Edição 25.º aniversário DB

Page 1

# Abertura

2 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

25 anos de jornalismo inovador

C

om o jornal que está nas suas mãos, o Diário As Beiras assinala os seus 25 anos de existência, dedicados a fazer informação séria e sólida sobre a região centro que serve e pretende dinamizar no seu desenvolvimento. O caderno que lhe apresentamos é exemplo de como, na multiplicidade de experiências e situações nem sempre bem conseguidas, é possível descortinar desenvolvimentos e melhorias que, de há 25 anos para cá, fizeram esta região em que estamos manter-se como polo de atração, continuar a ser o Centro de Portugal e, também, a encontrar soluções de correção que re-afirmem o Centro no contexto português. As 25 alavancas que referimos neste caderno são, justamente, as que considerámos ter contribuído para o desenvolvimento da região. Este é um caderno que é igualmente demonstrativo da

Agostinho Franklin diretor

qualidade de informação que, diariamente, pretendemos disponibilizar aos nossos leitores e parceiros de comunicação que nos acompanham todos os dias. Este é um caderno que mostra a qualidade de estar connosco na veiculação das suas mensagens, porque feito com informação útil, porque feito com informação comunicada de um ponto de vista moderno e actual. Mas este é também um caderno onde contámos com a colaboração de Sua Excelência Reverendíssima, o Bispo de Coimbra, D.Virgílio Antunes, na figura de director por um dia e com que pretendemos sinalizar a posição do Diário As Beiras — a do reconhecimento de uma parte significativa e determinante da nossa sociedade e, igualmente, receber o seu contributo para a construção de um jornal equilibrado e socialmente ajustado à sua realidade.

Verba et opera D. Virgílio Antunes diretor por um dia

D

iziam os antigos que a comunicação se dá por meio de palavras e ações, “verba et opera”. Continua a ser verdade, uma vez que a expressão fala de todas as linguagens que temos à disposição, mas também da linguagem que somos nós próprios, pessoas comunidades e instituições. Faço frequentemente o exercício de me perguntar a mim mesmo e às instituições em que estou, como comunico e o que comunico. Sugiro a Coimbra o mesmo método, usado de forma honesta e sem preconceitos, pois pode constituir uma outra alavanca do seu desenvolvimento integral. É importante o fenómeno da comunicação de Coimbra para fora, pois condiciona o relevo do lugar que ocupa em Portugal e no Mundo. Mais determinante ainda é a comunica-

ção cá dentro, uma vez que a nossa cidade é húmus onde germinam e crescem projetos de vida de muitas gerações de jovens. A qualidade das pessoas e instituições, nas palavras e ações, podem fazer da cidade do conhecimento, carregada de tradição, lugar de ensaio de um mundo bem melhor. Os jovens são os que mais apreendem a pluralidade de linguagens: a lição dos professores, os gestos dos profissionais de saúde, a organização do espaço urbano, o estado da natureza envolvente, o dinamismo espiritual da comunidade crente, os lugares e meios de expressão cultural. Coimbra tem muito de bom para comunicar e tem uma grande responsabilidade no que toca a fornecer elementos para a construção de personalidades e de projetos de vida. Essa é, aliás, a sua vocação primeira.

25.º Aniversário Diário As Beiras o meu jornal, a minha região

PROPRIEDADE Sojormedia Beiras SA

DIRETOR Agostinh o Franklin | CHEFE DE REDAÇÃO Dora Loureiro | Coordenação do caderno / Paulo Marques, Agostinho Frankin #01 Aldeias do Xisto e Aldeias Históricas | Paulo Marques #02 Obras de fomento hidroagrícola do Baixo Mondego |José Armando Torres #03 Biocant Park | Bernardo Neto Parra #04 CAR de Montemor-o-Velho - Velódromo de Anadia |Bruno Gonçalves #05 Aposta nos grandes equipamentos culturais |Inês Morgado #06 Investimento em equipamentos desportivos| Emanuel Pereira #07 Criação da ERSUC - abastecimentos de água e valorização de resíduos |António Alves #08 Fábricas do papel | Jot’Alves

#09 Novo hospital pediátrico e a fusão dos hospitais em Coimbra | Dora Loureiro #10 IPN | Bernardo Neto Parra #11 Sistema de apoios aos mais vulneráveis | Patrícia Cruz Almeida #12 Electrificação da Linha da Beira Alta | Emanuel Pereira #13 Expansão do porto da Figueira da Foz | Jot’Alves #14 Reordenamento da orla costeira |Inês Morgado #15 Reformulação do parque escolar |Cátia Vicente #16 Valorização do Património da Humanidade na região | Patrícia Cruz Almeida

#17 Polos universitários e fac. desporto |José Armando Torres #18 A ponte Rainha Santa |Bruno Gonçalves #19 Quadros comunitários de apoio | Dora Loureiro #20 Ramal de Lousã e metro| António Alves #21 Reordenamento da rede viária | Paulo Marques #22 Reorganização do território - freguesias - CIM| António Rosado #23 Recuperação do rio para a cidade |Cátia Vicente #24 Turismo e desenvolvimento da região | António Rosado #25 Diário As Beiras | Agostinho Franklin, Paulo Marques Fotografia |Carlos Jorge Monteiro, Pedro Agostinho Cruz e Pedro Ramos

PUBLICIDADE Ana Paula Ramos, Mónica Palmela , João Ribeiro, José Gouveia PAGINAÇÃO Carla Fonseca, Daniela Marques, Mário Pinto, Victor Rodrigues CONTACTOS: SEDE: Rua Abel Dias Urbano, n.º 4 - 2.º 3000-001 Coimbra, tel. 239 980 280, 239 980 290, Telem: 962 107 682, administrativos@asbeiras.pt REDAÇÃO Tel. 239 980 280, redaccao@asbeiras.pt PUBLICIDADE tel. 239 980 287publicidade@asbeiras.pt CLASSIFICADOS tel. 239 980 290, classificados@asbeiras.pt ASSINATURAS tel. 239 980 289, assinaturas@asbeiras.pt 1

10/01/2019

12:39

74251

AF CA_CAMPANHA AGRICULTURA_IMPRENSA ROD 262x48mm copy.pdf

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

1

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 3

13/03/2019

14:16

74312

14410 Anuncio Diario Beiras 252x352mm.pdf


#

4 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

Prémio Desporto EUSA Games

A recente atribuição à Universidade de Coimbra da Medalha de Honra ao Mérito Desportivo culmina, com distinção, um período de ouro da aposta de Coimbra no fomento do desporto universitário. O ponto alto foi, sem dúvida, a realização, em julho de 2018, dos Jogos Europeus Universitários, que envolveram cerca de 4500 estudantes-atletas vindos de 300 instituições do ensino superior de toda a Europa, entre eles meio milhar de portugueses. Em Coimbra, a organização dos jogos envolveu a Universidade, a Associação Académica e a Câmara Municipal, que se juntaram à Federação Académica do Desporto Universitário. Foi o maior evento multidesportivo alguma vez realizado em Portugal.

diário as beiras | 23-03-2019

23-03-2019 | diário as beiras

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário aniversário | especial | 5

Gala Troféus Diário As Beiras 2019

Troféus Diário As Beiras’2019

Na gala que assinalou os 25 anos do DIÁRIO AS BEIRAS, realizada ontem à noite no Casino Figueira, o jornal atribuiu 12 troféus, para distinguir personalidades, empresas e eventos que se destacaram no ano de 2018 e que têm contribuído para engrandecer o tecido económico, social e cultural da região Centro. Foram distinguidos os Jogos Europeus Universitários, o Centro de Iniciação Teatral Esther de Carvalho (CITEC), a Mesa da Bairrada ao Mondego, a Mesa das Terras da Chanfana, António Dias de Figueiredo, Ana Abrunhosa, Turismo da Figueira da Foz, Automóveis do Mondego, Take The Wind, Escola Secundária Infanta D. Maria, Luís Arnaut e, a título póstumo, João Calvão da Silva

Prémio Cultura

Centro de Iniciação Teatral Esther De Carvalho (CITEC)

O Centro de Iniciação Teatral Esther de Carvalho (CITEC), de Montemor-oVelho, está a assinalar os 50 anos de atividade nos palcos, com um programa que se desenvolve ao longo de três anos ( 2019, 2020 e 2021 ). A ideia de criar um novo grupo de teatro em Montemor-o-Velho - e de homenagear Esther de Carvalho, grande atriz natural de Montemor-oVelho - surgiu em 1969, mas o primeiro espetáculo do CITEC só subiu ao palco do TEC em 25 de julho de 1970, data adotada como a da fundação do grupo, que assim comemora o 50.º aniversário em 2020. O programa comemorativo inclui, designadamente, a estreia de seis produções próprias, com a qualidade a que habituaram o público, e a apresentação de produções anteriores, entre as quais Visitação Mor. Visita guiada ao castelo de Montemoro-Velho, Visitação Mor percorre seis espaços, onde se desenrolam quadros teatrais.

Prémio Marca

Mesa da Bairrada ao Mondego

A Mesa da Bairrada ao Mondego, que apresenta o melhor da gastronomia dos municípios de Cantanhede, Figueira da Foz, Mealhada, Mira, Montemor-o-Velho e Penacova, foi uma das 7 vencedoras do concurso “7 Maravilhas à Mesa”, em 2018. Na Bairrada distingue-se a produção vitivinícola, realçandose o espumante e o vinho tinto, e o famoso leitão assado. O arroz de lampreia também está em destaque, confecionado com arroz carolino, produzido no Baixo Mondego. O Rio Mondego e a Costa Atlântica oferecem o peixe do rio e enguias fritas, a sardinha na telha, o carapau e o camarão da Costa. O roteiro turístico inclui o património e mistérios do Castelo de Montemor-oVelho e do Luso/Buçaco. Esta Mesa é uma iniciativa da AD ELO – Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego.

Prémio Marca

Mesa das Terras da Chanfana

A Mesa das Terras da Chanfana foi, em 2018, uma das vencedoras do concurso “7 Maravilhas à Mesa”. Reúne as iguarias gastronómicas de quatro municípios: Lousã, Miranda do Corvo, Penela e Vila Nova de Poiares. Estes concelhos têm como denominador comum os inigualáveis sabores da chanfana, confecionada com carne de cabra e vinho tinto. À Mesa junta-se um vinho tinto excepcional, das Vinhas Velhas de Santa Maria da Quinta de Foz de Arouce, o Queijo do Rabaçal e o Mel da Serra da Lousã, onde predominam os sabores da urze. O Licor Beirão e o Beirão de Honra terminam, com mestria, a refeição. No roteiro turístico destaque para o desporto de natureza. A promotora da Mesa das Terras da Chanfana é a Dueceira – Associação de Desenvolvimento do Ceira e Dueça.

Prémio Carreira

Prémio Solidariedade

Professora Professor Ana António Abrunhosa Dias de Figueiredo

Professor catedrático aposentado, António Dias Figueiredo foi, por assim dizer, o pai da informática na Universidade de Coimbra, depois de ter sido, em 1976, na Inglaterra, um dos primeiros doutorados portugueses em Ciências da Computação. Fundou, em 1991, o Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra e o Instituto Pedro Nunes e, em 1994, o Departamento de Engenharia Informática. Antes, tinha sido já o proponente, em 1985, do Projeto MINERVA, que introduziu a informática no ensino básico e secundário. Hoje, continua a investigar, sobretudo em “Sistemas de Informação nas Organizações”.

Projeto Reerguer dos Incêndios. Após a catástrofe dos incêndios de outubro de 2017, que devastaram a região, coube à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) pôr em marcha o Programa de Apoio à Reconstrução de Habitação Permanente, dotado com uma verba de 57 milhões de euros, do Orçamento do Estado. Uma pequena equipa coordenou o trabalho com as autarquias, decidiu sobre os pedidos de apoio, efetuou largas dezenas de reuniões e de visitas às áreas ardidas e emocionou-se com a força das famílias e dos empresários afetados pelos fogos. Ana Abrunhosa, presidente da CCDRC, que liderou esta equipa, percorreu várias vezes as áreas ardidas, acompanhou de perto os projetos de reconstrução de centenas de casas, e ficou a conhecer cada drama e cada família pelo nome. De tal modo que, no terreno, chamavam-lhe “a senhora dos incêndios”.

Prémio Turismo

Prémio Prémio Empreende- Inovação Take The dorismo

Turismo da Figueira Automóveis Wind do Mondego da Foz

A Figueira da Foz foi o primeiro destino balnear do país, e durante várias décadas. Os tempos mudaram, mas a Rainha das Praias de Portugal a continua a ser um dos principais destinos de praia portugueses. E, aos poucos, afirma-se como um destino de surf. Porque a praia e o mar já não são suficientes para atrair turistas, a autarquia apostou em eventosâncora para manter o concelho na crista da onda do turismo nacional e atrair turistas estrangeiros, para além das tradicionais festas de passagem de ano, Carnaval e S. João. Os diversos torneios internacionais de desportos de areia e o RFM Somnii - O Maior Sunset de Sempre são dois eventos que, todos os anos, levam à Praia da Claridade dezenas de milhares de pessoas.

2018 foi um ano de crescimento ímpar na empresa Automóveis do Mondego. Com mais de sete décadas de atividade, a empresa cimentou créditos e distinções internacionais e oficiais, passando a representar a Marca Citroën, depois da Hyundai e da tradicional ligação à Peugeot. Fundado em 1945 por Manuel de Almeida Figueiredo, o grupo empresarial começou na avenida Sá da Bandeira, onde se tornou concessionário exclusivo da marca SIMCA, a que se juntaram, já na Rua dos Combatentes, a americana Chrysler, a francesa Talbot, a japonesa Honda, a portuguesa UMM e a Peugeot. Em 2003, abriu em Antanhol um espaço que é já uma referência. Hoje, a excelência dos serviços Automóveis do Mondego está presente em Antanhol, em Cantanhede, na Figueira da Foz, na Guarda, em Castelo Branco e em Gouveia.

Fundada em janeiro de 2008 por Teresa Pinto e Pedro Pinto, a Take the Wind (TTW), empresa líder em tecnologia para educação clínica, criada na aceleradora de empresas do Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, alcançou em pouco tempo um reconhecimento a nível internacional. Tem como missão capacitar profissionais de saúde e estudantes para reduzir o impacto de erros clínicos e possui clientes em todo o mundo, contando-se entre eles sociedades científicas, hospitais, escolas médicas, escolas de enfermagem e empresas farmacêuticas. Para isso, lançou o Body Interact, um sistema clínico adotado em todo o mundo para treinar os alunos na tomada de decisões e no pensamento crítico, com pacientes virtuais realistas, com inteligência artificial, em centenas de cenários clínicos de diversas especialidades médicas.

Ensino

Prémio Prémio Investigação Tributo à Carreira Professor

Escola Secundária Infanta Luís D. Maria Arnaut

A 14 de Julho de 1918 foi criado o então Liceu Feminino de Coimbra, que iniciou as atividades letivas a 19 de fevereiro do ano seguinte ( 1919 ), no edifício n.º 111 da Avenida Sá da Bandeira. A 1 de Outubro de 1948 instalouse no imóvel onde ainda hoje funciona, na Rua Infanta D. Maria, que era ao tempo uma zona quase deserta, conhecida, entre as alunas, pelo “deserto do Sahara”. Em 1975 o liceu, até então feminino, passou a ser misto e mudou o nome para Escola Secundária Infanta D. Maria. Frequentada, atualmente, por cerca de um milhar de alunos, dos ensinos básico e secundário, dotada de boas instalações, esta escola sempre se pautou por apostas na qualidade do ensino e pelos bons resultados. Este ano está especialmente de parabéns, uma vez que comemora o centenário.

Em julho de 2018, uma equipa de cientistas da Universidade de Coimbra, liderada pelo professor catedrático Luís Arnaut, surpreendeu o mundo científico ao desmentir uma teoria premiada com o prémio Nobel da Química 1992. Em causa a conhecida tese de Marcus, que explica a transferência de eletrões em reações químicas. O grupo de investigadores do Departamento de Química levou anos a questionar a teoria de Rudolph Arthur Marcus, desenvolvida em 1956. Na origem esteve Formosinho Simões (já falecido). Finalmente, em 2014, a experiência decisiva foi realizada e os resultados ficaram completos no final de 2017. Submetido ao crivo da prestigiada revista Nature Communications, foi necessário esperar mais sete meses para, finalmente, o revolucionário artigo científico ser publicado.

Professor Calvão da Silva

João Calvão da Silva morreu há cerca de um ano. Professor catedrático de Direito e dirigente político, do PSD, deputado e ministro, foi sobretudo um cidadão de convicções arreigadas e forte sentido de missão. O seu currículo é de uma riqueza ímpar. No plano académico, as palavras do Presidente da República expressam tudo, quando Marcelo Rebelo de Sousa considerou Calvão da Silva um “académico de excelência, jurisconsulto eminente e um dos civilistas mais prestigiados da sua geração. Foi também membro do Conselho Superior do Ministério Público, tendo também integrado o Conselho Superior da Magistratura. Politicamente, foi quase tudo no seu PSD, de líder da Distrital de Coimbra a membro de vários governos, tendo culminado como ministro da Administração Interna.


#

6 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário aniversário | especial | 7

Gala Troféus Diário As Beiras 2019

diretor por um dia

Bispo de Coimbra foi o diretor convidado

74457

74353

111 O Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, acompanhou a realização da edição que hoje publicamos, que, tendo como tema “25 alavancas de desenvolvimento da região Centro”, assinala também os 25 anos do aniversário do DIÁRIO AS BEIRAS. D. Virgílio Antunes, na sua “função” de diretor, por um dia, do DIÁRIO AS BEIRAS, inteirou-se, durante a reunião com a redação, dos temas escolhidos para o caderno especial desta edição de aniversário, que tem um total de 136 páginas. Durante a reunião, o Bispo de Coimbra afirmou o seu “respeito pela liberdade de informação, alertando que, contudo, é preciso respeitar também as outras pesso-

as, e as suas opiniões, mesmo que não estejamos de acordo com eles, mesmo que eles não pensem como nós”. Respeitar o outro “Este é o modo como me posiciono perante a comunicação, no respeito pela outra pessoa, pelo que eles pensam”, sublinhou. “A igreja, que de algum modo represento também, não está à espera que todos concordem com as suas ideias e opiniões, sabe que há outros modos de ver e pensar”, mas exige o respeito pelos outros, que é fundamental. D. Virgílio Antunes referiu ainda que tem acompanhado o percurso

do jornal, e as suas edições diárias, estando, assim, a par da atividade do DIÁRIO AS BEIRAS. O Bispo de Coimbra, que assina também um editorial nesta edição de aniversário do jornal, na qualidade de diretor por um dia, recordou a sua ligação, há alguns anos atrás, a um jornal publicado pela Diocese de Leiria-Fátima, o que lhe permitiu adquirir conhecimentos práticos sobre a área da comunicação. No semanário católico O Mensageiro, que se publicava na área da Diocese de Leiria-Fátima, D. Virgílio Antunes escrevia também editoriais, “uma vez por semana, durante cinco anos”. | Dora Loureiro


01 # 111 Na primeira década, o programa Aldeias Históricas “valeu” um investimento global de cerca de 40 milhões de euros. A maior parte chegou dos três primeiros quadros comunitários, mas também das autarquias e de outros organismos públicos e privados. São, ao todo, 12 aglomerados da Beira Interior, distribuídos pelo território dos distritos de Coimbra (1), Guarda (7) e Castelo Branco (4). 11 das 12 aldeias históricas têm o granito como matéria-prima. Os seus castelos e muralhas foram determinantes para a construção e a consolidação de Portugal. A que sobra (Piódão) é um ex-líbris do xisto. Almeida, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão e Sortelha constituíram o primeiro grupo. Belmonte e Trancoso foram depois acrescentadas. Todas receberam apoios significativos, no âmbito dos II e III Quadros Comunitários de Apoio. Duas décadas e meia depois, as aldeias históricas afirmam-se claramente como um conjunto, uma referência nacional e internacional. São, aliás, um excelente exemplo de reabilitação de localidades, todas elas fortemente marcadas pela interioridade, com aproveitamento para fins turísticos. Nem todas as aldeias têm, é certo, o mesmo grau de desenvolvimento ou de dinâmica. Há, também, fatores

externos que condicionam, como as acessibilidades (as auto-estradas A25 e A23 vieram “revolucionar” o acesso ao interior, como se sabe) ou a associação a eventosbandeira (parapente em Linhares da Beira, Feira Uilli Templari em Castelo Rodrigo, Festa das Cruzes em Montanto...). Em 1993/5, o programa começou pelo restauro dos espaços monumentais. Depois, vieram obras em fachadas e telhados, mas também nas infra-estruturas básicas (água, saneamento, electricidade, telefones, etc.) e na melhoria das acessibilidades. Seguiu-se a dimensão socioeconómica: melhoraram as condições de vida dos locais e estimulou-se a atividade económica, sobretudo o turismo. Nasceram ações de animação e um plano de promoção turística. O Programa das Aldeias Históricas foi, desde o início, aposta da comissão de coordenação regional. Depressa surgiram outros parceiros: autarquias e agências e regiões de turismo, mas também o IPPAR, o Inatel, entre outros organismos públicos. Os privados também foram determinantes, até pela participação em projetos de base económica financiados. Por isso, estiveram com as autarquias na criação da Associação Aldeias Históricas de Portugal, que é, hoje, uma alavanca na dinamização e promoção de uma oferta turística cada vez mais integrada, quer interna quer no exterior. | Paulo Marques

diário as beiras | 23-03-2019

23-03-2019 | diário as beiras 74356

8 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

Aldeias históricas

12 aldeias que são ícones do Interior Idanha-a-Velha

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 9


10 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

23-03-2019 | diário as beiras 74354

diário as beiras | 23-03-2019

1995 Conclusão da 1.ª fase do programa Aldeias Históricas (Almeida, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha- a -Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão e Sortelha)

2003 Trancoso e Belmonte, são integradas no programa, completando a rede de 12 aldeias 2006 Criada a Associação de Desenvolvimento Turístico das Aldeias Históricas de Portugal

2009 Início de um novo ciclo do programa de Recuperação da Rede das Aldeias Históricas de Portugal, apoiado pelo Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE)

# 01 Aldeias Históricas

Do xisto à memória

eu estive lá

Piódão

como rotas temáticas que aproveitam a atratibilidade dos destinos de natureza. O caso de maior sucesso é o das Aldeias de Xisto. Tratase de uma rede que integra 27 aldeias de 16 concelhos, distribuídas pelo território dos distritos de Castelo Branco e de Coimbra – com uma tímida incursão no norte do distrito de Leiria. Uma outra rede é das Aldeias de Montanha, que envolve 22 povoados dos

concelhos de Seia, Manteigas, Covilhã, Fundão e Oliveira de Hospital, abrangendo cerca de 100 km de caminhos e percursos de montanha. Noutro registo, surge uma rede, que curiosamente interseta as anteriores: as Aldeias de Memória. São oito aglomerados na Serra do Açor e Vale do Ceira e, ao invés dos demais, resultam de uma conjugação de esforços vocacionados para a

recuperação, valorização e promoção dos valores únicos destes povoados. Por fim, vale a pena referir a Rede Aldeias de Portugal, que desafia a conhecer o melhor do genuíno mundo rural. São ao todo 83 aldeias, maioritariamente situadas a norte do Douro, mas que incluem 22 espaços povoados dos distritos de Aveiro, Guarda e Viseu, alguns de grande potencial turístico. |Paulo Marques

61479 73926

111 As Aldeias Históricas são, indiscutivelmente, um marco na requalificação de espaços patrimoniais e de aposta turística no Interior. Nos últimos 25 anos, porém, muitos outros programas de desenvolvimento, associados ao património – natural e construído, material e imaterial – deixaram marcas. Desta forma, nasceram conceitos novos, em torno do produto aldeia, bem

s

Ricardo Pereira Alves, presidente da Associação Aldeias Históricas de Portugal ( 2008/2015 ) O projeto foi lançado ainda num governo de Cavaco Silva, com Alexandre Relvas como secretário de Estado do Turismo, e teve a CC(D)RC como alavanca no apoio aos municípios para as infraestruturas. Depois, por volta de 2006, já com muitos privados a aderirem com investimentos no alojamento, restauração e animação, os municípios decidiram avançar com uma entidade que agregasse os esforços de uns e outros. Nasceu, assim, a Associação Aldeias Históricas de Portugal, que candidatou ao PROVERE ações coerentes e concertadas de marketing, animação e promoção turística. Dos sete anos que estive à frente da associação, registo a experiência muito enriquecedora que permitiu incutir, nos autarcas e nos agentes económicos privados, um espírito associativo e de trabalho intermunicipal cujos resultados ainda hoje garantem que “Aldeias Históricas” seja uma das pesquisas mais frequentes no site do Turismo de Portugal.

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 11


#

12 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

diário as beiras | 23-03-2019

02Baixo Mondego

temos todos os afluentes do Baixo Mondego com falta de obra”, diz, acrescentando que a ABOFHBM fez, “pela primeira vez, uma candidatura ao Programa de Desenvolvimento Rural 2020, de 25 milhões de euros, que está, de momento, em execução no Vale do Pranto”. Por agora, estão a ser revistos os projetos e, até final do ano, a associação deve lançar a concurso algumas obras, como o adutor (com cerca de 10 quilómetros), que vai começar com uma tubagem com 1,80 metros de dimensão e terminar com 0,80 metros.

1998 A 2 de agosto, é fundada a Associação de Beneficiários da Obra de Fomento Hidroagrícola do Baixo Mondego, entidade colectiva de direito público com sede em Quinhendros (Montemor-o-Velho)

história, a associação promove uma candidatura ao Programa de Desenvolvimento Rural 2020, no valor de 25 milhões de euros

Área candidata ao PDR 2020

Continuar processo de desenvolvimento Esta e outras obras são fundamentais para o desenvolvimento do território, mas, segundo José Armindo Valente, há atualmente no “Baixo Mondego, vamos considerar assim, agricultores de 1.ª e de 2.ª”. E explica: “De

1.ª porque já têm obra há alguns anos; de 2.ª porque ainda hoje trabalham como se trabalhava há 50/60 anos”. “Se for ver a zona do Pranto, grande parte dos terrenos estão ocupados em valas, que os agricultores, em tem-

pos, tiveram de fazer, para subir o nível do terreno, porque no Pranto têm de fazer a rega e a drenagem todos em simultâneo”, acrescenta. Um rega, todos regam No que diz respeito aos

sistemas de rega na zona do Pranto, o que acontece é que, continua o dirigente da ABOFHBM, “quando um agricultor rega, todos têm de regar. Quando um agricultor drena, todos têm de drenar. Isto porque a rega e a drenagem

O Líder dos Veículos Elétricos em Portugal*

Visite-nos e experimente uma nova forma de condução mais sustentável e inteligente

Rua Adriano Lucas, Monte de São Miguel, 3020-430 Coimbra Tel. 239 857 300

74238

FERREIRA MORAIS & MORAIS O SEU CONCESSIONÁRIO NISSAN *O veículo elétrico mais vendido em 2018. Fonte ACAP.

2019 Pela primeira vez na sua

Área equipada

Área em avaliação

estão a ser feitas pelo rio Pranto e, como tal, quando ele está cheio introduz água a partir do canal e as pessoas regam”. 74349

1 1 1 Há mais de 30 anos, começavam as intervenções que, nas décadas seguintes, iriam alterar a “face” do Baixo Mondego. José Armindo Valente, presidente da Associação de Beneficiários da Obra de Fomento Hidroagrícola do Baixo Mondego (ABOFHBM), acompanhou o processo praticamente desde o seu início e lembra que, atualmente, “temos pouco mais de 50% do perímetro de emparcelamento do Baixo Mondego executado”. Ou seja, o Vale Central está praticamente concluído, mas faltam as zonas de Quada e Lares. “Depois,

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 13

23-03-2019 | diário as beiras

Já quando é preciso drenar, há necessidade de abertura das comportas para permitir às pessoas fazer esse trabalho. “Isto acontece na rega e na drenagem, mas também

nas sementeiras. Têm de fazer as sementeiras praticamente em simultâneo, portanto há aqui várias situações que condicionam os trabalhos nos campos”, esclarece. Para além da obra em execução no Vale do Pranto, continua José Armindo Valente “temos de candi-

datar projetos (primeiro) e obra (depois) para o Arunca, para o Ega, para a Ribeira de Ançã e para o Fojo”. Ou seja, e perante isto, “não é previsível que nos próximos anos se consiga concluir”, antecipa o dirigente. Neste momento, não estão sequer abertas candidaturas, pelo que “isto ainda vai levar alguns anos. Com uma agravante: com as alterações climáticas, as chuvas são cada vez mais concentradas e cada vez menos quantidade”. De acordo com o presidente da ABOFHBM “temos

a Barragem da Aguieira e a Serra da Estrela que, sempre que neva e vêm algumas águas, ficam retidas na barragem, mas podemos chegar ao ponto de que isso não seja suficiente. Aquilo que hoje já acontece no Sul do país pode vir a acontecer também no Mondego”. Mais barragens Para precaver este tipo de situações, José Armindo Valente diz que são necessárias, “e não podemos demorar muito, mais barragens”. O dirigente lembra que esteve prevista a construção de mais barragens “a montante da Aguieira, que vão, cada vez mais, ser mais necessárias”. Necessárias para, por exemplo, controlar as cheias: “Todos se recordam das cheias de 2001 no Mondego e, em 2016, tivemos um início


14 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro 

de cheia que não causou problemas de maior. Mas 2001 foi gravíssimo para o Baixo Mondego”, recorda. Ora, reitera, “com as alterações climáticas, as chuvas são cada vez mais concentradas e, se não houver capacidade de as reter a montante, acabam por causar problemas aqui na Bacia do Mondego”. Emparcelamento As últimas três décadas foram também de sucessivos projetos de emparcelamento dos terrenos. José Armindo Valente

lembra que, “quando se faz obra no Baixo Mondego, faz-se emparcelamento e, conforme a obra do regadio e drenagem vai avançando, também se faz emparcelamento”. Neste momento, está em execução o projeto no Pranto, onde está a ser feito regadio, drenagem e emparcelamento. Se, no início, os agricultores mostraram algumas dúvidas quanto a este processo, hoje são eles próprios “a pedir o emparcelamento e que a obra chegue o mais rá-

pido possível”, garante o presidente da ABOFHBM. Pós-2020 É olhando para o futuro, para o pós-2002, que José Armindo Valente recorda o passado: “os agricultores do Mondego eram dos que tinham as ajudas diretas mais elevadas. Com a convergência nessa área, a agricultura no Mondego, de 2015 a 2020, vai perder cerca de 30% nas ajudas diretas”. Ora, diz, “isto não pode continuar no pós-2020, porque não é possível que a agricul-

tura no Baixo Mondego continue a perder mais 30%. Ou seja, em 10 anos, não é possível perder 60% das ajudas e as culturas deixam de ter rentabilidade”. No entanto, há algo que os agricultores e a região do Baixo Mondego se podem gabar: “um hectare com obra no Baixo Mondego é um hectare cultivado. Não há área inculta numa zona com obra e queremos continuar com esta posição”, garante o responsável. | José Armando Torres

Arroz na base da agroindústria cultura do milho, afetada no último ano agrícola pela tempestade Leslie, que deixou um rasto de “gravíssimos problemas”. Na altura (outubro de 2018), estariam cerca de seis mil hectares de milho na fase de colheita e as perdas foram avultadas, lembra o responsável.

“Quem tinha seguro, este funcionou, mas quem não tinha teve de suportar todas as perdas, porque o Estado não comparticipou as perdas das culturas anuais”, lembra o dirigente. “O Estado diz é que há um seguro e que os agricultores o façam”, avisa o

presidente da ABOFHBM, aproveitando para fazer um apelo aos agricultores: “Não hesitem em fazer o seguro de colheitas, porque não tem um peso económico por aí além, é relativamente barato e comparticipado pelo Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas”.

eu estive lá

Escola Superior Agrária de Coimbra

Escola Superior de Educação de Coimbra

Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira de Hospital

Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra

Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra

Instituto Superior de Engenharia de Coimbra

www.esac.pt

www.esec.pt

www.estgoh.ipc.pt

www.estescoimbra.pt

www.iscac.pt

www.isec.pt

PROJETOS E ESTÁGIOS PROFISSIONAIS | ENSINO SUPERIOR PROFISSIONALIZANTE | PROTOCOLOS DE COOPERAÇÃO

JUNTOS CONSTRUÍMOS

José Armindo Valente é um dos fundadores da ABOFHBM, associação com sede em Quinhendros (Montemor-o-Velho) e constituída a 2 de agosto de 1988. Na altura, tinha como propósito gerir as obras que eram feitas pelo Estado e que depois as entregava à agricultura, para que fizesse a sua gestão e manutenção. Para além da gestão, a ABOFHBM era também responsável pela sua conservação. “É isso que ainda hoje acontece”, garante o presidente da ABOFHBM. “Até aqui, tem sido o Estado a fazer a obra e a fazer a sua entrega à associação. A partir de agora, é a própria ABOFHBM que tem de se candidatar aos fundos comunitários, para executar a obra e depois fazer a sua gestão”, esclarece. Atualmente, a ABOFHBM tem cerca de 400 associados, mas os beneficiários da obra do Baixo Mondego rondam os 3.000/3.500.

www.ipc.pt

O TEU FUTURO !

estudaremcoimbra@ipc.pt

74409

111 “O Baixo Mondego tem zonas que irão sempre continuar a fazer arroz”, diz José Armindo Valente, lembrando que “são zonas com cotas muito baixas e não é viável estar a drenar essas áreas para fazer outro tipo de culturas”. Depois, há também a

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário | especial | 15

23-03-2019 | diário as beiras 74443

# 02 Baixo Mondego

diário as beiras | 23-03-2019

Empresa de Trabalho Temporário, S.A. INOVAÇÃO | INVESTIGAÇÃO APLICADA | ESTUDOS E PROJETOS | TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO

SUPORTE

O Politécnico de Coimbra aposta num ensino de qualidade em que a forte componente prática é sustentada por uma sólida formação teórica,

www.suporte.pt

CRIAMOS AS EQUIPAS CERTAS

Licenciaturas, Mestrados, Pós-graduações e Cursos Técnicos Superiores Profissionais nas áreas de :

Artes, Design e Estudos Musicais Ciências Agrárias, Floresta e Ambiente Ciências da Educação e Comunicação Ciências da Saúde

necessidades do mercado de trabalho, áreas pertencentes a domínios do saber-fazer muito distintos, áreas estas que respondem a desafios da atualidade e apostam em setores em franco desenvolvimento. O ensino de qualidade, a estreita ligação às empresas, o incentivo ao empreendedorismo e a internacionalização são pilares centrais nas competências adquiridas nos cursos ministrados, assegurando o sucesso das carreiras dos diplomados do Politécnico de Coimbra. O Politécnico de Coimbra presta serviços de apoio à comunidade,

Ciências Empresariais

O PARCEIRO SEGURO NO MERCADO DE TRABALHO

e em que existe uma preocupação constante de adaptar a formação às

promove a difusão de conhecimentos, transferência de tecnologia e

Desporto

consultoria e estabelece parcerias com outras instituições nacionais ou

Engenharias

acordos e parcerias com organizações dos mais diversos ramos de

estrangeiras. A forte ligação à comunidade reflete-se nas centenas de

Gastronomia

atividade, empresas, associações, autarquias, escolas e instituições de

Turismo

solidariedade social.

/PolitecnicodeCoimbra

/PolitecnicodeCoimbra

/PolitecnicodeCoimbra

/politecnicodecoimbra

@IP_Coimbra


03 # que construiu este projeto de sucesso que, hoje, é a sede de 35 empresas, com alguns dos projetos mais relevantes na área da biotecnologia. O balanço, garante o responsável, não podia ser mais positivo: “Tudo isto superou largamente as expectativas dos promotores iniciais. Ninguém esperava este crescimento”. O Biocant apresenta-se como um empreendimento da Câmara Municipal de Cantanhede, em parceria com o CNC - Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (primeiro Laboratório Associado do País), e pelo Biocant Park, a entidade gestora do Parque Tecnológico de Cantanhede, sendo que o seu primeiro edif ício só foi inaugurado em 2004. A entidade disponibiliza serviços inovadores de Biotecnologia com relevância para as ciências da vida e promove o desenvolvimento de I&D em consórcio com

Biocant Park

O “templo”da biotecnologia está em Cantanhede 

23-03-2019 | diário as beiras

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário | especial | 17

Conta Mais Negócios

Todas as vantagens têm conta certa. Solução multiproduto que lhe permite gerir o dia a dia do seu negócio com menos encargos e mais vantagens.

• Montante mínimo de abertura: 250€ • Adesão ao EuroBic Net e Documentos Digitais • Comissão de manutenção de conta de 6€/mês

(1)

(1) Acresce 4% de imposto do selo

74454

111 Em Cantanhede reside, desde 2003, um dos principais ativos da região Centro, num ecossistema único de unidades de investigação e de empresas. Ali, no concelho, nasceu o primeiro parque de biotecnologia em Portugal, o Biocant Park, um epicentro do desenvolvimento das ciências da vida, onde várias empresas vão despontando como startups e crescendo até se tornarem verdadeiros players do mercado nacional e internacional. “No início, em Lisboa ou no Porto, quando apresentávamos a instituição, perguntavam: ‘Cantanhede? Onde fica isso?’. Ninguém pensava que um projeto destes pudesse ter sucesso fora dos grandes centros urbanos. Hoje, não há projeto na área da biotecnologia que não passe por aqui, quer na fase de ideia, quer na fase de execução”, conta Carlos Faro. O diretor do Biocant é uma das muitas faces da perseverança

diário as beiras | 23-03-2019

74440

16 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

eurobic.pt

Informe-se em:

808 22 44 44

Todos os dias, das 8h às 23h.

Banco BIC Português, S.A. - Av. António Augusto de Aguiar, 132, 1050-020 Lisboa. Matriculado na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa com o número único de matrícula e de Pessoa Coletiva 503159093 · Capital Social €410.429.800,00.


18 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

2003 Data da criação do Biocant

2010 Até ao ano de 2010, o Biocant

Park, em Cantanhede

terá criado 20 empresas de base tecnológica e sido responsável pela criação de 200 empregos qualificados

2004 Foi inaugurado o primeiro edifício no Biocant

diário as beiras | 23-03-2019

23-03-2019 | diário as beiras

2018 Número de trabalhadores do

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 19

eu estive lá

Biocant aumentou 50 por cento e ascende hoje a cerca de 450

2019 O Biocant Park é atualmente sede de 35 empresas

# 03 Biocant

que fez correr bastante tinta e suscitou a curiosidade do público. A empresa Tilray escolheu o Parque Tecnológico de Cantanhede para instalar aquela que foi apresentada como a maior produção de canábis para fins medicinais criada em Portugal. O modelo de negócio é direcionado para a exportação destes produtos, num investimento total que “obrigará” a marca canadiana do setor farmacêutico a canalizar cerca de 20 milhões

empresas nacionais e estrangeiras, impulsionando a transferência de tecnologia entre os centros de investigação e as empresas do setor. Em 2018, aliás, tal como o DIÁRIO AS BEIRAS noticiou oportunamente, o número de profissionais a trabalhar no Biocant Park, em Cantanhede, aumentou 50 por cento, tendo hoje cerca de 450 trabalhadores.

66334

Canábis e Web Summit Em 2017, chegou ao concelho um projeto

M

G

de euros até 2020. Pela mesma altura, em 2017, João Moura, presidente do Conselho de Administração do parque de biotecnologia, participou na Health Conference, na edição do evento Web Summit - a mais prestigiada conferência internacional de inovação, tecnologia e empreendedorismo -, que decorreu em Lisboa. Ali, juntamente com Brendan Kennedy, CEO da Tilray, o responsável teve a oportunidade de divulgar a atividade do

Joia da coroa No parque tecnológico reside, também, o maior laboratório de criopreservação em Portugal,pioneiro no isolamento e criopreservação de células estaminais do sangue do cordão umbilical. Distinguida, já durante este ano, como PME e com o Prémio “Escolha do Consumidor” na categoria “Criopreservação”, a Crioestaminal foi fundada em 2003 como um

G

C

Manuel Gonçalves Cheganças, Lda.

M

centro, numa sessão com um alcance mundial.

Transportes para U.E. - Materiais de Construção Civil mgchegancas1@sapo.pt

banco familiar de criopreservação de células estaminais, que investe uma parte significativa das suas receitas no desenvolvimento de projetos de investigação. Desde a sua instalação no Biocant Park, conquistou uma notoriedade significativa, assumindo-se como uma das principais referências daquele parque. Futuro risonho É esta a expectativa de Carlos Faro para os anos que se seguem.

Questionado sobre o futuro, o líder da Biocant antecipa um “futuro é bastante risonho”, muito graças aos desenvolvimentos no sector industrial no concelho. “Com uma indústria mais forte passa a haver mais volume de negócio e condições para a criação de outra tipologia de emprego, direcionada para gente menos qualificada, eventualmente. Por força dessa atividade a faturação e o número de trabalhadores também vão aumentar”, conclui. |Bernardo Neto Parra

59642

Carlos Faro, diretor do Biocant Quando em 2003 conheci de forma casual o Dr. Jorge Catarino, estava longe de imaginar que aquele encontro viesse a estar na origem do projecto que é hoje a referência nacional do sector de Biotecnologia. Nunca tinha ido a Cantanhede, e na primeira visita o desafio foi claro: transformar uma área de eucaliptos e pinheiros num Parque Tecnológico. Pouca gente acreditava que fosse possível mas num esforço conjunto notável entre a equipa científica do Centro de Neurociências de Coimbra e a equipa técnica e administrativa da Câmara Municipal o sonho tornou-se realidade. Foi possível aprovar e construir em tempo record o primeiro edifício para instalação do Centro de Inovação e criar assim o núcleo de desenvolvimento de todo o projecto, que foi evoluindo por patamares de crescimento até reunir todas as valências e competências necessárias a um ecossistema de inovação. A chave do sucesso foi indiscutivelmente um espirito solidário e a qualidade humana, técnica e científica de todos os que estiverem connosco ao longo destes 15 anos. Estar, ser Biocant ,é acima de tudo um estado de espírito que se perpetua e não se perde.

A transportar e fornecer desde 1960

C

59 ANOS A CRIAR PARCERIAS

Tel. 239 962 903 / Fax 239 963 167 - Telemóveis 917 244 428 / 919 310 238 Estrada Nacional 111, n. 11 - 3025-563 S. Silvestre - Coimbra

Parabéns Diário As Beiras


04 #

20 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

desportiva, mas também económica na região, envolvendo, no total, um investimento a rondar os 25 milhões de euros. O CAR de Montemor-oVelho, destinado à prática da canoagem, remo, triatlo e natação de águas abertas foi orçado em cerca de 12 milhões de euros. O plano de água, com 2000 metros de extensão, 135 metros de largura e 3,5 metros de profundidade foi elogiado pelos milhares de atletas que, nos últimos 10 anos, por lá passaram, quer em estágio, quer nas muitas provas internacionais de velocidade que aqui se passaram a realizar. A elite nacional da ca-

23-03-2019 | diário as beiras

Centros de Alto Rendimento

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 21

Consigo, há mais de 5 décadas

A Ideal de Lda. apresenta desde formação uma para o A Transportadora Transportadora Ideal do do Bairro Bairro de Alcântara, Alcântara, Lda. de apresenta desde aa sua sua formação uma tendência tendência paraformação o A Transportadora Ideal do Bairro Alcântara, Lda. apresenta desde a sua uma crescimento permanente, sustentado por uma visão estratégica do negócio, clara e inovadora. Temos à disposição tendência para um crescimento permanente, sustentado por uma do visão estratégica negócio, clara e inovadora. Temos à crescimento permanente, sustentado por uma visão estratégica negócio, clarado e inovadora. Temos à disposição disposição dos nossos Clientes os mais variados serviços, nas áreas de negócio que o nosso Grupo abarca, permitindo dos nossos Clientes os mais variados serviços, nas várias áreas de negócio que o nosso Grupo abarca, permitindo dos nossos Clientes os mais variados serviços, nas várias áreas de negócio que o nosso Grupo abarca, permitindo que desenvolvam os seus próprios negócios, otimizando oo desempenho desempenho ee racionalização racionalização de custos. Providenciamos múltiplas desenvolver os negócios, optimizando de Assim, apresentamosdesenvolver os seus seus próprios próprios o desempenho e racionalização de custos. custos.quer Assim, soluções, englobando todos negócios, os serviçosoptimizando que se adequem às suas necessidades de transporte, em apresentamosterritório nacional lhe soluções ee diversos serviços que adequam às suas de transporte, quer em território lheouvariadas variadas soluções diversos serviços que se se de adequam suas necessidades necessidades transporte, emcada território internacional. Atuamos desde o transporte grandesàsdimensões, Carga dedeProjeto, Cargaquer classifi como ADR, nacional ou internacional, desde o transporte de grandes dimensões, ADR, contentores, grupagem, até ao transporte nacional ou internacional, desde o transporte de grandes de dimensões, ADR, que contentores, ao “side-loader”. transporte contentores, grupagem, até ao transporte de contentores frio, operações requeiramgrupagem, basculante,até grua, de contentores de frio, basculante, grua, Quer de uma ou particular, se trate de ou particular, da sua como deQuer contentores deuma frio,empresa, basculante, grua, etc. etc.cuidamos Quer se se trate trate demercadoria uma empresa empresa ounossa. particular, cuidamos cuidamos da da sua sua mercadoria como nossa. mercadoria como nossa.

Fábricas de campeões há 10 anos em atividade

A Repnunmar – Logística e Trânsitos, Lda. agiliza todo o processo de transporte/logística da mercadoria, tendo sempre presente a satisfação do Cliente. Prestamos todos os serviços de logística integrada, dispondo de uma rede de A Repnunmar ee Trânsitos, Lda. agiliza o de da tendo AArmazéns/Plataformas, Repnunmar –– Logística Logística Trânsitos, Lda. agiliza todo todo o processo processo de transporte/logística transporte/logística da mercadoria, mercadoria, cobrindo o território nacional, bem como uma “network” de Agentes Internacionais. Porquetendo fazer chegar sempre presente satisfação do presta serviços integrada dispondo de sempre presente aade satisfação do cliente. cliente. Aa Repnunmar Repnunmar presta todos todos osmuito serviços de logística integrada dispondo de a sua mercadoria uma ou mais origens, A um ou mais destinos, requeros mais de do logística um simples transporte, apresentamos uma rede de plataformas que cobrem todo o território nacional e de uma network de agente internacionais. Porque soluções variadas e serviços multidisciplinares, que se adequem passando pelo transporte por via uma rede de plataformas que cobrem todo o território nacional eàsdesuas umanecessidades, network de agente internacionais. Porque terrestre, aérea ou marítima, até à logística da palete e/ou contentor, bem como a gestão da documentação de transporte (BL fazer chegar a sua mercadoria do ponto A ao ponto B requer muito mais que o simples transporte, apresentamos-lhe fazer chegar a sua mercadoria do ponto A ao ponto B requer muito mais que o simples transporte, apresentamos-lhe FIATA, Certifi cadoe de Seguro, Certificado de Origem, Processamento Aduaneiro, EURo1). A Repnunmarvia dispõe de Parques soluções variadas serviços que se às necessidades, desde soluções variadas certifi e diversos diversos quePorto se adequam adequam às suas suas necessidades, desdemanutenção o transporte transportee por por via terrestre, terrestre, de Contentores, cados,serviços em Lisboa, e Sines, onde efetua o parqueamento, reparação dos mesmos.

aérea aérea ou ou marítima, marítima, até até àà logística logística de de paletes paletes e/ou e/ou contentores contentores ee gestão gestão da da documentação documentação de de transporte transporte (seguros, (seguros, alfândegas, etc.). A empresa dispõe também de parques de contentores onde efectua o parqueamento e alfândegas, etc.). A empresaedispõe também de parques de contentores onde posição efectua o parqueamento e reparação reparação O Grupo Silvestre Silva tem conseguido firmar a sua no mercado, graças a dos mesmos (Lisboa e Porto). três vertentes dos mesmos (Lisboa efundamentais: Porto).

74366

1 1 1 Cinquenta milhões de euros para a construção de uma rede nacional com 20 Centros de Alto Rendimento (CAR). Foi desta forma que o Primeiro-Ministro José Sócrates e o secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, anunciaram a medida. “Fábricas de campeões” foi uma expressão de Laurentino Dias que ficou para a história, justificando a aposta no desporto. Acabaram por não ser duas dezenas os CAR a nascer, mas sim 14, sendo que dois deles ficaram na região: Montemor-oVelho e Sangalhos. Ambos foram verdadeiros motores da atividade

diário as beiras | 23-03-2019

O Silvestre ee Silva tem conseguido Excelência no serviço Cliente; O •Grupo Grupo Silvestre Silvaao tem conseguido firmar firmar aa sua sua posição posição no no mercado mercado graças graças aa três três apostas apostas fundamentais: fundamentais: Frota sempre renovada e atualizada; ••• excelência no serviço ao cliente; excelência no serviço ao cliente; Constante evolução tecnológica. ••• manutenção de uma frota actualizada; manutenção uma frota actualizada; Orgulha-se de de tratar cada Cliente com a sua individualidade, e cada partida de carga, sempre, como a mais importante, •• constante evolução tecnológica. constante evolução tecnológica. através de; Orgulha-se de tratar cada cliente se • Formação ssional todoscomo os colaboradores; Orgulha-se deprofi tratar cadade cliente como se fosse fosse o o único único ee cada cada carga, carga, sempre, sempre, como como aa mais mais importante, importante, através: através: ••• de formação profissional de todos os colaboradores; Umformação forte espírito de Equipa; de profissional de todos os colaboradores; Experiência, acumulada ao longo de mais de 5 décadas de atividade constante. ••• de um espírito de equipa de um espírito de equipa forte; forte; •• de de toda toda uma uma experiência experiência alcançada alcançada no no sector sector ao ao longo longo de de mais mais de de 4 4 décadas décadas de de actividade. actividade. Sede Rua do 5º Centenário nº4, Quinta de São João das Areias, 2685-870 Sacavém Sede Sede Rua do nº4 Quinta Rua do 5º 5º Centenário Centenário Quinta de de S. S. João João das das Areias, Areias, Sacavém Sacavém Parques de nº4 Contentores

Telefone +351 218650107 Carlos Silvestre

Telefone Telefone

59826 59826 59826 66321

E-mail +351 218650107 Carlos csilvestre@silvestresilva.com Rua Pêro Escobar, Quinta do Gradil, 2680-574 Camarate +351 218650107 Carlos Silvestre Silvestre Parque de contentores Parque de contentores Terminal do Freixieiro, E.N. 107, 4455-496 Perafita Rua Pêro Escobar Quinta Gradil, Lisboa Lote Loteamento 2 da ZILS, Zona Logistica de Sines, 7520-000 Sines Rua Pêro2E3 Escobar Quinta do doZona Gradil, Lisboa E-mail E-mail E.N. 107 km 8 Perafita, Porto E.N. 107 km 8 Perafita, Porto WEBSITE Armazéns Logísticos csilvestre@silvestresilva.com csilvestre@silvestresilva.com Armazéns logísticos www.silvestresilva.com Rua dalogísticos Boa Viagem nº 90 / 114 Moreira, Maia, 4470-210 Moreira. Armazéns Rua do 5º Centenário nº4, Quinta Rua da nº114 Maia WEBSITE Rua da Boaviagem Boaviagem nº114 Moreira, Moreira, Maia de S. João das Areias, 2685-870 Sacavém Terminal de Carganº4 doQuinta Aeroporto da Madeira. Gabinete 1002, 9100-105 Santa Cruz, WEBSITE Rua do 5º Centenário de S. João das Areias, Sacavém Rua do 5º Centenário nº4 Quinta de S. João das Areias, Sacavém Madeira carga do Aeroporto da Madeira. Gabinete 1002, Santa Cruz Terminal www.silvestresilva.com Terminal de de carga do Aeroporto da Madeira. Gabinete 1002, Santa Cruz www.silvestresilva.com


22 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

2006 Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, Federação Portuguesa de Canoagem e reitoria da Universidade de Coimbra apresentam projeto

diário as beiras | 23-03-2019

2007 arrancam as obras no

2010 campeonato Europeu de Remo

velódromo de Sangalhos 2009 inauguração do Centro de Alto Rendimento de Sangalhos/Anadia

em Montemor 2018 Campeonato do Mundo de Velocidade de Canoagem em Montemor

# 04 Centros de Alto Rendimento

Centro Náutico de Montemor-o-Velho

estudantes/atletas, mas também por um acompanhamento estreito pela Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física (FCDEF)da Universidade de Coimbra, principalmente através do Laboratório Integrado. A mesma ligação com o CAR de Anadia/Sangalhos e com as federações que lá trabalham: ciclismo de

pista, judo, esgrima, ginástica e trampolins. Inaugurado a 12 de setembro de 2009, curiosamente por um conhecido montemorense (que nasceu em Vila Verde – Figueira da Foz), Alves Barbosa, custou cerca de 12,2 milhões de euros, financiados pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) em 70%

e o apoio do Instituto do Desporto de Portugal. Para a Câmara de Anadia, o velódromo representou um investimento de 2,8 milhões de euros que se traduziram, sobretudo, na passagem à “capital” do ciclismo de pista em Portugal, que começa a dar medalhas a Portugal. O Velódromo Nacional tem uma pista coberta

para ciclismo de 250 metros – a única no país –, uma área polivalente de 1.100 metros quadrados e o centro de estágio com 16 quartos duplos para 32 atletas, treinadores e dirigentes, ginásio, balneários, oficina, salas de aula, convívio e reunião. Se a região tem sabido aproveitar as potencialidades dos seus CAR, a ver-

dade é que as modalidades também têm sabido extrair o que de melhor a região tem para oferecer. Ainda no ano passado, registe-se, a Federação Portuguesa de Ciclismo assinou, com a Universidade de Coimbra, um memorando de entendimento para um acompanhamento transversal. | Bruno Gonçalves

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 23

Coimbra tentou mas não ficou no mapa 111 Era “um projeto estruturante para a cidade e para o país”, mas nunca saiu do papel. Luís Providência, à data vereador do Desporto da Câmara de Coimbra, presidida por Carlos Encarnação, queria construir um Centro de Alto Rendimento (CAR), que apresentou “ao mundo” em 2008, destinado a modalidades como judo, râguebi, hóquei em patins, patinagem ou o futsal. A intenção era sediar o CAR junto às instalações da Fundação Bissaya Barreto, em Bencanta, um complexo com dois campos de futebol (um sintético e outro natural), para futebol de 11, de 7 e râguebi e para treinos, um edif ício de apoio, e ainda um pavilhão com condições para receber as modalidades de ginástica (acrobática e

rítmica), judo, e ainda basquetebol, futsal, hóquei em patins e patinagem artística. O projeto não mereceu o apoio do governo e, sem os fundos comunitários, nunca se realizou, mas a autarquia não desistiu de levar a cabo alguns projetos de apoio ao desporto. O executivo municipal da altura levou a cabo o programa Coimbra Elite, que apostou sobretudo no judo, mas que pretendia virar-se ainda para modalidades como o remo, a canoagem, a natação, entre outros. CAR Universitário Chegou anos mais tarde, mas Coimbra veio a receber mesmo um CAR para a natação, mas, neste caso, unicamente para

atletas universitários. O acordo foi assinado em 2017 entre a Câmara Municipal de Coimbra, a Federação Portuguesa de Natação (FPN) e a Associação de Natação de Coimbra e previa a criação de um Centro de Treino de Alto Rendimento Desportivo Universitário de Natação. Atletas de topo, a estudar em Coimbra, podem, assim, candidatar-se ao programa, que contempla acesso a pistas nas piscinas municipais e ainda aos equipamentos de musculação e cardiofitness no Pavilhão Municipal Multidesportos Mário Mexia. A FPN comprometeu-se a organizar, em Coimbra, pelo menos, duas provas nacionais, ou uma nacional e outra internacional. B.G.

eu estive lá

Laurentino Dias, secretário de Estado do Desporto de 2005 a 2011 A Rede de Centros de Alto Rendimento programada e construída entre 2005 e 2011, tinha dois objectivos centrais: oferecer aos nossos atletas e técnicos infra-estruturas desportivas de nível internacional e – distribuindo-os pelo país – fazer de cada Centro um pólo de afirmação e desenvolvimento social e económico das regiões onde se instalavam. A Região Centro, com o Velódromo Nacional de Sangalhos e o Centro Náutico Nacional de Montemor-o-Velho testemunham o cumprimento desses objectivos. Custo das obras, cerca de 20 milhões de euros, garantidos a mais de 90% por fundos comunitários com a restante participação dos Municípios, afinal os donos da obra. A histórica relação de Sangalhos com o Ciclismo e a fantástica exposição do Mondego em Montemor ajudaram de modo decisivo não apenas a tomada de decisão mas também a sustentabilidade presente e futura do investimento e da obra desportiva. Construídos e aptos para várias modalidades, um no ciclismo e outro na canoagem, têm aí os seus maiores êxitos. São novos campeões que vão nascendo mas também as maiores competições europeias e mundiais que nesses Centros se disputam. Dez anos depois, partilho com todos os que ajudaram a vencer este desafio, a enorme satisfação de termos sido capazes de assumir uma decisão política ao serviço das pessoas, do desenvolvimento regional e do Desporto nacional.

74239

74237

noagem passou a treinar, competir, mas também a viver em Montemor-oVelho, justificando, para isso, uma residência, que acolhe estudantes, não só da Universidade de Coimbra, mas também do ensino secundário e até básico. A ligação à Universidade de Coimbra não se fica pelo plano letivo dos

23-03-2019 | diário as beiras

PEÇA JÁ O SEU PASSAPORTE E AVENTURE-SE EM PENACOVA! As pessoas são convidadas a encontrar cada uma das letras, a apreciar cada um dos locais esplendorosos, e a desfrutar dos bons ares e da natureza. Fotografe as letras, use a sua criatividade, partilhe nas redes sociais utilizando os hashtags #penacova e #roteirodoarista e ganhe um prémio por ser um verdadeiro Arista.

www.cm-penacova.pt


#

05

74439

111 Não é possível falar dos investimentos em equipamentos culturais realizados na região de Coimbra nos últimos 25 anos sem referir o Convento São Francisco. Neste espaço localizado na margem esquerda do rio Mondego, na cidade de Coimbra, espaço esse que hoje é um centro cultural e de congressos, se as pedras falassem, teriam para contar memórias desde o ano de 1602, no qual foi lançada a primeira pedra do novo convento franciscano. Ao longo dos séculos, funcionou ainda como quartel durante as invasões francesas, fábrica de

massas e posteriormente fábrica têxtil, da qual se destaca a sociedade de comércio e indústria Peig, Planas e C.ª. Em julho de 1986 (de acordo com o sítio na internet do atual centro de congressos), a estrutura foi adquirida pela Câmara Municipal de Coimbra, sendo que, após várias ideias para o novo propósito do espaço, as obras apenas tiveram início em outubro de 2010. Inicialmente, a obra estaria orçada em 23 milhões de euros. No final, acabou por custar 42 milhões. Estava inicialmente prevista a sua conclusão para 2012, mas surgiram pro-

diário as beiras | 23-03-2019

23-03-2019 | diário as beiras

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 25

74444

24 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

Equipamentos culturais

ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE COIMBRA

INTERNACIONALIZAÇÃO É OPORTUNIDADE PARA QUALIFICAR O ENSINO Fernando Amaral Coordenador do Gabinete de Relações Internacionais da ESEnfC

Casas para toda a cultura

A

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) tem a internacionalização como objetivo em todas as suas áreas de missão. Enquanto Instituição de Ensino Superior, intervém num ambiente muito competitivo, o que incentiva a ter estratégias sólidas de internacionalização. Este movimento assenta na necessidade de formar profissionais capazes de atuar num mercado de trabalho cada vez mais global, de ter mecanismos de cooperação ao nível da investigação e transferência de conhecimento, na mobilidade de docentes, não docentes e estudantes, de forma a contribuir para uma maior visibilidade da Escola e, através dela, promover maior atratividade. Na ESEnfC considera-se que a internacionalização constitui uma oportunidade à qualificação do ensino e que a otimização dos processos de mobilidade aumenta a qualidade dos resultados dos cursos, a excelência da investigação, promove o desenvolvimento pessoal, melhora o potencial de empregabilidade dos estudantes e ajuda à construção de uma cultura internacional de toda a comunidade académica. A ESEnfC possui uma rede consolidada de parcerias com elevada qualidade, quer ao nível de instituições europeias, quer ao nível mais global. A Escola tem acordos de cooperação com as Universidades melhor colocadas nos rankings internacionais, tais como a Penn University, a John Hopkins University, a Ryerson University de Toronto, a Universidad Nacional de México, várias universidades no Brasil, na Colômbia e o Instituto Politécnico de Macau. Esta rede permite não

Todos os anos a Escola recebe cerca de 100 estudantes em mobilidade apenas a mobilidade de estudantes, de professores e de pessoal técnico, mas também a participação em projetos de investigação e inovação. O Programa Erasmus+ tem-se assumido como um pilar funda-

32,7%

dos graduados realizam um período de mobilidade internacional mental nesta estratégia de internacionalização, tendo a escola já obtido um prémio de boas práticas e elogios da Agência Nacional Erasmus quanto à forma como são utilizados os recursos para cada projeto. Todos os anos a Escola recebe cerca de 100 estudantes em mobilidade, provindos das várias universidades parceiras. No que diz respeito à mobilidade, 32,7% dos graduados realizam um período de mobilidade internacional numa instituição parceira, seja para países do Programa Erasmus seja para outros países como o Brasil, o México e a China (Macau). Todos os anos, cerca de 50% dos docentes realizam

uma missão de ensino numa universidade parceira. Para além destas mobilidades, a escola tem incentivado à mobilidade de pessoal técnico não docente. Estas mobilidades de staff revestem-se de muita importância, pelas aprendizagens que podem comportar sobre novas formas de realizar processos e procedimentos, o que pode contribuir para a melhoria da qualidade da oferta. No que toca à mobilidade de docentes, apesar de terem como aspeto mais relevante as missões de ensino, elas têm contribuído para a constituição de parcerias estratégicas no âmbito de projetos de inovação e investigação. A Escola é parceira num conjunto de projetos no âmbito da ação chave dois do programa Erasmus + (Cooperação para a inovação e o intercâmbio de boas práticas), nomeadamente no âmbito da simulação clínica, da transferência de conhecimento e na segurança do doente, sendo que um deles é coordenado por um grupo de professores da ESEnfC. Através da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), a Escola tem também captado estudantes para outros percursos de mobilidade, nomeadamente em processos de Doutoramento e de

Pós-doutoramento. Para que todo este movimento de internacionalização tenha sucesso, muito tem contribuído o esforço da Direção da Escola que através de incentivos, também financeiros, tem incentivado toda a comunidade educativa a assumir a internacionalização como um desígnio. Reconhecer também o esforço de professores e pessoal técnico que tem conseguido estabelecer contactos com pessoas relevantes nas Universidades de acolhimento, que permitam ir mais longe e criar sinergias que alarguem o âmbito da cooperação institucional. Neste aspeto, a Escola tem, há alguns anos, um projeto multidisciplinar de ensino que envolve um conjunto de 5 universidades de 4 países e que designa de Módulo de Enfermagem Transcultural. Nos últimos anos, tem-se desenvolvido também um conjunto de estratégias de divulgação internacional da escola com a presença em eventos de divulgação do ensino superior no sentido de uma maior captação de estudantes internacionais. Um objetivo passa, ainda, pela criação a breve prazo de um consórcio para uma Universidade Europeia, aproveitando uma linha de desenvolvimento do programa Erasmus +.


diário as beiras | 23-03-2019

23-03-2019 | diário as beiras

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 27

1986 Câmara de Coimbra compra 2010 Consignação da obra de requalificação 2013 Inauguração da Casa das Convento São Francisco 2001 Fundado o Museu da Pedra, em Cantanhede 2002 CAE da Figueira da Foz é inaugurado

do Convento São Francisco 2010 Conservatório de Música muda-se para a Quinta das Flores 2012 Inauguração da Antiga Cerâmica Arganilense requalificada

Artes de Miranda do Corvo 2016 Convento São Francisco é aberto ao público 2017 Museu PO.RO.S, em Condeixa, é inaugurado

Design by www.bangbang.agency

74361

26 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

# 05 Equipamentos culturais blemas de infiltrações,

achados arqueológicos e mudou o empreiteiro a meio da obra. Foram vários os executivos que tiveram esta obra nas mãos. A obra foi consignada em 2010 por Carlos Encarnação, mas foi Manuel Machado que acabou por o inaugurar, no seu regresso à Câmara de Coimbra. A parte do convento e auditório é assinada pelo arquiteto Carrilho da Graça, enquanto que a intervenção na igreja é de Gonçalo Byrne. O Convento São Francisco foi aberto ao público a 8 de abril de 2016 e, desde então, como um dos maiores equipamentos culturais da região Centro, tornou-se um fator de atratividade para esta e para região de Coimbra

no que diz respeito à realização de congressos, eventos e espetáculos. Pôr a Figueira da Foz no mapa Colocar a Figueira da Foz no mapa foi a promessa de Pedro Santana Lopes quando se candidatou à presidência da Câmara da Figueira da Foz, mas foi o Presidente da República que inaugurou o Centro de Artes e Espetáculos (CAE) desta cidade, Jorge Sampaio, que sentenciou: “a Figueira está no mapa e, agora, com uma dimensão cultural”. Inaugurado em 2002, o CAE colocou a Figueira da Foz na rota dos espetáculos e preencheu uma lacuna de equipamentos culturais na região à época em que foi inaugura-

da. O projeto é da autoria do arquiteto Luís Marçal Grilo e a obra teve um custo de cerca de 10 milhões de euros. A estrutura é constituída por um grande auditório (com 832 lugares) e um pequeno auditório (197 lugares), duas salas de exposições temporárias e ainda um anfiteatro ao ar livre, para além de outras áreas polivalentes. Dispõe ainda de um restaurante e dois pisos de parque de estacionamento. Para além de polo cultural (recebe espetáculos de teatro, música, dança, sessões de cinema) esta estrutura funciona ainda como centro de congressos e de eventos, com apresentações diversas. | Inês Morgado

74434

Convento São Francisco (Coimbra)

DE 1 A 14 DE ABRIL, POR CADA 50€ EM COMPRAS HABILITE-SE A GANHAR UM CHEQUE PRENDA DE 500€. TROQUE OS SEUS TALÕES DE COMPRAS POR CUPÕES NO BALCÃO DE INFORMAÇÕES DO PISO –2

CONCURSO PUBLICITÁRIO Nº 27/2019, AUTORIZADO PELA SECRETARIA-GERAL DO MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA. PRÉMIOS EM CHEQUES PRENDAS NÃO CONVERTÍVEIS EM DINHEIRO.

palaciodogelo.pt


28 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

Estruturas pela região 111 Por toda a região Centro surgiram, nos últimos 25 anos, equipamentos culturais de relevo local. É o caso da Casa das Artes de Miranda do Corvo, que atrai hoje digressões de âmbito nacional até este concelho. Inaugurado a 23 de agosto de 2013, o edifício vermelho em contraste com o castanho e verde da paisagem mirandense constitui um investimento de cerca de 2,5 milhões de euros. Não se trata ainda só de um equipamento relevante a nível cultural, mas também arquitetónico. Por outro lado, é necessário referir a criação do Museu Portugal Romano em Sicó (PO.RO.S). O espaço inaugurado em maio de 2017 propõe uma experiência que conjuga artefactos com a componente multimédia. Para além do espaço museológico de exposição, a estrutura possui um auditório. É notável ainda a intervenção na Antiga Cerâmica Arganilense, edif ício histórico da vila que foi requalificado após 20 anos de inactividade e inaugurado em outubro de 2012. O espaço congrega um auditório, uma piscina com várias valências e um espaço multiusos. Em Cantanhede, o Museu da Pedra é ainda um importante equipamento cultural. Fundado em 2001, centra-se na pedra de Ançã, dando a conhecer obras de arte e os ofícios com ela relacionados. Para além das exposições, a estrutura tem um “museu vivo”, composto pelo auditório e ateliês de artes plásticas (entre as quais de escultura). Foram muitos os centros culturais que, como este, proliferaram pela região, especialmente nos concelhos onde este tipo de equipamentos ainda não existia. É o caso do Centro Cultural de Tábua (2013), do Centro Cultural de Penacova (2011), da Casa da Cultura de Góis (2013), da Casa da Cultura César Oliveira, em Oliveira do Hospital (1993), do Centro de Animação Cultural de Mortágua (1999). É ainda de referir a Biblioteca Municipal José Fernando Nunes Barata, na Pampilhosa da Serra (1999 / 2006), a Biblioteca Municipal da Mealhada (2004) e a Biblioteca Municipal Afonso Duarte, de Montemor-o-Velho (2007), mas também o Museu do Território da Gândara, em Mira (2012) ou as novas instalações do Museu Municipal Álvaro Viana de Lemos, na Lousã (2013). Voltando a Coimbra, refira-se ainda a construção de duas casas para o teatro: a Oficina Municipal do Teatro (2002) e o Teatro da Cerca de São Bernardo (2008), que albergam as duas companhias profissionais da cidade, respetivamente, O Teatrão e A Escola da Noite. A casa definitiva do Conservatório de Música de Coimbra é ainda um equipamento de relevo que a cidade e a região ganhou nos últimos 25 anos. Instalada na Escola Secundária Quinta das Flores, a instituição de ensino musical e artístico começou a usar o espaço em 2010.

CAE (Figueira da Foz)

diário as beiras | 23-03-2019

Casa das Artes (Miranda do Corvo)

Museu da Pedra (Cantanhede)

Conservatório de Música de Coimbra

Museu PO.RO.S (Condeixa-a-Nova)

Antiga Cerâmica Arganilense


74358

23-03-2019 | diรกrio as beiras

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversรกrio| especial | 29


06 #

diário as beiras | 23-03-2019

Equipamentos desportivos DR

DR

Estádio Mário Duarte (Aveiro)

Estádio Cidade de Coimbra

111 O Campeonato Europeu de Futebol -Euro- de 2004 colocou Portugal no epicentro das atenções. Foi o maior evento desportivo alguma vez realizado em solo nacional e vários espaços foram criados para receber os encontros da prova. Dez estádios receberam os 31 desafios da prova que coroou a Grécia como campeã europeia, em pleno Estádio da Luz na noite de 4 de julho. A “tragédia grega” ainda hoje traz calafrios aos adeptos lusos. Com o objetivo de mostrar à Europa e ao mundo que o país estava preparado, mais uma vez, para acolher um grande evento internacional, seis anos depois da Expo’98, Portugal renovou seis estádios, alguns quase por completo, tendo construído seis novos complexos: o Estádio do Algarve, o Estádio do Dragão, no Porto, o Municipal de Aveiro, o Estádio Municipal de Braga, o Estádio da Luz e o Estádio José Alvalade, ambos em Lisboa. Remodelados, quase na íntegra, foram o Estádio do Bessa, no Porto, o Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, o Estádio Municipal de Coimbra e o Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães. O custo com os palcos da competição chegaram aos 655 milhões de euros, valor revelado pelo diretor geral do Euro2004, António Laranjo em 2010.

Região Centro recebe três novos espaços A região Centro não foi esquecida. Coimbra viu “nascer”, através de uma remodelação profunda, um “novo” Estádio Municipal de Coimbra (da antiga estrutura só a pista se mantém). O Estádio Cidade de Coimbra (ECC), atual nome da infraesturtura, é propriedade da Câmara Municipal de Coimbra e “casa” da Associação Académica de CoimbraOrganismo Autónomo de Futebol. Três inaugurações para o mesmo estádio No dia 12 de setembro de 2003, Coimbra recebeu, oficialmente, o novo estádio. A conclusão da remodelação do recinto foi assinalada, basicamente, em três inaugurações. Como supramencionado, o Estádio Cidade de Coimbra foi reinaugurado oficialmente no dia 12 de setembro de 2003, mas seria já no final desse mês que o recinto da Briosa receberia o seu primeiro evento. A 27 de Setembro, a banda inglesa Rolling Stones deliciou os milhares de fãs e colocou à prova o recinto. O primeiro desafio oficial viria a ter lugar a 29 de outubro de 2003. A Briosa, depois de ter estado a jogar no Municipal Sérgio

23-03-2019 | diário as beiras 74433

30 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

Conceição, em Taveiro, no Municipal da Figueira da Foz e no Municipal de Tábua, entrou pela primeira vez em campo numa partida frente ao Benfica, disputada a 29 de outubro de 2003. O jogo terminou com a vitória encarnada, 3-1. O academista Tonel, aos 7’, marcou o primeiro golo no novo recinto com capacidade para 29.622 lugares. Em Aveiro, o Estádio Municipal foi construído de raiz para o evento. Com capacidade para 32.830 espetadores, o recinto é propriedade da autarquia de Aveiro, tenso sido inaugurado a 15 de novembro de 2003, num particular entre Portugal e Grécia, que terminou empatado, 1-1. Local que acolheu os jogos do Beira-Mar até à época 2014/2015, atualmente recebe, para além de muitas crtíticas ao relvado e à manutenção da estrutura, jogos da 2.ª Liga da Oliveirense. No final desta época o Beira-Mar vai regressar ao Municipal de Aveiro que, inclusive, vai receber a academia de formação do clube ( dois campos de treino e dois meios campos nos terrenos adjacentes). Renovado, tal como aconteceu em Coimbra, foi o Estádio Dr. Magalhães Pessoa. Propriedade da Câmara Municipal de Leiria, o recinto é a “casa” 

Euro 2004 trouxe novos recintos

DR

Estádio Municipal de Leiria

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 31


32 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

diário as beiras | 23-03-2019

2003 no dia 29 outubro, o Estádio

2003 no dia 18 de novembro, o Dr.

2005 no dia 21 de julho era aberto

Municipal de Coimbra acolheu o primeiro jogo após a remodelação 2003 a 15 de novembro, o Estádio Municipal de Aveiro recebeu o primeiro jogo oficial

Magalhães Pessoa mostra a “nova cara” ao mundo 2005 na data de 28 de abril, o Pavilhão Multidesportos Mário Mexia abre as portas

o Complexo Olímpico de Piscinas Municipais de Coimbra 2006 no dia 2 de dezembro era inaugurado o novo Complexo Desportivo do Vigor da Mocidade

# 06 equipamentos desportivos

Legado Cada um dos estádios da região Centro recebeu dois jogos do Euro2004. Os três espaços foram alavancas de crescimento, mas se em Coimbra o recinto está numa zona central da cidade, em Aveiro, o recinto está numa zona mais periférica. A capacidade máxima está longe de ser atingida e só em Coimbra há assistências superiores a 2.000 adeptos. O peso económico para as autarquias também continua a sentir-se. Segundo um artigo do Jornal Económico, de 19 de novembro de 2018, a autaquia de Coimbra tem ainda de pagar “15,7 milhões de euros”, o município de Aveiro “7,1 milhões de euros” e a autarquia de Leiria tem, segundo o jornal es-

pecializado em economia, a quantia mais elevada em dívida “31,7 milhões de euros”. Aos valores acresce ainda o juro. O legado financeiro tem um peso considerável, mas os novos recintos, que em 2019 completam 16 anos de vida, foram alavancas que permitiram que o desporto, em especial o futebol, tivesse à sua disposição meios materiais para crescer, contudo, a realidade dos clubes que utilizam os espaços foi, nos últimos anos, no sentido contrário, com Académica, Beira-Mar e União de Leiria a estarem afastados da 1.ª Liga ( o último dos três a “habitar” no principal escalão foi a Briosa, que desceu no final da época 2015/2016). |e|Emanuel Pereira

Campo dos Sardões passou a Complexo Desportivo do Vigor da Mocidade (Coimbra)

Web: www.graniplac.pt Email: graniplac@graniplac.pt

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 33

Espaços desportivos com outras condições 111 Os equipamentos desportivos têm sofrido diversas alterações e modificações nos últimos 25 anos, sobretudo a partir do novo milénio. Os pisos sintéticos são, atualmente, “os tapetes” mais comuns nos vários estádios da região. A juntar ao fim dos pelados está o aparecimento de vários Complexos Desportivos, com mais campos e que potenciam o aparecimento de mais conjuntos na formação dos clubes. Em 2019 só o Campo do Cabedelo, “casa” do Cova-Gala, ainda é pelado nas competições da Associação de Futebol de Coimbra. As estruturas de apoio ao desporto, caso de piscinas municipais, também proliferaram nos últimos dez anos, tal como o número de parques desportivos, espaços dotados de equipamentos para o fomento da adoção de estilos de vida saudáveis, pautados pela prática desportiva regular. Vários espaços novos A Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto lançou, em outubro de 2006, a iniciativa “O Primeiro Relvado”, cujo objetivo visava apoiar a construção e instalação de sintéticos em municípios que não dispunham de nenhum 59786

74427

da União de Leiria, que compete no Campeonato de Portugal ( 3.º escalão do futebol português). O recinto tem 23.164 lugares, tendo recebido, para os jogos do Euro2004 e encontros de grande afluência uma bancada provisória com mais 5.478 lugares. Inaugurado a 18 de novembro de 2003, num jogo em que Portugal goleou o Kuwait por 8-0, tem recebido algumas finais de competições de futebol, bem como provas de outras modalidades (atletismo). Em 2019, segundo o Jornal de Leiria, “a Câmara prepara-se para fazer obras de reparação”, num investimento “de 580 mil euros para trabalhos de conservação e de manutenção”, refere a mesma fonte.

23-03-2019 | diário as beiras

relvado. Vários municípios do distrito de Coimbra aderiram. O primeiro sintético do concelho de Coimbra, e um dos primeiros na região, foi o Complexo Desportivo Vigor da Mocidade, inaugurado a 2 de dezembro de 2006. Outros clubes do distrito passaram a contar com complexos desportivos, como por exemplo o Tocha, que no final de 2006 também passou a contar com “nova casa”, o Complexo Desportivo da Tocha. O Parque Desportivo Municipal de São Jorge (19 de julho de 2009), em Penela, foi outro espaço que recebeu novo piso, tal como o conjunto do Lagares da Beira, que passou a contar com um Complexo Desportivo, dotado com relva artificial a 25 de abril de 2013. Estes quatro exemplos são apenas parte do que é a realidade atual no estádios da região Centro. Nota ainda para a construção, em 2002, de mais um recinto com relva natural, o Estádio Sérgio Conceição, em Taveiro. Piscinas e pavilhões Infraestruturas importantes para o distrito foram também o Pavilhão Multidesportos Mário Mexia, inaugurado a 28 de abril de 2005, na Praça Heróis do Ultramar, em Coimbra. Na mesma zona nasceu,

a 21 de julho do mesmo ano, o Centro Olímpico de Piscinas Municipais de Coimbra, espaço de referência nacional em desportos como a natação. As Piscinas Municipais Luís Lopes da Conceição, em São Martinho do Bispo (30 de agosto de 2005) ou as Piscinas Municipais Rui Abreu, na Pedrulha (setembro de 2004) são outros investimentos do município conimbricense em espaços para a prática do desporto. A Piscina-Mar na Figueira da Foz, as Piscinas Municipais de Arganil, Cantanhede, Condeixa-a-Nova, Lousã, Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Tábua ou Vila Nova de Poiares são alguns outros casos de instalação de piscinas municipais. Ainda com relevo no panorama dos novos equipamentos, destaque para Academia Briosa XXI, da Académica, inaugurada a 15 de dezembro de 2007. Mais recentemente, em 2018, destaque para as obras no Estádio Universitário de Coimbra, que requalificaram todo o espaço exterior, bem como os pavilhões inseridos na estrutura que é o centro da atividade das secções desportivas da Académica e o espaço de excelência para o desporto universitário em Coimbra. E.P.

eu estive lá

Horácio André Antunes, presidente AFC Nos últimos 25 anos, as instalações desportivas no distrito de Coimbra têm tido uma grande transformação. Quase se poderia dizer que há 25 anos havia o Estádio Municipal de Coimbra, o Estádio Municipal da Figueira da Foz, o Estádio da Lousã e o de Oliveira de Hospital com relva natural. Poucos relvados existiam, pois os outros campos eram ainda em terra batida. Ao nível de pavilhões, havia alguns, mas eram muito poucos. O aparecimento, sobretudo no final da década de 1990, dos pisos sintéticos trouxe mudanças importantes. Estou convencido que, de facto, foi uma mais-valia a colocação dos relvados sintéticos, na medida em que esse piso pode ser utilizado, quase em simultâneo, por vários escalões. Ao mesmo tempo, a construção de novos pavilhões, sejam municipais ou de clubes, fez crescer a modalidade de futsal. Esta evolução nas instalações teve repercussão ao nível de praticantes. No final da década de 1990, o número de atletas filiados na AFC rondava os 3.300. Hoje esse número ronda os 8.000. Para além do aumento do número de atletas de futebol e de futsal, queremos fomentar o crescimento da competição feminina. Isso só foi possível com a grande transformação que os equipamentos desportivos tiveram em todo o distrito, pois permitiram a massificação desportiva em todas as localidades e clubes.


#

34 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

07

Águas do Mondego tinha ETAR da Boavista como objeto a “captação, (Coimbra) tratamento e distribuição de água para consumo público e recolha, tratamento e rejeição de efluentes dos municípios de Ansião, Arganil, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Góis, Lousã, Mealhada, Miranda do Corvo, Penacova, Penela, Vila Nova de Poiares” e o abastecimento de água a Leiria e Mira. O troço adutor da Capoeira, em Coimbra, foi a primeira intervenção na água, sendo de assinalar a remodelação de um setor do Subsistema da Boavista (2009) e a construção da Estação de Tratamento de Água (ETA) da Boavista em 2010. Tratou-se de um investimento total de 50 milhões de euros e que permite abastecer cerca de 60 por cento da população servida pelo sistema. No saneamento, uma das estações mais importante é a do Choupal, em Coimbra, a qual deverá sofrer em breve obras da odem dos 12,5 milhões de euros. O objetivo é tornar mais eficiente a gestão da estação de tratamento. A presença da “troika” obrigou em 2015 à fusão destas três empresas multimunicipais na empresa Águas do Centro Litoral. O objetivo era “assegurar maior equidade territorial e coesão social, diminuindo a disparidade tarifária resultante das especificidades dos diferentes sistemas e regiões do país,

Reservatório Elevado dos Olivais (Coimbra)

Gerir da melhor forma os recursos hídricos 74240

111 A gestão da água sofreu uma mudança de paradigma nos anos 80 do século passado. Nessa década, foi permitida às Assembleias Municipais a possibilidade de criarem empresas públicas municipais ou permitir que as cãmaras pudessem participar em empresas públicas intermunicipais. O total esclarecimento teve lugar apenas em 1998, altura em que é publicada legislação relativa a esta matéria. Já antes (1993) tinha sido dado um passo importante nesta matéria com a publicação de um diploma que previa a criação de sistemas multimunicipais em “alta” (captação e tratamento de água e dispositivos e instalações de destino final dos efluentes) e sistemas municipais em “baixa” (distribuição de água). Um ano depois, um despacho conjunto conjunto do Ministro das Finanças e Ministra do Ambiente atribui à Águas de Portugalo (AdP) a responsabilidade dos sistemas multimunicipais de água e saneamento. Na região Centro, foi criado o sistema em “alta” da SIMRIA em Aveiro (1997), SIMLIS em Leiria (1999) e Águas do Mondego (2004). Em “baixa”, assinale-se a constituição em 2003 da empresa municipal Águas de Coimbra (sucede aos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Coimbra, SMASC). No ano de criação, a

Água e resíduos urbanos


74232

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversรกrio| especial | 35


36 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

1994 Câmara de Coimbra encerra

1999 Arranque operacional dos

2006 ERSUC comunica fecho

lixeira de Taveiro 1996 População de Taveiro contesta localização do aterro sanitário 1997 Assinatura dos contratos de entrega e receção de resíduos

Aterros de Aveiro, Coimbra e Figueira da Foz 2003 Criação da empresa municipal Águas de Coimbra 2004 Criação da Águas do Mondego

antecipado do aterro de Taveiro 2012 Começa a funcionar a Unidade de Tratamento Mecânico de Coimbra 2015 Constituída a Águas do Centro Litoral

# 07 Águas e resíduos urbanos

aumentar a eficiência dos sistemas de águas e águas residuais urbanas com redução dos custos associados, garantir a disponibilidade dos meios financeiros para o investimento em infraestruturas e garantir a sustentabilidade económico-financeira das entidades gestoras com rigor e transparência na fixação das tarifas”.

59787

ERSUC domina nos resíduos urbanos As alterações introduzidas no setor da água também tiveram consequência no tratamento dos resíduos urbanos. O mesmo decreto-lei (372/93, de 29 de outubro) previa a criação de sistemas multimunicipais de recolha e tratamento de resíduos sólidos. Três

Unidades de Tratamento Mecânico e Biológico (Coimbra

anos depois, é criado o sistema multimunicipal do Litoral Centro, cuja exploração ficou logo desde início entregue à ERSUC. O contrato de concessão foi assinado em 1997, tendo

os aterros sanitários e estações de triagem entrado em funcionamento no ano de 1999. Entre 1996 e 1998, a ERSUC passou a ter uma área de intervenção de 36

municípios, abrangendo nessa altura uma área de 6.700 quilómetros quadrados e servindo uma população de cerca de 1 milhão de habitantes. A primeira década do sé-

culo XX serviu para a empresa se adaptar às novas realidades ambientais, apostando na construção de Unidades de Tratamento Mecânico e Biológico nos concelhos de Coimbra

(Vil de Matos) e Aveiro (Eirol). A consequência direta foi a selagem dos aterros sanitários construídos no final da década de 90 e que começaram a ficar cheios mais rapidamente do que era esperado. As duas unidades representaram um investimento da ordem dos 160 milhões de euros (conceção, construção e fornecimento das centrais) e começaram a funcionar no ano de 2012. Pelo meio, a ERSUC assinou em 2010 um aditamento ao contrato de concessão com o Estado e, cinco ano depois, sofreu uma alteração da estrutura acionista, resultante da entrada de capital privado, passando a estar integrada no Grupo MotaEngil/Urbaser. | António Alves

Como grossista de medicamentos, distribuímos diariamente pelos nossos clientes confiança e simpatia...

Rua Vale Paraíso, s/n. - Eiras 3020-501 Coimbra Tel.: 239 433 220 | Fax: 239 433 229 E-mail: info@proquifa.com


25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 37

Licenciatura

• CIÊNCIAS DO DESPORTO • CIÊNCIAS DO DESPORTO (pós-laboral – 3 anos)

Mestrados

• BIOCINÉTICA • ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO • TREINO DESPORTIVO PARA CRIANÇAS E JOVENS • EXERCÍCIO E SAÚDE EM POPULAÇÕES ESPECIAIS

Doutoramento • CIÊNCIAS DO DESPORTO (Ramo de Atividade Física e Saúde; Ramo de Educação Física; Ramo de Necessidades Educativas Especiais - Atividade Física Adaptada; Ramo de Treino Desportivo*; Ramo de Ciências Sociais e do Comportamento * Possibilidade de estágio no Fluminense Football Club

73590

Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física Estádio Universitário de Coimbra  Pavilhão 3 3040-156 Coimbra Tel. 239 802 770  E-mail: gap@fcdef.uc.pt  www.fcdef.uc.pt


38 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

eu estive lá

1 1 1 Neste período, há a registar o protesto da população de Taveiro contra a instalação do aterro na zona da Cegonheira. Fartos da lixeira ali colocada, e que o município de Coimbra decidiu encerrar em 1994, os populares, através da Junta de Freguesia e organizada num movimento cívico, alegaram a ilegitimidade desta construção devido à ausência da participação popular. O ano de 1996 foi o ano em que os protestos contra a construção do aterro em Taveiro chegaram ao seu auge. Em maio, os moradores de Taveiro, Cegonheira e Anobra realizaram um corte “simbólico” da Ponte de Santa Clara,

impedindo o acesso dos camiões ao aterro sanitário e o depósito de lixo na lixeira em utilização. Esta ação obrigou a autarquia a suspender a recolha do lixo, que se amontoou dentro (e fora) dos contentores. O bloqueio impediu também que os resíduos da Queima das Fitas – cerca de quatro toneladas – fossem depositados na antiga lixeira. A 11 de maio, a intervenção de uma força especial da Guarda Nacional Republicana-GNR, com mais ou menos uma centena de homens dispersou, em dois minutos, a população que se encontrava há vários dias no local, organizada em piquetes, impedindo o acesso à lixeira.

Nelson Geada, presidente da Águas do Centro Litoral Num cortejo da Queima das Fitas, já lá vão anos - cerca de 25 - os funcionários municipais tinham naquele tempo um desafio de brios: quando o último carro passasse na Praça 8 de Maio o pessoal da limpeza teria de conseguir acompanhar a última viatura e abrir a Sá da Bandeira ao trânsito. Não era tarefa fácil, sabem eles e sei eu que na altura por lá andava também. Naquele cortejo - há cerca de 25 anos - nada correu como de costume, nem o tempo estava de feição, da chuva miudinha que caía, e uns protestos, de que já não recordo razões, impediam que os carros, cheios do vidro alegre dos estudantes, despejassem no antigo aterro sanitário da Cegonheira o seu conteúdo de tradição etilizada. Lá fui ver o que se passava, contornei os manifestantes e dirigi-me à casa do guarda onde distingui dois vultos, o do guardião e o de uma menina-moça vestida de branco. Quando cheguei à fala, vi que para além de bonita, tinha os sapatos cheios de lama e provavelmente sem remédio de sapateiro que chegasse. Era das “Beiras” e vinha informarse para informar. Foi este tipo de profissionais que, entretanto, fui conhecendo. Gente com entusiasmo, juventude e saber. Foram estes os que deram a Coimbra e à região um novo jornal semanário e, passados tempos, o excelente diário que conhecemos com 25 anos de vida. Também a região e o país mudaram muito, enquanto as Beiras foram fazendo anos de sucessos, certamente de

muito trabalho e, em minha opinião, de notável independência. Primeiro foi a selagem das lixeiras e a construção de infraestruturas modernas e amigas do ambiente, depois os grandes investimentos em infraestruturas de tratamento de resíduos, enquanto a distribuição pública de água em qualidade e quantidade ia cobrindo o país de norte a sul. No saneamento, nas redes de drenagem e no tratamento de esgotos o caminho foi semelhante: rápido, eficaz e eficiente. Desde a década de noventa passámos de indicadores a roçar o terceiro mundo, para serviços com qualidade similar à generalidade dos nossos parceiros europeus. Os autarcas, a Administração Central e os fundos europeus fizeram o que lá por fora se diz ser “o milagre português” embora cá por dentro pouco se diga, que o sol do tempo já descoloriu as cores e, também, porque nos tornamos mais exigentes – e bem! Hoje, a gestão do ambiente e dos serviços de águas é, em quase todo o território, de cariz regional por questões de economia e de solidariedade. Coimbra é muito mais do que um concelho nestas matérias, é de direito uma região, graças ao empenho dos autarcas que lhe têm determinado os destinos, à sua generosidade institucional e sentido de estado, num país de grande valia e pequena dimensão. Os 25 anos das Beiras foram também 25 anos de melhor ambiente. A todos os colaboradores saúdo na meninamoça que ainda por lá trabalha e que sempre fez o favor de me dar a sua amizade.

74250

Luta contra o aterro


74445

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversรกrio| especial | 39


Fábricas de papel

Celbi e The Navigator Company asseguram a limpeza de um terço da floresta nacional

74425

111 A área florestal portuguesa é das maiores da Europa, ocupando cerca de 39 por cento do território continental. Os privados detêm 85 por cento da floresta nacional e 12 por cento pertencem a baldios e comunidades locais. O Estado, por sua vez, é apenas dono de três por cento de propriedades florestais. Os incêndios têm vindo a reduzir de forma preocupante o mapa florestal português. Os peritos queixam-se de falta de ordenamento, limpeza e outras medidas preventivas. As alterações climáticas também deitam achas para a fogueira, tornando os fogos mais violentos e, por isso, mais difíceis de controlar. Nos últimos anos, têm-se apontado todos os dedos das duas mãos ao eucalipto, árvore sobretudo utilizada pelo setor da pasta de papel, associando-o à devastação da floresta autóctone. As companhias de fabrico de pasta de papel e papel, no entanto, são, entre os proprietários florestais, aqueles 

diário as beiras | 23-03-2019

Sodicentro.

Um concessionário único, para Clientes únicos.

Sodicentro. Há 25 anos a acompanhar o Diário As Beiras.

www.sodicentro.pt | Tel.: 239 497 450 | E-mail: vendas.coimbra@sodicentro.pt

23-03-2019 | diário as beiras 74235

08 #

40 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário | especial | 41


42 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

23-03-2019 | diário as beiras 74459

diário as beiras | 23-03-2019

1991 Soporcel, atual The Navigator Company, começa a produzir papel

2010 Presidente da República inaugura ampliação das instalações da Celbi Celbi e The Navigator Company asseguram a limpeza de um terço da floresta nacional Indústria do papel instalada na Figueira da Foz aposta na biomassa para produzir eletricidade

# 08 Fábricas de Papel 

que mais apostam no ordenamento florestal e na prevenção de fogos. De resto, os grupos empresariais a que pertencem a Celbi e a The Navigator Company, dois gigantes mundiais do setor com unidades industriais na Figueira da Foz, criaram um agrupamento complementar de empresas (Afolcelca) para gerir as suas áreas florestais.

66458

Prevenção a montante Segundo dados avançados ao DIÁRIO AS BEIRAS por uma fonte do setor do papel, a The Navigator Company tem cerca de 120 mil hectares de floresta e o Grupo Altri, a que pertence a Celbi, tem outros 80 mil. Quando se trata de prevenção de incêndios florestais, ambos os grupos iniciam a limpeza a dois quilómetros a montante das suas propriedades. Em números redondos, as operações de prevenção de fogos realizadas por aqueles dois

proprietários abrangem cerca de um terço do território florestal português, na sua grande maioria situado na Região Centro, entre o Tejo e o Mondego, o que ilustra a dimensão da área mais protegida da fúria das chamas. Além da prevenção, os dois gigantes do papel também apostam no combate aos fogos florestais, que tem reforçando nos últimos anos. Os seus meios, aliás, integram o dispositivo da Proteção Civil. A eficácia das medidas preventivas (que incluem o ordenamento da floresta) e reativas que aqueles dois grupos industriais aplicam nas suas florestas alimentam a chama dos que se opõem à estigmatização do eucalipto, com argumentos científicos, contra-argumentado os discursos inflamados que identificam aquela árvore como raiz de todos os males da floresta portuguesa. |Jot’alves

Celbi (Figueira da Foz)

Soporcel (Figueira da Foz)

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 43


diário as beiras | 23-03-2019

23-03-2019 | diário as beiras 74362

44 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

# 08 Fábricas de Papel

Aposta na eletricidade através da biomassa das florestas

111 Os grupos Altri e The Navigator Company, cada um com uma unidade industrial na Figueira da Foz, estão a ampliar a capacidade instalada de produção de eletricidade através do aproveitamento de biomassa florestal. Com aquele sistema, além de promoverem a economia circular, contribuem para uma maior rentabilidade da floresta e para a sua limpeza, reduzindo o risco de incêndios florestais. A produção de eletricidade tendo os restos de madeira como matéria-prima é, portanto, uma opção com várias vantagens. O município da Figueira da Foz, impulsionado pelos incêndios de 2017, a tempestade “Leslie”, em 2018, e a nova legislação sobre limpeza de terrenos e áreas florestais, tem vindo a criar

áreas de depósito e recolha de material lenhoso, às quais recorrem os produtores daquele tipo de energia elétrica. Neste momento, o Grupo Altri e a The Navigator Company trabalham na construção de novas centrais de biomassa, nas instalações da Figueira da Foz. Os geradores da Celbi passarão a ter capacidade para fornecer eletricidade a 85 mil consumidores domésticos, com consumos médios de 135 MWt. Por seu lado, a nova unidade da fábrica vizinha duplicará a capacidade instalada de produção elétrica, passando a debitar 130 MWt. Oportunidade de negócio Segundo fonte do setor do papel, nenhuma daquela duas unidades industriais

instaladas na Figueira da Foz é autossuficiente em matéria-prima. Ou seja, o material lenhoso que resta do processo de produção de pasta de papal e papel não consegue abastecer as suas centrais de biomassa, o que implica terem de recorrer a outros produtores florestais. Na Região Centro do país não faltam produtores florestais que possam beneficiar do aumento da capacidade de produção de eletricidade daquelas duas unidades industriais, contribuindo, como acima referido, para uma floresta mais limpa e, assim, menos vulnerável ao fogo. Aquelas centrais de biomassa têm, contudo, um senão: o aumento substancial de camiões nas vias rodoviárias da região para o transporte da matéria-prima.

Concorrentes e parceiros 111 A Celbi e a The Navigator Company, instaladas na zona sul do concelho da Figueira da Foz há várias décadas (a primeira em 1967 e a segunda em 1984), são, ao mesmo tempo, concorrentes e parceiros. A concorrência manifesta-se ao nível do fabrico de pasta de papel, mas como a antiga Soporcel nem sempre consegue autoabastecer-se para fabricar o seu papel (um dos melhores do mundo para escritório), recorre, pontualmente, à pasta de fibra curta da Celbi, que, por seu lado, não fabrica papel. As parcerias entre as duas unidades industriais estendem-se à conduta de captação de água, ao emissário que despeja os efluentes tratados para o mar, na Leirosa, e à criação de uma empresa para a gestão florestal conjunta dos dois grupos empresariais. Por outro lado, formam uma frente comum contra a estigmatização do eucalipto. Concluindo, é mais o que as une do que o que as separa.

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 45


10 # A sua história teve início em 1991 e merece ser contada… Foi por iniciativa da Universidade de Coimbra que, há 28 anos, nasceu o IPN. Aquele que é hoje a casa de muitas empresas de referência nacional e internacionalmente apresentou-se como uma instituição privada sem fins lucrativos, direcionada para a promoção da inovação e da transferência de tecnologia, estabelecendo a ligação entre o meio científico e tecnológico e o tecido produtivo. “Tem sido um caminho duro, nada fácil, mas o crescimento deixa-nos muito satisfeitos. Contribuir para trans-

Instituto Pedro Nunes

Um “ninho” de empresas que não para de crescer

74411

1 1 1 “Há 20 anos, eram duas ou três empresas. Hoje, são dezenas… Saem e entram a toda a hora”. A frase aborda a evolução do Instituto Pedro Nunes (IPN) e pertence à sua presidente, Teresa Mendes, a face que testemunha a história de sucesso desta instituição. Atualmente, alberga mais de seis dezenas de empresas, entre a incubadora e a aceleradora, a que se junta a atividade de investigação. Nos últimos anos, afirmouse como uma entidade de “primeira linha” no país e no mundo, sendo já uma incontornável referência no cartão-devisita de Coimbra.

diário as beiras | 23-03-2019

23-03-2019 | diário as beiras 74473

52 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

Rua da Vila n.º 82 - 3780-599 Vilarinho do Bairro Tel/Fax: 231 950 629 | Telem. 936 968 228 E-mail: sagaio@iol.pt

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 53


diário as beiras | 23-03-2019

23-03-2019 | diário as beiras 74400

54 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

Critical Software empresa de WIT Software empresa que desenvolve software e sistemas de informação

Crioestaminal banco familiar de criopreservação de células estaminais

produtos de software para operadores de telecomunicações móveis Active Space Technologies marca que desenvolvimento de produtos e serviços nas áreas de engenharia termo-mecânica e engenharia eletrotécnica

# 10 Instituto Pedro Nunes

formar o tecido empresarial e as organizações em geral promovendo uma cultura de inovação, qualidade, rigor e empreendedorismo, assente num sólido relacionamento universidade/empresa e atuando em três frentes que se reforçam e complementam: Investigação e desenvolvimento tecnológico, consultadoria e serviços especializados; Incubação e aceleração de ideias e empresas; e Formação especializada e divulgação de ciência e tecnologia. É esta a missão assumida pelo instituto, cujo nome é hoje reconhecido pelo público.

66481

“Ninho” de empresas Onze anos depois, surge a IPN-Incubadora — Associação para o Desen-

volvimento de Actividades de Incubação de Ideias e Empresas, equipamento que viria a catapultar o IPN para níveis de excelência. Em 2002, criou-se a incubadora de empresas do IPN, potenciando, assim, condições para facilitar o acesso ao sistema científico e tecnológico e de um ambiente que proporciona o alargar de conhecimentos em matérias como a qualidade, gestão, marketing e o contacto com mercados nacionais e internacionais. Desde aí, a incubadora presta apoio durante a fase embrionária de novos projetos empresariais inovadores e/ou de base tecnológica e de serviços avançados, alimentando

a forte ligação com a Universidade de Coimbra, seja através de alunos, docentes ou projetos de investigação em laboratórios. “O sucesso da incubadora está bem expresso nos números. Em 2017, o volume de negócios agregado das empresas que já tinham passado pela nossa incubadora era de 165 milhões de euros. É bom olhar para trás e verificar que passaram pelo IPN marcas que são hoje referências como a Critical Software”, adianta Teresa Mendes. A Critical, aliás, criou um fenómeno de contágio que, no início do século, aumentou bastante os níveis de atratividade da incubadora, garante a presidente do instituto.

Active Aerogels empresa de desenvolvimento de produtos inovadores, de elevado desempenho, para isolamento térmico, baseados em aerogéis

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário | especial | 55


56 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

74355

Melhor incubadora do mundo Há nove anos, a história do IPN ganhou uma das suas páginas mais gloriosas, com a distinção de melhor incubadora de base tecnológica do mundo, prémio que confirmou o percurso de sucesso. Em 2010, a IPN Incubadora foi a vencedora do concurso mundial Best Science Based Incubator, numa cerimónia que decorreu durante a 9.ª Conferência Anual sobre Boas Práticas em Incubadoras de Base Tecnológica, em Liverpool. A organização de Coimbra ultrapassou meia centena de incubadoras de 23 países, alcançando o primeiro lugar do pódio depois de uma análise a 25 indicadores de performance da própria Incubadora e das empresas incubadas, realizada pelo Centre for Strategy and Evaluation Services (CSES), fundado por antigos membros do Ernst & Young Economics Group.

AO DIÁRIO AS BEIRAS, Teresa Mendes não escondeu que este “foi um momento marcante” no percurso do IPN: “Há 10/15 anos, o peso dos projetos internacionais no nosso volume de negócios era muito curto. Hoje, estamos envolvidos em mais projetos lá fora do que em nacionais. Foi uma grande alavanca, principalmente a nível internacional”. Empresas, prego a fundo Em maio de 2014, os holofotes voltaram ao IPN, com o lançamento da TecBis - Aceleradora de Empresas, uma estrutura de apoio empresarial que atua em paralelo com a incubadora, com o objetivo de dar resposta a necessidades específicas de empresas em estado de desenvolvimento mais avançado. Assim, esta valência dedica-se a mobilizar empresas de base tecnológica e inovadoras de elevado

23-03-2019 | diário as beiras 74496

# 10 Instituto Pedro Nunes

diário as beiras | 23-03-2019

eu estive lá

potencial de crescimento, oferecendo um conjunto de serviços de forma a potenciar as respetivas capacidades de internacionalização e o aumento da sua intensidade tecnológica, nomeadamente através da facilitação da cooperação com o sistema científico e tecnológico. Atualmente, o IPN integra uma vasta lista de redes nacionais e internacionais, alianças que têm potenciado a atividade do instituto. No que às infraestruturas diz respeito, conta com cinco edifícios: A e B direcionados à I&DT; C para a incubação; e D e E destinados para a Aceleradora de Empresas. Recorde-se que, na semana passada, o IPN submeteu duas candidaturas a fundos comunitários que visam a construção de um novo edif ício e a ampliação do espaço para a incubadora, num investimento total de 4,6 milhões de euros. | Bernardo Neto Parra

Teresa Mendes, presidente do IPM Instituto pedro Nunes (IPN) foi criado com o objetivo de estabelecer a ligação entre o meio científico e o tecido empresarial, pretendendo fomentar uma crescente incorporação de ciência e tecnologia pela economia. Ao longo destes 25 anos, e através dos seus laboratórios de Transferência de Tecnologia, tem vindo progressivamente a aumentar o leque de clientes a quem presta serviços de I&DT e desenvolvimento tecnológico, apoio na procura de financiamento e inserção em consórcios nacionais e internacionais. A sua Incubadora de Empresas contribuiu para a criação de mais de 330 empresas de base tecnológica e inovadora, que apresentaram em 2017 um volume de negócios agregado superior a 165 M€, com uma taxa de exportação a rondar os 60%. Desde 2015 que acolhe o Centro de Incubação da Agência Espacial Europeia (ESA) em Portugal, tendo já apoiado 24 startups a utilizar tecnologias espaciais ou dados de observação da terra por satélite.

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 57


11 #

58 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

74364

111 Nasceu em Coimbra há precisamente 25 anos. Ou seja, a vida da Associação Integrar tem caminhado a par e passo com a história do Diário As Beiras que, aliás, tem testemunhado – e relatado – as respostas que a instituição tem oferecido à população mais vulnerável. Vocacionada para ajudar crianças na rua, depressa alargou as suas respostas “às franjas mais marginais” da cidade, como os sem-abrigo, as prostitutas, os toxicodependentes. A associação nasceu a partir da iniciativa de um grupo de pessoas que trabalhava na área da reinserção social na administração pública e evoluiu outras para áreas sociais. Ao fim destes 25 anos, tudo o que sejam franjas marginais da população, contam com a Integrar. Toxicodependentes, sem-abrigo, prostitutas, ciganos, imigrantes de leste. Ao longo dos anos, o número de pessoas que começou a acorrer à instituição, aumentou e o “perfil” foi mudando: pessoas que perderam o emprego, que deixaram de poder pagar o quarto e que passaram a ter a rua como único sítio para viver. Pessoas que precisavam de roupa e de algo para comer. Isso obrigou a que a instituição tivesse que procurar respostas diferentes. Uma loja social e uma cozinha solidária são as últimas respostas da associação. Nestes últimos 25 anos, foram muitas as instituições que surgiram na região: são tantas, que seria impossível referi-las todas neste texto. Não significa que sejam menos impor-

diário as beiras | 23-03-2019

Solidariedade Social

Respostas solidárias para todos

23-03-2019 | diário as beiras

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 59


diário as beiras | 23-03-2019

23-03-2019 | diário as beiras 74408

60 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

1994 Criação da Associação Integrar 1998 APPACDM inicia o Apoio Domiciliário e cria o Lar Residencial da Tocha 2009 Abertura do Lar Residencial de S. Silvestre da APPACDM Coimbra

2013 A 28 de dezembro, a Cáritas

2014 É inaugurado em Coimbra, o

Diocesana de Coimbra inaugura uma unidade residencial na Cabreira, Góis 2014 Em Penela inaugura o Centro de Acolhimento de Refugiados Paz

Lar de Apoio e o Lar Residencial da APCC Dr. José Mendes Barros 2015 O equipamento social “Cavalo Azul” é aberto ao público, em Castelo Viegas

# 11 Solidariedade Social

74499

tantes– o trabalho de cada uma delas comprova o seu valor. Falar de solidariedade obriga a falar da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC), criada em 1975 graças ao esforço de um grupo de pais e técnicos. A instituição tem como missão “promover a inclusão social de pessoas em situação de desvantagem, com especial incidência em pessoas com deficiência e incapacidade”. Realce também para a da Cáritas Diocesana de Coimbra, que nos últimos anos multiplicou as áreas de intervenção social. A 28 de dezembro de 2013, inaugurou a Unidade Residencial Sagrada Família, na Cabreira, Góis. De destacar o papel da instituição na reconstrução de casas destruídas nos incêndios de 2017. Em 2007, a Associação para o Desenvolvimento e Formação Profissional, nascida em 1987, origina a Fundação ADFP – Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional. Com sede em Miranda

do Corvo, a fundação estende o seu raio de ação a vários concelhos de Coimbra, como Penela, Lousã, Góis e Penacova. Apoia crianças, jovens, pessoas com deficiência ou doença mental crónica, idosos e mulheres grávidas ou mães em risco, com valências e serviços sociais, saúde, desporto, cultura e turismo. Apoia regularmente cerca de 7510 utentes, dos quais 480 são residentes. A 15 de maio de 2015, foi inaugurada a nova casa da Associação das Famílias Solidárias com a Deficiência (AFSD) - Centro Cavalo Azul, em Marco dos Pereiros. Trata-se de uma associação fundada por pais e familiares de pessoas com deficiência e amigos solidários. Destaque ainda para a APPACDM de Coimbra que comemora este ano meio século e que está presente não só no concelho, mas também em Arganil, Cantanhede e Montemor-o-Velho. | Patrícia Cruz Almeida

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário | especial | 61


62 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

diário as beiras | 23-03-2019

23-03-2019 | diário as beiras

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário | especial | 63 66549

# 11 Solidariedade Social

Distrito tem 268 instituições de solidariedade social Cavalo Azul

APPACDM

APPACDM Coimbra 111 Nos últimos 25 anos foram muitas as instituições de solidariedade social que surgiram no distrito de Coimbra, onde, aliás, existe um conjunto assinalável de estruturas de apoio social e de saúde. A forte tendência de aumento do número de serviços e equipamentos sociais em funcionamento é

justificada pelos diversos programas de investimento em serviços e equipamentos sociais que surgiram nos últimos anos, quer através de financiamento exclusivamente nacional, como o PIDDAC e mais recentemente o PARES, quer através de cofinanciamento comunitário. De acordo com a Car-

ta Social de 2017, um instrumento de análise que é publicado todos os anos pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, a evolução do número de equipamentos sociais ao longo do período 20002017 revela um crescimento muito significati-

vo (92,3 %), sobretudo no que respeita aos equipamentos de entidades não lucrativas. No passado mês de fevereiro, só no concelho de Coimbra, estavam registadas, 110 IPSS registadas na Segurança Social. E todas elas operam nas mais variadas áreas: desde centros sociais e paroquiais, associações

humanitárias e de solidariedade, fundações, misericórdias, centro de assistência infantil e de idosos, casas de repouso, instituições que dão apoio a refugiados, a crianças e jovens ou a pessoas com deficiência ou incapacidade. Quando alargado ao distrito de Coimbra, o número de IPSS cresce:

também em fevereiro, a Segurança Social tinha registado 268 instituições. O número de instituições, de respostas e de funcionários mostram o importante papel que a economia social tem na região. Mas o número de utentes acompanhados é também maior e cada vez mais diferenciado.

APCC

eu estive lá

Cozinha Económica

74462

APCC

Jorge Alves ,vereador da Ação Social na Câmara de Coimbra e fundador da Associação Integrar Há coincidências felizes! Uma delas, é o facto de o Diário As Beiras e a Associação Integrar (de que sou sócio fundador), terem a mesma idade e terem sido criados no mesmo ano. Quando eu e um grupo alargado de pessoas constituíram a Integrar, fizeram-no com base num pressuposto: de que havia situações de pobreza e exclusão social no nosso Concelho, que precisavam de apoio e intervenção e que era necessário o aparecimento de uma Instituição de Solidariedade Social, que interviesse junto dos grupos mais marginalizados da sociedade. Foi assim que se reuniram esforços, vontades e que a Integrar nasceu e começou a trabalhar. O primeiro projeto que desenvolveu, teve a ver com a ocupação de jovens desfavorecidos, nas suas férias escolares. Este projeto veio a evoluir para o trabalho com crianças e jovens na rua, dando resposta e intervindo socialmente com crianças e jovens, que deambulavam pelas ruas da Baixa da Cidade, recorrendo à mendicidade e venda de pensos, como forma de vida. Os projetos e programas foram evoluindo,

mas sempre com essa visão estratégica: intervir junto dos mais desfavorecidos e das franjas mais marginais da população. Fui voluntário muitos anos na Integrar. Estou desligado e afastado da Instituição, vai para sete anos. Dos anos em que colaborei e fui responsável, guardo o sentimento de dever cumprido e a certeza que contribui, para que na Cidade e no Concelho existisse uma intervenção social mais eficaz nestas áreas. O Diário As Beiras sempre acompanhou a Integrar. São irmãos de nascença e sempre teve a preocupação de noticiar e dar conta do trabalho social desenvolvido pela Integrar. Sem sensacionalismos, mas informando de forma objetiva. O Diário As Beiras noticiou e assumiu a sua função social de apoiar quem intervém e procura combater a exclusão social, todos os dias do ano (de noite e de dia). Integrar e Beiras irmanaram-se e cada uma/um à sua maneira e na sua área, fizeram nestes 25 anos o que deviam! Felizmente, hoje, passados estes 25 anos, as respostas sociais, em Coimbra, são mais. As necessidades e problemas sociais também evoluíram, mas hoje há mais Instituições a intervir. Ainda Bem! Parabéns Diário As Beiras pelos teus 25 anos!


12 #

64 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

aproximadamente 202 km. Utiliza principalmente via única, com alguns troços duplicados.O trajeto abarca 12 túneis, que no seu total atingem um comprimento de cerca de 3.300 metros.Inicialmente este percurso, incluía também o Ramal da Figueira da Foz, atingindo então um comprimento de 252,522 km. O comboio internacional Sud Expresso é outra das ligações à ferrovia europeia. A circular, de forma diária, desde a 1 de Janeiro de 1906, originalmente, ligava Lisboa a Calais por Madrid e Paris, tendo sido depois reduzido o seu percurso que, atualmente, liga Lisboa a Hendaye, na zona dos Pirinéus Franceses. A circulação do Sud Expresso tem partidas diárias de Lisboa para Hendaye e vice versa, para além de fazer ligação, em Hendaye, ao comboio de Alta Velocidade francês – “TGV-Atlantique” que circula entre a fronteira franco-espanhola e Paris.Tem também uma ligação Interregional de/para o norte do país no percurso Porto Campanhã/ Coimbra B/Porto Campanhã. A Linha da Beira está totalmente eletrificada desde 8 julho de 1997 (ver quadro). Modernização difícil Acompanhando um fenómeno europeu, nos anos 30 do século XX exisitiu uma nacionalização quase completa dos caminhos de ferro, com o Esta-

23-03-2019 | diário as beiras

Eletrificação da linha da Beira Alta

Eixo chave de ligação à Europa R

74023

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 65 Fases de Eletrificação da Linha da Beira Alta

Extensão 78,083 km 77, 798 km 45,587 km

Entrada ao serviço Maio de 1996 Fevereiro de 1997 8 de julho de 1997

Silva, José Ribeiro da; Ribeiro, Manuel ( 2007 ). Os Comboios em Portugal. III. Lisboa, Portugal: Terramar. p. 20.

do a assumir a gestão da ferrovia. A única empresa pública existente era a Comboios de Portugal, E.P.E. (CP) que ficou com grande parte das concessões nacionais. A Linha da Beira Alta era, já nesta altura, o único trajeto ferroviário internacional com relevo no transporte de mercadorias. O trajeto deixou de fazer ligação à Figueira da Foz e tem, no seu passado, diversos acidentes. O mais grave aconteceu a 11 de setembro de 1985 quando duas composições colidiram junto ao Apeadeiro de Moimenta-Alcafache, resultando em cerca de 150 mortos, número que ainda hoje não é exato. Os acidentes “obrigaram” a intervenções na linha, com maior foco a partir 74360

111 A Linha da Beira Alta é, em 2019, um troço chave de ligação de Portugal à Europa. Construída no séc. XIX, por uma entidade privada, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta, propriedade da Société Financière de Paris, o trajeto liga o litoral ao interior português e, após Vilar Formoso, faz a ligação a várias redes internacionais, estando na Rede Transeuropeia de Transporte da União Europeia (RTE-T) e no Corredor Atlântico, originalmente denominado como Corredor de Mercadorias n.º 4. Em marcha, inserido no programa Ferrovia 2020, está também o Corredor Internacional Norte, que pretende modernizar a linha, reforçando a importância da mesma ao nível do transporte de mercadorias. A Linha da Beira Alta, cujo percurso inicial, que ligava a Figueira da Foz a Vilar Formoso, foi inaugurada a 3 de agosto de 1882. Atualmente está situada no Corredor Atlântico, sendo o caminho ferroviário mais curto entre a costa atlântica portuguesa, França e a Europa do Norte. A capacidade atual da linha é limitada devido aos declives acentuados (18 a 21%) e ao layout das estações. A troço que passa pelo “coração” Beira Alta, atuatualmente liga as estações de Pampilhosa e Vilar Formoso, numa extensão de

diário as beiras | 23-03-2019

de 1986, período em que, através de fundos comunitários, se procedeu a uma grande intervenção. Levado a cabo pela empresa Caminhos de Ferro Portugueses, o programa de modernização pretendia melhorar as condições de segurança e fiabilidade da linha, aumentar a capacidade de transporte e a produtividade, reduzir os custos de percurso, reabilitar as infra-estruturas, diminuir os tempos de percurso (procurou-se abater 2 horas do tempo de viagem entre Lisboa e Vilar Formoso), e ampliar a velocidade máxima para 160 km/h, e a comercial para 90 km/h. Esta foi a maior intervenção numa linha ferroviária nacional realizada até então, tendo sido a primeira vez que

a empresa Caminhos de Ferro Portugueses tinha iniciado um projecto integrado, onde ao mesmo tempo se realizaram as obras de construção de novas vias e variantes, duplicação, electrificação e renovação da via, reabilitação das gares, construção de passagens desniveladas, automatização ou eliminação de passagens de nível, intervenções em pontes, viadutos e túneis, e instalação de nova sinalização e de um sistema de controlo automático de velocidade. O custo ascendeu a 40 milhões de contos (200 milhões de euros). A linha foi renovada e electrificada até à fronteira, processo concluído em 1997. Em 1996, entraram ao serviço os sistemas de sinalização automática e de

telecomunicações, que foram implementados entre as estações de Pampilhosa e Vilar Formoso.No ano seguinte, 1997, iniciou-se um processo de reestruturação do transporte ferroviário em Portugal, tendo sido criada, a 29 de Abril desse ano, a Rede Ferroviária Nacional. No novo milénio, o POAT – Plano Operacional de Acessibilidades e Transportes (2000-2006) centrou atenções no transporte rodoviário, abarcando intervenções menores na ferrovia (corredor Braga – Faro). Ainda assim, durante este período a rede ferroviária é reduzida de 2850 para 2800 quilómetros. O TGV O POAT deu lugar, com José Sócrates (2005-

2011), às Orientações Estratégicas para o Sector Ferroviário. Na altura era apresentado um ambicioso plano de modernização da rede ferroviária nacional assente nas linhas de alta velocidade. A rede convencional é secundarizada, em particular a linha do Norte, que desde 1999 vinha, aos soluços, a ser modernizada (modernização que ainda hoje não está concluída). O desígnio do TGV terminou com a linha Pampilhosa – Figueira da Foz. Por sua vez, o TGV nunca saiu do papel. A per íodo de austeridade de Pedro Passos Coelho (2011-2015) “arrumou” a alta velocidade, congelou as obras do Metro Mondego “condenando” a linha de Coim-

bra à Lousã. Durante este período foi anunciado um Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas 2014-2020 (PETI3+) que assentava em investimentos vocacionados para as mercadorias. António Costa toma posse em 2015 e é pragmático: o governo não vai “deixar cair” o plano anterior, como fizeram os seus sucessoress, e vai aproveitar o PETI3+, rebaptizado agora de Ferrovia 2020. Sobre o TGV, António Costa, numa entrevista ao jornal espanhol ABC, a 11 de fevereiro de 2018, era claro:“a alta velocidade é um tema tabu na política portuguesa e vai sê-lo por muito tempo”. |e| Emanuel Pereira


66 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

diário as beiras | 23-03-2019

# 12 Eletrificação da Linha da Beira Alta

eu estive lá Ferrovia 2020: A aguardada modernização 1 1 1 A Linha da Beira Alta enfrentou desafios, ultrapassou obstáculos, mas ainda há muito a fazer para modernizar o trajeto. O Plano de Investimentos Ferroviários, apresentado pelo Governo em fevereiro de 2016, definiu um conjunto de prioridades para a ferrovia nacional. Em destaque estão os compromissos internacionais, incluindo os bilaterais com Espanha e os que resultam do Corredor Atlântico, o fomento do transporte de mercadorias e em particular das exportações, bem como a articulação entre os portos nacionais e as principais fronteiras terrestres com Espanha. Para atingir estes objetivos conta-se com um pacote financeiro composto por fundos comunitários do Programa Connecting Europe Facility (CEF) quer na componente Geral (30 a 50% de comparticipação) quer na componente coesão (85% de comparticipação) e do Programa Portugal 2020 (85% de comparticipação), desenvolvimento regional e fundos de coesão ambos sob gestão nacional, a que se poderá acrescentar o Plano Juncker e o contributo direto do orçamento da Infraestruturas de Portugal. O valor estimado para as

intervenções no Corredor Internacional Norte, que abarca a Linha da Beira Alta e da a Linha da Beira Baixa, têm um investimento total de 676 milhões de euros, com o financiamento comunitário a rondar os 386 milhões de euros. Reativação da Linha da Beira Baixa faz “esperar” trabalhos O ex-ministro do planeamento e infraestruturas, Pedro Marques, na Guarda, em novembro de 2017, assinou a adjudicação das obras que vai conduzir à reabertura da linha entre aquela cidade e a Covilhã e anunciou uma data: março de 2019. As obras na Linha da Beira Baixa, que ainda não estão con-

cluídas, “atrasam” as intervenções de fundo na Linha da Beira Alta. Ainda assim, em 2018, com um investimento global associado de 3,7 milhões de euros, a Infraestruturas de Portugal (IP) promoveu várias intervenções em diversos pontos da linha. Os trabalhos envolveram: estabilização de taludes, renovação da superestrutura de via, desguarnecimento mecânico e o ataque mecânico pesado. A 7 de março deste ano, a IP, numa nota publicada no seu site, lembrou também que executou no ano passado, na Linha da Beira Alta, “duas importantes intervenções de Renovação Integral de Via (entre os quilómetros 58,300 e 65,050, incluindo drena-

gem do Túnel do Trezói) e de estabilização de taludes, num investimento global de 7,6 milhões de euros”. Até 2020, a prioridade, segundo o site da IP, é “o desenvolvimento do tráfego de mercadorias e forte aposta nos investimentos que melhorem e rentabilizem a infraestrutura existente, com alguns investimentos pontuais e muito localizados de ampliação da rede”. Só após o término das obras no eixo GuardaCovilhã, a Linha da Beira Alta voltará a “agenda”. As intervenções no Corredor Internacional Norte vão ser assentes em quatro premissas: melhorar a ligação ferroviária do norte e centro de Portugal com Europa; aumentar a capacidade para mais do dobro da atual, de 14 comboios/dia de 500 m para 25 de 750 m; reduzir o tempo de trajeto e melhorar condições de segurança com a eliminação de todas as passagens de nível e a instalação de sinalização eletrónica. A Linha da Beira Alta foi e é uma alavanca central no desenvolvimento da região, mas necessita, em 2019, de intervenções que consigam exponenciar todas as suas potencialidades enquanto via férrea de ligação de Portugal à Europa. E.P.

José Júlio Norte, presidente CM Mortágua A eletrificação da Linha da Beira Alta, concluída há alguns anos, foi o primeiro passo para a modernização da linha e para que, no fundo, conseguíssemos chegar rapidamente à Europa por uma via que tradicionalmente não era competitiva. Essa obra foi feita numa primeira fase, incidindo sobre a eletrificação e a supressão das passagens de nível. Hoje temos já uma nova fase que passa pela modernização da linha, criando também a possibilidade de circularem aqui comboios de mercadorias de grandes dimensões, ao mesmo tempo que são suprimidas algumas passagens de nível. A ferrovia é uma forma de alavancar toda uma região. Uma região que tem, ao longo do tempo, sido prejudicada pelos sucessivos governos, que se esqueceram que o interior existia. Falamos de algo que é muito importante para os nossos empresários e para a nossa competitividade. Mortágua é um dos sítios onde se utiliza bastante a Linha da Beira Alta. No caso concreto dos municípios da CIM Região de Coimbra vamos dar o nosso contributo, criando condições para que o passe, também na ferrovia, tenha um desconto entre 25% a 30% para que a pessoas possam usufruir. A modernização, aliada a estas vantagens para as pessoas, são duas formas de tornar a Linha da Beira Alta mais competitiva.

uma Páscoa Feliz

57870

Deseja a todos os seus Clientes, Fornecedores e Amigos Serviços de:

Casamentos | Baptizados Aniversários Serviço de Revenda

239 812 429 965 798 583

66480

Parque Residencial São Martinho do Bispo - Lt 26/27 3040-315 COIMBRA

96

Associação os de Futebol An de Coimbra ao serviço do futebol Estádio Municipal Sérgio Conceição Rua de S.Lourenço - Quinta do Relógio

Telefone: 239 853 680 | Fax: 239 853 699

3045 - 478 TAVEIRO

e-mail: afcoimbra@afcoimbra.com

A Associação de Futebol de Coimbra felicita o Diário As Beiras pelo seu 25.º Aniversário


13 # 23-03-2019 | diário as beiras

Ligação ferroviária ao porto comecial

futuro, poderá rentabilizar-se ainda mais esta infraestrutura que existe em poucos portos portugueses”, vaticinou. Benefícios ambientais A utilização daquele meio de transporte, no entanto, ainda não entrou nos carris com todo o seu potencial. Tem evoluído a baixa velocidade. No entanto, contra as expetativas mais céticas, que auguravam uma utilização residual, o ramal do porto foi conquistando clientes. Em 2011, o volume de mercadorias transportadas por comboio oscilava entre os cinco e os 10 por cento, contra os 15 por cento em 2019. Paulo Mariano, agente e operador portuário e vice-presidente da Comunidade Portuária da Figueira da Foz, considerou que a ferrovia portuária poderia ter uma relevância muito maior, se o Ramal da Pampilhosa fosse reativado, tendo em vista a conquista do mercado espanhol da linha de fronteira com Castela e Leão. Uma das vantagens da instalação da linha ferroviária reverte para o ambiente e para a conservação das vias rodoviárias, ao retirar das estradas milhares de camiões por ano. Paulo Mariano calcula que cerca de 150 mil toneladas de mercadorias estejam a ser transportadas pelo comboio, em detrimento dos pesados de mercadorias. 

Via ferroviária do Porto Comercial da Figueira da Foz é a primeira da região Centro

62170

111 O atual acesso ferroviário do Porto Comercial da Figueira da Foz, o primeiro da Região Centro e um dos três primeiros do país, foi inaugurado no início da década de 2000. Não se tratou de uma novidade absoluta, uma vez que a infraestrutura portuária figueirense já utilizara o comboio como meio de transporte de mercadorias no início do século XX. Governava o país António Guterres quando o ramal de quatro quilómetros foi inaugurado, tendo percorrido uma longa viagem até chegar à estação, entre a proposta e a inauguração. As obras prolongaram-se por cerca de um ano e meio, uma empreitada que custou nove milhões de euros, suportados pela CP, Soporcel, Celbi e dinheiros públicos. Luís Leal, da Administração do Porto da Figueira da Foz, afirmou ao DIÁRIO AS BEIRAS que o plano estratégico para o desenvolvimento do porto contará, “claramente”, com a linha ferroviária. “Uma das questões fundamentais é que, no futuro, se recupere a Linha do Oeste, se melhore o Ramal de Alfarelos e se reponha o Ramal da Pampilhosa”, defendeu. Sem aquelas obras, sustentou, há “prejuízos para o transporte de mercadorias, para a linha transfronteiriça e toda a zona industrial da Região Oeste”. Neste momento, frisou Luís Leal, o ramal é sobretudo utilizado pela Celtejo, em Vila Velha de Ródão, para transporte de pasta de papel produzida pela Celbi. “No

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário | especial | 67

Figueira da Foz | Coimbra Norte (Adémia) | Lousã EN 109 Chã-Tavarede - Figueira da Foz | 233 411 113 | 933 960 438 EN1, Adémia - Coimbra | 239 432 528 | 910 588 128 Rua de Coimbra, 28 Lousã | 239 994 115 | 918 104 675


68 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

1995 Antiga Soporcel, atual The Navigator Company, apresenta anteprojeto do ramal do porto ao Governo

2001 Conclusão do ramal portuário 2018 Greve dos estivadores fez perder

diário as beiras | 23-03-2019

23-03-2019 | diário as beiras

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 69

eu estive lá

2019 Recuperada a utilização do comboio para transporte de mercadorias

os clientes do comboio

# 13 Via ferroviária do porto comercial

Recuperados clientes perdidos com a greve 

74508

111 É um assunto tão antigo como a instalação das primeiras grandes empresas no sul do concelho, onde se concentra a maior parte das unidades industriais, entre as quais a Celbi e a The Navigator Company: o porto comercial está do lado errado. Esse desencontro histórico entre margens, contudo, pode ser corrigido

com a construção de um cais naquela margem, assunto recorrente, quando se fala da expansão da atividade portuária na Figueira da Foz. O vice-presidente da Comunidade Portuária da Figueira da Foz, Paulo Mariano, fez ao DIÁRIO AS BEIRAS um breve resumo histórico do ramal portuário. “A linha

ferroviária esteve sem tráfego nenhum nos primeiros anos e depois arrancou, ininterruptamente, com um tráfego regular, entre Vila Velha de Ródão e a Figueira da Foz, com um comboio diário”, lembrou o agente e operador portuário. “Esse tráfego manteve-se durante vários anos, até que, devido à greve selvagem

decretada por um sindicato de Lisboa no porto da Figueira da Foz, o utilizador da ferrovia teve de procurar alternativas e, em junho de 2018, foi para um porto que não tem greves, que é o de Aveiro. Felizmente, alguns estivadores figueirenses perceberam que tinham de defender os seus postos de trabalho, o seu porto,

74241

a sua cidade e sua região e criaram condições laborais para que as cargas que saíram do Porto da Figueira da Foz por essa razão voltassem todas, há um mês”, acrescentou Paulo Mariano. Margem para crescer “Neste momento, a linha do porto tem uma utilização regular e diária na ferrovia pelo Grupo Altri e continuamos a tentar direcio-

nar mais negócios para o porto que incluam o modo ferroviário”, garantiu aquele responsável. Contudo, ressalvou: “Naturalmente, para que isso aconteça, é preciso ter clientes que reúnam condições operacionais para expedir ou receber cargas no modo ferroviário”. Paulo Mariano defendeu ainda que “o modo ferroviário deve ser

acarinhado e desenvolvido. Até porque, em termos ambientais, liberta da rodovia milhares de camiões por ano”. Por outro lado, concluiu, “com as obras que estão previstas para ao aprofundamento do canal, é fundamental o desenvolvimento dessa linha, para estimular a utilização do comboio para o transporte de mercadorias”. |Jot’Alves

Paulo Mariano, operador e agente portuário Estivemos lá, eu e o meu saudoso amigo e mestre capitão Marques Guerra, na inauguração do ramal. Nesse dia, o nosso porto e a nossa cidade voltaram a poder dizer que se repôs a ferrovia ao dispor dos carregadores, uma vez mais! Agora, que tanto se fala de ambiente, podemos disponibilizar aos agentes económicos esta alternativa de baixo custo e que nos permite, principalmente para quantidades acima das 500 toneladas, uma operação fiável e com possibilidade de estarmos interligados à cadeia ferroviária/logística ibérica. Apesar do potencial de utilização estar longe do seu limite, continuamos a disponibilizar a utilização ferroviária a clientes, que os próprios investiram também na conectividade ferroviária, usando-a desde a Beira Baixa até à Figueira da Foz, por exemplo. Num futuro próximo, com as obras de aprofundamento do canal e bacia de manobra, iremos finalmente reunir as condições técnicas ideais para que navios de maior porte possam demandar o nosso porto.


14 Orla costeira # 70 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

74370

111 A força da natureza, as atividades humanas e as alterações climáticas são elementos que influenciam e moldam até a orla costeira, uma situação que não se deixa de verificar na costa marítima do distrito de Coimbra. De Mira ao extremo sul da Figueira da Foz, passando pela praia da Tocha (Cantanhede), o areal e as formações rochosas estendem-se para separar a terra do mar, território que tem apresentado irregularidades nos últimos anos que prejudicam as populações e, sem a devida intervenção, têm sobre estas consequências. Em 2012, o geógrafo e investigador universitário José Nunes André alertava para os desequilíbrios nos areais da Figueira da Foz: o areal urbano crescia 40 metros por ano, enquanto que, por exemplo, a sul dos molhes do porto, as praias da Cova Gala e da Leirosa tinham recuado 15 metros num ano. A erosão costeira é também uma questão relevante no litoral do distrito que está sujeito a uma agitação marítima significativa o que leva a um transporte sedimentar litoral considerável, refere o documento de diretivas do Programa de Orla Costeira Ovar-Marinha Grande (de 2015). O documento esclarece ainda que se regista um elevado défice de sedimentos, devido ao fornecimento dos mesmos ao litoral provocado pelas atividades humanas. As alterações climáticas são ainda um elemento a considerar na zona costeira, dada a subida do nível das águas do mar. No sentido de preservar a costa e defender as populações, foram realizadas algumas in-

tervenções nos últimos anos. Por exemplo, foi reforçado o cordão dunar entre Vagueira e Mira entre 2013 e 2014. A obra adjudicada pela Polis da Ria de Aveiro por 2,948 milhões de euros levou ao transporte de cerca de 1,2 toneladas de areia para esta zona. Para além da recuperação dunar através da recarga com areias, esta incluía a estabilização com paliçadas e a recuperação dos habitats com plantação de espécies autóctones. Ainda antes, em 2011, foram colocados 4500 sacos de areia na zona do Bairro Norte da Praia de Mira para reforçar o cordão dunar. No que diz respeito à Figueira da Foz, por exemplo, em 2010, realizou-se o prolongamento dos molhes da Figueira da Foz, intervenção criticada por especialistas (conforme noticiado pela agência Lusa a 28 de maio de 2010) que defenderam que ia agravar a erosão costeira e o recuo da linha de costa a sul das estruturas. Outras obras não se chegaram a realizar, como é o caso da intervenção da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) que incluía a reconstituição do cordão dunar do Cabedelo e a construção de um muro de suporte junto ao molhe Sul do porto comercial da Figueira da Foz. A solução era criticada pelo movimento cívico SOS Cabedelo porque iria afetar a onda do Cabedelo e prejudicar as condições de prática de surf nesta praia que é procurada para o efeito. Com a entrada em vigor do POC Ovar-Marinha Grande, estas ondas foram reconhecidas como “ondas com especial valor para a prática dos desportos de deslize (nível1)”. | Maria Inês Morgado

diário as beiras | 23-03-2019

Entre a terra e o mar

A Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais felicita o Diário As Beiras pelo seu 25.º Aniversário

Rua Flávio Rodrigues n.º 21 | 3000-550 Coimbra | Tel. 239 790 900 | F. 239 790 909 | E-mail: jfsao@hotmail.com

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário | especial | 71

23-03-2019 | diário as beiras

2010 Prolongamento dos molhes da

2017 SOS Cabedelo apresenta

2018 Autarquia da Figueira da Foz

Figueira da Foz 2011 Praia de Mira - 4500 sacos de areia reforçam o cordão dunar 2014 Reforço do cordão dunar entre Vagueira e Mira

queixa à Comissão Europeia contra intervenção planeada pela APA 2017 Aprovado o Programa da Orla Costeira (POC) Ovar - Marinha Grande

anuncia parceria com a APA para intervenção na praia do Cabedelo 2019 Empreitada na ria de Aveiro (que envolve também Mira)

Praia da Cova (Figueira da Foz)

O Programa da Orla Costeira Ovar - Marinha Grande 111 A 8 de junho de 2017, o Conselho de Ministros aprovou o Programa da Orla Costeira (POC) Ovar – Marinha Grande, documento que estava a ser preparado desde 2010 e que abrange, entre outros, os municípios de Mira, Cantanhede e Figueira da Foz. O documento enquadra o desenvolvimento das atividades específicas da orla costeira e coloca como “prioridade absoluta” (indica o comunicado do Conselho de Ministros) a

“adaptação do território aos fenómenos erosivos”. Nesse âmbito, surge no final do ano passado o anúncio de uma intervenção a realizar em parceria entre a APA e a autarquia da Figueira da Foz tendo em vista a proteção e reabilitação costeira e dunar da zona da praia do Cabedelo. A obra engloba cerca de 1100 metros de costa. O orçamento estimase em 2,3 milhões de euros, investimento financiado a 75% por fundos europeus, sendo os

restantes 25% repartidos entre a APA e a autarquia, no âmbito de um acordo assinado entre as duas entidades. O prazo de execução da obra é de 12 meses pelo que se prevê que esteja pronta em 2020. De acordo com a autarquia, “esta intervenção pretende libertar a zona mais sensível entre molhes e ao longo da frente de mar, reforçando o cordão dunar da primeira duna. Serão construídos novos passadiços, e retiradas vias de circulação”.

O município refere-se à zona que constitui, na maioria, uma duna artificial (um paredão entre o início do molhe sul do rio e um campo de futebol, da década de 1960 para proteger um antigo bairro de pescadores). Por outro lado, o ministro do Ambiente e Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, afirmou em fevereiro deste ano que a empreitada na ria de Aveiro – para otimização do equilíbrio hidrodinâmico – será “a mais relevante” das cerca

de 50 intervenções que estão a decorrer no litoral da costa portuguesa. Desta obra, o lote 2, envolve os canais de Ílhavo, do lago do Paraíso, de Mira e da zona central da ria. O ministro referiu ainda na mesma ocasião que estão a ser investidos, na costa litoral portuguesa, 112 milhões de euros e que o Governo espera iniciar as intervenções na lagoa de Óbidos, na Figueira da Foz, em Espinho-Torreira e na Costa da Caparica. | Maria Inês Morgado


72 | especial | aniversรกrio //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

# 14 Orla costeira Praia da Cova (Figueira da Foz)

Praia da Cova (Figueira da Foz)

74448

Praia de Mira

diรกrio as beiras | 23-03-2019


15 # 23-03-2019 | diário as beiras

1 1 1 Há 25 anos, o número total de alunos matriculados no 1.º ciclo do ensino básico era 1.429.824. Em 2017, pouco ultrapassou o milhão (1.000.006). A quebra demográfica refletiu-se no decréscimo contínuo de alunos. Mas as escolas continuaram. Cada vez com menos alunos e cada vez com mais casos de dois e mais níveis em simultâneo, sobretudo no Interior. O reordenamento da rede escolar teve o primeiro impulso em 2005, com o então primeiroministro José Sócrates e a ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues. O Ministério da Educação (ME) decidiu encerrar as escolas com menos de dez alunos, alargando-se em 2010 às escolas com menos de 21 alunos. Se olharmos para a última década, as escolas perderam perto de cem mil alunos. Nesse período, encerraram quase metade dos estabelecimentos de ensino públicos e diminuiu o número de professores, segundo a Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC). A publicação “Regiões em Números 2015/2016”, da DGEEC, dá conta de uma redução de 99.425 alunos, entre os anos letivos de 2005/2006 e 2012/2013. Se olharmos para o país, apenas na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve houve um aumento de estudan-

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 73

tes (24.183 e 1.308 alunos, respetivamente). Com menos alunos, o Ministério da Educação acabou por encerrar muitas escolas, passando de 10.071 para 5.781. Desde 2005, as pequenas escolas primárias começaram a fechar e os centros escolares surgiram. Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues tinham um modelo: uma escola com mais de 21 alunos, aberto até às 17H30, com cantina e ensino de Inglês. A ideia avançou, mas não de forma pacífica.

Parque escolar

A nova forma de ver a escola

Os receios e os resultados O medo da excessiva concentração de alunos, o risco de acentuar ainda mais a desertificação de algumas zonas, e outras questões como a segurança de transportes e a perda de valores mais tradicionais fizeram-se ouvir. Mas as boas notícias começaram a chegar. As taxas de retenção e de desistência diminuíram em todos os níveis de ensino. Em 2007, um em cada quatro alunos do secundário acabava por chumbar ou desistir da escola. Dez anos depois, a taxa era de 15,5%. Também no ensino básico, as taxas de retenção e desistência passaram de 10% para 6,4%. A taxa de escolarização também aumentou assim como a presença de computadores nas salas de aula. Antes um computador era partilhado por quase dez alunos e agora

Centro Escolar Solum Sul (Coimbra)


74 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

2005 As escolas primárias com menos de 10 alunos começaram a encerrar 2005/2006 Início do Programa de Modernização do Parque Escolar Destinado ao Ensino Secundário

2010

Conselho de Ministros aprovou a resolução que determina o encerramento de todos os estabelecimentos de ensino público do primeiro ciclo do básico com menos de 21 alunos

# 15 Parque Escolar

através de intervenções que permitissem “corrigir problemas construtivos existentes, melhorar condições de habitabilidade e de conforto ambiental, adequar espaços letivos e não letivos e modernizar os respetivos equipamentos”, assim como “garantir flexibilidade e adaptabilidade dos espaços de modo a maximizar a sua utilização e a minimizar investimentos no futuro”. No que respeita à abertura à comunidade, o programa ditou uma nova centralidade das escolas nos meios urbanos em que se inserem, com “a criação de condições de espaço funcionais e de seguran-

Com menos alunos, o Ministério da Educação encerrou escolas e criou centros escolares, passando de 10.071 estabelecimentos para 5.781

ça, para que nos horários pós ou extraescolares, os edif ícios possam ser utilizados pela comunidade. Em menos de duas décadas, o planeamento da rede escolar permitiu reestruturar os estabelecimentos de ensino considerados “pouco atraentes e funcionais, de reduzidas dimensões, limitados a um reduzido número de turmas ou com poucos alunos”, e deu cumprimento a diretivas europeias. Dir-se-á que hoje as escolas são todas iguais, mas também os alunos têm, na maioria, semelhantes oportunidades de aprendizagem. | Cátia Vicente

José Armando Saraiva Ex diretor da Escola Secundária Avelar Brotero Mudámos para melhor. A escola foi requalificada. Quem é que não gosta de dar aulas com melhores condições? Na Brotero passámos a ter quadros interativos e outras condições que se refletiram no sucesso escolar, não digo no combate ao abandono, porque nós na cidade nunca soubemos o que é isso. Por outro lado, concordei desde a primeira hora com os agrupamentos de escolas. Ter escolas pequeninas, com meia dúzia de alunos, não é benéfico nem para os alunos nem para os professores. Os centros escolares têm condições belíssimas, são muito mais apetecíveis. Acabar com as antigas escolas primárias e concentrar alunos em centros com muito mais condições materiais para dar aulas é excelente. Contribui certamente para o sucesso escolar dos alunos. Democratizou-se mais o ensino, hoje em dia há muito mais acesso. Mudou-se para muito melhor, embora noutros tempos saíssem alunos muitíssimo bem preparados das escolas, de excelência mesmo, e hoje as coisas sejam mais diluídas. Ainda bem que todos têm a possibilidade de ter um ensino de qualidade. A reorganização das escolas foi um fator de desenvolvimento importantíssimo e um ponto de partida de tudo o resto. Sem educação não há futuro!

23-03-2019 | diário as beiras

1 1 1 No distrito de Coimbra, foram cinco a escolas alvo de profundas intervenções, a cargo da empresa Parque Escolar: Infanta Dona Maria, Avelar Brotero e Quinta das Flores, em Coimbra, a Secundária de Montemor-o-Velho e a Dr. Joaquim de Carvalho, na Figueira da Foz. A comemorar cem anos, a Escola Secundária Infanta Dona Maria,em Coimbra, é hoje muito diferente. No ano letivo 2009/2010, no âmbito do programa de modernização, foi alvo de obras de remodelação que consistiram no melhoramento das infraestruturas e dos equipamentos escolares, contemplando ainda a construção de uma nova área desportiva e cde um novo edif ício com oficinas, laboratórios, novo refeitório e mais salas de aulas. Na Secundária Avelar Brotero, os edif ícios existentes foram reorganizados e articulados entre si, através da construção de dois novos corpos e de um espaço desportivo coberto, que encerram o pátio central. As novas

WHITETWO - MED. IMOB. LDA. AMI: AMI 13332 Cada agência é propriedade e gestão independente

Rua Padre Estevão Cabral, n.º22 | 3000-316 - Coimbra

MIGUEL ÂNGELO QUER AVALIAR O SEU IMÓVEL? MARQUE VISITA JÁ!

911 555 449 | miguel.angelo@remax.pt

Cada agência é propriedade e gestão independente

Rua Padre Estevão Cabral, n.º22 | 3000-316 - Coimbra

74159

71492

PROCURO T3 VALE DAS FLORES

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 75

Cinco escolas do distrito com profunda remodelação

73801

por quase quatro. Refira-se que foi também em 2005 que teve início o Programa de Modernização do Parque Escolar Destinado ao Ensino Secundário com o objetivo de recuperar e modernizar os edif ícios, criando uma forma de os gerir “eficiente e eficaz”, mas também abrir a escola à comunidade, potenciando não só os intercâmbios como oferecendo os seus espaços para as mais diversas realizações. Uma das funções desta modernização foi potenciar “uma cultura de aprendizagem, divulgação do conhecimento e aquisição de competências”,

2015/2017

eu estive lá

Escola Secundária Quinta das Flores e Conservatório de Música de Coimbra

diário as beiras | 23-03-2019

estruturas acomodam a biblioteca e áreas vocacionadas para utilização pela comunidade exterior (bar e sala polivalente) e ligam o edif ício principal ao edif ício nascente e ao bloco oficinal, ao qual foi adicionado um novo piso para localização dos espaços laboratoriais. Nas escolas da cidade de Coimbra, a mudança mais visível aconteceu na Escola Secundária Quinta das Flores. A Parque Escolar procedeu à reorganização global do espaço da escola e à sua ampliação, de modo a permitir a instalação do Conservatório de Música de Coimbra e a oferta de ensino integrado da música. Foi criado um novo edif ício que acomoda um auditório com 387 lugares, a biblioteca, o refeitório, o bar e espaços de apoio administrativo, bem como espaços letivos específicos, como os laboratórios e as salas destinadas ao ensino e à prática da música. A Secundária de Montemor-oVelho foi organizada “através de um eixo estruturador que agar-

ra as várias zonas funcionais, agora claramente identificadas: biblioteca, núcleo desportivo, refeitório e núcleo de 2º ciclo, espaços administrativos e salas de aulas”, refere a Parque Escolar. Foi construído um novo edif ício, uma nova zona de circulação coberta e os espaços exteriores foram redesenhados, permitindo aumentar a área arborizada. Na Figueira da Foz, a Secundária Dr. Joaquim Carvalho foi feita uma nova construção constituída por “um edif ício de ligação, onde se encontram as áreas letivas específicas – laboratórios e artes – e por um edif ício baixo, que alberga programas com uma relação forte com o exterior, como sejam a sala polivalente, a biblioteca e o refeitório/ bar”, explica a Parque Escolar. O edif ício existente mantém a sua função, albergando as salas de aulas nos dois pisos superiores e, no piso do átrio, as áreas destinadas aos órgãos de gestão, trabalho de docentes e Centro de Novas Oportunidades.

Escola Secundária de Montemor-o-Velho

Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho (Figueira da Foz)


16

111 Em 2001, o Pátio da Universidade de Coimbra (UC) fechava, definitivamente, as suas portas aos automóveis. Como ato simbólico, o motorista do reitor e funcionário mais antigo da época, da reitoria da UC, José Antunes, retirava o último automóvel do Pátio da UC. A instituição dava, assim, início a uma transformação profunda na preservação e requalificação do seu património que acabariam por marcar as últimas duas décadas. Exemplos não faltam: a recuperação da Via Latina acabaria por ser merecedora de um prémio internacional de património europeu (Europa Nostra). Seguir-se-ia a requalificação da Torre da Universidade, símbolo da universidade portuguesa, que não beneficiara de nenhum trabalho de restauro desde que tinha sido construída. Seguiu-se uma requalificação profunda do pátio da universidade – o tal pátio que ainda há cerca de duas décadas era um parque de estacionamento. O Museu da Ciência, instalado no Laboratorio Chimico da UC, foi inaugurado no dia 5 de dezembro de 2006; em 2017, era inaugurada a Casa da Jurisprudência no renascido Colégio da Trindade. O edifício - uma construção do século XVI - tinha ruído parcialmente em 1988. Depois de muitos avanços e recuos, o antigo colégio deu lugar à Casa da Jurisprudência da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC), um centro de ensino e investigação na área das ciências jurídicas. Recorde-se, porém, que os projetos de reabilitação, como o Paço das Escolas e o Museu da Ciência, além do restauro da Torre da Universidade, decorreram ao longo da candidatura a Património Mundial da UNESCO. A notícia da inscrição da “Universidade de Coimbra – Alta e So-

fia” na lista dos Bens Património Mundial da UNESCO chegaria a junho de 2013, após decisão unânime do Comité do Património Mundial, reunido em Phnom Penh, Camboja. António Filipe Pimentel, atual diretor do Museu de Arte Antiga, foi o coordenador científico do dossiê da candidatura da Universidade de Coimbra a Património Mundial UNESCO. “A dimensão (material e imaterial) da chancela outorgada pela UNESCO à universidade distingue também Coimbra-cidade, na qual, de igual modo, se repercutirão os frutos que possa vir a dar: no plano físico, como nesse outro, da vida anímica injetada ao tecido cultural ou às práticas de vida”, refere António Filipe Pimentel, tendo realçado que todo o trabalho ficou a dever-se à “tenacidade, visão larga e espírito de equipa”. “Com a distinção, contudo, vem a responsabilidade acrescida de honrá-la. Se não mesmo quantos, nos quase 5 séculos cumpridos, à urbe entenderam confiar o tesouro maior da Universidade Portuguesa, que por longo tempo foi (nisso assentando a justificação de Património Mundial)”, acrescenta. Recorde-se que, além do seu património material, dada a excecionalidade do seu património arquitetónico, a UC seria também classificada quer pelo seu património imaterial, nomeadamente pela divulgação da língua e cultura portuguesas. António Filipe Pimentel lembra, contudo, que agora abrem-se novos desafios: “à nossa frente abre-se agora o tempo (curto: menos de duas décadas) para que o 5.º Centenário da Transferência (2037) possa, justamente, honrar-se como deve: em simbiose de univer(s)cidade rejuvenescida”. | Patrícia Cruz Almeida

diário as beiras | 23-03-2019

Património

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 77

23-03-2019 | diário as beiras

2006 Museu da Ciência, instalado

2009 Mata do Buçaco passa a ser

2013 A Universidade de Coimbra

no Laboratorio Chimico da UC, é inaugurado a dia 5 de dezembro 2009 Mosteiro de Santa Clara-aVelha é “devolvido” ao público

gerida pela Fundação Mata do Buçaco 2013 Em agosto de 2013, o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, vê reconhecido o estatuto de Panteão Nacional

– Alta e Sofia” é inscrita na lista dos Bens Património Mundial da UNESCO 2017 Em outubro, é inaugurada a Casa da Jurisprudência no renascido Colégio da Trindade

Igreja do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha (Coimbra)

Património da região e da humanidade

Espaços que encerram história inteira de um país 111 A riqueza do Centro faz-se sobretudo com o seu património monumental, cultural, paisagístico e humano. E nem é preciso socorrermonos dos diversos monumentos, conjuntos e áreas classificadas Património da Humanidade pela UNESCO. Há, aliás, espaços que encerram não só a história inteira de quase nove séculos de portugalidade, como evocam tempos ainda mais antigos de uma história milenar que encontra no Centro testemunho fiel. Entre eles, destaque para o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, que em agosto de 2013 viu reconhecido o estatuto de Panteão Nacional pela presença tumular dos dois primeiros reis de Portugal, D. Afonso Henriques e D. Sancho I. Esse estatuto é repartido desde 2016 com o Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa) e com o Mosteiro de Santa Maria da Vitória (Batalha) mantendo-se a Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa, como o Panteão Nacional original desde 1836. Mas há muitos mais monumentos que podiam e, provavelmente, deviam figurar outros tantos exemplos – o Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, o Museu de Aveiro (intimamente ligado a Santa

Joana Princesa, por ter vivido no Convento de Jesus) e ainda o m|i|mo - museu da imagem em movimento, em Leiria, o Museu Nacional de Machado de Castro (MNMC), em Coimbra. Pensado de raiz por uma equipa coordenada pelo arquiteto Gonçalo Byrne – numa das mais emblemáticas intervenções de sempre em espaços museológicos portugueses e um custo total a rondar os 15 milhões de euros –, o MNMC reabriu na sua integralidade em dezembro de 2012. Desde então, é um museu único no país pela história milenar do edif ício, pelas coleções riquíssimas e pelas condições de visita que agora oferece. Entre os projetos que marcaram o último quarto de século, destaque, ainda, para a valorização do antigo Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, que contou com a coordenação do arqueólogo Artur Côrte-Real. Foram precisos 17 anos de intensas e bem estudadas obras para recuperar o espólio e revalorizar a habitabilidade do mosteiro. O projeto foi lançado em 2004 compreendeu a construção de um edif ício destinado a albergar o Centro Interpretativo. Concluído em 2008, foi aberto ao público a 18 de abril

de 2009. A intervenção custou cerca de 16 milhões de euros (seis milhões dos quais no sistema de contenção de águas). O espaço histórico Universidade de Coimbra – Alta e Sofia (ver página anterior) foi o último a juntar-se ao restrito, e distinto, grupo de lugares que integram o Património Mundial da UNESCO na região Centro. Neste grupo estão também o Convento de Cristo, em Tomar, o Mosteiro de Alcobaça e o Mosteiro da Batalha. Entretanto, a região Centro pode vir a ter, em breve, mais três locais reconhecidos pela UNESCO como património mundial da humanidade. São eles as ruínas romanas de Conimbriga, abertas ao público desde 1930 centro histórico de Viseu e a Mata do Bussaco. A Mata passou a ser gerida em 2009 pela Fundação Mata do Buçaco, que tem feito um trabalho de divulgação e preservação de toda aquela área. Criada pelos monges Carmelitas, a mata reúne hoje um “valiosíssimo património” botânico, paisagístico, arqueológico, arquitetónico, religioso, militar e histórico. O património religioso inclui um convento, onze ermidas, quatro capelas, dois cruzeiros e 20 passos da Via Sacra.

66536

#

76 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

COOPERATIVA AGRÍCOLA DE COIMBRA C. R. L.

A Servir a Lavoura Av. Fernão de Magalhães, 87 - 3000-175 COIMBRA | Telefone 239 823 805 | coopagricoimbra@mail.telepac.pt


78 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

diário as beiras | 23-03-2019

eu estive lá

# 16 Património Universidade de Coimbra

Artur Côrte-Real, arqueólogo Uma parte da minha vida profissional foi inteiramente dedicada ao projeto que devolveu o Mosteiro de Santa Clara-aVelha ao panteão do Património Nacional. Coordenei uma pequena mas competente equipa que, em mais de 20 anos, mergulhou nas riquezas arqueológicas e históricas do sítio. Arqueólogos, historiadores, antropólogos, realizadores, museólogos, arquitetos, engenheiros, e as instituições envolvidas, trabalharam num ambiente de grande dedicação e de discussão construtiva e transversal, escreveram uma nova história deste espaço fundado pela Rainha Santa Isabel para recolhimento de freiras clarissas e produziram conhecimento em várias áreas científicas. Publicou-se, nasceu um programa museológico que, pela excelência dos conteúdos e do modelo de exposição, mereceu reconhecimento nacional e internacional - Melhor Museu Português em 2009, Prémio Europa Nostra em 2010 e uma nomeação EMYA ( European Museum of the Year) em 2011, entre outros - e conseguiu assumir-se como palco de atividades culturais e turísticas nacionais e internacionais ao longo de alguns anos. Nesses anos sentimos que o investimento do Estado Português tinha sido justificado e que a valorização do sítio tinha sido uma missão cumprida. Entenda-se – um ato de cidadania!

EXCELÊNCIA EM CIRURGIA DA COLUNA

CADA VEZ MAIS

PERTO DE SI .

.

.

.

COIMBRA LISBOA FUNCHAL VISEU GUARDA

74500

www.spinecenter.pt FB/spinecenter


17 # 23-03-2019 | diário as beiras

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 79

Polo Universitário

Edifício central do Polo 2, no Pinhal de Marrocos (Coimbra)

Uma instituição em expansão e desenvolvimento 74368

111 Criada por D. Dinis, a Universidade de Coimbra (UC) é hoje a mais antiga do país e uma das mais antigas do mundo. Ao longo dos séculos, a história da universidade é

rica e vasta, o que faz dela um dos ícones nacionais e mundiais. A universidade é instalada definitivamente em Coimbra em 1537, com a cidade a assumir-se como a cidade universitária

portuguesa, dando início à instalação de numerosos colégios, até que, em 1544, todas as faculdades da UC se reúnem no Pateo das Escolas. Atualmente, com serviços distribuídos por três

polos, é na Alta coimbrã que está o Polo 1, centro histórico da universidade, onde se situam os edif ícios da reitoria, administração ou as faculdades de Direito, Letras, Medicina, Psicologia e Ciências da

Educação, mas também a Biblioteca Geral, o Arquivo, o Jardim Botânico. Também aqui se situam vários departamentos da Faculdade de Ciências e Tecnologia (nomeadamente, Antropologia,

Arquitetura, Bioquímica, Botânica, Ciências da Terra, Física, Matemática, Química e Zoologia), mas também museus, colégios, cantinas ou residências, entre outros. O ano de 1992 marca o


do Polo 2 da Universidade de Coimbra 1997 Criação da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física

# 17 Polo Universitário

74123

Polo 3, Ciências da Saúde (Coimbra)

2001 Primeiras obras no Polo das Ciências 2009 Cavaco Silva, Presidente da Saúde da Universidade de Coimbra. Foi para este local que se transferiram as faculdades de Medicina e de Farmácia, bem como outros centros e unidades de investigação

arranque da construção do Polo 2, sito junto à margem direita do rio Mondego, em pleno no Pinhal de Marrocos. Concluída a obra, o espaço passou a albergar os departamentos de Engenharia da Faculdade de Ciências e Tecnologia (Engenharia Civil, Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, Engenharia Informática, Engenharia Mecânica, Engenharia Química), o Instituto de Investigação Interdisciplinar e outras unidades de investigação. O Departamento de Informática foi o primeiro a ocupar o novo espaço, num processo de mudança que foi sendo gradual. Em 1997, a Faculdade de Ciências e Tecnologia começou a sua expansão para o Polo 2, onde em 2001/2002 já começaram a funcionar alguns departamentos. 74426

1992 Início das obras para instalação

diário as beiras | 23-03-2019

da República, inaugura o Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde

Em 28 de julho de 2005, um investimento de 8,5 milhões de euros dotou a faculdade do maior auditório de todas as unidades orgânicas da UC – com 540 lugares – e só mesmo o auditório da reitoria oferece capacidade semelhante. Continuava assim a expansão da UC pela cidade. Já em 2001, a UC inicia a construção do Polo 3, construído junto aos Hospitais da Universidade e Campus das Ciências da Saúde. São então edificados os novos edifícios das faculdades de Medicina e de Farmácia, o Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde, uma residência universitária e uma cantina, assim como uma série de outros centros e unidades de investigação, a que se juntaram outros recursos necessários à vida quotidiana dos estudantes.

Em abril de 2009, o então Presidente da República, Cavaco Silva, inaugurou o Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), unidade de investigação que vai prestar ao público serviços especializados e de diagnóstico, que inclui o primeiro ciclotrão (acelerador de partículas) público de Portugal, além de uma unidade de radioquímica, um tomógrafo PET (Tomografia por Emissão de Positrões) e equipamento de medicina nuclear. Mais recentemente, a UC continuou a sua política de expansão, com inaugurações de um novo auditório no Estádio Universitário de Coimbra (ver texto noutra página) ou do novo data center, espaço que alberga também o supercomputador do Laboratório de Computação Avançada da UC. | José Armando Torres

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 81

23-03-2019 | diário as beiras

Mais jovem faculdade da UC amplia espaços para continuar a crescer Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra

111 A Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física (FCDEF), a mais jovem da Universidade de Coimbra, foi criada em há 27 anos, festejados no passado dia 19 de fevereiro. Um dia marcante na história da instituição, assinalado com a inauguração do Auditório Rui de Alarcão (com cerca de 200 lugares sentados), dando continuidade à melhoria das instalações ao dispor da faculdade, recentemente melhoradas graças à intervenção no Estádio Universitário de Coimbra (EUC), em conse-

Auditório Rui de Alarcão

59784

80 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

quência dos Jogos Europeus Universitários realizados na cidade. Regressando a 1992, e no cumprimento de uma aspiração tantas vezes manifestada pela UC, para criação de uma área de estudos no domínio da cultura f ísica e do desporto, o Senado aprovou, por unanimidade, a criação da FCDEF. Na sequência do processo de Bolonha, a faculdade ministra atualmente uma licenciatura, designada Ciências do Desporto, mantendo forte articulação entre os 1.º e 2.º ciclos ao

nível da pós-graduação, com cursos de mestrado em Biocinética, Ensino da Educação Física dos Ensinos Básico e Secundário, Exercício e Saúde para Populações Especiais, Treino Desportivo para Crianças e Jovens, Lazer e Desenvolvimento Local. No 3.º ciclo a FCDEF, tem um doutoramento tutorial em Ciências do Desporto e Educação Física, nas especialidades de Educação Física, Ciências da Atividade Física e Ciências do Desporto. Internacionalização e (forte) ligação à comunidade,

são também prioridades da FCDEF, que, a curto prazo, passará a ter um novo espaço para albergar a biblioteca e uma nova sala de aulas (com capacidade para 120 alunos), ambos no Pavilhão 2 do EUC. Mas a intervenção no “Universitário” não se esgota nestas obras, pois, a curto prazo, está prevista a requalificação do edif ício administrativo sito junto ao Pavilhão 1 que, para além de um novo acesso, vai ter espaços reservados a gabinetes, salas de reunião, gabinetes, etc. JAT

eu estive lá

Fernando Seabra Santos reitor da Universidade de Coimbra ( 2003 e 2011 ) Acompanhou o processo de expansão da instituição de ensino para os polos 2 e 3, tomando parte das decisões, numa fase bastante importante da história e desenvolvimento da UC. Recorda que se tratou de um dos “períodos de maior investimento da universidade”, numa altura em que “algumas decisões já estavam tomadas”, mas que continuaram depois no seu tempo de reitor, em particular com a construção de alguns novos edifícios, como as unidades de Farmácia, Unidade Central, biblioteca, cantina ou residência, entre outros. Lembra os primeiros tempos do Polo 2, com a instalação do Departamento de Engenharia Civil, mas também as duas unidades do ITeCons, estão fora dos polos universitários.


18 #

82 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

diário as beiras | 23-03-2019

Ponte Rainha Santa

23-03-2019 | diário as beiras

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 83

1990 Manuel Machado, recém-eleito

2000 foi integrada no Plano

2003 obras retomam em maio, a todo

para a Câmara de Coimbra, lança a ideia de uma nova ponte sobre o Mondego 1999 Lançamento da primeira pedra da futura ponte

Rodoviário de António Guterres, no âmbito das grandes obras públicas 2002 construtor para as obras em outubro alegando erro no projeto

o gás, para estarem prontas a tempo do Euro’2004 2004 inauguração em maio, ainda antes da abertura do Campeonato da Europa

O fim da serpente nos Carvalhais

quilómetros que demoravam, muitas vezes, perto de uma hora a fazer. A viagem, pela “estrada velha” (Estrada Antiga de Lisboa) não era demorada apenas para os que se deslocavam em transportes públicos. Naturalmente que a tarefa era mais simples

para quem seguia pelo IC2, pelo menos até passar a Jomascri. Depois, à medida que se descia para os Carvalhais, começava a “velocidade cruzeiro” e o chiar dos calços de travão até às Lages. Felizmente, o retorno era mais entusiasmante,

quanto mais não fosse para contar os carros parados na interminável fila que serpenteava novamente, estrada acima, até passar os Banhos Secos. A intenção de construir uma nova travessia sobre o mondego, manifestada pelo recém-eleito

presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, em 1990, demorou uma década a sair do plano intencional para a concretização. Coimbra queria uma nova ponte para acabar com um inferno que não era só nome de miradouro, mas também a entra-

da e saída da cidade. Foi, pela primeira vez, no governo de Cavaco Silva, em 1994, que foi aprovado o estudo para a construção da Ponte Europa, mas só com António Guterres, a obra foi integrada no Plano Rodoviário 2000, no âmbito das grandes obras públicas.

A ideia era construir muito mais do que uma ponte. Envolvia ainda a construção dos seguintes troços: ligação Boavista/Circular Externa – Souselas/Nó do Botão, como IC3; ligação ao nó da Cruz de Morouços, como IC3/IC2; a variante Sul, como IC2; a partir do 74297

111 Para um miúdo de Condeixa, é impossível não recordar o calvário que se tornava cada viagem até à Baixa da cidade. O sobe e desce, curva e contra-curva, de Cernache em diante, levava “uma eternidade” no “para-arranca”. Quinze

Almegue, como IC6. Mas, depois de muitos “repelões” no processo, a Junta Autónoma de Estradas abriu concurso público internacional para a execução sem ter, ainda, o projeto de arquitetura. Não foi, portanto, de estranhar, que, em 2002,

as obras parassem, com o consórcio construtor a alegar erro no projeto, já com Carlos Encarnação na presidência da autarquia. Soou o alarme em Lisboa e, sete meses depois, o processo estava desbloqueado e as obras a recomeçar, ainda a tem-

po de serem concluídas antes da inauguração do Campeonato da Europa de futebol. A ponte , que, era para se ter chamado Europa, com a “benção” de Jacques Delors, Doutorado Honoris Causa em 1992, pela Universidade de Coimbra, acabou em

Rainha Santa. E não deixa de ser curioso que tal alteração, a pedido de Carlos Encarnação, tenha sido aprovada em conselho de ministros do então primeiro-ministro Durão Barroso – que em 2004 viria a “dar o salto” para a presidência da Comissão

Europeia. Custou, não só a fazer, como a pagar, mas justiça seja feita, felizmente para o miúdo de Condeixa, hoje jornalista, a viagem até Coimbra faz-se, sem passar os limites de velocidade, em cerca de 15 minutos. | Bruno Gonçalves


84 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

diário as beiras | 23-03-2019

# 18 Ponte Europa

eu estive lá

autoestrada A13, penso sinceramente que Coimbra ficou minimamente dotada para desempenhar o papel fulcral e liderante de um projeto de desenvolvimento interpenetrante com os concelhos do distrito do qual tem que ser o motor, que empurre que dinamize que contagie. O tecido económico ou a massa cinzenta que a cidade tem e de extraordinário valor não tem sido aproveitada…a ideia que me invade é que Coimbra tem claramente perdido peso político, foi abalada claramente com a desconcentração dos serviços regionais do estado e não recuperou! Recuperar a capacidade e importância natural da Coimbra como capital metropolitana ou capital regional da região Centro ou…chamem-lhe o que quiserem… só é possível com projetos e lideranças políticas fortes! A história e o exemplo da plêiade de políticos extraordinários que Coimbra deu ao País no pós 25 de Abril merece esse dar de mãos… Sem isso... apesar da beleza da Ponte a quem, em boa hora chamaram de Rainha Santa, será difícil inverter a tendência.

111 A partir do relatório do Tribunal de Contas é possível fazer um pouco de “arqueologia” da ponte, que era para ser uma obra municipal a custar cerca de seis milhões de euros, foi adjudicada por 38,65 milhões de euros e acabou com um custo de 111,3 milhões, comparticipados em 81,4% por fundos rodoviários nacionais, 17,1 % por fundos europeus e apenas 1,6 % por fundos municipais. Segundo o relatório, em 1998/99, a intenção inicial mudou para uma solução estruturante, mas “a escolha da alternativa da ponte, a solução para a rede viária e o peso, extensão e volumetria dos acessos constituíram um processo decisório que não teve em conta razões de economia, eficiência e eficácia na aplicação dos dinheiros públicos”. O relatório garante que, mesmo sem considerar os custos adicionais subsequentes dos problemas do empreendimento – um acréscimo de 46,31 milhões de euros – a obra a empreitada poderia ter sido realizada “com idêntica ou melhor qualida-

de por cerca de um quarto do custo estimado em fase de estudo prévio”. Os trabalhos da ponte foram suspensos a 24 de outubro de 2002, já então com um atraso na empreitada de 287 dias, três meses depois de ter sofrido um acidente em que perdera um quarto do tabuleiro central da ponte, em aduelas. Problemas e atrasos como este, refere o relatório, terão custado a mais, cerca de 28 milhões ao erário público. Mudou-se o projetista – António Reis, o mesmo que tinha feito a Ponte do Freixo, no Porto –, a troco de mais 17,42 milhões de custos, e até foi necessário recorrer a um regime de exceção – Decreto-Lei nº 262/2003, de 23 de outubro – que permitisse ultrapassar o limite legal de 50 % para os custos além valor de adjudicação. As contas assustam, mas o que fica para a história é uma obra única e inovadora do ponto de vista de engenharia, com um vão principal de 186,5 metros, suspenso por uma única torre inclinada e assimétrica. |Bruno Gonçalves

59705

74407

Fernando Antunes, governador civil de Coimbra ( 2002 a 2015 )Tecer um comentário valorativo sobre a influência da construção da Ponte Rainha Santa Isabel no desenvolvimento de Coimbra, inaugurada em 2004, quando presidia então Governo Civil de Coimbra, faz-me reviver as várias incertezas quer técnicas quer financeiras que enredaram a sua construção e que arrastaram a obra para derrapagens enormes em prazos e custos. Não sei mesmo se houveram explicações convincentes mas penso não ser esse o objetivo deste recolher opinativo sobre a influência desta magnífica obra de arte que os tirantes interligam, com enquadramento e vistas de rara beleza da cidade desentupindo-a e abrindo-a a sul potenciando os acessos e todo um desenvolvimento até ao pólo dois e Portela; a nova ponte descobriu e ofereceu o Mondego à cidade aproximando as duas margens. Com a criação da ligação da circular do IC2 à Ponte Açude, com a construção da circular externa e com a Ponte Rainha Santa Isabel para não falarmos da posterior e inacabada chegada da

Um milagre, mas não´ de finanças


# 23-03-2019 | diário as beiras

111 Desde a adesão à Comunidade Europeia, em 1986, até hoje, Portugal recebeu recursos financeiros dos fundos estruturais europeus, na ordem dos 100 mil milhões de euros. Estes montantes destinaram-se a investimento em infraestruturas, competitividade das empresas e capital humano e visavam dar resposta aos princípios da coesão económica e social. É, pois, relativamente recente a coesão económica, social e territorial que hoje conhecemos como um dos pilares estratégicos e um dos desígnios políticos fundamentais da União Europeia. A execução dos quadros comunitários de apoio mudaram a região Centro, tal como o país, tornandoa mais moderna, competitiva e coesa. É aos muitos milhões vindos de Bruxelas que se deve o que os nossos territórios ganharam em modernização e

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 85

19

competitividade, mas também em qualidade de vida e formação. Se o primeiro Quadro Comunitário de Apoio (QCA I) decorreu entre 1989 e 1993, foi mesmo nos últimos 25 anos que o país recebeu a larga maioria dos fundos europeus, divididos pelos outros quatro quadros de apoio: QCA II (1994-1999); QCA III (2000-2006); Quadro de Referência Estratégica Nacional (2007-2013) e Quadro Portugal 2020 (2014-2020). Fundos para a região Do total das fundos comunitários, a região Centro recebeu a maior parte dos apoios através do Programa Operacional Regional do Centro, embora também tenha beneficiado de outros programas temáticos nacionais. Assim, no QCA I (1989-1993) foi atribuída à região Centro uma verba de 135 milhões

Quadros Comunitários de Apoio

Os milhões que mudaram o país Fundos europeus financiaram os parques eólicos

de euros (FEDER); no QCA II (1994 -1999) este montante foi de 525 milhões de euros (FEDER) e no QCA III (2000-2006) aumentou para 1,7 mil

milhões de euros (FEDER, FSE, FEOGA e IFOP). No QREN (2007-2013) a dotação foi de 1,7 mil milhões de euros (FEDER) e no Portugal 2020

(2014 - 2020), ainda em curso, esta verba cresceu para 2,1 mil milhões de euros (FEDER e FSE). | Dora Loureiro

63272

Empresa que se destina aos transportes de mercadorias por conta de outrem em território Nacional. Dispomos de um variado serviço na área dos transportes desde camiões de grande tonelagem a veículos de transporte de mercadorias mais pequenos.

74405

Rua Jaime Cortesão 3025 - 471 São João do Campo Coimbra Tel.: 239 961 513 Fax: 239 964 337 Telemóvel: 967 250 777

Não hesite em procurar os nossos serviços. Vai ficar satisfeito. A qualidade e a eficácia do serviço são o nosso cartão-de-visita.

Parabéns Diário As Beiras


86 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

diário as beiras | 23-03-2019

1989-1993 Quadro Comunitário de Apoio I

2007-2013 Quadro de Referência Estratégica Nacional

1994-1999 Quadro Comunitário de Apoio II

2014-2020 Quadro Portugal 2020

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário | especial | 87

23-03-2019 | diário as beiras

eu estive lá

Hospital de São Teotónio, em Viseu, foi uma das obras financiadas pelo II QCA

2000-2006 Quadro Comunitário de Apoio III # 19 Quadros Comunitários de Apoio

de esgotos instaladas. No capítulo da formação, financiaram 2300 bolsas de formação avançada e possibilitaram a formação de 1,25 milhões de formandos. II QCA No II QCA (1994-1999) destacam-se, entre muitas obras, a Ponte Vasco da Gama, a modernização e eletrificação da Linha da Beira Alta, os hospitais distritais de Elvas, Viseu, Barlavento Algarvio, Cova da Beira, Torres Novas e Santa Maria da Feira. A introdução do gás natural em Portugal (construção do gasoduto) e a modernização dos portos comerciais de Leixões, Aveiro, Lisboa, Sines e Setúbal, bem como a extensão do IP3 e IP6 (A23), foram outras obras importantes fi-

nanciadas pelo II QCA. Muito importante também foi a valorização turística de 10 aldeias históricas da região Centro. A isto soma-se a construção de 245 escolas, 309 infraestruturas desportivas e a ligação de 1920 escolas à internet, tal como a formação de 1,57 milhões de formandos. III QCA Entre 2000 e 2006 vigorou o III QCA. Estes fundos europeus permitiram construir a armazenagem subterrânea de gás natural em CarriçoPombal, alguns troços do IP2, IP3 e IP6 (A23), os parques eólicos da Gardunha, Caramulo, Pinhal Interior e Pampilhosa da Serra, bem como os sistemas multimunicipais de abastecimento de água e sanea-

mento. Foram ainda feitas 280 intervenções de construção, remodelação e adequação de hospitais e centros de saúde e em 156 escolas do ensino básico e jardins de infância, e foram adquiridos 118 mil computadores para distribuição pelas escolas do ensino básico e secundário. Ao abrigo dos dinheiros do III QCA foram também criados 20 centros de Ciência Viva e 196 Centros Novas Oportunidades, formados 4,5 milhões de formandos e realizados 122.500 estágios de inserção. QREN Já o 4.º quadro comunitário, o QREN (2007-2013), finan-

ciou, por exemplo, a construção do novo Hospital Pediátrico de Coimbra. Foram feitas ainda intervenções em 3000 qulómetros de rede de abastecimento de água e em 6000 quilómetros de coletores de drenagem de águas residuais As verbas permitiram ainda a intervenção em 724 estabelecimentos de educação do ensino básico e pré-escolar, em 26 universidades e em 79 equipamentos desportivos, bem como a formação de 4,9 milhões de formandos. Aqui encaixa-se também, entre outras obras, a modernização da Linha da Beira Baixa. |Dora Loureiro

Ana Abrunhosa, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) Os fundos comunitários foram tão importantes para o Centro, que nem conseguimos precisar bem o quanto a região beneficiou, porque, para além das verbas vindas dos programas operacionais regionais, a região recebeu também apoios dos programas temáticos nacionais. Basta correr a região Centro e recordarmo-nos de como era há 5 ou 10 anos atrás. Hoje vemos cidades modernas, temos vias de comunicação com segurança, que permitem a competitividade dos territórios, temos portos marítimos que também são muito importantes para a competitividade das empresas que exportam. No setor das empresas, e isto é também muito importante, os fundos europeus foram determinantes para a mudança do seu padrão de especialização, ou seja, foram determinantes para que as empresas, nos setores mais tradicionais, se atualizassem e continuassem a concorrer nos mercados internacionais. Os fundos europeus foram também determinantes para que surgissem

74246

61479 74503

Aos milhões de vindos de Bruxelas devem-se alguns dos maiores investimentos realizados no país, nas últimas três décadas, que em muito contribuíram para a modernização de Portugal. I QCA Alguns dos principais investimentos financiados pelas verbas do I QCA foram, por exemplo, a Autoeuropa (Palmela), os hospitais distritais de Leiria, Matosinhos e Ponta Delgada e a conclusão da A1–Autoestrada do Norte. Aqueles fundos permitiram ainda, entre muitas outras obras, a construção de 662 novos estabelecimentos escolares, 120 Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e 1600 quilómetros de redes

74451

Principais obras financiadas pelos fundos comunitários

O III QCA apoiou a armazenagem subterrânea de gás natural em Carriço-Pombal

novos setores de atividade, na área dos materiais, das tecnologias de informação e comunicação eletrónica, na área da biotecnologia. Existe ainda uma área que não é de somenos importância, para a qual os fundos comunitários foram importantes e onde temos que continuar a apostar, que é a formação e requalificação de trabalhadores. Nesta área, os apoios comunitários continuam a ser absolutamente vitais. Hoje, desde que saímos de casa até ao momento em regressamos, somos tocados por projetos financiados pelos fundos europeus. Desde a escola onde deixamos os nossos filhos, a estrada que percorremos, se calhar até o nosso local de trabalho, o hospital ou o centro de saúde onde por vezes temos que levar os nossos familiares, ou a universidade onde muitos de nós trabalhamos. Portanto, diria que os fundos europeus mudaram o país, foram decisivos para a melhoria da qualidade de vida dos portugueses, nomeadamente da região Centro, e muito, muito importantes para que hoje possamos dizer que a investigação que fazemos na região Centro é das melhores do mundo e que temos empresas competitivas a nível mundial.


20 #

88 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

111 A modernização do Ramal da Lousã confunde-se com a história do DIÁRIO AS BEIRAS. Apesar da questão ter antecedentes – a construção de um túnel entre o Largo da Portagem e as traseiras da antiga fábrica da Triunfo e a elaboração de um estudo para a introdução de um “light rail” no ramal –, acabou por ser em 1994 que a questão teve maiores desenvolvimentos. Nesse ano, mais concretamente a 21 de maio, foi assinado o protocolo para a constituição da sociedade. CP (29 por cento), cãmaras de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã (22 por cento, cada) e Metropolitano de Lisboa (cinco por cento) foram as entidades subscritoras do capital social no valor de 100 mil contos. A obra tinha, nesta altura, um orçamento da ordem dos 12 milhões de contos, que seriam obtidos através da rentabilização dos terrenos da CP e o recurso aos fundos comunitários.

namento e integração urbana. Ao mesmo tempo, são elaborados os trabalhos de redação do regime e bases de concessão dos estatutos da sociedade. A publicação do decretolei 10/2002, de 24 de janeiro, atribui à sociedade a concessão, em regime de serviço público, da exploração de um sistema de Metropolitano Ligeiro de Superf ície do Mondego e que dá origem à concessão deste tipo de transporte, “em regime de exclusividade, para os três municípios. “Cartão vermelho” das Finanças Quando tudo parecia pronto para lançar o concurso, pois os documentos ficaram prontos no primeiro trimestre de 2002, eis que o Ministério das Finanças se recusa a dar a chancela ao despacho conjunto para a sua abertura. As “implicações financeiras” do projeto foram os motivos invocados. Nesta altura, o investimento previsto era de 40 milhões de contos (200 milhões de euros), a que acrescia mais cinco milhões de contos (25 milhões de euros) para a integração urbanística do projeto.

64052

66530

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 89

1994 Assinado o protocolo para a

1999 Abertura do concurso público

2005 Lousã interpõe recurso para

constituição da sociedade 1996 Outorgada escritura da sociedade sem ministro Cravinho 1997 Apresentado Estudo Preliminar Geral do projeto

internacional para o anteprojeto 2001 Estado passa a deter maioria do capital social da sociedade 2003 Projeto de parceria públicoprivada solicitado à Metro Mondego

anular concurso público internacional 2006 Governo anuncia Sistema de Mobilidade do Mondego 2009 Início da retirada dos carris no Ramal da Lousã

As mudanças ocorridas na liderança das três autarquias e a entrada em funções de um novo Governo voltam a colocar em dúvida o lançamento do concurso público. Em 2003, o vereador João Rebelo revela que o Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) tinha inscrito um valor de três milhões de euros que permitiam lançar o concurso. Ao mesmo tempo, o autarca defende o início dos processos de expropriação na Baixa de Coimbra. No mês de setembro, um despacho do Secretário de Estado do Tesouro encarrega a sociedade de preparar um projeto de Parceria Público-Privada (PPP). Chegados a 2004, é investida uma nova administração. Devido a alterações legislativas, os responsáveis foram

74431

Concursos parados O atraso da CP na disponibilização dos terrenos levou a que a sociedade só tenha sido constituída formalmente a 20 de maio de 1996. Uma cerimónia onde marcaram presença três secretários de Estado e em que foi notada a ausência do ministro com a pasta das Obras Públicas, João Cravinho.

23-03-2019 | diário as beiras

Ramal da Lousã/Metro

Já se vê a luz do MetroBus ao fundo do túnel

No final desse ano, a administração assina um protocolo com a Ferbritas para a realização de estudos de viabilidade económico - financeira do projeto. “Pela primeira vez se fala de um verdadeiro estudo de procura e modelação da oferta, na caraterização geométrica do ramal da Lousã e se pretende a avaliação financeira e de estimativas de investimento”, refere o livro “Um Metro da razão ao erro”, da autoria de Carlos Encarnação e João Rebelo (atual presidente da Metro Mondego). O concurso público internacional para a elaboração do anteprojeto foi lançado no início de 1999, mas a mudança de Governo voltou a atrasar o processo, ao ponto de em 2001 se ter registado nova alteração no capital social. A partir dessa altura, o Estado ficou com a maioria da sociedade (53 por cento), enquanto os municípios de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã passaram a ter 14 por cento cada um deles e a Refer e CP a ficarem, cada uma delas, com apenas 2,50 por cento. A nova administração da sociedade avança com a conclusão do anteprojeto e lança o estudo do levantamento e caraterização e recomendações geotécnicas e levantamentos topográficos de base, bem como foi contratado um estudo de circulação, estacio-

diário as beiras | 23-03-2019

obrigados a rever as Bases de Concessão. Chumbo da Lousã e Miranda do Corvo Por outro lado, prosseguiam as reuniões com a Parpública, com a Comissão de Acompanhamento a referir na altura que esta sociedade de capitais públicos achava este investimento “injustificado para a área metropolitana de Coimbra”. Uma situação que acabou por ser confirmada nos dados de procura, os quais não revelaram “a consistência suficiente para dar viabilidade ao projeto devido à componente suburbana”. Perante este cenário, a tutela apresentou a proposta que passava pelo elétrico rápido de

superf ície entre Lousã e Coimbra B e o Polo das Ciências da Saúde (atuais CHUC) e a apresentação de uma proposta alternativa para as viagens entre Ceira e Lousã. Quando tudo parecia, mais uma vez, bem encaminhado, eis que a retirada de Serpins do mapa tenha levado à contestação dos municípios de Miranda do Corvo e Lousã. Neste caso, o presidente da câmara interpôs, mesmo, uma providência cautelar que iria servir para anular o concurso público internacional. | António Alves


90 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

diário as beiras | 23-03-2019

23-03-2019 | diário as beiras

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário | especial | 91

# 20 Ramal da Lousã

Carris retirados e a nova solução elétrica

randa do Corvo-Alto de São João. O investimento para a realização de toda a linha (Hospital, incluída) era da ordem dos 300 milhões, obtidos numa primeira fase através de um empréstimo feito pela CP e Refer. O ano de 2010 acaba por ser “fatal” para o projeto. Com um Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) em vigor, é incluída

Navex - Empresa Portuguesa de Navegação, S.A.

na proposta de Orçamento de Estado para 2011 a extinção da sociedade e sua integração na Refer. Esta possibilidade leva à apresentação em outubro de um pedido de demissão do presidente do Conselho de Administração. Um mês depois, a Refer comunica aos empreiteiros a supressão dos trabalhos de colocação dos carris e da catenária. A

questão financeira volta a ser referida, bem como a inexistência de fundos comunitários. É célebre a dúvida suscitada pelo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, Alfredo Marques, em pleno Parlamento, relativamente aos 54 milhões de euros existentes no Plano Operacional Regional. O resgate financeiro a

que o país esteve sujeito colocou novo travão na resolução do problema, mas serviu para avançar com estudos relativamente ao melhor sistema para o traçado Serpins-Coimbra B e Linha da Lousã e que, ao mesmo tempo, permitisse obter apoio comunitário. Um estudo do LNEC reconhece que a melhor solução seria a instalação de um MetroBus, transporte 74406

ciada por recursos da CP e Refer. Quanto ao material circulante, iria ser concursado e teria caraterísticas suburbanas. O custo estimado era de 134 milhões de euros. O cronograma apontava para que as obras na linha começassem em dezembro de 2009 com a retirada dos carris entre Serpins e Miranda do Corvo e, um mês depois, no troço Mi-

74369

Paralelamente avançou a intervenção na Baixa de Coimbra, com a câmara a aprovar por unanimidade a proposta feita pela administração da sociedade sobre as obras. No final de 2008, e após uma reunião na Secretaria de Estado dos Transportes, foi revelado que a primeira fase de intervenção ocorreria na Linha da Lousã e que seria finan-

66377

111 A entrada em funções de José Sócrates deu novo impulso ao projeto. Através da secretária de Estado Ana Paula Vitorino, foi anunciado em 2006 o Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM). A aposta passava agora a ser o tram-train, ou seja, um sistema de interoperabilidade. Ao mesmo tempo, foram definidas duas fases de intervenção.

eu estive lá

rodoviário que funciona como um metro ligeiro em canal dedicado. A rede mantém as duas linhas – a Linha da Lousã (a concurso até ao Alto de São João) e a Linha do Hospital. São 42 quilómetros de extensão e 42 paragens previstas. O investimento está definido em cerca de 85 milhões de euros, 50 deles de fundos comunitários. A.A.

Álvaro Maia Seco, ex-presidente da Metro Mondego Este projeto já passou por muitas fases e anos desde que se começou a procurar uma alternativa ao cruzamento pelos comboios do Largo da Portagem em Coimbra. Múltiplas soluções foram aventadas, havendo ainda hoje as mais variadas convicções, umas mais sustentadas tecnicamente, outras menos. Mas eis que nos foi imposto o Metro Bus, promovido como solução inovadora e milagrosa. Será esta, de facto, a solução de que a região de Coimbra precisa? Com base na pouca informação que vai sendo disponibilizada, mas, também, com base naquilo que significativamente não é explicado, suscitam-se muitas dúvidas. Quando se estuda um grande projeto é de boa prática identificar os objetivos a atingir, que no caso presente deverão ser: melhoria significativa da mobilidade, através de um serviço economicamente eficiente, mas competitivo e de qualidade, e promoção do desenvolvimento, revitalização e requalificação dos espaços urbanos servidos e atravessados.

No que diz respeito ao serviço suburbano entre Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra há fundadas dúvidas que um serviço rodoviário, que por ser de guiamento não físico e correr numa linha de montanha, apenas permite velocidades de 60km/h ( 40 nos túneis!!), consiga oferecer o serviço rápido, frequente e pontual que todos esperam. Muito menos poderá ser mais rápido do que o sistema ferroviário ligeiro previsto antes, como foi garantido em 2017. Já relativamente ao serviço urbano em Coimbra entre Ceira, Coimbra-B e os HUC, a questão não é tanto operacional já que, se bem dimensionado, o Metro Bus é uma solução potencialmente boa. A pertinente dúvida é se globalmente, mas particularmente na linha do Hospital, o projeto cumprirá os objetivos acima enunciados, ou se está a ser projetado sem a preocupação de servir verdadeiramente bem a cidade, para poupar dinheiro que como se vê tão preciso é para gastar em Lisboa. Com sorte lá para 2023 saberemos, mas o modo como as obras (não) avançam na reconstrução e requalificação do atravessamento da Baixinha, é difícil estar muito otimista.


21

Simbolismo das autoestradas A23 e A25 Desta forma, nos dois primeiros anos do novo Governo, o destaque vai para a abertura ao tráfego das grandes vias para o interior (A23 e A25) e também para a conclusão de duas autoestradas no Litoral Centro: a A8, em Leiria, e a A14, na ligação à A1, em Coimbra-Norte.

1995 inaugurado o IC12, entre

2003 abre ao tráfego o primeiro

2011 abre a variante sul a Leiria

Carregal e Canas de Senhorim 2002 abre ao trânsito a A8, até Leiria 2002 fim da A14, na ligação à A1 2003 inauguração da autoestrada da Beira Interior, A23

troço da A25, na Guarda 2008 abre o troço Louriçal-Mira, o último da A17 2010 abre o troço, até Candosa, do IC6, que liga à variante de Tábua

(ligação A8-A1) 2012 abre o troço Proença-A23, completando o traçado do IC8 2014 abre a A13, entre Almalaguês e Ceira, em Coimbra

Obra demorada foi a da A8 (Lisboa-Leiria). Tal como outras, esta nova autoestrada litoral resultou do aproveitamento do IC1. O primeiro troço, nos arredores da capital, foi inaugurado em 1984 mas o troço final, de ligação a Leiria, só em 2002 ficou concluído. Curiosamente apenas uma década depois, em 2011, foi aberta a ligação à A1 (variante sul a Leiria). Voltando aos anos de Barroso a inaugurar o que Guterres lançara, registe-se um momento simbólico, no final de julho de 2003, quando o então primeiro-ministro

Nó terminal da autoestrada A13 em Ceira (Coimbra)

Estradas que ligam o Centro ao mundo

N EDITIO

IBERIAN FESTIVAL AWARDS

WINNER

74365

Guterres lança Barroso inaugura Só na segunda metade da década de 1990, go-

vernava o socialista António Guterres, foi revisto o Plano Nacional Rodoviário que o executivo, do social-democrata Cavaco Silva, lançara em 1985, acabado de chegar ao poder. O novo plano, designado de PRN 2000 alargou a rede de autoestradas e densificou a capilaridade, sobretudo no litoral e nas áreas metropolitanas. Mas foi um conceito novo – SCUT, sem custos para o utilizador – que mais controvérsia gerou. A expansão da rede viária tem associada, em cada ciclo governativo, o nome de um ministro. Assim foi com Duarte Pacheco, no salazarismo, com Ferreira do Amaral, no cavaquismo, e com João Cravinho, no guterrismo. Foi, por isso, Cravinho quem lançou muitas das obras que viriam a ser inauguradas no novo milénio, já com Durão Barroso como chefe do Governo e o regressado Valente de Oliveira com a pasta das Obras Públicas.

Rede viária

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário | especial | 93

23-03-2019 | diário as beiras

74421

111 Há 25 anos, a autoestrada A1, de Lisboa ao Porto, era ainda uma “criança” – o derradeiro troço, entre Torres Novas e Condeixa, só abrira três anos antes. Os eixos transversais – IP3, IP5 e IC8 – eram um terror para quem conduzia. Já a rede de estradas nacionais e municipais mantinha, quase intactas, as características pré-CEE. Em 25 anos, a rede viária ao Centro mudou de forma significativa. Ainda assim, o mapa atual da rede principal apresentase desequilibrado: - três autoestradas longitudinais no litoral (A8/ A17, A1 e A13), paralelas e distanciadas por escassas dezenas de quilómetros; - uma autoestrada longitudinal no interior (A24 de Viseu até à fronteira, em Chaves) - duas autoestradas transversais (A5 e A23), que se unem na Guarda para a ligação a Espanha; - duas autoestradas parcelares, ligando cidades (A14, de Coimbra à Figueira da Foz, e A19, de Leiria à Batalha) - três itinerários principais (IP3, transversal, de Coimbra a Viseu; IP2, longitudinal, com um troço a norte, de Celorico ao Douro; e IP6, de Óbidos a Peniche).

diário as beiras | 23-03-2019

74461

#

92 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

MELHOR FESTA IBÉRICA BEST FESTIVITY

www.expofacic.pt

instagram.com/expofacic

facebook.com/expofacic

inaugurou a autoestrada da Beira Interior, A23. São 176 quilómetros, que passam a ligar a Covilhã a Torres Novas, onde dá ligação à A1 até Lisboa. Ao todo, segundo números adiantados à época, foram investidos cerca de 600 milhões de euros. Mas havia ainda que contar com os custos do túnel da Gardunha, uma velha aspiração de toda a Cova da Beira, que demorou mais ano e meio até ficar pronto. Antes, em novembro de 2003, abriu ao tráfego o primeiro troço da A25, entre Guarda e Vilar Formoso, então sem cerimónia oficial. À exceção


94 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

diário as beiras | 23-03-2019

23-03-2019 | diário as beiras

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 95

# 21 Rede viária

do lanço final, na fronteira, todo o resto da autoestrada que substituiu o famigerado IP5 ficou operacional em 2006. IC’s, os parentes pobres Em torno desta rede principal desenvolveu-se uma rede complementar, que inclui um conjunto de itinerários de circulação rápida, IC’s. Na região Centro, o mais importante é o IC8. “Abortada” que foi a ideia de construir, a partir de Pombal, um grande eixo de penetração, em perfil de autoestrada, ligando o Centro (na zona de Pombal) a Espanha (via Castelo Branco), avançou o “acanhado” itinerário que, hoje, liga a A17, no Louriçal (Pombal), à A23, em Vila Velha de Ródão. Entretanto, o IC8 foi “esticado” a poente, com o troço Pombal-Louriçal – cujo projeto datava já de 1993 – a ser finalmente inaugurado em dezembro de 2006. Este IC é um dos poucos que está concluído. O mesmo não sucede com o IC12, que deveria ligar Santa Comba Dão a Mangualde, e que continua apenas com o lanço inicial,

até Canas de Senhorim, inaugurado já em 1995. Outro processo demorado e foco de controvérsia é o que envolve o IC6. Projetado e pensado para ligar Coimbra à Covilhã através da encosta sudoeste da Serra da Estrela, apenas tem pronto o troço entre o IP 3, em Oliveira do Mondego, e a EN 17, Estrada da Beira, em Candosa, Tábua. Coimbra (des)ligada a Viseu e à Covilhã Aliás, hoje ainda, a ausência de uma ligação rápida e direta entre Coimbra e a Covilhã, a par da sempre adiada autoestrada CoimbraViseu, é apontada como uma das consequências políticas da afronta que o centralismo sobranceiro de Lisboa assumiu, face a Coimbra, nas últimas décadas, em particular, no novo milénio. Várias vezes anunciadas, obras como a duplicação do IP3 ou a construção do IC7 arrastam-se no tempo e, como aconteceu já com o atual governo, são invariavelmente alvo de reconfiguração, em downgrade. | Paulo Marques

A falta que uma circular externa faz às cidades médias Anel circular de autoestradas a Aveiro

Victor Baptista, governador civil de Coimbra ( 1995/1999 ) Estávamos em pleno primeiro Governo do eng.º António Guterres. O ministro com a pasta das Obras Públicas era o eng.º João Cravinho e eu era governador civil de Coimbra. Uma das preocupações que tinha era a da ligação Coimbra-Figueira. O IP3 tinha sido interrompido em Trouxemil, do lado nascente, e o troço a partir da Figueira tinha ficado à entrada de Montemor. Mas não havia já fundos comunitários disponíveis para completar a obra. Fui falar com o secretário de estado, que era o Crisóstomo Teixeira e, da conversa, surgiu a proposta de avançar com uma autoestrada. Logo aí ele disse-me que o governo apoiaria se eu convencesse os presidentes de câmara a aceitarem uma via portajada. Falei com o Aguiar de Carvalho, da Figueira, o José Manuel Antunes, de Montemor, e com o Manuel Machado, de Coimbra. Todos reagiram mal. Mas eu sabia que a margem era escassa e, para além disso, como economista, sabia que o país não era rico... Acabei por convencê-los. Nessa reunião ficou também 111 Leiria e Viseu são dois exemplos de cidades de média dimensão cujo crescimento é, hoje, potenciado pelo excelente serviço rodoviário de que dispõem. Em particular, assumem relevo as opções de vias circulares, em perfil de autoestrada, existentes em ambas as áreas urbanas. A Figueira da Foz é outro exemplo de notório benefício, trazido pela construção de rodovias urbanas de circulação rápida envolvendo a urbe. Hoje, a cidade-praia dispõe ainda da invejável situação de estar ligada, por autoestrada, às mais importantes cidades da região: Aveiro e Leiria, pela A17, e Coimbra, pela A14. Nas restantes cidades médias da região Centro, esta

lógica de cintura rodoviária em perfil de autoestrada é sempre interrompida. Veja-se o caso de Aveiro, que tem a A25 e a A17 mas que, a sul e a sudoeste, fica “refém” da EN235. Na Guarda e em Castelo Branco, as soluções locais para completar os anéis proporcionados pelas autoestradas (A25 e A23) passam por avenidas urbanas com separador central mas onde a sucessão de rotundas diminuiu, consideravelmente, a fluidez do trânsito. Sobram a Covilhã e Coimbra. Ambas são prejudicadas, no plano das acessibilidades, pelo fator relevo – enfim, uma mais do que a outra... No caso da urbe serrana, a presença imponente da Serra da Estrela é incon-

tornável, a norte e a poente, pelo que a circular à cidade não deverá passar, nunca, do que já existe. Já em Coimbra, apesar das elevações e dos dois rios, a nascente, houve já vários projetos para completar o anel à cidade. O mais desenvolvido surgiu no âmbito do projeto de construção da Ponte Europa, cuja integração no Plano Rodoviário Nacional (na altura, o PRN 2000) implicou a projeção do IC3 até à zona de Souselas, onde iria intercetar o IP3. Não se fez, como se sabe. Mais tarde, já com o IC3 a ser transformado na autoestrada A13, soube-se que o projeto envolvia o prolongamento do traçado de Ceira até ao mesmo IP3. | Paulo Marques

74481

Nó de acesso da autoestrada A23 à A13

74253

eu estive lá

acertado o prolongamento da EN 342, que se fez, e da via rápida de Taveiro, que acabou por ficar em Arzila. Já agora, conto que, numa outra reunião, levei ao João Cravinho a proposta de estudar uma autoestrada entre a Marinha Grande e Mira, para ligar a A8 ao IC1, que tinha vindo de norte e parara à entrada de Mira. Também aí se repetiu a história: a obra era viável mas portajada, pelo que tinha que convencer os autarcas. Em Mira, o João Reigota resistiu até ao fim. Mas, numa reunião que tive, a sós, com o João Cravinho, ficou combinado que faríamos o anúncio daquela que seria a futura A17 em plena sessão solene, na Câmara de Mira. E assim foi. De tal modo que o João Reigota, que tinha ficado calado na sessão, pediu depois a palavra e lá acabou a dizer que a nova autoestrada teria portagens. Já na Figueira, era Santana Lopes presidente, foi à maneira dele: quis uma reunião com o ministro e, quando chegámos à Figueira, tinha dois helicópteros para nos levar à zona do Louriçal, por causa do IC8. Lá fomos mas eu depois disse que já não voltávamos à Figueira e que tinha que nos levar a Mira...


22 #

96 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

1 1 1 Na sequência da reorganização administrativa territorial autárquica e do Regime Jurídico da Atividade Empresarial Local e das Participações Locais, operadas em 2012, foram extintas cerca de 1.200 freguesias em todo o território nacional, de um total de 4.200 que existiam, bem como cerca de 300 das 450 empresas municipais que foram sendo criadas desde 1999. Foi a mais importante reorganização do território desde o século XIX, diz Paulo Júlio, secretário de Estado da Administração Local e da Reforma Administrativa nessa época, durante 19 meses, sob a tutela do Ministério dos Assuntos Parlamentares do Governo de Passos Coelho, responsável pelas alterações legislativas. Paulo Júlio diz que, “até essa altura as empresas municipais eram criadas a torto e a direito, quando a maior a parte das vezes o serviço público poderia ser feito a partir das câmaras”. Regras rigorosas para criar empresas municipais Agora há regras muito bem definidas para as câmaras terem atividade empresarial, “que deve ser fundamentada na melhor prossecução do interesse público e, no caso da constituição de empresas locais, também na conveniência de uma gestão

subtraída à gestão direta face à especificidade técnica”. Extinguir a maior parte das empresas municipais não foi fácil porque “cada empresa tem um cargo político de nomeação” mas, mesmo assim, “a lei teve impacto porque se reduziram 40% de cargos nas câmaras”. Outro dado positivo, que se revelou logo após três anos da entrada das leis em vigor, foi que a dívida da administração local em 2015 já tinha descido três mil milhões de euros, cerca de 5% do PIB à época. Entretanto, os municípios têm-se associado em Comunidades Intermunicipais, como na região Centro, ou Áreas Metropolitanas, nas duas grandes cidades, de acordo com as NUT III, cuja constituição é de 1999, transpondo normas europeias e tendo sido alvo de diversas atualizações ao longo dos anos. O antigo secretário de Estado defende que “estas estruturas deveriam agora criar agências de atração de investimento estrangeiro nas regiões, mas desde que sejam geridas por profissionais e não boys políticos”.

diário as beiras | 23-03-2019

Reorganização do território

23-03-2019 | diário as beiras

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 97

1989 Delimitação geográfica da Nomenclatura de Unid. Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)

1998 Chumbo das duas perguntas do Refendo da Regionalização

1999 Decreto lei estabelece um

2011 É publicado o Documento Verde

regime jurídico “muito flexível” de criação de empresas públicas

2007 É publicada a Lei das Finanças

da reforma da Administração Local 2012 São publicadas as novas leis sobre empresas municipais e fusão de freguesias

Locais, revogando a Lei n.º 42/98

Regionalização chumbada em 1998, mas fusão de freguesias 15 anos depois

Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra Tomando como exemplo a comunidade intermunicipal mais próxima, que é a CIM Região de 

Somisis, Sociedade de Manutenção e Sistemas Industriais, Lda.

Centro Comercial Solmar | Rua Rogério Reynaud, 22 Loja 14 | Buarcos | 3080-251 – Figueira da Foz Telef. 233 438 537 | Telem. 966 490 153 Email: geral@somisis.pt

16

74458

51379

Empresa apoiada por: Governo da República Portuguesa

UNIÃO EUROPEU Fundo Social Europeu

14

15


98 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

diário as beiras | 23-03-2019

23-03-2019 | diário as beiras

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 99

# 22 Reorganização do território

Coimbra, trata-se de uma estrutura que integra os municípios de Arganil, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Mira, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e Vila Nova de Poiares, constituída ao abrigo da Lei nº 75/2013, de 12 de setembro. Atualmente liderada pelo presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, João Ataíde, a CIM Região de Coimbra afirma que “tem vindo a ensaiar uma nova abordagem ao desenvolvimento regional assente numa estratégia supra-municipal que – respeitando a autonomia política de cada município – permita uma intervenção mais forte junto dos agentes económicos, sociais e culturais no sentido de potenciarmos os valores da Região e de a afirmarmos no contexto nacional”

61479 74501

Resistências impediram fusão de municípios Quanto à discutida fusão de municípios, que teve lugar na sequência da publicação do Documen-

to Verde, em setembro de 2011, acabou por não se concretizar, embora este documento preconizasse “incentivar a fusão de municípios, tendo como base a identidade e a continuidade territoriais”. Fim dos governos civis Mais fácil foi extinguir os governo civis, através da Lei Orgânica n.º 1/2011 de 30 de novembro, que “transferiu competências dos governos civis e dos governadores civis para outras entidades da administração pública, em matérias de reserva de competência legislativa da Assembleia da República”. O edif ício do antigo do governo civil em Coimbra, por exemplo, é agora um bar/restaurante. Na realidade, as funções deste órgão descentralizado foram-se esvaziando, no final do século XX e início do século XXI. A figura do governador civil acabou limitada às de delegado do Ministério da Administração Interna, atuando apenas nos setores da competência deste ministério. Regionalização chumbada Se as sucessivas alterações legislativas referi-

das foram quase todas feitas, com debate, mas de forma serena, foi num contexto completamente oposto que, há duas décadas, decorreu a campanha do Referendo sobre a Regionalização, realizado a 8 de novembro de 1998, no Governo de António Guterres. Foram debates acalorados, com muita emotividade à mistura, durante semanas. Com o contra do CDS e do PPD/ PSD (cujo líder, à época, era Marcelo Rebelo de Sousa), o PS dividiu-se, mas a CDU fez campanha a favor. O referendo contemplava duas perguntas: uma sobre o sim ou não à regionalização (com oito divisões administrativas) e – perante a possível aprovação – se os eleitores estavam de acordo com o desenho da sua região. Ambas as questões foram rejeitadas, com cerca de 60% dos votos. Só em 2018 se voltou a falar, a sério, deste assunto que, aliás, continua previsto na Constituição da República Portuguesa, e que, a fazer-se no futuro, será novamente por referendo, cumprindo a revisão constitucional de 1997. | António Rosado

eu estive lá

Marcelo Rebelo de Sousa, enquanto líder do PSD em 1998, fez campanha contra a Regionalização

Pouco mais de duas décadas depois do referendo, é interessante recordar as mensagens e as imagens de movimentos e partidos pró e contra a Regionalização

74142

Paulo Júlio, ex-secretário de Estado da Administração Local e da Reforma Administrativa Foram tempos difíceis em que nos sentimos sozinhos. Reformar estruturas políticas em Portugal, é quase impossível. O testemunho que aqui deixo, relacionase com o tempo, a discussão e os resultados. Esta reforma, além da reorganização administrativa que reduziu mais de 1100 órgãos políticos de freguesia, reduziu mais de 250 Empresas Municipais que duplicavam funções e desregulavam orçamentos, reduziu ainda mais de 30% de estruturas internas municipais – Divisões e Departamentos, e permitiu ainda junto das instâncias europeias a relação direta territorial das NUT 3 e das Comunidades Intermunicipais. Sobre o tempo, se passados 4 meses da tomada de posse, não tivéssemos apresentado formalmente os seus princípios, dificilmente atingiríamos o mesmo grau de execução. Ainda sobre o Tempo, é importante recordar que, depois de concluída, todos apontaram a normalidade da ação, apesar da última reorganização administrativa ter mais de 100 anos! Sobre a discussão, recordo que se tratando de uma reforma política, a maioria dos detentores de funções políticas discordava veementemente. Foram extintos mais de 5000 cargos políticos e de nomeação, pelo que as razões para tanta resistência sempre estiveram bem identificadas. Sobre os resultados, para além dos financeiros que permitiram poupanças substanciais ao Estado e às Autarquias, a credibilidade da Administração Local claramente que melhorou, também obviamente por mérito dos autarcas portugueses.


23 #

100 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

111 “Oh Coimbra do Mondego!” Assim começa a canção de José Afonso sobre a cidade dos seus amores, mas a verdade é que este rio, tão cantado e evocado, andou muitos anos de costas voltadas para os conimbricenses e vice-versa. As pazes foram feitas quando, em 2004, se inaugurou o Parque Verde do Mondego que viria a ser uma alavanca do desenvolvimento e da qualidade de vida dos cidadãos da região. A estrutura, que hoje se estende às duas margens, é um projeto da autoria do arquiteto Camilo Cortesão que ganhou forma através do programa Polis. O objetivo da intervenção foi revitalizar e centrar a cidade no rio, aproximar as margens e aproveitar as condições naturais e paisagísticas do Mondego. Até à existência do Parque Verde, o contacto com o rio era pouco e as áreas de lazer nas margens praticamente inexistentes, resumindo-se ao centenário Parque Manuel Braga e ao clube de náutico que operava na margem direita. A intervenção, que abrange 80 hectares, entre as pontes de Santa Clara e Rainha Santa Isabel, criou um parque urbano multifuncional, onde se realizam eventos de caráter recreativo e desportivo, com condições de lazer ímpares.

Recuperação do rio para a cidade

23-03-2019 | diário as beiras

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário | especial | 101

Junho 2004 Foi inaugurado o parque na margem direita com espaços verdes, restauração e bares com esplanada

Verão de 2006 a ponte pedonal Pedro e Inês, que liga as duas margens, entrou em funcionamento

Abril 2008 A margem esquerda, com uma forte vertente desportiva e de lazer, foi oficialmente inaugurada

DB-Pedro Ramos

Oh Coimbra do Mondego!

64785

74359

Pedro e Inês: as duas margens unidas A obra fez-se por fases. A primeira a estar concluída, em junho de 2004, foi a margem direita, onde nasceu uma área de mais de 400 mil metros quadrados dedicada ao lazer, com uma zona de esplanadas, qua-

tro quilómetros de corredores para peões, e o mesmo comprimento de ciclovias, além de um parque infantil. É aqui que está também o Pavilhão Centro de Portugal, estrutura projetada por Souto Moura e Álvaro Siza Vieira, que Portugal levou à Expo 2000, em Hannover. Durante o verão de 2006, as duas margens ficaram ligadas pela ponte Pedro e Inês. A obra, com 275 metros de comprimento que se eleva a 10 metros da água , foi projetada pelo engenheiro António Adão da Fonseca e pelo arquiteto Cecil Balmond. Custou 4,9 milhões de euros e aproximou a margem esquerda que até então estava tão distante da cidade. Foi precisamente desse lado que, a partir de 2008, a cidade passou a contar com uma nova área de lazer e desporto. Foi construída uma caixa de areia, um skateparque, diversos equipamentos de diversão infantil e geriátricos, um parque de merendas e quatro pavilhões, sendo que três albergam clubes de atividades náuticas (canoagem, remo e vela), o que permitiu um incremento da prática desportiva. A requalificação deu também uma nova vida ao Choupalinho, que outrora teve uma conotação negativa. O túnel sob a avenida Inês de Castro liga a zona à área circundante do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, conhecida como “Entrada Poente” do Parque Verde e que integra ainda uma passagem para a Praça da Canção. A sul foram construídas as Piscinas do Mondego, com um bar e restaurante, além do Exploratório - Centro de Ciência Viva. | Cátia Vicente

diário as beiras | 23-03-2019


diário as beiras | 23-03-2019

23-03-2019 | diário as beiras

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 103 74493

102 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

Docas voltam para o próximo ano

curso faliu e agora o processo voltou ao início”, disse ao DIÁRIO AS BEIRAS fonte da Câmara Municipal de Coimbra. É necessário fazer-se um novo projeto, até porque o empreiteiro anterior chegou a concluir cerca de seis por cento da obra, falta ainda preparar “peças diferentes” para lançar um novo concurso. “Neste momento os serviços da autarquia estão a preparar a documentação para o novo procedimento concursal”, assegurou a fonte, adiantando que a expetativa é que “na próxima Primavera- Verão”, isto é, em 2020, “as docas estejam em funcionamento”. A zanga entre o rio e a cidade foi

grande e por isso o reatar deste namoro está a fazer-se de forma gradual. Em curso está a empreitada de estabilização e requalificação da margem direita do Mondego, que representa um investimento de mais de sete milhões de euros, e arrancou no final do ano passado. Na mesma altura, foram consignadas as duas empreitadas de proteção e valorização ambiental do Rio Mondego e do espaço envolvente. Está ainda em curso a monitorização do rio, o seu desassoreamento, proteção das margens, e diferentes operações de limpeza. Assim como a criação de novas áreas de lazer, como a praia do Rebolim, já em funcionamento. C.V.

72452

66280

111 Há ainda uma pedra no sapato. A margem direita do Parque Verde do Mondego foi inaugurada, a cidade usufruiu dela, mas o rio reclamou-a e depois das cheias de 2015, o espaço ficou a meio gás e a zona de bares e esplanadas encerrou e ainda não voltou a funcionar. O ano passado a autarquia de Coimbra lançou um concurso para a reabilitação do espaço a obra foi consignada, mas a empresa que ganhou a empreitada faliu. O processo está cheio de altos e baixos que o têm atrasado, mas a cidade quer o Parque Verde por inteiro e a autarquia vai abrir novo concurso. "A obra já devia estar concluída, mas a empresa que ganhou o con-

E PASTELARIA MOEDA

R. Ferreira Borges 124/8 | COIMBRA 3000-179 | Tel: 239 842 299

eu estive lá

Luís Maricato, ex presidente da secção de desportos náuticos da Associação Académica de Coimbra “ Aquilo que é a atividade náutica em Coimbra, na qual estive e estou envolvido, foi uma segunda fase do projeto que começou pela margem direita. Toda a atividade náutica - a canoagem, o remo, o stand up paddle, vela e o próprio usufruto do rio- não tem nada a ver com aquilo que era. As antigas instalações do Clube Náutico pertenciam ao Instituto Português do Desporto e da Juventude e tinham limitações. A zona era conotada com alguma marginalidade. Recordo-me que até tiros houve lá. Embora nunca tivessemos tido problemas, muitos pais tinham receio de levar lá os seus filhos para a prática desportiva. A mudança para as novas instalações, em 2007, foi um salto imenso que demos em termos de qualidade, de número de praticantes, de modalidades desportivas e naturalmente de usufruto do rio pela população. Toda aquela frente ribeirinha na margem esquerda tem uma utilização que nunca teve no passado. É uma diferença enorme, de qualidade, de enquadramento, de paisagem, é um espaço muito nobre com uma vista fantástica sobre a cidade e que está a ser muito usufruído. Além disso teve um grande impacto na prática desportiva. Por exemplo, no caso do remo da Académica triplicámos o número de praticantes e três anos consecutivos, logo após a mudança, fomos o clube campeão nacional.

Instituto Avançado de Urologia: Excelência em Cuidados Médicos Foi em 2012 que se iniciou este projeto do Instituto Avançado de Urologia (IAU), tendo um objetivo em mente, a excelência em cuidados médicos de urologia

Dr. António Guilherme de Oliveira

Hoje ao entrar no 6º ano deste projeto verificamos existir já um caminho de sucesso sustentado em qualidade e diferenciação, percursor fundamentado de tudo o que ainda está para vir. Em resumo, aqui estão os principais marcos técnicos do IAU: - Junho 2013 – realização da primeira prostatectomia radical robótica; - Novembro de 2013- início do programa de enucleação prostática a Laser Greenlight (pioneiros a nível europeu); -Outubro de 2014 – realização da primeira biópsia prostática de fusão (pioneiros a nível nacional); - Novembro de 2014 – realização da primeira cirurgia micro-percutânea renal (pioneiros a nível nacional); 2015 – Ultrapassadas pela primeira vez as 100 foto-vaporizações anatómicas da próstata num só ano; 2015 – Ultrapassadas pela primeira vez as 20 enucleações prostáticas a Laser Greenlight num só ano; Maio 2016 – Inauguração do centro de estudos urológicos do IAU, que vai permitir a realização de todos os exames urológicos num só espaço; Maio 2017 – Projeto Seven, que permite o diagnóstico, estadiamento, e tratamento do cancro da próstata, em menos de uma semana este projeto é inovado a nível nacional e permite uma alta taxa de cura com rápido regresso à condição anterior; - Setembro de 2017 – realização da 400ª fotovaporização da próstata com Laser Greenlight (centro líder a nível nacional) Outubro 2017 – Início do programa de terapia focal do cancro da próstata; Fevereiro de 2019 – Realizada a 500ª fotovaporização da próstata e a 90ª enucleação da próstata. Brevemente início do programa de tratamento da HBP não cirúrgico Rezüm. Tratamento da HBP em sessão única sem internamento


24 #

104 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

“Um país dentro do país” A partir daí, o Centro passou a ser conhecido como “um país dentro do país”, ou seja “uma terra de contrastes que lhe oferece o melhor do mar e da montanha. Onde pode descobrir as raízes da nossa nacionalidade, o melhor da nossa gastronomia e vinhos e um património cultural inigualável”, como se pode ler no site da instituição. 2013 foi, assim, o ano da mais recente restruturação do turismo em Portugal – quando o secretário de Estado do setor era Adolfo Mesquita Nunes (no Governo Passos Coelho). Neste contexto, o Centro absorveu as sub-regiões existentes da Serra da Estrela, Médio Tejo e Região Oeste, concluindo o atual desenho institucional. Todavia, recuando no tempo, cinco anos antes, através do Decreto Lei 67/2008 – quando o secretário de Estado do Turismo era Bernardo Trin-

dade (no Governo José Sócrates) – já tinha havido uma outra restruturação das antigas 19 regiões de turismo em Portugal em apenas 11, com o Centro a agregar a Rota da Luz (Aveiro), Região de Viseu Dão Lafões, Região de Leiria/Fátima (a que se acrescenta Tomar) e as juntas de turismo da Curia, Luso e Monfortinho, passando de 24 para 57 municípios. Fusão de regiões turísticas Pedro Machado, que assumiu a presidência da entidade a 1 de setembro de 2006, recorda que foi último presidente da entidade turística ainda a 24 municípios, sucedendo, por ordem cronológica, a Carlos Beja, Correia Moniz, Vieira Lopes e José Manuel Alves. Pedro Machado explica que os sucessivos alargamentos da região tiveram três méritos: “ganhar escala e competitividade internacional, fazer a harmonização do produto turístico com continuidade territorial e estruturação do produto, e progredir na coesão territorial”. Neste último capítulo refira-se o que Pedro Machado identifica, com destaque, “as vantagens para os municípios com menor escala quando passam a integrar os fluxos turísticos de marcas com maior amadurecimento turístico da mesma região”. Além disso, um território coeso permitiu igualmente promover melhores produtos, como as Aldeias do Xisto e as Aldeias Históricas de Portugal (todas as 12 concentradas no Centro). O processo da atual entidade Turismo Centro Portugal teve o seu embrião em 1983, quando foi criada a região dos 24 municípios. Nestes 36 anos decorridos, seguiram-se vários caminhos, alguns deles sem visão de escala, como foram, por exemplo, as estruturas concelhias de turismo, que careciam de dimensão, fosse no mercado nacional, fosse à escala internacional. |António Rosado

Turismo do C para 100 mun 74247

111 A duplicação do número de turistas entre 2006 e 2018,– de três milhões para seis milhões – é um número que não deixa dúvidas sobre a capacidade de atração da Região Centro. Para isso muito contribuiu a criação de estruturas, públicas e privadas, a melhoria da qualidade do serviço prestado nos restaurantes, estabelecimentos hoteleiros e postos de informação; e o ordenamento do território e reorganização administrativa operada. Neste último capítulo assume especial protagonismo a entidade Turismo Centro de Portugal que agrega, desde 2013, um conjunto de 100 municípios, de acordo com a Lei 33/2013, de 16 de maio. Pode ler-se no Diário da República que fica estabelecido “o regime jurídico das áreas regionais de turismo de Portugal continental, a sua delimitação e características, bem como o regime jurídico da organização e funcionamento das entidades regionais de turismo”.

Turismo e desenvolvimento da região


25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário| especial | 105

1983 É criada a Região de Turismo do Centro, na Figueira da Foz, com Carlos Beja como 1.º presidente 2006 Pedro Machado assume a presidência da estrutura, ainda com apenas 24 municípios

2008 Decreto Lei restrutura as antigas 19 regiões de turismo portuguesas em apenas 11

2008 Turismo Centro de Portugal (TCP) passa a ter 57 municípios

2013 A mais recente restruturação do setor contempla que a TCP passe a abranger 100 municípios 2018 TCP recebe o “Globo de OuroCampanha” nos International Travel & Tourism Awards

74315

Centro cresceu de 24 nicípios em 36 anos we take care of your cargoes www.peninsularps.pt Email: info@peninsularps.pt

SOLUÇÕES TRANSPORTES MARÍTIMOS E LOGÍSTICA PORTUÁRIA PARA O SEU NEGÓCIO


106 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

eu estive lá

74497

Pedro Machado, presidente da entidade Turismo Centro de Portugal Eu estive lá na definição, planeamento e construção da marca Centro Portugal. Foi um processo complexo de consolidação dos 100 municípios numa só entidade, que resultou numa marca que conquistou um lugar próprio na oferta turística nacional e internacional. É um trabalho reconhecido pelos parceiros públicos e privados, que é feito com respeito pela vontade dos municípios, com o envolvimento dos agentes económicos privados e com um espírito de marca transversal a todos os setores de atividade, o que conduziu ao reconhecimento da oferta desta região, como fica expresso no crescimento sustentado do número de turistas nacionais e estrangeiros. Neste contexto, há um dado muito atual que é o aumento de proveitos, que subiram 9,1 por cento em janeiro de 2019, face ao período homólogo de 2018. De 2006 a 2018 houve uma duplicação do número de turistas, de três milhões para seis milhões de pessoas. Ainda no passado dia 15 de março este esforço foi destacado pela secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL).

Globo de Ouro par “Melhor campanha


Coimbra | essencial | 107

ra a de entidade turística” 1 1 1 O dia 6 de nov em b r o d e 2 0 18 f oi , para Pedro Machado, o dia mais importante da instituição que dirige há 12 anos: Turismo Centro de Portugal. O responsável recorda assim a conquista do Globo de Ouro (Gold Award) na categoria “Melhor Campanha de Entidade Turística ou de Destino Nacional” dos International Travel & Tourism Awards – os mais reconhecidos do mundo – entregues naquele dia em Londres.

“Ficamos extremamente orgulhosos por esta conquista inédita em Portugal. É um galardão muito importante. Estamos todos de parabéns, por um prémio que prestigia o nosso país, o setor do Turismo e a marca Centro de Portugal, que concorreu ao lado de candidatos tão fortes como os Estados Unidos”, sublinhou Pedro Machado, minutos depois de receber o prémio. Além disso, considerou, “esta distinção mostra também que no meio da

tragédia [fogos de 2017] nasce a esperança. A esperança renovada num destino, na sua atratividade, bem espelhada nesta campanha. Mais de quatro meses depois, Pedro Machado sublinha que, também em 2018, o filme promocional do Turismo Centro de Portugal foi distinguido com o prémio para “melhor mensagem” no SilaFest–Festival Internacional de Filmes de Turismo e Ecologia que se realizou na Sérvia (Europa).

Imagem reconhecida A distinção juntou-se aos dois primeiros lugares conquistados, em categorias diferentes, na última edição do Art&Tur (10.º Festival Internacional de Cinema de Turismo, em Portugal) e ao Urso de Prata, equivalente ao 2.º lugar do festival de cinema de turismo The Golden City Gate, em Berlim. Já o anterior filme do Turismo Centro de Portugal conquistou 12 prémios, numa dezena de festivais de cinema de turismo. A.R.

INSTALAÇÕES E QUADROS ELÉTRICOS, LDA. www.cinov.pt

DISTRIBUIDORES MATERIAL ELÉCTRICO DESDE 1977 A OFERECER SOLUÇÕES INOVADORAS

Estratégia do Turismo Centro de Portugal cativa cada vez mais viajantes

74231

em período homólogo de 2018, que tinha registado 274,2 mil dormidas, também acima do ano anterior. Os dados do INE (Instituto Nacional de Estatística) do setor “dão grande alento aos empresários que apostam na região”, referiu a propósito, Pedro Machado, o presidente da entidade. Por outro lado, as dormidas de estrangeiros cresceram quatro vezes mais no Centro de Portugal do que no total do país”, concluiu.

COIMBRA - VISEU Sede e Armazém: Parque Industrial Taveiro, Lote 14 | Apartado 33 | 3045-508 Taveiro Telef. 239 980 070 | Fax 239 980 089 | cinov@cinov.pt Filial1: Rua da Tamancaria - Cruzamento de Pascoal | 3515-097 Viseu Telefs. 232 450 991 - 232 450 992 | Fax 232 450 992 | viseu@cinov.pt

Sede: Escritório: Av. Vladimir Lenine 173- 13ºpiso Edifício Millenium Park Maputo

AGORA TAMBÉM EM MOÇAMBIQUE

Escritório: Avenida 24 de julho 2096- 1ºDto Maputo Telf: +258 844786099 +258 823850019

INDÚSTRIA DE QUADROS ELÉCTRICOS E AUTOMATISMOS, LDA QUADROS ELÉCTRICOS PARA TODAS AS APLICAÇÕES INDÚSTRIA - ÁGUAS – AVAC – SERVIÇOS COMÉRCIO – HABITACIONAL - DOMÓTICA 74455

111 Pela primeira vez na história a entidade do Turismo Centro de Portugal, há um mês de janeiro (neste caso janeiro do corrente ano) que regista um número de dormidas de estrangeiros acima das 100 mil pessoas/noites. Para além desta meta ultrapassada, o primeiro mês de 2019 ficou também marcado por o total de dormidas neste território ter ascendido (entre turistas nacionais e estrangeiros) ao valor máximo de 294 mil dormidas, mais 19,8 mil (mais 7,2%) do que

ARMAZENISTAS IMPORTADORES

Sede/Fábrica: Parque Industrial Taveiro, Lote 14 | Apartado 33 | 3045-508 Taveiro | Telef. 239 980 070 | Fax 239 980 089 prisnov@cinov.pt

Instalações Elétricas Comunicações Segurança Projetamos o seu conforto em segurança Projeto, Fiscalização e Consultoria Escritório: Av.ª Fernão de Magalhães, 584 6.º C - 3000-174 Coimbra Tel.: 239 833210 - mail: geral@celiumproj.pt


25 #

108 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

Um quarto de século a inovar na informação

1997 Criação da página na internet

2010 “Regresso” das instalações do

publicações como diário 1995 Lançamento da revista “Coimbra, ontem e hoje” 1996 Abrem novas delegações em Aveiro e Viseu

www.asbeiras.pt 1998 “Fórum da Região” em todas as capitais do Centro 1999 Instituição dos Prémios Dom Dinis, no âmbito do 5.º aniversário

jornal ao centro da cidade 2011 Lançamento pioneiro do jornal integralmente a cores 2012 Lançamento do jornal em edição digital

74471

mação onde, seguindo as regras clássicas da informação jornalística, se davam notícias e se anexavam fotografias como ‘prova’ do que se tinha escrito. Tudo o resto era parte menor da comunicação produzida. O Diário As Beiras veio trazer transformações neste contexto. Antes de mais, o jornal passou a ser um jornal utilizando o modelo de ‘desenho à cabeça’, ou seja: para além de um conjunto de templates que pré-definiam o grosso da estruturação da informação de todo o jornal, o DB concebia a informação como a resultante de contributo conjugado de texto+imagem+informação gráfica. Por outras palavras: nos trabalhos de grande fôlego, a informação apresentada era mais do que a soma simples dos elementos texto, imagem e/ou gráfico. Traduzindo o que de mais recente se fazia a nível mun- 

1994 Início, a 15 de março, das

CENTRO QUALIFICA DO CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇAO PROFISSIONAL DE COIMBRA

74492

111 Nos anos de 1994, a dominância informativa era o primado do texto sobre a imagem. A escassez dos meios de produção dos jornais, do ponto de vista dos dispositivos e aplicações de edição de imagem, para além de caros, não tinham um caráter democratizado como o que temos hoje. Editar e construir imagem supunha estações quase profissionais de tratamento; captar imagem, produzir fotografia estava condicionado ao uso de máquinas fotográficas semi-profissionais e profissionais. O próprio processo de produção, em ambiente editorial, supunha espaços de intervenção e aplicação muito demarcados, fazendo com que, por essa razão, a área dedicada à imagem e ao tratamento visual da informação fosse reduzido — por comparação com o texto — e com função secundária. O jornal era, por esta razão, um veículo de infor-

Diário As Beiras

25 alavancas de desenvolvimento do Centro//aniversário | especial | 109

O CENTRO QUALIFICA do Serviço de Formação Profissional de Coimbra do IEFP é um centro vocacionado para a qualificação de adultos, que promove informação, o aconselhamento e encaminhamento dos adultos que procuram nas ofertas de formação profissional ou no processo de reconhecimento, validação e certificação de competências escolares e/ou profissionais, obtidas pela experiência de vida, a melhoria e o reforço da empregabilidade. No Centro Qualifica estão disponíveis processos de RVCC escolar e /ou profissional, em diversas áreas/qualificações:

Nível II - Eletromecânico/a de Refrigeração e Climatização – Sistemas Domésticos e Industriais; - Eletricista de Instalações; - Agente em Geriatria; - Assistente Familiar e de Apoio à Comunidade; - Cozinheiro/a; - Cuidador de Crianças e Jovens; - Operador/a de Logística. Logí - Bombeiro/a; - Soldador/a; - Operador/a Cerâmico; - Empregado/a de Restaurante/Bar.

74474

40 anos a criar soluções tecnológicas diferenciadoras

www.ondazulviagens.com

Já pode fazer as suas reservas online no site da OndAzul. Experimente ! É cómodo, rápido e tem uma lista numerosa de produtos e serviços turisticos ao seu dispor.

Telefone: 231 422 503 - email: info@ondazulviagens.com Quinta de São Mateus - Lote 3C Loja 2 3060-209 CANTANHEDE PORTUGAL GPS: N40º 20.801’ - W8º 34.997

ES Rua António Sérgio, nº 19 – Pedrulha, 320-317 Coimbra Tel: 239158898 / 239158899 / 239158900 cefpcoimbra@centroqualifica.gov.pt

Nível IV - Técnico/a de Ação Educativa; - Técnico/a Comercial; - Técnico/a de Logística; - Técnico/a de Informática – Instalação e Gestão de Redes; - Técnico/a de Apoio Familiar e de Apoio à Comunidade; - Técnico/a de Cozinha e Pastelaria. - Esteticismo; - Técnico/a de Restaurante/Bar; - Técnico/a de Soldadura.

ESPERAMOS POR SI NO CENTRO QUALIFICA!


74363

110 | especial | aniversário //25 alavancas de desenvolvimento do Centro

# 25 Diário As Beiras

dial, na área do jornalismo, as páginas do DB deram uma nova visão da nossa realidade e traduziram uma maneira mais acessível e mais tutorializada do quotidiano que pretendíamos explicar, comunicar. Neste modelo a três tempos, todos eles pensados para comunicar de forma integrada, a imagem fotográfica ganhou foros de primeiro nível, sendo, por si própria, elemento informativo e com tanta importância quanta a do texto. A informação gráfica e

a visualização de dados ganhou também importância — foi um dos elementos através dos quais explicámos as notícias, tornámos a informação mais prática e mais eficaz, fazendo diferença com os modelos anteriores – dominados pelo texto, simplesmente. O que tornou a informação do Diário As Beiras mais acessível, diferenciada, face ao contexto em que se produziu. Depois, a forma como a nossa informação foi estruturada, enquanto jornal.

Se na maior parte dos jornais, as notícias são apresentadas num modelo sequencial, normalmente determinado pelo critério de localizador geográfico (sendo cada espaço alocado a cada região noticiada), o Diário As Beiras sempre privilegiou, além deste critério, um outro – o de organizar temáticamente a informação e fazer com que o jornal, dando notícias, como é sua obrigação, as dê num modelo organizado e que facilite a leitura e a compreensão.

Por essa razão, os espaços do jornal sempre foram pensados para leitores que rapidamente saberiam o que de essencial tinha acontecido na sua região ou na área temática que pesquisavam. Essa tónica de um jornal ‘arrumado’, com fácil e prática leitura do que era essencial, rapidamente foi a marca do Diário As Beiras, que se tem vindo a manter nestes 25 anos: o princípio da forma estruturadora sobre o princípio de informação em excesso

não consultada ou lida. A cor total Esta dimensão de inovação constante e de aplicação do que se fazia em termos de produção jornalística foi ainda mais reforçado com a produção do jornal em cor total. Se a cor pode ser fenómeno de perturbação visual e de leitura, a cor, se bem utilizada, pode ser fator de diferenciação positiva, de organização facilitada dos elementos informativos e, igualmente de um melhor

apelo para a leitura e consulta diária. A cor foi – e é – fator de diferenciação da natureza da comunicação do Diário As Beiras, tornando o acesso aos conteúdos que veiculamos diariamente mais ‘fáceis’ . A cor permite, como é evidente, uma comunicação de elementos de informação gráfica mais intuitiva e imediata: o Diário As Beiras beneficia dessa possibilidade, permitindo a construção de peças informativas com impacto único. | Agostinho Franklin

J. TRAVESSO SILVA, LDA 71506

Comércio de rolamentos e ferramentas

Ê

Bc. Parreirala J. TRAVESSO SILVA, LDA n.º1 | Rua Vale da Eira | Granja J. TRAVESSO SILVA, LDAe ferramentas Comércio de rolamentos 3060 - 070 Ançã

Ê

Comércio de rolamentos e ferramentas

Ê

tlm: 916 476 621

Bc. Parreirala n.º1 | Rua Vale da Eira | Granja Bc. Parreirala n.º1 | Rua Vale da Eira | Granja 3060 - 070 Ançã 3060 - 070 Ançã tlm: 916 476 621

tlm: 916 476 621 email: j.travessosilvalda@sapo.pt email: j.travessosilvalda@sapo.pt

Ê

Ê

email: j.travessosilvalda@sapo.pt


74472


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.