Card Player Brasil Digital - 54

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POKER

ESPORTE E ESTILO DE VIDA

UM DESAFIO CHAMADO ROTINA VOCÊ SABE O QUE É UMA APOSTA NÃO FORÇADA?

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HARRINGTON

NO HOLD’EM

DEZ ANOS DO ÚLTIMO GRANDE TÍTULO DE UM DOS HOMENS QUE REVOLUCIONOU O APRENDIZADO NO POKER MUNDIAL








SUMÁRIO Ed Miller

COM AS APOSTAS 10 CUIDADO NÃO FORÇADAS Você sabe o que é uma aposta não forçada? Ed Miller explica e mostra por quais motivos elas são tão perigosas.

Blefes Jonathan little

no Poker

The Book is on the Table

er

48. ENTREVISTA COM DAN HARRINGTON Prestes a completar 72 anos, nós relembramos a histórica entrevista com o mestre do ‘Action Dan’.

16 DOIS EM UM Dois conceitos muito importantes em apenas uma mão. A análise de Jonh Little de uma das mãos em que ele jogou no último PCA.

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HARRINGTON NO HOLD’EM

Conheça um dos livros mais vendidos de poker do mundo: Harrington no Hold’em – Volume I, de Dan Harrington e Bill Robertie. Fábio Maritan

ESPECIAIS

38 A IMPORTÂNCIA DO FOCO

E MAIS 24. EXPLICANDO O POKER COMO SE EU TIVESSE CINCO Squeeze

56. CADERNO PARTY POKER Aprenda a jogar no partypoker

64. CARD CLUB Clubes de Poker

Em plena era tecnológica, Fioba fala da importância de se manter cada vez mais focado quando jogamos poker.

Ivan Santana

44 um desafio chamado rotina Vilã ou aliada? Afinal, o que significa rotina para o jogador de poker? Descubra as respostas neste artigo de Ivan Santana.

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CUIDADO COM AS APOSTAS NÃO FORÇADAS Por Ed Miller

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postas não forçadas significam problema. Mas o que é uma aposta não forçada? Bem, vou dar o meu melhor para definir isso. O conceito é sutil, mas uma vez que você entenda a ideia, ela se torna uma arma poderosa. Primeiro, vou mostra um exemplo de uma aposta que sempre é não forçada: uma aposta no river que fecha a ação. Digamos que você esteja jogando $2-$5, com stacks efetivos de $500. Você abre para $20, e dois jogadores pagam. Após o flop, você aposta $40 em um pote de $67. O jogador no BTN paga. Você dá check-call na aposta de $70 do adversário no turn. Há $287 no pote. Você tem $370 para trás. Você pede mesa novamente no river e vê seu oponente apostar $180. Isso é uma aposta não forçada. Ele poderia facilmente pedir mesa e ir para o showdown — e é isso que faz a aposta ser não forçada. Ele não precisa apostar porque ele não precisa ter medo de dar uma carta grátis, ser blefado, deixar de ser o agressor etc. Se ele

pedir mesa, a mão simplesmente vai para o showdown. No geral, em limites baixos, ao vivo, apostas não forçadas significam problema. Por quê? Porque não é uma aposta defensiva ou padrão (exemplo: é padrão fazer uma c-bet depois de aumentar pré-flop). Apostas não forçadas são feitas por duas razões: por blefe ou por valor. Como jogadores desses limites tendem a blefar com menos frequência e são bem cuidadosos com suas apostas por valor, esse tipo de aposta pende para um range bem forte de mãos. Essas são apostas que você deveria ser recusar a pagar. Se você identificá-la, largue suas cartas e comece a pensar na próxima mão. O que deixa esse conceito enganador é que muitas pessoas fazem as apostas “forçadas”. O jogador não é forçado como se alguém estivesse com uma arma mandando-o apostar, mas ele sente que se não apostar, o desfecho pode ser trágico ou o adversário pode “tomar as rédeas” da ação. Por exemplo, como eu citei acima, a con-

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tinuation bet. Muitos jogadores acham que ao abrir raise pré-flop, eles devem continuar apostando no flop, seja para extrair valor ou para não mostrar fraqueza. Uma diferença óbvia nesses dois tipos de apostas é que a aposta não forçada, geralmente, é maior, quase sempre, mais da metade do pote, enquanto que a aposta “forçada” será algo entre 30 e 50% do pote. Por experiência própria, posso afirmar: fiquem mais preocupados com as apostas maiores em jogos de limites baixos. No entanto, algumas vezes, apostas forçadas podem ser bem grandes também, e elas não devem ser tão temidas. Um dos cenários mais comuns é quando o jogador vai all-in no flop ou no turn. Vamos a um exemplo: o jogo é $2-$5 e a maioria dos jogadores tem $500, mas o oponente desta mão tem $350. Ele abre raise para $25. Um jogador paga e você faz o mesmo no BTN, com A-Q. O flop vem Q♣10♥8♥, e seu adversário aposta $35 em um pote de $82. Você aumenta para $100, e ele vai all-in de $325 no total. Essa é definitivamente uma aposta grande, mas também é uma aposta forçada. Para entender o porquê, considere que seu adversário tenha algo como K-Q, J-Q ou um bom draw. Para a maioria, essas mãos são muito fortes para largar no flop. A decisão então é pagar ou dar raise. Porém, o call o coloca em uma situação bastante delicada. Ele fica com apenas uma aposta restante, fora de posição e com duas streets pela frente. Ele então opta por uma jogada defensiva, o all-in. Alguns também pensam que já estão comprometidos com o

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pote e tomam esse “atalho”. Como você pode ver, apesar de uma aposta grande, essa é uma aposta forçada, então você não precisa ficar com medo de dar call com seu A-Q. O mesmo vale para o turn. Você abre raise para $25, com A♠J♠, e dois jogadores pagam. Há $82 no pote novamente e um dos adversários tem $215 para trás. O flop vem J♥9♦3♥. Você aposta $45, e o button paga. Há $172 no pote e $170 no stack do seu oponente. O turn é um 7♣. Você coloca $80 e ele vai all-in, mais $90 para você pagar. Novamente, isso é uma aposta forçada. Ele pode ter 10-8 ou uma trinca? Sim. Mas ele também pode ter K-J, um par ou um flush draw, até mesmo algo com J-10 ou 10-Q. A razão por essa aposta ser forçada é porque ele se sente comprometido com o pote, por ter apenas $90 restando. Então, em vez de apenas pagar e dar call novamente no river, ele vai all-in. Essa é uma aposta que você deve pagar. Agora, pense na mesma situação, mas você e seu adversário possuem $700 de stack e ele deu raise para $200 no turn. Esse raise é uma aposta não forçada, já que se ele tiver uma mão como K-J, ele apenas dará call na maioria das vezes. Então, é bom você considerar largar seu top pair. A diferença entre apostas forçadas e não forçadas às vezes podem ser sutis, mas aprender a diferenciá-las lhe ajudará a fazer bons calls e a realizar grandes folds.

Ed Miller @edmillerauthor notedpokerauthority.com

Ed Miller é uma das maiores autoridadets mundiais em teoria do poker. Ele é instrutor do stoxpoker.com


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Tradu Adaptação ção: Igor Li ns : Marcelo Souza

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ecentemente, joguei uma mão em um evento turbo de US$ 2.200 no PokerStars Caribbean Adventure (PCA) que achei bastante interessante. Ela demonstra dois conceitos-chave que você deve dominar se quiser ter sucesso em torneios de poker: 1. Evite jogar potes gigantescos sem que você esteja nuts ou com o segundo melhor jogo possível. 2. Analise constantemente o range de mãos do seu oponente e ache a melhor forma de tirar proveito disso. Com stacks efetivos de 30.000 fichas e blinds em 200-400 com ante de 50, um jogador entrou de limp no

meio da mesa. Essa era a primeira vez que ele entrava de limp, mas certamente ele estava fazendo isso com um range bem amplo. Claro que ele poderia estar entrando de limp com uma mão premium e armando uma armadilha, mas isso são casos raros. A ação rodou em fold até mim no botão. Com A♥ J♥, eu decidir aumentar para 1.500. Aumentando, eu consigo construir um pote, em posição, contra um jogador que certamente tem a pior mão. Quando você está esmagando o range do seu oponente e tem posição, é preciso ter confiança para inflar o pote, uma vez que o limper irá pagar o raise quase sempre, independente da força de sua mão. Para minha surpresa, tanto o small blind (SB) quanto o big blind (BB) pagaram, assim

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como o jogador que entrou de limp. Nesse ponto, todos eles poderiam ter qualquer coisa, menos mãos extremamente fortes, como A-A e K-K, uma vez que eles reaumentariam pré-flop. O flop veio A♦ 4♦ 4♣, me dando top pair com um bom kicker. Os três jogadores pediram mesa. Eu penso que fazer uma aposta pequena por valor é a jogada ideal. Se apostasse uma quantia grande, apenas oponentes com um Ás, um 4 ou um flush draw pagariam. No entanto, se aposto um valor baixo, posso atrair outros tipos de mãos para o jogo. Apostei 2.000 em um pote de 6.450. Apenas o limper pagou. Para mim, seu range incluía Ases fracos, um 4, um par menor, uma queda para o flush e poucas mãos que não parearam. O turn foi um 4♠, me dando um full-house. Ele deu mesa. Levando em consideração seu provável range, ele poderia ter um Quatro, que me deixaria drawing dead; um Ás, que não daria fold

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para nenhuma aposta; um par menor, que poderia pagar uma aposta pequena; ou flush draw, que desistiria para qualquer aposta. Contra essas possibilidades, eu deveria apostar pouco, para extrair valor de pares menores; ou pedir mesa, esperando que meu adversário possa blefar o river. Observe que se ele tiver uma quadra, pedindo mesa, não perderei um pote gigante, o que é extremamente importante nos estágios iniciais de um torneio. Claro que se meu adversário não gosta de largar nada, eu devo fazer uma aposta considerável, acreditando que ele não dará fold com nenhum par ou até mesmo com um flush draw. Eu não achava que ele era um jogador ruim, então pedi mesa. O river foi um K♥. Ele rapidamente fez uma aposta de 5.000 em um pote de 10.450. Mesmo eu tendo uma mão muito forte, não há motivo nenhum para dar



raise nessa situação. Ele nunca largaria um Ás. E se minha mão não é a melhor, posso economizar fichas. Caso ele esteja superestimando o valor de um par de Oitos ou de Noves, ele sempre dará fold frente a um raise, a não ser que seja um jogador extremamente fraco. Ou seja, apenas pagar é a melhor opção, mesmo sabendo que dividirei ou vencerei o pote na maioria das vezes. Eu pago, e ele mostra 5♠ 2♠, absolutamente nada. Ao fazer um bom aumento pré-flop e apostar pouco no flop, eu mantive meu oponente no jogo com uma mão que já estava praticamente morta. Se ele pensou que conseguiria extrair muitas fichas se acertasse a sequência, ele se enganou. Eu perderia, no máximo, mais uma ou duas apostas. Quando jogar contra alguém que tem um range bem amplo, a menos que acerte um monstro pós-flop, não é aconselhável tentar extrair valor nas três streets. Muitas vezes, pedir mesa no turn pode lhe economizar fichas ou pegar um blefe descarado, como eu fiz.

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Jonathan Little Jonathan Little joga profissionalmente há quase 10 anos. Ele tem dois títulos do WPT e já ganhou mais de US$ 6 milhões em torneios ao vivo.





EXPLICANDO POKER COMO

SE EU TIVESSE CINCO

Quando jogamos poker por muitos anos, é fácil de esquecer que a linguagem técnica do jogo pode ser bem diferente da linguagem tradicional, principalmente para nós, cuja língua é o português. Se você não lê bastante ou é iniciante no jogo, alguns conceitos podem ser desconhecidos ou passar batidos. O que são implied odds reversas? O que é stack to pot ratio? Para relembrá-lo ou ajudá-lo a não ficar perdido em meio a uma conversa de profissionais, trazemos esta nova coluna: “Explicando Poker Como Se Eu Tivesse Cinco”. Em cada edição, um novo conceito ou termo — e é provável que você sempre cruze com um ou dois no meio dos nossos artigos.

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SQUEEZE Por Equipe Card Player

O CONCEITO: SQUEEZE. O QUE É ISSO?

OK, AGORA EXPLIQUE COMO SE EU TIVESSE CINCO

Depois de um raise inicial e de um call, você tem a oportunidade de levar o pote sem precisar necessariamente de uma mão como A-A ou K-K, bastando para isso fazer uma grande 3-bet. Esse movimento coloca seus oponentes em uma situação bem ruim e faz com fique difícil para que eles continuarem na mão. O squeeze geralmente é feito pré-flop, mas pode ser usado em outras streets. Ele também pode ser feito contra mais de dois oponentes, especialmente em jogos passivos.

Quando um jogador aumenta e outro paga, você pode blefar dando reraise. O primeiro jogador será “espremido para fora do pote” porque ele estará preocupado com o jogador que pagou o aumento. Este último também irá dar fold porque já não mostrou muita força apenas dando call.

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ME DÊ UM EXEMPLO Vamos dizer que você está jogando um jogo local com blinds $2-$5 e tem um stack de $600. Um jogador do meio da mesa, que tem sido bem loose e agressivo, aumenta para $20. O jogador do cutoff, sujeito fraco e passivo, paga o raise. Você olha sua mão no button: 6♦5♦. Você poderia dar call e ver o flop, ou simplesmente dar fold. Mas, em vez disso, quer tentar o squeeze e aumenta para $70. O agressor agora foi “espremido”. Ele está fora de posição e tem que se preocupar não só com você, mas com o cutoff que também deu call. Este, por sua vez, não deve ter algo muito bom, já que deu apenas call nos $20, então ele dá fold também. Você tem $47 de lucro, sem ao menos ter que ver o flop, com uma mão especulativa. A chave para um squeeze é usá-lo contra um jogador loose, que provavelmente terá mãos fracas. No exemplo acima, se um dos dois jogadores pagarem a sua 3-bet, você ainda tem a vantagem de agir por último e até mesmo ver o turn de graça.

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Você também precisa ter certeza de usar o squeeze contra os adversários certos e nas situações certas. Não use o squeeze se: ♠ quem abriu raise é tight ou aquele típico jogador teimoso, que não larga a mão “nem à machadada”; ♠ seus oponentes estão com poucas fichas, afinal eles podem decidir ir all-in por causa do dinheiro que já deixaram no pote; ♠ você já vem usando a jogada com frequência. Bons jogadores podem dar call no primeiro raise para lhe induzir a fazer o squeeze. Por fim, lembre-se que quanto menor a sua 3-bet, melhor, já que você economizará fichas quando a jogada falhar. No entanto, se seu reraise for muito pequeno, seus adversários não vão dar fold, já que eles poderão ver o flop por um preço especial. ♠


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THE BOOK IS ON THE TABLE

Harrington no Hold’em mostra a você as táticas necessárias para enfrentar centenas (às vezes milhares) de mãos que é preciso ganhar para chegar à mesa final. As estratégias do renomado autor e membro do Hall da Fama do Poker Dan Harrington são a base do poker moderno, focadas na sobrevivência durante os estágios iniciais e médios dos torneios de No-limit Hold’em. Um dos jogadores de No-limit Hold’em mais bem-sucedidos, Dan Harrington conquistou o bracelete do Main Event da World Series Of Poker em 1995, além de ter chegado à mesa final em 2003 e 2004. Nesta trilogia, Harrington e o bicampeão mundial de gamão, Bill Robertie, criaram uma verdadeira obra-prima do No-limit Hold’em para jogadores que querem vencer.

Analisando uma Aposta no Poker: As Duas Partes

Exemplo Nº 4. Vamos considerar que na última mão você decidiu dar fold ao invés de pagar a aposta. Estamos agora exatamente uma rodada após aquela mão. Novamente você é o quinto a falar. Com a perda daquela mão, mais os blinds e antes, seu stack está em $20.000. Os outros jogadores possuem aproximadamente o que tinham anteriormente. Você recebe

Os quatro primeiros dão fold. Mais uma vez você faz seu aumento padrão de $2.000. Os três jogadores logo depois de você também dão fold, mas o small blind, com $18.000 e um histórico de jogadas agressivas com raises e reraises, aumenta a aposta para $5.000. O big blind dá fold. O que você faz? Discussão: Novamente, esta parece uma aposta muito alta. Você aumentou um pouco mais de três big blinds, e um reraise alto veio de um jogador fora de posição. Agora vamos enxergar a mesa através dos olhos do small blind. Ele o viu roubar vários potes em um curto período de tempo (Claro que ele não tem certeza de que você

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estava roubando – poderiam ser apostas com jogos sólidos. Mas parece que você estava roubando, e é isso que importa). Algumas mãos atrás ele o viu tentar roubar e depois dar fold, quando o big blind voltou por cima. Agora, aqui está você de novo, provavelmente tentando roubar mais um pote. Que tipo de mão ele pode ter? Sob essas circunstâncias, pode ter qualquer coisa. Seu A♠Q♥ pode até ser a melhor mão no momento! Não acho que você deveria dar fold, mas também não pagaria apenas. Em vez disso, eu aumentaria! Já que qualquer raise significativo compromete pelo menos metade de seu stack, entre de all-in e veja o que acontece. Na maioria das vezes ele desistirá. E, se pagar, você ainda pode ganhar o pote no showdown. Todas as decisões nesta mão derivam das imagens que você e o small blind possuem à mesa. Se você estivesse com uma imagem sólida e tight, jogando poucas mãos, e o small blind tivesse construído uma imagem semelhante, você teria que descartar seu A♠Q♥. Sua aposta seria interpretada como a representação de uma mão tão forte como a que você realmente tem, e o raise de seu oponente indicaria uma mão ainda melhor, com alto grau de certeza. Sob essas circunstâncias, recue sem fazer alarde. Se você decidir dar fold nessa situação, esteja ciente de que sua estratégia para esta mesa deve mudar drasticamente. Seus oponentes já viram você roubar alguns potes, e também viram você recuar quando confrontado com um reraise. As próximas vezes que entrar em um

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pote, tenha certeza de que haverá ação. Então mude imediatamente para um estilo conservador e se prepare para disputar um pote grande quando entrar em uma mão. Você não conseguirá roubar potes com facilidade por um bom tempo, mas terá algumas oportunidades para dobrar seu stack.

Problemas Observar os jogadores é uma habilidade fundamental em uma mesa de poker. O problema 3-1 é um exemplo prático do processo de observação, tornando essa mão especial. O que fazer e o que não fazer quando se tenta roubar, com base no que pôde ser visto na mesa, encontra-se nos problemas 3-2 e 3-3. O problema 3-4 é um exemplo que mostra a importância de observar a si mesmo. O 3-5 mostra os perigos de não prestar atenção aos outros jogadores e em suas características. Mão 3-1

Situação: Estágios iniciais de um torneio satélite de mesa única. O jogador A entra em muitos potes. Duas mãos atrás, o jogador A entrou de limp e depois pagou um pequeno raise de duas vezes o big blind. O jogador E disputou apenas uma mão, que acabou vencendo. Sua mão: K♥7♥

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TÍTULO: Harrington no Hold’em (2ª Edição) – Estratégias Avançadas para Torneios No-Limit – Volume I: Jogo Estratégico (Harrington no Hold’em – Expert Strategy For No-Limit Tournaments – Volume 1: Strategic Play) AUTORES: JDan Harrington e Bill Robertie NÚMERO DE PÁGINAS: 404 PREÇO: R$ 95,00 DISPONÍVEL EM: www.raiseeditora.com







A IMPORTร NCIA

DO FOCO Por Fรกbio F1oba Maritan

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m dos grandes trunfos de um bom jogador é trabalhar na infinidade de possibilidades que jogar poker proporciona. Para o ambiente competitivo do poker profissional, estar focado diz respeito a concentrar toda atenção nas ações que ocorrem na mesa e usá-las no decorrer do tempo. Oras, partindo do ponto que informação é sinônimo de fichas, nada mais justo que se esforçar nesse sentido. O grande problema é que, seres humanos que somos, facilmente somos

distraídos pelo mundo à nossa volta. Distrações que vão desde um simples cheiro diferente até algo mais comum hoje em dia: a conexão com o mundo virtual. A evolução tecnológica que conecta as pessoas, principalmente através de seus smartphones, nos coloca de frente a um bombardeio de informações, muitas vezes totalmente nocivas à produtividade. Consultar o celular uma vez ou outra, tudo bem, muitos jogadores até usam desse artifício para relaxarem um pouco,

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porém, o problema, como sempre, está nos excessos. Considerando que um torneio de poker exige horas e horas de concentração, é natural que nossa mente se distraia e o nosso nível de atenção oscile. Como já sabemos, em um curto lapso de tempo mal gerido, fichas construídas em dias passam para a pilha do adversário em instantes, e aquela oportunidade diz adeus. Aquela situação que, quando posteriormente observada, seria diferente caso fosse revivida. E olha que hoje não estamos falando das tão cruéis bad beats. Daí que entra algo de extrema importância: a disciplina. Disciplina para focar em si mesmo quando a mente quer escapar. Controlar os próprios impulsos e emoções. Com certeza, jogadores mais experientes se dão bem com esse predicado. Aquela cobrança de você com você. A meu ver, somente técnica — nem mesmo inteligência — é suficiente para o sucesso no poker moderno. Vários jogadores são muito fartos nesse sentido, porém não logram êxito, pois pecam demais no aspecto emocional, principalmente no que tange ao foco e disciplina. Aqui cabe frisar também o quanto a má disciplina impacta na gestão de bankroll. Interessante

que, até então, questões relacionadas à inteligência emocional não eram tratadas como um adendo nos cursos e coachings de poker espalhados por ai. Talvez porque o dinheiro já tenha sido mais fácil anteriormente, mas é perceptível a ascensão desse quesito nos jogadores bem-sucedidos na atualidade. No mais, ciente que nunca será o bastante, quanto mais esforço para se diferenciar em relação ao universo de jogadores, mais se tem a ganhar. Seja no aspecto técnico ou emocional do jogo. Caso queira de verdade, procure um profissional de referência na área e acelere sua evolução. Sucesso nas mesas e até a próxima.

Fábio “f1oba” @f1oba

Fábio Maritan é jogador e instrutor do Samba Poker Team. Ele possui mais R$ 1,8 milhão em prêmios apenas no PokerStars.

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OS MELHORES BARALHOS DO MUNDO




UM DESAFIO

CHAMADO ROTINA Por Ivan “RoyalSalute” Santana

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cordar, engatar na sessão um pouco atrasado, jogar, fazer reta final de alguns torneios, terminar no “ferro”. Assistir a um seriado, jogar LoL (League of Legends), dormir. Dia seguinte, o mesmo. De vez em quando, um review ou algum evento social. Muitos jogadores de poker on-line podem reconhecer nessa breve descrição a sua rotina. Porém, ela contém um ciclo de decisões erradas. E essas decisões têm um efeito poderoso e direto sobre o progresso nas mesas. Olhar para o seu dia a dia e ter senso crítico para enxergar o que pode ser melhorado é essencial para acelerar o desen-

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volvimento no poker. A rotina descrita acima não é a ideal para o progresso em nenhum trabalho, nem para uma vida plena. No entanto, se você se reconheceu nesse ciclo, não precisa se alarmar. Escolha um ponto por vez e dedique-se para melhorá-lo com calma. Não adianta querer virar um monge budista do dia para noite. Isso não vai acontecer e você só vai terminar com mais frustrações por não ter conseguido executar um plano que de antemão estava fadado ao fracasso. Uma pequena mudança por vez é o segredo para substituir maus hábitos por bons. Para os que gostam de ler, sugiro o livro “O Poder do Hábito”, de Charles Duhigg.


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Para mim, foi um ótimo ponto de partida para entender como nossos hábitos podem gerar boas ou más rotinas. Você pode optar por um banho gelado, uma meditação de cinco minutos ou qualquer outra pequena mudança. Ela pode ser o suficiente para mostrar a si mesmo que você consegue mudar. Concentre seu foco em apenas uma mudança por vez. Sugiro iniciar as manhãs com o novo hábito, pois no decorrer do dia vamos ficando com menos energia para colocá-lo em prática. Procuramos incentivar esse comportamento nos jogadores do FLOW e reiteramos a eles, em diversos meios de comunicação e de diferentes maneiras, a importância do equilíbrio e das decisões fora das mesas para construir um caminho sólido e uma carreira no poker. Escolha um novo hábito que te faz bem, transforme-o em prioridade e execute-o ao iniciar o dia. Esse é um bom caminho para, aos poucos, construir uma rotina que ajuda a maximizar seu potencial e eliminar os hábitos que lhe sabotam. Planeje hoje e execute amanhã. Nos vemos nas mesas.

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Ivan Santana @ IvanRoyalSalute www.ivanroyal.com.br

Ivan Santana é um dos maiores e mais respeitados especialistas em cash games do Brasil. Ele é instrutor do FLOW e autor do livro “The Royal Book”.


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HARRINGTON NO HOLD’EM

DEZ ANOS DO ÚLTIMO GRANDE TÍTULO DE UM DOS HOMENS QUE REVOLUCIONOU O APRENDIZADO NO POKER MUNDIAL

WPT

Harrington é um dos nomes mais consagrados do poker mundial. Membro do Hall da Fama do Poker, ele escreveu a trilogia Harrington no Hold’em (disponibilizado em português pela Raise Editora), best-seller que foi o passo de entrada para muitos jogadores no mundo profissional. “Action Dan” foi capa da Card Player Brasil em 2007, logo após seu título milionário no WPT Legends of Poker. Agora, dez ano depois e prestes a completar 72 anos, nós o homenageamos trazendo de volta essa histórica entrevista.


e t a m e Xequ Dan Harrington Usa o Poker como um Peão do Xadrez para Obter o Sucesso Financeiro de um Rei Por Justin Marchand

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a cobertura em que Dan Harrington mora, uma mesa enfeitada e cheia de pranchetas ocupa o ponto central de uma espaçosa sala de estar. Uma antiga mesa de xadrez contrasta com uma parede de vidro e metal, que oferece uma vista panorâmica do luxuoso cruzamento da Third Street de Santa Monica. A grande televisão de plasma, sintonizada na CNBC, fornece dados de ações da bolsa valores, e as prateleiras cheias de livros sobre gamão, xadrez, administração e imóveis, sugerem as matérias-primas com as quais Harrington construiu sua singular vida. O advogado aposentado, de 63 anos, mestre do xadrez e sábio do gamão, passou sua vida transformando suas habilidades para atuar em jogos de competição em sucesso financeiro extraordinário. O campeão do World Series of Poker de 1995 acumulou mais de $6 milhões em ganhos em torneios ao longo de sua carreira de mais de 20 anos no poker. Contudo, esse título significou, e ainda significa, muito pouco para ele. Em vez disso, ele confirmou a tese de Harrington de que os jogos, seja poker, xadrez, gamão, investimentos ou mercado imobiliário, são vencidos com uma abordagem bem estudada e disciplinada. Harrington “se aposentou” do poker pouco depois de sua vitória no campeonato do World Series. De 1996 a 2003, ele obteve apenas nove ganhos em torneios e, em vez disso, passou a se concentrar em fazer de seu negócio, a Anchor Loans, a maior empresa de financiamento imobiliário dos Estados Unidos. Sua empresa empresta dinheiro a empresários e investidores que não conseguem obter financiamento suficiente por meios tradicionais para reformar casas e apartamentos residenciais em áreas dilapidadas. Harrington afirma que voltou ao feltro apenas depois que começou a assistir ao poker televisionado, em 2003. “Eu disse: Eu lembro como se joga no-limit hold’em, e sei jogar muito melhor do que eles”, recorda. CardPlayerBraSIl.Com

“Foi isso que me tirou da aposentadoria e fez com que eu jogasse novamente”. Não era necessário aprendizado para “Action” Dan. Em 2003, ele novamente chegou à mesa final do evento principal do WSOP, terminando em terceiro lugar. Depois, em um dos feitos mais impressionantes da história do poker, ele novamente chegou à mesa final em 2004. Esses dois desempenhos lhe garantiram mais $2 milhões no bolso. Harrington então estremeceu o mundo editorial do poker ao lançar os três volumes do Harrington on Hold’em. O abrangente tratado, co-escrito por Bill Robertie, apresentou pontos cruciais, cálculos “MZone” e outros termos ao vernáculo comum de todos os estudantes sérios de torneios. Foi um grande sucesso, deu a Dan muito dinheiro, e enfureceu muitos veteranos de torneios. No início do ano que vem ele lançará sua segunda série de publicações, com sua enorme sabedoria dessa vez focada para cash games. Este ano Dan entrou para uma categoria de elite, depois de se tornar um dos cinco jogadores que ganharam um campeonato do WSOP e um título do World Poker Tour. Em agosto, ele superou 485 competidores e ganhou o título do Legends of Poker do The Bicycle Casino’s, e o maior pagamento de sua carreira: $1,6 milhão. Harrington emprega alguns jogadores de poker na Anchor Loans. Ele diz que, se você conseguir dominar com sucesso as considerações de eqüidade e os problemas que o poker apresenta, deve expandir seus horizontes. “Se você tem talento para o poker, pode ganhar muito mais no mundo dos negócios”, afirmou ele. Quer Dan goste ou não, ele é uma das lendas vivas do poker. A Card Player teve sorte de obter a perspectiva dele sobre tudo, desde a administração de dinheiro até as mais importantes estratégias para 49


desenvolver seu jogo de poker e seu sucesso financeiro. Justin Marchand: Existem muitas pessoas no poker que se beneficiariam imensamente de sua visão dos negócios. Há muitos jogadores que abandonam a universidade para jogar poker. Alguns ganham muito dinheiro e têm pouco ou nenhum talento para administrá-lo. Que conselho você daria a esse grupo para ajudá-los a manter uma liquidez satisfatória e ao mesmo tempo economizar e construir um futuro? Dan Harrington: O problema da liquidez em um ambiente de apostas é que a quantidade de dinheiro de que você precisa em relação ao que você aposta é muito maior do que as pessoas sequer suspeitam. De modo conservador, em relação ao limit poker, eu precisaria de pelo menos 1.000 big bets para o nível em que estivesse jogando, e subiria de nível apenas depois de ter estabelecido o conhecimento básico para o próximo limite. Eu acho que todos os jogadores deveriam declarar impostos sobre o dinheiro que ganham e aprender um pouco sobre investimentos. Investir não é uma ciência exata. Existem muitos fundos mútuos disponíveis que oferecem 90% da vantagem que um investidor profissional receberia, e isso é mais do que suficiente para acumular dinheiro com um baixo índice de risco. Existem muitos benefícios advindos da declaração do que se ganha. Um, se você se declarar como apostador profissional, passa a ter dinheiro deduzido da Seguridade Social, coisa de que precisará no futuro. Você também obtém os benefícios médicos da Medicare. Isso também possibilita que você invista em ações e outros itens que têm uma taxa de retorno razoável. Jogadores que não fazem isso enterram seu dinheiro embaixo do colchão. Eles podem pensar que estão levando vantagem ao evitar pagar 2530% em impostos, mas esse dinheiro não cresce sozinho e eles não poderão fazer investimentos legítimos, pois o governo perguntaria: “Onde você 50

A abrangente série de livros se tornou leitura indispensável para todos os estudantes sérios de torneio.

conseguiu esse dinheiro?” Então, em vez disso, muitos jogadores de poker investem seu dinheiro na economia informal. Eles investem em outros jogadores de poker. Geralmente, quando outro jogador de poker necessita de dinheiro para jogar, há uma razão para isso: significa que ele não tem obtido sucesso. Eles investem informalmente na aventura de seus amigos, e geralmente acaba sendo só isso, uma aventura informal, e dinheiro algum retorna. É bem verdade que eles tiraram do governo 25-30%, mas, daqui a 10 anos, esse dinheiro vale muito menos do que se tivesse sido colocado no colchão, devido a investimentos fracos, gastos excessivos e inflação, que come 3% ao ano. JM: Por que você acha que existe um círculo tão vicioso de auge de acúmulo de riqueza e depois falência com tantos jogadores de qualquer nível? DH: Uma das coisas que torna um jogador muito bem sucedido é a habilidade de, em momentos de estresse, desconsiderar o valor do dinheiro. Se você começar a encarar aquela aposta como um ótimo automóvel, pode não querer apostar e possivelmente perder o carro. Entretanto, se você tiver a habilidade de desconsiderar isso e encará-la apenas como fichas e números, alcançará o sucesso. O problema com essa habilidade é que as pessoas que a possuem geralmente não conseguem controlála. Quando o jogo acaba, o dinheiro permanece sem valor para elas, que simplesmente não compreendem seu valor. JM: Você está falando sobre cash games aqui, correto?

A Raise Editora, através da “Série Obras-Primas do Poker”, traz ao público brasileiro a trilogia Harrington no Hold´em em português.

DH:: Sim. Torneios são completamente diferentes. A volatilidade dos torneios é muito grande. Sinceramente, eu não acho que você deva viver de torneios. Considero isso impossível. Mesmo que você seja um jogador excepcional, os custos são simplesmente muito altos. Meus gastos são de cerca de $180.000 por ano para jogar cerca de 10 torneios por ano, e eu jogo um terço dos eventos que meus compatriotas jogam. Se você for jogar poker e se dedicar aos torneios, é melhor que seja rico: e se você é rico, por que jogaria em torneios de poker? Obviamente, nós vemos alguns nomes constantemente aparecendo nas listas de vencedores. Eles são jogadores excepcionais. Mas o problema é que existem muitos outros jogadores excelentes que você simplesmente nunca viu. E não é porque eles estão jogando mal. É a variação. Você precisa ter muita sorte. Eu sou um dos jogadores de torneio mais bem sucedidos, mas ainda acho que não faço outra coisa além de perder! A realidade do poker é que apenas um ou dois em cada 100 jogadores irá ganhar muito dinheiro com isso. JM: De tudo que eu li sobre você, os negócios vêm em primeiro lugar, depois vem o poker. Houve algum momento de sua vida em que o poker era seu foco principal? DH: Vinte e cinco anos atrás, eu dava ao poker uma importância muito maior em minha vida. Mas o número de vezes que eu passei uma noite inteira jogando poker talvez possa ser contado em uma mão. A adrenalina nunca esteve presente para que eu fizesse isso. Como todo grande entusiasta, eu aprendi o jogo na faculdade. Ganhei algum dinheiro, não muito, mas trabalhava em alguns empregos que CardPlayerBraSIl.Com


complementavam minha renda. JM: Como você evoluiu até se tornar um vencedor consistente? Você não tinha Harrington no Hold’em como seu tutor naquela época. DH: Eu li todos os livros disponíveis. Não havia muitos, mas eu os li todos. Uma coisa que eu aprendi com todos eles foi que jogar tight era o certo. Mas isso era tudo que eles pregavam naquela época. Eles não ensinavam maneiras de desviar dessa estratégia, mas aquilo foi suficiente para me guiar nos anos iniciais. Mais tarde, surgiram livros que ampliaram meus horizontes. Nos idos de 1970, David Sklansky escreveu o Teoria do Poker, que é excelente. Ele também escreveu um livro sobre limit hold’em que graduava as mãos e falava da posição como um fator a ser levado em consideração. Enquanto jogava, eu basicamente aprendia por amostragem estatística. Eu determinava quais eram os melhores adversários contra os quais jogava, e então passava a copiar seus estilos. JM: E quem foram os jogadores mais bem sucedidos com que você se deparou àquela época? Era o impressionante grupo do Mayfair Club? DH: Sim, e eu também joguei no World Series quando fui a Vegas no começo dos anos 80. Bobby Hoff era um dos mais bem sucedidos. Na verdade, estou dedicando cerca de 50 páginas do meu novo livro sobre cash games ao Bobby enquanto jogador e a suas teorias sobre poker. Ele é considerado um dos melhores jogadores de cash games do mundo. Steve Lott e Ray Zee são dois outros grandes jogadores. Ray tinha uma excelente abordagem sobre o poker como um todo — não apenas em relação à parte técnica, mas uma abordagem holística do poker, que foi provavelmente a mais profunda que já observei. JM: Em retrospectiva, você deve achar impressionante que o grupo que freqüentava o Mayfair Club tenha ganhado 20 braceletes do World Series of Poker e alguns títulos do World Poker Tour. DH: Ray Zee, ainda nos anos 80, me disse: “Dan, espere e você verá. Aquele grupo de jogadores com os quais você joga irá revolucionar o CardPlayerBraSIl.Com

poker. Você verá todos os melhores jogadores saírem daquele grupo”. Ele dizia já nos anos 80 que aqueles jogadores seriam a vanguarda do novo boom do poker. JM: O que aquele grupo possuía para conseguir fazer tanto sucesso não apenas no poker, mas em muitos outros jogos e empreitadas competitivas? DH: Aquele grupo era a nata dos melhores jogadores da área metropolitana de Nova York. Quase nenhum deles começou no poker. Eles vinham do gamão, xadrez, seja lá o que for. Eles eram simplesmente os caras mais afiados, e acabaram no poker. Você via talentos como Jason Lester, Erik Seidel, Howard Lederer, Steve Zolotow, Paul Magriel e Jay Heimowitz, que, na verdade, era um jogador exclusivo de poker. JM: Que habilidades e capacidades de jogos como xadrez, gamão e poker são relevantes para os negócios? DH: Esses jogos lhe ensinam a considerar eqüidade, especialmente o gamão. Eles ensinam como pesar as probabilidades e antever exatamente quais são suas chances de sucesso, diante de determinadas circunstâncias. O xadrez ensina a

virtude da paciência e da disciplina de se sentar ali e tentar resolver os problemas que se apresentam. E o poker é uma combinação de todos esses princípios. Ele apresenta considerações de eqüidade e problemas simultaneamente – e isso se traduz muito bem no mundo dos negócios. JM: Você é um ex-mestre de xadrez, esporte que tem sido organizado com torneios nacionais e internacionais há décadas. Com todo o dinheiro do poker, você acha que é preciso uma regulamentação uniforme e estruturação similar à do xadrez? DH: Absolutamente. A IMG, os grandes agentes que lidam com tênis e golfe, veio falar comigo. Eles viram que o poker era muito promissor. Disseram que se trata de uma coisa muito inteligente. Falaram: “se vocês não organizarem o poker em alguma espécie de liga ou série de campeonatos reconhecido por todo mundo no meio, correm o risco de ver o esporte fenecer, pois não terão nenhum padrão de qualidade”. O problema do poker é que muitos jogadores são individualistas demais. Embora seja bom a longo termo para o esporte, eles pensam: “Se eu estou ganhando muito dinheiro, por que precisaria de uma porcaria de liga?” Então,

uma História da Mesa Final Dan Harrington participou de três mesas finais do Evento Principal do World Series of Poker. Olhando para esses resultados, é fácil observar a trajetória evolutiva do poker enquanto popular esporte televisionado. Em 1995, quando Harrington ganhou o evento principal, 273 jogadores entraram na disputa e ele ganhou exatos um milhão de dólares. Em 2003, pela primeira vez se percebeu a influência da exposição do poker televisionado e o advento dos participantes vindos do poker online. Naquele ano, Dan enfrentou 839 oponentes, um aumento de 33% em relação ao ano anterior (que teve 631 jogadores). Chris Moneymaker, o contador do Tennessee com nome hollywoodiano, levou o título. Pela sua terceira colocação, Dan embolsou $650.000. Em 2004, o tamanho da competição explodiu para 2.576 jogadores. Apesar desse aumento de mais de 200%, Harrington novamente conseguiu chegar à mesa final e acabou em quarto lugar, faturando $1,5 milhão. 51


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Andria Smith

“A volatilidade dos torneios é muito grande. Eu não acho que você deva viver de torneios. Considero isso impossível.”

até agora, todos os esforços de organização foram infrutíferos. Nós tivemos uma chance, estávamos organizando a PPL. Mike Minor e Chip Reese eram os grandes entusiastas dessa iniciativa, e queriam juntar todos os grandes jogadores para formar uma liga. Eu achava que eles tinham a melhor combinação de idéias até então, e é uma vergonha isso não ter saído. O dinheiro que seria destinado a patrocinar essa liga desapareceu. JM: Passemos a um tópico com o qual quase todo mundo no poker é familiarizado: seus livros. A introdução de sua primeira obra diz que no-limit hold’em é um “jogo amplo e complexo”, e que você não poderia espremer tudo em um único volume. De todas as estratégias, conceitos e dicas que você aborda na série “Harrington no Hold’em”, quais são os mais importantes para o sucesso a longo prazo? DH: Uma das coisas mais importantes é permanecer dentro de seu limite. Eu já vi muitos jogadores fracos obterem sucesso no jogo simplesmente porque reconhecem suas limitações e não vão além. Você não precisa ser o melhor da partida. Precisa apenas jogar contra oponentes mais fracos do que você. Em última análise, é preciso apenas se conhecer e jogar bem no nível em que está. JM: Após escrever a série, houve aspectos de seu próprio jogo que melhoraram? DH: Ah, 100%. Meu jogo melhorou consideravelmente durante a confecção do livro. Muitos jogadores disseram que eu não falei nada de revolucionário. Os bons jogadores entendem o que todas essas manobras significam, mas o livro ajuda a priorizá-las. Quando você joga há muito tempo, esquece que a posição é mais importante do que a força de sua mão. O livro realmente me ajudou a saber de novo o que priorizar quando eu jogava. Eu sabia que do mesmo modo como os livros de poker continham informações, precisavam de atualizações. Foi aí que o xadrez entrou em cena. O xadrez tinha


600-700 anos de informação, e eles aprenderam como fazer isso. O poker estava em sua infância, e eles não sabiam como. É bem verdade que houve alguns bons jogadores que escreverem livros interessantes, mas, francamente, eles não traziam informações de maneira palatável. Muitos deles diziam: “Eu sabia que essa pessoa desistiria se eu fizesse tal aposta”. Bem, isso é muito bom, mas, enquanto leitor, como você saberia que aquela pessoa ia dar fold? O que ocorreu durante o processo de decisão? Eu sabia, por causa do xadrez, que era isso que as pessoas queriam, e elas queriam que isso fosse colocado de maneira esclarecedora. JM: Que tipo de críticas (se é que ocorreram) você recebeu de colegas jogadores depois que a série foi lançada? DH: Ah, recebi muitas. Inclusive, um famoso incidente aconteceu com Erik Seidel. Erik pegou uma crítica da Amazon, me enviou e disse: “Vai se f----, Harrington!” E alguns dias depois, ele pegou outra crítica da Amazon, me enviou, e disse: “Vai se f---- de novo, Harrington!” Depois, uma vez ele chegou para mim e disse: “Eu espero que você esteja feliz com os $50.000 que você ganhou com esses livros”. Eu disse: “Erik, eu quero que você se sinta melhor... Eu ganhei bem mais do que $50.000 com o livro, então espero que você se sinta melhor” (rindo). JM: Fale-me sobre a próxima série: cash games de no-limit hold’em. Quando ela estará nas prateleiras? DH: Ela sairá no máximo em março de 2008. Serão dois livros que vão ser lançados em um intervalo bem pequeno, provavelmente de um mês. A ênfase será na dissecação de teorias sobre cash games e poker em geral. JM: O estilo loose-aggressive parece ser o preferido de muitos jogadores que têm obtido resultados impressionantes ultimamente. O que você pensa a respeito dessa abordagem do jogo? DH: Eu acho que a maioria dos estilos funciona, dependendo da pessoa que os emprega. Não importa 54

A recente vitória no Legends Of Poker 2007, válido pelo WPT, rendeu a Harrington a maior premiação da sua carreira: $1,6 milhões

seu estilo, você deve perceber que não pode manter-se constantemente no mesmo estilo, pois isso dá muita vantagem a seu oponente. Se você for agressivo contra mim o tempo inteiro, faz com que seja muito fácil para mim enfrentá-lo, pois eu sei que seu padrão de mãos é muito fraco e eu tenho um padrão que será bem maior — bem, adivinhe o que acontecerá. Eu irei contra-atacar, e se eu achar que você descarta sua mão sempre que eu ataco, pensarei: “OK, ótimo. Eu posso contra-atacar com mãos mais fracas até achar um ponto de equilíbrio”. Abraçar um estilo em qualquer extremo, seja loose ou tight, é errado. A única razão pela qual eu não sou mais agressivo é porque dá muito trabalho. É preciso ser muito jovem para ter essa energia (rindo). JM: Da última vez que a Card Player traçou seu perfil na revista, em 2004, você disse: “Eu estou aqui pelo dinheiro, você pode ficar com a glória”. Você ainda pensa assim? DH: Sim, mas devo admitir que o dinheiro perde a importância quando se tem o suficiente. Mas, você sabe, a glória é muito passageira. Eu ganhei aquele torneio no Bike e $1,6 milhão, e fui o jogador da semana. Esse tipo de vitória é usado para fazer de você o jogador da década ou pelo menos do ano.

JM: Você se colocou na elite esse ano, tornando-se um dos cinco jogadores que já ganharam o Main Event do WSOP e um título do WPT. Ainda há algum feito que você deseja alcançar no poker? DH: Sim. Eu quero ganhar $12 milhões no World Series (rindo)! Não me importa como eu ganhe. Você pode me dar um bilhete de loteria e eu não me importarei. Não, na realidade, tudo é uma grande piada agora. JM: Como assim? Você tem participado do WSOP há mais de 20 anos. DH: Ele costumava ser composto por um grupo que se conhecia mutuamente muito bem. Era um encontro agradável, amigável e cordial. Agora é uma imensa massa humana. No ano em que Jamie Gold venceu, a ESPN me perguntou: “Quais você acha que são suas chances de vencer?” Eu disse: “Você está vendo essa sala? Você tem que derrotar quatro salas desse tamanho”. Eu queria apenas dar meia-volta e ir para casa. JM: Então, o que se vislumbra no horizonte de Dan Harrington? O que você espera alcançar nos próximos cinco ou dez anos? DH: Eu diria que meu objetivo a longo prazo é estar vivo (rindo). ♠ CardPlayerBraSIl.Com

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O partypoker é um dos sites de poker pioneiros no mundo e vem investindo cada vez mais para trazer a melhor experiência para seus jogadores — seja ao vivo ou online.

COMO EU CRIO UMA CONTA? Para começar a sua experiência no partypoker basta acessar o site partypoker.com e clicar no botão “Baixar Gratuitamente”. 1

A partir daí, basta criar sua conta e usufruir de todos os benefícios que só o partypoker pode oferecer.

BÔNUS

O partypoker disponibiliza um bônus único para os jogadores que estão começando a jogar no site. Qualquer valor (até US$ 500) que o usuário colocar em seu primeiro depósito, ele receberá o dobro para poder jogar. Por exemplo, caso você faça um primeiro depósito de $10, o partypoker dá outros $10 para você utilizar nas mesas do site.

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SISTEMA DE RECOMPENSAS

O partypoker oferece um sistema de recompensas exclusivo para seus usuários, que é dividido em quatro categorias: Bronze, Prata, Ouro e Palladium. Para atingir uma categoria, você precisa acumular determinado número de pontos por mês. A cada $1 de rake, você ganha dois pontos. Por exemplo, ao jogar um torneio de $22 — em que $20 vão para a premiação e $2 correspondem à taxa administrativa do site (rake) —, você acumula quatro pontos. Os pontos podem ser trocados por entradas de torneios (tíquetes) ou por dinheiro. BRONZE – 0 ponto/mês Recompensas: tíquetes de até $22 PRATA – 50 pontos/mês Recompensas: tíquetes de até $109 OURO – 750 pontos/mês Recompensas: tíquetes de até $530 e até $100 em dinheiro. PALLADIUM – 2.000 pontos/mês Recompensas: tíquetes de até $1.000 e até $500 em dinheiro.

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MISSÕES

No partypoker, o jogador ainda tem a opção de realizar “Missões”. As missões dão ao usuário objetivos que o desafiam a experimentar novas coisas e aprimorar o próprio jogo. Mas não existem obrigação. É possível completá-las em um ritmo tranquilo. Mas aprimorar as suas habilidades no poker é apenas um dos benefícios aqui. O partypoker dá recompensas extras para cada missão concluída, que incluem tíquetes para torneios, dinheiro, bônus etc. Para escolher uma missão, basta entrar em “Missions”, depois clicar em “Overview” e encontrar uma Missão que você goste. As missões que você pode iniciar terão um ícone “jogar” (play) ao lado. Missões com um ícone de cadeado estão bloqueadas. Para liberá-las é preciso cumprir algum tipo de missão antes. Depois de começar uma missão, o jogador ainda tem a opção de pausar a mesma e começar uma outra.

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TORNEIOS

O partypoker conta com uma das melhores grades de torneio da internet, atendendo jogadores de todos os limites, dos mais baixos até aqueles que gostam apenas de high rollers. Múltiplas Fases Nos torneios de múltiplas fases, você pode jogar um evento de até US$ 250.000 garantidos. Esses torneios consistem em duas fases. As Fases 1 estão disponíveis ao longo da semana e se você durar 16 níveis, se classifica para a Fase Final, que acontece no domingo. Se for eliminado, basta tentar novamente — você pode jogar a Fase 1 quantas vezes quiser. Caso se classifique e não esteja satisfeito com seu stack, você pode se classificar novamente e levar seu melhor stack para o Fase Final. Com buy-ins entre US$ 5,50 e US$ 109 e torneios de segunda a domingo, eventos de múltiplas fases lhe dão a chance de pagar pouco para tentar ganhar muito dinheiro.

Nível

Fase 1

Fase 1

Fase Final (Domingo)

BUY-IN

Premiação Garantida

Peso Pena (Featherweight)

Segunda a sábado (a cada 2 horas, das 14h às 4h)

Domingo (a cada hora, das 10h às 17h)

Às 18h30

$5,50

$50.000

Peso Médio (Middleweight)

Segunda a sábado (a cada 2 horas, das 14h às 4h)

Domingo (a cada hora, das 10h às 17h)

Às 18h30

$22

$100.000

Peso Pesado (Heavyweight)

Segunda a sábado (a cada 2 horas, das 16h às 2h)

Domingo (a cada 2 horas, das 10h às 16h e também às 16h)

Às 18h30

$109

$250.000

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Torneios PESO PENA (Featherweight)

O partypoker trabalha com três frentes de buy-in em seus torneios regulares, classificadas em: Peso Pena (Featherweight), Peso Médio (Middleweight) e Peso Pesado (Heavyweight). Além dos torneios de múltiplas fases, existem também aqueles de fase única, mais conhecidos pelo público. No Peso Pena, você encontrará mais de 170 torneios com buy-ins de $5,50 a $11. O principal deles é o The Jab, um torneio diário de $5,5 com premiação garantida de $7.500, de segunda a sábado, e de $10.000 aos domingos. Você pode jogar os torneios Peso Pena diariamente entre 10h e meia-noite.

Torneios Peso Médio (Middleweight)

Entre os Pesos Médios são oferecidos mais de 230 torneios semanais, com entradas entre $22 e $55, sendo mais de US$ 850 garantidos pelo partypoker. O The Contender, com buy-in de apenas $22, garante $15.000, de segunda a sábado, e $25 mil aos domingos. Já o The Cournterpunch tem buy-in de $55 e premiação garantida de $7.500. Ele também acontece diariamente. Você pode jogar os torneios Peso Médio todos os dias de 6h às 4h.

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Torneios Peso Pesado (Heavyweight)

Com mais de US$ 1 milhão distribuídos durante a semana, os mais de 60 torneios Peso Pesado do partypoker têm buy-in entre $109 e $215. Carro-chefe da categoria, o Title Fight ocorre aos domingos, às 19h. Com buy-in de $215, o Title Fight tem premiação garantida progressiva. Começando em $300.000 garantidos, toda vez que o garantido for batido, o partypoker aumentará em US$ 25.000 a premiação garantida da próxima semana. O Title Fight ainda possui a melhor estrutura da internet, com stack inicial de 30.000 fichas e subida de blinds a cada 20 minutos. Por quase metade do preço do Title Fight, você pode jogar o Main Event. Com buy-in de $109, o Main Event é jogado também aos domingos, às 19h, e tem premiação garantida de US$ 150.000. Por fim, o Uppercut e o Weigh-In. Enquanto o Uppercut ocorre de segunda a sábado, com buy-in de $109 e garantido de US$ 50.000, o Weigh-In é um torneio diário. Com entrada também de $109, ele tem premiação garantida de US$ 25.000 todos os dias, exceto aos domingos, quando esse valor sobe para US$ 50.000. Os torneios Peso Pesado podem ser jogados diariamente entre 10h e 1h.

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High Rollers

Para quem gosta de jogos ainda mais caros, o partypoker oferece mais de 20 high rollers semanais, que distribuem mais de um milhão de dólares. Os valores das entradas variam entre $530 e $2.600. Confira a grade:

Data*

Buy-in

Garantido

Domingo (15h)

$530

$150.000

Domingo (13h)

$530

$100.000

Domingo (18h)

$530

$25.000

Domingo (15h)

$2.600

$100.000

Segunda-feira, quarta-feira, quinta-feira e sábado (15h)

$530

$50.000

Segunda-feira a Sábado (17h)

$530 (Turbo)

$20.000

Segunda-feira a Sábado (13h)

$530

$20.000

Terça-Feira (15h)

$530

$20.000

Terça-Feira (15h)

$530

$100.000

*Sujeito a alterações

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CARD CLUB

A Card Player Brasil acaba de criar o Card Club, um programa com vantagens únicas que levará as principais marcas de clubes de todo o País a você que nos acompanha em todas as nossas plataformas. Através do Card Club, qualquer clube do Brasil pode se tornar um parceiro da Card Player Brasil, tendo sua marca e seus torneios divulgados nas páginas da principal revista de poker da América Latina, edições impressa e digital; e, claro, nas nossas mídias sociais. Em breve, também em nosso site, uma seção exclusiva para os nossos parceiros. Você, dono de clube, que deseja formar uma parceria com a Card Player Brasil, basta enviar um e-mail para contato@cardplayerbrasil.com e ficar pode dentro dos detalhes de como fazer parte do nosso time.


Seja nosso parceiro e tenha seu clube e seus torneios divulgados em nossa revista e nossas redes sรณcias. Envie um e-mail para contato@cardplayerbrasil.com e saiba como.

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