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Voto anticipado con 90% de participación

285 mil eleitores votaram antecipadamente no passado fim de semana

CORREIO / LUSA

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Um total de 285.848 eleitores votaram domingo para as eleições legislativas de 2022, correspondendo a 90,51% dos 315.785 que se inscreveram na modalidade de voto antecipado em mobilidade.

De acordo com os dados finais enviados pelos 308 municípios à Administração Eleitoral (AE) da Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna, os distritos de Évora (95,50%), Bragança (94,86%) e Castelo Branco (94,75%) foram os que registaram maior taxa de participação face ao número de eleitores inscritos entre os dias 16 e 20 de janeiro.

A votação antecipada em mobilidade decorreu em 403 locais definidos pelas 308 Câmaras Municipais, cabendo às Forças de Segurança a recolha e distribuição dos envelopes para serem entregues sábado, dia 29 de janeiro, às Juntas de Freguesia onde esses eleitores estão recenseados. Esses votos serão descarregados nos respetivos cadernos eleitorais antes da abertura das urnas no dia da eleição, 30 de janeiro de 2022.

No próximo domingo haverá 13.821 secções de voto abertas nos 308 municípios do continente e regiões autónomas dos Açores e da Madeira, mobilizando cerca de 70.000 membros de mesa.

Para garantir a segurança sanitária do voto e de todos os envolvidos, porque votar é seguro, a AE tomou várias medidas – como a redução do número de eleitores inscritos por cada secção de voto para 750 – e distribuiu mais de 100 toneladas de material sanitário pelas 308 Câmaras Municipais entre máscaras FP2 e cirúrgicas, álcool gel, batas, luvas e viseiras.

O Ministério da Administração Interna reforça o apelo a todos para o rigoroso cumprimento das normas de segurança sanitária durante o exercício de voto, garantindo a segurança do processo, nomeadamente: utilização de caneta própria; utilização de máscara; distanciamento social e higienização das mãos.

Recorde-se que a Direção-Geral de Saúde, acompanhando a recomendação dada aos eleitores em confinamento para votarem entre as 18h00 e as 19h00 do próximo domingo, também atualizou as regras a adotar nas eleições e que podem ser consultadas em https://www.dgs.pt/em-destaque/parecer-tecnico.aspx

Mais de 4,5 milhões com dose de reforço da vacina em Portugal

Mais de 4,5 milhões de pessoas já receberam a dose de reforço da vacina contra a covid-19, 74.259 delas na terça-feira, anunciou a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Na terça-feira foram registadas mais 80.786 inoculações de vacinas contra a covid-19, esquema primário completo e reforço, e contra a gripe. Até agora receberam a vacina contra a gripe mais de 2,5 milhões de pessoas.

Com a vacinação primária completa contra a covid-19 os valores superam os 8,7 milhões, com mais 2.661 pessoas a serem vacinadas na terça-feira última, dados relativos ao continente.

Segundo os números da DGS 92% das pessoas com 80 ou mais anos já receberam a dose de reforço da vacina contra a covid-19, uma percentagem superior, 94%, no grupo etário dos 70 aos 79 anos. Entre os 60 e os 69 anos receberam o reforço 87% das pessoas, e entre os 50 e os 59 70%.

A covid-19 provocou 5.614.118 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia.

Relatório dá conta que doença será como a gripe

Todos os portugueses estarão imunizados após a atual vaga da pandemia, o que deverá acontecer depois fevereiro, e a covid-19 vai evoluir para uma “doença residente” como a gripe ou a herpes, prevê o Instituto Superior Técnico.

“Entre vacinação e infeção, depois do final de fevereiro toda a população terá alguma imunidade ao vírus” que causa a covid-19, adianta o relatório do grupo de trabalho de acompanhamento da pandemia do Instituto Superior Técnico (IST) da Universidade de Lisboa que a Lusa teve acesso.

O documento adianta que, uma vez que toda a população residente em Portugal terá algum tipo de imunidade após esta vaga pandémica, a partir de meados de fevereiro é a altura de “preparar o pós covid-19 em Portugal”.

“Os sistemas de saúde terão agora de preparar a resposta para as pessoas em número a estimar que poderão sofrer de `longo covid´ e manter alguma reserva de resposta para eventuais variantes”, alertam Pedro Amaral, José Rui Figueira, Henrique Oliveira e Ana Serro, que compõem o grupo de trabalho coordenado pelo presidente do IST, Rogério Colaço.

O documento sublinha ainda que a “imunidade de grupo não se poderá alcançar e este vírus passará a fazer parte das preocupações futuras, como a gripe sazonal e muitas outras doenças”.

“Podemos considerar que a covid-19 passará a ser uma doença residente na Europa em geral e em Portugal em particular. O que não obsta a que se relaxem os mecanismos da avaliação, monitorização e resposta a esta doença em geral e a outras pandemias que, no futuro, são expectáveis”, alerta o relatório.

Segundo preveem os especialistas do Técnico, a covid-19 passará a ser uma doença a “longo prazo como em tempos foram poliomielite, sarampo ou varíola” ou, atualmente no mundo, a “dengue, febre-amarela, gripe, hepatite, herpes, HPV e SIDA, entre tantas outras”.

Em termos epidemiológicos, o relatório com dados de terça-feira alerta que o índice de transmissibilidade do vírus (Rt), depois de ter estado em “travagem forte até 19 de dezembro”, registou uma inversão da tendência de descida, o que tem como “explicação a explosão de contágios nas escolas (classe entre zero e 9 anos) e a campanha eleitoral” para as eleições de domingo.

No pico da incidência da atual vaga pandémica, Portugal deve atingir um valor real de 150 mil casos de infeção, dos quais serão visíveis apenas 60 mil a 65 mil casos que se obtém ao nível de saturação de testes.

“Prevemos que, em média a sete dias, não se supere os 50 óbitos por dia até 31 de janeiro”, refere o documento, referindo que, relativamente aos isolados, a campanha eleitoral “extremamente participada e os contágios descontrolados nas escolas” levaram estes números a superar mais de um milhão.

“Prevemos um número de casos em isolamento acima de 1.050.000 para o dia 30 de janeiro”, o que terá como consequência que o pico da incidência ocorra mais tarde, entre o início de fevereiro e o dia 12 do mesmo mês.

Eu voto,tu votas, Portugal ganha.