estufa no VAB

1

Emissão de de gases com efeito de estufa no Emissão gases com efeito no VAB VAB Consumo de energia primária no PIB

6 6 6

Dispersão daVariação variaçãoda populacional população

Consumo Consumo de de energia energia primária primáriano noPIB PIB

4

6 6 4 6 5

Variação da população Crescimento real do PIB Crescimento

Criação sociedades Criação líquida líquida de de sociedades

População jovem com formação superior

2

6ª 3ª

3

4

3 3

Distribuição do rendimento

3

Empresasgazela gazela Empresas

2ª 1ª

|5

3

Exportações de bens no PIB Exportações Exportações de debens bens no noPIB PIB

2

Regional Innovation Scoreboard Regional Innovation Scoreboard RIS Taxa de desemprego

2

3

4ª 1ª

População superior População jovem jovem com com formação formação superior Investimento I&D no noPIB PIB Investimento em em I&D

2

22

3

5ª 2ª

3

Energias renováveis no consumo de energia energia elétrica elétrica Energias

2

7ª 4ª

Energias renováveis no consumo de energia elétrica

2

Investimento em I&D no PIB

Variação da população Variação populacional (desvio padrão)

Aprendizagem ao Aprendizagem ao longo longo da da vida vida

6 6

3

4

2

2

2

53

Empresas gazela

Abandono Crescimento real do PIB Abandonoescolar escolarprecoce precoce

6 6

5

Criação líquida de sociedades

2

1

Dispersão da variação populacional PIB por habitante habitante

3

Taxa dededesemprego Taxa desemprego Doutorados por 1.000 habitantes

Taxa de desemprego jovem

Doutorados por 1.000 habitantes

Dispersão do Rendimento familiar Doutorados por 1.000 habitantes

3

Taxa de de desemprego desempregojovem jovem Taxa Dispersão do rendimento familiar Rendimento familiar (coef. variação)

Distribuiçao total do rendimento Rendimento (coef. Gini)

BARÓMETRO

CENTRO DE PORTUGAL

|5 O Indicador Global de Avaliação da Região Centro foi calculado com base na matriz dos 25 indicadores que integram o Barómetro. Para além deste índice BARÓMETRO

CENTRO DEsão PORTUGAL sintético, também disponibilizados valores agregados para cada uma das suas cinco dimensões: crescimento e competitividade, potencial humano,

fonte barómetro CCDRC jan 2017

qualidade de vida, coesão e sustentabilidade ambiental e energética. O cálculo destes seis indicadores sintéticos (indicador global de avaliação e cinco indicadores por dimensão) partiu da atribuição de pontuações ao posicionamento que a Região Centro assumia face às restantes regiões do país. A cada um dos indicadores do barómetro foi atribuída uma pontuação de 1 a 7 por interpolação linear considerando os valores máximo e mínimo registados pelas regiões NUTS II por indicador: 7 no caso da região ser a melhor, 1 no caso da região ter o pior desempenho, sendo as posições intermédias as que resultam desta interpolação. No caso de dois indicadores específicos (“crescimento do investimento direto estrangeiro” e “indicador de satisfação dos residentes”), em que apenas se possuía informação para a Região Centro e Portugal, foi calculado o valor da região em percentagem da média nacional e seguidamente convertido numa pontuação também de 1 a 7


58715

11-02-2017 | diĂĄrio as beiras

o centro tem futuro ‘2017| 13


7

Criação líquida de empresas

% 14 | o centro tem futuro ‘2017 60

30

crescimento e competitividade crescimento e competitividade

Dinâmica empresarial Taxa líquida de criação de empresas e sociedades na Região Centro entre 2004 e 2014

diário as beiras | 11-02-2017

44,9

23,2

19,8

20,4

15,8 o centro tem futuro ‘2017 criação líquida de 7,3 empresas Taxa 18,9 líquida de criação de empresas e sociedades na Região Centro entre 2004 e 2014 5,4 20,3

CENTRO DATA

0 60

15,2

%

44,9

-10,8

-30 30

-13,2

23,2 7,3

-60 0

2004

20,3

2005

-25,5

2006

2007

2008

-8,3 Empresas

2006

20,4

15,8

2007

2008

2012

2009

2010

Empresas

2014 -4,1

-31,7

-30,5

-27,3

4,3 2013

-18,0

Sociedades

-25,5

2005

-4,1

-31,7

2009 -13,2 2010 -12,6 2011 -12,7

-30

2004

-18,0

-30,5

-27,3

Taxa líquida de criação de empresas e sociedades na região Centro entre 2004 e 2014

4,3

5,4

15,2

-10,8

-60

-12,7

-8,3

19,8 18,9

-12,6

2011

2012

2013

mai 2016

2014

Sociedades

Taxa líquida de criação de empresas e sociedades na Região Centro face ao valor do país (Região Centro – Portugal) entre 2004 e 2014 p.p.

3,3

2

2,4 1,3

0,2

0,0

2,9

1,1 Região Centro face ao valor do país 0 Taxa líquida de criação de empresas e sociedades na -1,0 entre 2004 e 2014 (Região -2,0 Centro – Portugal) Dinâmica empresarial

-2

-44

p.p.-2,2

-3,4

-62

-5,9 na Região Centro entre 2004 e 2014 Nascimentos e mortes de sociedades

1,1 -1,0

n.º

7.000

-7,8

Criação líquida de empresas -2,2 2004

-4

2005

2006 -2,8

-3,4

2007

2008

2009

-5,5

-3,2

2010 6.000

5.780 5.765 2012 2011-3,6

5.795 2013

-4,7

-5,2

5.211

Sociedades 5.000

-5,8

7

2005

2006

2007

2008

2009

3.000 2010

2011

5.780 5.765 6.000 Nascimentos e mortes de sociedades na5.795 RegiãoEmpresas Centro 2004Sociedades e 2014 5.653 5.651 entre 2.000

7.000

n.º

5.000

5.795

5.780

5.765

6.000 5.000

4.000

5.340

4.448 5.2054.181

4.992

4.181 3.000

5.628

-5,94.992

3.000

BARÓMETRO

2005

2006

2007

2008

2009

26 | 2009

2008 2010

2011

2012

Nascimentos de sociedades

Nascimentos de sociedades

CENTRO DE PORTUGAL

Taxa líquida de criação de empresas, 2014

Portugal

2007

2010 2013

Mortes de sociedades

CENTRO

2011

2014 Alentejo

Mortes de Algarve

empresas, 2014 % total

Face à média nacional (p.p.)

% Portugal Norte CENTRO AM Lisboa

fonte barómetro CCDRC jan2017

Alentejo Algarve Açores Madeira

n.º

1,7

%0,0

5,2

3,5

Portugal -4,1

Face à média 176.527 100,0 nacional (p.p.) 59.828

33,9

nacional

173.514 n.º 56.698

32,7

0,0 20,1

-0,25,2

51.841

29,4 3,5

-1,1

-2,9

11.632

6,6

11.765

6,8

12,1

10,4

10.655

6,0

9.366

5,4

-9,0

-10,7

3.515

3.830

2,2

CENTRO AM Lisboa Alentejo -6,8

-4,1 1,5

-1,1 -8,5

3.623

-5,9 -0,2 2,0

176.527 36.902

% total 100,0 nacional

51.083 59.828

35.433 51.841

-2,9 2,1

11.632 3.870

21,3100,0 29,4

2,2

176.527

100,0

59.828

33,9

-4,1

-5,9

35.433

20,1

2013

-0,2

201451.841

-2,9

11.632

6,6

12,1

10,4

10.655

6,0

-9,0

-10,7

3.515

2,0

-6,8

-8,5

3.623

2,1

mai 2016

%

Portugal n.º Norte

173.514 CENTRO

nacional (p.p.)

% total 25,4 nacional 31,9

21,3

51.083

29,4

11.765

6,8

9.366

5,4

3.830

2,2

3.870

2,2

Nascimentos de sociedades, 2014 % total nacional

n.º

Mortes de sociedades, 2014 % total nacional

n.º

0,0

33.241

100,0

24.807

100,0

6,5

11.633

35,0

7.920

31,9

5.714

17,2

4.546

18,3

32,7

-2,4

11.168

33,6

8.601

34,7

21,3

4,6

1.856

5,6

1.299

5,2

-6,9

1.690

5,1

1.377

5,6

32,8

509

1,5

213

,9

-52,2

671

2,0

851

3,4

20,1

30,0

Algarve

18,5

Açores

58,2

11.765 Madeira

32,7

36.902

-4,9

Alentejo

6,6

100,0

56.698

100,0

23,0

51.083

173.514

20,4

AM Lisboa 56.698

36.902

29,4

% total nacional

n.º

mai 2016

-26,8

29,4 6,8

Algarve

12,1

10,4

10.655

6,0

9.366

5,4

Açores

-9,0

-10,7

3.515

2,0

3.830

2,2

2,1

3.870

2,2

Taxa líquida de criação de Nascimentos de Mortes de sociedades, Madeira -8,5 3.623 sociedades, 2014 -6,8 sociedades, 2014 2014

% total nacional

n.º

3,5

33,9 29,4

2013

Mortes de empresas, 2014

0,0

sociedades, 2014 Mortes de empresas, 2014 Face à média

empresas, 2014 % total

n.º

35.433

1,5 Norte

-5,91,7

nacional

Nascimentos de empresas, 2014

5,2

Taxa líquida de criação de

Mortes de empresas, 2014 Nascimentos de

2012

Mortes de sociedades

1,7

-1,1 sociedades

Açores

Posicionamento na Posicionamento região Centro Posicionamento da Região Centro da Região Centro

Face à média nacional (p.p.)

2012 1,5

AM Lisboa

Madeira

Taxa líquida de criação de Nascimentos de empresas, 2014 2014 de Taxa líquidaempresas, de criação

4.546

Posicionamento da Região Centro 4.546

%

2006

2009

| 27

5.714

4.854

Nascimentos e mortes de sociedades na região Centro entre 20’04 e 2010 2011 2014

4.854

Norte

2004 2005

5.714

4.546

3.184

2.000

2008

5.628

5.387

4.741

Nascimentos de sociedades 5.387

5.387

3.184

2014 5.714

5.628 2007

2006

4.741

4.854

4.741

4.448

CENTRO 4.000 DE PORTUGAL

2004

| 26

5.400

5.344

BARÓMETRO

2.000

5.730 4.992

5.653

5.651

5.211

2005

5.400

5.344 6.087

5.205

2013

3.184

5.730

5.340 2004

5.211

2012

6.087

crescimento e competitividade

2004

5.730

5.400

-7,8

4.181

n.º

5.340

5.344

5.205

Nascimentos e mortes de sociedades na Região Centro entre 2004 e 2014 4.448 Dinâmica -8 empresarial 4.000 7.000 líquida de empresas Criação -10

-4,9

7

6.087

20145.653

5.651

-4,0

Empresas

-6

-4,9

-4,0

1,3

-2,0

2,9 -4,7

-5,2

2,4

-5,8

Dinâmica empresarial

-2 -10

-5,5

-3,2

0,2

0,0

-80

Criação líquida de empresas -3,6

3,3 -2,8

Taxa líquida de criaão de mai 2016 empresas e sociedades na região Centro face ao valor do país, entre 2004 e 2014

crescimento e competitividade

4

2014


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o “ANo DA GRAÇA” Do CENTRo TURISMo o centro tem futuro ‘2017

BTL 2017 Viseu é a primeira cidade nacional convidada da feira

ECTAA A reunião anual vai decorrer na cidade de Coimbra

Adília Carvalho

Coordenadora do Mestrado em Turismo de Interior da ESEC

1 1 1 2017 promete ser “o ano da graça” do Centro de Portugal em termos turísticos. São vários os fatores que podem contribuir para esta “designação” que ajudará, com toda a certeza, a ultrapassar a fasquia das seis milhões de dormidas alcançadas no ano passado. Um dos eventos que dará um forte contributo será a vinda ao Santuário de Fátima do Papa Francisco nos próximos dias 12 e 13 de maio, por ocasião do Centenário das Aparições. A deslocação do líder da Igreja Católica está a agitar o mercado hoteleiro na região, o qual está praticamente esgotado para os dias da visita, com o valor das reservas hoteleiras para essas datas a ultrapassar já a soma de todas as reservas registadas em 2015. Aliás, as

previsões apontam para que o Santuário de Fátima seja visitado este ano por oito milhões de pessoas, um milhão a mais do que em 2016. A cidade de Fátima foi, também, a escolhida para no próximo mês de novembro receber a Conferência Mundial da Organização Mundial de Turismo (OMT). Esta iniciativa será antecedida já no mês de março com a realização de um workshop de Turismo Religioso, coorganizado entre a OMT e a autarquia de Ourém.

80 mil agências de viagem A entidade representativa de 80 mil agências de viagem de 30 países – a Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos Europeus (ECTAA) – vai

realizar em Coimbra a sua reunião anual. O encontro decorre entre os dias 31 de maio e 02 de junho no Convento de S. Francisco. A escolha de Coimbra foi resultado de um protocolo assinado em junho de 2016 entre a Entidade Regional Turismo Centro de Portugal (TCP) e a Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos Europeus, fruto de um processo de cooperação entre a TCP e a Associação Portuguesa das Agências de Viagem e Turismo (APAVT). Este acordo prevê que todos os membros da ECTAA estejam, desde o início deste ano, a receber material promocional, newsletters, informação e comunicações regulares sobre o Centro de Portugal, bem como o selo “Turismo Centro de Portugal –

ECTAA Preferred Destination 2017” está inserido na página da internet, nas comunicações escritas e eletrónicas, press releases eletrónicos, relatórios e apresentações públicas da ECTAA. Este ano, o Centro de Portugal é, também, o “Destino Preferido da APAVT”. O protocolo estabelecido entre esta entidade e a TCP vai permitir ao destino com uma área de 100 municípios ser promovido por ações de comunicação e de marketing especiais junto das agências de viagens portuguesas.

Cidade convidada O primeiro grande evento turístico, de âmbito nacional, tem lugar entre os dias 15 e 19 de março. Falamos da BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, inicia-

tiva que decorre na FIL – Parque das Nações e que irá contar com quatro pavilhões de exposição. Uma das novidades da presente edição é a escolha de “cidade nacional convidada”. Um estatuto atribuído este ano a Viseu e que já foi considerado pela autarquia como sendo um “selo de prioridade” para as cidades de média dimensão. Este “título” permitirá à cidade de Viseu ter presença especial no Pavilhão 2 da BTL, na agenda de eventos oficial da feira e um destaque de comunicação no certame. Para além de todos estes benef ícios, o município promete uma agenda com meia centena de eventos, entre apresentações, lançamentos, “showcookings” e experiências vínicas, jogos, “performances” e espetáculos durante os

Turismos na região Centro – o desafio da década

A

ntever e/ou perspetivar a evolução da Economia e do Desenvolvimento na Região Centro, nos próximos anos, sustentada no Turismo e atividades afins, é algo que no momento presente se nos afigura como muito entusiasmante e, até, propiciador de uma alteração de paradigma (s) vários, quer ao nível económico e ambiental mas, particularmente, Social. Longe vão os tempos em que “viajar para fora cá dentro” ia contra os padrões elitistas do viajante mais elaborado e reconhecido pelos cânones da World Travel Agence. Como uma das responsáveis pela criação de um Curso de Mestrado em Turismo de Interior, há já dez anos, na ESEC do Politécnico de Coimbra, fundamentámos, à época, a necessidade urgente desta formação, em Portugal, muito voltada para Investidores,

Empreendedores, Autarcas e outras Associações de Desenvolvimento, como uma oportunidade inadiável ao Turismo sustentável em territórios de baixa densidade e como uma importantíssima estratégia para o incremento e consolidação do desenvolvimento local e regional, assente em atividades sustentáveis e criadoras de riqueza local. Por um lado, porque com o Turismo se antevê como uma oportunidade única em algumas zonas urbanas e rurais, onde são quase inexistentes outras alternativas à atividade económica. Por outro lado, porque se oferecem, ao setor dos Serviços, novas oportunidades para o surgimento de empresas locais e para a formação de ativos para habitantes das comunidades locais, com consideráveis índices de empregabilidade, indistintamente para homens e

mulheres. A reforçar esta ordem económica/ social estão os indicadores referentes à região Centro que, tendo recebido 4 milhões e seiscentos mil turistas no ano de 2016 ( 59% nacionais e 41% estrangeiros), evidenciou um crescimento da atividade de 14% entre 2014 e 2015 e de 11% entre 2015 e 2016; trata-se de indicadores muito estimulantes e encorajadores para a Região Centro, face às suas enormes potencialidades ao nível dos recursos, das tradições culturais e da grande diversidade territorial. Tal tendência, só nos pode satisfazer antevendo um futuro muito mais risonho e em ampla sintonia com os princípios da UNESCO, ao protagonizar que o desenvolvimento deve ser ecologicamente sustentável a longo prazo, economicamente viável, assim

como eticamente e socialmente equitativo. É este o grande desafio que se coloca a esta belíssima Região Centro, com margem para um crescimento considerável quer ao nível do alojamento, da organização de eventos, da belíssima gastronomia, entre outras atividades turísticas estruturantes. Assim, sejamos TODOS capazes de engrandecer territórios de grande riqueza patrimonial (natural e construído) onde a natureza se configura como um fator diferenciador, valorizar “saberes” e saberes-fazer” onde a cultura constitui a seiva mais rica da nossa identidade, potenciar e atrair “povos” das diferentes geografias que provoquem a miscigenação societal tão propiciadora de bem-estar, lazer(es) múltiplos, numa palavra de desenvolvimento e atração populacional.


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o centro tem futuro ‘2017

TURISMO FIT Guarda volta a organizar mais uma edição da feira ibérica

Em Peniche vai abrir este trimestre o Bukubaki Eco Surf Resort, um parque de campismo eco-sustentável

cinco dias do certame.

APAVT Centro é o destino preferido das agências de viagem nacionais

“Nuestros hermanos” A Espanha é um dos principais mercados emissores de turistas para o Centro de Portugal. Em consequência dessa importância, têm sido desenvolvidos um conjunto de iniciativas que pretendem atrair mais visitantes “nuestros hermanos”. A presença da Expofacic – Feira agrícola, comercial e industrial de Cantanhede – na feira de turismo da capital espanhola inseriu-se nesta estratégia de captação de mais turistas vindos do outro lado da fronteira. Entre 28 de abril e 1 de maio, realiza-se mais uma iniciativa que pretende acentuar esta vontade de trazer (ainda) mais espanhóis para o nosso país. Trata-se da FIT – Feira Ibérica de Turismo, a qual dará destaque aos operadores e

serviços mais diretamente ligados ao Turismo de Natureza e ao Turismo em Espaços Rurais. Moçambique é o país convidado e a Extremadura é a região de destaque da zona ibérica do certame que irá ter lugar no Parque do Rio Diz.

Novas unidades O ano de 2017 ficará ainda marcado pela inauguração de algumas unidades hoteleiras na região. De acordo com dados recolhidos junto da Turismo Centro de Portugal, uma das unidades em destaque é a recuperação para hotel de charme do solar da Quinta do Barão do Salgueiro, em Santa Catarina da Serra (perto de Fátima). A unidade, com a classificação de quatro estrelas, terá 10 quartos, onde está incluída a suite presidencial, bar, restaurante (aberto ao público), piscina e spa.

No centro de Abrantes, e com vista panorâmica para o vale do Tejo, o boutique hotel Luna Hotel Turismo de Abrantes vai abrir portas a tempo do Centenário das Aparições de Fátima. É, nesta cidade, que irá abrir portas o Hotel Áurea. A nova unidade na avenida D. José Alves Correia da Silva terá 108 quartos disponíveis e, segundo nota de imprensa, já tem lotação esgotada para os dias 13 de maio e 13 de outubro deste ano. Aproveitando a aposta que o país está a fazer no turismo de surf, deverá abrir portas em fevereiro o Bukubaki Eco Surf Resort em Ferrel (Peniche). Trata-se de um parque de campismo eco-sustentável, com classificação prevista de quatro estrelas, e que disponibilizará alojamento em tendas de glamping e/ou casas em

árvores, entre outras. Até ao verão, em Soure, irá abrir portas o balneário termal do Bicanho. Um projeto de apoio às Termas da Amieira e que ajudará a alavancar o recente projeto hoteleiro do concelho, o Palace Hotel & Spa – Termas do Bicanho. O objetivo é retomar o papel que outrora este espaço termal teve na atração de utentes de todo o país.

Turismo digital As novidades no setor não se ficam pela obra edificada ou eventos para “novos” públicos. Ao nível digital, há propostas que podem marcar a diferença para a forma como se faz turismo ou como se olha para ele. Em Coimbra, vai ser lançada a aplicação (app) Invisiwall. Um projeto liderado por Rui Nuno Castro (CEO) e que tem o foco na promoção turística por via do patri-

mónio, garantindo simultaneamente a sua defesa. Com esta app, os turistas e utilizadores locais podem “deixar a sua marca nos locais, defendendo o património; usufruir de uma experiência diferenciadora (realidade aumentada) e relacionarem-se entre si (users nearby)”. A aplicação estará disponível nos sistemas IOS e Android, será gratuita mas prevê que “uma percentagem do “revenue” (sponsorhip) gerado em cada património visitado reverta a favor da preservação desse mesmo local (seja para a sua preservação ou na educação para o património)”. O projeto tem a parceria estratégica da TCP, o que permitirá testar a Invisiwall nos quatro locais Património Mundial na região: Coimbra (Alta, Sofia e Universidade), Tomar, Batalha e Alcobaça. |António Alves DR

A app Invisiwall promete revolucionar a forma como se faz ou olha para o setor

Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro, acredita no aumento do número de visitantes em 2017


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o centro tem futuro ‘2017

ECONOMIA EMPRESAS Investimento O grupo Altri e o Estado português formalizam em janeiro a assinatura de dois contratos de investimento, no valor de 125 milhões de euros: 40 milhões na Celbi, Figueira da Foz, e 85 milhões de euros na Celtejo, em Vila Velha do Ródão Teresa Mendes Administradora do IPN

FUNDOS DA EUROPA DÃO NOVO FÔLEGO ÀS EMPRESAS 111 2615 empresas da região Centro já viram os seus projetos aprovados até ao final de 2016, no âmbito do Portugal 2020 – Compete (Região Centro) + Centro2020 – num investimento total que ronda mil milhões de euros, com um total do fundo aprovado de 600 milhões de euros. De acordo com a CCDRC, a proposta de investimento global situa-se nos 2,30 mil milhões. O dinamismo apresentado pelo tecido empresarial na submissão de candidaturas a dinheiros da Europa é um dos melhores indicadores da saúde das empresas – uma vez que têm de assegurar cerca de metade do investimento – e ao mesmo tempo, a demonstração de capacidade em inovar e querer competir no merca-

do global. No âmbito dos territórios das comunidades Intermunicipais (CIM) – sete sob a alçada da CCDRC – a Região de Coimbra (CIM-RC) tem 377 projetos aprovados, num total de investimento de 204 milhões de euros (90,8 milhões de fundo aprovado). De entre as CIM da região Centro, a CIM-RC é a 3.ª em número de projetos aprovados e valor de investimento, abaixo de Aveiro e Região de Leiria, sendo que é esta última que lidera, com cerca de 214 milhões de investimento (131 milhões de financiamento aprovado). No fundo da tabela está a CIM da Beira Baixa, com 15 milhões de investimentos, 10 milhões dos quais de fundos comunitários.

Investimentos na CIM-Região de Coimbra Entre os concelhos da CIM-Região de Coimbra, a Figueira da Foz lidera com 42 projetos e 56 milhões de euros, Coimbra com 136 projetos, num investimento total de cerca de 40 milhões de euros, seguido de Cantanhede, com 44 (29 milhões); Mira, com 23 (18,6 milhões); Mortágua, com 11 (16 milhões); Mealhada, com 18 projetos (11,8 milhões); e Vila Nova de Poiares, com 10 (4,34 milhões de euros). O Centro é, de acordo com a CCDRC, a NUT 2 que apresenta uma maior taxa de pagamentos (21%). Isto significa que as empresas da região revelam, “para além de um importante dinamismo na apresentação de candidaturas, uma

elevada maturidade dos projetos e boas condições para os executar”. Estes dados dão uma ideia do esforço de investimento, com apoio da Europa, revelado pelas empresas e instituições de cada concelho. Todavia, há investimentos de diversas dimensões, desde os 10 mil euros até aos 13, 7 milhões de euros. Dentro da CIM-RC destacam-se vários projetos, quase todos privados, com investimento elegível superior a 700 mil euros (ver quadros na página seguinte), revelando já uma estrutura sólida e de futuro, numa aposta em ampliação de instalações, aquisição de automação e maquinaria e internacionalização. Entre as candidaturas aprovadas pelo Programa Nacional Compete 2020 no

território NUT III, destacase o investimento de 13,7 milhões de euros da Efapel, fábrica de produtos elétricos, com sede em Serpins, Lousã, que faz uma aposta na “diferenciação e internacionalização”. Num patamar de investimentos entre os oito e os 10 milhões de euros candidatados à UE, surgem três projetos: a indústria de trefilaria Fapricela, com sede em Ançã, Cantanhede, a apostar num novo processo de fabrico de arame de molas; a Graciouscircle-Energy, com sede em Mira, que vai avançar com inovação na fabricação de briquetes e carvão vegetal e animal; e a LWC Metal, localizada em Mortágua, avança com nova unidade industrial de produtos metálicos inovadores.

Negócios das empresas do IPN é de 130 milhões/ano

A

inovação tem vindo a ganhar terreno em Portugal, especialmente nos anos mais recentes, tanto em setores tradicionais que se “re-inventaram” como em setores tecnológicos, onde cada vez mais se sente a presença de Portugal no mundo. Há um conjunto de fatores que contribuíram para isso, entre os quais poderei destacar a maior qualificação dos quadros das empresas, uma maior consciência das instituições de ensino superior e centros de investigação para a importância da transferência do saber, a crescente perceção por parte das empresas do valor da I&DT e do design, a existência de instrumentos vários de incentivo à inovação e ao recurso à I&DT, mesmo por parte de empresas mais pequenas, a crescente disponibilidade de capital semente e de risco. E, ainda, o papel de instituições várias, com destaque para as designadas instituições de interface, como é o caso do Instituto

Pedro Nunes (IPN). O IPN, através dos seus laboratórios de Investigação e de Desenvolvimento Tecnológico, desenvolve sobretudo projetos de I&DT realizados em consórcio com empresas, na sequência da deteção das suas necessidades específicas. Para se conseguir a valorização do conhecimento são necessárias outras competências, desde logo, o apoio à proteção da propriedade intelectual e, porque, quanto mais disruptiva é a inovação, mais riscos acarreta o modo de financiar os projetos de inovação, sobretudo aqueles que envolvem esforços de I&DT. Essas competências são já reconhecidas internacionalmente, como se pode atestar pela contratação por parte da ESA (Agência Espacial Europeia) nos últimos anos, de serviços de brokerage e de comercialização de tecnologias, recentemente ampliados pela dinamização e acolhimento, em conjunto com outros parceiros,

do ESA-BIC - Centro de Incubação da ESA em Portugal. Este centro de incubação, nos seus dois anos de existência, apoiou 12 startups, cinco das quais em Coimbra, que utilizam tecnologias espaciais em utilizações industriais e comerciais não espaciais. Estas cinco startups, acolhidas na nossa Incubadora de empresas, vêm reforçar os cerca de 35 projetos empresariais inovadores atualmente na Incubadora, acrescidos de mais 23 empresas instaladas na Aceleradora de Empresas. Esta infraestrutura mais recente, lançada em maio de 2014, atua a jusante da Incubadora e visa dar resposta a necessidades específicas de empresas em estado de desenvolvimento mais avançado. Estas duas infraestruturas, compostas por três edifícios localizados no Pólo II da Universidade de Coimbra, agregam atualmente cerca de 700 colaboradores, a maioria altamente qualificada.

De referir ainda que, ao longo de 20 anos de incubação, foram apoiadas pela Incubadora 270 empresas que criaram 2000 postos de trabalho diretos altamente qualificados, cujo volume estimado de negócios em 2016 atinge os 130 milhões de euros com uma taxa de exportações superior a 60%. Este números, no contexto de uma cidade com as caraterísticas e a dimensão de Coimbra, têm um impacto considerável. É importante realçar que cerca de 60% das empresas que têm passado pela Incubadora são spin-offs académicos, que transformam em negócio o conhecimento gerado em instituições de I&DT de Coimbra e aqui fixam quadros qualificados, contribuindo para a transformação e revitalização do tecido empresarial da região, realidade agora inquestionável e irreversível.


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o centro tem futuro ‘2017

EcOnOMIA EMPRESAS Inovação A empresa do setor alimentar e avícola Lusiaves, com sede na Marinha das Ondas, Figueira da Foz, acaba de apresentar uma solução tecnológica que permitirá saber, grão a grão, que quantidades de ração são distribuídas pelos diferentes pavilhões de frangos. Este é um dos exemplos das soluções que várias empresas estão a lançar na área do digital para a “Indústria 4.0” 

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Numa consulta à tabela atualizada da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro/Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra, há 415 projetos de empresas com candidaturas aprovadas ao Centro 2020, 35 delas com investimento elegível acima dos 700 mil euros: são as maiores apostas na inovação e competitividade neste programa. Com um valor ainda maior – acima dos três milhões de investimento – surgem na região uma dezena de grandes investimentos, aprovados no conjunto do Centro2020 e Compete 2020. A ordem das tabelas abaixo segue o alinhamento do documento da CCDRC. Empresa Localidade atividade produtiva Investimento global 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35

Fozbordados Active Space Technologies Plastdiversity Vidraria Mórtágua Costa e Irmão Azulejibérica Licor Beirão Bluepharma, BlueInov Senha & Contra Senha Centroestone Ceragni Converde Leal e Soares IMP –Ind. Mun. Por. IGENMAI Farmalabor Grande Hotel do Luso Cliper Cerâmica Feedzai M4K Sociedade de Azeite Dias Maxividro Sciven Mirapack Naturdermo Dom Mira Nutriva Coolfarm Y Farma Serrialu Reg4life Regeneration Sensing Future Tecnologies Alcides dos Santos Antunes Sew – Eurodrive Teandm

Figueira da Foz Coimbra Figueira da Foz Mortágua Mealhada Soure Lousã Coimbra Coimbra Penela Mealhada Cantanhede Mira Mira Coimbra Condeixa-a-Nova Mealhada Figueira da Foz Coimbra Coimbra Oliveira do Hospital Mealhada Coimbra Mira Penacova Mira Coimbra Coimbra Cantanhede V. N. Poiares Cantanhede Coimbra Cantanhede Mealhada Coimbra

Financiamento para modernizar a produção Desenvolver um veículo auto-guiado Aumento de capac. da fábr. de artigos de plástico Aumento de produção e internacionalização Inovação e internacionalização Exportação de casas Click Inovação e internacionalização Ganho de competitividade Desenvolvimento do Hotel Casas da Alta Tratamento de artigos de granito Diversificação de mercados e inovação Certificação de produtos agrícolas e fertilizantes Aumento de produção de húmus (vermicompostagem) Produçãode cartuchos de caça e tiro desportivo Automatização de projetos de engenharia Expansão e inovação de produtos farmacêuticos Modernização e equipamento Design de peças de grandes dimensões Transferência de tecnologia Vestuário Metro Kids Desenvolvimento do produto e internacionalização Transformação de vidros, nova unidade industrial Caldeira de biomassa e co-geração Inovação Internacionalização de dermocostmética Novas linhas de vestuário e botas de pesca Produção e distribuição de alimentos Crescimento de plantas em ambiente controlado Internacionalização de produtos farmacêuticos Reforço da valência de serralharia civil Desenvolvimento de materiais biomédicos Desenvolvimento de robô para tele-ecografia Produtos alimentares congelados Motores e convertores Desenvolvimento de ferramentas inteligentes

769 mil euros 856 mil euros 1,57 milhões euros 1,28 milhões euros 730 mil euros 1,70 milhões euros 887 mil euros 2,90 milhões euros 1,55 milhões euros 1,98 milhões euros 1,16 milhões euros 1,01 milhões euros 1,12 milhões euros 2,15 milhões euros 871 mil euros 2,30 milhões euros 2,13 milhões euros 1,1 0 milhões euros 1,71 milhões euros 741 mil euros 1,92 milhões euros 2,50 milhões euros 828 mil euros 1,30 milhões euros 945 mil euros 968 mil euros 2,52 milhões euros 897 mil euros 841 mil euros 952 mil euros 1,32 milhões euros 1,04 milhões euros 1.05 milhões euros 1,53 milhões euros 868 mil euros

REGIãO CENTRO (COmpETE 2020) beneficiário

designação

UNITED BIOPOLYMERS, S.A. BIOPLASTIC 2.0 LWC METAL, LDA CIMPOR - INDÚSTRIA DE CIMENTOS S.A. GRACIOUSCIRCLE - ENERGY FAPRICELA - INDÚSTRIA DE TREFILARIA S.A. LITOGRAFIA COIMBRA S.A. VIDRARIA MORTÁGUA - VIDROS E ESPELHOS, S.A. EFAPEL KEMI - PINE ROSINS PORTUGAL, S.A.

Investimento

Fundo Europeu

4.974.235,83

3.279.298,37

Mortágua Coimbra

8.310.666,74 3.725.666,00

5.573.167,12 2.007.866,30

Mira Cantanhede

9.151.482,10 9.658.626,65

5.277.873,72 1.163.433,95

Coimbra Mortágua

3.407.304,26 4.448.066,72

1.890.540,92 3.287.384,79

Lousã Cantanhede

13.724.933,34 5.086.675,75

3.877.093,37 3.397.366,18

LWC Metal - Nova Unidade Industrial de fabricação de Prod. Metálicos Inovadores Sustentáveis e de Elevado Valor Acrescentado Alteração da operação de alimentação de combustíveis alternativos para coprocessamento de CDR-RSU com

elevado PCI no queimador principal de um forno cimenteiro Charcoal - Mira Novo Processo de Fabrico de Arame de Molas Offset UV Vidro duplo de grandes dimensões 6000x3210mm para fachadas de grandes projeto Diferenciação para a internacionalização KEMI - TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE RESINAS INOVADORAS

REGIãO CENTRO

beneficiário

designação

JUST STAY HOTELS, S.A.

Concelho(s) Figueira da Foz

62.487.657,39 Concelho(s)

Consolidação da rede hoteleira da JUST STAY

Investimento na região

Coimbra, Évora, Guimarães

680.939,08 63.168.596,47

ApROVAÇÕEs

Cooperativa Farmacêutica Plural investe 12 milhões A construção da nova sede da Cooperativa Farmacêutica Plural, nas instalações da antiga Fábrica da Cerveja de Coimbra, no Loreto, é o projeto privado de maior dimensão e valor que marca o tecido empresarial de Coimbra já no primeiro semestre de 2017. De acordo com o presidente da direção da cooperativa, Miguel Silvestre, “durante o mês de maio será feita a mudança de alguns serviços de back-office para as novas instalações; o início da operação no novo armazém está previsto para os primeiros dias de

398.882,76 398.882,76 30.152.907,48

TOTALpORTuGAL 2020

sIsTEmA dE INCENTIVOs Às EmpREsAs (REGIãO CENTRO)

Arganil Cantanhede Coimbra Condeixa-a-Nova Figueira da Foz Góis Lousã Mealhada Mira Miranda do Corvo Montemor Mortágua O. Hospital Pamp. Serra Penacova Penela Soure Tábua VN Poiares Multi-Concelhos TOTAL GERAL

Fundo Europeu

680.939,08

muLTI-dIsTRITOs

NuTTs III REGIãO dE COImbRA

29.754.024,72

(COmpETE 2020 (REGIãO CENTRO) + CENTRO 2020)

Nº proj. 0 11 9 1 13 0 3 2 6 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 1 51

Investimento total

Fundos Comunitários

Região Centro 0,00 € 18.190.210,42 € 9.003.067,52 € 1.213.625,00 € 48.865.895,84 € 0,00 € 15.192.497,47 € 864.672,00 € 10.206.172,78 € 0,00 € 0,00 € 13.975.403,61 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 743.794,56 € 118.255.339,20 €

Região Centro 0,00 € 6.090.213,55 € 4.591.754,14 € 500.000,00 € 8.922.507,80 € 0,00 € 4.418.695,43 € 381.199,14 € 5.676.227,51 € 0,00 € 0,00 € 9.276.093,79 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 541.398,16 € 40.398.089,52 €

junho, com a entrega das primeiras encomendas; mas a inauguração oficial só ocorrerá a seguir ao verão, durante o 2.º semestre”. O investimento é de cerca de 12 milhões de euros, dois terços dos quais na própria construção, meio milhão de euros em equipamentos vários e 3,5 milhões de euros em automatismos, o mais recente dos quais é o sistema de autoconsumo com painéis fotovoltaicos.

Alvaiázere é exemplo de concelho empreendedor Numa perspetiva de investimento público a pensar nas empresas,

Nº proj. % 0% 6 15% 33 12% 127 1% 6 22% 29 0% 2 11% 15 1% 16 14% 17 0% 7 0% 5 23% 6 0% 25 0% 0 0% 3 0% 7 0% 9 0% 2 0% 7 1% 4 100% 326

NuTs III REGIãO dE COImbRA

Investimento total

Incentivo Total

%

1.663.455,49 € 10.994.929,42 € 30.918.130,98 € 2.983.874,48 € 7.102.757,35 € 105.073,00 € 3.445.535,04 € 10.892.532,34 € 8.424.024,02 € 140.000,00 € 609.223,13 € 2.020.268,26 € 3.328.469,16 € 0,00 € 553.300,00 € 2.976.170,36 € 3.857.310,19 € 298.088,75 € 4.130.478,84 € 2.109.438,26 € 96.553.059,07 €

796.707,10 € 4.981.823,32 € 16.344.626,46 € 1.146.416,67 € 3.373.152,65 € 51.251,10 € 1.095.140,24 € 5.448.967,57 € 4.770.763,05 € 105.000,00 € 286.161,19 € 1.213.854,07 € 2.184.047,37 € 0,00 € 259.525,00 € 1.873.814,48 € 2.009.705,71 € 130.052,25 € 2.814.395,19 € 1.453.739,21 € 50.339.142,63 €

2% 10% 33% 2% 7% 0% 2% 11% 10% 0% 1% 2% 4% 0% 1% 4% 4% 0% 6% 3% 100%

o concelho de Alvaiázere, pertencente à CIM-Região de Leiria está a trabalhar para implementar um “ecossistema empresarial” capaz de dinamizar a economia local, pretendendo ser uma referência à escala regional e, até, nacional nacional. Para o efeito, Célia Marques, presidente da Câmara Municipal desde abril de 2015 concebeu o programa “Alvaiázere+”, que pretende constituir-se como um verdadeiro instrumento para dar resposta àquela que é a sua prioridade para o concelho: o desenvolvimento do tecido económico e empresarial, com vista a

Nº proj. 6 44 136 7 42 2 18 18 23 7 5 11 25 0 3 7 9 2 7 5 377

Investimento total 1.663.455,49 € 29.185.139,84 € 39.921.198,50 € 4.197.499,48 € 55.968.653,19 € 105.073,00 € 18.638.032,51 € 11.757.204,34 € 18.630.196,80 € 140.000,00 € 609.223,13 € 15.995.671,87 € 3.328.469,16 € 0,00 € 553.300,00 € 2.976.170,36 € 3.857.310,19 € 298.088,75 € 4.130.478,84 € 2.853.232,82 € 214.808.398,27 €

potenciar a criação de postos de trabalho e, com esta dinâmica, fixar população. O investimento total com vista ao desenvolvimento do empreendedorismo, no âmbito do “Alvaiázere+” cifra-se em cerca de 330 mil euros.Em paralelo, o município está a trabalhar no sentido de criar condições para atrair mais investimento para o concelho. Uma das frentes de atuação passa pela ampliação da Zona Industrial de Tróia, próxima da vila sede de concelho, cujas obras de requalificação estão estimadas em cerca de um milhão de euros. O Município pretende ainda, du-

Incentivo Total 796.707,10 € 11.072.036,87 € 20.936.380,60 € 1.646.416,67 € 12.295.660,45 € 51.251,10 € 5.513.835,67 € 5.830.166,71 € 10.446.990,56 € 105.000,00 € 286.161,19 € 10.489.947,86 € 2.184.047,37 € 0,00 € 259.525,00 € 1.873.814,48 € 2.009.705,71 € 130.052,25 € 2.814.395,19 € 1.995.137,37 € 90.737.232,15 €

% 1% 12% 24% 2% 14% 0% 6% 7% 12% 0% 0% 12% 2% 0% 0% 2% 2% 0% 3% 2% 100%

rante este ano, implementar um conjunto de apoios a empresas e jovens empreendedores, com negócios no concelho, que prevejam a concessão de reduções de taxas, a concessão de financiamento às respetivas atividades e a cedência de lotes industriais, bem como incentivos à criação de emprego. Para o efeito, no presente momento, decorre o período de consulta pública a eventuais interessados, que pretendam dar contributos para a formulação do projeto do Regulamento Municipal do Ecossistema Empresarial e Empreendedor de Alvaiázere. | António Rosado


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Arquivo-Luís Carregã

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DESPORTO Alto Rendimento Depois de Montemor e Sangalhos, também Coimbra vai receber o alto rendimento

INVESTIGAÇÃO E ALTO RENDIMENTO DR

Infraestruturas O Estádio Universitário está quase pronto para receber os Jogos Europeus

1 1 1 O ano de 2017 promete ser recheado de sucessos para a região e não se pense que serão apenas as subidas ao pódio a merecer os aplausos dos amantes do desporto. Coimbra, e o Centro assumem cada vez mais importância como destino de grandes eventos, mas também de infraestruturas de excelência para competição e formação. Uma das novidades do ano prende-se com a criação de um Centro de Alto Rendimento Universitário para a natação em Coimbra. Um projeto junta a Federação Portuguesa de Natação, a Universidade de Coimbra, a Associação de Natação de Coimbra e a Câmara de Coimbra, e que promove a vinda de oito dos melhores nadadores nacionais para a persecução dos seus estudos, enquanto melhoram

as suas marcas e evoluem no treino no Complexo Olímpico de Piscinas de Coimbra. O acordo entre as partes está já garantido e falta apenas a assinatura dos contratos-programa, que será consumada no final de março, durante os Campeonatos Nacionais de Inverno, que se realizam também em Coimbra. Assim, pode desde já afirmar-se que as maiores esperanças da modalidade para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, vão preparar-se em Coimbra.

Taça do Mundo de Canoagem em Montemor Entre os dias 19 e 21 de maio, o Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho recebe mais um evento à escala mundial.

Depois dos Europeus de Canoagem, em 2013, de, em 2015, ter recebido a 1.ª Taça do Mundo de Velocidade e o Campeonato do Mundo de Juniores e Sub-23 e de, no ano passado, ter sido palco da 3.ª Taça do Mundo e do

Campeonato do Mundo Universitário de Canoagem, Montemor-o-Velho é, uma vez mais, o palco obrigatório para os melhores canoistas do mundo, com a realização da 1.ª Taça do Mundo de 2017. É o primeiro momento,

após os jogos olímpicos, em que as várias federações mundiais põem à prova os seus campeões e em que se começam a perceber quais as maiores esperanças para Tóquio.

2017 – Um ano de crescimento para o desporto e de apelo à participação de todos! Carlos Cidade Vereador do Desporto de Coimbra

O

ano em curso perspetiva-se como mais um ano de crescimento para o desporto em Coimbra e um apelo à participação de todos. O ecletismo da nossa cidade ao nível desportivo tem trazido frutos saborosos, a vários níveis, e a recente eleição de um conimbricense, Jorge Fernandes, para a presidência da Federação Portuguesa de Judo, é mais uma prova do aumento do prestígio e relevância de Coimbra no contexto nacional. E, por uma questão de justiça, deixem que vos diga: também no plano internacional, bem patente na multiplicidade de provas que acolhemos com atletas estrangeiros.

O ecletismo desportivo da cidade tem tido um acompanhamento atento por parte da Câmara Municipal de Coimbra que não tem regateado esforços em apoiar o associativismo, quer disponibilizando as boas infraestruturas de que a cidade dispõe, quer mesmo concedendo financiamentos – através da celebração de contratos desportivos - que desempenham um papel importante no funcionamento e no dia-a-dia das colectividades. Como gostamos de dar o exemplo, recriámos os Jogos de Coimbra, epítome da celebração da variedade desportiva. Já se inscreveu? Já

inscreveu a sua equipa? Sem dúvida uma oportunidade, a não perder, de praticar desporto para todos. 2017 é um ano de actividades para o desporto informal com variadas e inovadoras iniciativas e também de charneira na participação dos Jogos Europeus Universitários de 2018. Se fizermos um bom trabalho no decurso destes 12 meses por certo poderemos contar com uma edição de sucesso no próximo ano. A criação em parceria de Centros de Alto Rendimento, aproveitando o conhecimento científico e a boa oferta de instalações desportivas de Coimbra.

Por último, não podia deixar de falar no futebol da Académica. Como se previa, os adversários são poderosos e a luta está a ser dura, dentro e fora das quatros linhas. A tarefa é gigantesca, portanto, mas os nossos rapazes têm-se batido com denodo, pelo que permanece a esperança num merecido regresso da Briosa ao escalão máximo do futebol português. COIMBRA tem no desporto um vector de desenvolvimento estratégico da nossa cidade e da nossa região, que se vem acentuando, sendo um contributo determinante para a Valorização de Coimbra!


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DeSPorto Investigação São várias as unidades de investigação ligadas ao Desporto

Rali de Mortágua A 22 e 23 de setembro realiza-se a 10.ª edição consecutiva do considerado por muitos como melhor rali de terra em Portugal

Universidade de Coimbra colabora com a Federação de Ciclismo na avaliação dos seus atletas

Universidade colabora em Centro de Avaliação e Controlo de Treino A Federação Portuguesa de Ciclismo pretende avançar para a criação de um Centro de Avaliação e Controlo de Treino, que deve ficar sedeado no Centro de Alto Rendimento de Anadia, recebendo a partida de conhecimentos de especialistas da Universidade de Coimbra. Antes da partida para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no ano passado, os melhores ciclistas nacionais fizeram biométricos em Coimbra, onde foi inclusivamente desenvolvido um fato especial para o contrarrelogista Nelson Oliveira. O projeto promoveu a colaboração entre a Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física e a ADAI – Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial, unidade de investigação do DeparRequalificação do Estádio Universitário está quase a chegar ao final

tamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Coimbra. Foi apenas mais um passo no aprofundamento das relações entre a federação e a Universidade de Coimbra, que ambas as partes pretendem alargar.

Requalificação do Estádio Universitário de Coimbra A um ano dos Jogos Europeus Universitários, que prometem ser o maior evento desportivo realizado em Portugal desde o Euro’2004, Coimbra continua a preparar-se para que tudo corra bem com a organização. Em particular, com as obras no Estádio Universitários de Coimbra, que continua a ser requalificado e que, este ano, deve terminar com “cara lavada”. Depois das obras nos pavilhões 1 e 3, agora é a vez do Pavilhão 2 sofrer obras de requalificação.

Também o campo pelado vai receber um “tapete verde”, neste caso um relvado sintético, que permitirá dotar a infraestrutura de três campos relvados.

ESEC com vários projetos de investigação Não se pense que tudo o que é investigação acontece apenas na universidade. A Unidade de Investigação Aplicada em Ciências do Desporto (UNICID) da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC) e a equipa de investigação do pólo afeto à ESEC do Laboratório Robocorp, do Instituto de Investigação Aplicada do Instituto Politécnico de Coimbra, liderada por Rui Mendes, usa equipamentos tecnológicos adquiridos no âmbito do Programa Mais Centro, da CCDRC e da União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional,

para desenvolver trabalhos de investigação. Entre eles, destacam-se os estudos dos investigadores Rui Marques e Ricardo Gomes, que investigam as relações entre a perceção visual e a prestação motora em atividades desportivas, nomeadamente em basquetebol e na corrida de trail, recorrendo a óculos de rastreamento visual (Eye Tracking Glasses). Pesquisas que analisam a influência da visão na performance nestes desportos. Há ainda três mestrados a decorrer em Jogo e Motricidade na Infância, orientados pelos professores Fernando Martins, Filipe Clemente e Francisco Campos, que analisam a influência dos jogos lúdico-recreativos de cooperação-oposição nos níveis de atividade f ísica e no nível de interação em crianças, utilizando

acelerómetros e análise de redes para o efeito. A ESEC está ainda a colaborar, através do mestrado em Turismo de Interior - Educação para a Sustentabilidade, com um trabalho internacional coordenado por Ricardo Melo na Rede Internacional de Investigação em Turismo Desportivo. O trabalho propõe-se avaliar os impactos ambientais, económicos e socioculturais de pequenos e médios eventos (meias maratonas) de turismo desportivo em cidades de média dimensão em 14 países (Portugal, Argélia, Brasil, Canada, Croácia, Espanha, França, Hungria, Itália, Marrocos, República Checa, Roménia, Suíça e Tunísia). As pesquisas nas cidades de Coimbra (EDP MeiaMaratona de Coimbra, 2016) e Guarujá, no Brasil, estão a ser desenvolvidas na ESEC. | Bruno Gonçalves


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SaÚde Fusão das maternidades a nova maternidade do chuc vai custar 16,8 milhões de euros

Obra no IPO novo edifício do ipo de coimbra está orçado em cerca de 21,5 milhões

Fernando J. Regateiro

Catedrático da FMUC; Coordenador Nacional para a Reforma do SNS - Cuidados de Saúde Hospitalares

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DR

Transplante hepático no CHUC

maternidade no chuc e novo edifício no ipo 111 A saúde é uma das áreas em que Coimbra, comprovadamente, ombreia com os melhores do mundo. Espelho dessa realidade é a admissão do consórcio Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e Universidade de Coimbra (UC), em representação de Portugal, na Aliança M8 – o G8 da Saúde – e na Cimeira Mundial de Saúde. A atividade, neste âmbito, irá marcar 2017, até pelo facto de caber a Coimbra a organização da Cimeira Mundial de Saúde Intercalar, em abril de 2018. A Cimeira Mundial de Saúde é a conferência anual da M8 Alliance de Centros Médicos de Saúde Académicos, Universidades e Academias Nacionais, um grupo restrito que tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global.

Nova maternidade do CHUC Na área da saúde, em Coimbra, abundam os projetos para 2017. A par dos investimentos que garantem avanços tecnológicos e a inovação dos serviços, este ano está previsto o arranque de obras de vulto, que irão marcar o futuro da saúde na região. O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) mantém a aposta nos transplantes, que reforçou e lidera, a nível nacional, em várias áreas, como nos transplantes cardíacos, renais, da córnea e hepáticos. Mas um dos grandes projetos, a iniciar este ano, é a nova maternidade do CHUC, que envolverá um investimento de 16,8 milhões de euros e irá concretizar a fusão entre as duas maternidades da cidade: a Dr. Daniel de

Matos e a Bissaya Barreto. O anúncio da construção da nova maternidade, feito por José Martins Nunes, presidente do conselho de administração do CHUC, e o ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes, granjeou aprovação unânime. Menos consensual parece ser o local escolhido para sua construção, o campus hospitalar dos HUC, junto ao atual serviço de psiquiatria. O presidente da Câmara de Coimbra, lembrando os enormes constrangimentos que o trânsito e a falta de espaço para estacionamento provocam na zona dos HUC, sugeriu que a nova maternidade seja construída no espaço do Hospital Geral (Covões), na margem esquerda da cidade. Já houve também quem defendesse a sua construção na área do Hospital Pediátrico, preconizando a even-

tual criação de um centro materno-infantil. Certo é que em 2017 será elaborado o projeto de arquitetura da nova maternidade e, até ao final do ano, deverá ser lançado o concurso público de adjudicação da construção da futura maternidade.

Requalificação das urgências Mas o CHUC vai desenvolver, este ano, vários projetos, que envolvem um orçamento total superior a 13 milhões de euros. Outra das obras de vulto, que deverá começar e terminar este ano e se repercutirá na melhoria do atendimento dos utentes, é a requalificação e apetrechamento das urgências do polo dos HUC, intervenção que custará cerca de 4,2 milhões de euros. O anteprojeto já foi entregue na Comissão de Coordenação e

Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), para financiamento por fundos comunitários. Também em 2017 deverá entrar em funcionamento a Sala Híbrida da Cirurgia Cardiotorácica, serviço de que é diretor Manuel Antunes. Trata-se de um novo equipamento para a criação de um programa de implantação percutânea de válvula aórtica. A obra deverá custar mais de 700 mil euros e é um importante avanço tecnológico e científico.

Obras ampliam a Anatomia Patológica No CHUC, este ano, vai também avançar a requalificação e ampliação da Anatomia Patológica, obra que envolve um investimento de 2,3 milhões de euros, e a nova angiografia digital, que custará cerca de 700 mil euros, ambas financiadas pelo Governo. 

coimbra e o centro têm futuro – com saúde!

C

hegámos ao tempo presente da saúde em Coimbra e na Região Centro, com o impulso primeiro da “espada de Afonso Henriques” – e feznos Portugal – e com a visão e o empenho dos que ousaram fazer as mudanças no tempo julgado certo e arrostar com a decisão incompreendida, ainda que boa, ou com o erro. Porque, quem decide pode errar, mas quem não decide já errou! Um futuro sustentável e de qualidade para a saúde exige a valo-

rização da evolução demográfica, do aumento da esperança de vida e do aumento da prevalência das doenças crónicas na preparação de novas formas de resposta. Com o cidadão utente/doente no centro dos processos e os profissionais no centro das mudanças. É urgente a adopção de novos paradigmas: a concentração da informação clínica, analítica e imagiológica no Médico de Família (MF), o MF como “navegador” do utente no SNS, mais capacidade resolutiva dos Cuidados de Saúde

Primários (CSP), integração de cuidados e agilização da transição dos doentes entre os CSP, Cuidados Hospitalares e Cuidados Continuados, proximidade das respostas ambulatórias hospitalares, acesso rápido do doente crónico agudizado ao seu médico hospitalar (por telefone, telemonitorização, telemedicina e consultas não programadas), personalização da resposta para utentes frequentes da urgência, fomento do “internamento domiciliário”, novas formas de organizar o trabalho hospitalar e a disponibili-

dade de camas, concentração de recursos humanos e materiais em centros de referência de elevada diferenciação, rigor na adequação da oferta de cuidados ao perfil de cada instituição, definição clara e respeito das competências das diversas profissões da saúde, aposta na inovação tecnológica e terapêutica. Mãos à obra! Com quem sabe e quer fazer.


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SAÚDE

No hospital Rovisco Pais, o Lokomat ajuda doentes paraplégicos a recuperar a marcha

Move no Rovisco Pais Veículo elétrico, autónomo, sem condutor, o Move faz o transporte diário dos doentes do internamento para os centros de tratamento. Para isso, dois cybercar circulam no perímetro do Rovisco Pais

Telemedicina avança Telemedicina surge para democratizar o acesso à saúde e assegurar os melhores cuidados a quem deles necessita, ultrapassando obstáculos como tempo e distância

Veículo elétrico sem condutor, o Move, transporta os doentes no Centro de Medicina de Reabilitação Rovisco Pais

 Novo edifício no IPO O Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra entrou em 2017 com instalações renovadas: a área da Oncologia Médica e Hospital de Dia, onde são realizados os tratamentos de quimioterapia, foram ampliadas e requalifiadas. No total, no IPO de Coimbra estão em curso intervenções que rondam os 37 milhões de euros e englobam projetos de renovação dos equipamentos para tratamento de doentes com cancro e a remodelação de instalações. E justamente para este ano ficou reservada a obra maior e mais complexa: a construção de um novo edif ício para as especialidades cirúrgicas, e respetivos internamentos, que envolve um investimento de 21,5 milhões de euros. Assim, no campus hospitalar do IPO será demolido o antigo edif ício da área cirúrgica e, no seu lugar, surgirá um novo bloco, preparado para as necessidades atuais, que terá cinco salas de cirurgia

equipadas com a melhor tecnologia, a radiologia e a medicina nuclear. O projeto de arquitetura já está concluído e o concurso público para a construção do edif ício deverá ser lançado em breve, para que a obra se inicie este ano. Mas a maior complexidade desta intervenção reside na necessidade de manter a atividade cirúrgica do IPO durante as obras. Para assegurar a cedência de blocos de cirurgia, onde as equipas de profissionais do instituto de oncologia possam continuar a operar, estão a decorrer reuniões com o CHUC e a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

Inovação no Rovisco Pais O Rovisco Pais - Centro de Medicina da Reabilitação da Região Centro (CMRRC), localizado na Tocha, Cantanhede, tem muitos projetos pioneiros. Neste hospital, este ano vai avançar a investigação clínica sobre a recuperação dos doentes vítimas de

AVC com células estaminais, procurando-se a regeneração da área cerebral afetada. É um projeto terapêutico inovador. Um outro projeto inovador inclui a utilização de equipamento que permite, à distância, controlar a reabilitação que foi prescrita ao doente que já teve alta do internamento mas que deve continuar a fazer exercícios. Esta plataforma de telesaúde irá utilizada este ano para novos projetos. Dispondo já do Lokomat, aparelho que permite a marcha suspensa robotizada, para tratamento e recuperação do andar em doentes com lesões medulares, que ficaram paraplégicos, o hospital Rovisco Pais tem em curso, em parceria com a Universidade de Aveiro, projetos inovadores na área da realidade virtual.

Idealmed chega a Muscat A Idealmed - Unidade Hospitalar de Coimbra anunciou a sua participação na construção do primeiro hospital privado em

Muscat (Oman). Desde o projeto arquitetónico, conceção do conteúdo clínico e recursos humanos, até ao modelo de gestão, o Idealmed Muscat Hospital será idealizado pelo grupo de saúde privado de Coimbra. Para concretizar este novo projeto no Médio Oriente, o Grupo Idealmed juntase à Oman Brunei Investment Company, e ao Grupo Suhail Bahwan na joint venture Al Afia Healthcare Development and Investment Company.

Telemedicina a avançar Quando se fala no futuro, a telemedicina é uma realidade incontornável. Na ARSC, a área da telemedicina tem sido coordenada por Fernando Gomes da Costa, que, com o envolvimento do Grupo de Trabalho em Telemedicina, do Ministério da Saúde, pôs vários projetos no terreno. Esta semana iniciou-se nos centros de saúde de Condeixa-a-Nova, Montemor-o-Velho e S. Martinho do Bispo (Coimbra) – e em

breve em Soure – a consulta de cardiologia por telemedicina, feita pelo Serviço de Cardiologia B do CHUC em articulação com a ARSC.

Novo centro de saúde da Fernão de Magalhães As grandes obras vão também marcar a área dos cuidados de saúde primários. Em 2017, a ARS do Centro, em estreita colaboração com as câmaras, avança com novos projetos, que beneficiam utentes e profissionais, como a construção dos novos centros de saúde Fernão de Magalhães, em Coimbra, e da Murtosa. Devem também ficar prontas este ano, obras de construção, remodelação e ampliação de instalações dos edif ícios dos centros de saúde de Mortágua e Pedrogão Grande, dos polos de Souselas e Alhadas, da Unidade de Saúde Familiar de Santo André e das novas unidades de saúde de Oiã e Válega, entre outros. São investimentos que rondam, no total, de 3,5 milhões de euros. | Dora Loureiro

Projeto do novo edifício que será construído no IPO de Coimbra, onde ficarão as áreas cirúrgicas e respetivo internamento


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ambiente

projetos sustentáveis no ambiente da região centro

ENEA2020 processo lançado em dezembro de 2016

Roadshow governo apresentou processo durante o mês de janeiro

Carlos Martins Secretário de Estado do Ambiente

111 O Ambiente é um dos setores que maior desafio constitui para o mundo e para o futuro da humanidade. Foi a pensar nessa realidade, que o Governo português estabeleceu “Um caminho para uma estratégia nacional de educação ambiental 2020” – ENEA 2020 – que tem andado a apresentar e a promover por todo o país. O Ministério do Ambiente tem previsto, já em 2017, uma dotação de um milhão de euros do Fundo Ambiental para apoiar projetos e programas de Educação Ambiental. A completar esta garantia, o Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Re-

cursos POSEUR – garantirá a abertura de avisos específicos que visem o apoio de ações de educação e sensibilização ambiental previstas na ENEA 2020, com uma dotação estimada em 12 milhões de euros – entre 2017 e 2020.

Eficiência energética O mundo, e Portugal, deve investir na Eficiência Energética, o que torna fundamental a ambição de se aumentar a autonomia energética e de prosseguir o objetivo de descarbonizar o consumo e a produção de energia e melhorar a competitividade do país. Um esforço que se deve aplicar a todos, nomeada-

mente, fornecedores, distribuidores de energia, operadores das redes de distribuição, comercializadores de energia a retalho e aos consumidores finais. E de variadas formas.

Tecnologia Led A “Tecnologia LED” representa novos desafios que já estão a ser abraçados por empresas, municípios e clientes individuais. E tudo passa, obviamente, pela alteração de comportamento. Como? Na escolha de uma casa mais eficiente, no recurso a equipamentos com classe energética elevada, na opção de sistemas de energia renovável ou no gesto

simples de desligar uma luz. Mas também na mudança de iluminação, nomeadamente, pública. É o que está a acontecer em vários municípios das regiões de Coimbra e do Centro fruto de um acordo entre a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e a EDP.

Acordo ANMP / EDP Depois dos 220 municípios intervencionados em 2016, durante este ano de 2017 outros 120 mil novos equipamentos entrarão em funcionamento. Até ao momento já estão instalados cerca de 100 mil equipamentos LED em municípios como

Pampilhosa da Serra que já tem toda a vila servida com esta nova tecnologia. “Fomos o primeiro concelho a ter a sede de concelho, neste caso a vila da Pampilhosa da Serra, com total cobertura Led”, afirmou o presidente da câmara, José Brito, ao DIÁRIO AS BEIRAS. Mas tratando-se de um projeto faseado, outras áreas do concelho se vão seguirTal como Pampilhosa da Serra, outros concelhos da região estão já a concretizar projetos desta natureza no âmbito do acordo entre ANMP e EDP.

Candidatura da CIM RC Também a CIM Região de Coimbra tem vindo

2017 é um ano de investimentos e desafios

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o que respeita ao abastecimento de água, a reorganização do Setor da Água em “alta”, prosseguida através de uma abordagem consensual com os municípios, resultou na cisão de alguns dos Sistemas e Entidades Gestoras Agregadas das empresas do grupo Águas de Portugal, representando um marco relevante de 2016. Relevante ainda, em 2016, foi o desafio lançado aos municípios para a criação de soluções de escala supramunicipal, na gestão dos sistemas da “baixa”, que envolve neste momento cerca de 90 municípios, sendo que cerca de 50 apresentam um adiantado estado de evolução. A aprovação dos Instrumentos de Planeamento de Recursos Hídricos: Plano Nacional da Água, Planos de Gestão de Recursos Hídricos e Plano de Gestão de Riscos de Inundação,

marcaram de forma muito positiva a atenção dada a tão importante recurso, tanto mais que permitiu a alocação de 50M€ para obras prioritárias nas áreas com risco de inundação. A revisão do Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico, levada a cabo em 2016, veio a merecer o acolhimento dos principais atores, permitiu reduzir o número de barragens inicialmente previsto, mantendo o alinhamento com as necessidades energéticas nacionais. A concretização da Criação de Sistemas e Entidades Gestoras Agregadas é um dos principais desafios que se coloca ao setor em 2017. No Setor dos Resíduos, a emissão de licenças para os resíduos de embalagens urbanas (SIGRE), constituiu a resposta para a necessidade de atingir metas de reciclagem estabelecidas na legislação nacional e comunitária. Em

2017, será prosseguido o processo de atribuição de licenças de outros fluxos específicos de resíduos, por forma a estabilizar o setor e corresponder à necessidade de vir a cumprir metas mais ambiciosas, que se antecipa do novo Pacote legislativo sobre resíduos, incluído no Plano de Ação para uma economia circular apresentado pela Comissão Europeia, a par da consolidação da legislação nacional neste domínio. O Ruído Ambiente um dos fatores ambientais que mais queixas e reclamações gera levou o Ministério do Ambiente a lidar com a necessidade de encontrar procedimentos e boas práticas que conduzam a uma adequada implementação das Licenças especiais de Ruido através da constituição de um grupo de trabalho no final de 2016. Em termos da Qualidade do Ar Ambiente em Portugal, apesar das melhorias significativas nas últimas

décadas, persistem problemas de poluição atmosférica com repercussões na saúde e nos ecossistemas, em particular em zonas urbanas densamente povoadas. A apresentação da Estratégia Nacional para o Ar 2020 – ENAR 2020 evidenciou a necessidade de melhoria da rede nacional de monitorização da qualidade do ar, que vai merecer em 2017 importantes investimentos na modernização das redes de estações de monitorização. As recentes políticas de Transportes Públicos Urbanos e de Mobilidade Elétrica estão articulados com os compromissos de Paris e vão conhecer fortes incentivos ao longo de 2017. Por último e também relevante em foram as mudanças na Gestão das Áreas Protegidas, envolvendo de forma decisiva os municípios o que marca uma nova abordagem para a gestão desses territórios.


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AmbiENtE

A escassez da água doce é um problema a nível mundial que urge resolver

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A Águas de Coimbra está a instalar um projeto de telecontagem que, segundo garante, “só trará vantagens” para o consumidor contribuindo igualmente para travar as perdas de água

Contributo Fase pública de lançamento de ENEA entre janeiro e março

Consulta Recolha de opiniões e sugestões entre março e abril

Consolidação Análise e integração dos resultados de consulta pública em maio

Aprovação Publicação da Estratégia Nacional de Educação Ambiental em junho

a promover a melhoria da eficiência energética na iluminação de monumentos e fachadas de edifícios históricos e a redução dos consumos de energia elétrica e custos de exploração das piscinas municipais aquecidas nos 19 municípios que a compõem. Preocupações que são os objetivos das candidaturas apresentadas ao PPEC 2017-2018 – Plano de Promoção de Eficiência no Consumo de Energia Elétrica.

Valorizar resíduos É muitas vezes afirmado que um resíduo é uma matéria-prima fora do sítio, no entanto, a economia atual cresceu assente em padrões de consumo insustentáveis, sobre o conceito de “usar e deitar fora”. BLC3 em Oliveira do Hospital A BLC3 tem desde a sua génese dois princípios de trabalho: a Bioeconomia e Economia Circular, pelo contexto das biorrefinarias. É de sublinhar que a Economia Circular é a atual grande aposta de toda a União Europeia “para diminuir o impacto ambiental das atividades económicas e para diminuir a pressão sobre os recursos naturais e dependência externa, como é o caso do petróleo”. Por outro lado, a Economia Circular permite aumentar a competitividade das empresas e da economia, onde um resíduo de uma indústria pode ser matéria-prima para outra. Segundo João Nunes, da BLC3, “é possível tornar a economia mais eficiente e mais competitiva”, contudo é necessário “assegurar que as valorizações dos resíduos e efluentes sejam feitas de forma eficiente”. As biorrefinarias é a tecnologia principal que a BLC3 está a desenvolver

no contexto da Economia Circular, que pretende diminuir a dependência do petróleo em Portugal, com “a valorização e conversão de matos e incultos e resíduos agroflorestais em substitutos de derivados de petróleo”. Em termos ambientais, as biorrefinarias permitem fabricar bioprodutos - com menores impactes ambientais - e diminuir os impactos dos grandes incêndios florestais originados pelo abandono da atividade no território e por falta de capacidade competitiva das tecnologias de valorização dos resíduos florestais. No contexto das biorrefinarias , a BLC3 ainda tem outra vertente de trabalho: a valorização de efluentes agroindustriais para o mercado cosmético e nutracêutico, transformando assim um problema ambiental numa oportunidade.

Água A água é essencial para a vida, para o ambiente e para a economia. Sendo um recurso limitado, a água doce constitui cerca de dois por cento da água do planeta. Facto, cuja procura pode levar a uma escassez mundial no abastecimento. Mas os riscos não têm limitado a procura de projetos inovadores pelas empresas, como acontece em Coimbra. Telecontagem Em Coimbra, decorre a primeira fase de um projeto que visa facilitar a vida aos consumidores e que deverá estar concluída em março. Trata-se de um investimento em telecontagem que beneficia a gestão eficiente do sistema de abastecimento. A empresa municipal Águas de Coimbra assinou em outubro de 2016, o contrato de aquisição e instalação de um sistema de telemetria com a

Aqualogy Solutions SA, no âmbito de um concurso público internacional. No âmbito deste projeto já instalou até ao momento cerca de dois terços dos equipamentos previstos para concluir a primeira fase deste projeto. Em março deverão estar instalados e testados 6700 contadores, num total de 700 mil euros, preparados para serem monitorizados à distância, em áreas residenciais do centro de Coimbra. O projeto está a ser instalado nas zonas de Medição e Controlo da Cumeada (Celas, grande parte da Solum e várias zonas da Baixa e da Alta de Coimbra) e do Pinhal de Marrocos, em duas fases, num total de 20.840 contadores de água, o que representa um investimento total de cerca de dois milhões de euros. Explica fonte da empresa municipal que “com esta solução tecnológica, os contadores estarão ligados por rádio frequência a equipamentos, que emitem para o sistema central, onde são recolhidos e processados os dados”. Assim, a faturação passa a ser feita na leitura real, eliminando a estimativa de consumo. Para além disso, esta tecnologia é um “instrumento na luta contra as perdas de água, já que permite, detetar fugas nos sistemas” e sem sair da empresa, bem como controlar os consumos.

Candidatura ao POSEUR O arranque da segunda fase do projeto, que prevê a instalação de mais 14.140 equipamentos, será planeado depois de realizada uma avaliação técnica da primeira etapa. Importante para esta calendarização será, igualmente, o resultado de uma possível candidatura a fundos comunitários do investimento global, no-

meadamente, aos fundos do POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos.

Rio Mondego Mas falar em água na região obriga a falar no rio Mondego. Um rio que oferece a Coimbra um lençol de água quase inaproveitável. O assoreamento tem provocado problemas que ninguém quis assumir, sendo, no entanto, assunto recorrente mas nunca resolvido. Por entre o empurra entre entidades públicas, é possível dizer-se agora que a empreitada de desassoreamento da albufeira do Açude Ponte em Coimbra está a concurso. Um concurso que ronda os 4,7 milhões de euros. E por falar em Mondego, também é importante apontar um outro projeto que vai permitir a “estabilização da margem direita do rio entre a Ponte de Santa Clara e o Açude Ponte de Coimbra”. Uma obra que tem por base 7,8 milhões de euros e um prazo de execução de 540 dias. Viseu na rota das cidades inteligentes A SoftINSA, empresa do Grupo IBM, instalou em Viseu um novo Centro de Trabalho e Competências (CTC). A estrutura permite desenvolver soluções tecnológicas que, no futuro, serão as chamadas “Smart Cities”. A criação deste CTC resultou de um acordo de cooperação entre a SoftINSA, Câmara de Viseu e Instituto Politécnico de Viseu. O Município de Viseu, que vê neste acordo de cooperação inúmeras vantagens para a cidaderegião, assegura todas as condições para que outras soluções tecnológicas, para além das “Smart Cities”, sejam lançadas a

partir deste projecto, designadamente soluções inovadoras em áreas como a gestão urbana, a mobilidade inteligente, a eficiência energética e ambiental ou a inclusão. Na cerimónia de inauguração, o presidente da câmara, Almeida Henriques, explicou que a parceria estabelecida com a IBM vai permitir a criação de uma plataforma digital que fará de Viseu uma cidade inteligente. A plataforma suscitará várias aplicações práticas, como o controlo do tráfego automóvel, a informação aos utentes sobre a localização e tempo de espera do serviço de transportes urbanos, e a identificação de consumos elevados de eletricidade ou de água nas habitações. De referir, ainda, que a Câmara de Viseu está a implantar um plano de Mobilidade Urbana que ambiciona ser “mais eficiente, articulado, económico e amigo do ambiente”, criando condições base para a consolidação de Viseu como uma “Smart City” Até 2025, o MUV (Mobilidade Urbana de Viseu) ambiciona reduzir cinco mil toneladas de emissões de carbono.

CENTRO 2020 Portugal 2020, através do Centro 2020 define o programa SUSTENTAR como prioritário e com projetos apresentados - e já aprovados - pelas diversas CIM da região Centro. Apoiar a transição para uma economia de baixo teor de carbono para todos os tipos de territórios, nomeadamente nas zonas urbanas incluindo a promoção da mobilidade urbana multimodal sustentável e medidas de adaptação para atuação são os principais objetivos já para este ano de 2017. |Eduarda Macário


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PlanEamEnto Urbano Coimbra candidatou-se ao PEDU com projetos no valor de 17 milhões de euros. Destes, 10,3 milhões são destinados à adoção de medidas para melhorar o ambiente urbano

Figueira da Foz o PEDU é aplicado, sobretudo, na regeneração urbana, à qual a autarquia destina 5,5 milhões de euros dos cerca de sete milhões aprovados

Fátima Lourenço

PEDU PrEPara as ciDaDEs Para o fUtUro 111 O Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) é um instrumento que suporta a contratualização com os municípios dos centros urbanos de nível superior, previstos nos programas operacionais Norte, Centro, Lisboa e Alentejo, ao abrigo dos fundos comunitários canalizados para o programa Portugal 2020. Os projetos são contemplados com uma comparticipação de Bruxelas de 85 por cento. Este quadro de financiamento europeu dá prioridade aos projetos de mobilidade urbana sustentável, regeneração urbana e regeneração urbana associada a comunidades desfavorecidas. Na Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra foram abrangidos pelo PEDU os municípios de Coimbra, Figueira da Foz, Cantanhede e Oliveira do Hospital, cujos projetos são suportados por cerca de 33 milhões

de euros. Apenas o concelho da Praia da Claridade não candidatou a regeneração urbana associada a comunidades desfavorecidas, não obstante o seu numeroso parque de habitação social. O município tem, contudo, uma empresa municipal, a Figueira Domus, para gerir os empreendimentos.

PEDU Coimbra O PEDU de Coimbra privilegia a mobilidade urbana sustentável, a regeneração das áreas de reabilitação urbana e a inclusão de comunidades socialmente desfavorecidas, como são os casos dos bairros do Ingote e ex-IGAPHE. A autarquia conimbricense destaca, por outro lado, que aquele plano é, também, um elemento agregador daqueles três instrumentos de planeamento, que suportam cada uma daquelas prioridades de investimento.

Atenta aos novos desígnios das urbes, a Câmara de Coimbra aposta na qualificação do transporte público e na promoção da mobilidade suave. Esta medida amiga do ambiente visa a estruturação, expansão e qualificação das ciclovias e rede pedonal, ligando espaços residenciais, equipamentos escolares e interfaces modais. Deste modo, permite a utilização daquelas vias em condições de segurança e conforto. Por outro lado, Coimbra utiliza o PEDU para reforçar a atratividade, competitividade e dinamismo. A autarquia considera que aqueles são fatores fulcrais que só podem ser alcançados com a reafirmação do coração da cidade como elemento central e de coesão do sistema urbano, tendo em consideração a multifuncionalidade, o património cultural e o potencial turístico. A qualificação f ísica da

cidade é a base material sobre a qual todos os outros objetivos se podem alcançar, defende a autarquia de Coimbra. Por isso, indica, o citado plano da cidade tem como objetivo garantir a adequação das habitações aos padrões de vida atual, a modernização e reabilitação dos espaços de comércio e serviços e um espaço público de qualidade e inclusivo. A lista de obras incluídas no PEDU de Coimbra é extensa.

PEDU Figueira A Figueira da Foz candidatou obras de requalificação urbana ao PEDU, tendo como áreas definidas a zona da estação de comboios (obras em curso), Buarcos, Cabedelo, uma ciclovia entre a plataforma intermodal de transportes e Lares (Vila Verde), as praças da Baixa, ruas adjacentes e área do antigo terminal rodoviário e outras zonas da cidade.

Naquela cidade, o PEDU também se destina à regeneração urbana e zonas industriais degradadas (no Cabedelo, margem sul da foz do Mondego) e ao reforço da mobilidade urbana suave. As praças 8 de Maio e General Freire de Andrade, as ruas dos Combatentes da Grande Guerra, Bombeiros Voluntários e Santos Rocha, assim como as vias adjacentes, vão ser objeto de intervenção. O plano de obras abrange ainda a zona do estacionamento do Coliseu Figueirense. No Cabedelo, sob a jurisdição da Agência Portuguesa do Ambiente, Capitania da Figueira da Foz e administração portuária, o projeto visa conferir dignidade àquela importante zona turística e de desportos de ondas, sobretudo, o surf. Aproveitando a requalificação ao abrigo do PEDU, a autarquia vai instalar iluminação na praia, para a prática noturna de surf – será

o arquitecto no desenho da cidade

Presidente do Núcleo de O PEDU – Plano Estratégico de Arquitectos da Região de Coimbra Desenvolvimento Urbano de da Ordem dos Coimbra, aprovado em 31 Maio Arquitectos

de 2016, segue em execução há 8 meses, e na continuidade do que foi o processo da sua elaboração, Coimbra não está a aproveitar esta oportunidade única para ouvir e trabalhar de forma alargada e pública com aqueles que são, por vocação e formação, os principais actores no desenho da cidade: os

arquitectos. É necessário a criação de uma ampla discussão pública e participada por aqueles que tem por missão desenhar a cidade, imprescindível a um plano que se deseja estruturante no nosso futuro coletivo, para evitar alguns resultados em obras, algumas já realizadas, como o Terreiro da Erva, onde considero necessário haver uma melhor e mais articulada intervenção com a

vivência naquele espaço. Independentemente da orientação estratégica do PEDU Coimbra, que vai ao encontro do que qualquer arquitecto considere fundamental no desenvolvimento urbano, não há como entender que o Município não aproveite também esta oportunidade para ampliar publicamente a excelência do trabalho dos arquitectos da Região, gerando, para as medidas ainda a

realizar, processos exemplares de encomenda. É aos arquitectos que compete desenhar a cidade. E por maioria de razão, quando a intervenção é pública, realizada com dinheiros públicos, os processos de encomenda e escolha do desenho, devem ser realizados da forma o mais pública possível, isto é, concursos abertos a todos os arquitectos


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Figueira da Foz

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Oliveira do Hospital

PlAnEAmEnto UrbAno Cantanhede Viu projetos aprovados no âmbito do PEDU de 4,6 milhões de euros. A fatia de leão, 3,6 milhões, vai no entanto para a regeneração urbana

Cantanhede

a primeira do país. A desejada requalificação da margem sul, retirando carga automóvel das zonas mais próximas dos sistemas dunares e criando as condições para a afetação daquele território atividades, estruturas e serviços relacionados com os desportos de onda e outros e, ainda, a construção de cais de acostagem para servir o trânsito regular de um barco que ligue as duas margens, lêse no plano da câmara, é a obra que vai mudar a face aquela zona da cidade.

PEDU Oliveira do Hospital Oliveira do Hospital está a aproveitar o atual quadro de apoio da União Europeia Portugal 2002 em duas frentes - PEDU e Pacto de Coesão da Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra, para tornar a cidade e o concelho mais atrativos e com mais qualidade de vida. Vamos, no entanto, destacar o primeiro. A primeira obra adjudicada, por cerca de 366 mil euros, é a requalificação e beneficiação da avenida Dr. Carlos Campos, uma importante artéria da cidade. A câmara tem, também, em fase de projeto a requalificação das ruas Virgílio Ferreira e Alexandre Herculano, a pavimenta-

ção e criação de parques de estacionamento na zona entre a central de camionagem, num terreno que se encontra atualmente em terra batida, e a rotunda Comandante Manuel Gouveia Serra. Esta obra visa a valorização de toda a envolvente à principal zona verde da cidade, ou seja, o parque do Mandanelho. O PEDU vai ainda intervir na requalificação e ampliação da Casa da Cultura César Oliveira, (novo centro cultural, cujo concurso público será lançado em breve), que inclui, também, a construção de um auditório, com capacidade para 300 pessoas, nas instalações do antigo colégio Brás Garcia de Mascarenhas. Destaca-se, por outro lado, a reabilitação da zona histórica da cidade e do Bairro Social João Rodrigues Lagos. A empreitada naquele empreendimento habitacional do município inclui a áreas exteriores e habitações, melhorando as condições de usufruto dos espaços comuns e a qualidade de habitabilidade.

PEDU Cantanhede Cantanhede candidatou-se ao PEDU para promover a mobilidade sustentável, a reabilitação urbana e a regeneração

f ísica, económica e social das comunidades desfavorecidas. O município recorreu àquele programa de fundos europeus na sequência da delimitação da Área de Reabilitação Urbana (ARU) do Centro Urbano de Cantanhede. A ARU, tendo como referências o Plano Diretor Municipal e o Projeto de Mobilidade Sustentável, visa o reforço das ações de requalificação do património com interesse cultural, garantindo a sua proteção e valorização. Tem ainda como fundamento a promoção da reabilitação dos edif ícios degradados ou funcionalmente desadequados e o incentivo a intervenções de qualificação do tecido urbano degradado ou em degradação. Por último, tem em conta a valorização das áreas de fruição pública, com destaque para as zonas verdes. A autarquia incluiu no plano obras como a rede ciclável urbana e a requalificação urbana das ruas dos Bombeiros Voluntários, D. Afonso Henriques e Marquês de Pombal. Por outro lado, os projetos contemplam investimentos em “intervenções de fundo” para a reabilitação da antiga escola primária, do Mercado Municipal de Cantanhede e do imóvel onde funcionava a Escola

Técnico-Profissional de Cantanhede. O município aproveita ainda este quadro de fundos comunitários para a recuperação de habitações sociais, no Bairro Vicentino. A aplicação do PEDU naquele bairro social, realça o executivo camarário, tem como finalidade “criar condições de habitabilidade dignas para 22 famílias carenciadas”. Por outro lado, visa a valorização de um espaço urbano degradado, inserido numa “zona urbana servida por boas infraestruturas e equipamentos coletivos”.

Águas da Figueira inova no combate às fugas As perdas de água a nível nacional rondam os 30,7 por cento, entre a captação e a torneira, havendo o objetivo de reduzir a taxa de fugas para os 20 por cento, permitindo poupar cerca de 92 milhões de metros cúbicos por ano. A Águas da Figueira, “adotando as melhores práticas no sector”, tem vindo a aplicar uma estratégia para continuar a reduzir as suas perdas de água de uma forma sustentada, reduzindo, anualmente, o volume de água não faturada, adianta a concessionária. Tendo atingido já o valor mais baixo de sempre de água não faturada

no ano de 2016, de 20,9 por cento, a empresa determinou nova meta: de 15 por cento, para atingir nos próximos anos. Para o efeito, realizou “relevantes investimentos em novas metodologias de trabalho, para detetar e reparar as fugas de água de uma forma mais eficaz. Após a setorização de toda a rede em 34 Zonas de Medição e Controlo (ZMC), passou a monitorizar, diariamente, os volumes de água fornecidos a cada ZMC. Seguiuse a georreferenciação de toda a rede, disponível desde 2015 nas equipas. Para 2017, prepara-se para implementar um software específico de deteção de fugas que permita, em tempo real, a deteção de anomalias em qualquer local da rede, determinar eventos e hierarquizar prioridades de atuação. Aquele sistema informático elabora ainda analisar a informação recolhida, para a concessionária da Figueira da Foz poder atuar de uma forma preditiva, antecipando-se às ruturas, resolvendo antecipadamente as fugas de água que potencialmente se converterão em ruturas e evitando os incómodos e desperdícios associados a estes efeitos. | Jot’Alves

Oliveira do Hospital Candidatou-se a projetos do PEDU no valor de 4,9 milhões de euros, apostando forte, 4,3 milhões, em medidas de melhoramento do ambiente urbano


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ensino

Sessão de articulação pedagógica entre os professores da sala de estudo Aprender + e os alunos, nas residência da Federação Portuguesa de Canoagem do Centro de Alto Rendimento de Montemoro-Velho

AAURE Projeto pretende conciliar sucessos desportivos e escolares

A2E=19M Parceria com o exploratório de coimbra para combater insucesso e abandono escolares

Susana Gonçalves

Docente da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC)

Do alto renDimento à ciência nos 19 concelhos Da cim/rc 1 1 1 Até 2021, a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM|RC) vai investir mais de 14 milhões de euros num plano inovador de combate ao insucesso escolar e na promoção da qualidade do sucesso educativo. “É, provavelmente, o programa mais arrojado, do ponto de vista financeiro” da região, disse Jorge Brito, secretário executivo intermunicipal, aquando da apresentação do plano. O objetivo da iniciativa passa por diminuir a taxa de insucesso escolar na área da CIM|RC, que, recorde-se, abrange 19 concelhos. O plano vai abranger alunos, professores e funcio-

nários não docentes, mas também as famílias. Entre os 12 eixos a desenvolver, estão previstas ações de sensibilização e mobilização de competências digitais (também para encarregados de educação), apoio a crianças institucionalizadas ou carenciadas, capacitação dos funcionários não docentes nas escolas e criação de ambientes de educação inovadores (salas do futuro).

AAURE: conciliar sucessos desportivos e escolares Conciliar os sucessos desportivos e escolares. É este o objetivo das Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Esco-

la (AAURE), projeto-piloto em curso no presente ano letivo em quatro escolas secundárias nacionais, entre as quais a de Montemor-oVelho – as restantes são as escolas Amélia Rey Colaço (Oeiras), Dr. Augusto da Silva Ferreira (Rio Maior) e Fontes Pereira de Melo (Porto). A localização destes estabelecimentos rapidamente deixa perceber que ficam próximos de Centros de Alto Rendimento (CAR), um dos pressupostos base deste projeto, inspirado no sucesso alcançado pelo Gabinete de Apoio ao Alto Rendimento (GAAR), criado em 2009 em Montemoro-Velho e que até 2015 en-

volveu 70 alunos, obtendo resultados positivos: vários campeões nacionais, medalhados internacionais, alunos integrados no projeto olímpico e taxa de sucesso escolar acima dos 90%. Outra das razões que levaram à criação das UAARE deve-se ao estatuto dual de muitos estudantes, também atletas, e às dificuldades das escolas em lidarem com esta nova realidade, apesar dos imperativos legais, que preveem uma discriminação positiva destes alunos. Sujeitos a intensas cargas de treino e trabalho semanais, estes desportistas dispõem então de acompanhamento nos estudos, mas também

a nível psicológico, uma vez que são muitas vezes confrontados com situações de grande ansiedade. Em cada escola-piloto está formada uma equipa pedagógica, cuja função é o acompanhamento académico (diferenciado) e psicológico dos alunos envolvidos, tendo em consideração as suas particulares necessidades. Neste momento, as AAURE, cujo responsável nacional do projeto é o montemorense Victor Pardal – grande impulsionador do GAAR –, apoiam 60 alunos de 12 modalidades diferentes, com acompanhamento dos professores e ajuda personalizada onli-

2017: tendências e desafios para o ensino secundário e superior Nos últimos anos a literacia científica e o desempenho na leitura e na matemática tem vindo a melhorar nos jovens portugueses (resultados de 2016 do Programme for International Student Assessment, PISA), mostrando que a qualidade do ensino não depende só de fatores económicos, mas também das políticas educativas, das mentalidades e da cultura escolar. A tendência positiva pode ser fortalecida agora que se alivia o espetro da austeridade, reforçando os fatores escolares com que está correlacionada: tempo de aprendizagem, qualificações e abordagens pedagógicas dos docentes, recursos educativos, e atividades extracurriculares. Este é um desafio importante para a escolaridade obrigatória. Superá-

lo passa por manter a atratividade e relevo social da escola, que deve ajustar-se à heterogeneidade dos alunos e populações, estimular a curiosidade e a aprendizagem por problemas, incentivar a autonomia, e fomentar uma cultura de sucesso (incluindo alternativas à retenção escolar). É de igual modo importante ensinar a cidadania ativa. Desafios de escala global como as migrações, a segurança alimentar ou as mudanças climáticas (focados em 2016 no âmbito do Ano Internacional do Entendimento Global), devem ser encarados como conteúdos educativos transversais. Os jovens estudantes precisam ser alertados para estes problemas, estimulados para pensar criticamente sobre o mundo e encorajados a envolver-se em iniciativas locais de impacto.

Incluir os desafios da sustentabilidade no ensino superior é ainda mais decisivos. Politécnicos e universidades são laboratórios plenos para a ativação de ideias e estratégias globalocais, visto que aliam à produção e aplicação de conhecimento científico e à legitimidade académica das práticas de experimentação, distribuição de conhecimento e criatividade/ inconformismo, a força motriz da juventude. Mas é preciso ter-se em conta as contradições próprias de um novo tipo de estudante, os nativos digitais (perícia tecnológica aliada à imaturidade sócio emocional; social networking associado ao egocentrismo da “Era do Eu”;…). Eles aprendem bem em ambientes educativos tecnologicamente enriquecidos, que recorram à mobile learning e à gamificação da aprendizagem, que

estimulem o pensamento criativo e a inclusão em comunidades de sentido e de prática (incluindo as virtuais), e que lhes permitam criar conteúdos e ser ouvidos. Para o ensino superior é um desafio crucial criar ambientes igualmente forte em literacia digital (incluindo cibersegurança) e em educação cívica. Estes ambientes devem ser geradores de experiências sociais significativas e promotores do consumo crítico e devem expandir-se para lá da sala de aula e favorecer a colaboração multidisciplinar com a comunidade, estando focados na solução de problemas reais, especialmente aqueles que se situam na esfera do desenvolvimento sustentável, da solidariedade global e do bem-estar das comunidades.


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ensino ne, consoante as avaliações e necessidades de cada um. Em breve – já a partir do 3.º período –, o projeto enfrenta um novo desafio, com o desenvolvimento de uma plataforma digital interativa, que permitirá aos alunos/atletas assistir a algumas aulas. Entretanto, em cada CAR e residência universitária está a ser criada uma sala de estudo equipada com tecnologia que permita o acompanhamento dos atletas. Outra das particularidades das UAARE prende-se com o estatuto assumido pelos treinadores, que passam a ser tutores dos atletas, substituindo o encarregado de educação. Para o próximo ano, o projeto quer crescer e abranger mais três/quatro escolas, esperando-se que, dentro de dois/três anos, seja possível ter uma rede nacional, para apoiar os restantes estabelecimentos de ensino.

A2E=19M: uma equação de sucesso! Chama-se “A 2 E=19M: uma equação de sucesso! Aprendizagem Ativa e Experimental AAE” o projeto de colaboração entre o Exploratório Ciência Viva Coimbra e a CIM|RC, que deve arrancar já em 2017. A atividade vai abranger perto de 53 mil alunos do ensino pré-escolar ao

secundário e vai decorrer durante dois anos, abrangendo os 19 municípios que integram a CIM|RC. Em concreto, trata-se de uma micro exposição, que “transforma” a sala de aula num laboratório, numa parceria de “larga escala” e que poderá modificar a relação da CIM|RC com a ciência, colocando o organismo na vanguarda científica nacional. O projeto pretende ainda garantir entrada gratuita a todos os estudantes das escolas que integram a Comunidade Intermunicipal nas exposições permanentes do Exploratório, conseguindo assim igualdade de condições para todos. Durante este ano, o Exploratório quer ainda discutir com os estabelecimentos de ensino e agrupamentos de que forma pode contribuir para o combate ao insucesso e abandono escolares, fazendo o levantamento das necessidades dos agrupamentos de ensino.

“Seleção Sub-30” Depois do período experimental em 2016, o Exploratório mantém este ano a parceria com a Associação Portuguesa de Bolseiros de Investigação Científica. “Seleção Sub-30” é um projeto que promove conversas entre alunos do 3.º ciclo sobre o que é ser

investigador. No ano de estreia da iniciativa, estiveram envolvidos perto de 600 estudantes, oriundos de 20/30 estabelecimentos de ensino da região Centro. Agora, os promotores procuram financiamento, de forma a estender o programa a todo o país, permitindo ao Exploratório chegar a locais onde normalmente não chega.

Mais e novos espaços para a FCDEF O presente ano pode trazer novidades à Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física (FCDEF) da Universidade de Coimbra (UC). Em 2017, a intenção passa pelo aumento das condições espaciais do estabelecimento, nomeadamente com a construção de um novo auditório e zonas laboratoriais. Uma obra intimamente relacionada com os Jogos Europeus Universitários de 2018 (vulgo EUSA Games), que vão decorrer em Coimbra e que têm permitido à reitoria da UC uma série de intervenções no Estádio Universitário. O que para agora está previsto é a reabilitação do Pavilhão número 2, isto depois das já efetuadas obras nos pavilhões 1 e 3. Segundo apurou o DIÁRIO AS BEIRAS, a reitoria da UC está a trabalhar com vista à melhoria das condições da FCDEF,

nomeadamente através do reitor, na procura do necessário financiamento às intervenções. No entanto, durante o tempo de duração da intervenção, os responsáveis universitários tudo farão para garantir que os espaços continuem disponíveis para a diária prática desportiva. Ainda em relação à FCDEF, 2017 pode marcar o arranque das obras na Escola Secundária José Falcão, permitindo novas áreas de utilização à faculdade. Neste momento, a FCDEF já ocupa parcialmente um dos pisos da escola, mas o reitor João Gabriel Silva encontra-se a negociar a cedência do espaço, prevendo-se assim o alargamento dos recursos da universidade. Ou seja, nesta altura falta legitimar intenções, para que, num futuro próximo, a FCDEF possa então passar a ocupar mais espaço nas instalações da “secundária”, que deverá corresponder à ocupação de dois dos edifícios.

Voz aos alunos O ano de 2017 marca também o arranque do Orçamento Participativo das Escolas. Oportunidade para os estudantes do 3.º ciclo do ensino básico e secundário dos estabelecimentos de ensino público poderem decidir, de forma democrática, quais

as melhorias a introduzir nos seus estabelecimentos de ensino. A medida pretende dar voz aos alunos, respondendo às suas necessidades e interesses, fomentando a sua participação cívica. Promover o sentido de responsabilidade é outro dos objetivos.

Manuais, ensino especial e artístico, e promoção do sucesso O presente ano letivo traz ainda o programa de reutilização de manuais escolares, tema muito discutido e longe de ser pacífico, tantas as opiniões divergentes. Outra das expectativas próximas prende-se com as alterações à lei sobre educação especial, cuja proposta de diploma está em fase final. O reforço do ensino artístico é outra intenção para os tempos mais próximos, desígnio admitido pelo Ministério da Educação, que pediu já uma avaliação à rede de oferta destas escolas.O Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar foi lançado este ano letivo, com as escolas a fazerem um “diagnóstico” dos seus problemas e a proporem medidas/ soluções. Dentro da sua autonomia, cada estabelecimento de ensino elege as suas prioridades e os mecanismos de ação. | José Armando Torres

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Requalificação do Pavilhão n.º 2 do Estádio Universitário de Coimbra vai permitir mais espaço à Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra

DB-Carlos Jorge Monteiro

“Seleção Sub-30” envolve alunos do 3.º ciclo e resulta de uma parceria entre o Exploratório de Coimbra e a Associação Portuguesa de Bolseiros

Seleção sub-13 Conversas para saber o que é ser investigador

FCDEF Aumento das condições espaciais previsto para este ano


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o centro tem futuro ‘2017

CULTURA ENTRETENIMENTO

O REGRESSO DA BIENAL ANOZERO

Intervenção Mosteiro de Santa Clara-aVelha entra em obras no verão

Casa-Museu Elysio de Moura deverá abrir portas em Coimbra em meados do ano

111 No ano em que, por via dos avultados estragos causados por duas devastadoras cheias do Mondego, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha se prepara para dar início a uma intervenção que, para além de reparar os danos causados pelas águas, possa também concretizar finalmente o seu projeto “original”, Coimbra prepara-se para viver a segunda edição da bienal Anozero, que irá decorrer entre 11 de novembro e 30 de dezembro. Para tanto, como foi noticiado há poucos dias, o projeto artístico produzido pelo l ra actividade cultu em destaque

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ira e Arganil: Ficabet’Alto, Feira do Mon o setembr

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Cantanhede: de Expofacic, de 27osto julho a 6 de ag

Carina Gomes

Vereadora da Cultura e Turismo da Câmara Municipal de Coimbra

Coimbra: Fest, as da Cidade de 1 a 9 de julho

Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), com a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) e a Universidade de Coimbra (UC), encontra-se habilitado a verbas significativas – exatamente 402.500 euros –, numa candidatura conjunta da CMC, UC e Turismo Centro Portugal ao Centro 2020.

Intervenção no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha Para o início do verão, está agendada a intervenção no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, com um custo a aproximar-se do meio milhão de euros. Entre as l ra actividade cultu em destaque

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a: Condeixa-a-Nov a nt Sa de Festas Cristina, julho

Figueira da Foi,z: RFM Somni de 7 a 9 de julho

áreas prioritárias, encontram-se o sistema elétrico e a conclusão da cerca medieval, que a profunda intervenção do início do século não conseguiu concretizar e que tem um papel fundamental em situações de cheia como as duas ocorridas no início de 2016. Apesar das obras, não está previsto o encerramento do monumento ao público, já que serão executadas faseadamente. Como vieram entretanto sublinhar Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandez, arquitetos do Atelier 15, responsável pela recuperação do monumento l

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ação Góis: Concennatrl de io Internac osto Motos, ag

medieval que abriu ao público em 2009 e também pela intervenção que agora se projeta, é fundamental que sejam corrigidos alguns elementos “significativamente deturpados” no projeto original.

Casa-Museu Elysio de Moura em meados do ano Também a partir de meados do ano, provavelmente em junho, Coimbra ficará a conhecer mais intimamente uma das suas emblemáticas personalidades, com a abertura da Casa-Museu Elysio de Moura, no histórico Colégio de Santo António da Pedreira, onde funciona

Eventos na área das artes multiplicam-se na região Da música ao cinema, passando pela banda desenhada, pelo teatro, pela dança e pelos livros, mas também ral actividade cultu em destaque

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Lousã: Feira doha, Mel e da Castan novembro

a Casa da Infância Doutor Elysio de Moura. A abertura da nova casa-museu, em instalação no edif ício da rua Doutor Guilherme Moreira, é ainda uma homenagem justíssima a um médico benemérito que se notabilizou no ensino e na investigação de áreas da Medicina como a Psiquiatria e a Neurologia na Universidade de Coimbra.

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Mira: Festas deo Tomé, julh

S.

vo: Miranda do Cora, nd ira -M Expo junho

as Mortágua: Festde ho el nc Co do to Mortágua, agos

Uma agenda cultural para valorizar Coimbra!

2017

será mais um ano de tributo à cultura em Coimbra. A estratégia definida pelo Município tem sido a de honrar as tradições e o legado cultural da cidade, preservando e promovendo aquilo que nos singulariza, ao mesmo tempo que se aposta em grandes eventos de impacto suprarregional que projetam e reforçam a notoriedade de Coimbra. Assim, aos eventos já firmados, com história e tradição, como a Feira Medieval, que este ano festeja 25 anos, as Festas da Cidade de Coimbra ou os Encontros Mágicos, juntam-se outros que, embora recentes, já conquistaram os seus públicos e deram provas do seu impacto na agenda cultural da cidade, da região e do país. Refiro-me

à Coimbra BD – Mostra de Banda Desenhada de Coimbra que, na sua primeira edição, em 2016, despertou a curiosidade de milhares de visitantes, à Feira Cultural de Coimbra que, ao juntar outros atrativos à volta do livro, impediu o definhamento da outrora Feira do Livro, e ao programa Luzes sobre a Baixa de Coimbra | Natal e Fim de Ano, uma aposta claramente ganha e que todos os anos tem atraído à Baixa centenas de milhares de pessoas. Uma referência especial para o Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, uma iniciativa da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra e da Universidade de Coimbra, que irá proporcionar, novamente, nesta

segunda edição, um programa abrangente de iniciativas curatoriais em lugares de elevado valor patrimonial e cultural da cidade. Naturalmente, é incontornável o papel do Convento São Francisco, reaberto em abril do ano passado. Além da essencial captação de congressos e de uma programação cultural de qualidade e diversificada, a que têm acorrido muitos e diversificados públicos, merece realce o trabalho desenvolvido com os agentes culturais do concelho, que muito contribui para o seu engrandecimento e projeção, em Coimbra e para além dela. É esta a ambição da CMC: a de apoiar as instituições culturais do Município, sempre em proximidade e com total respeito pela sua autonomia e

independência criativa, através de um renovado modelo de apoio ao associativismo cultural que tem vindo a dar frutos e no qual continuaremos a apostar. Também numa lógica de cooperação interinstitucional, vale destacar duas candidaturas a programas europeus, versando sobre Coimbra, Região de Cultura e Lugares Património Mundial do Centro. Em conjunto, estes programas vão permitir o fomento de uma programação cultural partilhada entre vários Municípios, ampliando o seu alcance e contribuindo para a melhoria dos indicadores turísticos locais e regionais, ao mesmo tempo que vão potenciar alguns dos principais elementos distintivos, como o fado de Coimbra e o Património Mundial.


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Pedro Agostinho Cruz

o centro tem futuro ‘2017

CULTURA ENTRETENIMENTO Coimbra BD

pelas artes plásticas e pelo património imaterial e construído, Coimbra e toda a sua região vão multiplicar-se em eventos culturais durante todo o ano de 2017. Temos, assim, que logo após as festas de carnaval – mais ou menos tradicionais, vejam-se os exemplos de Cabanas de Viriato ou da Figueira da Foz –, que se aproximam a passos largos e um pouco por toda a região, seguem-se encontros, eventos, feiras e festivais para satisfazer todos os gostos e reunir todos os públicos da região e do país. Numa nota mais indicativa que exaustiva, ficam alguns “alertas” para outros tantos eventos a não perder no ano de 2017. De 9 a 12 de março, lu-

gar a Coimbra BD - Mostra de Banda Desenhada de Coimbra, seguindo-se, entre 1 de março e 1 de maio, a 19.ª Semana Cultural da Universidade de Coimbra. A 20 de abril, Jaques Morelenbaum apresenta-se em concerto nas Quintas do Conservatório [de Música de Coimbra] e, entre 5 e 12 de maio, a Queima das Fitas promete voltar a tomar conta da cidade. Em junho, entre 2 e 11, lugar à Feira Cultural de Coimbra, seguindo-se a Feira Medieval de Coimbra nos dias 16 e 17. Entre 17 a 24 de junho, lugar ao Sons da Cidade, programa destinado a celebrar Coimbra Património Mundial.

RFM Somnii na Figueira e Expofacic em Cantanhede As Festas da Cidade de

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Montemor-o- rte, Velho: Festival Fo agosto

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Mealhada: a, lhad FESTAME-MeaJu nho de 18 a de 10

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ival Penacova: Fe24st a 28 a, ei pr da Lam de fevereiro

Coimbra têm lugar entre 1 e 9 de julho, com a Figueira da Foz a acolher o RFM Somnii de 7 a 9 de julho, o mês em que o Festival das Artes se realiza em Coimbra, de 15 a 23, com o tema “Metamorfoses”, e que a Expofacic regressa a Cantanhede, entre 27 de julho e 6 de agosto. No cartaz deste ano, destaque para os Dama, Richie Campbell, Mariza, Cuca Roseta, Dengaz e Karetus. De volta à Figueira da Foz, o Festival de Cinema, já na quarta edição, acontece de 28 de agosto a 3 de setembro. Agosto é o mês do Festival Forte, a decorrer em Montemor-o-Velho, que deverá ainda acolher o Citemor. Em setembro, a magia regressa a Coimbra, nos seus emblemáticos Enconl

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Ol. do Hospital: ExpOH, julho

tros Mágicos, de 19 a 24 . A Anozero: Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra terá lugar entre 11 de novembro e 30 de dezembro. Em novembro, a OCC volta a brindar Coimbra com os seus Encontros Internacionais da Guitarra e regressam ainda os Caminhos do Cinema Português.

“Identidade” no centro da Semana Cultural da UC Entre 1 de março e 1 de maio, subordinada ao tema “identidade”, realiza-se a 19.ª Semana Cultural da Universidade de Coimbra (UC), esta a assinalar o seu 727.º aniversário em cerimónia solene a decorrer a 1 de março, também com a entrega à coreógrafa e programadora cultural Madalena Victorino do

Prémio Universidade de Coimbra 2017. A UC apresenta-se à cidade e ao país enquanto entidade produtora de conhecimento, ciência e cultura, mas também de eventos artísticos. Numa semana há muito “alargada” a alguns meses de programação, também a cidade e os seus agentes e entidades culturais e artísticas estão convocados. Cidade e universidade estarão unidas de novo na celebração daquela que é uma das marcas decisivas das suas histórias centenárias: junho voltará a trazer a Coimbra a memória recente e, espera-se, a decisão assumida de empreender no âmbito do património mundial. | Lídia Pereira

a: Pamp. da Serrat oe an es Feira de Art , agosto ia m no Gastro

S. Soure: Feira deCIS, TA FA – s Mateu setembro

“Identidade” é o tema aglutinador da 19.ª Semana Cultural da UC

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II Mostra de Banda Desenhada de Coimbra decorre de 9 a 12 de março

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sTábua: FACIT –elFeho nc tas do Co lho de Tábua, ju

V. N. de Poiares: Poiartes, setembro


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invEstigação ciEntÍfica Direito casa da Jurisprudência entra em funcionamento este ano

Tecnologia Uc investe milhões de euros em equipamento pesado

Amílcar Falcão Vice-Reitor da Universidade de Coimbra (Investigação & Inovação)

ExcElência na invEstigação 111 A aposta no conhecimento é um compromisso para o futuro e requer instituições científicas fortes, abertas à formação, à criatividade e às novas fronteiras do conhecimento. Na região Centro – em particular em Coimbra –, o envolvimento de um grande número de jovens, investigadores, docentes e de instituições científicas é o exemplo da capacidade instalada, onde existe a noção clara de que a ciência e a investigação não podem deixar de ocupar um lugar primordial no futuro. Assim, um dos grandes desafios ano é manter – e expandir – a excelência da investigação numa região onde confluem várias instituições de ensino superior, unidades acreditadas ou laboratórios de referência.

Universidade de Coimbra lança radiofármacos O ano de 2017 vai ser, seguramente, fértil em novidades no âmbito da produção de conhecimento por parte da Universidade de Coimbra (UC). De acordo com Amílcar Falcão, vice-reitor responsável pelas áreas de Investigação e Inovação, a juntar a casos de sucesso, como acontece com a terapia fotodinâmica ou com o lançamento de novos radiofármacos no mercado, a UC terá, “finalmente, uma organização eficiente das plataformas tecnológicas que muito irão contribuir para uma melhoria global da investigação”. “São muitos milhões de euros de equipamento pesado que irão estar ao serviço da investigação de uma forma

transversal como até hoje nunca estiveram”, refere. Ao investimento em equipamento efetuado nos últimos anos, associa-se ainda, uma “nova filosofia de gestão” que irá potenciar a interdisciplinaridade e, com isso, aumentar a qualidade da investigação produzida pela Universidade de Coimbra. Este será um ano em que as condições físicas da UC continuarão a melhorar: é o ano letivo em que a subunidade 3 da Faculdade de Medicina entra em funcionamento, transitando quase por completo toda a sua atividade pedagógica para o Pólo das Ciências da Saúde (Polo III). “Este é um avanço muito relevante para os estudantes de medicina, mas não o é menos para a própria faculdade que consegue assim

uma maior concentração geográfica do ensino médico – considerando a proximidade do Polo das Ciências da Saúde e do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC)”, salienta Amílcar Falcão. O impacto no ensino médico será muito positivo e, por consequência, “a investigação, inovação e translação das Ciências da Saúde sai igualmente fortalecida”, acrescenta.

Instituto de Medicina Legal no Polo III Ainda no Polo III, este seAinda no Polo III, este será o ano em que o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) libertará o espaço que ocupa no edifício do polo I da Faculdade de Medicina. Com um edifício autónomo situado no Pólo das

Ciências da Saúde, o INMLCF não só liberta espaços no Polo I, como aumenta a densidade de instituições de referência na área da saúde, juntando-se ao CHUC, Instituto Português de Oncologia de Coimbra, Escola Superior de Enfermagem e Universidade de Coimbra (Faculdade de Medicina, Faculdade de Farmácia, e Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde). Além disso, e segundo o vice-reitor para a Investigação e Inovação da UC, a libertação de espaços no Polo I permite rearranjos fundamentais para a concentração da administração da Universidade de Coimbra num mesmo edifício, aumentando dessa forma a sua eficiência por questões de proximidade.

Casa da Jurisprudência

“não se transfere o que não se conhece nem se ensina o que não se sabe”

A

produção de conhecimento avançado é uma das missões das universidades a que, normalmente, se associa a transferência do conhecimento gerado e, naturalmente, a componente pedagógica. As melhores universidades são aquelas onde a produção de conhecimento é o seu principal foco. Na verdade, uma universidade capaz de grandes avanços científicos, também conseguirá desempenhar de forma eficiente as outras duas missões. Não se transfere o que não se conhece nem se ensina o que não se sabe. Para que uma universidade consiga alcançar avanços relevantes para a sociedade, é fundamental que que

esteja organizada. Organizar uma universidade não é fácil porque nos debatemos sempre com grandes problemas de compatibilização entre quem trata de “papéis” e quem detesta “papéis”. A burocracia vive obcecada pelos “papéis”. Os investigadores detestam esses “papéis”. Por isso, organizar uma universidade é tarefa difícil. No entanto, como sempre acontece nas organizações, é mais fácil quando se explica aos burocratas e aos investigadores que todos devemos estar juntos no sentido de resolver os problemas. Numa parte importante dos casos as divergências resultam de uma comunicação deficiente e, porque não dizê-lo, de alguma falta de bom

senso e tolerância entre os agentes envolvidos. Ter gestores de ciência capazes é definitivamente um desafio para o futuro da investigação nas universidades. Acontece que para gerir ciência e para organizar a investigação, existe um elemento fundamental que deve merecer toda a nossa atenção: o investigador. Para termos boa ciência temos de ter bons investigadores. Para termos bons investigadores temos de garantir a existência de fatores de atratividade. Uma universidade que não seja capaz de criar condições para atrair bons investigadores nunca conseguirá alcançar grandes avanços científicos.

Numa altura em que tanto se fala de emprego científico, creio que será bom todos percebermos que a carreira de investigação é uma carreira como outra qualquer. Os melhores conseguem carreiras de sucesso. Os outros, nem tanto. Por isso, uma coisa é a dignidade a que todos os investigadores têm direito, enquanto outra completamente diferente é a necessidade de se diversificarem saídas profissionais para que se dedica à investigação. Na forma como o país conseguir resolver este problema sem enganar os investigadores nem interferir com a autonomia das universidades estará a chave do sucesso para o futuro da investigação em Portugal.


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o centro tem futuro ‘2017

InvEstIgação cIEntÍfIca A Crioestaminal tem em curso ensaios clínicos na área da diabetes e uma investigação para a aplicação conjunta de células estaminais do sangue do cordão umbilical com células endoteliais em doentes com feridas crónicas

Depois de muitos recuos e poucos avanços, o antigo Colégio da Trindade vai, finalmente, dar lugar a centro de investigação na área do Direito, reabrindo com profundas alterações, num projeto de arquitetura do gabinete Aires Mateus. As obras no antigo Colégio da Trindade estão atrasadas. A intervenção, que visa acolher a futura Casa da Jurisprudência da UC, está na fase final, mas deveria estar concluída no passado mês de setembro. A futura Casa da Jurisprudência deverá entrar em funcionamento no segundo semestre de 2017 permitindo, assim, uma expansão f ísica importante para a Faculdade de Direito. “À recuperação de património de valor inestimável junta-se assim uma assinalável melhoria das condições para o ensino e a investigação na área das Ciências Jurídicas”, nota Amílcar Falcão. A Casa de Jurisprudência será um centro de investigação na área do Direito, beneficiando de um espaço dotado de uma sala de audiências que apoiará diretamente a oferta formativa da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. O edifício albergará também o Instituto Jurídico, “que poderá crescer e reforçar-se como referência nacional e internacional, elevando dessa forma o

prestígio da nossa Faculdade de Direito que figura, por direito próprio, entre a elite mundial no âmbito do ensino e investigação”, afirma o vice-reitor.

Investigação no IPC Não é só a universidade a dar cartas na área da investigação: nas seis unidades orgânicas do Instituto Politécnico de Coimbra não faltam, aliás, exemplos dessa aposta na área da inovação e da investigação científica: O Laboratório de Biomecânica Aplicada no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) visa estudar a estrutura e a função dos sistemas biológicos, utilizando os métodos da mecânica. A equipa de investigadores é proveniente de vários domínios do saber e a maioria possui experiência no desenvolvimento de protótipos funcionais no âmbito da biomecânica aplicada, de que é exemplo o apoio técnico-científico que é dado a Telmo Pinão, atleta da seleção paraolímpica de ciclismo. Atualmente estão em fase de desenvolvimento diversas linhas de investigação aplicada com forte ligação a várias instituições de referência nacional no contexto da saúde, do desporto e do bem-estar social. Outro exemplo é o da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra

(ESteSC) que integra vários projetos no domínio do envelhecimento ativo e saudável, alguns deles realizados em parceria com outras instituições académicas e empresariais. Destaque para o projeto FallSensing, que visa desenvolver um sistema inovador para a prevenção de quedas na população idosa. Financiado pelo programa Portugal 2020 e pelo Fundo de Desenvolvimento Regional da União Europeia, o FallSensing resulta de um consórcio entre a ESTeSC, a Sensing Future Technologies e Fraunhofer Portugal e resultará no desenvolvimento de soluções tecnológicas e programas de prevenção que permitam reduzir o risco de queda em indivíduos a partir dos 50 anos. Paralelamente – e em parceria com o Instituto Politécnico de Tomar, Instituto Politécnico de Castelo Branco, Câmara da Lousã e Associação de Defesa do Idoso e da Criança de Vilarinho, Lousã – está em curso o projeto AGA@4life. Visando a prevenção da fragilidade e do declínio funcional, cognitivo e social do idoso, as ações de intervenção do AGA@4life passam pela criação de programas personalizados de exercício físico, educação nutricional, estimulação cognitiva, monitorização de comorbilidades e aconselhamento

A farmacêutica Bluepharma, liderada por Paulo Barradas, quer “aumentar o seu Centro de Investigação e Desenvolvimento”

fármaco-terapêutico. No campo da inovação tecnológica, destaque ainda para o projeto P3 Stroke, desenvolvido por um consórcio que integra a ESTeSC e financiado pelo EIT Health European Institute of Innovation & Technology. O objetivo passa por desenvolver um sistema híbrido de angioressonância magnética que permita tornar mais rápido o processo de diagnóstico e tratamento do acidente vascular cerebral – principal causa de mortalidade e morbilidade em Portugal.

Bluepharma investe 15 milhões Ainda a propósito do lançamento de novos radiofármacos no mercado, importa salientar que o primeiro medicamento oncológico português mostrou resultados significativos no ensaio clínico de prova de conceito, um passo assinalável no tratamento dos cancros da cabeça e pescoço que abre a possibilidade de tratamento para outros tumores sólidos. O primeiro medicamento oncológico português começou a ser desenvolvido em Coimbra, a partir de 2010, pela empresa Luzitin, que nasceu a partir da Bluepharma, farmacêutica que produz medicamentos para mais de 100 marcas, exportando 85% da sua produção para

Este é o ano letivo em que a subunidade 3 da Faculdade de Medicina entra em funcionamento, transitando quase por completo toda a atividade pedagógica para o Pólo das Ciências da Saúde

40 territórios, entre os mais exigentes do mercado. Aliás, a farmacêutica, liderada por Paulo Barradas, quer “aumentar o seu Centro de Investigação e Desenvolvimento”, criar “melhores condições de trabalho” e “consolidar a [sua] posição” no mercado internacional. Por isso, pretende instalar uma nova unidade industrial junto das atuais instalações, em Coimbra, na qual deverá investir cerca de 15 milhões de euros e criar uma centena de novos postos de trabalho.

Melhores soluções para diagnosticar o autismo Ainda na Universidade de Coimbra, no Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), o médico e neurocientista Miguel Castelo Branco está a desenvolver uma investigação para “identificar as melhores soluções de diagnóstico para o autismo”, de modo a encontrar novas soluções terapêuticas. Este projeto foi um dos que venceu a segunda edição do prémio FLAD Life Science 2020, uma bolsa de 400 mil euros, atribuída, já este ano, pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD). Trata-se do maior prémio concedido a investigadores nacionais que trabalham em Portugal. | Patrícia Cruz Almeida

Bluepharma Investe cerca de 15 milhões de euros em nova unidade industrial

Investigação Encontrar novas soluções terapêuticas para o autismo

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o centro tem futuro ‘2017

AgroPeCuárIA Agroindústria Agroindústria é ainda um setor menor, na região, no que respeita a candidaturas a financiamento com verbas comunitárias

DIversIfICAr e InovAr Com APoIo Do sIstemA I&Dt

Investigação Instituto de Investigação Aplicada, do Politécnico de Coimbra, revela particular dinamismo na apresentação de projetos de inovação para o setor

Apresentam-se, aqui, alguns projetos da agroindústria da região que já obtiveram o “sim” a candidaturas a financiamento com verbas comunitárias. Elencam-se, também, os mais importantes projetos de investigação aplicada, submetidos pelos laboratórios do Politécnico de Coimbra a diferentes fundos europeus. Avaliase, por fim, o arranque dos apoios que a agência de desenvolvimento local CoimbraMaisFuturo tem já preparados.

Projetos apoiados pelo Centro 2020 Em Mira, a empresa Leal & Soares recebe 561.118,50€ para a criação de estabe-

Carlos Dias Pereira

ESAC - Instituto de Investigação Aplicada do IPC

lecimento e unidade de produção de húmus de minhoca através de vermicompostagem. Em Arganil, é a Casa do Apicultor a beneficiar de 143.833,05 € de verba FEDER para implementar projeto de internacionalização. Na Mealhada, a Wineland vai ser financiada com uma verba de 107.853,30 € para a criação de empresa exportadora de vinhos nacionais Em Penela, avança o HIESE - uma incubadora vocacionada para a inovação rural. Trata-se de um Living Lab (designado Smart Rural Living Lab) promovido pela IPN-Incubadora e pela Câmara Municipal de Penela. Como

se lê no sítio web da incubadora, o HIESE “funciona como um núcleo de apoio ao empreendedorismo nos setores estratégicos, sobretudo nas fases iniciais do ciclo de vida das empresas”. É um dos projetos aprovados pelo Centro2020, tendo sido aprovado um financiamento de 276.339,25 € De Vila Nova de Poiares, no mês de março, a empresa Nutriva irá estar presente na IFE (Internacional Food&Drink Event), o maior e mais importante evento do sector alimentar do Reino Unido. Entretanto, a empresa apresentou candidatura ao Centro 2020, que mereceu um apoio FEDER de

1.631.512,50 €, para apoio à criação e ao alargamento de capacidades avançadas de desenvolvimento de produtos e serviços.

Medronheiro Esta planta silvestre é há muito estudada nos laboratórios da Escola Superior Agrária do Politécnico de Coimbra. O objetivo do projeto consiste no melhoramento e valorização da espécie, com uma integração vertical, i.e. desde o melhoramento de plantas, condução de áreas silvestres para produção de fruto, para consumo em natureza, a processado e transformado (aguardente, liofilizado), até à procura de novos compostos

com potencial interesse nas áreas da farmacêutica e cosmética.

Castanha Projeto que estuda a adaptação dos clones resistentes, produzidos em anteriores candidaturas PRODER, a zonas com potencial para a sua cultura, como é o caso da serra da Lousã. Selecionar as variedades mais produtivas e de melhor qualidade de castanha, nas 4 DOP (Denominação de Origem Protegida) de castanha e noutras zonas não catalogadas, avaliando a suscetibilidade ao cancro do castanheiro, para fornecer à produção um catálogo com referência à varieda-

Investigação para apoiar agroindústria

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ão vários os laboratórios e unidades de investigação agrária com actividade, na região Centro. O destaque vai para as instituições de ensino superior, nomeadamente, os Politécnicos (Castelo Branco, Coimbra, Viseu, Leiria) e as universidades (Aveiro, Coimbra e UBI). Em Coimbra, destaca-se o trabalho desenvolvido na Escola Superior Agrária do Politécnico, agora enquadrado no IIA – Instituto de Investigação Aplicada. Considerando o capital humano como um aspecto crucial para o sucesso da organização, não obstante serem frequentemente chamados a integrar equipas de trabalho nacionais e internacionais de renome, os investigadores do IPC, constantemente estimulados ao desenvolvimento pessoal e à qualificação profissional, poderão assegurar as melhores res-

postas aos actuais desafios societais, não só através de projectos de IDT&I, como também de um vasto leque de prestação de serviços técnicocientíficos à sociedade em geral e às empresas em particular. Por outro lado, em backoffice, sob coordenação do IIA, o IPC dispõe de um gabinete de projectos com uma equipa técnica especializada na gestão administrativa, contabilísticofinanceira e legal de iniciativas de IDT&I, capaz de assegurar a melhor execução técnico-científica de diferentes iniciativas quer aos seus investigadores quer às diferentes entidades parceiras. Para 2017, o IIA propõe-se apoiar a comunidade científica do Politécnico quer no enquadramento para financiamento quer nos processos de candidatura. A nível nacional será dada especial atenção ao Portugal 2020,

mormente ao Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020 ), ao Programa Operacional Regional do Centro (Centro 2020 ) e ao Programa de Desenvolvimento Rural ( 2020 ). No plano internacional o enfoque incidirá no programa comunitário Horizonte 2020 e no regional INTERREG. A respeito das linhas específicas de apoio à IDT&I para os sectores agroindustrial, alimentar e florestal, no âmbito do PT2020 a atenção recairá no sistema de incentivos à I&DT, mormente nos Projetos em Copromoção - enquadráveis em todas as atividades económicas que, por definição, são realizados em parceria entre empresas ou entre estas e entidades não empresariais do Sistema de I&I, e liderados por empresas, compreendendo atividades de investigação industrial e/ou de desenvolvimento

experimental, conducentes à criação de novos produtos, processos ou sistemas ou à introdução de melhorias significativas em produtos, processos ou sistemas existentes. Já no âmbito do PDR2020 a obtenção de recursos passará pela integração das equipas da instituição em vários Grupos Operacionais parcerias constituídas por entidades de natureza pública ou privada que se propõem desenvolverem um plano de ação visando a inovação no setor agrícola. Neste caso, os domínios temáticos prioritários para o setor são os seguintes: aumento da eficiência dos recursos na produção agrícola e florestal; melhoria da gestão dos sistemas agrícolas e florestais; melhoria da integração nos mercados; valorização dos territórios.


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AgroPECuárIA Região Centro de mais compatível com cada porta enxerto e melhor adaptado a cada local, como acontece com a cultura da vinha. Pretende-se aumentar o valor acrescentado da castanha, testando novos processos de transformação, para além da congelação, como por exemplo: a produção de farinhas de castanha – que Portugal importa –, muito importantes para a alimentação de celíacos, porque não possuem glúten, e ainda para utilização em diferentes produtos alimentares, bem como testar formas de conservação da castanha para aumentar o tempo em prateleira.

e a produção de aromas naturais de trufas - cada vez mais um produto de elevado valor acrescentado e os seus subprodutos têm destaque crescente no sector gourmet. Em sistema de Copromoção com Empresas, o projeto Truflavours quer explorar oportunidades de negócio associadas a dois produtos principais: i) plantas micorrizadas com Tuber e Terfezia ii) aromas de trufas para aplicação na indústria alimentar, num trabalho de investigação científica ao nível da biotecnologia de biorreatores.

Invader IV Desenvolver e testar novas ferramentas para a gestão sustentável de espécies invasoras na Acácia longifólia (uma das piores, em Portugal), associando um dos seus agentes de biocontrolo (BCA, Trichilogaster acaciaelongifoliae). Os investigadores do IIA acreditam que, ao ligar os resultados das tecnologias inovadoras de grande escala (RS) com as características estruturais e morfológicas das plantas, a pequena escala, o projeto será crucial para implementação do biocontrolo como uma solução para outras EEI na Europa (onde os métodos de controlo atualmente utilizados são muito caros e muitas vezes têm pouco sucesso).

PIGS+CARE O projeto visa desenvolver modelos alternativos de acabamento de suínos e de transformação da sua carne que permitam obter novos produtos cárneos sem (ou muito reduzido) odor e/ou sabor a macho. Os sistemas económicos de produção e transporte a desenvolver visam patrocinar o maior bem-estar, higiene e saúde animal dando garantia de um modo de produção menos artificial e menos contaminado por resíduos. A isto, serão associados métodos de processamento, transformação e apreciação de carne de suíno que garantam propostas inovadoras ao mercado de produtos cárneos tendo como alvo grupos de consumidores exigentes em relação ao modo de produção animal.

TRUflavours O projeto Truflavours abrange a truficultura

Vales I&DT Serviços de consultoria em atividades de investi-

gação e desenvolvimento tecnológico, bem como de serviços de transferência de tecnologia. O objetivo é promover a articulação entre as empresas e os restantes atores do Sistema de I&I. De momento, mais diretamente ligado ao setor agroindustrial, o IPC tem seis contratos de prestação de serviços no âmbito dos Vales I&D, com particular incidência no setor da cortiça e alimentar.

+AGRO Qualificar as PME’s do setor agroalimentar, nomeadamente subsetores dos produtos cárneos, frutos e produtos hortícolas, laticínios, e produtos de padaria, para a adoção de estratégias inovadoras, com recurso às TIC, que lhe permitam aumentar a sua produtividade e eficiência ao nível da prevenção de riscos, eficiência energética e otimização de processos de produção. Massas alimentícias com algas No âmbito do Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica (SAICT) – Projetos dos Politécnicos, promovidos pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, o IPC apresentou duas propostas inovadoras que incidem no setor alimentar e agroindustrial. Um deles visa estudar a inclusão de algas e extratos de algas em massas alimentícias com o objetivo de acrescentar compostos bioativos às massas. O outro incide na temática da reutilização dos resíduos

do sector agroindustrial, alimentar e florestal (em especial da cortiça), através de tecnologias ambientalmente seguras.

LIFE - PAYT O objetivo principal do projeto LIFE PAYT é apoiar os municípios na adoção de tarifas de resíduos PAYT (“Pague-o-que-deita-fora”), que encorajará a adoção de práticas de prevenção e separação dos resíduos, fomentando a recolha seletiva. Pretende-se que as metodologias desenvolvidas possam depois ser estendidas para outros municípios do Sul da Europa, contribuindo para uma melhor gestão dos recursos europeus e para a implementação das estratégias ambientais nacionais e europeias. O projeto será implementado em cinco municípios em Portugal, Grécia e Chipre (Lisboa, Condeixa-a-Nova, Aveiro, Vrilissia and Larnaca) em parceria com o Politécnico de Coimbra, a Universidade de Aveiro e a Universidade Técnica Nacional de Atenas. 21 candidaturas na CoimbraMaisFuturo 2017 vai ser o ano de arranque, no terreno, dos primeiros projetos apoiados pela Associação de Desenvolvimento Local CoimbraMaisFuturo. Segundo a coordenadora, Ana Tomás, está a terminar a análise correspondente às duas primeiras medidas, uma vez que as candidaturas à terceira medida apenas terminaram na passada semana.

Assim, na Primeira Medida, com um plafond de 300 mil euros e vocacionada para a Produção, deram entrada 17 projetos para pequenos investimentos na Agricultura (cada um pode receber, no máximo, até 40 mil euros de incentivo). “São vocacionadas para a capacitação de pequenos agricultores, como aquisição de tractores, sistemas de rega, alfaias agrícolas e, nalguns casos, também de oliveiras e árvores de fruto”, explica Ana Tomás. “Na área do concelho de Coimbra, predomina o milho, mas há também horticultura e algum olival”, acrescenta, sublinhando: “Interessante é o investimento proposto para olival, que se cruza com projetos para transformação, nomeadamente, de lagares”. Para a segunda Medida (com dotação de 300 mil euros), foram apresentados quatro projetos na área da transformação e comercialização (podem ter, cada um, até 200 mil euros de investimento elegível). Um dos projetos é para um secador, para milho, e dois são para lagares. Refira-se que, nas duas primeiras medidas, os projetos entregues não esgotaram os plafonds. Por fim, há ainda três candidaturas na terceira Medida de Diversificação de Atividade na Exploração Agrícola, que vai também até aos 200 mil euros. Esta medida tem uma dotação de 295 mil euros. | Paulo Marques DR

Estratégia de Especialização Inteligente contempla Agroindústria, a Floresta e o Mar como domínios diferenciadores temáticos da região Centro

Copromoção Cooperação entre empresas e investigação é reforçada e estimulada com o sistema de incentivos à I&DT, através dos Projetos em Copromoção


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diário as beiras | 11-02-2017

DB-Luís Carregã

o centro tem futuro ‘2017

eConomia Pôr todos em Coimbra soCial a brinCar Iniciativa Juntar todos numa grande brincadeira e dar largas à imaginação

Famílias o Parque Verde mondego acolhe os que celebram a data

Definição a economia social reúne as atividades econômicas que não visam ao lucro Horácio Santiago Presidente da UIPSS – Distrito de Coimbra

111 O Dia Internacional do Brincar celebra-se a 28 de maio. O “World Play Day” é um evento conhecido como Dia Internacional do Brincar ou Dia Mundial do Brincar que é celebrado em mais de 40 países do mundo, Portugal incluído. Este dia relembra que o brincar é um direito (artigo 31.º da Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas) e uma alegria essencial para pessoas de todas as idades. O brincar traz vantagens como a diversão, a educação, o aumento da concentração, criatividade, exploração e convivência. Mas brincar não remete só para brincadeira, pura e dura, das crianças. Brincar é uma palavra com sentido lato e onde cabem todos. De todas as idades e gerações. Pelo menos é assim que Antonino Silvestre e

Teresa Paiva, presidente da direção, e Teresa Paiva diretora técnica do Centro de Reabilitação da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC), olham para esta palavra e simultaneamente para a efeméride. Foi assim que nasceu o “Coimbra a Brincar” e que, de ano para ano, tem vindo a pôr mais pessoas a brincar, não só neste dia como nos outros dias. O “Coimbra a Brincar” não é só… brincadeira, pretende reafirmar o brincar com uma atividade benéfica para todas as idades, reforçando dessa forma o objetivo do Dia Internacional do Brincar que este evento celebra, voltará a ser o grande objetivo, e certamente que não faltarão muitas atividades que o ajudarão a concretizar, mas o resto vamos ter de dei-

xar, para já, em segredo. Porque, afinal, quem não gosta de uma boa surpresa? Na área da deficiência o brincar assume ainda uma maior importância, pois muitas vezes os brinquedos são usados na área terapêutica e de avaliação, como tal, é preciso separar quando a criança está a brincar em liberdade de brincar, apenas.

Dois dias de (muita) brincadeira Este ano realiza-se a 5.ª edição do “Coimbra a Brincar” e estão previstos dois dias de pura brincadeira: 26 de maio e 28 de maio. A 26 de maio a APCC direciona mais as celebrações para escolas e instituições que queiram assinalar esta data e, por exemplo, ir à ludoteca da instituição. A 28 de maio, domingo, o Parque Verde Mondego e um

conjunto de outros espaços da cidade – como museus e espaços desportivos – recebem as celebrações. O objetivo é juntar todos numa “grande brincadeira” em que cada um se diverte e brinca como quer. Mas que brinque. Mesmo os que nunca brincam que contem uma anedota ou algo que seja diferente do habitual. “Esta iniciativa teve desde logo uma grande adesão e tem, desde a primeira hora, a Câmara Municipal de Coimbra, através da Divisão de Ação Social, como grande parceiro”, explicam ao DIÁRIO AS BEIRAS Antonino Silvestre e Teresa Paiva. À medida que os anos passam são cada vez mais os que aderem a esta iniciativa. Há, até, instituições e empresas que fazem o seu dia da brincadeira, com pequenos momentos, e que

depois enviam o que foi feito para a APCC. Isso mostra que “grupo de pessoas que brinca tem vindo a crescer”.

Trazer as famílias Este ano a grande expectativa é trazer as famílias ao parque para brincar, no domingo. Fazer um grande espaço de brincadeira no Parque Verde Mondego em que cada um “brinca à sua maneira”. Antonino Silvestre e Teresa Paiva lembram que o espírito que está na génese desta iniciativa é que as pessoas “vão brincar”, seja de que forma for. “Quem tem uma deficiência entende o brincar de uma maneira completamente diferente de uma criança dita normal. Os nossos jovens respondem muito melhor a uma solicitação de brincar do que uma outra criança”.

desafios

É

por demais conhecida a importância social das Instituições Particulares de Solidariedade Social no que diz respeito à coesão social e ao apoio a situações de grandes carências. Não é menor a sua importância económica no contexto nacional de hoje e de sempre. As IPSS representam quase 2,0% do Valor Acrescentado Bruto, três mil milhões de euros, 2,9% das remunerações nacionais, 2,5 milhões de euros, quase 2,5% das despesas do consumo final, 3,6 milões de euros e cerca de 1,5% do investimento nacional. As IPSS têm, portanto, uma importância, significativa, na economia portuguesa. Quanto maior é o peso, maior é o risco e ainda maior, a responsabilidade. Estamos, ainda, a sair de um período de profunda crise, que abalou fortemente a economia e provocou

sérias dificuldades às famílias, com consequências muito negativas para as Instituições de Solidariedade, que, muito dependentes de um modelo de financiamento, com transferências públicas e comparticipações familiares, já de si, muito reduzido, viram, ainda mais, diminuídas as suas receitas, pela baixa do rendimento “per capita”, ficando com a sua sustentabilidade financeira fortemente abalada. Acresce a estes fatores o facto do serviço prestado pelas IPSS ter uma grande intervenção humana, representando cerca de 60% das despesas correntes, que apesar de salários de baixo valor, têm um peso financeiro muito superior à generalidade das empresas. A par destes fatores, poderemos, ainda, alavancar outros, de natureza geral, como as alterações da estrutura familiar tradicional, (famílias monopa-

rentais), as alterações demográficas, a diferente distribuição da população entre o interior e o litoral, entre as grandes áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e as pequenas freguesias dos arrabaldes das cidades e vilas de Portugal. Grandes dificuldades são, também, grandes oportunidades de mudança e essa é a realidade crescente das IPSS, que, correspondendo aos desafios que lhe são colocados, têm vindo a melhorar alguns dos fatores internos, com melhorias na gestão e na formação geral dos intervenientes, mais e melhores parcerias, mais trabalho em rede e mais voluntariado. Muito está, ainda, por fazer, no entanto, o caminho faz-se caminhando e politicas para aumentar a produtividade, para aferir a satisfação dos clientes, para procurar economias de escala, sinergias e cooperação entre

instituições, para diversificar fontes de financiamento, com implantação de novos e diferentes serviços, como, por exemplo, na saúde, têm estado a ser introduzidas no setor. Estamos perante novos desafios, agora, com o lançamento de novas perspetivas de financiamento, de novos equipamentos sociais. As necessidades são muitas, as oportunidades algumas, porém, as IPSS estão descapitalizadas e precisam de mais e melhores apoios para a concretização dos seus projetos, no interesse das suas comunidades, em particular e do país em geral. Juntos e de mãos dadas, pela solidariedade, havemos de conseguir.


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11-02-2017 | diário as beiras

DB-Luís Carregã

Natural, genuíno e simples Brincar é algo simples, natural, genuíno e que pode ser feito de qualquer maneira. Os jogos mais tradicionais surgiram de uma forma simples. Ainda na barriga das mães os bebés começam a brincar, porém, no dia-a-dia, há também menos tempo para a brincadeira. E muitas vezes essa brincadeira está associada a jogos virtuais. Daí a necessidade de lembrar para assinalar este dia. “Cada um vai dando asas à sua imaginação e brinca como quiser. Deve é brincar”, assumem os dois responsáveis. “Queremos por todos a brincar. Podem não brincar mas pelo menos ficam sensibilizados”. Isto numa cidade onde este dia é, em Portugal, celebrado da forma mais marcante. O objetivo final é que se fique sensibilizado para esta atividade espontânea, intergeracional e inclusiva, pois permite que todos estejam lado a lado simplesmente… .a brincar. EDP Solidária Inclusão na região O programa EDP Solidária Inclusão visa o investimento em projetos que têm como objetivo atenuar situações sociais reconhecidamente relevantes, em particular intervenções que promovem a inclusão social e o empreendedorismo social, e que se revelem sustentáveis. Os projetos deverão estar diretamente relacionados com situações claras de inclusão social de pessoas comprovadamente carenciadas ou excluídas. A Fundação EDP recebeu 630 candidaturas e na região Centro foram selecionados os vários projetos, nomeadamente na Tecno inclusão – tecnologia ao serviço da inclusão da Santa Casa da Misericórdia de Montemor-o-Velho e da ACAPO - Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal: Lisboa e Coimbra com a Chamada para o Emprego. O programa da Santa Casa da Misericórdia de Montemor-o-Velho pretende promover a inclusão de pessoas idosas com problemas de comunicação e/ ou memória através do uso de tecnologia, nomeadamente de tablets com uma aplicação específica e localizadores GPS para pessoas com quadro demencial. Promover formação sobre o uso dos equipamentos para doentes e familiares ou cuidadores. Já o da ACAPO pretende criar postos de trabalho para pessoas com deficiência visual através da formação para o desempenho da função de operador de call center.

15 milhões para apoiar jovens Para este ano, e num programa destinado aos jovens, a CIM RC, em colaboração com a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES), apresentaram Programa CoopJovem, que se destina a jovens que pretendam concretizar uma ideia de negócio através da constituição de uma nova cooperativa, que integre no mínimo três e no máximo nove cooperadores, ou que pretendam criar uma nova secção em cooperativas agrícolas já existentes, que tenha até dez trabalhadores. Os jovens devem preencher a condição NEET (não trabalham, não estudam e não se encontram em formação), ter idade compreendida entre os 18 e os 29 anos, com habilitações literárias mínimas (9.º ano de escolaridade) ou formação equivalente e residência em Portugal continental. As equipas promotoras de projetos cooperativos podem integrar outros elementos que não satisfaçam os requisitos de idade, habilitações literárias e condição de NEET, desde que a equipa seja maioritariamente composta por jovens NEET. O programa, com um financiamento de 15 milhões de euros, prevê apoiar 2.700 jovens com bolsas, apoio técnico e apoio financeiro. A medida COOPJOVEM constitui-se como uma das medidas do Plano Nacional de Implementação de uma Garantia para a Juventude. A 2.ª fase de candidaturas termina a 28 de fevereiro. “Lousã a Mexer +” O projeto “Lousã Mexer +” insere-se no Programa de Apoio ao Idoso (PAI) do Serviço de Ação Social da Câmara da Lousã. Trata-se de um projeto de promoção de atividade física e desportiva para seniores, em que estes podem praticar um conjunto variado de atividades como ginástica, aeróbica, rancho, zumba, hidroginástica, natação, natação livre, yoga, caminhadas entre outras atividades. O projeto destina-se a pessoas do concelho com idades superior a 55 anos onde se incluem os seniores sem e com Cartão Municipal Sénior. O “Lousã a Mexer +” tem como principais objetivos fomentar um estilo de vida saudável, melhorar o desempenho na execução das atividades quotidianas e consequentemente melhoria da qualidade de vida, entre outros aspetos. | Rute Melo

o centro tem futuro ‘2017

eConomIA soCIAl Diversão DR

Brincar é algo simples, natural e genuínoe que pode ser feito em todas as idades

Inclusão

DR

Com o brincar mostra-se que todos se podem unir sem quaisquer diferenças

Região centro

DR

o centro é uma região de referência para o envelhecimento ativo e saudável pelo trabalho que tem sido desenvolvido


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